TCC Lucivone Final

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Centro Universitário Leonardo da Vinci

Curso Bacharelado em Serviço Social

LUCIVONE MOREIRA DE JESUS

(0368)

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:


OS IMPACTOS CAUSADOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES VITÍMAS DO
ABUSO SEXUAL.

FEIRA DE SANTANA
2019

CIDADE
LUCIVONE MOREIRA DE JESUS

OS IMPCTOS CAUSADOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES VITIMAS DE


ABUSOS SEXUAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à disciplina de TCC – do Curso
de Serviço Social – do Centro Universitário
Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como
exigência parcial para a obtenção do título
de Bacharel em Serviço Social.

Nome do Tutor – Polyana Carvalho Pereira

FEIRA DE SANTANA

2019
OS IMPCTOS CAUSADOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES VITIMAS DE
ABUSOS SEXUAL

POR

LUCIVONE MOREIRA DE JESUS

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado


do grau de Bacharel em Serviço Social,
sendo-lhe atribuída à nota “______”
(_____________________________), pela
banca examinadora formada por:

___________________________________________
Presidente: Prof.ª Polyana Carvalho Pereira (CRESS 17405) 5ª Região.

_________________________________________________
Membro: Raylane Santos F. Lantyer Oliveira (CRESS 14478) 5ª Região.

________________________________________________
Membro: Elane Brito dos Santos Azevedo (CRESS 144790) 5ª Região.

FEIRA DE SANTANA

12/12/2019
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Jeová Deus, por ter me dado o dom da vida e
por ter me permitido alcançar esse objetivo. A minha mãe (em memoria) que sempre
me ensinou a importância do conhecimento, a meu pai (em memoria) que deu
exemplo de vida, a minha enorme família pelo grande incentivo e em especial aos
meus amados filhos, por serem meus melhores amigos em todos os momentos e a
meu neto querido Davi.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Jeová Deus, por tudo que tem feito por mim, durante toda minha
trajetória.
A meus irmãos e sobrinhos que acreditaram que eu conseguiria e pelo
carinho e compreensão nas minhas ausências.
Á minha muito querida orientadora Polyana Carvalho Pereira, pelo suporte e
pela paciência em compartilhar seus conhecimentos acadêmicos. Obrigada por ser
essa profissional por excelência. Foi um grande privilégio tê-la como propulsora da
minha vida acadêmica.
A minha supervisora de Estagio Supervisionado Marialda de O. Ferreira
Bentencourt Telles que muito me orientou e que tanto somou para a profissional que
me tornarei.
Aos meus amigos de curso, pelos excelentes momentos que passamos
juntos. Serão inesquecíveis. E a todos que contribuíram de forma direta ou indireta
nesse trabalho.
EPÍGRAFE

“Em algum lugar, bem no fundo de cada um de nós, está a criança que era inocente
e livre e que sabia que a dádiva da vida era a dádiva da alegria.” (Alexander Lowen)
RESUMO

O presente estudo traz uma reflexão acerca da importância de analisarmos os


impactos do abuso sexual em crianças e adolescentes, pois se trata de uma
violação das mais difíceis de ser tratada. Essa violência esta cada vez mais presente
e traz consequências serias nas varias fases do seu desenvolvimento, na família e
na sociedade. O presente estudo justifica-se pela sua relevância social e cientifica,
pois o aumento de crianças e adolescentes vitimas dessa violência culmina em
prejuízos a saúde física, psicológica, familiar e social, considerando que a saúde e a
violência estão presentes na mesma pratica podendo estar associada na maioria
das vezes por situações de vulnerabilidade social. Nesse sentido esse trabalho tem
como objetivo reverter os impactos que essa violência causa na vida de crianças e
adolescentes. O procedimento metodológico utilizado foi à pesquisa bibliográfica e
documental, tomando como base artigos científicos sobre a temática. Observou-se
que, o abuso sexual em crianças e adolescentes provoca graves danos e traumas
irreversíveis, os quais desencadeiam uma grande violação dos limites físicos e
psicológicos, gerando consequências extremamente negativas para a vítima.

PALAVRAS-CHAVE: Abuso Sexual, Crianças e adolescentes, Impactos, Consequências.


ABSTRACT

This study reflects on the importance of analyzing the impacts of sexual abuse on
children and adolescents, as it is a violation of the most difficult to treat. This violence
is increasingly present and has serious consequences at various stages of its
development, in the family and in society. The present study is justified by its social
and scientific relevance, because the increase of children and adolescents victims of
this violence culminates in physical, psychological, family and social health,
considering that health and violence are present in the same practice and may be
most often associated with situations of social vulnerability. In this sense, this work
aims to reverse the impacts that this violence has on the lives of children and
adolescents. The methodological procedure used was the bibliographic and
documentary research, based on scientific articles on the subject. Sexual abuse in
children and adolescents has been found to cause severe damage and irreversible
trauma, which trigger a major violation of physical and psychological boundaries,
leading to extremely negative consequences for the victim.

key words: Sexual Abuse, Children and Adolescents, Impacts, Consequences.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9

2. APRESENTAÇÃO DO TEMA ............................................................................... 12

2.1- DEFININDO O ABUSO SEXUAL .................................................................... 12

2.2- BREVE HISTÓRICO DO ABUSO SEXUAL INFANTIL ................................... 13

2.3- OS IMPACTOS DO ABUSO SEXUAL NAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES


............................................................................................................................... 15

2.4- A PROTEÇÃO SOCIAL .................................................................................. 17

3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL. 19

3.1- REFLEXÃO SOBRE CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL


INFANTIL. .............................................................................................................. 19

3.2- O PAPEL DO CREAS NO ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA SEXUAL ....... 23

4. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 25

5. OBJETIVOS .......................................................................................................... 27

5.1-- OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 27

5.2- OBJETIVOS ESPECIFICOS ........................................................................... 27

6. METODOLOGIA DA PESQUISA. ......................................................................... 28

7. ANALISE DOS DADOS DA PESQUISA .............................................................. 29

7.1- APRESENTAÇAO DOS DADOS .................................................................... 29

7.2 ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................... 30

7.4 DISCURSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................... 31

8. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 36

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37
9

1. INTRODUÇÃO

Esta peça monográfica é um trabalho acadêmico de caráter obrigatório e


instrumento de avaliação final de um curso superior. É elaborado de forma
dissertativa, visando à iniciação e envolvimento do aluno de graduação no campo da
pesquisa cientifica. Sendo importante, pois o mesmo pode ser capaz de mostrar
problemas e apresentar soluções contribuindo para o desenvolvimento e
crescimento da área estudada, bem como da profissão escolhida.

A importância dessa pesquisa se dá pelo fato do abuso sexual contra


crianças e adolescentes estarem sendo muito abordado atualmente, com o aumento
do quadro de denuncias onde vários casos estão sendo divulgados na mídia
diariamente.

O Abuso sexual é configurado como um ato praticado por parte de


indivíduos, independente do sexo, no qual um adulto obriga ou persuade uma
criança ou adolescente a realizar atividades sexuais que não são adequadas para a
sua idade e que viola os princípios sociais atribuídos aos papéis familiares
(GOUVEIA, 2006).

De acordo com vários autores de uma forma geral o abuso sexual em


crianças e adolescentes corresponde a atos impostos por um adulto, que explora
seu poder sobre eles, a fim de obter satisfação sexual sob diversas formas (Azevedo
& Guerra 1989; Farinatte, Biazus & Leite, 1993; Furniss, 1993; Gabel,1997; Koller,
1999; Saffioti, 1989).

Pode-se afirmar que a criança e o adolescente são as maiores vitimas


dos atos abusivos, ocasionados por sua maior vulnerabilidade e dependência,
tornando se um dos maiores problemas no âmbito social e de saúde enfrentados
pela sociedade.
10

Atualmente no Brasil, tem aumentado o número de denúncias de abuso


sexual contra crianças e adolescentes menores de 14 anos, que de acordo com a
Lei nº 12.015/09 são vulneráveis.

A cada dia, o Disque 100 (Disque Denúncia) recebe quase 50 denúncias


relatando crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes em todo o Brasil.
O número é alto, mas pode ser maior, já que muitas das vítimas não registram a
denúncia.
Segundo dados divulgados em 14/05/2019 pelo Ministério da Mulher, da
Família e dos Direitos Humano o Disque 100 (Disque Direitos Humanos) recebeu
76.216 denúncias no ano de 2018 envolvendo crianças e adolescentes, sendo que
17.093 desse total se referia à violência sexual. A maior parte delas é de abuso
sexual (13.418 casos), mas havia também denúncias de exploração sexual (3.675).
Só nos primeiros meses deste ano, informou a ministra Damares Alves, são 4.736
denúncias recebidas de violência sexual. (AGENCIA BRASIL)

Diante desse quadro tem-se estimulando o surgimento de mais


pesquisas, divulgação de dados, informações e esclarecimento desse assunto que
infelizmente é decorrente em nossa sociedade e que tem preocupado governos, pois
essa violação de direto tem registrado resultados negativos que comprometem todo
um desenvolvimento saudável da criança e adolescente, tornando-se assim um
problema universal.

O presente trabalho objetiva apresentar a problemática dos impactos


causados pelo abuso sexual de crianças e adolescente, pois a violência sexual
normalmente acomete vitimas de forma silenciosa e dissimulada não escolhendo
sexo, podendo estar associada na maioria das vezes por situações de
vulnerabilidade social, porém na realidade não obedece nenhuma regra como nível
social econômico, religioso ou cultural. (FLORENTINO, 2015).

A motivação da escolha desse tema se deu após um contato direto com


crianças e adolescentes vitimas de abuso sexual através da vivência do estágio
supervisionado no CREAS Zezito Freitas, onde o Serviço Social tem nas politicas
públicas um espaço que possibilita o trabalho efetivo na defesa de direitos
11

principalmente na contribuição para a recuperação dos impactos causados pelo


abuso sexual de crianças e adolescentes.

Pela primeira vez na história brasileira, uma Constituição Federal (1988)


reconhece a criança e o adolescente como sujeitos de direitos, garantidos na forma
da lei, como qualquer cidadão brasileiro.

De acordo com o ECA (Estatuto da criança e adolescente) “é dever da


família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.” (Art. 4º)

O Objetivo Geral é trabalhar na perspectiva de reverter à violação sofrida,


a fim de alcance desse objetivo, intencionou-se como objetivo específico; contribuir
de forma eficaz para o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes,
conscientizar pais e/ou responsáveis bem como toda a sociedade, dos diversos
problemas que essa violência causa na vida de crianças e adolescente, descrever
os impactos causados e a atuação do CREAS no processo de recuperação, bem
como as alterações sofridas na vida das vitimas e dessa forma estimular a
autoestima levando melhoria da qualidade de vida dos envolvidos.

O procedimento metodológico utilizado nessa pesquisa contou com a


utilização de diversos materiais bibliográficos, levantada por documentos
secundários tendo como base Leis, livros, artigos científicos, páginas de Web sites
por meio eletrônicos, dissertações, revistas, monografias, em bases como Scielo e
Google Acadêmico.
12

2. APRESENTAÇÃO DO TEMA
2.1- DEFININDO O ABUSO SEXUAL.

Este trabalho foi elaborado para discutir sobre os impactos causados em


crianças e adolescente vitima de abuso sexual, pois essa violação tem danos muitas
vezes irreversíveis, interferindo diretamente no desenvolvimento da sexualidade
saudável e exercendo um grande impacto sobre a saúde física, psicológica e social
da vitima.
Ressaltando que crianças para o efeito da Lei é a pessoa com até 12
anos incompletos e adolescentes aquela entre doze e dezoito anos de idade. Artigo
2º do Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8069/9.

O termo abuso sexual abrange vários tipos de agressões sexuais, como


aliciamento e exploração sexual, assédio sexual e estupro. Esse termo é usado de
forma ampla para categorizar atos de violação em que não há consentimento da
outra parte.
A prática dessa violência exerce um grande impacto sobre a saúde física,
psicológica e social da vitima principalmente quando o alvo é crianças e
adolescente.
A violência sexual pode ocorrer por meio de contatos físicos como
caricias não desejadas, penetração (oral, anal ou vaginal com pênis ou objetos),
masturbação forçada, dentre outros. Os casos em que não há contatos físicos
ocorrem por meio de exposição obrigatória de material pornográfico, exibicionismo,
uso de linguagem ironizada, em situações inadequadas. É subdividida em abuso
sexual e exploração sexual. (CMESC,1960).

O abuso sexual se configura de diversas formas sendo elas o


exibicionismo (exposição da genitália), carícias inapropriadas, violação ou incesto,
telefonemas obscenos, voyeurismo (observar atividades sexuais) fetichismo (uso de
objetos inanimados) e frotteurismo (tocar ou roçar-se numa pessoa que não
consente).
É todo e qualquer jogo sexual, em uma relação heterossexual ou
homossexual, que envolva um ou mais adultos, com uma criança ou adolescente,
tendo por finalidade estimular sexualmente a criança ou utiliza-la para obter
13

estimulação sexual sobre sua pessoa ou de outra pessoa (AZEVEDO; GUERRA,


1989). Diferente da exploração sexual o abuso sexual não envolve dinheiro.

A exploração sexual se refere a todo e qualquer uso de uma


criança/adolescente para propósitos sexuais em troca de dinheiro ou favores em
espécie entre a criança, o intermediário ou agenciador que se beneficiam do
comércio de crianças para este propósito podendo se manifestar por meio da
prostituição de crianças e adolescentes, pornografia, turismo sexual, tráfico de
crianças e adolescentes para fins comerciais e sexuais (CMESC,1996).

O tráfico de crianças e adolescentes para fins comerciais e sexuais é a


transferência de uma criança/adolescente de uma parte a outra para qualquer
propósito, em troca de compensação financeira ou de outra natureza. Para tanto é
feito o transporte de crianças e adolescentes com propósitos sexuais comerciais que
ocorrem dentro do mesmo país ou fora dele.

A violência sexual contra crianças e adolescentes sempre existiram na


sociedade, por mais que tenha sido mantida escondida e em segredo.

2.2- BREVE HISTÓRICO DO ABUSO SEXUAL INFANTIL

A questão do abuso sexual infantil não é nova, ela remete desde a


antiguidade. Até o inicio de século XVll os adultos não excluíam as crianças dos
assuntos sexuais, era frequente brincadeiras sexuais entre adultos e crianças,
principalmente entre membros da própria família. “Essa pratica familiar de associar
as crianças ás brincadeiras sexuais dos adultos fazia parte do costume da época e
não chocava o senso comum.”

De Mause (1975) apud Toledo (2003) ao tratar o abuso sexual como


entendemos hoje, menciona a história e confirma que:
14

[...] o abuso sexual de crianças era muito mais frequente no passado do que
hoje em dia. Crescer na Grécia ou em Roma incluía ser usado por homens
mais velhos. Bordéis de meninos floresciam em todas as cidades da
Antiguidade, meninos escravos eram comumente mantidos para o uso
homossexual (p.22).

Não havia lei ou algum comportamento social que coibisse tais pratica, a
criança era considerado um brinquedo de prazer para do adulto. O imperador
romano Tibério segundo a obra de Suetônio sobre a vida dos Césares, já incluía
crianças como objeto de prazer. A história relata ele levou para a ilha de Capri varias
crianças, e as obrigava a praticar diversas formas de atos sexuais para a sua
satisfazer a sua libido (Carter-Lourensz e Johnson-Powell,1999).

Foi somente na Modernidade com a influência do Cristianismo e auxiliado


pelos moralistas que concepção da relação sexual adulto/criança passou a ser
encarada como anormal e proibido pela sociedade, começando a haver um cuidado
de varias âmbitos em relação a criança. AZEVEDDO E GUERRA, 2007.

Assim a igreja passou a considerar a tais atos merecedores de


condenação, inclusive o incesto (relação sexual entre parentes próximos) Depois de
algum tempo, com a diminuição do poder da igreja o Estado assume a condenação
das praticas sexuais adulto/criança, por meio do poder judiciário, e passa a
criminalizar de forma reduzida tais praticas. Esse tema durante muitos anos foi
tratado como tabu, resultando na ocultação a muitos séculos dos comportamentos
sexuais entre adultos e menores.

Em 1946, no período pós-guerra, foi criado o UNICEF- o Fundo das


Nações Unidas para a Infância, trazendo à tona a comprovação de que as crianças
necessitavam da atenção especial, porém o tema só atingiu o auge na década de
70, apesar de a sua existência e consequências já terem sido abordadas e
analisadas por profissionais durante vários momentos do século XX (Fávero, 2003).

No Brasil, o primeiro passo nesse aspecto foi à inclusão, na Carta


Magna, em 1988, no art. 227, conteúdo que coloca como dever da sociedade, da
família e do estado priorizar os direitos das crianças e adolescentes à vida, ao
lazer, à dignidade e a outros direitos básicos.
15

2.3- OS IMPACTOS DO ABUSO SEXUAL NAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES.

O abuso sexual contra crianças e adolescentes configuram-se como um


grave problema social e hoje é uma das grandes preocupações em nível mundial.
Estudos revelam que essa forma de violência traz sérias consequências para as
vítimas, não só no momento em que o fato ocorre, mas também seus reflexos na
fase adulta.
As vítimas de abuso podem ser afetadas de diferentes formas, ou seja,
enquanto algumas apresentam efeitos mínimos, outras desenvolvem severos
problemas de ordem emocional, social e psiquiátrica.

O impacto vai depender de fatores intrínsecos (vulnerabilidade e


resiliência) e extrínsecos à criança (recursos sociais e emocionais, funcionamento
familiar, condições financeiras).

Furniss (1993, p.15) afirma: que o dano psicológico no abuso sexual da


criança pode estar relacionado aos seguintes fatores: a idade do início do abuso,
duração do abuso, grau de violência ou ameaça de violência, a diferença de idade
entre a pessoa que cometeu o abuso e a criança que sofreu o abuso, quão
estreitamente a pessoa que cometeu o abuso e a criança eram relacionadas,
ausência de figuras parentais protetoras e grau de segredo.

Além destes, outros fatores é levada em conta, como o tipo e atividade


sexual, a reação da família, a saúde emocional da criança, a responsabilização da
criança pela ação sexual e a negação do agressor de que o abuso aconteceu.

Mesmo não decorrendo um relato que caracterize crianças e


adolescentes abusados sexualmente, estudos revelam varios transtornos
psiquiátricos apresentados pelas vítimas, como o transtorno do estresse pós-
traumático – TEPT. Sobre situações traumáticas, Neto e Vieira (2005) trazem que
trauma é toda situação que ocorre quando o perigo se apresenta maior do que o
individuo é capaz de enfrentar, com base em suas experiências anteriores.
16

Entre as manifestações, podemos citar a experiência continua do evento


traumático, manifesta através de lembranças, sonhos traumáticos, comportamento
de reconstituição e angústia nas lembranças traumáticas. Outra característica é
excitação, em que a criança evita a lembrança do trauma, apresenta amnésia
psicogênica e desligamento. As vítimas também podem apresentar excitação
aumentada, ou seja, transtornos do sono, irritabilidade, dificuldades de
concentração e hipervigilância.

Estudos apontam que além de quadros psiquiátricos decorrentes dos


abusos, podem-se observar nas vítimas, mudanças de comportamento afetivas e
cognitivas, como: abuso de substâncias, fugas do lar, pensamentos suicidas,
condutas sexualizadas ou delinquentes, isolamento social, irritabilidade, baixo
rendimento escolar e sentimentos de culpa, raiva e de diferença em relação aos
seus iguais (COHEN, 2001; FLORES e CAMINHA, 1994 apud HABIGZANG e
CAMINHA, 2004).

Sobre o sentimento de culpa, Furniss (1993) esclarece que tanto a


pessoa que cometeu abuso quanto a criança abusada, podem sentir-se igualmente
culpadas, como uma maneira de expressar os eventos psicológicos que se derivam
da experiência na interação abusiva.

A experiência da criança como participante no abuso explica como as crianças


que sofreram abuso prolongado frequentemente expressam fortes sentimentos de
culpa, independentemente do grau de cooperação e da vontade de participar do
abuso. O sentimento de culpa da criança origina-se de seu senso equivocado de
responsabilidade, que ela deriva do fato de ter sido uma participante do abuso
(FURNISS, 1993 p. 17).

Essa experiência psicológica de participação e culpa também explica a


baixa autoestima e um posterior comportamento de vítima dos adultos que já
sofreram abuso quando crianças.

As vítimas ainda se queixam de um mal-estar difuso, crises de falta de


ar, desmaios, transtornos alimentares como náuseas, vômitos, anorexia e bulimia.
Frequentemente a criança tem um forte sentimento de repugnância por si mesma,
17

podendo ocasionar rituais de lavar-se compulsivamente (ROUYER, 1997 apud


HABIGZANG e CAMINHA, 2004).

O mesmo autor ainda descreve que há constantes perturbações do


sono, traduzidas em angústias de baixar a guarda e ser agredido sem defesa.
Muitas crianças tentam se prevenir, colocando em torno da cama objetos que
possam fazer barulho no caso de alguém se aproximar. As funções intelectuais e
criativas também são prejudicadas e a criança para de brincar, desinteressa-se
pelos estudos e fecha-se em si mesma.

Mesmo quando a criança não apresenta sintomas observáveis, não quer


dizer que não sofra ou que não vá sofrer com os efeitos desse abuso, pois
provavelmente ela apresenta um sofrimento emocional muito intenso e as
consequências podem estar mais potencializadas. Assim, uma criança que sofreu
abuso sexual deve ser sempre considerada em situação de risco.

Considerando todas as consequências aqui explicitadas, verifica-se a


importância e existir uma rede de apoio treinada e especializada em identificar os
casos diante dos comportamentos e sintomas das crianças e adolescentes vítimas
de abuso sexual. Faz-se necessário a intervenção de uma equipe multidisciplinar
capaz de um preparo no sentido de prestar um atendimento eficiente.

2.4- A PROTEÇÃO SOCIAL

Diante desse exposto, ressalta-se que o abuso sexual contra criança e


adolescente é uma violação aos direitos fundamentais. Nessa perspectiva, os
serviços especializados e continuados devem ser ofertados a fim de atender as
vitimas e as famílias que tiveram seus direitos violados.
A Proteção Social Especial organizada no âmbito do SUAS (Sistema
Único de Assistência Social) oferta serviços, programas e projetos de caráter
especializado, destinado a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e
social, por violações de direitos. Tais situações podem incidir sobre as relações
familiares e comunitárias, gerando conflitos, tensões e rupturas, demandando,
18

portanto, atenção especializada e maior articulação com os órgãos de defesa de


direitos e outras políticas públicas setoriais.

O CREAS oferece o Serviço de Enfretamento á Violência, ao abuso e a


Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, que visa assegurar proteção
imediata e atendimento psicossocial ás crianças e aos adolescentes vítimas de
violência física, violência psicológica, negligência, Abuso e exploração sexual
comercial ou não, bem como a seus familiares, oferecendo acompanhamento
técnico especializado, psicossocial, e jurídico (BRASIL, 2005).
19

3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL.


3.1- REFLEXÃO SOBRE CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL
INFANTIL.

De acordo com o Artigo 5ª do Estatuto da Criança e do Adolescente,


“Nenhuma criança será objeto de qualquer forma de negligencia, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais”.

É preciso trabalhar a questão, pois como já relatado, diariamente a mídia


tem divulgado abuso sexual contra crianças e adolescentes que por estarem em
formação, ou seja, em processo de desenvolvimento, encontra-se em situação de
maior vulnerabilidade, estando relacionada com a questão social, econômica e
cultural e que segundo o Estado é considerado um grave problema de saúde.

Dados do Ministério da Saúde revela que entre 2011 e 2017 ouve um


aumento de 83% nas notificações gerais de violência sexual contra crianças e
adolescentes no Brasil segundo boletim epidemiológico em 25/06/2018. No período
foram notificados 184.524 casos de violência sexual, sendo 58.037 (31,5%) contra
crianças e 83.068 (45,0%) contra adolescentes. Dentre as violências sofridas por
crianças e adolescentes, o tipo mais notificado foi o estupro (62,0% em crianças e
70,4% em adolescentes).

Os números mostraram também o quanto os mais novos são vulneráveis,


já que o maior número de caso ocorre em crianças entre 1 a 5 anos (51,2%) e com
os jovens entre 10 e 14 anos (67,8%).

Ainda segundo a pesquisa, negros e mulheres é a maioria entre as


vitimas. Tanto adolescentes quanto crianças negras tiveram a maior parte das
notificações (55,5% e 45,5% respectivamente) demonstrando maior vulnerabilidade
destes grupos. Também são maioria das vitimas de violência sexual crianças e
adolescentes do sexo feminino. Ocorrendo 74,2% dentre as crianças e em maior
numero as adolescentes com 92,4%.
20

Meninos também sofrem com a violência sexual. Entre as crianças eles


são quem mais sofrem abusos na escola (7,1%). Já os adolescentes do sexo
masculino são os mais explorados sexualmente e são a maioria das vitimas de
pornografia infantil.

A maioria das ocorrências, tanto com crianças quanto com adolescentes,


ocorrerem dentro de casa e os agressores geralmente são pessoas do convívio das
vitimas, geralmente familiares. O estudo mostra também que na maioria das vezes a
violência ocorre mais de uma vez.

Como já destacado que o abuso sexual contra crianças e adolescentes


geram consequências drásticas de diferentes formas causando-lhes graves
problemas físicos, emocionais, sócias, psicológico. Comprometendo o seu
desenvolvimento social, comunitário além de aumentar a vulnerabilidade ás
violências na vida adulta e até mesmo familiar. Essa violação de diretos traz
prejuízos ao desenvolvimento da sexualidade saudável. Em muitas vezes
irreversível.

Esse crime tem se mostrado fazer parte da vida diária da sociedade


brasileira e dessa forma faz-se necessário que todos, ou seja, a família, a sociedade
e o Estado assegurar o direito para esses infantes conforme a Constituição Federal
de 1988 e a Lei 8.069/90 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Entre as principais causas do aumento desse tipo de violência estão à


pobreza, a exclusão, desigualdade social, discriminação racial de gênero e etnia. A
falta de conhecimento e informação também contribui sobre os direitos de crianças e
adolescentes.

Todavia a literatura tem mostrado que a violência contra crianças e


adolescentes é um fenômeno que acontece em todas as classes sociais,
independente de raça, do credo, de regimes políticos econômicos e que pode atingir
crianças e adolescentes em todas as faixas etárias dentro e fora do ambiente
familiar, sendo sua incidência bem maior do que se estima (BITTENCOURT, 1995;
GOUDERER, MORGADO, 1992; AZEVEDO, 1989).
21

Confirmando a temática, estudos têm exaustivamente demonstrado que a


violência sexual contra crianças e adolescentes ocorrem em todos os estratos
sociais (Gauderer e Morgado, 1992), não se limita a determinada etnia ou credo,
independe de regimes políticos e econômicos, pode atingir crianças e adolescentes
em todas as faixas etárias dentro e fora do ambiente familiar (Azevedo, 1989) e sua
frequência é bem maior do que a estimada (Bittencourt, 1995).

Suas repercussões na saúde das crianças e adolescentes transcorrem


pela esfera psicológica, física, sociocomportamental e sexual, variando desde fobias,
dores sem causa aparente, anorgasmia, ninfomania, até comportamentos
considerados antissociais como a prostituição, pedofilia e perpetuação de ciclos de
violência (Dubowitz e col., 1992).

Sob o ponto de vista social, ela aponta para a fragilidade e pouca


eficiência dos sistemas legislativos, judiciários, educacionais, de assistência social e
de saúde em prover e promover à infância e adolescência a proteção que lhes é
devida (Child Welfare Information Gateway, 2003).

Segundo documento da Organização Mundial de Saúde (WHO) em 2002


estimou-se que 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos menores de 18
anos foram obrigados a manter relações sexuais ou sofreram outras formas de
violência sexual que envolveu contato físico.

Apenas nas últimas três décadas o debate sobre a violência sexual contra
crianças e adolescentes adquiriu maior visibilidade por parte de órgãos
governamentais, entidades civis e organizações não governamentais no País e no
mundo.
No Brasil o período que antecedeu a Constituição Federal de 1988
(CF/88) foi determinante para a mudança de padrão na área da garantia de direitos
de crianças e adolescentes. O texto constitucional trouxe os princípios da proteção
integral dos direitos da criança e do adolescente, com absoluta prioridade.
22

Nele o tema violência sexual tem especial significância. Com destaque


para o parágrafo 4º, do art. 227 pela importância atribuída ao enfrentamento da
violência sexual contra crianças e adolescentes, explicitamente tratado. Era clara
uma resposta ao clamor de vários movimentos sociais que solicitavam uma ação
formal do Estado brasileiro à violência sexual contra crianças e adolescentes, que se
caracterizava como uma violência protegida, parcamente discutida e vagamente
assumida pelas políticas públicas, haja vista que muitos não denunciavam ou
procuravam ajuda por não saberem ao menos que está sofrendo violência e qual a
natureza da mesma.

Algumas iniciativas devem ser mencionadas no que toca ao combate à


violência sexual contra crianças e adolescentes, além dos já citados, a Constituição
Federal de 1988, e o Estatuto da Criança e Adolescente - ECA -, de 1990, com
destaque para a estruturação do enfrentamento a esse problema dentro da Política
de Assistência Social - PNAS -, como serviço de proteção especial do Sistema Único
de Assistência Social - Suas.

Trata-se de serviço continuado de alta complexidade da proteção social


especial, realizado pelos Centros de Referência Especializados de Assistência
Social (CREAS), os quais oferecem um conjunto de procedimentos técnicos
especializados para atendimento e proteção imediata às crianças e aos
adolescentes vítimas de abuso ou exploração sexual, bem como a seus familiares,
proporcionando-lhes condições para o fortalecimento da autoestima, superação da
situação de violação de direitos e reparação da violência vivida.

Já o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-juvenil,


aprovado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Co-
Nanda - em meados de 2000, estabelece diretrizes para as políticas públicas
voltadas para o tema, de modo a referenciar a atuação dos governos federal,
estaduais e municipais, tendo como eixo estruturante os direitos humanos sexuais
da criança e do adolescente. O Plano desencadeou uma série de iniciativas e ações,
como:
A criação do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual de
Crianças e Adolescentes e da Comissão Intersetorial do governo federal;
23

A implantação de delegacias e varas criminais especializadas em crimes


contra crianças e adolescentes;
A definição de códigos de conduta por diversos setores da economia,
como turismo e transporte, por exemplo:
Diversas campanhas de sensibilização.

A implementação do Plano dá-se por meio do conceito de "Redes de


Proteção" e tem por princípio, entre outros, a descentralização, a partir de
transferência de poderes, recursos e responsabilidades de forma pactuada entre a
União, Estada e Municípios.

Outra iniciativa a ser citada é o estabelecimento do Dia Nacional de


Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A ideia surgiu
em 1998 no primeiro encontro, no Brasil, de uma organização internacional,
originária da Tailândia, que combate a violência sexual contra crianças, a ECPAT.
Em 2000 foi sancionada a Lei Federal 9.970 que estabelece o dia 18 de maio como
essa data, em homenagem à menina Aracelli Cabrera Sanches Crespo, violentada e
brutalmente morta nesse dia no ano de 1973 em Vitória, no Espírito Santo, aos 8
anos de idade.

3.2- O PAPEL DO CREAS NO ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA SEXUAL.

É comum ao extremo encontrarmos agressores que foram vítimas e talvez


se os mesmos tivessem recebido auxílio precoce esta situação poderia ser evitada,
minimizando os danos e consequências que tal condição resulta.

A ideia é atravessar as consequências do abuso na vida da criança e do


adolescente em longo prazo e o perfil que a mesma desenvolve, destacando a
importância do disque denúncia como um mecanismo de proteção, enfrentamento e
forma de mobilização da sociedade em geral.
24

Como forma de enfrentamento o disque denúncia é uma alternativa


crucial, pois consegue manter anônima a identidade do denunciante, já que muitos
não denunciam por medo de represarias.

Neste contexto surge o Centro de Referência Especializado de


Assistência Social (CREAS), espaço importante para acolher e acompanhar estas
crianças e adolescentes. Os profissionais atuantes neste espaço precisam ser
capacitados e preparados para receber esta demanda tão peculiar, pois suas ações
podem ser decisivas na diminuição dos danos e na identificação de novas situações
de vulnerabilidade.

Outro papel importante a ser desenvolvido pela equipe do CREAS é a


desculpabilização da vítima, tão comum e sofrida, pois atribuem para si uma
responsabilidade que de longe não lhes cabe. Além do suporte dado à vítima, o
CREAS também pode colaborar com as famílias, pois estas também precisam saber
lidar com as situações que esta condição requer.

Vale ressaltar aqui que o CREAS é um espaço de promoção e superação,


focado no empoderamento dos direitos sociais e ferramenta de ruptura com as
situações de risco social e vulnerabilidade.
Para chegar os resultados utilizou-se de pesquisa bibliográfica e
orientações dadas durante o estágio, mediante observação do trabalho ali realizado
pela Assistência Social.
25

4. JUSTIFICATIVA

O desejo de compreender o referido tema se deu a partir das


observações realizadas durante o estágio supervisionado l, ll e lll no Centro de
Referência Especializada de Assistência Social – CREAS Zezito Freitas que está
localizado a Rua Úrsula Catarina, nº 86, Bairro Sobradinho, nesta cidade, o mesmo
foi inaugurado no ano de 2010.

O CREAS é uma unidade pública da política de Assistência Social onde


são atendidas famílias e pessoas que estão em situação de risco social ou que
tiveram seus direitos violados.

A unidade deve, obrigatoriamente, ofertar o Serviço de Proteção e


Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAIFI), podendo ofertar outros
serviços, como abordagem Social e Serviço para Pessoas com Deficiência, Idosos e
suas famílias. É unidade de oferta ainda do Serviço de Medidas Socioeducativas em
Meio Aberto.

Além de orientar e encaminhar os cidadãos para os serviços da


assistência social ou demais serviços públicos existentes no município, no CREAS
também se oferece informações, orientação jurídica, apoio a família, apoio no
acesso á documentação pessoal e estimula a mobilização comunitária.

O público atendido pelo CREAS são famílias e indivíduos em situação de


risco pessoal e social, com violação de direitos, como; violência física, psicológica e
negligência; violência sexual; afastamento do convívio familiar devido á aplicação de
medida de proteção; situação de rua; abandono; trabalho infantil; discriminação por
orientação sexual e/ou raça/etnia; descumprimento de condicionalidades do
Programa Bolsa Família em decorrência de violação de direitos; cumprimento de
medidas socioeducativas em meio aberto de Liberdade Assistida e de Prestação de
Serviços à Comunidade por adolescentes, entre outras.
26

O cidadão também pode ser encaminhado ao CREAS pelo Serviço


Especializado em Abordagem Social, por outros serviços da assistência social oi de
outras políticas públicas e por órgãos do Sistema de Garantia de Direitos (como
Ministério Público)

O município de Feira se Santana dispõe de três CREAS que trabalham


por áreas de abrangências, constituindo um local de referência da atenção
especializada aos usuários. É uma unidade pública e os serviços são gratuitos.

Através do estágio supervisionado foi possível constatar o grande volume


de acompanhamento às crianças e adolescente vitima de abuso sexual. Diante
desse exposto, e ressaltando que o abuso sexual contra criança e adolescente é
uma violação aos direitos fundamentais, os serviços especializados e continuados
devem ser ofertados a fim de atender as vitimas e as famílias que tiveram seus
direitos violados.

O Projeto de Intervenção anteriormente aplicado teve como objetivo


promover ações que conscientizavam crianças e adolescentes bem como familiares
sobre a importância das informações recebidas no equipamento e do envolvimento
ativo dos mesmos no processo do conhecimento dos seus direitos no caso das
vitimas e dos deveres no caso da família ou responsáveis, visando o pleno
fortalecimento dos vínculos, elevação da autoestima e a segurança na convivência
com seus familiares.

O Centro de Referência Especializado em Assistência Social – CREAS


Zezito Freitas tem atuado com o objetivo de reverter às violações tendo um impacto
direto na reorganização e reestruturação da família, e até mesmo de comunidades,
promovendo o desenvolvimento pessoal e comunitário.

Resgatando os vínculos familiares e sociais rompidos, apoiando a


construção e/ou reconstrução de projetos pessoais e sociais, promovendo o resgate
da autoestima, a identificação e desenvolvimento de potencialidades e capacidades,
a promoção de inserção e participação social.
27

5. OBJETIVOS

O objetivo geral e especifico proposto, pelo presente trabalho, será


anunciado a seguir sob o critério de abranger a problematização citada e observada
durante os procedimentos estabelecidos nos estágios supervisionados.

5.1-- OBJETIVO GERAL

Trabalhar na perspectiva de reverter à violação sexual sofrida por


crianças e adolescentes considerando a importância de se trabalhar na perspectiva
de reverter os impactos causados por tais abusos.

5.2- OBJETIVOS ESPECIFICOS.

 Contribuir de forma eficaz para o enfrentamento da violência contra crianças e


adolescentes.
 Conscientizar pais e/ou responsáveis bem como toda a sociedade, dos
diversos problemas que essa violência causa na vida de crianças e
adolescente.
 Descrever os impactos causados e a atuação do CREAS no processo de
recuperação.
 Estimular a autoestima levando melhoria da qualidade de vida dos envolvidos.
28

6. METODOLOGIA DA PESQUISA.

A metodologia dessa pesquisa de deu de forma exploratória nos seus


objetivos que é um tipo de pesquisa que não precisa de hipótese como testes, pois a
mesma busca informações de um assunto já discutido e estudado e através de
revisão com objetivos qualitativos que é o método que se preocupa com os aspectos
da realidade, por meio de pesquisas bibliográficas levantados em livros, artigos
científicos, monografias, dissertações, revistas, matérias vinculadas em jornais, Leis,
por meio eletrônicos coletadas em páginas de web sites nas bases de dados
eletrônicos: Lilacs, ScIelo, Google Acadêmico.

De acordo com Gil (2010), pesquisa exploratória tem como objetivo


principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Quanto a
abordagem é qualitativa, já que foram utilizados as observações como coleta de
dados. Todo trabalho cientifico começa com uma pesquisa bibliográfica, que permite
ao pesquisador o conhecer o que já se estudou sobre o assunto.

A metodologia deve ajudar a explicar não apenas os produtos da


investigação cientifica, mais principalmente seu próprio processo, pois suas
exigências não são de submissão estrita a procedimentos rígidos, mais
antes da fecundidade na produção dos resultados.(BRUYNE, 1991, p. 29).

A pesquisa é um conjunto de ações e procedimentos que conduz a novas


descobertas e amplia os conhecimentos sobre um determinado tema. Dessa
maneira, a pesquisa bibliográfica não representa apenas uma reprodução do que foi
dito, mais dar espaço para outro questionamento com novas soluções.

A análise resultou num apanhado estabelecido entre vários autores que


discutem sobre o tema deste trabalho no período de julho a novembro de 2019,
onde pude assimilar informações a fim de enriquecer a minha pesquisa de
informações fundamentadas.
29

7. ANALISE DOS DADOS DA PESQUISA

Este tópico refere-se a uma analise realizada a partir da pesquisa


exploratória em artigos científicos e observações através do estagio supervisionado
no CREAS Zezito Freitas em Feira de Santana.

7.1- APRESENTAÇAO DOS DADOS

As observações realizadas convieram para demandar informações sobre


o tema proposto no trabalho aqui apresentado e assim, refletir sobre nas conjunturas
dos impactos causados em crianças e adolescentes vitimas de abuso sexual e
assim explanar a temática trabalhada, explorando sobre os desafios de atuar na
reversão e superação.

Os dados apresentado trata-se de uma pesquisa bibliográfica de materiais


eletrônicos como: livros, revistas, artigos científicos que juntos fundamentaram os
impactos causados em crianças e adolescente vitima de abuso sexual.

O estudo foi de natureza qualitativa cuja principal base é a questão


relacionada com a violência sexual sofrida por crianças e adolescentes e o
desenvolvimento das mesmas na sociedade em especial no que toca a questão da
conquista de direito e do processo de implantação das politicas.

Também foi de estrema importância para esta pesquisa, à observação


participante realizada no estágio obrigatório com o qual foi possível definir o tema a
ser tratado e trabalhado neste.
30

7.2 ANÁLISE DE DADOS

Os dados foram analisados qualitativamente, onde as respostas não são


objetivas, esse método se preocupa com os aspectos da realidade e não de
quantificação, preocupa-se com o universo dos significados, motivos, aspirações,
valores e atitudes.

As características da pesquisa qualitativa são objetivação do fenômeno;


hierarquização das ações de descrever, compreender, explicar, precisão das
relações entre o global e o local em determinado fenômeno; observância das
diferenças entre o mundo social e o mundo natural; respeito ao caráter interativo
entre os objetivos buscados pelos investigadores, suas orientações teóricas e seus
dados empíricos; buscas de resultados os mais fidedignos possíveis; oposição ao
pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências
(MINAYO, 2005).

7.3 RESULTADOS

Os resultados demonstram que além do objetivo pesquisado foi possível


identificar e propor melhorias eficazes no intuito de direcionar a união da teoria com
a prática no enfrentamento das expressões da questão social.

O profissional do Serviço Social tem o papel de interferir diretamente na


realidade social do sujeito e suas ações esta vinculada a intervenção nas
expressões da questão social, principalmente para as situações de vulnerabilidade
social e risco social, na qual se enquadra o abuso sexual. Dessa forma, compete ao
profissional Assistente Social promover para a população a garantia de seus direitos,
bem como a integração entre as ações e serviços.

De acordo Almeida (2009) o Assistente Social atua na sociedade com o


objetivo de transforma-la, a partir das intervenções nas expressões da questão
social em suas múltiplas expressões.
31

Entretanto, os impactos causados pelo abuso sexual praticado contra


crianças e adolescentes é um fenômeno que envolve muitos fatores e
complicações. É, portanto, um problema de ordem multidisciplinar, isto posto é
importante ressaltar que o enfrentamento do mesmo requer um envolvimento de
todos os profissionais direta ou indiretamente ligados no sentido de dar suporte as
vitimas e direciona-las para a resolução dos conflitos, ou seja, deve abranger toda
a rede familiar e social, bem como o poder do Estado.

Diversos princípios constitui o Direito da Criança e do Adolescente,


dentre eles o principio da proteção integral a criança e ao adolescente que está
amparado pelo art. 227 da Constituição da Republica Federativa do Brasil (1988)
respaldado no art. 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), nos
seguintes termos: A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes á pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral que
trata essa Lei, assegurando-se, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades
e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

7.4 DISCURSSÃO DOS RESULTADOS

Analisar os resultados é parte integrante da totalidade desta peça


monográfica, e é de suma importância por nela poder discorrer com maior
objetividade do assunto, já que esta é feita com embasamento teórico-científico. A
principal questão que foi discutida neste trabalho acadêmico é conhecer os impactos
causados em crianças e adolescente vitima de abuso sexual e suas consequências.

A constatação de situações de violência é de suma importância para que


se possa dar um encaminhamento adequado, tanto para quem sofreu à violência
como para quem a praticou.

Esse acompanhamento também deverá ser extensivo à família visando


o enfrentamento da situação e amenização do trauma e das demais consequências
sociais, psicológicas e físicas decorrentes desta violação de direitos humanos.
32

Para Lima e Diolina (2013) o agravante é que esse ato de violência gera
consequências drásticas para suas vítimas e sequelas irreversíveis para o indivíduo
que sofreu essa violação, as quais variam de indivíduo para indivíduo, conforme a
sua subjetividade.

Há evidências que apontam também que é fato bastante comum que


pessoas que sofreram abusos sexuais quando crianças tornem-se adultos que
também abusarão de crianças. SEBOLD (2008, p. 20) relata que:

“[...] isto ocorre com frequência quando o trauma vivido na infância não é
tratado. O agressor não consegue parar por vontade própria, e é necessária
intervenção especializada”.

Segundo Borges e Dell‟Aglio (2008) os impactos do abuso sexual infantil


causado sobre o desenvolvimento da criança depende de fatores, ao qual a criança
se encontra relacionada, tais como suas individualidades, família e do meio social
que se insere.

Nas últimas décadas, o Brasil tem se evidenciado na pesquisa sobre


esse tema, no entanto, ainda há um enorme caminho a percorrer no sentido de pôr
em prática o Estatuto da Criança e do adolescente.

LOPEZ SANCHES (1991, p.27-30) descreveu os principais impactos de


abusos sexuais nas crianças segmentando-os em;
1) impactos físicos mais frequentes;
2) impactos psicológicos mais frequentes;
3) efeitos sociais mais frequentes e
4) efeitos em longo prazo.

Entre os impactos físicos mais frequentes estão os distúrbios de sono,


mudanças de hábitos alimentares, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
Já os psicológicos mais frequentes são: o medo, hostilidade frente ao sexo do
agressor, culpa, depressão, baixa autoestima, conduta sexual anormal como
33

masturbação compulsiva, exibicionismo, angústia, agressões, condutas antissociais


e sentimentos de estigmatizarão.

No âmbito social verificam-se as dificuldades escolares, as discussões


familiares, a fuga, a delinquência, e a prostituição. Em longo prazo observam-se as
fobias, pânico, personalidade antissocial, depressão com ideias de suicídio, tentativa
ou suicídio levado a cabo, crucificação dos sentimentos de estigmatizarão,
isolamento, ansiedade, tensão e dificuldades alimentares, dificuldades de
relacionamento com pessoas do sexo do agressor (amigos, pais, filhos,
companheiros), reedição da violência, revitimização, distúrbios sexuais além da
droga dição e alcoolismo.

KENDALL-TACKETT, WILLIAMS e FINKELHOR (1993) classificaram os


impactos do abuso sexual de acordo com as idades:
1) de 0 a 6 anos;
2) de 7 a 12 anos;
3) de 13 a 18 anos.

Os impactos existentes na faixa etária de 0 a 6 anos são ansiedade,


pesadelos, transtorno de estresse pós-traumático e comportamento sexual
inapropriado. Na faixa etária de 7 a 12 anos compreendem o medo, distúrbios
neuróticos, agressão, pesadelos, problemas escolares, hiperatividade e
comportamento regressivo e na faixa etária de 13 a 18 anos abrangem a depressão,
isolamento, comportamento suicida, autoagressão, queixas somáticas, atos ilegais,
fugas, abuso de substâncias e comportamento sexual inadequado.

Os sintomas que ocorrem em qualquer das três fases de desenvolvimento


são: pesadelos, depressão, retraimento, distúrbios neuróticos, agressão e
comportamento regressivo.

A psicóloga Maria Isabel Ribeiro (2014) reforça que o abuso sexual


infantil provoca danos na estrutura e nas funções do cérebro, incluindo as que
desempenham papel importante na cognição, na memória e nas emoções, aumenta
o risco de se desenvolver transtornos mentais e comportamentos autodestrutivos.
34

Quando a violência sexual ocorre no ambiente familiar há graves


consequenciais no funcionamento psicológico das vitimas, já que o mesmo deveria
ser um espaço protetivo, mas retrata-se, nestes casos, como ambiente ameaçador,
gerando a sensação de desamparo, medo e abandono.

Nos casos de abuso sexual, e particularmente de incesto, observa-se que


conhecer a história familiar fica mais difícil por conta de seus segredos. A
comunicação entre os membros da família, por sua vez, torna-se limitada e, por
diversas razões, mantêm-se os vínculos de lealdade (PRADO e PEREIRA, 2008).

Furniss (1993 apud Penso et al., 2009) ressalta que nas situações de
abuso, a dinâmica familiar apresenta uma inversão da hierarquia familiar entre pais e
filhos. Os cônjuges, por sua vez, ficam incapacitados de admitir os problemas
existentes entre eles, e o casal é incapaz de assumir suas responsabilidades no
cuidado e proteção da criança/adolescente.

Segundo Araújo (2002), quando o agressor é o pai biológico, este trai a


confiança da vítima e se aproveita da sua fragilidade e imaturidade para praticar o
abuso. Também garante o seu silêncio em grande parte com promessas ou
ameaças e, geralmente, se beneficia da conivência ou desconhecimento da mãe e
dos outros membros da família. A vítima, por sua vez, vive uma situação traumática
e conflituosa, a qual é permeada por uma mistura de sentimentos como: medo,
raiva, prazer e culpa.

Florentino (2015) ressalta ainda que ao falarmos dos impactos do abuso


sexual praticado contra crianças e adolescentes, é necessário pensar o quanto a
condição física e orgânica é deturpada, já que esta violência compreende uma
violação do corpo da vítima. Neste sentido, pode-se apontar como consequências
orgânicas as lesões físicas gerais, gestação, doenças sexualmente transmissíveis,
lesões e disfunções sexuais, machucados e fraturas.
35

Os diferentes relatos sobre os impactos nos mostram o quão importante é


agirmos preventivamente e atentamente no acompanhamento diário das crianças
e adolescentes a fim de evitar os abusos. É necessária atenção aos sinais que são
comunicados pelas crianças e adolescentes.

Conforme vimos nos impactos estudados pelos diferentes autores, muitas


vezes os sinais se manifestam através de desconforto ou mal estar, cuja origem está
no profundo sofrimento causado pela ocorrência do abuso.

Enfim, a criança que deveria ter uma vida, baseada na alegria,


brincadeiras, descontraída, sociável, amável, recíproca de fraternidade entre outros
atributos que acompanham a criança quando esta possui uma vida normal (sem
abusos), ao longo da sua infância, adolescência e maturidade adulta, depois de
abusada trazem consigo atributos negativos, que não só afeta a si mesma, mas a
todos ao seu redor, se tornando uma criança reprimida com traumas que na maioria
dos casos a acompanharão para o resto da vida.
36

8. CONCLUSÃO

O estudo alcançou seus objetivos ao trazer uma revisão bibliográfica a


cerca da questão do abuso sexual e seus impactos na vida de Crianças e
Adolescentes, descrevendo as situações de vulnerabilidade e risco social onde afeta
não somente as vitimas dentro da sua realidade frágil, mais também a família e a
sociedade como um todo.

A cerca disso, o estudo foi direcionado para refletir sobre as questões que
podem evidenciar que apesar das diversas políticas publicas protetivas no Brasil,
ainda é grave o quadro de violência sexual contra crianças e adolescentes e
consequentemente seus impactos na vida do mesmo, já que os relatos mostram um
crescente numero de denuncias referente ao tema.

Em vista disso é a participação do poder publico em conjunto com a


sociedade que se pode atingir com maior efetividade o enfretamento dessa questão.

Assim acredita-se que são necessários mais estudos para criação de


políticas publicas mais efetivas voltadas para assegurar direitos realizando projetos
e atividades voltadas para conscientizar e esclarecer principalmente os adultos que
esse assunto é de grande seriedade e que se não for tratado de forma apropriada,
trará graves consequências e pode comprometer o desenvolvimento sadio das
crianças e dos adolescentes.

Quando não for possível a ação preventiva, mas identificarmos casos de


abuso é fundamental agirmos denunciando para que haja o socorro da vítima e a
punição do(s) criminoso(s)
37

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