Você está na página 1de 14

A IMPORTÂNCIA DO INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURAS PARA O

DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO: O CASO DE ANGOLA

Armando Kondua1

Resumo: O investimento em infraestruturas é fundamental para o desenvolvimento


econômico de um país, pois proporciona em última análise as condições adequadas para o
funcionamento eficiente e cada vez mais eficaz dos setores produtivos estratégicos de uma dada
economia visando o bem-estar da sociedade. Com a melhoria das rodovias, ferrovias,
construção de aeroportos e redes de energia e a constante manutenção das redes de
comunicação, há um aumento da competitividade das empresas, redução de custos de produção
e maior atratividade para investimentos estrangeiros. Além disso, a infraestrutura de qualidade
contribui para a geração de empregos, redução das desigualdades regionais que ocasionalmente
são males que buscamos combater, gera também melhoria da qualidade de vida da população e
estimula o crescimento econômico de forma sustentável.

Palavras – Chave: Investimento, Infraestruturas, Economia.

Abstract: Investment in infrastructure is fundamental for the economic development of


a country, as it ultimately provides the appropriate conditions for the efficient and increasingly
effective functioning of the strategic productive sectors of a given economy, aiming for the
well-being of society. With the improvement of highways, railways, construction of airports
and energy networks and the constant maintenance of communication networks, there is an
increase in the competitiveness of companies, a reduction in production costs and greater
attractiveness for foreign investments. Furthermore, quality infrastructure contributes to the
creation of jobs, the reduction of regional inequalities that are occasionally evils that we seek
to combat, it also generates an improvement in the population's quality of life and stimulates
economic growth in a sustainable manner.

Key Words: Investment, infrastructure, Economy.

1
Estudante de Economia, pela Universidade Agostinho Neto
1. INTRODUÇÃO
Diferente do que podemos observar em outros campos onde o conhecimento se apresenta
de uma maneira absolutamente organizada e com fronteiras bem delineadas; na ciência
económica em particular em vários momentos somos extimulados a derrubar estas frnteiras de
actuação e recorrer a outros campos para melhor compreenção de um determinado problema
que chega até ao economista; sendo a economia uma ciência social notavelmente ela tem um
impacto directo na vida das pessoas, todas as decisões a serem tomadas em esfera económica
acabarão por afectar de maneira ocasionalmente direita ou indireita. É importante desde já
termos em mente que a economia como um todo busca fundamentalmente a satisfação do maior
número possível das necessidades dos indivíduos residentes numa dada localidade, mediante
ao bom uso dos recursos limitados a disposição; buscando a redução da taxa de desemprego,
promover o crescimento económico e garantir uma estabilidade no nível geral dos preços.

Todos estes são conhecidos pela teoria económica como objectivos macroeconómicos; para
que elas possam ser alcançadas de modo geral irão demandar grandes esforços e investimentos
em determinados sectores e zonas estratégicas, o que em última análise acaba por envolver a
contribuição de várias camadas do saber e não só. Abordar persistentemente sobre a questão do
investimento particularmente em infraestruturas em Angola é de vital importância dado o
cenário económico que presenciamos, então de modo geral continuar a analisar esta variável
bem como o seu impacto para o desenvolvimento económico local acaba por promover uma
série de debates em torno dela, assim como também possibilitam o surgimentos de novas ideias
e visões de caracter inovadoras que poderão dinamizar ainda mais o funcionamento da
economia como um todo.

2. INVESTIMENTO
Para uma análise voltada para a relevância da aposta nas infraestruturas para o
desenvolvimento económico local mais voltado para o longo prazo, é importante deste já
recorrer a teoria económica para entender melhor e com maior propriedade o que sugere então
o conceito de investimento; que neste caso será o investimento agregado, e de que maneira ela
pode ocasionalmente vir a ser categorizada. Entender de maneira clara cada um destes
elementos nos será muito importante dada a sua relevância no desenvolvimentos das próximas
análises a serem realizadas de maneira um pouco mais técnica sem deixar de pensar também
naqueles que não têm muita afinidade com a teoria económica mas que estão interessados em
saber mais sobre o tema.

Investimento é o acrescimo ao estoque de capital que leva ao crescimento da capacidade


produtiva (construções, instalações, máquinas, dentre outros). Na teoria macroeconomica, ele
pode ser interpretado sob dois angulos: no curto prazo e no longo prazo (VASCONCELLOS &
GARCIA, 2014 p.156). O investimento é por natureza uma “aplicação” que é realizada em um
determinado período de tempo num dado sector que vai resultar num aumento das nossas
reservas de recursos productivos; nesta análise em particular o tipo de investimento a ser
considerado quanto ao tempo será a de longo prazo. De modo geral um investimento se revela
sempre necessário quando a intenção é aumentar a capacidade productiva de uma economia ou
empresa em particular.
Tal como nós conseguimos ver; o investimento em infraestruturas é condição necessária
para o crescimento, pois aumenta o retorno de insumos privados e incentiva o investimento
privado e gera emprego. (RIGOLON,1998). Uma coisa igualmente interessante a ser observado
diz respeito a empregabilidade do próprio termos “Infraestruturas”. Em muitos momentos,
acabamos por verificar que não há convergência na aplicação do termo infraestrutura; já que
em muitos momentos ela é simplesmente tida como sinónimo de capital público (REIS, SILVA,
PAVAN, 2016, p.03). Para este trabalho em particular podemos até recorrer ao conceito de
capital na sua forma mais vasta, tal como faz Thomas Pikkety em sua obra máxima. O capital
é definido como o conjuto formado pelos activos não humanos que podem ser adquiridos,
vendidos e comprados em algum mercado (PIKKETY, 2013 p53).

3. DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
Uma das expressões bastante comuns na ciência económica é exactamente o
“Desenvolvimento” que em muitas ocasiões como podemos observar pelo mundo todo, está
sempre associada ao progresso, inovações, investimentos e coisas afins. Mas o que isso sugere?
O que este termo representa nas fronteiras da ciência econónica e para a sociedade numa forma
geral?

Em primeiro lugar é importante referir que crescimento e desenvolvimento económico são


dois conceitos que em termos concretos ou práticos acabam por se revelar completamente
diferentes.
Crescimento económico é o crecimento contínuo da renda per capita ao longo do tempo; já
o desenvolvimento económico é um conceito mais qualitativo, incluindo as alterações da
composição do producto e a alocação dos recursos pelos diferentes sectores da economia
(SANDOVAL, 2000 p412). O facto é que sempre que estivermos a tratar da variável
“desenvolvimento” numa dada economia em particular dentro de um período de observação,
sempre estaremos que associar este conceito a melhoria das condições de vida da população,
sem dúvidas que de modo geral esse efeito espelha apenas o que foi resultado de um crecimento
económico que a antecedeu; entretanto é importante também referir que nem todos países que
verificaram níveis de crescimento económico tempo depois sentiram os efeitos do
desenvolvimento em suas vidas. Quando tratamos por exemplo do crescimento; fazemos
referência ao aumento da capacidade productiva, ou seja a capacidade de gerar bens e serviços
por cada indivíduo. Então de maneira direita o que buscamos compreender é a sencibilidade
que a melhoria nas infraestruturas terá para o desenvolvimento económico.

4. INFRAESTRUTURAS
Quando usamos a imaginação para tentar idealizar a questão da infraestrutura, em vários
momentos este conceito se revelará associado a uma estrutura. Segundo Furtado (1973),
infraestrutura pode ser vista como um conjunto de bens e serviços essenciais para a produção,
como estradas, ferrovias, portos, telecomunicações, entre outros. Entretanto para Marques e
Santos (2014) quando analisam a sencibilidade das infraetruturas a nível regional argumental
que as infraestruturas representam o agrupamento de instalações assim como serviços também
que vão acabar por garantir o suporte e o funcionamento adequado das actividades económicas
e da estrutura social como um todo.

Em torno da literatura económica em particular, vários autores concordam em determinados


pontso ao dar o conceito do que seria então uma infraestrutura; por exemplo necessariamente
ela está ligada a uma série de elementos físicos ou tangíveis que se revelam fundamentais para
a solidificação de uma estrutura de produção eficiente e eficaz.
5. IMPACTO DO INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURAS

Uma coisa interessante a se ter em conta que talvez não tenha ficado muito evidente no
início tem relação a pergunta: Quem deve fazer estes gastos? Partindo da ideia de que todo o
investimento a ser realizado no final das contas contituí um custo para quem executa. Tratar
particularmente do investimento em infraestrutura é um assunto de suma importância; sendo
que em geral estes custos são suportados e realizados pelo Estado e não pelo sector privado
(REIS, SILVA, PAVAN, 2016, p.16) mais a diante os autores ainda continuam com a análise
tendo em conta a relação que esta variável tem com o sector privado que tanto desejamos que
cresça; segundo (REIS, SILVA, PAVAN, 2016) esses investimentos em capital público
assumem aqui uma relação de complementariedade com os investimentos realizados pelo sector
privado em acúmulo de capital.

Entretando tendo em conta a dinâmica do mundo como o vemos nos dias de hoje,
conseguimos notar que há um grande progresso por parte do sector privado, o que acaba por
sugerir a ideia de que ao invés de uma relação de complementariedade que inicialmente se
poderia argumentar, agora temos uma relaçõa de sustitubilidade, o que em última análise acaba
por dar também uma grande abertura para o sector privado em participar com um nível cada
vez mais significativo no que diz respeito as infraestruturas como um todo.

O investimento em infraestruturas ése revela absolutamente essencial para o


desenvolvimento econômico de um país. De acordo com diversos autores, a construção e a
realização de manutençõe de maneira constant; assim como a cpntrução de estradas, portos,
aeroportos, ferrovias, redes de energia e comunicação são essenciais para garantir o
funcionamento eficiente da economia, facilitar o transporte de mercadorias e pessoas, além de
melhorar a qualidade de vida da população.

Segundo estudos realizados por Barro (1997) e Calderón e Servén (2004), o investimento
em infraestruturas públicas tem um impacto positivo no crescimento econômico, aumentando
a produtividade e a competitividade das empresas. Além disso, a construção de novas
infraestruturas gera empregos e estimula o consumo, impulsionando o desenvolvimento de
diversos setores da economia. Neste ponto é necessário que façamos uma pequena observação
no facto de que os gastos públicos por natureza podem ser considerados investimentos
realizados pelo governo cujos lucros esperados poderão ser obtidos no curto prazo ou
fundamentalmente no longo prazo, quando os goversos realizam gastos para construção de uma
escolar, um aeroporto ou alguma outra infraestrutura; eles também estarão promovendo mais
postos de trabalho e como consequência haverá tendência para o aumento do consumo das
famílias. O consumo é fundamentalmente uma função do rendimento disponível. Durante o
período de 2012 até 2019 a tendência do consumo das famílias angolanas tem sido crescente,
sendo que apenas em 2018 para 2019 que tivemos uma variação anual relativamente menor em
comparação aos restantes períodos observados. Do outro lado ao verificar a renda disponível
das famílias deduzida as taxas de imposto, apenas em 2015 que tivemos uma redução da renda
disponível, pelo que esta evidência gerou grande impacto no consumo das famílias como
apresentada no gráfico, sendo que nos restantes períodos a tendência foi de crescimento da
renda disponível. Deste modo não descartamos em momento algum a ideia de que quanto mais
forem realizados investimentos significativos e com um grande coeficiente de justificação
certamente que vamos continuar observando impactos positivos em outras variáveis como a
função consumo.

O gráfico a seguir mostra o comportamneto da consumo das famílias angolanas de 2012 até
2019 de acordo aos dados fornecidos pelo INE.

20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
(C) Consumo

Fonte dos dados: INE

Elaborado pelo autor

De acordo ao relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico


(OCDE) de 2018 também aponta que o investimento em infraestruturas é essencial para reduzir
as desigualdades regionais e promover a inclusão social, pois permite o acesso a serviços
essenciais como saúde, educação e saneamento básico.
A desigualdade r>g faz com que os patrimónios originados do passado se recapitalizem
mais rápido do que a progressão da produção e dos salários; essa desigualdade exprime uma
contradição lógica fundamental (PIKETTY, 2013 p 692). Uma das principais obras que vem
compilar em si quase tudo o que já foi produzido em termos de pesquisa a respeito do tema
desigualdade, argumenta que a desigualdade tem sido cada vez mais crescente no mundo todo;
a desigualdade se revela como uma contradição central do próprio sistema capitalista que tanto
gostamos e que impera no mundo numa condição de mnopólio. Embora o argumento do autor
francês não tenha como base uma crítica ao sistema ela vem alertar os países sobre a
preocupação que é a questão das desigualdades; com isso os governos não podem se dar ao luxo
de não realizarem estes investimentos em infraestruturas sobre pena de agravar ainda mais a
questão da concentração da renda em torno dos 1% apenas da população.

No entanto, é importante ressaltar que o sucesso do investimento em infraestruturas depende


de uma gestão eficiente, profissional e transparente dos recursos públicos a disposição, além de
um planejamento adequado que leve em consideração as necessidades e demandas da
população. De acordo com Acemoglu e Robinson (2012), a falta de investimento em
infraestruturas pode gerar um círculo vicioso de baixo crescimento econômico e desigualdades
sociais. Com isso conseguimos notar claramente o tamanho do impacto que pequenas variações
nos investimentos em infraestruturas pode ter em variáveis como o consume das famílias, a
redução das desigualdades e promover o desenvolvimento económico. Em termos gerais
podemos mencionar cinco benefícios ou imoactos positivos quando se investee m
infraestruturas; nomeadamente:

a. Estímulo ao crescimento econômico: Quando são feitos investimentos em


infraestruturas, como construção de estradas, pontes, aeroportos, portos, entre outros,
isso cria empregos e estimula a demanda por bens e serviços, o que contribui para o
crescimento econômico e aumento da variável consumo.

b. Aumento da atratividade para investimentos estrangeiros: Infraestruturas bem


desenvolvidas e eficientes tornam um país mais atrativo para investimentos
estrangeiros, pois mostram que o país está preparado para receber negócios e promover
o crescimento econômico. De acordo com MORIKEN (2021) os investimentos
estrangeiros desempenham um papel extremamente importante para o
desenvolvimentos dos países; daí que é crucial se analisar seus determinantes e se
apostar também nas infraestruturas.

c. Aumento da produtividade: Infraestruturas bem desenvolvidas e eficientes facilitam o


transporte de mercadorias, o que reduz custos e aumenta a produtividade das empresas
que beneficiam destas estruturas, permitindo que elas sejam mais competitivas no
mercado global. Esse ultimo element é imensuravelmente importante, dado que quanto
mais competetivos nós formos internamente a princípio maior será a possibilidade de
expander as nossas fronteiras e lidar de igual para igual em outros mercados.

d. Melhoria na qualidade de vida: Investimentos em infraestruturas como saneamento


básico, abastecimento de água, eletricidade e transporte público melhoram a qualidade
de vida da população e atraem investimentos privados para o desenvolvimento de novos
negócios e serviços. Tal como já mencionámos anteriormente estes gastos em capital
público não são actividades extritamente realizados pelo sector público, hoje em dia a
intenção é dar maior liberdade ao sector privado para fomenter a economia de Mercado.
5.1 IMPACTO DO INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURAS NA
AGRICULTURA

A aplicação de capital para a melhoria em infraestrutura agrícola, como estradas, armazéns


e sistemas de irrigação é um aspecto a que devemos ter em conta sempre que invocamos este
tema. Já foi destacada acima o facto de ser absolutamente relevante que se aposte de maneira
eficiente no sector da agricultura, entretanto uma atenção especial deve ser dada a questão da
nossa capacidade de irrigação da então terra fértil de que temos a disposição. Se o problema for
a água; devo dizer que nós temos água, entretanto o nosso problema não tem sido este de
maneira geral e sim o modo como esta água vai chegar até a quinta ou a fazenda do senhor João
que está a produzir a banana ou a batata doce que se tudo estivesse bem chegaria até a sua mesa.
Essa incapacidade que deriva de uma falha estratégica por parte dos planos de engenharia que
foram implementados até então que têm condicionado aquilo que é a nossa capacidade de
produzir e distribuir; até podemos aqui assumir que a engenharia das nossas estradas em muitos
momentos acaba por afectar aquilo que é a nossa produtividade no local de trabalho, acredito
que quem tem de percorrer longas distâncias de carro sabe do que me refiro, inclusive o
camioneiro que vai transportar estes productos do campo para levar até aos mercados em outras
cidades. Então aqui já conseguimos verificar dois elementos: Formas de acesso à água para a
hidratação da terra e as nossas vias de acesso.

6. INCLUSÃO DA VARIÁVEL CORRUPÇÃO

É importante aqui também não deixar de citar a variável corrupção como um dos grandes
determinantes a contribuir para o nível de produção geral assim também na aposta no sector da
agricultura; a corrupção vem sendo um câncer na cultura angolana e só perde para a
pontualidade no dia a dia do angolano. A corrupção constituí um desafio considerável para o
desenvolvimento dos países (MORIKEN, 2021 p 32). Além de ter um impacto negativo para a
atração de investimento estrangeiro também pode condicionar a boa gestão eficiente,
profissional e transparente dos recursos públicos a disposição.

Algumas instituições isoladas desenvolveram inquéritos visando quantificar o índice de


corrupção no país tomando como período de análise de 2002 até 2019; mediante a estas
informações de carácter quantitativas temos que de 2004 até 2012 as taxas foram relativamente
baixas, em comparação aos restantes períodos; devendo-se provavelmente ao fraco acesso que
determinadas pessoas tinham de alguns serviços na altura; bem como também a uma cadeia de
factores socioeconómicos, entretanto isso não cerve como desculpa, em 2015 observamos a
nossa menor taxa de corrupção até então devendo-se em grande parte pelo início da luta contra
a corrupção e nepotísmo que se personificou na operação resgate na altura; se verificou e
continua até então, e quatro anos depois tivemos a nossa taxa mais elevada taxa de acordo aos
dados, cerca de 26% como podemos verificar no gráfico a seguir que mostra o comportamento
da corrupção mediante a amostra em análise.2

30

25

20

15

10

0
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
corrup

Comportamento gráfico da corrupção em Angola de 2002 até 2019

Elaborado via Excel pelo autor

Este problema não pode simplesmente ser resolvido por meio da implementação de ajustes
salariais; é uma questão de cosciência por parte do trabalhador, claro que além destes existem
aqueles que fazem coisas incríveis e dinamizam muito o seu processo de produção, um exemplo
claro disso é visível nos bancos quando por exemplo apenas um balconista tem de atender umas
trinta pessoas em uma hora; esses são heróis na verdade.

2
Todos os dados quantitativos a serem manipulados neste trabalho têm como fonte: Diakite Moriken (2021)
em seu trabalho “Os Determinantes do investimento directo estrangeiro: Um estudo emprírico no contexto da
economia Angolana”.
7. ANÁLISE QUANTITATIVA: RELAÇÃO ENTRE O PIB E AS
INFRAESTRUTURAS

Já estabelecemos por meio dos argumentos apresentados acima que os investimentos


têm a capacidade de extimular de maneira significativa toda a actividade económica, no
caso particular dos investimentos realizados na modernização do capital, aperfeiçoamento
das técnicas de produção assim como também na construção de novas instalações visando
dinamizar ainda mais a economia acabam por gerar ocasionalmente resultados positivos
quando bem realizados e se verificar o cumprimento de determidados pressupostos,
incluíndo a presença zero do factor corrupção; uma prévia realização de um estudo com
vista a mensurar os possíveis impacto daquele projecto que visa a instalação de uma nova
estrutura ou modificação de uma.

Tendo a disposição determinados dados a nível quantitativo o que nos propómos em


realizar a seguir é uma avaliação a nível quantitativo com recurso a técnicas Estatísticas
aplicadas em Econometria para avaliar a sencibilidade que pode existir na variável PIB dada
uma alteração na variável infraestrutura. Embora tenhamos noção que o PIB não é um dos
melhores indicadores para se verificar o bem-estar da população, vamos manter ela como
nossa variável de estudo para esta análise a que nos propomos a realizar.

O PIB é o somatório de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território


nacional num dado período, valorizados a preço de mercado, sem levar em consideração se
os factores de produção são de propriedade de residentes ou não (VASCONCELLOS &
GARCIA, 2014 p 130). Sendo que o PIB real é o principal elemento de análise económica.

Construção do modelo teórico Matemático:

𝑃𝐼𝐵 = 𝛽0 + 𝛽1𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎

Contrução do modelo Estatístico:

𝑃𝐼𝐵 = 𝛽0 + 𝛽1𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎 + 𝜀

Com a adição do termo de erro, que vai conter todas as demais variáveis que impactam
o PIB mas que não estarão neste trabalho a serem analisadas e mencionadas neste modelo
de regressão linear simples. O objectivo é bastante claro e simples; visando apenas
compreender qual o impacto que a variável (Infraestrutura) tem naquilo que é o PIB
(Produto Interno Bruto) a nível nacional.3

Modèle 1: MCO, utilisant les observations 2002-2019 (T = 18)


Variable dépendante: l_pib

Coefficient Erreur Std t de Student p. critique


const 3,24420 0,203826 15,92 <0,0001 ***
l_infra 0,854327 0,150533 5,675 <0,0001 ***

Moy. var. dép. 4,254988 Éc. type var. dép. 0,708168


Somme carrés résidus 2,829492 Éc. type de régression 0,420527
R2 0,668116 R2 ajusté 0,647373
F(1, 16) 32,20957 p. critique (F) 0,000034
Log de vraisemblance −8,888423 Critère d'Akaike 21,77685
Critère de Schwarz 23,55759 Hannan-Quinn 22,02239
rho 0,751283 Durbin-Watson 0,415600

Tendo em conta os cálculos realizados acima, o que nos resta agora a fazer é a interpretação
das informações a nível quantitativos, pelo que podemos afirmar:

a. Durante o período em análise que compreende o espaço de (2002 até 2019) conseguimos
verificar que tanto a nível teórico quanto a nível prático que compreende o caso de
Angola, se observa uma relação positiva entre as duas variáveis em estudo no modelo
computado. 𝑃Î𝐵 = 3.24 + 0.85𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎
b. Tendo em conta o modelo acima, conseguimos verificar que dada uma variação positiva
nas infraestruturas em um ponto percentual; teremos um adicional médio no PIB na
ordem de 0.85 pontos percentuais. O que já é um valor interessante por se agregar.
c. Tudo o mais constante, se 𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎 = 0 então o que vamos obter em termos médios para
o PIB será na ordem de 3.24 pontos percentuais. Assumindo uma hipótese de que não
há nenhum investimento no sector.
d. É importante aqui mencionar também um ponto importante que tem relação com o
coeficiente de correlação linear que foi calculado ou detrminado na presente analise
quantitativa; o coeficiente de correlação linear entre o PIB e o investimento em
infraestruturas no modelo computado revela a existência de uma correlação estatística
positiva entre as variáveis tomadas em estudo.

3
Os cálculos a serem aqui apresentados para efeito de análise foram realizados por meio do “GRETL”.
e. Uma das conslusões a que podemos chegar mediante ao modelo computado, diz respeito
ao facto de que a “𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎” esta a servir aqui como a nossa variável independente, logo
neste caso ela explica aproximadamente 66% das variações que foram observadas em
torno do PIB durante o período tomado para análise em Angola em torno da sua média
móvel.
O que também deixa a ideia de que claramente como esperado inicialmente,
outras variáveis explicam com mais consistências as variações no producto interno
bruto.

Apresentação da Estatística Descritiva

Statistiques descriptives, utilisant les observations 2002 - 2019


Variable Moyenne Médiane S.D. Min Max

l_infra 1,18 1,15 0,678 0,104 2,20

l_pib 4,25 4,54 0,708 2,73 4,98

No que diz respeito a análise da tabela acima, é importante referir que ressaltam os
valores mínimos e máximos sobre os investimentos em infraestruturas entre o período de 2002
até 2019 foram, aproximadamente, 0,10 e 2,20 pontos respectivamente. Além disso o valor que
se encarrega de fazer a divisão desta amostra de que dispomos em duas partes iguais foi de 1.15
pontos; sendo que o valor médio observado foi de aproximadamente 1,18 sendo que também
conseguimos observar por meio dos dados computados que os cálculos acabaram por apresentar
uma dispersão de 0,67 pontos em torno da média amostral.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conseguimos perceber no final das contas que quer a nível qualitativo e até mesmo a
nível quantitativo; isso por meio da quantificação do referido problema de natureza económica
com uma densa abrangência social, que é de suma importância que as economias em
desenvolvimento tenha em conta este factor como sendo um elemento fundamental para que se
consiga alcançar no longo prazo um desenvolvimento a nível económico que se traduz pela
melhoria nas condições de vida dos angolanos; conseguimos perceber também que a nível
histórico, vários modelos de sociedade foram formulados mediante aos investimentos que este
sector fundamental acabou por receber durante um determinado período de tempo; claramente
que estes investimentos equivalem a uma demanda por gastos públicos por parte do governo, o
que acaba por necessitar uma certa parcela das receitas públicas arrecadadas durante o exercício
económico, mas como foi mencionado nos capítulos anteriores o sector privado também é aqui
convidado a ingressar nesta campanha para a dinamização da actividade económica e da
economia como um todo que tem como um dos seus determinantes o investimento nas
infraestruturas. Pelo que recomendamos aos orgãos de tutela que disponibilizem a atenção
necessária para este sector nos próximos orçamentos.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

VASCONCELLOS, Marco & GARCIA, Manuel Garcia: Fundamentos de Economia-


Quinta edição; São Paulo, Saraiva, 2014.

RIGOLON, F.J.Z: O investimento em Infraestrutura e a Retomada do Crescimento


Económico Sustentado, Rio de Janeiro, nº 1, p129-158 1998.

REIS, Marcelo; SILVA, Girlan; PAVAN, Lucca: O investimento em infraestrutura e


crescimento económico: Uma revisão da literatura, Paraná, s.n, p4-16.

PIKETTY, Thomas: O capital no século XXI - Primeira edição; Rio de Janeiro,


Intrínseca LDTA, 2014

VASCONCELLOS, Marco: Economia: Micro e Macro – Primeira edição; São Paulo,


Atlas, 2000.

FURTADO, Celso: O mito do desenvolvimento Económico, Rio de Janeiro, s n, p2-61

BARROS, R. (1997). Determinants of Economic Growth: A Cross-Country Empirical


Study. MIT Press.

CALDERÓN, C. & Servén, L. (2004). The Effects of Infrastructure Development on


Growth and Income Distribution. Policy Research Working Paper, World Bank.

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2018). Infrastructure


for Development: A Roadmap for Africa. OCDE Publishing

MORIKEN, Diakite: Os Determinantes do investimento directo estrangeiro: Um estudo


emprírico no contexto da economia Angolana, Luanda, Dissertação (Mestrado em Economia)
– Universidade Agostinho Neto, Angola, 2021

Você também pode gostar