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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ EXTENSÃO DE TETE

Faculdade de Educação

Estatísticas Demográficas Vitais (Idade máxima de vida, longevidade, esperança de vida,


morbilidade e mortalidade) e suas evoluções históricas e variações geossociais
 O aumento moderno da esperança de vida
 Epidemiologia médica
 Causa da morbidade e mortalidade ao longo dos tempos e em diversos lugares

Curso de Licenciatura em Psicologia Social e das Organizações – Pós Laboral


2º Ano/3º Grupo

Trabalho de pesquisa em Grupo

Celso Elias Fabião Bechane


Felicidade Teixeira Augusto
Matilde José Fernandes Torres
Sheila Uaite

Tete
Agosto de 2023
Celso Elias Fabião Bechane
Felicidade Teixeira Augusto
Matilde José Fernandes Torres
Sheila Uaite

Estatísticas Demográficas Vitais (Idade máxima de vida, longevidade, esperança de vida,


morbilidade e mortalidade) e suas evoluções históricas e variações geossociais
 O aumento moderno da esperança de vida
 Epidemiologia médica
 Causa da morbidade e mortalidade ao longo dos tempos e em diversos lugares

Trabalho de pesquisa em Grupo a ser apresentado


na Faculdade de Educação no Curso de
Licenciatura em Psicologia Social e das
Organizações, como requisito de avaliação parcial
na cadeira de Psicologia Social e da Saúde.

Docente: Me. Hermenegildo Chimarizene

Tete
Agosto de 2023
ÍNDICE
1. Introdução.................................................................................................................................1

1.1. Objectivos da pesquisa......................................................................................................2

1.1.1. Objectivo Geral..........................................................................................................2

1.1.2. Objectivos Específicos...............................................................................................2

2. Metodologia de Pesquisa..........................................................................................................2

3. Fundamentação teórica.............................................................................................................3

3.1. Conceitos...........................................................................................................................3

3.1.1. Estatísticas Demográficas Vitais...............................................................................3

3.1.2. Idade máxima de vida................................................................................................3

3.1.3. Longevidade..............................................................................................................3

3.1.4. Esperança de vida......................................................................................................3

3.1.5. Morbilidade................................................................................................................4

3.1.6. Mortalidade................................................................................................................6

3.2. Estatísticas Demográficas Vitais (Idade máxima de vida, longevidade, esperança de


vida, morbilidade e mortalidade) e suas evoluções históricas e variações geossociais...............7

3.2.1. Variações Geossociais...............................................................................................8

3.3. O aumento moderno da esperança de vida........................................................................9

3.4. Epidemiologia médica.....................................................................................................10

3.4.1. Principais conceitos e componentes da Epidemiologia Médica..............................10

3.5. Causas da morbidade e mortalidade ao longo dos tempos e em diversos lugares..........12

3.5.1. Causas de Morbidade e Mortalidade ao Longo dos Tempos...................................12

3.5.2. Causas de Morbidade e Mortalidade em diversos lugares.......................................13

4. Conclusão...............................................................................................................................14

5. Referências Bibliográficas.....................................................................................................15
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1. Introdução

A compreensão de diversos campos do conhecimento muitas vezes começa com uma análise
cuidadosa dos fundamentos e conceitos essenciais que sustentam essa área. No âmbito
demográfico e sociológico, as Estatísticas Demográficas Vitais desempenham um papel
fundamental na compreensão da dinâmica populacional de uma sociedade. Essas estatísticas, que
englobam nascimentos, mortes, casamentos e outros eventos cruciais da vida, fornecem
informações valiosas sobre a evolução e as características de uma população.

Ao analisar esses dados, é possível identificar tendências demográficas, entender mudanças na


estrutura etária, avaliar a saúde e o bem-estar de uma população e embasar decisões políticas e
estratégias de intervenção. Além disso, as Estatísticas Demográficas Vitais são uma ferramenta
indispensável para planeamento de recursos, previsões socioeconômicas e avaliação de
programas de saúde pública.

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1.1. Objectivos da pesquisa

1.1.1. Objectivo Geral


Compreender as Estatísticas Demográficas Vitais.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Falar das Estatísticas Demográficas Vitais (Idade máxima de vida, longevidade,
esperança de vida, morbilidade e mortalidade) e suas evoluções históricas e variações
geossociais;
 Debruçar em torno do aumento moderno da esperança de vida;
 Entender a Epidemiologia médica;
 Identificar as causas da morbidade e mortalidade ao longo dos tempos e em diversos
lugares.
2. Metodologia de Pesquisa

A classificação metodológica baseada nos objetivos desta pesquisa se encaixa no âmbito


exploratório, conforme proposto por Marconi e Lakatos (2003). De acordo com essa abordagem,
as pesquisas exploratórias buscam criar uma maior familiaridade com o tema, com o intuito de
esclarecê-lo ou gerar hipóteses. O propósito principal dessas pesquisas é o aprimoramento de
conceitos ou a descoberta de intuições.
No que tange ao método de abordagem adotado nesta investigação, optou-se pela abordagem
qualitativa. A escolha por essa abordagem tem como finalidade verificar as hipóteses
formuladas, analisar fatos e avaliar o tema em consideração com base em suas principais
variáveis. A abordagem qualitativa permite uma exploração mais profunda e contextualizada do
fenômeno em estudo.
No que se refere aos procedimentos técnicos empregados, esta pesquisa é caracterizada como
bibliográfica. A pesquisa bibliográfica envolve actividades como catalogação, relacionamento,
referência, leitura, resumo e arquivamento de materiais pertinentes à pesquisa em questão. Nesse
contexto, o presente estudo baseou-se em fontes já publicadas, consideradas fontes secundárias,
predominantemente incluindo livros e artigos de revistas científicas. Além disso, foram
consultados artigos disponíveis em portais científicos online.
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3. Fundamentação teórica

3.1. Conceitos

3.1.1. Estatísticas Demográficas Vitais


Segundo Fletcher (2016), Estatísticas Demográficas Vitais referem-se a dados estatísticos
relacionados aos eventos demográficos fundamentais que afectam uma população, geralmente
envolvendo informações sobre nascimentos, mortes e casamentos. Esses dados são essenciais
para entender a dinâmica populacional de um país ou região, além de serem usados para
planeamento governamental, políticas públicas, saúde pública, educação e outras áreas.

3.1.2. Idade máxima de vida


De acordo com Barata (2008), a idade máxima de vida, também conhecida como expectativa de
vida máxima ou limite de longevidade, refere-se à idade máxima que um ser humano ou uma
espécie em particular pode alcançar em condições ideais. É o ponto mais alto da distribuição de
idades em uma população, representando a idade à qual apenas uma pequena percentagem dos
indivíduos chega.

Vale ressaltar que a idade máxima de vida varia significativamente entre espécies e é
influenciada por diversos fatores, como genética, ambiente, estilo de vida e cuidados médicos.
Além disso, a expectativa de vida máxima também pode ser diferente entre diferentes grupos
dentro da mesma espécie, devido a variações genéticas e factores externos.

3.1.3. Longevidade
Conforme Andrade e Camacho (2013), a longevidade refere-se à duração ou extensão da vida de
um organismo, geralmente medido em termos de anos vividos. No contexto humano, a
longevidade se refere à capacidade de viver por um período de tempo mais longo do que a média
da população. Não existe uma fórmula única ou definitiva para determinar a longevidade de um
indivíduo, pois é influenciada por uma complexa interação de factores genéticos, ambientais, de
estilo de vida e de saúde.

3.1.4. Esperança de vida


De acordo com Nunes e Silva (2016), a esperança de vida, também conhecida como expectativa
de vida, é uma medida estatística que estima o número médio de anos que um grupo de
4

indivíduos pode esperar viver a partir de um determinado período de tempo. Geralmente, esse
período é o nascimento, mas também pode ser calculado a partir de outras idades, como 65 anos
(idade de aposentadoria) ou qualquer outra idade específica.

Conforme Ferreira (2019), o cálculo da esperança de vida é uma medida estatística que estima o
número médio de anos que um grupo de indivíduos pode esperar viver a partir de um
determinado ponto no tempo. A fórmula básica para calcular a esperança de vida ao nascer é a
seguinte:

Esperança de Vida = (Soma das Idades de Todos os Indivíduos que Morreram durante um
Período) / (Número Total de Indivíduos que Morreram durante o Mesmo Período)

No entanto, a esperança de vida ao nascer é frequentemente calculada usando tabelas de


mortalidade, que levam em consideração a idade no momento da morte e a probabilidade de
morrer em cada idade. A fórmula geral para calcular a esperança de vida usando uma tabela de
mortalidade é:

Esperança de Vida = Σ [lx * Tx] / lx

Onde:

 lx é o número de pessoas vivas no início de cada idade (idade específica).

 Tx é o número total de anos restantes de vida para as pessoas da idade lx e acima.


Ainda de acordo com Ferreira (2019), o somatório é realizado para todas as idades incluídas na
tabela de mortalidade. Essa fórmula leva em consideração a distribuição de idades e as taxas de
mortalidade em diferentes faixas etárias para estimar a expectativa média de vida da população.
Note que, para calcular a esperança de vida, é necessário ter acesso a dados demográficos, como
o número de óbitos e a distribuição etária da população.

3.1.5. Morbilidade
Para Mendes e Pinto (2016), a morbidade se refere à incidência, prevalência ou proporção de
doenças, distúrbios ou condições médicas em uma população específica durante um determinado
período de tempo. É uma medida importante para compreender o estado de saúde de uma
5

população e pode ser expressa de várias maneiras, como taxas de incidência, taxas de prevalência
ou proporções.

O cálculo da morbidade pode envolver várias medidas, dependendo do tipo de informação que
você deseja analisar. Aqui estão algumas fórmulas comuns para calcular diferentes aspectos da
morbidade, de acordo com Mendes e Pinto (2016):

1. Taxa de Incidência:
A taxa de incidência mede a ocorrência de novos casos de uma doença em uma população
durante um período específico.

Taxa de Incidência = (Número de Novos Casos / População em Risco) x 1000 ou x 100.000


(para expressar por 1000 ou 100.000 pessoas em risco)

2. Taxa de Prevalência:
A taxa de prevalência indica a proporção de pessoas que têm uma doença específica em um
determinado momento.

Taxa de Prevalência = (Número de Pessoas com a Doença / Total da População) x 100

3. Taxa de Mortalidade Relacionada:


A taxa de mortalidade relacionada a uma doença específica expressa a proporção de mortes
devido a essa doença em relação ao total de mortes.

Taxa de Mortalidade Relacionada = (Número de Mortes devido à Doença / Total de Mortes) x


100

4. Anos de Vida Perdidos devido à Doença (DALYs):


Os DALYs consideram tanto a mortalidade prematura quanto a morbidade causada por uma
doença.

DALYs = Anos de Vida Perdidos devido à Mortalidade Prematura + Anos Vividos com
Deficiência devido à Doença
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Essas fórmulas são apenas exemplos e podem ser adaptadas para diferentes contextos e
necessidades de análise. Os cálculos devem ser baseados em dados precisos e confiáveis, e é
importante considerar a fonte e a qualidade dos dados ao realizar esses cálculos.

3.1.6. Mortalidade
Segundo Barreto et.al (2008), a mortalidade se refere à incidência de mortes em uma população
durante um determinado período de tempo. É uma medida importante para entender a saúde e o
bem-estar de uma população e é frequentemente expressa como uma taxa, que relaciona o
número de mortes ao tamanho da população em risco.

Existem várias formas de calcular a mortalidade, cada uma fornecendo informações específicas
sobre a frequência e o risco de morte em diferentes contextos. Algumas das medidas de
mortalidade mais comuns, de acordo com Barreto et.al (2008), incluem:

i. Taxa de Mortalidade Bruta (TMB): calcula o número total de mortes em uma


população durante um período específico, normalmente um ano, dividido pela população
total no meio do período. É expressa por 1000 ou 100.000 pessoas.
TMB = (Número de Mortes / População) x 1000 ou x 100.000

ii. Taxa de Mortalidade Específica por Idade: calcula a taxa de mortalidade em uma faixa
etária específica da população, expressa por 1000 ou 100.000 pessoas na faixa etária.
Taxa de Mortalidade Específica por Idade = (Número de Mortes na Faixa Etária / População
na Faixa Etária) x 1000 ou x 100.000

iii. Taxa de Mortalidade Infantil: calcula o número de mortes de crianças menores de um


ano de idade em relação ao número total de nascimentos durante o mesmo período.
Taxa de Mortalidade Infantil = (Número de Mortes de Crianças com Menos de 1 Ano / Total
de Nascidos Vivos) x 1000

iv. Taxa de Mortalidade Materna: calcula o número de mortes relacionadas à gravidez ou


parto em relação ao número total de nascimentos durante o mesmo período.
Taxa de Mortalidade Materna = (Número de Mortes Maternas / Total de Nascidos Vivos) x
100.000
7

v. Taxa de Mortalidade por Doença Específica: calcula a taxa de mortalidade para uma
doença ou causa específica, como câncer, doenças cardíacas, etc.
Taxa de Mortalidade por Doença Específica = (Número de Mortes por Doença Específica /
População) x 100.000

As medidas de mortalidade são essenciais para avaliar a saúde de uma população, identificar
tendências de saúde e direcionar políticas de saúde pública e intervenções. Elas permitem
comparar o risco de morte entre diferentes grupos populacionais e ao longo do tempo.

3.2. Estatísticas Demográficas Vitais (Idade máxima de vida, longevidade, esperança de


vida, morbilidade e mortalidade) e suas evoluções históricas e variações geossociais

Segundo Fletcher (2016), as estatísticas demográficas vitais, como idade máxima de vida,
longevidade, esperança de vida, morbidade e mortalidade, fornecem informações cruciais sobre a
dinâmica populacional e o estado de saúde de uma sociedade. A análise de suas evoluções
históricas e variações geossociais oferece informações valiosos sobre como as populações
mudaram ao longo do tempo e como diferentes regiões do mundo podem apresentar padrões
distintos.

De seguida apresentamos uma visão geral dessas estatísticas e suas tendências:

1) Idade Máxima de Vida:

Conforme Fletcher (2016), a idade máxima de vida refere-se à idade mais avançada que um
indivíduo ou uma espécie pode alcançar sob condições ideais. Ao longo da história, a idade
máxima de vida tem aumentado gradualmente devido a avanços na medicina, higiene, nutrição e
condições de vida. No entanto, não houve aumentos dramáticos na idade máxima de vida
humana nas últimas décadas. Dados históricos e estudos em diferentes períodos mostram uma
tendência geral de aumento, mas a idade máxima ainda varia consideravelmente entre diferentes
grupos populacionais, (Fletcher 2016).

2) Longevidade e Esperança de Vida:

Para Perreira et.al (2018), a longevidade se refere à duração da vida de um indivíduo ou grupo,
enquanto a esperança de vida é a expectativa média de vida de um recém-nascido. A esperança
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de vida tem aumentado significativamente ao longo dos séculos, especialmente nos países
industrializados, devido a melhorias na saúde pública, tratamentos médicos e qualidade de vida.
As taxas de mortalidade infantil diminuíram, a prevenção e tratamento de doenças melhoraram e
os padrões de higiene se tornaram mais eficazes. No entanto, a esperança de vida pode variar
amplamente entre diferentes países e regiões, reflectindo desigualdades socioeconômicas e
acesso a cuidados de saúde (Perreira et.al, 2018).

3) Morbilidade e Mortalidade

No entendimento de Mendes e Pinto (2016), a morbidade se refere à ocorrência de doenças ou


condições de saúde em uma população. A morbidade tem evoluído ao longo do tempo devido a
mudanças nas doenças predominantes, avanços na detecção e tratamento, e intervenções de
saúde pública. A mortalidade, que se refere à incidência de mortes, também teve mudanças
significativas ao longo da história, com quedas acentuadas nas taxas de mortalidade infantil e
maior sobrevivência em idades avançadas. A evolução da morbidade e da mortalidade também
está ligada a factores sociais, econômicos e políticos, bem como ao acesso a cuidados médicos e
à disponibilidade de recursos, (Mendes e Pinto 2016).

3.2.1. Variações Geossociais


De acordo com Barata (2009), as estatísticas demográficas vitais variam consideravelmente entre
diferentes regiões geográficas e grupos sociais. Factores como nível de desenvolvimento
econômico, acesso a cuidados de saúde, educação, condições de moradia e estilo de vida podem
influenciar drasticamente as tendências demográficas e de saúde. Essas variações podem levar a
disparidades significativas na expectativa de vida, taxas de mortalidade, padrões de doenças e
saúde geral entre diferentes populações.

Fletcher (2016), as estatísticas demográficas vitais e suas evoluções históricas e variações


geossociais são um reflexo da complexa interação entre factores biológicos, ambientais, sociais e
econômicos. O estudo dessas estatísticas oferece uma visão abrangente da saúde e da dinâmica
populacional ao longo do tempo e em diferentes partes do mundo, sendo fundamental para
orientar políticas de saúde e intervenções eficazes.
9

3.3. O aumento moderno da esperança de vida

De acordo com Ferreira (2019), o aumento moderno da esperança de vida é um fenômeno


notável que tem ocorrido nas últimas décadas em muitas partes do mundo. Esse aumento reflecte
avanços significativos na medicina, saúde pública, higiene, nutrição e qualidade de vida, (Castro
e Silva, 2019).

Segundo Rocha e Ferreira (2012), os principais factores que contribuíram para o aumento
moderno da esperança de vida:

 Melhorias na Saúde Pública: campanhas de saúde pública eficazes têm promovido a


vacinação, controlo de doenças infecciosas, acesso a água potável e saneamento básico,
reduzindo a disseminação de doenças e aumentando a expectativa de vida;

 Avanços Médicos: progressos médicos em diagnóstico, tratamento e prevenção de


doenças, como terapias medicamentosas mais eficazes, cirurgias avançadas e
desenvolvimento de técnicas médicas inovadoras, contribuíram para prolongar a vida;

 Controlo de Doenças Infecciosas: a descoberta de antibióticos e outros medicamentos


antivirais, juntamente com estratégias de prevenção, ajudou a reduzir a incidência e a
letalidade de doenças infecciosas;

 Redução da Mortalidade Infantil: melhorias no cuidado pré-natal, neonatal e


pediátrico, bem como maior conscientização sobre cuidados infantis, resultaram em uma
diminuição significativa das taxas de mortalidade infantil;

 Estilos de Vida Mais Saudáveis: maior conscientização sobre a importância da


actividade física, alimentação saudável, abandono do tabagismo e moderação no
consumo de álcool tem contribuído para a redução de fatores de risco para doenças
crônicas;

 Acesso a Cuidados Médicos: acesso ampliado a serviços de saúde, incluindo exames de


rotina, tratamentos e intervenções preventivas, tem impactado positivamente a saúde da
população;
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 Melhoria nas Condições de Vida: progressos econômicos e sociais, como melhores


condições de moradia, educação e renda, também têm sido associados a uma melhoria na
saúde geral da população (pg. 93).

 Pesquisa e Inovação: investimentos em pesquisa médica têm levado a descobertas


inovadoras que impactam diretamente a expectativa de vida, como novos tratamentos
para doenças crônicas e terapias genéticas.
Segundo Castro e Silva (2015), o aumento moderno da esperança de vida tem sido observado em
muitos países, principalmente nas nações industrializadas. No entanto, é importante observar que
as disparidades ainda existem, com algumas populações enfrentando desafios de saúde únicos e
menor acesso a cuidados médicos. Além disso, o envelhecimento da população apresenta novos
desafios, como a necessidade de garantir qualidade de vida na terceira idade e a sustentabilidade
dos sistemas de saúde.

Em resumo, o aumento moderno da esperança de vida é um testemunho dos avanços na medicina


e na saúde pública, reflectindo esforços contínuos para melhorar a saúde e o bem-estar da
população global.

3.4. Epidemiologia médica

Segundo Barata (2009), a epidemiologia médica é um ramo da epidemiologia que se concentra


no estudo da distribuição, determinantes e impacto das doenças e condições de saúde na
população, com o objectivo de informar a prevenção, tratamento e gestão da saúde. Ela envolve a
aplicação de métodos científicos para entender os padrões de saúde e doença em diferentes
grupos populacionais e contextos.

3.4.1. Principais conceitos e componentes da Epidemiologia Médica


Conforme Barreto et.al (2008), constituem principais conceitos e componentes da Epidemiologia
Médica os seguintes:

 Incidência e Prevalência: a epidemiologia médica analisa a incidência (número de novos


casos de uma doença em uma população durante um período específico) e a prevalência
(número total de casos de uma doença em uma população em um momento específico) das
doenças. Essas medidas fornecem informações sobre a carga da doença na população.
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 Determinantes de Saúde: a epidemiologia médica explora os factores que influenciam a


ocorrência das doenças, incluindo factores genéticos, ambientais, sociais, comportamentais e
econômicos. A compreensão desses determinantes é fundamental para desenvolver
estratégias de prevenção e controlo.

 Factores de Risco e Protectores: a identificação e avaliação de factores de risco (como


tabagismo, dieta inadequada, exposição a toxinas) e factores protectores (como exercício
físico, vacinação) ajudam a entender a etiologia das doenças e a desenvolver medidas
preventivas.

 Estudos Epidemiológicos: a epidemiologia médica utiliza uma variedade de métodos de


pesquisa, como estudos observacionais (coorte, caso-controlo) e experimentais (ensaios
clínicos), para investigar relações entre exposições e doenças, bem como a eficácia de
intervenções.

 Monitoramento de Saúde: a colecta, análise e interpretação contínuas de dados de saúde


permitem a detecção precoce de surtos, a avaliação de tendências e a monitorização da
eficácia das intervenções de saúde pública.

 Saúde Global: a epidemiologia médica desempenha um papel crucial na saúde global,


ajudando a entender e responder a doenças emergentes, pandemias, ameaças bioterroristas e
outros desafios de saúde pública em escala internacional.

 Políticas de Saúde: as informações fornecidas pela epidemiologia médica influenciam o


desenvolvimento de políticas de saúde, orientando decisões sobre alocação de recursos,
desenvolvimento de programas de prevenção e promoção da saúde.

 Monitoramento de Desempenho: a epidemiologia médica avalia o desempenho de sistemas


de saúde, medindo indicadores como taxa de vacinação, atendimento pré-natal, tempo de
espera em serviços de emergência, entre outros (pg. 9).
12

A epidemiologia médica é uma ferramenta essencial para entender a saúde da população,


identificar desafios de saúde e desenvolver estratégias eficazes de prevenção e tratamento. Ela
desempenha um papel central em moldar políticas de saúde e promover melhores resultados de
saúde para indivíduos e comunidades (Barata, 2009).

3.5. Causas da morbidade e mortalidade ao longo dos tempos e em diversos lugares

De acordo com Mendes e Pinto (2016), as causas da morbidade (incidência de doenças) e


mortalidade (incidência de mortes) têm variado ao longo dos tempos e em diferentes lugares
devido a uma complexa interação entre factores biológicos, ambientais, sociais, econômicos e
culturais. As mudanças nas causas de morbidade e mortalidade reflectem avanços na medicina,
mudanças nos padrões de vida, desenvolvimento econômico, urbanização, migração e outras
transformações sociais.

3.5.1. Causas de Morbidade e Mortalidade ao Longo dos Tempos


Era Pré-Moderna: de com Barreto et.al (2008), nas sociedades pré-modernas, doenças
infecciosas como doenças respiratórias, gastrointestinais, malária e tuberculose eram as
principais causas de morbidade e mortalidade. A falta de conhecimento médico, medidas de
higiene precárias e falta de acesso a tratamentos contribuíram para altas taxas de morte por essas
doenças.

Revolução Industrial e Pós-Industrialização: com a urbanização e industrialização, houve uma


transição nas causas de morbidade e mortalidade. As condições de vida urbanas superlotadas,
más condições de trabalho e poluição contribuíram para surtos de doenças infecciosas. No
entanto, melhorias nas condições de vida e avanços médicos começaram a reduzir a incidência
dessas doenças (Mendes e Pinto, 2016).

Avanços Médicos e Transição Epidemiológica: conforme Fletcher (2016), a descoberta de


antibióticos, vacinas e melhorias na saúde pública levaram a uma transição epidemiológica, com
uma diminuição das doenças infecciosas e um aumento das doenças crônicas não transmissíveis
(DCNTs), como doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas.

Envelhecimento da População: com o aumento da expectativa de vida, as doenças relacionadas


à idade, como demência e doenças neurodegenerativas, se tornaram mais proeminentes. Isso
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também inclui as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) mencionadas anteriormente, que
têm maior incidência em idades mais avançadas (Perreira et.al, 2018).

3.5.2. Causas de Morbidade e Mortalidade em diversos lugares


Países em Desenvolvimento vs. Países Desenvolvidos: de cordo com Santana (2012), em países
em desenvolvimento, doenças infecciosas ainda são uma preocupação significativa devido a falta
de acesso a água potável, saneamento básico e serviços de saúde. Nos países desenvolvidos, as
doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são mais prevalentes devido a estilos de vida
sedentários, dietas inadequadas e envelhecimento da população.

Diferenças Regionais: mesmo dentro de um país, as causas de morbidade e mortalidade podem


variar. Por exemplo, regiões urbanas podem ter maiores taxas de doenças cardiovasculares
devido ao estresse e hábitos de vida, enquanto áreas rurais podem ter maior incidência de
doenças infecciosas devido a falta de acesso a cuidados médicos (Santana, 2012).

Factores Culturais e Sociais: segundo Mendes e Pinto (2016), causas de morbidade e


mortalidade também podem ser influenciadas por factores culturais e sociais. Por exemplo,
regiões com altos níveis de tabagismo terão maior incidência de doenças relacionadas ao tabaco,
como câncer de pulmão. É importante observar que as causas de morbidade e mortalidade são
dinâmicas e estão sujeitas a mudanças devido a avanços médicos, políticas de saúde, mudanças
no ambiente e outros factores. O monitoramento contínuo dessas causas é essencial para orientar
intervenções de saúde pública e melhorar a qualidade de vida das populações.
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4. Conclusão

As estatísticas demográficas vitais e suas evoluções históricas e variações geossociais são um


reflexo da complexa interação entre factores biológicos, ambientais, sociais e econômicos. O
estudo dessas estatísticas oferece uma visão abrangente da saúde e da dinâmica populacional ao
longo do tempo e em diferentes partes do mundo, sendo fundamental para orientar políticas de
saúde e intervenções eficazes.

O aumento moderno da esperança de vida tem sido observado em muitos países, principalmente
nas nações industrializadas. No entanto, é importante observar que as disparidades ainda
existem, com algumas populações enfrentando desafios de saúde únicos e menor acesso a
cuidados médicos. Além disso, o envelhecimento da população apresenta novos desafios, como a
necessidade de garantir qualidade de vida na terceira idade e a sustentabilidade dos sistemas de
saúde.

A epidemiologia médica é uma ferramenta essencial para a tomada de decisões baseadas em


evidências em medicina e saúde pública. Ela ajuda a identificar as causas das doenças, a
desenvolver estratégias de prevenção e controle e a melhorar a saúde da população como um
todo.

As causas da morbidade e mortalidade são moldadas por uma interação complexa de factores
históricos, culturais, sociais e econômicos. Com o avanço da medicina e das políticas de saúde,
tem havido uma mudança de doenças infecciosas para doenças crônicas não transmissíveis. No
entanto, as variações geossociais continuam a influenciar as tendências de saúde, destacando a
importância de intervenções direcionadas e abordagens personalizadas para melhorar a saúde das
populações ao redor do mundo.
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5. Referências Bibliográficas

Andrade, L. N. D., & Camacho, L. A. B. (2013). Prática de pesquisa em saúde: Conceitos e


métodos. Guanabara Koogan.

Barata, R. B. (2009). Epidemiologia e saúde. Editora Hucitec.

Barreto, M., Alves, J., Boaventura, R., Carvalho, M. S., & Carmo, I. (2008). Epidemiologia:
Teoria e Prática. Lidel Edições Técnicas.

Castro, I. A., & Silva, N. N. (2015). Saúde, Sociedade e Meio Ambiente: Estudos
Interdisciplinares. Appris Editora.

Ferreira, V. (2019). O aumento da esperança de vida: reflexos no planeamento urbano. Tese de


mestrado. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

Fletcher, R. H. (2016). Epidemiologia clínica: elementos essenciais. Artmed Editora.

Marconi, M. A & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. - São


Paulo: Atlas, 2003.

Mendes, A. L., & Pinto, C. G. (2016). Morbilidade em Portugal: Principais determinantes e


políticas públicas de saúde. Livros Horizonte.

Nunes, B., & Silva, A. J. (2016). Envelhecimento e aumento da esperança de vida em Portugal:
uma abordagem demográfica e económica. Revista de Estudos Demográficos, (59), 7-27.

Pereira, M. G., Fonseca, M., Xavier, M., & Pedro, A. R. (2018). Envelhecimento e demografia:
Um desafio para Portugal. Mundos Sociais.

Rocha, L. E., & Ferreira, D. (Eds.). (2012). Saúde global: uma nova abordagem da saúde
pública. Editora Fiocruz.

Santana, P. (2012). Desigualdades em saúde: uma abordagem territorial. Centro Editor de


Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana.

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