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Armando Kondua1
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Estudante de Economia, pela Universidade Agostinho Neto
1. INTRODUÇÃO
Diferente do que podemos observar em outros campos onde o conhecimento se apresenta
de uma maneira absolutamente organizada e com fronteiras bem delineadas; na ciência
económica em particular em vários momentos somos extimulados a derrubar estas frnteiras de
actuação e recorrer a outros campos para melhor compreenção de um determinado problema
que chega até ao economista; sendo a economia uma ciência social notavelmente ela tem um
impacto directo na vida das pessoas, todas as decisões a serem tomadas em esfera económica
acabarão por afectar de maneira ocasionalmente direita ou indireita. É importante desde já
termos em mente que a economia como um todo busca fundamentalmente a satisfação do maior
número possível das necessidades dos indivíduos residentes numa dada localidade, mediante
ao bom uso dos recursos limitados a disposição; buscando a redução da taxa de desemprego,
promover o crescimento económico e garantir uma estabilidade no nível geral dos preços.
Todos estes são conhecidos pela teoria económica como objectivos macroeconómicos; para
que elas possam ser alcançadas de modo geral irão demandar grandes esforços e investimentos
em determinados sectores e zonas estratégicas, o que em última análise acaba por envolver a
contribuição de várias camadas do saber e não só. Abordar persistentemente sobre a questão do
investimento particularmente em infraestruturas em Angola é de vital importância dado o
cenário económico que presenciamos, então de modo geral continuar a analisar esta variável
bem como o seu impacto para o desenvolvimento económico local acaba por promover uma
série de debates em torno dela, assim como também possibilitam o surgimentos de novas ideias
e visões de caracter inovadoras que poderão dinamizar ainda mais o funcionamento da
economia como um todo.
2. INVESTIMENTO
Para uma análise voltada para a relevância da aposta nas infraestruturas para o
desenvolvimento económico local mais voltado para o longo prazo, é importante deste já
recorrer a teoria económica para entender melhor e com maior propriedade o que sugere então
o conceito de investimento; que neste caso será o investimento agregado, e de que maneira ela
pode ocasionalmente vir a ser categorizada. Entender de maneira clara cada um destes
elementos nos será muito importante dada a sua relevância no desenvolvimentos das próximas
análises a serem realizadas de maneira um pouco mais técnica sem deixar de pensar também
naqueles que não têm muita afinidade com a teoria económica mas que estão interessados em
saber mais sobre o tema.
3. DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
Uma das expressões bastante comuns na ciência económica é exactamente o
“Desenvolvimento” que em muitas ocasiões como podemos observar pelo mundo todo, está
sempre associada ao progresso, inovações, investimentos e coisas afins. Mas o que isso sugere?
O que este termo representa nas fronteiras da ciência econónica e para a sociedade numa forma
geral?
4. INFRAESTRUTURAS
Quando usamos a imaginação para tentar idealizar a questão da infraestrutura, em vários
momentos este conceito se revelará associado a uma estrutura. Segundo Furtado (1973),
infraestrutura pode ser vista como um conjunto de bens e serviços essenciais para a produção,
como estradas, ferrovias, portos, telecomunicações, entre outros. Entretanto para Marques e
Santos (2014) quando analisam a sencibilidade das infraetruturas a nível regional argumental
que as infraestruturas representam o agrupamento de instalações assim como serviços também
que vão acabar por garantir o suporte e o funcionamento adequado das actividades económicas
e da estrutura social como um todo.
Uma coisa interessante a se ter em conta que talvez não tenha ficado muito evidente no
início tem relação a pergunta: Quem deve fazer estes gastos? Partindo da ideia de que todo o
investimento a ser realizado no final das contas contituí um custo para quem executa. Tratar
particularmente do investimento em infraestrutura é um assunto de suma importância; sendo
que em geral estes custos são suportados e realizados pelo Estado e não pelo sector privado
(REIS, SILVA, PAVAN, 2016, p.16) mais a diante os autores ainda continuam com a análise
tendo em conta a relação que esta variável tem com o sector privado que tanto desejamos que
cresça; segundo (REIS, SILVA, PAVAN, 2016) esses investimentos em capital público
assumem aqui uma relação de complementariedade com os investimentos realizados pelo sector
privado em acúmulo de capital.
Entretando tendo em conta a dinâmica do mundo como o vemos nos dias de hoje,
conseguimos notar que há um grande progresso por parte do sector privado, o que acaba por
sugerir a ideia de que ao invés de uma relação de complementariedade que inicialmente se
poderia argumentar, agora temos uma relaçõa de sustitubilidade, o que em última análise acaba
por dar também uma grande abertura para o sector privado em participar com um nível cada
vez mais significativo no que diz respeito as infraestruturas como um todo.
Segundo estudos realizados por Barro (1997) e Calderón e Servén (2004), o investimento
em infraestruturas públicas tem um impacto positivo no crescimento econômico, aumentando
a produtividade e a competitividade das empresas. Além disso, a construção de novas
infraestruturas gera empregos e estimula o consumo, impulsionando o desenvolvimento de
diversos setores da economia. Neste ponto é necessário que façamos uma pequena observação
no facto de que os gastos públicos por natureza podem ser considerados investimentos
realizados pelo governo cujos lucros esperados poderão ser obtidos no curto prazo ou
fundamentalmente no longo prazo, quando os goversos realizam gastos para construção de uma
escolar, um aeroporto ou alguma outra infraestrutura; eles também estarão promovendo mais
postos de trabalho e como consequência haverá tendência para o aumento do consumo das
famílias. O consumo é fundamentalmente uma função do rendimento disponível. Durante o
período de 2012 até 2019 a tendência do consumo das famílias angolanas tem sido crescente,
sendo que apenas em 2018 para 2019 que tivemos uma variação anual relativamente menor em
comparação aos restantes períodos observados. Do outro lado ao verificar a renda disponível
das famílias deduzida as taxas de imposto, apenas em 2015 que tivemos uma redução da renda
disponível, pelo que esta evidência gerou grande impacto no consumo das famílias como
apresentada no gráfico, sendo que nos restantes períodos a tendência foi de crescimento da
renda disponível. Deste modo não descartamos em momento algum a ideia de que quanto mais
forem realizados investimentos significativos e com um grande coeficiente de justificação
certamente que vamos continuar observando impactos positivos em outras variáveis como a
função consumo.
O gráfico a seguir mostra o comportamneto da consumo das famílias angolanas de 2012 até
2019 de acordo aos dados fornecidos pelo INE.
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18
16
14
12
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8
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4
2
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
(C) Consumo
É importante aqui também não deixar de citar a variável corrupção como um dos grandes
determinantes a contribuir para o nível de produção geral assim também na aposta no sector da
agricultura; a corrupção vem sendo um câncer na cultura angolana e só perde para a
pontualidade no dia a dia do angolano. A corrupção constituí um desafio considerável para o
desenvolvimento dos países (MORIKEN, 2021 p 32). Além de ter um impacto negativo para a
atração de investimento estrangeiro também pode condicionar a boa gestão eficiente,
profissional e transparente dos recursos públicos a disposição.
30
25
20
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10
0
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
corrup
Este problema não pode simplesmente ser resolvido por meio da implementação de ajustes
salariais; é uma questão de cosciência por parte do trabalhador, claro que além destes existem
aqueles que fazem coisas incríveis e dinamizam muito o seu processo de produção, um exemplo
claro disso é visível nos bancos quando por exemplo apenas um balconista tem de atender umas
trinta pessoas em uma hora; esses são heróis na verdade.
2
Todos os dados quantitativos a serem manipulados neste trabalho têm como fonte: Diakite Moriken (2021)
em seu trabalho “Os Determinantes do investimento directo estrangeiro: Um estudo emprírico no contexto da
economia Angolana”.
7. ANÁLISE QUANTITATIVA: RELAÇÃO ENTRE O PIB E AS
INFRAESTRUTURAS
𝑃𝐼𝐵 = 𝛽0 + 𝛽1𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎
𝑃𝐼𝐵 = 𝛽0 + 𝛽1𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎 + 𝜀
Com a adição do termo de erro, que vai conter todas as demais variáveis que impactam
o PIB mas que não estarão neste trabalho a serem analisadas e mencionadas neste modelo
de regressão linear simples. O objectivo é bastante claro e simples; visando apenas
compreender qual o impacto que a variável (Infraestrutura) tem naquilo que é o PIB
(Produto Interno Bruto) a nível nacional.3
Tendo em conta os cálculos realizados acima, o que nos resta agora a fazer é a interpretação
das informações a nível quantitativos, pelo que podemos afirmar:
a. Durante o período em análise que compreende o espaço de (2002 até 2019) conseguimos
verificar que tanto a nível teórico quanto a nível prático que compreende o caso de
Angola, se observa uma relação positiva entre as duas variáveis em estudo no modelo
computado. 𝑃Î𝐵 = 3.24 + 0.85𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎
b. Tendo em conta o modelo acima, conseguimos verificar que dada uma variação positiva
nas infraestruturas em um ponto percentual; teremos um adicional médio no PIB na
ordem de 0.85 pontos percentuais. O que já é um valor interessante por se agregar.
c. Tudo o mais constante, se 𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎 = 0 então o que vamos obter em termos médios para
o PIB será na ordem de 3.24 pontos percentuais. Assumindo uma hipótese de que não
há nenhum investimento no sector.
d. É importante aqui mencionar também um ponto importante que tem relação com o
coeficiente de correlação linear que foi calculado ou detrminado na presente analise
quantitativa; o coeficiente de correlação linear entre o PIB e o investimento em
infraestruturas no modelo computado revela a existência de uma correlação estatística
positiva entre as variáveis tomadas em estudo.
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Os cálculos a serem aqui apresentados para efeito de análise foram realizados por meio do “GRETL”.
e. Uma das conslusões a que podemos chegar mediante ao modelo computado, diz respeito
ao facto de que a “𝐼𝑛𝑓𝑟𝑎” esta a servir aqui como a nossa variável independente, logo
neste caso ela explica aproximadamente 66% das variações que foram observadas em
torno do PIB durante o período tomado para análise em Angola em torno da sua média
móvel.
O que também deixa a ideia de que claramente como esperado inicialmente,
outras variáveis explicam com mais consistências as variações no producto interno
bruto.
No que diz respeito a análise da tabela acima, é importante referir que ressaltam os
valores mínimos e máximos sobre os investimentos em infraestruturas entre o período de 2002
até 2019 foram, aproximadamente, 0,10 e 2,20 pontos respectivamente. Além disso o valor que
se encarrega de fazer a divisão desta amostra de que dispomos em duas partes iguais foi de 1.15
pontos; sendo que o valor médio observado foi de aproximadamente 1,18 sendo que também
conseguimos observar por meio dos dados computados que os cálculos acabaram por apresentar
uma dispersão de 0,67 pontos em torno da média amostral.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conseguimos perceber no final das contas que quer a nível qualitativo e até mesmo a
nível quantitativo; isso por meio da quantificação do referido problema de natureza económica
com uma densa abrangência social, que é de suma importância que as economias em
desenvolvimento tenha em conta este factor como sendo um elemento fundamental para que se
consiga alcançar no longo prazo um desenvolvimento a nível económico que se traduz pela
melhoria nas condições de vida dos angolanos; conseguimos perceber também que a nível
histórico, vários modelos de sociedade foram formulados mediante aos investimentos que este
sector fundamental acabou por receber durante um determinado período de tempo; claramente
que estes investimentos equivalem a uma demanda por gastos públicos por parte do governo, o
que acaba por necessitar uma certa parcela das receitas públicas arrecadadas durante o exercício
económico, mas como foi mencionado nos capítulos anteriores o sector privado também é aqui
convidado a ingressar nesta campanha para a dinamização da actividade económica e da
economia como um todo que tem como um dos seus determinantes o investimento nas
infraestruturas. Pelo que recomendamos aos orgãos de tutela que disponibilizem a atenção
necessária para este sector nos próximos orçamentos.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS