2. “a modulação do nível do contato e envolvimento com o outro permitido pelas mídias cria um cenário emocional árido de subjetividades frágeis e incapazes de lidar com demandas relacionais.” p.9 3. AGÊNCIA: “designa a forma como sujeitos negociam seus desejos com as normas e convenções morais em voga, portanto como algo situacional e dinâmico que pode preceder a ação e envolve, inclusive, a construção social do desejo.” p.19 4. “[...] o desejo não vem de dentro de um sujeito dado, tampouco é imposto por algum aparato externo a ele. O desejo é um eixo articulador entre o sujeito e a sociedade sendo moldado na interação social.” p. 19 5. ILLOUZ: “ A sexualidade é um assunto para o sociólogo parque é socialmente regulado e porque sua regulação social pe escondida da visão de fato, tornada invisível.” p.20 6. DESEJO: EIXO DE NEGOCIAÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E COLETIVIDADE. p.25-26. 7. “Reconhecer que somos vistos socialmente como sujeitos do desejo não equivale a atribuir a historicidade do desejo, mas a o inserir analiticamente nas disputas político- interpretativas sobre o papel da sexualidade na ordem social.” p,26-27 8. RECONHECIMENTO DA AGÊNCIA HISTÓRICA DOS SUJEITOS, p.27 9. BUTLER: “o desejo não tem objeto fixo, e que, portanto, seu direcionamento é circunstancial e se dá dentro de condições históricas e culturais que o direcionam a partir de interesse coletivos.” p.29 10. “Este livro busca compreender como as novas tecnologias modificam o flerte, as interações e até mesmo o roteiro das relações entre homens.” p.30 11. DO DESEJO PARA A COLETIVIDADE p.31 12. “Assim como compreendemos outras revoluções como longos processos históricos marcados por períodos contraditórios e conquistas inacabadas, o mesmo se passa com relação a sexualidade: trata-se de uma revolução inconclusa e incompleta que impactou mais a vidas das mulheres e dos homossexuais.” p.31 13. Afinal, por que o desejo homossexual continua a seu sinônimo de segredo?” p.38 14. “Carros eram o meio para homens terem acesso sexual a mulheres.” p. 48 15. “Até a primeira metade do século XX, a maioria dos homens era educado e socializado para se casar e se tornar o que se chama de “pai de família” (EHRENRETCH, 1984) . A expectativa social era de que os homens fossem provedores e, por isso mesmo, cabeça do casal.” p.49 16. “Viver suas vidas afetivas em segredo não é escolha pessoal, antes imposição coletiva. Sem condições de segurança, reconhecimento social e político, é compreensível o temor sobre as consequência de ser publicamente reconhecido e classificado como homosseual.” p.62-63 17. “[...] a agência do sujeito desejante homossexual na ordem restritiva e hostil da hegemonia heterossexual só e ganha o inserindo em uma economia moral em que - inevitavelmente - será relação aos heterosseuais.” p.63-64 18. Gabriel, um dos rapazes entrevistados: “faz uso das mídias buscando conciliar as expectativas familiares e sociais com sua afetividade.” p.65 19. No contexto brasileiro: “em que a interferência comunitária, familiar e até de amigos sempre influenciou ( e muitas vezes limitou) as escolhas amorosas.” p.70 20. “As tecnologias comunicacionais do presente nos transformaram como seres desejantes, estenderam a nós novos horizontes aspiracionais marcados por expectativas e ideias muitos diferentes dos que moldavam as vidas sexuais e amorosas construídas predominante face a face.”p.71 21. “Laços fortes não são apenas positivos, pois podem aprisionar e limitar as relações sociais disponíveis a alguém de forma injusta e desigual.” p. 72 22. SOCIOLOGIA DO DESEJO - O RECONHECIMENTO SOCIAL POR MEIO DE UM PARCEIRO p.74 23. “Considero mais acurado compreender que a priorização histórica de relações sem compromisso por parte de homossexuais hoje é também indissociável da instabilidade profissional e a consequente maior incerteza sobre o futuro.” p.88 24. Eva Illouz - tecnologia - indivíduo selecionador um encontro estruturado dentro da estrutura de mercado. p.89 25. “Valorização da busca, mas que o encontro em si.” p.89 26. Sentimento de agência desejante p.89 27. Busca e uso das tecnologias: “um exercício subjetivo” p.95 28. Rede de socialização individualizada p.95 29. “Na sociedade brasileira, muito mais desigual do que a norte-americana, mesmo em São Paulo, metrópole relativamente rica, há menos pessoas com perfis desejáveis ou próximos dos idealizados pela maioria dos usuários.” p. 97 30. O uso das “mídias digitais tentando negociar seus desejos com a expectativa social de que mantenham suas relações homossexuais em relativo segredo ou discrição.” p.97 31. “A mesma expressão pode significar coisas muito diferentes de acordo com o local e a cultura em que se insere.” p.100 32. “Evitemos julgá-los e voltemos nossa atenção para o enquadramento social em que cada um vive e para como suas visões sobre o que deve ser visível ou ocultado responde a esse enquadramento.” p.102 33. “A conectividade substituiu parcialmente a cultura dos bares a qual também perdeu importância devido à ascensão de ideias higienistas que desestimulam o consumo de álcool e prescrevem atividades físicas.” p. 103 34. DESEJO: uma relação negociada socialmente, culturalmente e historicamente. 35. “[...] um regime de visibilidade é também um regime de conhecimento, pois o que é visível e reconhecido tende a estabelecer as fronteiras do pensável.” p.107 36. CIRCUITOS DE SOCIALIZAÇÃO, CONSUMO E ESTILOS DE VIDA p.109 37. “A classificação é o processo pelo qual indivíduos tornam-se sujeitos e atores sociais apropriando-se ou sendo levados a se reconhecerem em determinadas identidades; o que por sua vez, lhes abre determinadas cursos de ação.” p.118-119 38. “O uso das mídias digitais foi a principal e - para maioria - a única alternativa ao lacias off-line de socialização homossexual.” p.122 39. PARADOXO DO DESEJO: “o fato de vivenciarem em segredo suas relações com outros homens fosse encarado como sinal de “caráter”, comprometimento com a família, o trabalho e o respeito à companheira mulher, apagando a interpretação possível de que estavam enganando aos outros.” p.134 40. A web como “o principal local de sociabilidade em que podiam expressar seus desejos e conhecer pessoas em situação similar, e, sobretudo, porque nela imaginavam ter total controle sobre as relações.” p. 135 41. “Apesar de sofrerem e sentirem-se solitários, detinham agência e sabiam fazer uso de sua “condição difícil” para barganhar as condições nos relacionamentos secretos que criavam. Mas permanecia a sensação, o desconforto e a queixa constante - para mim ao menos - de que vivam uma profunda solidão.” p.140 42. “[...] a sociabilidade homossexual tende a migrar para o espaço relacional on-line.” p.159 43. “O uso de mídias digitais em busca de parceiros amorosos insere o usuário em um mercado regido por valores e ideias comercialmente moldados, mas não apenas uma lógica comercial intrínseca a eles que rege esses contatos e buscas. “ p. 159 44. “[...] é possível definir as mídias digitais - em meu campo investigativo - como meios que permitem criar redes relacionais seletivos dentro de uma espécie de mercado amoroso e sexual.” p.160 45. “[...] busca de parceiros se insere em uma nova economia do desejo, moldado pela gentrificação do espaço urbano, transformações econômicas, o advento das novas mídias digitais e novas práticas epidemiológicas.” p.162 46. “Os desejos digitais que dão título a este livro não mero produto das novas tecnologias comunicacionais em rede muitas vezes apenas foram disseminados por elas.” p.12 47. “Desejos digitais hoje são possíveis por meio das técnicas e valores apropriados para a negociação de sua visibilidade, na qual o corpo e a performatividade que seguem regulações de gênero convencionais os que conferem a alguém o almejado reconhecimento como sujeito desejante, e, sobretudo desejável.” p.182 48. REFLEXIVIDADE E CONTINGÊNCIA p.196