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MÉTODO DOS INSPETORES DE CIRCUNSTÂNCIAS

Este método permite determinar a validade dos argumentos (se o argumento é válido ou
não válido), através das tabelas de verdade, verificando ou inspecionando todas as possíveis
combinações de valores de verdade de cada uma das premissas e da conclusão, ou seja,
determinando o valor de verdade de cada premissa e conclusão.
E, já sabemos que um argumento válido é aquele em que é impossível que as premissas
sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Deste modo, um argumento válido é aquele em que se
as premissas forem verdadeiras a conclusão é necessariamente verdadeira.

Para inspecionarmos a validade do argumento temos de seguir os seguintes passos:

1- Construímos a tabela de verdade com as combinações possíveis de valores de verdade das


proposições simples que compõem o argumento. E, depois resolvemos os valores de
verdade de cada uma das premissas e da conclusão.

Exemplo: argumento:

Se sou português, então sou conhecedor de Camões.


Sou português.
Logo, sou conhecedor de Camões.
Dicionário: P – Sou português; Q – Sou conhecedor de Camões.
Forma lógica – (PQ), P  Q
Inspetor de circunstâncias:
P Q (P  Q) P Q
V V V V V
V F F V F
F V V F V
F F V F F

2- Por fim, procedemos ao exame do inspetor de circunstâncias, a fim de analisar a validade do


argumento. Para tal, verificamos, em cada linha horizontal, se há alguma circunstância em
que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa, o que tornaria o argumento
formalmente não válido.
Neste exemplo, a 1ª linha exprime a única circunstância em que as premissas são
verdadeiras, tornando conclusão verdadeira, não havendo nenhuma circunstância em que
as premissas são verdadeiras e a conclusão falsa. Logo, o argumento é formalmente válido.
Exemplo:
Verifique, recorrendo ao inspetor de circunstância, a validade do argumento que se segue:

Exemplo: Se corro, então sinto-me bem. Sinto-me bem. Logo, corro.


Dicionário: P – Corro; Q – Sinto-me bem.
Operadores verofuncionais: condicional. Forma lógica – (P  Q), Q P

P Q (P  Q), Q P
V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F F

O argumento não é válido porque apesar de haver uma circunstância em que as premissas e a
conclusão são verdadeiras (na 1ª linha da tabela de verdade), verificamos que existe uma outra
circunstância (na 3ª linha) em que as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa, tornando
o argumento não válido.
Exemplo: Se leio, aumento a minha inteligência. Se aumento a minha inteligência, aumento a
minha autoestima. Logo, se leio, aumento a minha autoestima.
Dicionário: P – Leio. Q- aumento a minha inteligência. R – aumento a minha autoestima
Operadores verofuncionais – condicional; Forma lógica - (P  Q), ( Q  R),  (P  R)
Inspetor de circunstâncias:

P Q R (P  Q), ( Q  R)  (P  R)
V V V V V V
V V F V F F
V F V F V V
V F F F V F
F V V V V V
F V F V F V
F F V V V V
F F F V V V

O argumento é válido porque existem circunstâncias (na 1ª, na 5ª, na 7ª e 8ª linhas) em que
ambas as premissas e a conclusão são verdadeiras não existindo nenhuma circunstância em
que as premissas são verdadeiras e a conclusão falsa.

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