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Trabalho Sobre Relevos
Trabalho Sobre Relevos
Saide Mitilage
Universidade Rovuma
2024
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Saide Mitilage
Universidade Rovuma
2024
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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4
1.3.2.Domo ............................................................................................................................... 10
Conclusão ................................................................................................................................. 14
Introdução
O presente trabalho, visa abordar sobre As grandes estruturas do relevo mundial. Como é do
conhecimento geral, a estrutura geológica é um tema que não pode ser desprezado na análise
da gênese e da evolução do relevo terrestre. Ela engloba diversos aspectos relacionados à crosta
terrestre, alguns dos quais apresentam uma extrema complexidade.
Pierre Birot (1958) considerava que a explicação do relevo terrestre reduzia-se a dois princípios
básicos:
Serão apresentadas, a seguir, de forma bastante sintética, algumas definições e conceitos que
consideramos necessários a uma melhor compreensão de vários assuntos que comumente são
abordados na análise morfoestrutural das unidades que compõem o relevo mundial.
Objectivo geral
Identificar as grandes estruturas do relevo mundial.
Objectivos específicos
Definir as grandes estruturas do relevo mundial;
Descrever cada unidade estrutural que compõe o relevo;
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De acordo com Penteado (1983), as grandes unidades estruturais emersas do globo terrestre são
os escudos antigos, as bacias sedimentares e as cadeias dobradas. Em macroescala, essas
unidades constituem o arcabouço geológico sobre o qual se desenvolvem as formas de relevo
terrestre em áreas continentais.
As sequências sedimentares das bacias, de modo geral, estão dispostas em forma de sinéclises,
ou seja, a espessura das camadas cresce da borda para o centro, com mergulhos que
acompanham o substrato cristalino, parcialmente atribuído ao próprio processo de subsidência,
ligeiramente inclinados na periferia das bacias com tendência de horizontalização na seção
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Geralmente, a ocorrência dos relevos tabulares acontece no interior das bacias sedimentares,
dada a disposição horizontalizada dos estratos. As formas mais evidentes nas estruturas
concordantes se caracterizam por chapadões, chapadas e mesas, em ordem de grandeza. Essas
formas são na maioria das vezes mantidas à superfície, por camadas basálticas ou por
sedimentos litificados de maior resistência. (Casseti, 2005). De acordo com o mesmo autor,
quando essas formas são submetidas a processos de pediplanação, podem estar associadas a
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Para Casseti (2005), a evolução na elaboração do relevo tabuliforme pode estar associada:
O trabalho comandado pelo sistema hidrográfico enseja a evolução do relevo via erosão
regressiva, promovendo ramificações de cursos de primeira ordem, podendo, então,
aparecer formas residuais, como os morrostestemunhos, mantidos ou não por coroas
litoestruturais como o somital, associado a materiais resistentes. As diferenças litológicas
poderiam ainda proporcionar saliências morfológicas, parcialmente mascaradas na fase
anterior, de clima seco, denominadas cornijas. Com a abertura dos vales, haveria uma
tendência a se formarem vales simétricos, denominados vales em “manjedouras’’. A
presença de pedimentos detríticos em processo de retrabalhamento morfológico pela incisão
da drenagem é testemunha do clima seco correspondente à fase anterior.
O relevo de cuesta é predominante nas bacias sedimentares e nas velhas plataformas, onde
aparecem depressões em forma de fundo de canoa, nas quais a colmatagem (trabalho de
entulhamento ou de enchimento) sucessiva acarreta o surgimento de camada inclinada.
Conforme Guerra e Guerra (1997), as condições necessárias para que ocorra a existência de
um relevo de cuesta são:
Como resultado deste trabalho erosivo ter-se-á os elementos que compõem o relevo de cuesta.
Conforme Casseti (2005):
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Segue abaixo, uma figura que lustra os elementos que caracterizam uma cuesta. A figura (à
direita) ilustra o relevo dissimétrico do tipo cuesta, característico das estruturas
concordantes inclinadas.
De acordo com Bastos dobramentos modernos constituem terrenos pré-existentes que foram
dobrados por orogênese recente (do Mesozoico ao Terciário), geralmente associada a encontros
de placas tectônicas. Tratam-se das topografias mais elevadas da Terra, ocorrendo em áreas de
subducção e de colisão, como o exemplo dos Andes ou do Himalaia.
Hog-Back é um “termo inglês usado para definir uma estrutura inclinada semelhante à de uma
cuesta, mas na qual o mergulho das camadas é geralmente superior a 30º”, (Guerra; Guerra,
1997, p. 340). Considerando o declive necessário à sua caracterização, torna-se possível
entendê-los como vinculados a fenômenos tectônicos, uma vez que dificilmente se constatam
mergulhos em tais proporções, associados unicamente aos processos de deposição. (Casseti,
2005). No Brasil, a Serra Dourada por exemplo, pode ser caracterizada como relevo do tipo
hog-back, justamente por apresentar semelhança evolutiva com o relevo de cuestas.
1.3.2. Domo
Segundo Casseti (2005), o relevo do tipo dômico corresponde a uma estrutura circular resultante
de atividade intrusiva (plutonismo ou fenômenos magmáticos) que provocou arqueamento da
paleomorfologia, com consequente elaboração de abóbada topográfica.
A dimensão de um domo varia segundo a proporção do corpo intrusivo, que pode estar ou não
concordante com as rochas encaixantes, ou segundo planos de estratificação ou de xistosidade.
O sill, o lacólito, o lopólito e o facólito são exemplos de corpos intrusivos concordantes com as
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rochas encaixantes, enquanto o dique, o neck, a apófise e o batólito são discordantes. A estrutura
dômica, após efeitos erosivos, associados a processos epirogênicos positivos, tende a
proporcionar o desenvolvimento de uma morfologia circular ou elíptica e/ou semelhante a uma
meio esfera, dada a resistência não só do corpo intrusivo, como também das rochas encaixantes
que foram submetidas a metamorfismo de contacto.
O relevo do tipo apalachiano compreende uma série de dobras com expressivo paralelismo entre
as cristas e os vales. É importante destacar, segundo Guerra e Guerra (1997), que as camadas
deste tipo de relevo são constituídas de rochas com dureza alternada. Não podemos deixar de
considerar que os rios antecedentes atravessam transversalmente a estrutura regional.
No estudo do caderno de Geografia Física você pôde verificar que as depressões estruturais
ocasionadas por falhamentos são denominadas de graben (blocos rebaixados) ou fossa
tectônica. Estas depressões apresentam formas alongadas, enquadradas por uma série de
degraus originados por falhas paralelas. Conforme Guerra e Guerra (1997), um exemplo
clássico de fossa tectônica é o vale do Rio Reno, que corre entre o maciço da Floresta Negra,
na Alemanha, e a cadeia dos Vosges, na França. No Brasil, podemos exemplificar os grabens
do Recôncavo Baiano (BA), o vale do Rio Paraíba do Sul (SP).
Conclusão
Chegado a este ponto, conclui-se que as camadas rochosas, sobretudo as sedimentares, dispõem-se
nas paisagens geomorfológicas horizontalmente ou de forma sub-horizontal à inclinada. Na periferia de
uma sinéclise que não foi arqueada, as camadas são mais inclinadas do que no centro. Neste, as camadas
são mais horizontais. Esse fato, de natureza estrutural, contribui para a existência de cuestas, na periferia
da bacia sedimentar e de chapadas e chapadões no centro.
Alinha a este fio de pensamento, compreendeu-se que o Cráton é elemento básico da estrutura dos
continentes. Apresenta um regime tectônico estável. Por sua vez, as bacias de sedimentação são
estruturas geológicas geradas por agentes externos (erosão e intemperismo). Caracterizam-se por
depressões preenchidas com detritos trazidos de outras regiões ou áreas circunvizinhas com idade
geológica variável. Esses detritos é que dão origem às rochas sedimentares podendo ocorrer fósseis
vegetais e animais. As primeiras bacias sedimentares datam do Proterozoico (Pré-Cambriano) e
Paleozoico.
No que se refere aos dobramentos modernos, as ondulações, sinuosidades que ocorrem nas camadas
geológicas devido às forças de compressão sobre elas exercidas. São curvaturas causadas por esforços
de natureza tectônica, por intrusões magnéticas ou por efeitos à tectónicos. Uma rocha antes de ser
dobrada deve apresentar uma configuração planar. Para que ocorra o dobramento de uma rocha, um dos
fatores limitantes é o tempo, sendo que a força da ação mecânica sobre a rocha deve atuar
demoradamente. Se a força da ação mecânica for brusca, ao invés de ocorrer o dobramento, teremos a
ruptura desta rocha.
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Referências Bibliográficas
JATOBÁ, G., LINS. R. C. (2008). Introdução à Geomorfologia. 5ª ed. Revista ampliada. Recife:
Bagaço.