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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

EXTENSÃO DE QUELIMANE

Curso de Licenciatura em Psicologia Clínica


3º ano, I semestre

X Grupo

Jorge Carlos

Zélia Omar

TEMA: PERTURBAÇÕES DA PERSONALIDADE DO GRUPO C

Quelimane
Março, 2024
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X Grupo

Jorge Carlos

Zélia Omar

TEMA: PERTURBACOES DA PERSONALIDADE DO GRUPO C

Trabalho de caracter avaliativo, a ser


apresentado no curso de Psicologia Clínica no
ISCISA, como requisito para aprovação parcial
da cadeira de psicopatologia 1.

Docente: MSc virginia Albino.

Quelimane

Março, 2024
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1. Introdução

Neste presente trabalho iremos abordar sobre o ciclone IDAI numa perspectiva
psicológica, deta feita iremos falar sobre as famílias de comunidades com
características socioeconômicas e socioculturais distintas, tendo como objecto o
estresse, partindo dos cenários relativos a vulnerabilidade dos casais de famílias das
comunidades afetadas, levando em conta os desastres naturais e por conseguinte,
discutir e mobilizar o suporte social como impedimento das doenças mentais, bem
como o ser ou estar vulnerável propicia um estado de estresse ou síndrome de
adaptação geral.
Desta feita veremos em como as províncias de Moçambique sofreram com os
efeitos devastadores do ciclone IDAI, particularmente nas províncias de Sofala,
Manica, Tete e Zambézia, resultando na morte de pelo menos 602 pessoas, com mais
de 1.641 feridas e mais 1 milhão pessoas que necessitam de serviços essencias de
saúde.

1.1.Objectivos

1.1.2. Gerais
 Analisar os fundamentos e riscos do Ciclone IDAI na prespectiva psicológica

1.2.3. Especificos
 Destacar os riscos dos desastres naturais no seio psicologico;
 Trazer os riscos e apoios psicossocias.
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2. Desastres naturais na perspectiva psicológica


2.1.Ciclone IDAI

O aquecimento global e os conflitos políticos são fenômenos globais que afetam


cada vez mais pessoas em todo o mundo. Em 2019, verificou-se que o número de pessoas
que precisavam de assistência humanitária foi muito superior ao previsto, em grande parte
devido a conflitos e eventos climáticos extremos (HAROZ et al., 2020). As evidências
sugerem que as crises humanitárias têm um impacto profundo sobre a saúde mental e o
bem-estar nos indivíduos, famílias e comunidades, pelo que não é de estranhar o aumento
da vulnerabilidade das pessoas em contexto de crises humanitárias (UN OCHA, 2020).

Moçambique é um dos países da África Austral que tem enfrentado várias ameaças
relativas aos desastres naturais resultantes das mudanças climáticas. Devido à sua
morfologia e condições geográficas, o país está exposto a eventos extremos relacionados
ao clima, verificando-se como mais frequentes ciclones, cheias e secas.

2.2.O Impacto Do Ciclone Idai Em Moçambique

Famílias vivenciaram reacções de longo prazo, condicionadas a problemas


psicopatológicos que consequentemente influenciaram o seu modo de vida, Além do
ciclone IDAI, a cidade da Beira foi vítima dos resultados de cheias (do rio Búzi), que
afetaram milhares de pessoas dos Distritos de Búzi e Nhamatanda, as quais foram
recolocadas em algumas escolas públicas do Município da Beira, em péssimas condições
sanitárias, provocando focos de cólera e malária. As árvores de Moçambique serviram de
salva-vidas para muitas pessoas durante o ciclone IDAI.

No entanto, muitas foram aquelas que não tiveram a mesma sorte. A tempestade
resultou na morte de, pelo menos, 602 pessoas em Moçambique e 299 pessoas no
Zimbábue, tornando o ciclone IDAI a tempestade mais mortal já registrada no continente
africano. Os efeitos do ciclone IDAI e das inundações foram ainda mais impactantes
devido a vulnerabilidades pré-existentes que caracterizavam a área afetada.
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2.3.Saúde Mental E Apoio Psicossocial Em Contexto De Desastres Naturais IDAI

Destacou-se que traumas graves contínuos podem levar à uma deficiência significativa
na regulação de emoções e comportamentos e que podem impactar directamente na forma
como os casais percebem a si mesmos e sua visão do mundo. Assumiu-se que a falta do
suporte social pode influenciar na vulnerabilidade e no desenvolvimento de estresse nos
casais. Em geral, conclui-se que essas famílias por serem desfavorecidas apresentaram altas
taxas de todos os transtornos encontrados após o IDAI, incluindo o transtorno pós-traumático,
transtorno de ansiedade generalizada, transtorno depressivo maior e transtorno de pânico.
Propõe-se, com urgência, a intervenção e acompanhamento psicológico contínuo deste grupo
especial. Contudo, ressalta-se a necessidade de que as intervenções considerem a cultura e o
contexto, porque o que é diagnosticado como patológico pode variar amplamente entre as
culturas.

A prevenção de desastres e o envolvimento na resposta e recuperação em contextos de


crises humanitárias, são áreas emergentes e críticas, para as equipes humanitárias, entre os
quais, se encontram os assistentes sociais (HARMS; ALSTON, 2018). O Centro de
Investigação sobre a Epidemiologia das Catástrofes, define um desastre natural como, uma
situação ou evento, inesperado e muitas vezes repentino, que causa grandes danos, destruição
e sofrimento humano e que ultrapassa a capacidade local, necessitando de um pedido a nível
nacional ou internacional de assistência externa (CIEC, 2019, p. 1).

Por bem-estar psicossocial, embora não exista uma definição universalmente aceite, os
profissionais utilizam frequentemente o adjectivo psicossocial para descrever a interacção
entre os aspectos sóciais (como as relações interpessoais e ligações sociais, os recursos sociais,
as normas sociais, os valores sociais, os papéis sociais, a vida da comunidade, a vida espiritual
e a vida religiosa) e os aspetos psicológicos (como as emoções, os pensamentos, os
comporatamentos, o conhecimento e as estratégias para lidar com situações adversas) que
contribuem para o bem-estar geral. O termo saúde mental é muitas vezes erradamente
interpretado como apenas relativo à ausência de doença mental. No entanto, os termos saúde
mental e bem-estar psicossocial sobrepõem-se. A saúde mental não pode ser alcançada sem o
bem-estar psicossocial e vice-versa.
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O Serviço Social pode estar envolvido em cada etapa, contribuindo para a estratégia e
política de desenvolvimento, bem como, na intervenção direta com os indivíduos e as
comunidades locais.

2.4.Saúde Mental E Apoio Psicossocial

O objetivo principal das equipes de Saúde Mental e Apoio Psicossocial, foi estabelecer
e coordenar um conjunto de respostas mínimas para proteger e melhorar a saúde mental e o
bem-estar psicossocial da população que recorria ao Centro de Saúde Urbano de Macurungo,
bem como, das crianças que viviam na zona envolvente. As actividades, respeitando a linha de
tempo do evento, passaram pela identificação dos grupos vulneráveis, por meio da avaliação
das vulnerabilidades e capacidades. Esta avaliação é prioritária, no sentido de se diagnosticar
as áreas específicas de risco e vulnerabilidade e determinar quais as ações a desenvolver. A
literatura contribui para a identificação dos grupos que se apresentam mais vulneráveis na
ocorrência dos desastres, (Vulnerability and Capacity Assessment-IFRC) (VCA) descrito por
Kousky (2016), Pfefferbaum & Shaw (2013), Thomas & Twynam (2006).

Nesta senda no no pós ciclone IDAI foram identificados como grupos mais
vulneráveis, as crianças; pessoas com problemas de saúde (ex. HIV) e mulheres grávidas. De
acordo com Cooper, Briggs e Bagshaw (2018), o contributo do Serviço Social em contexto de
desastre natural, abrange uma série de actividades ao nível micro, de práticas em locais pós-
desastre, que podem passar, por exemplo, pelo aconselhamento, assistência a pessoas por meio
de serviços sociais, intervenção em situações de crise, advocacia, mediação, resolução de
problemas e colaboração intersectorial. O Aconselhamento providenciou serviços importantes
a públicos vulneráveis identificados. Não só porque devem responder a uma crise complexa
como uma inundação, mas também por lidarem com pessoas que sofreram perdas, doenças,
vivem em isolamento ou estigmatização.

As actividades iniciais procuraram responder ao impacto psicossocial e de saúde


mental das pessoas afectadas pelo ciclone, para, em seguida, se concentrar na capacitação das
equipes do centro de saúde e na capacitação da comunidade. A intervenção ao nível da Saúde
Mental e Apoio Psicossocial foi planeada e desenvolvida em colaboração com as equipas
psicossociais existentes na comunidade.
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Sabemos que a comunicação em situações de crise está intimamente ligada às


necessidades psicossociais. As pessoas que são afetadas por um evento crítico, como um
ciclone e inundação, carecem de informação precisa e fidedigna que reduza o stress e permita
que elas voltem a conectar-se aos seus entes queridos e o acesso aos serviços humanitários. As
equipes psicossociais, muitas vezes, não têm a responsabilidade principal da comunicação de
crise numa situação de inundação, mas, mesmo assim, é importante defender a precisão e
comunicação digna de confiança passando mensagens objetivas e corretas aos atendidos.

O Apoio Psicossocial, quando bem desenhado e adequado, pode melhorar os processos


de resiliência e mitigar as vulnerabilidades que as crianças e jovens enfrentam. Na mesma
medida, os pais, ao longo dos meses, demonstraram dificuldades em lidar com as situações de
crise dos filhos e a darem informações sobre o evento crítico.

Os assistentes sociais se envolvem em esforços de resposta e recuperação pós-desastre


em muitos contextos da prática do serviço social: hospitais, organizações comunitárias
(HAZELEGER; ALSTON; HARGREAVES, 2018) e governo, particularmente através da
gestão de casos (HARGREAVES; CLARK, 2009; ROWLANDS, 2013a; URBIS, 2010). Com
o objectivo dessas intervenções serem a reconstrução do bem-estar, estudos recentes de
Serviço Social estão expandindo as conceituações de respostas pós-trauma.

A vulnerabilidade a desastres nas comunidades já é bem comprendida por meio da


lente da interseccionalidade por muitos assistentes Sociais nesses contextos, a interseccional
idade de género, pobreza e cultura, por exemplo, e como isso pode isolar grupos de pessoas do
poder e influência na tomada de decisões que é tão necessária para contornar muitos desastres
desde o início. Os assistentes sociais desempenham um papel crítico no apoio à preparação das
pessoas para desastres e na navegação da experiência pós-desastre, particularmente com
pessoas que enfrentam desvantagens sociais.

Para o Serviço Social, o atendimento a desastres naturais ainda é um desafio. Contudo,


vale ressaltar que a Federação Internacional de Serviço Social reconhece a resposta a desastres
naturais como uma das áreas prioritárias para a formação e prática do serviço social (IFSW,
2012) que precisa ser continuamente ampliada e aprimorada.
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3. Conclusão

Chegados ao fim deste trabalho com o tema Ciclone Idai e a intervenção


psicologica, abordamos sobre diferentes prespectivas, desta feita concluimos que a muita
vulnerabilidade, o estresse e o suporte social em famílias afetadas por desastres naturais em
Moçambique,
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4. Referencias Bibliográficas

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