Perspectivas Futuras Sobre A Responsabilidade Civil

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1. RESPONSABILIDADE CIVIL. INTRODUÇÃO. PERSPECTIVAS FUTURAS.

Demétrius Coelho Souza: última atualização: 11.04.2024

1. Considerações iniciais

A palavra responsabilidade tem sua origem no verbo latino “respondere”,


significando a obrigação que alguém tem de assumir com as conseqüências jurídicas de sua
atividade. Tradicionalmente, portanto, a responsabilidade consiste em fazer alguém responder pelos
seus atos1, seja repondo a coisa ao seu estado anterior (status quo ante), seja indenizando ou
compensando a vítima pela perda ou prejuízos sofridos.
Nessa medida, “o termo responsabilidade é utilizado em qualquer situação na
qual alguma pessoa, natural ou jurídica, deva arcar com as conseqüências de um ato, fato, ou
negócio danoso. Sob essa noção, toda atividade humana, portanto, pode acarretar um dever de
indenizar”2.
A acepção que se faz desse termo está igualmente ligada ao surgimento de uma
obrigação derivada, isto é, de um dever jurídico sucessivo3. Melhor explicando, impõe-se a todos,
indistintamente, o dever de não causar dano ou prejuízo4 ao próximo (neminem laedere), residindo
aí o dever jurídico originário. O dano causado, na hipótese de não ser observado o dever jurídico
originário, consubstanciado na ideia de que a ninguém se deve lesar, dará azo ao surgimento de um
dever jurídico derivado ou sucessivo, a responsabilidade.

1
Esclarecem Philippe Malaurie, Laurent Aynès e Philippe Stoffel-Munck que “la responsabilité consiste à repondre de
ses actes”. Les Obligations. 6. ed., Paris: LGDJ, 2013, p. 9. Em livre tradução: “a responsabilidade consiste em
responder pelos seus atos”.
2
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 10. ed., São Paulo: Atlas, 2010, p. 1.
3
Para Sérgio Cavalieri Filho, revela-se importante distinguir a obrigação de responsabilidade. Obrigação seria sempre
um dever jurídico originário ao passo que responsabilidade seria um dever jurídico sucessivo, decorrente da violação do
primeiro. Alguém, por exemplo, que se compromete a prestar serviços profissionais a outrem assume uma obrigação,
um dever jurídico originário. Se não cumprir a obrigação, isto é, se deixar de prestar os serviços, violará o dever
jurídico originário, surgindo daí a responsabilidade, ou seja, o dever de compor o prejuízo causado pelo não
cumprimento de uma obrigação. Em síntese, “em toda obrigação há um dever jurídico originário, enquanto que na
responsabilidade há um dever jurídico sucessivo”. Portanto, sendo a responsabilidade uma espécie de sombra da
obrigação (conforme imagem de Larenz), deve-se identificar a pessoa a quem a lei imputou a obrigação ou o dever
originário para, então, saber quem é o responsável. O Código Civil, aliás, faz a distinção entre obrigação e
responsabilidade em seu art. 389, cuja redação é a seguinte: “Não cumprida a obrigação [obrigação originária],
responde o devedor por perdas e danos”. Programa de Responsabilidade Civil. 11. ed., São Paulo: Atlas, 2014, p. 14-
15.
4
“Le dommage ou préjudice (les deux termes s’emploient indifféremment pour désinger les conséquences patrimoniales
ou extrapatrimoniales d’une atteinte à la personne ou aux biens) apparaît comme la condition première, et même
essentielle, de la responsabilité civile, que ne peut naître que s’il y a un dommage à réparer”. FAGES, Bertrand. Droit
des Obligations. 5. ed., Paris: LGDJ, 2015, p. 307. Em livre tradução: “O dano ou prejuízo (os dois termos se aplicam
indistintamente para designar as consequências patrimoniais ou extrapatrimoniais de um ataque à pessoa ou aos seus
bens) aparece como uma condição primeira, e mesmo essencial, da responsabilidade civil, que não pode nascer se não
houver um dano a reparar”.
1
A responsabilidade, portanto, surge da inobservância de um dever jurídico
originário (anterior), que se traduz na ideia de que a ninguém se deve lesar, em fiel observância ao
multissecular neminem laedere, considerado verdadeiro princípio geral de direito5.
Por conseguinte, aquele que, direta ou indiretamente, causar dano ou prejuízo a
outrem, deve repará-lo. Sob essa perspectiva, pode-se afirmar que a responsabilidade civil constitui
“a obrigação de reparar os danos antijurídicos que sejam resultantes da violação, ainda que muitas
vezes não culposa (e neste sentido não ilícita, mas que sempre se poderá dizer antijurídica [5.2.2;
5.4.1; 7.4.2]), do dever geral de neminem laedere (não lesar a ninguém) ou, como também se diz, de
alterum non laedere (não lesar outrem)”6.
Assim, tem-se que a responsabilidade é uma obrigação derivada – um dever
jurídico sucessivo – de o causador do dano assumir as conseqüências jurídicas decorrentes da
prática de um ato considerado lesivo ao direito alheio. Em resumo,

L’expression « responsabilité civile » designe, dans le langage juridique actuel


l’ensemble des règles que obligent l’auteur d’un dommage causé à autrui à le
réparer en offrant à la victime une compensation. Elle englobe donc la
responsabilité contractuelle comme la responsabilité extra-contractuelle7.

Aponta a doutrina brasileira, ainda, traços distintivos entre a responsabilidade


jurídica e a responsabilidade moral. A diferença mais marcante, segundo Pablo Stolze Gagliano e
Rodolfo Pamplona Filho8, estaria na presença da coercitividade9 em relação à norma jurídica,
ausente na responsabilidade moral.
Realmente, a responsabilidade moral se confinaria no problema do pecado, de
modo que “o homem se sente moralmente responsável perante Deus ou perante a sua consciência,
conforme seja, ou não, um crente”10, sem reflexos, portanto, no campo do direito. Nessa medida,

5
Esclarece Silvio de Salvo Venosa que “é tarefa inútil, por ser impossível, definir o que sejam esses princípios. São
regras oriundas da abstração lógica do que constitui o substrato comum do Direito. Por ser instrumento tão amplo e de
tamanha profundidade, sua utilização é difícil por parte do julgador, pois requer traquejo com os conceitos abstratos e
concretos do Direito e alto nível”. Direito Civil: parte geral. São Paulo: Atlas, 2010, p. 24. Miguel Reale, de sua parte,
observa que o “jurista não precisaria estar autorizado pelo legislador a invocar princípios gerais, aos quais deve recorrer
sempre, até mesmo quando encontra a lei própria ou adequada ao caso. Não há ciência sem princípios, que são verdades
válidas para um determinado campo de saber, ou para um sistema de enunciados lógicos. Prive-se uma ciência de seus
princípios, e tê-la-emos privado de sua substância lógica, pois o Direito não se funda sobre normas, mas sobre os
princípios que as condicionam e as tornam significantes”. Filosofia do Direito. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2002, p. 62.
6
NORONHA, Fernando. Direito das Obrigações: fundamentos do direito das obrigações: introdução à responsabi-
lidade civil. 2. ed., São Paulo: Saraiva, 2007, p. 429.
7
VINEY, Geneviève. Traité de Droit Civil: introduction à la responsabilité. 3. ed., Paris: LGDJ, 2008, p. 1. Em livre
tradução: “A expressão « responsabilidade civil » designa, segundo a linguagem jurídica atual, o conjunto de regras que
obrigam o autor a reparar um dano causado a outrem, oferecendo-lhe uma compensação. Engloba tanto a responsabi-
lidade contratual quanto a responsabilidade extracontratual”.
8
STOLZE, Pablo Gagliano; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: responsabilidade civil. 15.
ed., São Paulo: Saraiva, 2017, p. 52.
9
Para Francisco Amaral, “o que distingue as normas jurídicas das demais regras de comportamento social é uma
diferença específica, que consiste em particulares aspectos, como a bilateralidade e a coercitividade [...]. A coercitivi-
dade, e não coercibilidade, consiste na possibilidade de coação para se compelir o devedor a cumprir seu dever ou
obrigação. É a possibilidade de recurso à sanção, para se fazer cumprir o preceito da norma jurídica, se não cumprido
espontaneamente”. Direito Civil: introdução. 5. ed., Rio de Janeiro: Renovar, 2003, p. 60.
10
AGUIAR DIAS, José. Da Responsabilidade Civil. 12. ed., rev. e atual., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2012, p. 4.
2
um simples pensamento pecaminoso poderia levar à responsabilidade moral, o que já não ocorreria
no campo do Direito, que, como se sabe, manifesta-se no campo externo.
De sua parte, observa Silvio de Salvo Venosa11 que “o estudo da responsabilidade
civil é parte integrante do direito obrigacional, sendo a reparação dos danos algo sucessivo à
transgressão de uma obrigação, dever jurídico ou direito”.
Pode-se afirmar, então, que a responsabilidade civil decorre do descumprimento
de uma obrigação ou inobservância normativa, vale dizer, ou o devedor deixa de observar um
preceito previamente estabelecido em um negócio jurídico (e.g. contrato) ou deixa de observar o
sistema normativo, que regulamenta a sua vida.
De qualquer sorte, surgirá, em um ou outro caso, sem dúvida alguma, o dever de
reparar ante o dano causado, até porque o assunto vem ganhando crescente importância na vida
cotidiana, dadas as infindáveis situações em que alguém sofre algum tipo de dano.
Em resumo, dentro “do Direito das Obrigações, a coletânea concentra-se em dois
setores fundamentais: o inadimplemento e a responsabilidade civil”12. Esta, como já visto, “é a
situação de indenizar o dano moral ou patrimonial, decorrente de inadimplemento culposo, de
obrigação legal ou contratual, ou imposta por lei, ou, ainda, decorrente do risco para os direitos de
outrem”13. Constitui, em síntese, o dever de reparar o dano causado, quer tenha advindo do
inadimplemento de obrigações assumidas em um contrato, quer tenha advindo da inobservância do
princípio (geral de direito) do “neminem laedere”, consubstanciado, repita-se, na idéia de que a
ninguém se deve lesar.
Nesse particular e partindo-se do pressuposto de que “os ordenamentos contem-
porâneos buscam alargar cada vez mais o dever de indenizar” 14, verifica-se que o campo encontra
fértil aplicação nos mais diversos ramos do Direito (ambiental, por exemplo), o que vai ao encontro
dos reclamos de uma sociedade cada vez mais indignada com as diversas formas de danos que
lesam direitos alheios.
Fala-se, também, em responsabilidade civil e criminal. Na primeira, o agente que
cometeu o ato considerado ilícito tem a obrigação de reparar o dano patrimonial ou moral causado,
buscando, tanto quanto possível, restaurar o “status quo ante”. Caso isso não se revele mais possí-
vel, a obrigação é convertida no pagamento de uma indenização (na possibilidade de avaliação
pecuniária do dano) ou de uma compensação (na hipótese de não se poder estimar patrimonialmente
o dano causado).
Na responsabilidade penal, por sua vez, deve o agente sofrer a aplicação de uma
cominação legal, que pode ser privativa da liberdade, restritiva de direitos (ex.: perda da carteira de
habilitação) ou pecuniária (ex.: multa). Assim, na correta colocação de Pablo Gagliano Stolze e

11
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 10. ed., São Paulo: Atlas, 2010, p. 2.
12
ASCENSÃO, J. Oliveira. Posfácio: direito civil, inadimplemento e responsabilidade civil. In: ANDRIGHI, Fátima
Nancy (Coord.). Responsabilidade Civil e Inadimplemento no Direito Brasileiro: aspectos polêmicos. São Paulo:
Atlas, 2014, p. 305.
13
AZEVEDO, Álvaro Villaça. Teoria Geral das Obrigações: responsabilidade civil. 10. ed., São Paulo: Atlas, 2004,
p. 276.
14
VENOSA, Silvio de Salvo. Op. cit., p. 1.
3
Rodolfo Pamplona Filho15, “um mesmo fato pode ensejar as duas responsabilizações, não havendo
bis in idem em tal circunstância, justamente pelo sentido de cada uma delas e das repercussões da
violação do bem jurídico tutelado”. Wladimir Valler16, por sua vez, anota que a

ilicitude jurídica é uma só, do mesmo modo em que um só, na sua essência, é o
dever jurídico. Em seus aspectos fundamentais há uma perfeita coincidência entre o
ilícito civil e o ilícito penal, pois ambos constituem uma violação da ordem
jurídica, acarretando, em consequência, um estado de desequilíbrio social. Mas,
enquanto o ilícito penal acarreta uma violação da ordem jurídica, quer por sua
gravidade ou intensidade, a única sanção adequada é a imposição da pena, no
ilícito civil, por ser menor a extensão da perturbação social, são suficientes as
sanções civis (indenização, restituição in specie, anulação do ato, execução forçada
etc.). A diferença entre o ilícito civil e o ilícito penal é, assim, tão-somente, de grau
ou de quantidade.

Na mesma linha de pensamento é a lição de Carlos Alberto Bittar17: “a reparação


representa meio indireto de devolver-se o equilíbrio às relações privadas, obrigando-se o responsá-
vel a agir, ou a dispor de seu patrimônio para a satisfação dos direitos do prejudicado. Já a pena
corresponde à submissão pessoal e física do agente, para restauração da normalidade social violada
com o delito”.
Acrescente-se não haver dúvida quanto ao fato de que “o mesmo ato ou a mesma
conduta pode caracterizar concomitantemente um crime e um ato ilícito”18. Assim, apesar de não
mais prevalecer aquela velha e tradicional distinção em torno do direito público e privado, explica
Silvio de Salvo Venosa que

As normas de direito penal são de direito público, interessam mais diretamente à


sociedade do que exclusivamente ao indivíduo lesado, ao ofendido. No direito
privado, o que se tem em mira é a reparação do dano em prol da vítima; no direito
penal, como regra, busca-se a punição e a melhor adequação social em prol da
sociedade. Quando coincidem as duas ações, haverá duas persecuções, uma em
favor da sociedade e outra em favor dos direitos da vítima19.

Destarte, revela-se possível a um indivíduo responder simultaneamente por uma


ação penal e outra ação na esfera cível, cada qual com suas peculiaridades e sanções. Não fosse
assim, o causador do dano não pagaria totalmente pelo injusto cometido. É o caso, por exemplo, de
um condutor em alta velocidade que, em desrespeito às regras de trânsito, avança o sinal vermelho e

15
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: responsabilidade civil. 15.
ed., São Paulo: Saraiva, 2017, p. 53.
16
VALLER, Wladimir. A Reparação do Dano Moral no Direito Brasileiro. 3. ed., Campinas: E. V. Editora, 1995, p.
17.
17
BITTAR, Carlos Alberto. Responsabilidade Civil – teoria & prática. 2. ed., Rio de Janeiro: Forense Universitária,
1990, p. 3.
18
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 10. ed., São Paulo: Atlas, 2010, p. 21.
19
Ibidem, p. 21-22.
4
atropela um pedestre, causando-lhe sérios ferimentos. No campo cível, poderá responder por danos
morais, materiais, estéticos, perda do projeto de vida etc. No campo penal, responderá, muito
provavelmente, pelo crime de lesão corporal, previsto no art. 129 do Código Penal Brasileiro.

2. Noções gerais de responsabilidade civil, inclusive no que se refere às novas tendências

Pelo que se viu, a responsabilidade civil deriva da agressão a um interesse parti-


cular, sujeitando o infrator a uma indenização ou compensação à vítima, caso não seja possível
fazer com que a coisa volte ao seu estado original.
Antes, porém, de transcorrer sobre os elementos da responsabilidade civil, revela-
se necessário mencionar alguns de seus aspectos históricos, até para que o tema possa ser melhor
compreendido.
Muito embora não tivessem os romanos, segundo Geneviève Viney20, apresentado
um traço distintivo entre a responsabilidade contratual e a delitual, a Lei Aquilia (Lex Aquilia)
constitui, sem dúvida alguma, a lei mais importante e conhecida sobre a matéria, sendo considerada,
inclusive, um marco na evolução histórica da responsabilidade civil21.
Sua importância foi tamanha que a responsabilidade civil extra-contratual ou
delitual22 é também conhecida por responsabilidade aquiliana. Nesse sentido, a lição de Caio Mario
da Silva Pereira23:

Onde se realiza a maior revolução nos conceitos jus-romanísticos em termos de


responsabilidade civil é com a Lex Aquilia, de data incerta, mas que se prende aos
tempos da República. Tão grande revolução que a ela se prende a denominação de
aquiliana para designar-se a responsabilidade extracontratual em oposição à
contratual. Foi um marco tão acentuado, que a ela se atribui a origem do elemento
“culpa”, como fundamental na reparação do dano. A Lex Aquilia, bem assim a
consequente actio ex lege Aquilia, tem sido destacada pelos romanistas e pelos
civilistas, em matéria atinente à responsabilidade civil.

20
“Quant à la distinction entre responsabilité contractuelle et responsabilité délictuelle, on n’en trouve pas trace dans
les textes romains”. VINEY, Geneviève. Introduction à la Responsabilité. 3. ed., Paris: LGDJ, 2008, p. 8. Em livre
tradução: “Quanto à distinção entre responsabilidade contratual e responsabilidade delitual, nós não encontramos traços
distintivos nos textos romanos”.
21
Explica Geneviève Viney que “le texte le plus connu en la matière est certainement la loi Aquilia que data d’environ
250 av J.C. Cette loi organize la répression et l’indemnisation d’un assez grand nombre d’actes réalisant une atteinte
aux intérêts d’autrui”. Ibidem, p. 10. Em livre tradução: “o texto mais conhecido sobre a matéria é certamente a Lei
Aquilia, que data de aproximadamente 250 a.C. Essa lei organiza a repressão e a indenização de um grande número de
atos praticados contra os interesses de outrem”.
22
Para Regina Vera Villas Bôas, o “estudo do Instituto da Responsabilidade a partir dos períodos da História do
Direito Romano Privado releva marcos legais com a Lex Aquilia, que se referiu ao dano extrapatrimonial, e a Lex
Poetelia Papiria, que aboliu o nexum, na história do Instituto. Nessa fase ocorre a formação do sistema jurídico romano,
a partir do Estado-cidade”. Marcos históricos relevantes da história da responsabilidade civil. In: NERY, Rosa Maria de
Andrade; DONNINI, Rogério (Coord.). Responsabilidade Civil: estudos em homenagem ao professor Rui Geraldo
Camargo Vianna. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 433.
23
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Responsabilidade Civil. 10. ed., Rio de Janeiro: GZ Editora, 2012, p. 5-6.
5
Essa lei era dividida em três capítulos, sendo o terceiro, segundo Alvino Lima24, o
mais importante para a compreensão da evolução da responsabilidade civil por constituir a doutrina
romana da responsabilidade extra-contratual:

Compunha-se a lei Aquilia de três capítulos: O 1º regulava o caso da morte dos


escravos ou dos quadrúpedes da espécie dos que pastam em rebanho; no 2º, o dano
causado por um credor acessório ao principal que faz abatimento da divida [sic] do
primeiro; no 3º, o dano por ferimento causado aos escravos e animais visados no 1º
capítulo e a destruição ou deterioração de todas as outras cousas corpóreas [...].
O último capítulo da lei Aquilia, ou seja, o damnun injuria datum, constitúi [sic] a
parte mais importante da lei, porque foi na sua aplicação cada vez mais extensiva,
que os jurisconsultos do período clássico, assim como os pretores, constituíram a
verdadeira doutrina romana da responsabilidade extra-contratual.
O damnum injuria datum consistia na destruição ou deterioração da cousa alheia
por fato ativo que tivesse atingido a cousa corpore et corpori, sem direito ou
escusa legal (injúria).

A questão, porém, é muito controvertida. O próprio Alvino Lima traz um rol de


autores que defendem a tese de que a Lex Aquilia foi a responsável por introduzir o elemento culpa
na responsabilidade civil, sem a qual não se caracterizaria o delito. Dentre esses, menciona F.
Girard, Pirson e Villé, Contardo Ferrini e Ihering. Traz, também, autores em sentido diametralmente
oposto, isto é, juristas que defendem a tese de que a culpa não seria elemento constitutivo do delito
na referida lei (Emilio Betti, Mario Cozzi, Leon e Henri Mazeaud e Frederico Pezella). Um ponto,
no entanto, parece estar correto:

A responsabilidade civil no direito romano tem seu ponto de partida na vingança


privada, forma primitiva, selvagem, talvez, mas humana, da reação espontânea e
natural contra o mal sofrido; solução comum a todos os povos nas suas origens,
para a reparação civil do mal pelo mal. É a vingança pura e simples, a justiça feita
pelas próprias mãos da vítima de uma lesão, ou seja, a pena privada perfeita, no
qualitativo de Hugueney, porque tudo depende do agressor 25.

Essa reação privada passa, gradativamente, ao campo do domínio jurídico, sendo,


portanto, regulamentada pelo Estado. Este assunto, porém, tem suscitado discussões apenas no
campo teórico, pouco ou nenhuma influência exercendo sobre os problemas práticos em torno da
responsabilidade civil extra-contratual.
Daí o porquê afirmar Alvino Lima ser incontestável “que a evolução do instituto
da responsabilidade extra-contratual ou aquiliana se operou, no direito romano, no sentido de se

24
LIMA, Alvino. Da culpa ao risco. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1938, p. 12-13.
25
Ibidem, p. 10.
6
introduzir o elemento subjetivo da culpa, contra o objetivismo do direito primitivo, expurgando-se
do direito a idéia de pena, para substituí-la pela reparação do dano sofrido”26.
Em decorrência da evolução natural da responsabilidade civil, foi a culpa, ao
depois, incorporada pelo Código Civil de Napoleão (1804)27, chegando ao Brasil com o advento do
Código Civil Brasileiro de 1916 (art. 159).
Todavia, justamente por não conseguir satisfazer todas as necessidades da vida em
comum, onde inúmeros casos de dano se perpetuavam sem indenização, a teoria da culpa deu lugar
a outras formas de indenização, como a teoria objetiva do dever de indenizar28, que dispensa a
presença desse elemento. O assunto, entretanto, será estudado em momento posterior.
Em relação às atuais tendências29 do direito da responsabilidade civil, observa
Geneviève Viney30 que o instituto não está em vias de se estabilizar. Muito pelo contrário, é preciso
que o instituto da responsabilidade civil “vista uma nova pele”, justamente para atender às
demandas que se apresentam nos dias de hoje, como, por exemplo, as que se referem aos danos de
massa e danos ecológicos, integrantes do chamado dano difuso, a exigir do Poder Judiciário uma
nova releitura desse instituto. Isso porque,

no mundo atual, não cabe mais pensar no juiz como mero locutor oficial da lei,
mas, sim, como participante da integração dos valores expressos nos princípios
gerais, da dignidade da pessoa humana, da solidariedade social e nas formulações
das cláusulas gerais, como da boa-fé objetiva, que ensejam a atualização e
oxigenação permanente do ordenamento31.

26
LIMA, Alvino. Da culpa ao risco. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1938, p. 16.
27
R. C. van Caenegem relata a importância histórica do Código Civil Francês de 1804: “O Code civil é a culminação de
vários séculos de evolução do direito francês; boa parte, ele é o direito antigo, remontando às vezes direta ou mesmo
literalmente ao direito consuetudinário e romano da Idade Média e do começo dos tempos modernos. Não obstante, o
Code civil de 1804 marcou uma ruptura decisiva na evolução gradual do direito. Substituiu a variedade do antigo direito
por um código único e uniforme para toda a França; aboliu o direito que estava anteriormente em vigor, em particular, o
direito consuetudinário e romano (art. 7 da lei de 31 de março de 1804); incorporou várias medidas ideológicas
inspiradas pela Revolução de 1789; e tentou tornar supérfluo o papel tradicional do direito erudito, ao proibir o
comentário doutrinário sobre os códigos, na crença de que a nova legislação era clara e auto-suficiente”. Uma
Introdução Histórica ao Direito Privado. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 1-2.
28
“Sem dúvida, a grande inovação do conjunto do novo código é o prestígio dado à responsabilidade objetiva. Exemplo
simples disso se tem no parágrafo único do art. 927, relativo à responsabilidade objetiva e da por risco”. LOTUFO,
Renan. A responsabilidade civil e o papel do juiz no Código Civil de 2002. In: NERY, Rosa Maria de Andrade;
DONNINI, Rogério (Coord.). Responsabilidade Civil: estudos em homenagem ao professor Rui Geraldo Camargo
Vianna. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 460.
29
É oportuna a observação de Anderson Schreiber: “Falar em tendências é, em qualquer campo de conhecimento, tarefa
duplamente arriscada. De um lado, há o risco de se tomar como tendência uma expectativa puramente subjetiva,
convertendo o discurso em um mero exercício de adivinhação, imprestável a qualquer abordagem científica. De outro,
tem-se o risco oposto: o de se basear em fatos objetivos e seguros, retratando uma tendência já consolidada, e, portanto,
já não mais uma tendência – quase como aquele personagem de Campos de Carvalho que dizia: ‘não sou eu que ando
fora de época, é a época’”. Novas tendências da Responsabilidade Civil brasileira. Revista Trimestral de Direito
Civil. Rio de Janeiro: Padma, abr./jun. 2005. v. 22, p. 45.
30
VINEY, Geneviève. As Tendências Atuais do Direito da Responsabilidade Civil. In: TEPEDINO, Gustavo (Org.).
Direito Civil Contemporâneo: novos problemas da legalidade constitucional. São Paulo: Atlas, 2008, p. 56.
31
LOTUFO, Renan. A responsabilidade civil e o papel do juiz no Código Civil de 2002. In: NERY, Rosa Maria de
Andrade; DONNINI, Rogério (Coord.). Responsabilidade Civil: estudos em homenagem ao professor Rui Geraldo
Camargo Vianna. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 458.
7
Este pensamento vai ao encontro à perspicaz observação de Alvino Lima 32, para
quem “o direito é, antes de tudo, uma ciência nascida da vida e feita para governar a vida”.
Superadas essas noções introdutórias, pretende-se estudar este importante ramo do
direito civil a partir do direito civil-constitucional, cuja temática é proteger, tanto quanto possível, a
pessoa humana e os valores preconizados pelo texto constitucional33. A partir desse entendimento,
passa o ordenamento jurídico a dar importância às funções34 que os institutos exercem no sistema.
Ou seja, o “para que serve” torna-se mais importante do que “o que é” propriamente dito. O
princípio da reparação integral, por exemplo,

fundado na Constituição da República, impõe seja contemplado o dano extrapatri-


monial sofrido independentemente da natureza do fato que o originou. Na essência,
pouco importa se é contratante ou terceiro, se a relação é de consumo ou paritária.
Em qualquer situação jurídica, presentes os pressupostos de configuração da
responsabilidade civil, impõe-se o dever de reparar o dano35.

Soma-se ao entendimento supra o estudo desenvolvido por Silmara Juny


Chinellato , intitulado Da responsabilidade civil no Código de 2002 – aspectos fundamentais.
36

Tendências do Direito Comparado. Para a jurista, seriam três as tradicionais tendências da respon-
sabilidade civil, a partir da doutrina francesa: “1. expansão dos danos indenizáveis 2. objetivação da
responsabilidade civil 3. coletivização da responsabilidade”.
Realmente, não mais prevalece, como outrora, a indenização decorrente de lesão
apenas a bens materiais e imateriais. Atualmente, admite-se a existência daquilo que se
convencionou chamar de novos danos, aí incluído, por exemplo, a indenização pela perda de uma

32
LIMA, Alvino. Da culpa ao risco. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1938, p. 8.
33
Observa Roberta Mauro e Silva que, “ao situar o princípio da dignidade da pessoa humana no ápice do ordenamento
jurídico, a Constituição de 1988 conduziu a uma verdadeira inversão de valores no sistema de direito civil, já que a
tutela do patrimônio, que era antes a principal preocupação do civilista, dá lugar à proteção da pessoa, objetivo que
deverá conformar o conteúdo de cada um dos institutos jurídicos. Em virtude da necessidade de se tutelar tal princípio
de forma precípua, tudo mais se tornou relativo e ponderável em relação à dignidade da pessoa humana, onde quer que
ela, ponderados os interesses contra-postos, se encontre”. Relações Reais e Relações Obrigacionais Propostas para uma
nova delimitação de suas fronteiras. In: TEPEDINO, Gustavo (Coord.). Obrigações: estudos na perspectiva civil-
constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 2005, p. 82.
34
“Funcionalizar um instituto é descobrir sob qual finalidade ele serve melhor para o cumprimento dos objetivos
constitucionais, qual seja, a tutela da pessoa humana na perspectiva não apenas individual, mas também solidarista e
relacional. Por isso, descobrir sua função é mais importante do que investigar seus aspectos estruturais: a concepção de
função de um instituto, além de remeter a seus efeitos, liga-se, também, à finalidade daquele instituto: enquanto a
estrutura reflete o instituto ‘como é’, a função indica ‘para que serve’. Não se trata de abandonar o exame da estrutura,
mas de ultrapassar essa etapa no processo hermenêutico”. TEIXEIRA, Ana Carolina Brochardo; KONDER, Carlos
Nelson. Situações Jurídicas Dúplices: controvérsias na nebulosa fronteira entre patrimonialidade e extrapatrimo-
nialidade. In: TEPEDINO, Gustavo; FACHIN, Luiz Edson. Diálogos sobre Direito Civil. Rio de Janeiro: Renovar,
2012. v. III, p. 7.
35
MONTEIRO FILHO, Carlos Edson do Rêgo. Rumos Cruzados do Direito Civil Pós-1988 e do Constitucionalismo de
Hoje. In: TEPEDINO, Gustavo (Org.). Direito Civil Contemporâneo: novos problemas da legalidade constitucional.
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36
CHINELLATO, Silmara Juny. Da responsabilidade civil no Código de 2002 – aspectos fundamentais. Tendências do
Direito contemporâneo. In: TEPEDINO, Gustavo; FACHIN, Luiz Edson (Coord.). O Direito e o Tempo: embates
jurídicos e utopias contemporâneas: estudos em homenagem ao Professor Ricardo Pereira Lira. Rio de Janeiro:
Renovar, 2008, p. 940.
8
chance, pela perda do tempo útil, pela privação do uso e até mesmo pela perda de um projeto de
vida. Há também os chamados danos coletivos.
Esses temas, dada à sua inegável importância, serão abordados em momento
oportuno, até por prevalecer, hoje em dia, entendimento conferindo maior proteção à vítima.
Quanto à objetivação da responsabilidade civil, observa Silmara Juny Chinellato37
que a “tendência à objetivação da responsabilidade civil atende à sociedade pós-moderna, sociedade
de massa e globalizada, caracterizada pelos riscos da produção e do desenvolvimento, nos quais se
inclui a tecnologia, que tornam mais vulneráveis as pessoas, possíveis vítimas”. Esta discussão
também será retomada em momento oportuno, quando da abordagem das teorias subjetiva e
objetiva em torno do dever de indenizar.
Por fim, segundo as tendências supra referidas, a coletivização ou securitização da
responsabilidade civil, que se traduz na fixação de seguros obrigatórios visando a ampla reparação
do dano, a exemplo do que ocorre no direito francês.
Além das três tendências já referidas, acrescenta Anderson Schreiber38, de sua
parte, outras duas: a questão em torno do nexo de causalidade e a despatrimonialização, não do
dano propriamente dito, mas sim de sua reparação. Todos esses temas, como dito, serão oportuna-
mente estudados.

37
CHINELLATO, Silmara Juny. Da responsabilidade civil no Código de 2002 – aspectos fundamentais. Tendências do
Direito contemporâneo. In: TEPEDINO, Gustavo; FACHIN, Luiz Edson (Coord.). O Direito e o Tempo: embates
jurídicos e utopias contemporâneas: estudos em homenagem ao Professor Ricardo Pereira Lira. Rio de Janeiro:
Renovar, 2008, p. 945.
38
SCHREIBER, Anderson. Novas tendências da Responsabilidade Civil brasileira. Revista Trimestral de Direito
Civil. Rio de Janeiro: Padma, abr./jun. 2005. v. 22, p. 53-64.
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