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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E SEUS DESAFIOS

FILOSÓFICOS
Alunos: Alexsandro, Gabriel e Victor.

Atualmente, no campo tecnológico, a inteligência artificial nos é


apresentada como um sistema computacional capaz de realizar tarefas
complexas, na qual só o ser humano é capaz de realizar, como o raciocinar,
tomar decisões e resolver problemas. Essa novidade no mercado abrange uma
variedade de funções, incluindo o aprendizado de máquinas, processamento de
linguagem natural etc. É sabido que grande parte da tecnologia utilizada
atualmente constitui, na verdade, uma aprendizagem automática altamente
avançada, que é simplesmente um primeiro passo em direção à uma verdadeira
inteligência artificial.

A inteligência artificial funciona através de algoritmo, oferecendo ao


usuário material criado pelo sistema de dados capaz de executar tarefas, como
fazer recomendações de músicas, identificar a maneira mais rápida de viajar ou
traduzir tal texto de um idioma para o outro. As mais usadas no dia a dia incluem:
Instagram, ChatGPT, Google Tradutor, Netflix, Tesla, entre outros. O algoritmo
tendo como base o histórico do usuário que curte, visualiza ou pesquisa,
recomenda e o leva a conhecer mais sobre o que é de seu interesse, enviando-
o automaticamente publicações, páginas, textos etc. Até aqui, pode-se perceber
que, a inteligência artificial, ou IA, vai muito mais além: ela tenta não apenas
compreender, mas também construir entidades inteligentes.

A palavra "inteligência" sempre foi associada a seres racionais da espécie


Homo sapiens - homem sábio. O homem desde o princípio procura entender, isto
é, perceber, compreender, prever e manipular um mundo que é maior e mais
complexo que o próprio. Uma das abordagens mais famosas para identificar se
uma máquina é inteligente ou não é conhecida como Teste de Turing ou Jogo de
Imitação, uma experiência que foi delineada pela primeira vez pelo influente
matemático, cientista da computação e criptoanalista Alan Turing num artigo de
1950 sobre inteligência informática. Alan desenvolveu um jogo para três
jogadores em que um “interrogador” humano é solicitado a se comunicar via texto
com outro humano e uma máquina que compôs cada resposta. Se o interrogador
não conseguir identificar o humano com segurança, então Turing diz que a
máquina pode ser considerada inteligente. Para o projeto, Turing percebe que
programar um computador para passar no teste exige muito trabalho. O
computador precisaria ter as seguintes capacidades: processamento de
linguagem natural, representação de conhecimento, raciocínio automatizado e
aprendizado de máquina. Desse modo, "o computador passará no teste se um
interrogador humano, depois de propor algumas perguntas por escrito, não
conseguir descobrir se as respostas escritas vêm de uma pessoa ou de um
computador" (“Inteligência artificial” de Stuart Russel e Peter Norving, p. 26, 1.1).

A palavra "agente" significa simplesmente algo que age - do latim agere -


que significa fazer. Os programas computacionais realizam de algum modo
alguma coisa e o homem espera que faça algo a mais, como ter controle
autônomo, perceba o ambiente e o espaço, persista por um período prolongado,
adaptação a mudanças e seja capaz de criar e perseguir metas... diferente de
um agente racional que age para alcançar o melhor resultado ou, quando há
incerteza, o melhor resultado esperado. "Todas as habilidades necessárias à
realização do teste de Turing também permitem que o agente haja
racionalmente. Representação do conhecimento e raciocínio permitem que os
agentes alcancem boas decisões. Precisamos ter a capacidade de gerar
sentenças compreensíveis em linguagem natural porque enunciar essas
sentenças nos ajuda a participar de uma sociedade complexa. Precisamos
aprender não apenas por erudição, mas também para melhorar nossa habilidade
de gerar comportamento efetivo" (“Inteligência artificial” de Stuart Russel e Peter
Norving, p. 26, 1.1).

No campo da filosofia, René Descartes (1596-1650) faz a distinção entre


mente e matéria. Sua concepção filosófica é com relação a física da mente, ou
seja, no fato de que ela parece deixar pouco espaço para o livre arbítrio. Se a
mente é governada inteiramente por leis físicas, então ela não tem mais livre-
arbítrio. Descartes era fortemente a favor do poder da razão, era adapto a uma
filosofia hoje chamada de racionalismo. Seguia uma linha dualista, ou seja,
sustentava que havia na mente humana (alma ou espírito) que transcende a
natureza, isenta das leis físicas. (Stuart Russel e Peter Norving, p. 29-30, 1.2).
Por outro lado, os animais não possuem essa qualidade dual; podendo dessa
forma, serem tratados como máquinas. Assim, a alternativa para o dualismo é o
materialismo, pois, desse modo, sustenta que a mente opera o cérebro de
acordo com as leis da física.

Segundo o livro “Inteligência artificial” de Stuart Russel e Peter Norving, os


filósofos têm debatido se as máquinas, por meio da programação feita para elas,
possuem ou não pensamento. Elaborou-se dois conceitos para se entender
melhor o assunto: o da IA (Inteligência Artificial) fraca e a IA forte. A primeira se
diria quando um computador pode agir de maneira inteligente; já a segunda seria
para a hipótese da máquina está realmente pensando.

Pensando nesta discussão, Alan Turing no seu livro “Computing


Machinery and Inteligence” propôs que ao invés de se discutir se a máquina
pensa ou não, porque não fazer um teste para ver se um ser humano ao trocar
mensagens com ela não poderia se confundir e achar que estivesse
conversando com um ser humano. Este teste de inteligência comportamental
ficou conhecido como teste de Turing. Basicamente funciona assim: um
programa e uma pessoa trocarão mensagens durante 5 minutos. Se durante
30% do tempo a pessoa for enganada, o programa passa no teste. Um exemplo
de interações humano-máquinas que se parecem com este teste se deu anos
atrás com pessoas comuns. Estas ao interagirem com o programa ELIZA e pelo
chatbots MGONZ, NATACHATA e CYBERLOVER pensaram estarem diante de
um ser humano. E a pergunta que fica: hoje em dia, qual seria a visão das
pessoas perante uma alexa, chat GPT e outros mais? Será que muitas
confundem-se?

Com isso, pode-se dizer que as máquinas pensam? Muitos filósofos ainda
dizem que não e que na verdade o que poderia se dizer é que elas simulam um
pensamento. Para responder a essa questão, Turing cita uma conferência do
professor Geoffrey Jefferson (1949): “Somente quando uma máquina conseguir
escrever um soneto ou compor um concerto em consequência de ter pensado e
sentido emoções, e não pela disposição aleatória de símbolos, poderemos
concordar que a máquina vai se equiparar ao cérebro, isto é, se ela não apenas
escrever, mas souber que escreveu” (“Inteligência artificial” de Stuart Russel e
Peter Norving, p.1180). Para ele, este argumento é mal definido e na verdade o
melhor seria não debater se a máquina é consciente, mas tratá-la da mesma
forma com que se tratam as pessoas: não julgando quais são seus atos mentais
internos. Ou seja, se com as pessoas que pretensamente entendem como
superiores às máquinas não se pergunta no que pensam ou se estão pensando
naquele momento que as vemos, por que não agir assim com as máquinas?
Afirma Turing: “em vez de discutir continuamente sobre esse ponto, é habitual
assumir a convenção cortês de que todos [homens e máquinas] pensam”
(“Inteligência artificial” de Stuart Russel e Peter Norving, p. 1181).

Um pouco do que foi falado acima pode ser visto no filme Blade Runner:
o caçador de androides. Nele, o personagem principal Rick Deckard, é chamado
a destruir alguns androides, humanos artificiais ou também chamado replicantes
que por algum motivo que não se sabe começaram a ter emoções, consciência
e as características próprias do ser humano. A missão da eliminação é bem-
sucedida, porém algo no meio dela acontece que ninguém esperava: um
romance do Rick Deckard com destes androides “defeituosos”, a Rachel. Muito
interessante, portanto, são os questionamentos levantados aqui: de fato é
possível algum dia existir máquinas com sentimentos, pode haver amor entre um
homem e máquina, em algum momento o ser humano terá sua vida em risco
devido à rebelião de alguma espécie de computador, máquinas podem sofrer?

Todas essas são perguntas que ainda estão sendo levantadas e que há
opiniões para todos os gostos. Mas, pelo avanço que estamos a viver nos últimos
anos, em breve se parece surgir o vislumbre de alguma resposta a essas
perguntas.

BIBLIOGRAFIA: RUSSELL, Stuart J.; NORVIG, Peter. Inteligência artificial. Rio


de Janeiro: Elsevier, 2013.

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