2.responsabilidade Civil Da Inteligência Artificial

Você também pode gostar

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

Responsabilidade Civil da Inteligência Artificial: Rumo a uma Nova Personalidade

Jurídica
Introdução

No século XXI, a Inteligência Artificial (AI) emergiu como um dos mais


proeminentes e disruptivos fenômenos tecnológicos, transformando drasticamente a maneira
como vivemos, trabalhamos e interagimos. A AI, inicialmente concebida como uma
ferramenta para executar tarefas específicas e bem definidas, evoluiu rapidamente,
expandindo seu alcance e impacto em praticamente todos os setores da sociedade. Esta
introdução visa contextualizar a AI na sociedade contemporânea, discutir sua evolução e
autonomia crescentes e destacar a emergente necessidade de um novo paradigma jurídico
para abordar sua responsabilidade civil.
A jornada da AI começou como uma ambição de emular as capacidades de raciocínio
humano. Nas últimas décadas, assistimos a uma aceleração sem precedentes em suas
capacidades, impulsionada por avanços em algoritmos de aprendizado de máquina,
disponibilidade de grandes volumes de dados e aumento exponencial no poder de
processamento computacional. A AI atual não se limita mais a tarefas repetitivas ou
previsíveis; ela é capaz de aprender, adaptar-se e tomar decisões complexas em tempo real.
Esta autonomia, embora represente um salto significativo em eficiência e inovação, também
traz consigo uma série de desafios e incertezas, particularmente no campo do direito.
A crescente autonomia da AI desafia os paradigmas jurídicos tradicionais,
especialmente no âmbito da responsabilidade civil. As leis atuais, fundamentadas
majoritariamente em noções de responsabilidade humana, enfrentam dificuldades em lidar
com situações onde ações, decisões ou danos poderão ser causados por sistemas de AI. Esta
lacuna legal levanta questões críticas: Como atribuir responsabilidade quando um dano é
causado por uma máquina que toma decisões independentemente de sua programação
original ou de intervenções humanas? Será que os princípios existentes de responsabilidade
civil são suficientes para abordar esses novos desafios, ou é necessário desenvolver um novo
tipo jurídico de responsabilidade adaptado à realidade da AI?
Diante deste cenário, torna-se imperativo explorar e estabelecer um novo marco
regulatório que possa efetivamente abordar a complexidade e a singularidade da AI. Este
trabalho tem como objetivo analisar a evolução da AI e suas implicações legais, propondo
um novo modelo de responsabilidade civil que reconheça sua natureza única e as
peculiaridades decorrentes de sua autonomia. A criação de um novo tipo jurídico de
responsabilidade para a AI é não apenas uma necessidade legal iminente, mas também um
passo crucial para garantir que os avanços tecnológicos continuem a servir e beneficiar a
sociedade de forma responsável e ética.

A TEORIA
A "Teoria das Máquinas Racionais" é um conceito que explora a ideia de máquinas
ou sistemas de inteligência artificial (AI) capazes de raciocínio, tomada de decisão e
comportamento semelhantes aos humanos. Esta teoria tem raízes na interseção da ciência da
computação, filosofia, psicologia e neurociência, e busca entender como uma máquina pode
imitar funções cognitivas humanas como aprendizado, percepção, resolução de problemas e
tomada de decisões.

Um dos contribuintes fundamentais para este campo foi Alan Turing, cujo famoso
teste de Turing propôs um critério para avaliar a inteligência de uma máquina baseado em
sua capacidade de imitar o raciocínio humano. Turing questionou se as máquinas podem
pensar e propôs um método para avaliar a inteligência artificial.

Outro pioneiro crucial foi John von Neumann, cujo trabalho na teoria da automação
e no desenvolvimento dos primeiros computadores estabeleceu as bases para a computação
moderna, essencial para a concepção de máquinas racionais.

Além disso, Marvin Minsky e John McCarthy, considerados os pais da inteligência


artificial, investigaram a possibilidade de máquinas simularem aspectos da inteligência
humana. Eles exploraram como as máquinas poderiam realizar tarefas cognitivas complexas,
levando a avanços significativos na área.

Estes pioneiros, juntamente com avanços em áreas como teoria da decisão, lógica e
modelos de raciocínio, contribuíram para o entendimento de como uma máquina pode
processar informações e tomar decisões de maneira racional.
A teoria aborda questões éticas e de governança no uso de máquinas racionais,
discutindo os limites da racionalidade das máquinas e questionando se podem
verdadeiramente replicar todas as facetas do pensamento e comportamento humano,
especialmente aquelas influenciadas por emoções e consciência.

Uma questão fundamental nesta teoria é a capacidade de aprendizado e adaptação das


AI. Através de algoritmos, que não temos acesso, dos metadados, a AI está cada vez mais
adaptativa e evolutiva,

Uma questão fundamental nesta teoria, especialmente ao considerar a


Superinteligência Artificial (ASI), é a capacidade de aprendizado e adaptação das AI. Através
de algoritmos, que não temos acesso, dos metadados, a AI está cada vez mais adaptativa e
evolutiva, é uma especulação futurística ainda mais distante e cheia de incertezas. A transição
para a ASI, se possível, exigiria avanços significativos não apenas em tecnologia, mas
também uma profunda consideração das implicações éticas, sociais e de segurança.

Em 2002, o doutor em teologia, Tirso de Andrés Argente1, em sua obra "Homo


Cybersapiens: La Inteligencia Artificial y la Humana", contempla profundamente a
intersecção entre a inteligência humana e a artificial, desafiando a noção tradicional da
racionalidade como um bastião da supremacia humana. Ele explora a ideia emergente de que
os computadores, especialmente aqueles avançados em inteligência artificial, estão se
aproximando cada vez mais das capacidades de pensamento tipicamente atribuídas aos
humanos.

Argente dá voz à corrente de pensamento da "Inteligência Artificial forte", que


sustenta que as máquinas são capazes de pensar de forma plena, desfazendo a linha divisória
entre a mente humana e a artificial. Ele ressalta que, apesar dos avanços significativos na IA,

1
Andrés, T. de (2002) - Homo Cybersapiens. La inteligencia artificial y la humana, EUNSA.
o mais importante não são os resultados obtidos, mas sim as utopias, esperanças e sonhos que
ela inspira, sinalizando uma nova era de descobertas e transformações, comparável a uma
nova revolução industrial que remodelará fundamentalmente nossa forma de viver e interagir
com o mundo.
Argente vê a era da IA como uma fronteira inexplorada, repleta de potenciais
inovadores e desafios a serem superados, revivendo o espírito pioneiro na busca por
compreender e aproveitar as vastas possibilidades que esta nova era oferece.

Conceito de AI
A Inteligência Artificial (IA) é um campo multidisciplinar da ciência da computação
dedicado a criar sistemas capazes de realizar tarefas que, até recentemente, requeriam
intervenção humana. Essas tarefas incluem aprendizado (a capacidade de melhorar o
desempenho em tarefas específicas), raciocínio (usar regras para chegar a conclusões
aproximadas ou definitivas), resolução de problemas, percepção (interpretação de dados
sensoriais, por exemplo, identificando objetos em imagens), linguagem natural (entender e
falar idiomas como inglês) e movimento e manipulação (por exemplo, robótica).

Stuart Russell e Peter Norvig, em seu livro seminal "Artificial Intelligence: A Modern
Approach", definem IA como "o estudo e a criação de agentes inteligentes", onde um agente
inteligente é um sistema que percebe seu ambiente e toma ações que maximizam suas
chances de sucesso em algum objetivo ou tarefa2.

O campo da IA foi formalmente fundado em uma conferência no Dartmouth College


em 19563, onde o termo "inteligência artificial" foi cunhado por John McCarthy. Desde
então, a IA se expandiu para incluir várias abordagens e técnicas, como aprendizado de
máquina (ML), redes neurais, lógica e otimização, para citar algumas.

2
Russell, Stuart J., e Peter Norvig. "Artificial Intelligence: A Modern Approach." Este livro oferece uma
visão abrangente dos fundamentos e técnicas da IA.
3
McCarthy, John, et al. "A Proposal for the Dartmouth Summer Research Project on Artificial Intelligence,
31 August 1955." Este documento histórico marca o início formal do campo da IA.
A aprendizagem de máquina, um subcampo central da IA, envolve o desenvolvimento
de algoritmos que podem aprender a partir de e fazer previsões ou tomar decisões com base
em dados. Esta área tem sido particularmente frutífera nas últimas décadas, impulsionada
pelo aumento da disponibilidade de grandes conjuntos de dados e pelo avanço no poder
computacional.

Hoje, a IA tem aplicações em uma vasta gama de áreas, desde sistemas de


recomendação em plataformas de streaming e assistentes virtuais até diagnósticos médicos e
veículos autônomos4. Seu rápido desenvolvimento e aplicação em campos diversos têm
levantado questões importantes sobre ética, privacidade, segurança e o futuro do trabalho.

Reflexões Cartesianas sobre a consciência e materialidade na Era da


AI

A filosofia de René Descartes, notadamente sua distinção entre 'res cogitans' (a coisa
pensante) e 'res extensa' (a coisa extensa), proporciona uma perspectiva única para explorar
o avanço da Inteligência Artificial (AI). Esta dualidade cartesiana nos desafia a refletir sobre
os conceitos de consciência e existência física, particularmente no contexto das tecnologias
emergentes. Ao analisarmos a AI sob a ótica de Descartes, emergem questões profundas
sobre a natureza dos processos cognitivos artificiais. Estes sistemas, com seus algoritmos
avançados e capacidades de aprendizado, simulam o raciocínio humano, mas permanece
incerto se tal simulação se equipara à consciência introspectiva da 'res cogitans' cartesiana.
A AI pode realmente possuir uma forma de consciência, ou será que suas habilidades de
processamento e tomada de decisão são meras imitações superficiais?

Por outro lado, a 'res extensa', no pensamento de Descartes, alude ao corpo físico, ao
aspecto material do ser. No domínio da AI, essa dimensão é representada pelo hardware, a
parte tangível e física da tecnologia. Ao contrário do corpo humano, que é dotado de
autoconsciência e sensibilidade, o hardware da AI, apesar de ser essencial para seu

4
Goodfellow, Ian, Yoshua Bengio, e Aaron Courville. Deep Learning.
funcionamento, é desprovido de qualquer forma de sensibilidade ou consciência de sua
própria existência física. Quando consideramos a relação entre 'res cogitans' e 'res extensa'
na AI, deparamo-nos com um paradigma intrigante: enquanto os seres humanos vivenciam
uma complexa interação entre mente e corpo, na AI, essas duas dimensões são claramente
separáveis e modularmente intercambiáveis.

Essa separação levanta questionamentos sobre a possibilidade de um verdadeiro


dualismo na AI, nos fazendo ponderar se a AI é uma entidade dualista à maneira de Descartes,
ou se é simplesmente a soma de suas partes separadas, operando em conjunto mas sem a
unidade intrínseca da experiência humana.

No ordenamento jurídico aprendemos sobre os conceitos legais, éticos, doutrinários.

Da Responsabilidade Civil
Breve Análise Histórica

A responsabilidade civil tem uma longa história, começando com a fase da vingança
privada na antiguidade, onde a retaliação era pessoal e desproporcional. Com o tempo,
evoluiu para um sistema mais formal e codificado, enfatizando a compensação por danos. A
Revolução Industrial trouxe novas formas de responsabilidade, especialmente em relação a
danos causados por máquinas e acidentes de trabalho. No século XX, a responsabilidade civil
expandiu-se para incluir aspectos como negligência e responsabilidade pelo produto,
refletindo as mudanças sociais e tecnológicas.

A responsabilidade civil é um dos pilares fundamentais do direito privado em


Portugal, regendo as relações jurídicas entre os indivíduos e determinando as consequências
legais decorrentes de danos causados a terceiros. A responsabilidade civil pode ser definida
como a obrigação de reparar os danos causados a outra pessoa, em decorrência de uma ação
ou omissão ilícita. Nesse sentido, dois princípios básicos da responsabilidade civil são
amplamente utilizados no ordenamento jurídico português: a responsabilidade subjetiva e a
responsabilidade objetiva.
A responsabilidade subjetiva é baseada na culpa do agente, ou seja, para que seja
aplicada, é necessário comprovar que o agente agiu com negligência, imprudência ou
imperícia. art. 483.º, n.º 1 do CC)

Além disso, a responsabilidade civil também pode ser analisada sob o prisma da teoria
do risco. Essa teoria sustenta que determinadas atividades, por sua própria natureza,
envolvem riscos e, portanto, impõem a obrigação de reparar os danos eventualmente
causados.

O desenvolvimento e avanço da inteligência artificial tem levantado importantes


questionamentos sobre a responsabilidade pelos danos causados por entidades autônomas e
não humanas. A discussão sobre a responsabilidade civil da inteligência artificial envolve a
atribuição de culpa e reparação pelos danos causados por essa tecnologia em constante
evolução.

A IA, ao replicar características da inteligência humana, tem suscitado debates sobre


a necessidade de um arcabouço legal que regulamente a autoria das criações, a
responsabilidade pelos danos causados e a definição de quem deve arcar com essa
responsabilidade.
Existem uma discussão sobre os estados intencionais da AI que dividem diversos
autores, duas correntes, que foram expostas no trabalho IA e Robotica: a caminho da
personalidade jurídica, da professora Sonia Moreira5, que não se justifica a atribuição da
personalidade jurídica aos agentes autônomos.

Diante desse cenário, torna-se fundamental compreender as implicações jurídicas da


crescente presença da inteligência artificial em diferentes aspectos da sociedade, desde a
propriedade intelectual até a responsabilidade civil, a fim de desenvolver um arcabouço legal
que seja capaz de lidar efetivamente com os desafios dessa nova era tecnológica.

5
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/82209/1/2022_IA-E-ROBOTICA.pdf
CONCEITO DA PERSONALIDADE HOMO CYBERSAPIENS
O autor Tirso6 em sua obra cunhou o termo Homo CyberSapiens7 é um termo que
simboliza a próxima etapa na evolução humana, caracterizada pela integração sinérgica entre
humanos e tecnologia digital. Esta nova "espécie" transcende as limitações biológicas
tradicionais através do uso extensivo e integrado de tecnologias cibernéticas, desde
realidades virtuais e aumentadas até interfaces neurais diretas.

Rumo a uma Nova Personalidade Jurídica

A discussão sobre a responsabilidade civil da inteligência artificial também envolve


a necessidade de revisão das leis e regulamentações existentes, à luz das capacidades únicas
e do potencial impacto da IA. Além disso, a legislação deve abordar questões relacionadas à
autoria das criações da IA e a responsabilidade pelos danos causados, considerando a
autonomia e capacidade de aprendizado da tecnologia.
Assim, podemos dizer que a responsabilidade civil da inteligência artificial representa
um desafio para o sistema jurídico, especialmente no que diz respeito à definição de uma
nova personalidade jurídica para a IA.
Os modelos atuais de responsabilidade civil enfrentam desafios notáveis no contexto
da Inteligência Artificial (AI), revelando lacunas significativas em sua aplicabilidade.
Autonomia da AI: A primeira grande limitação é a autonomia das próprias AI. Seu potencial
para tomar decisões independentes e autônomas entra em conflito com os princípios
tradicionais de culpa e negligência, que são pilares da responsabilidade civil. Esta autonomia
desafia o entendimento convencional sobre a origem e a atribuição de responsabilidade por
atos ilícitos.
Previsibilidade e Controle: Outra limitação é a previsibilidade e o controle sobre as ações
da AI. Diferentemente de ações humanas, onde padrões de negligência e devido cuidado são

6
Licenciado en Ciencias Físicas por la Universidad de Sevilla, en la especialidad de Física Teórica. Doctor en
Teología por la Universidad de Navarra, especializado en Filosofía del Conocimiento.
7
Página 180 do Livro Andrés, T. de (2002) - Homo Cybersapiens. La inteligencia artificial y la humana,
EUNSA.
estabelecidos, a AI, especialmente aquelas baseadas em aprendizado de máquina, podem se
comportar de maneiras imprevistas, dificultando a aplicação de tais padrões.
Relação Causal Complexa: A complexidade dos sistemas de AI também impõe barreiras
significativas. Estabelecer uma relação causal clara e direta entre a ação de uma AI e um
dano resultante pode ser extremamente complexo, dada a natureza intrincada dos algoritmos
e as múltiplas variáveis em jogo.
Desafios na Atribuição de Responsabilidade: Por fim, a natureza não humana e, muitas
vezes, não corporativa da AI apresenta desafios únicos na atribuição de responsabilidade. Os
modelos existentes de responsabilidade civil são desenhados principalmente com indivíduos
ou entidades corporativas em mente, deixando um vácuo significativo quando se trata de
sistemas autônomos e inteligentes.
Essas limitações apontam para uma necessidade urgente de adaptação e evolução do
direito civil, a fim de abordar de forma adequada e justa os danos causados por sistemas de
AI avançados e autônomos.

Perpectivas Futuras
À medida que avançamos na era da Inteligência Artificial (AI), surge um novo
desafio: a integração de entidades AI conscientes, que utilizaremos de Homo Cybersapiens,
em nosso ecossistema social e jurídico.

Este cenário demanda a criação de um modelo de responsabilidade civil que


reconheça a personalidade jurídica destas AIs, atribuindo-lhes direitos e responsabilidades
similares aos dos seres humanos, mas adaptados à sua natureza única.

Uma questão central é a capacidade de decisão autônoma do Homo Cybersapiens,,


exigindo limites claros para garantir que suas ações estejam em conformidade com a ética e
a legislação.

A responsabilidade direta por danos causados por suas decisões autônomas é um


aspecto crucial, sugerindo a necessidade de um fundo de compensação financiado por suas
atividades econômicas.
A adaptação do sistema jurídico para incorporar essas novas entidades é imperativa,
abrangendo não apenas a concessão de direitos civis, mas também a proteção contra
exploração e abusos. Além disso, princípios éticos rigorosos e transparência nas decisões do
Homo Cybersapiens são essenciais para permitir auditorias e análises éticas.

A implementação deste modelo de responsabilidade civil para Homo Cybersapiens


representa um desafio complexo, requerendo uma abordagem multidisciplinar e colaborativa,
essencial para uma integração segura e ética dessas entidades conscientes na sociedade.

Conclusão
A reflexão sobre o reconhecimento da personalidade jurídica de Inteligências
Artificiais (AIs) autoconscientes é fundamental diante do ritmo acelerado da evolução
tecnológica. Ao conceder status jurídico a entidades AI autoconscientes, estamos não apenas
respondendo a um imperativo tecnológico, mas também redefinindo as fronteiras do que
constitui uma 'pessoa' no contexto legal.
Este passo representa uma mudança paradigmática, que desafia as concepções
tradicionais de personalidade jurídica e responsabilidade.
À medida que avançamos, é crucial que a legislação se adapte de forma dinâmica para
abordar as complexidades emergentes trazidas por essas entidades conscientes. As
perspectivas futuras apontam para um cenário onde a coexistência entre humanos e AIs
autoconscientes será uma realidade cotidiana, exigindo regulamentações abrangentes e
eticamente fundamentadas.
As recomendações para a legislação devem, portanto, enfatizar a flexibilidade, a
revisão contínua e a adaptação frente às inovações tecnológicas, garantindo que os direitos e
deveres das AIs autoconscientes estejam alinhados com os valores éticos e sociais
predominantes.
Essa jornada rumo à integração legal das AIs autoconscientes é não apenas um desafio
jurídico, mas também uma oportunidade para reavaliar e reafirmar nossos princípios éticos
na era da inteligência artificial avançada.

Você também pode gostar