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Bobinas produzidas na fábrica de Alumínio (SP)

Reporte da Agenda Climática CBA


Relatório TCFD

Legado Verdes do Cerrado, localizado em Niquelândia (GO)


Sumário

1. Quem somos...................................................................................3

2. Objetivos do documento...............................................................4

3. Mensagem do CEO e da CFO .......................................................5

4. Introdução.......................................................................................8

5. Governança climática.....................................................................9

5.1 Estrutura de governança.....................................................9

5.2 Estratégia ESG 2030........................................................ 10

5.3 Rotas de descarbonização............................................... 14

5.4 Remuneração considerando questões climáticas......... 19

6. Estratégia climática..................................................................... 20

6.1 Cenários climáticos........................................................... 20

6.2 Riscos.................................................................................. 23

6.2.1 Gestão de riscos.................................................... 23

6.2.2 Mapeamento de riscos......................................... 26

6.3 Oportunidades................................................................... 32

7. Métricas e metas............................................................... 35

7.1 Metas................................................................................... 35

7.2 Precificação de carbono................................................... 38

7.3 Indicadores de consumo energético............................... 40


RELATÓRIO TCFD

7.4 Emissões de gases do efeito estufa............................... 42

7.5 Produto de baixo carbono................................................ 45

7.6 Próximos passos................................................................ 47

8. Sumário TCFD.............................................................................. 48
2
9. Anexo - Declaração de verificação........................................... 51

10. Agradecimentos.......................................................................... 57
1. Quem somos
Oferecer soluções em alumínio que transformam
vidas. Esse é o propósito da CBA. Com seus
produtos, a Companhia está presente no dia a
dia de milhões de pessoas, facilitando a rotina,
encurtando distâncias e ajudando a promover o
bem-estar.
Única companhia brasileira a atuar de forma integrada em toda a cadeia de produção
de alumínio, a CBA foi fundada em 1941 e, em 2021, passou a ser uma sociedade
anônima de capital aberto, com ações listadas no segmento Novo Mercado da B3,
sendo a primeira companhia nacional do setor listada na Bolsa. A CBA, em 2022,
realizou nova oferta de ações e, em 2023, ingressou em todos os índices ESG da B3:
ICO2, IGPTW e Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). A Companhia se orgulha
de ser 100% brasileira e parte do portfólio de investimentos da Votorantim S.A.
Ao longo de sua história, trabalhou para construir um mundo melhor e mais
sustentável, sempre atenta às demandas do setor, da sociedade e do planeta,
colocando a sustentabilidade e a inovação no centro de sua estratégia.
O processo começa com a extração da bauxita, que, após beneficiada, é refinada
para produzir alumina. Em seguida, ocorre a eletrólise, convertendo a alumina em
alumínio líquido. Esse alumínio é usado como base para a fabricação de produtos
primários e, posteriormente, pode se converter em produtos transformados, como
chapas, perfis e folhas.
A CBA também trabalha em conjunto com clientes e parceiros(as) de negócios para
fornecer produtos customizados e soluções cada vez mais avançadas, como chapas
e perfis extrudados com maior valor agregado e operações adicionais (corte, dobra,
solda, usinagem e operação de montagem).
A Companhia atua principalmente nas Américas, atendendo clientes estabelecidos
RELATÓRIO TCFD

no Brasil, bem como em outros países das Américas do Sul e do Norte, e também na
Europa.
Além disso, a Companhia é uma das maiores na área de reciclagem industrial de
alumínio no Brasil. Por meio da Metalex e da Alux do Brasil, a reciclagem da sucata
– tanto a resultante do processo produtivo como a de nossos clientes e parceiros –
garante mais sustentabilidade e rentabilidade, já que o alumínio reciclado consome
apenas 5% da energia necessária para fazer o alumínio primário, de acordo com o 3
International Aluminium Institute (IAI).
2. Objetivos
do documento
A importância e a conscientização sobre as
mudanças climáticas têm crescido, com maior
interesse na sua relevância como diferencial de
mercado. Nesse sentido, o presente documento
tem o propósito de centralizar informações
relacionadas à gestão de mudanças climáticas de
acordo com as recomendações da Taskforce on
Climate-Related Financial Disclosures (TCFD).

Com o objetivo de atender às boas práticas de


mercado e ter o envolvimento de uma terceira
parte na construção da estrutura de reporte, a
CBA contratou a empresa externa Resultante
para apoiar a construção desse trabalho.
RELATÓRIO TCFD

Legado das Águas - Maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil


3. Mensagem do Mensagem
Luciano Alves
CEO (CEO)

Sabemos que um futuro melhor só existirá se formos todos(as) melhores


e mais sustentáveis hoje.
Por isso, a CBA tem um compromisso com a justiça climática e com a transparência de suas ações
e está empenhada em gerar contribuições positivas para o meio ambiente e para a sociedade, por
meio da agenda ESG, inerente à estratégia do negócio, que prevê oferta de alumínio de baixo carbono,
desenvolvimento social e atuação em toda a cadeia de valor.
Nos últimos anos, fortalecemos ainda mais esse comprometimento e reforçamos a avaliação da empresa
como investimento atrativo e seguro para o mercado.
Do ponto de vista ambiental, um fator primordial é nossa capacidade de geração de 100% de energia
elétrica pelas nossas hidrelétricas, além de investimentos constantes no processo produtivo para a
redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e em iniciativas globais que abrem caminhos para
a sustentabilidade do mercado e do mundo.
Em maio de 2022, a CBA obteve a aprovação de três metas de redução de emissões de carbono pelo
Science Based Targets (SBTi), legitimando que as projeções da empresa estão fundamentadas pela
ciência. Com a validação, nos tornamos a primeira produtora de metal primário do mundo a estar
comprovadamente alinhada ao Acordo de Paris, cujo objetivo é limitar o aumento médio de temperatura
global a menos de 2°C.
Já em novembro de 2022, lançamos o Alennium, um selo próprio, que tem o objetivo de identificar os
itens fabricados com o alumínio da CBA, produzidos com baixa emissão de carbono. Assim fica mais
fácil reconhecer os produtos que colaboram para um mundo mais sustentável para todos e todas e para
o próximo milênio.
Como líderes, reconhecemos a nossa responsabilidade e que o nosso propósito vai além da Companhia.
Portanto esses movimentos retratam nosso genuíno engajamento em ampliar a consciência e o
envolvimento de todos e todas para uma agenda verde eficaz, e nos colocamos como participantes e
RELATÓRIO TCFD

colaboradores(as) nessa jornada.


Porque para nós só faz sentido se formos juntos(as). Juntos(as) com nossos(as) empregados(as),
clientes, fornecedores(as), parceiros(as), comunidades e investidores(as).
Queremos inspirar e engajar todo o setor a atuar de maneira mais sustentável. Afinal, um mundo
sustentável é mais colaborativo!
5
Mensagem
Camila Abel Correia da Silva
(CFO)

A adaptação das formas do mercado financeiro de fazer negócios,


baseada nas mudanças climáticas e em baixas emissões de carbono, já
é uma realidade.
Agora, a predisposição é que esse mercado seja um importante acelerador dos compromissos
com a sustentabilidade adotados pelas empresas, escolhendo bem para quais organizações
direcionarão seus recursos e seus investimentos.
Com isso, o conceito ESG deixa de ser pontual e passa a ser prática incorporada às estratégias
das companhias, principalmente do setor produtivo, que buscam alternativas para sustentar
seu crescimento de maneira perene. E essas questões já têm um alcance que vai além dos(as)
consumidores(as) e dialoga também com clientes, fornecedores(as), investidores(as), comunidades
do entorno das empresas e outros stakeholders.
Na CBA, as transformações baseadas em ESG já estão incorporadas ao nosso DNA, nos posicionando
como protagonistas em um modelo de negócio sustentável. Nossa estratégia de longo prazo é
baseada na oferta de alumínio de baixo carbono e no compromisso integral com a sustentabilidade.
E seguimos avançando para que a Companhia se mantenha competitiva no mercado internacional.
A Companhia concluiu, em 2020, a captação de R$ 500 milhões, por meio de financiamento “verde”,
utilizando como instrumento financeiro a Nota de Crédito à Exportação (NCE). O recurso, captado
em duas operações distintas, está sendo aplicado na promoção de melhorias no processo produtivo,
de modo a gerar benefícios socioambientais tangíveis para a cadeia do alumínio, buscando ainda
fomentar as exportações da Empresa. Em ambas as operações, a CBA foi pioneira no Brasil ao
emitir uma NCE Verde utilizando um parecer técnico, no qual uma consultoria especializada analisou
a Empresa e seus principais projetos socioambientais.
Em 2021, contratamos uma linha de crédito rotativa no valor de US$ 100 milhões, alinhada às
metas ESG da Companhia, na qual nos comprometemos com a redução anual das emissões de
gases de efeito estufa até 2025.
RELATÓRIO TCFD

Também fizemos a 1ª Emissão de Debêntures Verdes da Companhia, cujos recursos serão destinados
a projetos com objetivo de melhorar o desempenho ambiental de sua estrutura produtiva. Somos
a primeira produtora de alumínio a abrir capital na Bolsa de Valores do Brasil (B3), fomentando o
investimento em uma empresa que foca em desenvolvimento sustentável.
Em 2022, houve a captação de US$ 96,5 milhões via operações bilaterais visando ao financiamento
6 à exportação, caracterizadas como Sustainability-Linked Loans, uma vez que estão associadas ao
desempenho em redução na emissão de gases de efeito estufa na produção de alumínio primário.
Também foi firmado um contrato de financiamento com o BNDES, no valor de R$ 611 milhões, para
o projeto de modernização da tecnologia das Salas Fornos, que promoverá a redução de emissões,
maior eficiência energética, redução no consumo de água, além de maior segurança na operação.
Apenas 18 meses após o IPO, a CBA ingressou em todos os índices ESG da B3, que tem o objetivo
de ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas selecionadas pelo
seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial. O resultado posiciona a
Companhia entre as melhores empresas de capital aberto com foco em ESG do mercado nacional,
reforçando a solidez de sua estratégia e a força de sua atuação na agenda.
Fomos a primeira empresa do Brasil a aderir ao Programa First Movers Coalition (FMC), lançado
pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas
(COP 26). Ao fazer parte do programa, a CBA se junta às companhias que compartilham uma visão
comum de que a tecnologia e a sustentabilidade serão cruciais para limitar o aquecimento global
a 1,5°C até o fim do século, como prevê o Acordo de Paris, firmado durante a COP 21, em 2015.
Também fazemos parte do Movimento Ambição Net Zero do Pacto Global, uma iniciativa do Pacto
Global da ONU Brasil que tem como objetivo desafiar e apoiar empresas signatárias para que
estabeleçam metas robustas e com base na ciência, visando reduzir suas emissões de gases de
efeito estufa e colaborar para a sustentabilidade.
Além da aprovação de suas metas pela iniciativa SBTi, a CBA ainda foi reconhecida com pontuação
“A” pela liderança em transparência corporativa e desempenho sobre mudanças climáticas pelo
Disclosure Insight Action (CDP) em 2022. O rating é uma conquista histórica para o setor de
alumínio global e posiciona a Companhia num grupo seleto de empresas-líderes pelo clima. Essa é
a primeira vez que uma empresa de alumínio primário integra a A-list.
Em 2023, a Companhia evoluiu no rating ESG do MSCI para AA, categoria de liderança. Ele mede
a resiliência de uma organização a riscos ambientais, sociais e de governança de longo prazo da
indústria.
Com tantos triunfos, já somos considerados(as) uma produtora de alumínio de baixo carbono,
RELATÓRIO TCFD

mas, mesmo assim, seguimos engajados(as) em contribuir ainda mais para o enfrentamento das
mudanças climáticas do planeta. Projetamos, até 2030, reduzir em 40% as emissões (na média
dos produtos fundidos, desde a mineração, baseline 2019), ter uma linha de produtos carbono
neutro disponível para o mercado, definir a trajetória de neutralização de carbono até 2050,
estabelecer um plano de adaptação às mudanças climáticas e apoiar a Gestão Pública em mitigação
e adaptação climática.
Pois sabemos que, quando o assunto é sustentabilidade, precisamos e devemos ir além! 7
4. Introdução
Nos últimos anos, o olhar público tem se voltado muito mais frequentemente para as alterações
climáticas, seja apenas por observar o aumento da temperatura, a qual nos expõe a dias cada
vez mais quentes, ou pelos amplos impactos que eventos climáticos extremos podem causar à
economia e à nossa dinâmica social.

Novos estudos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) trazem projeções


e estudos climáticos para as próximas décadas em comparativo com os dados históricos que
reafirmam as mudanças no clima nas últimas décadas. Em seu último relatório, o IPCC trouxe
algumas confirmações sobre as mudanças climáticas, comprovando que não restam mais dúvidas
de que a raça humana e o seu desenvolvimento, principalmente com os padrões industriais, foram
um acelerador do aquecimento global, e mostrou a correlação direta do aumento de dióxido de
carbono na atmosfera com o aquecimento da temperatura média da Terra.

As emissões de gases do efeito estufa (GEE) resultantes do uso de fontes fósseis de energia por
atividades humanas são a principal causa da ocorrência das mudanças climáticas. O aumento da
concentração desses gases resulta na intensificação de eventos climáticos, impactando diretamente
o equilíbrio dos ecossistemas e a vida humana e gerando prejuízos econômicos e sociais. O aumento
da temperatura e a ocorrência de eventos extremos, como incêndios, secas e enchentes, podem
comprometer a disponibilidade de água e o fornecimento de energia, por exemplo. As indústrias
que dependem desses insumos podem ter suas operações diretamente impactadas pelos efeitos
das mudanças climáticas.

Por muito tempo, as discussões sobre o clima foram consideradas apenas em termos de gerar
impactos ambientais, e, mesmo que as mudanças climáticas sejam uma realidade global, suas
consequências impactam a população de forma desigual, demonstrando também um impacto social,
no qual comunidades mais sensibilizadas estão mais expostas às consequências do aquecimento
global. Quando se olha para o histórico dessas regiões, pouca ou nenhuma contribuição para o
aumento de emissões foi gerada por elas. Isso torna necessário falar sobre justiça climática e
RELATÓRIO TCFD

sobre o papel de responsabilidade dos grandes emissores de apoiar o processo de minimizar as


consequências das mudanças climáticas e traçar objetivos que colaborem para o desenvolvimento
sustentável do planeta.

Em 2020, a CBA estabeleceu a Estratégia ESG 2030, baseada em dez alavancas ambientais, sociais
e de governança e uma transversal a todas, englobando 15 programas e 33 objetivos a serem
atingidos até 2030, entre eles, a gestão de mudanças climáticas.
8
De forma a dar mais transparência às ações relacionadas às mudanças climáticas, a CBA aderiu ao
TCFD, uma metodologia de reporte climático que é dividida em quatro pilares: governança climática,
estratégia, gestão de riscos e métricas e metas.
5. Governança climática

Legado
LegadoVerdes
Verdesdo
doCerrado
Cerrado--Primeira
PrimeiraReserva
ReservaParticular
Particularde
deDesenvolvimento
DesenvolvimentoSustentável
Sustentáveldo
docerrado,
cerrado localizada
localizada em
em Niquelândia
Niquelândia (GO)
(GO).

Devido aos potenciais riscos econômicos, sociais e ambientais gerados pelas mudanças
climáticas, a tomada de decisão relacionada a essas questões requer o envolvimento dos
níveis mais altos das empresas. Na supervisão de riscos e oportunidades climáticas, a
CBA adota os melhores padrões de governança, por meio do Comitê de Sustentabilidade,
com membros independentes e com larga experiência, que assessora o Conselho de
Administração, para a melhor estratégia e tomada de decisão.

5.1 Estrutura de governança


A CBA possui dois comitês que possuem relação com a tomada de decisões de temas atrelados
às mudanças climáticas, sendo eles:

• Comitê de Sustentabilidade: responsável por assessorar o Conselho de Administração


para garantir que a Estratégia ESG 2030 seja cumprida, revista e aprimorada. Este
comitê é composto por três membros, sendo dois membros pertencentes ao Conselho
de Administração e um membro externo, que é referência na temática ESG e realiza
RELATÓRIO TCFD

reuniões trimestrais nas quais inclui assuntos relacionados às mudanças climáticas.

• Comitê de Mudanças Climáticas: responsável por assessorar a Diretoria Executiva


na operacionalização do programa de adaptação e mitigação climática e qualificar
o processo de tomada de decisões em nível estratégico. Conta com a presença de
especialistas multidisciplinares da organização e realiza reuniões bimestrais.
9
A imagem abaixo ilustra a estrutura de governança da CBA:

Conselho de
Administração

Comitê de
Comitê de Comitê Comitê de
Remuneração
Auditoria Financeiro Sustentabilidade
e Pessoas

Diretoria
Executiva

Comitê Comitê
Comitê de Comitê de Comitê de Proteção Comitê Comitê de Comitê de Suprimentos
Mudanças Resiliência
Barragens Conduta de Dados de Crise Diversidade Sustentável
Climáticas Hídrica

Figura 1: Estrutura de Governança Corporativa

5.2 Estratégia ESG 2030

Nessa sequência de fotos, é possível verificar paisagens do Complexo Juquiá, composto por sete usinas hidrelétricas.

Com o propósito de oferecer soluções em alumínio que transformam vidas, a sustentabilidade


é vista como um compromisso para CBA e sempre fez parte da Companhia, que tem como
RELATÓRIO TCFD

aspiração tornar-se referência no tema. A agenda vem avançando ano após ano. Um
importante passo foi dado em 2018, ao ser estabelecida uma estratégia de sustentabilidade
e compromissos até 2025. Em 2020, instituiu-se a Estratégia ESG 2030, que incorpora os
temas ambientais, sociais e de governança ao negócio e define os compromissos a serem
atingidos até 2030. Em 2021, foi criado um novo Comitê de Sustentabilidade, que assessora
o Conselho de Administração da CBA para garantir que a Estratégia ESG 2030 não apenas
10 seja cumprida, mas que possa ser revista para melhorar sempre que possível. Além disso, a
área de sustentabilidade também ganhou robustez e se tornou uma Gerência-Geral, com
reporte matricial ao diretor-presidente.
Em sua Estratégia ESG 2030, a CBA tem como mandato garantir a oferta de alumínio de
baixo carbono e de soluções sustentáveis em parceria com os stakeholders, desenvolvendo
as comunidades e influenciando positivamente toda a cadeia de valor do alumínio. Para
isso, inclui metas corporativas voltadas à agenda ESG a serem cumpridas por profissionais
de todos os níveis da companhia. Os compromissos da Estratégia envolvem dez alavancas,
sendo cinco no pilar ambiental, dois no social, três em governança, além de uma transversal
a todo o negócio, comunicação ESG.

As alavancas se desdobram em 15 programas, que, por sua vez, são divididos em 33 objetivos
a serem alcançados até 2030. Os benefícios da Estratégia para a Companhia incluem o
direcionamento de toda a Companhia em busca das melhores práticas e resultados ESG, de
forma a garantir um melhor acesso a mercado e a capitais, maior eficiência operacional, mais
consistência na cultura organizacional e melhor gestão dos recursos.

A estratégia ESG se desmembra de acordo com o Framework abaixo:

Estratégia ESG 2030


Framework Executivo

Soluções em alumínio que transformam vidas


Aspiração: CBA como referência em sustentabilidade

MANDATO Garantir a oferta de alumínio de baixo carbono e de soluções


O que a CBA quer sustentáveis em parceria com os nossos stakeholders, desenvolvendo as
entregar na jornada comunidades com presença da CBA e influenciando positivamente toda a
até 2030 cadeia de valor do alumínio

Ambiental Social Governança


10 ALAVANCAS E1- Mudanças Climáticas S1- Valorização das Pessoas G1- Cadeia de Valor Sustentável
Como a CBA quer E2- Energia Renovável S2- Legado Social G2- Ética e Transparência
entregar na jornada E3- Circularidade do Alumínio G3- ESG Ownership
até 2030 E4- Recursos Naturais
E5- Barragens
Comunicação ESG (Tema Transversal)
RELATÓRIO TCFD

15 PROGRAMAS
P1- Mitigação e Adaptação Climática P6- Gestão de Recursos Hídricos P12- Suprimentos Sustentável
33 OBJETIVOS P2- Geração e Energia Renovável P7- Biodiversidade P13- Soluções Sustentáveis
ESTRATÉGICOS P3- Eficiência Energética P8- Disposição de Resíduos de Barragens para Clientes
P4- Reciclagem do Alumínio P9- Diversidade, Equidade e Inclusão P14- Ética e Transparência
P5- Reciclagem de Embalagens P10- Saúde, Segurança e Qualidade de Vida P15- ESG Ownership
Cartonadas e Flexíveis P11- Legado Social
Comunicação ESG (Programa Transversal)
Figura 2: Estratégia ESG 2030 11
A tabela abaixo detalha os objetivos públicos da Companhia com a Agenda ESG:

Alavanca Programa Objetivo


Eixo Ambiental

1.1 Reduzir em 40% as emissões (na média dos produtos fundidos,


desde a mineração)

1.2 Ter uma linha de produtos carbono neutro disponível para os


clientes
01. P1.
Mudanças climáticas Mitigação e
adaptação climática 1.3 Definir a trajetória da neutralização nas emissões até 2050

1.4 Definir um plano de adaptação às mudanças climáticas

1.5 Apoio na Gestão Pública em mitigação e adaptação climática

2.1 Ter 100% de fontes renováveis de energia elétrica nos


P2. processos produtivos
Geração de energia
renovável 2.2 Ampliar capacidade instalada de fontes renováveis, além de
02.
Energia renovável hidroelétricas

P3. 3.1 Reduzir a intensidade energética (energia elétrica e


Eficiência energética combustíveis)

4.1 Ampliar para 80% o volume de reciclagem de alumínio com


sucata industrial e de obsolescência na Metalex

P4. 4.2 Ampliar para 50% o volume de reciclagem de alumínio com


Reciclagem sucata industrial e de obsolescência na produção de tarugos na
do alumínio Fábrica de Alumínio (SP)

03.
Circularidade do 4.3 Ampliar a captação de sucata e reciclagem externa
alumínio

P5.
Reciclagem de 5.1 Reciclar 40 mil toneladas/ano de embalagens cartonadas e
embalagens flexíveis
RELATÓRIO TCFD

cartonadas e flexíveis

6.1 Reduzir em 20% o consumo de água nova por tonelada de


04. P6. alumínio líquido produzido
Recursos naturais Gestão de recursos
hídricos
6.2 Implementar iniciativas para manutenção da segurança hídrica
em parceria com stakeholders

12
Alavanca Programa Objetivo
Eixo Ambiental

7.1 Criar/ampliar um hectare de corredor ecológico a cada dez


hectares minerados e recuperados
04. P7.
Recursos naturais Biodiversidade
7.2 Ter 10% dos clientes e fornecedores-chave coinvestindo em
projetos florestais e de biodiversidade

P8. 8.1 Zerar a disposição de resíduos em barragens


05. Disposição
Barragens de resíduos 8.2 Destinar 100% do resíduo seco da lama vermelha para a
de barragens produção de cimento ou outros fins

Eixo Social
P9. 9.1 Ter 25% de diversidade de gênero na liderança (gerentes e
Diversidade, acima) até 2025
equidade e inclusão

06.
Valorização 10.1 Ter zero fatalidades e acidentes graves* nas operações
das pessoas P10. *Acidente fatal ou lesão que gere incapacidade permanente (nível V e VI)
Saúde e segurança
10.2 Atingir uma taxa de frequência de acidentes inferior a 1**
**Base 1 milhão de HHT

11.1 Alcançar o SLA de projetos sociais em 100%

07. P11.
11.2 Ter Investimento Social Empresarial (ISE) com match de 1 para 1
Legado social Legado social

11.3 Apoiar o fortalecimento de cooperativas de reciclagem no


Brasil

Eixo Governança

12.1 Ter 100% da base de fornecedores aderente à Política de


P12.
RELATÓRIO TCFD

Suprimentos Sustentável
Suprimentos
Sustentável
12.2 Aumentar em 10% as compras de fornecedores locais
08.
Cadeia de Valor
Sustentável
13.1 Produzir 100% de tarugo Metalex com emissão de gases de
P13. efeito estufa inferior a 1,4 tCO2/t de produto
Soluções Sustentáveis
para Clientes
13.2 Aumentar o faturamento advindo de soluções sustentáveis
para clientes downstream 13
Alavanca Programa Objetivo
Eixo Governança
09. P14. 14.1 Alcançar média 4 no Programa de Compliance auditado por
Ética e transparência Ética e transparência terceira parte

15.1 Ter 100% das unidades certificadas em ASI Performance e


Cadeia de Custódia
10. P15.
ESG ownership ESG ownership 15.2 Ter 100% dos(as) empregados(as) com metas ESG

15.3 Usar critérios ESG em 100% das análises de captação de


recursos e investimentos

Eixo Transversal

Comunicação Comunicação ESG Alcançar e permanecer na categoria Excelente no Índice RepTrak®

5.3 Rotas de descarbonização

A CBA já apresenta um bom desempenho em relação às emissões de gases de efeito estufa


(GEE), com baixas emissões na etapa de eletrólise do alumínio primário, posicionando-se no
1° quartil em comparação ao indicador global de emissões específicas. Além disso, a Refinaria
de Alumina possui a menor intensidade de emissões de GEE do mundo, de acordo com os
dados da consultoria CRU. Apesar disso, a Empresa está comprometida em contribuir ainda
mais para o avanço da agenda climática.

Os gráficos abaixo ilustram o posicionamento da Empresa frente aos demais produtores de


alumínio:

Resultados de intensidade de emissões na etapa de refinaria - 2022:


RELATÓRIO TCFD

1°Q - 0,87 2°Q - 1,29 3°Q - 1,38

CBA - 0,24
14

Figura 3: Intensidade de emissões da Refinaria (tCO2e/t Óxido). Fonte: CRU.


Resultados de intensidade de emissões na etapa de eletrólise - 2022:

1°Q 4,25 2°Q 13,45 3° Q 16,71

3,03

Figura 4: Intensidade de emissões na fase de eletrólise (tCO2e/t Alumínio líquido). Fonte: CRU.

O tema descarbonização é central na Estratégia ESG 2030 da CBA, dado que o processo de
produção do alumínio é eletro e carbono intensivo. Por isso, a Estratégia ESG 2030 conta
com a alavanca de mudanças climáticas e a de energia renovável, que são desdobradas nos
programas e nos compromissos abaixo:

Objetivos do programa de mitigação e adaptação climática


• Reduzir em 40% as emissões de CO2e absolutas (na média dos produtos fundidos,
desde a mineração) até 2030, em relação ao que foi emitido em 2019

• Ter uma linha de produtos de carbono neutro disponível para os clientes

• Definir a trajetória de neutralização nas emissões até 2050

• Definir um plano de adaptação às mudanças climáticas

• Apoio na Gestão Pública em mitigação e adaptação climática

Objetivos do programa de geração de energia renovável


• Ter 100% de fontes renováveis de energia elétrica nos processos produtivos

• Ampliar capacidade instalada de fontes renováveis, além de hidroelétricas


RELATÓRIO TCFD

Demais objetivos que apoiam a agenda climática


• Produzir 100% de tarugo Metalex com emissão de gases de efeito estufa inferior a
1,4 tCO2/t de produto

• Reduzir em 20% o consumo de água nova por tonelada de alumínio líquido produzido
(Adaptação Climática) 15
Usina Hidrelétrica de Ourinhos

• Reduzir a intensidade energética (energia elétrica e combustíveis)

Frentes de descarbonização
O gráfico abaixo mostra a trajetória a ser cumprida pela CBA para o atingimento da meta de
redução de emissões de CO2e, indicando os percentuais de redução referentes a cada projeto
previsto.

Trajetória de redução (tCO2e/t Al)

4,02 13%

9%
8%
Caldeira
Biomassa 10%
RELATÓRIO TCFD

(2020-2021)
Modernização Salas
Fornos (2022-2026) Aumento de Sucata 2,46
Metalex
(2020-2028) Aumento de Sucata
Alumínio
Implantado (2020-2028)

Em implantação

16
2019 2030
Figura 5: Meta – Redução em 40% das emissões (na média dos produtos fundidos, desde a mineração)
Os principais projetos que trazem ganhos na redução de emissões de GEE são:

• Caldeira Biomassa: em 2020, a CBA passou a adquirir vapor de uma caldeira a biomassa
de cavaco de madeira de reflorestamento, substituindo o consumo de gás natural e óleo
combustível na refinaria de Alumina. Com a implantação deste projeto, a refinaria da CBA
se tornou a com menor intensidade de emissões de carbono do mundo, segundo a CRU. A
caldeira foi responsável por reduzir mais de 60% as emissões da etapa de refinaria.

• Modernização da tecnologia de Salas Fornos: atualização da tecnologia Soderberg


por meio de abastecimento dos fornos com alumina de forma automática e pontual,
aumentando eficiência, segurança e reduzindo emissões de GEE do processo.

• Aumento do uso de sucata: a sucata substitui o metal primário e evita as etapas produtivas
mais intensas em emissões de GEE. A Companhia vem trabalhando em diferentes frentes
para essa iniciativa, as quais contam com a compra da Unidade Alux do Brasil, instalação
de forno Sidewell e construção de uma linha de tratamento de sucata na Unidade Metalex
e adaptação da linha produtiva de tarugo na Unidade Alumínio.

Fábrica da Metalex, localizada em Araçariguama (SP)

Em relação ao objetivo da Estratégia ESG 2030, a figura abaixo mostra a estimativa de


emissões de produtos fundidos e os indicadores realizados, sinalizando que a Companhia
tem atingido níveis mais baixos de emissões quando observado o planejado.

Estimativa de emissões de primários (tCO2e/t primários)


4,02
3,67
3,50
4,02 3,48
RELATÓRIO TCFD

3,27
3,33
3,16
3,00
2,97 3,04
2,90
2,76
2,63
2,54
2,45

17
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030

Figura 6: Estimativa de emissões de produtos fundidos Planejado Realizado


A empresa tem atingido resultados melhores do que o esperado devido à implantação
consistente dos projetos previstos no planejamento estratégico, ao engajamento e à
dedicação coletiva envolvendo áreas estratégicas com a temática, tais como a área de Gestão
de Competitividade, Tecnologia e Engenharia, além do contato direto com áreas produtivas
para implantação das ações e mensuração de performance de metas anuais de redução de
emissões de GEE.
Com relação à meta de definir a trajetória de neutralização das emissões até 2050, a figura
abaixo indica a trajetória a ser perseguida no período. As mitigações planejadas contemplam
os projetos já mapeados para redução de emissões de GEE. Em estudos potenciais, foram
considerados projetos que estão sendo discutidos a nível global para redução de emissões
nas indústrias de alumínio, como o uso de Anodo Inerte e Carbon Capture, Utilisation and
Storage (CCUS). Contudo, essas duas tecnologias ainda não estão disponíveis comercialmente
para a indústria, ou seja, é necessário um avanço tecnológico para permitir que a trajetória
de neutralização da produção de alumínio seja possível. Na linha de offset de carbono, a CBA
já possui os projetos Reflora CBA e o REDD+ Cerrado, ambos com objetivo de geração de
créditos de carbono.
De forma mais detalhada, a trajetória de descarbonização para 2050 segue até 2030 com os
projetos já mapeados no portfólio de projetos da Companhia e considera até 2050 avanços
tecnológicos de acordo com as recomendações do International Aluminium Institute (estudos
potenciais) para descarbonizar o setor do alumínio, refletido na imagem abaixo:

Trajetória para neutralização 2050


Objetivo: definir a trajetória da neutralização nas emissões até 2050 (Escopo 1 e 2)

Trajetória para Estudos


neutralização Mitigações planejadas Neutralização
potenciais

BAU 2030 Uso de


2.228 M t sucata
CO2e Caldeira
18% Biomassa
9% Modernização 100%
Salas Fornos Energia
6% Renovável Anodo
Inerte
RELATÓRIO TCFD

5%
2,5% 44,5%
Eficiência e
Combustíveis
Crédito de
CCUS Carbono
6%
9%

2030 2050
18 Projetos de descarbonização Projetos de descarbonização
Emissões projetadas Compensação de emissões
planejados potenciais
Figura 7: Trajetória para neutralização até 2050
A CBA já desenvolve projetos visando à conservação da biodiversidade e à emissão de créditos
de carbono, sendo eles:

Projeto Reflora CBA: tem por objetivo reflorestar áreas degradadas em propriedades de
pequenos agricultores tais como reservas legais (RL) ou áreas de proteção permanente
(APP). A ideia é recuperar ecossistemas e incrementar a biodiversidade local, auxiliando os
proprietários a regularizarem seus territórios com base no Código Florestal, bem como a
emissão de crédito de carbono por reflorestamento.

Projeto REDD+: primeiro projeto de certificação de créditos de carbono Redução das


Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) no Cerrado brasileiro. Com
metodologia inédita e de reconhecimento internacional, é importante passo na consolidação
do Brasil no mercado voluntário internacional de carbono. A iniciativa é alavanca para a
conservação da floresta em pé, fomento para o mercado de carbono no Brasil e um
caminho para a construção de uma consciência colaborativa em prol do desenvolvimento
sustentável. A área certificada tem 11,5 mil hectares e capacidade de emissões médias
anuais de 50 mil créditos de carbono. Na primeira emissão, foram gerados 316 mil créditos,
referentes ao período de 2017 a 2021, com previsão de gerar 1,7 milhão ao longo de 30
anos.

5.4 Remuneração considerando questões climáticas

A CBA, desde 2017, adota anualmente metas corporativas de sustentabilidade que


compõem a remuneração variável de profissionais de todos os níveis elegíveis da Companhia,
tais como CEO e diretores(as), gerentes(as), coordenadores(as), supervisores(as) e demais
empregados(as). As metas e os temas abordados mudam anualmente de acordo com a
materialidade da Estratégia ESG 2030 para cada área. Assim, as áreas que mais influenciam
em GEE possuem metas anuais de redução de emissões na remuneração variável de
RELATÓRIO TCFD

seus(suas) empregados(as).

19
6. Estratégia climática
Em 2021, o IPCC, uma organização científico-política criada no âmbito das Nações
Unidas e que compila os estudos mais recentes sobre o tema, revisou e publicou um
relatório alertando sobre os diversos impactos esperados em consequência da crise
climática.

A fim de alinhar-se à ciência do clima e melhor responder aos efeitos das mudanças
climáticas por meio de ações de adaptação, a CBA revisou o seu processo de gestão de
riscos para incluir aspectos climáticos. Além disso, visando à melhor compreensão dos
potenciais impactos futuros, foi feita uma análise de cenários climáticos que embasa
a Estratégia ESG 2030 da empresa e foram mapeados riscos físicos e de transição,
como precificação de carbono, pressões do mercado, entre outros.

6.1 Cenários climáticos

A CBA realizou um estudo junto ao Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação


Getulio Vargas (FGVces) em 2020 com o uso de ferramentas de análises climáticas para
entender os possíveis cenários futuros. A Companhia considerou as unidades de atuação em
cinco locais aproximados por localização geográfica, sendo eles:

• Local 1: Unidades industriais – Fábrica Alumínio (SP), Metalex (SP) e Filial Sorocaba (SP)
• Local 2: Unidade industrial – Itapissuma (PE)
• Local 3: Minerações – Miraí (MG) e Itamarati de Minas (MG)
• Local 4: Mineração – Poços de Caldas (MG)
• Local 5: Negócio Energia – Complexo Juquiá
RELATÓRIO TCFD

20
Análise de cenários climáticos

Comparação de projeções entre


Local das Comparação de projeções entre 19 4 MCG* e cenários RCP** 4.5
unidades de MCG* e cenários RCP** 4.5 e RCP** 8.5 e RCP** 8.5
produção
(projeção normal mensal entre 2041 e 2060) (projeções diárias até 2060, considerando
base histórica desde 2005)

• Deverá haver ligeira mudança na


distribuição das chuvas, com redução
de volume nos meses chuvosos
(novembro a fevereiro), e ligeiro
aumento nos demais meses
Local 1 • As temperaturas deverão ser mais altas, • Deverá haver redução da pluviosidade
de forma consistente ao longo dos meses nos meses de dezembro e janeiro, embora
Unidades do ano, tanto máximas quanto mínimas, haja incerteza; três dos quatro modelos
industriais em cerca de 5% e 7%, respectivamente indicam variação entre -5% e +10% em
nos torno da normal histórica de precipitação
municípios • Há pouco consenso quanto a uma
de Alumínio, modificação nos padrões de precipitação, • Não há consenso em relação ao aumento
Sorocaba e à exceção dos meses de maiores volumes de chuvas duras, mas alguns modelos
Araçariguama (maio a julho), que devem ter redução nas e cenários apontam positivamente
(SP) médias precipitadas em cerca de 10% nessa direção, com aumentos
significativos nos meses de inverno.
Há maior consistência em relação ao
aumento de períodos extremos de
seca, que devem ser mais severos

• Deverá haver mudança na distribuição


das chuvas, com redução de volume nos
• As temperaturas deverão ser mais altas, meses de maio a julho, e manutenção
Local 2 de forma consistente ao longo dos meses do histórico nos demais meses
do ano, tanto máximas quanto mínimas,
em cerca de 5% e 7%, respectivamente • Deverá haver redução da pluviosidade
Unidade nos meses de maio a julho
industrial no • Há pouco consenso quanto a uma
município de modificação nos padrões de precipitação, • Não há consenso em relação ao aumento
Itapissuma à exceção dos meses de maiores volumes de chuvas duras, mas alguns modelos e
(PE) cenários apontam positivamente nessa
RELATÓRIO TCFD

(maio a julho), que devem ter redução nas


médias precipitadas em cerca de 10% direção, com aumentos apenas discretos.
Há maior consistência em relação ao
aumento de períodos extremos de seca

21
• Não deverá haver mudança significativa
• As temperaturas deverão ser mais altas, na distribuição das chuvas
de forma consistente ao longo dos meses
Local 3 do ano, tanto máximas quanto mínimas
• Deverá haver redução da pluviosidade
em praticamente todos os meses
Mineração nos • Nota-se que os meses de maio a agosto do ano, com maior intensidade
municípios devem ter sua temperatura mínima nos meses mais chuvosos
de Miraí e média elevada em cerca de 20%
• Não há consenso em relação ao aumento
Itamarati de • Não há consenso quanto a uma de chuvas duras, mas diversos modelos
Minas (MG) modificação nos padrões de precipitação, e cenários apontam positivamente nessa
demandando análise complementar direção. Há maior consistência em relação
ao aumento de períodos extremos de seca

• As temperaturas deverão ser mais


• Não deverá haver mudança significativa
altas, de forma consistente ao
na distribuição das chuvas, com incertezas
longo dos meses do ano, tanto
maiores nos meses de janeiro, fevereiro,
máximas quanto mínimas
Local 4 novembro e dezembro (os mais chuvosos)
• Nota-se que os meses de
• Não deverá haver redução da pluviosidade
Mineração maio a agosto devem ter sua
no município temperatura mínima média • Deverá haver aumento de chuvas
de Poços de elevada em cerca de 20% duras (variação de até 20% nas
Caldas (MG) máximas históricas e redução em seus
• Não há consenso quanto a
tempos de retorno), mas com menor
uma modificação nos padrões
intensidade de períodos acumulados
de precipitação, demandando
de cinco dias de precipitação
análise complementar

• Deverá haver ligeira mudança na


distribuição das chuvas, com redução de
volume nos meses chuvosos (novembro a
• As temperaturas deverão ser mais abril) e ligeiro aumento nos demais meses
altas, de forma consistente ao
longo dos meses do ano, tanto • Os modelos convergem quanto a
máximas quanto mínimas, em cerca uma menor pluviosidade média nos
Local 5 meses de janeiro, março e abril,
de 6% e 10%, respectivamente
com algumas divergências nos
Complexo • Há pouco consenso quanto a uma meses de dezembro e fevereiro
Juquiá (SP) alteração nos padrões de precipitação,
indicando-se pouca alteração em • Há certo consenso em relação ao aumento
de chuvas duras, porém com redução
RELATÓRIO TCFD

relação à média, mas possivelmente


uma maior variação nos extremos nas máximas de cinco dias consecutivos;
há maior consistência dos modelos em
relação ao aumento de períodos extremos
de seca, que devem ser mais severos

*MCG – Modelos de Circulação Geral Atmosférica


**RCP - Representative Concentration Pathways:
RCP 4.5 – Cenário com estabilização sem ultrapassar 4,5W/m2 em 2.100 e média no período de 2.860 GtCO2
RCP 8.5 – Cenário com aumento na radiação chegando a 8,5W/m2 em 2.100 e média no período de 6.180 GtCO2.
22
6.2 Riscos

A metodologia de gestão de riscos da CBA tem como apoio a Política de Gestão de Riscos.
Trata-se de um processo contínuo, que consiste em atividades para identificar, avaliar, tratar,
monitorar, comunicar e registrar potenciais eventos ou situações que possam afetar o alcance
de seus objetivos.

6.2.1 Gestão de riscos

A Figura 8 representa a maneira sistematizada como a organização gerencia os processos de


gestão de riscos.

PROCESSO DE GESTÃO DE RISCOS

Escopo, Contexto e Critério

Monitoramento e Análise Crítica


Comunicação e Consulta

Identificação de Riscos

Análise de Riscos

Avaliação de Riscos
RELATÓRIO TCFD

Tratamento de Riscos

Registro e Relato 23
Figura 8: Processo de Gestão de Riscos da Norma ABNT NBR ISO 31000:2018
A Política Corporativa de Gestão de Riscos já conta com a incorporação dos riscos climáticos.
Além disso, a empresa possui uma área de gestão de riscos responsável por mapear e
acompanhar os riscos da Companhia.

Os procedimentos da área de gestão de riscos compreendem o preenchimento de uma ficha


de riscos pelas áreas diretamente responsáveis por geri-los. Nessa ficha, são mapeados os
fatores de risco que podem levar o evento principal a se materializar. Quando algum fator de
risco possui alguma inter-relação com questões climáticas, o “dono do risco” – que é sempre
um diretor ou membro da Diretoria Executiva – precisa fornecer mais detalhes sobre como
essas relações se dão, com o apoio da Gerência-Geral de Sustentabilidade, e, a partir desse
detalhamento, são traçadas ações para lidar com a variável climática dos riscos identificados.

Há, também, a figura do “Facilitador”, que pode ser um gerente-geral ou gerente da área
responsável em auxiliar nas atividades de identificação, análise, avaliação, tratamento,
monitoramento, registro e reporte dos riscos.

Na avaliação de riscos climáticos, a organização considera os seguintes horizontes temporais:

HORIZONTES TEMPORAIS

Horizonte Faixa temporal Justificativa

Curto prazo 0-1 ano Referente aos períodos de definição de orçamento


Períodos considerados no planejamento
Médio prazo 1-5 anos estratégico da empresa
30 anos é o horizonte considerado para análises
Longo prazo 5-30 anos de descomissionamento de atividades da Empresa
que não possuem previsão de encerramento. Esse
é o prazo para mapeamento de ações para os
riscos, mas eventualmente as análises climáticas
podem considerar períodos mais longos
RELATÓRIO TCFD

A CBA avalia todos os seus riscos, incluindo os climáticos, por meio de uma régua de impacto
de eventos de risco, a qual considera sete tipos de impacto: reputacional, meio ambiente
saúde e segurança, segurança da informação, operação, social e direitos humanos, legal e
regulatório. Cada tipo de impacto é relacionado a quatro graus de riscos financeiros (menor,
moderado, maior e extremo) que se referem a determinadas faixas de recursos financeiros.
24 A Companhia definiu, ainda, uma régua de probabilidade de ocorrência do evento de risco
que subsidia a estimação de ocorrência dos eventos em cada uma das unidades de negócio.
Os riscos são priorizados de acordo com seu posicionamento na matriz de impacto e a
probabilidade gerada dentro da ficha de risco. O cronograma da Gestão de Riscos prevê a
revisão periódica dos riscos e das ações. Ademais, a Companhia define e esclarece os papéis
e as responsabilidades na gestão estratégica de riscos ao adotar o modelo de três linhas, que
visa auxiliar a Companhia a coordenar as atividades primordiais ao gerenciamento de riscos
por meio de uma abordagem sistemática do fluxo de troca de informações entre as áreas.

A primeira linha de atuação abrange as áreas de negócios que efetuam o gerenciamento


dos riscos no dia a dia. A segunda consiste nas áreas especialistas de riscos que apoiam e
monitoram questões relacionadas ao gerenciamento de riscos da empresa. Por fim, a terceira
linha compreende a auditoria interna, que conta com uma consultoria independente para
avaliar todos os assuntos relacionados à realização dos objetivos da organização.

Existe um trabalho transversal entre as três linhas de alinhamento, comunicação e


coordenação, e todas prestam contas ao Conselho de Administração, responsável, também,
por delegar, orientar e supervisionar as ações empresariais e a utilização de recursos. Ainda, o
modelo de gerenciamento de riscos se vale de auditores externos de verificação e avaliação.

ALTA ADMINISTRAÇÃO
Prestação de contas às partes interessadas pela supervisão organizacional

Funções de Alta Administração: integridade, liderança e transparência

Áreas de Negócios Áreas Especialistas de Riscos (*) Auditoria Intena

1a Linha: 2a Linha: 3a Linha:


• Fornecimento • Expertise • Avaliação e consultoria
de produtos/ • Apoio e suporte independente sobre
serviços ao • Monitoramento todos os assuntos
RELATÓRIO TCFD

cliente relacionados à
• Desafiar questões
• Gerenciamento realização dos objetivos
relacionadas a risco
de riscos da organização
(*) Gestão de Riscos, Controles Internos,
Compliance, Sustentabilidade, Meio Ambiente,
Saúde e Segurança do(a) Empregado(a) e Riscos
de Mercado e Seguros.

Delegar, orientar, Prestação de contas, Alinhamento, comunicação,


25
recursos, supervisão reporte coordenação, colaboração

Figura 9: Modelo de Três Linhas de gerenciamento de riscos


6.2.2 Mapeamento de riscos climáticos

A empresa mapeou os riscos físicos e de transição, relacionados ao Negócio Alumínio. Os riscos


físicos podem ser agudos ou crônicos - sendo agudos aqueles desencadeados por eventos climáticos
extremos pontuais (ex.: ciclones e inundações); e crônicos quando são consequências de mudanças
em padrões climáticos (ex.: redução no nível de precipitação e aumento de temperatura média).

A matriz de riscos climáticos (Figura 10) indica os impactos de riscos físicos e riscos de transição
e classifica-os conforme os graus de impactos. Entre os riscos físicos, os que possuem maior
probabilidade de impactar o negócio são a redução de geração de energia elétrica em hidrelétricas
e a parada ou redução operacional por falta de água. Entre os riscos de transição com maior
probabilidade de impacto encontram-se o pagamento de novas taxas e/ou impostos correlatos
à emissão de GEE.

Muito
11 1
Provável

6 7 13
PROBABILIDADE

Provável 14
9 12

Eventual 10 3 4

2
Remota 5
8
RELATÓRIO TCFD

MENOR MODERADO MAIOR EXTREMO


IMPACTO
Figura 10: Matriz de riscos climáticos

Legenda dos riscos: 9 - Aumento da incidência de doenças transmissíveis relacionadas ao


1 - Redução de geração de energia elétrica (hidrelétricas) calor
2 - Impacto em estruturas 10 - Sobrecarga de sistemas elétricos
3 - Desabastecimento de insumos críticos 11 - Pagamento de novas taxas
4 - Parada/redução operacional por falta de água 12 - Novos concorrentes
5 - Desmoronamento de solo (áreas de lavra) 13 - Novos entrantes no mercado de transformados
26 6 - Perda de mudas (reabilitação de áreas mineradas) 14 - Oscilações nos preços determinados pelos mercados
7 - Aumento da incidência de incêndios
8 - Dispersão de poluentes
A tabela abaixo reflete o mapeamento de riscos climáticos físicos e de transição:

RISCOS IDENTIFICADOS

RISCOS FÍSICOS

Aspecto Horizonte Impacto Gestão


climático Risco temporal financeiro do risco
(valores estimados)

• Plano de manutenção
preventiva
• Diversificação da matriz
Redução da energética
geração de Curto • Programas de eficiência
longo prazo Menor energética
energia elétrica • Implantação de Grupo
em hidrelétricas de Trabalho e plano de
trabalho de resiliência
hídrica

Perda de mudas • Acompanhamento de


dados de estações
plantadas para Curto Menor meteorológicas
Período de a reabilitação de médio prazo • Gestão e manutenção
seca, redução áreas mineradas de plantio
da precipitação
Aumento da • Trabalhos preventivos
incidência de Curto Não mensurado
em conjunto com

incêndios médio prazo Brigada de Incêndio


equipada e disponível

• Projetos para redução


do consumo de água e
captação de água
• Implantação de Grupo
Parada/redução de Trabalho e plano de
operacional por Longo prazo Extremo trabalho de resiliência
hídrica
falta de água • Acompanhamento
periódico dos níveis de
água nos reservatórios

• Redução significativa
RELATÓRIO TCFD

de água no interior das


estruturas
Eventos • Implantação do projeto
climáticos Impacto em Longo prazo Extremo
de disposição a seco
extremos estruturas • Estruturas construídas
para suportar
condições extremas e
Gestão de Barragens
(SIGBAR)

27
Aspecto Horizonte Impacto Gestão
climático Risco temporal financeiro do risco
(valores estimados)

• Ampliação da
carteira de
fornecedores,
diversificando
Desabastecimento as empresas no
Médio quesito geográfico e
de insumos Menor
longo prazo diminuindo riscos de
críticos desabastecimento
• Construção de
estoque de insumos
Eventos críticos
climáticos
• Monitoramento
extremos Desmoronamento das áreas de lavra
Médio
de solo (áreas Menor e avaliação da
de lavra) longo prazo estabilidade do
solo

• Monitoramento
das áreas; planos
de contingência
Dispersão de Médio
poluentes Extremo preparados
longo prazo construção de
estrutura de
contenção

Mudança na
• Acompanhamento
variação dos de dados
regimes de de estações
Variabilidade chuvas, gerando Médio meteorológicas
sazonal impacto nos longo prazo Menor • Gestão e
manutenção de
plantios da plantio
recuperação de
áreas mineradas

• Plano de vacinação
anual, programa
Aumento de de saúde
incidência implementado e
de doenças Longo prazo
equipe de saúde
Não mensurado
RELATÓRIO TCFD

relacionadas ocupacional
capacitada e
ao calor e disponível em
Aumento da transmissíveis todas as unidades
temperatura
Sobrecarga
de sistemas • Plano de
Médio
elétricos Não mensurado manutenção
longo prazo preventiva
(quedas de
28 energia)
RISCOS DE TRANSIÇÃO

Cenário de Horizonte Impacto Gestão


risco climático Risco temporal financeiro do risco
(valores estimados)

• Monitoramento do
desenvolvimento
de mecanismos
Precificação de precificação no
Pagamento mercado
de carbono de novas Médio prazo Menor • Desenvolvimento
e taxas de de preço interno de
taxas
fronteira carbono e aplicação em
áreas estratégicas da
Companhia

• Manutenção das
ações de inteligência
de tendências
Novas tecnológicas
tecnologias • Desdobramento das
de alumínio Novos Médio estratégias de inovação
de baixo Não mensurado
concorrentes Longo prazo dentro da empresa
• Ampliação das
carbono (ex.: parcerias de
anodo inerte) inovação, pesquisa e
desenvolvimento

• Mapeamento de
tendências de mercado
• Aproximação e
desenvolvimento
Novos conjunto com clientes
Utilização entrantes no Médio • Ações para redução da
de materiais Moderado
mercado de Longo prazo pegada de carbono
sucedâneos • Reforçar o
transformados posicionamento como
produtora de alumínio
de baixo carbono
RELATÓRIO TCFD

• Mapa de exposição de
Volatilidade Oscilações commodities
dos preços do nos preços • Mapa de riscos
Médio financeiros
alumínio devido determinados Longo prazo Extremo • Análises de impactos
às mudanças pelos financeiros com
climáticas mercados projeções

29
A CBA está constantemente trabalhando para aprofundar sua estratégia de adaptação
climática, e os riscos mapeados passam periodicamente por revisão, de forma a dar
continuidade ao avanço da agenda.

Indicadores-Chave de Riscos
A área de risco estruturou Indicadores-Chave de Riscos (Key Risk Indicator – KRI), que são
indicadores que monitoram o funcionamento dos controles-chave e a exposição aos riscos e
servem para direcionar a tomada de decisão e monitorar a eficiência dos controles.
Os riscos mapeados são classificados em uma matriz de risco que avalia a probabilidade de
ocorrência do risco e o impacto gerado pela concretização do risco. Dentro da matriz gerada
foram priorizados como riscos a serem monitorados os quatro quadrantes destacados na
imagem abaixo:

Matriz de Risco

Muito
Provável

Provável
PROBABILIDADE

Eventual

Remota

MENOR MODERADO MAIOR EXTREMO

IMPACTO
Figura 11: Matriz de Risco
RELATÓRIO TCFD

Os riscos classificados nesses quadrantes possuem um ambiente de controle estabelecido e


suficiente para mitigação dos riscos, que permitem a implantação de KRIs, contemplando as
seguintes etapas:

30
• Definição de Indicador de Risco
• Mapeamento dos dados
• Cálculo do Indicador de Risco
• Definição das tolerâncias
• Estabelecimento da periodicidade
• Elaboração do dashboard
• Apresentação do resultado
Um exemplo de KRI relacionado às mudanças climáticas seria o indicador de emissões de
gases do efeito estufa de produtos primários com relação à perspectiva de resultado anual da
meta da Estratégia ESG 2030. Esse acompanhamento é mensal para os fatores de emissão
que são mais representativos para a meta.

RELATÓRIO TCFD

31
6.3 Oportunidades

Além do processo de mapeamento e da gestão de riscos, a Empresa também identifica


oportunidades substanciais relacionadas ao clima:

• Iniciativas de redução de emissões (detalhadas na tabela abaixo):

Magnitude
do Impacto
Iniciativas Descritivo Impactos em emissões Financeiro
(Benefício de
implantação do projeto)

Substituição do consumo Este projeto foi


Caldeira de gás natural para responsável por reduzir
Biomassa geração de vapor por Moderado
aproximadamente 60%
biomassa de eucalipto das emissões da área

Modernização Modernização da
de tecnologia tecnologia Soderberg Potencial de reduzir
de Salas (eletrólise) para mais de 130 mil Moderado
Fornos (Green um sistema de toneladas de CO2e
Soderberg) abastecimento pontual

Aumento Aumento da participação Potencial de reduzir


do consumo de sucata de alumínio mais de 230 mil Moderado
de sucata na composição de toneladas de CO2e
produtos CBA

• Desenvolvimento de produtos e soluções em parceria com clientes: apoio da


área de Desenvolvimento de Mercado e Inovação (DMI) no processo de aluminização
do mercado por meio de projetos desenvolvidos em conjunto com os clientes, com
oportunidades que gerem redução de emissão. Em 2022, foram mapeados 24 projetos
RELATÓRIO TCFD

com ganhos em sustentabilidade, cujo resumo dos ganhos está detalhado abaixo:

32
DETALHAMENTO DE IMPACTOS (2022)
Ambiental Quantidade Unidade Comentário

Emissões 195.092 tCO2e Reduzidas e evitadas


Precificação Valor teórico baseado no preço
de carbono 4.458 mil Reais (R$)
interno de carbono da CBA
Resíduos 74.502 Toneladas Reduzidos e evitados

Social

Pessoas
envolvidas em
projetos de 24.451 Pessoas Internas e externas
adaptação e
mitigação

Governança

Apoio no processo de obtenção de três certificações e no estabelecimento de políticas

Foram mapeadas 15 possibilidades de aprofundamento na análise de sustentabilidade

• Alavancagem em novos mercados que estejam comprometidos com a agenda


climática (novos clientes)
• Potencial de geração de créditos de carbono (ex.: Projetos Reflora e REDD+)

Projeto de emissão de créditos Impactos dos projetos

O projeto viabiliza o atingimento de um dos objetivos da Estratégia ESG


2030 com foco em aumentar corredores ecológicos, gerar impactos sociais
RELATÓRIO TCFD

e a médio e longo prazos e que essas áreas reflorestadas passem a ser


Reflora CBA fornecedoras de serviços ambientais, tais como regulação do clima, aumento
do fluxo de nascentes e da biodiversidade local e sequestro de carbono,
podendo vir a gerar créditos de carbono no futuro

Geração de crédito de carbono:


• 316 mil créditos de 2017 a 2021
REDD+ • 1,7 milhão de créditos até 2045

33
• Captações financeiras atreladas ao desempenho ESG (em especial à performance
de indicadores de emissão de GEE). Em 2020, a CBA foi pioneira na emissão de Notas de
Crédito à Exportação Verde (NCE) no mercado brasileiro, para obtenção de recursos lastreados
em projetos sustentáveis que fomentem as exportações.
Em 2021, fomos além e tivemos a 1ª Emissão de Debêntures Verdes da Companhia, cujos
recursos serão destinados a projetos com objetivo de melhorar o desempenho ambiental de sua
estrutura produtiva. No mesmo ano foi contratada uma linha de crédito rotativa no valor de
US$ 100 milhões, em que, alinhada às metas ESG da Companhia, a CBA se comprometeu com a
redução anual das emissões de gases de efeito estufa até 2025.

Em 2022, a Companhia manteve sua trajetória de forma a se posicionar como referência em


sustentabilidade, por meio da materialização da Estratégia ESG 2030. Essa atuação marcante e o
incentivo contínuo à redução de emissões nos processos produtivos da CBA permitiram o acesso
da Companhia a fontes de financiamentos verdes. Durante o ano, foram feitos empréstimos
bilaterais ESG-linked no total de US$ 96,5 milhões e que também estão atrelados às metas
anuais de redução na emissão de gases de efeito estufa na produção de alumínio primário, e, caso
atingidas, podem gerar redução no custo.

Adicionalmente, em novembro de 2022, a CBA realizou a contratação do financiamento do


Projeto ReAl e da carteira de P&D, no valor de R$ 109 milhões junto à Financiadora de Estudos e
Projetos (FINEP). E em dezembro de 2022, CBA e Metalex firmaram, junto ao Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os contratos de financiamento no valor total de
R$ 611 milhões. O montante será aplicado no religamento das Salas Fornos 3, na modernização
de seus fornos de eletrólise na fábrica de Alumínio (SP), ambos anunciados pela empresa em seu
IPO e no projeto de reciclagem da Metalex.
RELATÓRIO TCFD

34
7. Métricas e metas
A CBA compreende a urgência da crise climática e busca cumprir o seu papel para mitigar as emissões
de gases do efeito estufa. De modo a embasar a tomada de decisão em dados, utiliza métricas
específicas para a gestão de riscos e oportunidades climáticos, além de estabelecer metas ambiciosas
baseadas no que a ciência climática entende como necessário para limitar o aquecimento global. A
CBA possui metas aprovadas pela iniciativa Science Based Targets (SBTi) , sendo a primeira produtora
de alumínio primário no mundo a obter tal aprovação.

Área reabilitada após mineração de bauxita na Zona da Mata (MG)

7.1 Metas

Além dos objetivos de redução de emissão da Estratégia ESG 2030 (páginas 12 e 13), a
Companhia empenhou esforços no desenho das metas de redução de emissões baseadas
em potenciais iniciativas a serem implementadas durante esta década. Esses esforços se
traduziram no respaldo técnico dado, no início de 2022, pela iniciativa Science Based Targets
(SBTi). Abaixo estão listados os principais compromissos da CBA que contribuem para uma
melhor performance em redução das emissões de GEE.

Metas de redução de emissões de GEE aprovadas pela SBTi:


RELATÓRIO TCFD

• Reduzir em 40% a intensidade de emissões (escopo 1 e 2) da produção de alumínio


primário em relação a 2018 (considerando Unidade Alumínio nas etapas de refinaria e
eletrólise)

Evolução do objetivo: redução de 4,5% até 2022

35
• Reduzir 35% das emissões absolutas de escopo 1 e 2 até 2030 das demais unidades
de negócio da empresa em relação a 2018 (considerando unidades de mineração,
Itapissuma, Metalex e Unidade Alumínio nas etapas de Fundição e Transformação Plástica)

Evolução do objetivo: redução de 7,0% até 2022

• Reduzir em 13,5% as emissões de escopo 3 (categorias 1, 3, 4 e 9) em todas as


unidades até 2030 em relação a 2019

Evolução do objetivo: de 17,6% até 2022

Objetivos da Estratégia ESG 2030 que contribuem para a melhor gestão de


aspectos relacionados a riscos e oportunidades climáticos

Programas ESG 2030: Geração de Energia Renovável e Eficiência Energética

• Ter 100% de fontes renováveis de energia elétrica nos processos produtivos

Evolução do objetivo: 100% de energia elétrica de fontes renováveis rastreáveis

• Reduzir a intensidade energética (energia elétrica e combustíveis) até 2030 (GJ/t AL)

Evolução do objetivo: em 2022, a CBA iniciou a implementação de três projetos de


eficiência energética na Fábrica de Alumínio, com potencial de redução de 5MW do
consumo da operação:

• Ar comprimido (Refinaria de Alumina): troca dos compressores antigos por novos, com
uma redução média de 1MW

• Iluminação (Refinaria de Alumina, Fundição e Extrusão): troca da iluminação


convencional, resultando em uma redução de 0,5MW em 2022
RELATÓRIO TCFD

• Motores elétricos/Inversores de frequência (Refinaria, Salas Fornos e Fundição):


troca dos motores antigos, de baixo rendimento, por outros de alto rendimento, com
instalação de inversores de frequência, cujo processo de instalação será finalizado em
2023

36
Programas ESG 2030: Gestão de recursos hídricos

A Companhia reconhece a importância de preservação de corpos hídricos para o processo de


adaptação climática.

• Reduzir em 20% o consumo de água nova por tonelada de alumínio líquido produzido
até 2030

Evolução do objetivo: redução de 17,2% no consumo de água nova até 2022

• Implementar iniciativas para manutenção da segurança hídrica em parceria com


stakeholders

Evolução do objetivo: criação de um Comitê de Resiliência Hídrica na CBA e participação


em Comitês de Bacias Hidrográficas

Programas ESG 2030: Reciclagem do alumínio

• Ampliar para 80% o volume de reciclagem de alumínio com sucata industrial e de


obsolescência na Metalex

Evolução do objetivo: 65% de reciclagem na Metalex em 2022

• Ampliar para 50% o volume de reciclagem de alumínio com sucata industrial e de


obsolescência na produção de tarugos na Fábrica Alumínio (SP)

Evolução do objetivo: 24% de reciclagem em tarugos na Fábrica Alumínio em 2022

• Ampliar a captação de sucata e reciclagem externa

Evolução do objetivo: mais de 83 mil toneladas de sucata externa utilizada nos


RELATÓRIO TCFD

processos produtivos da CBA e pactuação de parcerias para ampliar a captação de


sucata externa

37
7.2 Precificação de carbono

A fim de avaliar impactos de uma precificação de carbono no Brasil e a implementação de


uma taxa para exportação para países europeus (Carbon Border Adjustment Mechanism-
CBAM), a CBA utiliza um Preço Interno de Carbono, considerando a metodologia de preço
sombra.

Boa parte do menor impacto de precificações de carbono na operação da CBA se dá pela


sua reduzida intensidade de emissões na produção de alumínio primário, destacando que a
maior diferença entre o resultado de intensidade de GEE é referente a emissões de escopo 2,
trazendo vantagem para empresas que utilizem uma matriz energética de fontes renováveis.

Em paralelo, a CBA mensurou o preço de carbono de suas operações relacionadas ao Escopo


1 e Escopo 2, incluindo emissões resultantes do processo de eletrólise.

Para isso, a Companhia avaliou os Custos Marginais de Abastecimento (Curva MAC) para
determinar o preço implícito das operações, responsável por refletir o custo (médio) que a
empresa tem (ou terá) para abater uma tonelada de CO2e de seus produtos, operações e/ou
investimentos. Dessa forma, é possível utilizá-lo com o viés de avaliação de oportunidades
de redução de emissões. Para construção da curva, foram consideradas as emissões médias
com base nas unidades produtivas.
Caldeira Medição online
Biomassa de TC e AC

0
Single Stream Aumento de Lógica Fuzzy
Modernização da tecnologia de Reciclagem dos caster da
-1 Salas Fornos (eletrólise) área 2
ReAl-Reciclagem
de embalagens
-2

-3 Implantação
RELATÓRIO TCFD

do Forno G

-4

Obs.: Escala
Interrompida
-5
Purificação do Licor ktCO2e
abatidas
-6
0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 38
Legenda: Curva MAC
Além dos projetos já mapeados, a CBA vem estudando as movimentações de mercado
acerca de novas tecnologias disruptivas para descarbonização do seu processo e tem
realizado análises de viabilidade destas. Entre elas temos, por exemplo, a tecnologia
Captura, Estocagem e Utilização de Carbono (CCUS). Segundo o IAI, além do CCUS, a
tecnologia de anodo inerte também é importante para reduzir emissões, porém ela não
se encontra pronta e disponível no mercado de forma comercializável e escalável para
ambientes industriais.
Do ponto de vista de riscos climáticos, o preço sombra sobre as emissões da empresa foi
estimado levando em consideração as principais premissas do projeto PMR Brasil e do CBAM
europeu, e a proposta de preço do carbono foi definida em R$ 22,85, conforme avaliação de
cenários elaborada pela empresa para o período de 2025-2036, considerando a possibilidade
de precificação no Brasil e nas exportações para países europeus. Essa avaliação contou com
o uso de algumas premissas, sendo elas:
• Abatimento de permissões gratuitas de 50% do valor total de emissões a ser
conciliado
• Início do processo de precificação em 2025 no Brasil e em 2026 para o CBAM com
aumento gradual dos valores de permissão
• Perfil de exportação atual da Companhia
• Utilização de offsets limitada a 20% do valor total de emissões a ser conciliado
• Cotação do dólar a R$ 5,69
Esse preço do carbono subsidia as análises financeiras da empresa e as avaliações sobre
riscos e impactos, além de subsidiar as decisões dos Projetos de CAPEX, Gestão de
Competitividade (GC) e Desenvolvimento de Mercado e Inovação (DMI).
RELATÓRIO TCFD

39
7.3 Indicadores de consumo energético

Caldeira a biomassa da CBA localizada na


Unidade Alumínio (SP)

A CBA conta com indicadores de consumo de energia por tipo de fonte e de intensidade
energética por produto para monitorar consumo de energia elétrica e consumo de
combustíveis das operações.
RELATÓRIO TCFD

40
Consumo de energia dentro da organização, por fonte (mil GJ)

2020 2021 2022


Negócio Negócio Total Negócio Negócio Total Negócio Negócio Negócio Total
Alumínio Níquel Alumínio Níquel Alumínio Níquel Energia
Consumo total de energia de fontes renováveis 2.709 1 2.710 3.193 1 3.194 3.039 1 1 3.041
Consumo total de energia de fontes não renováveis 5.035 7 5.042 5.146 11 5.157 5.844 15 3 5.862
Consumo de energia elétrica 19.409 34 19.443 22.026 30 22.056 22.746 21 145 22.913
Consumo total de energia dentro da organização1 27.153 42 27.195 30.365 42 30.407 31.629 38 150 31.816
Porcentagem de energia elétrica2 71% 81% 71% 73% 71% 73% 72% 56% 97% 72%
Porcentagem de combustíveis de fonters renováveis3 10% 2% 10% 11% 2% 11% 10% 3% 0% 10%

• Nota 1: Os dados de entrada são os mesmos utilizados nos cálculos de emissão de CO2e da ferramenta do GHG Protocol.
• Nota 2: Foram utilizados os fatores de conversão disponíveis em BEN2022.
• Nota 3: A venda total de energia foi de 7.344 mil GJ e não é considerada dentro do consumo de energia.
• Nota 4: O total de consumo de eletricidade autogerada foi de 17.384 mil GJ e representou 76% do consumo de eletricidade.
• Nota 5: 100% da eletricidade consumida são de origem renovável garantida por meio de certificados i-RECs.
Legenda: Consumo de energia dentro da organização

Intensidade energética por produto (em GJ/ton)

2020** 2021 2022

Energia Combustíveis Total Energia Combustíveis Total Energia Combustíveis Total


elétrica elétrica elétrica
Minerações (bauxita beneficiada) 0,02 0,12 0,14 0,02 0,12 0,14 0,02 0,04 0,07
Salas Fornos (metal líquido) 56,68 0,23 56,91 55,76 0,21 55,97 57,32 0,28 57,60
Fábrica Alumínio (produto acabado*) 63,68 21,99 85,67 58,51 19,49 78,00 58,82 20,07 78,89
Metalex (alumínio fundido) 0,23 4,67 4,90 0,24 4,56 4,80 0,27 5,08 5,35
Alux do Brasil (alumínio fundido) N/D N/D N/D N/D N/D N/D 0,35 6,02 6,55
Itapissuma (produto transformado) 5,56 14,50 14,50 6,35 16,77 23,12 6,60 17,94 24,54

• * Alumínio primário e transformado para o mercado, não considera a transferência do produto fundido para a etapa de Transformação Plástica.
• Nota: Os dados de minerações contemplam a bauxita beneficiada. Os dados de Salas Fornos contemplam o metal líquido. Os dados da Fábrica
Alumínio contemplam o produto acabado. A Metalex produz tarugos, e Itapissuma laminados. As etapas de Salas Fornos e Fábrica de Alumínio são
RELATÓRIO TCFD

integradas e apresentadas aqui separadamente para maior transparência deste processo.

Legenda: Intensidade energética por produto

A CBA possui capacidade instalada para produzir 100% da demanda de energia elétrica.
Em 2022, 76% da eletricidade foram provenientes da autogeração por hidrelétricas
próprias, e a CBA adquiriu Certificados de Energia Renovável (REC) para o montante de
energia adquirida no mercado a fim de garantir a rastreabilidade e atingir os 100% de
41 energia renovável. Para a energia autogerada, a CBA garante a emissão de autodeclaração
de energia de acordo com os critérios do Programa Brasileiro GHG Protocol, também
garantindo sua rastreabilidade.
7.4 Emissões de gases do efeito estufa

A CBA elabora o inventário de emissões de gases do efeito estufa de acordo com os


princípios e as diretrizes fornecidos pelo GHG Protocol. Todos os gases estão incluídos no
cálculo (CO2, CH4, N2O, HFCs, PFCs, SF6, NF3).

Para os cálculos do Escopo 1 e Escopo 2 são utilizados dados primários da operação da


empresa, incluindo o cálculo de Escolha de Compra para o Escopo 2. Para o Escopo 3,
os cálculos das categorias 4, 6 e 9 são feitos utilizando a ferramenta do programa GHG
Protocol Brasil e dados primários das operações. Para calcular as categorias 1, 3 e 10, são
utilizados fatores de emissão das bases de dados Ecoinvent, DEFRA e do CRU (Consultoria
financeira que também avalia emissões de produtores de alumínio no mundo). A categoria
10 é estimada em relação aos volumes de venda de produtos da CBA no ano vigente,
enquanto as demais entradas também consideram dados primários das operações.

Anualmente, essas emissões são verificadas por um Organismo de Verificação Independente


acreditado pelo INMETRO para avaliação de Inventários de Gases de Efeito Estufa, com
nível de confiabilidade limitada.

Os dados de emissão de GEE da empresa podem ser vistos na tabela abaixo:

EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA (CONSOLIDADO)

Emissões de gases de efeito estufa


Em mil toneladas de CO2e 2020 % do escopo 2021 % do escopo 2022 % do escopo

Emissões diretas (Escopo 1)

Combustão estacionária 284,7 27% 258,4 22% 283,7 21%


Combustão móvel 15,3 1% 17,3 2% 20,4 2%
Emissões fugitivas 4,2 0% 4,7 0% 5,5 0%
Processos industriais 759,6 71% 872,1 76% 1.046,2 77%
RELATÓRIO TCFD

Atividades de agricultura 0,1 0% 0,1 0% 0,1 0%


Mudança de uso do solo N/A N/A N/A N/A 1,4 0%
Resíduos (resíduos sólidos N/A N/A N/A N/A N/A N/A
+ efluentes)
Total de emissões 1.063,9 1.152,6 1.357,3
EMISSÕES DE ESCOPO 1
Emissões de CO2e biogênico - Escopo 1 2,3 N/A 2,7 N/A 2,9 N/A
Remoções de CO2e biogênico - Escopo 1 11,9 N/A 4,2 N/A 1,5 N/A 42
2020 % do escopo 2021 % do escopo 2022 % do escopo
EMISSÕES INDIRETAS (ESCOPO 2) DE GEE (LOCALIZAÇÃO)
Energia elétrica 333,4 96% 774,4 97% 264,2 95%
Perdas por transmissão e distribuição 7,1 2% 18,2 2% 6,9 2%
Compra energia térmica 5,2 1% 7,0 1% 6,8 2%

Total de emissões 345,6 799,54 277,9


Escopo 2 (Localização)

2020 % do escopo 2021 % do escopo 2022 % do escopo


EMISSÕES INDIRETAS (ESCOPO 2) DE GEE (Escolha de compra)

Energia elétrica 66,0 91% 0 0% 0 0%


Perdas por transmissão e distribuição 1,3 2% 0 0% 0 0%
Compra energia térmica 5,1 7% 7,0 100% 6,8 100%
Emissões de CO2 biogênica - Escopo 2 266,2 369,5 369,5

Total de emissões
Escopo 2 (Localização) 72,40 7,00 6,8

2020 % do escopo 2021 % do escopo 2022 % do escopo


OUTRAS EMISSÕES INDIRETAS (ESCOPO 3) DE GEE

Categoria 1 - Bens e serviços 1.400,2 94% 2.052,2 85% 971,3 72%


comprados

Categoria 3 - Atividades
relacionadas com combustível 67,6 5% 36,9 2% 51,1 4%
e energia não inclusas nos
Escopos 1 e 2

Categoria 4 - Transporte e 22,2 1% 19,7 3% 93,7 7%


distribuição (upstream)

Categoria 6 - Viagens a negócios N/D N/D 0,1 0% 0,4 0%


Categoria 9 - Transporte e
distribuição (downstream) N/D N/D 31,6 1% 42,0 3%

Categoria 10 - Reprocessamento N/D N/D 208,2 9% 191,1 14%


de produtos vendidos

Total de emissões Escopo 3 1.490,0 2.408,70 1.349,6

Emissões de CO2 biogênicas 2,6 N/D 11,5 N/D 10,9 N/D

*N/A - não aplicável


N/D - não disponível
RELATÓRIO TCFD

Com relação à variação das emissões no período de 2020 a 2022, houve redução de mais
de 60% das emissões de Escopo 1 na refinaria devido à implantação da Caldeira Biomassa
- um dos principais projetos que apoiam o atingimento das metas de redução de emissões
(SBTi e Estratégia ESG 2030). Como o vapor é adquirido pela CBA e produzido por uma
empresa parceira, suas emissões passaram a ser contabilizadas no Escopo 2, causando
um aumento de 8,9% nas emissões de Escopo 2. Antes da implementação deste projeto,
43 as emissões de geração de vapor eram contabilizadas em Escopo 1 por ser uma atividade
realizada pela CBA.
O Escopo 2 possui duas possíveis abordagens de reporte, sendo elas:

• Abordagem de localização: considera seu limite geográfico em um dado período de


tempo, pressupondo que toda a energia venha da rede nacional.
• Abordagem de escolha de compra: considera o fator de emissão diretamente
associado à origem da geração de eletricidade, sendo necessários sua comprovação e
seu rastreamento.

A CBA, por possuir 23 usinas hidrelétricas próprias e de consórcios, reporta seus


indicadores utilizando a abordagem de escolha de compra e compra RECs para garantir
a rastreabilidade de energia renovável do consumo que eventualmente não possa ser
suprido pela autogeração.

O Escopo 2 por escolha de compra teve redução de 90%, pois a empresa zerou as
emissões por consumo de energia elétrica por meio da aquisição de RECs para neutralizar
as emissões não provenientes das usinas próprias e adquiridas do grid nacional, reduzindo
a emissão de aproximadamente 300 mil toneladas de carbono no ano de 2022. Por fim, o
Escopo 3 teve um aumento significativo devido à inclusão da mensuração das categorias
1, 3, 6, 9 e 10 no cálculo.

Também é feita a mensuração da intensidade de emissões utilizando o indicador tCO2e/t


produto. Para os produtos da fábrica integrada localizada em Alumínio (SP), a organização
inclui as emissões de GEE do Escopo 1 e do Escopo 2 para: produção de alumínio fundido
(desde a mineração); produção de alumínio transformado (desde a mineração); e Salas
Fornos (alumínio líquido – etapa única).

Principais indicadores de emissão acompanhados pela Companhia:

Mineração: 0,009 t CO2e/t bauxita

Refinaria: 0,24 t CO2e/t alumina

Salas Fornos: 3,03 t CO2e/t alumínio líquido


RELATÓRIO TCFD

Fundição: 0,13 t CO2e/t alumínio fundido

Transformação Plástica: 0,11 t CO2e/t alumínio transformado

Metalex: 0,25 t CO2e/t alumínio fundido

Itapissuma: 0,91 t CO2e/t alumínio transformado


44
Alux: 0,31 tCO2e/t alumínio fundido
Além dos indicadores reportados, é possível acessar os indicadores de emissão específicos
por produtos da CBA no reporte ao Registro Público de Emissões, disponíveis aqui!

Unidade CBA em Itapissuma - PE

7.5 Produtos de baixo carbono

Legado Verdes do Cerrado, localizado em Niquelândia (GO)


RELATÓRIO TCFD

45
Bobinas produzidas na fábrica Alumínio (SP)
A CBA tem o compromisso de fornecer alumínio de baixo carbono, e o selo
Alennium, lançado em 2022, chegou para reforçar esse compromisso.

O selo passa a ser estampado nos produtos fabricados com o alumínio


da CBA considerado de baixo carbono, ou seja, que atinge até quatro toneladas de CO2e
por tonelada de alumínio líquido produzida.

Assim, os clientes dos produtos finais conseguem identificar quais produtos colaboram
para um mundo mais sustentável para todos e todas e para o próximo milênio. A chegada
do Alennium simboliza mais uma etapa da construção do futuro que a CBA planeja –
construído em parceria, com respeito ao meio ambiente e à sociedade. Para conhecer mais
sobre o selo da CBA clique aqui.

Passaportes Digitais

Em 2022, alguns produtos da CBA começaram a ganhar passaportes digitais com


informações técnicas e dados sobre certificações, ações de engajamento da Empresa na
agenda climática e performance de emissões dos produtos. Basta apontar a câmera para
o QR Code presente nos produtos com passaporte digital para acessar os dados. Foram
lançados seis passaportes, em português e inglês, que utilizam a tecnologia de blockchain.
Todas as informações dos passaportes passam por verificação de terceira parte e são
auditadas e rastreadas, levando confiabilidade a seus clientes. Para acessar os passaportes
digitais dos produtos CBA clique aqui!
RELATÓRIO TCFD

46
7.6 Próximos passos

A CBA compreende a trajetória a ser trilhada para evoluir na gestão de aspectos climáticos
e está avançando para adotar a totalidade das recomendações da TCFD. Já há clareza sobre
quais são os próximos passos a serem seguidos a curto e médio prazos:

• Desenvolver uma linha de produtos carbono neutro disponível para o mercado


• Definir a trajetória da neutralização das emissões até 2050
• A partir das análises de cenários climáticos realizadas, aprofundar seu plano de
adaptação às mudanças climáticas, considerando a execução de medidas para
aumentar a resiliência da empresa frente aos riscos potenciais
• Apoiar a Gestão Pública em mitigação e adaptação climática
• Acompanhar e garantir o avanço dos objetivos da Estratégia ESG 2030 e do SBTI
RELATÓRIO TCFD

47
8. Sumário TCFD
Referências Referências
Pilar Recomendação Práticas CBA neste
externas
documento

Integrantes do Conselho
participam do Comitê de
Sustentabilidade, o qual se
reúne trimestralmente, tendo
mudanças climáticas como
a) Descreva uma de suas pautas. Um
como o Conselho exemplo de tema discutido e
aprovado dentro do comitê foi
supervisiona riscos a precificação de carbono e a
e oportunidades análise da aderência ao TCFD
Relatório Anual 2022
relacionados (p. 59-61, 71 e 106)
Integrantes do Conselho
às mudanças participam do Comitê de
climáticas Sustentabilidade, reunindo- Cadernos de
se trimestralmente. A CBA Divulgações
também possui um Comitê Complementares
b) Descreva o papel Executivo de Sustentabilidade 2022 (p. 34 - 35)
Governança que conta com a presença do Capítulo 5
da Administração
CEO da empresa, reunindo- Questionário
na avaliação e na se bimestralmente para Mudanças Climáticas
gestão de riscos acompanhar a execução CDP (questôes
de iniciativas relacionadas C1.1; C1.2; C1.3)
e oportunidades ao tema. É monitorada,
relacionados inclusive, a implementação
de medidas responsáveis
às mudanças por reduzir emissões de
climáticas gases do efeito estufa

Para o tema de riscos, a


Empresa também possui um
Comitê de Auditoria Estatutário
e aprova no Conselho de
Administração os riscos
estratégicos da Companhia

Atualmente, a Empresa
identifica os riscos físicos
a) Descreva aos quais está exposta Relatório Anual
como, por exemplo: 2022 (p. 71 e 106)
os riscos e as
oportunidades Cadernos de
RELATÓRIO TCFD

• Limitação de uso ou falta de


água no processo produtivo Divulgações
relacionados Complementares
• Riscos de transição
às mudanças relacionados a uma 2022 (p. 34 - 35)
Estratégia precificação de carbono
Capítulo 5
climáticas que
no Brasil ou atrelados aos Questionário
a organização produtos exportados Mudanças Climáticas
identificou no CDP (questões
A Empresa já atua para C1.1; C1.2; C1.3)
curto, médio e mitigar tais riscos e considera-
longo prazos se resiliente em relação
à sua materialização 48
b) Descreva Também já foram identificadas
diversas oportunidades de
os impactos redução de emissões que estão
dos riscos e as em implementação, como a
substituição do combustível
oportunidades das caldeiras e o aumento
relacionados de consumo de sucata
às mudanças
A CBA realizou mais de
climáticas sobre uma captação atrelada ao
os negócios, a desempenho em relação à
meta de redução de emissões
estratégia e o e já projeta o investimento de Relatório Anual
planejamento R$ 620 milhões no projeto de 2022 (p. 71 e 106)
modernização de Salas Fornos,
financeiro da R$ 180 milhões no projeto de
Cadernos de
Estratégia organização reciclagem, ambos que apoiam
Divulgações Capítulo 6
a agenda climática até 2030
Complementares
c) Descreva a 2022 (p. 34 - 35)
Ainda, possui processos para
resiliência da priorização de CAPEX atrelado a
Questionário
iniciativas que reduzem emissões
estratégia da de gases do efeito estufa
Mudanças Climáticas
CDP (questões
organização, C1.1; C1.2; C1.3)
considerando Em parceria com a FGVces, a
CBA analisou cenários climáticos
diferentes cenários considerando dados do
de mudanças WorldClim e do INPE. Levou-se
em conta o horizonte temporal
climáticas, até 2060 e os cenários RCP 4.5
incluindo um e RCP 8.5 para avaliar a variação
de temperatura e precipitação,
cenário de 2°C incluindo a probabilidade
ou menos de eventos extremos

a) Descreva A CBA possui uma política de


os processos gestão de riscos definida a
partir da norma ABNT NBR ISO
utilizados pela 31000:2018 que é aplicada
organização para qualquer risco ao qual
a Companhia está exposta. Relatório Anual
para identificar e Os horizontes temporais 2022 (p. 71 e 106)
avaliar os riscos considerados são:
relacionados • Curto prazo: 0-1 ano Cadernos de
• Médio prazo: 1-5 anos Divulgações
às mudanças • Longo prazo: 5-30 anos Complementares
Gestão de climáticas 2022 (p. 34 - 35)
A priorização dos riscos Capítulo 6
Riscos considera a magnitude potencial
b) Descreva e a probabilidade de se
Questionário Mudanças
RELATÓRIO TCFD

Climáticas CDP
os processos tornarem, de fato, um impacto, (Módulo 2 – Riscos
utilizados pela considerando diversos aspectos e oportunidades)
na régua de risco. A partir da
organização para identificação e da avaliação do
gerenciar os riscos risco, são definidas as medidas
relacionados mitigatórias necessárias
que serão executadas pelos
às mudanças “donos do risco”. Todas essas
climáticas

49
c) Descreva como informações são cadastradas
em uma “ficha de risco”, a qual
os processos solicita informações adicionais Relatório Anual
utilizados pela caso o risco tenha alguma inter- 2022 (p. 71 e 106)
relação com questões climáticas
organização para
Cadernos de
identificar, avaliar Ao fornecer detalhes sobre Divulgações
potenciais impactos e ações
Gestão de e gerenciar os mitigatórias dos riscos, a área
Complementares
riscos relacionados responsável pela gestão de
2022 (p. 34 - 35) Capítulo 6
Riscos
riscos da empresa precisa
às mudanças prover, também, informações
Questionário Mudanças
climáticas são Climáticas CDP
sobre a relação destes com
(Módulo 2 – Riscos
integrados à aspectos climáticos, caso seja
e oportunidades)
válido. Essas informações ficam
gestão geral consolidadas nas fichas de risco
de riscos da que são aplicadas a todos os
riscos aos quais a Empresa está
organização exposta

a) Informe
as métricas
utilizadas pela
A Companhia monitora os
organização para seguintes indicadores para
avaliar os riscos avaliar riscos e oportunidades
e oportunidades climáticos:
relacionados • Intensidade de emissões dos
Relatório Anual 2022
produtos fundidos
às mudanças • Percentual de energia
(p. 52 - 55, 98 - 105)
climáticas de renovável
acordo com sua • Intensidade energética: GJ/t Cadernos de
Métricas e estratégia e seu alumínio Divulgações
• Preço interno de carbono Complementares Capítulo 7
Metas processo de 2022 (p. 36 - 37)
gestão de riscos A Empresa reporta emissões de
Escopo 1, Escopo 2 (abordagem
Questionário Mudanças
de escolha de compra e
b) Informe as Climáticas CDP
de localização) e Escopo 3
(Módulos 4, 6, 7, 8 e 9)
emissões de (categorias 1, 3, 4, 9 e 10). As
gases do efeito emissões são verificadas por
um Organismo de Verificação
estufa de Escopo Acreditado com um nível de
1, Escopo 2 e, se confiabilidade limitada
for o caso, Escopo
3, e os riscos
relacionados a elas
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AGRADECIMENTOS
Este relatório demandou informações e revisões de diversas áreas da
Companhia. Agradecemos imensamente a todos(as) os(as) envolvidos(as)

Coordenação geral Equipes CBA Participações externas


Andressa Rissato Brolacci Sustentabilidade | Raquel Martins Consultoria técnica TCFD |
Lamana | Diretoria de Montagnoli, Ligia de Lima Resultante
Desenvolvimento Humano Carvalho, Bruna Orlandi Bicalho,
e Organizacional, Saúde e Gabriel Vianna Fumagalli e Projeto gráfico e diagramação |
Segurança, Meio Ambiente e Gabriel Cardoso Macedo Go&Grow
Sustentabilidade
Comunicação | Ludyane Chaves Fotos | Panoptica Multimídia,
RELATÓRIO TCFD

Camila Abel Correia da Silva| Agostini Lara e Michele Aparecida Lacerda Estúdio, Andrei Pires
Diretoria de Relações com dos Santos (fotos do Legado das Águas),
Investidores e Financeira Luciano Candisani (fotos do
Relações com Investidores | Legado Verdes do Cerrado) e
Leandro Campos de Amabile Caroline da Silva e Cintia Acervo CBA
Faria | Gerência-Geral de Regina Soares
Sustentabilidade Asseguração independente
Gestão de Riscos | Marcus Vinicius do inventário e indicadores de
Coordenação do Lanzelotti e Renato Cardozo de emissão de GEE | Bureau Veritas
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relatório Tradução | LATAM – Latin
Sustentabilidade | Vivian Tesouraria | Camila Alencar American Translations
Martins de Souza Maimone e Camila Rigoni Pereira
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