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Epígrafo
Sobre o Ebook
Sobre os Autores
Ilustrações de Chris Trevas nas histórias: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15,
16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, e 35
Star Wars: Star Wars - De um Certo Ponto de Vista é uma obra de ficção. Nomes,
lugares, e outros incidentes são produtos da imaginação do autor ou são usadas na
ficção. Qualquer semelhança a eventos atuais, locais, ou pessoas, vivo ou morto, é
mera coincidência.Direitos Autorais © 2017 da Lucasfilm Ltd. ® TM onde
indicada. Todos os direitos reservados. Publicado nos Estados Unidos pela Del
Rey, uma impressão da Random House, um divisão da Penguin Random House
LLC, Nova York. Design do Livro por Elizabeth A. D. Eno, adaptado para
ebook. Arte de capa e design: Will Staehle v4.1 ep
—
Eles chegaram na central de operação da nave e encontrou diversos
oficiais trabalhando freneticamente nas suas estações.
— Estamos mantendo a velocidade da luz, por enquanto. — O
oficial mais próximo o informou. — Resta saber quanto tempo o
motor será capaz de se manter. A equipe de manutenção está fazendo
todo o possível para isso. Se conseguirmos manter a velocidade,
chegaremos à Tatooine dentro da próxima hora. Mas o hiperdrive
ainda está funcionando mal, o motivador pode parar a qualquer
momento.
Raymus assentiu. Sabia de tudo isso. Após o estrago que ocorreu
na última missão, a Tantive IV não estava pronta para uma fuga
desesperada do Império. Por anos tinha manobrado cuidadosamente
a nave, “a sua nave”, por incontáveis bloqueios Imperiais e postos de
controle, sempre sendo capaz de evitar ser detectado ou de levantar
suspeitas. Mas agora eles haviam sidos descobertos fugindo do local
do maior confronto da história da Rebelião, carregando mercadoria
roubada que o Império faria de tudo para recuperar. De repente a
Tantive IV era a nave mais procurada da Galáxia e estava em
péssimo estado. Para a missão de levar o mais crítico segredo
Imperial, dificilmente poderiam escolher uma nave pior e no pior
momento. Mas essa era a realidade que eles estavam e tinham que
lidar com isso, e Raymus não tinha outra opção a não ser fazer o
melhor que podia.
— O problema mesmo é o que estamos deixando pra trás. — O
oficial continuou. — Não podemos exatamente fugir furtivamente
com um hiperdrive que mal está se segurando. Se o Império detectar
algum traço de anormalidade no hiperespaço enquanto nós saltamos
para a velocidade da luz, não irá levar muito tempo para nos
encontrarem.
Raymus suspirou, temia essa possibilidade e avisou a Leia sobre
isso antes de estabelecerem rota de fuga de Scarif. Normalmente
pular para o hiperespaço significava uma fuga limpa, a trajetória de
uma nave na velocidade da luz é impossível de rastrear. Mas o
hiperdrive comprometido deixaria para trás um rastro de energia
que era única, e rastreável. Perguntava-se quanto tempo levaria para
o Império, com todos os seus recursos e sem dúvida já a caminho
para encontrá-los, para perceber o rastro e segui-los. Por esse
motivo, Leia pensou que seria um grande risco retornar para a base
rebelde em Yavin 4. Sem outras opções ela ordenou que Raymus
mudasse o curso para Tatooine, o destino original antes de se
redirecionarem às pressas para Scarif. Ela esperava completar a
missão vital que o seu pai havia lhe confiado mais cedo no mesmo
dia, sabendo que, mesmo se o Império a perseguisse naquele árido
mundo deserto, eles não encontrariam nada exceto de mares
infinitos de areia.
Raymus percebeu uma expressão sombria no rosto do
contramestre da nave, que estava examinando os novos relatórios na
sua estação.
— Não me diga que piorou. — Ele disse.
— A Profundidade sofreu grandes danos quando foi desativada. —
O contramestre relatou. — Os sistemas elétricos dela estavam
sobrecarregados e, desde enquanto ainda estávamos atracados, a
sobrecarga fritou metade da rede também. Nós praticamente não
temos mais defletores ou armas. Se entrarmos em confronto, não
seremos capazes de muita coisa.
Então era assim. Com certeza, só uma questão de tempo até o
Império os encontrar, e poucas chances de se defender, quando
chegasse o momento. Raymus tentou lembrar de algum momento
todas as suas muitas missões de alto risco e fugas se já haviam tido
uma situação tão terrível quanto essa.
— E os pods de fuga? — Ele perguntou.
— Como você ordenou. — Disse Helfun Rumm, o oficial de
segurança da Tantive IV. — Todos seguros e prontos para a partida.
Raymus percebeu Leia o observando inquisitivamente.
— Alteza, se formos parados e abordados pelo Império, a minha
prioridade é levá-la em segurança. — Ele lhe disse. — Nesse ponto, os
pods de fuga podem ser a nossa única saída.
— Com certeza não chegaremos nesse ponto. — Disse Corla
Metonae, o suboficial chefe da Tantive IV e um servo de muitos anos
da casa real de Organa. — Nós ainda estamos voando sob a bandeira
diplomática. O Império não ousaria nos abordar.
Raymus havia considerado isso, tecnicamente isso ainda era
verdade. A Tantive IV era oficialmente uma nave consular que Leia
usava quando estava cumprindo os seus deveres como representante
de Alderaan no Senado Galáctico. Como diplomata, ela tinha certa
proteção legal o que significava que nem o Império poderia abordar,
vasculhar ou impedir a livre passagem da sua nave sem permissão
expressa. Era um privilégio amplo e conveniente, que no passado
havia permitido que Raymus e ela conduzissem atos de espionagem
embaixo do nariz do Império. Mas agora Raymus se encontrava
duvidando de que isso seria suficiente para protegê-los dessa vez,
dada a aparente importância do que foi roubado em Scarif.
— Isso acabou de chegar. — O contramestre relatou olhando pra
cima de sua estação. — O Império lançou uma nota de diretiva
vermelha prioritária. Qualquer nave que batam com a descrição de
uma corveta CR90 devem ser parados e retidos. Diretiva vermelha
significa que todas as ordens e missões são imediatamente
canceladas e colocadas em espera por toda a Galáxia. Nunca havia
visto tanto tráfego de informação. — O Império está inundando todas
frequências com isso. O que quer que seja que a Rogue One nos
enviou de Scarif, eles realmente querem de volta.
Todos os olhos estavam em Leia, enquanto começavam a perceber
a real gravidade da situação. Raymus já havia visto aquela expressão
no seu rosto antes; ela estava preocupada, aflita inclusive, mas
demonstrava de uma maneira que apenas para aqueles que a
conheciam melhor, quem tinha servido com ela por mais tempo,
conseguia notar. Para todos os outros ela projetava apenas resolução
firme perante uma adversidade devastadora. Mas ela sabia o quão
ruim era a última notícia. Tirando a frágil posição consular da nave,
a sua última esperança estava no fato de que a CR90 era um modelo
muito comum pela Galáxia, milhares delas, literalmente, em serviço
e a Tantive IV se parecia com qualquer uma delas. Mas apesar de ser
quase como encontrar uma agulha no palheiro, o Império tinha
recursos, e aparentemente, a determinação, de revirar o palheiro
inteiro para encontrá-los. E protocolo diplomático não iria impedi-
los. Brevemente os pensamentos se voltaram aos outros passageiros
inocentes das corvetas Corellianas que nesse momento estariam
sendo parados e revistados pela tropa Imperial armada. Alguns
poderiam ser tolos o suficiente para resistir.
— Se o Império realmente nos encontrar... — Toshma Jefkin, o
segundo oficial da Tantive IV ponderou em voz alta.
— Então vamos garantir que não nos encontrem. — disse Leia.
Raymus olhou para Jefkin. Eles haviam servido juntos por anos,
compartilhado de muitos combates corpo a corpo com tropas
Imperiais, e sabiam que quase nada o agitava. Ele parecia agitado
agora. O seu rosto estava pálido como um fantasma; as suas mãos
estavam estavam úmidas. E parecia estar encarando o vazio, A
aparência assombrada de alguém que havia visto algo que não
poderia passar despercebido.
— Tosh, o que houve? — Raymus perguntou.
Jefkin olhou com olhos vazios.
— Aquela... coisa. No corredor, enquanto estávamos tentando sair
da Profundidade. Aquilo matou pelo menos uma dúzia dos meus
homens, e os cortava como se não fossem nada. Blasters não tinham
efeito algum, apenas continuava vindo, continuava matando. Era
como se fosse... se fosse um pesadelo. Eu nunca vi nada como aquilo,
era como um anjo da morte.
Raymus e Leia trocaram olhares ao perceberem o que isso
significava. Para recuperar o que foi roubado deles, o Império enviou
ninguém menos que o próprio Darth Vader em pessoa. E essa era a
notícia mais devastadora de todas.
—
O Muftak cambaleia pela luz do dia de Tatooine, odiando os seus pais
um pouco mais por terem o tido nesse universo onde um calor
miserável podia existir. Seu nome não era “o Muftak”, mas sim
Muftak. E devido a sua espécie: Ao invés de ser “um Muftak” como a
maioria das pessoas assumiam (por isso a adição de um artigo
definido como prefixo), Muftak era um Talz que veio de Orto
Plutonia... Que fica na verdade bem longe de Tatooine, sendo cheio
de gelo e neve e coisas geladas, poderia ser literalmente um molde do
oposto do planeta desértico. Como o Muftak... Muftak ...como um
Talz veio parar em Tatooine é outra história para outro momento,
mas desnecessário dizer, nem Muftak nem outros dos clientes jamais
viram outro como ele. Em certo momento Myo, confuso, como Myo
sempre fica, decidiu Muftak o Talz era apenas “o Muftak” e isso meio
que pegou depois de um tempo, principalmente porque Muftak
cansou de lutar contra isso.
O Muftak faz umas contas na sua cabeça fervilhante: com certas
reduções, tarifas, juros, taxas, custo de entrega e gorjetas, ele achava
que poderia coletar o suficiente para ver os sóis duplos nascerem
mais alguns dias. Primeiro ele teria que encontrar o contrabandista,
depois ele teria que achar o homem Cara de Porco, um humano, ele
achava, ou o homem com Cara de Morsa, um Aqualish, que ele
conhece, e que ele sabe que irá, se os dois estiverem separados, onde
encontrar o Cara de Porco provavelmente humano.
Ninguém gostava do Cara de Porco. Exceto ao que parecia, o Cara
de Morsa. Cedo ou tarde, todos eles acabariam no bar. Em Mos
Eisley cedo ou tarde todos acabam no bar.
Então o Muftak marcha para o bar.
Uma corneta Kloo faria uma bengala nada ridícula, pensa Djas
Puhr, passando pelo espaçoporto em direção a (mais) escura e (mais)
fresca cantina. Pelo menos uma bengala teria algum uso, alguma
utilidade prática, ao invés desse absurdo pedaço de pau que produz
sons agudos que equivalem a “música”. Ainda assim, ele admite a si
mesmo, quando havia música no bar, os espíritos se elevavam, e
igualmente aos copos. Copos cheios significavam clientela bêbada, e
clientela bêbada era oportunidade.
Distraído por esses pensamentos, Djas Puhr não se deu por conta,
ao passar pelo batente do bar, que o contrabandista e o Wookie,
estavam de olho na porta, atentos a ele.
Baixou a sua guarda por um instante, meio instante. Ainda sim, foi
tudo que precisou para o contrabandista o notar.
Han Solo é o gatilho mais rápido que Djas Puhr já viu.
— Você não atiraria em um homem carregando uma corneta Kloo,
atiraria? — Pergunta Djas Puhr.
— Isso depende — responde o contrabandista — Você não atiraria
em alguém procurado pelo Hutt, atiraria?
— Depende do Hutt, Han. — Responde Djas Puhr. — Depende do
quanto ele quer esse alguém.
— Você tem um grande coração. — Han diz. Djas Puhr não deixa
de notar que Han ainda não baixou a sua arma.
— “Gentileza” é algo reservado aos amigos, mas homens como a
gente não podem ter amigos. Eu o considero um sócio com
benefícios mútuos, pela profissão, no máximo.
O Wookiee ruge.
— Sem ofensa.
Solo responde por Chewbacca.
— Não nos ofendemos. Eu ouvi conversa que eu talvez seja um
homem marcado. Marcado significa negócio. Estamos nós aqui
afinal, Puhr. Uma recompensa e um caçador. Um homem de
negócios e uma parte do assunto inacabado. A não ser que me
convença do contrário.
— Eu não cuspiria nesse Hutt em particular, se ele estivesse
pegando fogo na minha frente a pagando por misericórdia, Muito
menos pela fortuna que ele esta oferecendo pela sua cabeça. Longe
de mim virar as costas para uma oportunidade, mas alguns limites,
nem eu vou atravessar. — Como se fosse para deixar claro a
banalidade das suas intenções, ele puxou sem jeito uma nota da
corneta. Han quase riu. Porque Djas Puhr quase fez uma piada, mas
não chegou a fazer, então ele não riu.
Han o considera. Ninguém sabe muito sobre Djas Puhr. Caçador.
Rastreador. E dizem que rastejou de dentro do poços de escravos de
Jabba e nunca mais olhou pra trás.
Agora, Han não gosta de Jabba, e o sentimento no momento com
certeza é mútuo, mas ele mesmo reconhece quanto ódio o Sakiyan
deve ter de seu antigo escravizador. Han faz uma conta rápida em
sua cabeça. Quem Djas Puhr tem mais vontade de ver morto? Quem
ele quer ver morto primeiro? Han guarda a sua arma de volta no
coldre.
— Sinto muito. — ele diz. Han Solo não sente muito, e Djas Puhr
não se importa realmente.
— Dizem que você foi abordado.
Chewbacca ruge em confirmação.
— Foi um passo correto. — Djas Puhr diz — Viver para
contrabandear outro dia e pagar o Hutt é um problema pra amanhã.
Han dá os ombros.
— O que mais poderia te feito?
— Me entristece apenas, que, se minha memória não falha, entre
as coisas que você carregava embaixo do piso, você estava
transferindo um determinado item em meu nome.
Han acena para o Wookiee. Abrindo a sua bolsa, o Wookiee retira
um ovo mármore de ave gwayo. Ele entrega a Djas Puhr, que pega
com a sua mão livre e o admira.
— Abordado ou não, eu ainda sei como cuidar dos meus amigos. —
Han diz, salientando a palavra com seu tom de voz. Djas Puhr
reconhece com um aceno.
Solo poderia ter jogado o ovo junto com o resto do contrabando,
qualquer contrabando que fosse, mas ele escolheu o oposto. Era uma
coisa pequena, uma minúscula gentileza, uma pequena lei
desobedecida, uma regulação de importação e exportação, e o risco
de uma grande penalidade, se não a morte. Um risco por um sócio
com benefícios mútuos pela profissão, pensa Djas Puhr.
— Um gostinho de casa. — ele diz de uma forma como se
oferecendo um brinde, e morde um pedaço do ovo. — E tomem
cuidado. O Hutt subiu a recompensa o suficiente para qualquer
garoto com um blaster se coçar para irem atrás de suas cabeças.
Han acena, um gesto tão curto, tão sutil, existe à beira de ser
visível. Ambos sabem o que houve entre eles, entretanto.
Que terrível decisão de negócios, pensa Djas Puhr, terminando o
ovo no seu lugar usual, na alcova na parte escura do bar. Para os
dois.
Myo sacode Kabe pelo pescoço pra frente e pra trás, pra frente e pra
trás, incipiente, uma fonte de emoções sombrias e frias, todas
articuladas num rugido gutural representadas por rosnados e
rugidos. Kabe produz os sons que alguém produziria ao ser morto
por um Abyssin homicida.
— Você roubou de mim! — Myo grita na cara de Kabe e a Chadra-
Fan sente os seus pelos sendo empurrados para trás pelo ímpeto
furioso da umidade do hálito de Myo.
Kabe regurgita em violento desespero, gesticulando em direção as
mãos de Myo que seguravam firme o seu pescoço.
— Não consigo dizer nada se continuar esmagando minha
traqueia. — Kabe tenta piar, mas ao invés disso ela apenas “pia”.
— Fale! — grita Myo, e Kabe gesticula mais enfaticamente ao
contato de Myo com a sua garganta. Myo percebe o que esta fazendo
e como isso pode ser impeditivo a Kabe responder a pergunta, e a
solta. Kabe cai na escura e fria pedra do chão do túnel.
— Amigo, — Kabe dá um guincho. — amigo, eu nunca, nunca,
nunca iria roubar de um amigo. Eu não sei como alguém poderia
sobreviver em um lugar como esse sem amigos. O meu amigo
Muftak, entretanto...
E numa explosão de calor, Myo se recorda da baforada de Muftak
na noite anterior, e com ambos pulsos firmes soca a parede atrás da
cabeça de Kabe. Pedaços de pedras desabam nos pelos dela. Ela
cobre a cabeça em caso de algo maior cair. Mas não cai.
Quando Myo se cansa ele diz:
— Eu vou matá-lo. — arfante com a pesada e raivosa respiração.
Então algo aconteceu em cabeça dele. Kabe podia jurar que viu
acontecendo.
— Hurmmph, — Resmunga Myo.
Kabe continua assistindo.
— Oh, — Diz Myo, depois pensa por um momento, o que sendo
Myo, talvez se estenda por um tempo maior que qualquer um de nós
consideraria um momento.
— Oh, não. — ele desencarrilha. — A bebida. Difícil lembrar
algumas vezes. Eu acho... — Oh não, pensa Kabe. — ... Talvez eu
devesse algum dinheiro a ele?
Myo encosta na parede oposta.
Kabe exala. Hoje ela vive.
— Ainda assim, não deveria ter roubado de mim — ele diz. Depois
olhando para Kabe, — Nós temos que achar Djas Puhr, antes que ele
encontre vocês e os matem. — Com isso, Myo sai em direção a luz do
dia. Kabe o segue, sem tanta certeza que sobreviveria àquele dia
afinal das contas.
—
—
O Muftak retornou a mesa onde Lirin Car’n fervilhava, assistindo a
banda tocar e Djas Puhr observava deliciado.
— Você sabia que isso iria acontecer? — Ele clicou.
— Não. Não é maravilhoso? — Pergunta Djas Puhr, que parecia
genuinamente deliciado.
Djas Puhr se levanta para permitir que o Muftak voltasse para o
assento do canto, mantendo Kabe e o Muftak presos entre um
queixoso Lirin Car’n e o nervoso Myo.
— Eu deveria estar lá. — Disse o Bith.
— Onde? No bar? Você gostaria de brigar também? — Pergunta
Myo, com a atenção se voltando para o meio da explosão de excitação
como se o cheiro de sangue fosse um raio trator que apenas o
Abyssin pudesse sentir.
— O que? Não, o palco, o palco, eu deveria estar tocando. — ele diz.
— Como? Achei que você odiasse música. — Diz o Muftak.
— Eu odeio ser um músico, — continua Lirin Car’n em um
momento de claridade.
— Tem diferença?
O Bith se inclina para ver a banda naquilo que passa por um palco
nessa porcaria, tocando a sua alegre, sincopada, música de marca
registrada.
— Um enche o seu coração e o outro o parte. — Lirin Car’n diz.
— Isso é insano, — Diz Muftak. — Como algo tão belo pode ser um
fardo? Você tem um dom. Um dom de verdade. Se eu tivesse esse
tipo de talento, para qualquer coisa, Eu...
Um blaster soa quebrando o barulho da cantina de Chalmun, e
Greedo, em uma cabine com Han Solo, desaba, esfumaçado, morto.
Todos se viram para encarar, exceto Djas Puhr, que encara o Muftak.
Ele sorri.
O Muftak esfrega a cabeça. Com Greedo, Evaza, e Ponda Baba fora
de cena...
— Você não está com sorte. — Ele se clica para Djas uhr. Djas Puhr
encolhe os ombros. — Porque você está sorrindo? Você perdeu a
aposta e agora deve... deve... deve a todos nós pelo menos algo. Eu
sei que você se dá bem como rastreador, mas nenhum de nós faz
isso bem.
Djas Puhr alcança por baixo da mesa e por trás de suas pernas
puxa a corneta de Lirin Dávi, que deixou ao seu filho Lirin Car’n, que
perdeu para Myo, que perdeu para o Muftak, que perdeu para Kabe,
que vendeu ao Sucateiro, que vendeu a ele. Ele a colocou na mesa e
todos se calaram por alguns segundos.
— Agora isso, — Diz Myo, — É uma piada engraçada.
—
Quando Brea Tonnika entrou na Cantina do Chalmun, sentiu-se
como em seu primeiro golpe em Kiffex. As palmas das suas mãos
estavam suando e o coração acelerado em seu peito. Naquela época,
ela e Senni estavam tentando tirar uma amiga de um centro de
detenção. Naquela época, não haviam créditos envolvidos, apenas
dever. Tudo tinha corrido bem, até que um guarda retornou a sua
posição antes do esperado e as pegou. Brea ficou para trás para as
dar cobertura, e suas mãos suadas e nervosas atiraram para matar.
Era apenas ela nas gravações.
Depois daquilo elas não tinham outra escolha a não ser ir para
outro mundo. A fugir e continuar fugindo até que chegasse o dia
quando teriam um lugar para chamar de lar que não fosse um quarto
alugado úmido ou uma nave cargueira.
— É a nave mais rápida da galáxia. — Brea implorou a sua irmã.
— Isso é o que o Han diz, e todo mundo é muito medroso pra
desafiá-lo. Além disso, a recompensa do Jabba poderia comprar uma
dúzia de naves rápidas.
Elas olharam para baixo ao mesmo tempo, como se estivessem
dividindo o mesmo pensamento-o rancor devorando o Wookiee no
palácio do Jabba. Não foi a primeira vez que eles viram a criatura em
ação, mas todas as vezes elas torciam para ser a última. Brea se
perguntou se realmente poderia deixar Solo ter aquele destino.
Endureceu o seu coração porque cuidar de Senni sempre viria em
primeiro.
Senni suspirou e disse:
— Eu não sei. Solo provavelmente iria preferir tentar a sorte com o
Império inteiro do que entregar a sua nave.
— Ele é uma crina de ratazana. — Brea disse, e deu uma risadinha.
— Eu sei que ele está em algum lugar dessa pocilga tentando achar
uma nova alma pra enganar. Mas nós temos que agir agora, Sen. Nós
temos que vencer os homens do Jabba pela nave. O lugar está repleto
de stormtroopers. Se isso der errado, eu não vou conseguir emprego
do Império de jeito nenhum. Não depois do que eles fazem com
pessoas do nosso tipo.
— Você é uma caçadora de recompensas. — Senni a lembrou. —
Você não pode escolher de onde o seu serviço vem.
— Se esse é nosso último serviço, então sim, nós podemos
escolher.
Então elas escolheram. Brea cortou caminho através dos
corredores escuros apertadamente cheios da taverna e se acomodou
no bar. Wuther, o bartender, quase olhou na direção delas antes de
puxar a torneira e colocar dois copos altos em frente delas. Sem
gostar de formalidades, ele murmurou seu “oi” e seguiu para atender
outro pedido.
— Lá está ele. — Senni sussurrou no ouvido de sua irmã.
Um par de frequentadores se acomodou ao lado delas, já com os
seus copos, batendo os seus pés no ritmo saltitante da banda. Senni
sorriu e encantou dois frequentadores com histórias de um serviço
que elas tinham feito no Cassino Canto Bight. Enquanto isso, Brea
olhava a aglomeração. Um homem num robe marrom entrou e
iniciou uma conversa com um piloto. Do lado dela, Senni ria e estava
charmosa como sempre.
— Estou te dizendo, eu não consigo fazer nada com esses cabeça-
de-capacete desfilando por aí. — Um dos frequentadores disse a
Brea, babando por seu lábio inferior grosso.
— Nunca vi nada como isto. — O outro disse.
Aquilo despertou o interesse de Senni e ela se juntou a conversa.
De fazendeiros a mercadores, ninguém em Tatooine estava feliz com
a recente chegada dos stormtroopers.
— Do que eles estão atrás? — Ela perguntou.
— Droides, ao que parece. — O homem disse. — Eu tenho uma
bagunça de droides pilhados no meu galpão se eles quiserem alguns.
Brea olhou para a sua irmã e compartilhou uma careta por um
momento antes de recomeçar o seu cuidadoso escaneamento da
cantina. Ele notou um jovem fazendeiro entrar. O seu cabelo era de
uma tonalidade de Dourado batido, e mesmo na escuridão do lugar
ela poderia ver como os olhos dele eram claros. Havia uma inocência
sobre ele quando o mesmo pediu para os seus droides esperarem do
lado de fora, então caminhou para o bar ao lado do homem velho no
robe marrom.
Brea gostou dele, por alguma razão inexplicável. Ele tinha o tipo de
inocência que ela e Senni nunca puderam ter.
Então Brea pegou o braço de sua irmã.
— Hangar noventa e quatro.
Eu moro aqui, mas eu não chamaria este lugar de lar. O meu povo
constrói belíssimos complexos de colmeias; cada um se acomoda em
seus alvéolos apertados à noite para sonhar o sonho das larvas. O
meu casebre em Tatooine parece pequeno demais para ser um lar e
também grande demais para ser um alvéolo. Alguém criava animais
aqui antigamente, e eu prefiro o odor marcante deles do que a dos
humanos e das outras criaturas sencientes ao meu redor. Os animais
têm interesses honestos, a maioria provenientes dos impulsos físicos
ditados pela química de seus corpos. Os seus odores são previsíveis,
inofensivos, confiáveis.
Mas as pessoas emitem milhares de feromônios em suas secreções,
os seus pensamentos e sentimentos são tão agressivos quanto as
conversas sussurradas que estragam um concerto. Tatooine não é
lugar para um ser pensante que depende de comunicação não falada,
especialmente quando os comunicadores não tem ciência do quanto
mentem para eles mesmos. É lamentável que os meus negócios me
forcem a ficar esperando por horas em cantinas, com o ar cheio de
luxúria, ganância e medo. Talvez seja por isso que eles me odeiem:
Em algum lugar, no fundo, eles sabem que alguém está ouvindo.
Tranco a minha porta como todo mundo faz. A luz azul está
ficando menos intensa, e eu solto um suspiro quando finalmente tiro
o meu capuz e visor. Sinto que quando eu retornar à Kubindi, a
minha família e amigos focarão a sua atenção nas marcas pouco
atraentes em minha pele causadas por esse disfarce; as linhas de
couro apertado pressionam em volta do meu focinho e desenham
círculos em volta dos meus olhos. O meu cabelo está em ordem, mas
uma parte de mim sente como se eles estivessem caindo. Entre os
Kubaz, pouco pode ser escondido, e eu estou fora de prática.
Meu datapad toca, me alertando para uma nova recompensa. Eu
devo ser exigente. Para cada um dos meus pontos fortes, há muitas
vulnerabilidades e só seleciono os trabalhos que as mantenham
escondidas. Nenhum combate corpo a corpo. Sem sequestro. Nem
matança. Nenhum serviço de guarda costas. Eu raramente uso o meu
blaster, mas faço questão de deixá-lo à vista para que todos possam
vê-lo. A informação é a minha moeda e, felizmente, é exatamente
isso o que mais se deseja atualmente. O império colocou uma alta
recompensa em qualquer informação que o levasse a dois droides.
Um é dourado, o outro baixinho. Amanhã, pela manhã, eu os
encontrarei. O meu focinho se remexe com alegria. O alto preço deste
último trabalho pagará a minha passagem para fora desse planeta e
de volta para Kubindi. Isso significa que o mesmo Império que me
atraiu para fora de minha casa com falsas promessas está
efetivamente pagando para que eu retorne ao meu planeta.
Na creche, nossos instrutores nos ensinaram sobre a nossa história
com o Império e a Rebelião. O Império era nosso amigo, mas os
rebeldes sabotaram por muito tempo os nossos avanços tecnológicos
para nos manter alheios ao nosso planeta. Se nós os ajudássemos, o
Império nos ajudaria a conquistar uma posição elevada no comércio
galáctico e na política. Os astutos droides de protocolo que falavam
pelo Império em Kubindi eram cuidadosamente banhados em óleo
quente antes de descer pelas rampas das naves para encontrar os
nossos anciãos e orgulhosamente nos levavam ao ventre de seus
grandiosos transportes, enquanto o nosso povo vibrava. Não
conseguimos detectar as suas mentiras.
Eu fui um dos estudantes escolhidos na academia para estudar sob
a tutela do Império como diplomata e depois retornar aos meus
companheiros e colmeia com novas honras. Pelo menos, foi o que
eles nos disseram. Em vez disso, fui contratado e treinado como
espião. A minha habilidade de ler a linguagem corporal, identificar o
cheiro de feromônios e armas e ouvir a longas distâncias se
tornariam uma mera ferramenta na mão da tirania em toda a
galáxia. O meus cinquenta companheiros e eu fomos algemados e
forçados a suportar propaganda, doutrinação e reprogramação.
Eu, como se pode imaginar, não aceitei isso.
Eu escapei durante um dos trabalhos e tentei voltar para Kubindi,
mas o que encontrei lá foi a sua órbita guardada pelo poder de fogo
imperial. Desde então, trabalhei em sigilo e continuamente até
chegar na minha realidade atual.
Após este trabalho, terei créditos suficientes para adquirir uma
nave.
Agora tenho códigos Imperiais para passar pelo bloqueio.
E eu tenho um datapad repleto de informações atualizadas,
diagramas, e manuais sobre tecnologia avançada e viagens no
hiperespaço. Quando eu voltar para Kubindi, o meu povo finalmente
descobrirá que o Império os mantém reféns, alienando-os de um
universo muito mais amplo e sabotando qualquer tipo de tentativa
de sair do planeta. Eu também tenho as informações necessárias
para construir armas que possam destruir seus incômodos TIE
Fighters nos céus.
Amanhã eu encontrarei os droides. Vou recolher a recompensa. E
então eu vou embora.
—
O meu dia começa na Cantina de Chalmun. Labria, o Devaroniano, já
está ali, escondendo o seu sorriso pontudo e batucando uma música
com os seus dedos que ninguém mais pode ouvir. Eu me acomodo
em uma cabine sombria e peço a única coisa que posso pagar, uma
única dose de hidromel fermentado de Geonosis. Levei meses para
beber a garrafa inteira, mas eu sugiro a Wuher que a mantenha por
perto. Restam apenas algumas doses, e é possível ver alguns vermes
deslizando no fundo do líquido verde. Eu ajeito o meu focinho e
tomo um gole delicado, provando centenas de outras bocas no copo
sujo.
Eu posso ouvir quase tudo o que é dito nesta cantina, e à tarde não
ouvi nada sobre os droides. Eu engulo a minhoca no fundo do meu
copo e saio, só mais uma figura encapuzada desaparecendo pela
porta do Wuher. Lá fora eu faço algo que não costumo fazer e respiro
fundo pelo meu focinho, atraindo cada perfume das redondezas. A
dor lateja atrás dos meus olhos; é demais pra mim. Esse lugar é
muito cheio, muito imundo, cheio de carne. Eu sigo o cheiro de metal
quente, mas é apenas outro Jawa vendendo os seus produtos. O
próximo cheiro de droide me leva a uma pilha de peças fora do
esconderijo de um mafioso. Corro de droide em droide, procurando o
dourado e o baixinho. Minha esperança começa a acabar. Se eles
estiverem no deserto, eu terei problemas para encontrá-los. Mesmo
com o meu visor, aquele excesso de luz amarelado rapidamente me
deixaria esgotado e machucado.
Então, eu sinto um cheiro. Algo novo.
O escapamento de um velho speeder e, com ele, o odor latente de
droides deixados muito tempo ao sol. Eles não estão tão próximos
quanto eu gostaria e, quando chegar até o local de onde vem o cheiro,
eles terão sumido, provavelmente se escondendo em um dos
inúmeros edifícios labirínticos daqui. Eu vasculho a área ao redor da
cantina de Wuher e consigo escutar uma briga que acontece lá
dentro. Ponda Baba e Evazan novamente, incomodando forasteiros.
Eu me escondo nas sombras enquanto eles cambaleiam pra fora, o
braço de Ponda nas mãos de Evazan como se ele estivesse no meio de
uma de suas cirurgias nojentas. O odor de carne carbonizada faz o
meu focinho enrugar de repulsa e sangue vermelho e sujo ainda
escorre das feridas. Eu passo pela porta assim que eles saem e me
encosto numa parede, com o meu capuz puxado pra baixo. Um
perfume estranho circula pelo ar, algo que eu nunca senti antes,
como pedras queimadas e carne cozida, como se um raio tivesse
ganhado vida. Os rastros me levam a três humanos e um Wookiee. É
aquele indivíduo com péssima reputação que se chama Han Solo. Os
humanos recém chegados precisam de transporte para Alderaan
para eles mesmos e dois droides.
Eu quase ri. Esses homens sabem o que é sigilo? Eles estão sendo
procurados, esta cidade está sendo patrulhada por stormtroopers,
mas eles anunciam as suas intenções à vista de todos. É quase fácil
demais. Mas os droides não estão com eles, então eu saio
rapidamente do bar e me agacho em um canto escuro entre a cantina
e a nave em pedaços de Han. Se o acordo entre eles der certo, e vai
dar, porque eu sei que Han precisa de dinheiro e um motivo para sair
de Tatooine, eles virão por aqui.
Em breve serei recompensado por meus esforços. Os homens
passam com dois droides, um dourado e outro baixinho, enquanto se
apressam para a Millennium Falcon. O meu focinho enruga de
prazer, e encontro um lugar tranquilo para comunicar o ocorrido ao
meu contato dentro do Império. Graças aos droides de protocolo que
respondem a este canal, posso falar em Kubaziano, e sinto um
pequeno deleite ao pronunciar na língua de minha casa...
— Encontrei os droides. — Eu disse. — Espaçoporto de Mos Eisley.
Baía de ancoragem Noventa e Quatro.
Uma voz mecanizada responde:
— Entendido. Conta será creditada após a coleta.
Como eu odeio droides. O meu povo comunica o que deseja que se
saiba e os humanos comunicam tudo, mas os droides não
comunicam nada.
Sigo as presas para garantir que eles estejam indo na direção que
relatei. Eles permanecem do lado de fora da rampa, ao invés de
entrarem rapidamente na nave. Eu me apoio despreocupadamente
contra a parede enquanto os troopers aparecem para reivindicar os
droides.
— É na baía de ancoragem noventa e quatro? — um deles me
pergunta.
— Sim, por ali! Por ali! — Eu disse. Mesmo que, na minha emoção,
eu tenha esquecido de falar na língua comum, ele entende o
suficiente e se apressa.
Quando o fogo blasters irrompe, eu fujo. O perfume queima os
pelos no meu focinho, e as luzes me dão dor de cabeça. Eu não fui
feito para este lugar. É agradável deixar alguém fazer o trabalho sujo
pra variar. De volta à cantina, peço outra bebida no Bar. Há algo de
compensador em terminar a garrafa antes de partir, como se isso me
desse evidências concretas de que nenhum Kubaz permanece neste
maldito planeta.
— Duas doses no mesmo dia? — Wuher pergunta, mas eu sei que
ele não está esperando uma resposta.
Ele se afasta, eu tomo um gole e confiro o meu datapad. Os
créditos devem aparecer a qualquer momento, e então eu vou
procurar nesta cantina e selecionar o contrabandista menos terrível
para me escoltar para casa. A maior parte das minhas economias foi
usada para pagar pela mensagem da minha filha, portanto, coletar
essa recompensa é essencial.
— A banda é boa, não é? — Labria comenta, me dando todos os
benefícios de seu sorriso de verdade, mostrando apenas os dentes
pontudos contra a pele vermelha.
Pela primeira vez, respondo honestamente.
— Funcional, mas sem tons mais altos. — disse em linguagem
Básica.
O Devaroniano balança a cabeça, e suas orelhas erguem-se com o
aborrecimento.
— Você não sabe de nada. — ele resmunga.
Mal sabe ele. Uma banda em Kubindi tem pelo menos três vezes
mais integrantes do que este simples grupo de Biths, e os meandros
da nossa música ecoariam sobre seus chifres. Eu já fui um
percussionista talentoso.
— Talvez você esteja correto. — Eu amenizo.
Verifico o meu datapad, mas os créditos ainda não estão lá.
Enquanto olho para a minha conta, uma nova mensagem aparece.
— Os droides evitaram a captura. Recompensa não concedida. —
diz.
E é isso.
O meu focinho esvazia-se e se afunda com a decepção. Eu tenho
um dia ou dois, talvez meras horas para garantir os créditos
suficientes para sair do planeta enquanto os códigos Imperiais ainda
são válidos. Eu percorro as placas, procurando por novas ou
anteriormente escondidas recompensas que eu possa pegar, algum
trabalho fácil que faça cair créditos suficientes em minha conta. Eu
tenho ciência de que, em meu planeta Kubindi, o meu clã é rico o
suficiente para comprar esta cantina e todos os outros
estabelecimentos. Mas a mensagem da minha filha custou tudo o que
eu tinha e eles não podem sair de Kubindi, e eu não consigo enviar
uma mensagem pra eles, então eu tenho que ficar sentado aqui,
cercado pela escória, tão perto e ainda tão longe de poder dizer adeus
aos meus companheiros e ver os meus netos e filhos de novo.
— Más notícias, Focinho Longo? — Labria pergunta.
Balanço a cabeça. Se ele me entendesse, se pudesse ler uma
pequena fração do que estou expressando, ele não precisaria
perguntar. Mas ele olha pra mim e vê um capuz, um visor e um longo
focinho. Nada mais, nada menos.
Não há boas recompensas, nem pedidos simples de informação.
Nada que possa ser realizado apenas com os meus sentidos e a minha
inteligência.
— Eu preciso de um trabalho. — disse para Labria. — Algo rápido.
Pra hoje.
Ele olha para mim com renovado interesse e ouço seus dentes
entrando e saindo enquanto ele pensa.
— Você conhece Derrida, a Ketton? — ele pergunta.
Eu balanço a cabeça em negação.
— Ela precisa de mais alguém para um trabalho. Esta noite.
— Por que você não aceita, então?
Labria solta uma risada e bebe a sua bebida dourada,
considerando.
— É trabalhoso demais.
— Por que ninguém mais aceitou o trabalho?
Ele olha para o bar de uma maneira pretensiosa, e eu puxo meio
crédito. Tenho observado ele o suficiente no meu tempo aqui, então
sei que nada vem de graça.
— É contra a Aliança. Ninguém gosta de escolher lados. — Ele
zomba enquanto olha ao redor da sala. — Os humanos não gostam,
quero dizer. Um mestre é o mesmo que outro.
Ele está errado. Foi essa mesma percepção que me trouxe aqui, o
meu povo foi atraído pelo Império, pensando que a Aliança era nossa
inimiga. Isolados no espaço, nós só podíamos acreditar no que eles
nos disseram. Estávamos tremendamente errados. No entanto,
mesmo sabendo que o Império escravizou o meu planeta e tentou me
transformar em um drone sem cérebro, eu preciso desses créditos.
Preciso deles mais do que da justiça. E além disso, com relação ao
meu entendimento sobre a história intergaláctica, um pequeno
assassinato em um planeta atrasado nunca mudou muita coisa.
— Fale a ela que eu estou dentro. — Eu disse.
Labria envia uma mensagem em seu datapad.
— Está feito. Ela vai te mandar as coordenadas. — Ele bebe a sua
bebida e considera como se estivesse me vendo pela primeira vez. —
Sabe, alguns dizem que você é o melhor espião do espaçoporto de
Mos Eisley. Alguns dizem que você é extremamente rico. Alguns
dizem que você é ganancioso, sem princípios e sujo, e que você faz o
que faz somente pela pura alegria de destruir tantas pessoas de bem.
Então me diga, Focinho Longo. O que você é realmente?
Olho para o bar por um momento antes de perceber que ele não
pode ver os meus olhos através dos visores. Lentamente e com
ênfase, bato no bar com o dedo. Labria ri e repõe o meu meio crédito.
— Estou muito longe de casa. — Eu disse.
Afastando o meio crédito, corro para fora para me preparar para
minha a última recompensa.
CORPO DE STORMTROOPERS DA DIVISÃO DO EXÉRCITO
IMPERIAL MILITAR, IMPÉRIO GALÁTICO
INSTRUÇÕES:
Houve algum oficial ferido durante este incidente? Não teria como
não haver.
Quais ações você tomou com base nos eventos iniciais que
antecederam o incidente em questão?
Ha. Bem, sobre isso... Assim que saímos da cantina, tudo começou
a acontecer muito rápido. Antes de mais nada, aqueles dewbacks
ainda estavam lá, apenas pastando e, talvez, até sorrindo. Um
dewback pode sorrir? Acho que sim. Eles certamente pareciam estar
olhando para nós. Imediatamente, o TD-4445 surge na comunicador:
— Estamos seguindo uma pista de que alguns rebeldes alugaram
uma nave e estão tentando sair de Tatooine com os droides.
— Nossa inteligência diz que eles estão no deserto com alguns
incursores Tusken. — diz 110.
— Quem é a sua fonte?
— Garindan. — vem a resposta em forma de murmúrio.
— Garindan, o Kubaz? — 110 pergunta.
— Afirmativo. Ele está seguindo os suspeitos. Irá nos manter
informados.
Olha, eu não sou intolerante nem nada, mas os Kubaz são um lixo
de espécie. Ponto final, sem exceções. Então, tipo, certo, um ser que
parece uma axila com um longo focinho te passou algumas
informações. Você iria confiar? Prefiro achar que não, francamente.
Eu não confiaria de jeito nenhum. Eu digo isso para 110.
— Independentemente. — O TD-787 deixa escapar, sendo irritante
como sempre — ele é um informante imperial confirmado. Temos
que verificar se a sua pista é válida. Certo, Comandante?
Talvez seja por causa do suco, mas eu estava a ponto de arrebentar
a cara do TD-787 ali mesmo. Eu tenho certeza de que eu estaria
agindo em nome de toda a equipe, se eu tivesse o feito, simples
assim. Quero dizer, aqueles dewbacks ainda estavam ali e, até onde
sabíamos, os rebeldes estavam fugindo enquanto conversávamos,
desaparecendo nas areias sem fim de Tatooine.
O Comandante 110 balança a cabeça e depois assente, inútil como
sempre.
— A informação do contato imperial. — Ele murmura.
— Temos confirmação. — A voz de TD-4445 repentinamente é
reproduzida de maneira meio distorcida no comunicador. — Os
rebeldes estão indo para o hangar! Todas as unidades, dirijam-se
para o atracadouro Noventa e Quatro!
— Aí está a sua resposta. — O Comandante 110 resmunga, e então
partimos antes mesmo que eu tivesse tempo para contestar alguma
coisa, nos esgueirando pelas ruas desordenadas, e empurrando uma
multidão de Jawas fedorentos. Eu sei que isso está errado; eu posso
sentir o quanto é errado por todo o meu corpo. É inevitável. Mas sou
um soldado. Um stormtrooper. Eu sou o punho sem rosto de
execução do Império Galáctico. O que eu posso fazer? Eu sigo com a
minha unidade, tentando ignorar a dor profunda que me puxa como
um raio trator através da multidão e de volta para a frente da
cantina, onde aqueles dewbacks me aguardavam.
— Por aqui! — Crag grita, porque ele sempre tem que ser o único
que sabe tudo. E daí estávamos em algum lugar que simplesmente
estávamos por estar; as sinuosas paredes empoeiradas, becos
arenosos e olhares maliciosos parecem, de certa forma, familiares,
mas todo esse planeta é assim, então e daí? — Agora aqui. — Crag
insiste, e seguimos, porque o que mais devemos fazer? Nós seguimos
ordens. É a razão e a extensão da nossa existência. Diga-nos para
matar, e nós mataremos. Diga-nos para morrer, e nós nos jogaremos
na frente do tiro dos blasters. Observar nossa existência inútil extinta
em comando. Essa brincadeirinha por essas ruelas em ruínas? É um
resumo impiedoso de nossas tristes vidas. Agora está claro que
nenhum de nós tem noção de onde fica esse hangar e isso já não
importa mais, porque os rebeldes provavelmente já deveriam estar
no outro extremo da cidade agora e prestes a irromper nas areias
infinitas.
— Lá. — diz Crag, e parece que ele está ficando sem fôlego, ou
talvez estivéssemos chegando perto. Então percebo que
definitivamente estávamos chegando perto, porque um rosnar de
motores irrompe ao nosso redor e ouço tiros de blaster não muito
distantes. Então um pedaço de sucata velha se projeta acima dos
prédios ao nosso redor e levanta voo. A comunicação se torna difícil
devido a estática e as unidades gritam por reforços, mas eu estava a
uns cem cliques de distância: assim que a nave decolou, algo em mim
ficou mais leve e eu sabia o que tinha que fazer. Não sei como, mas
sabia. Não foi sequer uma decisão consciente, para ser sincero com
você. Antes que percebesse que eu tinha feito um movimento, e me
enfiei novamente por entre as ruas. Eu nem sei como não me perdi
naquela porcaria de cidade; Eu apenas avancei como se algum tipo
de fio invisível estivesse me puxando, e lá estava eu e também
estavam eles, ainda do lado de fora da cantina, exatamente onde os
deixamos, os dois dewbacks, parecendo elegantes e ao mesmo tempo
um pouco impacientes, para dizer a verdade.
Eu estava correndo, eu deveria estar, porque o que estava mais
perto se levantou um pouco e rosnou quando me aproximei, mas
então eu peguei a sela com uma das mãos e logo estava montado
nele, daí eu retirei o cabo de retenção e nós partimos!
Saber que não teria sono não facilitou a sua ausência. Um tremor
constante começou em suas mãos, Breha sentiu um único eco em seu
cérebro. Ainda não havia nenhuma notícia de sua filha ainda, não na
direção da vida ou da morte, e a possibilidade de que eles realmente
nunca descobririam o destino de Leia estava se tornando mais
provável a cada dia. Essa possibilidade pendia sobre ela como um
ponto cego e, em certos momentos, esgotando até o ponto de ilusão,
jurou que um verdadeiro buraco negro começava a obscurecer a sua
visão permanentemente.
Cada sinal em cada dispositivo de comunicação a enviou para
outro paroxismo de medo expectante. Não permitiu que ninguém,
além de Bail, visse, ou pelo menos, fez o possível para esconder o
cansaço escurecendo sob os seus olhos e as suas mãos tremendo.
Dois dias. Dois dias se passaram desde o regresso do marido e se
sentiu como se passasse uma vida inteira, a falta de sono turvando
no conjunto das horas até não poder mais descansar na sublime hora
ou dia. A longa câmara abobadada no extremo norte do palácio já
hospedara dignitários, tendo sido o lugar de uma discussão política
sóbria e séria, mas agora se tornou o centro de informação, enquanto
os seus melhores e mais bem treinados agentes procuravam
tranquilamente por Leia. Breha passou muito tempo lá. Comeu lá,
enquanto tinha estômago pra isso. E observou Bail do outro lado da
imensidão da mesa de reunião, com os seus olhos ricocheteando em
cada um. Qualquer olhar persistente e Breha se sentiria caindo em
lágrimas.
Não haveria lágrimas na frente de seus generais.
Viu uma mensagem cruzar o elevado, arco da porta para a mesa se
situando no cotovelo de Bail. A sua troca de sussurro foi perdida
entre as conversas constantes de homens e mulheres ao seu redor e o
fluxo constante de entrada e saídas de chamadas holográficas. Mas
Breha observou de perto, cada novo pedaço de informação trazendo
uma onda de esperança. Pistas, a maioria vaga, pareciam circular
sem parar na mesma conclusão: a Tantive tinha sido aniquilada, e
com ele, cada alma a bordo. Bail balançou a sua cabeça, e notou o
mesmo tremor constante em suas mãos quando ele beliscou a ponte
do nariz em frustração.
— Alguém deve saber alguma coisa. Você me ouve? Volte... — ele
disse, com a sua voz em crescente irritação. — Volte e verifique
novamente, e depois verifique mais uma vez.
A mensagem varreu o chapéu azul da cabeça dele e se curvou para
a saída do corredor, abatido, com o seu rosto doce e jovem ficando
brilhante como carmesim.
Breha se juntou ao marido, encontrando a sua mão debaixo da
mesa e pegando-a. Ele não a olhou, mas ele se inclinou quase
imperceptivelmente em seu ombro.
— Eles estão preocupados, também, Bail. Não se esqueça disso.
— E não devia ter descarregado nele.
Só tinha sorrisos cansados para dar à ele, então ela lhe deu um.
— Ele vai te perdoar.
— Oh, Vossas Majestades! — WA-2V entrou no caos da sala,
tecendo habilmente em meio à multidão preocupada e indo para
onde Bail e Breha estavam. Os seus braços finos estavam carregando
um vestido, um Breha reconheceu imediatamente como o seu. Tinha
sido ligeiramente modificado, o comprimento assumido pelo
pequeno tamanho de Leia, uma brilhante pulverização de joias
acrescentadas à bainha. O droide parou já perto deles e Breha teve
que colocar uma mão para evitar que o vestido caísse das mãos de
2V. Seus dedos roçaram na seda familiar e uma nova onda de luto
culminou.
— Você estava certa, era uma ideia muito melhor para refrescar
um dos seus velhos vestidos. — Disse o droide, mexendo com as
mangas do vestido. — Este é tão especial, e seria uma pena deixar
isso armazenado. Será perfeitamente adequado para a princesa!
— Este não é o momento. — Interrompeu Bail, voltando-se para o
empregado. — Há... outras considerações dignas de nossa atenção.
Mas o droide continuou a olhar para Breha, segurando o vestido
vazio. A rainha se forçou a colocar a mão no rico tecido, anestesiando
a si mesma em nova dor.
— É adorável. — Ela assegurou a empregada. — Quando Leia
retornar, ficará muito satisfeita.
2V rodou para frente e para trás, inquieta, então respondeu com
um chilrear:
— Eu também acho, Majestade, e ela estará em casa em breve para
vê-lo.
Um homem azul brilhava a sua esquerda, com a chegada de um
holocron do capitão Anderam, fazendo-o com que ele brilhasse em
miniatura enquanto gritava freneticamente de seus escritórios no
espaçoporto.
— O que é desta vez? — Bail seguiu para o final da longa mesa, se
encaixando entre dois ministros que se amontoavam sobre o holo.
Breha estava lá um instante depois, inclinando-se para a frente
para falar claramente no dispositivo de gravação.
— Anderam? Você pode me ouvir? Há novidades?
— No alto! — O capitão soou em pânico. — Você pode ver? Algo
está se movendo em posição da órbita, não tivemos nenhum aviso...
— O que você está dizendo? Você não faz nenhum sentido. —
Respondeu Breha, assistindo à chamada começar a falhar. Algo
estava interferindo com a transmissão. — Capitão...
Mas Bail a agarrou pelo pulso, virando-se lentamente para ela,
com seus olhos procurando o chão entre os dois.
— Venha. — Ele sussurrou. — Lá fora. Transfira o capitão para a
minha linha pessoal!
Deixou-o levá-la pra fora e abaixo do corredor em uma corrida, e
Breha segurou as suas saias para manter o ritmo, pegando fôlego em
sua garganta enquanto ele os trouxe correndo pelo palácio e para o
parapeito mais próximo, o refúgio exterior familiar fora de seus
aposentos. Ambos deslizaram até parar, Anderam brotando a vida na
mão de Bail enquanto olhavam para o céu escurecendo.
— Ficar... seguro... — A voz do capitão era apenas um crepitar
agora.
— Pense, Bail. A Tantive desapareceu, as nossas comunicações
estão bloqueadas... — Ela suspirou e observou como a imagem do
capitão estava inteira. — Eles devem saber que era Leia. Isso é uma
retaliação.
O seu marido começou a andar, gotas de suor em suas têmporas
caiam enquanto ele derrubou o comunicador de frustração. A
maioria do que ele murmurou para si mesmo era demasiado brando
para ser ouvido.
— Impossível. Eles não se atreveriam!
Talvez isso fosse uma distração, algum plano Imperial para evitar
que eles procurassem a sua filha. Nada era certo, lembrou-se, que
ninguém deveria acreditar até terem uma confirmação absoluta. E se
a atenção do Império se voltasse para Alderaan, então, melhor deixá-
los distraídos aqui, para poder permitir que a filha escape do
desastre. Enquanto ela sobrevivesse, havia esperança; não importa
quão planeta distante Leia pouse, ela encontraria uma maneira de
entregar os dados e completar a sua tarefa.
Uma sombra caiu sobre o parapeito, cobrindo-os com escuridão
fria e repentina. Pegou Bail instintivamente, colocando-se nos braços
dele enquanto ambos se tornavam em harmonia para encarar o vale.
Breha protegeu os olhos com a palma de sua mão, olhando para o
céu e o objeto imenso que se moveu lentamente à frente do sol. Em
um instante, a coisa tinha-o obscurecido completamente.
— O que poderia ser tão grande? — Breha murmurou. O medo
nodoso apertou em seu estômago, e ela se agarrou mais forte ao
marido. O que ela estava vendo? Ela testemunhou um eclipse uma
vez em Coruscant, mas isso foi muito mais rápido. Tão pouco
natural.
Ao lado dela, Bail suspirou e então pareceu ficar fraco. Ele se virou
pra ela, com olhos vazios, a boca se movendo, mas em silêncio.
Finalmente, encontrou a sua voz e procurou o chão para os seus pés.
— O assassino de planeta.
Lutou contra a onda de náuseas que a golpeou como uma onda
quebrando e colocou as suas mãos em seu rosto, forçando Bail a
olhar pra ela. Não poderia ser verdade. Não Alderaan. Eles estavam
no coração da galáxia, um planeta importante, um bastião de
tradição, paz e prosperidade...
O símbolo perfeito para destruir. A mensagem perfeita para
enviar. Nenhum planeta era muito sagrado, muito populoso...
nenhum planeta estava seguro.
— Meu amor, eles não fariam isso. — Disse ela, mesmo que
soubesse que sim.
Bail alisou as suas mãos sobre a dela e tocaram as suas testas
juntos.
— Pelo menos estaremos juntos.
— Não! — Ela se recusou a acreditar. Como tal mal poderia existir?
— Lá... lá deve haver tempo. O espaçoporto é muito longe, mas
podíamos chegar em nosso transporte privado. Nós... nós
poderíamos evacuar o máximo possível de pessoas! Deve haver algo,
qualquer coisa, que possamos...
O som era inacreditável. Eles se voltaram em direção a ele com
admiração e temor, um sufocante barulho de ar que puxou todo o
ruído em volta deles antes de uma tremenda explosão como um
relâmpago rasgando o ar. Bail puxou-a em seus braços, apertando-a
enquanto os cegavam, um anel de branco que crescia do horizonte,
espalhando-se rapidamente, trazendo árvores, animais e pedras com
ele.
— Ela conseguiu sair. — Breha sussurrou, mãos trêmulas
entrelaçadas em sua capa, com os seus olhos descrentes observando
enquanto o próprio planeta explodiu como mil gêiseres brilhantes e
terríveis. — Eu saberia se ela se fosse, Bail.
— Ela vive. — Ele beijou sua testa, deixando seus lábios lá
enquanto o palácio tremia abaixo deles e as vigas segurando o
parapeito alto gritaram e deram. Os atendentes dentro de seus
aposentos deram um grito de susto, e o castelo caiu sem nenhum
terreno deixado debaixo dele.
Os seus ossos doem. Parecia que eles estavam sendo sacudidos em
pedaços.
— Ela vive. — disse Bail mais uma vez.
Breha fechou os olhos.
— Eu sei.
As montanhas levantaram-se, dobrando-se sobre eles, engolindo-
os inteiros. Sentiu o calor do marido, a respiração no pescoço, depois
o cheiro de cinzas e fumaça, e no próximo momento, o esquecimento.
ANTES:
ANTES:
NOMEAÇÃO: MSE-6-G735Y
FUNCIONALIDADE: Entrega/reparo
ATRIBUÍDO PARA: Unidade de manutenção, setor AA-345, DS-1
Estação Orbital de Batalha.
CHECAGEM DE SISTEMA:
Processador matriz de circuito modular: Otimizado.
Sensores de proximidade: Otimizado.
Sensores do compartimento interno: Otimizado.
Comportas dorsais: Otimizado.
Holo gravador: Otimizado.
Motores dynadrive 9-ES: Otimizado.
Rodas: banda de rodagem esquerda frontal, ABAIXO DO IDEAL.
Requer substituição em 30 ciclos.
— Uuulp.
ÀS 15:00.09 — ALERTA DE UM POSSÍVEL ACIDENTE: EM
ROTA DE COLISÃO. ALERTA DE DANOS SOFRIDOS PELA
UNIDADE MSE-6.
— Ah! Você está machucado?
ÀS 15:00.15 — OBJETO DA COLISÃO: Detectado previamente a
aproximação da bio-assinatura.
ÀS 15:00.17 — IDENTIFICANDO BIO-ASSINATURA: Nomeação
desconhecida. Nível de segurança: Alfa Um. ESTADO: Propenso
ÀS 15:00.18 — ALERTA: DETECTADO DANO CATASTRÓFICO
CAUSADO À MATRIZ DO HOLO GRAVADOR DETECTADO.
ÀS 15:00.19 — EXECUTAR A AVALIAÇÃO DE DANOS VIA AUTO
DIAGNÓSTICO.
NOMEAÇÃO: MSE-6-6735Y
FUNÇÃO: Entrega/reparo
ATRIBUÍDO PARA: Unidade de manutenção, setor AA-345,
Estação de Batalha Orbital DS-1.
CHECAGEM DE SISTEMAS:
Processador matriz de circuito modular: Otimizado.
Sensores de Proximidade: A BAIXO DO IDEAL.
Sensores do compartimento interno: Otimizado.
Comportas dorsais: Otimizado.
Holo gravador: A BAIXO DO IDEAL: IMINENTE UM MAL
FUNCIONAMENTO CATASTRÓFICO.
Motores dynadrive 9-ES: Otimizado.
Rodas: banda de rodagem esquerda frontal, ABAIXO DO IDEAL;
requer substituição em 30 ciclos.
[MEMÓRIA APAGADA]
XX:XX. XX — DESLIGANDO REPRODUÇÃO DO
HOLOGRAVADOR.
— Bem. Bem, bem, bem. Não é... não é qualquer mensagem, G7.
XX:XX. XX — SINCRONIZAR COM serviço de rede DS-1OBS;
SINCRONIZAR COM O TEMPORIZADOR INTERNO.
ÀS 10:38.16 — ALERTA: MEMÓRIA DESAPARECIDA
ÀS 10:38.16 — ALERTA: LOCALIZAÇÃO DESCONHECIDA;
EXIGINDO LOCALIZADOR GEOGRÁFICO.
ÀS 10:38.17 — ALERTA: ABRINDO COMPORTAS DORSAIS.
COMPARTIMENTO INTERNO VAZIO.
ÀS 10:38.19 — EXECUTAR AUTO DIAGNÓSTICO.
NOMEAÇÃO: MSE-6-G735Y
FUNCIONALIDADE: Entrega/reparo
ATRIBUÍDO PARA: Unidade de manutenção, setor AA-345,
estação de batalha orbital DS-1
CHECAGEM DE SISTEMA:
Processador matriz de circuito modular: ótimo
SENSORES DE PROXIMIDADE: ótimo
Sensores do compartimento interno. Ótimo
Comportas dorsais: ótimo; ALERTA: aberto
Holo gravador: ótimo
Motores dynadrive 9-ES: ótimo
Rodas: ótimo
[MEMÓRIA APAGADA]
XX:XX. XX — SAINDO DO MODO DE DESCANSO.
XX:XX. XX — SINCRONIZANDO COM O SERVIÇO DE REDE
DS-1OBS; ALERTA: REGISTRO DE PASSAGEM DE TEMPO
CONSTA 7,52 CICLOS NO MODO DE DESCANSO; SINCRONIZAR
COM O TEMPORIZADOR INTERNO.
ÀS 08:33.06 — ALERTA: MEMÓRIA APAGADA
ÀS 08:33.07 — ALERTA: LOCALIZAÇÃO DESCONHECIDA;
EXIGINDO LOCALIZADOR GEOGRÁFICO
ÀS 08:33.10 — ALERTA: EXECUTAR AUTO DIAGNÓSTICO:
NOMEAÇÃO: MSE-6-G735Y
FUNCIONALIDADE: Entrega/reparo
DESIGNADO PARA: Unidade de manutenção, setor AA-345,
Estação de Batalha Orbital DS-1
CHECAGEM DE SISTEMAS:
Processador matriz de circuito modular: ótimo
SENSORES DE PROXIMIDADE: ótimo
Sensores do compartimento interno: ótimo
Comportas dorsais: ótimo
Holo gravador: ótimo
Motores dynadrive 9-ES: ótimo
Rodas: ótimo
NOMEAÇÃO: MSE-6-G73Y
FUNCIONALIDADE: Entrega/Reparo
ATRIBUÍDO PARA: Unidade de manutenção, setor AA-345,
Estação de Batalha Orbital DS-1.
CHECAGEM DE SISTEMAS:
Processador matriz de circuito modular: a baixo do ideal. Múltiplas
instâncias de perda de memória detectadas.
SENSORES DE PROXIMIDADE: ótimo
Sensores do compartimento interno: ótimo
Comportas dorsais: ótimo
Holo gravador: ótimo
Motores dynadrive 9-ES: ótimo
Rodas: ótimo
[MEMÓRIA APAGADA]
ÀS XX:XX. XX — SAINDO DO MODO DE DESCANSO
ÀS XX:XX. XX — SINCRONIZANDO COM SERVIÇO DE REDE
DS-1OBS. ALERTA: REGISTRO DE PASSAGEM DE TEMPO
CONSTA 3,73 CICLOS NO MODO DE DESCANSO;
SINCRONIZANDO COM TEMPORIZADOR INTERNO.
ÀS 08:33.03 — ALERTA: MEMÓRIA PERDIDA
ÀS 08:33.07 — ALERTA: LOCALIZAÇÃO DESCONHECIDA;
EXIGINDO GEOLOCALIZAÇÃO.
ÀS 08:33.10 — EXECUTAR AUTODIAGNÓSTICO.
NOMEAÇÃO: MSE-6-G73Y
FUNCIONALIDADE: Entrega/Reparo
Atribuído para: Unidade de manutenção, setor AA-345, Estação de
Batalha Orbital DS-1.
CHECAGEM DE SISTEMAS:
Processador matriz de circuito modular: a baixo do ideal. Múltiplas
instâncias de perda de memória detectadas.
SENSORES DE PROXIMIDADE: ótimo
Sensores do compartimento interno: ótimo
Comportas dorsais: ótimo
Holo gravador: ótimo
Motores dynadrive 9-ES: ótimo
Rodas: ótimo
PALPATINE
Saída.
Dex sentou do lado de seu beliche, com os cotovelos nos joelhos,
encarando o nada, mas pensando em tudo. Com o seu passado
esticado atrás dele, numa linha de eventos muito mais longa do que o
futuro que via a sua frente.
O Império estava vindo, com o seu poder projetado na forma de
uma estação de batalha do tamanho de uma lua que já havia
destruído mais de um planeta e assassinado bilhões. Bilhões. Todo
mundo conhecia alguém que estivera em Alderaan, Scarif ou Jedha.
Dex tinha estado em Alderaan uma vez com os seus pais, anos antes
de a Republica se transformar no Império.
Pensar nas pessoas lá, com as suas vidas obliteradas em um
instante de fogo e dor, o enfurecia e afligia subitamente. Foi uma
atrocidade, e ele queria que o Império respondesse por isso.
Mas ele não era ingênuo. Qualquer resposta que a Aliança Rebelde
forçasse o Império a dar provavelmente se tornaria, em apenas
algumas horas... fútil. Ele sabia como as coisas provavelmente
terminariam. Parecia a ele que as suas escolhas eram fugir da lua de
Yavin e viver, talvez, ou ficar e lutar e morrer.
E ninguém estava fugindo.
Nem uma pessoa. Ninguém.
Alderaan havia dado uma determinação feroz a todos, desde as
tropas de suporte aos pilotos. Estavam cansados de fugir.
A verdade, rumores circulavam entre as equipes de voo de que a
Princesa Organa havia retornado com algum tipo de informação
secreta sobre o Império, mas Dex não via como uma mera
informação podia ajudar. A batalha com a Estrela da Morte se
resumiria a um teste de sangue e metal. E o Império tinha muito
mais de ambos. As forças da Aliança que restavam em Yavin 4 eram
uma coleção maltrapilha de caças estelares e cruzadores leves, quase
nenhuma nave capitânia havia sobrevivido a batalha em Scarif.
Juntos, todos os seus soldados não conseguiriam nem operar uma
fração da Estrela da Morte.
Mas mesmo assim, ninguém estava fugindo. Nem uma pessoa.
Você faz o seu ataque e acerte o que puder, esse era o lema do
Esquadrão Dourado. Dex internalizou isso há muito tempo. Faria o
seu maldito ataque, aconteça o que acontecer.
Ele também tinha seu próprio lema, baseado em algo que sua mãe
sempre dizia.
— Pequenas fagulhas podem começar grandes incêndios.
Pensar em sua mãe o perseguiu em suas trevas internas e o fez
sorrir. Em sua mente, podia vê-la em um de seus vestidos simples
que adorava, cabelos grisalhos em um coque, com o seu dente da
frente torto, exposto em um sorriso.
Respirou fundo, expirou, brincou com o seu traje, e tentou afastar
o seu estado mental. Checou o cronograma. Eles tinham horas, um
pouco menos, e então voaria no seu Y-Wing sobre uma enorme
esfera de metal e armas e fazer o que pudesse.
Você faz o seu ataque.
Pequenas fagulhas.
Um som de cri cri de interrogação o trouxe de volta para o
presente. Sorriu para a unidade R5 marcada pela batalha que esteve
com desde que saíra de Corellia. Apelidou o droide de Fagulhas.
— Estava só pensando, Fagulhas. Só isso.
Um ronronado simpático de Fagulhas. Mais bipes com um ponto
de interrogação no fim.
— Ah, sobre muitas coisas. Principalmente sobre a minha mãe e o
meu pai em Onderon. Não os vejo desde... faz muito tempo. E a
minha irmãzinha, ela teria doze agora. Doze. — Ele balançou a
cabeça. O tempo passara tão rápido, e agora tinha tão pouco
sobrando.
Fagulhas rolou para perto, zumbiu em simpatia.
— Já te contei sobre o que minha mãe dizia sobre pequenas
fagulhas? Foi por isso que te batizei de Fagulhas. Bem, isso e aquele
incêndio que você começou na lua de Utapau. Lembra?
Um gemido envergonhado e uma tremida do Fagulhas.
Dex Sorriu, deu uma tapinha na cabeça do droide, e mentiu.
— Ouça, as coisas vão ficar bem.
Os bipes ambivalentes de Fagulhas sugeriam que ele viu a verdade
através das palavras.
— Vamos fazer o que pudermos, certo? Faremos o nosso ataque.
Fagulhas se animou, apitou em entusiasmado.
— E acertaremos o que pudermos, — Dex disse. — Certo.
Em retrospectiva, percebeu que a frase de sua mãe era um aspecto
comum em sua vida. Tocava em sua mente quando entrou para a
Rebelião, e lhe deu apoio nos tempos sombrios. Ele entrou sabendo
que as coisas pareciam desoladoras, mas sempre se imaginou como
uma fagulha, sempre se imaginou começando o grande incêndio.
Mas parecia que não. Na verdade, parecia que as coisas
terminariam em uma lua no fim do mundo.
Uma voz chegou pelo intercomunicador da estação.
— A estação espacial Imperial entrou no sistema. Reportem a suas
estações. Tripulações de voo para o...
Uma pausa longa. O final usual para aquela frase seria... para o
hangar de lançamento. Afinal, eles já haviam feito a sua instrução
para a missão.
Um estalo no intercomunicador.
— Todas as tripulações de voo reportem imediatamente na sala de
reuniões principal.
Fagulhas zumbiu uma observação.
Dex levantou.
— Concordo, isso é estranho. Vou ver o que é. Vejo você na nave.
Em seus momentos mais calmos, Col sabia que o apelido havia ficado
preso por motivos além de sua semelhança superficial com Antilles.
Durante as instruções da missão, Antilles se limitou a algumas
perguntas específicas, enquanto Col queria saber se o Comando de
Caças havia analisado todas as alternativas. Até mesmo se os seus
capacetes eram opostos, o de Wedge é um verde fosco e de Col é um
tumulto de listras amarelas.
Garven Dreis, o comandante do Esquadrão Vermelho de rosto
escarpado e olhos tristes, deu um sermão em Col após as suas
explosões. Assim como o General Merrick, que morreu com muitos
outros em Scarif. E veteranos como Puck e John D. tentaram reforçar
a mensagem. Col sabia que a provocação de Puck era para ajudá-lo a
desenvolver uma pele mais grossa.
Col tentara ser mais parecido com os pilotos elogiados por seus
exteriores plácidos, pilotos como Chan e Antilles. Mas,
inevitavelmente, outro sentimento iria se apoderar dele enquanto
estava deitado em seu beliche olhando para o teto de pedra.
Todos os dias, o Império devorava mundos em busca de minério e
combustível e matava aqueles que ousavam se opor a ele. Col tinha
observado a uma agitação crescente enquanto o mal se espalhava
pela galáxia, até que percebeu que não podia passar mais um dia no
seu plácido mundo natal sem fazer nada. Deixou Uquine naquela
noite com alguns créditos, uma mochila e um voto de vingar aqueles
que o Império havia prejudicado.
Talvez, ele ficasse na escuridão e pensasse, que o problema da
Rebelião não era que Col Takbright estivesse com muita raiva. Talvez
pessoas como Wedge Antilles não estivessem com raiva o suficiente.
tradutoresdoswhills.wordpress.com
SOBRE OS AUTORES
Conhecida pelos fãs como a voz de Ahsoka Tano em Star Wars: The
Clone Wars, Rebels e Star Wars: Forces of Destiny, a atriz e
empresária ASHLEY ECKSTEIN também fundou a Her Universe, a
inovadora empresa de moda fangirl e marca de estilo de vida. Ashley
tem sido amplamente reconhecida como empresária e criadora de
tendências fangirl. Ela foi recentemente escolhida pela revista Good
Housekeeping como uma das 25 Mulheres Incríveis de 2016. A Her
Universe licenciadora orgulhosa da Disney/Star Wars e Marvel,
BBC/Doctor Who, CBS/Star Trek, Studio Ghibli, bem como um
crescente lista de propriedades.
Ashley é uma personalidade reconhecida no “mundo geek” e uma
atriz e apresentadora sob demanda estrelando vários especiais de TV,
shows ao vivo, eventos e vídeos para Disney, HSN, Comic-Con HQ e
muito mais. Além de Ahsoka Tano de Star Wars, Ashley também é a
voz de Mia the Bluebird em Sofia the First da Disney, Dagger em
Ultimate Spider-Man da Disney XD e a voz de Cheetah em DC Super
Hero Girls. Ashley também foi ouvida na tela grande em 2016 como
a voz de Yaeko na adaptação em inglês do amado filme do Studio
Ghibli, Only Yesterday, ao lado da atriz de Star Wars Daisy Ridley e
do aclamado ator Dev Patel.
Em outubro de 2016, Her Universe foi adquirida pela Hot Topic,
Inc., e se juntou ao seu grupo de marcas como uma subsidiária
independente, e-commerce e marca de atacado. Ashley continua o
seu papel como fundadora e GMM de Her Universe e na supervisão
de todos os aspectos da empresa.
JASON FRY é um escritor no Brooklyn, Nova York, onde vive com sua
esposa, filho e cerca de uma tonelada de coisas de Star Wars. Ele é o
autor de The Clone Wars: The Visual Guide, The Clone Wars:
Ultimate Battles e The Clone Wars: Official Episode Guide: Season
1, e escreveu extensivamente para a revista Star Wars Insider e
Wizards of the Coast.
JOHN JACKSON MILLER é o autor mais vendido pela revista New York
Times com Star Wars: Kenobi,: Um Novo Amanhecer, Star Wars
Legends: Tribo Perdida dos Sith e as coleções de romances gráficos
Star Wars Legends: A Velha República da Marvel, entre muitos
outros romances e quadrinhos. O site dele é farawaypress.com.
NNEDI OKORAFOR nasceu nos Estados Unidos de dois pais imigrantes
Igbo (nigerianos). Ela tem doutorado em inglês e é professora de
escrita criativa na Universidade Estadual de Chicago. Ela foi a
vencedora de muitos prêmios por seus contos e livros para jovens
adultos, e ganhou um World Fantasy Award por Quem Teme a
Morte. Os livros de Okorafor são inspirados em sua herança
nigeriana e as suas muitas viagens à África. Ela mora em Chicago
com a sua filha, Anyaugo, e a sua família.
BETH REVIS é a autora mais vendida pela New York Times com a série
Across the Universe, o romance complementar The Body Electric,
um romance contemporâneo sinuoso A World Without You e vários
contos. Natural da Carolina do Norte, Beth está atualmente
trabalhando em um novo romance para adolescentes. Ela mora na
zona rural da Carolina do Norte com os seus filhos: um marido, um
filho e dois cães aproximadamente do tamanho de Ewoks.
GREG RUCKA é o autor mais vendido pela New York Times de quase
duas dúzias de romances, incluindo Star Wars: Antes dos Despertar
e Star Wars: Guardiões dos Whills, e ganhou vários prêmios Eisner
por suas HQs. Ele mora em Portland, Oregon, com sua esposa e
filhos.
Quando Jyn Erso tinha cinco anos, sua mãe foi assassinada e seu
pai foi tirado dela para servir ao Império. Mas, apesar da perda de
seus pais, ela não está completamente sozinha, — Saw Gerrera, um
homem disposto a ir a todos os extremos necessários para resistir à
tirania Imperial, acolhe-a como sua e dá a ela não apenas um lar,
mas todas as habilidades e os recursos de que ela precisa para se
tornar uma rebelde.Jyn se dedica à causa e ao homem. Mas lutar ao
lado de Saw e seu povo traz consigo o perigo e a questão de quão
longe Jyn está disposta a ir como um dos soldados de Saw. Quando
ela enfrenta uma traição impensável que destrói seu mundo, Jyn
terá que se recompor e descobrir no que ela realmente acredita... e
em quem ela pode realmente confiar.
Sylvestri Yarrow vive uma maré de azar sem fim. Ela tem feito o
possível para manter o negócio de carga da família em
funcionamento após a morte de sua mãe, mas entre o aumento das
dívidas e o aumento dos ataques dos Nihil a naves desavisados, Syl
corre o risco de perder tudo o que resta de sua mãe. Ela segue para
a capital galáctica de Coruscant em busca de ajuda, mas é desviada
quando é arrastada para uma disputa entre duas das famílias mais
poderosas da República por um pedaço do espaço na fronteira.
Emaranhada na política familiar é o último lugar que Syl quer estar,
mas a promessa de uma grande recompensa é o suficiente para
mantê-la interessada... Enquanto isso, o Cavaleiro Jedi Vernestra
Rwoh foi convocada para Coruscant, mas sem nenhuma ideia do
porquê ou por quem. Ela e seu Padawan Imri Cantaros chegam à
capital junto com o Mestre Jedi Cohmac Vitus e seu Padawan,
Reath Silas, e são convidados a ajudar na disputa de propriedade
na fronteira. Mas por que? O que há de tão importante em um
pedaço de espaço vazio? A resposta levará Vernestra a uma nova
compreensão de suas habilidades e levará Syl de volta ao
passado... e às verdades que finalmente surgirão das sombras.