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Fundamentação Teórica

Cultura vem da palavra “colere”, em latim, que significa cultivar. A Cultura é a


expressão de um povo através da fala, da dança, da gastronomia, da religiosidade, etc. A
Cultura pode ser culturas erudita, Cultura popular e a cultura de massas. A cultura
erudita é tida como uma expressão que depende de um pensamento mais crítico e
elaborado para ser criada e entendida. Exemplos de produtos da cultura erudita pode ser
a ópera, a música clássica, as artes plásticas, a poesia e o ballet.
A “cultura popular” tem merecido atenção dos intelectuais ocidentais desde fins do
século XVIII, momento em que a Europa viveu inúmeras e profundas transformações
em todos os níveis da vida social. Desde então, a divisão cultural entre o erudito e o
popular se estendeu a outros níveis da realidade social,
Por exemplo, entre o rural e o urbano, oral e o escrito, o tradicional e o moderno.
Frente ao processo civilizatório, imaginado como inelutável pelos defensores
do Iluminismo e, por conseguinte, do Evolucionismo aplicado à sociedade, os
valores e os costumes correspondentes ao mundo da cultura popular considerados
ameaçados de desaparecimento passaram a merecer a defesa de inúmero
intelectuais que, em concorrência àqueles movimentos intelectuais, viram nas
festas, na poesia, nos jogos, nas músicas e nas danças das classes subalternas, não
só uma forma de resistência cultural, senão um sistema cultural de preservação do
“espírito do povo” - base de muitos nacionalismos emergentes. Os nomes de Herder e
dos irmãos Grimm encabeçam a lista dos pioneiros no campo da
cultura popular no romantismo alemão, a este respeito ver Chauí (1986); Burke (1989);
Ortiz(1992); Prandi (1997).

O conceito de cultura por Edward B. Tylor em 1871, institucionalizando


o campo de estudos antropológicos; com a publicação das Regras do Método
Sociológico, de Emile Durkheim, em 1894, o folclore sofreria um duro golpe que seria
sentido ao longo dos anos. É sabido o quanto os termos Folclore, Cultura, Popular e
Patrimônio Cultural são controvertido e difícil definição. Cada qual merece uma
discussão que, infelizmente, não pode ser feita em profundidade, neste texto que se
propõe a uma breve consideração.
Segundo William John Thoms, que em Carta, publicada na Revista The
Atheneum, em 1848, o termo folk-lore (“saber tradicional do povo”) para designar os
estudos das então chamadas “antiguidades populares”. Desde então, folclore tornou-se
sinônimo de “cultura popular”. Mais recente, porém não menos complexa, é a relação
do folclore e a cultura popular com o conceito de patrimônio cultural imaterial.
Desde fins do século XIX, Sílvio Romero, Couto de Magalhães e outros, aparecem
como os precursores dos estudos folclóricos no Brasil. Estabelecendo que “cultura
popular” tem merecido a atenção dos intelectuais ocidentais desde
fins do século XVIII, momento em que a Europa viveu inúmeras e profundas
transformações em todos os níveis da vida social. Desde então, a divisão
cultural entre o erudito e o popular se estendeu a outros níveis da realidade social, por
exemplo, entre o rural e o urbano, o oral e o escrito, o tradicional e o moderno.
Diferente das culturas erudita e popular, a cultura de massas não é produzida pelas
pessoas, mas para as pessoas. Diferente da Erudita e da Cultura Popular a Cultura de
massa é criada para o consumo das classes populares. A Cultura popular representa um
conjunto de saberes determinados pela interação dos indivíduos. Ela reúne elementos e
tradições culturais que estão associados à linguagem popular e oral. Contudo, a cultura
popular inclui o folclore, o artesanato, as músicas, as danças, as festas, dentre outros. O
Folclore é sinônimo da Cultura Popular. Como vimos o termo folclore foi cunhado no
séc XIX por Willian Jhon Tons. o termo folk-lore (“saber tradicional do povo”) para
designar os estudos das então chamadas “antiguidades populares”. Desde então, folclore
tornou-se sinônimo de “cultura popular”, embora nem toda cultura popular seja folclore.
Mais recente, porém não menos complexa, é a relação do folclore e a cultura popular
com o conceito de patrimônio cultural imaterial.
Podemos definir folclore como um conjunto de mitos, crenças, histórias populares,
lendas, tradições e costumes que são transmitidos de geração em geração e integram a
cultura popular. Folclore constitui-se dos elementos que fazem parte da cultura popular
e tem como símbolos as festas, danças, ritmos, jogos, lendas e crendices tradicionais.
Embora nem toda cultura popular seja folclore.
Segundo Weber a religião, os costumes de um povo, o sistema de produção, a
moeda, as leis, etc., são manifestações culturais. Oliveira (1992, p. 72) declara: “a
identidade entre o folclore e cultura popular se rompem. Folclore passa a ser tradição;
cultura popular transformação. Cultura popular passou a significar um meio para atingir
determinado fim, dar consciência ao povo”. Se antes o folclore era visto como
parte do processo de construção da nação, a partir da ideologia desenvolvimentista este
adquire um sentido negativo.

Cultura popular passou a significar um meio para atingir


determinado fim, dar “consciência ao povo”. Se antes o folclore era visto como
parte do processo de construção da nação, a partir da ideologia desenvolvimentista
este adquire um sentido negativo. Pode-se dizer, inclusive, que passou a ser visto como
uma expressão de atraso cultural. Não por coincidência, entre os tópicos dominantes no
discurso dos isebianos está à questão da “situação colonial”
cultura popular, essencialmente, diz respeito a uma forma particularíssima
de consciência: a consciência política, a consciência que imediatamente
deságua na ação política. Ainda assim, não a ação política em geral, mas
por exemplo, entre o rural e o urbano, o oral e o escrito, o tradicional e o moderno.
Frente ao processo civilizatório, imaginado como inelutável pelos defensores
do Iluminismo e, por conseguinte, do Evolucionismo aplicado à sociedade, os
valores e os costumes correspondentes ao mundo da cultura popular considerados
ameaçados de desaparecimento passaram a merecer a defesa de inúmero
intelectuais que, em concorrência àqueles movimentos intelectuais, viram nas
festas, na poesia, nos jogos, nas músicas e nas danças das classes subalternas, não
só uma forma de resistência cultural, senão um sistema cultural de preservação do
“espírito do povo” - base de muitos nacionalismos emergentes.
MESTRES E MESTRAS DA CULTURA

Mestre ou uma Mestra da cultura é um(a) articulador(a) que promove o fluxo


de saberes, é um(a) guardião/guardiã de memórias e da ancestralidade. As
manifestações da cultura popular e nas comunidades tradicionais, os mais velhos, ao
exemplo de mestres e mestras, são figuras centrais do saber, indispensáveis para a
construção de conhecimento, da tradição à inovação.
Entende-se por mestre da Cultura Popular a pessoa física detentora de saberes
que tenha notório conhecimento, longa permanência na atividade e que seja
reconhecida, por sua própria comunidade, como referência na transmissão de saberes,
celebrações ou formas de expressões da tradição popular.
Mestre da Cultura como a figura que representa a materialização, valorização,
preservação e transmissão da cultura tradicional popular que se auto produz e estima por
meio da transferência do saber.
Segundo Antonio Gramsci (apud CHAUI, 2006, p. 22) a hegemonia é sinônimo de
cultura em uma sociedade de classes, no sentido de determinar a forma na qual a
sociedade se representa (acontecimentos, espaço, tempo, trabalho, lazer, dominação,
liberdade, o sagrado e o profano, o justo e o injusto, o feio e o belo, e Os mestres da
cultura popular são pessoas que se reconhecem e são reconhecidas pelo seu grupo ou
comunidade como representantes e herdeiros dos saberes e fazeres da cultura
tradicional de transmissão oral e que, através da oralidade, da corporeidade e da
vivência, dialoga, aprende, ensina e torna-se a memória viva e
afetiva dessa cultura, transmitindo os saberes de geração em geração, garantindo a
ancestralidade e a identidade do seu povo. Conforme o PNC (2017) pretende-se aprovar
ou regulamentar leis voltadas para a proteção dos conhecimentos e expressões culturais
tradicionais, que se revertam em benefícios aos povos e comunidades; introduzir na
educação formal a transmissão de saberes e fazeres das c ulturas tradicionais, com a
participação direta dos mestres, mestras e demais praticantes; conceder benefício
financeiro àqueles reconhecidos como mestres da cultura popular e tradici
onal

A Cultura Popular, essencialmente, diz respeito a uma forma particularíssima


de consciência: a consciência política, a consciência que imediatamente deságua na
ação política. Ainda assim, não a ação política em geral, mas

ReferênCias
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São Paulo: Ática, 1986.
BARTH, Fredrik. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. In:
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das Letras, 1989.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues . A descoberta da cultura na educação – a cultura
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CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas – para entrar e sair da modernidade.
São Paulo: Edusp, 1997.
CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro & VILHENA, Luís Rodolfo.
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CHAUÍ, Marilena. Conformismo e resistência – aspectos da cultura popular no
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DURHAM, Eunice. A pesquisa antropológica com populações urbanas: problemas
e perspectivas. In: CARDOSO, Ruth (Org.). A aventura antropologia – teoria e
pesquisa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
DURKHEIM, Emile. As formas elementares da vida religiosa – o sistema
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CARVALHO, José Jorge de. O lugar da cultura na sociedade moderna. Seminário
folclore e cultura popular. Série Encontros e Estudos.

A descoberta da cultura popular foi, em larga medida, uma série de movimentos


nativistas, no sentido de tentativas organizadas de sociedades sob domínio estrangeiro
para reviver sua cultura tradicional. As canções folclóricas podiam evocar um
sentimento de solidariedade numa população dispersa, privada de instituições nacionais
tradicionais. Elas uniam um povo dividido. De maneira bastante irônica, a ideia de uma
nação veio dos intelectuais e foram impostos ao povo com quem eles gostariam de se
identificar. Em 1800, artesãos e camponeses tinham uma consciência mais regional do
que nacional (BURKE, 2010, p. 37). Herder foi quem teria utilizado, pela primeira vez,
a expressão cultura popular. Kultur des Volkes (ABREU & SOIHET, 2003, p. 86), para
opor-se à cultura das cortes, impregnada de elementos estrangeiros. Além disso, ele foi
o primeiro a “empregar o significativo plural, culturas, para diferenciá-lo de qualquer
sentido singular ou, como diríamos hoje, unilinear de civilização” (WILLIAMS, 1992,
p. 10). Por sua vez, a ideia de uma identidade intrínseca a um povo não se confundia,
necessariamente, com a totalidade da população de um território, mas se referia a uma
“entidade metafísica definida por elementos particulares de uma comunidade: língua,
uma arte, uma cultura, uma religião, um conjunto de grandes homens e uma coleção de
costumes” (BEIRED, 1999, p. 198).

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