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SUMÁRIO
1. Conceito de regulação 4
2. Aspectos importantes da Organização Política e Jurídica para Profissionais
da Área da Saúde 4
2.1. Conceitos básicos de Legislação 4
2.1.2. Ramos do Direito 4
2.1.3. Fontes do Direito 5
2.1.4. Hierarquia das Leis (art. 59 CF 1988) 5
3. O Poder Legislativo e a Formação das leis 6
3.1. Iniciativa 6
3.2. Tramitação 6
3.3. Aprovação 6
4. Os Atos Administrativos e a Legislação Farmacêutica 7
4.1. Atos Administrativos Normativos 7
4.2. Espécies de Atos Administrativos 7
5. Aspectos legais relativos responsabilidade civil e penal dos fabricantes de
medicamentos 9
6. Legislação Sanitária 11
6.1 Histórico da Vigilância Sanitária 11
6.2. O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária 12
6.2.1. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA 13
6.2.2. Estruturas de organização do Ministério da Saúde e da ANVISA 14
6.3. O Conceito de Vigilância Sanitária 15
7. Regulação da Produção de Medicamentos no Brasil 15
7.1. Histórico da produção de medicamentos 15
7.2. Conceitos técnicos aplicados a Cadeia dos produtos farmacêuticos 17
8. Condições para a autorização da empresa e o licenciamento dos
estabelecimentos farmacêuticos 19
8.1. Autorização de Funcionamento da empresa AFE 19
8.1.2. Requisitos para a concessão da autorização de funcionamento: 20
8.1.3. Etapas da legalização: 20
8.2. Autorização Especial AE 22
8.3. Requisitos pra obtenção Autorização Especial 22
8.3.1. Requisitos para obtenção da Licença de Funcionamento Estadual/Municipal 23
8.3.2. Etapas da legalização no nível Estadual/Municipal da Vigilância Sanitária 23
9. Da assistência do técnico responsável 24
9.1. Legislação Sanitária 24
9.2. Legislação Profissional 24
10. Registro dos Produtos Farmacêuticos 25
10.1. Definição legal 25
10.2. Fases do registro 26
10.3. O registro de medicamentos por categoria de produto 26
10.3.1 Pré-requisitos para o registro conforme a classificação dos medicamentos 27
10.3.2. Pré Requisitos para o registro de medicamentos com base nas
substâncias ativas 32
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O campo da saúde tem sido historicamente objeto relações entre os homens uma proporção
de normalização, documentos tão antigos como Código de reciprocidade nos poderes e deveres que
de Hamurabi, O Código de Manu e o Antigo Testamento lhe atribui, regula as condições existenciais
já contém regras estabelecidas para saúde. O exercício dos indivíduos e dos grupos sociais e, em
das profissões ligadas à saúde também está baseado consequência, da sociedade, mediante normas
em normas e códigos que visam proteger a saúde coercitivamente impostas pelo Poder Público”.
Constituição Federal (CF) de 1988 dedicou a esse direito imposto coercitivamente pelo Estado, para
nova regulação, dada pela CF, o Direito Brasileiro ganhou justiça”. (Paulo Nader)
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essa norma entra no sistema jurídico na qualidade de lei membros do Congresso Nacional, pelo Supremo Tribunal
ordinária. As leis delegadas não admitem emendas. Federal, pelos Tribunais Superiores, pelo Procurador-Geral
da República, pelo presidente da República e cidadãos.
VI) Medida provisória: é um ato unipessoal do (art.61 da CF1988)
presidente da República, com força de lei, sem a participação
do Poder Legislativo, que somente será chamado a discuti- A partir daí o projeto de lei passa por discussão e
la e aprová-la em momento posterior. O pressuposto da votação no poder legislativo representado pelo Congresso
MP é urgência e relevância, cumulativamente. Nacional, se federal, nas Assembleias legislativas, se
estadual, nas Câmaras de Vereadores, se municipal. Se
VII) Decreto legislativo: o decreto legislativo tem
forem aprovados vão para o poder executivo, (Presidente
como objeto matérias apontadas como de competência
da republica no nível federal, Governador de estado no
exclusiva do Congresso Nacional, por exemplo, as relações
nível estadual, Prefeito no nível municipal), para as etapas
jurídicas decorrentes de medida provisória não convertida
de sanção, promulgação, publicação e vigência.
em lei; resolver definitivamente sobre tratados, acordos
ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional; autorizar 3.2. Tramitação
o Presidente da República a declarar guerra ou a celebrar
a paz; e autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da O projeto de lei será avaliado quanto a sua
República a se ausentarem do País por mais de quinze constitucionalidade pelas comissões que integram
dias.( Arts. 49 e 62, § 3º, da CF1988). o Congresso Nacional quando aprovado numa casa
deverá ser apreciado pela outra:
VIII) Resolução: Ato legislativo de conteúdo
concreto, de efeitos internos. É a forma que revestem “O projeto de lei aprovado por uma Casa será
determinadas deliberações da Assembleia da República. revisto pela outra, em um só turno de discussão e
As Resoluções não estão, em princípio, sujeitas à votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a
promulgação e também não estão sujeitas a controle Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
preventivo da constitucionalidade, exceto as que aprovem Parágrafo único. Sendo o projeto emendado,
acordos internacionais. Essa resolução não tem caráter voltará à Casa iniciadora.” (Art.65 CF)
regulamentar, é para uso interno do congresso.
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ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
contados da data do recebimento, e comunicará, obrigações aos seus administrados ou a si própria.” (Hely
dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Lopes Meyrelles)
Senado Federal os motivos do veto.” ( Art. 66 CF)
4.1. Atos Administrativos Normativos
Promulgação
São aqueles que contêm um comando geral do
É o ato de sancionar a lei, confere tecnicamente a entrada Executivo, da administração pública, visando à correta
da lei no universo do ordenamento dá existência a norma. aplicação da lei. Não podem contrariar a lei.
Decreto
4. OS ATOS ADMINISTRATIVOS E A É um ato administrativo de competência exclusiva dos
LEGISLAÇÃO FARMACÊUTICA chefes do Poder Executivo, destinado a prover situações
gerais ou individuais. (Estabelece o regulamento da lei
A administração pública realiza as suas atividades
tendo em vista a sua execução)
através dos atos jurídicos que recebem a denominação
especial de atos administrativos. Tais atos por sua natureza,
Ex: A Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976 DOU
conteúdo e forma, diferenciam-se dos que emanam do
de 24/09/1976: Dispõe sobre a vigilância sanitária a que
poder legislativo (leis) e do poder judiciário (decisão
ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos
judicial), quando desempenham atribuições específicas
(típicas) de legislação e jurisdição. farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e
outros produtos, e dá outras providências. Para que a
“o ato administrativo é toda manifestação unilateral mesma possa ser compreendida e colocada em prática
de vontade da Administração Pública que, agindo nessa foi regulamentada por um decreto que detalha o passo a
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, passo da implantação da lei:
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A RDC ANVISA 44/09 regulamenta o comércio de outros seu favor, no processo civil, quando, a critério do
produtos em estabelecimentos farmacêuticos através de juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
uma instrução, que integra a referida resolução: hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiência” (Art. 6º incisos I e VIII)
Instrução Normativa - IN n°-9, de 17 de
agosto de 2009 que aprova a relação de produtos Nas empresas que praticam o comércio varejista de
permitidos para dispensação e comercialização em produtos, incluindo os farmacêuticos e os prestadores
farmácias e drogarias. de serviços, incluindo os relacionados á saúde ficam
obrigados a manter um exemplar do Código de
Deliberações Defesa do Consumidor a disposição do cliente.
São atos administrativos que emanam de órgãos
colegiados. A decisão é proferida por um rol de pessoas
Conforme estabelece a Lei nº 12.291, de 20 de Julho
que se manifestam sobre o assunto.
de 2010: Torna obrigatória a manutenção de exemplar do
Código de Defesa do Consumidor nos estabelecimentos
5. ASPECTOS LEGAIS RELATIVOS comerciais e de prestação de serviço.
RESPONSABILIDADE CIVIL E
PENAL DOS FABRICANTES DE Decreto Lei nº 2.848, 7 de dezembro de
MEDICAMENTOS 1940-Código Penal Brasileiro
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consciência da ilicitude do fato, quando lhe conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a
era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir mencionada. (NR)
essa consciência” . (Art. 21)
Pena — reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
“ expor a vida ou saúde de outrem a perigo (NR Lei 9.677, de 2 de julho de 1998)
direto e iminente”. (Art. 132)
Art. 277 – Vender, expor à venda, ter em depósito
De acordo com o código penal, todo brasileiro ou ceder substância destinada à falsificação de produtos
deve conhecer a legislação que regulamenta alimentícios, terapêuticos ou medicinais: (NR)
sua vida na sociedade. O mesmo vale para as
empresas e para os profissionais na execução Pena — reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.”
de suas atividades. O desconhecimento da (NR Lei 9.677, de 2 de julho 1998)
legislação implica também num ato ilícito.
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em
Dos Crimes Contra a Saúde Pública Capítulo III-
depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a
CP(Art. 267 a 285)
consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que
não destinada à alimentação ou a fim medicinal:
Destaques:
Art. 272 – Corromper, adulterar, falsificar ou alterar
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
substância ou produto alimentício destinado a consumo,
tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor
Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002-Código
nutritivo:” (NR)
Civil Brasileiro
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6.1 Histórico da Vigilância Sanitária Nos anos 60 com crescimento da produção industrial e
do consumo houve aumento da abrangência da vigilância
As ações de Vigilância Sanitária constituem a mais sanitária com incorporação de novos objetivos e práticas de
antiga atividade de saúde pública. Desde tempos remotos controle. Foram realizadas as Conferências de Saúde de 1962
as organizações sociais fazem tentativas de realizar o e 1963, que estabeleceram diretrizes para essas ações.
controle sobre os pontos chaves da vida em coletividade e
sobre as ameaças geradas à saúde e à própria vida. Na década de 70 o crescimento industrial, incluído o
segmento farmacêutico traz como consequência a entrada
Nos séculos XVIII e XIX as atividades ligadas à vigilância de grande variedade de produtos no mercado tornando-o
sanitária foram estruturadas para evitar à propagação de maior, as ações de vigilância sanitária passaram a incluir o
doenças nos agrupamentos urbanos que estavam surgindo controle sanitário de produtos e serviços.
no Brasil. A execução desta atividade exclusiva do Estado, por
meio da polícia sanitária, tinha como finalidade observar Nessa década houve, também, o crescimento da
o exercício de certas atividades profissionais, coibir o medicina curativa, aumento do número de hospitais com
charlatanismo, fiscalizar embarcações, cemitérios e áreas consequente aumento da produção e do consumo de
de comércio de alimentos. medicamentos, aparelhos e instrumentos usados
na assistência médica. Foi criada a CEME-Central de
No final do século XIX houve uma reestruturação da Medicamentos em 1972, com o objetivo de regular a
vigilância sanitária impulsionada pelas descobertas nos produção e distribuição de medicamentos.
campos da bacteriologia e terapêutico nos períodos que
incluem a I e a II Grandes Guerras. Foi realizada uma revisão da legislação sanitária
com o apoio da Organização Mundial da Saúde
Após a II Guerra Mundial, com o crescimento (OMS) com elaboração de leis e decretos que
econômico, os movimentos de reorientação administrativa vigoram até hoje(Leis 5991/1973 e 6360/1976).
ampliaram as atribuições da vigilância sanitária no mesmo
ritmo em que a base produtiva do País foi construída, bem Em 1976, através do Decreto 79056, foi criada a
como conferiram destaque ao planejamento centralizado Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária-SNVS, órgão
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ligado ao Ministério da Saúde. Com a competência de garantir a melhoria da qualidade de vida da população,
desenvolver ações de regulação e fiscalização com o através de ações de controle do meio ambiente, da saúde
objetivo de proteger a saúde do consumidor. do trabalhador, do monitoramento da qualidade dos bens
e serviços ofertados à população.
As ações tiveram como foco o controle da qualidade dos
produtos de interesse da saúde: alimentos, cosméticos, Na década de noventa ocorreram muitas denúncias de
domissanitários e medicamentos. corrupção e numerosos casos de falsificação e adulteração
de medicamentos, o que desencadeou reformas nos
Para dar suporte a essas ações foram promulgados sistemas de controle e fiscalização levando à criação da
alguns regulamentos, referentes à normatização para Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
a fabricação, o registro e o comércio de medicamentos;
entre eles a Lei 5991/73, que dispõe sobre o controle Isso ocorreu, pois os sistemas de controle vigentes
sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos não garantiam o controle na eficácia e segurança dos
farmacêuticos e correlatos e a Lei 6360/76 que dispõe medicamentos e dos fabricantes, considerando-se os
sobre a produção de medicamentos. episódios sucessivos de falsificações de medicamentos
ocorridas nessa década(Casos notórios de falsificação:
A partir da década de oitenta, a crescente participação Medicamentos Androcur- Acetato de ciproterona da
popular e de entidades representativas de diversos Schering e o Microvlar- 0,15 mg de levonorgestrel e 0,03
segmentos da sociedade no processo político moldaram mg de etinilestradiol da Bayer).
para a institucionalização do Sistema Único de Saúde-SUS. referida lei foi um marco na reformulação dos sistemas
de controle dos produtos, incluindo os medicamentos.
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I - definir a política nacional de vigilância “Fica criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária-
sanitária; ANVISA, autarquia sob regime especial, vinculada ao
Ministério da Saúde, com sede e foro no Distrito Federal,
II - definir o Sistema Nacional de Vigilância prazo de duração indeterminado e atuação em todo
Sanitária; território nacional”. (Redação dada pela MP nº 2.190-34,
de 23 de agosto de 2001)
III - normatizar, controlar e fiscalizar produtos,
substâncias e serviços de interesse para a saúde; Parágrafo único. A natureza de autarquia especial
conferida à Agência é caracterizada pela independência
IV - exercer a vigilância sanitária de portos, administrativa, estabilidade de seus dirigentes e
aeroportos e fronteiras, podendo essa atribuição autonomia financeira”. (Lei 9782/99 Art. 3)
ser supletivamente exercida pelos Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios; “A Agência terá por finalidade institucional promover
a proteção da saúde da população, por intermédio do
V - acompanhar e coordenar as ações controle sanitário da produção e da comercialização de
estaduais, distrital e municipais de vigilância produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária,
sanitária; inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das
tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de
VI - prestar cooperação técnica e financeira portos, aeroportos e de fronteiras”. (Lei 9782 /99 art. 6º).
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios;
Dentre as competências da agência podemos
VII - atuar em circunstâncias especiais de destacar as funções:
risco à saúde; e
»» Coordenar o Sistema Nacional de Vigilância
VIII - manter sistema de informações em Sanitária;
vigilância sanitária, em cooperação com os »» Estabelecer normas, propor, acompanhar e executar
Estados, o Distrito Federal e os Municípios”. (Lei as políticas, as diretrizes e as ações de vigilância
9782/99 Art. 2) sanitária;
»» Autorizar o funcionamento de empresas de
6.2.1. A Agência Nacional de Vigilância fabricação, distribuição e importação dos
Sanitária - ANVISA produtos mencionados no art. 8º desta Lei e de
comercialização de medicamentos; (Redação dada
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e um órgão pela MP nº 2.190-34, de 23 de agosto de 2001)
público federal que tem como finalidade promover a »» Conceder registros de produtos, segundo as normas
de sua área de atuação;
proteção da saúde da população por intermédio do controle
»» Conceder e cancelar o certificado de cumprimento
sanitário da produção e da comercialização de produtos
de boas práticas de fabricação;
e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos
»» Interditar, como medida de vigilância sanitária,
ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a os locais de fabricação, controle, importação,
eles relacionados. Além disso, a Agência exerce o controle armazenamento, distribuição e venda de produtos
de portos, aeroportos e fronteiras. e de prestação de serviços relativos à saúde, em
caso de violação da legislação pertinente ou de risco
A Lei nº 9.782/1999 cria e normatiza as competências iminente à saúde;
da ANVISA
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saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes nos primórdios do desenvolvimento industrial farmacêutico
do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da ao incentivar e fornecer recursos para alguns dos primeiros
prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: laboratórios farmacêuticos. O Estado contribuiu também
para a formação dos primeiros cientistas brasileiros
I - o controle de bens de consumo que, direta ou que, posteriormente, se tornaram responsáveis pelo
indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas desenvolvimento de planos de saúde pública, produção
todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e de soros, vacinas e medicamentos, por parte dessas
empresas pioneiras.
II - o controle da prestação de serviços que se
relacionam direta ou indiretamente com a saúde”. ( Lei nº “A indústria farmacêutica no Brasil teve o
8.080 /90,Art. 6) seu nascimento e desenvolvimento no período
de 1890 e 1950, mais tardiamente portanto do
No Brasil a vigilância sanitária é executada por um conjunto que o observado nos países europeus que, já
de órgãos que formam o Sistema Nacional de Vigilância no século XIX, observavam avanços notáveis
Sanitária-SNVS, coordenados pela ANVISA, que é ligada neste segmento. Segundo Ribeiro (2000), o
diretamente ao Ministério da Saúde. Nos estados e municípios desenvolvimento inicial da indústria farmacêutica
estas ações ficam sob a responsabilidade das respectivas no Brasil, “guarda forte relação com a instituição
secretarias de saúde. Esses órgãos tem por atribuições da saúde pública, das práticas sanitárias de
normatizar e fiscalizar em caráter complementar e harmônico, prevenção e combate às doenças infecciosas
dentro dos princípios de hierarquização e descentralização das e, em especial, com as instituições de pesquisa
ações, seguindo o modelo proposto pelo SUS. básica e aplicada”. (Ribeiro,2000)
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O período de 1889 até 1914 foi considerado como a suprir a demanda interna, com crescimento considerável,
primeira fase do desenvolvimento no segmento, quando chegando até a suprir as demandas dos países europeus.
da fundação dos primeiros laboratórios industriais
farmacêuticos. Eles produziam medicamentos de origens Em 1959 foi publicada a “ Farmacopeia Brasileira
vegetais, mineral e animal (opoterápicos, soros e vacinas). II” através do Decreto 45.502 de 27 de fevereiro, com
Havia, nesta época, 35 laboratórios no país. validade nacional.
No início do Sec. XX o “Censo Industrial do Brasil” no ano A Portaria nº 9 do SNFMF do Serviço Nacional
de 1907 realizou um levantamento no setor, que revelou a de Fiscalização da Medicina e Farmácia(SNFMF), foi
existência de 60 de laboratórios em funcionamento no pais. editada em 26 de maio de 1967, que regulamentava
a nomenclatura dos fármacos, das formas
farmacêuticas, padronizando bulas cartuchos e
A partir de 1915, com a Primeira Grande Guerra, em
proibindo a nomenclatura do medicamento com
andamento, houve escassez de medicamentos no mercado.
nome de fantasia.
Esse fato desencadeou uma fase de desenvolvimento
geral dos laboratórios nacionais, com o aperfeiçoamento
No país inicia-se a produção de produtos similares, no
dos métodos científicos de produção.
final dos anos sessenta. O governo brasileiro em 1969 não
reconhece a lei das patentes. A lei estimula a produção
Além disso, foi o período em que laboratórios
farmacêutica por cópia de processos conhecidos a custos
estrangeiros reconheceram o potencial representado pelo
bem menores que os necessários ao desenvolvimento de
mercado brasileiro. Iniciou-se a fabricação no Brasil de
novos medicamentos.
produtos de origem francesa, italiana, suíça, alemã, inglesa
e norte-americana em pequena escala, ainda insuficientes
A década de setenta iniciou com publicação da Lei n°
para demanda, obrigando a importação muitos insumos
5.468, de 11 de dezembro de 1970,que criou o Instituto
farmacêuticos. Esta foi considerada a segunda fase do
Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A função do INPI
desenvolvimento da indústria nacional.
é executar as normas que regulam a propriedade industrial.
Em 1917, foi editada a primeira farmacopéia a Foram publicadas as leis sanitárias que regulamentam
“Pharmacopéia Paulista”, pioneira no país, oficializada pelo o comércio, produção e a circulação dos produtos de
governo, que passou a vigorar no estado de São Paulo. Em interesse a saúde, que ainda vigoram no pais. A Lei n°
1920 o Censo de laboratórios – e o “Recenseamento Geral 5991, de 17 de dezembro de 1973 regulamentou o
da República” revelaram a existência de 186 indústrias comércio varejista de medicamentos e dos produtos de
farmacêuticas instaladas no país. interesse a saúde.
Em 1926 foi publicada a primeira farmacopeia A Lei 6360, de 23 de setembro de 1976 determinou quais
nacional a “Pharmacopéia dos Estados Unidos do Brasil”, eram os produtos, cuja fabricação estava sujeita ao controle
organizada pelo farmacêutico Rodolpho Albino Dias sanitário impondo as regras para a colocação no mercados
da Silva, com declaração de uso obrigatório a partir de dos produtos de interesse a saúde seguros e eficazes.
agosto de 1929.
Por interesses econômicos e para garantir o ingresso
Em 1940, durante a Segunda Guerra, inicia-se a terceira do pais na Organização Mundial do Comércio, o Brasil,
fase industrial do setor farmacêutico brasileiro. Com as assim como os demais países em desenvolvimento, tinham
dificuldades para se importar matérias-primas, máquinas que aderir ao Acordo sobre os Aspectos dos Direitos
e utensílios, os laboratórios nacionais viram-se obrigados a de Propriedade Intelectual relacionados ao Comércio,
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em decorrência desse e de outros fatores em 1996 foi 1977 e por outras leis e resoluções, que atualizam estas
publicada a Lei nº 9.279 de 15 de março de 1996 que normas frente aos avanços tecnológicos que também
instituiu o novo “Código de Propriedade Industrial” para serão aqui apresentadas.
o país. Ela estabelece as novas regras para registros
de patentes sobre medicamentos, alimentos, produtos Para entender o mecanismo da regulação da cadeia
químicos e bacteriológicos. de produtos farmacêuticos serão desenvolvidos conceitos
técnicos estabelecidos nessa legislação sanitária que
O período de vigência das patentes para invenções é de regulamenta o comércio de produtos de interesse a saúde.
20 anos e para registro de marcas é de 10 anos. Esta lei
garante os padrões “mínimos” de proteção da propriedade 7.2. Conceitos técnicos aplicados a
intelectual, que seguiu um modelo único no mundo
Cadeia dos produtos farmacêuticos
inteiro - 20 anos de proteção para produtos e processos
farmacêuticos, entre outros.
O conhecimento dos conceitos técnicos é fundamental
para tornar a lei passível de ser aplicada para que possa
As normas para produção de medicamentos no Brasil
cumprir o seu papel regulatório. Tais conceitos estão
estão descritas nas leis sanitárias aprovadas na década
abaixo desenvolvidos com destaques:
de setenta. Os requisitos necessários para a produção,
transporte, distribuição e dispensação de produtos de
A Lei 5991 de 17 de dezembro de 1973, que dispõe
interesse a saúde estão estabelecidos nessas leis, que
sobre o controle sanitário do comércio de drogas,
servem de base para os decretos regulamentadores,
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e
portarias e resoluções que disciplinam atualmente a cadeia
dá outras providências estabelece os seguintes conceitos
de fabricação produtos farmacêuticos.
técnicos ( art. 4º incisos I,II,III,V, VII,):
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da Licença de funcionamento no nível regional(Estado legal, endereço completo, n.º (s) de telefone, fax,
telex e Email, nome do farmacêutico ou do químico
e/ou Município).
Responsável Técnico, e n.º de sua Inscrição no
respectivo Conselho Regional;
É uma licença concedida pela Agência Nacional de »» prova de habilitação legal, junto ao respectivo
fabricação, fracionamento, manipulação, embalagem, atividade a ser autorizada com indicação dos nomes
exportação das substâncias constantes das listas da das quantidades a serem inicialmente trabalhadas;
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O licenciamento, pela autoridade local (regional), dos 8.3.2. Etapas da legalização no nível Estadual/
estabelecimentos industriais ou comerciais que exerçam Municipal da Vigilância Sanitária
as atividades de que trata a lei, dependerá de haver
sido autorizado o funcionamento da empresa pelo »» Licença de Funcionamento Estadual;
Ministério da Saúde e de serem atendidas, em »» CRT de acordo com a atividade: CRT e ANVISA;
cada estabelecimento, as exigências de caráter »» Representante Legal: CRT e ANVISA;
técnico e sanitário estabelecidas em regulamento »» Certificado de Boas Práticas de Fabricação,
e instruções do Ministério da Saúde, inclusive no Importação, Distribuição;
tocante à efetiva assistência de responsáveis técnicos »» Produtos Controlados pela Polícia Federal e Exército;
habilitados aos diversos setores de atividade. »» CRT aprovado;
»» Licença do Corpo de Bombeiros;
Cada estabelecimento terá licença específica e »» Manual de BFP;
independente, ainda que exista mais de um na mesma »» Manual de procedimentos operacionais padrão para
localidade, pertencente à mesma empresa. (Lei 6360/76 as atividades desenvolvidas;
art.50 e art. 51) »» Certificado de Controle de Pragas;
»» Exame de Saúde Ocupacional (PPRA PCMSO);
8.3.1. Requisitos para obtenção da Licença de »» BPF implementadas.
Funcionamento Estadual/Municipal
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Assuntos Regulatórios
9. DA ASSISTÊNCIA DO TÉCNICO
RESPONSÁVEL
9.1. Legislação Sanitária
Está regulamentada a obrigatoriedade de
manutenção de técnicos legalmente habilitados
conforme o volume e complexidade dos
medicamentos produzidos pela indústria.
Atualmente a competência da emissão das
As empresas que exerçam as atividades de fabricação
autorizações de funcionamento do estabelecimento
de produtos sujeitos ao controle sanitário ficam obrigadas a
AFE e AE (Autorização Especial) é da ANVISA
manter responsáveis técnicos legalmente habilitados,
suficientes, qualitativa e quantitativamente, para a adequada
A autorização de funcionamento é obrigatória
cobertura das diversas espécies de produção, em cada
para o funcionamento das empresas que pretendem
estabelecimento. ( Lei 6360/76,art. 53)
exercer atividades de extrair, produzir, fabricar,
transformar, sintetizar, embalar, reembalar, importar,
Caberá ao responsável técnico elaborar o
exportar, armazenar, expedir, distribuir, constantes
relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde,
da Lei nº 6.360/76, Decreto nº 79.094/77 e Lei nº
para fins de registro do produto, e dar assistência
9.782/99, Decreto nº 3.029/99, correlacionadas à
técnica efetiva ao setor sob sua responsabilidade
Medicamentos, Drogas e Insumos Farmacêuticos
profissional. (Lei 6360/76,art. 54)
é necessário a Autorização da ANVISA, órgão
vinculado ao Ministério da Saúde. A obrigatoriedade Embora venha a cessar a prestação de assistência ao
da AFE foi estendida para as farmácias e drogarias, estabelecimento, ou este deixe de funcionar, perdurará
conforme RDC ANVISA nº. 238, de 27/12/2001. por um ano, a contar da cessação, a responsabilidade do
profissional técnico pelos atos até então praticados. ( Lei
A autorização habilitará a empresa a funcionar em 6360/76art. 55)
todo o território nacional e necessitará ser renovada
quando ocorrer Alteração ou Mudança de Atividade Independentemente de outras cominações (punições)
compreendida no âmbito do Decreto nº 79.094/77 legais, inclusive penais, de que sejam passíveis os
ou mudança do Sócio, Diretor ou Gerente que tenha responsáveis técnicos e administrativos, a empresa
a seu cargo a representação legal da empresa. responderá administrativa e civilmente por infração
sanitária resultante da inobservância desta Lei e de seus
As empresas somente poderão iniciar suas regulamentos e demais normas complementares. (Lei
atividades após a publicação da Autorização 6360/76 art. 56)
de Funcionamento em Diário Oficial da União.
9.2. Legislação Profissional
A ANVISA expedirá documento de Autorização
Na indústria farmacêutica a responsabilidade
para o exercício de atividades pleiteadas.
técnica será exercida privativamente pelo
farmacêutico nos:
Publicando no Diário Oficial da União as
Concessões de Autorização de Funcionamento, suas
“a) estabelecimentos industriais farmacêuticos
Alterações e Cancelamento.
em que se fabriquem produtos que tenham
24
Assuntos Regulatórios
25
Assuntos Regulatórios
número do registro inicial. Os atos referentes ao registro »» Etapa de Registro de Medicamento: elaboração
e à revalidação do registro somente produzirão efeitos a de dossiê, protocolo, acompanhamento até
partir da data da publicação no Diário Oficial da União. publicação em DOU.
»» Etapa Pós Registro de Medicamento: preço,
A concessão do registro e de sua renovação e as farmacovigilância, atualização, adequação,
análises prévias e de controle, quando for o caso, ficam renovação.
sujeitas ao pagamento de preços públicos, (tabelas
de preços fixadas pela ANVISA por categoria de produto).
Os medicamentos registrados no MS são
monitorados pelo Sistema Nacional de Vigilância
A revalidação do registro deverá ser requerida no
Sanitária, com a participação das três esferas do
primeiro semestre do último ano do quinquênio de
governo: federal, estadual e municipal. É exercido
validade, considerando-se automaticamente revalidado,
em toda a cadeia de produtos farmacêuticos desde a
independentemente de decisão, se não houver sido esta
produção, transporte, distribuição e a dispensação
proferida até a data do término daquela.
aos usuários (Portaria SVS/MS 802/98)
26
Assuntos Regulatórios
seguros e eficazes que os produzidos sinteticamente. Sendo »» Instrução Normativa Nº 2, de 30 de março de 2009
assim, a fitoterapia é caracterizada pelo uso de plantas – Guia Lote-Piloto.
medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas. »» A ANVISA divulga primeira versão do Guia para a
No entanto, no Brasil, para que um medicamento seja Condução de Estudos Não Clínicos de Segurança
considerado fitoterápico, ele não deve ter, em sua necessários ao desenvolvimento de Medicamentos.
composição, substâncias ativas isoladas, ainda que de
origem vegetal. »» Medicamento Similar
As substâncias quimicamente definidas são uma De acordo com a definição legal, medicamento similar é
classe de produtos mais ampla, que se subdivide em aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos,
demais categorias. A produção de medicamentos com apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via
essas substâncias utiliza tecnologia de produção oriunda de administração, posologia e indicação terapêutica, e que
de sínteses químicas ou biológicas ou do isolamento de é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal
substâncias da natureza. (Fonte ANVISA). responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir
somente em características relativas ao tamanho e forma
10.3.1 Pré-requisitos para o registro conforme a
do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem,
classificação dos medicamentos
excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por
nome comercial ou marca.
»» Medicamentos novos
O termo “medicamento novo”, sem outros adjetivos, Os regulamentos técnicos que disciplinam o processo
termo “medicamento novo” sem outro complemento »» Resolução - RDC nº 31, de 11 de agosto de 2010.
Para medicamentos “novos”, no ato do registro similar única de mercado é aquela registrada
a empresa deve apresentar Relatório de Ensaios como medicamento similar junto a ANVISA e é o único
27
Assuntos Regulatórios
»» Medicamento Genérico
O registro de medicamentos genéricos está
O medicamento Genérico é um medicamento similar regulamentado pela resolução RDC n° 16 de 02 de
a um produto de referência ou inovador, que se pretende março de 2007.
ser com este intercambiável, geralmente produzido após a
expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros A intercambialidade, ou seja, a segura substituição
direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, do medicamento de referência pelo seu genérico, é
segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua assegurada por testes de bioequivalência apresentados à
ausência, pela DCI. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Ministério da
Saúde, por ocasião do registro.
»» Medicamento Referência
Na dispensação de medicamentos tarjados e isentos
O Medicamento de Referência conforme a de prescrição a intercambialidade somente poderá
definição do inciso XXII, artigo 3º, da Lei n° 6.360, ser realizada pelo farmacêutico responsável, pela
de 1976, com redação dada pela Lei nº 9.787 de 10 farmácia ou drogaria e deverá ser registrada, no
de fevereiro de 1999): primeiro caso, na receita médica.
28
Assuntos Regulatórios
Na embalagem dos genéricos deve estar escrito a partir de uma solução inicial, em um insumo
“Medicamento Genérico” dentro de uma tarja amarela. inerte adequado” ( Carla Holandino et.al)
Além disso, deve constar a Lei nº 9.787/99. Como os
genéricos não têm marca, o que esta inserido no rótulo Regulamentação para o registro dos
é nome o princípio ativo do medicamento. medicamentos dinamizados:
O preço do medicamento genérico deve ser menor »» RDC nº 26, de 20 de março de 2007;
pois os fabricantes de medicamentos genéricos não »» Instrução Normativa nº 3, 11/04/2007;
necessitam fazer investimentos em pesquisas para o »» Instrução Normativa nº 4, 11/04/2007;
seu desenvolvimento, visto que as formulações já estão »» Instrução Normativa nº 5, 11/05/2007.
definidas pelos medicamentos de referência. Outro motivo
para os preços reduzidos dos genéricos diz respeito ao » » Medicamentos Notificados ou Isentos
marketing. Os seus fabricantes não necessitam fazer de Registro
propaganda, pois não há marca a ser divulgada.
A notificação simplificada das especialidades
farmacêuticas consiste na comunicação à autoridade
O medicamento genérico é uma “cópia” de um
sanitária federal da fabricação, importação e
produto de referência ou inovador. Sua eficiência e
comercialização de medicamentos de baixo risco à
qualidade devem ser comprovadas através de testes saúde quando observadas todas as características de uso
de bioequivalência e biodisponibilidade, previstos no e qualidade descritas na RDC ANVISA nº 199/06. Para
RDC ANVISAn° 16 de 02/03/2007. efeito de cadastramento junto a ANVISA os produtos estão
classificados em:
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Assuntos Regulatórios
30
Assuntos Regulatórios
A pesquisa clínica deverá comprovar a segurança VII- medicamentos à base de rutina e/ou
de uso e da indicação (ões) terapêutica(s), exceto quercitina e/ou hesperidina e/ou diosmina e/
ou troxerrutina e/ou cumarina, isoladosou
para aqueles que constarem na Lista Simplificada
associados entre si;
de Fitoterápicos. No caso de associações devem ser
apresentados estudos que justifiquem suas ações VIII - produtos para a prevenção da
terapêuticas e evidência de uso tradicional. Devem ser desidratação e para a manutenção da hidratação;
31
Assuntos Regulatórios
É o medicamento que contém molécula com atividade Medicamento a base de Entorpecente: Substância
biológica conhecida, já registrada ou não no Brasil e que que pode determinar dependência física ou psíquica
tenha passado por todas as etapas de fabricação. Conforme relacionada, como tal, nas listas aprovadas pela Convenção
a RDC ANVISA 55/2010, existem duas categorias de Única sobre Entorpecentes, reproduzidas nos anexos deste
produtos biológicos e biotecnológicos no Brasil, os produtos Regulamento Técnico.
inovadores são denominados produtos biológicos novos
e as cópias denominadas produtos biológicos. Medicamento a base de Psicotrópico: Substância
que pode determinar dependência física ou psíquica e
Os produtos biológicos novos devem ser registrados relacionada, como tal, nas listas aprovadas pela Convenção
pela via regulatória clássica, com apresentação de sobre Substâncias Psicotrópicas, reproduzidas nos anexos
dossiê completo, contendo todos os dados de produção, deste Regulamento Técnico.
controle de qualidade e dados não clínicos e clínicos
(Fases, I, II e III) completos. Nesses casos deveremos considerar, ainda, as
seguintes normativas:
Para os produtos biológicos, ou seja, os produtos
não inovadores, existem duas vias regulatórias
Resolução RDC nº 137 de 29 de maio de 2003:
possíveis para registro: a via de desenvolvimento
Autoriza, apenas, o registro/renovação de registro
por comparabilidade e a via de desenvolvimento
de medicamentos pertencentes às classes/princípios
individual. Nestas duas vias é possível apresentar um
ativos, só se as bulas e embalagens contiverem a
dossiê de registro com informações reduzidas.
advertência pertinente.
32
Assuntos Regulatórios
Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998: Aprova o »» Quando aplicável, o dossiê que compõe o protocolo de
Regulamento Técnico sobre Substâncias e Medicamentos registro de produto junto a ANVISA deve comprovar,
Sujeitos a Controle Especial. no mínimo, o depósito de marca comercial junto ao
INPI, sendo que ainda o técnico responsável pela
No processo de registro de medicamento devemos análise irá opinar a respeito da marca, no que diz
ainda destacar os seguintes aspectos: respeito à indução a auto-medicação, igualdade em
relação ao princípio ativo e confusão de nomes;
»» Para genéricos e similares: Equivalência Farmacêutica
»» O MS publicou a RDCANVISA 45/08, que
e Bioequivalência testes devem ser realizados em
regulamenta os procedimentos administrativos da
laboratórios credenciados pela ANVISA (REBLAS-
prévia anuência. Com esta iniciativa, a ANVISA
com custo aproximado de R$100-200.000,00);
pretende garantir a publicidade, transparência e
»» Período para aprovação de pelo menos 12 meses, maior agilidade de seus atos no que diz respeito ao
os genéricos podem ser aprovados mais rápido se cumprimento do artigo 229-C, da Lei 9.279/96.
listados na lista de prioridades da ANVISA; drogas
específicas são analisadas mais rápido, com acesso
Tipo de produto Resolução RDC
a informar no site;
Medicamento Novo nº 136/2003
»» Medicamento Similar, Fitoterápico, Dinamizado, Medicamento Similar nº17/2007
Específico, Notificado, Inovador levam a marca Medicamento genérico nº 16/2007
comercial; Medicamento Dinamizado nº 26/2010
33
Assuntos Regulatórios
da Saúde - ANVISA tem regras muito bem estabelecidas 10/2/1999 e com nova redação dada pela Medida
cujo cumprimento e obrigatório. Provisória nº 2.190-34, de 23/8/2001)
»» É obrigatória a aprovação, pelo Ministério da Saúde,
A indústria farmacêutica para colocar medicamentos no dos equipamentos e utensílios elaborados ou
mercado com qualidade deve fiscalizar o cumprindo dos revestidos internamente com substâncias que, em
preceitos legais e deve possuir uma equipe de técnicos contato com o produto, possam alterar seus efeitos
capacitados e conhecedores da legislação sanitária e dos ou produzir dano à saúde. Não será autorizado
novos conceitos regulatórios introduzidos pela ANVISA. o emprego de embalagem destinada a conter ou
acondicionar medicamentos capaz de causar direta
ou indiretamente efeitos nocivos à saúde.
»» o nomes do produto;
»» o nome do fabricante;
Figura 3- Organograma da GGM
Fonte ANVISA http://www.anvisa.gov.br/institucional/anvisa/estrutura/ »» os dados do estabelecimento de produção e o
ggmed.htm Acesso em abril de 2012 endereço deste;
»» o número do registro do medicamento precedido da
11. REGULAMENTAÇÃO SOBRE A sigla do órgão de vigilância sanitária competente do
ROTULAGEM E EMBALAGEM DOS Ministério da Saúde;
PRODUTOS FARMACÊUTICOS »» o número do lote ou partida com a data de
fabricação;
As normas específicas para a rotulagem de »» o peso, volume líquido ou quantidade de unidades,
medicamentos são estabelecidas pela Agência Nacional conforme o caso;
de Vigilância Sanitária dispondo que sobre os rótulos »» a finalidade, uso e aplicação;
das embalagens dos medicamentos. Os requisitos »» o modo de preparar, quando for o caso;
para rotulagem de medicamentos estão descritos na »» as precauções, os cuidados especiais, e os
Lei 6360/76 no art. 57 e art. 60 e regulamentados esclarecimentos sobre o risco decorrente de seu
no Decreto nº 79.094/77 no art. 94, § 1º e na RDC manuseio, quando for o caso;
ANVISA n° 71 ,de 22 de dezembro de 2009. »» o nome do responsável técnico, número de inscrição
e sigla da respectiva autarquia profissional;
11.1. Considerações sobre a rotulagem: »» a bula que é documento legal sanitário que contém
informações técnico-científicas e orientadoras sobre
» » As embalagens e os materiais promocionais os medicamentos para o seu uso racional.
ds medicamentos deverão obrigatoriamente
exibir além do nome comercial ou marca e Quanto à embalagem os medicamentos podem
a Denominação Comum Brasileira(DCB) ou, estar acondicionados em:
quando for o caso, a Denominação Comum
Internacional(DCI), em letras e caracteres com »» embalagem múltipla: embalagem secundária
tamanho nunca inferior à metade do tamanho das de medicamentos de venda sem exigência de
letras e caracteres do nome comercial ou marca. prescrição médica dispensados exclusivamente nas
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.787, de embalagens primárias;
34
Assuntos Regulatórios
35
Assuntos Regulatórios
televisão que contrariem o disposto no art. ainda que a peça publicitária esteja de acordo com
36
Assuntos Regulatórios
»» Fica vedado utilizar técnicas de comunicação A propaganda de medicamentos além dos dispositivos
que permitam a veiculação de imagem e/ou legais acima descritos, também esta regulamentada pelas
menção de qualquer substância ativa ou marca resoluções da ANVISA:
de medicamentos, de forma não declaradamente
publicitária, de maneira direta ou indireta, em RDC ANVISA Nº 96 de 17 de Dezembro de 2008,
espaços editoriais na televisão; contexto cênico de que dispõe Dispõe sobre a propaganda, publicidade,
telenovelas; espetáculos teatrais; filmes; mensagens informação e outras práticas cujo objetivo seja a divulgação
ou programas radiofônicos; entre outros tipos de ou promoção comercial de medicamentos;
mídia eletrônica ou impressa.
RDC ANVISA nº 60 de 26 de novembro de 2009,que
Importante: Dispõe sobre a produção, dispensação e controle de
amostras grátis de medicamentos e dá outras providências.
Em 2004 a Anvisa através da Portaria n.º 123,de 9
de fevereiro de 2004, cria a gerência de monitoramento 13. AS BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO
e fiscalização de propaganda, de publicidade, de PARA MEDICAMENTOS(BPF)
promoção e de informação de produtos sujeitos à
O objetivo principal das Boas Práticas de
vigilância sanitária – GPROP.
Fabricação (BPF) é aperfeiçoar a aplicação das leis
O objetivo é coibir a disseminação de informações de forma a contribuir para que os medicamentos
enganosas e abusivas que possam colocar em disponibilizados aos usuários sejam seguros e
eficazes. Objetiva, também alcançar a qualidade em
risco a saúde da população, além de promover a
todo o processo de fabricação.
conscientização dos cidadãos e dos profissionais de
saúde em relação ao uso racional dos produtos sujeitos
“As BPF são um conjunto de
à vigilância sanitária. normas mínimas para a fabricação
de medicamentos. Esta norma tem
por objetivo enunciar os padrões
vigentes que devem ser observados
pela indústria, para a fabricação
de medicamentos, os quais devem
satisfazer critérios de qualidade
estabelecidos”. (OPAS)
Importante:
37
Assuntos Regulatórios
RDC ANVISA nº 210, de 04 de Agosto de 2003: Institui »» os funcionários devam ser treinados para
a todos os estabelecimentos fabricantes de medicamentos desempenharem corretamente os procedimentos;
o cumprimento da diretrizes estabelecidas no Regulamento
»» devam ser feitos registros (manualmente e/ou
Técnico das Boas Práticas de Fabricação para a Fabricação
por meio de instrumentos de registro) durante a
de Medicamentos;
produção para demonstrar que todas as etapas
constantes nos procedimentos e instruções foram
RDC ANVISA nº 17, de 16 de Abril de 2010: seguidas e que a quantidade e a qualidade do
Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de produto obtido estejam em conformidade com o
Medicamentos, em vigor. esperado. Quaisquer desvios significativos devem
ser registrados e investigados;
13.1.2 Principais requisitos das BPF
»» os registros referentes à fabricação e distribuição,
que possibilitam o rastreamento completo de um
São requisitos para implementação BPF, conforme RDC
lote, sejam arquivados de maneira organizada e de
ANVISA 17/10:
fácil acesso;
» » que todos os processos de fabricação devam »» o armazenamento seja adequado e a distribuição dos
ser claramente definidos e sistematicamente produtos minimize qualquer risco à sua qualidade;
revisados em função da experiência adquirida.
»» esteja implantado um sistema capaz de recolher
Além disso, devem ser capazes de fabricar
qualquer lote, após sua comercialização ou
medicamentos dentro dos padrões de
distribuição;
qualidade exigidos, atendendo às respectivas
especificações; »» as reclamações sobre produtos comercializados
devam ser examinadas, registradas e as causas
»» que sejam realizadas as qualificações e validações dos desvios da qualidade, investigadas e
necessárias; documentadas, e ;
38
Assuntos Regulatórios
»» Devem ser tomadas medidas com relação aos »» os estudos de validação são uma parte essencial
produtos com desvio da qualidade e adotadas as das BPF e devem ser conduzidos de acordo com
providências no sentido de prevenir reincidências. protocolos pré-definidos e aprovados;
»» os elementos chave de um programa de qualificação O objetivo principal das Boas Práticas de Fabricação
e validação de uma empresa devem ser claramente (BPF) é alcançar a qualidade em todo o processo de
definidos e documentados em um plano mestre de fabricação, já que a mesma não pode ser verificada
validação; antes da utilização do produto. Deve garantir um
produto que deve ser adequado ao propósito a que se
»» qualquer aspecto da operação, incluindo mudanças
destina, já que está relacionado à saúde das pessoas
significativas nas instalações, local, sistemas
com risco sanitário elevado.
computadorizados, equipamentos ou processos,
que possa afetar a qualidade do produto, direta ou As BPF devem assegurar que todos os produtos
indiretamente, deve ser qualificado e/ou validado; farmacêuticos sejam eficazes, que contenham a
quantidade de princípio ativo declarado, que tenham a
»» os processos de qualificação e validação devem ser
ação terapêutica esperada. Devem garantir, ainda, que
monitorados continuamente;
os mesmos sejam seguros: na dosagem e utilização
»» a responsabilidade pela realização da validação corretas; que tenham o mínimo aceitável de efeitos
deve ser claramente definida; secundários indesejáveis.
39
Assuntos Regulatórios
»» ações sistemáticas necessárias para assegurar com V - sejam realizados todos os controles necessários
confiança adequada que um produto (ou serviço) nas matérias- primas, produtos intermediários e produtos
cumpre seus requisitos de qualidade. A totalidade a granel, bem como outros controles em processo,
dessas ações é chamada de “garantia da qualidade”; calibrações e validações;
»» Dentro de uma organização, a garantia da qualidade VI - o produto terminado seja corretamente processado
é utilizada como ferramenta de gerenciamento. e conferido em consonância com os procedimentos
Em situações contratuais, a garantia da qualidade definidos;
também serve para gerar confiança em seus
fornecedores. VII - os medicamentos não sejam comercializados
ou distribuídos antes que os responsáveis tenham se
Os conceitos de garantia da qualidade, BPF e controle
certificado de que cada lote de produção tenha sido
de qualidade estão inter-relacionados e contemplados
produzido e controlado de acordo com os requisitos do
no gerenciamento da qualidade. Eles estão descritos na
registro e quaisquer outras normas relevantes à produção,
RDCANVISA 17/10 de forma que sejam enfatizadas as suas
ao controle e à liberação de medicamentos;
relações e sua importância para a fabricação de medicamentos.
40
Assuntos Regulatórios
41
Assuntos Regulatórios
para o planejamento, gerenciamento e qualidade dos ou processo natural. No campo da Vigilância Sanitária, os
serviços de assistência médica, para garantia da saúde fatores de risco são entendidos como os componentes
ambiental e ocupacional e para o controle de qualidade críticos dos acontecimentos, fatos, ou coisas que colocam
dos produtos e serviços de saúde e da vida da população, ou possam vir a colocar em risco a saúde dos indivíduos e
em conformidade com a realidade regional. Esse aspecto da coletividade.
do processo é favorável.
Estes fatores de risco geram aumento da demanda nos
Contudo o processo municipalização da Vigilância
serviços de atendimento a saúde, podendo gerar mortes,
Sanitária enfrenta dificuldades que são comuns para
sofrimento, baixa produtividade e prejuízos econômicos.
muitos municípios brasileiros , tais como:
»» Falta de infraestrutura física e de recursos humanos O estado tem por dever a proteção e a promoção da
qualificados para desenvolver as ações; saúde, compete a ele a função de impedir e regular as
»» As ações atendem as demandas pontuais, a demanda atividades de particulares que possam significar riscos
supera a capacidade de concretizar as ações; para a saúde publica. O poder público deve zelar
»» A maioria das ações de média complexidade é pelos interesses coletivos, ainda que isso implique na
»» Interferência políticas nas ações pelos gestores do estado se realiza através da Vigilância Sanitária que
42
Assuntos Regulatórios
referentes à prevenção e controle de tudo quanto indicações e/ou ações terapêuticas, anestésicos
possa comprometer a saúde. ou auxiliares de diagnóstico, ou capazes de criar
dependência física ou psíquica.” (Resolução CFF
Em todo processo fiscalizatório correspondente a 539/10,art. 3º)
uma auditoria de certificação de boas práticas, inspeção
de rotina, apuração de denúncia, onde for constatado Nenhuma autoridade sanitária poderá exercer as
o descumprimento de preceito legal a autoridade atribuições do seu cargo sem exibir a credencial de
sanitária procederá à lavratura do auto de imposição de identificação fiscal, devidamente autenticada, fornecida
penalidade, sob pena de responsabilidade administrativa. pela autoridade competente.
As penalidades serão aplicadas pelas autoridades A relação das Autoridades sanitárias nas três esferas do
sanitárias competentes do Ministério da Saúde, dos Estados, governo deve ser publicada semestralmente pelas autoridades
do Distrito Federal e dos Territórios, conforme as atribuições competentes, para fins de divulgação e conhecimento pelos
que lhes sejam conferidas pelas legislações respectivas ou interessados, ou em menor prazo, a critério da autoridade
por delegação de competência através de convênios. sanitária competente e por ocasião de exclusão e inclusão
dos membros da equipe de vigilância sanitária.
As autoridades sanitárias, observados os preceitos
constitucionais, terão livre acesso a todos os locais sujeitos 15.2. Instrumentos de Fiscalização
à legislação sanitária, a qualquer dia e hora, sendo as
empresas, por seus dirigentes ou prepostos, obrigadas a Aparato legal:
prestar os esclarecimentos necessários referentes
ao desempenho de suas atribuições legais e a exibir, »» Lei 6360/76 e Decreto 79094/77
quando exigido, quaisquer documentos que digam »» Lei 6437 /77
respeito ao fiel cumprimento das normas legais. »» RDC ANVISA 17/10
»» RDC ANVISA 47/11
Nas inspeções realizadas nas empresas onde são
desenvolvidas atividades privativas do âmbito farmacêutico A Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977:
é necessário que o farmacêutico componha o grupo
técnico multiprofissional de vigilância sanitária, conforme Descreve as infrações à legislação sanitária federal e
o estabelecido na norma do CFF: estabelece as respectivas sanções e penalidades.
“A fiscalização profissional sanitária e técnica “As infrações sanitárias serão punidas, alternativa ou
de empresas, estabelecimentos, setores, cumulativamente, com as penalidades de:
fórmulas, produtos, processos e métodos
farmacêuticos ou de natureza farmacêutica é I - advertência;
de responsabilidade privativa do farmacêutico, II - multa;
devendo-se manter supervisão direta, não
III - apreensão de produto;
se permitindo delegação.” (Resolução CFF
IV - inutilização de produto;
539/10,art. 2º)
V - interdição de produto;
VI - suspensão de vendas e/ou fabricação de produto;
“É privativa do farmacêutico a fiscalização
profissional, técnica e sanitária no tocante a: VII - cancelamento de registro de produto;
c) estabelecimentos industriais farmacêuticos VIII - interdição parcial ou total do estabelecimento;
em que se fabriquem produtos que tenham IX - proibição de propaganda;
43
Assuntos Regulatórios
X - cancelamento de autorização para funcionamento II - graves aquelas em que for verificada uma
de empresa; circunstância agravante;
XI - cancelamento do alvará de licenciamento de III - gravíssimas aquelas em que seja verificada a
estabelecimento.” (art. 2º da Lei 6437/77 ) existência de duas ou mais circunstâncias agravantes.”
(art. 3º da Lei 6437/77)
Para exemplificar os casos de aplicação das penalidades
acima segue levantamento realizado na ANVISA órgão
A inobservância da legislação sanitária no processo de
competente do Ministério da Saúde.
fabricação de medicamentos pode acarretar sanções para
Segundo os dados disponíveis na ANVISA demonstrados empresa, independentemente daquelas de natureza civil e
na figura 5 foram identificados 57 casos de recolhimento penal, destacando-se as seguintes:
de medicamentos conforme o tipo de procedimento.
“São infrações sanitárias:
I - leves aquelas em que o infrator seja beneficiado por Pena - advertência, proibição de propaganda, suspensão
circunstância atenuante; de venda e/ou multa.
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Assuntos Regulatórios
XVI - Alterar o processo de fabricação dos produtos Pena - advertência, apreensão, inutilização e/
sujeitos a controle sanitário, modificar os seus componentes ou interdição do produto, suspensão de venda e/ou
básicos, nome, e demais elementos objeto do registro, sem fabricação do produto, cancelamento do registro do
a necessária autorização do órgão sanitário competente: produto, interdição parcial ou total do estabelecimento,
cancelamento de autorização para funcionamento da
Pena - advertência, interdição, cancelamento do empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do
registro, da licença e autorização, e/ou multa. estabelecimento.
45
Assuntos Regulatórios
Por MS
Art. 58 - A propaganda, sob qualquer forma de
O Ministério da Saúde publicou uma portaria que divulgação e meio de comunicação, dos produtos sob o
estabelece o elenco de medicamentos e insumos da regime desta Lei somente poderá ser promovida após
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). autorização do Ministério da Saúde, conforme se dispuser
em regulamento.
A lista contempla os medicamentos e insumos
disponibilizados no SUS (Sistema Único de Saúde) por § 1 - Quando se tratar de droga, medicamento ou
meio do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, qualquer outro produto com a exigência de venda sujeita
46
Assuntos Regulatórios
a prescrição médica ou odontológica, a propaganda ficará (POPs) que deverão ser utilizados pelos órgãos de
restrita a publicações que se destinem exclusivamente vigilância sanitária na condução das fiscalizações destes
à distribuição a médicos, cirurgiões-dentistas e estabelecimentos.
farmacêuticos;
Estão definidos os padrões nacionais para
Art. 27 A propaganda ou publicidade de medicamentos procedimentos, programas, documentos, compreendendo
de venda sob prescrição deve cumprir os requisitos gerais, as atividades de elaboração de relatório de inspeção,
sem prejuízo do que, particularmente, se estabeleça treinamento, acompanhamento de ações corretivas,
para determinados tipos de medicamentos, e fica restrita comunicação, entre outras.
aos meios de comunicação destinados exclusivamente
aos profissionais de saúde habilitados a prescrever ou Todos os POPs ficarão disponíveis no Portal da ANVISA,
dispensar tais produtos; no endereço www.anvisa.gov.br.
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Assuntos Regulatórios
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Assuntos Regulatórios
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