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Relatório Acerca Do Normativismo e Do Decisionismo
Relatório Acerca Do Normativismo e Do Decisionismo
JOÃO PESSOA
ABRIL DE 2024
0
ALANIS DE OLIVEIRA VIANA
BEATRIZ PAIVA LOPES
GUSTAVO HENRIQUE MACHADO DA SILVA
MARINA KETULLY SILVA MACIEL
REBECA CRISTINA CORREIA LIMA MARTINS
REBECA PYETRA SANTOS VALÕES
GUSTAVO HENRIQUE MACHADO DA SILVA
JOÃO PESSOA
ABRIL DE 2024
1
SUMÁRIO
1. Introdução…..………………………………….….…………….….…………..………..3
2. Contexto geral do normativismo…..…………………..…….…………...…………..4
3. Elementos do normativismo…………….…..…….……….………….….…………..6
4. Críticas ao paradigma normativista…..…….…….…...…….……………..………..7
5. Contexto geral do decisionismo…..……………………………………...…………..9
6. Elementos do decisionismo…………….…..…………….…..……….….…………11
7. Críticas ao paradigma decisionista…..…….…….………….……………..………12
8. Conclusão…………….…..…………………….…….……….………….….…………13
9. Referências………….…..…………………….…….……….………..….….…………14
2
1. INTRODUÇÃO
3
2. CONTEXTO GERAL DO NORMATIVISMO
4
É preciso destacar que a norma jurídica é o significado atribuído ao texto,
logo, é uma entidade semântica que, inclusive, era o foco das pesquisas
kelsenianas. Kelsen se preocupava com a validade ou invalidade da norma jurídica,
não com as noções valorativas de como as normas são, ele defendia que o direito
deve se preocupar com o que deve ser, deixando no âmbito dos demais
conhecimentos a preocupação da realidade concreta daquilo que é (ser).
As formulações estabelecidas pelo autor objetiva enriquecer a metodologia
científica, afim de proporcionar certa coerência a mesma. Para tanto, ele se baseia
em quatro principais teses: o direito como uma esfera exclusivamente positiva; o
relativismo moral; a diferença entre normatividade (aspecto deontológico) e
causalidade (aspecto ontológico); e, por fim, a pureza referente à análise
metodológica da ciência do direito.
A terceira tese que aborda a diferença entre a normatividade e a causalidade
nada mais é do que a dicotomia entre dever-ser e ser. Para Kelsen, é um fato que
tais aspectos possuem uma total independência entre eles, visto que o dever-ser
está ligado ao prisma do entendimento normativo enquanto o ser está relacionado
ao entendimento da causalidade, do processo descritivo.
Em suma, a teoria normativista do direito sustenta que a base do direito
reside no ato de vontade do legislador, daquele que possui o poder. Tal teoria ainda
defende que a prioridade é saber a validade das normas através do processo
científico metodológico, se distinguindo de qualquer atribuição de valor, pois essa
seria responsabilidade da política.
Por fim, vale ressaltar que a teoria de Kelsen parte do pressuposto de que o
comportamento do indivíduo é derivado de preceitos contidos nas normas, logo, ela
é o elemento primordial do direito e, por isso, a necessidade da elaboração de uma
teoria normativista. Portanto, tal perspectiva enfatiza que a validade das normas são
essenciais para a estrutura jurídica, sem depender de considerações morais ou
políticas.
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3. ELEMENTOS DO NORMATIVISMO
a. Norma fundamental:
b. Escalonamento normativo:
c. Moldura normativa:
O livro "Teoria Pura do Direito" de Hans Kelsen é uma obra seminal que
explora esses conceitos em detalhes, fornecendo uma base teórica sólida para o
entendimento do normativismo jurídico e sua aplicação na prática jurídica.
Observa-se ao longo dos anos que parte das teses jurídicas vem buscando
abandonar este normativismo jurídico, o qual, como já foi dito, tem como o seu
principal idealista Hans Kelsen. O Positivismo tem sido bastante criticado pelas
novas ideologias jurídicas, o pós-positivismo é responsável por modificar o rigor
interpretativo e científico inaugurado pela escola anterior.
Essa também é a conclusão de Marcela Varejão em seu artigo Direito e
paradigmas: noções propedêuticas.
Com particular intensidade nos últimos quarenta anos, uma parte da
teoria do direito tem procurado, de modo mais explícito ou menos
explícito - liberar-se do chamado "formalismo jurídico", ao qual se
dá também a denominação de "positivismo jurídico", que por sua vez
passa como sinônimo de "normativismo jurídico".1
1
VAREJÃO, M. da S. Direito e paradigmas: noções propedêuticas. Prim Facie, [S. l.], v. 6, n. 11, p.
12–25, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/primafacie/article/view/4350. Acesso
em: 16 abr. 2024.
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ciência normativa, em face de todas as outras ciências que visam o
conhecimento, informado pela lei da causalidade, de processos reais.
Somente por esta via se alcança um critério seguro que nos permitirá
distinguir univocamente a sociedade da natureza e a ciência social da
ciência natural.2
Isto posto, deve-se destacar o escritor jurídico nacional Miguel Reale, o qual
critica em sua obra o pensamento normativista de Kelsen e defende a tese de uma
teoria tridimensional do Direito, a qual faz uma relação de interdependência entre
fato, valor e norma.
Uma análise em profundidade dos diversos sentidos da palavra Direito
veio demonstrar que eles correspondem a três aspectos básicos,
discerníveis em todo e qualquer momento da vida jurídica: um aspecto
normativo (o Direito como ordenamento e sua respectiva ciência); um
2
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Tradução JOÃO BAPTISTA MACHADO. 3 ed. São Paulo :
Martins Fontes, 1999. 53 p. Tradução de: REINE RECHTSLEHRE.
3
NASCIMENTO, Filipe Augusto dos Santos. Manuela de Humanística: Introdução às Ciências
Humanas e a Teoria do Direito para Carreiras Jurídicas. 2 ed. São Paulo: JusPodivm, 2023, p.
340-341.
4
SOARES, Ricardo Maurício F. Teoria geral do direito. São Paulo: Editora Saraiva, 2024. p. 81
E-book. ISBN 9788553623464. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553623464/. Acesso em: 16 abr. 2024.
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aspecto fático (o Direito como fato, ou em sua efetividade social e
histórica) e um aspecto axiológico (o Direito como valor de Justiça).5
Além de Reale, outro autor que critica a teoria normativista kelseniana é Carl
Schmitt (1888-1985), a rivalidade entre ambos foi marcante no século 20, mas teve
seu real ápice com a promulgação da Constituição alemã ao fim da república de
Weimar.6
Por fim, nesse contexto, o debate ocorria acerca da melhor maneira de
interpretar a nova Carta Magna alemã, Kelsen defendia uma interpretação, como já
exposto, em função da norma. Porém, Schmitt desenvolveu uma tese que afirmou
uma ideia contrária a teoria normativista kelseniana, a qual denominou de
Decisionismo.
5
REALE, Miguel. LIÇÕES PRELIMINARES DE DIREITO. 25 ed. 2001. 60 p. Disponível em:
chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://www.isepe.edu.br/images/biblioteca-onlin
e/pdf/direito/REALE_Miguel_Lies_Preliminares_de_Direito.pdf. Acesso em: 16 abr. 2024.
6
DIAS, Giovanna; DA SILVA, Frederico Pessoa. De Kelsen a Schmitt — o que significa ser o
guardião da Constituição?. Consultor Jurídico. 2023. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2023-set-30/diario-classe-kelsen-schmitt-guardiao-constituicao/. Acesso
em: 16 abr. 2024.
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Em razão da importância decisória central rápida, é notório o uso em
momentos de crises e grandes turbulências, na necessidade emergencial do líder
único em dar respostas urgentes. Muito observado medidas decisionistas nas duas
Grandes Guerras do século XX, com comoções sociais a favor de uma enorme
regulamentação centralizadora para o fim do conflito, e na Depressão Econômica
que acarretou à desilusões com as instituições democráticas, em uma preferência a
regimes mais duros para resoluções robustas. Ou seja, o contexto geral do
decisionismo é enraizado em momentos de grandes desafios estruturais e crises
sociopolíticas.
Na hodiernidade, nota-se que a formulação do estudo teórico tomou forma,
verdadeiramente, a partir de Carl Schmitt. Esse grande doutrinador
constitucionalista, muitas vezes, foi estigmatizado em virtude de ter sido filiado ao
Partido Nazista Alemão, mesmo posteriormente sendo expulso pelo fato de terem
amigos e judeus e por ele ser católico. Assim, há fortes motivos para crer que
Schmitt não foi o grande teórico efetivo do direito do governo nazista, mesmo que
suas obras fossem críticas à Democracia Liberal e favoráveis, na figura do
soberano, à autoridade última decisíria. Ou seja, indubitavelmente, seus ideais foram
usados como embasamento para as futuras decisões de Benito Mussolini, na Itália,
e de Hitler, na Alemanha.
6. ELEMENTOS DO DECISIONISMO
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que é o direito é algo diverso do poder, tornando possível aprender e visualizar em
separado as realidades.
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princípios jurídicos. Assim, o conceito de decisionismo se choca com o da common
law, por causa do papel do juiz.
Ademais, comparando as teorias da interpretação schmittianas com as
teorias da interpretação kelsenianas é possível identificar que Kelsen defendia uma
interpretação em função da norma e que respeitasse a norma fundamental, contudo,
Schmitt afirma que é somente a decisão que funda tanto normal quanto
ordenamento, visto que ela nasce da decisão soberana. Além disso, Kelsen nega
qualquer padrão moral ou jurisprudencial para orientar a escolha de uma
dentre as várias interpretações juridicamente possíveis. Ou seja, o julgador não se
baseia na norma moral vigente da sociedade para julgar, apenas na sua decisão
pessoal, visto que ele é um intérprete autêntico da lei, ao contrário da teoria de
Schmitt.
8. CONCLUSÃO
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9. REFERÊNCIAS
14
REALE, Miguel. LIÇÕES PRELIMINARES DE DIREITO. 25 ed. 2001. 60 p.
Disponível em:
chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://www.isepe.edu.br/image
s/biblioteca-online/pdf/direito/REALE_Miguel_Lies_Preliminares_de_Direito.pdf.
Acesso em: 16 abr. 2024.
Disponível em:
https://invenis.com.br/blogs/advocacia40/civil-law-e-common-law-o-que-e-e-quais-as-
diferencas/, acesso em 15 abr. 2024.
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