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Falando nisso, o que é a capacidade de suporte?

Refere-se à
taxa de lotação (definição que veremos mais adiante), juntamente
com a pressão de pastejo ótima, durante algum período de tempo
estabelecido, conseguindo atingir um melhor ganho de peso vivo
por área, evitando degradações nas pastagens. O que influencia na
capacidade de suporte é o tipo de solo, estações do ano, clima e
características das espécies e/ou cultivares forrageiras. E assim, a oferta
de forragem é determinada por esses fatores durante o ano todo.
Mas como é possível calcular a capacidade de suporte em
uma pastagem? A produção média das pastagens no Brasil varia
em torno de 25 ton. MS/ha/ano. Já nesse exemplo, o consumo
dos animais pode variar por volta de 2,5% e 3,0% do peso vivo
(peso corporal do animal vivo). Considera-se que a quantidade
da forrageira utilizada no cálculo da capacidade de suporte deve
ser maior que a capacidade de consumo animal, pois o valor
correspondente para o máximo desempenho do animal a pasto
fica em torno de 10% a 12% do peso vivo.
Para que você aprenda o cálculo, vamos utilizar os seguintes dados
em um exemplo: produção de forragem = 28.000 kg de MS/ha/ano;
peso vivo de 1 Unidade Animal (UA) = 450 kg de peso vivo. Observe:

Assim temos:

Concluímos que o pasto possui a capacidade de suporte de 1,54 UA/


ha/ano ou 1,54 X 450 kg = 693 kg/ha/ano.
Assim seria para o pastejo contínuo, no entanto, o pasto é utilizado
com maior intensidade no período das águas, em que a produção de
pastagem é em torno de 75% da produção total. Sendo assim, a capacidade
de suporte será estimada para o período de 210 dias (estimativa para o
período chuvoso durante o ano (7 meses)), e o resultado seria 2,02 UA/
ha, e no período seco (0,25% da produção e 155 dias) seria 0,91 UA/ha.
Piquetes: em sistema de pastejo rotacionado, as áreas de pastejo
(AP) são fracionadas em vários piquetes, que podem ser utilizados
alternadamente, sendo um período para o pastejo e o outro período

U1 - Implantação e manejo de pastagens 17


para o descanso no piquete. A importância de estabelecer o número
de piquetes nesse método é de conseguir fornecer um maior controle
sobre o pasto. Assim, quando conseguimos ter o controle de quanto
tempo e quando as plantas estão sendo pastejadas, o hábito de pastejo
tende a ser mais uniforme e mais eficiente.

Atenção
Para implantar esse tipo sistema, deve-se conhecer a espécie ou o cultivar
da forrageira que pode ser utilizada, sempre respeitando as necessidades
produtivas dessa forrageira. Precisamos conhecer o período de repouso
(descanso) exigido pela forrageira, para conseguir definir o período de repouso
dos piquetes, sendo necessário saber qual a altura dos pontos de rebrota
(meristemas), para tomada de decisão da altura da entrada dos animais e
a saída dos animais (resíduo). A respeito dos dados demonstrados acima
sobre as espécies forrageiras, os mesmos podem ser obtidos facilmente na
literatura especializada.

Ao definir o período de pastejo e o período de descanso, é possível


calcular o número de piquetes para um grupo de animais, de acordo
com a fórmula:
Período de descanso
Número de piquetes = +1
Período de ocupação
o
Em sistemas extensivos e semiextensivos, não é recomendado que
o período de ocupação seja superior que 28 dias (sendo assim, um
pastejo alternado). Para nosso exemplo, iremos considerar, então, 28
dias para os dois períodos, onde:

Com relação ao tamanho diário da área de pasto, vamos considerar a


criação de bovinos com peso médio de 200 kg no sistema extensivo. O
consumo desses animais é de 1.000 kg de MS/dia de forragem. UA igual
a 70 e forragem disponível é de 800 kg de MS/ha. A fórmula é a seguinte:

Considerando os dados, temos:


1000 × 10000
Tamanho diário da área (m²/UA/dia)= =178,57
800 × 70

18 U1 - Implantação e manejo de pastagens

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