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Choque de oferta só
com investimentos em
infraestrutura
É fundamental manter o termo de compromisso que impede a
renovação dos contratos de compra de gás dos produtores
para aumentar o número de fornecedores, escreve Adriano
Pires

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And

Na imagem, homem trabalhando na estação de distribuição de gás de São


Francisco do Conde (BA)

Adriano Pires
23.abr.2024 (terça-feira) - 5h50

O
ministro de Minas e Energia, Alexandre
Silveira, anunciou que vai rever a regulação
do gás natural, de modo que ocorra uma
redução de 25% no preço. Essa declaração, vinda de
um ministro, não é nova. Todos se lembram que no
governo Bolsonaro o então ministro da Economia,
Paulo Guedes, também afirmou que a nova Lei do Gás
iria reduzir o preço da molécula em 50%.

É curioso que ambos os ministros, apesar de integrar


governos com posturas e ideologias tão diferentes,
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cometam o mesmo erro, de achar que podem


determinar o quanto o preço do gás poderá ser
reduzido. Quem determina preço não é a cabeça de
um ministro, tampouco a sua vontade, mas a famosa
lei da economia da oferta e da demanda.

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O gás natural é caro no Brasil porque não


conseguimos aumentar a oferta. E por que não
conseguimos? Não é por falta de reservas de gás, mas
por 2 outros motivos:

a falta de infraestrutura necessária;

a presença de uma empresa monopolista.

O Brasil ocupa, hoje, a 95ª posição do ranking de 109


países com gasodutos. Temos 1,10 km de gasodutos
por 1.000 km², sendo que a média mundial é de 8,1
km.

Portanto, na ausência de uma política que incentive


novos investimentos em infraestrutura de gasodutos
de escoamento da produção, de transporte e de
UPGNs (Unidades de Processamento de Gás), não
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existem perspectivas de incremento na produção de


nacional de gás. Esse é o diagnóstico correto. Não
tem passe de mágica.

Perdemos uma grande oportunidade quando foi


aprovada a Lei do Gás no governo Bolsonaro. Naquela
ocasião, em vez de criar mecanismos e políticas que
possibilitassem o crescimento de investimentos em
infraestrutura e a redução do poder de monopólio da
Petrobras, o governo, de maneira míope, atacou
propostas que visavam a universalização do gás com
investimentos em infraestrutura e térmicas
chamando de jabutis. Conclusão: perdemos um
tempo precioso aprovando uma lei que pouco serviu
para o crescimento do mercado de gás natural.

Agora, vem o novo governo e os erros de diagnóstico


continuam. Segundo o ministro, a responsabilidade
do preço do gás ser alto seria a falta de uma
“regulação firme”, que permita reduzir os custos de
acesso ao escoamento da produção e ao
processamento. É bom lembrar que, de acordo com a
Lei do Gás, tanto os gasodutos de escoamento como
as UPGNs têm como regime jurídico a autorização.
Portanto, são consideradas pela legislação atividades
não reguladas, consequentemente, têm seus preços
definidos pelo mercado e não pela agência
reguladora, a ANP.

A não ser que o ministro queira intervir nos preços,


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tabelando com subsídios, ou ache que a Petrobras


esteja abusando do seu poder de monopólio. Aí, o
problema passa a ser do Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica).

Por falar em Cade, seria fundamental manter o TCC


(Termo de Compromisso) que exige uma
desverticalização da Petrobras e a não renovação dos
contratos de compra de gás dos produtores, com o
objetivo de aumentar o número de fornecedores. Mas
o que vai viabilizar um verdadeiro choque de oferta é
o aumento de investimentos em infraestrutura, o
resto é conversa fiada e populismo.

o Poder360 integra o

autores

Adriano Pires
Adriano Pires, 67 anos, é sócio-fundador e
diretor do Centro Brasileiro de
Infraestrutura (CBIE). É doutor em
economia industrial pela Universidade Paris
13 (1987), mestre em planejamento
energético pela Coppe/UFRJ (1983) e
economista formado pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (1980). Atua há
mais de 30 anos na área de energia.
Escreve para o Poder360 às terças-feiras.

nota do editor: os textos, fotos, vídeos, tabelas e outros materiais


iconográficos publicados no espaço “opinião” não refletem
necessariamente o pensamento do Poder360, sendo de total
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