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INSTITUTO TOCANTINENSE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS

FACULDADE ITPAC CRUZEIRO DO SUL


Curso de Graduação em Medicina

KEROLAINE SILVA FONSECA

TABAGISMO - TABACO

Cruzeiro do Sul
2023
KEROLAINE SILVA FOSNECA

TABAGISMO - TABACO

Atividade Avaliativa da disciplina


de Sistemas Orgânicos Integrados
III – Tic´s.

Cruzeiro do Sul
2023
TABAGISMO – CIGARRO

O tabagismo é considerado uma pandemia, ou seja, não há lugar no


mundo onde não existam fumantes (Diehl & Figlie 2014). Estima-se que cerca
de 1,3 bilhões de pessoas (cerca de 01 bilhão de homens e 250 milhões de
mulheres) sejam fumantes de cigarro ou consumam outros produtos do tabaco
(SENAD, 2011).
É oportuno destacar que o tabagismo tem relação com vários tipos de
câncer, entre eles, pulmão, cavidade oral, laringe, faringe, esôfago, estômago,
pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo do útero, leucemias (INCA, 2015).
Dias (2011) enfatiza que o tabagismo é considerado uma das principais
causas de óbito no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),
30% da população adulta mundial são fumantes e cerca de 06 milhões de
pessoas morrem anualmente por doenças tabaco-relacionadas. Deste total, 10%
ou 600 mil pessoas são fumantes passivos.
Diehl e colaboradores (2011) lembram que cigarro industrializado é a
forma de consumo prevalente em nossa sociedade. O tabaco é cultivado em
todas as partes do mundo, sendo responsável por uma enorme atividade
econômica. Apesar de seus danos é uma das drogas mais consumidas
mundialmente (Medeiros, 2010).
Sardinha (2011) relata que a nicotina é um ingrediente psicoativo
altamente indutor a dependência. O tabaco usado para produzir cigarros é ácido
e, por isso, o fumante precisa tragar para que a nicotina seja absorvida nos
pulmões.
A dependência é uma doença crônica caracterizada pela busca e uso
compulsivo (inabilidade de resistir ao desejo) de determinada substância
psicoativa, na qual um indivíduo despreza qualquer efeito ou evento adverso
referente ao uso (SENAD, 2010).
É importante alertar que os danos causados à saúde pelo tabagismo, não
são devidos somente à nicotina. Segundo Zanelatto & Laranjeira (2013), o
cigarro contém mais de 4.700 substâncias, algumas cancerígenas e outras
tóxicas para vários órgãos do corpo.
Rosemberg, (2003) explica que qualquer que seja a forma de consumir o
cigarro, inclusive mascando-o, cria dependência, sendo o fumar mais intenso.
As pessoas que fumam 20 cigarros (01 maço) por dia, tragando em média 10
vezes por cigarro, realizam 200 impactos de nicotina no cérebro, totalizando 73
mil por ano. Os consumidores que fumam apenas 01 cigarro por dia, pensam
que isso nada representa para a saúde, porém recebem 3.650 impactos de
nicotina nos centros nervosos em um ano.
Considerado uma doença crônica devido à dependência da nicotina, o
tabagismo é reconhecido como uma dependência química que expõe os
indivíduos a inúmeras substâncias tóxicas. Desde 1997, a dependência de
nicotina está inserida na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), item
F 17.2 (Transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de tabaco)
no grupo de transtornos decorrentes do uso de substância psicoativa (Ribeiro &
Laranjeira, 2012).
A dependência à nicotina chega a alcançar 70% a 90% dos fumantes,
reforçando o tabagismo como uma doença e uma dependência que necessita de
tratamento (Oyama, 2011).
Importante apresentar a definição de tabaco e de alguns termos
relacionados ao tema:

• Compulsão
Necessidade poderosa de consumir a substância, o fumante não
consegue determinar a quantidade e o impulso de fumar.
• Fissura
Também conhecida como craving, é um forte impulso para usar a
substância, um desejo intenso de fumar.
• Fumar passivo ou tabagismo passivo
A inalação por não fumantes da fumaça dos derivados do tabaco e
produtores de fumaça, em ambientes fechados, inalação involuntária da fumaça.
• Nicotina
Um alcaloide que é a principal substância psicoativa do tabaco. Cada
tragada de fumaça de tabaco inalada contém nicotina que é rapidamente
absorvida através dos pulmões e chega ao cérebro em segundos. Provoca
tolerância e dependência.
• Substância psicoativa
Uso de drogas que alteram o estado mental. Uma substância que quando
ingerida afeta, por exemplo, cognição e humor.
• Tabaco
Qualquer preparação das folhas da Nicotiana tabacum, uma planta nativa
da América, seu principal ingrediente psicoativo é a nicotina.
• Tabagismo
O termo tabagismo pode ser utilizado para denominar o consumo de
qualquer produto derivado do tabaco.
• Tolerância
Necessidade do uso de quantidades cada vez maiores da substância para
se obter os mesmos resultados anteriores.

EFEITOS DO USO DO TABACO

Zanelatto (2013) relata que embora o primeiro cigarro fumado seja


preponderantemente marcado por efeitos desagradáveis, por exemplo, dor de
cabeça, tonturas, nervosismo, insônia, tosse e náusea, a diminuição desses
sintomas é rápida e dessa forma o consumo diário se estabelece.
De acordo com Urbano (2008) a nicotina é utilizada comumente para
estimular o sistema nervoso central, obter prazer, aumentar a agilidade e o
desempenho nas tarefas, reduzir a ansiedade e o apetite. Em longo prazo, os
resultados são terríveis. Os efeitos do uso do tabaco, segundo Diehl & Figlie
(2014), são: elevação leve no humor; diminuição do apetite; diminuição do tônus
muscular; dificuldade respiratória; tosses e espirros; aumento dos batimentos
cardíacos; aumento da pressão arterial; aumento da frequência respiratória;
aumento da atividade motora; aumento da concentração; diminuição da
necessidade de sono.

TABAGISMO E O SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)


Diehl & Figlie (2014) aponta que nicotina é a principal substância
psicoativa do tabaco e apresenta ação estimulante no sistema nervoso central
(SNC).
Esse efeito ocorre porque a nicotina pode agir em diversos
neurotransmissores, como a dopamina (responsável pelo aumento do prazer), a
noradrenalina (influência no humor e no sono), a serotonina (desempenha um
papel no organismo é como um neurotransmissor no cérebro) e a acetilcolina
(substância liberada pelos nervos parassimpáticos durante seu funcionamento)
(Zanelatto & Laranjeira, 2013).
A nicotina é principalmente absorvida pelos pulmões, na forma de
cigarros, charutos e cachimbos oferecem absorção tanto pelos pulmões quanto
pela mucosa bucal. Depois de estabelecida a dependência ao tabaco, a
dificuldade em cessar com o tabagismo é alta, e geralmente proporcional ao
número de cigarros fumados por dia e ao tempo de consumo da droga (Oyama,
2011).
Essa dependência significa uma necessidade compulsiva do uso da
substância, e o resultado disto, é que o cigarro passa a ser controlador do
comportamento do indivíduo (Ismael, 2007).

NICOTINA E O PULMÃO

A nicotina, substância psicoativa que causa dependência, presente no


tabaco é rapidamente absorvida pelos pulmões, atingindo o cérebro num período
curto de tempo de 9 a 10 segundos (Zanelatto & Laranjeira, 2013). O organismo
reage à nova substância, acostumando-se, com o passar do tempo a receber
cargas frequentes da droga, cada tragada chama a próxima e em um prazo de
um a três meses, a dependência se instala. Nesta fase se instala a tolerância,
ou seja, ocorre a necessidade de quantidade maior de nicotina para alcançar os
mesmos efeitos no sistema nervoso central (Ismael, 2007).
As autoras Diehl & Figlie (2014) relatam que segundo a OMS, o tabaco
mata cerca de 06 milhões de pessoas a cada ano, sendo que mais de 05 milhões
dessas mortes são resultados do uso direto do cigarro, enquanto 600 mil,
resultado do fumo passivo.
Os custos econômicos do uso do cigarro também são péssimos, além dos
gastos para a saúde pública decorrente dos tratamentos das doenças causadas
pelo tabaco, outro dado importante, é o fato do tabaco matar pessoas que estão
em fases produtivas em suas vidas (Figlie et. al., 2010).

FUMAR E O ALÍVIO DOS PROBLEMAS

O comportamento do dependente de substâncias, entre eles, o usuário de


cigarro, tem como características a busca pelo alívio. De acordo com Ismael
(2007), o fumar começa igualmente a ser associado a diversas situações pelas
quais o indivíduo passa: se ele está nervoso, fuma; se está tenso, fuma; se está
triste, fuma, se tem que pensar em uma solução, e assim por diante, para cada
uma das situações mencionadas, a resposta será o fumo
Passado o desconforto provocado pelas primeiras tragadas do cigarro,
entre eles, mal-estar, tontura, náuseas, o fumante passa a experimentar uma
sensação de prazer. Dá se a impressão que ao fumar, os problemas ficam
menores, diminuindo a angústia, a inquietação, o estresse, muitas vezes o
dependente sente-se mais seguro em suas atividades com o uso do cigarro.
É comum o fumante relatar que fumando, ele consegue relaxar, e isso,
realmente ocorre por 20 ou 30 minutos, porém, passando o efeito da nicotina,
ele vai acender outro cigarro, dando continuidade ao processo. Fujita (2013)
enfatiza que os efeitos reforçadores da nicotina, estímulos ambientais, o sabor e
o cheiro, o ato de segurar o cigarro na mão, vão se convertendo em elementos
agradáveis quando ocorrem conjuntamente por um longo período.
O fumo é responsável por 30% das mortes por câncer; 25% das mortes
por infarto do coração; 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica
(bronquite e enfisema); e 90% das mortes por câncer de pulmão (Dias, 2011).

NEOPLASIA MALIGNA

A neoplasia maligna, denominado tumor maligno (câncer) é uma doença


que causa desespero. Bortolon (2010) definiu o câncer como uma doença que
se caracteriza pelo crescimento rápido e invasivo de células com alteração em
seu material genético. Esse crescimento pode incidir em um órgão específico,
formando tumores localizados, ou se espalhar por todo o corpo, constituindo as
metástases (Ambrosio, 2010).
Metástase, segundo a definição do Dicionário Online de Português refere-
se ao surgimento de um tumor secundário ou menor, proveniente de um tumor
maligno. O grau de malignidade de um tumor depende de alguns fatores: em que
órgão ou parte do corpo ocorre, se permanece restrito a uma região ou propaga-
se na forma de metástases, da rapidez com que cresce e em que medida afeta
funções importantes ou vitais do corpo (Weber, 2012).
Nicácio (2009), explica que os tumores são classificados como benignos
(o que não invade tecidos em que se não originou e não produz metástase) ou
malignos (o que tem capacidade de invadir tecidos em que se não originou e de
produzir metástase. O câncer sempre esteve atribuído a questões negativas
como dor, sofrimento, morte etc. Essa correlação câncer/morte é angustiante e
terrível, tanto para o próprio doente como para os seus familiares. A ocorrência
de dor e de metástases aumenta a prevalência de depressão e ansiedade em
pacientes acometidos pela doença (Miranda, 2014).
O processo de formação do câncer, em geral, se dá lentamente, podendo
levar vários anos para uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor
visível (Barbosa, 2014). Os principais órgãos acometidos por câncer são: boca,
laringe, seios, sangue, pulmão, estômago, pâncreas, rins, cólon, reto, ovário,
útero, bexiga, próstata e pele (Nicácio, 2009).
INCA (2015) informa que os cânceres de pulmão e de bexiga estão entre
os 10 mais incidentes no Brasil. O principal fator para o desenvolvimento do
câncer de pulmão e bexiga é o tabagismo. O câncer sempre esteve atribuído a
questões negativas como dor, sofrimento, morte etc. Essa correlação
câncer/morte é angustiante e terrível, tanto para o próprio doente como para os
seus familiares (Lang, 2014).
Ao longo da trajetória do câncer, pacientes podem normalmente ser
acometidos pela angústia psicológica, ansiedade, depressão e problemas de
adaptação, os quais se intensificam na presença de dor física, efeitos do
tratamento oncológico, dificuldades familiares, preocupações financeiras.
DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da neoplasia maligna tem o poder de transformar o


cotidiano e em geral provoca reflexões e mudanças na vida do paciente. Mesmo
com os avanços da medicina em relação à cura do câncer, sabe-se que seu
diagnóstico ainda é vivido de forma temida e sendo um momento de crise do
indivíduo em situação de adoecimento (Silva, 2008).
Lang (2014) esclarece que a realização do diagnóstico da enfermidade é
feita para classificar cada caso, independente da fase em que o câncer é
detectado. O nome para essa classificação é estadiamento; ele é responsável
por avaliar o grau em que se encontra a disseminação da doença. Através dessa
classificação, os médicos podem propor o tratamento mais adequado a cada
pessoa.
Os médicos patologistas fazem o diagnóstico histopatológico por biópsia
ou ressecção do tumor e acusam se há ou não malignidade, revela o perfil do
tumor e o estadiamento (Polato, 2012).
Por ser uma doença grave e debilitante, o diagnóstico de câncer muitas
vezes tem um efeito devastador na vida do paciente, uma vez que o diagnóstico
é tido como sentença de morte. De acordo com Polato (2012), devido à
dificuldade para o diagnóstico precoce, a maioria apresenta estádios avançados
no momento do diagnóstico.
A necessidade de se classificar os casos de câncer em estádios baseia-
se na constatação de que as taxas de sobrevida são diferentes quando a doença
está restrita ao órgão de origem ou quando ela se estende a outros órgãos
(Souza, 2012).
Polato (2012) salienta que somente um terço dos pacientes submete-se à
retirada total cirúrgica do tumor e, portanto, a maioria não é candidato a
tratamento curativo necessitando de tratamentos paliativos: quimioterapia,
radioterapia ou ambos. Em decorrência disso, o câncer de pulmão permanece
como uma doença altamente fatal.
A partir do diagnóstico a vida do paciente passa por uma reviravolta, os
inúmeros exames por se fazer, muitos deles invasivos e dolorosos, rompimento
de atividades rotineiras e hospitalização (Silva, 2008).
As formas de tratamento irão depender do diagnóstico realizado, o tipo de
câncer, bem como, da maneira em que se encontra a saúde do doente no
momento do tratamento (Lang, 2014).
Merece atenção o entendimento de Silva (2008), muitos pacientes
antecipam o luto quando se deparam com o diagnóstico da doença, apesar do
desenvolvimento de novas modalidades terapêuticas até mesmo da cura do
câncer.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) é o órgão auxiliar do Ministério da
Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a
prevenção e o controle do câncer no Brasil. As estimativas para o ano de 2016
válidas também para o ano de 2017 apontam a ocorrência de aproximadamente
596 mil casos novos de câncer, incluindo os casos de pele não melanoma. Entre
os homens, são esperados 205.960 casos, e entre as mulheres, 214.350 (INCA,
2015).
No mundo, o número de pacientes oncológicos tem aumentado
consideravelmente. Isso se deve a aspectos comportamentais como exposição
ocupacional, dietas inadequadas e o tabagismo (Feitosa, 2012).

TIPOS DE CÂNCER MAIS INCIDENTES NO MUNDO

Os tipos de câncer mais incidentes no mundo foram pulmão (1,8 milhão),


mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata (1,1 milhão). Nos homens,
os mais frequentes foram pulmão (16,7%), próstata (15,0%), intestino (10,0%),
estômago (8,5%) e fígado (7,5%). Em mulheres, as maiores frequências
encontradas foram mama (25,2%), intestino (9,2%), pulmão (8,7%), colo do útero
(7,9%) e estômago (4,8%), (INCA, 2015).
É importante destacar que o tabagismo também representa o maior fator
evitável de câncer e de outras doenças, como as cardiovasculares e pulmonares
(Dias, 2011).

PULMÃO O ÓRGÃO MAIS ATINGIDO PELO TABACO

O câncer de pulmão é um dos tipos mais comuns de câncer, sendo ele


responsável pelo maior número de neoplasias no mundo (Bortolon, 2010).
Atualmente, o cigarro é visto como o “bode expiatório”, que deve ser combatido
por ser considerado o principal causador do câncer de pulmão. Atualmente, de
todas as neoplasias malignas, o câncer de pulmão é considerado a segunda
causa de mortalidade no Brasil, sendo superado apenas pelas doenças
cardiovasculares (Muller, 2011).
Estima-se que 80% a 90% da incidência de câncer de pulmão sejam
atribuídas ao fumo (Polato, 2012). Trata-se de um problema de saúde pública
global que tem uma elevada taxa de letalidade e poderia ser evitado em grande
parte, com a redução do tabagismo (Souza, 2012).
O câncer de pulmão atinge milhões de pessoas, independentemente de
classe social, cultural ou religiosa, sendo que o impacto do diagnóstico da
enfermidade é na maioria dos casos angustiante tanto para o doente, como para
seus familiares. Essa patologia é um dos tipos de câncer mais agressivos,
possuindo uma razão mortalidade/incidência (M/I) de, aproximadamente, 90%
(INCA, 2015).
Para a área médica, a referida neoplasia maligna apresenta-se como a
enfermidade mais mortal em todo mundo, devido ao seu diagnóstico tardio
(Lang, 2014). O autor relata ainda que o câncer de pulmão é uma doença que
vem crescendo imensamente nas últimas décadas, sendo a principal causa de
óbitos em homens e tendo um aumento relevante nos casos de mortalidade na
população feminina, transformando-se em uma epidemia mundial.
A detecção do câncer de pulmão em estádios iniciais, por meio de ações
de rastreamento, poderia aumentar a taxa de cura dos pacientes e
consequentemente diminuírem as taxas de mortalidade, por esta neoplasia
(Souza, 2012).
INCA (2015) informa que os cânceres de pulmão e de bexiga estão entre
os 10 mais incidentes no Brasil. O principal fator para o desenvolvimento do
câncer de pulmão e bexiga é o tabagismo (Lopes, 2015).
É bem documentado em estudos que a enfermidade câncer de pulmão
origina-se a partir de uma única célula modificada nas vias aéreas
traqueobrônquicas. Essa célula conecta-se ao DNA lesionando-o. Em
consequência disso ocorrem alterações nas células, o desenvolvimento celular
anormal e, logo em seguida, a transformação em uma célula maligna (Lang,
2014).
Um aspecto a ser destacado é o custo social do câncer de pulmão que
pode ser classificado sob dois aspectos: os gastos com prevenção primária,
diagnóstico, tratamento e acompanhamento e a diminuição da capacidade de
produção causada pela redução do tempo potencial de trabalho, após o
aparecimento da doença, devido à incapacidade ou morte (Souza, 2012)
Merece atenção o entendimento de Nicácio (2009), se um tumor for
erradicado antes de produzir metástases, as chances de cura do indivíduo são
muito grandes, mas existem ainda as metástases microscópicas de difícil
diagnóstico que podem já existir no período da erradicação do tumor principal.
Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão são a tosse e o
sangramento pelas vias respiratórias. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é
alterado e aparecem crises em horários incomuns para o paciente (INCA, 2010).
O câncer de pulmão é uma enfermidade altamente letal, haja vista que,
quando detectado, já se encontra em estágio avançado, contendo uma alta taxa
de incidência e mortalidade, as quais chegam a 86%.
Lang (2014) esclarece que em diversos casos, existe uma impressão de
que há um maior e mais rápido desenvolvimento do tumor no câncer de pulmão
do que em outras neoplasias, dificultando, dessa forma, um tratamento positivo.
Após o diagnóstico desta enfermidade as chances de cura são pequenas e as
probabilidades de sobrevida, muito baixas (Souza, 2012).
INCA (2011) independente da fase em que o câncer é detectado há
necessidade de se classificar cada caso de acordo com a extensão do tumor. O
diagnóstico do câncer de pulmão é realizado por meio de exames de imagem,
como raios-X e tomografia computadorizada do tórax.
Uma vez obtida à confirmação da doença, é feito o estadiamento, que
avalia o estágio de evolução, ou seja, estadear um caso de neoplasia maligna
significa avaliar o seu grau de disseminação, verificar se a doença está restrita
ao pulmão ou disseminada por outros órgãos (INCA, 2011). O estadiamento é
feito através de vários exames de sangue e radiológicos, como dosagens
enzimáticas e ultrassonografia, respectivamente.
Em 85% dos casos o fumo é a causa da neoplasia, e o risco é associado
à duração do hábito de fumar, ao número e tipo de cigarro fumado por dia
(Uehara, 1998). Comparados aos não fumantes, os tabagistas têm cerca de 20
a 30 vezes mais risco de desenvolver câncer de pulmão (Mattos, 2009).
Em geral, o câncer de pulmão é tratado com cirurgia, quimioterapia,
radioterapia ou uma combinação destes. Estes tratamentos podem expor o
paciente a níveis de toxicidade e a incapacidades relevantes (Souza, 2012).
Dor torácica está presente em 27 a 49% dos casos de neoplasia de
pulmão. O tipo de dor é frequentemente intermitente do lado do tumor, tornando-
se intensa e persistente devido à extensão para mediastino, pleura ou parede
torácica (Uehara e colaboradores, 1998).

O QUE SÃO DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS PARA FUMAR (DEFS)

Dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) são aparelhos que funcionam


com uma bateria e têm diferentes formas e mecanismos de ação. Podem
apresentar, por exemplo, o formato de cigarros, canetas e pen drives.
Em sua maioria, contêm aditivos com sabores, substâncias tóxicas e
nicotina, que é a droga que causa a dependência.

Quais São Os Tipos De Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (Defs)?

Cigarros eletrônicos: são dispositivos nos quais uma bateria aquece


solução líquida (e-liquidos), que contém, ou não, nicotina em diferentes
concentrações, produzindo aerossol (popularmente chamado de vapor) que é
inalado pelo usuário.
Cigarros aquecidos ou produtos de tabaco aquecido: são dispositivos que
produzem aerossóis contendo nicotina e produtos químicos tóxicos, por meio do
aquecimento do tabaco ou ativação de um dispositivo contendo tabaco.
Vaporizadores de ervas secas: aquecem o tabaco picado ou outras ervas,
produzindo aerossol.
Produtos híbridos: possuem características de cigarros eletrônicos e de
vaporizadores de ervas secas. Contêm dois reservatórios: um armazena ervas
picadas e o outro, o líquido.
• Quais os riscos à saúde?
Com base nas evidências mundiais atuais, o uso de cigarros eletrônicos
com nicotina aumenta o risco de uma série de danos à saúde, como:
envenenamento, convulsões, dependência, traumas e queimaduras (causadas
por explosões) e doenças respiratórias (incluindo a síndrome respiratória aguda
grave — Evali).
• Quais os impactos ambientais dos cigarros eletrônicos?
Os danos ambientais incluem aumento de material particulado contendo
substâncias potencialmente cancerígenas no ar em ambientes internos,
incêndios, explosões e resíduos ambientais, tais como dispositivos de e-cigarro
descartados, cartuchos de e-líquido, cápsulas e e-líquidos com substâncias
tóxicas.
É importante saber que a comercialização, a importação e a propaganda,
até mesmo pela Internet, de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar são
proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O uso de desses dispositivos em ambientes coletivos fechados também é
proibido, pois trata-se de produto fumígeno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BORGES, Açucena de Oliveira. O tabaco como etiopatogenia do câncer de


pulmão: Uma revisão literária. Disponível em:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/cancer-de-pulmao. Acesso
em 17 de abril de 2023.

INCA, Instituto Nacional de Câncer. Dispositivos eletrônicos para fumar.


Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/causas-e-prevencao-do-
cancer/tabagismo/dispositivos-eletronicos-para-fumar. Acesso em 17 de abril
de 2023.

SCRIBS, Plataforma. Como o Tabaco Está Relacionado Ás Neoplasias


Pulmonares. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/525087218/Como-
o-tabaco-esta-relacionado-as-neoplasias-pulmonares. Acesso em 17 de abril
de 2023.

UNIAD, Unidade de Pesquisa de Álcool e Drogas. Tabagismo. Disponível em:


https://www.uniad.org.br/noticias/tabaco-e-o-cancer-de-pulmao/. Acesso em 17
de abril de 2023.

MSD, manual. Uso de cigarro eletrônico (vaping). Disponível em:


https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/assuntos-especiais/drogas-
recreativas-e-entorpecentes/. Acesso em 17 de abril de 2023.

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