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Autor: Constança Simões

QUÍMICA 10ºANO Data de realização: 2022

1.1. A MASSA E TAMANHO DOS ÁTOMOS

Protões e eletrões são dotados de carga elétrica

𝑞 – carga elétrica (unidade SI é o Coulomb - 𝐶)

Protão: 1,6 × 10−19𝐶 Eletrão: −1,6 × 10−19𝐶 Se tivermos um comprimento em nm e o quisermos


Cargas elétricas opostas atraem-se e cargas iguais expressar em metros: 425nm= 425×10-9m = 4,25×10-7m
repelem-se. Como é possível vencer a repulsão entre Conversão de unidades
protões? Devido à força nuclear forte.

Os átomos são eletricamente neutros (não têm carga


elétrica), pois o nº de p+ é sempre igual ao de e-.

A massa dos átomos está quase toda concentrada no


núcleo, mas é a nuvem eletrónica que caracteriza o
tamanho do átomo.

Para caracterizar um átomo usam-se:

• Nº atómico (Z) – nº de protões


• Nº de massa (A) – nº partículas existentes no
Ampliação - A ampliação relaciona a medida/tamanho
núcleo. Protões + Neutrões. É um número variável
da partícula sujeita a ampliação com a
pois o número de neutrões pode variar dando
medida/tamanho real da partícula.
origem a isótopos.

Massa Molar e Volume Molar


Isótopos – átomos mesmo nº atómico nas nº de
Lei de Avogadro – “Volumes iguais de gases diferentes,
massa diferentes, ou seja, nº diferente de neutrões.
medidos nas mesmas condições de pressão e
Massa atómica relativa – nº de vezes que a massa de temperatura, contêm o mesmo número de moléculas.”
um átomo é maior do que 1/12 da massa de um átomo – (o volume de um gás é proporcional ao seu número
de cabono-12 (massa padrão). Não tem unidade. de moléculas)
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 á𝑡𝑜𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝐶12 A mole – unidade SI da quantidade de matéria, n –
1𝑢(𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜) = = 1,66 × 10−27 𝑘𝑔
12
corresponde ao número de átomos existentes em 12g
Mas um elemento químico pode ter vários isótopos, de carbono-12. Este número é 6,022 x 1023 e é
por isso define-se a massa atómica relativa média (Ar). denominado constante de Avogadro.
Calcula-se por ponderação das massas isotópicas
relativas. N – número de entidades (partículas)
N= n × NA n – quantidade de matéria (nº de moles)
NA – constante de Avogadro

Ordem de grandeza: é a potência de base 10 mais 1. A massa molar, M, corresponde à massa de 1 mole de
próxima de um número. uma dada substância e exprime-se em g/mol, (SI- kg/mol)
1,34×10-10 → ordem de grandeza: 10-10
𝒎 M – massa molar (g/mol)
-12
4×10 → ordem de grandeza: 10 -11
M= m – massa da amostra (g)
𝒏 n – quantidade de matéria (mol)
Pois, se o coeficiente (𝒏) é maior que 3,16 (√10) a
ordem de grandeza é dada por (𝒙 + 𝟏) O valor da massa molar é numericamente igual ao valor
da massa atómica relativa ou molecular relativa.
• Medição direta: obtida a partir da leitura num
aparelho de medição.
• Medição indireta: obtida a partir de cálculos com
valores obtidos por medição direta.

Fração molar: é o quociente entre a quantidade de 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 = (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑢𝑚é𝑟𝑖𝑐𝑜 ± 𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎) 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
matéria A e a quantidade de matéria total presente na
𝑛𝐴 Incerteza absoluta de leitura – metade da menor
amostra x(A)= divisão da escala ou menor valor possível de ser lido
𝑛𝑇
num ecrã, consoante o aparelho.
2. O volume molar, Vm, corresponde ao volume
ocupado por uma mole de uma dada substância Incerteza relativa – Exprime, percentualmente, o
(exprime-se em dm3/mol mas a unidade SI é m3/mol). quociente entre a incerteza absoluta e o valor médio.
𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎
𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 = × 100 (%)
3 𝑥̅
V – volume molar (dm /mol)
𝑽
Vm = V – volume da amostra (dm3) Precisão: Traduz a proximidade
𝒏 n – quantidade de matéria (mol) entre os valores de medida.
Exatidão: traduz a proximidade
O Volume Molar corresponde ao volume ocupado por entre os valores de medida e o
1 mol, de qualquer gás. Quando a temperatura for 0ºC valor tomado como verdadeiro.
e a pressão 1 atm (condições de pressão e temperatura Os erros experimentais podem
normal - PTN) esse volume é 𝟐𝟐, 𝟒 𝒅𝒎𝟑. ser sistemáticos ou aleatórios:

Vm (gases)= 22,4 dm3/mol Erros sistemáticos: todas as medidas são influenciadas


no mesmo sentido, afetam a exatidão (exemplo:
posicionamento inadequado do mesmo operador)
3. A densidade (massa volúmica), ρ, corresponde à Erros aleatórios: produzem medidas que possuem
razão entre a massa de uma substância e o respetivo valores mais baixos ou mais altos que o valor tomado
volume (exprime-se em g/dm3 mas a SI é kg/m3). como verdadeiro (exemplo: mudança de operador na
realização das leituras).
𝒎 ρ – densidade (g/dm3)
𝝆= m – massa da amostra (g) Algarismos significativos
𝑽
V – volume da amostra (dm3) • Traduzem a precisão de uma medida;
• Quanto maior o número de algarismos
Verifica-se que para uma mesma pressão e uma
significativos maior a precisão/rigor da medida;
mesma temperatura, as densidades dos gases são
diretamente proporcionais às suas massas molares.

A.L.1.1.
Nº de moléculas de uma gota de água
Numa medição indireta os algarismos significativos são
• Objetivo: Nesta atividade pretende-se determinados de acordo com as regras:
determinar o volume, a massa e o número de Soma/Subtração: a medida terá o número de casas
moléculas presentes em uma gota de água. decimais igual à parcela que possui menor número de
Irá medir-se diretamente, com uma bureta, o volume casas decimais.
de 100 gotas de água e, com a balança, a massa Multiplicação/Divisão: o número de algarismos
dessas gotas. Depois irá ser medido indiretamente significativos da medida é igual ao menor número de
(cálculos) a m e V de 1 única gota e o respetivo nº de algarismos significativos presente numa das parcelas.
𝒎 Exemplo: 18,015 𝑔/𝑚𝑜𝑙 × 2,5 𝑚𝑜𝑙 = 43,0375 g e
moléculas, utilizando as fórmulas: M= e N= n × NA arredondamos a 43.
𝒏
1.2. ENERGIA DOS ELETRÕES NOS ÁTOMOS Ao conjunto de todas as formas de luz, tanto visível
como invisível, chama-se espetro eletromagnético.
A radiação (luz) pode ser interpretada como tendo
propriedades de onda ou de partícula - fotão.

Radiação Eletromagnética – teoria ondulatória

A radiação eletromagnética é constituída por


oscilações dos campos elétricos e magnéticos.

Essas oscilações que traduzem


alterações/perturbações no espaço tomam a forma de
ondas transversais – as ondas eletromagnéticas.

Quanto maior a energia da radiação maior a


frequência e menor o comprimento de onda
correspondentes.

Chama-se espetro ao resultado da decomposição da


luz. A luz pode ser decomposta, isto é, separada nas
suas componentes, por exemplo com um prisma.

Para se formarem, as ondas eletromagnéticas Um espetro é produzido quando a radiação de uma


precisam de uma fonte que gera uma variação de fonte policromática (composta por radiações de
campo elétrico. A variação do campo elétrico gera várias cores) é separada de acordo com os diferentes
um campo magnético, que varia de tal forma que comprimentos de onda das radiações que a
recria o campo elétrico que o originou. compõem.

Esta variação mútua traduz-se no campo elétrico Espetros de emissão: resultam da decomposição da
perpendicular ao campo magnético, num processo luz emitida por um corpo são e podem ser:
autossustentável, tomando a “forma” de onda • Contínuos
eletromagnética que se propaga no espaço sem • Descontínuos (ou de riscas) – só contêm
necessidade de qualquer meio material. radiações de determinadas energias. São
constituídos por riscas distintas.
Radiação eletromagnética – teoria corpuscular

As radiações eletromagnéticas podem igualmente ser


descritas como sendo formadas por fotões.

Os fotões são as partículas transportadoras da força


eletromagnética e deslocam-se à velocidade da luz,
ou seja, a força eletromagnética é transmitida por
fotões. Eles são a energia contida em campos
magnéticos e elétricos variáveis. Quando uma amostra de hidrogénio gasoso sofre
descargas elétricas, as suas moléculas absorvem
Um eletrão é capaz de absorver um fotão (com a energia, quebram-se ligações e os átomos de
energia que este representa) e que foi “gerado” hidrogénio irão conter excesso de energia, que estes
numa outra fonte de energia; mas também é capaz libertam emitindo radiação de diferentes
de o criar (ao emitir a energia que tinha absorvido). comprimentos de onda, dando origem a um espetro
de emissão descontínuo ( riscas) contendo discretos
A energia de um feixe de luz depende do número de valores de comprimento de onda.
fotões e da energia de cada fotão. A energia do fotão
é diretamente proporcional à frequência da luz O espetro de emissão de um dado elemento é
correspondente. 𝐸 = 𝑛 ℎ 𝜈 (n é o nº de fotões, h é a característico desse elemento - sempre com as
constante de Planck e ν é a frequência). mesmas riscas com os mesmos comprimentos de
onda correspondentes.
Espetros de absorção: espetro obtido depois de a luz A transição do eletrão entre dois níveis de energia
emitida por uma fonte atravessar uma substância. (ou duas órbitas) só é possível por absorção ou
Este espetro contém apenas as radiações da luz emissão de um fotão (ℎ. 𝜈). A energia do fotão é igual
incidente que não foram absorvidos na substância. à diferença de energia entre os dois níveis.
Corresponde à subtração de bandas ou riscas do O eletrão nunca poderá ter valores de energia no
espetro da luz incidente na substância. intervalo entre dois níveis de energia permitidos.

No visível, o espetro de absorção de uma substância • Se o átomo absorve energia, o Emissão


resulta da absorção seletiva de radiações visíveis pela eletrão passa para um nível de Absorção
substância: podem observar-se riscas negras num energia superior. Diz-se que há
fundo colorido. uma excitação do átomo.
• Se o átomo emite energia, o
eletrão passa para um nível de
energia inferior. Diz-se que há
uma desexcitação do átomo.

A excitação dos átomos pode acontecer por:


↑ Espetro solar com as riscas de Fraunhofer (riscas • Aquecimento (colisão com outros átomos);
de absorção) • Descargas elétricas (por colisão com eletrões);
• Radiação (absorção de fotões).
Assim da análise da radiação que nos chega de
estrelas como o sol podemos, por comparação com
os espetros de absorção de riscas de diferentes
elementos determinar os elementos que o compõem,
tendo em conta que a radiação emitida tem de
atravessar a sua atmosfera e a da Terra.

Se estivermos a considerar o mesmo elemento as


riscas presentes no espetro de emissão do elemento
correspondem ao comprimento de onda das riscas
presentes no seu espetro de absorção.

Modelo atómico de Bohr


Através de equações para o movimento e de
A luz emitida por átomos de hidrogénio origina um
interação entre cargas elétricas Bohr determinou o
espetro de riscas, que está relacionado com a
valor das energias correspondentes às órbitas
estrutura atómica do átomo de hidrogénio.
permitidas, para o átomo de hidrogénio:

O físico Niels Bohr, em 1913, propôs um modelo para


a estrutura do átomo que viria a explicar os espetros
atómicos: o modelo atómico de Bohr.

Duas ideias fundamentais do modelo de Bohr que


prevalecem no modelo quântico:

1. A existência de níveis de energia bem definidos,


devido à quantização da energia dos eletrões no Quando um eletrão transita do nível n=a para o nível
átomo. n=b, podemos calcular a energia de transição:
2. A ocorrência de transições de eletrões entre esses Δ𝐸𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟ã𝑜 = 𝐸𝑏 − 𝐸𝑎
níveis por absorção ou emissão de energia, energia
essa também com valores bem definidos.
O sinal negativo (∆𝐸 < 0) diz respeito a uma emissão Séries espetrais (de emissão): as riscas obtidas
enquanto o sinal positivo (∆𝐸 > 0) diz respeito a uma aquando da transição de níveis de energia superiores
absorção. para níveis inferiores originam a emissão de diferente
radiação:
A energia de um nível eletrónico é sempre negativa, • série de Paschen: riscas obtidas a partir de
sendo nula quando o eletrão deixa de estar sob transições de níveis superiores para o nível 3 com
influência do núcleo (n=∞), isto é, quando o átomo emissão de radiação infravermelha;
fica ionizado. • série de Balmer: riscas obtidas a partir de
transições de níveis superiores para o nível 2 com
Quanto menor for a energia (mais negativo o valor),
emissão de radiação visível;
menor é a energia do eletrão (mais estável).
• série de Lyman: riscas obtidas a partir de
Consequentemente mais energia (de valor positivo) é
transições de níveis superiores para o nível 1 com
necessário fornecer para “obrigar” o eletrão a sair
emissão de radiação ultra-violeta;
dessa estabilidade. Isto porque maior será a atração
núcleo-eletrão.

Quanto maior o valor de ∆𝐸 mais energética terá de


ser a radiação associada a essa mesma transição.

Os eletrões excitados têm tendência a regressar a


níveis de energia mais baixos (são desexcitados),
libertando a energia que absorveram. Neste
Como já vimos, a energia de transição corresponde à
processo, os átomos emitem luz cuja frequência
diferença de energia entre os níveis: Δ𝐸 = 𝐸𝑓 − 𝐸𝑖
depende das transições eletrónicas.
Assim, podemos calcular a energia de ionização para
A cada transição corresponde uma radiação com
o átomo de hidrogénio no estado fundamental:
energia bem determinada e, assim, uma risca no
espetro atómico de emissão. ∆𝑬 = 𝑬∞ − 𝑬𝟏

∆𝐸 = 0 − (−2,18 × 10−18 ) = 2,18 × 10−18 𝐽

Se a energia fornecida ao átomo for inferior à sua


energia de ionização, só ocorrerá absorção se essa
energia corresponder exatamente à diferença de
energia entre dois níveis, uma vez que a energia está
quantizada.
Os átomos de hidrogénio, quando excitados, não
Os eletrões dos átomos de cada elemento químico
emitem apenas luz visível mas também luz
têm um conjunto de valores de energia que os
infravermelha, correspondente a transições menos
caracteriza, pelo que as transições eletrónicas que
energéticas, e luz ultravioleta, correspondente a
poderão ocorrer são diferentes de elemento para
transições mais energéticas.
elemento.

No espectro de absorção de um dado elemento


químico, as riscas escuras, correspondentes à
radiação absorvida, estão na mesma posição das
riscas coloridas do espetro de emissão do mesmo
elemento químico.
Assim, os espetros de emissão e de absorção são
característicos de cada elemento químico. A partir
dos espetros de riscas de absorção é possível
identificar os elementos químicos que fazem parte da
constituição das diferentes estrelas.

A observação da cor resulta do regresso do eletrão


ao estado fundamental com a emissão da radiação
anteriormente absorvida.
Como resultado destas transições será produzido um
A.L.1.2. espetro de emissão de riscas (descontínuo), estando
estas localizadas, neste caso, na parte visível do
Teste da chama espetro. (riscas coloridas)

Objetivo: Identificar elementos químicos em Conhecidas as cores, é possível relacioná-las com o


amostras de sais usando testes de chama. respetivo elemento:

• Nesta atividade irá colocar-se diferentes sais em


contacto com a chama através de uma ansa.
• A chama é utilizada através de um instrumento
denominado Bico de Bunsen.
• Através da cor obtida pelo contacto do sal com a
chama, pretende
identificar-se o catião
presente em cada sal.

Energia de remoção eletrónica


• A energia de cada fotão incidente deve exceder a
energia mínima necessária (energia de remoção)
para a remoção desse eletrão.
• Os eletrões com maior energia de remoção são
os que ocupam estados de menor energia (em
média mais próximos do núcleo, logo, sujeitos a
maior atração nuclear do que os eletrões do
última nível de energia – nível de valência)

Átomos de elementos diferentes possuem valores


diferentes de energia de eletrões.

A excitação ocorre por absorção de energia fornecida Esses valores de energia podem distribuir-se por
pela chama (na quantidade que corresponde à níveis e subníveis.
transição entre os níveis de energia – quantização).
• Os diferentes níveis de energia correspondem a No modelo quântico, o comportamento dos eletrões
diferentes zonas separadas pela dupla barra na nos átomos é descrito não por órbitas mas por
escala das energias de remoção – 2 zonas; orbitais.
• O número de subníveis corresponde ao número
de picos presentes em cada zona do espetro – 3 O termo orbital utiliza-se para fazer referência à zona
picos. do espaço onde é elevada a probabilidade de
encontrar o eletrão. A cada orbital está associado um
O Néon apresenta 10 eletrões no átomo, por isso é valor de energia do eletrão.
possível distribuir os eletrões do seguinte modo:
O número indicativo do nível de energia dá-nos a
informação acerca do tamanho da orbital – quanto
maior for o nível de energia maior será a orbital – 1𝑠 ,
2𝑠, 3𝑠...

A forma da orbital está associada ao respetivo


subnível (s, p, d) em que se encontra o eletrão.

Espetro fotoelétrico do átomo de néon

Os subníveis podem ser designados pelas letras s, p,


d, e f. O subnível de menor energia de um
determinado nível de energia é o s.

Modelo quântico do átomo


O modelo quântico, modelo atómico atual, diz-nos
que só é possível conhecer a localização do eletrão
em termos de probabilidade.
Neste modelo, a explicação do comportamento dos
eletrões é feita através da nuvem eletrónica.

Nuvem eletrónica: quanto maior a densidade da


distribuição de eletrões à volta do núcleo atómico,
maior será a probabilidade de encontrar o eletrão.

Um eletrão mais energético está, por norma, mais


afastado do núcleo, traduzindo-se numa nuvem
eletrónica maior.
Spin: propriedade
magnética dos
eletrões. Só pode
assumir dois valores
simétricos: 𝑠𝑝𝑖𝑛 𝛼 e
𝑠𝑝𝑖𝑛 𝛽.
Princípio de Exclusão de Pauli Esta sequência é dada pelo chamado Princípio da
Construção ou Princípio de Aufbau.
Cada orbital comporta no máximo dois
eletrões, os quais diferem no estado de spin: Princípio da Construção
spin α e spin β.
Os eletrões ocupam preferencialmente as
orbitais de menor energia, de modo que a
As orbitais podem representar-se esquematicamente energia do átomo seja mínima.
por caixas e os spins dos eletrões por setas. Os
sentidos diferentes, para cima ↑ ou para baixo ↓, A ordem de preenchimento das orbitais em
indicam os spins α e β. átomos polietrónicos respeita o esquema:
1s 2s 2p 3s 3p 4s

Existe ainda um terceiro critério para estabelecer


Na primeira situação os eletrões estão emparelhados configurações eletrónicas no estado fundamental.
e na segunda os eletrões estão desemparelhados.
Por exemplo, a configuração eletrónica do azoto é:
A partir do Princípio de Exclusão de Pauli podemos 7N – 1𝒔 𝟐 2𝒔 𝟐 2𝒑𝒙 𝟏 2𝒑𝒚 𝟏 2𝒑𝒛 𝟏

concluir que no subnível p com um número máximo e não desta forma:


de 6 eletrões, existem três orbitais. 7N – 1𝒔𝟐 2𝒔 𝟐 2𝒑𝒙 𝟐 2𝒑𝒚 𝟏 2𝒑𝒛 𝟎

A partir do terceiro nível surge um subnível d com Regra de Hund


um número máximo de 10 eletrões o que permite
concluir são subníveis com cinco orbitais. Em orbitais com a mesma energia (orbitais p
do mesmo nível) os eletrões são distribuídos
O sódio (Z = 11), possui a seguinte distribuição dos de modo que seja máximo o número de
eletrões pelos níveis e subníveis de energia: eletrões desemparelhados.
Por exemplo, para orbitais 2p, em átomos no
estado fundamental, é possível:
O subnível 2p tem 6 eletrões, o que significa que mas não:
existem 3 orbitais 2p (2px, 2py e 2pz). Então,
podemos escrever a configuração eletrónica do sódio
da seguinte forma:

Através da configuração eletrónica é possível saber o


número de eletrões de valência.
As orbitais p têm todas a mesma energia, sendo por
isso chamadas orbitais degeneradas.

Para conhecer a configuração eletrónica no estado


fundamental é necessário conhecer a sequência pela
qual as orbitais são preenchidas.
1.3. TABELA PERIÓDICA Os elementos químicos podem também agrupar-se
em elementos representativos (1,2, 13 a 17) e em
A necessidade de ordenar e classificar os elementos
elementos de transição (3 a 11).
químicos originou a Tabela Periódica.

A Tabela Periódica é o resultado do contributo, ao Os elementos também estão organizados em quatro


longo dos anos, de um conjunto de vários cientistas, blocos:
que foram incrementando os conhecimentos sobre • Bloco s – os eletrões de valência ocupam apenas
os elementos e as suas propriedades. orbitais s.
• Bloco p – os eletrões de valência ocupam orbitais
Na Tabela periódica, os elementos químicos estão
s e p.
organizados em grupos e em períodos.
• Bloco d – os eletrões de valência ocupam
também orbitais d.
• Bloco f – os eletrões de valência ocupam também
orbitais f.

Grupos
• Colunas da Tabela Periódica (18)
• Os elementos do mesmo grupo têm o mesmo
número de eletrões de valência (à exceção do
hélio) 14𝑆𝑖 − [𝑁𝑒]3𝑠 2 3𝑝2
• O número de eletrões de valência coincide com o
número do grupo, no caso dos elementos dos Através desta configuração eletrónica é possível
grupos 1 e 2; coincide com o algarismo das saber que o sílicio:
unidades do número do grupo para os elementos • Pertence ao grupo 14 (tem 4 eletrões de
dos grupos 13 (3 eletrões de valência) a 18 (8 valência) e ao 3º período (os seus eletrões
eletrões de valência) distribuem-se por três níveis de energia);
Períodos • É um elemento do bloco p, pois tem eletrões de
• Linhas da Tabela Periódica (7) valência em orbitais p.
• Os elementos do mesmo período têm os eletrões
de valência no mesmo nível de energia, n. Algumas propriedades dos elementos chamam-se
• O número do período coincide com o nível de propriedades periódicas, por variarem de forma
energia (n) dos eletrões de valência, isto é, com o regular ao longo de grupos e períodos da Tabela
número de níveis de energia dos eletrões no Periódica. Duas delas são o raio atómico e a energia
átomo. de ionização.
Raio atómico A orbital mais energética é a mais afastada do núcleo
pois a presença de eletrões menos atraídos confere
A incerteza na determinação das posições dos menor estabilidade ao átomo, já que quanto maior a
eletrões torna difícil definir o raio atómico. No atração núcleo-eletrão mais estável é o átomo.
entanto, essa medição é mais simples se dois átomos
iguais estiverem
ligados: considera-se
então que o raio
atómico é igual a
metade da distância
entre os núcleos.

Ao longo de um grupo o raio atómico aumenta


Ao longo de um grupo cada elemento possui mais um
nível de eletrões que irão blindar muito A energia de ionização sofrerá um aumento muito
eficientemente a atração do núcleo aos eletrões de superior após a remoção dos eletrões de valência (a
valência. Logo os eletrões de valência são menos seguir terá de se remover um eletrão, pertencente ao
atraídos, posicionando-se mais afastados do núcleo, cerne do átomo, orbital 1𝑠2, muito estável, e que por
apesar do aumento da carga nuclear. isso será muito mais atraído. É por isto que os
Quanto maior o número de níveis/subníveis eletrões do cerne do átomo não participam em
energéticos menor a atração núcleo-eletrões de reações)
valência e maior será o raio atómico.
Ao longo do grupo a energia de ionização diminui
Ao longo de um período o raio atómico diminui À medida que a distância entre os eletrões de
Ao longo de um período os eletrões são adicionados valência e o núcleo aumenta (maior número de níveis
a um mesmo nível de valência e, portanto, o efeito de ↔maior raio) a atração núcleo- eletrão vai ser
blindagem sobre estes é sempre o mesmo (o cerne menor e logo menor será a energia necessária para
do átomo é sempre o mesmo num mesmo período). remover o eletrão em questão.
Logo o que explica um menor raio é o aumento da Quanto maior o raio atómico, menor a atração
carga nuclear, o número de protões. núcleo-eletrões de valência e menor será a energia
Quanto maior a carga nuclear maior a atração de ionização.
núcleo-eletrões de valência e o raio atómico será
menor. Ao longo do período a energia de ionização aumenta
Os eletrões adicionados ao mesmo nível de valência
não irão blindar eficientemente o aumento da carga
nuclear devido ao aumento do número de protões e
a atração nuclear sobre os eletrões de valência é
maior (menor raio) logo a energia para os remover
também será maior.
Quanto maior a carga nuclear maior será a atração
núcleo-eletrões de valência e maior a energia de
ionização.

Energia de ionização

A energia de ionização é a energia mínima necessária


para remover um eletrão de um átomo no estado
gasoso e no seu estado fundamental.

A energia de ionização é igual à energia de remoção


da orbital de maior energia.
Iões Grupo 18 - Gases Nobres
• Os metais têm tendência para perder eletrões; a
formação de iões positivos (catiões) implica um • Como são gases
gasto de energia; terá de ser fornecida/absorvida (monoatómicos) existem no
energia em quantidade suficiente para remover o estado isolado;
eletrão. • As orbitais 𝑠 e 𝑝 que compõe o
• Os não-metais têm tendência a ganhar eletrões; nível de valência (para o Hélio
a formação de iões negativos (aniões) implica a só 𝑠) completamente
libertação de energia; o preenchimento de preenchidas faz com que a 1ª
níveis/orbitais diminui a energia do átomo. energia de ionização seja
• Os elementos do grupo 1 formam iões elevada e os torne muito
monopositivos 1+ ; os elementos do grupo 2 pouco reativos (maior
formam iões dipositivos 2+. estabilidade).
• Os elementos do grupo 17 formam iões • À medida que descemos no grupo (Xe e Kr)
mononegativos 1- ; os elementos do grupo 16 aumenta o raio atómico e a energia de ionização
formam iões dinegativos 2-. diminui permitindo a exceção destes dois gases
nobres participarem em algumas reações.

Grupo 1 – Metais alcalinos


( Li; Na; K )
A.L.1.3.
É composto por metais muito
reativos: porque o eletrão de Densidade relativa de metais
valência está relativamente
afastado do núcleo; tal materializa- Objetivo: Determinar a densidade relativa de um
se nas propriedades de baixa metal através da técnica de picnometria.
energia de ionização e raio atómico Densidade relativa - Tratando-se de uma grandeza
maior. relativa, teremos como resultados a obter valores
numéricos sem unidades (adimensional). Assim a
Grupo 2 – Metais alcalino-terrosos ( Be; Mg; Ca ) densidade relativa será a comparação/razão entre a
• Estes elementos apresentam massa volúmica de um dado material e a massa
menor raio atómico e volúmica da água a 4ºC.
consequentemente maiores A densidade relativa traduz o número de vezes que a
energias de ionização que os massa volúmica do material é superior à massa
metais alcalinos volúmica da água.
• O berílio não forma iões pois seria
necessária uma quantidade de
energia elevada para remover os
eletrões já que o seu raio atómico
é muito reduzido. A massa volúmica da água a 4ºC é 1,000 𝑔/𝑐𝑚3.
O que significa que a 4ºC a massa volúmica de um
Grupo 17 – Halogéneos ( F e Cl ) dado material será igual à sua densidade relativa.
𝑑(4º𝐶) = 𝜌𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
• Os Halogéneos apresentam-se
como moléculas diatómicas (𝐹2 e
𝐶𝑙2) Picnómetro - O picnómetro de sólidos
• A razão para a sua reatividade é é um instrumento que permite medir
semelhante à dos metais rigorosamente um dado volume.
alcalinos, falta-lhe apenas 1
eletrão para a configuração de gás nobre. Ao
longo do grupo aumenta o raio atómico e
diminui a energia de ionização.
A partir da fórmula acima e das pesagens recolhidas, é
então possível determinar a densidade relativa do
metal e o respetivo erro relativo.

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