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Determinacao Da Densidade de Solos e de Horizontes Cascalhento
Determinacao Da Densidade de Solos e de Horizontes Cascalhento
Sete Lagoas, MG
Dezembro, 2008
Determinação da
densidade de solos e de
horizontes cascalhentos
1
Eng. Agr., Doutorado,Solos e Nutrição de Plantas, Embrapa Milho e Sorgo. Cx. Postal 151. 35701-970 Sete Lagoas, MG. jherbert@cnpms.embrapa.br
A relação entre a densidade de solo, a densidade O método alternativo mais conhecido para se
de partícula e a porosidade é definida pela fórmula determinar o volume de amostras retiradas sem o
(Equação 2): uso do anel é o “Método do torrão parafinado”.
Este método consiste na coleta de um torrão de
[Equação 2] solo e sua impermeabilização superficial por meio
de parafina derretida e na obtenção do volume do
Ds torrão por deslocamento de líquido (Embrapa,
Ps = 1 − 1997). Alternativamente pode ser usada uma
resina impregnante. Esse método apresenta,
Dp como limitação, a necessidade de se obter um
torrão estável, que resista ao transporte, à
onde
manipulação e ao processo de
Ps é a porosidade do solo, impermeabilização, além de ser bastante
trabalhoso. Esse método também não é aplicável
Ds é a densidade de solo e
em situações onde ocorre quantidade apreciável
Dp é a densidade de partícula. de fração grosseira, principalmente quando a
quantidade de cascalhos e calhaus é muito maior
A determinação da densidade é, então, obtida
que a fração terra fina. Nesse caso, não é
pela medição direta dessas duas variáveis. O
possível inserir o anel (e.g. Harrison et al., 2003),
método usual para determinação da densidade
nem se pode obter um torrão estável, pois este
envolve a obtenção de uma amostra de volume
facilmente se esboroa e se perde.
conhecido por meio de anéis volumétricos
inseridos no solo com o uso de equipamento As frações grosseiras (frações > 2,0mm) podem
apropriado. A massa da amostra é obtida por ser encontradas em maior ou menor abundância
pesagem em balança analítica após remoção da em várias classes de solos, podendo ser
umidade em estufa a 105°C até peso constante. formadas por fragmentos de minerais, de rochas
ou por materiais cimentados, como concreções e
Esse método, denominado “Método do anel
nódulos. Solos com caráter concrecionário ou
volumétrico”, é o mais usado em trabalhos de
contato lítico fragmentário, assim como solos
avaliação da densidade de solo (Blake e Hartge,
cascalhentos (Santos et al., 2005), se enquadram
1986; Embrapa, 1997). Apesar de ser um método
nesses casos (Figura 1), em que o método
simples e relativamente rápido, exige cuidado
convencional para determinação de densidade de
durante a obtenção da amostra para se evitar sua
solos não se aplica. Isso também é válido para
deformação ou sua ruptura. Seu maior limitante,
alguns horizontes cascalhentos (Figura 2).
no entanto, é a necessidade da inserção do anel
Embora na maioria das vezes esses solos
no solo por pressão, o que só é possível em
apresentem limitações severas para o uso
solos ou horizontes livres de corpos rígidos
agrícola, em alguns casos podem ter uso
maiores que a fração areia, como cascalhos,
intensivo em ambientes específicos. O
calhaus ou raízes grossas. A presença desses
conhecimento de suas propriedades físicas é
corpos impede a inserção do cilindro, podendo
também necessário para outros fins, como a
danificar a borda cortante do anel ou, ainda,
estimativa da recarga de aquíferos, a avaliação de
causar a deformação da amostra, caso seja
estoque de carbono e em estudos de
aplicada pressão adicional para romper a
recuperação de áreas degradadas.
resistência desse objeto. Isso levou à
necessidade de se desenvolver métodos
alternativos para a obtenção de amostras de
volume conhecido.
Figura 1. Exemplo de um solo muito cascalhento, contendo 80% de cascalhos e calhaus em todo o
perfil.
Alguns métodos foram propostos na literatura fluido, que pode ser água, após
para a obtenção do volume nesses casos e impermeabilização da superfície, ou outro
envolvem a determinação do volume deixado por material que preenche o espaço, como areia ou
uma amostra removida e pesada à parte, como o um balão de borracha. O método exige
método da escavação. Este método prescreve a calibração, no caso do uso de areia, e muito
remoção de um volume de amostra, separado cuidado na determinação da superfície do solo
para pesagem após secagem, e a determinação medido para se evitar erros grosseiros no
do volume deixado no solo escavado por meio do resultado final (Blake e Hartge, 1986).
preenchimento do espaço vazio por meio de um
Após a secagem, o monolito pode ser removido Após a completa secagem da cola, procede-se à
por escavação de sua base (Figura 6), sendo segunda impregnação, agora usando-se a resina
então invertido e tendo sua base impregnada com impermeabilizante do tipo resina acrílica
a mesma resina após o desbaste do excesso de estirenada. O monolito deve ser recoberto com
material (Figura 7). Essa operação deve ser feita uma fina camada da resina, de forma contínua,
com cuidado para se evitar a ruptura da base do garantindo-se a completa cobertura da sua
monolito, especialmente em materiais pouco superfície (Figura 8). Deve-se garantir que a
consolidados. Uma camada adicional de resina secagem da resina seja completada antes de se
pode ser aplicada para se reforçar e completar a prosseguir nas medições. Essa etapa deve ser
anterior. O tempo de secagem varia dependendo feita em local aberto e arejado para se evitar a
da umidade do solo e do ar, sendo em geral em inalação dos vapores dos solventes da resina.
torno de 6 a 8h.
Figura 6. Remoção do monolito do ponto de coleta impregnado com a cola de PVA já seca.
onde
D é a densidade de solo,
s
m é a massa do torrão,
t
Ds =
(mt × f c ) Exemplo 2 é do horizonte cascalhento, com
(Vrc − Vad )
cerca de 60% de fração grosseira (Figura 2).
[Equação 4]
mu − ms
fc =1−
ms
Referências bibliográficas
BLAKE, G. R.; HARTGE, K. H. Bulk density. In:
KLUTE, A. (Ed.). Methods of soil analysis. Part
1. Physical and mineralogical methods. 2nd. ed.
Madison: Wisconsin, American Society of
Agronomy, Soil Science Society of America, 1986.
p. 363-375. (Agronomy Series, 5)
Comunicado Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Comitê de Presidente: Antônio Álvaro Corsetti Purcino
Técnico, 154 Embrapa Milho e Sorgo publicações Secretário-Executivo : Paulo César Magalhães
Membros: Andrea Almeida Carneiro, Carlos Roberto
Endereço: Rod. MG 424 Km 45 Caixa Postal 151 Casela, Cláudia T. Guimarães, Clenio Araujo, Flavia
CEP 35701-970 Sete Lagoas, MG França Teixeira, Jurandir Vieira Magalhães
Fone: (31) 3027 1100
Fax: (31) 3027 1188
E-mail: sac@cnpms.embrapa.br
Revisão de texto: Clenio Araujo
1a edição Expediente Editoração eletrônica: Tânia Mara Assunção Barbosa
1a impressão (2008): 200 exemplares