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OPINIÃO

ESG não é modismo, mas uma realidade


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24 de fevereiro de 2022, 20h48 Imprimir Enviar
OPINIÃO
Por Leticia Menegaço de Camargo e Helly Elisabeth Bowens Pereira
Opinião: Sobre a regulamentação de
energia eólica offshore
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OPINIÃO
Felipe Oquendo: Exigência de
práticas ESG e negativa de contratar

O ano de 2021 foi marcado por um boom nas demandas de adequação às OPINIÃO

práticas ESG — sigla do termo em inglês environmental, social and Vizzotto: Arquitetura regulatória das
dovernance, ou, em português, ASG (ambiental, social e governança). finanças sustentáveis na UE
Exemplo recente foi a alteração, pela Comissão de Valores Mobiliários
OPINIÃO
brasileira (CVM), por meio da Resolução CVM 59, das regras do formulário
Opinião: Os deveres do administrador
de referência, um dos documentos obrigatórios das companhias abertas,
diante da agenda ESG
ampliando a exigência de divulgação de informações sobre os aspectos
ambientais, sociais e de governança corporativa. A projeção dos especialistas é
que, a partir de 2022, a agenda ESG entrará em uma fase de maior maturidade, Facebook Twitter
com o aprofundamento de regulações, normas, certificações, indicadores, e
demais instrumentos de validação, além da crescente cobrança por parte dos Linkedin RSS
consumidores, cada vez mais conscientes.

Ao contrário do que se possa pensar,


as exigências quanto à pauta ESG não
se aplicam somente às grandes
corporações, mas igualmente às
pequenas e médias empresas,
sobretudo as que compõem a cadeia
de valor das empresas de grande
porte. A adequação a essas novas
normas inclui uma reestruturação
profunda nos modelos de gestão e produção, que não devem ser encarados,
contudo, como uma obrigação penosa e dispendiosa, e, sim, como uma
oportunidade de geração de benefícios duráveis não somente para o meio
ambiente e a sociedade como um todo, mas principalmente para a própria
empresa.

Para a Rede Brasil do Pacto Global da ONU, entidade responsável pela


Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, além de contribuir para
solucionar os desafios cruciais da sociedade, atuar de acordo com padrões ESG
amplia a competitividade, tanto no mercado interno quanto no exterior, num
cenário em que as empresas têm sido acompanhadas cada vez mais de perto
pelos seus diversos stakeholders.

Diante do crescente reconhecimento da responsabilidade das empresas pelos


impactos na sociedade, no meio ambiente e nos indivíduos, a pauta ESG é
indicadora de solidez, custos mais baixos, melhor reputação e maior resiliência
em meio às incertezas e vulnerabilidades, tornando-se uma questão de
sobrevivência para as organizações.

Apesar de ainda não se tratar de uma obrigação legal consolidada, é notável


que se caminha para tanto. A França, pioneira no tema, já em 2017 promulgou
a Loi Sur le Devoir de Vigilance, que obriga as grandes empresas-matrizes a
publicarem um plano de vigilância mapeando os impactos em direitos
humanos e meio ambiente em toda a sua cadeia de produção e suprimentos. A
União Europeia anunciou, ainda em 2021, que prepara igualmente um
instrumento vinculante para os seus países membros sobre a mesma questão.

Nesse sentido, as empresas que desejam se destacar frente aos investidores e


clientes devem incluir em seu planejamento estratégico a implementação de
padrões e condutas ESG. A adequação inclui, principalmente, um mapeamento
de riscos e impactos semelhante ao que acontece, por exemplo, no
mapeamento de dados e adequação à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Inclusive, empresas que já passaram pelo processo de implementação da
LGPD podem se considerar um passo à frente rumo à implementação da ESG,
vez que o compliance com a privacidade e proteção de dados insere-se dentro
do escopo de governança da ESG.

Assim, continuando o paralelo com a LGPD, ao considerarmos que esta última


foi resultado das demandas globais geradas pelas transformações digitais e
pelo aumento da velocidade da transmissão de dados, tendo forte impulso na
Europa, com o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, e tornando-se
lei em território brasileiro, percebe-se que a preocupação com o tema ESG
pelos principais atores do mercado global demonstra que a sigla não é
modismo, mas reflexo regulatório, normativo e nas práticas comerciais da
realidade social e ambiental.
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Leticia Menegaço de Camargo é advogada na Advocacia Correa de Castro e Associados, pós-


graduanda em Direito do Estado pela Universidade Estadual do Paraná (UEL-PR) e membro
da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados (ANPPD) e da Comissão
de Inovação e Gestão da OAB/PR.

Helly Elisabeth Bowens Pereira é advogada na área de Novos Negócios atuando em


consultoria e assessoria jurídica em Privacidade e Proteção de Dados, ESG, Compliance e
Inovação na Advocacia Correa de Castro, pós-graduanda em Advocacia Cível, mestre em
Direito Empresarial pela Sorbonne (França) e pesquisadora em Direitos Humanos e
Empresas/Business and Human Rights.

Revista Consultor Jurídico, 24 de fevereiro de 2022, 20h48

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