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Federação das Indústrias do Estado do Pará

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


 SENAI/PA - Departamento Regional do Pará

É proibida a reprodução total ou parcial deste documento, sem a prévia


autorização por escrito do SENAI Departamento Regional do Pará

FICHA TÉCNICA

Correção Gramatical: Adalício de Macedo Rodrigues

Pesquisa e Elaboração: Mário dos Santos Capela

Digitação: Emanuel F. de Farias Reis Neto

Formatação e Edição: Leonardo Lyra de Santana

Normalização: Setor de Informação e Documentação

SENAI.PA

Pedreiro. Belém: SENAI-PA, 2003, 97 p.

1.PEDREIRO. 2.MATEMÁTICA BÁSICA. 3.INSTUMENTOS


DE MEDIDAS. 4. SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL.
I. Título.

CDD 624.028

SENAI – Departamento Regional do Pará

Divisão de Educação Trabalho e Tecnologia


Trav. Quintino Bocaiúva, 1588 Bloco B - 4º andar CEP 66.035-190
Belém/PA
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www.pa.senai.br
SUMÁRIO

P.
1 Matemática Básica ..............................................................................................01
2 Segurança na Construção Civil ...........................................................................05
3 Andaimes ............................................................................................................11
4 Instrumentos de Medida ......................................................................................29
5 Medir com Nível de Bolha....................................................................................33
6 Medir com o Metro...............................................................................................35
7 Nivelar e Esquadrejar ..........................................................................................37
8 Esquadro pelo Processo 3.4.5 ............................................................................39
9 Nivelar com Mangueira........................................................................................43
10 Ferramentas ........................................................................................................47
11 Argamassa ..........................................................................................................51
12 Demarcação da Escavação para Alicerces .........................................................53
13 Executar Fundação Corrida e Elevação de Alvenaria .........................................55
14 Cortar Tijolo.........................................................................................................57
15 Parede de 1 Tijolo (Singelo) ................................................................................59
16 Assentamento de Tijolos .....................................................................................61
17 Assentamento de Parede de Tijolo de ½ vez......................................................63
18 Assentamento de Parede de Tijolo de 1 vez.......................................................65
19 Construção de Parede ½ vez com Pilar de Reforço de Tijolo de 1 vez...............67
20 Construção de Parede de Canto em Ângulo Reto de Tijolo de ½ vez ................69
21 Construção de Parede de Canto em Ângulo Reto de Tijolo de 1 vez .................71
22 Ligação de Paredes de Tijolo de ½ vez em Ângulo Reto....................................73
23 Ligação de Paredes de Tijolo de ½ vez em Cruz ................................................75
24 Chapisco .............................................................................................................77
25 Taliscar Parede ...................................................................................................79
26 Fazer Mestras......................................................................................................83
27 Reboco Grosso ou Emboco ................................................................................85
28 Reboco Fino ou Paulista .....................................................................................87
29 Executar Piso Cimentado ....................................................................................89
30 Noções Sobre o Concreto Armado e Ciclópico ...................................................91
31 Assentar Revestimentos Cerâmicos....................................................................93
1 - Matemática Básica

1.1 - Fundamentos
Os números são escritos com algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 0. Os números são dis-
tribuídos em números de um ou mais algarismos. Ex.: 4, 18, 237. Os valores do algaris-
mo dependem da posição onde estão colocados, dentro do número.

Ex.: No número 9642, temos os seguintes valores:


9642 - 9 milhares, 6 centenas, 4 dezenas e 2 unidades

Em uma operação matemática é importante localizar os algarismos conforme sua ordem


de grandeza.

Ex.: 9642 + 9642 –


0057 0032
9699 9610

1.2 - Números Decimais


Os números decimais são compostos de números inteiros de uma fração decimal. Entre
os inteiros e a fração é colocado uma vírgula. Ex.: 50,78 é um número decimal que se lê:
cinqüenta vírgula setenta e oito.

Observações
- Os inteiros deverão ficar sempre à esquerda da vírgula e a fração à direita.
- O valor do algarismo depende da posição onde está colocado dentro do número.

Ex.: No número 105,972 temos os seguintes valores:


105,972 - 1 centena, 0 dezenas, 5 unidades, 2 milésimos, 7 centésimos e 9 décimos

Ex.: 04,57 + 0,9 +


32,1 5,32
36,67 6,22

Observação
Sempre que se completa a fração decimal com zeros, não se altera o valor da mesma.
Ex.: 32,1 = 32,10

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1.3 - Operações fundamentais
1.3.1 - Adição (+)
O símbolo de adição é + (lê-se “mais”). Observe os exemplos abaixo:

+ =
3 + 1 + 2 = 6, onde 3, 1 e 2 são parcelas e 6 é o total ou soma.

Observações
- A ordem das parcelas não altera a soma.
- zero adicionado à direita ou à esquerda de uma parcela não altera a soma.

1.3.2 - Subtração ( - )
O símbolo de subtração é – (lê-se “menos”). Observe os exemplos abaixo:

– =
20 – 5 = 15, onde 20 e 5 são parcelas chamadas minuendo e subtraendo e 15 é a
diferença, resto ou resultado.
858 –
137
721

Observação
Sempre que quisermos verificar ou provar a exatidão de uma subtração, teremos que
usar a operação contrária, isto é, adicionando o subtraendo com o resto. Se a subtração
estiver certa, o resultado será o minuendo.

35 – minuendo 17 +
17 subtraendo 18
18 resto 35 minuendo

1.3.3 - Multiplicação (x)


O sinal que indica multiplicação é o x (lê-se “vezes”). Observe os exemplos abaixo:
Faça de conta que você leva 10 latas de seixo até a obra, 3 vezes ao dia: Ao final do
dia, você terá levado 30 latas de seixo.
10 x 3 = 30, onde 10 e 3 são denominados fatores e 30 recebe o nome de produto.
05 x
04
20

2
Observações
- A ordem dos fatores não altera o produto.
- Quando um dos fatores for zero, o resultado é sempre zero.

1.3.4 - Divisão ( : )
O sinal que indica divisão é ÷ ou : (lê-se “dividido por”). Observe os exemplos abaixo:
Reparta, igualmente, 150 tijolos entre 3 pedreiros. A operação utilizada pode ser as-
sim representada: 150 tijolos : 3 pedreiros = 50 tijolos para cada pedreiro
150 : 3 = 50, onde 150 é o dividendo, 3 é o divisor e 50 é o quociente.
dividendo 150 3 divisor
dividresto 000 50 quociente

Observações
- A divisão é a operação inversa da multiplicação.
- A divisão de zero por qualquer número diferente de zero, é sempre zero.
- Não é possível dividir um número qualquer por zero.

1.4 - Cálculo de Áreas e Volumes


1.4.1 - Áreas
Para calcular a quantidade de lajotas cerâmicas a ser aplicada no piso de uma cozinha,
ou de tinta que será utilizada para pintar as paredes e o teto de um quarto, precisamos
antes, calcular a área dos ambientes e geralmente, os ambientes encontrados nas edifi-
cações têm formato retangular ou quadrado.

Para calcular estas áreas, basta multiplicar a medida da base pela medida da altura.
Área = base x altura A = 5m x 2m = 10m²
A = 2m x 2m = 4m²
A unidade de medida utilizada para o cálculo de área na construção civil é expressa em
m² (metro quadrado).

1.4.2 - Volumes
Para calcular a quantidade de concreto existente em uma viga que mede de seção
(30x15cm) e 3,00m de comprimento e para calcular a capacidade de uma caixa d’água,
precisamos antes, calcular o volume dos recipientes.

Para calcular o volume de uma viga, devemos calcular a área de seção e multiplicar pelo
comprimento.

3
Observação
É importante que todas as medidas estejam expressas nas mesmas unidades.

Ex.: Volume da viga = área da seção x comprimento


V = 0,3m x 0,15m x 3,0m = 0,337m³

As unidades de medida utilizadas para o cálculo de volumes na construção civil são ex-
pressas em m³, cm³ e, L (metro cúbico, centímetro cúbico, litro).

4
2 - Segurança na Construção Civil

2.1 - Conceito Prevencionista


É uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no
processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos tra-
balhadores e/ou danos materiais.

2.2 - Causas de Acidentes de Trabalho


2.2.1 - Atos Inseguros
São geralmente definidos como causas de acidentes que residem, exclusivamente, no
fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das tarefas de forma contrária
às normas de segurança.

2.2.2 - Condições Inseguras


São aquelas que, presente no ambiente de trabalho, colocam em risco a integridade físi-
ca e/ou mental do trabalhador devido à possibilidade do mesmo acidentar-se.

2.2.3 - Maneira de se Vestir no Trabalho


É sabido que as pontes móveis das máquinas formam pontes de agarramento que re-
presentam constante fonte de perigo para o operador. Devem ser evitados:
Cabelos compridos e soltos;
Roupas soltas;
Camisa desabotoada;
Camisa de mangas compridas;
Calça de boca larga;
Enfeites, colares, brincos, relógios, anéis, etc.

2.2.4 - Ordem e Limpeza


No ambiente de trabalho, muitos fatores de ordem física exercem influências de ordem
psicológica sobre as pessoas, interferindo de maneira positiva ou negativa no comporta-
mento humano. Fatores que interferem:
Cor, luminosidade, temperatura, ruído, etc.
Ambiente desorganizado e/ou sujo;
Limpeza, conservação e manutenção das máquinas, bancadas, ferramentas, etc.

5
2.3 - Ferramental
Inúmeras são as ferramentas utilizadas para os trabalhos nas diversas especialidades,
no ramo da construção civil. Toda ferramenta deve ser cuidadosamente inspecionada
antes de ser usada.

De acordo com o Cap. I - Seção C, da Portaria DNSHT 15, de 18 de Agosto de 1972,


observa-se:
Art. 18. As ferramentas deverão ser apropriadas ao uso a que se destinam, proibin-
do-se o emprego das defeituosas, danificadas ou improvisadas.
Art. 19. As ferramentas manuais não deverão ser abandonadas sobre passagens,
escadas, andaimes e outras superfícies de trabalho, devendo ser guardadas em lo-
cais ou recipientes apropriados.
Art. 20. As ferramentas pneumáticas portáveis deverão possuir dispositivos de parti-
da instalados de madeira a reduzir ao mínimo a possibilidade de funcionamento aci-
dental.
§ 1º. A válvula de entrada de ar deverá fechar-se automaticamente, quando cessar a
pressão de mão do operador sobre o dispositivo de partida.
§ 2º. As mangueiras e conexões deverão resistir às pressões de serviço, permane-
cendo firmemente presas aos tubos de saída e afastadas das vias de circulação.
§ 3º. As ferramentas de equipamentos pneumáticos portáteis deverão ser retiradas
manualmente e, nunca, pela pressão do ar comprimido.
Art. 21. Os dispositivos de partida das ferramentas elétricas deverão ser colocados
de modo a reduzir o risco de funcionamento acidental.
Art. 22. A corrente elétrica deverá ser interrompida, automaticamente, ao cessar a
pressão da mão do operador sobre o dispositivo da partida.
Art. 23. A tensão máxima utilizável pelas ferramentas elétricas portáteis deverá ser
de 220 (duzentos e vinte) volts.
Art. 24. As ferramentas elétricas portáteis deverão ter a carcaça ligada à terra.
Art. 25. As serras circulares portáteis deverão ter coifa de proteção.
Art. 26. As ferramentas motorizadas portáteis deverão ser diariamente inspeciona-
das.
Parágrafo único. As ferramentas defeituosas deverão ser retiradas de serviços, a fim
de sofrerem reparos.

2.4 - Equipamento de Proteção Individual (EPI)


O EPI (Equipamento de Proteção Individual) é de uso pessoal e tem por finalidade anular
ou neutralizar a ação dos agentes agressivos contra o corpo do trabalhador. Os EPI’s
devem ser considerados como:
Medida de proteção, quando outros meios não forem praticáveis;

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Medida de proteção para o trabalho em condições eventuais, quando o tempo de ex-
posição for geralmente curto.

Para que os EPI’s sejam eficazes, deve-se cumprir, à risca, o seguinte:


A seleção deve ser feita por pessoal competente, conhecedor, não só do equipamen-
to, como também das condições em que o trabalho é executado;
Conhecer as características, qualidades técnicas e, principalmente, a grande prote-
ção que os equipamentos deverão proporcionar;
Verificar a sua funcionalidade;
Usar periodicamente um EPI como teste, ou seja, testar um EPI cuja segurança este-
ja duvidosa.

2.4.1 - Classificação
2.4.1.1 - Proteção da Cabeça
Pode-se usar capacete de segurança para proteger a cabeça, principalmente, contra
quedas de objetos provenientes de níveis elevados.

Fig.1 Fig.2 Fig.3

2.4.1.2 - Proteção para os Olhos


Existem vários tipos de óculos, sendo os principais os seguintes:
Óculos para soldador: com lentes escuras, evitava queimar a vista. A graduação
mais utilizada é a de nº 6. Em tratamento térmico a tonalidade é azul.

Plástico
Fig.4

Óculos de impacto: são constituídos de lentes inquebráveis e com proteção lateral,


evitando o impacto contra a vista.

7
Fig.5 Fig.6

2.4.1.3 - Protetores Auriculares


Visam diminuir a intensidade dos ruídos (fig.7).

2.4.1.4 - Proteção para os Membros Superiores


Para cada tipo de serviço utiliza-se luvas especiais, a saber:
Luvas para trabalhar em correntes elétricas de alta e baixa tensão (fig.8).

Fig.7 Fig.8

Luvas de PVC e hexanol, utilizadas na manipulação de ácidos ou solventes (após o


uso, enxaguá-las cuidadosamente).
Luvas de couro para trabalhos com objetos cortantes e com solda.

Fig.9 Fig.10

Luvas de amianto para trabalhos com líquidos corrosivos.


Mangotes destinam-se a proteger os braços contra queimaduras ou cortes.

8
Fig.11 Fig.12

2.4.1.5 - Proteção para os Pés e Pernas


Sapatos de segurança ou botinas com palmilhas e biqueira de aço, que resistem a
impactos até 1200kg. Seu uso deve ser obrigatório em obras de construção civil, de-
vido ao elevado risco a que os pés são submetidos nos trabalhos de uma obra.

Fig.13 Fig.14

Perneiras de raspa de plástico. Proteção contra impactos, cortes ou queimaduras.


Botas de borracha ou PVC, para trabalhos em locais úmidos.

Fig.15 Fig.16

2.4.1.6 - Proteção Contra Quedas de Grande Altura


Cintos de segurança: utilizados no trabalho para prevenir quedas por desequilíbrios.
Cinto com corda: para amparar o operário, caso ocorra sua queda (fig.17).

9
Fig.17 Fig.18

Cinto com travessão: para equilibrar ou apoiar o corpo, possibilitando ao operário


trabalhar mais à vontade (fig.18).

O capítulo X da Portaria DNSHT 15, de 18 de agosto de 1972 estabelece o seguinte:

“Art. 161. Caberá ao empregador fornecer gratuitamente os seguintes equipamentos de


proteção individual, que serão de uso obrigatório pelos empregados:
Cinto de segurança, nos trabalhos em que houver perigo de queda;
Capacete de segurança;
Máscara adequada, nos trabalhos de pintura à pistola;
Máscara de soldador, luvas, mangas, perneira e avental de raspa de couro, nos tra-
balhos de solda elétrica;
Óculos de segurança nos trabalhos com esmeril e ferramentas de apicoamento;
Óculos de segurança, de lentes adequadas nos trabalhos de solda e oxiacetilênica;
Luvas de couro ou lona plastificada, para o manuseio de vergalhões, chapas de aço
e outros materiais abrasivos ou cortantes;
Luvas de lona plastificada ou de neoprone, nos trabalhos com solventes, impermea-
bilidade e outros materiais tóxicos ou corrosivos;
Luvas de borracha, para trabalhos em circuito e equipamento elétrico;
Botas impermeáveis, nos trabalhos de lançamento de concreto ou nos de terrenos
encharcados;
Protetores auriculares, quando o nível de ruído for superior ao estabelecido na legis-
lação específica;...”

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3 - Andaimes

3.1 - Introdução
A grande incidência de acidentes de trabalho na construção geralmente é creditado às
características extremamente dinâmicas do setor: grande reposição de mão-de-obra,
baixo nível de especialização, características própria da atividade em que um dia sempre
é diferente do anterior.

Um dos tipos de acidentes de trabalho que acomete estes trabalhadores surge no traba-
lho com andaimes e a DRT/RS constata que este tipo de agravo à saúde ocupacional
surge, principalmente, nas pequenas empresas e nos casos de trabalho informal.

O motivo, obviamente, é o total descumprimento da legislação existente na área de pro-


moção da saúde e prevenção de acidentes do trabalho.

Com efeito, a Norma Regulamentadora n.º 18, que disciplina as Condições e Meio Ambi-
ente de Trabalho na Indústria da Construção e, já tenha completado dois de existência,
não é aplicado entre todos os empregadores deste tipo de atividade.

Neste tópico foram colocadas as exigências do trabalho seguro com os vários tipos de
andaimes, os equipamentos de proteção individual que devem ser utilizados e as infor-
mações sobre responsabilidade civil e criminal a que incorrem os empregadores e síndi-
cos que colocam trabalhadores executando tarefas em andaimes em desacordo com a
legislação vigente.

3.2 - Definições
Andaime
Plataforma para trabalhos em alturas elevadas por estrutura provisória ou dispositivo de
sustentação.

Andaime Simplesmente Apoiado


É aquele andaime cujo estrado está simplesmente apoiado, podendo ser fixo ou deslo-
car-se no sentido horizontal.

Andaime em Balanço
É o andaime fixo, suportado por vigamento em balanço.

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Andaime Suspenso Mecânico
É o andaime cujo estrado de trabalho é sustentado por travessas suspensas por cabos
de aço e movimentado por meio de guinchos.

Andaime Suspenso Mecânico Leve


É o andaime cuja estrutura e dimensões permitem suportar uma carga total de trabalho
de 300kgf, respeitando-se os fatores de segurança de cada um de seus componentes.

Andaime Suspenso Mecânico Pesado


É o andaime cuja estrutura e dimensões permitem suportar carga de trabalho de
400kgf/m2, respeitando-se os fatores de segurança de cada um de seus componentes.

Cadeira Suspensa ou Balancim


É o equipamento cuja estrutura e dimensões permitem sua utilização por apenas uma
pessoa e o material necessário para realizar o serviço.

Andaime Fachadeiro
É o andaime metálico simplesmente apoiado, fixado à estrutura do prédio, na extensão
da fachada.

Anteparo
Designação genérica das peças (tabiques, biombos, guarda-corpos, pára-lamas, etc.)
que servem para proteger ou resguardar alguém ou alguma coisa.

Cabo-guia ou Cabo de Segurança


É o cabo fixado à estrutura, onde são fixadas as ligações dos cintos de segurança.

Cabos de Ancoragem
São os cabos de aço destinados à fixação de equipamentos, torres e outros, à estrutura
do prédio.

Cinto de Segurança Tipo Pára-quedista


É o que possui tiras de tórax e pernas, com ajuste e presilhas, possuindo uma argola pa-
ra fixação da corda de sustentação.

Cinto de Segurança Tipo Abdominal


É o que possui fixação apenas na cintura, utilizado para limitar a movimentação do traba-
lhador.

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Andaime em Balanço
São os andaimes sem apoio além da prumada, ou seja, que se projetam para o exterior
da construção, prédio ou edificação. São suportados por vigas em balanço, as quais são
amarradas ou fixadas à laje do piso ou estroncadas contra a laje do teto do pavimento
onde se localizam.

Estaiamento
Utilização dos tirantes, sob determinado ângulo, para fixação dos montantes da torre dos
andaimes apoiados ou torre de elevadores de obras à edificação, com vistas a evitar o
tombamento da torre no sentido contrário à edificação e também para evitar movimento
da torre em qualquer sentido. É uma amarração da torre à estrutura da edificação, de
forma a mantê-la rígida e fixa durante a realização dos serviços.

Estrado
Estrutura plana, em geral de madeira, colocada sobre o andaime. É o piso do andaime,
sob o qual se realizam os trabalhos.

Estronca
Peça de esbarro ou escoramento destinada a impedir o deslocamento da estrutura de
trabalho.

Guarda-corpo-rodapé
É um conjunto de travessões, instalados de forma a evitar a queda de pessoas ou de
materiais. Se constitui de guarda-corpo, travessão intermediário e rodapé. Todo o vão
entre o rodapé e o guarda-corpo deve ser fechado com tela, firmemente fixada à estrutu-
ra e com malha e resistência necessária a evitar a queda de materiais, ferramentas ou
pequenos equipamentos.
Guarda-corpo: travessa rígida, em madeira ou metálica colocada a uma altura de
1,20m (um metro e vinte centímetros) do piso de trabalho, em locais onde haja risco
de queda de trabalhadores (periferias, aberturas no piso, vãos de escadas e andai-
mes), abrangendo todo o vão aberto ou o comprimento do andaime, inclusive nas
suas cabeceiras.
Travessão Intermediário: travessa rígida, em madeira ou metálica, colocada a uma
altura de 0,70m (setenta centímetros) do piso de trabalho, em locais onde haja risco
de queda de trabalhadores (periferias, aberturas no piso, vãos de escadas e andai-
mes), abrangendo todo o vão aberto ou o comprimento do andaime, inclusive nas
suas cabeceiras.
Rodapé: travessa rígida, em madeira ou metálica, colocada junto ao piso de trabalho,
com altura não inferior a 0,20m (vinte centímetros) em locais onde haja risco de que-
da de materiais, ferramentas ou pequenos equipamentos (periferias, aberturas no pi-

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so, vãos de escadas e andaimes), abrangendo todo o vão aberto ou o comprimento
do andaime, inclusive nas suas cabeceiras.
Tela de Proteção: tela de material resistente, que tem a finalidade de garantir o fe-
chamento seguro do vão entre o guarda-corpo e o rodapé.

Guincho
Equipamento mecânico utilizado no transporte ou suspensão vertical de cargas ou de
pessoas, mediante o enrolamento do cabo de tração no tambor, ou mediante sistema de
elevação motorizado, ou ainda, sistema de mordentes no cabo de aço quando da sua
passagem pela máquina.

Profissional Legalmente Habilitado


Profissional que possui formação e habilitação exigida em lei para o exercício de profis-
são, tarefa ou ofício.

Montante
Peça estrutural vertical de andaimes, torres e escadas.

Prancha
Peça de madeira com largura superior que 0,20m (vinte centímetros) e espessura entre
0,04m (quatro centímetros) e 0,07m (sete centímetros). É também a denominação da
plataforma móvel do elevador de materiais, onde são transportadas as cargas.

Pranchão
Peça de madeira com largura e espessura superiores às de uma prancha.

Tirante
Cabo de aço tracionado e fixado à estrutura da edificação ou ao solo.

Trava-queda
Dispositivo automático de travamento destinado à ligação do cinto de segurança ao cabo
de segurança.

Vigas de Sustentação
Vigas metálicas onde são presos os cabos de sustentação dos andaimes suspensos ou
em balanço.

3.3 - Considerações Gerais Sobre a Utilização dos Andaimes


3.3.1 - Comunicação Prévia
É obrigatória a comunicação, à Delegacia Regional do Trabalho, antes do início das ati-
vidades, das seguintes informações:
Endereço correto da obra;

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Endereço correto e qualificação do contratante, empregador ou condomínio (CEI,
CGC ou CPF);
Tipo de obra;
Datas previstas do início e conclusão da obra;
Número máximo previsto de trabalhadores na obra.

Andaimes suspensos são, na linguagem dos operários de obra, conhecidos como, jaú ou
balancim.

Os andaimes devem ser construídos ou montados sempre que for necessário executar
tarefas em locais elevados, onde não se alcance com segurança o local do serviço, com
estrutura montada a partir do piso, e cujo tempo de duração ou tipo de atividade, não exi-
ja uma estrutura permanente, ou ainda, que não justifique o uso de uma escada de abrir
ou escada de mão. Estas, têm uso restrito, somente são permitidas como meio de aces-
so provisório ou para realização de pequenos serviços (serviços de pequeno porte) e de
forma temporária.

Os andaimes são estruturas utilizadas em serviços de demolição, construção, pintura,


limpeza, manutenção e são classificados em:

3.3.2 - Andaime Apoiado ou Andaime Simplesmente Apoiado


Podem ser fixos ou móveis. São móveis quando dotados de rodízios que permitem a
movimentação horizontal do andaime apoiado. Neste caso, os rodízios deverão ser do-
tados de travas manuais a derem mantidas acionadas quando da realização dos servi-
ços;

Os materiais utilizados na construção dos andaimes devem ser de boa qualidade, não
sendo permitido o uso de peças de madeira com nós, rachaduras ou deterioradas (apa-
ras ou restos de madeiras). As peças metálicas também devem apresentar adequadas
condições de uso e manutenção.

Os estrados devem ser planos e nivelados, permitindo-se uma inclinação máxima de


15% (quinze por cento) em casos de extrema necessidade e por tempo limitado, ou seja,
somente durante a operação de elevação ou rebaixamento.

Na ligações dos estrados (pisos) de andaimes, quando em madeira, não é permitido fixar
pregos sujeitos a sofrerem esforços de tração no sentido contrário da fixação do prego.
Os pregos e parafusos não devem ficar salientes em qualquer superfície do andaime.

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Como geralmente são alugados para determinada obra ou fase de obra, é importante
que seja exigido do locador, o atendimento de todos os itens de segurança e que, per-
manentemente, seja supervisionado o uso e a manutenção dos mesmos.

No caso de andaimes fixos, os estrados devem ser pregados nas travessas ou de outra
forma, fixados (estruturas retentoras) para que se evite o escorregamento ou movimen-
tação horizontal dos mesmos.

Os estrados não devem apresentar vãos ou intervalos por onde possam passar sobras
de materiais, pequenos equipamentos ou ferramentas. Sempre que na montagem ou
movimentação dos andaimes, existir rede de energia elétrica próxima, cuidados especi-
ais devem ser adotados.

Não se deve sobrecarregar os andaimes além do limite previsto, sendo necessário man-
ter a carga de trabalho distribuída no estrado, de maneira uniforme, sem causar obstru-
ção à circulação dos trabalhadores no andaime.

Nos andaimes não se deve permitir a utilização de escadas ou outros meios para se a-
tingir lugares mais altos, de forma a que o trabalhador fique posicionado acima do guar-
da-corpo, e portanto, sujeito à queda.

Fig.1 - Sempre cuidar a proximidade das linhas de energia elétrica

Antes da instalação de roldanas no andaime, ou qualquer outro equipamento de içar ma-


teriais para o piso de trabalho, é necessário escolher um ponto de aplicação do equipa-
mento, que não comprometa a estabilidade e resistência do andaime.
Os rodízios nos andaimes tubulares móveis devem ter diâmetro mínimo de 0,13m (treze
centímetros) e serem providos de trava, mantida acionada durante a realização dos ser-
viços.

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O dimensionamento de qualquer andaime, sua estrutura de sustentação e fixação, deve
ser realizado por profissional legalmente habilitado (engenheiro), devendo ser construído
e dimensionado de modo a suportar, com segurança, as cargas de trabalho a que esta-
rão sujeitos. No local de realização dos serviços deve ser mantida a Anotação de Res-
ponsabilidade Técnica - ART - emitida por engenheiro, acompanhada da especificação
dos materiais e do sistema de fixação e sustentação dos andaimes.

Nos andaimes pré-fabricados, é proibida a retirada de qualquer dispositivo de segurança


dos mesmos, ou improvisação que de qualquer forma, anule, ou diminua, a ação de pro-
teção do dispositivo de segurança.

O acesso aos andaimes deve ser feito de maneira segura: em se tratando de andaime
apoiado por meio de escadas ou travessas firmemente fixadas à estrutura do andaime.
Em caso de andaime suspenso o trabalhador não deverá acessar ao mesmo tempo sem
estar com o cinto de segurança tipo pára-quedista ligado ao cabo de segurança.

3.3.3 - Andaime Simplesmente Apoiado


Andaimes simplesmente apoiados, são aqueles cuja estrutura trabalha totalmente apoia-
da numa base rígida, estável e regular, podendo ser fixos ou móveis (quando podem ser
deslocados na horizontal, por meio de rodízios).

Os montantes dos andaimes apoiados devem estar devidamente aprumados de acordo


com sua previsão de emprego. Devem ser usadas bases sólidas para apoio dos andai-
mes.

Quando apoiados diretamente no solo, deve-se usar placas (calços) capazes de resistir
com segurança aos esforços e com base de apoio suficiente para distribuir as cargas,
sem que o solo recalque.

Os acessórios que fixam os elementos horizontais aos montantes e às diagonais, devem


ser previstos especialmente para este uso e não podem se deslocar sob os esforços a
que estão submetidos durante a realização dos serviços ou durante o acesso dos traba-
lhadores.

Quando externos à construção, devem ser dotados de amarração e estroncamento que


resistam à ação dos ventos e, quando necessário, devem ser protegidos contra risco de
impacto de equipamentos móveis ou de veículos.

17
Os andaimes apoiados, quando instalados na periferia das edificações, devem ser fixa-
dos à estrutura das mesmas, por meio de amarração ou de estroncamento.

2
1

Trava
Fig.2 - Andaime apoiado Fig.3 - Rodízios para apoiados móveis

É proibido trabalhar em andaimes apoiados sob cavaletes quando possuam altura supe-
rior a 2,00m (dois metros) e largura inferior a 0,90m (noventa centímetros).

Nos andaimes apoiados móveis, é proibido o seu deslocamento, quando os trabalhado-


res estiverem executando atividades sobre os mesmos. Durante a execução das tarefas,
os rodízios devem ser mantidos travados.

Sempre que os pisos de trabalho estiverem situados a mais de 1,50m (um metro e cin-
qüenta centímetros) devem ser providos de escadas ou rampas.

Os andaimes de madeira só podem ser usados em obras ou edificações com até 3 (três)
pavimentos, ou altura equivalente, podendo ter seu lado interno apoiado na própria edifi-
cação.

18
As torres dos andaimes não podem exceder, em altura, 4 (quatro) vezes a menor dimen-
são da base de apoio, quando não estaiadas. No caso de apoio dos andaimes em de-
graus de escadas, os montantes devem ter comprimentos variáveis, 2 a 2, de acordo
com os degraus, de maneira que seu estrado fique sempre na horizontal.

Andaimes tubulares devem ser construídos com montantes, travessas e contraventos,


unidos por braçadeiras ou elementos pré-fabricados. Os montantes devem ser unidos
por encaixe.

3.3.4 - Andaime Fachadeiro


Os andaimes fachadeiros não devem receber cargas superiores às especificadas pelo
fabricante. A carga de trabalho deve ser distribuída de modo uniforme, sem obstruir a
circulação de trabalhadores e ser limitada à resistência da plataforma de trabalho.

Os acessos verticais devem ser feitos em escada incorporada à sua própria estrutura ou
por meio de torre de acesso. A movimentação vertical de componentes e acessórios pa-
ra a montagem ou desmontagem dos mesmos, deve ser feita por meio de cordas ou por
sistema próprio de içamento.

Os montantes dos mesmos devem ter seus encaixes travados com parafusos, contrapi-
nos, braçadeiras ou outro meio similar que garanta a estabilidade do andaime. Os pai-
néis destinados a suportar os pisos e/ou funcionar como travamento, após encaixados
nos montantes, devem ser contrapinados, de modo a assegurar a estabilidade e a rigidez
necessárias ao andaime.

Devem dispor de proteção com tela de arame galvanizado ou material de resistência e


durabilidade equivalente, desde a primeira plataforma de trabalho até, pelo menos, 2m
(dois metros) acima da última plataforma de trabalho. Na plataforma de trabalho (posto
de trabalho) deve haver proteção contra queda de materiais e de pessoas do tipo siste-
ma guarda-corpo-rodapé.

3.3.5 - Andaime em Balanço


Os andaimes em balanço devem ter sistema de fixação à estrutura da edificação capaz
de suportar 3 (três) vezes os esforços solicitantes. Sua estrutura deve ser conveniente-
mente contraventada e ancorada de tal forma que elimine qualquer risco de oscilação do
andaime.

O comprimento não deve ser superior a 40% (quarenta por cento) do comprimento da vi-
ga e a distância entre as vigas, não deve ultrapassar de 2m (dois metros). As vigas po-

19
dem ser fixadas à laje do piso por meio de ganchos chumbados, braçadeiras com porcas
e arruelas ou cabos de aço com clipes.

Fig.4 - Andaime em balanço

Devem ser providos de guarda-corpo fixo nas laterais, podendo ser móveis no lado fron-
tal, de maneira a facilitar o manejo de peças compridas. Quando o guarda-corpo for mó-
vel, deve ser recolocado logo após ao término da operação que motivou sua retirada.

3.3.6 - Andaime Suspenso Mecânico


Também conhecido por jaú, ou balancim, os andaimes suspensos mecânicos, são aque-
les em que o estrado é elevado por cabos de aço, movimentando-se verticalmente por
meio de guinchos que podem ser manuais ou motorizados. A montagem dos andaimes
suspensos mecânicos deve ser feita somente por trabalhadores ou pessoas habilitadas,
sob orientação do engenheiro responsável por sua especificação técnica (estrutura de
sustentação e fixação).

Os trabalhadores que utilizam andaimes suspensos devem ter orientação e treinamento


específicos quanto às medidas de segurança que devem ser utilizadas em cada situação
e os meios seguros de realização de suas tarefas.

Cuidados especiais devem ser tomados com relação à montagem de andaimes próximos
às redes elétricas, que deverão, tanto quanto possível ser desligadas, ou ainda, serem
observados os distanciamentos mínimos determinados pela concessionária de energia
elétrica, ou a adoção de estruturas de proteção, ou de isolamento, da rede de energia.

20
Em qualquer caso devem ser observadas as recomendações de segurança da conces-
sionária de energia elétrica. Não sendo possível a adoção das medidas preventivas de-
verá ser chamada a concessionária para que adote as providências necessárias à reali-
zação dos serviços de forma segura.

Em todo andaime suspenso mecânico deve existir uma placa fixada em seu guarda-
corpo, determinando a utilização de cinto de segurança, sempre que a altura de trabalho
for superior a 2m (dois metros) do piso ou solo, ligado a um cabo de segurança com sua
extremidade superior fixada em estrutura ou local independente da estrutura de fixação
do andaime.

Não é permitida a amarração do cabo para fixação do cinto de segurança, no próprio an-
daime. O cabo em que deve ser ligado o cinto de segurança deve ser protegido contra
desgaste por atrito na aresta de apoio. Deve passar por fora do andaime e ter a laçada,
em caso de uso de corda, localizada pouco acima do guarda-corpo.

Mosquetão

Fig.5 - Uso do cinto de segurança

Deve ter todas as laçadas feitas durante a descida do andaime, de maneira que a mes-
ma não seja encurtada, o que poderia impedir o seu uso nos pavimentos inferiores. Deve
ter a parte que sobra abaixo do andaime, enrolada num gancho, fixado em olhal de mon-
tante externamente ao guarda-corpo, para que não se enrole em outra corda pendente,
cabo de aço ou caçamba suspensa. Os dispositivos de sustentação dos andaimes sus-
pensos mecânicos, bem como as fixações das cordas pendentes, devem ser inspecio-
nados diariamente, antes do início dos trabalhos por trabalhador habilitado e treinado pa-
ra tal.

21
O cinto de segurança a ser utilizado deve obedecer às seguintes características, quanto
à colocação:
Ficar bem ajustado ao trabalhador;
O mosquetão deve passar pela outra argola do cinto, antes de ser fixado à corda
pendentes;
Deve girar de modo que o ponto de saída de sua corda fique no meio das costas do
trabalhador, para evitar lesões em caso de queda;
O mosquetão deve ser enganchado na laçada da corda e não se deve permitir o en-
gate do mesmo acima do nó da laçada, pois o mesmo pode se desfazer involuntari-
amente;
O engate do mosquetão na laçada deve ser feito antes do acesso ao andaime e, pa-
ra que isso seja possível, é necessário que a laçada esteja em condições de ser al-
cançada.
O desengate, por outro lado, só pode ser realizado após à saída do trabalhador.

A sustentação dos andaimes suspensos mecânicos deve ser feita por meio de vigas me-
tálicas de resistência equivalente a, no mínimo, 3 (três) vezes o maior valor de esforço
solicitante.

É proibida a fixação das vigas de sustentação dos andaimes por meio de sacos de areia,
latões com concreto ou outros dispositivos similares. As vigas devem ser fixadas na laje
por meio de braçadeiras ou por ganchos chumbados na própria laje: devem ser de aço
CA-24 ou 25 e ter diâmetro mínimo de 5/8’’ (cinco oitavos de polegada).

É proibido o uso de cordas de fibras naturais ou artificiais para sustentação dos andai-
mes suspensos mecânicos. Os cabos de aço de sustentação devem trabalhar na vertical
e o estrado na horizontal. O comprimento dos cabos deve ser tal que, na posição mais
baixa do estrado, restem, pelo menos, 6 (seis) voltas sobre cada tambor.

A roldana do cabo de sustentação deve rodar livremente e o respectivo sulco deve ser
mantido em bom estado de limpeza e conservação. Os quadros dos guinchos de eleva-
ção devem ser providos de dispositivos para fixação de Sistema de Guarda-corpo e Ro-
dapé, como já descrito.

Os guinchos de elevação, do tipo catraca, devem satisfazer aos seguintes requisitos:


Ter dispositivo que impeça o retrocesso do tambor;
Ser acionado por meio de alavancas ou manivelas, ou automaticamente quer na su-
bida, quer na descida do andaime;
Possuir uma segunda trava de segurança;

22
Ser dotado de capa de proteção de catraca.

Fig.6 - Entrada em andaime suspenso

3.3.7 - Andaime Suspenso Mecânico Pesado


A largura mínima do andaime suspenso mecânico pesado, deve ser de 1,50m (um metro
e cinqüenta centímetros) e podem ter seus estrados interligados até o comprimento má-
ximo de 8,00m (oito metros). A fixação dos guinchos aos estrados, deve ser executada
por meio de armações de aço, havendo em cada armação 2 (dois) guinchos. Os perfis
metálicos de sustentação (vigas I), devem atender aos seguintes requisitos:
Ter altura mínima de 0,15m (quinze centímetros) e comprimento mínimo de 4m (qua-
tro metros);
Quando instaladas em prumadas de varandas ou quando suportarem guinchos de
coluna, sua altura deverá ser de 0,18m (dezoito centímetros) e seu comprimento de
4,50m (quatro metros e meio), no mínimo;
Devem ser instaladas perpendicularmente às fachadas;
Devem manter afastamento máximo entre elas de 2,00m (dois metros);
Devem ter o trecho em balanço de no máximo, 40% (quarenta por cento) do seu
comprimento;
Devem ser dotadas de parafusos de esbarro, para impedir o deslizamento da braça-
deira que suporta o cabo de tração;
Devem estar com sua alma a prumo e com calços laterais, entre a viga e as braça-
deiras ou grampos de fixação, para que não sofra torção.
Podem ter seus trechos internos superpostos e, no caso de haver interligação de an-
daimes em arestas verticais, deve-se instalar uma viga I suplementar a 45º (quarenta
e cinco graus) das normais. Quando esta não for instalada, os andaimes devem ser
independentes.

23
Balanço excessivo Viga inclinada Andaimes independentes

Errado Certo Certo

Fig.7 - Alternativas para instalação da viga I

O cabo de aço deve ter resistência à tração de, no mínimo, 160kgf/mm2 (quilogramas-
força por milímetro quadrado). O estrado deve ser feito com tábuas de primeira qualida-
de com espessura mínima de 1’’ (uma polegada), largura de 0,30m (trinta centímetros) e
comprimento mínimo de 3,40m (três metros e quarenta centímetros) que corresponde ao
vão de 2m (dois metros) e 2 (dois) balanços de 0,70m (setenta centímetros).

Em andaimes com mais de 2 (dois) estribos (travessas), o comprimento das tábuas deve
ser tal, que estas se apoiem em, pelo menos, 3 (três) estribos e, nas emendas por su-
perposição, as tábuas devem ter, no mínimo, 0,20m (cinte centímetros) para cada lado
do estribo. As emendas devem ser feitas com pregos cujo comprimento atravesse as 2
(duas) tábuas. As pontas dos pregos devem ser rebatidas para evitar que os mesmos se
soltem com a movimentação dos andaimes. Quando a distância entre os estribos for su-
perior a 1,50m (um metro e meio), deve ser fixada, no centro do vão, uma guia, ou tábua
transversal, para unir as pranchas ou pranchões do estrado, aumentado assim sua rigi-
dez.

20 cm
Superposição

Topo
Fig.8 - Emendas de peças

Os estrados não devem ter balanços nas cabeceiras superiores a 0,70m (setenta centí-
metros), medidos a partir dos estribos extremos. Nas cabeceiras dos andaimes mecâni-
cos suspensos pesados, nos trechos em balanço, onde não há guinchos nem montan-
tes, ainda assim, é obrigatória a instalação de guarda-corpo. Em caso de ser feito em
madeira, atenção especial deverá ser dada a esta estrutura, de maneira a ter uma rigidez

24
adequada e condizente com os esforços solicitados e para o fim a que se destina: preve-
nir a queda de trabalhadores.

Com a finalidade de aumentar a segurança do andaime, deve-se fixar extremamente ao


guarda-corpo, uma tela metálica ou de náilon, cuja parte inferior deve contornar o rodapé
e a parte inferior do estrado, sendo, também, neles, rigidamente fixada. Não é permitida
a emenda de andaimes em ângulo reto (90º noventa graus) através do acréscimo de tá-
buas, pelas seguintes razões:
As tábuas acrescidas, não estarão apoiadas nos estribos e sim nos trechos em ba-
lanço, o que resulta em situação de risco à integridade física dos trabalhadores;
Os guarda-corpos, ainda que fixados rigidamente, não terão a mesma resistência;
Neste trecho, o estrado, forçosamente, terá a largura reduzida.

B F A
C

Trecho em balanço Trecho apoiado E D

L L 1,50m L 2,25m

J N
A) Viga “I” de sustentação
B) Parafuso de esbarro
G C) Grampo “U” ou braçadeira para laje
M D) Chapa de grampo “U”
E) Arruela
H F) Braçadeiras do cabo
G) Guincho interno e externo
H) Quadros dos guinchos
I) Estribo ou travessa (duas cantoneiras)
I J) Montante do guarda-corpo
K) Alavanca de extensão
L) Cabo de aço de sustentação
M) Fixador do montante (orelha)
Guincho Guincho N) Roldana guia do cabo
externo interno

Fig.9 - Principais componentes do andaime suspenso mecânico pesado

3.3.8 - Andaime Suspenso Mecânico Leve


Os andaimes suspensos mecânicos leves, somente podem ser utilizados em serviços de
reparos, pintura, limpeza e manutenção, com a permanência, no máximo, de 2 (dois) tra-
balhadores. Deve ser garantida a estabilidade dos andaimes suspensos mecânicos leves
durante todo o período de sua utilização, através de procedimentos operacionais e de
dispositivos ou equipamentos específicos.

25
Os andaimes suspensos mecânicos leves devem ter 2 (dois) guinchos em cada armação
ou serem dotados de duas armações, cada uma suspensa por um cabo de aço, ou ain-
da, de uma armação, ou guincho, suspenso por um cabo de aço, estando este interliga-
do a um outro cabo de aço adicional por meio de sistema trava-quedas de segurança
(dispositivo de bloqueio mecânico/automático). Ou seja, em cada cabeceira do andaime
deverá haver no mínimo dois cabos de aço de sustentação.

Os guinchos de elevação dos andaimes suspensos mecânicos leves devem ser fixados
às extremidades das plataformas de trabalho, por meio de armações de aço, havendo
em cada armação 2 (dois) guinchos.

É proibida a interligação dos andaimes mecânicos suspensos leves, pois a passagem de


um para outro é dificultada pelas dimensões do estrado. Não se deve permitir que traba-
lhadores executem reparos por sua própria conta, sem a orientação e supervisão de pro-
fissional legalmente habilitado (engenheiro). Deve ser proibido qualquer trabalho, espe-
cialmente quando se verificar anormalidade nos guinchos ou em seus acessórios na ins-
peção a ser feita antes de iniciados as atividades de trabalho.

3.3.9 - Cadeira Suspensa


As cadeiras suspensas, ou balancim individual, podem ser utilizadas em qualquer ativi-
dade em que não seja possível a instalação de andaime. A cadeira suspensa é indicada
em serviços de limpeza de vidraças e outros similares. A sustentação da cadeira sus-
pensa deve ser realizada por meio de cabo de aço.

Fig.10 - Cadeira suspensa

A cadeira suspensa deve dispor de:


Sistema dotado de dispositivo de subida e descida com dupla trava de segurança;

26
Sistema de fixação do trabalhador por meio de cinto de segurança tipo pára-quedista
ligado a trava-quedas de segurança em cabo-guia independente e fixado em estrutu-
ra, também independente, da estrutura de fixação da cadeira suspensa.
A cadeira deve apresentar em sua estrutura, em caracteres indeléveis e bem visíveis,
a razão social do fabricante e o número do registro no CGC.
Não é permitida a improvisação das cadeiras suspensas.
O sistema de fixação da cadeira suspensa deve ser independente do cabo-guia do
trava-quedas.

27
28
4 - Instrumentos de Medida

4.1 - Metro
O instrumento de medição mais usado pelo pedreiro é o metro (fig.1), ou como também é
chamado “metro articulado”. Articulado porque pode ser fechado a um comprimento de
30cm aproximadamente, e desta forma, facilmente transportável no bolso. A sua utilida-
de é medir comprimentos, larguras e demais dimensões na obra.

Fig.1 - Metro Fig.2 - Trena

É fabricado de madeira ou de alumínio. O metro possui divisões em cm e mm. O seu


comprimento é de 1,00 m ou de 2,00 m. O mais usado é o de madeira.

4.2 - Trena
Um instrumento útil de medição é a trena (fig.2). Esta serve para medir distâncias acima
de 2,00 m e facilita muito a divisão em diversas parcelas. A trena é uma fita de pano, re-
forçada com arame ou então uma fita de aço, alojada numa caixa circular de couro ou de
metal. O ser comprimento varia entre 5,00 e 30,00 m, e as divisões também são em cm e
mm.

4.3 - Escantilhão
O escantilhão é um instrumento feito para determinar as distâncias entre as diversas fia-
das de tijolos num canto de parede.

Fig.3 - Escantilhão

29
Em geral é feito pelo próprio pedreiro. Este marca, numa régua de madeira, a altura das
diversas fiadas, considerando sempre o centro da argamassa entre os tijolos. Assim po-
derá facilmente assentar os tijolos dos cantos. A régua deve ser de madeira dura, seca e
desempenada.

4.4 - Esquadros do Pedreiro


O esquadro é um instrumento importante do pedreiro. É usado para verificar se o encon-
tro de duas paredes, o canto, está no esquadro, ou seja no ângulo de 90°. Os dois lados
do esquadro formam este ângulo entre si.

Fig.4 - Esquadro de madeira Fig.5 - Esquadro de ferro

Existem esquadros de madeira e de ferro. O mais usado pelo pedreiro é o de madeira,


porque não enferruja e a sua limpeza torna-se fácil. O de ferro possui no entanto uma
vantagem: não se deforma, e mantém assim o ângulo desejado.

4.4.1 - Verificação do Esquadro (90º)

1.00
0.80

90º
0.60
Fig.6

30
4.5 - Prumo de Pedreiro
O prumo consta como instrumento de primeira necessidade. É usado para assentar os ti-
jolos do canto no prumo, e verificar se as paredes estão em plano vertical. Devido ao seu
peso mantêm-se sempre vertical, quando pendurado no fio.

Fig.7

Compõe-se de três peças, a saber: o taco, que é de madeira, o fio do prumo , que é de
cordão e o corpo do prumo, que é um cilindro de latão, cheio de chumbo.
Existem prumos de 1 e 2 kg de peso. Quanto mais pesado, tanto menos erros pode pro-
porcionar. (um vento forte pode deslocar o prumo).

4.6 - Prumo de Centro


O prumo de centro é usado para marcar centros, alinhamentos e alicerces. É composto
do fio e do prumo. Este tem a forma de cone.

Fig.8 - Prumo Fig.9 - Prumo de centro

4.7 - Nível de Bolhas


O nível é um instrumento de verificação que serve para determinar e verificar a horizon-
talidade de um elemento de construção. Existem níveis com diversos comprimentos, que

31
variam entre 30 cm e 1,00 m. São construídos de madeira e também de metal, como por
exemplo o alumínio ou o ferro fundido. No corpo do nível são embutidos pequenos tubos
de vidro, ligeiramente curvados, que contém um líquido, em geral água ou álcool com co-
rante, e uma bolha de ar. Nos centros dos tubos estão marcados dois riscos. Colocando-
se o nível acima da superfície a ser verificada, esta está no nível quando a bolha de ar
se encontra exatamente entre os dois riscos do tubo.

Fig.10 - Nível de bolha

É necessário verificar permanentemente a exatidão do nível. Para isto é colocado numa


parede revestida e faz-se um risco ao longo dele. Virando-o agora no sentido oposto
(sempre deixando os vidros para cima), pode-se considerar o nível exato, quando a bo-
lha permanece entre os riscos, como anteriormente.

4.8 - Nível de Borracha


Entre os níveis mais usados para nivelar à distância e marcar diversos pontos, emprega-
se o chamado “nível de borracha”. Este é uma mangueira de plástico transparente com o
comprimento praticamente ilimitado. Cheio de água, podemos marcar os diversos pontos
de nível em paredes, pilares, etc. Devemos ter o cuidado de não deixar nenhuma bolha
de ar dentro da mangueira. É um instrumento muito usado em demarcação de obras.

Linha de nível

Fig.11 - Nível de borracha

32
5 - Medir com Nível de Bolha

Na construção civil é necessário em posição horizontal paredes, pisos, soleiras e beirais.


Isto é feito com o auxílio do nível de bolha.

Fig.1

5.1 - Processo de Execução


1º passo: Nivele a peça no sentido longitudinal.
Limpe o local de apoio do nível.

Fig.2

Apoie o nível sobre a peça no sentido longitudinal, observando para que lado se des-
loca a bolha da ampola do nível.

Fig.3

Levante ou abaixe as extremidades da peça e vá calçando até que a bolha fique i-


móvel entre os traços indicadores do nivelamento existente na ampola.
Retire o nível.
2º passo: Nivele a peça na transversal, procedendo conforme o passo anterior.

Observação
É necessário evitar choques no nível e protege-lo do tempo.

33
Nota
Caso as dimensões a nivelar sejam maiores que o comprimento do nível, utilizar nível
com o auxílio da régua desempenada.

Fig.4

34
6 - Medir com o Metro

Medir com o metro é uma operação manual executada pelos profissionais, com auxílio
do “metro”, nas construções em geral, para determinar a distância entre dois pontos, o
tamanho de um objeto, ou determinar, sobre um objeto, qualquer comprimento.

6.1 - Processo de Execução


1º passo: Abra as partes do metro, uma por uma, segurando-o com uma das mãos e,
com a outra, fazendo girar as partes, cuidado para que o metro não se rompa.

Fig.1

Observações
- Deve-se manter segura a parte do metro já aberta. Enquanto se gira a outra parte.
- A abertura das partes do metro deve começar pelo início da numeração.

2º passo: Coloque o extremo “zero” do metro no ponto determinado, e faça uma marca
na medida desejada.

Fig.2

35
Observação
Em determinados casos, é mais prático fazer coincidir a medida desejada com o extremo
do objeto e marcar no ponto “zero” do metro.

Fig.3

Precaução
Quando não se está utilizando o metro, deve-se mantê-lo fechado.

Coloque o metro de maneira que o extremo “zero” do mesmo coincida com um dos
pontos.

Fig.4

Observação
Os pontos cujo intervalo será medido, podem ser as marcas (traços) dos extremos de um
objeto.

3º passo: Leia no metro a medida que coincide com o outro ponto.

Observação
Caso a distância que se esteja medindo seja maior que o metro simples ou duplo, ao fi-
nal deste, deve-se fazer marcas sempre em linha reta, e completar a medida.

36
7 - Nivelar e Esquadrejar

7.1 - Processo de Execução


1º passo: Coloque, com cuidado, uma régua em posição de nível e outra a prumo, como
aparecem na figura 1; elas formam em esquadro.

Prumo

Régua

Nível

Régua

Fig.1

2º passo: Corte 3 sarrafos aparelhados de 5 cm, nas medidas seguintes: A = 65cm, B =


55cm, C = 60cm.
3º passo: Na face interna dos sarrafos, depois de descontar a largura dos mesmos,
marque as medidas seguintes: Em “A” 40cm, em “B” 30cm e em “C” 50cm
(deixando 5cm em cada extremidade).
4º passo: Ajuste os sarrafos como aparecem na figura 2; serre e pregue como aparecem
no desenho. Confira com um esquadro de metal de precisão.
65 cm

60 cm

C
40 cm

50 cm

30 cm

55 cm

Fig.2

37
5º passo: Verifique o esquadro da sua desempenadeira, colocando-a sobre o esquadro
de madeira, como aparece na figura 3.

Fig.3

6º passo: Faça o exercício da figura 4, esticando linhas e colocando-as sobre o esqua-


dro. Ao esquadrejar as linhas, não force com o esquadro, deixe que elas en-
costem levemente no esquadro.

Fig.4

38
8 - Esquadro pelo Processo 3.4.5

8.1 - Processo de Execução


8.1.1 - Com o Metro
1° passo: Marque um pequeno traço sobre o alinhamento conhecido, onde será feito o
alinhamento em esquadro (ponto A da fig.1).
2° passo: Meça e marque 30cm (3) sobre o alinhamento conhecido, partindo do ponto A,
obtendo o ponto B (fig.1)

“A” “B”

90°
Linha em esquadro

“C”
Fig.1

3° passo: Meça e marque 40cm (4), partindo do ponto A, estimativamente em esquadro


com o alinhamento conhecido, fazendo do metro um compasso para obter
uma marca em forma de arco (fig.2).

A B
40cm

Fig.2

39
4° passo: Meça e marque 50cm (5), partindo do ponto B, fazendo do metro um compas-
so cujo arco cruze com o arco do compasso anterior (40cm), obtendo o ponto
C (fig.3).

A B

50cm

C
Fig.3

5° passo: Faça um traço que passe pelos pontos A e B. Este traço estará em esquadro
com o alinhamento conhecido (fig.4).

90°
Linha em esquadro

C
Fig.4

8.1.2 - Com a Trena (Cinta Métrica)


1º passo: Marque um pequeno traço sobre o alinhamento conhecido, onde será feito o
alinhamento em esquadro (ponto A da fig.5).

40
Alinhamento

Ponto A
90°
Ponto C

Ponto B

Alinhamento

Fig.5

2º passo: Pregue um prego ou similar no ponto A.


3º passo: Meça e marque 3 metros o alinhamento conhecido, partindo do ponto A, ob-
tendo o ponto B (fig.5).

Observações
- A marcação deverá ser feita cravando-se um prego no ponto B.
- Zero na cinta métrica (trena) deverá estar fixo no ponto A.

4º passo: Prolongue a trena até situar a medida de 8 metros em frente ao ponto A, apro-
ximadamente.
5º passo: Continue prolongando a trena em direção ao ponto A até unir a marca dos 12
metros neste ponto.
6º passo: Estique a trena um prego na marca dos 8 metros, obtendo o ponto C (fig.5)
7º passo: Coloque uma linha que passe sobre os pontos A e C.

Observação
Esta linha estará em esquadro com o alinhamento conhecido, passando pelo ponto A.

41
42
9 - Nivelar com Mangueira

Nivelar com mangueira é uma operação que consiste em transportar pontos ou referên-
cias, com auxílio de uma mangueira de plástico transparente e cheia de água. É utilizada
na construção a fim de estabelecer pontos de nível distantes que, se determinamos pelo
nível de bolha, apresentariam imprecisões.

9.1 - Processo de Execução


1º passo: Prepare a mangueira.
Desenhe a mangueira, se necessário.

Fig.1 Fig.2

Encha de água a mangueira, colocando uma de suas pontas no bico de uma torneira
(fig.2).
Verifique se a superfície de água nos dois extremos da mangueira estão na mesma
altura.

Observações
- A mangueira deve ser de plástico transparente.
- É necessário que esteja limpa e sem dobras.
- Não devem existir vazamentos nem bolhas de ar dentro da mangueira.
- Deve-se deixar uma folga de 10cm a 15cm entre a superfície da água em repouso
dentro do tubo e os extremos deste.

43
10 a 15cm

Fig.3

2º passo: Conduza a mangueira até o local do nivelamento.


3º passo: Inicie o nivelamento.

Observações
- É necessário tampar os extremos da mangueira com os polegares.
- A partir deste passo, o operador necessita de um auxiliar para realizar a operação.

Determine um ponto inicial de referência numa parede ou numa estaca bem fixada
no terreno.

Observações
- Ponto inicial deverá facilitar o atendimento às condições do projeto.
- É necessário colocar este ponto a uma altura que facilite a execução do nivelamento,
isto é, cerca de um metro acima do piso de trabalho.

Marque, com lápis ou giz, um traço horizontal no ponto determinado.

Fig.3 Fig.4

Observação
Para facilitar a identificação do traço, coloque um símbolo abaixo do mesmo (fig.4).

44
Coloque uma das pontas da manqueira sobre o ponto inicial, segura pelo ajudante,
mantendo fechado o orifício da manqueira.

Fig.5

Observações
- A superfície da água deve estar bem próxima da marca.
- Outro extremo da mangueira também permanecer fechado pelo polegar do operador.

Conduza a outra ponta para um segundo local onde marcará o ponto de nível como
no primeiro.

Observações
- Os locais dos pontos a serem marcados devem ser escolhidos previamente.
- Quando os locais dos pontos estão muito afastados, colocam-se locais intermediários
provisórios em função do comprimento da mangueira.

Coloque a outra ponta sobre o local que, a olho, julga estar nivelado com o primeiro
ponto de referência.

Observação
Continue a manter os dois orifícios da mangueira, fechados.

Destampe a ponta da mangueira e avise o auxiliar para fazer o mesmo no ponto ini-
cial.
4º passo: Execute o nivelamento.
Avise o ajudante para colocar o plano da superfície da água da mangueira, na mes-
ma altura do traço inicial.

45
Traço Superfície
inicial plana da
água

Fig.6

Acompanhe os movimentos do ajudante, suspendendo ou baixando a ponta da man-


gueira.
Marque o segundo ponto, riscando, na parede ou na estaca, um traço com lápis ou
giz, que esteja na mesma altura da superfície da água na extremidade da mangueira.

Observações
- O movimento é necessário para que a água não extravase do tubo e entre em repou-
so para indicar o nível.
- O 2º traço deve ser dado pelo operador quando o ajudante avisar que a superfície da
água, na outra extremidade da mangueira coincide com o primeiro traço.
- Deve-se fazer a marcação de modo que facilite encontrar o traço.

Fig.7

5º passo: Prossiga nas marcações, repetindo o 3º e 4º passos, até completar o nivela-


mento.

Observação
É necessário confirmar a precisão da operação, fechando os pontos nivelados, isto é,
conferido se o último ponto está de nível com o primeiro. Caso não estejam, será preciso
refazer o trabalho para eliminar o erro.

46
10 - Ferramentas

10.1 - Enxada
A enxada é uma ferramenta auxiliar na preparação das argamassas. Também serve na
escavação para alicerces. O tamanho preferido é de 12” ou 30cm de largura.

10.2 - Pá
A pá serve para misturar as argamassas e para a movimentação de terra. Existem na
forma retangular e de bico, em vários tamanhos.

Fig.1 - Enxada Fig.2 - Pá

10.3 - Caixão para Argamassa


No caixão é colocada a argamassa pronta para ser usada. Este equipamento fica no lu-
gar onde o pedreiro trabalha. É constituído com tábuas brutas, existentes na própria o-
bra, e no tamanho indicado pelo pedreiro. Um caixão muito usado é o de 100 litros de vo-
lume.

Fig.3 - Caixão para argamassa

10.4 - Balde
O balde é um equipamento necessário para transportar e guardar água e argamassa.
Muitas vezes é substituído por uma lata vazia de querosene. O seu volume em geral é
de 15 a 18 litros.

47
10.5 - Colher de Pedreiro
A colher é a ferramenta principal do pedreiro. Praticamente todos os trabalhos são exe-
cutados com a colher. É usada para assentar tijolos, misturar, chapear e alisar argamas-
sa.

Fig.4 - Balde Fig.5 - Colher de pedreiro

Existem colheres de vários tamanhos e formas. As mais usadas são as de forma triangu-
lar e com os tamanhos de 10, 15 e 20cm, ou de 4”, 6” e 8”, como eram designadas anti-
gamente. Estas medidas se referem ao comprimento da paleta, excluindo-se o cabo. A
paleta é de aço, e deve ser completamente lisa, para facilitar a saída da argamassa. A
colher deve ser limpa, não podendo ter argamassa endurecida nas suas faces, ou ser
enferrujada.

10.6 - Linha
A linha serve para linhar as fiadas de tijolos, azulejos e cerâmicas. Também tem a sua u-
tilidade na determinação de alimentos. É um auxílio imprescindível do pedreiro. O tipo
mais indicado é o fio de algodão “Cordoné 00”. Também é usado o fio de nylon.

10.7 - Martelo
É uma ferramenta auxiliar para cortar tijolos, pregar e outros serviços semelhantes. O
martelo tem duas partes: o martelo, fabricado de aço, e o cabo, de madeira. Existem
martelos de diversos pesos. O mais indicado é o de 1,5 kg.

Fig.6 - Linha Fig.7 - Martelo

48
10.8 - Rejuntador
O rejuntador é uma ferramenta empregada para retirar a sobra da argamassa entre as
juntas na face das paredes. Com isto é conseguida uma melhor aderência da argamassa
do futuro revestimento de alvenaria. Serve também para proporcionar um acabamento
perfeito para paredes construídas com tijolos à vista. Existem rejuntadores de diversos
tamanhos e formas.

10.9 - Régua
A régua para o serviço de pedreiro é feita de madeira. Possui furos, que tem por finalida-
de evitar que a régua se empene. Deve ser completamente reta e lisa. A régua serve pa-
ra sarrafear a argamassa nos revestimentos e também para auxiliar no nivelamento. É
feita nos tamanhos de 1,0, 1,5 e 2,0 metros com uma largura de 0,1 metro.

Fig.8 - Rejuntador Fig.9 - Régua

10.10 - Desempenadeira
É uma ferramenta utilizada no desempenamento das argamassas. É construída de ma-
deira selecionada, bem reta a aplainada. A desempenadeira serve também para a colo-
cação do reboco.

Existem desempenadeiras de aço e as revestidas com feltro ou borracha. A finalidade


desta ferramenta é deixar o revestimento o mais liso possível, pronto para receber a pin-
tura. Os tamanhos mais usados são os grandes, médios e pequenos.

10.11 - Brocha
A brocha é uma ferramenta auxiliar que serve para molhar o revestimento de parede e
pisos durante os trabalhos de desempenamento.

Fig.10 - Desempenadeira Fig.11 - Brocha

49
10.12 - Peneira
É uma ferramenta utilizada para selecionar a areia necessária para serviços como rebo-
co e assentamento de azulejos. É constituída com uma rede de malhas de aço com di-
versas aberturas. Estas vão de 0,3mm a 2,0mm. No mercado são adquiridos com ma-
lhas grossas, médias e finas.

10.13 - Diamante
É a ferramenta para cortar o azulejo. O diamante é igual ao usado pelo vidraceiro. A sua
função consiste em cortar a superfície vidrada do azulejo. Uma vez cortada, bate-se com
um martelinho no lugar cortado e o azulejo se parte facilmente. Ás vezes prefere-se cor-
tar com uma talhadeira especial, que possui no corte um pedaço de aço “Widia”.

Diamante
Fig.12 - Peneira Fig.13 - Diamante

10.14 - Torquês
A torquês é a ferramenta que se emprega para cortar ou apagar azulejos e ladrilhos.
Quando cortados inicialmente com o diamante ou a talhadeira, necessita-se corta as fa-
ces do corte. A torquês serve também para cortar curvas. É fabricada de aço. O seu cor-
te deve ser sempre afiado.

10.15 - Talhadeira
A talhadeira é uma ferramenta auxiliar para cortar azulejos ou ladrilhos. O pedreiro em-
prega-a também para abrir rasgos na parede. É fabricada de aço. A talhadeira é usada
batendo-se com um martelo na sua cabeça. Neste lugar se formam rebarbas que devem
ser tiradas de preferência com o esmeril, pois podem causar ferimentos nas mãos.

Fig.14 - Torquês Fig.15 - Talhadeira

50
11 - Argamassa

Denomina-se argamassa a mistura de areia, barro e água com um aglomerante, que é o


cimento.

O aglomerante é a substância responsável pelo endurecimento da argamassa.

A areia e o barro são agregados.

Uso
A argamassa é empregada nos assentamentos de tijolos e para revestimentos de pare-
des, pisos e forros.

Tipos
Os principais tipos de argamassa são:
Argamassa de cimento.
Argamassa de cal e cimento, também chamada argamassa mista.
Argamassas especiais com por exemplo o Reboquit e o Quartzolit.

Traço
Com o nome “traço de argamassa” denomina-se a relação em volume ou em peso entre
o aglomerante e os aglomerados.

Os materiais para a mistura são normalmente medidos em volume.

Interpretação do Traço
Argamassa de cimento, areia e barro: 1:3:1. A argamassa tem como aglomerante o ci-
mento:
O primeiro algarismo, que é 1, representa as partes do cimento.
O segundo algarismo, que é 3, representa as partes de areia.
O terceiro algarismo, que é 1, representa as partes de barro.

Conclusão
Na argamassa de cimento 1:4 deve-se misturar 1 parte de cimento com 4 partes de arei-
a.

51
52
12 - Demarcação da Escavação para Alicerces

2,00x60
1,50

15

80x2,10
Tanque

90

15
Cozinha

2,70 1,40x60
Banheiro 1,50
80x2,10 70x2,10
25 3,00 15 90 15 1,85 15

80x2,10

15
15

80x2,10

1,60
4,00

4,00
Dormitório Sala

90x2,10
25 3,00 15 2,80 25
25
25
1,40x1,10

2,00x1,10
1,00
1,00
4,00

Fig.1

53
Prego da face
Prego do eixo
Prego da face

1,00
Do piso

Fig.2

12.1 - Material, Ferramentas e Utensílios


Tábuas de pinho, bruto, de 12 x 1’’, pontaletes de pinho 7 x 7, pregos 18 x 27 e 17 x 21,
arame recozido n.º 18, nível de bolhas, nível de borracha, metro, trena, esquadro, prumo
de cento, linha, martelo.

12.2 - Processo de Execução


1º passo: Arme o cavalete de demarcação, conforme os desenhos, nivelando-os a
1,00m acima do piso acabado da casa a ser construída.
2º passo: Demarque no cavalete todas as paredes perpendiculares ao alinhamento, des-
locando um prego 18x27 no ponto do eixo e dois 17x21 nas faces da futura
parede. Acerte o esquadro das paredes externas com o alinhamento.
3º passo: Demarque em seguida as paredes paralelas ao alinhamento prosseguido
conforme fase 2.
4º passo: Estique os arames na direção da parede, cujo alicerce queira marcar.
5º passo: Marque as arestas da parede na terra com auxilio de uma barra de ferro ou de
um sarrafo, guiando-as ao lado dos arames esticados.

Nota
Não esqueça: O alicerce é mais largo do que a parede. A escavação será portanto mais
larga do que a parede ou o alicerce.

54
13 - Executar Fundação Corrida e Elevação de Alvenaria

Alvenaria de tijolo
cerâmico

Baldrame

Alicerce

Lastro em
concreto magro

55
56
14 - Cortar Tijolo

14.1 - Corte
O tijolo comum é cortado conforme o tamanho necessário para a amarração.

Os cortes mais usados são feitos perpendicularmente ao comprimento e chama-se:


Meio tijolo ou 1/2.
Um quarto ou 1/4.
Três quartos ou 3/4.

14.2 - Processo de Execução


1º passo: Segure o tijolo em uma das mãos e o martelo na outra.
2º passo: Bata com a pena do martelo na face 1, no lugar do corte desejado (fig.1).

Face 1

Fig.1

3º passo: Vire o tijolo e repita a batida na face 2 (fig.2).

Face 2

Fig.2

57
58
15 - Parede de 1 Tijolo (Singelo)

Todas as paredes construídas com tijolos e argamassa têm a função e separar, vedar e
isolar os ambientes, e sobretudo receber o peso de telhados ou lajes de cobertura. A
amarração é um dos meios mais importantes para proporcionar a necessária rigidez às
paredes.

Contra face

Face 1ª Fiada

Contra face

Face 2ª Fiada

Fig.1

A amarração na parede de 1/2 tijolo é conseguida assentando-se os tijolos da 2º fiada de


modo tal, que a junta entre tijolos fique exatamente no meio do tijolo correspondente da
1º fiada.

A figura mostra claramente, através dos eixos de referência, como os tijolos devem ser
amarrados.

A 3ª fiada é executada como a 1ª e a 4ª como a 2ª, e assim sucessivamente. Podemos


dizer que todas as fiadas de números ímpar serão como a 1ª, todas as de números par
como a 2ª.

59
60
16 - Assentamento de Tijolos

16.1 - Processo de Execução


1º passo: Assentar argamassa na marcação.

Fig.1

2º passo: Assentar o 1º tijolo na argamassa e bater com a colher.

Fig.2

3º passo: Retirar o excesso de argamassa.

Fig.3

61
62
17 - Assentamento de Parede de Tijolo de ½ vez

1ª Fiada

2ª Fiada

1/2 Tijolo

63
64
18 - Assentamento de Parede de Tijolo de 1 vez

1ª Fiada

2ª Fiada

65
66
19 - Construção de Parede de ½ vez com Pilar de Reforço de Tijolo de 1 vez

1ª Fiada

2ª Fiada

67
68
20 - Construção de Parede de Canto em Ângulo Reto de Tijolo de ½ vez

1ª Fiada 2ª Fiada

1/2 Tijolo

1/2 Tijolo

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21 - Construção de Parede de Canto em Ângulo Reto de Tijolo de 1 vez

1ª Fiada 2ª Fiada

1/2 Tijolo

1/2 Tijolo

1/2 Tijolo
1/2 Tijolo

71
72
22 - Ligação de Paredes de Tijolo de ½ vez em Ângulo Reto

1ª Fiada

2ª Fiada

1/2 Tijolo

3/4 Tijolo

73
74
23 - Ligação de Paredes de Tijolo de ½ vez em Cruz

1ª Fiada 2ª Fiada

3/4 Tijolo 3/4 Tijolo

1/2 Tijolo

75
76
24 - Chapisco

Chapisco é uma película rugosa, aderente, resistente e contínua, composta de cimento,


areia grossa e cola própria diluída no traço1:3:1 ou 1:4:1,5.

A cola deverá ser diluída na proporção de 1 litro de cola para 7 litros de água.

24.1 - Processo de Execução


1º passo: Misturar areia e cimento, até que a mistura adquira uma cor uniforme.
2º passo: Misturar colo e água na proporção indicada.
3º passo: Misturar todos os componentes acima citados até adquirir consistência ade-
quada ao uso.

24.2 - Chapiscar com Colher


Chapiscar com colher é uma operação executada pelo pedreiro nos trabalhos de reves-
timentos. Consiste em aplicar uma camada de argamassa grossa e encharcada nas su-
perfícies que serão revestidas, obtendo uma superfície rugosa e melhorando a aderência
dos demais revestimentos que posteriormente serão aplicados.

Coloque o caixote cheio de argamassa à sua direita.


Pegue a argamassa do caixote.
Lançamento de argamassa.

É necessário pegar a argamassa com a colher e dirigi-la para a parede, inclinando a fer-
ramenta de tal forma que não caia argamassa.

24.3 - Chapiscar com Rolo Texturizador


Imergir o rolo na argamassa do chapisco deixando-o embeber.
Aplicar o chapisco na parede com movimentos de vai-e-vem, cobrindo toda a super-
fície. A cura do chapisco dá-se em 72 horas.

Observação
Não molhar as paredes antes de chapiscar, a não ser em casos especiais de intenso ca-
lor ou região seca. Não aplicar chapisco em paredes descobertas, quando estiver cho-
vendo.

77
78
25 - Taliscar Parede

1,2cm
A C B

Prego Linha Prego


Fig.1 - Planta

15 cm
A C B

Prego Linha Prego


Fig.2 - Elevação

As taliscas servem para marcar a espessura do revestimento ou do reboco.

Este terá 1cm em média. As taliscas de cima que são as “A”, “B” e “C” serão assentadas
usando-se a linha, conforme indicam os desenhos.

A “Planta” mostra a parede vista de cima e a “Elevação” vista de frente. Assim sendo,
podemos ver perfeitamente a distância da linha na “Planta” e a posição das taliscas, de-
pois de assentadas. É de observar que a distância entre as taliscas não devem ultrapas-
sar 1,5m. Devemos assentá-las também com uma folga de tolerância, que é de 0,2cm.
Daí a exigência de se deixar a linha com 1,2cm distante da parede. As taliscas ficaram li-
vres da linha.

Taliscar parede é um processo executado pelo pedreiro nos trabalhos de emboço, reali-
zado para o revestimento de paredes, tetos, colunas etc. Consiste em colocar, seguindo
uma técnica, ponto (taliscas) de referência que estabeleçam o correto alinhamento e ver-
ticalmente (prumo) da superfície que será revestida (fig.3).

79
Superfícies planas

Aresta e ângulos retos em prumo


Fig.3

25.1 - Processo de Execução


1º passo: Selecione as taliscas necessárias.
2º passo: Coloque a linha superior de referência.

Observação
Deve-se fazer um exame rápido, para verificar se toda a parede está arrumada e plana.

Ponha dois pregos, um em cada canto superior da parede chapiscada.


Estique uma linha, prendendo-a nos dois pregos colocados no subpasso anterior.

Observações
- A linha deve ser bem esticada.
- Deve-se afastar a linha, de 1,5cm a 2cm do chapisco (significa que teremos de 1,5cm
a 2cm de espessura para a argamassa) (fig.4).

1,5 a 2cm

Fig.2

3º passo: Coloque a primeira talisca.


Coloque um pouco de argamassa em um dos cantos superiores da parede.

80
Observação
A quantidade de argamassa deve ser suficiente para que a talisca, depois de colocada,
fique tangenciada à linha.

Posicione a talisca com as mãos, pressionando-a sobre a argamassa em movimen-


tos de vai-e-vem, até alinhá-la.

Observações
- A aresta superior da talisca deve acompanhar a linha a 1mm de distância.
- A talisca deve ficar encostada no canto formando com a parede vizinha (fig.5).

Ponto intermediário

Fig.5

4º passo: Coloque a segunda talisca no canto superior oposto da mesma parede da pri-
meira talisca.

Observação
Deve-se repetir o 3º passo.

5º passo: Coloque a talisca ou as taliscas intermediárias, conforme o caso, repetindo o


3º passo (fig.6)

Observação
A distância entre duas taliscas consecutivas não deve ser superior a 1,50m.

81
Fig.6

Nota
Consideramos linha superior ou canto superior, a linha que fica a 1,8m acima do piso em
que o operário está pisando, a fim e que ele possa alcançá-la.

6º passo: Retire a linha superior.


7º passo: Coloque a linha inferior.
Coloque dois pregos, um em cada canto inferior, na parede chapiscada, de 10 a
20cm acima do piso.
Coloque a linha bem esticada, de prego a prego.
Aprume a linha pelas talisca extremas superiores.
8º passo: Coloque as taliscas inferiores.
Coloque a primeira talisca inferior em um dos cantos da parede (repetindo o 3º pas-
so) e na mesma vertical da superior correspondente.
Coloque a segunda talisca inferior no canto oposto ao da primeira (repetindo o 3º
passo).
Coloque a talisca ou as taliscas intermediárias, conforme o caso (repetindo o 3º pas-
so).

Observação
Deve-se colocar as taliscas intermediárias inferiores na mesma vertical ou nas mesmas
verticais das taliscas intermediárias superiores.

9º passo: Retire a linha.

82
26 - Fazer Mestras

Mestras são guias do reboco que compreendem a ação de chapar a argamassa e regu-
larizar a mesma no espaço entre as linhas taliscas.

A argamassa deve formar uma camada entre as taliscas até atingir a face das mesmas.
15cm
30cm

Fig.1

26.1 - Materiais, Ferramentas e Utensílios


Argamassa de cimento, areia e barro, água, colher, régua, vasilha e balde.

26.2 - Processo de Execução


1º passo: Encha com argamassa a faixa marcada pelas taliscas.
2º passo: Sarrafeie com régua, apoiada nas taliscas num movimento de vai-e-vem verti-
calmente até a argamassa ficar na espessura marcada pelas taliscas (fig.1).
3º Passo: Execute as outras mostras, repetindo os passos 1, 2 e 3.
4º Passo: Recolha a argamassa do pino e faça a limpeza.

83
84
27 - Reboco Grosso ou Emboco

O emboco consiste em aplicar argamassa de cimento, areia e barro com acabamento no


traço de determinado pela especificação, sendo utilizado para receber revestimento em
azulejo cerâmico, pastilha, etc.

27.1 - Material, Ferramentas e Utensílios


Cimento, areia, barro, água, colher de pedreiro, caixote para massa, régua de alumínio,
brocha, desempenadeira, esponja e balde.

27.2 - Processo de Execução


1° passo: Encha os panos entre as mostras com argamassa, até nivelar a mesma com
as mestras.
2° passo: Encha mais de um pano pare que haja tempo de secagem da argamassa (cu-
ra) e posterior sarrafeamento ou, se necessário, completar com massas.
3° passo: Antes de iniciar o sarrafeamento devemos conferir a secagem da argamassa,
pressionando-a com o dedo. O tempo para sarrafeamento é de 1 hora após o
lançamento da argamassa.

Nota
O sarrafeamento feito antes do tempo, provoca trincas e deslocamento da argamassa da
parede.

4° passo: Os panos devem ser sarrafeados de baixo para cima apoiando a régua nas
mestras, imprimindo-lhe o movimento de vai-e-vem.
5° passo: Preencha os locais dos panos onde a argamassa ficou rebaixada (não atingiu
o plano da superfície das mestras), voltando a sarrafeá-la.
6° passo: O reboco do pano estará pronto quando a régua apoiada nas mestras, ajustar-
se a todos os pontos da superfície em qualquer posição que for colocada.

85
86
28 - Reboco Fino ou Paulista

Fig.1

Reboco fino ou paulista é um revestimento que consiste em aplicar argamassa de cimen-


to, areia e barro com acabamento sarrafeado, desempenado com desempenadeira de
madeira e esponjado, no traço determinado pela especificação, aplicado sobre alvenaria
ou lajes de forro. Seu acabamento final será com pintura.

28.1 - Processo de Execução


1° passo: Repetir do 1° ao 6° passo do reboco grosso ou emboço.
2° passo: Para desempenar o pano de reboco usa-se desempenadeira de madeira, u-
medecendo a argamassa com água, usando a brocha. Deslizar a desempena-
deira sobre o reboco com movimentos giratórios.
3° passo: Nos cantos, utilizar desempenadeira madeira estreita.
4° passo: Após desempenamento do reboco, usar esponja seca em movimentos circula-
res, para retirar os grãos de areia que ficam na superfície, dando acabamento
uniforme.
5° passo: Nos rebocos do teto (grosso ou fino) devem-se utilizar os mesmos passos.

Nota
Nos rebocos de teto, a régua trabalha da frente para trás do operador, em movimentos
de vai-e-vem.

87
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29 - Executar Piso Cimentado

Mestra A

Mestra B

Mestra C
Régua

Fig.1

29.1 - Material, Ferramentas e Utensílios


Argamassa de cimento, taliscas de 20x1x3, colher, linha, nível, régua, desempenadeira,
serrote, balde e vasilha.

29.2 - Processo de Execução


1° passo: Varra bem o chão e molhe o piso.
2° passo: À distancia aproximada de 20cm de cada canto de parede, assente sobre ar-
gamassa com auxílio de régua e do nível talisca para mestras.
3° passo: Conforme as dimensões do compartimento assente taliscas intermediárias a
espaços que não excedam de dois metros, nivelando-as pelas taliscas mês-
tras com auxílio da linha.
4° passo: Espalhe a argamassa grossa entre as taliscas e execute as mestras A, B e C.
Terminadas as mestras, retire as taliscas e encha os vazios deixados por es-
tas.
5° passo: Encha de argamassa a área compreendida entre as mestras e também os es-
paços entre estas e as paredes e sarrafeie os respectivos panos.
6° passo: Passe a desempenadeira, sem deixar falhas.

89
Fig.2 - Passe a colher amplamente sem deixar
marcas no cimentado

29.3 - Material, Ferramentas e Utensílios


Cimento, água, colher, broxa, balde e vasilha.

29.4 - Processo de Execução


1° passo: Estenda sobre o piso de cimento áspero (exercício anterior) algumas tábuas
para evitar a formação de marcas no revestimento.
2° passo: Espalhe pó de cimento sobre a camada áspera e, com a colher, alise perfei-
tamente a superfície. Sendo necessário, respingue água com a broxa.

90
30 - Noções Sobre o Concreto Armado e Ciclópico

30.1 - Concreto Armado


O concreto armado é uma mistura de cimento, areia, seixo ou brita, água e aço, poden-
do-se usar aditivos de acelerar ou atrasar a “pega”.

Utiliza-se o concreto na execução de estruturas em decorrência de seu alto poder de re-


sistência.

O seixo brita e areia são chamados de aglomerados. Sua função é diminuir a retração e
custos.

O cimento é aglomerante. Sua função é causar o endurecimento ou “pega” do concreto.

A ferragem dá resistência ao concreto. A bitola é determinada pelo projeto de ferragem.

30.1.1 - Material, Ferramentas e Utensílios


Cimento, areia seixo ou brita, água, colher de pedreiro, régua, martelo, carro de mão, je-
ricas, latas, pá, enxada, caixote e vibrador elétrico.

30.1.2 - Processo de Execução


1° passo: Medir o traço conforme a especificação, usando “padiola”, caixote ou lata.
Despejar os materiais na betoneira que será responsável pela mistura dos
componentes. Adicionar água em quantidade proporcional ao traço.
2° passo: Quando o concreto for preparando na masseira, colocar primeiramente a areia
na masseira. Em seguida, espalhar o cimento sobre a areia e, finalmente, o
seixo ou brita.
Adicionar água proporcional ao traço, evitando perda de água.
Misturar concreto com enxada ou pá até a mistura ficar homogênea.
3° passo: Transporta o concreto em “Jericas”, carro de mão ou latas.
4° passo: Antes do lançamento do concreto verificar se as formas estão limpas e em
condições seguras. Durante o lançamento em vigas ou pilares e lajes, deve-
mos vibrar o concreto com vibrador mecânico. Para fazer vibração manual, uti-
lizar vergalhão de 1/2" ou 3/4", introduzindo-o no concreto com movimento de
vai-e-vem.

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5° passo: Quando a concretagem for em laje, repetir o processo de vibração e ao térmi-
no do lançamento em etapas, fazer o sarrafeamento do mesmo usando régua
de alumínio.
6º passo: Evitar que as ferragens fiquem encostadas nas formas, utilizando pastilhas de
massa forte entre a ferragem e a forma.

30.2 - Concreto Ciclópico


Concreto Ciclópico é a mistura de cimento, areia, seixo, brita e água. É utilizado para fi-
xação de moirões, alicerces e baldrames simples, pisos, etc.

Para ser preparado, adotar os mesmos procedimentos para o concreto armado.

Para execução de ferragem adotar os seguintes passos:

30.2.1 - Processo de Execução


1º passo: Estudar o projeto estrutural de ferragem e cortar os aços nos tamanhos indi-
cados.
2º passo: Moldar os aços na bancada obedecendo os desenhos do projeto.
3º passo: Armar as ferragens usando a quantidade de aços e espaçamento entre os
mesmo, indicados no projeto. Fazer a amarração dos mesmos com arame re-
cozido.

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31 - Assentar Revestimentos Cerâmicos

Os revestimentos cerâmicos servem para dar um melhor acabamento e maior imperme-


abilização. São usados fachadas, áreas de serviço, banheiros, pisos, painéis decorati-
vos, etc.

31.1 - Material, Ferramentas e Utensílios


Colher de pedreiro, réguas de alumínio de 3m e 2,4m, prumo, esquadro, metro articula-
do, desempenadeira dentada, mangueira de nível, torquês, marreta, talhadeira, lápis de
carpinteiro, riscador manual e serra mármore (maquita).

31.2 - Processo de Execução


1º passo: Verifique se os materiais e ferramentas estão corretos, completos e em condi-
ções de uso.
2º passo: Verifique se os serviços de reboco, contrapiso e instalações não apresentam
defeitos.
3º passo: Verificar prumo esquadro de todas as paredes e cantos, admitindo-se uma to-
lerância de 2mm para prumo e esquadro.

Fig.1

4º passo: Verifique o alinhamento vertical e horizontal de todas as paredes com régua


de alumínio de 2,4m, admitindo-se a tolerância de 2mm.

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Fig.2

5º passo: Elimine as irregularidades e sujeiras nas superfícies e arestas da argamassa


de reboco. Eliminando-as com uso de marreta e talhadeira.
6º passo: Limpe o local onde vai ser aplicado o revestimento cerâmico.
7º passo: Verifique se existe desenhos (lay-out) indicando a posição das peças, ou se
existe um ponto de referência para assentamento das mesmas.
8º passo: Em caso negativo, fazer a paginação (estudo prévio para localização das pe-
ças e arremates) obedecendo largura mínima das juntas.

Nota
Largura mínima das juntas:
Cerâmica 10x10cm = 2mm
Cerâmica 10x20cm e 15x15cm = 2mm
Cerâmica 15x20cm e 20x20cm = 3mm
Cerâmica 30x20cm e 40x40cm = 3 a 4mm

9º passo: Remova o pó das paredes e piso com vassoura ou brocha.


10º passo: A partir da modulação estabelecida, marque a 1ª fiada entre 80cm e 1m do
piso, puxando em uma das paredes, a medida da laje para baixo. Caso a pa-
ginação resulte em arremate, este deverá ficar na parte inferior da parede.

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Fig.3

11º passo: Tome o primeiro ponto de referência (1ª fiada a 0,8/1m) e faça no mínimo 2
pontos em cada parede do ambiente, utilizando mangueira de nível.
12º passo: Verifique o nível do contra-piso e da laje em cada ponto de referência marca-
do nas paredes admitindo-se na tolerância de até 2mm para o nível da laje.
13° passo: Risque uma linha horizontal em cada parede no nível da 1º fiada, utilizando-
se do ponto de referência.
14° passo: Ainda com base na paginação estudada, faça risco verticais nas paredes, a-
proximadamente a 1,50m. Estes riscos tem a finalidade de não deixar o azu-
lejo sair do prumo.

Nota
Para argamassas industriais, deverá ser feito teste de abertura.

15º passo: Em caso de impossibilidade de utilização da argamassas industrializada, utili-


zar nata de cimento e água ou argamassa de cimento e barro no traço 1:5.
16º passo: Coloque a argamassa industrializada no caixote adicionando água aos pou-
cos e misturando-os até conseguir uma pasta homogênea.
17º passo: Manter a argamassa em repouso por 10 a 15 minutos. Misture-a antes de dar
início à aplicação.
18º passo: Espalhe a argamassa sobre a superfície da parede com o lado liso da de-
sempenadeira e posteriormente com o lado dentado, formando sulcos que
facilitarão o nivelamento e a fixação dos azulejos.

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Fig.4 Fig.5

Nota
A argamassa colante deverá ser constantemente misturada no caixote e o seu tempo de
uso após o preparo é de no máximo 2:30h. É recomendável proteger as paredes que es-
tão com argamassa espalhada evitando o contato direto com o sol ou correntes de ar,
devendo-se vendar as janelas com tábuas ou compensado.

19º passo: Assente os azulejos de baixo para cima, uma fiada de cada vez, obedecendo
a linha horizontal riscada na parede.
20º passo: Aplique o azulejo seco e limpo sobre a camada de argamassa acomodando-o
no espaço previsto (junta). Comprima manualmente cada azulejo e aplique
pequenas pancadas com martelo de borracha ou cabo de madeira, cuidando
para não danificar o esmalte do azulejo.

Fig.6

21º passo: Observe atentamente a largura das juntas tanto na vertical como na horizon-
tal.
22º passo: Verifique o alinhamento a cada duas fiadas, utilizando régua de alumínio. Ve-
rifique o prumo com base nas linhas verticais, já riscadas.
23º passo: Faça as demais fiadas, até completar toda a parede.
24º passo: Corte o azulejo, sempre que necessário, utilizando diamentado.

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25º passo: Para cortes retangulares, utilizar a maquita com disco diamentado.
26º passo: Mantenha limpa a superfície dos azulejos e juntas, bem como o local de tra-
balho. Limpe as juntas com espátulas de madeira ou de plástica, e vassouri-
nha de piassava.

Fig.7 Fig.8

27º passo: No dia seguinte ao assentamento do azulejo, verifique se os mesmos estão


totalmente colados. Para isto, utilize um bastão de madeira, batendo leve-
mente sobre os mesmos. Em caso positivo, substitua os azulejos soltos.
28º passo: Para fazer o rejuntamento do azulejo, esperar a cura por 72h após o assen-
tamento.

Fig.9

29º passo: Prepare o rejuntamento industrializado em balde plástico, adicionando água


até obter massa homogênea. Em caso de inexistência de rejuntamento indus-
trializado, preparar uma mistura de cimento branco, alvaiade (secante) na
proporção de 1:3 adicionando pó para obter cores variadas.
30º passo: Umedeça as juntas entre os azulejos e aplique o rejuntamento com auxílio de
rodo ou brocha.
31º passo: Faça o friso nas juntas com gabarito de madeira e remova o excedente com
estopa, esponja ou palha de aço fina.

Nota
Quando a cerâmica for assentada em piso, evitar o acesso ao mesmo, por 24 horas.

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