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PARQUE NACIONAL
DO PICO DA
NEBLINA
Área do Parque Nacional do Pico da Neblina, no estado do AMAZONAS, com terras em 2 municípios: São Gabriel da Cachoeira-AM e
Santa Izabel do Rio Negro-AM; o Pico da Neblina está localizado no município de Sta Izabel do Rio Negro.
INTRODUÇÃO
http://www.icmbio.gov.br/portal/unidadesdeconservacao/biomas-brasileiros/amazonia/
unidades-de-conservacao-amazonia/1985-parna-do-pico-da-neblina
https://www.wikiparques.org/wiki/Parque_Nacional_do_Pico_da_Neblina
- 1953: o curador do Jardim Botânico de Nova Iorque, Mr. Bassett Maguire (1904-1991),
lidera uma expedição cientí ca partindo da Venezuela em direção à “Guyana
Highlands”, conhecidas pelos americanos como “Lost World”- não atingiram o relevo
do Pico da Neblina nem do 31 de Março. Durante 3 meses, planejam, reconhecem e
executam a expedição para, por m, no dia 25 de dezembro daquele ano, chegarem
ao topo da montanha que ele batizou de “Mountain of the Clouds” ou “Cerro de La
Neblina” por estar constantemente coberta por densa neblina, fruto do contato do ar
quente da oresta tropical que está a 100 m de altitude com aquele relevo “frio"
situado entre 2.000 e 3.000 m de altitude. (Geographical Review, VOL 45/jan 1955, pág
27 a 51).
https://www.jstor.org/stable/i210739
http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?
bib=089842_07&pag s=69505&url=http://memoria.bn.br/docreader#
- 2004: nova medição do Pico pela equipe do cartógrafo Marco Aurélio de Almeida
Lima, membro da expedição Projeto Pontos Culminantes (IME + IBGE), quando,
depois de 36h no local, chegaram ao novo número de 2.993,78 m, ou seja, menos de
3.000 m de altitude. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-
agencia-de-noticias/releases/12824-asi-quatro-picos-brasileiros-tem-sua-altitude-alterada
- 2012: criação do Conselho Consultivo do PARNA Pico da Neblina, visando uma futura
abertura do parque e em consequência, a exploração do turismo no mesmo.
https://uc.socioambiental.org/pt-br/arp/597
https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?id=2101666&view=detalhes
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/20/aeb_2018.pdf
http://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/9625-icmbio-aprova-visitacao-ao-pico-
da-neblina
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- 2019: neste ano, está prevista nalmente a abertura do Parque Nacional do Pico da
Neblina para a visitação através de empresas de turismo credenciadas.
A trilha para o Pico da Neblina começa realmente na sua casa, bem na frente do
seu computador, pesquisando o local (como eu chego? quem vive lá? quais os costumes
locais? etc.), separando o material pra levar e planejando as diversas etapas que
acontecerão. Possivelmente, as coisas carão mais fáceis a partir de agora, com uma
operadora de turismo credenciada fazendo tudo isso, mas… quem gosta de caminhar,
vai logo digitando no Google o nome do destino e se divertindo horas a o, absorvendo o
máximo de informações a respeito e passeando no Google Earth.
Infelizmente, existe pouquíssima informação sobre o Neblina na WEB,
principalmente sobre a logística da empreitada: talvez pelo difícil acesso e por estar
fechado o cialmente há bastante tempo para a visitação, talvez por ser distante e
complicado pra se chegar, tornando-o um passeio bem caro…!
Outra coisa: por que ir ao Neblina? Primeiro, lendo o resumo acima, você percebe
que o Pico faz parte da história do seu país e conhecer a história do Brasil é dever de
todo brasileiro. Outro motivo é poder fazer uma caminhada/trilha/trekking (chame do jeito
que quiser) num dos diferentes “biomas” brasileiros (Amazônia, Cerrado, Pantanal,
Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Marinho) e certamente, a “selva amazônica" é um dos
mais desa adores e inexplorados de todos eles.
Muitos preferem o Roraima mas são coisas bem diferentes e o esforço do Neblina
para chegar na base supera o irmão Roraima.
LOGÍSTICA:
Fui com um amigo, o Leonardo Meirelles e a viagem transcorreu assim:
1. TRANSPORTE
a. Aéreo saindo de São Paulo-SP: passagem de São Paulo-SP para Manaus-AM; moro
em Taubaté-SP e rolou antes uma viagem até Guarulhos pra pegar o voo com 4 hs de
duração até Manaus.
d. Náutico Porto Frente-Sul até Maturacá: em Maturacá existe uma aldeia Yanonami +
o 5º Pelotão de Fronteira (5º PEF) do Exército Brasileiro. A voadeira (com motor de
40HPs de preferência) sairá da aldeia Maturacá para ir te buscar ali no Frete Sul. Essa
mesma voadeira irá, no dia seguinte cedinho, te levar até o início da trilha na selva. As
idas e vindas e o gasto de combustível serão pagas aos Yanonamis assim que vc chegar
em Maturacá, através da AYRCA. O “piloteiro"+ “proeiro" saem juntos por R$1.000 reais
(preço para todas as navegações necessárias). Para esses deslocamentos de voadeira,
tem que calcular o combustível que será gasto, lembrando que um rio mais baixo, a
velocidade diminui para desviar de troncos e bancos de areia que aparecem, gastando
mais gasolina e… mais grana também.
Leve óculos escuros (mosquitos e sol na cara), boné (sol na moleira e no pescoço),
jaqueta (vento frio mesmo) e protetor auricular (barulho do motor) e besunte-se de
protetor solar sempre, pois irá fritar frente e verso no sol amazônico da linha do Equador.
O litro de gasolina em SGC estava custando R$4,55 em outubro de 2019, mês da
viagem. A voadeira vai na velocidade média de 30km/h. Pernoite em Maturacá e serão 6h
e meia de navegação no rio, do Frente-Sul até Maturacá.
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e. Náutico de Maturacá até a foz do Igarapé Tukano: onde a trilha “terrestre” na selva
começa o cialmente e serão mais 3 a 4 hs de navegação no rio dependendo do piloto/
rio.
2. ALIMENTAÇÃO
Apenas para a expedição (parte terrestre na selva), gastamos R$300,00 cada um
(total de 600 reais de comida) e algumas coisas sobraram e outras faltaram, justamente
por não termos as dicas abaixo.
Esses gêneros alimentícios que vc + 4 índios (no nosso caso), irão consumir,
deverão ser comprados em São Gabriel da Cachoeira (existem vários locais para tal) e
uma pequena parte em Maturacá, com os Yanonamis, fortalecendo a economia local
(indígenas e comércio), que é um dos pilares das trilhas de longo curso no Brasil.
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a.Café da manhã= macaxeira ou cará (comprar em Maturacá) + linguiça + café com leite
b.Almoço/lanche (eles chamam de “merenda")= o famoso “farofão”, preparado na noite
anterior e servido em sacos plásticos individuais, no início da trilha, para cada um comer
na hora que der vontade. Leve uma garrafa PET de 1 litro, individual, para fazer seu suco
e beber também quando tiver vontade. O ideal é que o suco em pó esteja na compra
“coletiva" mas que vc tenha também o seu suco em pó “particular".
c.Jantar= arroz + feijão + macarrão + carne (goiabada de sobremesa).
d.Ceia (dentro da sua barraca) = biscoito de chocolate ou coisa parecida, que foi
carregado por vc em sua mochila (caso carregue junto com a compra “coletiva”, não vai
durar muito).
4. MOCHILA
-MOCHILA CARGUEIRA = levei uma Osprey, modelo Aether 70 PRO com um saco
plástico grosso dentro onde todo o material vai acondicionado, a m de impermeabilizar.
-SACO DE DORMIR = levei um Marmot para extremo de -1ºC (de boa)
-ISOLANTE TÉRMICO INFLÁVEL = levei o da ThermArest amarelinho, pesa 360g
-BARRACA = levei uma para 2 pessoas da americana Kelty, modelo Salida2. Tenho a
Nemo Hornet Elite 1Pessoa pesando 700g total, mas preferi levar uma pesando 1.9 kg e
com mais espaço para descansar dentro junto com minha mochila, no nal do dia;
parecia uma suíte presidencial na selva (não levei “rede de selva” nem mosquiteiro, não
precisou). Usei barraca em todos os dias de caminhada e recomendo. Detalhe: no campo
base, só tem lugar para 2 barracas. O resto do espaço é ocupado por um telhado para
as redes dos guias e/ou turistas, pois o resto do chão é um charco!
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-FOOTPRINT (importante, pra não furar barraca nem isolante!) = levei um pedaço de
Tyvek, bem leve e resistente, comprado nos EUA há algum tempo.
-ANORAQUE PRA VENTO E CHUVA = levei um anorake leve da TNF para chuva apenas.
Não choveu muito, pois a época que a água cai sem dó é abril/maio/junho. Na subida do
pico, no dia nal, irá usar o anoraque, pois lá sim, chuva/neblina/frio.
-SEGUNDA_PELE= apenas se for dormir no Pico para atacar no outro dia o 31 de Março;
caso não vá pernoitar no pico, se car pelado no saco de dormir estará tranquilo.
-BASTÃO DE TREKKING = o mais barato, pois certamente quebrará ao en ar na
“lama" (quebrei o meu e substituí por um de madeira, gentilmente feito pelo Yanonami do
nosso grupo). Quem sabe usar, faz diferença com mochila pesada em terreno irregular.
-PAZINHA E LENÇO UMEDECIDO: para “enterrar" as fezes SEMPRE.
-RESERVATÓRIO DE ÁGUA= estilo “camel back”; levei um de 3 litros da marca
HydraPak, bem leve e ia abastecendo quando tinha oportunidade.
-SPOT SATÉLITE GEN3 = com plano de resgate da GEOS.
-GPS = usei o Garmin Map64s para apenas gravar a trilha pois o guia faz todo o trabalho
pesado :)) e um Garmin Temp pra ter o grá co da temperatura dos dias de caminhada.
-CELULAR = com uma capa protetora à prova de água e poeira. Ele + SPOT + GPS
ligados por “clips” e os ao seu corpo ou mochila, pra não perder.
-BONÉ = fui de bandana; sempre que cruzava um igarapé, molhava ele (dentro do barco
também), mantendo o radiador da cabeça “arejado”. Não choveu mas o calor “passeou"
entre 38ºC na trilha e 9ºC no Acampamento Base.
-PERNEIRA = não levei, mas… não vimos cobras no caminho, apenas na primeira noite,
uma próxima das barracas. A trilha é bem utilizada pelos Yanonamis para caçar e
também para levar garimpeiros para Venezuela (sim, eles “atalham" por ali) e a surucucu
pico-de-jaca que é uma das mais venenosas do país, habita aquela selva.
-REPELENTE = pela PROTESTE o mais e caz contra mosquitos é o SBP Advanced com
ICARIDINA. Levei no pulso e amarrada na mochila aquelas pulseiras de silicone com
CITRONELA que sempre me foram úteis no litoral e na serra da Mantiqueira.
-PROTETOR SOLAR + ÓCULOS DE SOL= apenas para o barco, pois na selva não vai
precisar, vai caminhar na sombra todo o tempo, mas no barco, sol na moleira e na íris!
-HEADLAMP = sempre.
-UM SAQUINHO ESTANQUE = SeaToSummit para as baterias: de Lítion do Spot e
Garmin Temp e alcalinas para o GPS e HeadLamp.
-MEIAS = usei meião de futebol até o joelho que protegeu um pouco de carrapatos pois
quando parava, metia repelente na meia. Fui pouco picado.
-LUVAS= para o último dia, subir pedra e desviar de bromélias espinhosas.
-PRATO+TALHER+COPO= individual, o guia irá levar para todos e após as refeições, eles
lavam tudo mas eu recomendo levar/lavar o seu próprio.
=>> DICAS:
-GARRAFA PET 1 LITRO= para fazer “sempre” um suco individual ao longo do trajeto e
se manter hidratado, pois a selva “enxuga” você o tempo todo (pra isso, levei vários
pacotinhos de “Clight” em pó).
Os bastões de trekking foram bem úteis, pois minha mochila pesava mais de
15kg, diferente dos 10kg nas travessias da Trilha Transmantiqueira… A trilha cruzará 2
igarapés grandes onde molhará 100% a bota: tirei a bota de trekking e cruzei usando a
de borracha, que estava do lado de fora da mochila.
Chegamos no ACAMPAMENTO IROKAE depois de 4h de caminhada num ritmo
tranquilo.
O acampamento ca logo após cruzar o segundo igarapé citado e assim que
cruzar, na margem oposta existe um local de pernoite dos yaNoNamis que usam a trilha
para subsistência (caça e pesca), o nosso IROKAE está 50m mais pra frente. Cabem
umas 4 ou 5 barracas (tem que limpar o chão) e o rio para banho e beber água ca do
lado esquerdo da trilha, na direção de deslocamento.
Obs.: ainda existem troncos caídos no leito da trilha que di cultam o caminhar. No
acampamento e nos locais de parada (são sempre os mesmos, é possível sentar, ou tem
um igarapé para se refrescar); muito “lixo" deixado pelos yanoNamis e/ou expedições
anteriores (embalagens plásticas e latas de conserva). Não existe sinalização na trilha.
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Dia 03 “três” (Irokae para Acampamento Bebedouro Novo)
A partir desse dia até a chegada no Pico da Neblina, a rotina foi acordar às 0600h
e começar a caminhar às 0700h. Os yanoNamis acordam mais cedo, cortam lenha e
fazem o café da manhã.
Eles são pontuais e mesmo que algum carregador não esteja pronto para começar
a caminhar, o guia já estará e tocará o ritmo. Nosso próximo destino para pernoite é o
ACAMPAMENTO BEBEDOURO NOVO.
Prepare-se, dia puxado!!! Apesar dos poucos 13.5 km de caminhada, será sempre
uma subida lenta com 740 m de desnível e somado ao ambiente de selva (quente e
abafado) + um terreno com raízes/troncos que te fazem olhar bastante pro chão (até
mesmo torcendo pra não cruzar com uma “surucu pico-de-jaca”), tornam esses 13.5 km
bem longos…
Iniciamos logo de cara com a subida da serra do Tucano com 1.5 km e chegando
no topo com altimetria de 370 m, lembrando que começamos o dia com 134 m.
Durante o caminho, a parada será no local chamado BEBEDOURO VELHO onde
vc deve reabastecer seu cantil (importante!) - a água não é visível da trilha, mas o guia
sabe onde ca, do lado direito do deslocamento; ali é usado apenas para pernoite pelos
yanoNamis que caçam na área
O ACAMPAMENTO BEBEDOURO NOVO chegará depois de 7h a 8h de caminhada
e na altitude de 870 m.
Obs.: essa caminhada é “puxada” e uma sugestão seria diminuir a quilometragem nesse
dia e aumentar a do dia seguinte, procurando um local alternativo para o pernoite. O lixo
continua sendo uma constante nos acampamentos e locais de parada. E a necessidade
de manejo da trilha também. Aqui, o rio estará do lado direito do deslocamento. Não
existe sinalização na trilha.
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DIA 04, do Bebedouro Novo até
o Acampamento da Laje
Usei muito os bastões de trekking para dar força nas subidas (mochila pesada nas
costas), além de facilitar o equilíbrio na hora de escolher o lugar onde colocar os pés no
meio de toda aquela lama (vale a regra de andar nas bordas das poças e pisar nos
galhos que estão lá pra ajudar). Meu amigo estava sem mochila, o yanoNami carregou
para ele, ou seja, estava totalmente leve, sem bastão de caminhada, mas mesmo assim,
eu usaria o “bastão”.
Obs.:
O local onde pernoitamos ao nal do dia, o Acampamento Base, foi a pior área de
camping em todo o trajeto: úmida/molhada, pequena, sem local para banho/banheiro e
com muito lixo. Ali vale um “tubo de dejetos”, o SHIT TUBE, mas duvido que os índios o
usem.
Dia 09 “nove" (IROKAE para a margem do igarapé TUKANO e depois, para Maturacá).
CONCLUSÃO
https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#mapa16175
h t t p s : / / d o c s . g o o g l e . c o m / l e / d /
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https://edsonsorrentino.wixsite.com/cicloviagens/escalada-pico-da-neblina---1988