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Edu660 2 5
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Objetivos de Aprendizagem
• Debater sobre diferenças entre a mente humana e as máquinas;
• Compreender sobre a inteligência humana e a inteligência artificial.
O CÉREBRO HUMANO X INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL • 3/14
Introdução
Costumamos escutar que a caixa de bits conhecida como cérebro humano é como uma
máquina complexa. Especificamente, o cérebro é como um computador avançadíssimo
e a mente é seu software ou sistema operacional de alta potência. Contudo, a mente
não é um software que vem completamente pronto quando nascemos. Embora muitas
“instruções” já venham codificadas na origem da vida (como chorar, mamar, etc.), a
mente se desenvolve e evolui à medida que aprende a interpretar os sinais
que recebe do restante do corpo. Sem a informação trazida pelos sentidos, ela tem
seu desenvolvimento prejudicado.
Existem estudos que demonstram a internet (supostamente uma espécie de cérebro
que liga pessoas e ideias) em franca expansão, a cada ano. Ela, em breve, superará a
inteligência humana e eventualmente se tornará autoconsciente?
Em 1938, HG Wells escreveu um livro de ensaios chamado World Brain, sobre uma
enciclopédia global que ajudaria todas as pessoas do planeta a se tornarem mais
informadas. Hoje, as manchetes de jornais exploram a temática polêmica de que os
pensadores robóticos são ameaças à humanidade, deturpando o entendimento sobre
o impacto do uso dessa moderna ferramenta.
O cérebro humano é extremamente complexo e possui propriedades que a
maioria dos cientistas de neurociência, computação e engenheiros de software
ainda precisam desvendar. Em outras palavras, a mente humana é muito mais
complexa do que uma simples série de ‘zeros e uns’ ou a chamada inteligência artificial.
Claramente uma criança de 5 anos tem mais inteligência do que um computador,
embora nessa fase da vida, ainda não a explore em seu potencial máximo. Observe
a forma curiosa como uma criança, ao estudar sobre robótica na escola, escreveu
acerca das diferenças entre humanos e robôs: “Os robôs não funcionam”. Ela estava
se referindo à inutilidade das máquinas não operadas, pelo menos previamente por
humanos.
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A razão pela qual uma criança tem mais inteligência, em geral, do que um computador
(ou robô) é que ela tem a oportunidade de experimentar e interagir livremente com
o mundo exterior, absorvendo conhecimentos de variadas formas sensitivas. Como
Neil Gershenfield aponta em seu livro Quando as coisas começam a pensar, o erro
de muitos pesquisadores de inteligência artificial foi gastar muito tempo e dinheiro
em cérebros de computadores e não o suficiente em corpos de computadores (ou
seja, em sentidos). A cognição está ligada à percepção e o cérebro é uma via
de mão dupla em termos de informação que entra e sai da mente. Da mesma
forma, a sabedoria (em oposição à inteligência) está conectada à experiência. Se você
deseja ter uma máquina inteligente, o primeiro passo é projetar nela experiências e
raciocínios do tipo humanizados.
Aí reside a singularidade e o valor da mente humana, o que significa que estamos à
frente da inteligência da máquina. Isso não significa dizer que a inteligência artificial
é um fracasso ou dispensável, apenas não podemos dizer que está acima do cérebro
humano. Somos capazes de produzir máquinas inteligentíssimas exatamente por
termos uma capacidade mental indiscutível.
Embora um computador possa manipular atividades e tarefas em modo excepcional,
é inútil no tudo o mais que um ser humano pode desempenhar. Os computadores se
depreciam com o tempo, quebram, não funcionam e podem se tornar descartáveis.
Em contraste, o cérebro humano pode ser afetado, porém tem capacidade própria
de funcionamento e “auto reparação” ainda que adaptado às limitações sofridas.
A mente humana pode ter dificuldade em lembrar sequências numéricas extensas,
por exemplo, algo que um computador faz instantaneamente, porém, é capaz de
pintar figuras ou compor músicas que tocam pessoas no seu íntimo, ativando sua
emoção: choro, alegria, prazer.
Um outro exemplo é constatar que somente os seres humanos podem ser frios
e associar a frieza a sentimentos como raiva, alegria, tristeza, medo e surpresa
experimentados no passado. Também é interessante lembrar que nunca duas pessoas
experimentarão o mesmo objeto (por exemplo, uma pintura) ou evento de maneira
idêntica, já que a leitura feita pelos sistemas neurais são únicas.
CARACTERÍSTICAS CEREBRAIS
Saiba Mais
Conceitos Fundamentais:
Inteligência Artificial (IA) é uma vertente da ciência da computação
que se propõe a elaborar dispositivos e máquinas que simulem a
capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver
problemas, enfim, a capacidade de ser inteligente.
O córtex cerebral é a parte que cobre determinados órgãos. Trata-
se de um tecido orgânico de alguns milímetros, também chamado de
matéria cinza, que protege os dois hemisférios do cérebro.
Materiais Complementares:
1- O cérebro e o pensamento. Disponível em:
<http://p epsic.bvsalud.org/scielo.ph p?scri pt=sci_
arttext&pid=S1517-24302006000100006>
2- Inteligência Artificial, Humana e a Emoção. Disponível em:
<https://www.professores.uff.br/screspo/wp-content/uploads/
sites/127/2017/09/ia_intro.pdf>
3- Watson, o computador que pensa. Disponível em: <https://
canaltech.com.br/mercado/Conheca-o-Watson-o-computador-
que-pensa/>
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EM RESUMO
Apesar de todo o debate sobre o desenvolvimento de inteligência artificial
e de supermáquinas pensantes, ainda existe um longo caminho para os
pesquisadores que desejem entender o processo intelectual humano a fim de
transportá-lo aos recursos tecnológicos. O cérebro é uma máquina bioquímico-
elétrica. Ao contrário do computador, a mente/cérebro trabalha num jogo combinando
precisão e imprecisão, incerteza e rigor, e cruza rememoração e cogitação. A mente
humana é espetacular em suas multitarefas: podemos escrever livros, pintar figuras ou
compor músicas de significados ímpares.
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Na ponta da língua
Referências Bibliográficas
Gershnfeld, N. (1999). When Things start to think. Henry Holt and Co..
Watson, R. (2010). Future minds: how the digital age is changing our minds, why this
matters, and what we can do about it. London/Boston: Nicholas Brealey Publishing.
Wells, H.G. (1938). World brain. London: Methuen & Co., Ltd.; Garden City, NY:
Doubleday, Doran & Co.
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Richard Watson
Nicholas Brealey Publishing © 2010
Imagens: Shutterstock