Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PERSEGUIÇÕES E HERESIAS
PERSEGUIÇÕES
Ao longo dos primeiros séculos da igreja cristã, foram vários os
momentos em que o Caminho sofreu perseguição por parte de
outros grupos por sua mera existência.
A perseguição se deu em duas esferas: Religiosa, por parte dos
judeus, e política, por parte de Roma.
Antes de 250, a perseguição era predominantemente local,
esporádica e produto de ação popular. A partir desta data, a
perseguição se tornou uma estratégia consciente do governo
imperial romano e, portanto, ampla e violenta.
Foi nesta época que a ideia de Tertuliano, de que “o sangue dos
cristãos é a semente da igreja” se tornou realidade.
CAUSAS DA PERSEGUIÇÃO
Política: O Império Romano obrigava todos os cidadãos a prestarem
culto ao imperador, como se fosse um deus. A única exceção conhecida
era para os praticantes do judaísmo, considerada uma “religião lícita” para
o governo e, portanto, isenta de serviço militar e do culto imperial.
Por volta de 250, Roma fazia mil anos de fundação assolada por peste,
fome e agitação civil. Muitos na época jogaram a culpa da desgraça nos
cristãos e no abandono ao culto dos antigos deuses, numa demonstração
de superstição milenista que se repetiria no ano 1000 d.C., no auge da
Idade Média.
PERSEGUIÇÕES ATÉ 100
Inicialmente, a perseguição aos cristãos veio da parte dos judeus, que não
aceitavam a pregação de que Jesus era o Messias prometido no AT.
Em 64, um grande incêndio atingiu Roma. Originalmente a culpa recaiu sobre o
próprio imperador, Nero, porém, acusou os cristãos de serem os causadores do
incêndio.
Com a convocação de uma saturnal de destruição aos seguidores do Caminho,
os cristãos de Roma e das redondezas foram duramente perseguidos. Pedro e
Paulo foram martirizados nesta época.
Cerca de 30 anos depois, durante o governo de Domiciano (81-96), uma
perseguição foi lançada sobre judeus e cristãos, por aqueles terem se recusado
a pagar um imposto público para a manutenção do templo de Júpiter Capitolino.
Nesta perseguição João foi exilado em Patmos.
INTERDIÇÃO ESTATAL DE 100 A 250
112: Governador Plínio envia carta ao Imperador Trajano (98-117) pedindo
opinião sobre cristianismo, que espalhava-se pela sua região a ponto dos
templos estarem quase abandonados e os vendedores de animais para os
sacrifícios estarem empobrecidos. Plínio não perseguia, mas se alguém fosse
denunciado, era questionado três vezes e, somente se confessasse, era
condenado à morte. Inácio foi martirizado nesta época. Tal procedimento foi tido
como correto pelo imperador.
c. séc. II: Perseguição em Esmirna gera inúmeros mártires, quando uma
multidão enfurecida leva cristãos diante das autoridades. Entre eles estava
Policarpo de Esmirna.
Marco Aurélio: Imperador adepto do estoicismo, foi influenciado contra o
cristianismo por seu mestre, Fronto. Atribuía as calamidades naturais e artificiais
de seu império ao crescimento dos cristãos e deu ordens para a perseguição
sistemática. Justino foi uma de suas vítimas.
PERSEGUIÇÃO UNIVERSAL PÓS 250
250: Ascensão de Décio (249-251) por volta do milênio da fundação de Roma
leva a uma busca de retorno ao culto imperial. Nesta data, Décio promulga um
edito exigindo uma oferta anual de sacrifício nos altares romanos aos deuses e à
figura do Imperador. Quem oferecia recebia um certificado, que o livrava da
morte. Esta perseguição durou somente até sua morte, mas gerou um problema
para a igreja de como acomodar aqueles que haviam apostatado para receber o
certificado.
285: Diocleciano (284-305) assume o poder e acaba com a diarquia principado-
senado. Com desejo tirânico pelo poder, lutou contra toda forma de crenças
hostis à religião do Estado, gerando a mais dura perseguição enfrentada pelos
cristãos.
Os primeiros editos foram promulgados em março de 303 e ordenavam o fim
das reuniões cristãs, destruição das igrejas, deposição dos seus oficiais, prisão
de quem persistisse em seu testemunho de Cristo e destruição das Escrituras
por fogo.
PERSEGUIÇÃO UNIVERSAL PÓS 250
O edito que mais causou problemas, contudo, foi a obrigação de sacrifício aos
deuses imperiais por parte dos cristãos, sob pena de morte. Eusébio conta que
eram tantos cristãos e líderes presos que faltou lugar para criminosos comuns
nas cadeias. Confisco de bens, exílio, prisões e trabalhos forçados nas minas
foram alguns dos suplícios enfrentados pelos presos.
Fonte: O Cristianismo Através dos Séculos - Earle E. Cairns – Ed. Vida Nova
HERESIAS
O erro nunca se apresenta em toda a sua
natureza, a fim de não ser descoberto.
Antes, veste-se elegantemente, para que
os incautos creiam que é mais verdadeiro
do que a própria verdade.
Irineu de Lião (130-202)
HERESIAS
Esse vocábulo vem do grego hairesis, que significa escolha,
«tomar para si mesmo». Quando se refere a um grupo de pessoas,
que aceitaram uma má doutrina, aponta para alguma seita. A raiz
verbal é aireomai, «escolher». O uso dessa palavra não é
necessariamente negativo. Pode indicar qualquer escolha ou seita.
O uso neotestamentário inicial indica a ideia de facciosidade;
mas, com a passagem do tempo, o vocábulo foi adquirindo o
sentido moderno de ponto de vista doutrinário que não concorda
com o que é considerado ortodoxo, ou seja, correto.
Um herege é alguém que acredita ou promove alguma opinião
contrária àquilo que o grupo, seita ou igreja acredita.
HERESIAS
Na formação do cristianismo, muitas ideias surgiram sobre como
interpretar o evento Cristo. Trazendo ideias oriundas de filosofias
pagãs ou cunho místico, vários grupos criaram pensamentos que
bateram de frente com a doutrina apostólica apresentada nos
ensinamentos de Cristo e nos principais escritos deixados pelos
discípulos de Jesus.
A Igreja Oriental diz que deve ser celebrada no dia 14 de Nisã, data
judaica, independentemente do dia da semana em que cair.