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Prefeitura de Breves-PA

Atualidades
Conhecimentos de assuntos atuais e relevantes nas áreas da polit́ ica, economia, transporte,
sociedade, meio ambiente, educação, saúde, ciência, tecnologia, desenvolvimento sustentável,
segurança pública, energia, relações internacionais, suas inter-relações e vinculações
históricas .................................................................................................................................. 1

atualidades
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Conhecimentos de assuntos atuais e relevantes nas áreas da política, economia,
transporte, sociedade, meio ambiente, educação, saúde, ciência, tecnologia,
desenvolvimento sustentável, segurança pública, energia, relações
internacionais, suas inter-relações e vinculações históricas

Política

Brasil repete nota e piora em ranking de corrupção em 20191

País ficou em 106º lugar no estudo da Transparência Internacional, e teve a mesma pontuação de
2018: 35 pontos.
O Brasil caiu uma posição no ranking mundial de percepção da corrupção em 2019 e repetiu sua pior
nota no estudo elaborado pela organização Transparência Internacional, divulgado na madrugada desta
quinta-feira (23/01).
O país teve o 5º recuo seguido e passou a ocupar 106ª posição no Índice de Percepção da Corrupção
(IPC), o que representa o pior resultado desde 2012. Quanto melhor a posição no ranking, menos o país
é considerado corrupto.
A nota brasileira foi a mesma do ranking de 2018: 35 pontos, a pior pontuação da série histórica, que
começou há 7 anos. A nota é a mesma de Albânia, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Macedônia e
Mongólia.
Entre os países da América do Sul, o Brasil está atrás de Uruguai, Chile e Argentina, e à frente de
Bolívia, Paraguai e Venezuela.
Dinamarca, Nova Zelândia e Finlândia lideram as primeiras posições do ranking e são os países
considerados mais íntegros, com notas mais próximas de 100.
Com as notas mais próximas de zero, e considerados os países mais corruptos, estão: Síria, Sudão
do Sul e Somália.
O IPC pontua e classifica os países com base no quão corrupto o setor público é percebido por
executivos, investidores, acadêmicos e estudiosos da área da transparência.
O índice analisa aspectos como propina, desvio de recursos públicos, burocracia excessiva, nepotismo
e habilidade dos governos em conter a corrupção.
O Brasil vem caindo no ranking desde 2014. Em 2016, o Brasil ficou em 79º. Em 2017, o país estava
na 96ª colocação.

Veja a posição de alguns países no ranking:

1
G1. Brasil repete nota e piora em ranking de corrupção em 2019. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/23/brasil-repete-pior-nota-em-2019-
e-cai-em-ranking-de-corrupcao.ghtml. Acesso em 23 de janeiro de 2020.

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


1
Bolsonaro anuncia criação do Conselho da Amazônia2

Vice-presidente Hamilton Mourão vai coordenar o conselho. Presidente criou ainda uma Força
Nacional para atuar na proteção do meio ambiente da região.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou a criação do Conselho da Amazônia e de uma Força Nacional
para atuar na proteção do meio ambiente da região. O vice-presidente Hamilton Mourão vai coordenar o
conselho.
O colegiado vai concentrar as ações de todos os ministérios voltadas para a proteção, defesa e
desenvolvimento sustentável da Amazônia.
A Força Nacional Ambiental vai atuar nos moldes da Força Nacional de Segurança Pública para
proteger a região, segundo o governo.
Em entrevista à jornalista Cristiana Lôbo, da GloboNews, o vice-presidente Hamilton Mourão falou que
o governo vai ser mais proativo na preservação da Amazônia.
"A Amazônia desperta o interesse e visões de todas as pessoas do resto do mundo, nós temos que
ter uma atitude, digamos assim, mais incisiva em relação ao que lá acontece", disse o vice-presidente.
O blog do jornalista João Borges no G1 destacou que "gestores de grandes fundos de investimentos
estrangeiros avisaram o governo brasileiro que não mais aplicariam dinheiro no país por causa da política
ambiental para a Amazônia."
O ministro do Meio Ambiente explicou que o conselho vai coordenar todas as estruturas que já atuam
no combate ao desmatamento e incorporar temas como a regularização fundiária. Ricardo Salles disse
que não há prazo para a implementação do conselho ou para a convocação da Força Nacional, nem qual
será o custo.
No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro acabou por decreto com dois órgãos que tinham
atribuições semelhantes ao Conselho da Amazônia. Reuniam e integravam ministérios para ações
voltadas ao combate do desmatamento, mas com a participação da sociedade civil.
O diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia disse que as medidas são bem-vindas desde
que sejam continuadas.
"Está criando um espaço de atenção para a Amazônia através de um conselho que a gente entende
que vai unificar um conjunto de ações públicas e de política públicas pra Amazônia, isso é importante. O
que a gente espera como técnicos, como pessoas que trabalham com Amazônia é que essas políticas
sejam efetivas e continuadas para que o problema seja resolvido de fato concretamente e pra isso a gente
precisa de atuação a longo prazo", disse André Guimarães.

Bolsonaro exonera secretário da Cultura, que fez discurso com frases semelhantes às de
ministro de Hitler3

Em vídeo para divulgar concurso, Roberto Alvim disse que a arte deve ser 'heroica' e 'imperativa', 'ou
não será nada', assim como Goebbels. Secretário disse que caso foi 'coincidência retórica'.
2
Jornal Nacional. Bolsonaro anuncia criação do Conselho da Amazônia. G1 Jornal Nacional. https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/01/21/bolsonaro-
anuncia-criacao-do-conselho-da-amazonia.ghtml. Acesso em 22 de janeiro de 2020.
3
Luiz Felipe Barbiéri. Bolsonaro exonera secretário da Cultura, que fez discurso com frases semelhantes às de ministro de Hitler. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/17/bolsonaro-exonera-secretario-da-cultura-que-fez-discurso-com-frases-semelhantes-as-de-ministro-de-hitler.ghtml.
Acesso em 17 de janeiro de 2020.

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2
O presidente Jair Bolsonaro exonerou nesta sexta-feira (17/01) o secretário nacional da Cultura,
Roberto Alvim, que fez um discurso no qual usou frases semelhantes às usadas por Joseph Goebbels,
ministro da Propaganda de Adolf Hitler durante o governo nazista. Goebbels era antissemita radical e foi
um dos idealizadores do nazismo.
Assim como Goebbels havia afirmado em meados do século XX que a "arte alemã da próxima década
será heroica” e “imperativa”, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e
“imperativa”.
Em nota, Bolsonaro afirmou que a permanência de Alvim no governo ficou "insustentável". "Comunico
o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um
pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência", afirmou
Bolsonaro.
O presidente disse ainda que repudia ideologias "totalitárias e genocidas".
"Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às
mesmas.Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos
e compartilhamos valores em comum", completou o presidente.

Fala do secretário
O discurso do secretário, divulgado em uma rede social na quinta (16/01), se referia ao lançamento de
um concurso de projetos de arte.
O vídeo de Alvim ganhou grande repercussão nas redes sociais e tanto o nome do secretário quanto
o de Goebbels foram parar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil.
A fala dele também gerou forte repercussão nos meios artístico e político. O presidente do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediram a demissão
imediata do secretário.
Nesta manhã, Alvim afirmou em post no Facebook que a semelhança entre as frases foi "apenas uma
frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica".
Além da fala semelhante à de Goebbels, o vídeo de Alvim apresenta, ao fundo, uma música do
compositor alemão Richard Wagner (1813-1883), extraída da ópera Lohengrin. O artista escreveu ensaios
nacionalistas e antissemitas, e foi tomado pelos nazistas como exemplo de superioridade musical e
intelecto.

Compare os discursos:
Roberto Alvim:
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade
de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às
aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”

Joseph Goebbels:
“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de
sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não
será nada".

No discurso de Goebbels, feito para diretores de teatro, ele buscava dar uma orientação estética aos
artistas. Ele reconhecia que o expressionismo, escola artística que ganhou força na Alemanha no fim do
século XIX, tinha tido algumas ideias básicas “positivas”, mas se degradara no experimentalismo.

Justificativa do secretário
Em seu esclarecimento no Facebook sobre as declarações semelhantes às de Goebbels, Alvim
afirmou que "o trecho fala de uma arte heroica e profundamente vinculada às aspirações do povo
brasileiro". "Não há nada de errado com a frase", argumentou.
"Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência
com UMA frase de um discurso de Goebbles... Não o citei e JAMAIS o faria. Foi, como eu disse, uma
coincidência retórica. Mas a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo. É o que queremos ver
na Arte nacional", disse Alvim.

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3
Respeito a Deus, combate à ideologia de gênero e defesa da vida: os princípios do novo partido
de Bolsonaro4

A 1ª Convenção Nacional do Aliança pelo Brasil foi realizada na manhã desta quinta-feira (21/11), em
Brasília. O lançamento oficial da nova legenda, que ainda se encontra em fase de criação, contou com a
presença do presidente Jair Bolsonaro, que já assinou a sua desfiliação do PSL.
Durante o evento, foram lidos os cinco princípios da nova sigla. Destacam-se o respeito a Deus, a
lealdade à pátria, à defesa da vida desde a concepção, o combate ao socialismo e a defesa do livre
comércio.
Confira os principais trechos do documento apresentado nesta quinta e reproduzidos abaixo:

1º- Respeito a Deus e a religião: em primeiro lugar a Aliança pelo Brasil reconhece o lugar de Deus
perante a vida. (...) Povo educado na base do cristianismo, em suas variadas expressões. Contra fatos,
não há argumentos, o primeiro ato em terras brasileiras foi uma missa. (...) lei natural como norteadores.
Combate à hostilidade e ao menosprezo a religião.
2º - Respeito à memória, identidade e cultura do povo brasileiro: o partido compreende que uma
aliança é um elo de lealdade e fidelidade por amor, por isso reconhece como seus predecessores todos
aqueles que amaram e lutaram pelo Brasil. (...) São, aliás, dos compatriotas do passado, do presente e
do futuro, unidos por um vínculo: moral e de lealdade à pátria. (...) Unidade de tradição, de língua e de
cultura. O partido se compromete em lutar pela cultura, pela restauração dos valores tradicionais do Brasil,
consolidados pelo pensamento de grandes mulheres e homens do passado. (...) Podem ser chamados
de fundadores do Brasil. Reconhecimento a tudo de bom que herdamos de outras nações, a exemplo das
tradições luso-hispânicas, do direito romano, da filosofia grega, da moral judaico-cristã e ainda aquilo que
pode aprender com os pivôs. Examinai-vos todas as coisas. A Aliança também se compromete com a
restauração da língua portuguesa e oposição a qualquer iniciativa que vise a sua desconfiguração. (...) O
partido se esforçará por divulgar as verdades sobre os males e os crimes das mais várias faces do
movimento revolucionário: o socialismo, o comunismo, o nazifascismo e o globalismo. Ideologias nefastas
que causaram mal ao Brasil e ainda causam. O partido busca estabelecer bases com países que
venceram o comunismo, como o leste europeu. (...)
3º - Defesa da vida, da legítima defesa, da família e da infância: o partido está convicto de que
nenhum progresso seria obtido sem a defesa da vida humana, desde a concepção. A vida é o primeiro
dos efeitos, sem vida, não há mais o que defender, pois a morte já terá encerrado a possibilidade de
qualquer outro direito. Todas as propostas do partido relacionadas à saúde deverão ter como norte a
defesa da vida humana, em todas as suas fases. (...) A Aliança pelo Brasil defende também o valor da
maternidade como um dos fundamentos da sociedade, para que todas as mulheres gestantes e mães
tenham condições dignas de vida, de gestação e criação de seus filhos. Outrossim, o partido se
compromete a lutar incansavelmente até que todos os brasileiros tenham o direito de possuir e portar
armas para sua defesa e a dos seus. (...) Defesa da família como núcleo fundamental da sociedade. (...)
Combaterá a pedofilia e o tráfico de crianças. (...) Combaterá ainda a erotização da infância e a ideologia
de gênero. (...) tirar o Brasil dos índice de analfabetismo.
4º- Garantia da ordem, da representação da política e da segurança: nunca um país poderá se
dizer próspero enquanto bandidos estiverem no poder, bandidos de armas ou de canetas. (...) Para
garantia da ordem se emprenharam para criar um ambiente de segurança jurídica no Brasil. Não será
possível o crescimento sem que a garantia da segurança de Deus, a previsibilidade das ações do poder
público, sem surpresas ou mudanças bruscas. (...) Clareza das normas que pesam sob o cidadão,
principalmente o empreendedor gerador de empregos e o pagador de impostos (...). Defesa territorial
brasileira, especialmente da Amazônia. Defesa das forças militares e policiais, e buscará meios de melhor
condições de trabalho, de remuneração, segurança física e financeira. (...) Atenção ao combate aos
crimes de corrupção, narcotráfico e terrorismo.
5ª- Defesa do livre mercado, da propriedade privada e do trabalho: a Aliança pelo Brasil repudia o
socialismo e o comunismo em todas as suas vertentes, interferências estatais sobre a economia através
de mecanismos burocráticos, tributários e regulatórios. (...) Defenderá o papel fundamental da empresa,
do livre mercado, da propriedade privada e da consequente responsabilidade dos meios de produção e
da criatividade humana nos setores da economia. (...) O partido defende que a propriedade privada é um
direito inalienável do homem, tanto quanto a liberdade de dispor dela.

4
GaúchaZH. Respeito a Deus, combate à ideologia de gênero e defesa da vida: os princípios do novo partido de Bolsonaro. Gaúcha ZH. Política.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2019/11/respeito-a-deus-combate-a-ideologia-de-genero-e-defesa-da-vida-os-principios-do-novo-partido-de-
bolsonaro-ck38vs5bg03jo01ph13svdht2.html. Acesso em 26 de novembro de 2019.

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4
Por 6 a 5, STF derruba prisão após segunda instância5

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta quinta-feira a possibilidade de iniciar a
execução da pena de prisão após condenação em segunda instância, na maior derrota que a corte impôs
à operação Lava Jato nos seus cinco anos e que pode levar à liberdade o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Coube ao presidente do STF, Dias Toffoli, o voto de desempate, ao se posicionar a favor da execução
da pena somente após esgotados todos os recursos cabíveis, o chamado trânsito em julgado.
O voto de Toffoli definiu o julgamento com o placar de 6 votos a 5 e pode beneficiar cerca de 4,8 mil
pessoas, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Entre eles, Lula, o mais expressivo
condenado nos processos movidos pela Lava Jato, que cumpre pena de prisão desde abril do ano
passado após ter confirmada sua condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no
processo do tríplex do Guarujá (SP).
O julgamento, um dos mais aguardados do ano na corte, representa a maior derrota da Lava Jato
desde que foi iniciada há 5 anos. Os membros da força-tarefa da operação vinham se valendo da
mudança do entendimento do STF de 2016, que permitia a prisão em segunda instância, para garantir a
detenção de investigados na operação e acelerar delações premiadas de réus que buscavam evitar serem
encarcerados.
Conforme reportagem da Reuters do dia 17 de outubro, antes do julgamento, a corte tendia a alterar
sua posição na esteira de derrotas que a própria operação tem sofrido este ano no STF, após reportagens
feitas pelo site The Intercept Brasil que têm mostrado, desde junho, supostas articulações do ex-juiz e
atual ministro da Justiça, Sergio Moro, com procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Os dois lados
negam irregularidades.
Essas revelações - nas quais ministros do STF chegaram a ser nominalmente citados - enfraqueceram
o apoio à Lava Jato, maior investigação de corrupção no país, no Supremo.
A análise do caso demandou cinco sessões para ser concluída e foi envolto de pressão pública - os
ministros contrários à mudança do entendimento atual chegaram a ser pressionados pessoalmente e em
redes sociais.
Durante as sessões, ministros esforçaram-se a argumentar que o julgamento era impessoal e que não
era para beneficiar Lula, vez por outra citado em intervenções.
A maioria do STF seguiu o voto do relator, ministro Marco Aurélio Mello, favorável à execução da pena
apenas ao fim de todos os recursos. Na prática, a corte entendeu que é compatível com a Constituição
de 1988 um artigo do Código de Processo Penal de 1941 que ninguém pode ser preso até antes da
condenação transitada em julgado.
Acompanharam Marco Aurélio os ministros Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso
de Mello e Toffoli. Foram contrários - e vencidos - Alexandre de Moraes, Edson Fachin (relator da Lava
Jato no STF), Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Em seu voto decisivo, Toffoli disse que, para se executar a pena de prisão após condenação em
segunda instância, é preciso que o Congresso aprove uma legislação nesse sentido, o que não há
atualmente.
Ele fez um paralelo ao que ocorreu com a Lei da Ficha Limpa, que só passou a vigorar após a
aprovação de norma pelo Legislativo. Ela garantiu barrar candidaturas de condenados por órgão
colegiado de tribunal.
"Eu disse para parlamentares, eu recebi um grupo de 42 senadores na terça-feira na sede do CNJ
onde eu tinha sessão, liderados pelo senador Lasier do Rio Grande do Sul. Não vou adiantar a minha
posição, mas as senhores e senhoras sabem o que eu tenho cotidianamente dito em deferência ao
Parlamento", disse.
"Não vejo problema nenhum do Parlamento alterar esse dispositivo", completou.
Toffoli afirmou que, nos julgamentos anteriores sobre a execução da pena após o segundo grau desde
2009, o STF não analisou a questão em termos de se a legislação sobre o tema é compatível com a
Constituição ao contrário do que ocorre na apreciação atual.
"Não se pode falar que há impunidade nos tribunais superiores ou neste Supremo Tribunal Federal",
disse, referindo-se ao fato de o tribunal ter condenado e ordenado a prisão dos condenados no processo
do mensalão, julgado em 2012.

5
Estadão Conteúdo. Por 6 a 5, STF derruba prisão após segunda instância. Terra. https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/por-6-a-5-stf-derruba-prisao-
apos-segunda-instancia,559b4530c2f29b1690bc4fb1cf7fd42cvnxghf9h.html. Acesso em 08 de novembro de 2019.

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5
CRÍTICAS
Durante o voto de Toffoli, Gilmar Mendes pediu a palavra fez duras críticas à atuação da Lava Jato.
Segundo ele, há uma "técnica de amedrontamento" da operação e que o grupo virou um "partido político"
porque, destacou, teriam chegado a sugerir candidaturas. Ele chegou a chamar de "bagunça" e "festival
de abusos" a atuação do MPF em casos de investigação.
Cármen Lúcia foi a única a votar pela manutenção da prisão em segunda instância na sessão desta
quinta, destacando que tem adotado essa posição ao menos desde 2009 - quando estava na corrente
minoritária.
Após votar em 2016 a favor da prisão em segunda instância, Gilmar Mendes justificou sua mudança
de posição alegando que tribunais de segundo grau começaram a aplicar essa detenção de forma
automática, desvirtuando o entendimento do STF.
O ministro disse que a discussão foi contaminada pela possibilidade de um eventual benefício a Lula.
Disse que chegou a ser chamado recentemente de "corifeu do petismo" por defender que a pena de prisão
só pode ser executada após o esgotamento dos recursos.
Durante o voto de Mendes, o presidente do Supremo chegou a pedir a palavra e destacou que é o
próprio Ministério Público Federal que agora pede que Lula saia do regime fechado de cumprimento da
pena de prisão.

Bolsonaro transfere Secretaria de Cultura para Ministério do Turismo6

Órgão, criado após a extinção do Ministério da Cultura, ficava sob a pasta da Cidadania. Filho do pastor
RR Soares é um dos nomes avaliados para assumir o posto.
O presidente Jair Bolsonaro transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania para
o Ministério do Turismo, comandada Marcelo Álvaro Antônio. A mudança é feita por decreto publicado
nesta quinta-feira (07/11) no "Diário Oficial da União".
A Secretaria de Cultura foi criada para substituir o Ministério da Cultura (MinC), que foi extinto no início
da gestão do presidente.
Com a mudança, passam a ser de responsabilidade do Ministério do Turismo a política nacional de
cultura; a regulação dos direitos autorais; a proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural; o apoio
ao Ministério da Agricultura para a preservação da identidade cultural de comunidades quilombolas; e o
desenvolvimento de políticas de acessibilidade cultural e do setor de museus.
O decreto também transfere para o Ministério do Turismo a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura,
responsável por emitir pareceres sobre os pedidos de artistas que buscam financiamento por meio da Lei
de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet.
Também são transferidos para o Turismo o Conselho Nacional de Política Cultural, a Comissão do
Fundo Nacional de Cultura, outras seis secretarias não especificadas.

Filho de pastor é cotado para a secretaria de Cultura


A transferência ocorre um dia depois de o governo exonerar o então secretário de Cultura, Ricardo
Braga, que ficou dois meses no cargo. Braga havia substituído Henrique Pires, que deixou o posto em
agosto, depois que o Ministério da Cidadania suspendeu um edital com séries sobre temas LGBT – o que
ele chamou de censura.
"Eu tenho o maior respeito pelo presidente da República, tenho o maior respeito pelo ministro, mas eu
não vou chancelar a censura", afirmou Henrique Pires quando decidiu deixar o cargo.
Segundo o Jornal o Globo, um dos nomes cotados para assumir o posto é o do deputado federal
Marcos Soares (DEM-RJ), filho do pastor Romildo Soares.
A possibilidade foi confirmada pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, em entrevista na
tarde de quarta-feira. Perguntado se um filho de RR Soares – como é conhecido o pastor – é um dos
nomes cotados, o porta-voz disse que “[é] um dos nomes que estão sob escrutin ́ io por parte do senhor
presidente da República e muito em breve ele fará a informação oficial".

Bolsonaro sanciona dois projetos que ampliam proteção a vítimas de violência doméstica7

Novas leis preveem apreensão da arma do agressor em 48 horas e a garantia de matrícula no ensino
público para filhos de mulher agredida. Ambas alteram trechos da Lei Maria da Penha.
6
Vitor Sorano. Bolsonaro transfere Secretaria de Cultura para Ministério do Turismo. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/11/07/bolsonaro-
transfere-secretaria-de-cultura-para-ministerio-do-turismo.ghtml. Acesso em 07 de novembro de 2019.
7
Mateus Rodrigues. Guilherme Mazui. Bolsonaro sanciona dois projetos que ampliam proteção a vítimas de violência doméstica. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/10/08/bolsonaro-sanciona-dois-projetos-que-ampliam-protecao-a-vitimas-de-violencia-domestica.ghtml. Acesso em 09 de
outubro de 2019.

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6
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta terça-feira (08/10) dois projetos que alteram a Lei Maria
da Penha para ampliar a proteção de mulheres vítimas de violência doméstica. Os textos, que após a
sanção viraram leis, entram em vigor assim que forem publicados no "Diário Oficial da União".
Uma das novas leis determina que a arma de fogo do agressor, se ele possuir uma, seja apreendida
em até 48 horas depois que a ocorrência de violência doméstica chegar à Justiça. Diferentemente das
demais medidas protetivas, nesse caso, a aplicação não depende de avaliação do juiz.
No momento do registro da ocorrência, a autoridade policial deverá verificar a existência de arma de
fogo no nome do suspeito. Se o documento for identificado, a informação será juntada aos autos, e a
instituição responsável pelo registro receberá uma notificação do caso.
O projeto foi apresentado pelo deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) no início do ano. Na justificativa,
o parlamentar disse que o Brasil é o quinto país que mata mais mulheres no mundo e que em 2016,
segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher foi assassinada a cada duas horas.

Vagas no ensino público


O outro projeto sancionado por Bolsonaro prevê que a mulher em situação de violência doméstica e
familiar tem “prioridade para matricular seus dependentes em instituição de educação básica mais
próxima de seu domicílio, ou transferi-los para essa instituição”.
Para isso, basta que a vítima apresente documentos que comprovem a existência de uma ocorrência
ou de um processo judicial. Os dados da mulher e dos filhos ou dependentes transferidos deverão ser
mantidos em sigilo.
O texto também prevê que essa transferência deverá ocorrer “independentemente da existência de
vaga”. Ou seja, se as turmas daquela creche ou colégio estiverem lotadas, o Estado deverá criar uma
vaga adicional para receber a criança ou adolescente.
O projeto foi aprovado na forma de um substitutivo da deputada Flávia Arruda (PL-DF). Autora do texto
inicial em 2017, a deputada Geovania de Sá (PSDB-SC) previa a prioridade apenas na educação infantil
(creches e pré-escolas). Durante a tramitação, o texto passou a incluir também os ensinos fundamental e
médio.
“O texto encontra fundamento jurid ́ ico na Constituição Federal e na Lei Maria da Penha, que deu salto
significativo no combate à violência contra a mulher, assegurando o acesso à educação com a previsão
de prioridade dos dependentes de vítimas de violência familiar em instituições de ensino básico próximas
ao seu domiciĺ io”, diz o Palácio do Planalto, no texto de divulgação da sanção.

Saiba como fica a lei do abuso de autoridade após Congresso ter rejeitado 18 vetos de
Bolsonaro8

Principais mudanças serão na lista dos crimes de abuso de autoridade. Alterações serão incluídas na
lei depois de promulgadas e publicadas.
O Congresso Nacional derrubou na noite desta terça-feira (24/09) 18 vetos do presidente Jair
Bolsonaro ao projeto de lei sobre abuso de autoridade, sancionada no início de setembro.
Com isso, os trechos vetados por Bolsonaro e recuperados pelos parlamentares serão incorporados à
legislação quando foram promulgados e publicados no "Diário Oficial da União".
As principais mudanças serão nos crimes e penas previstos para quem comete o abuso de autoridade.

O projeto
A proposta estabelece uma série de crimes relacionados à atuação de servidores e de integrantes dos
Três Poderes, que podem ser considerados como abuso de autoridade, além de determinar a forma como
vai ocorrer o processo penal, a responsabilização e os efeitos da condenação pelas infrações.

Autoridades envolvidas
O texto estabelece quais agentes públicos da União, estados, Distrito Federal e municípios, da
administração direta ou indireta, são capazes de cometer o crime de abuso de autoridade. Entre eles:
- servidores públicos e militares;
- integrantes do Poder Legislativo (deputados e senadores, por exemplo, no nível federal);
- integrantes do Poder Executivo (presidente da República; governadores, prefeitos);
- integrantes do Poder Judiciário (juízes de primeira instância, desembargadores de tribunais, ministros
de tribunais superiores);
8
Fernanda Vivas. Gustavo Garcia. Saiba como fica a lei do abuso de autoridade após Congresso ter rejeitado 18 vetos de Bolsonaro. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/09/24/saiba-como-fica-a-lei-do-abuso-de-autoridade-apos-congresso-ter-rejeitado-18-vetos-de-bolsonaro.ghtml. Acesso em
25 de setembro de 2019.

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7
- integrantes do Ministério Público (procuradores e promotores);
- integrantes de tribunais e conselhos de conta (ministros do TCU e integrantes de TCEs).

Crimes e penas
A proposta agora prevê as seguintes situações que podem ser enquadradas como crime. São as
seguintes:
- Decretar medida de privação da liberdade (prisão, por exemplo) de forma expressamente contrária
às situações previstas em lei. Pena de um a quatro anos de detenção;
- Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem
prévia intimação de comparecimento ao juízo. Pena de um a quatro anos de detenção;
- Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal.
Pena de seis meses a dois anos de detenção.
- Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade
de resistência, a: exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; ou submeter-se a
situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo. Pena de um quatro anos de detenção.
- Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou quando
deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão. Pena de seis meses a dois anos de detenção.
- Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo se capturado
em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações. Pena de seis
meses a dois anos de detenção.
- Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade judiciária competente
para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia. Pena de um a
quatro anos de detenção.
- Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado. Pena de
seis meses a dois anos de detenção.
- Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento. Pena de um a quatro
anos de detenção.
- Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel
alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou
fora das condições estabelecidas em lei. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado de lugar, de
coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente
alguém ou agravar-lhe a responsabilidade. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição hospitalar
pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local
ou momento de crime, prejudicando sua apuração. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por meio
manifestamente ilícito. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou administrativa,
em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração
administrativa. Pena de seis meses a dois anos de detenção.
- Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo
a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado. Pena de um a
quatro anos de detenção.
- Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de
prejudicar interesse de investigado. Pena de seis meses a dois anos de detenção.
- Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou
contra quem sabe inocente. Pena de um a quatro anos de detenção.
- Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou
fiscalizado. Pena de seis meses a dois anos de detenção.
- Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação preliminar, ao
termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal,
civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas
a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível.
Pena de seis meses a dois anos de detenção.
- Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem
expresso amparo legal. Pena de seis meses a dois anos de detenção.
Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR
8
- Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que extrapole
exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela
parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la. Pena de um a quatro anos de detenção. Pena de
um a quatro anos de detenção.
- Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de que tenha requerido vista em
órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento. Pena de seis
meses a dois anos de detenção.
- Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede social,
atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação. Pena de seis meses a
dois anos de detenção.

Mudanças no Estatuto da Advocacia e da OAB


A norma inclui, no Estatuto da Advocacia e da OAB, dispositivo que torna crime “violar direito ou
prerrogativas do advogado”.
Entre essas prerrogativas, estão a inviolabilidade do escritório ou local de trabalho; comunicação com
os clientes; a presença de representante da OAB em caso de prisão do advogado, entre outros. Pena:
três meses a um ano de detenção.

Interceptações telefônicas
A lei determina que é crime "realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou
telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo de Justiça, sem autorização judicial ou com
objetivos não autorizados em lei. Pena de dois a quatro anos de reclusão.

Ação penal por meio do MP


Os crimes de abuso de autoridade são de ação penal pública incondicionada. Isso significa que o
Ministério Público é o responsável por ingressar com a ação na Justiça, sem depender da iniciativa da
vítima.
Se não for proposta a ação pelo MP no prazo legal, a vítima pode propor uma queixa em até 6 meses,
contado da data em que esgotar o prazo para oferecer a denúncia.

Efeitos da condenação
Uma vez condenada – e reincidente em crimes do mesmo tipo – a autoridade pode:
- ser obrigada a indenizar o dano pelo crime;
- ser inabilitada para o exercício de cargo, mandato, função pública por um período de um a cinco
anos;
- perder o cargo, mandato ou função pública.

Penas restritivas de direitos


Condenados pelos crimes de abuso de autoridade podem cumprir penas restritivas de direitos, no lugar
das punições com prisão:
- prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas;
- suspensão do exercício do cargo, função ou mandato pelo prazo de um a seis meses, com perdas
dos vencimentos e das vantagens.

Bolsonaro e Damares trocam integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos9

Mudança ocorre dias após órgão declarar que Fernando Santa Cruz, opositor do regime militar, foi
morto pelo Estado. Presidente afirmou, sem apresentar provas, que militante foi assassinado por
organização de esquerda.
O presidente Jair Bolsonaro trocou quatro dos sete integrantes da Comissão sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos. A mudança ocorreu uma semana após o colegiado declarar que a morte, durante
a ditadura militar, do pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi provocada pelo
Estado. Segundo Bolsonaro, ele foi morto pelo grupo de esquerda do qual fazia parte.
A alteração na comissão foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quinta-feira (01/08), com a
assinatura do presidente e da ministra Damares Alves, da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos. Segundo Bolsonaro, a mudança ocorreu porque mudou o presidente da República.
9
Vitor Sorano e Felipe Néri. Bolsonaro e Damares trocam integrantes da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/08/01/bolsonaro-e-damares-trocam-integrantes-da-comissao-sobre-mortos-e-desaparecidos-
politicos.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 01 de agosto de 2019.

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9
"O motivo [é] que mudou o presidente, agora é o Jair Bolsonaro, de direita. Ponto final. Quando eles
botavam terrorista lá [na comissão], ninguém falava nada. Agora mudou o presidente. Igual mudou a
questão ambiental também", afirmou Bolsonaro nesta manhã na saída do Palácio da Alvorada.
De acordo com o decreto publicado nesta quinta-feira, estas são as alterações feitas na composição
da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos:
- Marco Vinicius Pereira de Carvalho substitui Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, atual presidente do
colegiado
- Weslei Antônio Maretti substitui Rosa Maria Cardoso da Cunha
- Vital Lima Santos substitui João Batista da Silva Fagundes
- Filipe Barros Baptista de Toledo Ribeiro substitui Paulo Roberto Severo Pimenta

No último dia 24, atestado de óbito emitido pela comissão apontou que a morte de Fernando Santa
Cruz, pai do atual presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, se deu de forma “não natural, violenta, causada
pelo Estado brasileiro”. Nesta segunda-feira (29/07), Bolsonaro afirmou que "um dia" contaria ao filho de
Santa Cruz como o pai dele desapareceu durante a ditadura militar (1964-1985).
Horas após a declaração, Bolsonaro afirmou, sem apresentar provas, que a morte não foi causada
pelos militares, mas pelo "grupo terrorista" — nas palavras de próprio presidente — Ação Popular do Rio
de Janeiro, do qual Santa Cruz pai fazia parte.
Além do atestado de óbito emitido pela Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, relatório da
Comissão Nacional da Verdade destaca que documentos da Marinha e da Aeronáutica apontam que
Fernando Santa Cruz foi preso e desapareceu enquanto estava sob custódia das Forças Armadas, em
1974.

Assessor de Damares presidirá comissão


O novo presidente da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, Marco Vinicius Pereira de
Carvalho, é filiado ao PSL, partido de Bolsonaro, e assessor especial de Damares. Ele foi funcionário da
prefeitura de Taió (SC).
A presidente substituída do colegiado, primeira na lista de trocas, havia criticado Bolsonaro na
segunda-feira pelas declarações relacionadas a Santa Cruz. "Consideramos extremamente grave pela
dor dos familiares, mas também pelo fato de ser um presidente da República de um país que vem
assumindo essas mortes desde 1995, pelo menos", afirmou Eugênia Gonzaga.
Questionada pela TV Globo sobre ter sido retirada da comissão nesta quinta-feira, Eugênia disse que
"já esperava".
"Eu ainda não tinha visto. Eu já esperava desde a caminhada do silêncio. Lamento muito também, mas
ia acontecer mais cedo ou mais tarde”, declarou a presidente substituid ́ a da Comissão sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos.
Em nota, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos disse que as trocas promovidas
na comissão, "apesar de concluídas agora, foram solicitadas em 28 de maio". De acordo com a pasta, a
iniciativa foi para "otimizar os trabalhos".
"O interesse deste Ministério é acelerar o serviço para que os familiares requerentes obtenham a
respostas sobre o paradeiro de seus entes queridos", disse o ministério no texto.

Comissão criada em 1995


A Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos foi criada em 1995, durante o governo de
Fernando Henrique Cardoso.
A lei nº 9.140 estabelece que o colegiado realizará o reconhecimento de desaparecidos por atividades
políticas entre 1961 e 1979, período que engloba parte da ditadura militar até o ano em que foi promulgada
a Lei da Anistia.
A legislação também estabelece que os sete membros da comissão devem ser de livre escolha do
presidente da República, sendo que quatro deles devem ser escolhidos:
- dentre os membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados
- dentre as pessoas com vínculo com os familiares das pessoas referidas em lista divulgada pelo
governo federal em 1995
- dentre os membros do Ministério Público Federal
- dentre os integrantes do Ministério da Defesa (este item se referia, inicialmente, a integrantes das
Forças Armadas, o que foi alterado em lei de 2004)

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10
Relembre o caso
Na segunda-feira (29/07), Bolsonaro disse que "um dia" contaria para o presidente da OAB como o pai
havia morrido. "Ele não vai querer saber a verdade", disse Bolsonaro.
Felipe Santa Cruz respondeu que acionaria o Supremo para que o presidente esclarecesse a fala.
Santa Cruz afirmou, ainda, que Bolsonaro agiu como um "amigo do porão da ditadura".
O presidente da OAB também disse, em carta de repúdio divulgada pela entidade, que Bolsonaro
demonstra "traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia" e que todas as
autoridades do país devem "obediência à Constituição Federal".
Mais tarde, Bolsonaro afirmou que o pai do presidente da OAB foi morto pelo "grupo terrorista" Ação
Popular do Rio de Janeiro, e não pelos militares.
O atestado de óbito de Fernando, incluído no último dia 24 no sistema da Comissão de Mortos e
Desaparecidos, diz que ele foi morto pelo Estado brasileiro.
A presidente substituída da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos classificou a
fala de Bolsonaro como "extremamente grave".
O presidente da OAB entrou com interpelação no STF para que Bolsonaro conte o que diz saber sobre
o pai dele.
O ministro do Supremo Luis Roberto Barroso, relator do caso na Corte, vai notificar Bolsonaro, que
não é obrigado a responder as perguntas. Só depois que Felipe Santa Cruz decidirá se entra com uma
ação por crime como injúria, calúnia ou difamação.

Gustavo Montezano toma posse como presidente do BNDES10

Engenheiro e economista foi escolhido há um mês para substituir Joaquim Levy à frente do banco
público. Bolsonaro participou da cerimônia de posse, no Palácio do Planalto.
O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), Gustavo Montezano,
tomou posse nesta terça-feira (16/07) em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença do presidente
Jair Bolsonaro e ministros.
Engenheiro e economista, Montezano foi escolhido no mês passado para presidir o banco no lugar de
Joaquim Levy, que pediu demissão após Bolsonaro falar que ele estava com a "cabeça a prêmio".
Bolsonaro exigiu de Levy a saída do diretor de Mercado de Capitais do BNDES, Marcos Barbosa Pinto.
O diretor foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES (2006-2007).
Fiocca era considerado, no governo federal, um homem de confiança de Guido Mantega, ministro da
Fazenda nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Após a declaração de Bolsonaro, o
próprio Barbosa Pinto pediu demissão – e depois Levy.

Perfil
Gustavo Montezano é graduado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e tem
mestrado em finanças pelo Ibmec.
O novo presidente do BNDES tem 17 anos de carreira no mercado financeiro e foi sócio do Banco
Pactual, onde atuou como diretor-executivo da área de commodities em Londres e como responsável
pela área de crédito, resseguros e "project finance".
Antes de assumir a presidência do BNDES, posto na equipe do ministro Paulo Guedes (Economia),
Montezano era o secretário especial adjunto de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da
Economia.
À frente do BNDES, Montezano terá entre suas prioridades privatizações, investimentos em
infraestrutura, saneamento e reestruturação financeira de estados e municípios.
Quando Montezano teve o nome anunciado, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros,
declarou que o governo deseja que o BNDES devolva recursos para o Tesouro Nacional e que seja aberta
a “caixa-preta do passado” da instituição.
Desde a campanha eleitoral Bolsonaro critica empréstimos concedidos pelo BNDES a países como
Cuba e Venezuela.

10
Guilherme Mazui e Luiz Felipe Barbiéri. Gustavo Montezano toma posse como presidente do BNDES. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/07/16/gustavo-montezano-toma-posse-como-presidente-do-bndes.ghtml. Acesso em 16 de julho de 2019.

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Reforma da Previdência: entenda ponto a ponto a proposta aprovada em primeiro turno11

Aprovação ocorreu nesta quarta-feira (10/07); veja como podem ficar as novas regras para as
aposentadorias e pensões.
O texto-base da reforma da Previdência foi aprovado em primeiro turno no plenário da Câmara nesta
quarta-feira (10/07). Foram 379 votos favoráveis e 131 contrários.
O projeto terá que ser aprovado também em segundo turno e ainda poderá sofrer modificações.
Depois, se for aprovada, a reforma terá que ser apreciada também pelo Senado.
A proposta de emenda à Constituição (PEC) para mudar as regras de aposentadoria foi apresentada
pelo governo Bolsonaro no dia 20 de fevereiro.
A comissão especial da Câmara aprovou o texto com mudanças na semana passada, a partir do
parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP). Foi esse o texto aprovado também no plenário, nesta
quarta. Agora, a próxima etapa é votar os destaques, propostas para alterar o texto-base.
A proposta aprovada no plenário reduz a previsão de economia para os cofres públicos com a reforma
para R$ 990 bilhões em 10 anos, segundo cálculos do secretário especial de Previdência e Trabalho,
Rogério Marinho. O projeto enviado pelo governo ao Legislativo previa, inicialmente, uma economia de
R$ 1,236 trilhão em 10 anos.
Entenda, ponto a ponto, o texto aprovado no plenário da Câmara:

Idade mínima e tempo de contribuição

A proposta cria uma idade mínima de aposentadoria. Ao final do tempo de transição, deixa de haver a
possibilidade de aposentadoria por tempo de contribuição. A idade mínima de aposentadoria será de anos
para mulheres e de 65 para homens.
O tempo mínimo de contribuição será de 20 anos para homens e de 15 anos para mulheres. Para os
servidores, o tempo de contribuição mínimo será de 25 anos.
11
G1. Reforma da Previdência: entenda ponto a ponto a proposta aprovada em primeiro turno. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/07/05/reforma-da-
previdencia-entenda-ponto-a-ponto-a-proposta-que-vai-ao-plenario-da-camara.ghtml. Acesso em 11 de julho de 2019.

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Professores, policiais federais, agentes penitenciários e educativos terão regras diferenciadas.
As novas regras não valerão para os servidores estaduais e dos municípios com regime próprio de
Previdência, uma vez que o projeto aprovado pela comissão especial tirou a extensão das regras da
reforma para estados e municípios.

Regras de transição
A proposta prevê 5 regras de transição para os trabalhadores da iniciativa privada que já estão no
mercado. Uma dessas regras vale também para servidores – além disso, esta categoria tem uma opção
específica. Para todas as modalidades vão vigorar por até 14 anos depois de aprovada a reforma. Pelo
texto, o segurado poderá sempre optar pela forma mais vantajosa.

Transição 1: sistema de pontos (para INSS)


A regra é semelhante à formula atual para pedir a aposentadoria integral, a fórmula 86/96. O
trabalhador deverá alcançar uma pontuação que resulta da soma de sua idade mais o tempo de
contribuição, que hoje é 86 para as mulheres e 96 para os homens, respeitando um mínimo de 35 anos
de contribuição para eles, e 30 anos para elas. A transição prevê um aumento de 1 ponto a cada ano,
chegando a 100 para mulheres e 105 para os homens.

Transição 2: tempo de contribuição + idade mínima (para INSS)


Nessa regra, a idade mínima começa em 56 anos para mulheres e 61 para os homens, subindo meio
ponto a cada ano. Em 12 anos acaba a transição para as mulheres e em 8 anos para os homens. Nesse
modelo, é exigido um tempo mínimo de contribuição: 30 anos para mulheres e 35 para homens.

Transição 3: pedágio de 50% – tempo de contribuição para quem está próximo de se aposentar
(para INSS)
Quem está a dois anos de cumprir o tempo mínimo de contribuição que vale hoje (35 anos para homens
e 30 anos para mulheres) ainda pode se aposentar sem a idade mínima, mas vai pagar um pedágio de
50% do tempo que falta. Por exemplo, quem estiver a um ano da aposentadoria deverá trabalhar mais
seis meses, totalizando um ano e meio. O valor do benefício será reduzido pelo fator previdenciário, um
cálculo que leva em conta a expectativa de sobrevida do segurado medida pelo IBGE, que vem
aumentando ano a ano.

Transição 4: por idade (para INSS)


É preciso preencher dois requisitos. Homens precisam de ter 65 anos de idade e 15 anos de
contribuição. Mulheres precisam ter 60 anos de idade e 15 de contribuição. Mas, a partir de janeiro de
2020, a cada ano a idade mínima de aposentadoria da mulher será acrescida de seis meses, até chegar
a 62 anos em 2023. Além disso, também a partir de janeiro de 2020, a cada ano o tempo de contribuição
para aposentadoria dos homens será acrescido de seis meses, até chegar a 20 anos em 2029.

Transição 5: pedágio de 100% (para INSS e servidores)


Para poder se aposentar por idade na transição, trabalhadores do setor privado e do setor público
precisarão se enquadrar na seguinte regra: idade mínima de 57 anos para mulheres e de 60 anos para
homens, além de pagar um "pedágio" equivalente ao mesmo número de anos que faltará para cumprir o
tempo mínimo de contribuição (30 ou 35 anos) na data em que a PEC entrar em vigor.
Por exemplo, um trabalhador que já tiver a idade mínima mas tiver 32 anos de contribuição quando a
PEC entrar em vigor terá que trabalhar os 3 anos que faltam para completar os 35 anos, mais 3 de
pedágio.

Transição específica para servidores


Para os servidores públicos, está prevista também uma transição por meio de uma pontuação que
soma o tempo de contribuição mais uma idade mínima, começando em 86 pontos para as mulheres e 96
pontos para os homens.
A regra prevê um aumento de 1 ponto a cada ano, tendo duração de 14 anos para as mulheres e de 9
anos para os homens. O período de transição termina quando a pontuação alcançar 100 pontos para as
mulheres, em 2033, e a 105 pontos para os homens, em 2028, permanecendo neste patamar.
O tempo mínimo de contribuição dos servidores será de 35 anos para os homens e de 30 anos para
as mulheres. A idade mínima começa em 61 anos para os homens. Já para as mulheres, começa em 56
anos.

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Cálculo do benefício
O valor da aposentadoria será calculado com base na média de todo o histórico de contribuições do
trabalhador (não descartando as 20% mais baixas como feito atualmente).
Com 20 anos de contribuição (o mínimo para os trabalhadores privados do regime geral), a pessoa
terá direito a 60% do valor do benefício integral, que irá subir 2 pontos percentuais para cada ano a mais
de contribuição. O trabalhador terá direito a 100% do benefício com 40 anos de contribuição.
Quem se aposentar pelas regras de transição terá o teto de 100%. Quem se aposentar já pela regra
permanente não terá esse teto, podendo receber mais de 100% do benefício integral, se contribuir por
mais de 40 anos. O valor, no entanto, não poderá ser superior ao teto (atualmente em R$ 5.839,45), nem
inferior a um salário mínimo.
O texto também garante o reajuste dos benefícios pela inflação.

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Para servidores que ingressaram até 31 de dezembro de 2003, a integralidade da aposentadoria será
mantida para quem se aposentar aos 65 anos (homens) ou 62 (mulheres). Para quem ingressou após
2003, o critério para o cálculo do benefício é igual ao do INSS.

Aposentadoria rural
Pelo texto, a idade mínima fica mantida em 55 anos para mulheres e 60 para homens. O tempo mínimo
de contribuição também fica em 15 anos para mulheres e para homens. A proposta atinge, além de
trabalhadores rurais, pessoas que exercem atividade economia familiar, incluindo garimpeiro e pescador
artesanal.

Benefício de Prestação Continuada (BPC)


O texto a ser votado permite que pessoas com deficiência e idosos em situação de pobreza continuem
a receber 1 salário mínimo a partir dos 65 anos, mas prevê a inclusão na Constituição do critério para
concessão do benefício. Essa regra já existe atualmente, mas consta de uma lei ordinária, passível de
ser modificada mais facilmente que uma norma constitucional.
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Mudança na alíquota de contribuição
A proposta prevê uma mudança na alíquota paga pelo trabalhador. Os trabalhadores que recebem um
salário maior vão contribuir com mais. Já os recebem menos vão ter uma contribuição menor, de acordo
com a proposta.
Haverá também a união das alíquotas do regime geral – dos trabalhadores da iniciativa privada – e do
regime próprio – aqueles dos servidores públicos.
Pelo texto, as alíquotas efetivas (percentual médio sobre todo o salário) irão variar entre 7,5% e
11,68%. Hoje, variam de 8% a 11% no INSS.

Para os servidores públicos, irão as alíquotas efetivas irão variar de 7,5% a mais de 16,79%.
Atualmente, o funcionário público federal paga 11% sobre todo o salário, caso tenha ingressado antes de
2013. Quem entrou depois de 2013 paga 11% até o teto do INSS.

Aposentadoria por incapacidade permanente


Pela proposta, o benefício, que hoje é chamado de aposentadoria por invalidez e é de 100% da média
dos salários de contribuição para todos, passa a ser de 60% mais 2% por ano de contribuição que exceder
20 anos. Em caso de invalidez decorrente de acidente de trabalho, doenças profissionais ou do trabalho,
o cálculo do benefício não muda.
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Pensão por morte
Pela proposta, o valor da pensão por morte ficará menor. Tanto para trabalhadores do setor privado
quanto para o serviço público, o benefício familiar será de 50% do valor mais 10% por dependente, até o
limite de 100% para cinco ou mais dependentes. O texto garante benefício de pelo menos 1 salário mínimo
nos casos em que o beneficiário não tenha outra fonte de renda.
Quem já recebe pensão por morte não terá o valor de seu benefício alterado. Os dependentes de
servidores que ingressaram antes da criação da previdência complementar terão o benefício calculado
obedecendo o limite do teto do INSS.

Limite de acumulação de benefícios


Hoje, não há limite para acumulação de diferentes benefícios. A proposta prevê que o beneficiário
passará a receber 100% do benefício de maior valor, somado a um percentual da soma dos demais. Esse
percentual será de 80% para benefícios até 1 salário mínimo; 60% para entre 1 e 2 salários; 40% entre 2
e 3; 20% entre 3 e 4; e de 10% para benefícios acima de 4 salários mínimos.
Ficarão fora da nova regra as acumulações de aposentadorias previstas em lei: médicos, professores,
aposentadorias do regime próprio ou das Forças Armadas com regime geral.

Abono salarial
O pagamento do abono salarial fica restrito aos trabalhadores com renda até R$ 1.364,43. Hoje, é
pago para quem recebe até 2 salários mínimos.

Salário-família e auxílio-reclusão
O texto define que os beneficiários do salário-família e do auxílio-reclusão devem ter renda de até R$
1.364,43.

Aposentadoria de policiais e agentes penitenciários


A proposta atinge apenas policiais federais, agentes penitenciários e educativos; para policiais
militares, policiais civis e bombeiros ficam mantidas as regras atuais, com exigências próprias
determinadas por cada estado.
A regra mantém a idade mínima da aposentadoria em 55 anos, mas mantém em vigor uma lei de 1985
que determina pelo menos 30 anos de contribuição, e 25 na função para ambos os sexos.
Ficou de fora do texto, o trecho que determinava que policiais militares e bombeiros teriam as mesmas
regras de aposentadoria e pensão das Forças Armadas - que não estão contempladas na proposta de
reforma do governo federal – até que uma lei complementar local defina normas para essas corporações.
O governo apresentou no dia 30 de março a proposta específica de reforma da previdência dos
militares, que terá um outro trâmite no Congresso - ou seja, a aprovação dessa PEC não muda nada para
eles.

Aposentadorias dos professores


Pelo texto, as professoras poderão se aposentar com 57 anos de idade e 25 anos de contribuição; os
professores, com 60 de idade e 25 anos de contribuição. Para os servidores da rede pública, as regras
são as mesmas, com a exigência de ao menos 10 anos de serviço público e 5 no cargo.

Aposentadoria de magistrados
A proposta do governo não tratava especificamente do assunto. Mas o texto aprovado pela comissão
especial propõe retirar da Constituição a possibilidade da aplicação da pena disciplinar de aposentadoria
compulsória.

Um dia antes da votação da Previdência, governo libera mais de R$ 1 bi em emendas

Governo publicou 37 portarias no 'Diário Oficial da União' para liberação de recursos do orçamento em
emendas parlamentares, cuja aplicação é indicada por deputados e senadores.
Um dia antes do início da votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados,
o governo liberou R$ 1,135 bilhão em emendas parlamentares vinculadas à área da saúde.
A previsão de recursos está em 37 portarias publicadas em edição extra do "Diário Oficial da União" de
segunda-feira (08/07).
Segundo as portarias, os recursos são para incremento temporário do limite financeiro da Assistência
de Média e Alta Complexidade e do piso da Atenção Básica.

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


19
As emendas parlamentares são recursos previstos no Orçamento da União, cuja aplicação é indicada
por deputados e senadores. O dinheiro tem de ser empregado em projetos e obras nos estados e
municípios. Quando ocorre o empenho, o valor da emenda fica registrado em "contas a pagar", e o
Executivo é obrigado efetuar o pagamento.
Com a aprovação do orçamento impositivo, o governo passou a ser obrigado a liberar todo ano a verba
prevista para as emendas. No entanto, o Palácio do Planalto pode decidir como fará a distribuição ao
longo dos meses.
Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, só nos primeiros cinco dias de julho foram
empenhados R$ 2,551 bilhões em emendas. O valor dos cinco primeiros dias de julho é superior ao
empenhado durante todo o primeiro semestre de 2019. De janeiro a junho o valor das emendas
impositivas empenhadas foi de R$ 1,773 bilhão.
Segundo Gil Castelo Branco, secretário-geral da Contas Abertas, o valor até o quinto dia de julho é
superior ao empenhado em julho de 2017 em meio às denúncias apresentadas contra o ex-presidente
Michel Temer.
"Esse é o idioma das conversas entre o Executivo e o Legislativo. Podem acontecer outras
negociações, mas a liberação de emendas nunca deixa de acontecer. Não há irregularidade, visto que as
emendas são obrigatórias. Mas os governos as liberam estrategicamente às vésperas de votações
importantes. Sempre foi assim, e agora não parece diferente", afirmou Castelo Branco.

Votação
A votação da reforma da Previdência é considerada prioritária pelo governo para sanar as contas
públicas, a proposta de reforma da Previdência que altera as regras de aposentadoria foi aprovada na
semana passada pela comissão especial.
A expectativa é a de que a votação seja iniciada nesta terça-feira (09/07) no plenário da Câmara. Por
se tratar de uma emenda à Constituição, são necessários dois turnos de votação com o apoio de ao
menos 308 dos 513 deputados, antes de seguir para o Senado.
Em rápida entrevista nesta terça, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a Câmara vai aprovar a
reforma da Previdência com "toda a certeza" em dois turnos antes do recesso parlamentar, marcado para
começar no dia 18 de julho.
"Segundo informações de vocês mesmos [da imprensa], o Rodrigo Maia é o nosso general dentro da
Câmara, agora, para aprovar com toda a certeza antes do recesso os dois turnos dessa nova
Previdência”" disse o presidente, após uma visita ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Oposição
Uma reunião entre líderes partidários da Câmara na manhã desta terminou sem acordo sobre o passo
a passo da votação da reforma no plenário da Casa.
Parlamentares a favor da proposta queriam convencer a oposição a não apresentar o chamado "kit
obstrução" (requerimentos regimentais com o objetivo de atrasar os trabalhos).
Em troca, as sessões desta terça seriam destinadas apenas aos debates, deixando o início da votação
para quarta (09/07). Além disso, a oposição se comprometeria a apresentar somente dois requerimentos
de obstrução.
A oposição, porém, não acatou a sugestão e vai discutir uma estratégia em uma reunião a portas
fechadas.
Ao chegar à reunião, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a intenção é tentar
votar o texto principal ainda nesta terça, para deixar os destaques para quarta (10/07).

Voto evangélico
Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, em meio à articulação por votos pela reforma da Previdência,
parlamentares da bancada evangélica conseguiram uma sinalização nos últimos dias do governo de que
haverá mudanças na declaração de receitas e despesas de Igrejas à Receita Federal. Os evangélicos
somam 108 deputados e 10 senadores.
Igrejas são isentas de todos os tributos pela Constituição, assim como partidos e sindicatos, mas
precisam informar à Receita Federal receitas e despesas a cada três meses.
De acordo com o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), vice-líder da frente evangélica no
Congresso, a demanda que será atendida pelo governo não tem a ver com os votos para a reforma da
Previdência, apesar de ocorrer neste momento.

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Cidades brasileiras têm transporte público parcialmente parado e protestos nesta sexta-feira12

Mobilização foi convocada contra cortes na educação e a reforma da Previdência. Por volta de 9h, ao
menos 20 estados e o DF tinham sido afetados.
Cidades brasileiras registram protestos e paralisações em serviços públicos na manhã desta sexta-
feira (14/06). Trabalhadores cruzaram os braços contra os cortes do governo na educação e a reforma da
Previdência. Por volta de 9h, ao menos 20 estados e o DF tinham sido afetados.
No início da manhã, os efeitos da paralisação eram sentidos nas grandes cidades principalmente no
transporte público e com o fechamento de vias. Somente parte das linhas de ônibus, trem ou metrô
funcionavam em capitais como São Paulo, João Pessoa, Curitiba, Maceió e Salvador. No Rio, protestos
bloquearam vias da cidade.

Resumo
- No Rio, vias foram bloqueadas por manifestantes, e a PM chegou a usar bomba de efeito moral para
dispersar protesto, mas o transporte público não parou
- Em SP, somente algumas linhas do metrô paralisaram, e houve bloqueio de vias importantes por
protestos
- Em Salvador, ônibus foram atacados por pedras
- Escolas e universidades amanheceram fechadas em locais como Goiás, São Paulo, Sergipe Distrito
Federal, Minas Gerais e Pará
- Até 8h05, 43 cidades de 14 estados tinham registrado protesto
- Até 8h15, 31 cidades haviam registrado paralisação de serviços em 15 estados e no DF

Comissão do Senado aprova projeto que derruba decreto de armas de Bolsonaro13

Decisão ainda precisa passar pelo plenário e pela Câmara; votação deve ocorrer ainda nesta quarta-
feira (12/06).
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira a derrubada dos
decretos do presidente Jair Bolsonaro que flexibilizaram o porte de armas, com o argumento de que
Bolsonaro extrapolou suas funções ao editá-los. Na semana passada, a CCJ já havia demonstrado que
o resultado poderia ser desfavorável ao governo. Para ter validade, a decisão ainda precisa passar pelo
plenário, o que deve ocorrer ainda nesta quarta, e pela Câmara dos Deputados.
A CCJ analisou conjuntamente sete projetos de decretos legislativos (PDLs) que pedem a revogação
dos decretos. O relator, Marcos do Val (PPS-ES), foi contrário aos projetos e defendeu sua manutenção.
Seu relatório, no entanto, foi rejeitado por 15 votos a 9. No seu lugar, foi aprovado simbolicamente um
voto em separado apresentado por Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB).
Ainda nesta quarta-feira, a CCJ incluiu na pauta, de última hora, um projeto que tipifica o crime de
abuso de autoridade. A discussão sobre o tema acontece em meio à crise provocada pela divulgação da
suposta troca de mensagens entre o ministro Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.
Prevendo a derrota na questão relativa às armas, Marcos do Val tentou sensibilizar os senadores com
uma história pessoal: ele relatou que sua irmã sofreu ameaças de morte recentemente e que, por isso,
está pedindo a flexibilização das regras.
— É a única maneira que ela está encontrando de garantir a vida dela. A segurança pública não tem
condição de estar em todos os lugares em todos os momentos. Minha irmã nunca tocou em arma na vida
dela. Depois dessa ameaçava, ela está se preparando. Não é o que ela queria, mas é a oportunidade que
ela está tendo, por esse decreto, de proteger a vida dela. Eu peço para vocês, por favor, não tirem esse
direito dela.
Diversos senadores ressaltaram que não estavam debatendo a flexibilização ou não do porte de armas,
mas sim a maneira pela qual ela foi feita, ou seja, por meio de decreto. Espiridião Amin (PP-SC), por
exemplo, votou pela derrubada do decreto, mas defendeu que o Legislativo debata essa questão em
breve.
— Voto por considerar que este decreto exorbita, reconhecendo que será muito apropriado que o
Legislativo trate desde assunto na forma constitucional e legal devida.
Mesmo na discussão do mérito, houve discordância sobre os efeitos do decreto. Para o senador Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ), ele é necessário porque a política desarmamentista falhou em evitar homicídios.

12
G1. Cidades brasileiras têm transporte público parcialmente parado e protestos nesta sexta-feira. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/14/cidades-brasileiras-tem-paralisacoes-em-servicos-publicos-nesta-sexta-feira.ghtml. Acesso em 14 de junho de 2019.
13
Amanda Almeida. Daniel Gullino. Comissão do Senado aprova projeto que derruba decreto de armas de Bolsonaro. O Globo.
https://oglobo.globo.com/brasil/comissao-do-senado-aprova-projeto-que-derruba-decreto-de-armas-de-bolsonaro-23734402. Acesso em 13 de junho de 2019.

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— O que mais em impressiona é como parece que estamos vivendo em um paraíso de segurança
pública. Estou vendo os senadores defendendo um modelo falido. O Brasil é recordista mundial por
homicídio cometido por arma de fogo. Por causa dessa política desarmamentista.
Já Alessandro Vieira (PPS-ES) ressaltou a possibilidade da flexibilização facilitar o desvio de armas e
munição.
— O desordenamento que está sendo promovido pelo decreto, a desregulamentação excessiva, a
concessão de calibres absurdos, quantidade de munição absurdas, ele só ajuda ao fabricante de arma e
ao criminoso.

Bolsonaro determinou que Defesa faça as 'comemorações devidas' do golpe de 64, diz porta-
voz14

Golpe que deu início a ditadura militar no Brasil completará 55 anos no próximo dia 31. Segundo Otávio
Rêgo Barros, para Bolsonaro movimento militar de 1964 não foi golpe.
O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta segunda-feira (25/03)
que o presidente Jair Bolsonaro determinou ao Ministério da Defesa que faça as "comemorações devidas"
pelos 55 anos do golpe que deu início a uma ditadura militar no país.
O golpe militar que depôs o então presidente João Goulart ocorreu em 31 de março de 1964. Após o
ato, iniciou-se uma ditadura que durou 21 anos. No período, não houve eleição direta para presidente. O
Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e houve censura à imprensa.
Na semana passada, Rêgo Barros havia dito que não haveria nenhum tipo de comemoração
relacionada à data. Nesta segunda, porém, o porta-voz mudou o discurso.
"O nosso presidente já determinou ao Ministério da Defesa que faça as comemorações devidas com
relação a 31 de março de 1964, incluindo uma ordem do dia, patrocinada pelo Ministério da Defesa, que
já foi aprovada pelo nosso presidente", afirmou Rêgo Barros durante entrevista coletiva no Palácio do
Planalto.
Questionado por jornalistas sobre o que seriam as "comemorações devidas", Rêgo Barros respondeu:
"Aquilo que os comandantes acharem dentro das suas respectivas guarnições e dentro do contexto em
que devam ser feitas". Ele afirmou que não há previsão de nenhum tipo de ato no Palácio do Planalto no
próximo dia 31.
Desde o período em que foi deputado federal, Bolsonaro sempre defendeu que o Brasil não viveu uma
ditadura entre 1964 e 1985, mas, sim, um "regime com autoridade". De acordo com o porta-voz da
Presidência, o agora presidente da República não considera que houve um golpe militar em 1964.
"O presidente não considera 31 de março de 1964 um golpe militar. Ele considera que a sociedade,
reunida e percebendo o perigo que o país estava vivenciando naquele momento, juntou-se, civis e
militares, e nós conseguimos recuperar e recolocar o nosso país em um rumo que, salvo o melhor juízo,
se isso não tivesse ocorrido, hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo aqui que não seria bom
para ninguém", disse.
Ao votar a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, Bolsonaro homenageou em
plenário o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça de São Paulo como torturador
durante o regime militar. Para Bolsonaro, Ustra é um "herói brasileiro".
Segundo a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo regime ou desapareceram durante
o período – somente 33 corpos foram localizados.
Diante disso, a comissão entregou em 2014 à então presidente Dilma Rousseff um documento no qual
responsabilizou 377 pessoas pelas mortes e pelos desaparecimentos durante a ditadura.

Reforma da Previdência
Na mesma entrevista, Rêgo Barros afirmou que Bolsonaro está “disposto” e “aberto” a realizar a
interlocução com deputados e senadores para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional.
“O presidente fará todos os esforços necessários para que a proposta da Previdência avance, sob a
batuta agora do Congresso Nacional, mas entendendo que ele é parte dessa solução”, disse.
Nos últimos dias, Bolsonaro e Maia travaram um duelo de declarações sobre a responsabilidade pela
articulação e aprovação da reforma. O porta-voz disse que o presidente pretende buscar a paz na relação
com os parlamentares.

14
Guilherme Mazui. Bolsonaro determinou que Defesa faça as 'comemorações devidas' do golpe de 64, diz porta-voz. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/03/25/bolsonaro-determinou-que-defesa-faca-as-comemoracoes-devidas-do-golpe-de-64-diz-porta-
voz.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em27 de março de 2019

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22
“Embora não tenha sido boina azul, ele [Bolsonaro] tem como lema ‘tudo pela paz’. Então, ele
procurará, como sempre procurou, a paz a fim de, por meio da interlocução convencer e até aceitar ser
convencido.

Embaixada em Israel
O porta-voz foi perguntando se Bolsonaro cogita anunciar durante viagem a Israel, a partir de sábado
(30/03), a transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, uma das promessas que fez
após ter sido eleito.
Rêgo Barros afirmou que Bolsonaro defende mais tempo para avaliar a questão. “Nosso presidente
vem advogando que merece um estudo um pouco mais aprofundado, que ele o fará ao longo do tempo e
no tempo necessário”, disse.

Michel Temer e Moreira Franco são presos pela Lava Jato do RJ15

Mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Procurada
pela G1, a defesa do ex-presidente não atendeu.
O ex-presidente Michel Temer foi preso em São Paulo na manhã desta quinta-feira (21/03) pela força-
tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro. Os agentes também prenderam o ex-ministro Moreira Franco no
Rio. A PF cumpre mandados contra mais seis pessoas, entre elas empresários.
Preso, Temer será levado para o Aeroporto de Guarulhos, onde vai embarcar em um voo e será levado
ao Rio de Janeiro em um avião da Polícia Federal. O ex-presidente deve fazer exame de corpo de delito
do IML em um local reservado e não deve ser levado à sede da PF de São Paulo, na Lapa.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio,
responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro. A prisão de Temer é preventiva.
Temer falou por telefone ao jornalista Kennedy Alencar, da CBN, no momento em que havia sido preso.
O ex-presidente afirmou que a prisão "é uma barbaridade".
Desde quarta-feira (20/03), a PF tentava rastrear e confirmar a localização de Temer, sem ter sucesso.
Por isso, a operação prevista para as primeiras horas da manhã desta quinta-feira atrasou.
O G1 ligou para a defesa de Temer, mas até a última atualização desta reportagem os advogados não
haviam atendido a ligação.
O G1 falou às 11h40 com o advogado Rafael Garcia, que defende o ex-ministro de Minas e Energia
Moreira Franco em um dos inquéritos contra ele no STF, mas ele disse que não estava autorizado a falar
e orientou a procurar o advogado Antônio Pitombo. A reportagem ligou para o escritório de Pitombo, mas
não conseguiu falar com ele.
O MDB, partido do ex-presidente, divulgou uma nota. "O MDB lamenta a postura açodada da Justiça
à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do
ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça
restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de
defesa", diz o texto.

Inquéritos contra Temer


Temer é um dos alvos da Lava Jato do Rio. A prisão teve como base a delação de José Antunes
Sobrinho, dono da Engevix. O empresário disse à Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina, a
pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o
conhecimento do presidente Michel Temer. A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina de
Angra 3.
Além deste inquérito, o ex-presidente Michel Temer responde a nove inquéritos. Cinco deles
tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF), pois foram abertos à época em que o emedebista era
presidente da República e foram encaminhados à primeira instância depois que ele deixou o cargo. Os
outros cinco foram autorizados pelo ministro Luís Roberto Barroso em 2019, quando Temer já não tinha
mais foro privilegiado. Os inquéritos foram enviados à primeira instância.
Michel Temer (MDB) foi o 37º presidente da República do Brasil. Ele assumiu o cargo em 31 de agosto
de 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff, e ficou até o final do mandato, encerrado em dezembro
do ano passado.
Eleito vice-presidente na chapa de Dilma duas vezes consecutivas, Temer chegou a ser o coordenador
político da presidente, mas os dois se distanciaram logo no começo do segundo mandato.

15
A, Guimarães. Soares, P. R. Martins, M. A. Michel Temer e Moreira Franco são presos pela Lava Jato do RJ. https://g1.globo.com/rj/rio-de-
janeiro/noticia/2019/03/21/forca-tarefa-da-lava-jato-faz-operacao-para-prender-michel-temer-e-moreira-franco.ghtml. Acesso em 21 de março de 2019

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Formado em direito, Temer começou a carreira pública nos anos 1960, quando assumiu cargos no
governo estadual de São Paulo. Ao final da ditadura, na década de 1980, foi deputado constituinte e,
alguns anos depois, foi eleito deputado federal quatro vezes seguidas. Chegou a ser presidente do PMDB
por 15 anos.

Questões

01. (Prefeitura de Itapevi – Auditor Fiscal Tributário – VUNESP - 2019) O recém-empossado


presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou, nesta terça-feira (02.01), três decretos e uma medida
provisória. Dentre as primeiras ações tomadas está a Medida Provisória (MP) que reestrutura a Esplanada
dos Ministérios e estabelece a organização básica dos órgãos da presidência da República e dos
ministérios. O documento confirma a estrutura de governo já anunciada, com 22 pastas, algumas delas
com competências ampliadas.
(UOL. https://bit.ly/2Upz5hO. Acesso em 25.jan.2019. Adaptado)

(A) da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que incorpora as políticas de criação e conservação da


infraestrutura.
(B) da Cidadania que incorpora as ações que envolvem o desenvolvimento social, a cultura e os
esportes.
(C) das Relações Exteriores que incorpora o comércio internacional e os estudos sobre a balança
comercial.
(D) da Justiça que incorpora a regulamentação das políticas dos direitos humanos e a demarcação de
terras indígenas.
(E) do Meio Ambiente que incorpora setores da tecnologia e pesquisa de fontes de energia renováveis.

02. (Câmara de Piracicaba/SP – Jornalista – VUNESP – 2019) Em derrota para a Lava Jato, a
decisão do Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira, 14.03.19, teve um placar apertado, por 6 votos
a 5, e marcada por duras críticas a membros do Ministério Público Federal, que são contrários ao
entendimento firmado pela maioria da Corte.
(Estadão – https://bit.ly/2TBHBhH – Acesso em 01.05.19. Adaptado)

(A) os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, quando relacionados ao caixa 2 de campanha,


devem ser julgados pela Justiça Eleitoral.
(B) a perda de foro privilegiado por membros do Legislativo acusados de corrupção deverá ser julgada
em Tribunais de Primeira Instância de Brasília.
(C) os casos de corrupção para a formação de caixa 2 de campanha deixarão de ser de análise
exclusiva de Curitiba e passarão a ser descentralizados.
(D) os procuradores e subprocuradores da República devem se remeter à Justiça Eleitoral para
denunciar casos de desvios de recursos públicos.
(E) a Procuradoria Geral da República é o locus legal para julgar casos que envolvam políticos e
empresas em esquemas de caixa 2 de campanha.

03. (Prefeitura de Itapevi/SP – Agente de Administração Pública – VUNESP – 2019) O governo


brasileiro confirmou nesta terça-feira (08.jan) a saída do Brasil do Pacto Global para Migração da
Organização das Nações Unidas (ONU), instrumento assinado por mais de 160 países e que inclui
diretrizes sobre a gestão de fluxos migratórios.
(Terra. https://bit.ly/2sYU3sg. Acesso em 28.01.2019. Adaptado)

Uma das justificativas dadas para a saída do Pacto destaca que


(A) a imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a
soberania de cada país.
(B) o Brasil é um país autônomo que sempre combateu a xenofobia e, portanto, não precisa defender
pactos globais.
(C) o país deve se alinhar com as grandes potências econômicas mundiais que também se retiraram
do pacto.
(D) o Brasil não é um país com forte atração de imigrantes e, portanto, não há motivos para apoiar um
pacto global.
(E) a atual situação financeira retirou o país do grupo de nações com capacidade econômica de receber
imigrantes.

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04. (Prefeitura de São José/SC – Analista de Recursos Humanos – IESES/2019) Com relação à
aplicação dos recursos oriundos do Fundo Partidário assinale a alternativa correta:
(A) Na manutenção das residências dos membros do partido.
(B) Transferência de recursos para outros partidos.
(C) Não e permitido o pagamento de despesas com alimentação.
(D) Na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação
política, sendo esta aplicação de, no mínimo, vinte por cento do total recebido.

05. (SAAE Linhares/ES – Oficial Administrativo – IDCAP) Com base na notícia abaixo e utilizando
seus conhecimentos sobre o assunto, analise o trecho e assinale a alternativa que completa corretamente
a lacuna:
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou (11/06/2019) que o ministro da Justiça, Sergio
Moro, vai comparecer à Comissão de Constituição e Justiça da Casa para falar sobre o vazamento de
mensagens trocadas entre ele e o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, procurador
.
(Fonte adaptada: https://g1.globo.com/>acesso em 11 de junho de 2019)

(A) Edson Fachin.


(B) Dias Toffoli.
(C) Eduardo Cunha.
(D) Gilmar Mendes.
(E) Deltan Dallagnol.

Gabarito

01.B / 02.A / 03.A / 04.D / 05.E

Comentários

01. Resposta: B
O Ministério da Cidadania é um órgão do Poder Executivo Federal resultante da união do Ministério do
Desenvolvimento Social, Ministério do Esporte e o Ministério da Cultura. Ele foi criado em 1º de janeiro
de 2019 em uma das primeira medidas oficaiais do Governo Bolsonaro.

02. Resposta: A
“O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta 5ª feira (14.mar.2019), por 6 votos a 5, que processos
de crimes comuns, como corrupção e lavagem de dinheiro, ligados a crimes eleitorais, como caixa 2,
devem ser enviados para a Justiça Eleitoral”.
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/03/14/supremo-decide-que-casos-de-caixa-2-ligados-a-outros-crimes-devem-ser-enviados-a-justica-eleitoral.ghtml)

03. Resposta: A
Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto
Araújo, já haviam anunciado no Twitter que o país deixaria o pacto. Araújo o classificou como um
"instrumento inadequado para lidar com o problema (migratório)", defendendo que "imigração não deve
ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país".
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/01/08/em-comunicado-a-diplomatas-governo-bolsonaro-confirma-saida-de-pacto-de-migracao-da-onu.ghtml)

04. Resposta: D
A afirmação na alternativa D corresponde exatamente ao item IV do Art 44 a respeito do Fundo
Partidário (aplicação dos recursos). Ela segue como a questão apresentou: “na criação e manutenção de
instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no
mínimo, vinte por cento do total recebido”16.

05. Resposta: E
Deltan Martinazzo Dallagnol é um jurista brasileiro. É procurador da República desde 2003 e ganhou
notoriedade por integrar e coordenar a força-tarefa da Operação Lava Jato, que investiga crimes de
corrupção na Petrobras e em outras estatais.

16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9096compilado.htm

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Economia
Dólar opera em alta e chega a bater R$ 4,50 com temores de recessão17

Na quinta-feira, moeda norte-americana foi negociada a R$ 4,4764, com alta de 0,80%.


O dólar opera em alta nesta sexta-feira (28/02), à medida que a disseminação do coronavírus para fora
da China levantava temores de uma recessão econômica global. No dia anterior, a moeda subiu pela
sétima sessão consecutiva, renovando o patamar recorde de fechamento nominal (sem considerar a
inflação).
Às 9h39, a moeda norte-americana subia 0,3%, vendida a R$ 4,4888.
Na véspera, a moeda dos EUA encerrou o dia negociada a R$ 4,4764, com alta de 0,80%. Na máxima,
chegou a R$ 4,5016. Já o dólar turismo foi negociado ao redor de R$ 4,67, sem considerar a cobrança
de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na semana, a moeda acumula alta de 1,91%. No
mês, já subiu 4,47%. No ano, o avanço é de 11,64%.
O Banco Central volta a atuar nos mercados nesta sexta-feira, realizando oferta líquida de até 20 mil
contratos de swap cambial tradicional. Além disso, haverá oferta até US$ 3 bilhões em linhas com
compromisso de recompra para rolagem do vencimento em 3 de março de 2020 e até 13 mil contratos de
swap cambial tradicional para rolagem do vencimento em 1º de abril de 2020.
Na quinta, o BC vendeu US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial tradicional para conter a
volatilidade. Na quarta, a autoridade monetária havia colocado US$ 500 milhões nesses ativos, em oferta
líquida.

Tensão global
O avanço da epidemia do novo coronavírus pelo mundo tem provocado abalos nos mercados globais
e tem elevado as preocupações de investidores e governos sobre o impacto da propagação do vírus nas
cadeias globais de suprimentos, nos lucros das empresas e na desaceleração do crescimento da
economia global.
Embora o maior número de casos confirmados e os principais impactos ainda estejam concentrados
na China, o coronavírus já se espalhou por mais de 40 países de todos os continentes, provocando o
fechamento de fábricas, interrupção de produção, fechamento do comércio e a paralisação de atividades
também em países como Coréia do Sul, Japão e Itália.
Por conta de fluxos elevados de capitais para mercados de menor risco, o dólar segue se valorizando
frente a outras moedas, em especial moedas de países emergentes como o real.
No exterior, as principais bolsas europeias recuavam nesta sexta, caminhando para a pior semana
desde a crise de 2008. Na China, os índices acionários encerraram o pior mês desde maio do ano
passado, com os temores sobre o surto de coronavírus se tornar uma pandemia.

Impactos no PIB do Brasil


Além das preocupações sobre o impacto do coronavírus, o dólar mais valorizado nas últimas semanas
tem refletido os juros em mínimas históricas no Brasil e as perspectivas sobre o ritmo de crescimento da
economia brasileira e andamento das reformas.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta sexta-
feira à GloboNews que o coronavírus deverá levar à revisão na estimativa de Produto Interno Brasileiro
(PIB).
A secretaria comandada por Sachsida é responsável por fixar as projeções oficiais do governo para a
economia e chegou a anunciar em janeiro deste ano um aumento na previsão de crescimento, alterando
a expectativa de 2,32% para 2,40%. Segundo o secretário, a nova revisão do número deve ser anunciada
até o fim da semana que vem.
Na quinta, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, reconheceu que o avanço do
coronavírus pode ter impacto no crescimento mundial e "afetar todo mundo, inclusive o Brasil". Ele
acrescentou que a Secretaria de Política Econômica (SPE) deverá rodar em breve uma nova projeção
para o crescimento da economia em 2020.
"Está assustando todo mundo pois pode ter impacto muito forte no desaquecimento da economia
mundial, isso impacta a exportação de todo mundo. Tem desorganização de cadeias produtivas,
organizadas em países asiáticos. É um fenômeno que está todo mundo se debruçando agora. O risco é
no preço de commodities e em um crescimento menor do mundo. A gente tem de estar preparado e lidar
com a situação", afirmou.
17
G1. Dólar opera em alta e chega a bater R$ 4,50 com temores de recessão. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/28/dolar.ghtml.
Acesso em 28 de fevereiro de 2020.

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O Bank of America Merrill Lynch reduziu na quinta-feira sua perspectiva de crescimento econômico do
Brasil em 2020 para 1,9%, citando impactos do coronavírus nas exportações e contínuos indicadores de
atividade econômica sem sinal uniforme.
O mercado brasileiro reduziu para 2,20% a previsão a alta do PIB em 2020, segundo a pesquisa Focus
do Banco Central, divulgada nesta quarta, mas diversos bancos e consultorias já estimam um crescimento
abaixo de 2%.
Já a projeção do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2020 subiu de R$ 4,10 para R$ 4,15 por
dólar. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 4,11 para R$ 4,15 por dólar.
A redução sucessiva da Selic desde julho de 2019 também contribui para uma maior desvalorização
do real ante o dólar. Isso porque diminuiu ainda mais o diferencial de juros entre Brasil e outros pares
emergentes, o que pode tornar o investimento no país menos atrativo para estrangeiros e gerar um fluxo
de saída de dólar. E cresce no mercado as apostas sobre a chance de um possível novo corte na Selic,
atualmente em 4,25% ao ano.

Desemprego fica em 11,2% em janeiro, e atinge 11,9 milhões, diz IBGE18

Informalidade cai, mas ainda atinge 40,7% da população ocupada, ou 38,3 milhões de brasileiros.
Outros 26,4 milhões seguem subutilizados.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (28/02) os primeiros
números do ano sobre o mercado de trabalho. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2% no
trimestre encerrado em janeiro, atingindo 11,9 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional Por
Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua).
Em relação trimestre encerrado em janeiro de 2019, quando a taxa foi de 12%, houve queda de 0,8
ponto percentual. Já em relação ao trimestre encerrado em outubro, o recuo foi de 0,4 ponto percentual.
Na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, entretanto, quando a taxa foi de 11%, houve
alta de 0,2 ponto percentual – o primeiro avanço desde o trimestre encerrado em março do ano passado.
O IBGE, no entanto, só considera comparáveis os resultados de um mesmo trimestre e de 3 meses de
intervalo.
Tanto na comparação com o trimestre anterior, terminado em outubro, quanto com o mesmo trimestre
do ano passado, houve queda da população desocupada. Eram 12,625 milhões em janeiro e 12,367
milhões em outubro. Agora, o número de desempregados foi estimado em 11,913 milhões. No trimestre
encerrado em dezembro, o número de desempregados, no entanto, foi de 11,6 milhões.
O contingente de pessoas ocupadas (94,2 milhões) apresentou estabilidade em relação ao trimestre
anterior. Porém, comparado ao mesmo período de 1 ano atrás, houve crescimento, um adicional de 1,9
milhão de pessoas.
O país tem hoje 2 milhões a menos de desempregados do que tinha em abril de 2017, quando foi
registrado o maior nível de desocupação da história (13,6%). Entretanto, são 5,6 milhões de desocupados
a mais do que em janeiro de 2014, quando foi registrada a menor taxa de desocupação (6,4%).
Informalidade cai, mas ainda atinge 40,7% da população ocupada
A taxa de informalidade recuou de 41,2% no trimestre de agosto a outubro de 2019 para 40,7% no
trimestre encerrado em janeiro, representando um total de 38,3 milhões de trabalhadores informais.
Há 1 ano atrás, no entanto, a taxa era menor, de 40,6%.
“Esse recuo está associado à redução de aproximadamente 479 mil trabalhadores informais em
relação ao trimestre móvel anterior”, destacou a analista da PNAD Contiń ua, Adriana Beringuy.
No ano passado, a taxa média de desemprego no Brasil ficou em 11,9%, em um ano marcado pelo
avanço da informalidade, que atingiu o maior nível desde 2016 e foi recorde em 19 estados e no Distrito
Federal.

Carteira assinada tem alta


O número de empregados com carteira de trabalho assinada cresceu 1,5% em relação ao trimestre
móvel anterior e chegou a 33,7 milhões. Já contra o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de
2,6% (mais 845 mil pessoas)
Já a categoria dos empregados sem carteira assinada ficou estatisticamente estável em relação ao
trimestre móvel anterior (11,7 milhões de pessoas). Já na comparação com o mesmo trimestre do ano
anterior cresceu 3,7% (mais 419 mil pessoas).

18
Darlan Alvarenga e Daniel Silveira. Desemprego fica em 11,2% em janeiro, e atinge 11,9 milhões, diz IBGE. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/28/desemprego-fica-em-112percent-em-janeiro-e-atinge-119-milhoes-diz-ibge.ghtml. Acesso em 28 de fevereiro de
2020.

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O número de trabalhadores por conta própria chegou também ficou estável (24,6 milhões) em relação
ao trimestre encerrado em outubro. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 3,1%
(mais 745 mil pessoas).
O número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) se manteve em 4,7 milhões,
estatisticamente estável em ambas as comparações.
26,4 milhões de subutilizados
Apesar do aumento do número de brasileiros ocupados, a população subutilizada no país ainda soma
um total de 26,4 milhões de pessoas. O número no entanto também caiu no trimestre encerrado em
janeiro. Houve queda de 2,7% (menos 744 mil pessoas) frente ao trimestre móvel anterior e recuo de
3,4% (menos 919 mil pessoas) frente ao mesmo período do ano passado.
O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 6,6 milhões, com queda de
5,7% (menos 403 mil pessoas) frente ao trimestre móvel anterior, mas praticamente o mesmo de 1 ano
atrás.
Já o contingente fora da força de trabalho foi estimado em 65,7 milhões de pessoas, o que representa
uma queda de 1,3% em relação ao trimestre móvel anterior e estabilidade na comparação anual.

Brasileiros de baixa renda levariam nove gerações para chegar à renda média, aponta estudo19

Brasil ocupa 60ª posição em ranking de países com maior mobilidade social.
Brasileiros nascidos em famílias de baixa renda levariam, em média, nove gerações para atingir a
renda média do país, segundo um relatório divulgado esta semana pelo Fórum Econômico Mundial. O
dado ilustra a baixa mobilidade social do país, isto é, a baixa probabilidade de um indivíduo melhorar de
vida financeiramente em relação aos seus pais.
"Em termos absolutos, é a habilidade de uma criança de ter uma vida melhor que a dos seus pais",
explica o documento.
Na Dinamarca, país apontado como o de maior mobilidade social no ranking, a estimativa é de que
seriam necessárias duas gerações para que uma pessoa nascida na classe mais baixa alcance a renda
média.
"Olhando para todas as economias e níveis de renda médios, as crianças nascidas em famílias menos
ricas tipicamente enfrentam maiores barreiras ao sucesso que as nascidas em famílias com mais
recursos. Além disso, as desigualdades estão crescendo mesmo em países que tiveram crescimento
rápido", alerta o estudo.

19
G1. Brasileiros de baixa renda levariam nove gerações para chegar à renda média, aponta estudo. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/22/brasileiros-de-baixa-renda-levariam-nove-geracoes-para-chegar-a-renda-media-aponta-estudo.ghtml. Acesso em
23 de janeiro de 2020.

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"Na maioria dos países, indivíduos de determinados grupos se tornaram historicamente desfavorecidos
e a baixa mobilidade social perpetua e exacerba essas desigualdades".
O Brasil ocupa a 60ª colocação entre as nações com maior mobilidade social, atrás de países como
Sri Lanka, Equador, Arábia Saudita e Vietnã. O relatório elenca 82 países.
Os países nórdicos ocupam todas as primeiras posições do ranking. Logo atrás da Dinamarca, em
segundo lugar, aparece a Noruega, seguida por Finlândia, Suécia e Islândia. Veja os dez melhores
colocados no ranking:

Número de desempregados no mundo deve alcançar 190,5 milhões neste ano, diz OIT20

Levantamento da Organização Internacional do Trabalho releva que quantidade de desocupados deve


aumentar em 2,5 milhões em 2020.
A quantidade de pessoas desempregadas no mundo deve aumentar este ano para 190,5 milhões,
mostrou um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado nesta segunda-feira
(20/01).
Em seu relatório anual sobre o emprego no mundo, a OIT indica que, após permanecer "relativamente
estável nos últimos nove anos", o desemprego em todo o mundo deve aumentar novamente devido à
desaceleração do crescimento econômico.
O número de desempregados deve aumentar em 2,5 milhões em 2020 porque, enquanto a força de
trabalho aumenta, não estão sendo criados empregos suficientes para absorver os recém-chegados ao
mercado de trabalho.
A taxa de desemprego global foi de 5,4% em 2019 e deve permanecer em torno desse valor nos
próximos dois anos, o que significa que seu declínio progressivo registrado entre 2009 e 2018 define o
ritmo.
Ao incluir as pessoas subempregadas ou que não estão procurando mais trabalho, o número chega a
470 milhões, adicionando 165 milhões de pessoas que têm emprego, mas gostariam de trabalhar mais e
120 milhões que abandonaram a busca ativa ou não têm aceso ao mercado de trabalho.
"Para milhões de pessoas comuns, é cada vez mais difícil construir uma vida melhor graças ao
trabalho", disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, em entrevista coletiva.
"A persistência e a amplitude da exclusão e das desigualdades relacionadas ao trabalho impedem que
eles encontrem trabalho decente e forjem um futuro melhor. Esta é uma conclusão extremamente
preocupante que tem sérias e alarmantes repercussões na coesão social", afirmou.
O acesso ao emprego remunerado não garante trabalho decente. Quase 61% da força de trabalho do
mundo realiza trabalhos informais e mal remunerados ou que oferecem pouco ou nenhum acesso à
proteção social e aos direitos trabalhistas.
20
France Presse. Número de desempregados no mundo deve alcançar 190,5 milhões neste ano, diz OIT. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/20/numero-de-desempregados-no-mundo-deve-alcancar-1905-milhoes-neste-ano-diz-oit.ghtml. Acesso em 21 de
janeiro de 2020.

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Da mesma forma, mais de 630 milhões de trabalhadores no mundo - isto é, uma em cada cinco
pessoas na população ativa do mundo - vive em condições de pobreza extrema ou moderada (definida
por ganhos de mais de US$ 3,20 dólares, cerca de R$ 13, por dia em termos de paridade do poder de
compra). Espera-se que esse fenômeno aumente em 2020 e 2021 nos países em desenvolvimento.

Desemprego no Brasil
Para o Brasil, a OIT estimou o país deve encerrar o ano com 12,9 milhões de desempregados. Se essa
previsão se confirmar, haverá uma pequena redução em relação ao observado em 2019. A organização
estima que o pais encerrou o ano passado com 13 milhões de desempregados.

Número de startups no Brasil aumentou 20 vezes nos últimos oito anos; 11 já são unicórnios21

Há dois anos, o país vê startups atingirem valor de mercado de US$ 1 bilhão, com cenário econômico
que estimula investimento no setor.
O Brasil tem 12.700 startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) — crescimento
de 27% em relação a 2018, quando eram 10 mil empresas. E 20 vezes mais do que em 2011, ano de
fundação da Abstartups, que contabilizou 600 negócios à época.
Startups são empresas de base tecnológica que têm crescimento rápido e escalável — com aumento
de ganhos sem inflar os custos.
“As startups viraram o jogo, estão muito presentes no nosso dia a dia, nos smartphones, nas
ferramentas que a gente usa para se comunicar, na forma como a gente compra e contrata. O nosso
universo contextual está tendo participação efetiva das startups”, avalia o presidente da Abstartups,
Amure Pinho.
E as brasileiras estão cada vez mais na mira dos investidores, pelas soluções inovadoras e pelo cenário
econômico, de juros baixos que estimulam investimento de risco.
Amure destaca a redução na taxa básica de juros como um dos impulsionadores dos investimentos no
setor: “Tivemos uma entrada muito forte de capital externo no Brasil. Pode-se ver com a entrada do
SoftBank (conglomerado japonês de telecomunicações) investindo em vários unicórnios. Isso aconteceu,
em grande parte, porque a gente teve uma queda da taxa de juros e essa queda faz os investidores
saírem dos bancos e investimentos mais conservadores para investimentos um pouco mais arriscados, e
as startups acabam se beneficiando disso. O resultado que a gente tem é que, a cada ano, as startups
vão ganhando muito espaço na economia brasileira, redesenhando, de certa forma, parte da economia
através da inovação”.
Um dos investimentos mais recentes do SoftBank foi na VTEX, empresa brasileira que desenvolve
plataformas de e-commerce. “Você consegue construir uma empresa bilionária só no Brasil sem pensar
no mundo todo. O Brasil tem milhões de consumidores, oportunidades do agro a hardware. A Selic
batendo 4,5%. Bancos, investidores precisam diversificar. E a gente vem de uma safra com bons
empreendedores”, destaca Alfredo Soares, vice-presidente Institucional da VTEX.
A empresa desenvolve soluções de e-commerce para 40 mil pequenas e médias empresas, e 2 mil
grandes empresas pelo mundo. Está há 20 anos no mercado e encerrou 2019 com um aporte de R$ 580
milhões do SoftBank, e dos fundos brasileiros Gávea Investimentos e Constellation Asset Management.
“O Brasil é um grande centro de digital, é um grande centro de negócios na internet, desde softwares
a microsserviços e a hardware. Marketing digital também é algo que o Brasil exporta muito também. A
gente quer fazer o Brasil ser conhecido não só pelo futebol, pelo surf agora, e pelo samba, mas também
pela tecnologia de e-commerce. A gente quer transformar o Brasil num polo de e-commerce global, onde
empresas do mundo todo venham contratar empresas do ecossistema”.
Um dos diferenciais que o país exporta para o mundo é o tradicional parcelamento. “Enquanto para a
gente o parcelamento é algo normal, em vários países são startups que permitem os lojistas a parcelarem.
A gente tem muita expertise no Brasil”, diz Alfredo.

UNICÓRNIOS
2019 foi o segundo ano em que o país teve startups alcançando valor de mercado de US$ 1 bilhão.
Quando atingem esse patamar, são chamadas de “unicórnios”. Os primeiros cinco foram registrados em
2018. No ano seguinte, outras seis empresas atingiram o posto.
Um deles é a Gympass, uma plataforma que conecta academias e empresas que querem incentivar
os funcionários a terem uma vida mais saudável. Nasceu em São Paulo, em 2012.
21
Danuza Mattiazzi. Número de startups no Brasil aumentou 20 vezes nos últimos oito anos; 11 já são unicórnios. GloboNews.
https://g1.globo.com/globonews/noticia/2020/01/15/numero-de-startups-no-brasil-aumentou-20-vezes-nos-ultimos-oito-anos-11-ja-sao-unicornios.ghtml. Acesso em
16 de janeiro de 2020.

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“Em 2015, começou nossa expansão internacional. Não tinha ninguém fazendo bem feito aquilo que a
gente fazia no Brasil. E agora em 2019, a gente atingiu a marca de unicórnio, com um investimento
importante de US$ 300 milhões, que a gente vai usar, principalmente, para melhorar a experiência dos
nossos usuários, academias e empresas”, conta Leandro Caldeira, CEO da Gympass no Brasil. A
empresa atua em 14 países e, no fim do ano passado, adquiriu uma empresa de inteligência artificial em
Portugal.
E as perspectivas do setor para este ano seguem otimistas. Leandro revela as apostas para a empresa
em 2020: “muito investimento em tecnologia, novos países para a gente abrir, a gente está supermotivado
com as perspectivas” .
“Os próximos cinco anos são muito favoráveis para os empreendedores brasileiros”, aposta Alfredo.
Para Amure, as previsões também são otimistas: “É de se esperar que nos próximos anos continuemos
tendo esse protagonismo de alocação de capital para novos negócios.”
Os unicórnios brasileiros de 2018 e 2019 (fonte: Abstartups):
- iFood – entregas de comida pela internet
- 99 – transporte de passageiros
- Nubank – serviços financeiros
- Pagseguro – serviços financeiros
- Stone – métodos de pagamento
- Ebanx – métodos de pagamento online
- Wildlife – desenvolvedora de jogos
- Gympass – plataforma de academias e planos corporativos
- Quinto Andar – aluguel de imóveis
- Loggi – serviços de logística
- Arco Educação – soluções educacionais

O que muda no seu bolso em 202022

Além do novo valor do salário mínimo, entram em vigor regras que elevam as alíquotas do INSS e
estabelecem um teto para os juros do cheque especial.
O ano de 2020 começa com várias novidades para o bolso dos brasileiros. Além do novo valor do
salário mínimo, entram em vigor as regras que estabelecem um teto para os juros do cheque especial –
mas que também permitem que os bancos cobrem pelo limite mesmo se o cliente não usar.
Também começam a valer neste ano as novas regras para compras de brasileiros em lojas francas de
aeroportos e portos, conhecidas como free shops, além da alteração na regra para a conversão do câmbio
nos gastos no exterior com cartão de crédito.
Há ainda mudanças como as novas alíquotas de contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS), além do desconto do INSS sobre o seguro-desemprego e o início das contratações pelo
programa "Verde e Amarelo".

Salário Mínimo
O salário mínimo será de R$ 1.039 em 2020, conforme estabelecido em medida provisória assinada
pelo presidente Jair Bolsonaro.
O valor ficou um pouco abaixo do proposto pelo governo em abril no projeto da Lei de Diretrizes
Orçamentárias, de R$ 1.040, mas ficou acima do valor aprovado no orçamento de 2020 pelo Legislativo
– de R$ 1.031.
O novo salário mínimo não contempla ganho real, já que o valor foi apenas corrigido pela inflação
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), segundo o Ministério da Economia.

Novo limite para compras em free shops


O limite para compras de brasileiros em lojas francas de aeroportos e portos, conhecidas como free
shops, que vendem produtos livres de tributos, irá dobrar de US$ 500 para US$ 1 mil por passageiro.
Para quem atravessar fronteiras por vias terrestres, fluviais ou lacustres, a mudança faz o valor
aumentar de US$ 300 para US$ 500 (ou o equivalente em outra moeda).

22
G1. O que muda no seu bolso em 2020. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/educacao-financeira/noticia/2019/12/31/o-que-muda-no-seu-bolso-em-
2020.ghtml. Acesso em 02 de janeiro de 2019.

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Alíquotas do INSS
Com a aprovação da reforma da Previdência, o valor descontado do salário de cada trabalhador para
a aposentadoria vai mudar. Em resumo, quem ganha menos vai contribuir menos para o INSS, e quem
ganha mais, vai contribuir mais.
No dia 1º de março de 2020, entram em vigor as novas alíquotas de contribuição ao INSS. As novas
alíquotas valerão para os salários de fevereiro, pagos em março.
Hoje, quem trabalha com carteira assinada no setor privado contribui com um percentual que vai de
8% a 11% do salário para a Previdência. No novo sistema, as alíquotas vão de 7,5% a 14% para os
trabalhadores do setor privado e, para o setor público, podem chegar a 22%.
Mas essas taxas são progressivas, ou seja, cobradas apenas sobre a parcela do salário que se
enquadrar em cada faixa, o que faz com que o percentual de fato descontado do total dos ganhos (a
alíquota efetiva) seja menor.

INSS sobre seguro desemprego


O governo anunciou em novembro que o seguro-desemprego passará a ter desconto mínimo de 7,5%
para o INSS, e o período de recebimento do benefício passará a contar como tempo de contribuição para
a aposentadoria. A medida faz parte do programa lançado para estimular a criação de empregos para
jovens por meio de desoneração de empresas e flexibilização de regras da CLT.
A expectativa do governo é que essa contribuição comece a partir de 1º de março de 2020, conforme
determina a Medida Provisória (MP) que trata do assunto. Mas a MP precisa ser aprovada pelo Congresso
até 10 de março, ou perderá a validade. Sem essa aprovação, o desconto da contribuição previdenciária
sobre o seguro-desemprego nem chegará a entrar em vigor.

Câmbio do dia para gastos com cartão no exterior


A partir de março de 2020 os emissores de cartão de crédito serão obrigados a usar a taxa de câmbio
do dia da compra realizada pelos clientes, e não mais o câmbio na data do pagamento da fatura.
A nova regra do Banco Central foi publicada em outubro de 2019, e detalha norma publicada no fim
de 2018.
A nova regra ainda estabelece que os emissores de cartões de uso internacional devem divulgar
informações sobre as taxas de conversão do dólar dos Estados Unidos para reais relativas aos gastos
em moeda estrangeira. A taxa de conversão deverá ser apresentada com quatro casas decimais.

Saque aniversário do FGTS


O saque-aniversário não é obrigatório. Ele permite a retirada de parte do saldo da conta do FGTS
anualmente, no mês do aniversário do trabalhador e nos dois meses seguintes. No entanto, se o
trabalhador optar por esse saque, perderá o direito à retirada do saldo total de sua conta do FGTS em
caso de demissão sem justa causa, o chamado saque-rescisão.
O saque aniversário não tem relação com a liberação do saque imediato de até R$ 998 por conta
liberado em 2019.

Carteira verde amarela


Começam a valer em 1º de janeiro as contratações de trabalhadores por meio do chamado Verde
Amarelo. O programa permite aos empregadores contratar jovens pagando menos tributos.
Para os contratados nessa modalidade:
- a contribuição para o FGTS cai de 8% a 2%
- valor da multa do FGTS em caso de demissão poderá ser reduzido a 20% sobre o saldo, em comum
acordo entre empregador e trabalhador
- pagamentos de férias e 13º salário poderão ser adiantados mensalmente, de forma proporcional
- empregadores não precisarão pagar a contribuição patronal ao INSS (de 20% sobre a folha)
- não serão devidas alíquotas do Sistema S
- não haverá recolhimento do Salário Educação

Limites para a contratação:


- poderão ser contratados jovens de 18 a 29 anos, que nunca tiveram emprego formal
- contratações não poderão ser feitas em regime intermitente, avulso, menor aprendiz ou contrato de
experiência
- prazo de contratação na modalidade será restrito a dois anos
- empresas poderão contratar nesse modelo até 31 de dezembro de 2022
- empregados deverão receber até 1,5 salário mínimo
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- empregados pelo modelo serão limitados a 20% do total de funcionários das empresas
- empresas não poderão substituir trabalhadores; apenas novos contratados podem ser admitidos
através do programa Verde Amarelo
- esse limite de 20% vai usar como base a média de trabalhadores das empresas entre janeiro e
outubro de 2019

Juros do cheque especial e cobrança pelo limite


Em 6 de janeiro, entra em vigor a regra do Banco Central que determina que os juros do cheque
especial serão de no máximo 8% ao mês. Com o limite imposto agora, o juro anual será de cerca de 150%
ao ano, no máximo, de acordo com o BC (bem abaixo da marca média que costuma ficar perto dos 300%).
Mas, junto com essa medida, o BC também determinou que os bancos poderão cobrar pelo limite de
crédito que disponibilizam no cheque especial. Quem tem até R$ 500 de limite no cheque especial não
poderá ser cobrado por isso. Quem tiver mais pagará até 0,25% sobre o valor que exceder esses R$ 500.
Pela regra anterior, os bancos só são remunerados quando os clientes de fato usam o cheque especial
(e, portanto, pagam juros) e não podem cobrar apenas para oferecer esse crédito. A nova regra já começa
a valer no dia 6 de janeiro de 2020 para novos contratos. Para quem já tem cheque especial, a mudança
acontecerá em 1º de junho de 2020.
Quem tem até R$ 500 de limite no cheque especial não poderá ser cobrado por isso. Quem tiver mais
pagará até 0,25% sobre o valor que exceder esses R$ 500. O Banco Central autorizou a cobrança da
taxa uma vez por mês. Segundo o BC, cerca de 19 milhões de usuários de cheque especial têm limite de
até R$ 500 e estão isentos.
Assim, um cliente que tem limite de R$ 10.000 no cheque especial pagará todos os meses 0,25% sobre
R$ 9.500 – o equivalente a R$ 23,75. Caso ele use o crédito, essa quantia será descontada do valor que
ele terá de pagar em juros.
Os clientes que têm limite de crédito superior a R$ 500 que não querem ser taxados em 0,25% ao mês
precisam contatar seus bancos para pedir a redução do valor do crédito disponível. O Procon orienta que
essa solicitação seja feita por escrito e com registro de protocolo.

Congresso aprova Orçamento de 2020; saiba o que está previsto23

Texto destina R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral; prevê R$ 1.031 para o salário mínimo; e estima em
até R$ 124 bilhões o déficit das contas públicas.
O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (17/12) o Orçamento da União para 2020. Com a
aprovação, o texto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Num primeiro momento da sessão, os parlamentares aprovaram o texto-base. Depois, passaram à
análise dos destaques. O texto-base foi aprovado logo após a Comissão Mista de Orçamento ter aprovado
a proposta.
Entre outros pontos, o Orçamento prevê R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral no ano que vem; o salário
mínimo em R$ 1.031; e o déficit nas contas públicas podendo chegar a R$ 124 bilhões.
O Orçamento da União detalha todos os gastos a serem realizados pelo governo ao longo do ano.
Também apresenta a estimativa de quanto a União vai arrecadar. Nenhum gasto público pode ser
realizado sem previsão no Orçamento.
A execução do Orçamento terá o impacto de duas mudanças aprovadas pelo Congresso:
- a emenda constitucional que tornou as emendas parlamentares de bancada impositivas, ou seja, de
execução obrigatória. Em 2020, as emendas somarão 0,8% da receita corrente líquida (RCL);
- a emenda constitucional que permite a transferência direta dos recursos de emendas parlamentares
a estados e municípios independentemente de celebração de convênios, parcerias e outros instrumentos
formais.

Fundo eleitoral
O relator do Orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE), que inicialmente havia proposto R$ 3,8
bilhões, decidiu manter a proposta do governo, prevendo R$ 2 bilhões para o fundo.
Este fundo, chamado Fundo Especial para o Financiamento de Campanhas (FEFC) foi criado em uma
reforma política, realizada em 2017.
Os parlamentares rejeitaram um destaque do partido Novo, que visava reduzir o valor do fundo para
R$ 700 milhões. Foram 242 votos pela derrubada do destaque, e 167 contrários.
23
Fernanda Vivas e Gustavo Garcia. Congresso aprova Orçamento de 2020; saiba o que está previsto. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/12/17/congresso-aprova-texto-base-orcamento-de-2020-saiba-o-que-esta-previsto.ghtml. Acesso em 18 de dezembro de
2019.

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33
Fundo partidário
O relator também manteve o valor previsto pelo governo para o fundo partidário. Diferente do fundo
eleitoral, o fundo partidário é usado para despesas de partidos políticos.
Recentemente, o Congresso aprovou uma proposta que amplia as possibilidades de utilização deste
fundo. O fundo partidário contará com R$ 959 bilhões.

Salário mínimo
Conforme o texto-base, o valor estimado é de R$ 1.031. De acordo com o relator, o valor ainda
precisará ser estabelecido por uma nova legislação, já que a política nacional de valorização em vigor
desde 2015 não terá efeitos em 2020. O relator espera que o governo fixe o valor do mínimo por uma
medida provisória no começo de 2020.

'PEC emergencial'
O relator estimou economia de R$ 6 bilhões no Orçamento caso seja aprovada a chamada "PEC
Emergencial", que estabelece uma série de medidas para o controle do crescimento de despesas
obrigatórias (como redução da jornada de trabalho e de salários de servidores públicos) se houver
descumprimento à chamada regra de ouro.
Esse valor se refere à economia com gastos de pessoal. O relator fez uma alteração, ao longo desta
terça-feira, para deixar claro que, se a economia não se realizar, o valor das despesas com pessoal
poderá ser recomposto com o cancelamento de despesas.

Despesas com pessoal e Previdência


O deputado Domingos Neto (PSD-CE) seguiu a estimativa do governo federal para o gasto com a
Previdência Social: R$ 677,6 bilhões. Já as despesas de pessoal estão calculadas em R$ 344,6 bilhões.

Despesas que dependem de crédito


O parecer ao Orçamento prevê que despesas no montante de R$ 343,6 bilhões de reais estão
condicionadas à aprovação de crédito suplementar, para evitar o descumprimento da regra de ouro (um
mecanismo que proíbe o governo de fazer dívidas para pagar despesas correntes, como salários,
benefícios de aposentadoria, contas de luz e outros custeios da máquina pública).

Bolsa Família
O programa contará com R$ 29,5 bilhões no Orçamento.

Recursos para ministérios


O Orçamento terá, ao todo, receitas e despesas no mesmo valor: R$ 3,686 trilhões. Veja, abaixo, a
previsão de gastos com alguns dos ministérios:
Ministério da Saúde - no projeto original, o Orçamento destinava ao Ministério da Saúde R$ 129,9
bilhões de reais. A dotação para a área passará para R$ 135 bilhões.
Ministério da Educação – o projeto original previa recursos na ordem de R$ 102,2 bilhões; no parecer
do relator, o valor passa a R$ 102,9 bilhões.
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – a proposta enviada pelo governo
previa verba de R$ 11,715 bilhões. A variação foi pequena para a pasta: passou para R$ 11,794 bilhões.
Ministério da Justiça e Segurança Pública – a previsão original para a pasta era de R$ 12,9 bilhões;
os recursos para o setor passaram para R$ 13,9 bilhões.
Ministério da Defesa – a pasta terá R$ 73 bilhões de reais de dotação orçamentária. No projeto
original, o valor previsto era de R$ 72,3 bilhões.
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos – no projeto original, o ministério teria R$
357,2 milhões para gastos. No parecer do relator, a dotação passou para R$ 637 milhões.
Ministério do Turismo – a proposta original previa R$ 209,2 milhões para a pasta. Na proposta do
governo, o Turismo terá R$ 1 bilhão.

Outros poderes
O projeto também determina os recursos previstos para outros Poderes da República – o Legislativo e
o Judiciário. Para Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal, o parecer manteve as propostas originais
de orçamento.
Câmara dos Deputados – R$ 6,2 bilhões.
Senado – R$ 4,5 bilhões.
Supremo Tribunal Federal – R$ 686,7 milhões
Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR
34
Quem ganha e quem perde com a alta do dólar: o impacto do câmbio do turismo à indústria24

Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, efeitos mais imediatos no bolso do consumidor
tendem a ser no preço das viagens ao exterior, já que câmbio influencia tanto gastos em dólar quanto
preços de passagens e combustíveis.
Na noite de segunda-feira (25/11), uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, gerou
pessimismo no mercado financeiro. "É bom se acostumar com juros mais baixos por um bom tempo e
com o câmbio mais alto por um bom tempo", afirmou o ministro, em entrevista em Washington, capital
dos Estados Unidos.
A reação veio rápida: o real fechou o dia de ontem cotado R$ 4,239. No dia, chegou a bater R$ 4,27,
o maior valor nominal da história sobre o real.
Mas, na memória econômica do brasileiro, o sobe-e-desce da moeda tende a preocupar. A inflação vai
subir? Os juros vão aumentar? Como essa alta pode afetar os planos financeiros para o ano que vem?
Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, os efeitos mais imediatos no bolso do consumidor
tendem a ser no preço das viagens ao exterior — já que o câmbio influencia tanto nos gastos em dólar
quanto no preço das passagens, e no preço dos combustíveis. Mas, se a alta persistir e se transformar
em tendência permanente, os efeitos podem ser mais amplos, como, por exemplo, na inflação e nos
custos para as empresas.
Segundo os analistas, a alta recente do dólar reflete a preocupação de investidores e gestores de
recursos com as turbulências na América Latina, como os protestos no Chile e a incerteza política na
Bolívia.
"Os gestores trabalham por blocos. Para ele, real e peso argentino não têm grande diferença. [A
variação cambial] é um processo que vem acompanhado de algum nível de volatilidade e incertezas na
região", diz Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Os preços vão subir (ou os empresários vão lucrar menos)?


Segundo o economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação
Getulio Vargas (FGV) e analista de inflação, a alta do dólar ainda não começou a surtir efeito na inflação.
"Não houve tempo para que a recente desvalorização impacte a inflação. Já os combustíveis — dada
a política de reajustes da Petrobras — podem sofrer aumentos repassando efeitos cambiais mais
rapidamente", diz.
O repasse da variação cambial para os preços e para a inflação, que na linguagem econômica é
chamado de "pass-through cambial", ainda não está ocorrendo, diz Braz.
Analisando um grupo de produtos comercializáveis, ou seja, que podem ser importados e exportados,
Braz diz que a variação de preços acumulada em um ano ainda está desacelerando, ou seja: o câmbio
não está forçando a alta desses preços.
No futuro, se a alta persistir, o aumento pode ser mais percebido pelo consumidor. "Ainda não vi
alimentos com alta por conta de câmbio. O pão francês, por exemplo, dado que é intensivo em trigo
(commodity agrícola) que o Brasil importa muito, pode repassar desvalorizações cambiais."
Mesmo a alta dos preços da carne bovina tem mais relação com a demanda da China, que tem
aumentado diante de uma queda na produção de suínos no país, do que com o câmbio.
Michael Viriato, professor de finanças do Insper, diz que o desempenho fraco da economia brasileira
funciona como um "desacelerador" do repasse da alta do câmbio para os preços ao consumidor. Ele cita
o exemplo das vendas de Natal: se os lojistas aumentarem muito os preços podem acabar com produtos
encalhados nas prateleiras.
"O que favorece a não repassar é nossa economia estar frágil, os consumidores não conseguem
absorver o aumento dos preços. Se os empresários repassarem muito alto as pessoas não vão comprar.
O que vai acontecer no curto prazo é um aperto de margem por parte dos empresários."
Para ele, quem vai ser mais favorecido no curto prazo será o turismo local, que abarcará os turistas
que desistirem de viajar para fora.

Os exportadores vão ficar mais felizes?


Para entender como o sobe-e-desce do dólar influencia a economia, é preciso adotar uma lógica
simples: ganha mais quem recebe pagamentos em dólar, e perde quem tem custos a pagar na moeda
americana.

24
BBC. Quem ganha e quem perde com a alta do dólar: o impacto do câmbio do turismo à indústria. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/27/quem-ganha-e-quem-perde-com-a-alta-do-dolar-o-impacto-do-cambio-do-turismo-a-industria.ghtml. Acesso em 27
de novembro de 2019.

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


35
Mas, para os exportadores, a alta precisaria ser mesmo mais prolongada para que o aumento rendesse
mais negócios e mais produtos vendidos no exterior. "Bens manufaturados [produtos industriais] não são
commodities. A exportação envolve fatores como design, qualidade, serviços conexos, venda, contratos
mais longos. Não se troca de fornecedor em um estalar de dedos. A reação leva mais tempo", diz Cagnin,
do Iedi.
Desde seu início, 2019 não tem sido um bom ano para exportadores. De janeiro a setembro, o superávit
comercial somou US$ 33,6 bilhões (quase R$ 142 bilhões), um montante 20% menor do que no mesmo
período de 2018. Por trás desse desempenho fraco estão, inclusive, a profunda desaceleração do
comércio mundial e a crise econômica em um parceiro importante como a Argentina.
"Geralmente a alta do dólar é um processo que vem acompanhado de algum nível de volatilidade. Só
vai ter esse efeito benéfico se tiver a alta por mais tempo", diz.
Para Cagnin, o dólar pode ter efeitos negativos especialmente para os que dependem de insumos e
maquinário importado. "O nível de atividade econômica atual é muito baixo então impacto em preços é
menor do que no passado. Mas pode encarecer produtos importados e insumos importados na indústria."

Até quando vai durar essa alta do dólar?


"A volatilidade não é boa para ninguém. Só serve para dificultar as projeções", diz o professor Michael
Viriato, do Insper, ilustrando como até para quem estuda muito o tema é difícil prever o futuro do câmbio
diante de tanta oscilação.
Para Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital, o dólar deve se manter acima dos R$ 4,00
pelo menos até o primeiro semestre de 2020.
Na análise de Bergallo, o aumento na velocidade dos cortes na taxa de juros acabou afastando
investidores estrangeiros, afinal, a taxa fica cada vez mais próxima dos juros americanos que, apesar de
darem retorno menor, são mais seguros.
"A queda da diferença entre as taxas de juros internas e externas é um dos motivos. Reduziram-se em
muito os atrativos para que haja um fluxo de dólares para o mercado brasileiro. O Banco Central acelerou
o ciclo de cortes dos juros básicos, trazendo-os a inéditos 5% ao ano e com perspectiva de chegarmos
em 4,5% nos próximos meses."
Nas projeções do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central com a projeção de
economistas para os principais indicadores, a moeda americana fechará o ano de 2019 cotada a R$ 4,10
— a projeção era de R$ 4 na semana passada. Para o fechamento de 2020, a previsão é de R$ 4 por
dólar.
Em relatório divulgado nesta semana, a consultoria LCA afirmou que "cresceu a chance de que, em
breve, passemos a projetar, nesse nosso cenário base, dólar e Selic um pouco mais altos do que ora
projetamos. E cabe alertar que aumentaram os riscos de um quadro frustrante no ano que vem, com
elevação de incertezas políticas e sociais ameaçando o andamento da agenda econômica".

Por que subiu tanto?


Em sua fala nos Estados Unidos na segunda-feira, o ministro Paulo Guedes disse não haver motivo
para preocupação, porque a inflação está controlada e porque o câmbio desvalorizado facilita a
exportação. Para ele, a valorização do dólar sobre o real reflete uma mudança de políticas no Brasil, que
tem baixado os juros. Atualmente, a taxa Selic está em 5% ao ano.
Viriato, do Insper, diz que as turbulências políticas na América Latina criaram certo receio por parte
dos investidores em relação aos ativos da região. "Recentemente, todas as moedas da região estão se
desvalorizando (em relação ao dólar)."
Para a LCA Consultores, a alta do dólar também reflete a frustração dos mercados com os leilões dos
blocos exploratórios de petróleo e gás do pré-sal, que resultaram na entrada de menos dólares do que se
esperava. Além disso, reflete "a percepção de que os fundamentos das contas externas podem estar
piorando. A revisão das contas externas divulgadas pelo Banco Central esta semana revelou que o déficit
em conta corrente tem sido maior do que apontavam as estatísticas preliminares".
A LCA prevê, no entanto, que a pressão do câmbio tende a se acomodar, permitindo que os juros
continuem caindo até chegar a 4,25% ao ano até fevereiro.

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36
Pacto federativo: proposta prevê incorporar a municípios vizinhos cidades com até 5 mil
habitantes25

Seriam afetados municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da
receita total. Ministro Paulo Guedes afirmou que a decisão é política.
As mudanças no pacto federativo propostas em uma das três PECs enviadas nesta terça-feira (05/11)
pelo governo ao Congresso preveem a incorporação a municípios vizinhos das cidades com menos de 5
mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total.
De acordo com o Ministério da Economia, há, atualmente, 1.254 municípios que seriam incorporados
pelos vizinhos, de acordo com as mudanças propostas.

AS TRÊS PECs ENVIADAS AO CONGRESSO


- PEC do pacto federativo: dá mais recursos e autonomia financeira para estados e municípios.
- PEC emergencial: cria mecanismos emergenciais de controle de despesas públicas para União,
estados e municípios.
- PEC dos fundos públicos: extingue a maior parte dos 281 fundos públicos e permite o uso de recursos
para pagamento da dívida pública.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que esse foi um tema levado ao governo por
lideranças políticas, em conversas neste primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro.
"Seguramente não foi um economista do nosso grupo que lançou isso lá. Normalmente, é sempre uma
liderança política que chega e fala: 'Está acontecendo um negócio aqui'. E são lideranças políticas
experientes, e eles têm lá os combates deles. Nós vamos assistir isso ai", declarou.
Questionado se esse tema não pode gerar confusão, já que em 2020 haverá eleições municipais,
Guedes afirmou que a discussão é política.
Segundo ele, quem deve decidir se os municípios devem ter 5 mil, 3 mil ou 10 mil habitantes não é o
ministro da Economia.
"Não tem nada mais oportuno do que deixar o Congresso decidir isso. A gente vai, estimula, e eles
têm total decisão de falar: tira isso ou deixa isso", afirmou.
Falando de forma genérica sobre a proposta de pacto federativo, o ministro da Economia afirmou que
o Estado brasileiro está sendo "redesenhado".
"O presidente [Bolsonaro] foi eleito para mudar, e o Congresso também. Estou bastante confiante
nesse trabalho", disse.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, avaliou que essas propostas terão um "longo
período de discussão" no Legislativo.
"O que será aprovado e o que será descartado será definido pelo Congresso Nacional. A forma correta
de se ter um bom debate político é apresentar para o Congresso Nacional", declarou.
Segundo o assessor especial do ministro, Rafaelo Abritta, a proposta prevê que, em 2023, verifique-
se quais municípios com menos de 5 mil habitantes arrecadam pelo menos 10% da sua receita total.
Nos casos dos municípios que não atingirem o "índice de sustentabilidade", não haverá eleição
municipal em 2024 e, já em 2025, serão incorporados por outros municípios.
Abritta destacou que os municípios com melhor situação financeira terão prioridade na incorporação
dos municípios e cada um poderá incorporar até três outros.
“No máximo, cada município poderá incorporar três municípios adjacentes. Deste modo, a proposta é
de que, no máximo, ocorra a fusão de quatro municip ́ ios”, afirmou Abritta.
O processo, no entanto, ainda terá de ser detalhado em lei.

Bolsonaro edita MP que põe fim ao monopólio na confecção de dinheiro e passaporte26

Fabricação cabe à Casa da Moeda e, segundo o governo, outras empresas poderão ser habilitadas
pela Receita e disputar o serviço. MP foi assinada em ato de 300 dias do governo.
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (05/06) uma medida provisória (MP) que põe fim
ao monopólio da Casa da Moeda na fabricação de dinheiro (papel moeda e moeda metálica) e
passaportes.
25
Alexandro Martello e Laís Lis. Pacto federativo: proposta prevê incorporar a municípios vizinhos cidades com até 5 mil habitantes. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/05/pacto-federativo-proposta-preve-incorporar-a-municipios-vizinhos-cidades-com-ate-5-mil-habitantes.ghtml.
Acesso em 07 de novembro de 2019.
26
Mateus Rodrigues e Guilherme Mazui. Bolsonaro edita MP que põe fim ao monopólio na confecção de dinheiro e passaporte. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/11/05/bolsonaro-edita-mp-que-poe-fim-ao-monopolio-na-confeccao-de-dinheiro-e-passaporte.ghtml. Acesso em 06 de
novembro de 2019.

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37
A MP foi assinada em uma cerimônia no Palácio do Planalto na qual foram comemorados 300 dias de
governo. No mesmo evento, Bolsonaro assinou o projeto que viabiliza a privatização da Eletrobras.
Por se tratar de medida provisória, o ato do presidente relativo à Casa da Moeda terá força de lei assim
que publicado no "Diário Oficial da União".
Para se tornar uma lei em definitivo, porém, o texto precisará ser aprovado pelo Congresso Nacional.

O que prevê a MP
O texto com a íntegra da MP não havia sido divulgado pela Presidência até a publicação desta
reportagem.
O governo federal já informou, contudo, que a medida provisória permitirá a habilitação de empresas
pela Receita Federal para que outras companhias possam disputar a oferta do serviço de confecção de
dinheiro e passaporte.
Segundo um texto divulgado pelo Palácio do Planalto à imprensa, a Casa da Moeda e as empresas
privadas poderão disputar, com base no menor preço, a fabricação e a impressão de:
- papel moeda;
- moeda metálica;
- cadernetas de passaporte;
- selos postais federais;
- selos fiscais federais.

De acordo com o Planalto, "para evitar a interrupção dos serviços", a Casa da Moeda seguirá habilitada
provisoriamente até dezembro de 2021 para essas impressões. Neste período, entretanto, empresas do
setor já poderão ser habilitadas e concorrer com a estatal.
A MP prevê um segundo prazo para que os selos postais e os passaportes entrem em produção
compartilhada, após dezembro de 2023.

Controle de produção
O texto da MP, segundo a assessoria da Presidência, prevê que empresas privadas poderão prestar
serviços de "integração, instalação e manutenção preventiva e corretiva de equipamentos envolvidos na
produção de cigarros".
"Há um aumento de oferta daqueles que podem fornecer o produto e, obviamente, isso vai gerar uma
redução de custos. O objetivo é dar maior competitividade, reduzir o Estado brasileiro, permitir o
empreendedorismo", declarou Jorge Oliveira.

Como funciona em outros países?


Parte da produção de papel moeda é compartilhada em países como Reino Unido, Canadá, Suíça,
Nova Zelândia e Chile.
Em países como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Austrália e África do Sul, o processo de
fornecimento de cédulas e moedas permanece inteiramente estatizado.

Privatização
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o projeto de privatização da Casa da Moeda
segue em análise no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas a "modelagem" ainda será
definida.
“Uma coisa é quebrar o monopólio, outra é estar no PPI. Ela segue no PPI, os estudos continuam”,
disse.
Cessão onerosa: o que é e o que está em jogo no megaleilão do pré-sal27

Governo prevê arrecadar até R$ 106,5 bilhões e irá dividir parte dos recursos com Petrobras, estados
e municípios. Entenda como será dividido os recursos e a importância do leilão em 8 pontos.
O megaleilão do excedente da cessão onerosa, marcado para esta quarta-feira (06/11), foi anunciado
pelo governo como o maior leilão de óleo e gás já feito no mundo em termos de potencial de exploração
de petróleo e de arrecadação.
A importância do leilão se deve não só aos bilhões de reais envolvidos e à quantidade gigantesca de
reservas de petróleo que estão sendo oferecidas, mas também ao alívio que esse dinheiro extra poderá
trazer para os cofres do governo federal, dos estados e dos municípios.
27
Darlan Alvarenga. Karina Trevizan. Luíza Melo. Cessão onerosa: o que é e o que está em jogo no megaleilão do pré-sal. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/04/cessao-onerosa-o-que-e-e-o-que-esta-em-jogo-no-megaleilao-do-pre-sal.ghtml. Acesso em 04 de novembro de
2019.

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38
O governo espera arrecadar R$ 106,5 bilhões com a oferta de quatro áreas do pré-sal, na Bacia de
Santos. Se todos os blocos forem arrematados, será o maior valor já arrecadado em uma rodada de
licitações de petróleo no país e também no mundo em termos de pagamento de bônus de assinatura (o
valor que as empresas pagam pelo direito de exploração).
Até agora, a maior arrecadação com um leilão na área de petróleo no país foi a da 16ª Rodada da
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada em 10 de outubro, que
garantiu à União R$ 8,915 bilhões.
No megaleilão desta quarta, serão definidas as empresas que vão retirar óleo de reservas do pré-sal
chamadas de excedente da cessão onerosa. Recebem esse nome porque o petróleo dessas reservas
excede os 5 bilhões de barris garantidos pelo governo à Petrobras na operação da cessão onerosa,
realizada em 2010.

Prontas para explorar


Analistas comparam o leilão do excedente cessão onerosa a uma operação de aquisição de uma
petroleira de médio porte, pelo valor elevado e porque o que está sendo ofertado são reservas de petróleo
já conhecidas e prontas para serem exploradas.
Os blocos são únicos, uma vez que a Petrobras já realizou trabalhos de desenvolvimento na área, e já
se sabe que há bilhões de barris de petróleo a serem extraídos, reduzindo o chamado risco exploratório
– o risco de não encontrar petróleo na área ou de encontrar muito pouco.
A ANP estima que existam entre 6 bilhões e 15 bilhões de barris de óleo equivalente excedente na
área – praticamente o triplo dos 5 bilhões de barris originais concedidos na área à Petrobras em 2010.
Veja abaixo 8 pontos para entender a cessão onerosa, como serão divididos os recursos do leilão e o
impacto esperado para a economia.

1) O que é cessão onerosa?


"Cessão onerosa" é o nome que foi dado ao contrato de exploração de petróleo em uma área do pré-
sal, na região marítima da Bacia de Santos, em 2010.
Por lei, todo o petróleo que existe no subsolo é da União. Em 2010, o governo cedeu à Petrobras o
direito de produzir 5 bilhões de barris em áreas do pré-sal. No entanto, mais tarde descobriu-se que a
área tinha até o triplo desse volume a ser explorado. Esse petróleo "extra" é o que está sendo leiloado
agora pela ANP, na chamada Rodada de Licitações dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa.
A cessão onerosa foi assinada como parte do processo de capitalização da Petrobras, quando a
empresa levantou cerca de R$ 120 bilhões, em 2010. À época, a empresa colocou novas ações à venda,
para fortalecer seu caixa. O governo federal comprou parte dessas ações com a cessão onerosa – em
troca das ações e de mais uma parcela em dinheiro, o governo deu à Petrobras o direito de produzir até
5 bilhões de barris do pré-sal.
O contrato, firmado antes da criação da lei de partilha do pré-sal, previa a revisão dos termos quando
os campos fossem declarados comercialmente viáveis (ou seja, que valeria a pena produzir petróleo a
partir desses campos), levando em consideração mudanças nos preços do petróleo, custos de produção
e outras variáveis.
Essa viabilidade foi declarada em 2013 e 2014 e, desde então, a Petrobras passou a reivindicar uma
revisão dos termos do contrato. As negociações começaram ainda no governo de Michel Temer e, até
pouco tempo atrás, havia dúvidas se a estatal seria credora (por conta dos investimentos já feitos na área)
ou devedora do governo.
Em abril, o governo concordou em pagar à Petrobras ao menos US$ 9 bilhões para resolver a disputa
sobre a revisão do contrato da cessão onerosa, abrindo caminho para o megaleilão. O contrato entre a
Petrobras e a União foi finalmente assinado no no dia 1º de novembro.

2) Quais são as áreas que serão leiloadas?


No megaleilão serão ofertadas as áreas de Atapu, Búzios, ltapu e Sépia, no pré-sal. Os quatro blocos
estão na Bacia de Santos, mas em frente ao litoral fluminense.
No megaleilão serão ofertadas quatro blocos do pré-sal que estão na Bacia de Santos, mas em frente
ao litoral fluminense:
- Atapu
- Búzios
- ltapu
- Sépia

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39
A área da cessão onerosa – que inclui a parte da Petrobras e a que será leiloada – é uma zona de
aproximadamente 2,8 mil km² ao largo da costa sudeste do Brasil, situada entre 175 km e 375 km ao sul
da cidade do Rio de Janeiro (veja no mapa mais abaixo). A área total dos quatro campos ofertados no
leilão é de 1.385 km².
A maior área é a de Búzios, com 852,21 km² e a maior concentração de petróleo. "A grande expectativa
é em relação ao leilão de Búzios, que representa cerca de 70% de tudo", disse ao G1 o diretor-geral da
ANP, Décio Oddone.
A Petrobras já mantém plataformas nestas áreas e já manifestou interesse em manter o direito de
preferência nos campos de Búzios e Itapu no leilão.
O campo de Búzios, por exemplo, já é o segundo maior em produção de petróleo no Brasil.
Até agora, a Petrobras extraiu 120,9 milhões de barris na região, o equivalente a apenas 2,42% dos 5
bilhões de barris a que tem direito, segundo dados da ANP.
Em setembro, a produção na área da cessão onerosa foi de 478 mil barris de petróleo e gás por dia.
A ANP estima um pico de produção de 1,2 milhão de barris diários na área após o leilão.

3) Por que o leilão é considerado o maior do mundo?


O que torna este leilão tão atípico e atrativo é o fato de que agora, diferentemente das rodadas
anteriores da ANP, o risco do negócio é muito mais baixo, uma vez que os reservatórios de petróleo já
foram descobertos.
"A entrada em produção desses campos é mais rápida que em um campo convencional. Os valores
se explicam porque não tem risco, já foi descoberto o petróleo. Nos leilões convencionais o que se paga
é um direito de exploração, correndo o risco de não achar. Nesse caso, é uma venda de reservas", afirma
Oddone, o diretor-geral da ANP.
Para o secretário executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Antonio
Guimarães, a grande quantidade de reservas já descobertas explica o preço alto fixado para o leilão.
“O Brasil está vendendo blocos exploratórios já descobertos. Isso tem outro valor e vai ter um impacto
mais rápido na economia. É isso que torna o leilão tão caro e tão especial. Não existe, na história recente,
um leilão que tivesse vendido 10 milhões de barris de petróleo já descobertos”, afirma Guimarães.
Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o megaleilão do excedente da cessão onerosa
será o maior já realizado no mundo em termos de valor de arrecadação de bônus de assinatura – o valor
pago pelas empresas pelo direito de explorar a área.
Levantamento da consultoria mostra que, nas rodadas de licitação mais bem-sucedidas dos últimos 12
meses em países como Canadá, Estados Unidos e México, a arrecadação em cada um dos leilões não
chegou sequer a ultrapassar o valor de US$ 1 bilhão. Nos EUA, por exemplo, nas ofertas de áreas
terrestres em 2018 na Bacia Permiana, a arrecadação foi de US$ 972 milhões.
Segundo Adriano Pires, sócio-diretor do CBIE, outro atrativo do megaleilão é a elevada produtividade
atual nas áreas do pré-sal. Ele destaca que o campo de Búzios já é o seguindo maior em produção de
petróleo no Brasil. "Os poços do pré-sal talvez sejam hoje os mais produtivos do mundo no mar. É um
leilão único e uma coroação para o pré-sal brasileiro", afirma.
Ele pondera, entretanto, que o alto valor de bônus fixado pelo governo se explica também pela atual
crise fiscal e pela decisão do governo de usar a arrecadação do leilão para reduzir o tamanho do rombo
nas contas públicas.
"Quando se coloca um bônus de assinatura muito alto, se está trazendo a valor presente um recurso
que poderia pegar mais lá na frente. Esse dinheiro vai ser usado para resolver um buraco fiscal, quando
o mais bacana seria usar para investimentos", avalia Adriano Pires.

4) Como o dinheiro será dividido?


Um projeto aprovado pelo Congresso Nacional assegura a destinação de R$ 34,6 bilhões para a
Petrobras ainda como revisão do contrato de exploração da área. O restante da arrecadação do leilão
será dividido entre União, estados e municípios.
Parte dos recursos serão pagos ainda em 2019 (R$ 70,7 bilhões) e o restante em 2020 (R$ 35,8
bilhões).
Conforme a lei que definiu as regras, os recursos serão divididos da seguinte maneira:
- R$ 34,6 bilhões para a Petrobras (ainda em 2019);
- 15%: estados e Distrito Federal (R$ 10,8 bilhões);
- 15%: municípios (R$ 10,8 bilhões);
- 3%: estado do Rio de Janeiro, onde estão as jazidas (R$ 2,16 bilhões);
- R$ 48,14 bilhões para a União (R$ 12,3 bilhões em 2019 e R$ 35,8 bilhões em 2020).

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O texto aprovado pelo Congresso assegura também que, do total previsto para ser destinado aos
estados e municípios, R$ 5,9 bilhões sejam encaminhados ainda em 2019. O restante do valor previsto
(R$ 15,7 bilhões) ainda será analisado pelo Congresso, em outro projeto a ser enviado pelo governo.
O dinheiro que vai para estados e municípios precisa ser usado para pagar dívidas com Previdência
ou investimentos.

5) Como funcionará o leilão?


As regras do leilão são as mesmas das demais rodadas sob o regime de partilha. Nesta modalidade,
o bônus de assinatura é fixo. Vence a empresa ou o consórcio que apresentar o maior percentual do
excedente em óleo para a União.
Esse chamado "excedente" é diferente do "excedente da cessão onerosa", que é o que está sendo
leiloado.
No caso das empresas, "excedente" é o óleo que "sobra" depois que a petroleira descontar o que será
usado para pagar o custo de produção e os royalties – ou seja, o óleo que ela vai "lucrar". Vence, portanto,
a empresa que oferecer a maior parcela desse "lucro" ao governo. As ofertas mínimas do percentual
foram fixadas em 23,24% para Búzios, 27,88% para Sépia, 26,23% para Atapu e 18,15% para Itapu.
A Petrobras já exerceu direitos de preferência para operar em Búzios e Itapu. Por isso, terá uma
participação mínima de 30% nessas áreas. A empresa mantém os direitos de operar em toda a área da
cessão onerosa, segundo o acordo de 2010.
Quatorze empresas foram habilitadas para participar: a Petrobras, a britânica BP, a francesa Total, as
americanas Chevron e ExxonMobil, as chinesas CNODC e CNOOC, a colombiana Ecopetrol, a
norueguesa Equinor, a portuguesa Petrogal, a malaia Petronas, a QPI, do Catar, a anglo-holandesa Shell
e a alemã Wintershall Dea.
No entanto, duas dessas empresas, a BP e a Total, anunciaram às vésperas do leilão que decidiram
ficar de fora.
A Repsol Sinopec Brasil, que ficou de fora do grupo de empresas habilitadas, disse que considerou
pouco atraentes os termos do leilão. O CEO de outra empresa que não entrou para a lista, a Galp Energia,
unidade da portuguesa Petrogal, disse que termos do leilão tornaram "bastante difícil" a participação.
O contrato original da cessão onerosa permitia a Petrobras explorar um máximo de 5 bilhões de barris.
Agora, o consórcio vencedor vai poder explorar sem limites.

6) Compensação para a Petrobras


O Congresso Nacional aprovou no dia 23 de outubro projeto que assegura a destinação de R$ 34,6
bilhões da arrecadação do leilão para a Petrobras a título de ressarcimento e da revisão dos termos do
contrato.
A Petrobras também terá direito a receber valores adicionais dos vencedores do leilão, uma vez que
essas empresas também terão de fazer acordos de coparticipação com a estatal, que irá dividir parte do
volume já em produção com os novos ingressantes nas áreas.
"Quem vencer o leilão vai ter que fazer um acordo para ficar sócio da Petrobras no que ela já tem. A
empresa passará a ser sócia de uma parte da produção que já é feita hoje e com isso tem que compensar
a Petrobras pelos investimentos feitos antes do leilão", explica Oddone, o diretor-geral da ANP.
O IBP estima que o ressarcimento fique entre R$ 100 bilhões e R$ 120 bilhões.

7) Impactos na produção de petróleo


As empresas terão de fazer investimentos pesados para poder retirar o petróleo das reservas. O
diretor-geral da ANP estima investimentos de mais de R$ 1,5 trilhão no setor de óleo e gás "nos próximos
dez anos".
O IBP estima que, considerando toda a cessão onerosa (incluindo portanto o excedente), os
investimentos em exploração, perfuração e produção possam somar cerca de US$ 135 bilhões até
2030 (cerca de R$ 540 milhões na cotação atual), com o pico de US$ 18 bilhões sendo atingido em 2025.
A estimativa de produção nas quatro áreas é de um pico 1,2 milhão de barris diários, segundo a ANP.
A produção total de petróleo do Brasil atingiu em agosto 2,989 milhões de barris por dia, novo recorde
mensal.
Com o aumento da produção de petróleo no Brasil, o governo prevê entrar num prazo de dez anos no
clube dos cinco maiores produtores de petróleo do mundo. Hoje, está na 10ª posição.
"O êxito no leilão dos excedentes da cessão onerosa colocará o Brasil entre os cinco maiores
produtores globais de óleo e gás, com a perspectiva de a produção dobrar na próxima década", avalia o
Ministério da Economia em relatório sobre os nove primeiros meses do governo Bolsonaro.

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41
8) Impactos na economia
O ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê que com as receitas extraordinárias dos leilões de
petróleo o déficit primário da União fechará o ano em R$ 80 bilhões, bem abaixo da meta fiscal proposta
pelo governo e aprovada pelo Congresso Nacional, de R$ 139 bilhões.
Caso a previsão se confirme, será o menor déficit desde 2014, quando o rombo das contas públicas
da União ficou em R$ 23,5 bilhões.
A exploração de petróleo nas áreas leiloadas também deverá aumentar a arrecadação com royalties e
impostos nos próximos anos. A ANP prevê que o valor repassado pelas petroleiras ao governo também
poderá mais que dobrar na próxima década, subindo dos atuais cerca de R$ 60 bilhões por ano para
cerca de R$ 70 bilhões a partir de 2024, chegando a R$ 300 bilhões até 2030.
O IBP projeta um crescimento na criação de postos de trabalho, com um pico de 388 mil novas vagas
em 2025.
Além dos impactos no volume de investimentos e na geração de empregos, o megaleilão pode ajudar
até a baratear o preço do dólar neste final de ano, segundo o Banco Central. Isso porque há uma
perspectiva de ingresso bilhões de dólares no país para pagar os bônus de assinatura, com possível
impacto no câmbio, uma vez que quanto mais dólar houver no mercado interno, mais ele tende a se
desvalorizar em relação à moeda local.

Brasil cai em ranking do Banco Mundial que mede a facilidade para fazer negócios28

País passou da 109ª posição em 2018 para a 124º neste ano. Ministério da Economia avalia que
resultado não traduz as medidas implementadas pelo governo Bolsonaro.
Levantamento do Banco Mundial aponta que o Brasil caiu no ranking que mede a facilidade para fazer
negócios. O país passou da 109ª posição em 2018 para a 124º neste ano. O levantamento considera o
período entre os meses de maio dos dois anos.
O relatório anual "Doing Business" mede o impacto das leis e regulações e da burocracia no
funcionamento das empresas. Entre os itens avaliados estão o número de dias gastos na abertura de
empresas, no pagamento de impostos, na obtenção de alvarás de construção, na conexão com a rede
elétrica e no registro de uma propriedade, na obtenção de crédito e na execução de contratos e resolução
de insolvência.
O país melhorou em 3 dos 10 itens avaliados: abertura de empresas, registro de propriedades e
resolução de insolvências na Justiça.
O Banco Mundial destaca no estudo que as economias mais atrasadas nesse tipo de reforma são as
de países da América Latina e Caribe, e da África Subsaariana.
O primeiro lugar do Doing Business foi ocupado pela Nova Zelândia, seguida por Cingapura e Hong
Kong. O Brasil ficou bem atrás de países como China (31º colocado), Turquia (33º), Chile (59º) e México
(60º). Por outro lado, ficou à frente de vizinhos como Argentina (126º) e Venezuela (188º).

Avaliação
O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos
da Costa, afirmou que o resultado do ranking "Doing Business" é algo para se lamentar, mas que o
resultado não traduz as medidas implementadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Costa afirmou que se o relatório fosse feito hoje o país já teria uma melhora significativa no ranking.
"Os formulários foram preenchidos de fevereiro a início de março e, portanto, não traduzem ainda as
medidas implementadas por esse governo", afirmou.
Segundo Costa, a equipe econômica trabalha para entrar na lista dos 50 melhores resultados já no
final do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
"Isso não é algo impossível. É algo factível e pé no chão. A Índia avançou mais de 60 posições nos
últimos 3 anos. É algo factível, o que precisa é de determinação, foco e vontade política", disse.

Pedido de revisão
O indicador que sofreu a maior queda de 2019 para 2020 foi o de obtenção de eletricidades que caiu
58 posições. Segundo Costa, a maior redução ocorreu no custo para instalação do serviço de energia
elétrica, quando o Banco Mundial levou em consideração um caso padrão ocorrido em uma empresa de
São Paulo.

28
Laís Lis. Brasil cai em ranking do Banco Mundial que mede a facilidade para fazer negócios. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/24/brasil-cai-em-ranking-do-banco-mundial-que-mede-a-facilidade-para-fazer-negocios.ghtml. Acesso em 24 de
outubro de 2019.

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42
Segundo o secretário especial de Modernização do Estado, José Ricardo da Veiga, o aumento de
custo para a instalação do serviço de energia foi muito grande e, como o serviço de energia elétrica é
regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), eles acreditam que pode ter havido um erro.
Essa revisão, no entanto, pode não alterar a posição do Brasil, mas, segundo o secretário, o que o
governo quer é a verdade sobre o tema.

Pagamento de impostos
O Brasil manteve a mesma pontuação do ano passado e aparece na 184ª posição no ranking de
pagamento de impostos. O Brasil continua sendo o país onde as empresas gastam mais tempo para
calcular e pagar impostos: 1.501 horas por ano em média.
Segundo o estudo, atualmente, o total da taxa tributária – valor dos impostos e das contribuições
obrigatórias – representa no Brasil 64,7% dos lucros. O melhor desempenho do estudo ficou em 26,1%
em 33 economias entre elas, Canadá, Dinamarca e Singapura.

Alvarás de construção
Já no aspecto da obtenção de alvarás para construção o Brasil piorou. Um dos motivos é o fato de
outras economias terem avançado mais. Segundo o levantamento do Banco Mundial, um grupo de dez
países realizou 20% das reformas econômicas registradas no ano em todo o mundo.

2018
A posição do país piorou com relação ao levantamento divulgado em outubro do ano passado quando
o Brasil avançou 16 posições, passando da 125º para o 109º lugar.
Segundo os dados do ano passado, Brasil facilitou o ambiente de negócios ao criar sistemas on-line
para simplificar o registro de empresas e foi o país que obteve o maior avanço no ranking entre as
economias da América Latina e Caribe.

Reforma da Previdência: na versão final aprovada no Senado, quais mudanças podem ajudar a
economia?29

"O Parlamento brasileiro aprova a maior reforma da Previdência da história", disse o presidente do
Senado, Davi Alcolumbre, antes de anunciar o resultado da votação principal, em discurso que também
registrou a presença em Plenário do ministro da Economia, Paulo Guedes.
"O Parlamento mostra maturidade política, mostra responsabilidade. O Congresso Nacional cumpre
com as suas responsabilidades. O Parlamento brasileiro entrega a maior reforma da Previdência da
história deste país para o Brasil e para os 210 milhões de brasileiros. Obrigado a todos os senadores pela
paciência", disse, segundo a Agência Senado.
Projetada inicialmente para reduzir em R$ 1 trilhão em dez anos os gastos públicos com
aposentadorias e benefícios, nas previsões anunciadas em fevereiro por Guedes, a versão aprovada na
noite de ontem deve gerar uma economia mais modesta, próxima de R$ 800 bilhões para o mesmo
período. O crescimento desenfreado dos gastos públicos é apontado por muitos especialistas como o
maior risco atual para a saúde econômica do país, que também amarga um contingente de mais de 12
milhões de desempregados e o aumento da pobreza extrema.
Como o texto muda a Constituição, a reforma não precisará da sanção do presidente para entrar em
vigor. Passa a valer assim que, depois de aprovados os destaques, for promulgada pelo Congresso, com
a assinatura de Alcolumbre.
Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, a principal mudança positiva da reforma para a
economia é mesmo a criação de uma idade mínima para a aposentadoria — pelas novas regras, de 65
anos para homens e 62 anos para mulheres, tanto para a iniciativa privada quanto para servidores
públicos. Deixa de existir a aposentadoria por tempo de contribuição, vista por parte dos economistas
como a maior causadora de aposentadorias precoces no país, em torno dos 55 anos. Virá da criação de
uma idade mínima para todos a maior parte da economia gerada pela reforma.
"Dos R$ 800 bilhões de economia, cerca de R$ 630 bilhões vêm da criação dessa idade mínima", diz
o especialista em contas públicas José Márcio Camargo, professor do departamento de economia da
PUC-Rio e economista-chefe da Genial Investimentos.
Outro ponto importante, na visão dos economistas, é que a aprovação sinaliza um futuro menos caótico
para as contas públicas brasileiras, reforçando sinais positivos como a criação de vagas formais pelo

29
Ligia Guimarães. Reforma da Previdência: na versão final aprovada no Senado, quais mudanças podem ajudar a economia? BBC Brasil.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50148479. Acesso em 23 de outubro de 2019.

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43
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que vem melhorando nos indicadores
econômicos, e os juros que seguem baixos, sem pressão de inflação no horizonte.
A esperança é que, com tais sinais, a economia deixe enfim de "patinar": para este ano, a estimativa
de alta do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 0,87% para 0,88% no boletim Focus, em que o Banco
Central divulga as previsões dos analistas de mercado. Para 2020, a previsão de crescimento do PIB
continuou em 2%.

Menos desigualdade
Pela regra atual, podem aposentar-se os segurados do INSS que comprovarem um tempo mínimo de
contribuição, fixado em 35 anos para o homem e em 30 anos para a mulher, independentemente da idade.
"O Brasil não tem uma idade mínima para se aposentar, na média as pessoas se aposentam
precocemente, aos 55 anos de idade. O cara trabalha 35 anos, se aposenta com 55 anos e vive mais 30
anos como aposentado", diz Camargo, que explica que a idade mínima de aposentadoria não existe
apenas em poucos países, como Equador, Iraque, Síria, Argélia e Egito.
A criação de uma idade mínima é também a medida mais importante do texto para reduzir a
desigualdade social, defendem os economistas ouvidos pela BBC, já que, pela regra atual, quem se
aposentava mais cedo eram justamente os trabalhadores do setor formal e mais escolarizados, parte
menos vulnerável da sociedade.
"Quem se aposentava cedo? Quem tem nível superior, pouco risco de perder emprego e que ganha
mais — e que, se perder emprego, se recoloca mais rápido. É uma medida importante no aspecto da
justiça social", diz o economista Paulo Tafner, especialista em Previdência Social, doutor em ciência
política e pesquisador da Fipe/USP.
Outra mudança muito relevante dessa reforma, na avaliação de Tafner, é a que estabelece idade
mínima para a aposentadorias também dos servidores públicos, especialmente os que ingressaram antes
de 2003, e que atualmente têm regras mais privilegiadas e benefícios mais generosos para a
aposentadoria integral. Pelo texto aprovado nesta terça-feira, o benefício mínimo de aposentadoria para
servidores públicos será de 60% com 20 anos de contribuição, tanto para homens quanto para mulheres,
subindo 2 pontos percentuais para cada ano a mais de contribuição.
A regra, porém, valerá apenas para quem ingressou após 2003. Para aqueles que ingressaram até 31
de dezembro de 2003, a integralidade da aposentadoria (valor do último salário) será mantida para quem
se aposentar aos 65 anos (homens) ou 62 (mulheres).
Com uma tramitação marcada por disputas e discussões acaloradas sobre quem seriam os
privilegiados ou injustiçados pelas mudanças, as novas regras para aposentadorias foram alvo de críticas
até do próprio presidente Bolsonaro, que chegou a pedir aos parlamentares que os policiais tivessem
regras especiais para as aposentadorias, dizendo que foi um "erro" incluir a categoria, "aliada" do governo,
nas novas regras mais rígidas.
Enquanto isso, a reforma para os integrantes das Forças Armadas — enviada ao Parlamento em março
pelo governo de Jair Bolsonaro atrelada a uma reestruturação da carreira que aumenta a remuneração
— segue em discussão em uma comissão especial na Câmara, composta, em boa parte, por deputados
egressos de carreiras militares.
Críticos da proposta dizem que ela não reduz privilégios dos militares e reclamam do aumento de
salários em um momento de corte de gastos. A justificativa das Forças Armadas é que a categoria não
recebe reajuste há anos, tendo ficado muito atrás dos ganhos de outras carreiras federais, como juízes,
procuradores e auditores fiscais.
Se a proposta for aprovada, a remuneração bruta de um general do Exército, topo da carreira, poderá
subir 37%, de R$ 24.786,96 para R$ 33.947,24, a depender dos adicionais que conseguir incorporar, por
exemplo, como recompensa por cursos de qualificação.

Como a reforma vai ajudar a economia?


Principal bandeira econômica dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, a reforma da
Previdência era prometida há anos como um fator que impulsionaria o ânimo e a confiança dos
investidores da economia, afastando o risco de uma crise fiscal no Brasil e ajudando a tão esperada
retomada da economia, que amarga crescimentos pífios desde que saiu da recessão. Será que agora
vai?
Em outubro, o Fundo Monetário Internacional afirmou que o governo do país precisa se comprometer
a implementar — além da Reforma da Previdência, uma "ambiciosa agenda de reformas, aberturas
comerciais e investimentos em infraestrutura", para aumentar o potencial de desenvolvimento econômico
do país.

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O FMI projeta que o ano terminará com um acumulado de 0,9% de crescimento do PIB brasileiro, uma
melhora de 0,1 ponto percentual em relação ao que o próprio fundo estimara em julho, mas 1,2 ponto
percentual abaixo da expectativa da instituição em abril de 2019.
Para Camargo, a reforma da Previdência será essencial para reforçar indicadores da economia que já
favorecem uma reação, como manter em baixa os juros, por exemplo, que estão atualmente no menor
nível da história.
"As taxas de juros estão despencando. Em algum momento, isso vai fazer efeito [positivo sobre a
economia, já no ano que vem]."
A perspectiva de contas públicas mais saudáveis para o Brasil, diz Camargo, animará o investidor a
retomar investimentos e a voltar a produzir sem gerar pressão inflacionária. Isto porque muitas empresas,
com atividade baixa desde a recessão, podem aumentar a produção sem precisar aumentar a capacidade
investindo em novas fábricas ou máquinas, por exemplo.
O economista acredita que, com juros baixos e sem inflação, a economia pode chegar a crescer a um
ritmo de 3% a 4% já a partir do ano que vem, salvo algum imprevisto como uma "hecatombe internacional".

Caminho para outras medidas e protagonismo do Congresso


Relatório divulgado em setembro pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado,
apontava a reforma da Previdência como apenas o primeiro passo para melhorar a dinâmica das
despesas públicas.
"Apesar de a reforma não resolver o problema do equilíbrio das contas públicas, a proposta conterá o
crescimento das despesas previdenciárias, revertendo a atual trajetória explosiva dos déficits", afirma o
relatório.
"O governo ganhará tempo para aprovar outras medidas para garantir a consolidação fiscal, bem como
avançar na agenda de melhora do ambiente de negócios do país (reformas microeconômicas) de modo
a recuperar a capacidade de crescimento da economia", diz o IFI.
De acordo com a entidade, as despesas previdenciárias cresceram bem mais que os investimentos
públicos nos últimos 12 anos, indicando que "pagamentos de aposentadorias e pensões tenderão a
pressionar cada vez mais o orçamento público em caso de não aprovação da reforma previdenciária.
Desde 2014 o investimento público, motor importante para reacender a economia, foi reduzido à metade".
Depois da Previdência, a avaliação de Tafner e Camargo é a de que o governo precisa dedicar-se a
outros temas sem perder o ritmo de votações: mudanças no pacto federativo, regra de ouro, simplificação
para empresas e reforma bancária — a taxa básica da economia está no menor nível da história, mas os
juros bancários continuam altos para o consumidor e as empresas —, entre outras.

Esperança em Maia
Embora o governo Bolsonaro venha enfrentando uma série de crises internas - como a ruptura com os
próprios aliados do PSL e o vaivém de declarações em torno da indicação do filho, Eduardo Bolsonaro,
para o cargo de embaixador nos EUA - a expectativa de Tafner é a de que tal agenda continue a avançar
em um movimento que ele considera inédito historicamente: com pouco apoio do Executivo e
protagonismo do Legislativo, sob a batuta de Rodrigo Maia.
"Eu tenho uma visão otimista. Eu acho que é como a música: apesar de você [do governo Bolsonaro],
o Congresso Nacional está tendo uma postura muito responsável de definir a agenda do país, o
Congresso está tomando a frente. E sempre foi um poder que não tinha nenhuma responsabilidade,
antigamente seria o contrário: o Executivo querendo aprovar a reforma e o Legislativo dizendo que não",
compara, acrescentando que o resultado da reforma poderia ter sido ainda mais satisfatório se o
presidente Bolsonaro tivesse abraçado a causa, a exemplo do que ocorreu no governo Temer, em
especial no trabalho de campanha pró-reforma do então ministro Henrique Meirelles.
"Eu acho que esse é um papel fundamental do Maia, ele tem uma agenda que ele quer levar adiante,
apesar do governo, a despeito do governo, independente do governo. A mesma coisa que vejo no Senado,
que também tem um agenda de modernização do Brasil", diz o economista.

Destaques rejeitados
Em votações no painel eletrônico, os senadores rejeitaram dois destaques apresentados por partidos
da oposição para modificar o texto da reforma, segundo informações da Agência Senado. Outros dois
não foram votados.
Por 57 votos a 20, o Plenário rejeitou o destaque apresentado pelo senador Weverton (PDT-MA) que
retiraria da reforma a revogação de regimes de transição que ainda existem frutos de reformas de
governos anteriores.

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Já o destaque do senador Telmário Mota (Pros-RR) foi rejeitado por 57 votos a 19. A intenção era
beneficiar trabalhadores na comprovação de tempo de serviço com insalubridade.

O que é deflação e por que a queda de preços pode não ser bom sinal30

A queda de preços pode representar desaceleração da economia; especialistas divergem sobre causas
do fenômeno e alertam para riscos a longo prazo
O mês de setembro registrou deflação de 0,04%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira, (09/10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O resultado foi o menor para o mês de setembro desde 1998, quando o IPCA foi de -
0,22%.
Embora represente uma queda momentânea nos preços, a deflação pode ser um sinal de alerta para
problemas estruturais da economia e também pode se tornar um fator para a desaceleração do consumo
já existente.
Entenda o que é deflação e por que o fenômeno é perigoso se continuar a se repetir por um prazo
mais longo:

O que é deflação e quais as suas causas


De acordo com o mestre em Economia e professor do Insper Otto Nogami, a deflação ocorre quando
há uma queda generalizada de preços e se trata de uma 'tendência recessiva'. O fenômeno não deve ser
confundido com a queda da inflação: enquanto em cenários de menor inflação o índice sobe em
velocidade mais lenta, durante a deflação a variação é negativa - ou seja, os preços caem de fato.
A inflação no mês de abril de 2019, por exemplo, foi de 0,57%. Em maio, o índice despencou para
0,13%. Isso não significa que houve queda nos preços: eles apenas subiram em ritmo 0,44 ponto
porcentual mais lento. Não é o mesmo cenário observado em setembro, quando o IPCA ficou 0,04%
abaixo de zero, indicando retração.
O momento em que é possível cravar uma situação de deflação, porém, gera polêmica entre os
especialistas. A situação deste mês de setembro, por exemplo, é um ponto de impasse. Para o
economista Alexandre Amorim, sócio da consultoria Par Mais, o recorte temporal é muito curto para
determinar uma retração. "Precisa de um índice bem mais consistente, a inflação está baixa, mas nos
últimos 12 meses está variando positivamente entre 3% e 4%", observa.
Amorim defende que, com o avanço da tecnologia e da produtividade, a tendência é de queda nos
preços no cenário internacional. "No mundo inteiro os patamares estão mais baixos, o fenômeno não é
um privilégio nosso", afirma. Para o economista, a queda da inflação deve ser sintoma de alerta, mas
ainda não é possível traçar um panorama de recessão a nível mundial ou mesmo no Brasil.
Ele sugere ainda que o índice não seja analisado de forma isolada. De acordo com Amorim, a
perspectiva de crescimento da economia brasileira deve se manter nos próximos meses. "O crescimento
está acontecendo em ritmo lento, mas está acontecendo. O desemprego está caindo e a massa salarial
aumentando, são números positivos. Temos bons níveis de consumo, há expectativa de grande volume
de compras no Dia das Crianças", observa.
Essa também é a visão de André Braz, coordenador do IPC do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre). Para ele, o resultado do mês de setembro não significa
necessariamente que esteja em curso uma mudança no mercado brasileiro. Braz defende que o índice
de -0,04% representa uma retração pouco robusta. "O resultado geral do índice é muito próximo de zero,
que indica mais estabilidade do que um número exatamente negativo. Então, não é generalizado, não é
preocupante", diz.
O economista explica que o índice foi puxado principalmente pelo setor de alimentação e que a
deflação é caracterizada por uma queda expressiva em todos os setores que compõem a cesta de
produtos do IPCA. "Por isso usamos núcleos de inflação e várias medidas, porque da mesma forma que
a alimentação pode ter influenciado um número negativo, pode influenciar um número positivo. Não indica
uma necessidade de mudança na política econômica" , afirma Braz.
Já para Otto Nogami, o resultado reflete uma tendência de retração brasileira que vem sendo notada
há meses pelos economistas. O fato de o registro ter ocorrido justamente no mês de setembro, para o
especialista, é um indicativo ruim. "É um dado que chama atenção porque naturalmente é uma época em
que os preços voltam a subir pela proximidade com o final de ano e o aumento da demanda. Se
eventualmente os preços não voltarem a subir nas próximas semanas, realmente denota uma situação
extremamente preocupante", afirma.
30
Ana Luiza de Carvalho. O que é deflação e por que a queda de preços pode não ser bom sinal. Terra Economia. https://www.terra.com.br/economia/o-que-e-
deflacao-e-por-que-a-queda-de-precos-nao-e-bom-sinal,598898cf5309606fd2d8691c487b658a0mjfx1pp.html. Acesso em 10 de outubro de 2019.

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46
Por que a deflação pode não ser boa
Embora represente um incentivo ao consumo a curtíssimo prazo, a deflação não deve ser vista como
um sinal positivo na economia. De acordo com Otto Nogami, o fenômeno é um sintoma de que o mercado
enfrenta um período difícil. "Assim como a inflação não é boa, a deflação também denota uma anomalia",
afirma. Nogami explica que, de forma pontual, a deflação pode significar que a população está com um
nível de confiança baixo na economia e, por isso, prefere poupar dinheiro do que consumir.
Outra possibilidade é que o poder de compra dos consumidores tenha caído tanto, seja por perdas
salariais ou desemprego, que eles não conseguem mais arcar com os custos de produtos que antes eram
rotineiros. Para o professor, esse fator pode explicar a queda dos gastos com alimentação.
"É uma mudança de hábitos do consumidor. A alimentação fora de casa teve nos últimos meses uma
queda expressiva, essas pessoas estão dando preferência a levar marmitas ou alguma alimentação de
valor agregado mais baixo, o que é um grande problema", afirma Nogami. Embora os gastos com
alimentação fora de casa tenham crescido entre 2017 e 2018, de acordo com dados da Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, o recorte é diferente para os mais pobres. As famílias com
rendimentos mais altos gastaram 15,3 vezes mais do que as famílias mais pobres com alimentação fora
de casa.
Além disso, quando a deflação é analisada a médio e longo prazos, ela pode trocar de papel e deixar
de ser sintoma para ser fator da recessão econômica. Alexandre Amorim explica que, em meio à queda
de preços, a economia pode acabar congelando. "O grande problema de uma deflação é as pessoas
optarem por consumir mais para frente porque sabem que os preços vão estar mais baixos, o que diminui
a demanda e faz os preços caírem mais ainda. Isso acaba gerando mais um ciclo vicioso", explica.
Com a desaceleração do consumo, Amorim ressalta que os efeitos podem ser devastadores: com
menor perspectiva de lucro, as empresas cortam salários e deixam de contratar, agravando o ciclo de
recessão e desemprego.
Para os especialistas, o caminho para evitar a recessão é tortuoso mas já é conhecido: retomada dos
investimentos públicos para aumentar a confiança na economia. "A política monetária é o único
mecanismo para reverter essa situação, e o governo não pode perder o controle dela. É preciso resgatar
a confiança do consumidor e do empresário, para que se volte a investir e gerar mais renda", afirma Otto
Nogami.
Essa também é a opinião de Alexandre Amorim, que ressalta a importância do consumo. "O governo
tem que estimular crédito e consumo, colocar mais dinheiro no mercado e continuar com a política de
juros baixos para manter o dinheiro em circulação", recomenda.

Copom reduz taxa básica de juros de 6% para 5,5% ao ano31

Redução já era esperada pelo mercado financeiro e acontece em meio ao fraco desempenho da
economia brasileira. Nova taxa é a menor da série histórica do Banco Central.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18/09), por
unanimidade, reduzir a Selic, taxa básica de juros da economia, de 6% ao ano para 5,5% ao ano.
O percentual, que já era esperado pelo mercado financeiro, é o menor desde o início do regime de
metas de inflação, em 1999. É também o menor da série histórica do Banco Central, que começou em
1986.

31
Elisa Clavery. Copom reduz taxa básica de juros de 6% para 5,5% ao ano. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/18/copom-reduz-
taxa-basica-de-juros-de-6percent-para-55percent-ao-ano.ghtml. Acesso em 19 de setembro de 2019.

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47
A Selic se manteve em 6,5% de março de 2018 a julho de 2019, quando recuou para 6%. A expectativa
de economistas é que, para a próxima reunião do comitê, no fim de outubro, haja mais um corte de 0,5
ponto percentual na taxa, caindo para 5% e permanecendo neste percentual até o fim de 2020.
O recuo na Selic acontece mesmo diante da recente alta no preço do petróleo, impulsionada por
ataques a instalações da petroleira estatal Aramco, na Arábia Saudita, no último sábado (14/09).
Segundo economistas, a disparada no petróleo pode aumentar o preço dos combustíveis e pressionar
a inflação nos próximos meses, mas a previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) ainda está abaixo da meta central de inflação para este ano.

Retomada gradual
Na nota explicativa para a redução, o Copom afirma que indicadores da atividade econômica
divulgados na última reunião, que aconteceu no dia 31 de julho, "sugerem retomada do processo de
recuperação da economia brasileira" e que "cenário do Copom supõe que essa retomada ocorrerá em
ritmo gradual".
O comitê afirma, porém, que em seu cenário básico para a inflação "permanecem fatores de risco em
ambas as direções". Entre os pontos elencados pelo comitê, estão o "nível de ociosidade elevado", que
poderia continuar produzindo "trajetória prospectiva abaixo do esperado".
Por outro lado, a nota fala em uma "eventual frustração" em relação às reformas e aos ajustes
necessários na economia brasileira, o que poderia "afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação
no horizonte relevante para a política monetária". Este risco, segundo o Copom, se intensifica em caso
de deterioração do cenário externo para economias emergentes.
"O Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem
avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para a queda da taxa de juros
estrutural e para a recuperação sustentável da economia", diz a nota.
Para o comitê, os avanços na agenda de reforma "são fundamentais para consolidação do cenário
benigno para a inflação prospectiva".

Como é definida a Selic


A reunião do Copom acontece a cada 45 dias para fixar o patamar da Selic em busca do cumprimento
da meta de inflação, definida anualmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Quando as estimativas para a inflação estão alinhadas com as metas, como no cenário atual, o Banco
Central pode reduzir os juros. Isso faz com que os juros dos empréstimos bancários também fiquem mais
baratos, o que tende a estimular a produção e o consumo.
Se, no entanto, a inflação está em alta ou com indicativo de que estará acima da meta, o Copom eleva
a taxa Selic e o efeito é inverso: o crédito bancário fica mais caro, o que leva à redução no consumo e,
consequentemente, na produção.
Para este ano, a meta é de 4,25% de inflação, podendo oscilar entre 2,75% a 5,75%. Para 2020, a
estimativa é de 4% – com oscilação de 2,5% a 5,5%.

Governo anuncia plano para privatizar nove empresas estatais; veja lista32

Anúncio foi feito no Palácio do Planalto após reunião do presidente Bolsonaro com o conselho do
Programa de Parcerias de Investimentos. Viabilidade do plano será analisada pelo BNDES.
O governo federal anunciou nesta quarta-feira (21/08) um plano para privatizar nove empresas
estatais.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto após uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com o
conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Segundo a secretária especial do PPI, Martha Seillier, e o secretário de Desestatização, Salim Mattar,
o plano do governo envolve as seguintes empresas:
- Telecomunicações Brasileiras S/A (Telebras);
- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios);
- Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp);
- Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev);
- Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro);
- Empresa Gestora de Ativos (Emgea);
- Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec);
- Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp);
32
Gustavo Garcia. Mateus Rodrigues e Yvna Souza. Governo anuncia plano para privatizar nove empresas estatais; veja lista. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/21/governo-anuncia-plano-para-privatizar-nove-empresas-estatais.ghtml. Acesso em 22 de agosto de 2019.

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48
- Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF).

Durante a apresentação do plano, o governo falou em também incluir creches, presídios e parques no
programa de privatizações, mas não explicou quais seriam os projetos. O G1 procurou a assessoria do
PPI e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
O governo prevê a concessão dos parques nacionais de Lençóis Maranhenses (MA) e Jericoacoara
(CE); e a renovação, em 2020, da concessão do Parque Nacional do Iguaçu (PR).

Próximos passos
A viabilidade do plano ainda depende de análise do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES).
Por decisão do Supremo Tribunal Federal, é proibida a privatização de estatais sem aprovação do
Congresso. Pela mesma decisão, o governo só pode vender as subsidiárias.
De acordo com o governo, esses estudos vão indicar se há condições de mercado para concretizar a
venda das estatais. As análises também poderão recomendar a manutenção da estatal ou a extinção da
empresa.
Segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a carteira atual do PPI conta com 18 ativos e está
estimada em R$ 1,3 trilhão. A estimativa do governo, acrescentou o ministro, é passar para R$ 2 trilhões
com o anúncio desta quarta-feira.
Entre os 18 ativos da carteira, estão a Eletrobras, a Trensurb, a CBTU e a Casa da Moeda.

Eletrobras
Mais cedo, nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia(DEM-RJ), afirmou que a
Eletrobras deverá ser privatizada "o mais rápido possível". A privatização da estatal depende de aval do
Congresso.
Nesta terça-feira (20/08), a Câmara derrubou uma medida provisória (MP) que previa aporte de R$ 3,5
bilhões para a empresa.
A privatização da Eletrobras é um assunto que vem sendo debatido desde o governo Michel Temer.

Correios
Em entrevista nesta quarta, Bolsonaro antecipou que os Correios estariam na lista de privatizações.
"Começa com os Correios, eu não tenho de cabeça aqui. A privatização dos Correios passa também,
segundo decisão do Supremo, pela Câmara, pelo Congresso Nacional. Então, é um processo longo",
frisou o presidente.
Os Correios são vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e estão
presente em mais de 5 mil municípios.
Atualmente, a empresa é presidida por Floriano Peixoto. Em junho, ele substituiu Juarez Cunha,
contrário à privatização.
Questionado sobre o que acontecerá com os funcionários concursados dos Correios, o governo disse
que ainda não é possível dizer o que vai ocorrer, que serão feitos estudos para se encontrar o melhor
modelo.

EBC
De acordo com o ministro Onyx Lorenzoni, não houve definição na reunião desta quarta-feira sobre o
que será feito com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela Agência Brasil e pela TV
Brasil.

Petrobras
Durante a coletiva, Onyx Lorenzoni disse que o governo ainda não tem uma definição sobre a
possibilidade de se privatizar a Petrobras.
“Nós ainda não temos uma definição do ministério, nem do governo nem da empresa no sentido de
colocá-la como um todo dentro do PPI”, afirmou o ministro da Casa Civil

Ações do BB
De acordo com o governo, um dos ativos que poderá ser vendido é um conjunto de ações do Banco
do Brasil que a União detém, o que pode gerar um faturamento de cerca de R$ 1 bilhão.

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49
Senado aprova MP da liberdade econômica e retira trecho sobre trabalho aos domingos33

O Senado aprovou nesta quarta-feira (21/08) a medida provisória conhecida como MP da liberdade
econômica.
O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e seguirá para o presidente Jair Bolsonaro decidir
se sanciona, veta parcialmente ou veta a íntegra da proposta.
Durante a votação desta quarta-feira, os senadores decidiram retirar da MP o trecho aprovado pela
Câmara que permitia trabalho aos domingos e feriados. Segundo o presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), o tema será discutido posteriormente via projeto de lei.
A CLT prevê que o descanso "deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte", e a proposta
aprovada pela Câmara previa o descanso "preferencialmente aos domingos", abrindo espaço para a
concessão do benefício em outros dias da semana.
Quando o Senado muda um projeto enviado pela Câmara, a proposta é submetida a uma nova votação
pelos deputados.
No caso da MP da liberdade econômica, porém, os senadores consideraram o trecho sobre trabalho
aos domingos como "matéria estranha". Com isso, o projeto seguirá para sanção sem ter de voltar à
Câmara.
O texto altera o Código Civil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro e modifica as regras de direito civil, administrativo, empresarial e trabalhista,
entre outros.

O que diz a medida provisória


Saiba o que diz a MP aprovada pelo Congresso:

Carteira de trabalho eletrônica


A MP prevê que as carteiras de trabalho serão emitidas pelo Ministério da Economia
"preferencialmente em meio eletrônico" – a impressão em papel será exceção. O documento terá como
identificação única do empregado o número do CPF;
Os empregadores terão cinco dias úteis, a partir da admissão do trabalhador, para fazer as anotações;
o trabalhador deverá ter acesso às informações em até 48 horas, contadas a partir da inscrição das
informações.

Registro de ponto
A proposta determina que serão obrigatórios os registros de entrada e de saída no trabalho somente
em empresas com mais de 20 funcionários. Atualmente, a anotação é obrigatória para empresas com
mais de 10 trabalhadores.

Fim de alvará para atividades de baixo risco


A MP prevê o fim do alvará para quem exerce atividade de baixo risco (costureiras e sapateiros, por
exemplo). A definição das atividades de baixo risco será estabelecida em um ato do Poder Executivo,
caso não haja regras estaduais, distritais ou municipais sobre o tema.

Substituição do e-Social
O Sistema de Escrituração Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, que unifica o
envio de dados sobre trabalhadores, será substituído por um sistema de informações digitais de
obrigações previdenciárias e trabalhistas.

'Abuso regulatório'
A proposta cria a figura do "abuso regulatório", infração cometida pela administração pública quando
editar norma que "afete ou possa afetar a exploração da atividade econômica". O texto estabelece as
situações que poderão ser enquadradas como "abuso regulatório" e determina que normas ou atos
administrativos estarão inválidos:
- criar reservas de mercado para favorecer um grupo econômico em prejuízo de concorrentes;
- redigir normas que impeçam a entrada de novos competidores nacionais ou estrangeiros no mercado;
- exigir especificação técnica desnecessária para o objetivo da atividade econômica;

33
Elisa Clavery. Senado aprova MP da liberdade econômica e retira trecho sobre trabalho aos domingos. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/08/21/senado-aprova-mp-da-liberdade-economica-e-retira-regras-aprovadas-pela-camara-sobre-trabalhos-ao-
domingo.ghtml. Acesso em 22 de agosto de 2019.

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50
- criar demanda artificial ou compulsória de produto, serviço ou atividade profissional, "inclusive de uso
de cartórios, registros ou cadastros";
- colocar limites à livre formação de sociedades empresariais ou atividades econômicas não proibidas
em lei federal.

Desconsideração da personalidade jurídica


A desconsideração da personalidade jurídica é um mecanismo estabelecido no Código Civil de 2002
que permite que sócios e proprietários de um negócio sejam responsabilizados pelas dívidas da empresa.
A desconsideração é aplicada em processo judicial, por um juiz, a pedido de um credor ou do Ministério
Público. A proposta altera as regras para a desconsideração da personalidade jurídica, detalhando o que
é desvio de finalidade e confusão patrimonial.

Negócios jurídicos
O texto também muda o trecho do Código Civil que trata dos negócios jurídicos – acordos celebrados
entre partes, com um objetivo determinado, com consequências jurídicas. A proposta inclui um dispositivo
no Código Civil que prevê que as partes de um negócio poderão pactuar regras de interpretação das
regras oficializadas no acordo, mesmo que diferentes das previstas em lei.

Documentos públicos digitais


A proposta altera a lei sobre a digitalização de documentos, autorizando a digitalização a alcançar
também documentos públicos. Segundo a proposta, os documentos digitais terão o mesmo valor
probatório do documento original.

Registros públicos
A MP prevê que registros públicos, realizados em cartório, podem ser escriturados, publicados e
conservados em meio eletrônico. Entre os registros que podem atender às novas regras estão o registro
civil de pessoas naturais; o de constituição de pessoas jurídicas; e o registro de imóveis.

Comitê para súmulas tributárias


A MP cria um comitê formado por integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, da
Receita Federal, do Ministério da Economia e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. O grupo
poderá editar súmulas da Administração Tributária Federal, que passarão a vincular os atos normativos
praticados pelas entidades.

Fundos de investimento
A proposta cria uma série de regras para os fundos de investimento, definidos como "comunhão de
recursos" destinados à aplicação em ativos financeiros e bens. A proposta estabelece as regras de
registro dos fundos na Comissão de Valores Imobiliários, as informações que deverão constar nos
regulamentos dos fundos e as regras para solicitar a insolvência.

Fim do Fundo Soberano


O texto determina que será extinto o Fundo Soberano, vinculado ao Ministério da Economia.

Liberação de atividade econômica


A MP libera os horários de funcionamento dos estabelecimentos, inclusive em feriados, “sem que para
isso esteja sujeita a cobranças ou encargos adicionais”, tendo apenas algumas restrições, como normas
de proteção ao meio ambiente (repressão à poluição sonora, inclusive), regulamento condominial e
legislação trabalhista.

O que diz o governo


Segundo o secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, a medida
provisória pode gerar cerca de 3,7 milhões de empregos em 10 anos.
“[A MP] facilita abertura e fechamento de empresas, facilita iniciar atividades, para estabelecimentos
de baixo risco, que não dependem mais de alvará, de licenças, que significam de 3 a 6 meses de espera,
que não vai ter mais", disse Uebel no último dia 14.
Ainda de acordo com o secretário, um estudo estima que a lei vai gerar crescimento adicional do
Produto Interno Bruto (PIB) em mais de 7% também em 10 anos.

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51
Desigualdade de renda cresce há 17 trimestres consecutivos no país, aponta FGV34

Segundo estudo, Brasil vive o mais longo aumento contínuo da concentração de renda já registrado.
A desigualdade de renda no Brasil aumentou no 2º trimestre de 2019 pelo 17º trimestre consecutivo,
o que representa o ciclo mais longo já registrado no país, segundo pesquisa da FGV Social, a partir de
dados da PNAD Contínua do IBGE.
De acordo com o estudo "Escalada da Desigualdade", do economista Marcelo Neri, trata-se de um
recorde de duração nas séries históricas brasileiras: 4 anos e 3 meses.
"Nem mesmo em 1989 que constitui o pico do nosso piso histórico de desigualdade brasileira houve
um movimento de concentração de renda por tantos períodos consecutivos".
O chamado índice Gini, que mede a concentração de renda, passou de 0,6003 no 4º trimestre de 2014
para 0,6291 no 2º trimestre de 2019.
De 2014 a 2019, a renda do trabalho da metade mais pobre da população caiu 17,1%, segundo o
estudo. Já a renda dos 1% mais rico subiu 10,11% nesse período. Já a renda da fatia da população
considerada de classe média (posicionada entre os 40% intermediários) teve queda de 4,16%.

A pesquisa mostra que a queda da renda média atingiu com mais intensidade os jovens com idade
entre 20 e 24 anos (-17,16%), analfabetos (-15,16%), moradores das regiões Norte (-13,08%) e Nordeste
(-7,55%) e pessoas de cor preta (-8,35%).
Entre as principais causas apontadas para o aumento da desigualdade estão a desaceleração
econômica e, principalmente, o desemprego.
A pesquisa calcula que entre o final de 2014 até o fim de 2017, o número de brasileiros em situação
de pobreza (renda de até R$ 233 por mês por pessoa) passou de 8,38% para 11,8% da população,
atingindo 23,3 milhões, "um grupo maior do que a população chilena".
Na véspera, o IBGE divulgou que 3,347 milhões de desempregados procuram emprego há pelo menos
2 anos. No 2º trimestre, a taxa de desemprego média no país recuou para 12%, ante 12,7% no 1º
trimestre, atingindo 12,8 milhões de brasileiros.

6 perguntas sobre o pânico global que fez as bolsas de valores despencarem temendo uma
recessão35

Mercado de títulos atingiu um patamar incomum que muitas vezes antecede uma recessão ou pelo
menos uma desaceleração significativa no crescimento econômico.
O pânico tomou conta das bolsas de valores nesta quarta-feira (14/08) em meio a temores envolvendo
a guerra comercial entre China e Estados Unidos e a saúde da economia global.
Os três principais mercados de ações americanos fecharam em queda de 3%, e analistas apontam
sinais de que os EUA podem estar em recessão.

34
G1. Desigualdade de renda cresce há 17 trimestres consecutivos no país, aponta FGV. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/16/desigualdade-de-renda-cresce-ha-17-trimestres-consecutivos-no-pais-aponta-fgv.ghtml. Acesso em 16 de agosto
de 2019.
35
BBC. 6 perguntas sobre o pânico global que fez as bolsas de valores despencarem temendo uma recessão. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/14/6-perguntas-sobre-o-panico-global-que-fez-as-bolsas-de-valores-despencarem-temendo-uma-recessao.ghtml.
Acesso em 15 de agosto de 2019.

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52
No Brasil, a Bovespa despencou, fechando o dia em queda de 2,94%. O dólar avançou e fechou em
4,038 frente ao real brasileiro.
Os mercados europeus já estavam assustados com as notícias de que o PIB da Alemanha recuou no
segundo trimestre e que o crescimento industrial da China em julho atingiu o menor patamar em 17 anos.
O FTSE 100 (índice com cem papéis importantes negociados na Bolsa de Londres) fechou em queda
de 1,5%, enquanto Bolsas na Alemanha e na França perderam mais de 2%.
E mais um novo ataque ao Banco Central americano feito pelo presidente Donald Trump ajudou a
alimentar a corrida por ativos mais seguros, a exemplo do ouro - que subiu mais de 1%.
Mas um dos maiores temores veio dos sinais emitidos pelo mercado americano de títulos. O
rendimento dos títulos do Tesouro de 2 anos e de 10 anos inverteu-se pela primeira vez desde junho de
2007.
Esse estranho fenômeno, chamado de inversão da curva de juros, é visto como um indicador confiável
de uma recessão ou forte desaceleração.
O índice de volatilidade CBOE - o chamado "índice do medo" - saltou 4,26 pontos, para 21,78. Todos
os 11 setores principais do índice S&P 500 estavam no vermelho, com os segmentos de energia e de
financiamento sofrendo a maior perda percentual.
Bancos também caíram fortemente, como o Citigroup (mais de 5%).

1 - Como o Brasil foi impactado?


O Brasil não escapou da turbulência dos mercados internacionais. Principal índice do mercado de
ações do país, o Ibovespa caiu 2,94%, a 100.258 pontos, a maior baixa em um só dia desde março - a
queda à época foi de 3,57%
O movimento também afetou o dólar comercial, que subiu 1,85%, chegando a R$ 4,041 na venda,
antes de recuar para R$ 4,038 no encerramento. A moeda americana estava abaixo do patamar de R$ 4
desde maio.
O avanço da reforma da Previdência, cujo calendário foi definido hoje pelos líderes partidários no
Senado, e da pauta econômica no Congresso - a exemplo da aprovação do texto-base da chamada
Medida Provisória de Liberdade Econômica - não foram suficientes para conter a queda da bolsa e a alta
do dólar.
Estima-se que a sessão de promulgação da reforma do sistema previdenciário ocorra até 10 de
outubro.
O governo de Jair Bolsonaro deve divulgar na semana que vem, também, um pacote que inclui uma
ajuda a Estados e municípios.

2 - Quem são os 'culpados'?


Trump novamente tentou jogar a turbulência do mercado no colo do Banco Central americano e sua
política de taxas de juros, chamando o presidente da instituição, Jerome Powell, de "sem noção".
Para o mandatário americano, ao elevar as taxas de juros quatro vezes no ano passado, o Banco
Central dos EUA "agiu rápido demais, e agora está muito, muito atrasado" em cortar os custos dos
empréstimos.
Pouco antes nesta quarta-feira, o conselheiro de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, disse à Fox
Business Network que o Banco Central dos EUA deve cortar as taxas em 0,50 ponto percentual "o mais
rápido possível", uma ação que, segundo ele, levaria a uma alta das Bolsas de Valores.
Apesar de os EUA anunciarem o adiamento de uma nova leva de tarifas sobre importações chinesas,
o protelamento fez pouco para aliviar a tensão global.
"A questão é que a política comercial de Trump se mostrou tão errática que não se consegue mais
aliviar a sensação de incerteza", disse Tim Duy, professor de Economia da Universidade do Oregon.
Em setembro do ano passado, o Banco Central dos EUA tinha um prognóstico relativamente otimista
para a economia, com a perspectiva de que o estímulo do pacote econômico de US$ 1,5 trilhão (com
corte de impostos e gastos) capitaneado pelo governo Trump sustentasse o crescimento e justificasse
taxas de juros cada vez mais altas (medida que serve, por exemplo, para conter uma alta da inflação).
Apesar da turbulência, Trump pretende colocar a economia no centro de sua campanha à reeleição
em 2020.
Em entrevista para a Fox Business Network na sexta-feira, a ex-chefe do Banco Central americano
Janet Yellen disse que achava que a economia dos EUA permanecia "forte o suficiente" para evitar uma
recessão, mas "as chances claramente aumentaram e chegaram a um patamar que sinceramente me
deixa desconfortável".

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53
3 - O que é a curva de juros invertida?
A "inversão da curva de juros" significa que é mais barato que os governos desses países tomem
empréstimos por 10 anos do que por 2.
É um patamar incomum e muitas vezes antecede uma recessão ou pelo menos uma desaceleração
significativa no crescimento econômico.
Este sinal de alerta vem do mercado de títulos, o lugar onde governos e empresas vão para pedir
dinheiro emprestado.
Um título é uma promessa de fazer certos pagamentos no futuro, geralmente um grande repasse
quando o título "amadurece".
O valor que os investidores pagam pelo título determina o rendimento que obterão - quanto maior o
preço, menor o rendimento.
Um fator que afeta o rendimento que os investidores miram é quanto tempo eles têm de esperar pelo
grande pagamento final.
Normalmente, uma espera mais longa significa que eles aguardam um rendimento maior.
Isso é uma recompensa por amarrarem o seu dinheiro por mais tempo, quando há mais risco de que
uma inflação inesperada possa erodir o valor de seus retornos.

4 - A curva invertida é um sinal confiável de recessão?


O que é incomum é que o rendimento dos títulos do governo do Reino Unido com dois anos até o
vencimento subiu acima do rendimento no equivalente a 10 anos. A mesma coisa aconteceu nos EUA.
Isso é visto como um sinal de que os investidores querem o retorno garantido de manter um título de
longo prazo, mas estão preocupados com as perspectivas de curto prazo para a economia.
Mas a curva de rendimentos invertida é confiável? De acordo com economistas do Banco Central dos
EUA, períodos com uma curva de juros invertida são seguidos de forma confiável por desacelerações
econômicas e quase sempre por uma recessão.
O tempo entre a inversão e o início de uma recessão não é, no entanto, uniforme.

5 - Mas desta vez pode ser diferente?


Há algo no cenário atual que não se aplica aos episódios anteriores: a flexibilização quantitativa, a
política adotada por muitos bancos centrais após a crise financeira (e antes, no caso do Japão) de comprar
ativos financeiros, principalmente dos títulos de governos.
Isso teve o efeito de elevar os preços dos títulos - o que, vale lembrar, equivale a reduzir o rendimento
deles. Então, a medida pode muito bem-estar contribuindo para a inversão da curva de juros atual.
A inversão da curva de juros não nos diz nada sobre quais podem ser as razões específicas para
qualquer recessão iminente.

6 - O que deixa os mercados tão nervosos?


Desta vez, existem várias possibilidades.
O conflito comercial global é um fator que afeta muitas economias. Muitas empresas (embora não
todas) e investidores estão preocupados com a possibilidade de um Brexit sem acordo, ou seja, a saída
do Reino Unido da União Europeia sem que haja um acerto sobre transição.
O Reino Unido acaba de registrar um trimestre de declínio da atividade econômica, então a ideia de
uma recessão iminente não é de todo fantasiosa, embora os números tenham sido influenciados pela
estocagem antes das datas planejadas do Brexit e o subsequente desfecho dessas ações.
Nos EUA, seria preciso uma desaceleração extra significativa para produzir uma recessão.
A Alemanha também registrou um trimestre de queda da atividade, de acordo com novos números,
então uma recessão também poderia estar ocorrendo lá.
A curva de rendimento para o governo alemão não está invertida. Mas há algo mais sobre os títulos
do governo que é um sinal claro de perspectiva econômica fraca: os rendimentos estão abaixo de zero.
Por consequência, os investidores pagam ao governo para emprestar a ele.
Isso reflete a política de taxas de juros ultrabaixas do Banco Central Europeu, mas é também um sinal
de uma perspectiva econômica fraca.

10% mais ricos recebem quase 50% da renda do trabalho no mundo, diz OIT36

No Brasil, essa fatia da população recebe cerca de 41% do total; desigualdade vinha caindo, mas
tendência foi interrompida pela crise. Dados são de 2017.
36
G1. 10% mais ricos recebem quase 50% da renda do trabalho no mundo, diz OIT. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/07/04/10percent-
mais-ricos-recebem-quase-50percent-da-renda-do-trabalho-no-mundo-diz-oit.ghtml. Acesso em 04 de julho de 2019.

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54
A concentração da renda do trabalho mostrou leve queda em 2017, segundo dados divulgados nesta
quinta-feira (04/07) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Apesar do recuo, os 10% mais
ricos continuam recebendo quase 50% de toda a renda do trabalho gerada.
O relatório, que abrange 189 países, mostra que, naquele ano, os 10% mais ricos do mundo receberam
48,95% da renda do trabalho – no ano anterior, esse percentual havia sido levemente maior, de 49,23%.
Já os 10% mais pobres receberam 0,15% da renda, mesmo patamar registrado desde 2014. Mesmo a
fatia dos 50% mais pobres ainda é muito pequena: representa apenas 6,4% do total.
"Ainda que os níveis de desigualdade de renda sigam muito altos, eles mostraram uma redução
substancial entre 2004 e 2017", diz OIT.
Um trabalhador entre os 10% mais ricos recebeu, em média, US$ 7.445 por mês em 2017. Já os que
estão entre os 10% mais pobres tiveram uma renda média mensal de apenas US$ 22. Considerando
todos os 50% mais pobres, a renda foi de US$ 198, segundo a OIT.

A OIT destaca, ainda que a renda do trabalho corresponde a 51,4% de toda a renda gerada. Os outros
48,6% se referem à renda do capital – ou seja, remuneraram os proprietários do dinheiro. "É importante
ressaltar que a participação do capital aumentou nos últimos anos", aponta a entidade.

Efeito dos emergentes


De acordo com o estudo, embora o conjunto de dados mostre uma redução na desigualdade global da
renda do trabalho desde 2004, isso não se deve a reduções na desigualdade dentro dos países.
“Pelo contrário, é por causa do aumento da prosperidade em grandes economias emergentes, como
China e Índia. No geral, os resultados dizem que a desigualdade de renda continua difundida no mundo
do trabalho”, afirma a OIT.
Ao dividir os assalariados em três grupos, entre salários baixos, médios e altos, a OIT aponta também
que somente os trabalhadores com salários mais altos viram sua situação melhorar entre 2004 e 2107,
enquanto os pertencentes às classes média e baixa registraram redução no poder de compra.
Considerando a distribuição de remuneração média entre os países, a OIT constata que a participação
da classe média (aproximadamente 60% dos trabalhadores) diminuiu, globalmente, de 44,8% para 43%
entre 2004 e 2017. Simultaneamente, a participação dos 20% dos que mais ganham aumentou de 51,3%
para 53,5%. Os países em que estes trabalhadores mais bem pagos viram a sua parcela de remuneração
aumentar em pelo menos um ponto percentual incluem Alemanha, Indonésia, Itália, Paquistão, Reino
Unido e Estados Unidos.

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55
"Os dados mostram que, em termos relativos, os aumentos nos rendimentos da mão-de-obra estão
associados a perdas para todos os outros, com trabalhadores de classe média e baixa renda observando
sua participação no declínio da renda", explica o diretor de produção de dados da Unidade de Análise da
OIT, Steven Kapsos, por meio de comunicado obtido pelo Valor.

No Brasil, a desigualdade de renda do trabalho vinha em tendência de queda, segundo os dados da


OIT. Mas essa melhora foi interrompida pela crise.
De 2004 a 2016, a renda percebida pelos 10% mais ricos recuou de 47,75% a 40,91% – em 2017, no
entanto, voltou a subir, atingindo 41,36%. Já o rendimento dos 10% mais pobres subiu de 0,49% a 1,11%
entre 2004 e 2016, mas mostrou um recuo em 2017, para 1,04% do total.

Entenda a regra que pode congelar os recursos do governo Bolsonaro nas próximas semanas37

Governo precisa de autorização do Congresso para emitir R$ 248,9 bilhões em dívidas e não
interromper Bolsa Família, Plano Safra e pagamento de aposentadorias.
Com as contas públicas desequilibradas, o governo Jair Bolsonaro pode ficar sem dinheiro já nas
próximas semanas para oferecer crédito barato aos produtores rurais e pagar despesas cruciais como
Bolsa Família e aposentadorias do INSS.
Para evitar esse problema, o Planalto precisa que o Congresso aprove em até duas semanas
autorização para emitir quase R$ 249 bilhões em dívida.
Se o Congresso não autorizar a União a fazer essa captação de recursos se endividando, o presidente
terá uma escolha difícil na ponta da caneta: cancelar as despesas e agravar a crise econômica do país
ou mantê-las e correr o risco de sofrer um processo de impeachment.

37
BBC. Entenda a regra que pode congelar os recursos do governo Bolsonaro nas próximas semanas. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/04/entenda-a-regra-que-pode-congelar-os-recursos-do-governo-bolsonaro-nas-proximas-
semanas.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 05 de junho de 2019.

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Por trás desse possível dilema está a chamada "regra de ouro" - norma constitucional que proíbe o
governo de fazer dívidas para bancar despesas correntes (gastos com administração e serviços públicos,
como salários de servidores, benefícios sociais, vacinas, material escolar, contas de luz, etc), salvo se
houver autorização expressa do Congresso.
O objetivo da restrição é evitar um descontrole da dívida pública e garantir que gerações futuras não
tenham de arcar com despesas feitas no passado.
"Pode até não aprovar (o crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões), mas aí você está diante de um
quadro que é eventualmente de colapso social e econômico", alertou o secretário de Macroavaliação
Governamental do Tribunal de Contas da União (TCU), Leonardo Albernaz, durante audiência na
Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso há duas semanas.
O relator do Projeto de Lei que trata do tema, deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), apresentará na
quarta-feira (05/06) seu texto para votação na CMO, recomendando a liberação do crédito.
A expectativa é de que o valor seja aprovado e, no mesmo dia, a matéria seja votada em sessão
conjunta do Senado e da Câmara convocada pelo presidente do Congresso, senador David Alcolumbre
(DEM-AP).
Rocha diz que o governo é o culpado pela demora na análise do pedido - o Executivo solicitou
autorização para o crédito extra em março, mas demorou a enviar informações solicitadas pela CMO.
"Estamos correndo contra o tempo", criticou.
Entenda melhor em quatro pontos as polêmicas em torno da regra de ouro.

1 - Quais despesas estão em risco?


Quando o governo enviou ao Congresso o pedido de crédito suplementar de quase R$ 249 bilhões,
disse que o grosso (cerca de R$ 204 bilhões) seria para cobrir as despesas com aposentadoria do INSS.
Outros R$ 30 bilhões iriam para o benefício social concedido a idosos e deficientes em situação de
pobreza extrema (Benefício de Prestação Continuada, o BPC).
O restante estava previsto para Bolsa Família (R$ 6,6 bilhões) e "subsídios e subvenções econômicas",
como o Plano Safra (R$ 8,2 bilhões).
"Eu acho que o Congresso vai aprovar, mas fica a tensão até ser aprovado. Você imagina uma pessoa
que recebe da Previdência, como é que ele faz com a notícia de que eventualmente no mês que vem
pode não ter o benefício? Essa pessoa vai evitar consumir, vai poupar. A própria expectativa já gera um
impacto econômico", explicou à reportagem o economista Manoel Pires, pesquisador do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV).
O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio Marques, também
reforçou a urgência da aprovação para garantir o planejamento dos produtores rurais.
Ele destacou na audiência pública da CMO que o grosso da safra brasileira é plantado a partir de
setembro, por isso, o Plano Safra precisa ser lançado neste mês, dando tempo ao fazendeiro para fazer
o financiamento.
"Não posso deixar passar de junho porque aumenta a imprevisibilidade para o setor", apelou aos
parlamentares.
Não está claro, porém, qual o valor real de dívida que o governo precisa contrair. O próprio Tesouro
Nacional reviu para R$ 146,7 bilhões a necessidade de financiamento por causa de receitas financeiras
acima do esperado, com operações do Banco Central e devolução de títulos públicos que haviam sido
repassados ao BNDES.
Apesar disso, a equipe econômica insiste para que o Congresso aprove os R$ 248,9 bilhões, afastando
qualquer risco de descumprimento da regra.
Se o crédito não for aprovado, Albernaz, do TCU, prevê que o governo acione o Supremo Tribunal
Federal para poder executar as despesas sem incorrer em crime de responsabilidade.
"É impensável falar recursos para BPC. Se isso acontecer, é o Supremo que provavelmente vai entrar
em ação, e vai mandar pagar. E a gente vai estar na mesma situação, dívida para custear despesas
correntes", ressaltou, ao defender a aprovação do crédito suplementar.

2 - Regra de ouro em xeque


O princípio da regra de ouro - norma adotada também em outros países - é evitar que o governo se
endivide para custear despesas presentes que não beneficiarão gerações futuras, que terão de pagar a
dívida depois com seus impostos.
Dessa forma, a Constituição estabelece que a União só pode fazer novas operações de crédito no
limite do valor previsto para investimentos, como, por exemplo, obras que melhoram a infraestrutura do
país.

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Esse princípio é alvo de controvérsia entre economistas, já que parte das despesas correntes, como
gastos em Educação e Ciência e Tecnologia, também geram benefícios de longo prazo.
Além disso, alguns países têm flexibilizado a regra para evitar ajustes fiscais muito duros, que possam
agravar crises econômicas. Foi o que aconteceu com o Reino Unido e Alemanha após a turbulência
financeira internacional de 2008, nota Manoel Pires.
"Quando o país passa por situação de crise, a regra de ouro acaba imponto um ajuste fiscal muito
abrupto. Ao não haver interesse em fazer esse ajuste por questões sociais, os países que eu estudei
abandonaram a regra de ouro e impuseram regras alternativas que tornassem esses ajustes mais
graduais", ressaltou.
Alguns estudiosos das finanças públicas também têm criticado a aplicação da regra no Brasil porque,
efetivamente, ela não tem sido capaz de evitar o aumento do endividamento público nem o corte dos
investimentos.
"A regra tem um objetivo que, em tese, é nobre, mas o desenho é ruim. Ela é inócua", disse Albernaz,
na audiência da CMO.
Os investimentos federais, que somaram de R$ 77,5 bilhões em 2014, estão previstos para apenas R$
33,6 bilhões neste ano, mas tendem a ficar abaixo disso.
Já a dívida pública bruta passou de 63% do PIB em 2014 para quase 80% hoje. Esse aumento reflete
a necessidade de emitir novos títulos públicos para pagar os juros da dívida, já que há cinco anos o
governo não consegue economizar para cobrir essa despesa.

3 - Como o país chegou a essa situação?


A encrenca de hoje é reflexo de anos de desequilíbrio nas contas públicas - desde 2014, a União tem
apresentado rombos bilionários, acumulando déficit de R$ 550 bilhões em cinco anos. A previsão é de
novo resultado negativo neste ano.
Segundo o economista Manoel Pires, pesquisador do Ibre-FGV, isso reflete um crescimento acelerado
das despesas, puxado por gastos obrigatórios como as aposentadorias, ao mesmo tempo em que se vê
uma expansão menor da arrecadação devido ao fraco desempenho da economia.
Os dados do Tesouro Nacional mostram que as receitas federais cresceram acima das despesas por
cinco anos seguidos, de 2012 a 2016, período quase todo governado por Dilma Rousseff. A situação se
inverteu nos dois últimos anos do governo de Michel Temer, em que foi implementado um controle mais
rígido das despesas, mas não foi suficiente para trazer as contas para o azul.
"O que vemos hoje é reflexo da irresponsabilidade fiscal do governo Dilma", crítica Zeina Latif, a
economista-chefe da XP Investimentos.
Apesar do desequilíbrio por anos seguidos, algumas especificidades da regra de ouro brasileira
acabaram evitando que a trava no endividamento para cobrir despesas correntes fosse acionada antes,
destaca Manoel Pires.
Isso porque foram usadas receitas financeiras obtidas pela União, como lucros do Banco Central (por
exemplo, quando o dólar se valoriza elevando o valor das reservas internacionais em reais) ou o
pagamento de repasses concedidos no passado ao BNDES. "São operações que reduzem a necessidade
de emissão de dívida", explica o pesquisador do Ibre.
Novas regras aprovadas no Congresso, porém, vão reduzir bastante esse tipo de repasse do Banco
Central, enquanto os pagamentos do BNDES, que chegaram a R$ 130 bilhões em 2018, tendem a perder
fôlego.

4 - Como resolver o problema?


A Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI) projeta que o governo terá de pedir créditos
suplementares anualmente até 2026, quando finalmente a União deve voltar a ter saldo positivo nas
contas públicas.
"A gente é pródigo em criar regras fiscais, mas não em cumprir as regras. Cumprir significa fazer o
arroz com feijão, cortar gastos, aumentar receitas, ou fazer uma combinação dessas duas coisas", disse
aos parlamentares o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto.
A principal proposta do governo para controlar as contas é a reforma da Previdência, já que o
envelhecimento da população tem provocado aumento acelerado dos gastos com aposentadorias.
Essa medida, porém, tem impacto gradativo ao longo dos anos e não vai impactar imediatamente no
cumprimento da regra de ouro.
Para Manoel Pires, um ajuste deveria também passar por medidas que aumentem a receita, com
reversão de parte das renúncias fiscais, como as desonerações da Zona Franca de Manaus ou limitação
do Simples.
Ele também defende que seja aprovada uma emenda constitucional que modifica a regra de ouro.
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Na sua avaliação, em vez de prever que o Congresso possa autorizar créditos suplementares, seria
melhor ter "gatilhos" automáticos para a redução dos gastos e aumento de despesas.
"É preciso dar instrumentos para que o governo, uma vez descumprida a regra de ouro, possa voltar
a controlar dívida e aumentar investimento", argumenta.
"Por exemplo, a Constituição poderia limitar o crescimento da folha de pessoal (gastos com contratação
e salário dos servidores) pela inflação enquanto a regra de ouro estiver sendo descumprida, ou reverter
as renúncias tributárias em 20%", exemplifica.

PIB do Brasil cai 0,2% no 1º trimestre e tem primeira retração desde 201638

Não houve revisão do resultado do 4º trimestre, afastando a chance de o país já ter entrado em uma
recessão técnica. Segundo IBGE, consumo das famílias impediu PIB ainda pior.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 0,2% no 1º trimestre, na comparação com o último
trimestre do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30/05) pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,714 trilhão.
Trata-se da primeira queda desde o 4º trimestre de 2016 (-0,6%).
Apesar de decepcionante, o resultado veio dentro do esperado pelo mercado, confirmando a leitura de
maior fraqueza da atividade econômica neste começo de ano e piora das expectativas.
Além de representar uma interrupção da trajetória de recuperação, que já vinha em ritmo lento, o PIB
negativo no 1º trimestre traz novamente o risco de volta da recessão (caracterizada, tecnicamente, por
dois trimestres seguidos de queda).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da
economia.

Não houve revisão do resultado do 4º trimestre de 2018 (alta de 0,1% na comparação com os 3 meses
anteriores), afastando assim a chance de o país já ter entrado em uma recessão técnica como temia parte
dos analistas.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 0,5% entre janeiro e março,
pior resultado desde o 1º trimestre de 2017 (0,1%), representando uma desaceleração significativa em
relação aos meses anteriores (1,1% no 4º trimestre de 2018 e 1,3% no 3º trimestre de 2018).

PIB segue no patamar de 2012


De acordo com a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio, o resultado mantém a
economia brasileira em patamar semelhante ao que se encontrava no 1º semestre de 2012. “Em relação
ao pico, o ponto mais alto do PIB, atingido no primeiro trimestre de 2014, estamos 5,3% [abaixo]”,
destacou.
38
Darlan Alvarenga. Daniel Silveira. PIB do Brasil cai 0,2% no 1º trimestre e tem primeira retração desde 2016. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/30/pib-do-brasil-cai-02percent-no-1o-trimestre-diz-ibge.ghtml. Acesso em 30 de maio de 2019.

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Segundo ela, a perda de fôlego da economia fica mais evidente quando se analisa a taxa acumulada
nos últimos quatro trimestres em relação ao mesmo período do ano anterior. Nessa base de comparação,
a alta foi de 0,9% no 1º trimestre, abaixo do avanço de 1,1% no 4º trimestre de 2018 e de 1,4% no 3º
trimestre de 2018.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira que, para o Brasil atingir o "sonho do
crescimento", reformas estruturais, como a da previdência e a tributária, precisam ser aprovadas, e que
o governo não vai buscar implementar "truques, nem mágicas".
De acordo com ele, medidas artificiais de estímulo à economia, como uma "liberaçãozinha" de
recursos, ou corte artificial dos juros, já foram implementadas no passado sem sucesso, gerando o que
ele classificou como um padrão de "voo de galinha" na economia (crescimento baixo e inconsistente).

Consumo das famílias impede uma queda maior


O resultado só não foi pior porque o consumo das famílias, que representa 64,3% do PIB total, cresceu
0,3% no 1º trimestre, a 9ª alta seguida. "Se não fosse o consumo das famílias, o resultado poderia ter
sido um pouco pior", destacou Claudia Dionísio.
Embora no campo positivo, o consumo das famílias também perdeu fôlego, após avanço de 0,5% no
4º trimestre e 0,6% no 3º trimestre, pressionado por fatores como inflação mais alta, aumento do
desemprego e piora da confiança dos consumidores. Do lado da oferta, a principal contribuição positiva
veio do setor de serviços, que manteve o ritmo de crescimento registrado no trimestre anterior (0,2%).
Apesar da alta, os segmentos de comércio (-0,1%) e transporte, armazenagem e correio (-0,6%)
registraram a segunda queda seguida.

Veja os principais destaques do PIB no 1º trimestre:


- Serviços: 0,2%
- Indústria: -0,7% (pior resultado desde o 4º tri de 2016, quando recuou -1,8%)
- Indústria extrativa: -6,3%
- Agropecuária: -0,5% (pior resultado desde o 3º tri de 2017, quando ficou em -2,2%)
- Consumo das famílias: 0,3% (pior desde o 2º tri de 2018, quando ficou em 0%)
- Consumo do governo: 0,4%
- Investimentos: -1,7%
- Construção civil: -2%
- Exportação: -1,9% (pior resultado desde o 2º tri de 2018, quando recuou 4,4%)
- Importação: 0,5%

Indústria puxa queda


Entre os principais setores, a maior queda foi da indústria (-0,7%), impactada principalmente pelo recuo
de 6,3% da indústria extrativa, refletindo os desdobramentos do rompimento da barragem da Vale em
Brumadinho (MG). Agropecuária caiu 0,5% na comparação com o trimestre anterior, enquanto os serviços
subiram 0,2%.
“Além de Brumadinho, outras barragens também foram paralisadas. Então, essa parte de extração de
minério foi muito prejudicada. Além disso, a extração de petróleo e gás também veio no campo negativo”,
ressaltou a pesquisadora do IBGE.

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A Indústria de transformação teve retração (-0,5%), influenciada principalmente, segundo o IBGE, pela
queda da fabricação de equipamentos de transportes, indústria farmacêutica, fabricação de máquinas e
equipamentos e fabricação de produtos alimentícios. Já a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto,
atividades de gestão de resíduos cresceu 1,4%.

Tombo nos investimentos


Pela ótica da despesa, os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) tiveram a segunda queda
trimestral seguida (-1,7%), enquanto o consumo do governo cresceu 0,4%, após queda de 0,3% no 4º
trimestre.
A coordenadora de Contas Nacionais, Rebeca de La Rocque Palis, destacou que, além da conjuntura
macroeconômica, os investimentos também foram prejudicados pelo menor impacto das mudanças no
regime de tributação no setor de óleo e gás (Repetro), que nos dois últimos trimestres do ano passado
alavancaram o indicador.
A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2019 foi de 15,5% do PIB, abaixo do observado no
consolidado de 2018 (15,8%) e ainda bem longe do patamar acima de 21% registrado em 2013, antes da
recessão.
Já a taxa de poupança ficou em 13,9% no primeiro trimestre, ante 15,4% no mesmo período de 2018.
"Se o consumo cresceu mais que o PIB, é óbvio que a poupança vai diminuir", afirmou Rebeca.
No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram (-1,9%), enquanto as importações
cresceram 0,5% em relação ao trimestre anterior. A economia brasileira fechou com 2018 com
necessidade de financiamento de R$ 32,3 bilhões ante R$ 23,9 bilhões no mesmo período do ano anterior.

5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano, aponta IBGE39

Desse total, 3,3 milhões estão desocupados há dois anos ou mais. Taxa de desemprego entre jovens
de 18 a 24 anos sobe para 27,3%.
Dados divulgados nesta quinta-feira (16/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
mostram que 5,2 milhões de desempregados procuram emprego há mais de 1 ano. Esse universo
representa 38,9% dos desempregados no país.
Do total de pessoas na fila do desemprego, 3,3 milhões (24,8%) estão desocupados há dois anos ou
mais, uma alta de 9,8% na comparação com o 1º trimestre de 2018.
Ainda segundo o IBGE, 6 milhões de pessoas (45,4% do total) estão procurando emprego há mais de
1 mês e menos de 1 ano, e 2,1 milhões estão na fila do desemprego há menos de 1 mês.

39
Darlan Alvarenga. 5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano, aponta IBGE. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/16/52-milhoes-de-desempregados-procuram-trabalho-ha-mais-de-1-ano-aponta-ibge.ghtml. Acesso em 16 de maio
de 2019

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A taxa de desemprego média no país no 1º trimestre subiu para 12,7%, conforme já divulgado
anteriormente pelo órgão, atingindo 13,4 milhões de brasileiros. Trata-se do maior índice de desocupação
desde o trimestre terminado em maio de 2018.
"Dos 13 milhões de desempregado, 1/4 procura emprego há mais de dois anos. Isso acarreta uma
perda de qualificação, que afasta ainda mais as pessoas do mercado de trabalho, porque esse
conhecimento se torna obsoleto, e cria círculo vicioso no mercado", afirmou o coordenador de Trabalho e
Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
"A desocupação é expressiva, a qualificação não avança e o que sustenta o mercado é o emprego por
conta própria e a informalidade. Isso denúncia um diagnóstico bastante grave", acrescentou.

Amapá tem 20% de desempregados, a maior taxa do país


Segundo o IBGE, o desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da federação no 1º trimestre. As
maiores taxas de desemprego foram observadas no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18,0%), e as
menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%).
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram em 13,5% e 15,3%, respectivamente.
Além da alta do desemprego, a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu 25% no 1º trimestre,
a maior já registrada pelo IBGE. Esse grupo reúne os desocupados, os subocupados com menos de 40
horas semanais e uma parcela de pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar
emprego por motivos diversos. Esta parcela da população alcançou o número recorde de 28,3 milhões
de pessoas.

Desemprego é maior entre jovens, mulheres e negros e pardos


Os dados do IBGE mostram que o desemprego continua maior entre jovens, mulheres e negros.
No 1º trimestre de 2019, a taxa de desemprego na faixa de idade entre 14 e 17 anos chegou a 44,5%.
Já na faixa de 18 a 24 anos, subiu para 27,3%, chegando a 31,9% na região Nordeste. Nas demais faixas
de idade, para todo o país a taxa ficou abaixo da média nacional (veja gráfico abaixo).

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O maior contingente de desempregados, entretanto, se concentra na faixa etária de 25 a 59 anos
(57,2%). Na sequência, estão os jovens de 18 a 24 anos (31,8%), os menores de idade (8,3%) e os idosos
(2,6%).
"A crise começou em 2014. Então, o jovem que há quatro anos entrou numa universidade e hoje com
22 anos está se formando, provavelmente nunca teve uma experiência de trabalho na sua área. É essa
qualificação está se perdendo porque ele vai em busca de um emprego mais básico", observou Azeredo.
As mulheres seguem como a maioria (52,6%) da população desocupada e da população fora da força
de trabalho (64,6%). Entre os homens, a taxa de desemprego ficou em 10,9% no 1º trimestre, ao passo
que entre as mulheres foi de 14,9%.
A taxa de desocupação entre os que se declararam brancos (10,2%) ficou abaixo da média nacional
(12,7%) no 1º trimestre. Porém, a dos pretos (16%) e a dos pardos (14,5%) ficaram acima. Do total de
13,4 milhões de desempregados, os pardos representaram a maior parcela (51,2%), seguidos dos
brancos (35,2%) e negros (10,2%).
Quanto ao nível de instrução, 56,4% dos desempregados no 1º trimestre tinham o ensino médio e
22,1% não tinham o ensino fundamental completo. Já os desempregados com nível superior completo
representaram 10,4%.
O coordenador da pesquisa destacou também um outro grupo fortemente afetado pela crise do
mercado de trabalho, o de homens adultos, preto ou pardo, e em especial nos estados do Nordeste.
"São pessoas menos qualificadas, arrimos de família, que eram chão de fábrica, de canteiros de obras,
ou da agricultura, e que foram empurrados para a informalidade. A mulher é quem sempre mais sofre nas
crises, mas essa crise acaba prejudicando principalmente os homens e a população no Nordeste",
destacou Azeredo.
Em meio ao aumento do desemprego e uma série de dados ruins no 1º trimestre, as projeções de
crescimento para o Brasil vêm sofrendo sucessivas reduções. A mais recente pesquisa Focus realizada
semanalmente pelo BC junto a uma centena de economistas mostrou que a estimativa para a atividade
neste ano é de crescimento de 1,45%, mas alguns analistas já veem uma taxa abaixo de 1%.
O ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou em audiência pública na Comissão Mista de
Orçamento (CMO) do Congresso que a projeção de crescimento do governo para a economia neste ano
caiu para 1,5%.
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63
Pesquisa mostra que 30% das mulheres deixam trabalho por causa dos filhos; homens são 7%40

Outro levantamento mostra que os constrangimentos no mercado de trabalho por causa da


maternidade são motivo de queixa para mais da metade das mães.
Uma pesquisa divulgada pela Catho aponta que 30% das mulheres deixam o mercado de trabalho
para cuidar dos filhos. Entre os homens, essa proporção é quatro vezes menor, de 7%. O levantamento
foi feito em 2018 e ouviu 2,3 mil pessoas.
Outros estudos mostram as dificuldades enfrentadas pelas mulheres que são mães no mercado de
trabalho. Entre as mães, 48% apontam que já tiveram problemas no trabalho por ter que se ausentar
porque o filho passou mal.
Outro motivo de conflito são pedidos para chegar mais tarde ao serviço em dias de reuniões escolares,
com 24% das respostas. Os números são de outra pesquisa da Catho, empresa especializada em
recrutamento de profissionais.

Dados também mostram que os constrangimentos no mercado de trabalho por causa da maternidade
são motivo de queixa para mais da metade das mães. Uma pesquisa da Vagas.com aponta que 52% das
mães que trabalham dizem ter passado por esse tipo de situação durante a gravidez ou no retorno da
licença-maternidade.
Entre elas, cerca de 20% relaram terem sido demitidas - apesar de a lei trabalhista vetar demissão
sem justa causa durante a gravidez e até 5 meses depois do parto. Outras queixas levantadas pela
pesquisa são comentários desagradáveis (especialmente de chefes), subestimação, redução de carga
horária e salário e exclusão de projetos por conta da maternidade.

40
Karina Trevisan. Pesquisa mostra que 30% das mulheres deixam trabalho por causa dos filhos; homens são 7%. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2019/05/10/pesquisa-mostra-que-30percent-das-mulheres-deixam-trabalho-por-causa-dos-filhos-
homens-sao-7percent.ghtml. Acesso em 10 de maio de 2019.

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64
Nas entrevistas de emprego, as perguntas às candidatas sobre maternidade são frequentes entre os
recrutadores. Segundo a pesquisa da Vagas.com, quase 71% das entrevistadas disseram ter sido
perguntadas sobre filhos e planos de engravidar em seu processo seletivo mais recente.

Petrobras vai reajustar diesel com intervalo mínimo de 15 dias e anuncia cartão para
caminhoneiros41

Petroleira vinha reajustando o combustível em intervalos menores, desde o fim do programa de


subsídios. No ano, preço médio do diesel nas refinarias acumula alta de 18,48%.
A diretoria da Petrobras aprovou mudanças na periodicidade de reajuste nos preços do diesel vendido
para as refinarias. Os preços passarão a ser reajustados, no mínimo, a cada 15 dias, informou a estatal
nesta terça-feira (26/03) em comunicado ao mercado.
Desde então, a petroleira vinha reajustando o combustível em intervalos menores, desde o fim do
programa de subsídios lançado pelo governo após a greve dos caminhoneiros.
Somente em março, foram anunciados 5 reajustes no preço do diesel, sendo 4 aumentos e duas
reduções. No ano, o preço médio do diesel nas refinarias acumula alta de 18,48%.
Nos postos, o preço médio do litro do diesel no país subiu 0,1% na semana passada, para R$ 3,540,
segundo levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis
(ANP). No ano, entretanto, a alta é menor que o verificado nas refinarias, de 2,6%.
O repasse dos reajustes ao consumidor final, nos postos, depende de uma série de variáveis, como a
margem de revendedores e distribuidores, impostos e da mistura obrigatória de biocombustível.
Segundo a Petrobras, os preços do diesel nas refinarias correspondem a cerca de 54% do valor
cobrado na bomba ao consumidor final.

Cartão para caminhoneiros


Junto da medida, a Petrobras também informou que sua subsidiária Petrobras Distribuidora S.A. (BR)
está desenvolvendo, para daqui a 90 dias, um cartão de pagamentos que viabilizará a compra por
caminhoneiros de litros de diesel a preço fixo nos postos com a bandeira BR (Cartão Caminhoneiro).
"O cartão servirá como uma opção de proteção da volatilidade de preços, garantindo assim a
estabilidade durante a realização de viagens", informou a estatal.

Política de preços
A companhia pontuou que continuará a utilizar mecanismos de proteção financeira, como o hedge com
o emprego de derivativos, cujo objetivo é preservar a rentabilidade de suas operações de refino.
"Ficam mantidos os princípios que balizam a prática de preços competitivos, como preço de paridade
internacional (PPI), margens para remuneração dos riscos inerentes à operação e nível de participação
no mercado", disse a empresa, em comunicado.

41
Taís Laporta. Petrobras vai reajustar diesel com intervalo mínimo de 15 dias e anuncia cartão para caminhoneiros.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/26/petrobras-decide-que-preco-do-diesel-ficara-ate-15-dias-sem-reajuste.ghtml. Acesso em 27 de março de 2019

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65
Segundo a companhia, a paridade internacional será mantida, evitando práticas que poderiam
caracterizar monopólio, já que possui 98% da capacidade de refino do Brasil.
Em setembro do ano passado, a Petrobras anunciou a adoção de um mecanismo de proteção
financeira para aumentar os intervalos de reajustes nos preços da gasolina nas refinarias em até 15 dias.
O objetivo era dar mais flexibilidade à sua política de preços.

Programa de subsídio
O programa de subsídio ao diesel foi estabelecido em junho, após o governo fechar um acordo com
caminhoneiros para encerrar os protestos que paralisaram o país.
O preço de comercialização para a Petrobras e outros agentes que participam do programa, incluindo
alguns importadores, foi congelado naquele mês a R$ 2,0316 por litro.
Empresas como a Petrobras que aderiram ao plano precisavam praticar preços estipulados pelo
governo e eram ressarcidas em até 30 centavos por litro, dependendo do cenário de preços externos.

Entenda o que está em jogo na relação entre o Brasil e a OCDE42

País aguarda uma resposta a seu pedido para tornar-se membro da organização; nesta terça, EUA
manifestaram apoio, mas exigem que país retire tratamento especial na OMC.
Há quase dois anos, o Brasil aguarda uma resposta sobre seu pedido para tornar-se membro da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado “clube dos ricos”. O
país é "parceiro-chave" da organização desde 2007.
A OCDE é uma organização que visa promover a cooperação e discussão de políticas públicas e
econômicas para guiar os países que dela fazem parte.
O pedido do Brasil foi feito pelo governo do então presidente Michel Temer. Mas nada foi decidido por
falta de acordo entre os países membros – tendo os Estados Unidos como um dos maiores empecilhos.
Além do Brasil, outros cinco países também aguardam uma decisão para entrar na OCDE: Argentina,
Peru, Croácia, Bulgária e Romênia. O Brasil foi o último a solicitar o ingresso.
Inicialmente, o governo americano relutou em permitir a entrada simultânea de vários postulantes e
queria que a Argentina tivesse preferência sobre o Brasil, alegando que a análise de vários pedidos
atrapalharia o funcionamento da organização.

42
G1. Entenda o que está em jogo na relação entre o Brasil e a OCDE. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/19/entenda-o-que-esta-em-jogo-na-
relacao-entre-o-brasil-e-a-ocde.ghtml. Acesso em 20 de março de 2019.

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66
Contudo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (19/03) que os EUA estão
dispostos a apoiar a entrada do Brasil na OCDE, desde que o país deixe a lista de países de tratamento
especial e diferenciado da OMC.
Em encontro na Casa Branca com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente dos EUA, Donald Trump,
afirmou que apoia o ingresso do Brasil na organização.

Benefícios para o Brasil


Os defensores da iniciativa brasileira argumentam que a adesão à OCDE pode favorecer investimentos
internacionais e as exportações, aumentar a confiança dos investidores e das empresas e ainda melhorar
a imagem do país no exterior, favorecendo o diálogo com economias desenvolvidas.
No caso de países emergentes, a entrada na OCDE pode possibilitar também a captação de recursos
no exterior a taxas de juros menores.

Requisitos para entrar na OCDE


Para entrar no acordo, é preciso implementar uma série de medidas econômicas liberais, como o
controle inflacionário e fiscal. Em troca, o país ganha um "selo" de investimento que pode atrair
investidores ao redor do globo.
Dos 238 instrumentos normativos da OCDE ao qual um país deve aderir para se tornar membro, o
Brasil havia assinado 39 e pedido para aderir a outros cerca de 70 até meados do ano passado.

Questões

01. (Prefeitura de Salvador/BA – Analista – FGV – 2019) A partir da categoria "desvalidos", de J.


Friedmann e L. Sandercock, as formas de pobreza podem ser diferenciadas em: despossessão
psicológica, que diz respeito a um sentimento de autodesvalorização das populações pobres em relação
às ricas; despossessão social, que se manifesta pela impossibilidade de parcela da população ter acesso
aos mecanismos de êxito social; despossessão política, que está relacionada à incapacidade de certos
grupos sociais de participar efetivamente da vida pública ou de ter acesso a mecanismos de interferência
e ação política.
Assinale a opção que indica corretamente a caracterização multidimensional da pobreza apresentada
no texto.
(A) Fenômeno de atraso relacionado ao baixo nível de renda e consumo.
(B) Forma de subdesenvolvimento moral associada à escassez de rendimentos.
(C) Carência de bens e recursos materiais necessários para a sobrevivência.
(D) Condição de vulnerabilidade socioeconômica, política e de baixa autoestima.
(E) Forma de desigualdade na distribuição de renda e dos serviços essenciais.

02. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) Em junho/2019, foi tomada uma decisão de
grande interesse para o governo, principalmente para o Ministério da Economia. Trata-se
(A) da liberação da venda de subsidiárias de estatais sem a necessidade de aval do Congresso,
facilitando as privatizações.
(B) do percentual de aumento do salário mínimo que deverá atingir 15% no ano de 2020, o que
garantirá reposição salarial.
(C) de nova sistemática de contagem da população desempregada para facilitar a criação de políticas
de geração de emprego.
(D) da disponibilização de recursos provenientes das exportações para ampliar programas
habitacionais.
(E) da criação de mecanismos legais que dificultem a saída de capitais estrangeiros do mercado
financeiro nacional.

03. (BRDE – Analista de Projetos-Área Econômico-financeiro – FUNDATEC) O Banco Central do


Brasil está entre as principais autoridades monetárias do país e é integrante do Sistema Financeiro
Nacional. Quem é seu atual presidente?
(A) Alexandre Tombini.
(B) Armínio Fraga.
(C) Henrique Meirelles.
(D) Roberto Campos Neto.
(E) Michel Temer.

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04. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) O presidente dos Estados Unidos afirmou em
março/2019, que irá apoiar a entrada do Brasil numa determinada instituição internacional, um pleito
brasileiro. "Eu estou apoiando o Brasil”, disse, no Salão Oval da Casa Branca, onde recebeu o presidente
brasileiro. O pleito é visto pelo Brasil como um selo de confiança internacional e tem sido defendido pelo
Ministro da Economia.
O Brasil pretende ser aceito
(A) na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
(B) no Conselho de Segurança da ONU.
(C) na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
(D) no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD).
(E) na Organização Mundial do Comércio (OMC).

05. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) Os analistas do mercado financeiro analisaram


pela 20a semana consecutiva a previsão de crescimento da economia em 2019, segundo dados
divulgados pelo Banco Central (BC) em julho/2019.
Na previsão dos analistas, haverá
(A) aumento dos impostos para obter recursos e incentivar a produção.
(B) redução da inflação anual que deverá atingir de 10 a 12%.
(C) estabilização da taxa de juros entre 8 e 9%.
(D) equiparação entre o dólar e o euro no mercado cambial.
(E) fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

Gabarito

01.D / 02.A / 03.D / 04.A / 05.E

Comentários

01. Resposta: D
Condição de vulnerabilidade socioeconômica, política e de baixa autoestima.
O fragmento do texto apresenta a pobreza como um fenômeno multifacetado. Basicamente essas são
as dimensões analisadas: despossessão psicológica, social e política.
(http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=1132:reportagens-materias&Itemid=39).

02. Resposta: A
Em processo definido em junho de 2019, a maioria dos ministros do STF concordou com a flexibilização
das regras para a comercialização de estatais.
Ficou claro que ainda é proibida a privatização de estatais sem a permissão do Congresso, porém
essa regra não se aplica às suas subsidiárias.

03. Resposta: D
O economista Roberto Campos Neto tomou posse como presidente do Banco Central (BC), em reunião
privada no Palácio do Planalto no dia 28 de fevereiro de 2019. Ele assume o lugar de Ilan Goldfajn, que
estava no comando da instituição desde junho de 2016.

04. Resposta: A
A OCDE é uma organização que visa promover a cooperação e discussão de políticas públicas e
econômicas para guiar os países que dela fazem parte.
O pedido do Brasil foi feito pelo governo do então presidente Michel Temer e inicialmente, o governo
americano relutou em permitir a entrada simultânea de vários postulantes e queria que a Argentina tivesse
preferência sobre o Brasil, alegando que a análise de vários pedidos atrapalharia o funcionamento da
organização.

05. Resposta: E
De acordo com texto noticiado na Folha de SP, “A projeção do mercado financeiro para o PIB de 2019
é de 0,87%, segundo o Boletim Focus do Banco Central. O governo prevê um crescimento ligeiramente
menor, de 0,85%.”.

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Transporte
Cuidado com a multa: novas placas do Mercosul vão passar a ser obrigatórias a partir do dia 3143

Depois de vários adiamentos, a partir do dia 31 de janeiro, será obrigatório o uso das placas do
Mercosul em todos os estados brasileiros. O prazo, portanto, atende ao estipulado na Resolução n°
780/2019 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de julho do ano passado. A determinação é de
que as unidades federativas do país devam utilizar o novo padrão de placas de identificação Veicular
(PIV).
Embora a adoção do sistema de placas do Mercosul tenha sido anunciada em 2014, e deveria ter
entrado em vigor em janeiro de 2016, a implantação do registro foi adiada seis vezes. Devido a disputas
judiciais, a implantação ficou para 2017. Depois foi adiada mais uma vez para que os órgãos estaduais
de trânsito pudessem se adaptar ao novo modelo e credenciar as fabricantes das placas.
Dos 26 estados do Brasil, já aderiram à nova PIV: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Piauí,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia.

Obrigatoriedade da nova placa


A nova placa é obrigatória em caso de primeiro emplacamento ou para o dono do veículo com a placa
antiga que vier a mudar de município ou unidade federativa. Além disso, também é obrigatória em casos
de roubo, furto, dano ou extravio da placa, e nos casos em que haja necessidade de instalação da
segunda placa traseira.

Padrão da nova placa


A nova placa apresenta o padrão com quatro letras e três número, que o inverso do modelo atual
adotado com três e quatro números. A cor de fundo também muda, que passará a ser totalmente branca.
A mudança também ocorre na fonte para diferenciar o tipo de veículo: preta para veículos de passeio,
vermelha para veículos em teste, dourado para automóveis diplomáticos e prateado para os veículos de
colecionadores.

Código QR
Todas as placas contarão com um código de barras dinâmico do tipo Quick Response Code (QR Code),
com números de série e acesso às informações do banco de dados dos fabricantes e estampador da placa.
O objetivo disso é controlar a produção, logística, estampagem e instalação das placas nos respectivos
veículos, além de verificar a autenticidade.

Motorista de aplicativo poderá aderir a programa de microempreendedor individual44

Com autorização, publicada no 'Diário Oficial da União' desta quinta, motoristas poderão recolher
tributos e ter direito a contar tempo para aposentadoria, entre outros benefícios.
Os motoristas de aplicativo independentes, profissão que vem ganhando adeptos nos últimos anos,
receberam autorização do governo, por meio de resolução publicada no "Diário Oficial da União" desta
quinta-feira (08/08), para serem considerados microempreendedores individuais.
Esse programa foi criado há dez anos atrás para incentivar a formalização de pequenos negócios e de
trabalhadores autônomos como vendedores, doceiros, manicures, cabeleireiros, eletricistas, entre outros,
a um baixo custo.
Podem aderir ao programa os negócios que faturam até R$ 81 mil por ano (ou R$ 6,7 mil por mês) e
que têm no máximo um funcionário.
Atualmente, o custo mensal do registro é de R$ 49,90, que pode ser acrescido de R$ 1 se o ramo
exercido for comércio ou indústria (ICMS), ou de R$ 5, em ISS, se for do ramo de serviços - totalizando
R$ 54,90. Se o negócio envolver essas três atividades (comércio, indústria e serviços), o valor mensal é
de R$ 55,90.
Além de contribuir mensalmente, o microempreendedor também deve entregar anualmente a
Declaração Anual do Simples Nacional – Microempreendedor Individual (DASN SIMEI), manter o controle
mensal do faturamento, emitir notas fiscais para pessoas jurídicas, guardar as notas fiscais de compra e
venda e realizar os recolhimentos obrigatórios (se tiver um funcionário).
43
Luiz Felipe Kessler. Cuidado com a multa: novas placas do Mercosul vão passar a ser obrigatórias a partir do dia 31. https://seucreditodigital.com.br/novas-
placas-do-mercosul-vao-ser-obrigatorias/. Acesso em 22 de janeiro de 2020.
44
Alexandro Martello. Motorista de aplicativo poderá aderir a programa de microempreendedor individual. G1.
https://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2019/08/08/motorista-de-aplicativo-ganha-autorizacao-para-ser-microempreendedor-individual.ghtml. Acesso em 08 de
agosto de 2019.

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69
Quando estão adimplentes, os pequenos empresários têm direito aos benefícios da chamada rede de
proteção social: salário-maternidade (a partir de 10 meses de contribuição); aposentadoria por invalidez
e auxílio-doença (após 12 meses de contribuição); de auxílio-reclusão e pensão por morte para seus
dependentes. Além disso, também não podem contar esse tempo para a aposentadoria por idade.
O registro de MEIs permite ao microempreendedor ter CNPJ, a emissão de notas fiscais, o aluguel de
máquinas de cartão e o acesso a empréstimos (com juros mais baratos). Além disso, também poderá
vender seus produtos, ou serviços, para o governo, além de ter acesso ao apoio técnico do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
No Portal do Empreendedor, há quase 500 atividades listadas que podem ser exercidas por
microempreendedores individuais. Entre elas, carreiras mais tradicionais, como cabeleireiros e
açougueiros, algumas mais recentes, como "bikeboys", e outras exóticas, como comerciante de artigos
eróticos, de perucas e humorista e contador de histórias.
Nos últimos 5 anos, desde o período pré-recessão, o número de MEIs no país já cresceu mais de
120%. Segundo avaliação do Sebrae DF, o forte crescimento no número de microempreendedores nos
últimos anos tem relação com o fraco nível de atividade da economia, que registrou recessão em 2015 e
2016.

Governo anuncia crédito de R$ 30 mil para caminhoneiros autônomos e investimento de R$ 2 bi


em rodovias45

Anúncio foi feito pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em entrevista coletiva no Palácio do
Planalto. Dinheiro deverá ser usado para compra de pneus e manutenção dos veículos.
O governo federal anunciou nesta terça-feira (16/04) uma linha de crédito de até R$ 30 mil, via Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para caminhoneiros autônomos. Também
anunciou o investimento de R$ 2 bilhões em rodoviais.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
"O governo anuncia neste momento uma linha de crédito específica para caminhoneiros autônomos
de até R$ 30 mil para compra de pneus e manutenção dos veículos", afirmou Onyx.
De acordo com o ministro, serão liberados R$ 500 milhões na linha de crédito, que poderá ser
acessada pelos caminhoneiros primeiro nos bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa, e depois nos
“demais bancos e cooperativas de crédito de todo o Brasil.”
Além disso, segundo Onyx, poderão tomar o empréstimo apenas caminhoneiros autônomos que
tenham até dois caminhões por CPF.

Rodovias
Onyx afirmou que, dos R$ 2 bilhões para as rodovias, cerca de R$ 900 milhões serão usados para
manutenção. Ele afirmou que as chuvas intensas do verão, aliadas ao transporte rodoviário,
prejudicaram estradas em todo o país.
"Historicamente, há muitos anos nós não tínhamos chuvas tão intensas e tão difusas no Brasil. Nós
já não tínhamos uma manutenção das rodovias brasileiras", afirmou Onyx.
45
Luiz Felipe Barbiéri. Elisa Clavery. Governo anuncia crédito de R$ 30 mil para caminhoneiros autônomos e investimento de R$ 2 bi em rodovias. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/16/governo-anuncia-linha-de-credito-via-bndes-de-ate-r-30-mil-para-caminhoneiros-
autonomos.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 17 de abril de 2019

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70
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, também presente à entrevista coletiva no Palácio do
Planalto, informou que, entre as obras previstas, está a pavimentação da BR-163, que liga o Centro-
Oeste ao Norte do país.
A via é muito usada para transporte de carga até o porto de Miritituba, no Pará, mas enfrenta
problemas como atoleiros, que geram filas de caminhões.
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, os investimentos vão para:
- BR-381/MG: conclusão de 66 km
- BR-116/RS: conclusão de 69 km de duplicação
- Entrega da Ponte do Guaíba, no Rio Grande do Sul
- BR-163/PA: pavimentação até o porto de Miritituba
- BR-101/BA: duplicação de 84 km
- BR-242/MT: licenciamento ambiental e construção de 8 pontes de concreto que substituirão pontes
de madeira
- BR-135/MA: complementação do trecho de Estiva a Bacabeira
De acordo com Onyx, o dinheiro a ser usado para as obras nas rodovias deverá ser compensado no
orçamento dos ministérios com cortes de despesas.

Preço do diesel
Onyx foi questionado sobre a política do governo para o preço do diesel. Ele afirmou que o tema é
uma das reivindicações dos caminhoneiros e será tratado em reunião na tarde desta terça entre o
presidente Jair Bolsonaro, a equipe econômica e representantes da Petrobras.
Na semana passada, Bolsonaro determinou que a estatal suspendesse um reajuste previsto para o
diesel. A ação do presidente foi vista pelo mercado como interferência política na Petrobras.
"Vai haver uma reunião agora à tarde, que já está anunciada, entre o presidente, o Ministério da
Economia, outros ministérios e a Petrobras, que vão discutir esse tema. Agora, o governo sempre disse
que a Petrobras tem a autonomia e a liberdade para exercitar aquilo que é necessário do ponto de vista
de política de combustível", disse Onyx.

14 capitais contam com serviços de compartilhamento de bicicletas; patinetes chegam a 946

São Paulo já oferece também scooter e bicicletas elétricas nesse sistema. Aumento da circulação
desses veículos alternativos cria desafios de convivência: veja o que diz a lei.
O serviço de compartilhamento de bicicletas e patinetes está se espalhando por todo o Brasil. Um
levantamento do G1 aponta que 13 capitais, além de Brasília, já contam o serviço para bicicletas. Os
patinetes elétricos, mais recentes, já estão em ao menos 9 dessas cidades.
Maior centro de startups de mobilidade do país, São Paulo foi pioneira e agora oferece até scooters e
bicicletas elétricas nesse sistema, o que também deverá se expandir para outras localidades.
Mais concentrado em regiões planas das cidades e onde existem ciclovias, o aumento desses serviços
também tem gerado questões de convivência entre os que recorrem a esses veículos alternativos e os
motoristas, motociclistas e pedestres.
Não é incomum ver patinetes na rua, onde circulam carros e motos, e na calçada. Esses pequenos
veículos também dividem espaço com as bicicletas nas ciclovias. E, como parecem ser simples de usar,
atraem mesmo quem não tem experiência.

'Parece brinquedo', mas não é


"Estava na ciclofaixa, o acelerador do patinete travou, perdi o controle e fui arremessada para a pista",
conta a designer Carolina Araújo Torres, de 22 anos. O acidente foi na Avenida Paulista, um dos pontos
de São Paulo onde existe grande fluxo de bicicletas e patinetes na ciclovia.
A queda provocou escoriações, um dente quebrado e outro deslocado. Não era a primeira vez que
Carolina usava patinetes na cidade e ela nunca tinha tido nenhum problema.
"Acredito que nunca mais eu suba em um patinete. Acho que a manutenção deles precisa ser mais
assertiva", afirma Carolina. Para ela, o acidente foi causado por uma falha mecânica.
A designer guiava um veículo da Scoo, uma das pioneiras em patinetes compartilhados no país e que
tem os veículos de cor branca com detalhes amarelos.

46
Rafael Miotto. 14 capitais contam com serviços de compartilhamento de bicicletas; patinetes chegam a 9. G1. https://g1.globo.com/carros/noticia/2019/03/24/14-
capitais-contam-com-servicos-de-compartilhamento-de-bicicletas-patinetes-chegam-a-9.ghtml. Acesso em 25 de março de 2019.

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71
"Nossa equipe técnica vistoriou o patinete e ele não apresentou nenhum defeito. Em 7 meses de
operação tivemos somente este acidente", explica Marcos Bigongiari, diretor de operações da empresa.
"A Scoo é a única a fornecer junto com o patinete um capacete para o usuário."
Ainda não existem números oficiais sobre acidentes com patinetes ou bicicletas compartilhadas no
Brasil. Como acontece com a Scoo, as empresas que oferecem patinetes possuem seguros para danos
físicos causados nos usuários. A HDI Seguros, que trabalha com a Grin, relatou casos de seguros
acionados em acidentes com patinetes, mas afirmou que "não foram graves".
Apesar de a velocidade nesses veículos ser inferior à de carros e motos, ela é suficiente para causar
estragos, alerta Marcos Leonhardt, do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo.
"Um trauma a 20 km/h, com uma desaceleração brusca, é equivalente a uma queda de 3 metros",
aponta o médico.
Para o especialista, a aparência inofensiva desses veículos acaba dando uma falsa impressão para o
condutor. "Você anda descontraído, não leva tão a sério como uma moto, parece um brinquedo, algo
divertido, e baixa a guarda", acrescenta Leonhardt.

O que diz a lei de trânsito


O Código de Trânsito não tem um capítulo sobre os patinetes, por exemplo. Mas eles se encaixam em
uma categoria que tem suas restrições.
Veja mais sobre o que diz a lei sobre os principais veículos compartilhados no país.
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) diz que eles devem atender às regras para
"equipamentos de mobilidade autopropelidos" (com algum tipo de motorização e com as dimensões de
largura e comprimento iguais ou inferiores às de uma cadeira de rodas).
Esses veículos não podem rodar na rua, em meio aos carros e motos, mas estão liberados nas
calçadas e ciclovias desde que observem certos limites de velocidade.
Em áreas de circulação de pedestres, ciclovias e ciclofaixas, não podem passar de:
- 6 km/h em áreas de circulação de pedestres (calçadas, calçadões);
- 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas.

Também é obrigatório o patinete ter indicador de velocidade, campainha e sinalização noturna,


dianteira, traseira e lateral, no equipamento.
Diferente da bicicleta elétrica, os usuários de patinetes elétricos não são obrigados a utilizar capacetes,
mas o Denatran recomenda o uso.
De acordo com o órgão, fica a cargo de cada município e do Departamento de Trânsito (Detran) do
Distrito Federal regulamentar demais regras sobre a circulação e estacionamento dos patinetes.

Bicicletas
Quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento ou não for possível a utilização destes, as
bicicletas devem rodar "nos bordos da pista de rolamento", no mesmo sentido dos outros veículos em
vias urbanas e rurais.
Ou seja: pode andar na rua, junto à calçada, mas nada de bicicleta na contramão.
E na calçada, pode? O Código de Trânsito informa que a circulação de bicicletas será permitida "nos
passeios" com a autorização dos órgãos responsáveis. Então, depende de cada cidade.
Diferente do que acontece com bicicletas elétricas, a lei não obriga o uso de capacete nas comuns.
Mas eles são recomendáveis.
Punições para ciclistas estão previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mas ainda não entraram
em vigor. A aplicação de multas para usuários de bicicletas e pedestres deveria começar em 2019, mas
o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) revogou a resolução que regulamentava as penalidades.

Bicicletas elétricas
Desde 2012, quando um ciclista foi multado no Rio, existem regras específicas para as bicicletas
elétricas. Até então, elas eram equiparadas aos ciclomotores (por exemplo, as motos "cinquentinhas").
Depois, acabaram se enquadrando na nova categoria, desde que tenham:
- potência nominal máxima de até 350 Watts;
- velocidade máxima de 25 km/h;
- sistema que garanta o funcionamento do motor somente quando o condutor pedalar;
- ausência de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual de potência.

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72
Toda bicicleta elétrica que se enquadre nas características acima pode circular no mesmo ambiente
das bicicletas comuns. Mas ela tem regras extras:
- é obrigatório usar capacete de ciclista;
- é obrigatório que a bicicleta elétrica tenha indicador de velocidade, campainha, sinalização noturna
(dianteira, traseira e lateral), espelhos retrovisores em ambos os lados e pneus em condições mínimas
de segurança.

Bicicletas elétricas com acelerador continuam sendo consideradas ciclomotores e precisam seguir
todas a exigências para veículos motorizados, como emplacamento e ter habilitação.

Scooters
Os scooters elétricos devem seguir exatamente as mesmas regras de trânsito das motocicletas, ou
seja, podem rodar apenas nas vias de trânsito de veículos motorizados e estão proibidos de estar nas
ciclovias.
Eles devem estar emplacados e o usuário precisa ter carteira de habilitação na categoria A (para
motos) ou ACC (para ciclomotor ou 'cinquentinhas'), caso o scooter tenha potência máxima de 4kw. Sem
ela, não é possível se cadastrar no aplicativo.

Largados em qualquer lugar


Outra característica do crescimento dos serviços de compartilhamento é ver bicicletas e patinetes
"abandonados" pelas calçadas e canteiros. É que o compartilhamento acontece num sistema chamado
"dockless", no qual não é preciso levar o veículo em uma estação.
A bicicleta ou o patinete fica travado em qualquer lugar e é liberado pelo aplicativo. Normalmente, são
recolhidos à noite pelas empresas, para manutenção.
Mas pode deixar em qualquer lugar mesmo? As regras de onde se pode estacionar esses veículos
devem ser regulamentadas por cada prefeitura.
Em São Paulo, por exemplo, a administração já regularizou a situação das bicicletas e está discutindo
o caso dos patinetes. A prefeitura pede que os veículos sejam retirados e deixados em pontos em locais
privados indicados pela empresa. Caso isso não ocorra, podem ser apreendidas.
A polêmica sobre o uso de bicicletas e patinetes compartilhadas não acontece somente no Brasil.
Cidades americanas e europeias discutem como regular este tipo de veículo. Na China, milhares de
bicicletas compartilhadas acabaram fora de uso por estarem danificadas.
Apesar do uso recente, os veículos do tipo "dockless" também já foram alvo de vandalismo no país.
Em Ilhabela (SP), os veículos foram jogados ao mar logo após o início da sua operação.

Países de mesmo porte utilizam muito mais as ferrovias que o Brasil; compare47

O Brasil é, entre os países de dimensões semelhantes, o que menos utiliza o sistema ferroviário para
o transporte de cargas.
Dados da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) apontam que, de cada 100
quilos de carga transportados no país, só 15 trafegam em linhas de trem. Outros 65 quilos são levados
por rodovias e 20, por outros modais de transporte.
Os dados diferem de estudo apresentado em 2018 pela CNT (Confederação Nacional do Transporte),
que mostraram que as ferrovias transportam 20,7% das cargas no país, ante 61,1% do volume
transportado por meio de rodovias. A diferença, segundo a ANTF, é explicada pela metodologia.
Mas, independentemente do dado a ser utilizado, o índice é muito inferior aos percentuais registrados
em países como Rússia, Canadá, Austrália, EUA e China.
Na Rússia, 81% das cargas são transportadas em linhas férreas, muito à frente do índice canadense,
de 46%. Na sequência aparecem Austrália e EUA (ambos com 43%) e China (37%).
As rodovias só representam o principal meio de transporte no Brasil e na China – lá, com 50% do total.

EM ALTA
Apesar disso, de acordo com a ANTF, dados de 2017 mostram que a produção ferroviária atingiu 375
bilhões de toneladas por quilômetro no Brasil, alta de 170% em relação ao índice de 20 anos antes,
quando as ferrovias foram concedidas.

47
Marcelo Toledo. Países de mesmo porte utilizam muito mais as ferrovias que o Brasil. Folha de São Paulo.
https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/03/11/paises-de-mesmo-porte-utilizam-muito-mais-as-ferrovias-que-o-brasil-compare/. Acesso em 11 de março de
2019.

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73
Embora o índice brasileiro de transporte de cargas por ferrovia seja baixo, mais de 40% das
commodities agrícolas chegam aos portos em trens. No caso de minérios, o índice chega a 95%.
Entre os obstáculos para que o percentual cresça está a tímida malha ferroviária, que hoje equivale à
existente na década de 1920 –cerca de 29 mil quilômetros. E nem toda a extensão é utilizada.
Um estudo da CNT feito há cinco anos indica que, em valores atualizados, são necessários R$ 1,25
trilhão para as obras de transporte com o presente e o futuro do setor no país. No total, são 2.045 projetos
de infraestrutura em aeroportos, ferrovias, rodovias e portos, cenário difícil de se imaginar quando
constatados os baixos investimentos em infraestrutura.

Questões

01. (Petrobras – Técnico de logística de transporte júnior – CESGRANRIO) O órgão diretamente


responsável pela fiscalização e elaboração de normas e padrões técnicos relacionados ao transporte de
produtos perigosos é o(a)
(A) Ministério da Justiça
(B) Ministério dos Transportes Terrestres
(C) ministério do Trabalho e Emprego
(D) Agência Nacional de Transportes Terrestres
(E) Agência Nacional de Planejamento de Transportes

Gabarito

01.D

Comentários

01. Resposta: D
A Lei 10.233, de 5 de junho de 2001, ao promover uma reestruturação no setor federal de transporte,
estabeleceu, em seu artigo 22, inciso VII, que compete à ANTT (Agência Nacional de Transportes
Terrestres) regulamentar o transporte de cargas e produtos perigosos em rodovias e ferrovias.
O transporte rodoviário, por via pública, de produtos que sejam perigosos, por representarem risco
para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, é submetido às regras e
aos procedimentos estabelecidos pelo Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos,
Resolução ANTT nº. 3665/11 e alterações, complementado pelas Instruções aprovadas pela Resolução
ANTT nº. 420/04 e suas alterações48.
Fonte: http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/4961/Produtos_Perigosos.html

Sociedade
Bilionários são mais ricos do que 60% da população mundial, diz ONG49

Estudo divulgado às vésperas do Fórum Econômico Mundial em Davos mostra que mulheres são as
mais afetadas pela desigualdade.
Em 2019, os 2.153 bilionários que havia no mundo tinham mais dinheiro do que o total somado de 60%
da população do planeta, denuncia a ONG Oxfam em um relatório que será publicado na segunda-feira
(20/01), e destaca a concentração da riqueza em detrimento, sobretudo das mulheres, primeiras vítimas
da desigualdade.
"Este enorme abismo é consequência de um sistema econômico falido e sexista, que valoriza mais a
riqueza de uma elite privilegiada, em sua maioria, homens", destaca a ONG.
O informe anual da Oxfam sobre as desigualdades mundiais é tradicionalmente publicado antes da
abertura do Fórum Econômico Mundial (WEF) de Davos, na Suíça, ponto de encontro da elite política e
econômica global.

48
https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=transportes&instituto=&organizadora=&prova=&ano_publicacao=&cargo=&escola ridade=&modalidad
e=&disciplina=&assunto=&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_ate=&possui_gabarito_comentado_texto _e_video=&possui_comentarios_gera
is=true&possui_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=&sem_desatualizadas=&sem_anuladas_impressao =&sem_desatu
alizadas_impressao=&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_res
olvidas=
49
France Presse. Bilionários são mais ricos do que 60% da população mundial, diz ONG. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/19/bilionarios-sao-mais-
ricos-do-que-60-da-populacao-mundial-diz-ong.ghtml. Acesso em 20 de janeiro de 2020.

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74
"Os governos de todo o mundo devem tomar medidas urgentes para construir uma economia mais
humana e feminista, que valorize o que realmente importa para a sociedade", aponta a Oxfam, que propõe
entre outras medidas a implantação de "um modelo fiscal progressivo no qual também se taxe a riqueza".
Segundo cifras da ONG, com base em dados publicados pela revista Forbes e o banco Crédit Suisse
— mas cuja metodologia foi criticada por alguns economistas —, 2.153 pessoas têm agora mais dinheiro
do que os 4,6 bilhões de pessoas mais pobres do planeta.
Por outro lado, a fortuna do 1% mais rico do mundo corresponde a mais que o dobro da riqueza
acumulada dos 6,9 bilhões de pessoas menos ricas, ou seja, 92% da população do planeta.

'Mulheres na 1ª fila da desigualdade'


Segundo cálculos da Oxfam, 42% das mulheres no mundo não conseguem ter um trabalho
remunerado devido à carga grande demais de trabalho com cuidados nos âmbitos privado ou familiar
contra apenas 6% dos homens.
"As mulheres estão na primeira fila das desigualdades devido a um sistema econômico que as
discrimina e as aprisiona nos ofícios mais precários e menos remunerados, a começar pelo setor de
cuidados", afirmou Pauline Leclère, porta-voz da Oxfam France, citada em um comunicado.
Apesar de que cuidar dos demais, cozinhar ou limpar sejam tarefas essenciais, "a pesada e desigual
responsabilidade do trabalho de cuidados que recai nas mulheres perpetua tanto as desigualdades
econômicas quanto a desigualdade de gênero", diz a ONG.
A Oxfam estima o valor monetário do trabalho de cuidados não remunerado das mulheres com mais
de 15 anos em 10,8 trilhões de dólares a cada ano.

Fórum Econômico Mundial


O evento anual em Davos, na Suíça, começa nesta terça-feira — e deve contar com o presidente dos
EUA, Donald Trump, e a ativista ambiental Greta Thunberg. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro,
anunciou que não vai à reunião.
Desde 1971, o Fórum Econômico Mundial reúne empresários e líderes políticos na estação de esqui
na Suíça, com o objetivo de ser um "centro de reflexão" sobre o futuro. Como todos os grandes eventos
internacionais, é provável que reflita as múltiplas divisões globais.
É esperado que o meio ambiente seja um dos temas mais abordados no encontro de 2020.

Concentração de renda volta a crescer no Brasil em 2018, diz IBGE50

Índice que mede desigualdade subiu depois de permanecer estável por dois anos e foi o maior desde
2012. Rendimento do grupo de 1% mais ricos cresceu 8,4%, já o dos 5% mais pobres caiu 3,2%.
Num quadro de lenta retomada econômica e elevado desemprego, o Brasil colheu mais uma notícia
negativa no ano passado: a concentração de renda voltou a piorar e o índice que mede a desigualdade
foi o maior da série histórica, iniciada em 2012. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (16/10) e têm como base a Pesquisa Mensal por Amostra
de Domicílios (Pnad) Contínua.
Os números do IBGE mostram que o rendimento médio do grupo de 1% mais ricos do país cresceu
8,4% em 2018, enquanto o dos 5% mais pobres caiu 3,2%.
No ano passado, o índice de Gini, que mede a concentração e desigualdade de renda, subiu para
0,509, depois de ficar estável nos dois anos anteriores, quando foi de 0,501. O número é o maior da série
iniciada em 2012, e leva em conta o rendimento médio dos brasileiros para todos os trabalhos.
O índice de Gini varia de zero a 1. Quanto mais próximo de zero, mais perfeita é a distribuição de renda
de um país. Quanto mais perto de 1, mais desigual é uma economia. Ao longo dos últimos anos, o melhor
resultado para o índice de Gini foi observado em 2015, quando marcou 0,494.
“Essas variações no in
́ dice de Gini têm muito a ver com as flutuações na renda dos mais ricos”, afirmou
a analista do IBGE, Adriana Beringuy.

50
Luiz Guilherme Gerbelli. Concentração de renda volta a crescer no Brasil em 2018, diz IBGE. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/16/concentracao-de-renda-volta-a-crescer-no-brasil-em-2018-diz-ibge.ghtml. Acesso em 16 de outubro de 2019.

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75
No recorte regional, apenas o Nordeste não registrou uma piora da desigualdade no ano passado. O
índice de Gini nordestino marcou 0,520, abaixo do 0,531 apurado em 2017. Segundo o IBGE, no entanto,
a desigualdade de rendimento no Nordeste só recuou porque os brasileiros com maior rendimento da
região tiveram perdas.
"Enquanto no Brasil aquele 1% aumentou seus rendimentos em 8,4%, no Nordeste houve uma
redução. Como é o local com um mercado de trabalho maior que o das outras regiões, lá observamos
essa redução em todas as camadas, não apenas entre os 30% mais pobres. Todos perderam", afirma a
gerente da Pnad Contínua, Maria Lúcia Vieira.
Apesar da melhora, a região nordestina seguiu ostentando os piores números de concentração de
renda do país. Depois do Nordeste, apareceram Norte (0,517), Sudeste (0,508), Centro-Oeste (0,486) e
Sul (0,448).

A pesquisa divulgada pelo IBGE é mais uma a captar o aumento da concentração de renda no país
diante da deterioração do quadro econômico dos últimos anos. Em agosto, a Fundação Getúlio Vargas
divulgou um estudo que apontou que a desigualdade cresce há 17 trimestres seguidos.

1% mais rico ganha 33,8 vezes mais que os 50% mais pobres
A análise detalhada do rendimento de todos os trabalhos ajuda a explicar a piora da desigualdade no
ano passado. Segundo o IBGE, houve queda em 2018 nos ganhos das classes que formam os 30% mais
pobres, enquanto que nas classes de cima houve alta.
Entre os 1% mais ricos do país – ou seja, aqueles que ganham em média R$ 27.744 por mês –, o
rendimento médio avançou 8,4% na comparação com 2017. Na outra ponta, os brasileiros que fazem
parte da faixa dos 5% mais pobres – com rendimento médio de R$ 158 por mês – perderam 3,2% da
renda.
Com o resultado de 2018, a renda da elite econômica do país, segundo o IBGE, corresponde a 33,8
vezes o rendimento dos 50% que integram a população de menor rendimento (R$ 820). É a maior
distância já apurada pelo instituto. Em 2017, essa relação era de 31,2 vezes.
Em 2018, o rendimento médio mensal de todos os trabalhos foi de R$ 2.234, um ligeiro crescimento
em relação ao observado em 2017 (R$ 2.107).

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76
10% da população concentram 43,1% da massa de rendimentos
Um outro indicador que ilustra o tamanho da concentração de renda no país pode ser mensurado pela
concentração da massa do rendimento médio mensal real domiciliar per capita - nesse quesito, levam-se
em conta as várias formas de renda, não apenas a obtida com trabalho. De 2017 para 2018, ela cresceu
de R$ 264,9 bilhões para R$ 277,7 bilhões.
Desse total de R$ 277,7 bilhões, a fatia de 10% da população com os rendimentos mais baixo
possuíam 0,8% da massa, enquanto os 10% com os maiores rendimentos concentravam 43,1%, segundo
o IBGE. Os rendimentos médios mensais dessa elite dos 10% mais ricos superou inclusive a proporção
detida por 80% da população (41,2%).

Aposentadoria e pensão ganham importância


A pesquisa do IBGE também apurou que a participação de aposentadoria e pensão ganhou
importância na composição do rendimento médio mensal domiciliar per capital. No ano passado, a
aposentadoria e pensão representaram 20,5% do rendimento médio mensal domiciliar. Em 2017, essa
fatia era de 19,9%.
A maior participação na composição do rendimento médio ainda vem do trabalho (72,4%), seguido por
outras fontes (27,6%). Também aparecem outros rendimentos (3,3%), aluguel e arrendamento (2,5%) e
pensão alimentícia (1,2%).

“A proporção de pessoas com rendimento de trabalho caiu, e isso tem relação com a perda de
empregos. Já a proporção de aposentadorias vem aumentando, o que pode estar relacionado a mais
pessoas buscando o benefício e por componentes demográficos, tanto que é mais forte no Sul e Sudeste,
onde a população está mais envelhecida”, disse a gerente da PNAD Contin
́ ua, Maria Lucia Vieira.

Bolsa Família em queda


A quantidade de famílias que recebe o Bolsa Família diminuiu nos últimos anos. Em 2018, 13,7% dos
domicílios do país recebiam o benefício. Em 2012 e 2014, essa fatia era de 15,9% e 14,9%,
respectivamente.
No Nordeste e no Norte, 28,2% e 25,4% receberam o benefício, respectivamente, no ano passado.
Entre os brasileiros beneficiados com o Bolsa Família, o levantamento apurou que 71,7% tinham
abastecimento de água de rede em geral, 37,6% tinham tratamento de esgoto, 75,7% contavam com
coleta de lixo, e 99,3% possuíam energia elétrica.
Ainda segundo o IBGE, entre os domicílios que recebiam o Bolsa Família, 95,3% possuíam geladeira;
30,2% máquina de lavar; 95,2% televisão; e 13,3% microcomputador.

Brasil atinge 210 milhões de habitantes, diz IBGE51

População cresceu 0,79% em relação a 2018. Maior alta ocorreu em Roraima, de 5%. 1 em cada 3
brasileiros mora em 48 municípios com mais de 500 mil habitantes.
51
G1. Brasil atinge 210 milhões de habitantes, diz IBGE. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/28/brasil-atinge-210-milhoes-de-habitantes-diz-
ibge.ghtml. Acesso em 28 de agosto de 2019.

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77
A população brasileira foi estimada em 210,1 milhões de habitantes em 5.570 municípios, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa com o total de habitantes dos estados
e dos municípios se refere a 1° de julho de 2019 e foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-
feira (28/08).
O número representa um aumento de 0,79% na comparação com a população estimada do ano
passado. Em 2018, o IBGE estimou um total de 208,5 milhões pessoas.
O estado de Roraima teve o maior aumento populacional, de 5,1%. Ano passado, a população
estimada lá era de 576,5 mil habitantes, e este ano chegou a 605,7 mil — mais 29,1 mil pessoas. Segundo
o IBGE, Boa Vista também foi a capital com maior taxa de crescimento no último ano: 6,35%.
De acordo com a gerente da pesquisa, Izabel Marri, o crescimento da população de Roraima acima do
resto do país é resultado do saldo imigratório no estado. "A gente fez um cenário de aumento da imigração
internacional para este estado especificamente. É uma situação atípica, de concentração de imigrantes
muito forte", explica.
Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, tem vivido uma onda de chegada de imigrantes
venezuelanos devido à crise econômica, política e social no país vizinho. Apesar de ter registrado o maior
aumento percentual, Roraima continua sendo o estado menos populoso, com 605,8 mil habitantes (0,3%
da população total).
São Paulo permanece na frente como a unidade da federação com mais habitantes: 45,9 milhões de
pessoas, concentrando 21,9% da população do país. Ano passado, a população paulista era de 45,5
milhões. Este ano, aumentou em mais 380,1 mil pessoas — ou 0,8%.
Segundo o IBGE, 66,5 milhões de brasileiros (31,7% ou cerca de 1 em cada 3) moram em 48
municípios com mais de 500 mil habitantes.
As estimativas populacionais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União para
o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios e são referência para vários indicadores
sociais, econômicos e demográficos.

Principais destaques
A população brasileira total cresceu 0,79% entre 2018 e 2019. Entre 2017 e 2018, havia crescido
0,82%;
A população de Roraima cresceu 5,1%, a maior alta entre todos os estados. Continua sendo a unidade
federativa menos populosa do país;
- São Paulo é o estado mais populoso, com 45,91 milhões de pessoas, seguido por Minas Gerais
(21,16 milhões), Rio de Janeiro (17,26 milhões) e Bahia (14,87 milhões);
- Entre os municípios, São Paulo segue como o mais populoso, com 12,25 milhões de habitantes,
seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões), Brasília (3,0 milhões) e Salvador (2,9 milhões);
- Serra da Saudade (MG) é a cidade com a menor população, 781 habitantes, seguida de Borá (SP),
com 837 pessoas, e Araguainha (MT), com 935;
- Mais da metade da população (57,4% ou 120,7 milhões de habitantes) vive em 324 cidades com mais
de 100 mil habitantes;
- 48 cidades possuem mais de 500 mil habitantes e concentram 31,7% da população (66,5 milhões);
- Boa Vista foi a capital com maior taxa de crescimento no último ano (6,35%), e, Porto Alegre, a com
o menor de aumento populacional (0,32%);
- Dos 5.570 municípios do país, metade (49,6%) tiveram crescimento entre zero e 1% e apenas 4,8%
(266 cidades) apresentaram crescimento igual ou superior a 2%.

17 cidades possuem mais de 1 milhão de habitantes


A cidade de São Paulo segue como a mais populosa do país, com 12,25 milhões de habitantes,
seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões), Brasília (3,0 milhões) e Salvador (2,9 milhões).
Segundo o IBGE, 17 municípios possuem população superior a um milhão de habitantes e concentram
21,9% da população do país (46,08 milhões). Dos 17, 14 são capitais. Veja lista abaixo:
- São Paulo: 12.252.023
- Rio de Janeiro: 6.718.903
- Brasília: 3.015.268
- Salvador:2.872.347
- Fortaleza: 2.669.342
- Belo Horizonte: 2.512.070
- Manaus: 2.182.763
- Curitiba: 1.933.105
- Recife: 1.645.727
Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR
78
- Goiânia: 1.516.113
- Belém: 1.492.745
- Porto Alegre: 1.483.771
- Guarulhos (SP): 1.379.182
- Campinas (SP): 1.204.073
- São Luís: 1.101.884
- São Gonçalo (RJ): 1.084.839
- Maceió: 1.018.948

Reunidas, as 27 capitais reúnem mais de 50 milhões de habitantes, concentrando 23,86% da


população total.
Dos 5.570 municípios do país, 28,6% apresentaram redução populacional no último ano. Praticamente
metade (49,6%) das cidades tiveram crescimento entre zero e 1% e apenas 4,8% (266 municípios)
apresentaram crescimento igual ou superior a 2%, segundo o IBGE.
"O grupo de municípios com até 20 mil habitantes apresentou, proporcionalmente, o maior número de
municípios com redução populacional. Já no grupo de municípios entre 100 mil e um milhão de habitantes,
está presente a maior proporção de municípios com crescimento superior a 1% ao ano. Os municípios
com mais de um milhão de habitantes concentram crescimento entre zero e 1% ao ano", informou o IBGE.

MP recebe 4,3 mil denúncias de trabalho infantil por ano52

De 2014 a 2018, o Ministério Público do Trabalho (MPT) registrou mais de 21 mil denúncias de trabalho
infantil. Foram ajuizadas 968 ações e firmados 5.990 termos de ajustamento de conduta, um instrumento
administrativo para impedir condutas irregulares. Para reforçar a luta contra esse tipo de trabalho, o MPT
lança nesta quarta-feira (12/06) a campanha nacional Toda Criança é Nossa Criança. Diga Não ao
Trabalho Infantil.
A campanha, que conta com um filme de animação, questiona os adultos: “você acha difić il imaginar
o quanto é ruim para uma criança ficar vendendo coisas na rua? Comece imaginando que é o seu filho.”
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 2,5 milhões de crianças e
adolescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando no Brasil. Dados do Observatório Digital do Trabalho
Escravo, desenvolvido pelo MPT em cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT),
mostram que entre 2003 e 2018, 938 crianças foram resgatadas de condições análogas à escravidão.
Para a coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da
Criança e do Adolescente (Coordinfância) do MPT, Patrícia Sanfelici, muitas vezes ao oferecer trabalho
para crianças e adolescentes, as pessoas acham que estão ajudando-os a sair da rua, a ter um futuro,
mas não é o que ocorre. “Na verdade, estão contribuindo para a perpetuação de um ciclo de miséria,
podendo até trazer prejuízos graves à formação fiś ica, intelectual e psicológica desse jovem ou criança”,
disse a coordenadora
O MPT reforça que só a partir dos 14 anos os jovens podem exercer atividades de formação
profissional, apenas em programas de aprendizagem, e com todas as proteções garantidas. A campanha
foi desenvolvida pelo MPT de São Paulo se estenderá às redes sociais do MPT em todo o país. O desenho
será divulgado as 9h no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

O que é a geração alfa, a 1ª a ser 100% digital53

As crianças nascidas a partir de 2010 formam uma nova geração para quem o mundo analógico é um
passado distante e a tecnologia é uma extensão de sua forma de conhecer o mundo.
Se você pensa que ninguém seria capaz de superar os millennials e a geração Z em conhecimentos
sobre tecnologia, está equivocado. Chegou a hora de dar boas-vindas à geração alfa, a primeira que é
100% nativa digital.
Fazer recortes geracionais não é uma ciência exata. No entanto, segundo o instituto de pesquisa
americano Pew Research Center, analisar as gerações oferece "uma forma de entender como
acontecimentos globais, econômicos e sociais interagem entre si para definir a forma como vemos o
mundo".
E está claro como a próxima geração vê o mundo: através de uma tela.

52
Agência Brasil. MP recebe 4,3 mil denúncias de trabalho infantil por ano. https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2019/06/12/mp-recebe-4-3-mil--denuncias-
de-trabalho-infantil-por-ano.html. O Povo. Acesso em 12 de junho de 2019.
53
BBC. O que é a geração alfa, a 1ª a ser 100% digital. G1. https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/05/29/o-que-e-a-geracao-alfa-a-1a-a-ser-100-
digital.ghtml. Acesso em 30 de maio de 2019

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79
"Antes, as gerações eram definidas a partir de acontecimentos históricos ou sociais importantes. Hoje,
são delimitadas pelo uso de determinada tecnologia", explica o psicólogo Roberto Balaguer, professor da
Universidade Católica do Uruguai e autor de diversos livros sobre educação e tecnologia.
Desta forma, diz Joe Nellis, professor da escola de negócios Cranfield, no Reino Unido, a geração alfa
é formada pelas "crianças nascidas desde 2010, o ano em que a Apple lançou o iPad".

Como são definidas as gerações


Depois dos chamados baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, veio a geração X, nascida entre
1965 e 1979. Estas pessoas cresceram ouvindo falar de aparelhos eletrônicos, mas a tecnologia ainda
era algo distante de seu cotidiano.
Foi a vez então da geração Y, formada pelos chamados millennials, nascidos entre 1980 e 1996 e
caracterizados por um maior uso e familiaridade com meios de comunicação e tecnologias digitais.
Finalmente, veio a geração Z, integrada por pessoas nascidas entre 1997 e 2010 e que usam a internet
desde muito jovens e, portanto, se sentem muito confortáveis com a tecnologia e o mundo digital.
Mas nenhuma geração até agora se compara à geração alfa - formada pelos filhos dos millennials -
neste aspecto. Ela será a primeira geração para qual muitos aspectos do mundo analógico parecem bem
distantes de sua realidade.
Nellis explica que, enquanto as outras gerações ainda aprendem a se adaptar ao mundo digital, as
crianças alfa representam a "primeira geração digital".

Quem são os filhos dos 'millennials'


Especialistas estimam que, a cada semana, nascem mais de 2,5 milhões de alfas no mundo. Isso
significa que, em 2025, quando nascerão os últimos integrantes dessa geração, este grupo poderá ser de
mais de 2 bilhões de pessoas.
"A grande maioria nascerá em países emergentes e em desenvolvimento, e é provável que tenham
melhores perspectivas que seus pais e avós à medida que os níveis de vida melhorem nos próximos
anos", diz Nellis.
O mundo ao redor dos alfas, começando por seus pais, está constantemente conectado a celulares e
à internet. A tecnologia é uma extensão de sua forma de conhecer o mundo.
"Os alfas são criados em famílias em que os papéis parentais tradicionais estão mais distribuídos do
que décadas atrás. As tarefas são compartilhadas como nunca antes, e há um cuidado com o equilíbrio
entre trabalho e vida pessoal como em nenhuma geração anterior", diz Balaguer.

O futuro que lhes espera


Os alfas viverão melhor do que seus pais? Nellis acredita que sim: "Não só em termos de renda, mas
também em qualidade de vida. Terão mais opções, mais oportunidades de educação, haverá um cuidado
maior com o outro".
Balaguer não enxerga exatamente desta forma. "Será uma geração que receberá mais cuidados do
que as anteriores, terá uma presença paterna maior, mas a tecnologia será onipresente em suas vidas e
de seus pais, o que, claramente, será um fator limitante na disponibilidade emocional e na qualidade do
cuidado parentais."
O psicólogo acrescenta que serão crianças que terão menos interações pessoais por meio de histórias
narrativas e menor intercâmbio de linguagem, o que provocará mais problemas de intercomunicação oral
do que há uma década, assim como maior incidência de transtornos oftalmológicos e de déficit de
atenção, causados pelo longo tempo dispendido em frente à tela de um monitor.
E, se sua característica principal é seu domínio do mundo digital, eles enfrentarão problemas ao ter de
lidar com uma situação analógica?
"O mundo analógico está cada vez menos presente em nossas vidas. Apesar de os pais quererem
'mais lama e menos tela' para seus filhos, ao mesmo tempo passam muitas horas do dia com seus
smartphones e modelam seus filhos a partir dos exemplos que dão", diz Balaguer.
"Hoje, a geração alfa tem muitos diálogos por grupos de WhatsApp, mas tem mais acidentes
domésticos que a geração anterior, por isso muitos falam de uma geração de pais distraídos, olhando
mais para suas telas do que para seus bebês ou monitorando seus bebês através de telas."
Para Nellis, o meio ambiente será uma grande preocupação para esta nova geração, mas sua
incompetência analógica importará bem pouco. "Não acho que haverá problema algum, porque as
situações analógicas serão uma minoria."

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


80
Maioria do STF decide que homofobia é crime54

Seis dos 11 ministros votam por criminalizar a homofobia, mas julgamento, que ocorre no dia seguinte
ao avanço no Senado de lei sobre mesmo tema, ainda não terminou
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) considera que a homofobia é crime,
equiparando as penas por ofensas a homossexuais e a transexuais às previstas na lei contra o racismo.
Uma das principais reivindicações de militantes LGBT no país, o tema chegou à Corte por meio de duas
ações, movidas pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e
Intersexos (ABGLT) e o Partido Popular Socialista (PPS), em 2012 e 2013, respectivamente. O julgamento
foi iniciado em fevereiro e, embora seis dos onze ministros já tenham votado pela penalização do crime
com até três anos de prisão, a discussão foi suspensa antes de chegar ao fim, e deve ser retomada no
próximo dia 5 de junho.
Num país clivado pela polarização política e pela "guerra cultural" entre progressistas e bolsonaristas,
o debate no Supremo se transformou em mais um capítulo da disputa entre parte do Legislativo e a cúpula
do Judiciário. Expoentes da bancada conservadora no Congresso, empoderados com a chegada do
Governo ultradireitista de Bolsonaro ao Planalto, acusam a Corte de querer legislar em temas de
costumes, sem ter poder para tal, enquanto os magistrados argumentam que têm independência para
fazê-lo e que é dever do Judiciário proteger as minorias sociais. As ações em julgamento acabam tocando
diretamente no ponto: elas pedem a fixação de um prazo para que seja criada uma lei específica para os
crimes de homofobia. Ou seja: pedem que o STF inste o Parlamento a criar uma legislação e, até lá,
estabeleça uma tipificação provisória. Apesar da maioria formada sobre a criminalização da homofobia, o
STF ainda não deliberou sobre esse prazo.
A sessão desta quinta começou discutindo justamente se o Supremo deveria avançar no debate sobre
a homofobia ou esperar pelo Parlamento. O motivo é que o julgamento ocorreu justamente um dia depois
de avançar no Senado um projeto sobre o mesmo tema. Na quarta-feira, e tendo no horizonte a votação
na Corte, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o PL 672/2019, que prevê incluir na
Lei de Racismo a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero. Minutos antes da
retomada da discussão no Supremo, o Senado enviou ao tribunal uma petição demonstrando que o tema
já estava sendo apreciado no Congresso.
O presidente da Corte, Antonio Dias Toffoli, decidiu então colocar a questão em votação: julgar ou
esperar os congressistas? "A preservação da integridade física e moral das pessoas não deve esperar",
defendeu o ministro Luís Roberto Barroso. "Quem é atacado e discriminado tem pressa", completou. Já
Toffoli, a favor da interrupção do julgamento, defendeu inclusive que a discussão sobre homofobia já havia
causado efeito na redução da violência contra esse grupo. “Ao que tudo indica, já houve diminuição nas
agressões e na violência”, afirmou, sem citar números. A tentativa de Toffoli de não acirrar ainda mais os
ânimos com os conservadores do Congresso falhou. Por 9 a 2, o julgamento foi retomado.
Durante a sessão, o decano do STF, Celso de Mello, decidiu responder diretamente aos parlamentares
conservadores que pedem seu impeachment justamente porque ele e outros três magistrados votaram
para criminalizar a homofobia. O pedido de destituição foi feito pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-
DF), uma das entusiastas da mobilização pró-Governo Bolsonaro marcada para o próximo domingo e que
tem como um alvo das críticas o próprio Supremo. Mello disse que o pedido de impeachment era
"manifestação de superlativa intolerância por parte dos denunciantes". “Sem juiź es independentes não
há cidadãos livres", afirmou.
O embate está longe de ter fim. Além da questão LGBT, há ainda o tema da política antidrogas. Na
semana passada, o Senado aprovou lei que endurece a política antidrogas, às vésperas de o Supremo
retomar julgamento sobre a descriminalização do uso e porte de maconha, que está parado desde
2015.Tanto a criminalização da homofobia como o tema da maconha devem voltar ao plenário em 5 de
junho.

Caminho no Senado e religião


Boa parte do movimento LGBT comemorou a formação de maioria no Supremo para criminalizar a
homofobia —ainda que setores, especialmente ligados ao movimento negro, critiquem a abordagem
"punitivista" da legislação proposta, pelo seu potencial de acabar levando à cadeia mais negros e pobres,
como acontece em todos os demais crimes.

54
Marina Rossi. Maioria do STF decide que homofobia é crime. El País. https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/23/politica/1558635166_112275.html. Acesso em
24 de maio de 2019.

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81
No Parlamento, como esperado, integrantes das bancadas mais conservadoras lamentaram em meio
a expectativa de que o PL 672/2019 aprovado na CCJ siga tramitando. O texto deve passar novamente
pela comissão antes de seguir para a Câmara dos Deputados, já que o projeto aprovado é diferente do
original apresentado aos deputados.
De acordo com o texto aprovado na CCJ do Senado, estão sujeitos a punição de até cinco anos de
prisão os crimes em decorrência de preconceito com identidade de gênero e/ou orientação sexual,
igualando-os aos crimes por preconceito de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. Também
ficou estabelecida pena de um a três anos de reclusão para quem "impedir o acesso ou recusar o
atendimento em restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes abertos ao público".
Às punições, foi acrescentada pena para quem impedir ou restringir "manifestação razoável de
afetividade de qualquer pessoa em local público ou privado aberto ao público", com uma ressalva a
templos religiosos. Mas não fica claro o que significa "manifestação razoável de afetividade".
A comunidade religiosa e principalmente a evangélica entrou na discussão argumentando temer pela
liberdade de expressão. As lideranças dizem se preocupar com a possibilidade de que a eventual
criminalização da homofobia os impeça de pregar que o relacionamento íntimo entre pessoas do mesmo
sexo constitui pecado. Ou mesmo que sejam obrigados a celebrar a união homoafetiva.

Em sete anos, aumenta em 32% a população que se declara preta no Brasil55

De 2012 a 2018, número de declarados pretos aumentou em quase 5 milhões no país. População
branca segue encolhendo e pardos seguem sendo maioria.
Em 2018, o Brasil tinha 19,2 milhões de pessoas que se declararam pretas – 4,7 milhões a mais que
em 2012, o que corresponde a uma alta de 32,2% no período. É o que revela um levantamento divulgado
nesta quarta-feira (22/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
À exceção de 2014, quando o número de pretos se manteve estável em relação ao ano anterior,
anualmente tem aumentado o percentual da população declarada da raça preta. Trata-se, portanto, de
uma tendência.
“O motivo especif́ ico para o aumento dessa declaração, de fato, a gente não tem. O que a gente
percebe é que nos últimos anos houve reforço das polit́ icas afirmativas de cor ou raça”, apontou a analista
do IBGE, Adriana Beringuy.

A pesquisadora enfatizou que o levantamento, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contiń ua (PNAD), é realizado a partir da percepção de cor e raça do entrevistado. “Não é o
entrevistador que determina a cor, é o informante que declara”, disse.
Na contramão, diminui ano a ano a população declarada branca, que em 2018 somava 89,7 milhões
de brasileiros, contra 92,2 milhões em 2012. Os brancos foram maioria no país até 2014. Desde 2015, os
pardos passaram a representar a maior parte da população – saltou de 89,6 milhões em 2012 para 96,7
milhões em 2018.
55
Daniel Silveira. Em sete anos, aumenta em 32% a população que se declara preta no Brasil. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/22/em-sete-
anos-aumenta-em-32percent-a-populacao-que-se-declara-preta-no-brasil.ghtml. Acesso em 22 de maio de 2019.

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82
“Além da possiv́ el mudança na percepção da população quanto a cor e raça decorrente das polit́ icas
afirmativas, temos que considerar o próprio processo de miscigenação no país, que faz que tenhamos um
maior percentual de pardos”, ponderou a pesquisadora.

Questionada se tal tendência – de aumento das populações preta e parda e queda da branca – deve
se manter por mais tempo, a pesquisadora disse não ser possível afirmar.
“A gente não sabe se todo esse crescimento é baseado nas políticas afirmativas de cor e raça. Se for,
vai depender da continuidade dessas políticas. Cria-se uma cultura nas pessoas que foram atingidas
pelas referidas políticas e estas repassam o posicionamento delas em relação à própria cor para as
demais pessoas, mesmo que estas não sejam beneficiadas diretamente”, ponderou.

Mais idosos, menos jovens


Outra tendência enfatizada pela pesquisa é o de envelhecimento da população brasileira. Em 2018,
10,5% dos brasileiros tinham 65 anos ou mais. Em 2012, este grupo correspondia a 8,8% da população.
Em números absolutos, são 21,9 milhões de brasileiros idosos, 4,5 milhões a mais que em 2012. Este
quadro, segundo a analista do IBGE, aponta para a necessidade de se investir em políticas públicas
voltadas à população mais velha.
“Esse envelhecimento da população desperta na sociedade a necessidade, por exemplo, de um
atendimento de saúde voltado especificamente para as pessoas idosas. Ele denota a necessidade de se
estruturar, nem digo no longo prazo, mas já, um atendimento de saúde que tenha capacidade de
corresponder às necessidades dessas pessoas”, disse Adriana Beringuy.
No outro lado da pirâmide etária, 23,3% da população tinha menos de 13 anos de idade em 2018.
“É contingente muito significativo de pessoas que vão entrar daqui a pouco em idade para trabalhar.
Ou seja, é uma massa de pessoas que brevemente vai estar entrando no mercado. Qual a política pública
que está sendo feita para atender a essa população?”, questionou a pesquisadora.

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83
SP tem atos contra ditadura militar no dia em que golpe completa 55 anos56

Grupo se manifestou por duas horas na Avenida Paulista. No Parque do Ibirapuera, manifestantes
realizaram 'Caminhada do Silêncio'.
Manifestantes realizam dois atos na cidade de São Paulo contra a ditadura militar neste domingo
(31/03), dia em que o golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil completa 55 anos.
O golpe de estado de 1964 precedeu um período de ditadura militar em que não houve eleição direta
para presidente no Brasil. O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e
houve censura à imprensa. De acordo com a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo
regime ou desapareceram – somente 33 corpos foram localizados.
Nesta tarde, manifestantes protestaram por duas horas na Avenida Paulista, na região central da
capital. No Parque do Ibirapuera, na Zona Sul, a proposta foi uma "Caminhada do Silêncio". Outras
manifestações pró e contra a ditadura militar (1964-1985) ocorrem em várias cidades do Brasil.
Os protestos ocorrem dias após o presidente Jair Bolsonaro determinar ao Ministério da Defesa que
fizesse as “comemorações devidas” pelos 55 anos do golpe. Mais tarde, Bolsonaro esclareceu que a ideia
era "rememorar" a data, não comemorar o golpe.
Na Paulista, o grupo se concentrou em frente ao Masp das 14h30 às 16h30. Os manifestantes vestiram
camisetas vermelhas e ergueram bandeiras que pediam luta e liberdade. Um boneco em referência a
Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-CODI, foi incendiado no asfalto. Os manifestantes
dispersaram às 16h30.
De acordo com a deputada federal Carla Zambelli (PSL), seu assessor foi agredido quando passava
pela manifestação. Ela disse nas redes sociais que sua equipe vai "continuar comemorando o 31 de
março". A Polícia Militar (PM) registrou a ocorrência de uma agressão na altura da Rua Treze de Maio,
mas não confirmou se é o mesmo caso.
A manifestação no Ibirapuera, começou às 16 horas na Praça da Paz, saiu em passeata dentro do
parque às 18 horas, e terminou às 19h30 no portão 10, junto ao monumento em homenagem aos mortos
e desaparecidos na ditadura, obra projetada pelo arquiteto Ricardo Ohtake, que traz nomes de vítimas do
período.
O professor de espanhol Adilson Oliveira, de 57 anos, chegou cedo para acompanhar o ato. “Eu tinha
8 anos quando meu pai foi assassinato dentro de casa. Eu estava com minhas irmãs. Não deixar morrer
a memória é muito importante”, disse, carregando um desenho do pai.

Semana de manifestações
A orientação do presidente foi acatada pelo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, que
participou de uma solenidade no Comando Militar do Planalto, em Brasília, em que foi feita a leitura da
Ordem do Dia em referência a 31 de março de 1964.
O pedido de Bolsonaro, no entanto, gerou diversas manifestações contrárias ao longo da semana.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal divulgou uma nota na
qual afirmou que a comemoração do golpe militar de 1964 merece "repúdio social e político" e podia
configurar improbidade administrativa.
A Justiça Federal em Brasília chegou a proibir, seguindo um pedido da Defensoria Pública da União,
que o golpe fosse celebrado pelas Forças Armadas. No entanto, outra decisão, também da Justiça
Federal, liberou as comemorações.
Parentes de vítimas da ditadura militar e o instituto Vladimir Herzog também pediram que a Justiça
concedesse liminar (decisão provisória) para impedir comemorações. O pedido foi negado pelo ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
A ONG Human Rigths Watch criticou a determinação em uma nota com o título "Bolsonaro comemora
ditadura brutal".
Já o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que não considera que tenha havido um
"golpe" no país em 1964. Segundo ele, o que houve na ocasião foi um "movimento necessário" para que
o país não se tornasse uma "ditadura".

Questões

01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) Por 8 votos a 3, o Supremo
Tribunal Federal (STF) aprovou, no dia 13 de junho de 2019, a Lei N° 7.716/89, que define os crimes
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, e também deve ser aplicada a
56
G1 São Paulo. SP tem atos contra ditadura militar no dia em que golpe completa 55 anos. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/03/31/sp-tem-atos-
contra-ditadura-militar-no-dia-em-que-golpe-completa-55-anos.ghtml. Acesso em 01 de abril de 2019

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quem praticar condutas discriminatórias homofóbicas e transfóbicas. Com relação a essa Lei é correto
afirmar:
(A) A Lei do racismo, aprovada pelo Congresso Nacional, no dia 13 de junho de 2019 pune
definitivamente no país a discriminação contra os negros quilombolas.
(B) A Lei do racismo servirá para punir homotransfobia - discriminação contra homossexuais e
transexuais.
(C) A ação que foi julgada e transformada na Lei N° 7.716/89 foi provocada pela associação das
empregadas domésticas do Rio de Janeiro e pelo Partido Social dos Trabalhadores Unidos (PSTU).
(D) A Lei N° 7.716/89, de dia 13 de junho de 2019, define os crimes resultantes de discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião pode ser vetada pelo executivo.
(E) O texto aprovado pelo Congresso agora vai ser votado no Senado Federal.

02. (CRECI/5ª Região – Suporte Administrativo – Quadrix – 2019) O Diário Oficial da União (DOU)
trouxe, no dia 28 de agosto de 2019, a mais nova estimativa da população brasileira feita pelo IBGE. De
acordo com os dados, o País já conta com mais de 210 milhões de habitantes. O número atualizado é de
210.147.125 de habitantes.
Internet: <https://exame.abril.com.br> (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a alternativa correta.
(A) Os quatro municípios mais populosos do País – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador –
concentram mais de 10% da população nacional.
(B) Em agosto de 2018, o Brasil ainda não havia superado a marca de 200 milhões de habitantes.
(C) São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, nessa ordem, são os estados mais populosos do País.
(D) Na região Centro‐Oeste, Goiás e Distrito Federal são as unidades mais populosas, tendo superado,
respectivamente, as marcas de 10 e de 3 milhões de habitantes.
(E) A nova estimativa do IBGE serve apenas para políticas públicas destinadas à educação, à saúde
e a emprego.

03. (CRQ – 5ª Região (RS) – Auxiliar Administrativo – FUNDATEC) A Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 10 de dezembro de 1948 na Assembleia-Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU). O documento é a base de uma luta universal que visa a
igualdade e a dignidade de todas as pessoas e o combate à opressão e à discriminação. Os direitos
humanos são essenciais a todos os seres humanos e garantem as liberdades fundamentais que devem
ser aplicadas a cada cidadão do planeta. Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO consta como um direito
proclamado no documento assinado pela maioria dos países do mundo?
(A) Direito à propriedade.
(B) Direito de tomar parte na direção dos negócios públicos do seu país; diretamente ou por intermédio
de representantes livremente escolhidos.
(C) Pagamento de salário igual por trabalho igual sem discriminação alguma.
(D) Direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu.
(E) Direito à legítima defesa.

04. (ESAF – Planejamento e Orçamento – ESAF) No Século XXI, o Trabalho Forçado, Trabalho
análogo ao Escravo e o Trabalho Infantil ainda são uma realidade no mundo e o Brasil não é uma exceção.
Existem inúmeras razões para a persistência do Trabalho Forçado e Trabalho análogo ao Escravo no
Brasil.
Não é uma das razões para persistência do Trabalho Forçado no Brasil.
(A) Sentimento de Impunidade para os promotores do Trabalho Forçado ou Trabalho análogo ao
Escravo, na maioria dos casos praticado em áreas distantes e/ ou desconhecidas dos trabalhadores
recrutados.
(B) São raros os casos de condenação criminal por Trabalho Forçado no Brasil. A lei tem dificuldade
em atingir o promotor do trabalho escravo, devido a existência de intermediários (“os gatos”) encarregados
da contratação.
(C) No Brasil, a lei penal é inadequada para a responsabilização dos infratores. Falta clareza ao
qualificar como crime de condição análoga à escravidão a submissão do empregado a uma jornada
exaustiva ou em situação degradante.
(D) A legislação penal brasileira está em descompasso com o conceito universal de trabalho escravo
em razão da não adesão pelo Brasil as Convenções Internacionais que tratam do tema.
(E) Dificuldade de fiscalizar um país com as dimensões territoriais do Brasil.

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05. (Câmara de Piracicaba/SP – Jornalista – VUNESP – 2019) O plenário do Supremo Tribunal
Federal (STF) reuniu-se pela quarta vez nesta quinta-feira [21.02.19], para julgar os dois requerimentos
que pedem que a Corte analise estas ações que têm sido amplamente discutidas pela sociedade
brasileira. As quatro sessões dedicadas ao assunto só comportaram, contudo, os votos de quatro dos 11
ministros, e o julgamento foi interrompido sem data para recomeçar. Segundo o presidente do STF, Dias
Toffolli, mais de 30 processos deixaram de ser votados pelo plenário nas duas últimas semanas.
(El Pais – https://bit.ly/2E4c516 – Acesso em 01.05.19. Adaptado)
O julgamento interrompido tratava
(A) da revisão e suspensão do foro privilegiado para ocupantes de cargos eletivos dos Legislativos
municipais e estaduais.
(B) da criminalização da violência e da discriminação contra LGBTs, equiparando a homofobia e a
transfobia ao crime de racismo.
(C) da liberação e redução de impostos sobre produtos que são fabricados na Zona Franca de Manaus
e vendidos para o resto do Brasil.
(D) da análise e revogação da prisão domiciliar de presas por tráfico de drogas que estejam grávidas
ou que tenham filhos até 12 anos.
(E) da arbitrariedade e proibição da condução coercitiva relacionada a pessoas suspeitas de corrupção
ou qualquer outra acusação.

Gabarito

01.B / 02.A / 03.E / 04.D / 05.B

Comentários

01. Resposta: B
Chegou ao fim, nesta quinta-feira (13/06), o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a
criminalização da homofobia. Por 8 votos a 3, os ministros do STF decidiram que o preconceito contra
homossexuais e transsexuais deve ser considerado um crime equivalente a racismo.

O processo teve como base duas ações – uma do Partido Popular Socialista (PPS) e outra da
Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) – que pediam que a discriminação
contra esses grupos fosse enquadrada na lei 7.716/89, a Lei Antirracismo. Ela proíbe qualquer
discriminação contra raça, cor, etnia, religião ou procedência social. A punição para quem descumprir a
norma é de um a três anos de prisão, e a pena é inafiançável.
(https://super.abril.com.br/sociedade/5-paises-onde-a-homofobia-ja-e-crime/)

02. Resposta: A
A cidade de São Paulo segue como a mais populosa do país, com 12,25 milhões de habitantes, seguido
pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões), Brasília (3,0 milhões) e Salvador (2,9 milhões).

03. Resposta: E
De acordo com a Declaração Universal dos Diretos Humanos:
Artigo 13°
1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um
Estado.
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de
regressar ao seu país.
Artigo 17°
1.Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 21°
1.Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu país, quer
diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Artigo 23°
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.

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04. Resposta: D
O Brasil trata o conceito de trabalho escravo com parâmetros próprios e seguindo as instituições
internacionais. Mas que fique claro, apesar de seguir alguns aspectos, a legislação brasileira referente ao
tema ainda é própria. Segue o link exemplificando que é usado ambos as situações
< http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-12/governo-publica-nova-portaria-sobre-trabalho-escravo>

05. Resposta: B
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (23), por 9 votos a 2, que vai manter o julgamento de
dois processos sobre a criminalização da homofobia, mesmo com a aprovação pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado ter aprovado ontem um projeto de lei sobre o tema.
De autoria da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABLGT) e do PPS, os processos
pedem que a Corte reconheça a omissão do Congresso ao ter deixado de criminalizar a homofobia, e
estava, na pauta do plenário de hoje desde o mês passado.

Por volta das 16h30, o presidente da corte, Dias Toffoli, suspendeu a sessão para o intervalo.
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/05/23/supremo-decide-continuar-julgando-criminalizacao-da-homofobia-mesmo-apos-avanco-de-projeto-no-
senado.ghtml)

Meio Ambiente e Sustentabilidade

Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Meio Ambiente dentro dos tópicos de atualidades,
teremos uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado, traremos
alguns conceitos e explicações que normalmente são cobrados independente de ser um conteúdo
veiculado através de meios de comunicação ou não. Envolvem definições de desenvolvimento
sustentável e créditos de carbono por exemplo. Caso tenha alguma dúvida, por favor entre em contato
conosco.

Desenvolvimento sustentável57: é o modelo que prevê a integração entre economia, sociedade e


meio ambiente.

Responsabilidade Socioambiental58: Está ligada a ações que respeitam o meio ambiente e a


políticas que tenham como um dos principais objetivos a sustentabilidade. Todos são responsáveis pela
preservação ambiental: governos, empresas e cada cidadão.

Gestão do Lixo
O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. No entanto, na
última década, o Brasil deu um salto importante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos.
Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, além de
determinar o destino final correto do lixo, o Governo brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei n° 12.305/10), aprovada em agosto de 2010.

Créditos de Carbono
No mercado de carbono, cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida é transformada em
crédito, que pode ser negociado livremente entre países ou empresas.
O sistema funciona como um mercado, só que ao invés das ações de compra e venda serem
mensuradas em dinheiro, elas valem créditos de carbono.
Para isso é usado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certificada
das emissões de gases de efeito estufa. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução
dos gases poluentes tem direito a comercializar os créditos.
Por exemplo, um país que reduziu suas emissões e acumulou muitos créditos pode vender este
excedente para outro que esteja emitindo muitos poluentes e precise compensar suas emissões.
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca
de 5% do total mundial e 268 projetos.

57
Fonte: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20/desenvolvimento-sustentavel.html
58
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental.

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Consumo racional59
É um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais,
como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia
e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o
desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem
degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões insustentáveis de
consumo e diminuir as desigualdades sociais.
Adotar a prática dos três 'erres':
Redução, que recomenda evitar o consumo de produtos desnecessários;
Reutilização, que sugere que se reaproveite diversos materiais; e
Reciclagem, que orienta reaproveitar materiais, transformando-os e lhes dando nova utilidade.

Aquecimento Global
É uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Diversas pesquisas confirmam o
aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança
do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos
cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento pode parecer
insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a
biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.
As causas do aquecimento global são muito pesquisadas. Existe uma parcela da comunidade científica
que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de
transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo da era glacial para a interglacial, sendo o
aumento da temperatura consequência desse fenômeno.
No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades
humanas, que intensificam o efeito de estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis
fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases como
o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das
radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa
o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações
climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo.
Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados
Unidos, Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul. Em busca de
alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997.
Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que
provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta teve que ser
cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não fizeram nenhum esforço para que a
meta fosse atingida, o principal é os Estados Unidos.

Lixo Eletrônico
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, destaca que 40 milhões de toneladas de
lixo eletrônico são produzidas todos os anos. O descarte envolve vários tipos de equipamentos, como
geladeiras, máquinas de lavar roupa, televisões, celulares e computadores. Países desenvolvidos enviam
80% do seu lixo eletrônico para ser reciclado em nações em desenvolvimento, como China, Índia, Gana
e Nigéria. Segundo a OIT, muitas vezes, as remessas são ilegais e acabam sendo recicladas por
trabalhadores informais.
Saúde - O estudo Impacto Global do Lixo Eletrônico, publicado em dezembro, destaca a importância
do manejo seguro do material, devido à exposição dos trabalhadores a substâncias tóxicas como chumbo,
mercúrio e cianeto. A OIT cita vários riscos para a saúde, como dificuldades para respirar, asfixia
pneumonia, problemas neurológicos, convulsões, coma e até a morte.
Orientações - Segundo agência, simplesmente banir as remessas de lixo eletrônico enviadas à países
em desenvolvimento não é solução, já que a reciclagem desse material promove emprego para milhares
de pessoas que vivem na pobreza. A OIT sugere integrar sistemas informais de reciclagem ao setor formal
e melhorar métodos e condições de trabalho. Outro passo indicado no estudo é a criação de leis e
associações ou cooperativas de reciclagem.

Textos Noticiados:
59
Texto adaptado de http://www.wwf.org.br/natureza_
brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/

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88
Como a 'MP da grilagem' pode mudar o mapa de regiões da Amazônia60

Medida assinada por Bolsonaro abre caminho para que terras públicas desmatadas até dezembro de
2018 passem para as mãos dos desmatadores; governo diz que objetivo é regularizar agricultores 'que
produzem e ocupam terras da União de forma mansa e pacífica'.
Menos de um mês após a divulgação do maior índice de desmatamento na Amazônia dos últimos dez
anos, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória que abre o caminho para que parte das
áreas públicas desmatadas ilegalmente até dezembro de 2018 passe para as mãos dos desmatadores.
Assinada em 10 de dezembro de 2019, a Medida Provisória 910 permite que terras públicas
desmatadas com até 2,5 mil hectares (o equivalente a 2,5 mil campos de futebol) se tornem propriedade
de quem as ocupou irregularmente, desde que se cumpram alguns requisitos.
Críticos apelidaram a medida de "MP da grilagem" e dizem que premia desmatadores, além de
estimular a destruição de novas áreas de floresta.
Já o governo, que chama a iniciativa de "MP da Regularização Fundiária", diz que ela busca
desburocratizar a concessão de títulos a agricultores "que produzem e ocupam terras da União de forma
mansa e pacífica".

O que são terras públicas não destinadas


A Medida Provisória tem como alvo terras públicas não destinadas, áreas que pertencem à União mas
ainda não tiveram uma função definida, como, por exemplo, se tornarem parques nacionais ou reservas
extrativistas.
A medida vale para todo o Brasil, mas terá maior impacto na Amazônia Legal, região que engloba os
nove Estados onde há vegetação amazônica e que concentra as terras públicas não designadas no país.
Segundo o Ministério da Agricultura, na Amazônia, essas áreas somam cerca de 57 milhões de
hectares, ou pouco mais do que o território da França.
A medida já entrou em vigor, mas precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias para não
perder validade. A bancada ruralista apoia a iniciativa e está mobilizada em prol da aprovação.

Regularizações sucessivas
De toda a área desmatada na Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019, 35% são terras públicas
não destinadas, segundo uma análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
A prática de desmatar áreas públicas e fraudar documentos para simular a posse dos terrenos é
conhecida como grilagem. O objetivo principal dos grileiros é vender as terras, lucrando com a valorização
ocorrida após o desmatamento, uma vez que a área se torne apta para atividades agropecuárias. A
pecuária é a atividade preferencial.
A grilagem é apontada como uma das maiores causas do desmatamento na Amazônia. A prática
alimenta o mercado ilegal de terras na região, gerando uma corrida incessante por novas áreas de
floresta.
Essas áreas são visadas por desmatadores na expectativa de que venham a ser regularizadas
futuramente — o que de fato tem acontecido.
Em 2017, o então presidente Michel Temer assinou a Medida Provisória 759, que à época também foi
apelidada de "MP da grilagem" por críticos. A iniciativa flexibilizava os critérios para a concessão de áreas
públicas na Amazônia ocupadas até 2014. Tanto a MP 910, de Bolsonaro, quanto a MP 759, de Temer,
são vistas como atualizações e desdobramentos de uma iniciativa de 2009 do governo Luiz Inácio Lula
da Silva, a Medida Provisória 458, que deu origem ao Programa Terra Legal.
Na época, Lula também disse ter como objetivo regularizar posses de pequenos agricultores na
Amazônia. No entanto, o livro "Dono é quem desmata: conexões entre grilagem e desmatamento no
sudoeste paraense", dos pesquisadores Mauricio Torres, Juan Doblas e Daniela Alarcon, apontou outros
efeitos da iniciativa.
Segundo os autores, embora 90% do público-alvo do programa de fato ocupasse pequenas porções
de terra, essas áreas correspondiam a apenas 19% do território coberto pela iniciativa, enquanto 63%
das áreas ficariam nas mãos de 5,7% dos requerentes.

Dispensa de vistoria
Entre as condições definidas pela MP 910, de Bolsonaro, para que terras públicas sejam apropriadas
por indivíduos estão:
- o reivindicante não pode ter outros imóveis rurais;
60
João Fellet. Como a 'MP da grilagem' pode mudar o mapa de regiões da Amazônia. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/01/13/como-a-
mp-da-grilagem-pode-mudar-o-mapa-de-regioes-da-amazonia.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.

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89
- a área deve estar inscrita no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e ser georreferenciada (identificada
por coordenadas de satélite);
- não pode haver multas ou embargos ambientais sobre a área, que tampouco pode ser objeto de
disputas registradas na Ouvidoria Agrária Nacional;
- o reivindicante deve estar realizando atividades agropecuárias no território;
- o reivindicante não pode manter trabalhadores em condições análogas às de escravos.

A MP define que, para áreas que cumpram os requisitos e tenham até 15 módulos fiscais, o título será
concedido sem a necessidade de vistoria.
Módulos fiscais são uma unidade de medida que varia por município. Nos municípios da Amazônia, os
módulos fiscais costumam ter entre 70 e 110 hectares.
Em partes da Amazônia, portanto, a MP permitirá a concessão de títulos de áreas com até 1.650
hectares (1.650 campos de futebol) sem vistoria. Antes da MP, a dispensa de vistoria valia para áreas
com até quatro módulos fiscais (no máximo 440 hectares).
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem que a dispensa da vistoria pode permitir que
grandes áreas desmatadas ilegalmente sejam apossadas por indivíduos.
Isso porque a MP só proíbe a regularização de áreas que tenham sido objeto de multas ou embargos
ambientais, e nem todas as violações ambientais são conhecidas e autuadas pelo poder público.
Dizem ainda que, sem vistoria, o governo não terá como checar se a área está realmente livre de
trabalho escravo e se o reclamante de fato vive e trabalha no local.
Já o governo afirma que fará "análise dos documentos, cruzamento de dados e checagem com
ferramentas" para confirmar se as informações são verídicas. A comprovação da ocupação da área, por
exemplo, poderá ser feita com imagens de satélite. Caso a análise aponte discrepâncias, haverá vistoria.

Comunidades tradicionais
Para Juliana Batista, advogada do Instituto Socioambiental, há ainda o risco de que indivíduos se
apossem de áreas reivindicadas por comunidades tradicionais nos casos em que as demandas dos
grupos não estejam registradas na Ouvidoria Agrária Nacional.
"A partir do momento em que o governo começa a regularizar terras sem considerar outras demandas,
isso vai gerar um conflito enorme", ela afirma à BBC News Brasil.
Já o governo afirma que áreas "tradicionalmente ocupadas" por indígenas, quilombolas ou outras
comunidades tradicionais não serão passíveis de concessão — embora não diga o que ocorrerá nos
casos de áreas reclamadas pelos grupos mas ainda não demarcadas nem em processo de demarcação.
Centenas de comunidades tradicionais brasileiras ainda aguardam o início do processo de regularização
de suas terras. É o caso dos quilombolas: cerca de 2,6 mil comunidades já foram reconhecidas como
quilombolas, mas apenas 1,7 mil tiveram seus processos de titulação de terra
iniciados ou concluídos.

Prêmio para grileiros


Para Paulo Moutinho, doutor em Ecologia e pesquisador do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da
Amazônia), a medida de Bolsonaro premia quem desmatou com o intuito de lucrar com a venda das
terras.
"Certamente há muitos pequenos produtores na Amazônia passíveis de regularização, mas há um
contingente substancial de gente que grilou a terra e vai obter benefício do governo", ele diz à BBC News
Brasil.
Moutinho cita o tamanho limite das áreas passíveis de regularização, 2,5 mil hectares, o que configura
uma grande propriedade rural em qualquer ponto do Brasil na classificação do Incra.
Ele diz que, para derrubar e limpar um hectare de floresta, são necessários R$ 1,2 mil. Portanto, donos
de áreas com 2,5 mil hectares na Amazônia que queiram desmatar 20% do território — limite definido
pelo Código Florestal — terão de desembolsar R$ 600 mil, quantia da qual pequenos proprietários não
costumam dispor.
Moutinho diz que grande parte das áreas desmatadas na Amazônia hoje se destina à "especulação":
os responsáveis contratam pessoas para desmatá-las sem ter a pretensão de ocupá-las, mas sim de
vendê-las para outros. "É uma lucratividade astronômica", afirma.
Já o Ministério da Agricultura afirma que a MP se destina "àqueles que produzem e ocupam a terra de
forma mansa e pacífica há muitos anos e podem comprovar sua permanência e trabalho no local".
O governo estima que há cerca de 160 mil estabelecimentos rurais a serem regularizados na Amazônia
Legal. "Desde a criação do Incra, há 50 anos, foram implantados 9.469 assentamentos para 974.073

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famílias. Desde então, apenas 5% dos assentamentos foram consolidados e só 6% das famílias
receberam seus títulos da terra", diz o ministério.
"Ao identificar quem está na terra, a MP permitirá maior controle, monitoramento e fiscalização das
áreas. Os que não atenderem às regras previstas sofrerão as sanções legais", segue o órgão.
O ministério cita um dispositivo da MP que define um prazo entre três e dez anos para a venda de
áreas regularizadas. "Foram criados, assim, obstáculos às tentativas de grilagem", afirma a pasta.
O ministério também rejeita o argumento de que a MP estimulará o desmatamento de novas áreas por
alimentar expectativas de regularizações futuras.
"A MP traz maior rigidez quanto à regularidade ambiental, colocando o interessado como um parceiro
na preservação do meio ambiente. Ele terá que se comprometer a aderir ao Cadastro Ambiental Rural
(CAR) e cumprir o que estabelece o Código Florestal Brasileiro. Ou seja, em determinadas regiões, como
na Amazônia Legal, terá que preservar 80% de sua propriedade", diz o órgão.

Perda de patrimônio
Outra crítica à MP diz respeito à perda de patrimônio público com as concessões dos títulos.
Para se apossar de áreas públicas desmatadas até 5 de maio de 2014, os reclamantes devem pagar
entre 10% a 50% da tabela de preços do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Já quem desmatou entre maio de 2014 e dezembro de 2018 deve pagar 100% do valor de tabela do
Incra — que, ainda assim, é menos da metade do valor de mercado, diz a advogada Brenda Brito, da
ONG Imazon.
Em junho de 2019, Brito publicou um artigo na revista científica "Environmental Research Letters" no
qual mediu possíveis efeitos da lei 13.465, de 2017, que também versou sobre a ocupação de terras
públicas e se baseou na MP 759, de Michel Temer.
Brito calculou quanto dinheiro o governo deixaria de arrecadar se os descontos fossem aplicados à
venda de todas as áreas públicas não destinadas que poderão ser privatizadas — áreas que, segundo a
Câmara Técnica de Destinação e Regularização de Terras Públicas Federais na Amazônia Legal, somam
19,6 milhões de hectares, o equivalente ao Estado do Paraná.
Segundo o estudo, a perda em receitas potenciais seria de até R$ 120,3 bilhões — 43 vezes o
orçamento aprovado para o Ministério do Meio Ambiente em 2019.
Brito diz que, como a MP de Bolsonaro manteve os percentuais de desconto, o cálculo segue válido.

Incêndios na Austrália e na Amazônia: entenda as diferenças na devastação61

O clima seco, o vento e as altas temperaturas elevam os riscos de focos de incêndio na Austrália, que
podem começar com faíscas de diversas atividades humanas. Na Amazônia, as chamas são provocadas
pelo homem para limpar áreas desmatadas e ocupar terras públicas.
Os incêndios na Austrália já atingiram mais de 6,3 milhões de hectares, matando ao menos 25 pessoas
e 480 milhões de animais. No Brasil, os incêndios na Amazônia chamaram a atenção em 2019, com ápice
em agosto. Mas, de acordo com especialistas, os focos registrados na Austrália são diferentes daqueles
que ocorreram na floresta amazônica.
Na Austrália, a vegetação, que é seca, fica mais suscetível às altas temperaturas da região – que
chegam a atingir marcas superiores a 40 ºC. O tempo seco, com pouca chuva, e os fortes ventos ajudam
a espalhar as chamas, que podem começar com qualquer faísca produzida por atividades humanas ou
naturais. Como a vegetação é adaptada a este tipo de ocorrência, ela se recupera após o incêndio. O
problema, neste ano, é a extensão da devastação.
Já na Amazônia, que é floresta úmida, os incêndios com maiores proporções não têm origem natural
– eles são provocados pela ação do homem e estão ligados ao desmatamento, que busca limpar a área
derrubada para tomar posse de terras públicas. Especialistas afirmam que a devastação da Amazônia
causa impacto até no derretimento do gelo nos Andes e no regime de chuvas do Brasil. A floresta leva
anos para se recompor, e a perda de biodiversidade é maior.

61
Elida Oliveira. Incêndios na Austrália e na Amazônia: entenda as diferenças na devastação. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/01/07/incendios-na-australia-e-na-amazonia-entenda-as-diferencas-na-devastacao.ghtml. Acesso em 08 de janeiro de
2020.

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91
"A gente está comparando um ecossistema dependente do fogo, com outro que é sensível ao fogo.
Austrália é dominada por tipos de vegetação – florestas e savanas – que necessitam do fogo para rebrotar.
Na Amazônia, o ecossistema é vulnerável ao fogo: existem trabalhos que mostram a mortalidade de 40%
das árvores após incêndios, mesmo os que não são tão intensos. O impacto na biodiversidade é enorme",
afirma Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam), em entrevista ao
G1.
Confira abaixo os principais pontos sobre os incêndios:

Amazônia
O auge dos incêndios na floresta Amazônica foi em agosto de 2019, quando houve o mais alto número
de ocorrências dos últimos nove anos. Foram 30.901 focos ativos na parte da floresta que cobre o Brasil,
contra 10.421 no mesmo mês de 2018, de acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência.
O instituto não divulga a dimensão de hectares atingidos.
"A Amazônia é um ecossistema que não depende do fogo", afirma Ane Alencar, do Ipam. "Os caules
e cascas das árvores são finos e não resistem às chamas. Quando você tem fogo na Amazônia, essas
árvores são muito impactadas", diz.
A intensificação da destruição da floresta e a repercussão negativa do caso levaram o governo a enviar
as Forças Armadas para a região. Em outubro, o Inpe registrou o menor número de focos de incêndio da
série histórica, com o início da temporada de chuvas em algumas regiões.
Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade Federal de São Paulo,
afirmou em setembro do ano passado que "há indícios de que o processo de savanização começou" em
mais da metade da floresta. Isso significa que a Amazônia pode deixar de ser úmida e passar a ser mais
parecida com o Cerrado.
Ele também afirma que a estação seca está ficando mais longa em 60% da Amazônia e que há uma
tendência maior na mortalidade de árvores que precisam de mais umidade. Ele lembrou que dois hectares
da Amazônia contêm mais espécies do que em toda a Europa, e que somente uma árvore amazônica
tem mais espécies de formigas do que vários países europeus.
Em setembro, o G1 ouviu especialistas para saber os impactos dos incêndios na Amazônia. Segundo
eles, os prejuízos ambientais são mais graves do que os verificados em países com outros biomas. Os
principais motivos são:
- Maior perda de biodiversidade: a floresta amazônica é o maior bioma do mundo e abriga a diversidade
mais rica do planeta, segundo o ICMBio.
- Maior emissão de carbono por hectare: por queimar mais biomassa, há maior emissão de gases que
contribuem para o efeito estufa.
- Maior dificuldade de recuperação da cobertura vegetal: o bioma amazônico é úmido e as espécies
são pouco ou nada resistentes ao fogo.
- Maior risco de afetar ciclos de chuva: a umidade produzida pela floresta produz chuvas no Brasil,
Paraguai e Argentina.

Austrália
Esse fenômeno natural das queimadas ocorre todos os anos na Austrália – entre o final da primavera,
no mês de novembro, e início do verão, no mês de dezembro. Porém, em 2019, os incêndios começaram
antes do previsto, e foram mais violentos.
Um dos motivos é a temperatura, que ultrapassa os 44ºC. Ao menos 1,2 mil casas foram destruídas
em todo o país.

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No dia 21 de dezembro, a primeira-ministra do estado de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian,
afirmou que seria impossível controlar os incêndios na localidade “até que as chuvas comecem".
Nova Gales do Sul é o estado mais populoso do país – e também concentra 70% dos focos de incêndio.
É neste estado que está Sydney, a maior cidade da Austrália, com 5,2 milhões de habitantes. “Qualquer
foco de incêndio ativo pode se tornar muito perigoso rapidamente", afirmou Berejiklian.
Desde bitucas de cigarro mal descartadas, labaredas de outros incêndios, a queima de lixo, faíscas
produzidas em ferrovias e a limpeza de pequenas áreas de terra com fogo podem sair do controle e dar
origem a um grande incêndio florestal. Por causa desses riscos, há épocas do ano em que os governos
da Austrália proíbem a queima de materiais.
Os impactos na saúde da população também são sentidos. Mais de 460 mil hectares foram destruídos
somente em Nova Gales do Sul. O local está asfixiado pela fumaça dos incêndios que ardem ao norte,
ao sul e a oeste.
Médicos vêm alertando para um estado de "emergência em saúde pública" em consequência da
fumaça tóxica em Sydney. Centenas de pessoas foram forçadas a deixar suas casas – algumas delas
pela segunda vez em uma mesma semana. Muitas casas foram queimadas. A fauna do país também tem
sido severamente atingida.
De acordo com Ane Alencar, diretora de ciência do Ipam, a Austrália pode ter deixado de fazer o
combate controlado ao fogo. Este método preventivo consiste em queimar parte da vegetação para
eliminar o material combustível, de uma forma que as chamas possam ser apagadas ou extintas
naturalmente.
"A redução do uso controlado do fogo para manejar o material combustível pode ter levado aos
incêndios de grandes proporções que estão ocorrendo neste ano, por causa de um déficit hídrico que
vem se acumulando nos últimos três anos", afirma.

Em fim 'frustrante' da COP 25, países prometem apresentar metas mais ambiciosas sobre
emissões em 202062

Encontro, que deveria ter sido encerrado na sexta-feira (13/12), avançou pelo fim de semana com
negociações travadas. Uma das decisões mais esperadas, a regulamentação do mercado de carbono
ficou para o ano que vem. Brasil protagonizou impasse e ministro Ricardo Salles disse que 'a COP 25
não deu em nada'.
A conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 25, terminou neste domingo
(15/12), em Madri, com os quase 200 países participantes concordando em apresentar "compromissos
mais ambiciosos" para reduzir as emissões de gases poluentes.
Mas os detalhes sobre como isso será feito serão acertados somente na próxima cúpula, realizada em
Glasgow, na Escócia, em novembro de 2020.
Uma das decisões mais esperadas, a regulamentação do mercado de carbono também ficou para o
ano que vem.
Impasses nas negociações fizeram com que o encontro, que deveria terminar na sexta-feira (13/12),
se estendesse para o fim de semana. Esta foi a COP mais longa da história.
Alguns pontos de destaque sobre o evento, que tinha como objetivo estruturar decisões já tomadas
em 2015, no Acordo de Paris:
Depois de quase dois dias de atraso, os representantes conseguiram fechar um texto no qual se
comprometem a evitar que a temperatura média do planeta suba 1,5° C neste século – em relação aos
níveis pré-industriais. Delegações prometem ampliar a mobilização global e adotar metas mais rígidas.
Porém, mesmo com o lema "Hora de Agir", a promessa dos países é apresentar só em 2020 as
propostas concretas para evitar as mudanças climáticas no planeta. O acordo foi definido por alguns
participantes como "minimalista". O secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse "decepcionado
com os resultados".
A adoção de metas mais ambiciosas teve a oposição de países como Brasil, Estados Unidos, Índia e
China. A União Europeia pressionou no sentido contrário e, nestes dias, se comprometeu a neutralizar as
emissões de carbono.
O conhecimento científico será "o eixo principal" que deve orientar as decisões climáticas dos países
para aumentar sua ambição, que deve ser constantemente atualizada de acordo com os avanços da
ciência.

62
G1. Em fim 'frustrante' da COP 25, países prometem apresentar metas mais ambiciosas sobre emissões em 2020. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/12/15/em-fim-frustrante-da-cop-25-paises-prometem-apresentar-metas-mais-ambiciosas-sobre-emissoes-em-
2020.ghtml. Acesso em 16 de dezembro de 2019.

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O mercado de carbono, que é uma forma de países que não cumprem suas metas de emissão
compensarem isso pagando a países que fizeram sua parte, continua sem regulamentação até 2020. Os
debates sobre o artigo 6 do Acordo de Paris não foram conclusivos. E, no ano que vem, também expiram
os termos do Protocolo de Kyoto.
Os países concordaram em enviar verba para os países pobres mais prejudicados pelas mudanças
climáticas, como as ilhas do Pacífico, por exemplo. Mas não ficou claro como levantar os US$ 100 bilhões
por ano prometidos até 2020, conforme previa o Acordo de Paris.
O Brasil protagonizou um dos principais impasses do último dia de COP 25 e ajudou a travar a
assinatura do documento final. Os representantes brasileiros tentaram retirar um artigo que reconhece a
importância dos oceanos e os impactos do uso da terra nas mudanças climáticas. O texto prevê estímulos
a estudos nessas áreas. No fim, o país aderiu à maioria, pressionado por Chile, Rússia, Argentina,
Austrália, Tuvalu e Belize, além da União Europeia.

Frustração
Segundo fontes da agência Reuters, os maiores poluidores do mundo não demonstraram interesse em
ampliar seus esforços e travaram as negociações. Estados Unidos, China, Índia, Arábia Saudita, Japão,
Brasil e Austrália são apontados com alguns dos países dificultaram a inclusão de metas mais ambiciosas.
No Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que "a COP 25 não deu em nada".
"Países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o
dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem",
afirma Salles, cuja atuação na COP 25 se concentrou em pedir recursos dos países ricos para
preservação no Brasil.
"O Brasil e outros países que poderiam fornecer créditos de carbono em razão de suas boas práticas
ambientais saíram perdendo." – Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente
Cientistas dizem que a falta de metas mais ambiciosas pode levar a um aumento catastrófico das
temperaturas globais, muito acima do limite de 2º C almejado no Acordo de Paris.
Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, o resultado da conferência foi uma
"frustração". Segundo ele, as principais decisões ficaram para o próximo ano.
"É uma conferência em que o tema era a ambição, os níveis atuais (de ação) não conseguiram entregar
os objetivos do Acordo de Paris. Essa COP, que era a COP da ambição, deixou toda a chamada para
ação e toda a ambição para o próximo ano", explicou Rittl em entrevista à GloboNews.
Mais cedo, a ativista Greta Thunberg lamentava o caminho das negociações em Madri e disse que a
ciência não pode ser ignorada.
"Parece que #cop25 em Madri está desmoronando agora. A ciência é clara, mas a ciência está sendo
ignorada. Aconteça o que acontecer, nunca desistiremos. Nós apenas começamos", escreveu Greta no
Twitter.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "decepcionado com os resultados" da COP
25. Entretanto, ele afirma que "não podemos nos render" na luta contra a crise climática.
"A comunidade internacional perdeu uma oportunidade importante de mostrar uma maior ambição em
mitigação, adaptação e finanças para enfrentar a crise climática", declarou Gutérres.

Mercado de carbono
Dois temas que causaram os maiores impasses são a estruturação de um mercado de créditos de
carbono (contido no artigo 6 do Acordo de Paris) e uma nova regulamentação do Fundo de Adaptação,
ou outro instrumento parecido que permita enviar ajuda financeira aos países mais vulneráveis.
Os quase 200 países que participam da COP 25 não chegaram a um acordo para a regulação dos
mercados de carbono, um dos principais pontos do Acordo de Paris, assinado há quatro anos.
Apesar de a negociação ter promovido avanços no sistema que deve controlar o comércio dos direitos
de emissão em todo o mundo, não houve consenso sobre a regulação deste mercado, ponto visto como
chave para parte das delegações.
Os impasses que já existiam antes da cúpula persistem. Alguns países querem evitar uma possível
dupla contabilidade que ocorreria após a regulação e outros querem manter, durante a transição para a
adoção do Acordo de Paris, os direitos de emissões previstos no Protocolo de Kyoto – segundo a agência
EFE.
O texto chamado "Chile-Madri. Hora de agir" afirma que em 2020 os países terão de apresentar
compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões para lidar com a emergência climática e não
incluíram seção de mercados de carbono (contido no artigo 6 do Acordo de Paris), que deverá ser
discutida na próxima cúpula.
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Segundo ambientalistas, o mercado de carbono pode ser essencial para metas climáticas ainda mais
ambiciosas. Em Madri, foram discutidos pelo menos dois sistemas diferentes de comercialização de
carbono.
Um dos que estavam em discussão permitiria aos países que excederem suas metas climáticas vender
os excessos para as nações que enfrentam dificuldades em atingir seus próprios objetivos.
Por exemplo, se um país que estabeleceu como objetivo reduzir as emissões de CO 2 a um total
equivalente a 100 toneladas conseguir fazer reduções reais de 110 toneladas, poderá vender as dez
excedentes a outro que não conseguiu atingir suas próprias metas.

Impasse envolvendo o Brasil


O responsável pelo último dos impasses foi o Brasil, que não aceitava inicialmente dois parágrafos
incluídos no documento final (30 e 31) que faziam referências expressas sobre o papel dos oceanos e do
uso da terra no clima global. As negociações duraram toda a madrugada.
Diversos estudos científicos demonstram os impactos do aquecimento global sobre os oceanos. Além
disso, o desmatamento é a principal fonte de emissões de carbono no Brasil.
O país tentou retirar do documento final a menção a estímulos a estudos sobre a relação entre os
oceanos e o solo com as mudanças climáticas, inclusive os impactos do uso da terra sobre o clima.
Em entrevista à GloboNews, o ministro Ricardo Salles disse que o objetivo do Brasil é "não desviar o
foco" das emissões provocadas pela queima de combustíveis fósseis das maiores economias do mundo.
Segundo o ministro, o Brasil já é modelo nesse sentido, por causa do etanol, produzido a partir da
cana-de-açúcar.
A intervenção do Brasil sobre esse ponto, de acordo com a agência EFE, foi criticada por delegações
de vários outros governos. Indonésia, Costa Rica, Tuvalu, Belize, Austrália, Nova Zelândia, Ilhas Marshall,
Egito, Canadá, Butão, Suíça, Rússia e Argentina pediram para que o Brasil não bloqueasse o pacto final.
A ministra de Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt, que ocupa a presidência da COP, também
interveio para pedir que o Brasil cedesse. "É algo muito importante e agradeceria a vocês se nos
permitissem aprovar esse documento", afirmou.

Mercados de carbono serão foco das discussões na COP 25, dizem especialistas63

Mecanismos para reduzir emissões de CO2 podem ajudar os países a estabelecer metas mais
ambiciosas a fim de deter o aumento do aquecimento global. Mas, segundo críticos, eles também podem
minar o Acordo de Paris.
Numa área rural do Camboja, as cascas do arroz são usadas para gerar eletricidade para as
comunidades locais, normalmente dependentes dos altamente poluidores geradores a diesel. O projeto é
financiado por indivíduos e empresas do outro lado do mundo que compram os assim chamados créditos
de carbono, cada um equivalente a uma tonelada de CO2, para compensar as emissões de em seus
países de origem.
Essa é apenas uma das maneiras como o CO2 é comercializado em todo o mundo, e um dos modelos
de mercado de carbono que será discutido pelos negociadores na Conferência da Organização das
Nações Unidas (ONU) sobre as Mudanças Climáticas (COP 25), em Madri. O objetivo é chegar a um
quadro regulatório para um sistema de mercado de carbono, uma questão complexa prevista no Artigo 6º
do Acordo de Paris sobre o Clima.
Para Ann-Kathrin Schneider, diretora de políticas internacionais da ONG ambientalista Federação
Alemã para o Meio Ambiente e Conservação da Natureza (Bund, na sigla em inglês), o Artigo 6º impõe
um "grande risco ao Acordo de Paris". Ela acredita que o mercado de carbono poderia potencialmente
desviar o foco dos países do objetivo de reduzir as emissões. "Não diria que esta é uma questão técnica.
É um tema bastante político."
Quase 200 países ratificaram o histórico acordo sobre o clima que visa limitar o aquecimento global a
2ºC acima dos níveis pré-industriais até o final do século 21, sendo o nível ideal 1,5ºC.
Entretanto, as metas atuais de redução estabelecidas por cada país – chamadas de Contribuições
Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) – fazem com que ambos objetivos sejam
considerados irreais. Com base nos números atuais, especialistas projetam um aumento da temperatura
global de ao menos 3ºC.
Segundo seus defensores, contudo, o mercado de carbono pode ser essencial para metas climáticas
ainda mais ambiciosas. Em Madri, serão discutidos dois sistemas diferentes de comercialização de
63
Deutsche Welle. Mercados de carbono serão foco das discussões na COP 25, dizem especialistas. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/12/02/mercados-de-carbono-serao-foco-das-discussoes-na-cop-25-dizem-especialistas.ghtml. Acesso em 13 de
dezembro de 2019.

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carbono. O primeiro visa permitir aos países que excederem suas metas climáticas vender os excessos
para as nações que enfrentam dificuldades em atingir seus próprios objetivos.
Por exemplo, se um país que estabeleceu como objetivo reduzir as emissões de CO 2 a um total
equivalente a 100 toneladas conseguir fazer reduções reais de 110 toneladas, poderá vender as dez
excedentes a outro que não conseguiu atingir suas próprias metas.

Prós e contras do comércio de emissão


Stefano de Clara, diretor de políticas internacionais da ONG Associação Internacional de Comércio de
Emissões (Ieta, na sigla em inglês), dedicada a estabelecer um parâmetro comercial internacional para
as reduções, defende esquemas desse tipo como "ferramentas essenciais" para permitir aos países
honrarem os compromissos assumidos no Acordo de Paris.
"Idealmente, poderíamos ter um mercado global a pleno vapor, onde todos negociem entre si", afirmou
à DW, acrescentando que cada vez mais países consideram os mercados de carbono um mecanismo
para atingir seus objetivos nacionais.
Entretanto, os críticos se mostram preocupados com o interesse crescente nesses sistemas,
argumentando que poderia levar alguns países a estabelecer metas nacionais baixas para que possam
vender seus créditos excedentes.
"Atingir NDCs pouco ambiciosas não deveria bastar para participar de mecanismos baseados nos
mercados", afirmou Carsten Warnecke, cofundador do Instituto NewClimate.
A seu ver, todas as NDCs devem ser suficientemente ambiciosas para que se fique bem abaixo dos
2ºC, e apenas os países cujas metas estão alinhadas com o Acordo de Paris possam participar dos
sistemas de negociação de carbono: "Em teoria, apenas uns poucos países estariam aptos a vender seus
excedentes de redução de emissões."
Gilles Dufrasne, responsável pela política de preços de carbono do Carbon Market Watch, vai ainda
mais longe. Ao invés de os créditos de carbono excedentes das metas domésticas de emissão serem
vendidos a outras nações, o capital seria guardado para atingir outro alvo do Acordo de Paris: a criação
de um fundo anual de 100 bilhões de dólares para medidas de mitigação e adaptação nos países em
desenvolvimento, normalmente os mais afetados pelas mudanças climáticas.
"Assim, levam-se em conta as finanças, mas não se atribui a redução das emissões a si próprio, seja
um país ou uma empresa. "Passa a ser um acréscimo, que é o que os mercados, até a compra de créditos,
deveriam ser: um sistema para realmente aumentar as ambições para provocar maiores reduções das
emissões."
As regras para gerir o comércio através da compensação também farão parte das discussões sobre o
Artigo 6º em Madri, com negociadores desenvolvendo regras para o Mecanismo de Desenvolvimento
Sustentável, ferramenta que substitui o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM, na sigla em inglês),
criado há mais de uma década sob o Protocolo de Kyoto.
O CDM permitiu que países ricos compensassem suas emissões domésticas de CO2 financiando
programas de desenvolvimento sustentáveis para redução em nações emergentes. Entretanto, o Carbon
Market Watch calcula que 85% dos projetos financiados através desse mecanismo teriam prosseguido de
qualquer modo.
"Era para ser um sistema que permitisse aos países criarem metas mais ambiciosas", explica Dufrasne.
"Mas na verdade o que conseguiu foi tornar mais barato atingir as metas existentes, e ainda é possível
argumentar que enfraqueceu os objetivos de realmente reduzir emissões. Os países compravam créditos
que realmente não representam muita coisa."
Os críticos também afirmam que os créditos utilizados sob o CDM eram baratos demais, e não
deveriam ser incluídos em nenhum dos novos esquemas, ponto que gera polêmica entre os países que
detêm esses créditos.

Minando o Acordo de Paris?


Ambientalistas ressaltam que regras rígidas são essenciais ao êxito de qualquer esquema global de
comércio, e devem evitar dupla contagem, na qual ambos os países, os que vendem e compram,
reivindicam o mérito pelas reduções.
Stefano de Clara, da ONG Ieta, argumenta que, se os negociadores em Madri conseguirem assegurar
regulamentações rigorosas, o Artigo 6º fornecerá incentivo necessário a assegurar altos padrões no
mercado de emissões, o que acarretaria naturalmente metas ambiciosas.
"Se um país gasta o dinheiro dos contribuintes para fomentar reduções de emissões no exterior, então
não buscaria reduções ou créditos que não possam ser confiáveis. Sob essa lógica, esse poderia se
tornar um atrativo para os países."

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96
Entretanto, Ann-Kathrin Schneider ressalva que incluir os mercados de carbono no Acordo de Paris
poderia acabar por miná-lo: "Tememos que, se o Artigo 6º for decidido nesta conferência, desviará de
outros instrumentos, como o abandono gradual dos combustíveis fósseis; e que se tente uma saída fácil
das ambições climáticas, reduzindo-as, em vez de aumentá-las."
A subdiretora da ONG alemã Bund frisa que urgência no combate à crise do clima é mais necessária
agora do que nunca. Para ela, assim como para muitos de seus companheiros de causa, apenas ações
nacionais diretas poderão fazer a tão necessária diferença.

Mudança de uso do solo é responsável por 44% das emissões de gases do efeito estufa no
Brasil, aponta relatório64

No ranking mundial, Brasil está em 6º lugar entre os países mais poluentes, se excluído o bloco da
União Europeia. Os líderes são China e Estados Unidos.
O Brasil é o 6º país que mais emite gases do efeito estufa no mundo. As emissões aumentaram 0,3%
em 2018 após dois anos de quedas sucessivas. O índice foi puxado pela mudança de uso do solo,
responsável por 44% das emissões do Brasil.
Os dados são da 7ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG),
divulgados nesta terça-feira (05/11) pelo Observatório do Clima, uma rede de organizações com mais de
40 membros.
Isso significa que 44% das emissões de gases poluentes do país no ano passado estão ligadas ao
desmatamento (mudança de floresta para área degradada), degradação de solo, entre outros.
Segundo Tasso Azevedo, coordenador-geral do Mapbiomas, o desmatamento na Amazônia em 2018
subiu 8,5%.
O aumento foi puxado pelo Pará. "O desmatamento explodiu, principalmente nas regiões da rodovia
BR-163 e na Terra do Meio”, afirmou Anne Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia (Ipam).
No comparativo nacional, entretanto, embora tenha havido aumento do desmatamento na Amazônia,
houve redução de 10,9% na taxa de desmatamento no Cerrado.
Já as atividades da agropecuária estão em segundo lugar no ranking de emissões do Brasil,
responsável por 25% da produção dos gases poluentes, ligadas à fermentação, solos agrícolas, manejo
de dejetos de animais, cultivo de arroz e queima de resíduos agrícolas.

Estados mais poluentes


No ranking de estados mais poluentes, Pará, Mato Grosso e Minas Gerais lideram o ranking, sendo
responsáveis por 12,3%, 11,9% e 9,9%, sucessivamente, também impulsionadas pelas emissões ligadas
ao uso da terra.
Se excluída esta área, São Paulo se torna o estado mais poluente, responsável por 14,1% das
emissões do país, impulsionada principalmente pelo setor de energia, seguido por Minas Gerais (10,9%)
e Rio Grande do Sul (7,2%).

Ranking mundial
Em relação aos países do mundo, o Brasil é a 6ª nação que mais emite gases do efeito estufa (2,9%),
se excluído os 28 países que compõem o bloco da União Europeia. Os dados mais recentes são do ano
de 2014.
O ranking é liderado pela China, responsável por 23% das emissões globais; seguida por Estados
Unidos (12,9%); Índia (6,5%); Indonésia (5,1%); e Rússia (4,2%)
Os dados são apresentados em toneladas de carbono equivalente (CO2e) e são calculados a partir
dos fatores de conversão presentes no relatório 5 do IPCC (IPCC- GWP AR5).

Marinha: mais de 600 toneladas de resíduos foram retiradas de praias nordestinas afetadas por
óleo65

De acordo com o comandante de Operações Navais, Leonardo Puntel, tem que se levar em conta que
o material é recolhido junto com areia.
64
Elida Oliveira. Mudança de uso do solo é responsável por 44% das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, aponta relatório. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/11/05/mudanca-de-uso-do-solo-e-responsavel-por-44percent-das-emissoes-de-gases-do-efeito-estufa-no-brasil-aponta-
relatorio.ghtml. Acesso em 06 de novembro de 2019.
65
Marina Meireles. Marinha: mais de 600 toneladas de resíduos foram retiradas de praias nordestinas afetadas por óleo. G1.
https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/10/20/marinha-525-toneladas-de-residuos-foram-retiradas-de-praias-nordestinas-afetadas-por-oleo.ghtml. Acesso
em 21 de outubro de 2019.

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97
Desde o dia 2 de setembro, foram recolhidas mais de 600 toneladas de resíduos das praias do litoral
nordestino, ao longo dos 2.250 quilômetros afetados pelo óleo. A informação foi confirmada pelo Grupo
de Acompanhamento e Avaliação (GAA), neste domingo (20/10).
Em entrevista coletiva concedida no Recife durante a tarde, o número divulgado pela Marinha era de
525 toneladas. Ao final do dia, o GAA atualizou para mais de 600 toneladas. O GAA é formado por
representantes da Marinha, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
"O cálculo é muito relativo, porque é um material que é recolhido junto com areia", afirmou o
comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, durante a coletiva. A entrevista foi
concedida pela Marinha, Ibama e Governo de Pernambuco, na Capitania dos Portos, no Recife.
Desde o dia 2 de setembro até este domingo (20/10), o Ibama fez o registro de 67 animais com
manchas de óleo. "Isso não quer dizer que esses animais morreram. A gente imaginava que isso seria
pior, dada a magnitude do fato", diz o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo.
De acordo com o comandante de Operações Navais da Marinha, almirante Leonardo Puntel, essa é a
primeira vez que um problema dessa magnitude acontece na costa brasileira, o que leva à primeira
execução do Plano de Contingência. "O acidente é totalmente inédito no Brasil. Arrisco a dizer que no
mundo ocidental, também", afirma.
Puntel afirmou também que as investigações a respeito do óleo continuam. "A certeza que temos é de
que não é originário do Brasil. Nosso óleo é fino e a densidade desse material é maior. Sabemos que [o
derramamento] teve origem no Oceano Atlântico, entre 500 e 600 quilômetros da nossa costa", afirma.
A Marinha informou que neste domingo registra a presença de óleo apenas em Sergipe, na Praia do
Atalaia, em Aracaju, e em Pernambuco, na no entorno do Porto de Suape, no Cabo de Santo Agostinho,
e na Praia do Cupe, em Ipojuca.
Segundo o Ibama, equipes monitoram o avanço das manchas, mas o trabalho é dificultado devido à
densidade do óleo e à presença de corais. "Existe uma previsão, mas não é precisa por conta da extensão
da nossa costa e dos corais, que retêm parte do material", afirma o diretor de Proteção Ambiental do
Ibama, Olivaldi Azevedo.
"Não se consegue achar as manchas com a tecnologia que se tem. Optamos por aguardar as manchas
chegarem até a praia para fazermos a retirada".
A recomendação da Secretaria de Meio Ambiente e da Defesa Civil de Pernambuco é de que o óleo
não seja manuseado sem o uso de equipamentos de segurança. "Estamos providenciando a compra de
EPIs [equipamentos de proteção individual] e também pedimos reforço ao governo federal", afirma o
secretário de Meio Ambiente, José Bertotti.
Segundo o secretário-executivo de Defesa Civil de Pernambuco, coronel Lamartine Barbosa, também
há prefeituras fazendo as reposições de EPIs para serem doados aos voluntários que se disponibilizam
a ajudar na retirada do óleo.

Divergências
Durante a entrevista coletiva, Bertotti solicitou ações coordenadas e equipamentos de contenção ao
governo federal. "Destaco a necessidade de materiais para que a gente possa fazer a coleta. Não temos
previsão do fim disso", afirmou. Ao final da entrevista, o almirante Puntel afirmou que todas as solicitações
serão atendidas pelo governo federal.
Bertotti também cobrou equipamentos como barreiras de contenção ao governo federal, mencionando
que espera aumento do apoio após a liminar concedida neste domingo pela Justiça Federal, determinando
a execução efetiva do Plano Nacional de Contingência à União e ao Ibama em Pernambuco.
"Fizemos a conta e precisamos de três quilômetros de barreiras de contenção para cobrir todas as
entradas de estuário do litoral Sul. A gente sente ainda a necessidade de muitos equipamentos que não
estão chegando a tempo para a gente fazer ações mais efetivas", afirmou
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo, afirmou, no entanto, que as barreiras não
têm demonstrado eficácia para combater o problema.
"Na maioria das vezes, dos locais, elas não têm efeito técnico positivo nenhum. É importante que se
entenda que a gente quer buscar uma tecnologia diferente, que resolva esse problema. O que resolve o
problema é monitorar como a gente está monitorando", disse.

Óleo em Pernambuco
Entre a quinta (17/10) e o domingo (20/10), Pernambuco recolheu 71 toneladas de óleo das praias do
estado. Na quinta, a substância chegou a São José da Coroa Grande.

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Na sexta-feira (18/10), o óleo chegou até praias de Tamandaré, como a Praia dos Carneiros, de
Sirinhaém e Barreiros. No sábado, praias de Ipojuca, vizinhas a Porto de Galinhas foram atingidas.
Neste domingo (20/10), o óleo chegou às praias de Suape, Calhetas, Itapuama, Xaréu e à Ilha de
Tatuoca, no Cabo de Santo Agostinho. Desde as 5h, voluntários e equipes se uniram para retirar o
material da água, da areia e do mangue.

20 maiores poluidores respondem por um terço de toda a emissão de CO2 no mundo, segundo
estudo; Petrobras está na lista66

Produtoras de petróleo, gás natural e carvão foram responsáveis por 480,16 bilhões de toneladas de
poluentes liberados na atmosfera desde 1965.
Um estudo do instituto de pesquisas Climate Accountability Institute, com sede nos Estados Unidos,
diz que um grupo de 20 empresas é responsável por mais de um terço das emissões de gases causadores
do efeito estufa em todo o mundo desde 1965. A estatal brasileira Petrobras aparece na lista, na 20ª
posição.
Segundo a análise, publicada inicialmente pelo jornal britânico The Guardian nesta quarta-feira (09/10),
as 20 empresas produtoras de petróleo, gás natural e carvão foram responsáveis por 480,16 bilhões de
toneladas de dióxido de carbono e metano liberados na atmosfera nesse período.
O montante representa 35% das emissões totais de combustíveis fósseis e cimento, que foram de 1,35
trilhão de toneladas.
O cálculo feito é baseado na produção anual de petróleo, gás natural e carvão relatada por cada
empresa, e leva em conta as emissões desde a extração até o uso final do combustível.
A lista tem 12 empresas estatais e oito privadas (confira a relação completa abaixo), e é encabeçada
pela estatal saudita Saudi Aramco, responsável pela emissão de 59,26 bilhões de toneladas de dióxido
de carbono equivalente, o equivalente a 4,38% do total mundial no período analisado.
Em seguida aparecem a americana Chevron, com 3,20% do total, e a russa Gazprom, com 3,19%. A
Petrobras responde por 8,68 bilhões de toneladas de carbono equivalente, o que representa 0,64% do
total.
"Nós escolhemos 1965 como ponto inicial (da análise) porque pesquisas recentes revelaram que em
meados dos anos 1960 o impacto climático dos combustíveis fósseis era conhecido por líderes industriais
e políticos", diz o autor do estudo, Richard Heede.

Responsabilidade
O estudo atualiza uma análise anterior de Heede sobre o papel das principais empresas de
combustíveis fósseis nas mudanças climáticas. O pesquisador diz que essas empresas têm
responsabilidade "moral, financeira e legal" pela crise climática e responsabilidade de ajudar a combater
o problema.
"Apesar de consumidores globais, de indivíduos a empresas, serem os emissores finais de dióxido de
carbono, nós nos concentramos nas empresas de combustíveis fósseis que, em nossa opinião,
produziram e venderam esses combustíveis a bilhões de consumidores com o conhecimento de que seu
uso conforme previsto vai piorar a crise climática", diz o autor do estudo, Richard Heede.
O pesquisador diz que as empresas que "valorizam sua licença social para operar" devem respeitar a
ciência climática, gerenciar os riscos corporativos de acordo com isso e "se comprometer em reduzir a
produção futura de combustíveis fósseis e suas emissões" em alinhamento com o Acordo de Paris.
Esse acordo tem o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-
industriais.
Heede também diz que as empresas deveriam direcionar seus investimentos para combustíveis
renováveis e de baixo carbono. "As empresas liderando essa transição irão prosperar, e as que ficarem
para trás irão perecer", afirma.

Resposta das empresas


A Petrobras disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que tem buscado aplicar em suas
operações "tecnologias que têm como consequência direta a redução da intensidade de carbono, com
resultados significativos já alcançados" (confira a nota completa no final da matéria).

66
Alessandra Corrêa. 20 maiores poluidores respondem por um terço de toda a emissão de CO2 no mundo, segundo estudo; Petrobras está na lista. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/10/20-maiores-poluidores-respondem-por-um-terco-de-toda-a-emissao-de-co2-no-mundo-segundo-estudo- petrobras-
esta-na-lista.ghtml. Acesso em 10 de outubro de 2019.

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99
Segundo comunicado da empresa, "desde 2008, já foram reinjetadas 9,8 milhões de toneladas de CO2
dos campos de pré-sal na Bacia de Santos", e até 2025, "a companhia projeta reinjetar cerca de 40
milhões de toneladas de CO2".
"Entre 2009 e 2018, foi evitada a emissão de mais de 120 milhões de toneladas de CO2, o que equivale
a dois anos de emissões totais da Petrobras", diz o comunicado.
No processo de reinjeção, o CO2 é separado do petróleo e do gás extraído do poço e reinjetado de
volta, aumentando também a pressão interna o que acaba por induzir uma produção maior.
"Atualmente, a Petrobras apresenta, dentre as grandes produtoras de óleo e gás natural, o segundo
melhor desempenho em emissões relativas (CO2/barril) nas atividades de exploração e produção", diz o
texto.
A empresa diz ainda que "assumiu o compromisso de crescimento zero das emissões operacionais no
horizonte até 2025 (ano base 2015), mesmo com o aumento da produção, firmando metas de redução de
intensidade de emissões de 32% na exploração e produção de petróleo e 16% no refino".
A BBC News Brasil também entrou em contato com a Saudi Aramco, a Chevron e a Gazprom, que
encabeçam a lista, mas até o fechamento desta reportagem as empresas não haviam se pronunciado.
Em resposta ao The Guardian, a Chevron disse que está "tomando medidas para enfrentar as
mudanças climáticas investindo em tecnologia e oportunidades de negócio de baixo carbono que podem
reduzir emissões de gases do efeito estufa enquanto continuam a produzir energia acessível, confiável e
cada vez mais limpa para sustentar o progresso econômico e social".
A empresa disse que apoia "um diálogo honesto" sobre como "equilibrar o fornecimento de energia
para um mundo em crescimento, desenvolvimento econômico e o meio ambiente".

Manifestantes protestam em greve global pelo clima nesta sexta67

Há atos marcados contra o aquecimento global em 150 países, de acordo com os organizadores. Mais
de 5 mil protestos são esperados, em uma sequência que deve terminar com uma manifestação em Nova
York, Estados Unidos.
A greve global pelo clima, marcada para esta sexta (20/09) em 150 países, deve atrair milhares de
manifestantes que exigem medidas concretas para frear as emissões de gás carbônico e combater o
aquecimento global.
As manifestações ocorrem um dia antes de começar a Cúpula pelo Clima, da Organização das Nações
Unidas, que deverá ocorrer de 21 a 23 de setembro, em Nova York.
A Greve pelo Clima tem origem no "Fridays For Future" (Sextas-feiras pelo Futuro, em inglês), que
ganhou repercussão com a adolescente sueca de 16 anos Greta Thunberg. Desde 2018, Greta falta às
aulas nas sextas-feiras para protestar pelo clima. A iniciativa rendeu a indicação ao Prêmio Nobel da Paz
e fez com que diversas outras greves se espalhassem pelo mundo. No Brasil, ao menos duas
mobilizações tiveram repercussão nacional, uma em março e outra em maio.
Estão programados mais de 5 mil eventos em todo o mundo em 150 países, em uma sequência que
deve terminar com uma manifestação em Nova York, com a presença de mais de um milhão de
estudantes, informou a agência France Presse (AFP).
O líder espiritual dos budistas tibetanos, Dalai Lama, publicou uma mensagem na sua conta oficial do
Twitter apoiando as manifestações. "Esta é provavelmente a geração mais jovem que tem sérias
preocupações com a crise climática e seus efeitos no meio ambiente. Eles estão sendo muito realistas
sobre o futuro. Eles veem que precisamos ouvir os cientistas. Nós devemos encorajá-los.", afirmou.
Os primeiros eventos da greve aconteceram nas ilhas Vanuatu, Salomão e Kiribati, territórios
ameaçados pela elevação do nível do mar devido ao aquecimento climático.
Na Austrália, crianças e jovens da região do Pacífico se reuniram nas ruas para se manifestar. De
acordo com a rede CNN, os organizadores disseram ter atraído mais de 300 mil pessoas em mais de 100
cidades. Melbourne teve o maior protesto, com 100 mil pessoas, segundo os organizadores citados pela
CNN. Em Sidney foram 80 mil e em Brisbane, 30 mil. Não há informações sobre números divulgados
pelas autoridades destes locais.
Na Alemanha, a manifestação atraiu cerca de 80 mil pessoas, segundo os organizadores.
Manifestantes subiram sobre blocos de gelo embaixo de uma forca improvisada para alertar sobre os
riscos do aquecimento global. O protesto ocorreu em frente ao portão de Brandemburgo, em Berlim.
De acordo com a AFP, nesta sexta os partidos da coalizão do governo da Angela Merkel chegaram a
um acordo sobre a estratégia climática, que inclui medidas para diminuir as emissões de gás carbônico e
uma verificação anual das taxas. A AFP informa que estão previstos investimentos de pelo menos 100
67
G1. Manifestantes protestam em greve global pelo clima nesta sexta. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/09/20/manifestantes-protestam-
em-greve-global-pelo-clima-nesta-sexta.ghtml. Acesso em 20 de setembro de 2019.

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100
bilhões de euros até 2030. Paralelamente, pretende-se acelerar o desenvolvimento de energias limpas
(solar, eólica ou biomassa), subindo a 65% em 2030 contra 40% atualmente.
Na Inglaterra, estudantes empunharam cartazes em Londres com mensagens contra políticos e em
apoio à greve. "Estamos perdendo aulas para te ensinar uma lição", dizia o cartaz de uma das jovens
manifestantes.
Na Polônia, ativistas fizeram uma performance enrolados em plásticos para criticar o consumo e a
ameaça que o atual modo de vida representa à natureza. O protesto ocorreu na capital do país, Warsaw.
Também houve registro de manifestação em Lodz, terceira maior cidade polonesa, e em Poznan.
Nesta quinta, Greta divulgou um vídeo em suas redes sociais convocando as manifestações. "É manhã
no Pacífico. Em breve o sol nascerá na sexta-feira, 20 de setembro de 2019. Boa sorte Austrália, Filipinas,
Japão e todas as nações das Ilhas do Pacífico. Vocês vão primeiro! Agora mostre o caminho! Boa
manifestação!", escreveu.
Nestas ilhas, as crianças e jovens estudantes cantaram "não estamos fugindo, estamos lutando",
informou a France Presse.
"Estamos aqui para mandar uma mensagem aos poderosos, aos políticos, para lhes mostrar que
estamos preocupados e que isto é realmente importante para nós", disse à AFP Will Connor, um jovem
de 16 anos de Sidney.

Governo decide proibir queimadas em todo o Brasil no período da seca68

Decreto foi editado nesta quarta-feira e publicado no 'Diário Oficial da União'. Medida foi anunciada em
meio à crise ambiental envolvendo as queimadas na Amazônia.
O governo federal decidiu proibir as queimadas em todo o país durante o período da seca.
Um decreto sobre a proibição foi editado nesta quarta-feira (28/08) e publicado na edição desta quinta-
feira (29/08) do “Diário Oficial da União”.
O decreto suspende a permissão do emprego do fogo por um período de 60 dias com o objetivo de
proteção ao meio ambiente.
O Código Florestal permite as queimadas somente em casos específicos e desde que autorizadas por
órgão ambiental. No caso dos povos indígenas, a prática é permitida na agricultura de subsistência.
De acordo com o texto, a suspensão não será aplicada em casos de controle fitossanitário autorizado
por órgão ambiental, em práticas de prevenção e combate a incêndios e na agricultura de subsistência
de indígenas.
A medida foi anunciada em meio à crise ambiental e diplomática provocada pela escalada do número
de queimadas e do desmatamento na Amazônia.
Na semana passada o presidente Jair Bolsonaro editou decreto autorizando o uso das Forças Armadas
no apoio aos estados da Amazônia Legal no combate ao fogo.

Queimadas aumentam 82% em relação ao mesmo período de 201869

As queimadas no Brasil aumentaram 82% em relação ao ano de 2018, se compararmos o mesmo


período de janeiro a agosto – foram 71.497 focos neste ano, contra 39.194 no ano passado. Esta é a
maior alta e também o maior número de registros em 7 anos no país. Os dados são do Programa
Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), gerados com base em imagens de
satélite.

68
Feliz Ortiz. Governo decide proibir queimadas em todo o Brasil no período da seca. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/08/28/governo-
decide-proibir-queimadas-em-todo-o-brasil-no-periodo-da-seca.ghtml. Acesso em 29 de agosto de 2019.
69
Carolina Dantas. Queimadas aumentam 82% em relação ao mesmo período de 2018. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/19/queimadas-aumentam-82percent-em-relacao-ao-mesmo-periodo-de-2018.ghtml. Acesso em 21 de agosto de 2019.

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101
Nesta segunda-feira (19/02), o "dia virou noite" em São Paulo, no Mato Grosso do Sul e no norte do
Paraná. Por volta das 15h, uma forte névoa escura cobriu a capital paulista, deixando a cidade no breu.
Especialistas ouvidos pelo G1 explicaram que uma frente fria com ventos marítimos originada do Sul do
Brasil trouxe uma nuvem do tipo stratus, mais baixa e carregada. Junto a isso, a fumaça originada das
queimadas da floresta amazônica nos estados do Norte foi potencializada com focos em outros países da
América Latina.
Cinco estados tiveram um maior aumento no número de queimadas no Brasil desde o início do ano,
em comparação com o mesmo período do ano passado: Mato Grosso do Sul, com uma alta de 260% em
relação a 2018; Rondônia, com 198%; Pará, com 188%; Acre, com 176%; e Rio de Janeiro, com 173%.
Se tomarmos como base apenas o número, Mato Grosso é líder, com 13.641 focos, o que representa
19% do total nacional.

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102
Nas últimas 48h (contadas até 19 de agosto), o Brasil teve 5.253 focos de queimadas detectados pelo
sistema do Inpe. Bolívia, Peru e Paraguai seguem com 1.618, 1.166 e 465, respectivamente. No sábado
(17/08), o aeroporto internacional de Viru Viru, na Bolívia, chegou a ser fechado devido à baixa
visibilidade.
Alberto Setzer, pesquisador do Programa Queimadas do Inpe, disse que apesar da alta no número de
incêndios, a chegada da fumaça da região Norte ao Sudeste não é um fenômeno raro. Ele fala que o pôr
do sol um pouco mais avermelhado é um dos sinais, mas em menor intensidade do que foi visto nesta
segunda-feira.
O pesquisador também explica que o El Niño tem um efeito que aumenta a estiagem, mas não causa
o aumento das queimadas. O fenômeno ajuda a aumentar a "espalhar o fogo".
"Elas [queimadas] são todas de origem humana, umas propositais e outras acidentais, mas sempre
pela ação humana. Para você ter queimada natural você precisa da existência de raios. Só que toda essa
região do Brasil central, sul da Amazônia, está uma seca muito prolongada, tem lugares com quase três
meses sem uma gota d’água" - Alberto Setzer
"Não é a toa que o aeroporto lá na Bolívia fechou, que os hospitais estão lotados de gente com
problemas de respiração", disse Setzer. O pesquisador lembra um caso similar de descida da fumaça
ocorreu em 9 de agosto deste ano, mas que não atingiu tanto a cidade de São Paulo.
Os dados do Inpe também apontam o número de Unidades de Conservação e Terras Indígenas que
sofrem com as queimadas: são 32 e 36, respectivamente. Os incêndios florestais também atingiram outras
parte do mundo em julho: a agência espacial americana (Nasa) aponta mais de 2,7 milhões de hectares
na Sibéria; na Espanha, o sistema de monitoramento Copernicus, apoiado pela agência espacial europeia
(ESA), registrou a pior série de incêndios florestais em 20 anos.

Fim do Fundo Amazônia pode afetar fiscalização do Ibama contra o desmatamento70

Noruega, principal doadora do mecanismo, anunciou a suspensão de repasse de R$ 132,6 milhões


que estava previsto para 2019. Entre 2016 e 2018, verbas do fundo financiaram 466 vistorias que geraram
aplicação de mais de R$ 2,5 bilhões em multas.
O eventual fim do Fundo Amazônia pode impactar diretamente na realização de fiscalizações contra o
desmatamento ilegal na floresta.
Nesta quinta-feira (15/08), a Noruega, que entre 2009 e 2018 repassou 93,8% dos R$ 3,4 bilhões
doados para o fundo, anunciou a suspensão do repasse de R$ 132,6 milhões. A Alemanha também já
anunciou que suspenderia R$ 155 milhões. As medidas foram anunciadas após o aumento do
desmatamento na Amazônia e mudanças na gestão do fundo.
O risco para as fiscalizações após as suspensões se dá porque as verbas financiam, por exemplo,
meios de transporte especiais, como veículos 4x4 e helicópteros, que são necessários para a realização
das vistorias do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na
região.
O Fundo Amazônia contou, nos últimos 10 anos, com 93,8% de verba da Noruega e 5,7% da
Alemanha, além de 0,5% de recursos da Petrobras, para ações de combate ao desmatamento e
desenvolvimento sustentável. Quase 60% dos recursos são destinados a instituições do governo.
Desde 2016 o Ibama recebe recursos do fundo para bancar o aluguel de veículos especiais em
operações na Amazônia. De 2016 a 2018, pelo menos 466 missões de fiscalização do órgão foram
bancadas pelo fundo. Ao todo, essas ações geraram aplicação de mais de R$ 2,5 bilhões em multas.
“Simplesmente não vai ter viatura e helicópteros para fiscalização ano que vem. Toda essa estrutura
é financiada pelo Fundo Amazônia”, diz um servidor do Ibama que atua com fiscalizações. Ele não quis
se identificar por medo de represálias.
“Toda a logiś tica de viaturas, incluindo de prevenção ao fogo, vai ser afetada diretamente com o fim
do fundo", diz.
"Os recursos do Fundo Amazônia vêm de doações e, portanto, são extraorçamentários. Não haverá
dinheiro ano que vem para o Ibama ir a campo", diz outro servidor do órgão.
Procurado, o Ministério do Meio Ambiente, responsável pelo Ibama, disse que "já há planejamento de
obtenção de recursos, inclusive internacionais, para suprir eventual falta de verba do Fundo Amazônia,
se houver necessidade".

70
Patrícia Figueiredo. Fim do Fundo Amazônia pode afetar fiscalização do Ibama contra o desmatamento. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/16/fim-do-fundo-amazonia-pode-afetar-fiscalizacao-do-ibama-contra-o-desmatamento.ghtml. Acesso em 16 de agosto
de 2019.

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103
Projetos do Ibama no Fundo Amazônia
Em abril de 2018 o Ibama assinou um contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) para receber R$ 140 milhões do fundo. A verba seria repassada ao longo de três anos:
R$ 44 milhões em 2018, R$ 46 milhões em 2019 e R$ 48 milhões em 2020.
Até o momento, o instituto recebeu R$ 42 milhões, o equivalente a 30% do total do projeto. O último
repasse foi feito em março deste ano.
O projeto do Ibama apoiado pelo fundo, segundo a descrição oficial, é para bancar “o pagamento dos
meios de transporte adequados para as ações de fiscalização ambiental do Ibama”. Segundo o contrato,
a operação será efetivada por meio do aluguel de caminhonetes e helicópteros usados nas ações de
fiscalização em campo.
O instituto diz, na contextualização do projeto, que sempre contou com recursos próprios para esse
tipo de ação mas, com a crise, precisou recorrer às verbas do fundo.
"Historicamente, o Ibama dispunha desses meios e executava suas ações fiscalizatórias [na Amazônia]
com considerável sucesso. No entanto, nos últimos anos, o orçamento desse órgão ambiental vem sendo
contingenciado, em decorrência da situação fiscal do país", explica o Ibama na descrição do projeto.
Em 2016 um contrato semelhante entre Ibama e BNDES foi firmado. Com apoio de R$ 56 milhões, o
projeto financiou 466 missões de fiscalização, empregando 92.276 dias de servidores, que foram
responsáveis pela lavratura de 5.060 autos de infração contra a flora e aplicação de mais de R$ 2,5
bilhões em multas. Ao todo, foram executadas 3.116 horas de voo de helicóptero e disponibilizadas 175
viaturas para o instituto.

Corte no orçamento do Ibama em 2019


Em abril, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou um corte de 24% no orçamento do
Ibama para 2019. O orçamento do Ibama, que seria de R$ 368,3 milhões, segundo a Lei Orçamentária
(LOA), caiu para R$ 279,4 milhões.
O corte de R$ 89,9 milhões equivale a cerca de três meses de gastos do Ibama. Só as despesas fixas
do órgão estão estimadas em R$ 285 milhões para o ano de 2019.

Fundo bilionário sem atividade


Na prática, as atividades do Fundo Amazônia estão paralisadas neste ano após o Ministério do Meio
Ambiente brasileiro decidir mudar a composição do comitê que integra o Fundo e o destino dos repasses.
Nenhum projeto foi aprovado para financiamento neste ano. No mesmo período do ano passado,
quatro haviam sido aprovados. Ao todo, 11 propostas foram apoiadas em 2018, com investimento total
de R$ 191,19 milhões.
O impasse sobre o futuro do Fundo se tornou público em maio, quando Ricardo Salles, titular do
Ministério do Meio Ambiente, anunciou a intenção de alterar seu funcionamento e destinar recursos para
indenizar proprietários de terras. Ele também disse haver indícios de irregularidades nos contratos
firmados com ONGs.
Os principais países doadores do fundo disseram, à época, que estavam satisfeitos com a gestão
prévia do fundo, feita pelo BNDES, e também com os resultados obtidos pelos projetos, e ressaltaram
que não foram encontradas irregularidades nas auditorias já realizadas.

Área da Amazônia com alerta de desmatamento sobe 278% em julho, comparada ao mesmo mês
de 201871

Em julho de 2018, houve alerta em 596,6 km² na Amazônia. Em julho de 2019, este número foi de
2.254,9 km², de acordo com dados do Deter, do Inpe. Jair Bolsonaro disse nesta terça (06/08) que o novo
diretor do Inpe vai apresentar os dados para a presidência antes de divulgá-los.
As áreas com alerta de desmatamento na Amazônia Legal, que inclui 9 estados, tiveram um aumento
de 278% em julho, em comparação ao mesmo mês de 2018. Os dados são do Deter, do Instituto de
Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
Em junho, Jair Bolsonaro questionou a veracidade dos dados e foi rebatido pelo então diretor do Inpe,
que acabou exonerado. Nesta terça (06/08), ele afirmou em Brasília que receberá com antecedência
dados "alarmantes" de desmatamento, antes que sejam divulgados. Os números estão públicos e
disponíveis na plataforma Terra Brasilis desde 2017.

71
G1. Área da Amazônia com alerta de desmatamento sobe 278% em julho, comparada ao mesmo mês de 2018. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/07/area-com-alertas-de-desmatamento-na-amazonia-sobem-278percent-em-julho-comparado-ao-mesmo-mes-de-
2018.ghtml. Acesso em 07 de agosto de 2019.

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104
"Ele [diretor interino do Inpe] vai apresentar os números para mim. Se forem alarmantes, a gente vai
tomar uma decisão. [...] Números, por exemplo, que tenha a ver, que saia do Inpe, tem que ser números
precisos. Tem a ver com áreas. Não pode áreas superpostas serem computadas. Não pode áreas que
podem ser desmatados, que podem, ao se desmatar entrar como desmatamento ilegal. Não é verdade
isso aí", afirmou Bolsonaro.
Os alertas servem para informar aos fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) onde há
sinais de devastação, que podem ou não ser comprovados posteriormente. Os dados oficiais de
desmatamento são feitos por outro sistema, o Prodes, que mede as taxas nos meses em que há seca,
para evitar que as nuvens cubram as áreas. Os dois sistemas usam o mesmo satélite para gerar as
imagens.

Alerta de desmatamento em julho

Em julho de 2018, houve alerta em 596,6 km² na Amazônia. Em julho de 2019, este número foi de
2.254,9 km² – quase quatro vezes mais. No mês anterior, a área com alerta de desmatamento foi de 931,6
km².
Os dados de julho de 2019 são os mais altos desde 2015, se considerados todos os meses de
monitoramento disponíveis para análise.
Antes, o recorde de área com alerta havia sido em agosto de 2016, com 1.025 km².

De acordo com um levantamento feito pelo Observatório do Clima no mesmo sistema, o desmatamento
na Amazônia cresceu 49,5% na série histórica 2018/2019, se comparado ao mesmo período de
2017/2018. Foram 6.833 km² com alerta de desmatamento, contra 4.532 km² no período anterior.
O coordenador técnico do Observatório do Clima e coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo,
publicou uma imagem nesta terça (06/08) que mostra a degradação ambiental.

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105
Segundo Azevedo, trata-se de uma área de 35 km² em Altamira, no Pará, para onde foram emitidos
20 alertas de desmatamento entre maio e julho de 2019. "Cerca de 1,5 milhão de árvores cortadas em
pouco mais de 90 dias", afirmou
A Amazônia Legal inclui o Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados de
Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

Críticas aos dados de desmatamento


Em julho, Jair Bolsonaro questionou os dados do Inpe sobre o aumento do desmatamento na
Amazônia. "Com toda a devastação que vocês nos acusam de estar fazendo e de ter feito no passado, a
Amazônia já teria se extinguido", afirmou. Ele também disse suspeitar que o diretor do Inpe estaria "a
serviço de alguma ONG". As declarações foram dadas durante uma entrevista a jornalistas estrangeiros.
No dia seguinte, Ricardo Magnus Osório Galvão, então diretor do Inpe, negou as acusações de
Bolsonaro, reafirmou os dados sobre desmatamento e disse que não deixará cargo. O Inpe disse em nota
que sua política de transparência permite o acesso completo aos dados e acrescentou que a metodologia
do instituto é reconhecida internacionalmente.
Após a resposta de Galvão, Bolsonaro voltou a questionar os dados e disse que o então diretor deveria
avisar o ministro da Ciência, ao qual o Inpe é subordinado, antes de divulgar as informações. Os dados
do Deter estão públicos no portal Terra Brasilis desde 2017.
No início de agosto, Galvão foi exonerado. O oficial da Força Aérea Darcton Policarpo Damião foi
anunciado como o novo diretor interino.
Douglas Morton, diretor da Nasa, a agência espacial americana, disse que a demissão do diretor do
Inpe é 'significativamente alarmante'.
Um levantamento do G1 indica que mesmo as áreas da Amazônia que deveriam ter 'desmatamento
zero' já perderam o equivalente a 6 cidades de SP em três décadas. Fora das áreas protegidas, a
Amazônia perdeu 39,8 milhões de hectares em 30 anos, o que representa 19% sobre toda a floresta
natural não demarcada que existia em 1985, uma perda equivalente ao tamanho de 262 cidades de São
Paulo. Nas áreas protegidas, a perda acumulada foi de 0,5%.
Em junho, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que queria contratar uma empresa
privada para melhorar o monitoramento do desmatamento da Amazônia. Em matéria publicada no jornal
Folha de S. Paulo, o ministro culpou o monitoramento Inpe pela ineficácia no combate ao desmate. Ao
mesmo tempo, de acordo com a reportagem, "nos primeiros cinco meses do governo Jair Bolsonaro, o
Ibama registrou a menor proporção de autuações por alerta de desmatamento na Amazônia dos últimos
quatro anos".

Número de agrotóxicos que Anvisa considera "extremamente tóxicos" cai de 34% para 2%72

Novo marco regulatório é "forma de enganar a sociedade", segundo pesquisador; mudança também
impacta rótulo dos produtos.
A nova classificação de agrotóxicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada
esta semana no Diário Oficial da União, provocou uma redução drástica do número de produtos
considerados "extremamente tóxicos" no Brasil. Nos últimos estudos divulgados antes da mudança no
método de sistematização, 800 agrotóxicos, em média, pertenciam a essa categoria, em um universo de
cerca de 2300 – aproximadamente 34,7%. A nova tabela, divulgada pela Agência nesta quinta (01/08),
classifica apenas 43 como "extremamente tóxicos", o que equivale a 2,2% dos 1924 produtos analisados.
A sistematização dos produtos, até então regulada por uma legislação de 1989 que previa a existência
de quatro categorias segundo o nível de perigo oferecido pelos venenos, passou a ter cinco divisões, com
novos critérios.
As novas normas também permitem que produtos antes considerados “altamente tóxicos”, que
provocam irritação severa na pele, passem para a categoria de toxicidade moderada, enquanto os “pouco
tóxicos” – com risco de irritação leve na pele e nos olhos, por exemplo – fiquem liberados de classificação.
Com isso, eles não apresentarão advertências no rótulo para o consumidor.
Especialista no tema, o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, membro da Campanha
Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, criticou as novas regras em entrevista ao Brasil de Fato.
Ele considera que a metodologia que a Anvisa passa a adotar impõe riscos à saúde humana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em média, 193 mil mortes registradas ao ano no
planeta podem ter relação com o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos.
72
Brasil de Fato. Número de agrotóxicos que Anvisa considera "extremamente tóxicos" cai de 34% para 2%. Redação Brasil de Fato.
https://www.brasildefato.com.br/2019/08/02/numero-de-agrotoxicos-que-anvisa-considera-extremamente-toxicos-cai-de-34-para-2/. Acesso em 02 de agosto de
2019.

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106
“A informação de risco agora privilegia os casos de morte. Sobrevalorizar um veneno porque ele causa
morte e deixar de lado preocupações de longo prazo, como câncer, cegueira, problemas de raciocínio e
no sistema nervoso central, para nós, é uma forma de enganar a sociedade. Vai minimizar o cuidado que
as pessoas vão ter com venenos que não causam a morte, mas que trazem dramas que, para uma família,
são tão relevantes quanto a perda de um parente”, reflete o especialista.
A Anvisa argumenta que o novo marco regulatório é orientado por um padrão internacional, o Sistema
Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (Globally Harmonized
System of Classification and Labelling of Chemicals – GHS), adotado na União Europeia e na Ásia, por
exemplo.
“Seria racional que nós tivéssemos um modelo semelhante, mas, na comunidade econômica europeia,
pelo que sabemos, são proibidos vários dos produtos que são autorizados aqui. Seria de se esperar que
uma reclassificação que compatibilizasse a realidade brasileira com a europeia retirasse do mercado
esses produtos. No entanto, não há nenhuma sinalização nesse sentido”, pondera Melgarejo,
acrescentando que mais de 30% dos venenos que circulam nacionalmente são rejeitados por esses
países.

Desmatamento dispara no Xingu, um dos últimos 'escudos' da Amazônia73

Destruição em áreas protegidas da bacia – que abriga 26 povos indígenas e serve como corredor
ecológico para espécies amazônicas – cresceu 44,7% em maio e junho em comparação com mesmo
período de 2018; para zoólogo, preservação da região é crucial para que a ciência entenda como florestas
brasileiras se tornaram tão biodiversas.
O desmatamento em unidades de conservação na bacia do rio Xingu, nos estados do Pará e Mato
Grosso, cresceu 44,7% em maio e junho de 2019 em comparação com o mesmo período do ano anterior,
reforçando a tendência de alta no desflorestamento da Amazônia e ampliando as pressões sobre um dos
principais corredores ecológicos do bioma.
Os dados são do Sirad X, boletim publicado a cada dois meses pela Rede Xingu+, que agrega 24
organizações ambientalistas e indígenas. Além de compilar imagens de satélite, o sistema usa radares
que permitem detectar o desmatamento mesmo em períodos chuvosos do ano.
O boletim diz que, entre janeiro e junho deste ano, a região perdeu 68.973 hectares de floresta – área
equivalente à cidade de Salvador. A bacia do Xingu abriga 26 povos indígenas e centenas de
comunidades ribeirinhas, que dependem do bom funcionamento dos ecossistemas locais para sobreviver.
A região tem tamanho comparável ao do Rio Grande do Sul.
Como mais da metade da bacia é composta por áreas protegidas, ela também serve como uma espécie
de escudo da Amazônia em sua porção oriental, dificultando o avanço do agronegócio pela floresta. E ela
é uma das últimas áreas do bioma amazônico em contato com o Cerrado, o que lhe confere papel central
em estudos sobre biodiversidade.
Quando se compara o desmatamento de maio e junho no Xingu com o do bimestre anterior, o aumento
foi de 81% para toda a bacia e de 405% para unidades de conservação.

Política ambiental de Bolsonaro


É normal que o índice de destruição cresça no meio do ano, quando o clima mais seco facilita as
derrubadas, mas o tamanho do aumento foi considerado alarmante pelos autores do estudo.
Para eles, o crescimento se explica por ações do governo Jair Bolsonaro que fragilizaram o combate
a crimes ambientais e por declarações do próprio presidente que estariam encorajando atividades ilícitas,
especialmente o garimpo.
Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, têm pregado uma mudança na política
ambiental que reduza a ênfase em punições e considere o impacto econômico de atividades nocivas à
natureza.
"O que acontece hoje no Brasil, infelizmente, é o resultado de anos e anos e anos de uma política
pública da produção de leis, regras, de regulamentos que nem sempre guardam relação com o mundo
real", disse Salles numa reunião com madeireiros em Rondônia, em julho.
Há duas semanas, a BBC News Brasil publicou uma reportagem sobre o avanço do garimpo ilegal em
terras indígenas da Amazônia em 2019. Uma das áreas mais impactadas pela atividade fica na bacia do
Xingu, a Terra Indígena Kayapó.
Bolsonaro defende liberar a mineração em terras indígenas e costuma dizer que "o índio não pode
continuar sendo pobre em cima de terra rica". A medida depende de aval do Congresso.
73
João Fellet, BBC. Desmatamento dispara no Xingu, um dos últimos 'escudos' da Amazônia. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/02/desmatamento-dispara-no-xingu-um-dos-ultimos-escudos-da-amazonia.ghtml. Acesso em 02 de agosto de 2019.

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107
Várias das principais associações indígenas brasileiras são contrárias à atividade, temendo seus
impactos sociais e ambientais.
Segundo os autores do Sirad X, "o garimpo tem se destacado como o principal vetor do desmatamento"
em áreas protegidas do Xingu.

Quem desmatou mais


Altamira (PA), onde fica a hidrelétrica de Belo Monte, foi o município da bacia que mais desmatou, com
18 mil hectares de floresta destruídos em maio e junho.
O Pará foi responsável por 82% do desmatamento ocorrido na bacia no bimestre, enquanto o Mato
Grosso respondeu por 18%.
A unidade de conservação mais impactada foi a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu,
no Pará, palco de 38% de todo o desmatamento ocorrido na bacia em maio e junho.
Segundo o boletim, a reserva já perdeu 36% de suas florestas, o que os autores atribuem à "ausência
de zoneamento que defina as áreas destinadas à conservação" e à "falta de operações de fiscalização e
monitoramento ambiental in loco".
A BBC questionou o Ibama e o ICMBio sobre o aumento nos índices de desmatamento no Xingu e
sobre as críticas à postura do governo quanto a crimes ambientais. Não houve respostas.
Questionada em 23 de julho sobre o aumento do garimpo em terras indígenas, a Funai respondeu oito
dias depois. Em nota, o órgão diz ter apoiado 444 ações preventivas ou de fiscalização em 241 terras
indígenas entre janeiro e julho de 2019 - e que tem buscado ampliar suas parcerias com órgãos
ambientais e policiais estaduais.
"Para tal, está sendo realizado um conjunto de reuniões junto ao Ibama, à Polícia Federal, às
Secretarias Estaduais de Segurança Pública, entre outros. Tais esforços já foram realizados nos Estados
de Rondônia, Roraima, Pará e Mato Grosso", diz a Funai.

Importância para zoologia


Para Miguel Trefaut Rodrigues, professor de zoologia da USP e um dos maiores especialistas em
répteis e anfíbios do mundo, a bacia do Xingu tem uma importância central nos estudos sobre a dispersão
e diferenciação de espécies que habitam as florestas brasileiras.
Isso porque a região engloba alguns dos últimos trechos preservados onde o bioma amazônico se
encontra com o Cerrado – áreas que no passado provavelmente serviram como corredores para espécies
que se deslocavam entre a Mata Atlântica e a Amazônia, tornando-as ambientes megadiversos.
Trefaut diz que entender como se deu esse deslocamento é um dos maiores desafios da zoologia
moderna - mas que os estudos, ainda incipientes, dependem da preservação da mata.
"Derrubar essa área vai acabar com os resquícios e evidências de contato (entre a Amazônia e a Mata
Atlântica) que houve no passado", ele afirma à BBC.
O zoólogo diz ainda que, quando um trecho da floresta é desmatado, há um impacto irreversível para
a fauna daquele ponto, pois a grande maioria das espécies não tolera as temperaturas mais altas de
ambientes sem cobertura vegetal.
"A fauna vai embora: desaparecem todos os roedores, lagartos, sapos, cobras e a maior parte das
aves. Um ou dois bichinhos podem tolerar ambientes abertos, mas a maior parte dos bichos amazônicos
some para sempre."

Sobrecarga da Terra 2019: Planeta atinge esgotamento de recursos naturais mais cedo em toda a
série histórica74

Índice é medido desde 1970. A partir desta segunda (29/07), humanidade entrará 'no vermelho' no uso
de recursos naturais, ou seja, usará mais do que a Terra consegue repor.
O Planeta Terra atinge nesta segunda-feira (29/07) o ponto máximo de uso de recursos naturais que
poderiam ser renovados sem ônus ao meio ambiente. Em 2019, a humanidade atingiu a data limite três
dias antes que em 2018 – e mais cedo do que em toda a série histórica, medida desde 1970.
Isso significa que, a partir de agora, todos os recursos usados para a sobrevivência (água, mineração,
extração de petróleo, consumo de animais, plantio de alimentos com esgotamento do solo, entre outros
pontos) entrarão em uma espécie de "crédito negativo" para a humanidade.
Para manter o mesmo padrão de consumo atual, seria necessário 1,75 planeta Terra.

7474
G1. Sobrecarga da Terra 2019: Planeta atinge esgotamento de recursos naturais mais cedo em toda a série histórica. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/29/sobrecarga-da-terra-2019-planeta-atinge-esgotamento-de-recursos-naturais-mais-cedo-em-toda-a-serie-
historica.ghtml. Acesso em 29 de julho de 2019.

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108
A estimativa é da Global Footprint Network, organização internacional pioneira em calcular a pegada
ecológica, que contabiliza o quanto de recurso natural é usado para as necessidades de um indivíduo ou
população.
De acordo com a organização, 60% da pegada ecológica da humanidade é causada pela emissão de
carbono.
"Sublinhar que não podemos usar 1,75 Terras por muito tempo quando só temos uma é simplesmente
reconhecer o contexto da existência humana", disse Mathis Wackernagel, coinventor da Pegada
Ecológica e fundador da Global Footprint Network.
O planeta entrou em déficit de recursos naturais em 1970. Desde então, a humanidade tem consumido
mais do que o planeta consegue se regenerar. Nos últimos 20 anos, a data-limite tem chegado mais cedo.
"Os custos este excesso estão se tornando cada vez mais evidentes em todo o mundo, sob a forma
de desflorestação, erosão dos solos, perda de biodiversidade e acumulação de dióxido de carbono na
atmosfera, levando a alterações climáticas e a secas, incêndios e furacões cada vez mais graves", diz a
organização.

Pesquisa estima que 17% dos animais marinhos podem desaparecer até 210075

Segundo o consórcio FishMIP, se as emissões de gases estufa seguirem o ritmo atual, diferentes
espécies de peixes, invertebrados e mamíferos serão extintas.
Cerca de 17% dos animais marinhos (peixes, invertebrados, mamíferos) poderão desaparecer até
2100, se as emissões de CO2 seguirem o ritmo atual - adverte uma avaliação internacional inédita
publicada na terça-feira (11/06) na revista americana PNAS.
A perda, que já começou, considera apenas os efeitos do clima, sem incluir outros fatores como a
pesca predatória e a poluição, e teria grande impacto na biodiversidade e na segurança alimentar.
Agrupados no consórcio "FishMIP" (Fisheries and Marine Ecosystem Model Intercomparison Project),
35 pesquisadores de quatro continentes fizeram uma avaliação global dos efeitos do aquecimento global
nos recursos pesqueiros.
Se as emissões de gases causadores do efeito estufa mantiverem sua trajetória atual, a biomassa
global de animais será reduzida em 17% até 2100, em relação à média dos anos 1990-99, apontam os
cientistas.
Se o mundo conseguir manter o aquecimento abaixo de 2°C, a queda pode ser limitar a 5%, acrescenta
o estudo.
"Seja qual for a hipótese das emissões, a biomassa global dos animais marinhos vai cair, devido ao
aumento da temperatura e ao retrocesso da produção primária", diz a pesquisa.
Para cada grau de aquecimento acumulado, o oceano perderá cerca de 5% adicional de biomassa
animal.

Futuro dos ecossistemas


Em 2015, em Paris, vários países se comprometeram a manter a temperatura abaixo de 2°C, em
relação à era pré-industrial. Em 2018, porém, as emissões e concentrações de gases causadores do
efeito estufa alcançaram um novo recorde mundial, antecipando um cenário futuro de +4°C.
Segundo o estudo, o impacto na fauna marinha será maior nas zonas temperadas e tropicais, onde os
homens dependem mais desses recursos, já muito debilitados.
Em muitas regiões polares, contudo, a biomassa marinha poderá aumentar, especialmente na
Antártica, onde haveria "até novas oportunidades de exploração", dizem os cientistas.
"O futuro dos ecossistemas marinhos dependerá em grande parte da mudança climática", resume
Yunne-Jai Shin, biólogo do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD).
"Por isso, as medidas de preservação da biodiversidade e de gestão da pesca têm que ser
reconsideradas", frisou.

75
France Presse. Pesquisa estima que 17% dos animais marinhos podem desaparecer até 2100. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/06/13/pesquisa-estima-que-17percent-dos-animais-marinhos-podem-desaparecer-ate-2100.ghtml. Acesso em 13 de
junho de 2019.

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109
Um milhão de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção, aponta ONU76

Estudo envolveu 145 cientistas de 50 países e revisou mais de 15 mil pesquisas.


Um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção, segundo o relatório da
Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema
(IPBES). A plataforma da Organização das Nações Unidas (ONU) contou com 145 cientistas de 50 países,
no que é o considerado o relatório mais extenso sobre perdas do meio ambiente.
O estudo, divulgado nesta segunda-feira (06/05), foi feito com base na revisão de mais de 15 mil
pesquisas científicas e fontes governamentais. Os cientistas destacam cinco principais causas de
mudanças de grande impacto na natureza nas últimas décadas:
- perda da habitat natural
- exploração das fontes naturais
- mudanças climáticas
- poluição
- espécies invasoras

Desde 1900, a média de espécies nativas na maioria dos principais habitats terrestres caiu em pelo
menos 20%. Mais de 40% das espécies de anfíbios, quase 33% dos corais e mais de um terço de todos
os mamíferos marinhos estão ameaçados. Pelo menos 680 espécies de vertebrados foram levadas à
extinção desde o século 16.
“Ecossistemas, espécies, populações selvagens, variedades locais e raças de plantas e animais
domesticados estão diminuindo, deteriorando-se ou desaparecendo. A rede essencial e interconectada
da vida na Terra está ficando menor e cada vez mais desgastada ”, disse o Prof. Settele.
“Esta perda é um resultado direto da atividade humana e constitui uma ameaça direta ao bem-estar
humano em todas as regiões do mundo ”, disse o Prof. Settele, um dos participantes o estudo.
O relatório diz ainda que desde 1980 as emissões de gás carbônico dobraram, levando a um aumento
das temperaturas do mundo em pelo menos 0,7 ºC.
Ainda de acordo com os cientistas, a perda de biodiversidade não é apenas uma questão ambiental,
mas também uma questão de desenvolvimento, econômica, de segurança, social e moral.
Segundo o relatório, as atuais tendências negativas impedirão em 80% o progresso das metas dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, relacionadas a pobreza, fome, saúde, água, cidades, clima,
oceanos e terra.
Três quartos do ambiente terrestre e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente
alterados por ações humanas. Em média, essas tendências foram menos severas ou evitadas em áreas
mantidas ou gerenciadas por povos indígenas e comunidades locais.
Além disso, um terço das áreas terrestres e 75% do uso de água limpa é para plantação e criação de
animais para alimentação. O valor da produção agrícola aumentou cerca de 300% desde 1970, a
derrubada de madeira aumentou 45% e aproximadamente 60 bilhões de toneladas de recursos
renováveis e não renováveis são extraídos globalmente a cada ano.

Veja outros pontos destacados pelo relatório:


- A degradação da terra reduziu a produtividade de 23% da superfície terrestre global, até US$ 577
bilhões em safras globais anuais estão em risco de perda de polinizadores
- Entre 100-300 milhões de pessoas estão em risco aumentado de enchentes e furacões devido à
perda de habitats e proteção da costa
- Em 2015, 33% da vida marinha estava sendo pescada em níveis insustentáveis
- Áreas urbanas dobraram desde 1992
- A poluição plástica aumentou dez vezes desde 1980. De 300 a 400 milhões de toneladas de metais
pesados, solventes, lamas tóxicas e outros resíduos de instalações industriais são despejados
anualmente nas águas do mundo
- Fertilizantes que entram nos ecossistemas costeiros produziram mais de 400 "zonas mortas"
oceânicas, totalizando mais de 245.000 km² - uma área combinada maior que a do Reino Unido

Ainda dá tempo
Apesar das notícias não serem boas, o relatório aponta caminhos para uma mudança. Governos
devem trabalhar em conjunto para a implementação de leis e produção mais sustentável.
76
G1. Um milhão de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção, aponta ONU. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/05/06/um-milhao-de-especies-de-plantas-e-animais-estao-ameacadas-de-extincao-segundo-relatorio-da-onu.ghtml.
Acesso em 06 de maio de 2019

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110
Segundo o relatório, é possível melhorar a sustentabilidade na agricultura, planejando áreas de
plantação para que elas forneçam alimentos e ao mesmo tempo apoiem as espécies nativas. Outras
sugestões incluem a reforma de cadeias de suprimento e a redução do desperdício de alimentos.
Além disso, para preservar a vida marinha, o relatório sugere cotas de pesca efetivas, demarcação de
áreas protegidas e redução da poluição que vai da terra para o mar.

Mundo apaga suas luzes pela Hora do Planeta77

Iniciativa busca reflexão sobre o impacto do gasto energético sobre as mudanças climáticas.
A Torre Eiffel parisiense, a Acrópole de Atenas, o Kremlin em Moscou e a Ópera de Sydney apagaram
suas luzes durante uma hora neste sábado, na chamada Hora do Planeta, para aumentar a
conscientização sobre as mudanças climáticas e seu impacto na biodiversidade. Para a 13ª edição da
Hora do Planeta, organizada pela ONG WWF, milhões de pessoas em 180 países vão apagar suas luzes
para refletir o impacto do gasto energético sobre as mudanças climáticas e seu papel fundamental na
natureza. "Somos a primeira geração a ter consciência que estamos destruindo o mundo. E podemos ser
os últimos capazes de fazer algo a respeito", diz a chamada da WWF. "Nós temos as soluções, só
precisamos que nossas vozes sejam ouvidas".
O presidente da WWF-Austrália, Dermot O'Gorman, disse à AFP que "a Hora do Planeta continua a
ser o maior movimento de base no mundo para que as pessoas adotem medidas contra as mudanças
climáticas". "Trata-se de incitar os indivíduos a realizar ações pessoais e, desta forma, se unir a centenas
de milhões de pessoas em todo o mundo para demonstrar que não precisamos apenas de ações urgentes
em relação às mudanças climáticas, mas também devemos proteger nosso planeta", acrescentou.
Dezenas de empresas em todo o mundo se comprometeram a aderir a essa iniciativa de desligar as
luzes por uma hora. Inúmeros monumentos e edifícios emblemáticos vão permanecer às escuras entre
20h30 e 21h30min, como a Torre de Xangai, o Porto Victoria de Hong Kong, a Torre Burj Khalifa de Dubai,
as pirâmides do Egito, a basílica de São Pedro de Roma, o Big Ben de Londres, o Corcovado do Rio de
Janeiro e a sede da ONU em Nova Iorque.
No ano passado, quase 7 mil cidades em 187 países apagaram as luzes de seus edifícios
emblemáticos, segundo WWF. Este ano, o apelo ocorre após a divulgação de relatórios globais com
advertências urgentes sobre o estado do habitat natural e das espécies na Terra. De acordo com o último
relatório "Planeta Vivo" publicado pela WWF em 2018, entre 1970 e 2014, o número de espécimes de
vertebrados - peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis -, caiu 60% em todo o mundo.
Um declínio que atingiu 89% nos trópicos, na América do Sul e Central. Enquanto esta ação, realizada
em várias cidades ao redor do mundo, é um gesto simbólico, a Hora do Planeta liderou campanhas bem-
sucedidas na última década para proibir, por exemplo, os plásticos nas Ilhas Galápagos e plantar 17
milhões de árvores no Cazaquistão.

Poluição é responsável por 1 a cada 4 mortes prematuras no mundo78

Relatório da ONU aponta que poluição do ar mata entre 6 e 7 milhões de pessoas por ano. Falta de
acesso à água potável é responsável por 1,4 milhão de mortes nesse mesmo período.
Um quarto das mortes prematuras e das doenças que proliferam atualmente no mundo estão
relacionadas à poluição e a outros danos ao meio ambiente provocados pelo homem. O alerta é feito pela
ONU em um relatório sobre o estado do planeta, divulgado nesta quarta-feira (13/03) em Nairóbi, capital
do Quênia.
O relatório, chamado de GEO (Global Environement Outlook), é resultado do trabalho de 250 cientistas
de 70 países, durante seis anos. O documento utiliza uma base de dados gigantesca para calcular o
impacto da poluição sobre centenas de doenças, além de listar uma série de emergências sanitárias no
mundo.
Segundo o GEO, a poluição atmosférica, os produtos químicos que contaminam a água potável e a
destruição acelerada dos ecossistemas vitais para bilhões de pessoas estão provocando uma espécie de
epidemia mundial.
As condições ambientais "medíocres" são responsáveis por cerca de 25% das mortes prematuras e
doenças no planeta. A poluição do ar mata entre 6 e 7 milhões de pessoas por ano. Já a falta de acesso

77
AFP. Mundo apaga suas luzes pela Hora do Planeta. Correio do Povo. https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/mundo/mundo-apaga-suas-luzes-
pela-hora-do-planeta-1.329913. Acesso em 01 de abril de 2019
78
RFI. Poluição é responsável por 1 a cada 4 mortes prematuras no mundo. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/03/13/poluicao-e-
responsavel-por-1-a-cada-4-mortes-prematuras-no-mundo.ghtml. Acesso em 13 de março de 2019.

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à água potável mata 1,4 milhão de pessoas a cada ano devido a doenças que poderiam ser evitadas,
como diarreias.
O relatório também indica que produtos químicos despejados no mar provocam efeitos negativos na
saúde de várias gerações. Além disso, 3,2 bilhões de pessoas vivem em terras destruídas pela agricultura
intensiva ou pelo desmatamento.
Já a utilização desenfreada de antibióticos na produção alimentar pode resultar no surgimento de
bactérias ultrarresistentes, que poderiam se tornar a primeira causa de mortes prematuras até a metade
do século.

Desigualdades entre Norte e Sul


O documento também revela outros problemas provocados pelas imensas desigualdades entre os
países ricos e pobres. O consumo excessivo, a poluição e o desperdício alimentar no Hemisfério Norte
resultam em fome, pobreza e doenças para o Sul.
"Ações urgentes e de uma amplitude sem precedentes são necessárias para pausar e inverter essa
situação", indica a conclusão do relatório. Para os autores do documento, sem uma reorganização da
economia mundial em direção a uma economia sustentável, até mesmo o conceito de crescimento
mundial pode ser questionado, diante da alta quantidade de mortes e custos dos tratamentos.
"A principal mensagem é que se você tem um planeta saudável, isso vai ter impacto positivo não
apenas no crescimento mundial, mas na vida dos pobres, que dependem do ar puro e da água limpa",
afirma Joyeeta Gupta, vice-presidente do GEO.

Apelo pela redução de CO2


O relatório aponta, no entanto, que a situação não é irremediável e pede, sobretudo, a redução das
emissões de CO2 e do uso de pesticidas. É o que prevê o Acordo de Paris de 2015, que aspira limitar o
aquecimento global a +2 ºC até 2100, e se possível a +1,5 ºC, na comparação com a era pré-industrial.
No entanto, os cientistas lembram que não existe nenhum acordo internacional equivalente sobre o
meio ambiente e os impactos sobre a saúde da poluição, do desmatamento e de uma cadeia alimentar
industrializada são menos conhecidos.
Segundo eles, o desperdício de alimentos também precisa ser reduzido: o mundo joga no lixo um terço
da comida produzida (56% nos países mais ricos).
"Em 2050, teremos que alimentar 10 bilhões de pessoas, mas isto não quer dizer que devemos dobrar
a produção", insistiu Gupta, defendendo, por exemplo, a redução do gado. "Mas isto levaria a uma
mudança do modo de vida", reconheceu.
Questões

01. (Prefeitura de Aracaú/CE – Auxiliar Administrativo – CETREDE – 2019) Este termo surgiu a
partir de estudos das Organizações das nações unidas sobre as mudanças climáticas, também conhecida
como Comissão de Brundtland e foi firmado na Agenda 21, na Conferência “Rio 92”. Sendo descrito como
conceito sistêmico que se traduz num modelo de desenvolvimento global que incorpora os aspectos de
um sistema de consumo em massa no qual a preocupação com a natureza, via de extração da matéria-
prima é máxima, com isso sendo capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Esse é o conceito de:
(A) Créditos de Carbono.
(B) Desenvolvimento sustentável.
(C) Selos verdes.
(D) Certificação Ambiental.
(E) Capitalismo verde.

02. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) Analise:


Os representantes de mais de 150 países que se reuniram na Conferência das Partes da Convenção
do Clima das Nações Unidas (COP24), na Polônia, definiram executar uma série de regras que permitem
a implementação do Acordo de Paris. A decisão foi unânime.
(Adaptado de: Agência Brasil. Disponível em: https://bit.ly/2ExWSIv)
A maior parte das regras a serem executadas tem relação com
(A) as políticas internacionais que criminalizam ações nefastas ao meio ambiente.
(B) a redução da emissão de gases do efeito estufa para controle do aquecimento global.
(C) o perdão aos países pobres que exaurem o meio ambiente como forma de sobrevivência.
(D) a extinção do comércio mundial de carbono, considerado prejudicial aos países pobres.
(E) a criação de novos mecanismos que efetivem as políticas de desenvolvimento sustentável.

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03. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) A série com dados oficiais de desmatamento da
Amazônia dos últimos três anos, compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra
que os alertas preliminares de áreas com sinais de devastação na floresta vêm sendo confirmados ano a
ano.
(Adaptado de: https://glo.bo/2Z5KAAY)
A respeito do desmatamento da Amazônia considere as seguintes afirmações.
I. Vários estudos já mostram que uma das causas do aumento do desmatamento é a redução da
fiscalização.
II. Em vários locais da região observam-se queimadas ilegais para abertura de pastagens para o gado
ou áreas agrícolas (principalmente para a cultura de soja).
III. Embora expressivas, as áreas amazônicas desmatadas têm menor extensão do que as áreas em
desmatamento no cerrado e na caatinga.
Está correto o que consta APENAS em
(A) II e III
(B) I e III
(C) II
(D) I e II
(E) III

04. (Prefeitura de Várzea/PB – Técnico em Enfermagem – EDUCA/2019) A Amazônia brasileira é


a maior floresta tropical do planeta. Ela ocupa cerca de 50% do território brasileiro. Na região habitam
mais de 25 milhões de pessoas e a sua economia está baseada em grande parte na exploração de
recursos naturais e minerais e do agronegócio, que já levou ao desmatamento de cerca de 20% de sua
cobertura florestal original.
A verdadeira vocação econômica da Amazônia está ancorada no (a):
(A) Manejo Sustentável da Cafeicultura.
(B) Manejo Sustentável das Florestas.
(C) Manejo Sustentável do Algodão.
(D) Manejo Sustentável das Videiras.
(E) Manejo Sustentável das Laranjais.

05. (TRF-5ª Região – Analista Judiciário – FCC) Desenvolvimento Sustentável


(A) envolve iniciativas que concebem o meio ambiente de modo articulado com as questões sociais,
tais como: saúde, habitação e educação, e que estimulem uma visão acrítica da população acerca das
questões ambientais.
(B) e crescimento econômico são sinônimos, significando atividades de incentivo ao desenvolvimento
do país, seguindo modelos de avanço tecnológico e científico.
(C) significa crescimento da economia, demonstrado pelo aumento anual do Produto Nacional Bruto
(PNB) combinado com melhorias tecnológicas e ganhos sociais relevantes.
(D) pode ser alcançado somente através de políticas e diretrizes governamentais de estímulo à
redução do crescimento populacional do país, tendo em vista que a dinâmica demográfica exerce forte
impacto sobre o meio ambiente em geral e os recursos naturais em particular.
(E) significa crescimento econômico com utilização dos recursos naturais, porém com respeito ao meio
ambiente, à preservação das espécies e à dignidade humana, de modo a garantir a satisfação das
necessidades das presentes e futuras gerações.

Gabarito
01.B / 02.B / 03.D / 04.B / 05.E

Comentários
01. Resposta: B
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

02. Resposta: B
Ficou estabelecido que até o final do ano de 2024 um relatório deve ser entregue em que são
apresentadas as medidas tomadas (aprovada nessa reunião) por todas as nações para a redução das
emissões dos gases do efeito estufa.

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03. Resposta: D
A terceira afirmação traz o cerrado e a caatinga como áreas de maior desmatamento em relação às
amazônicas. A afirmação está incorrera pela inclusão da caatinga. Além disso, as duas primeiras
afirmações mostram o entendimento de especialistas que afirmam que a falta de fiscalização e punição
está levando ao crescimento do desmatamento na região amazônica.

04. Resposta: B
O manejo florestal sustentável, é um modelo que permite a exploração racional com técnicas de mínimo
impacto ambiental sobre os elementos da natureza. Uma floresta manejada continuará oferecendo suas
riquezas para as gerações futuras, pois a madeira e seus outros produtos são recursos renováveis.

05. Resposta: E
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e
propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
(http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/

Educação

MPF pede suspensão dos calendários do Sisu, Fies e Prouni e revisão de todas as notas do
Enem79

Ministério Público Federal entrou nesta sexta-feira (24/01) com pedido de suspensão dos programas
de acesso ao ensino superior. Erro em notas afetou quase 6 mil estudantes.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira (24/01) à Justiça Federal que suspenda as
inscrições do primeiro semestre de 2020 dos três programas de acesso ao ensino superior – Sistema de
Seleção Unificada (Sisu), Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos
(Prouni).
O MPF informa ter solicitado que a suspensão seja aplicada até que seja feita uma auditoria no
resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, sugerida por especialistas em avaliação
educacional.
O comunicado diz que "é solicitado que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep) realize nova conferência dos gabaritos de todos os candidatos que compareceram
ao Enem 2019, de forma a garantir a idoneidade, a correção do resultado do exame e a correspondência
entre o gabarito utilizado e a prova realizada pelo candidato".
Na segunda-feira (20), o presidente do Inep, Alexandre Lopes, disse que o erro nas notas do Enem
2019 já havia sido corrigido e que o problema afetou 5.974 estudantes. Eles representam 0,15% dos 3,9
milhões de inscritos que fizeram as provas em 3 e 10 de novembro. Uma falha já admitida pela gráfica
Valid fez com que essas provas fossem associadas a gabaritos trocados.
A ação do MPF – coordenada pela Procuradoria Regional dos Diretos do Cidadão (PRDC) em Minas
Gerais – pede ainda que seja apresentada resposta formal a todos os pedidos de revisão feitos pelos
estudantes, com eventual correção da nota final.
Além disso, o MPF prevê ainda multa diária no valor de R$ 10 milhões caso as medidas não sejam
cumpridas.

Questionamento judicial
Nesta quarta-feira (22/01), o MPF já tinha recomendado ao Ministério da Educação (MEC) que
as inscrições do Sisu 2020 fossem suspensas e que o cronograma da seleção unificada fosse modificado.
Questionado pelo G1 sobre as recomendações o Ministério afirmou que "já prestou esclarecimentos
ao Ministério Público Federal".
Além dessa recomendação, o MEC chegou a ser acionado diretamente na Justiça. De acordo com
levantamento feito pela Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU),

79
G1. MPF pede suspensão dos calendários do Sisu, Fies e Prouni e revisão de todas as notas do Enem. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/01/24/mpf-pede-suspensao-dos-calendarios-do-sisu-fies-e-prouni.ghtml. Acesso em 27 de janeiro de 2020.

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foram identificadas quatro ações referentes ao Enem 2019 ajuizadas desde 17 de janeiro em Goiás, no
Distrito Federal e no Maranhão.
Duas dessas ações são populares – ações ajuizadas por um conjunto de pessoas. Uma delas pede a
suspensão e a outra pede a prorrogação do prazo do Sisu, além de revisão das notas do Enem.
As outras duas são: uma ação individual que pede esclarecimentos sobre o gabarito e um mandado
de segurança pedindo nova correção e retificação da nota do Enem.

Erros nas notas do Enem


Na última sexta-feira (17/01), assim que as notas individuais do Enem 2019 foram divulgadas,
começaram a aparecer nas redes sociais relatos de avaliações diferentes entre candidatos que tiveram o
mesmo número de acertos ou notas próximas a zero mesmo com número alto de acertos.
No sábado (18/01), Weintraub e Alexandre Lopes afirmaram que houve falhas na correção das provas
do segundo dia, o que atingia "um grupo muito pequeno". No domingo (19/01), o Inep informou que estava
revisando as notas dos dois dias de provas do Enem 2019.
Ao fim da revisão das notas, foram identificados problemas em 5.974 provas – 96,7% estavam
concentrados em 4 cidades: Alagoinhas (BA); Viçosa (MG); Ituiutaba (MG) e Iturama (MG).
Em entrevista na segunda, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que o erro ocorreu na
gráfica Valid Soluções S.A.
Lopes explicou que a gráfica imprime o caderno de questões do candidato, que é identificado com um
código de barras do aluno. Depois, imprime o cartão de respostas (gabarito), que também tem um código.
Outra máquina une estes dois documentos. O erro ocorreu nesta união e na geração do código de barras.

MEC estuda descartar 2,9 milhões de livros didáticos nunca usados, diz jornal80

Material nunca foi entregue aos alunos das escolas públicas e custou cerca de R$ 20 milhões. Edições
compradas em gestões anteriores estariam desatualizadas para uso.
O Ministério da Educação (MEC) pretende descartar 2,9 milhões de livros que nunca foram entregues
aos alunos de escolas públicas. As informações foram publicadas pelo jornal “O Estado de São Paulo”
neste sábado (11/01).
Comprado em gestões anteriores do MEC, o material tem edições que teriam vencido, entre 2005 e
2019, e estariam desatualizadas para o uso. O custo de todos esses livros seria de cerca de R$ 20
milhões.
O processo para se desfazer do material começou no fim do ano passado. Na época, o Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) alertou para a necessidade de reduzir o estoque de livros, que
está armazenado em um depósito alugado dos Correios, em Cajamar, em São Paulo.
O FNDE não respondeu diretamente sobre o descarte. O órgão informou que publicará na semana que
vem uma norma sobre a chamada "reserva técnica" do Programa Nacional do Livro e do Material Didático
(PNLD).

Leia a nota do FNDE:


"O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) informa que a atual gestão da pasta
está desde o final de dezembro do ano passado analisando alternativas para otimizar a reserva técnica
do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).
O texto de uma normativa sobre o assunto foi concluído na última sexta-feira, 10 de janeiro, e será
publicado na próxima semana. A portaria vai instituir uma comissão formada por técnicos do FNDE que
deverão levantar eventuais falhas nos processos de anos anteriores e discutir a futura destinação dos
livros didáticos. A reserva técnica é gerenciada pelo governo federal desde 2014. Antes, ficava a cargo
das secretarias de Educação.
O FNDE destaca ainda que todas as aquisições feitas em 2019 já levaram em consideração o
quantitativo da reserva técnica, a fim de permitir uma compra mais racional, ou seja, repondo apenas os
3% exigidos na legislação.
Além disso, vale ressaltar que em 2019 houve uma melhora no remanejamento das obras: 49% maior
do que em 2018. Isso possibilitou a redistribuição dos materiais de forma mais efetiva entre escolas do
país.".

80
G1. MEC estuda descartar 2,9 milhões de livros didáticos nunca usados, diz jornal. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/01/11/mec-
estuda-descartar-29-milhoes-de-livros-didaticos-ainda-nao-utilizados-diz-jornal.ghtml. Acesso em 13 de janeiro de 2020.

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Livros viram papel higiênico
Em dezembro de 2019, o Fantástico mostrou como os livros didáticos estão sendo descartados pelo
Brasil. Alguns são reciclados e acabam virando papel higiênico.

Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil está entre as maiores do mundo, diz estudo81

Levantamento do Mapa da Aprendizagem, do Portal Iede, com dados do Pisa 2018 mostra que Brasil
tem a quinta maior desigualdade em matemática e a terceira maior em leitura e em ciências.
O Brasil é um dos países com maior desigualdade de aprendizagem entre os estudantes considerados
ricos e pobres, segundo os critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE). Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) mostram
que, em todas as provas, o grupo de brasileiros entre os 33% dos alunos de todo o mundo com nível
socieconômico (NSE) mais alto teve nota média mais de 100 pontos acima dos 33% de alunos com nível
socioeconômico mais baixo.
Considerando todos os 80 países participantes do Pisa 2018, a desigualdade brasileira é a quinta maior
em matemática, e a terceira maior em leitura e em ciências.
A análise dos dados foi feita pelo Mapa da Aprendizagem, mantido pelo Instituto Interdisciplinaridade
e Evidências no Debate Educacional (Portal Iede), pela Fundação Lemann e pelo Itaú BBA, e obtida com
exclusividade pelo G1.
O Pisa é realizado a cada três anos. Os resultados da edição mais recente, que teve a participação de
80 países, foram divulgados em 3 de dezembro. Entre 2015 e 2018, o Brasil caiu no ranking mundial de
educação.

Metodologia
O nível socioeconômico (NSE) é determinado segundo diversos critérios de renda e escolaridade da
família dos estudantes. As comparações de desempenho do estudo foram feitas em três etapas:
Primeiramente, o Iede considerou o universo de participantes da prova em todo o mundo – cerca de
600 mil estudantes de 15 anos;
Depois, esse universo foi dividido em três partes iguais, de acordo com o NSE de cada aluno. A
comparação considera o terço com NSE mais alto e o terço com o NSE mais baixos, cada um com cerca
de 200 mil estudantes. Países mais pobres, como o Brasil, ficaram com representação maior entre o grupo
dos mais pobres, e menor entre o grupo de mais ricos;
O próximo passo da análise foi separar esses dois grupos de estudantes por país. Então, eles foram
avaliados de acordo com uma série de características, como o índice de repetência e a nota média nas
provas de leitura, matemática e ciências.
Em todas elas, os estudantes da elite brasileira tiveram média de mais de 100 pontos acima dos
brasileiros classificados como o terço mais pobre entre os participantes do Pisa. Esse resultado colocou
o Brasil no "top 5" da desigualdade mundial nas três disciplinas.
O estudo avaliou ainda a desigualdade de cada região brasileira – algumas delas tiveram disparidade
maior do que os países mais desiguais. Veja abaixo a comparação em cada uma das três provas:

Matemática
Em matemática, os estudantes com nível socioeconômico baixo apresentaram média de 360,8 pontos,
enquanto os de alta renda tiveram média de 461,8. A diferença foi de 101 pontos entre elas.
O Brasil é o quinto pais do ranking com maior diferença entre alunos dos extremos dos níveis sociais.
Neste quesito, o país com mais desigualdade é Israel, com 112 pontos de diferença, seguido por Bélgica
(104 pontos), Hungria (102) e Eslováquia (102).
Quando avaliadas as regiões do Brasil, o Nordeste é a que apresenta a maior desigualdade, com 107
pontos de diferença, seguida pela região Centro-Oeste (104); Sul (103,9); Sudeste (91,6) e Norte (81,7).
Mas Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Portal Iede, explica que uma desigualdade menor nem
sempre é um bom sinal. Nos casos da Região Norte e de alguns países com a menor desigualdade, essa
equidade é o resultado do baixo desempenho tanto dos estudantes pobres quanto dos mais ricos (veja
no gráfico abaixo). Ela não garante, segundo Faria, que todos os alunos, independentemente de sua
renda familiar, tenham o aprendizado adequado na escola.
Do outro lado da lista, os países ou regiões com menor desigualdade foram Macau (China),
Cazaquistão, Kosovo, Albânia e Hong Kong (China).
81
Ana Carolina Moreno e Marcelo Valadares. Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil está entre as maiores do mundo, diz estudo. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/19/desigualdade-entre-alunos-ricos-e-pobres-no-brasil-esta-entre-as-maiores-do-mundo-diz-estudo.ghtml. Acesso
em 19 de dezembro de 2019.

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116
Leitura
Em leitura, o Brasil ficou em terceiro lugar na lista de países mais desiguais entre alunos de família de
alta e baixa renda (veja abaixo). A diferença foi de 102,6 pontos, abaixo apenas de Israel (121) e Filipinas
(107). Os alunos brasileiros de alta renda, tiveram média de 492,2 pontos, enquanto os de baixa tiveram
389,6 pontos em média.
Nas regiões brasileiras, o Nordeste apresentou a maior desigualdade, com 112,2 pontos de diferença,
seguido pelo Sul, com 107,5; Centro-Oeste, com 101,2; Sudeste, com 89,9 e Norte, com 83,9 pontos de
diferença entre as médias.

Ciências
Na disciplina de ciências, o Brasil é novamente o terceiro país mais desigual, ficando atrás apenas de
Israel e Bélgica. Assim como em leitura, os alunos com altos índices socioeconômicos também tiveram
em média 102,6 pontos a mais que os com NSE baixo. Em Israel, essa diferença foi de 107,6 pontos e
na Bélgica, de 105,6.
Nas regiões brasileiras, o Centro-Oeste foi o mais desigual, com 110,5 pontos de diferença, seguido
por Nordeste (108), Sul (107,5), Sudeste (92,3) e Norte (78,2).
Por outro lado, os países ou regiões com menor diferença entre as notas médias foram Macau (China),
Cazaquistão, Kosovo, Montenegro e Hong Kong (China):

Os ricos e pobres no Brasil


Segundo Faria, no Brasil há uma elite muito pequena em relação à quantidade de pessoas pobres, e
que isso reflete a desigualdade do país na comparação internacional.
"É importante dizer que o Brasil tem conhecimentos e que temos boas escolas. Mas muito do nosso
conhecimento está destinado a uma pequena elite." – Ernesto Martins Faria (Portal Iede)
Faria defende que o país foque as políticas públicas de educação na redução dessa desigualdade. "A
condição social é muito determinante na formação do aluno. Poderíamos pensar como outros países, que
oferecem melhores escolas para alunos de baixa renda, e oferecem melhores salários para que
professores lecionem em escolas de baixa renda", ressaltou ele.

Repetência
O estudo do Mapa da Aprendizagem também comparou o índice de repetência, que avalia quantos
alunos nunca repetiram no ensino fundamental. O Brasil, neste quesito, ficou em 11º lugar na
desigualdade: 91% dos alunos com família de alta renda nunca repetiram de ano, contra 75% dos alunos
de baixa renda. A diferença entre os dois grupos foi de 16 pontos percentuais (p.p.).
O Marrocos foi o país com a maior diferença neste quesito, com 34,5 pontos percentuais separando
os alunos ricos e pobres.
Os demais países com desigualdade maior que o Brasil foram Espanha (31.2 p.p.), Bélgica (30,8 p.p.),
Luxemburgo (27,5 p.p.), Uruguai (25 p.p.), Argentina (23 p.p.), Portugal (21 p.p.), Líbano (20,6 p.p.),
França (18,8 p.p.) e Macau (18,6 p.p.).

Escolaridade das mães


Outro índice importante para avaliar a desigualdade entre os alunos de baixa e alta renda é o nível de
escolaridade das mães. Esse é um dos principais fatores do cálculo do nível socioeconômico. Segundo
especialistas, há uma forte relação indicando que, quanto maior é a escolaridade da mãe, melhor é o
desempenho escolar do filho ou filha.
Nesse quesito, o estudo mostra que o Brasil está na 28ª posição entre os 80 países do Pisa 2018.
Apenas 38% dos alunos de baixa renda têm mães que concluíram o ensino médio, enquanto 91,19% dos
alunos de famílias com rendas mais altas têm mães com o diploma. A diferença, nesse caso, é de 52,6
pontos percentuais.
Portugal foi o país que teve a maior diferença neste índice: 16,32% dos alunos de baixa renda têm
mães com diploma do ensino médio, contra 92,29% dos alunos da elite do país.

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


117
Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em
leitura82

País teve novamente um dos 10 piores desempenhos do mundo em matemática no Pisa 2018, a
avaliação mundial de educação.
O Brasil não conseguiu registrar avanços significativos no desempenho dos estudantes em leitura, em
matemática e em ciências no mais importante ranking mundial de educação. O resultado do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira (03/12)
aponta ligeiro aumento da nota média, mas os estudantes brasileiros seguem entre os últimos 10
colocados na prova de matemática.
O exame, cujas provas foram aplicadas no ano passado, é realizado pela Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os resultados negativos para a educação brasileira
foram verificados mesmo com a expansão da lista dos países participantes, que passaram de 70 para 80.
Em leitura, o Brasil conseguiu manter sua posição de 2015, mas ainda está atrás de mais de 50 países
e regiões econômicas. Já em ciência, o país caiu algumas posições, para uma colocação abaixo de pelo
menos 65 participantes.

O que é o Pisa?
O Pisa é uma avaliação mundial feita em dezenas de países, com provas de leitura, matemática e
ciência, além de educação financeira e um questionário com estudantes, professores, diretores e escolas
e pais;
Ela é realizada a cada três anos – a mais recente foi aplicada em 2018 com uma amostra de 600 mil
estudantes de 15 anos de 80 países diferentes. Juntos, eles representam cerca de 32 milhões de pessoas
nessa idade;
A cada ano, uma das três disciplinas principais é o foco da avaliação – em 2018, o foco foi na leitura;
O Brasil participou de todas as edições do Pisa desde sua criação, em 2000, mas continua muito abaixo
da pontuação de países desenvolvidos e da média de países da OCDE, considerada uma referência na
qualidade de educação.

Tendência de estagnação
Os resultados seguem muito abaixo da média dos países da OCDE, que foi de 487 em leitura, 489 em
matemática e 489 em ciências. Esses valores são usados como referência de educação de qualidade
pelo Brasil e demais países.
A OCDE concluiu que o Brasil mantém uma tendência de estagnação ao analisar os resultados de sete
edições do Pisa em leitura, seis em matemática e cinco em ciências. Embora as notas médias tenham
variado alguns pontos para cima e para baixo, no decorrer da última década essa variação não foi
considerada estatisticamente relevante para ser considerada uma evolução de patamar.

Ampliação das matrículas sem queda


Apesar de se manter num patamar estável, a OCDE destacou que o Brasil foi um dos países que
conseguiu aumentar consideravelmente o número de adolescentes de 15 anos matriculados na escola,
sem que isso fizesse cair sua nota média no Pisa.
"Entre 2003 e 2018, Brasil, Indonésia, México, Turquia e Uruguai matricularam muito mais pessoas de
15 anos na educação secundária sem sacrificar a qualidade da educação oferecida", diz o relatório.

82
Ana Carolina Moreno e Elida Oliveira. Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em leitura. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/03/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-educacao-em-matematica-e-ciencias-e-fica-estagnado-em-leitura.ghtml. Acesso
em 03 de dezembro de 2019.

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


118
Atualmente, o patamar do Brasil deve ser comparável em leitura com a Bulgária, a Jordânia, a Malásia
e a Colômbia. Em matemática, com a Argentina e a Indonésia. Já em ciências, os países que estão no
mesmo grupo do Brasil no ranking mundial são Peru, Argentina, Bósnia e Herzegovina e a região de Baku,
no Azerbaijão.

Regiões da China superam Singapura


Já no topo do ranking internacional, a China, embora não participe como um único país, mas sim
apenas com regiões específicas, conseguiu liderar o ranking nas três provas. A região compreendendo
Pequim-Xangai-Jiangsu-Guangdong (chamada de P-X-J-G pela OCDE) ficou nas primeiras colocações.
Mas Macau e o território semiautônomo de Hong Kong conseguiram entrar no top 10 em todas as provas,
e Taipei ficou entre os dez melhores em matemática e ciências.
Outras duas potências asiáticas, Coreia do Sul e Japão também figuram entre os melhores países do
mundo no Pisa 2018. As demais posições são ocupadas por países europeus e o Canadá

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119
Tema da redação do Enem 2019 é 'Democratização do acesso ao cinema no Brasil'83

Professores dizem que tema é 'inesperado', mas não necessariamente difícil. Eles dizem que
estudante pode abordar tanto a produção quanto o acesso da população.
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2019) é "Democratização do acesso
ao cinema no Brasil".
Segundo professores ouvidos pelo G1, o tema não estava entre as principais apostas e discussões
nos cursinhos ou redes sociais durante o ano, e a área de cultura há anos não aparecia no Enem. Mas a
surpresa não chega a fazer do Enem 2019 uma prova difícil para os candidatos.
Já os cineastas ouvidos pelo G1 afirmaram que a democratização do acesso ao cinema no Brasil ainda
está longe da realidade. Eles citaram argumentos que poderiam ser usados pelos candidatos, como
diversidade de temas nas telas, variedade de produtores na execução dos projetos e até o valor do
ingresso, que em geral é caro no país.
Nas redes sociais, alguns internautas elogiaram o tema, enquanto outros ficaram felizes de não
estarem entre os candidatos neste ano. Muitos perceberam que, há cinco dias, as redes sociais do
Ministério da Educação deram um "spoiler" do tema, anunciando uma parceria do ministério com a
Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) para que salas de cinema sejam adaptadas a pessoas com
deficiência.
Os estudantes tiveram acesso a textos de apoio para compor a argumentação, como:
- um trecho do artigo "O que é cinema", de Jean-Claude Bernardet;
- um trecho do texto "O filme e a representação do real", de C.F.Gutfreind;
- um infográfico do periódico "Meio e a Mensagem" sobre o percentual de brasileiros que frequentam
as salas de cinema;
- um trecho do texto "Cinema perto de você", da Ancine.

Análise dos professores


O professor de redação do Sistema de Ensino pH Thiago Braga, do Rio de Janeiro, disse ao G1 após
o anúncio que o tema é inesperado e não houve discussão tão grande sobre ele nesse ano.
"Mas é uma discussão importante porque a gente tem o cinema como uma arte que é muito deixada
de lado no Brasil, embora muito bem produzida no Brasil", afirmou Thiago Braga, do pH.
Segundo ele, sem os textos motivadores não é possível saber que enfoque o Enem vai dar ao tema.
Braga sugere algumas abordagens possíveis, desde a produção audiovisual no país até o acesso de
todos os setores da população ao audiovisual, inclusive as famílias de baixa renda.
A professora Isabela Arraes, do CPV Vestibulares, de São Paulo, afirmou que, apesar de inusitada, a
proposta da redação do Enem 2019 não pode ser considerada difícil.
"Foi compatível com o que o exame costuma cobrar dos candidatos, se considerarmos que o tema
sempre traz uma questão de viés social que deverá ser analisada criticamente pelos alunos. A questão
foi alvo de discussões na internet, principalmente devido aos últimos cenários envolvendo a Ancine e os
cortes na cultura do país" - Isabela Arraes, professora de redação
Ainda de acordo com Isabela, a democratização do acesso ao cinema é uma questão social muito
pertinente.
"Inclusive, dava margem a algumas análises polêmicas, na contramão do clima de tensão do momento
político que o país está vivendo: assim, o Enem optou por solicitar uma discussão extremamente
importante no que diz respeito à aquisição dos conhecimentos proporcionados pela indústria
cinematográfica", afirmou a professora.
Para o professor de redação Rogi Almeida, do Curso de Redação, em Teresina, o estudante pode se
surpreender porque o tema não foi abordado em provas mais recentes.
“Eles pegaram um eixo temático que há muito tempo não era abordado, que é cultura. O aluno tem
que fazer a problematização para o acesso à cultura e ao cinema e como a partir de um filme se tira várias
discussões sociais." - Rogi Almeida, professor de redação
Rogi Almeida ainda diz que é possível usar exemplos na abordagem. "Um exemplo é o Coringa, um
filme a partir do qual se discute a violência, as doenças psiq
́ uicas, entre outros temas.”

83
Ana Carolina Moreno. Elida Oliveira. Fabio Manzano. Tema da redação do Enem 2019 é 'Democratização do acesso ao cinema no Brasil'. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/enem/2019/noticia/2019/11/03/redacao-do-enem-2019-e-sobre-democratizacao-do-acesso-ao-cinema-no-brasil.ghtml. Acesso em 04
de novembro de 2019.

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


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Argumentos de cineastas
Bruno Barreto, diretor de filmes como "Dona Flor e seus dois maridos" e "O que é isso, companheiro?",
que foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, afirma que "estamos ainda muito longe da
democratização do acesso ao cinema brasileiro".
"A arte precisa de dinheiro, mas também de mecanismos para facilitar o acesso, para democratizar,
fazer com que pessoas com baixo poder aquisitivo tenham acesso ao audiovisual. A maneira realista de
isso acontecer é nas plataformas e na televisão" – Bruno Barreto, cineasta
Para Marcelo Gomes, diretor de filmes como "Estou me guardando para quando o Carnaval chegar"
(2019) e "Cinema, Aspirina e Urubus" (2005), a democratização do cinema leva o país a construir uma
identidade.
"O cinema é o espelho da nossa cultura. Já foi dito que um país sem cinema é uma casa sem espelhos.
A gente tem que democratizar, fazer chegar a todas as camadas da população, não apenas em shoppings
com ingressos caros. Milhares e milhares de cidades do Brasil não têm cinema. É uma forma de as
pessoas acessarem mais conhecimentos, é fundamental ao país." – Marcelo Gomes, cineasta
A cineasta Laís Bodanzki afirma que a democratização do acesso ao cinema precisa incluir a
diversidade de temas abordados na tela e também ao ingresso à sala de exibição. Bodanzky é presidente
da SPCine – empresa da prefeitura de São Paulo responsável pelo fomento, estímulo e difusão do
audiovisual na cidade de São Paulo – e diretora de filmes como "Como nossos pais" (2017), "As melhores
coisas do Mundo" (2010), "Bicho de Sete Cabeças" (2000), entre outros.
"Quando falamos de democracia do cinema, falamos também sobre o que está na tela, quem tem
direito de assistir a este filme e quem tem direito de fazer" - Lais Bodanzki, cineasta.

Ensino superior a distância ofertou mais vagas que o presencial em 2018, aponta Censo da
Educação Superior84

Dados foram divulgados nesta quarta (18/09); tendência já era apontada em edições anteriores.
Metade dos alunos não chega ao diploma; 'desperdício de recursos', diz ministro.
O número de vagas ofertadas pelo ensino superior à distância (EAD) superou em 2018, pela primeira
vez, o número de oportunidades em cursos presenciais. No ano passado, foram 7.170.567 vagas remotas
contra 6.358.534 vagas locais, respectivamente.
O dado é do Censo do Ensino Superior, divulgado nesta quarta-feira (19/09) pelo Ministério da
Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O resultado das vagas em EAD é reflexo direto do aumento dos cursos de graduação a distância,
constatado em edições anteriores. Em 2018, por exemplo, o Censo do Ensino Superior mostrou uma alta
de 17,6% no número de alunos nesta modalidade.
“É a primeira vez que você tem um maior ensino a distância do que presencial. Acho que é uma
tendência nacional e mundial, só tende a se consolidar e ampliar”, declarou o ministro da Educação,
Abraham Weintraub.

Matrículas presenciais lideram


Apesar disso, a rede presencial ainda recebeu mais alunos novos, em 2018, que a rede a distância.
Segundo o censo, foram 2.072.614 matrículas em vagas presenciais (28,9% do total ofertado), e
1.373.321 nas vagas à distância (21,5% do total ofertado).
Das vagas preenchidas em todas essas redes de ensino, 58% dos alunos se inscreveram em cursos
de bacharelado. Outros 21% iniciaram cursos de licenciatura (formação de professores), e os demais
21%, em cursos tecnológicos.
Ao todo, 8,4 milhões de alunos estavam matriculados em alguma modalidade de ensino superior em
2018. Desse total, 20% estudavam em instituições públicas, e o restante, na rede privada.

Alta desistência
Weintraub criticou, ao apresentar os dados, o elevado grau de desistência dos jovens que entram no
ensino superior. Dados dos últimos anos apontam que, em média, só um terço dos alunos termina o curso
“na época certa”, ou seja, no número de semestres previsto. Metade dos matriculados abandona a
faculdade sem concluir o curso.

84
Matheus Rodrigues. Ensino superior a distância ofertou mais vagas que o presencial em 2018, aponta Censo da Educação Superior. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/09/19/ensino-superior-a-distancia-ofertou-mais-vagas-que-o-presencial-em-2018-aponta-censo-da-educacao-superior-
do-mec.ghtml. Acesso em 20 de setembro de 2019.

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121
“Qualquer atividade econômica, e o ensino, mesmo público, é uma atividade econômica, tem que ter
critérios de eficiência. A gente é muito ineficiente no Brasil, sendo que há um elevado grau também de
pessoas que ficam muito mais tempo que o previsto”, declarou.
“A conclusão óbvia é que, se a gente reduzisse significativamente essa ineficiência, a gente
conseguiria dobrar o número de pessoas com ensino superior completo no Brasil utilizando os mesmos
recursos disponíveis. Antes de investir mais, temos que olhar para eficiência. Não adianta jogar mais
dinheiro em lugar onde a gente tem tanto desperdić io, público ou privado.”
Assim como nas últimas apresentações à imprensa, o ministro deixou o local do anúncio sem
responder às perguntas de jornalistas. O MEC não informou como pretende atuar para reverter esse
cenário.

Sem crise
Na apresentação, Weintraub também voltou a criticar o que chamou de “terrorismo da imprensa” sobre
a crise financeira no ministério. Segundo ele, tanto a coleta de dados do Censo, quanto a realização das
provas sob tutela do Inep (incluindo Enem e Encceja) vêm sendo concluídos sem problemas.
“A primeira conclusão que eu gostaria de chamar atenção, mais importante de todas, é que a despeito
de ilações que saíram em alguns veículos sobre risco de paralisia do Inep, a gente não vê nenhum
problema na prática”, disse.

Censo da Educação Superior


O Censo da Educação Superior é feito todos os anos pelo Inep para levantar dados sobre as
instituições de ensino, alunos e professores dos cursos de graduação e sequencias de formação
específica. A ideia é fornecer informações sobre o setor e as tendências desenhadas.
Os dados abrangem também o número de vagas oferecidas, inscrições, matrículas, ingressantes e
concluintes e informações sobre os professores.

Doria manda recolher apostila de ciência que fala sobre diversidade sexual: 'Não aceitamos
apologia à ideologia de gênero'85

Governador fala em 'erro inaceitável' e 'apuração dos responsáveis'. Livro é destinado a alunos do 8º
ano do ensino fundamental das escolas estaduais de São Paulo.
O governador João Doria (PSDB) mandou recolher nesta terça-feira (03/09) o material escolar de
ciências para alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da rede estadual de São Paulo. A apostila explica
os conceitos de sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual. Também traz orientações sobre
gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
Alunos do 8º ano têm, em regra, 13 e 14 anos. "Fomos alertados de um erro inaceitável no material
escolar dos alunos do 8º ano da rede estadual. Solicitei ao Secretário de Educação o imediato
recolhimento do material e apuração dos responsáveis. Não concordamos e nem aceitamos apologia à
ideologia de gênero", escreveu Doria pelo Twitter.
Em nota, a Secretaria da Educação de São Paulo afirma que o termo "identidade de gênero" estaria
em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular do MEC e com o Novo Currículo Paulista aprovado
em agosto, e que a apostila é complementar ao estudo dos alunos.
Em 2017, o Ministério da Educação tirou o termo "orientação sexual" da terceira e última versão da
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino infantil e fundamental, que passou a valer em
2019.
De acordo com o documento, o Conselho Nacional de Educação (CNE) emitiria orientações
específicas sobre orientação sexual e identidade de gênero.
Para a professora FGV Cláudia Costin e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas
Educacionais (CEIPE), “[A base] não só não menciona, mas ela não proib ́ e. Ao traduzir a base em
currículos estaduais, os currículos podem ou não introduzir uma questão sobre isso, o que não impede
que professores ou até escolas abordem o tema.”
“A base estabelece aprendizagens mínimas que todos os alunos brasileiros têm que ter na educação
básica", completa.
A BNCC é considerada fundamental para reduzir desigualdades na educação no Brasil e países
desenvolvidos já organizam o ensino por meio de bases nacionais. O documento define a linhas gerais
do que os alunos das 190 mil escolas do país devem aprender a cada ano.
85
G1 SP. Doria manda recolher apostila de ciência que fala sobre diversidade sexual: 'Não aceitamos apologia à ideologia de gênero'. G1 São Paulo.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/09/03/doria-manda-recolher-livros-de-ciencia-que-fala-sobre-diversidade-sexual-nao-aceitamos-apologia-a-ideologia- de-
genero.ghtml. Acesso em 04 de setembro de 2019.

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122
Ainda segundo a secretaria da Educação, "as apostilas do 'São Paulo Faz Escola' são elaboradas por
servidores da rede estadual, desde 2009, que se utilizaram das fontes abertas que dispunham, no caso,
de manual do Ministério da Saúde".
Ao falar da identidade de gênero, a apostila reproduz conteúdo do Ministério da Saúde: "A identidade
de gênero refere-se a algo que não é dado e, sim, construído por cada indivíduo a partir dos elementos
fornecidos por sua cultura: o fato de alguém se sentir masculino e/ou feminino. Isso quer dizer que não
há um elo imediato e inescapável entre os cromossomos, o órgão genital, o aparelho reprodutor, os
hormônios, enfim o corpo biológico em sua totalidade, e o sentimento que a pessoa possui de ser homem
ou mulher".
Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que o tema é pautado pela Constituição Federal, mas que
estados e municípios têm autonomia para implementar ações desde que não conflitem com disposições
nacionais.
"No âmbito do Ministério da Saúde, as temáticas da saúde sexual, reprodutiva, planejamento familiar
e direito à reprodução, se pautam pelo disposto na Constituição Federal de 1988, e nas Leis 8.080 e
8.142 de 1990, orientados para o acesso universal e igualitário para a atenção integral à saúde.
Cabe esclarecer que estados e municípios possuem autonomia para construírem, destituírem,
implementarem ou descontinuarem localmente ações, serviços e intervenções, desde que não conflitem
com as disposições nacionais e constitucionais.
Vale ressaltar ainda que ‘gênero’ é um termo que tem reunido discussões de amplo espectro, muitas
vezes diferentes entre si, e que comumente tratam sobre identidade, manifestação da afetividade,
discriminação, saúde sexual, direitos civis, desigualdade, principalmente no tratamento entre homens e
mulheres, além de aspectos culturais, tradicionais e sociais.
Trata-se de um conjunto amplo de debates, normalmente transversais ao Estado brasileiro, não
situados especificamente em uma pasta ou setor, mas que demandam das políticas atenção para a
manutenção dos direitos sociais assegurados na Constituição Federal, principalmente, no caso da saúde,
na manutenção do direito ao acesso universal e igualitário para a atenção integral na Rede de Atenção à
Saúde", diz a nota.
Depois, em coletiva na tarde desta terça, Doria voltou a falar que seu governo "não faz ideologia de
gênero".
"Não é razoável que crianças e adolescentes tenham esse tipo de assunto na escola. Pela manhã fui
informado sobre a existência dessa cartilha. Entrei em contato com o secretário Rossieli Soares, que se
surpreendeu com o fato. Pedi que verificasse. Ele retornou dizendo que sim. Eu determinei que fosse
recolhidas todas as apostilas e verificasse quem autorizou a produção e a distribuição sem prévia consulta
ao secretário", afirmou.

Veja a nota da Secretaria:


"Nesta segunda-feira, a Secretaria da Educação tomou conhecimento de que os alunos do 8º ano do
Ensino Fundamental (menos de 10% da rede) receberam as apostilas de ciências do São Paulo Faz
Escola em que consta conteúdo impróprio para a respectiva idade e série e em desarranjo com as
diretrizes desta gestão. Diante disso, a Seduc-SP esclarece:
1- O tema de "identidade de gênero" está em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular,
aprovada em 2017 pelo Ministério da Educação e também com o Novo Currículo Paulista, aprovado em
agosto de 2019. Assim, o assunto extrapola os dois documentos, que tratam do respeito às diferenças e
à multiplicidade de visões da nossa sociedade.
2- A Secretaria da Educação iniciou imediatamente o recolhimento dos exemplares das escolas, nesta
terça-feira, dia 3, assim como a apuração da responsabilidade pela aprovação do conteúdo.
3- As apostilas do São Paulo Faz Escola são elaboradas por servidores da rede estadual, desde 2009,
que se utilizaram das fontes abertas que dispunham, no caso, de manual do Ministério da Saúde.
4- Não houve prejuízo material para a secretaria, uma vez que se trata da apostila complementar
referente apenas ao 3º bimestre, além de se tratar de apostila consumível, ou seja, que já não seria
reaproveitada por outros alunos.
5- As apostilas são material complementar de apoio ao currículo e seu uso fica a critério de cada
professor.
6- A Seduc-SP decidiu reestruturar todo o processo de produção das apostilas e já está contratando
serviço de revisão externa para todos os materiais."

Sobre 'ideologia de gênero'


O termo "ideologia de gênero" surgiu entre meados da década de 1990 e início dos anos 2000 no
âmbito do Conselho Pontifício para a Família, da Congregação para a Doutrina da Fé, antigamente
Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR
123
conhecida como Santa Inquisição Romana e Universal, ala conservadora da Igreja Católica, segundo o
Centro de Estudos Multidisciplinares Avançados da Universidade de Brasília (UnB).
O termo foi formulado como uma reação ao feminismo por neofundamentalistas católicos, que
acreditam que a luta feminista atinge a tradicional família cristã. Mas, de acordo com a UNB, o termo
contraria, inclusive, disposições do Concílio Vaticano II, quando vários temas da Igreja Católica foram
regulamentados na década de 1960.
Depois, em 2000, a expressão apareceu em documento da Cúria Romana, com a publicação de
“Famiĺ ia, Matrimônio e Uniões de fato”.
A expressão "ideologia de gênero" não é reconhecida no mundo acadêmico e é usada por grupos
conservadores, como as igrejas evangélicas, contrários aos estudos de gênero iniciados nas décadas de
1960 e 1970 nos Estados Unidos e na Europa, que teorizam a diferença entre o sexo biológico e o gênero.
Para esses estudiosos, ser um homem ou uma mulher não depende apenas da genitália ou dos
cromossomos, mas de padrões culturais e comportamentais. Tais padrões, segundo os teóricos da área,
são adquiridos na vida em sociedade. Já acadêmicos conservadores acreditam que as conclusões desses
estudos sobre o gênero não obtiveram validação das ciências exatas e biológicas.
Em 1994, o conceito de gênero foi adotado, pela primeira vez, em documento intergovernamental na
Conferência de População do Cairo, na Assembleia Geral da ONU de 1994.
Em 2004, no Brasil, surgiu o movimento "Escola sem Partido" para combater uma suposta doutrinação
de esquerda que os professores praticariam nas escolas.
Em abril de 2017, o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU enviou uma carta à embaixadora
do Brasil na ONU, citando a exclusão do termo “orientação sexual” do currić ulo escolar após “membros
do grupo Escola Sem Partido terem acusado professores de encorajar alunos a entrar em contato com
sua natureza homossexual”.
A carta lembra que o Comitê de Direitos da Criança recomendou, em 2015, que o Brasil “fortalecesse
seus esforços para combater a discriminação e a estigmatização de crianças vivendo em situação de
pobreza em áreas urbanas marginalizadas, como favelas, além de crianças em situação de rua, meninas,
e crianças negras e indiǵ enas. ”
O Comitê também recomendou a criação de leis proibindo a discriminação e o incitamento da violência
com base na orientação sexual e identidade de gênero.
Pricila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação, afirma que o termo “ideologia de gênero”
não existe na base da educação brasileira, mas sim, a discussão do tema.
“É importante diferenciar, porque tem um grupo que rotula. Isso é um rótulo de grupo.” Ela explica que
a discussão visa debater a construção de identidade e que um grupo de pessoas é a favor e outro é contra
abordar isso nas escolas.

USP sobe no ranking de Xangai das melhores universidades do mundo86

A Universidade de São Paulo (USP) agora está entre as 150 mais bem avaliadas - em 2018, aparecia
no bloco seguinte, de 151 a 200.
A Universidade de São Paulo (USP), primeira universidade brasileira a aparecer na lista de melhores
instituições do mundo no ranking de Xangai, subiu posições no quadro divulgado nesta quinta-feira
(15/08), em relação ao ano passado. A USP agora está entre as 150 mais bem avaliadas - em 2018,
aparecia no bloco seguinte, de 151 a 200.
O Ranking Mundial Acadêmico de Universidades (ARWU, na sigla em inglês), da consultoria chinesa
Shanghai Ranking Consulting, tem a particularidade de apresentar sequencialmente apenas as 100
primeiras colocadas. Depois, a partir de 101, a lista se divide em blocos de 50 ou 100, sem especificar o
lugar exato de cada uma.
Na sequência divulgada nesta quinta-feira, aparecem ainda outras cinco universidades brasileiras, que
não mudaram de colocação em relação ao ano passado. São elas: Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp),
entre a 301ª e a 400ª posição, e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), no bloco entre o 401° e o 500° lugar.
O ranking é um dos mais respeitados do mundo, ao analisar cerca de 1 mil instituições do planeta e
selecionar as 500 melhores. Na avaliação, seis critérios são considerados: o número de professores ou
diplomados que venceram prêmios Nobel ou medalhas Fields (o Nobel da matemática), o número de
pesquisadores mais citados nas suas áreas e as publicações nas revistas científicas Science e Nature. A

86
RFI. USP sobe no ranking de Xangai das melhores universidades do mundo. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/08/15/usp-sobe-no-
ranking-de-xangai-das-melhores-universidades-do-mundo.ghtml. Acesso em 15 de agosto de 2019.

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


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classificação é criticada por excluir as ciências humanas e negligenciar os métodos de ensino, ao se
concentrar apenas em parâmetros quantitativos.

Americanas permanecem as melhores


As universidades americanas continuam a dominar o ranking, com oito entre as 10 primeiras posições.
A liderança é de Harvard, que ocupa a posição pelo 17º ano consecutivo. Vêm em seguida Stanford e a
britânica Oxford.
A primeira universidade francesa a aparecer é a Paris-Sud, na 37ª colocação, seguida pela Sorbonne,
em 44º lugar. No total, 21 estabelecimentos franceses são citados na lista.

MEC lança 'Future-se', programa para aumentar verba privada no orçamento das federais87

O Ministério da Educação lançou oficialmente, nesta quarta-feira (17/07), um programa para


reestruturar o financiamento do ensino superior público. A proposta, chamada “Future-se”, amplia a
participação de verbas privadas no orçamento universitário.
As instituições poderão fazer parcerias público-privadas (PPP's), ceder prédios, criar fundos com
doações e até vender nomes de campi e edifícios, como em estádios. Antes da adesão, haverá consulta
pública.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que alunos não terão de pagar mensalidade nas
universidades públicas, independentemente da faixa de renda. "Sem mensalidade, sem nada", disse o
ministro.
O lançamento ocorre em meio ao contingenciamento de verbas das universidades, anunciado no fim
de abril pelo governo. De acordo com a associação que representa os reitores das universidades federais,
a Andifes, a medida atinge de 15% a 54% dos recursos que podem ser cortados das universidades
federais.
Com o programa, as universidades poderão:
- celebrar contratos de gestão compartilhada do patrimônio imobiliário da universidade e da União. As
reitorias poderão fazer PPPs, comodato ou cessão dos prédios e lotes;
- criar fundos patrimoniais (endowment), com doações de empresas ou ex-alunos, para financiar
pesquisas ou investimentos de longo prazo;
- ceder os “naming rights” de campi e edifić ios, assim como acontece nos estádios de futebol que
levam nomes de bancos ou seguradoras;
- criar ações de cultura que possam se inscrever em editais da Lei Rouanet ou outros de fomento.

Antes da adesão das universidades, o MEC fará uma consulta pública sobre o Future-se nos próximos
30 dias, pela internet. A área jurídica do ministério ainda estuda quais pontos terão de ser aprovados pelo
Congresso Nacional para entrarem em vigor.
“Às vezes, a crise, ela incomoda. Às vezes não, sempre. Ela incomoda, ela faz com que a gente
repense as estruturas, a forma de trabalhar, agir, pensar. Mas se ela for bem conduzida, ela permite
oportunidades, crescimento, desenvolvimento, revoluções”, declarou Weintraub.

Soluções do mercado financeiro


O Future-se, no modelo apresentado nesta quarta, se baseia em uma série de dispositivos do mercado
financeiro. Segundo o MEC, essa “carteira de ações” inclui:

Fundo de patrimônio imobiliário


O MEC diz ter recebido R$ 50 bilhões em lotes, imóveis e edifícios da União. Esse patrimônio será
convertido em um fundo, e os lotes, cedidos à iniciativa privada. A rentabilidade das construções volta
para o fundo, que ficaria disponível para o financiamento. Como exemplo, o MEC citou um lote de 65 mil
metros quadrados próximo à Ponte JK, um dos cartões-postais de Brasília.

Microcrédito para startups


O MEC quer incluir no financiamento universitário uma linha de “microcrédito produtivo orientado”.
Segundo Lima, hoje, 2% dos depósitos à vista ficam no Banco Central, e já há linhas de crédito para
microempreendedores e pessoas em vulnerabilidade. A ideia é estender o modelo para start-ups.

87
Mateus Ferreira. MEC lança 'Future-se', programa para aumentar verba privada no orçamento das federais. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/07/17/mec-lanca-future-se-para-aumentar-verba-privada-no-orcamento-das-federais.ghtml. Acesso em 17 de julho de
2019.

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125
Fundo soberano do conhecimento
Segundo o MEC, todo esse dinheiro será gerido em um “fundo soberano do conhecimento”. O capital
privado, além do investimento direto em cada instituição, poderia entrar nesse fundo, de onde seria
redistribuído às universidades. Royalties, patentes, parques tecnológicos também aportariam dinheiro
nesse fundo.
“A gente quer falar pro empresário: ‘Você está preocupado com Amazônia? Não doe para uma ONG’.
A gente quer implantar a ideia do capitalismo social, que é explorar a imagem dos bons investidores que
têm preocupação com a educação, mas não querem rasgar dinheiro”, diz Lima.

‘Apex da educação’
“A gente quer se transformar na Apex da educação”, disse o secretário de Educação Superior do MEC,
Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, referindo-se à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos, que organiza feiras e eventos ao redor do mundo para promover a produção industrial e
agrícola brasileira.
“A gente está querendo exportar a indústria de conhecimento que a gente tem. A educação brasileira
pode ser um produto de exportação”, afirmou.
“Queremos sair das amarras da Lei 8.666”, disse Lima, em referência à Lei de Licitações, que define
as regras para uma contratação pública e, em geral, é vista como “trava” pelo gestor público.

Descontingenciamento
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, interrompeu a cerimônia e,
sem microfone, fez reivindicações ao ministro.
“Precisamos debater como retomar os cortes que foram feitos, como devolver o dinheiro do
contingenciamento. Os estudantes estão dispostos a dialogar, mas queremos respostas para hoje (...) Os
estudantes estão nos procurando desesperados, porque não conseguem fazer suas pesquisas.
Precisamos de uma resposta imediata.”
“É importante que tenha parcerias, mas é importante sobretudo que tenha polit́ ica pública para a
universidade. Nós precisamos salvar a universidade”, afirmou.
Em resposta, o secretário Arnaldo Barbosa disse que a consulta pública está aberta “para ouvir opinião
de pessoas como você, que muitas vezes carecem de muita informação.”

O que diz a lei?


O artigo 207 da Constituição Federal prevê que as universidades gozam de “autonomia didático-
científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial”. Isso significa que nem o MEC nem o setor
privado podem, em tese, interferir nos planos de ensino, pesquisa e extensão determinados pelas
reitorias.
Já o artigo 213 define que as atividades de pesquisa, extensão e inovação nas universidades “poderão”
receber apoio financeiro do poder público. Neste caso, o texto indica que o financiamento direto dessas
atividades não é obrigatório.

35% dos brasileiros com mais de 14 anos não completaram o ensino fundamental, aponta IBGE88

As regiões com menor índice de escolaridade são Norte e Nordeste.


O Brasil tem 35% de pessoas em idade de trabalhar que não concluíram o ensino fundamental. Os
dados foram divulgados nesta quinta-feira (16/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do primeiro trimestre de
2019.
O ensino fundamental é a segunda etapa da educação básica, voltada à população de 6 a 14 anos, e
dura nove anos.
Norte e Nordeste são as regiões com menor índice de escolaridade, ou seja, mais pessoas não
concluíram esta etapa de ensino nesta parte do país.
No Norte, 44,1% daqueles com mais de 14 anos não tinham terminado o ensino fundamental. No
Nordeste, o índice é de 38,7%.
A região Sudeste é a que concentra maior índice de acesso aos estudos: 29,2% dos brasileiros com
mais de 14 anos não tinham concluíram o ensino fundamental, seguida por Centro-Oeste (33,5%) e Sul
(34%).
88
Elida Oliveira. 35% dos brasileiros com mais de 14 anos não completaram o ensino fundamental, aponta IBGE. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/05/16/35percent-dos-brasileiros-com-mais-de-14-anos-nao-completaram-o-ensino-fundamental-aponta-ibge.ghtml.
Acesso em 16 de maio de 2019

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126
Ocupação e escolaridade
Os dados ainda apontam que 48% de todos os brasileiros com idade acima de 14 anos no primeiro
trimestre de 2019 concluíram ao menos o ensino médio.
Entre a população empregada, a maior parte (60,3%) tinham concluído pelo menos o ensino médio,
20,7% tinham o nível superior e 25% apenas o nível fundamental.

Desemprego
A baixa escolaridade pode afetar as chances de emprego do brasileiro. Os dados do IBGE indicam
que 5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano. O desemprego cresceu em 14
das 27 unidades da federação no 1º trimestre. As maiores taxas de desemprego foram observadas no
Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18,0%), e a menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do
Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram
em 13,5% e 15,3%, respectivamente.

Cidades brasileiras têm atos contra bloqueios na educação89

MEC anunciou contingenciamento total de R$ 1,7 bilhão. Escolas e instituições de ensino superior
fazem paralisação de um dia; os 26 estados e o DF tiveram protestos pacíficos.
Cidades brasileiras começaram, na manhã desta quarta-feira (15/05), a ter manifestações contra o
bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo MEC. Os 26 estados e o Distrito Federal
registraram atos pacíficos. Universidades e escolas também tiveram paralisações.
Entidades ligadas a movimentos estudantis, sociais e a partidos políticos e sindicatos convocaram a
população para uma greve de um dia contra as medidas na educação anunciadas pelo governo do
presidente Jair Bolsonaro.
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam
bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas
discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz,
compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas.
O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do
orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.
Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os
86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por
exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio
poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas
com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça
orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.

89
G1. Cidades brasileiras têm atos contra bloqueios na educação. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/05/15/cidades-brasileiras-tem-atos-
contra-bloqueios-na-educacao.ghtml. Acesso em 15 de maio de 2019.

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127
Em entrevista ao colunista Valdo Cruz na GloboNews, o ministro interino da Economia, Marcelo
Guaranys, afirmou que o contingenciamento pode ser revertido.
"Contingenciamento é um bloqueio temporário dos recursos que cada ministério tem. E, como no
primeiro bimestre nós percebemos que essas receitas estavam 2% abaixo do que era o previsto, a gente
precisou fazer um contingenciamento de várias pastas", informou o interino da Economia.
"Os protestos traduzem uma preocupação que você não realize o que você espera fazer na área de
educação. E a nossa ideia não é impedir que as coisas sejam feitas. Óbvio que todo mundo, se a gente
não tiver receitas necessárias, a gente vai precisar fazer ajustes no orçamento, nas nossas despesas.
Vamos ver onde que a gente pode cortar."

Constituição prevê que ensino básico é prioridade de estados e municípios; entenda os gastos
com educação90

Na média dos últimos 15 anos, universidades ficaram com R$ 0,18 de cada R$ 1 investido pela União,
estados e municípios. Governo Bolsonaro prevê destinar 'recursos futuros' federais do ensino superior
para a educação básica.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou na terça-feira (30/04) que os "recursos futuros"
da educação superior "vão ser direcionados para a pré-escola ou para a educação básica". Ele justificou
a mudança de foco afirmando que, durante a campanha eleitoral, essa foi a prioridade defendida por Jair
Bolsonaro (PSL).
A mudança de foco em relação às outras gestões é criticada por especialistas. Dados compilados
pelo G1 mostram que as universidades recebem a menor parcela da verba quando considerado o gasto
total dos municípios, dos estados e da União; veja a seguir os principais pontos e, mais abaixo, os gráficos:
O gasto por aluno no ensino superior é mais alto do que o do aluno do ensino básico no Brasil, mas isso
também se repete em outros países
A diferença do gasto por aluno do ensino superior x educação básica teve queda de um terço desde
2000: enquanto o valor por universitário se manteve estável, o da educação básica triplicou
Comparando com a média da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico), o Brasil investe menos por aluno em todas as etapas do ensino
A Constituição determina que os municípios cuidem prioritariamente do ensino infantil e fundamental e
os estados cuidem do fundamental e do médio. Cabe à União manter a rede federal (atualmente de ensino
técnico e superior) e repassar dinheiro para municípios e estados cuidarem da educação básica
Por causa do pacto previsto na Constituição, a rede federal tem apenas 0,84% das matrículas da
educação básica. A União também desenvolve programas de construção de creches e pré-escolas, livros
didáticos, transporte e alimentação nas escolas
Segundo especialistas consultados pelo G1, tanto a educação básica (que vai da creche ao 3º ano do
ensino médio) quanto o ensino superior precisam de mais dinheiro, principalmente quando o Brasil é
comparado a outros países: o nível de investimento por aluno brasileiro ainda está abaixo da média das
nações desenvolvidas.
Dados mantidos pelo próprio governo federal mostram, ainda, que o MEC gasta mais todos os anos
com as universidades do que com as creches e pré-escolas, um fato que, para os especialistas, está em
linha com a divisão das responsabilidades educacionais entre redes municipais, estaduais e federal
determinada na Constituição, e também é uma realidade mundial.

Levantamento da média de gastos


O G1 analisou a média de gastos entre 2000 e 2015 de todas as esferas (federal, estadual e municipal)
para entender como o Brasil emprega seus recursos nas diferentes etapas do ensino. O levantamento
tomou como base dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep).
Considerando o gasto médio no período, a educação superior fica, com o equivalente a apenas R$
0,18 a cada R$ 1 investido na educação pública no Brasil.
O valor considerou investimentos diretos de municípios, estados e União, e não leva em conta os
gastos das escolas particulares. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE) usa o valor dos investimentos diretos para comparar o investimento feito pelo Brasil no setor com
o de outros países.

90
Ana Carolina Moreno. Constituição prevê que ensino básico é prioridade de estados e municípios; entenda os gastos com educação. G1 Educação. Acesso
em 06 de maio de 2019.

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128
Educação básica x superior
Segundo os dados apresentados pelo ministro da Educação, "um aluno na graduação custa R$ 30 mil
por ano", e "um aluno numa creche custa R$ 3 mil". Weintraub não esclareceu a fonte dos dados.
Entretanto, as informações mantidas pelo próprio Inep, que é uma autarquia do MEC, revelam que a
diferença era inferior em 2015 ao apontado pelo ministro, dado mais recente disponível. Além disso, ela
encolheu um terço desde 2000
Já os números mais detalhados sobre todas as esferas de governo demoram mais para serem
calculados. Por isso, os mais recentes vão até 2015.

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'Inverter a pirâmide'
A divisão de recursos para a educação básica e para o ensino superior entrou em pauta após a posse
do presidente Jair Bolsonaro. Na campanha, o programa do então candidato mencionava o fato de que o
orçamento do governo federal se dedicava mais à educação superior.
"Precisamos inverter a pirâmide: o maior esforço tem que ocorrer cedo, com a educação infantil,
fundamental e média. Quanto antes nossas crianças aprenderem a gostar de estudar, maior será seu
sucesso", dizia o documento.
Em fevereiro, o então ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, repetiu a ideia em uma
audiência no Senado Federal. Vélez foi demitido no começo de abril. Seu substituto, Abraham Weintraub,
já integrava o governo (era secretário-executivo da Casa Civil). Antes, havia participado tanto da equipe
de transição quanto do grupo que responsável pelo programa da campanha presidencial de Bolsonaro.
Nesta semana, ele voltou a citar o documento:
"No programa de governo que elegeu o presidente Jair Bolsonaro, estava muito claro, estava explícito,
que a nossa prioridade era a educação básica, a pré-escola. Agora criou-se uma polêmica enorme porque
a gente está apresentando o nosso governo", diz Abraham Weintraub, ministro da Educação

A pirâmide existe?
Levando-se em conta apenas os investimentos do governo federal, sim. Mas, considerando o total
gasto pelo Brasil em educação, que inclui estados e municípios, a afirmação não procede.
Os dados usados pela campanha eleitoral de Jair Bolsonaro foram retirados de uma página do
Orçamento Cidadão de 2018. O documento é uma versão simplificada do Projeto de Lei Orçamentária
Anual (Ploa). Ele não representa a realidade da lei orçamentária, porque sofre diversas alterações até
sua aprovação no Congresso.

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Por exemplo, o Ploa cita o grupo "ensino superior" com 30%, mas esse percentual é acrescido de
outros itens. Os dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal (Siop)
mostram os recursos do orçamento que foram, de fato, pagos pelo governo. No caso de 2018, a subfunção
"ensino superior" recebeu dois terços (66,5%) do total pago pela União em investimentos na educação.

Gasto federal com educação superior


A divisão das responsabilidades de cada esfera de governo consta na Constituição Federal. "No nosso
pacto federativo, trazemos as responsabilidades dos diferentes entes federados em relação às etapas da
educação", explicou ao G1 Edward Madureira, reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e vice-
presidente da Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
"A educação superior é de responsabilidade do governo federal. A básica é dos municípios, e a outra
etapa da educação básica, principalmente o ensino médio, é dos estados", afirma Madureira. "Essa dita
inversão, de fato, não existe."
Como a oferta de ensino básico não é de responsabilidade prioritária do governo federal, apenas 0,84%
das matrículas nesse nível estão em escolas ou institutos federais.

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Verba atual é suficiente?
O Plano Nacional de Educação (PNE) colocou em lei a meta de atingir, até 2024, o investimento do
equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública. Em 2015, o percentual foi de
5,5% do PIB. Os indicadores do biênio 2017-2018 ainda não foram divulgados.
Pela Constituição, estados e municípios precisam direcionar pelo menos 25% de suas receitas para a
educação. Já o governo federal, até 2017, tinha de investir a partir de 18%. Desde o ano passado, por
causa da PEC do Teto dos Gastos, o valor está congelado – passou a ser apenas corrigido pela inflação,
segundo o IPCA.
O novo ministro da Educação defende que o Brasil já gasta o bastante em educação – e que precisa
melhorar a forma como esse valor é gasto. No início de abril, ao assumir o MEC, ele citou o orçamento
da pasta e declarou: "Com esses R$ 120 bilhões, a gente consegue entregar mais, deve entregar mais
que os indicadores atuais do Brasil, internacionais. Eles são ruins. O Brasil gasta como país rico, e tem
indicadores de país pobre per capita".

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Outros analistas, porém, levam em conta o gasto per capita para defender que o orçamento global de
educação siga aumentando conforme a meta do PNE.
Especialistas apontam, porém, que não adianta retirar dinheiro do ensino superior para aplicar no
básico. Segundo José Marcelino Rezende Pinto, professor da Universidade de São Paulo (USP)
especialista em financiamento da educação, as estimativas indicam que o Brasil deveria investir,
anualmente, pelo menos o dobro do que aplica na educação básica. Isso quer dizer que, mesmo que todo
o dinheiro do ensino superior fosse transferido para o básico, o problema continuaria.
"Se eu pegar todo o dinheiro da educação superior e jogar na educação básica, eu aumentaria em
25% o valor do gasto por aluno na educação básica. Ou seja, não resolve, seria insuficiente", afirmou
Marcelino, da USP. "E que país do mundo é louco de acabar com a educação superior pública? É um dos
poucos lugares em que você tem pesquisa."
Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE), defende que
o governo federal aumente os repasses à educação básica ampliando o orçamento geral – sem, no
entanto, retirar verba do nível superior.
"Quando se fala em retirar do ensino superior e colocar na educação básica, o que se quer é uma
formação de baixo padrão, o ensino médio como terminativo. É a visão da mínima educação necessária
para um mercado de trabalho de baixo padrão."
Uma análise de 35 países com dados tabulados pela OCDE mostra que, em 34 deles, o gasto por
aluno no ensino superior é mais alto que o do ensino básico – a única exceção é a Grécia.

Mensalidade na universidade pública


Marcelino e Edward Madureira, da Andifes, explicam que passar a cobrar mensalidade nas
universidades públicas também não resolveria o problema do financiamento.
"Na verdade, as famílias já pagam pela universidade pública, está nos impostos que são recolhidos",
afirma Madureira. "E o perfil socioeconômico mostra claramente que o estudante do país hoje não tem a
mínima condição de pagar mensalidade. Se passassem a cobrar daqueles que poderiam pagar, essa
contribuição não seria suficiente para a manutenção das universidades."
Segundo Marcelino, mesmo as universidades americanas, que não são gratuitas e têm mensalidades
altas, não conseguem cobrir todo o orçamento só com as mensalidades – em alguns casos, as taxas
pagas pelos alunos chegam a apenas 14% do custo total da instituição.
Já Edward Madureira, da Andifes, afirma que o Brasil precisa olhar a educação como um todo, sem
"fatiá-la" em básica e superior.
"Começa na educação infantil e termina no pós-doutorado. Não há como fragmentar isso e, de repente,
querer investir em uma etapa em detrimento da outra. Nem na básica mais que na superior, e nem na
superior mais que na básica, porque vamos criar uma distorção, e a cadeia não vai fechar. Essa é uma
das razões da nossa fragilidade em relação ao resto do mundo na educação."

Bolsonaro anuncia demissão de Vélez e diz que Abraham Weintraub será o novo ministro da
Educação91

Vélez enfrentava 'guerra' no MEC provocada por desentendimentos entre assessores. No período na
pasta, ele protagonizou uma série de polêmicas.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou em uma rede social nesta segunda-feira (08/04) a demissão do
ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Bolsonaro informou também que o novo ministro será
Abraham Weintraub.
Bolsonaro e Vélez tiveram uma reunião no Palácio do Planalto nesta segunda, pouco antes do anúncio
da demissão do agora ex-ministro.
"Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de Ministro da Educação.
Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento
necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao prof. Velez pelos serviços prestados", afirmou o
presidente.
Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez Rodríguez tomou posse no cargo em 1º de janeiro e
enfrentava uma "guerra interna" no MEC provocada por desentendimentos entre militares e seguidores
do escritor Olavo de Carvalho.

91
G1. Bolsonaro anuncia demissão de Vélez e diz que Abraham Weintraub será o novo ministro da Educação.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/08/planalto-anuncia-demissao-de-ricardo-velez-rodriguez-do-ministerio-da-educacao.ghtml. Acesso em 08 de abril de
2019.

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Na sexta-feira (05/04), em um café da manhã com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro disse que o
ministro poderia deixar o cargo nesta segunda-feira (08/04). "Segunda-feira vai ser o dia do 'fico ou não
fico'", disse o presidente na ocasião.
Pouco depois da declaração do presidente, Velez, que participava de um evento em Campos do Jordão
(SP) declarou que não entregaria o cargo.
No café, Bolsonaro também afirmou que não existe rivalidade entre a ala ideológica do governo –
influenciada pelo escritor Olavo de Carvalho – e a corrente militar, composta por generais que integram
altos cargos no Executivo federal.
Nos dois meses e meio à frente do Ministério da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez colecionou uma
série de polêmicas, entre as quais:
- Disse que quer mudar os livros didáticos para revisar a maneira como tratam a ditadura militar e o
golpe de 1964.
- Anunciou a demissão do secretário-executivo da pasta diante da "guerra" no ministério. Depois trocou
os substitutos e também demitiu o presidente do Inep;
- Pediu a escolas que filmassem alunos cantando Hino Nacional e enviassem o vídeo ao MEC. Depois,
voltou atrás;
- Disse em entrevista que o brasileiro parece um "canibal" quando viaja ao exterior. Depois, disse ter
sido "infeliz" na declaração;
- Afirmou que a universidade não é para todos.

Além disso, desde o início da sua gestão, em janeiro, houve pelo menos 14 trocas em cargos
importantes no Ministério da Educação.
A demissão de Vélez Rodríguez é a segunda baixa no ministério do governo Jair Bolsonaro.
Há cerca de um mês, o advogado Gustavo Bebianno deixou a Secretaria-Geral após se envolver em
uma crise com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Bolsonaro.

Novo ministro
Weintraub, o novo ministro, já trabalhava no governo Bolsonaro. Ele era secretário-executivo da Casa
Civil, segundo cargo mais importante dentro da pasta.
Weintraub atuou na equipe do governo de transição. Junto com o irmão, Arthur Weintraub, foi
responsável pela área de previdência no período. Os dois foram indicados a Bolsonaro pelo ministro da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Ricardo Vélez Rodríguez


Nascido em Bogotá (Colômbia) e naturalizado brasileiro em 1997, o agora ex-ministro é autor de mais
de 30 obras e professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército.
Vélez Rodríguez é mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (PUC-RJ); doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho; e pós-doutor
pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron.

Em 7 de novembro, disse que havia sido indicado para o Ministério da Educação pelo escritor Olavo
de Carvalho.
"Aceitei a indicação movido unicamente por um motivo: tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta
de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de 'Mais Brasil, menos Brasília'", publicou à época.
Ainda no blog, Vélez chegou a escrever um texto intitulado "Um roteiro para o MEC" em que afirmava
que o Ministério da Educação tem como "tarefa essencial" recolocar os ensinos básico e fundamental "a
serviço das pessoas".
Na época em que o presidente Jair Bolsonaro estava fazendo as indicações aos ministérios, chegaram
a circular os nomes de Guilherme Schelb (procurador da República) e de Mozart Ramos (diretor do
Instituto Ayrton Senna) para o Ministério da Educação.

Pesquisadores financiados pelo CNPq podem ficar sem bolsas a partir de outubro, diz
presidente92

Além do orçamento ter ficado menor neste ano, CNPq usou verba de 2019 para pagar as bolsas de
dezembro de 2018, afirmou o presidente do conselho em entrevista ao G1.
92
Carolina Moreno. Pesquisadores financiados pelo CNPq podem ficar sem bolsas a partir de outubro, diz presidente. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/04/03/pesquisadores-financiados-pelo-cnpq-podem-ficar-sem-bolsas-a-partir-de-outubro-diz-presidente.ghtml. Acesso
em 03 de abril de 2019

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134
O orçamento confirmado para 2019 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) só garante dinheiro para pagar as bolsas de pesquisa até setembro, afirmou em
entrevista ao G1 João Luiz Filgueiras de Azevedo, presidente do órgão. Ele explica que, além de a verba
para este ano ter sofrido redução em comparação com o ano anterior, parte do dinheiro para 2019 foi
usada para o pagamento das bolsas referentes a dezembro de 2018.
Azevedo estima que o CNPq necessite de cerca de R$ 300 milhões para conseguir fechar as contas
de 2019, considerando tanto a redução orçamentária quanto os cerca de R$ 80 milhões do orçamento
deste ano que foram usados para pagar contas do ano anterior.
"Nesse momento, é correta a afirmação. [O orçamento] paga integralmente as bolsas até setembro.
De outubro em diante certamente não paga tudo, provavelmente paga muito pouco", disse o presidente
do CNPq.
O problema, porém, pode ser ainda pior, já que, na sexta-feira (29), o governo federal anunciou um
contingenciamento de R$ 2,13 bilhõesno Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTIC).
A pasta foi a sétima que mais perdeu recursos com o anúncio:

Alertas desde 2018


Desde a discussão da lei orçamentária anual, no segundo semestre de 2018, o valor abaixo do
esperado para 2019 já acendia sinais de alertas. Mas, segundo o atual presidente, os diferentes cenários
possíveis caso o dinheiro das bolsas de fato termine antes do fim do ano ainda não estão sendo
levantados.
Azevedo explicou que o CNPq conta com o apoio do ministro Marcos Pontes, para tentar reverter o
problema:
"O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações está plenamente consciente disso,
sabe do problema e, mais do que isso, está trabalhando para tentar reverter. Então não é um problema
do qual o CNPq está desesperado atrás, não estamos sozinhos. Nosso ministro está na luta." - João Luiz
Filgueiras de Azevedo, presidente do CNPq
Azevedo diz, porém, que ainda não recebeu notícias do MCTIC sobre como a pasta vai repassar o
contingenciamento anunciado pelo governo federal.

Quedas consecutivas do orçamento


Dados do CNPq mostram que esse é pelo menos o terceiro ano consecutivo de queda na verba
destinada ao pagamento de bolsas. De 2018 para 2019, nas demais áreas, como gastos de administração
e de fomento à pesquisa, houve um aumento no orçamento. Porém, o orçamento global do CNPq teve
uma perda em valores absolutos de R$ 142,6 milhões, considerando os valores do orçamento do ano
passado corrigidos pela inflação acumulada até janeiro deste ano.

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"Estou cautelosamente otimista de que a gente vai conseguir reverter a situação, porque existe um
empenho grande do nosso ministro. Mas concordo que em breve a gente vai ter que começar a ver o
cenário do que a gente faz se chegar nessa situação", resumiu Azevedo.

Quase 80 mil bolsistas


O G1 teve acesso a números do CNPq relativos a fevereiro deste ano, quando o conselho registrou
79.749 bolsistas – o número flutua conforme novos bolsistas são incorporados, ou antigos bolsistas
concluem suas pesquisas. Metade deles recebem bolsas de iniciação científica ou tecnológica, que têm
valores entre R$ 100 e R$ 400. Considerando o número de bolsistas nesses programas e o valor das
bolsas, o CNPq gastou cerca de R$ 13 milhões com 40.383 bolsas naquele mês.
O segundo maior grupo em número de bolsistas é o da pós-graduação (mestrado e doutorado no
Brasil). No total, 8.708 mestrandos recebem R$ 1.500, e 8.215 doutorados têm bolsa de R$ 2.200 por
mês. Em fevereiro, o CNPq repassou cerca de R$ 31 milhões a esses 16.293 pesquisadores.
Outros 15.232 pesquisadores recebem bolsas de produtividade e recebem entre R$ 1.100 e R$ 1.500
por mês.
Os demais bolsistas são das modalidades de pós-doutorado, bolsas tecnológicas ou de extensão,
apoio técnico à pesquisa, programa de capacitação institucional e outras bolsas, como atração de jovens
talentos e desenvolvimento tecnológico.
Há ainda 868 bolsistas do CNPq desenvolvendo pesquisas no exterior, mas o valor varia de acordo
com o país de destino.

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Valores defasados
Nem todas as modalidades têm valores definidos de forma detalhada no site do CNPq e, em alguns
casos, o valor varia de acordo com subgrupos. As modalidades detalhadas, como as de iniciação
científica, pós-graduação, produtividade, pós-doutorado e tecnológicas, somaram 77.106 bolsistas em
fevereiro. No caso dos bolsistas de produtividade e de alguns tipos de pós-doutorado e bolsas
tecnológicas, os valores pagos variam.
Um cálculo que considera que cada um deles recebeu apenas o valor mínimo estabelecido mostra que
o CNPq gastou em fevereiro pelo menos R$ 68,8 milhões para manter essas pesquisas.
Mesmo assim, esses valores estão defasados há anos. Um levantamento feito pela Associação
Nacional de Pós-Graduandos mostra que o último reajuste nas bolsas de mestrado e de doutrado
aconteceu em 2013.
Desde então, a inflação acumulada chegou a 42,6% até fevereiro de 2019, segundo o Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Caso
fossem reajustadas de acordo com o índice, as bolsas de mestrado chegariam a R$ 2.139,77 e as de
doutorado, a R$ 3.138,33.
Segundo Azevedo, para este ano não é possível reajustar os valores das bolsas de pesquisa, já que o
orçamento, segundo ele, "está posto", ou seja, já foi sugerido pelo Executivo e debatido pelo Legislativo
durante o ano passado.

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Novo secretário-executivo do MEC é militar93

Tenente-brigadeiro é o quarto nome anunciado em três meses. Antecessora, Lolene Lima foi
dispensada oficialmente na última quinta-feira (28/03).
Desocupado nos últimos dias, o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) foi
preenchido por Ricardo Machado Vieira. A nomeação foi publicada na edição desta sexta-feira (29/03) do
Diário Oficial da União (DOU).
Ricardo era assessor especial da presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) desde fevereiro de 2019. Ele é militar — segundo seu currículo, é tenente-brigadeiro e já ocupou
o posto de chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (FAB).
Em três meses de gestão, é a quarta vez em que o governo anuncia um nome para o cargo de "número
dois" do MEC. Luiz Antônio Tozi permaneceu no posto até o dia 12 de março, quando foi demitido em um
ato de "reestruturação" promovido pelo ministro Vélez.
Com a saída dele, o nome de Rubens Barreto da Silva, que até então era secretário-executivo adjunto,
foi anunciado por rede social. A nomeação para o novo cargo, no entanto, não chegou a ser publicada no
Diário Oficial.
Em seguida, Lolene Lima foi colocada no posto, também sem publicação no DOU. Ela foi demitida oito
dias depois.

Reunião de Bolsonaro com Vélez


O presidente Jair Bolsonaro marcou uma reunião para esta sexta-feira (29/03), às 10h30, no Palácio
do Planalto, com o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez.
Na noite de quinta (28/03), Bolsonaro foi questionado duas vezes sobre a permanência de Vélez no
MEC, mas ficou calado. A pasta enfrenta uma série de polêmicas e trocas de cargo.

Militares x seguidores de Olavo de Carvalho


Há uma disputa interna na área da educação sobre qual projeto de governo deve ser implementado.
Os grupos em conflito poderiam ser chamados de “pragmáticos” e “ideológicos”.
O primeiro é formado por militares — incluindo generais, que foram os primeiros a serem envolvidos
na campanha de Bolsonaro — e também por ao menos um coronel que tem afinidade com o ministro. A
escolha de Ricardo Machado Vieira, tenente-brigadeiro, reforçaria essa equipe.
O segundo grupo é constituído por seguidores do escritor de direita Olavo de Carvalho e por ex-alunos
do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Vale lembrar que o próprio Vélez foi indicado por
Carvalho.

O que quer cada um dos grupos?


A ala militar dentro do MEC pode ser considerada mais pragmática: parte dela ajudou na elaboração
das propostas de campanha de Bolsonaro, que incluíam a defesa da educação a distância, a criação de
colégios militares em capitais e a modernização da gestão na pasta.
Os olavistas chegaram à equipe sobretudo depois da vitória de Bolsonaro, causando atritos com os
que já estavam contribuindo nas discussões sobre educação desde a campanha. O principal ponto para
esse grupo “ideológico” é expulsar do MEC qualquer resquić io do que chamam de “marxismo cultural” ou
“pensamentos esquerdistas”.
Isso inclui a defesa de projetos como o Escola Sem Partido, revisão de questões do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) ou ensino que aborde questões de gênero nas escolas. De acordo com fontes
ouvidas pelo G1, que não quiseram ser identificadas, o grupo ideológico também tem restrições à atuação
do Conselho Nacional de Educação (CNE), à implementação da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) e a pontos do Plano Nacional de Educação (PNE).

Antecessora não chegou a ser nomeada no Diário Oficial


A antecessora de Ricardo Machado Vieira, Lolene Lima, foi dispensada oficialmente do MEC na edição
desta quinta-feira (28/03) do Diário Oficial. Formalmente, ela ainda ocupava a posição de "substituta
eventual do cargo de Secretário da Educação Básica".
Ela havia sido nomeada como secretária-executiva no dia 14 de março. O anúncio não chegou a ser
oficializado no Diário Oficial, mas ela já seguia uma agenda pública ao lado do ministro Ricardo Vélez
Rodríguez.

93
G1. Novo secretário-executivo do MEC é militar. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/03/29/novo-secretario-executivo-do-mec-e-
nomeado.ghtml. Acesso em 29 de março de 2019

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Oito dias depois dessa nomeação informal, Lolene foi informada de que não seguiria mais no
ministério.
“Diante de um quadro bastante confuso na pasta, mesmo sem convite prévio, aceitei a nova função
dentro do ministério. Novamente me coloquei à disposição para trabalhar em prol de melhorias para o
setor. No entanto, hoje, após uma semana de espera, recebi a informação que não faço mais parte do
grupo do MEC”, postou ela, em sua conta no Twitter.

Entenda o que é o método fônico, que o MEC privilegia em sua política de alfabetização94

Metodologia que ensina a associar letras a seus sons ainda é amplamente adotada no Brasil e em
outros países, mas críticos a consideram ultrapassada e defendem mistura de métodos
A Política Nacional de Alfabetização, um dos projetos que o governo Bolsonaro pretende em seus 100
primeiros dias, erradicar o analfabetismo no Brasil apostando no método fônico (ou fonético) de
alfabetização.
Nele, a alfabetização se dá através da associação entre um símbolo (a letra, ou grafema) e seu som
(o fonema). A criança aprende a reconhecer o som de cada letra para, a partir daí, ser capaz de combiná-
las de modo a formar sílabas e palavras.
O ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. Parte-se dos sons
mais simples para os mais complexos.
Há registros formais do uso do método fônico desde 1719, na França. No Brasil, ele passou a ser
amplamente usado em substituição ao método da soletração (ou alfabético), que vigorou até a década de
1980.
Hoje, a metodologia fônica rivaliza com as técnicas associadas ao construtivismo — em que se parte
de textos e experiências sobre as funções da linguagem rumo a palavras, letras e sons—, considerado
mais moderno.
Educadores são praticamente unânimes em afirmar que não se deve eleger um único método de
alfabetização e há divergências sobre o alcance da técnica fônica.
O principal defensor do método é Carlos Nadalim, secretário de Alfabetização do MEC. Mestre em
Educação e seguidor do escritor Olavo de Carvalho, ele já afirmou que o construtivismo foi um "erro" do
sistema educacional brasileiro.
A concepção fônica do ensino da leitura é uma recomendação de governo em Portugal, França, Chile,
Itália, Inglaterra e Estados Unidos. O método é adotado como padrão em países como Cuba, Israel,
Canadá, Bélgica e Alemanha.

Inep cria comissão para verificar se questões do Enem têm 'pertinência com a realidade social'95

Segundo a portaria, o grupo deverá fazer uma 'leitura transversal' das questões para emitir um parecer.
Resultado do trabalho não será divulgado. No ano passado, Bolsonaro criticou uma das questões do
exame e disse que tomaria conhecimento antes da prova.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) criou uma comissão
para fazer uma "leitura transversal" das questões que compõem o Banco Nacional de Itens do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem). O objetivo, segundo o Inep, é "verificar a sua pertinência com a
realidade social". O resultado do trabalho não será divulgado.
No ano passado, Bolsonaro criticou uma das questões do exame e disse que tomaria conhecimento
antes da prova.
De acordo com o documento, "a leitura transversal é uma etapa técnica de revisão de itens".
Em nota, o Inep informou que nenhum item será descartado já que o processo de elaboração das
questões é "longo e oneroso". Ainda de acordo com o Inep, as questões consideradas "dissonantes"
serão "separadas para posterior adequação, testagem e utilização, se for o caso".
O G1 entrou em contato com o Inep para saber que tipo de pergunta ou conteúdo estaria sendo
buscado na leitura transversal e a que tipo de realidade social o Inep se refere quando fala em verificar
"pertinência com a realidade social". O instituto encaminhou um posicionamento e informou que não
poderia esclarecer nada além do que constava no documento. (Leia a íntegra aqui e ao fim da reportagem)

94
O Globo. Entenda o que é o método fônico, que o MEC privilegia em sua política de alfabetização. https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/entenda-que-
o-metodo-fonico-que-mec-privilegia-em-sua-politica-de-alfabetizacao-23536565?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo. Acesso
em 22 de março de 2019
95
G1. Inep cria comissão para verificar se questões do Enem têm 'pertinência com a realidade social'. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/03/20/inep-cria-comissao-para-fazer-leitura-transversal-das-questoes-do-enem.ghtml. Acesso em 20 de março de 2019.

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Comissão
Três pessoas foram destacadas para trabalhar na leitura dos itens:
- Marco Antônio Barroso Faria (secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC);
- Antonio Maurício Castanheira das Neves (diretor de estudos educacionais do Inep);
- Gilberto Callado de Oliveira (procurador de justiça de Santa Cataria, representante da sociedade
civil).

Eles terão dez dias, a partir desta quarta, para concluir a avaliação e emitir uma recomendação sobre
o uso ou não dos itens na montagem do exame. Depois, o diretor da Avaliação Básica fará outro parecer
sobre as considerações da comissão. A decisão final ficará a cargo do presidente do Inep, Marcus Vinícius
Rodrigues.
Segundo a portaria, "todas as atividades serão realizadas em Ambiente Físico Integrado Seguro (AFIS)
do Inep", que fica em Brasília, dentro da sede do Inep. Eles assinarão um termo de confidencialidade e
sigilo.

Críticas ao Enem
Em 2018, Jair Bolsonaro criticou uma questão de linguagens do Enem que falava sobre o pajubá, um
conjunto de expressões associadas aos gays e travestis e disse que iria "tomar conhecimento da prova
antes".

Como é feita a prova do Enem


O Enem é realizado desde 1998 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), uma autarquia do Ministério da Educação. Em 2009, o Enem se transformou em um
exame para ser usado como acesso ao ensino superior.
O exame usa uma metodologia diferente dos vestibulares tradicionais e, por isso, as questões não são
todas elaboradas por uma mesma equipe: são retiradas de um banco de itens com milhares de questões
já feitas durante vários anos por muitos professores.
Todas as questões precisam exigir pelo menos uma das habilidades que constam na matriz de
referência do Enem – trata-se do "currículo" de conteúdos que podem cair na prova.
Cada item representa o conjunto da questão e de todas as informações sobre essa questão, como,
por exemplo, a habilidade que ela exige e o nível de dificuldade.
Segundo o Inep, a elaboração de uma única questão do Enem passa por um processo com dez etapas
diferentes, que pode levar mais de um ano. Essas etapas incluem:

- A contratação e capacitação de professores para elaborarem as questões


- Pelo menos duas revisões da questão por especialistas
- O "pré-teste" das questões em uma amostra de estudantes com o perfil dos candidatos do Enem
- Uma análise pedagógica para definir se a questão pode finalmente ser incluída no Banco Nacional
de Itens (BNI)

Uma vez no BNI, a questão fica à disposição para ser usada em alguma edição do Enem. Na hora da
montagem da prova, a pequena equipe de servidores do Inep que faz o trabalho de seleção das questões
precisa escolher 45 itens de cada prova objetiva seguindo um equilíbrio entre a pedagogia – já que a
prova precisa avaliar uma grande quantidade de conhecimentos – e a estatística – na medida em que o
exame também precisa ter um número similar de questões fáceis, médias e difíceis para poder selecionar
adequadamente os candidatos.
Todos os anos, uma pequena equipe de servidores do Inep monta três versões das quatro provas
objetivas: duas delas são aplicadas todos os anos, na edição regular e no Enem PPL, para pessoas
privadas de liberdade. Uma terceira fica como “reserva”, para o caso de algum imprevisto ou emergência.

Posicionamento do Inep
O Inep encaminhou um link com um texto referente ao posicionamento do instituto sobre o tema. Leia
a íntegra abaixo ou no site do Inep:
INEP nomeia comissão para análise de itens da prova do Enem 2019
Portaria do Inep publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 20 de março, define os
três nomes da comissão que vai realizar a leitura transversal dos itens do Banco Nacional de Itens (BNI)
para a montagem das provas do Enem neste ano. O objetivo é analisar as questões para verificar sua
pertinência com a realidade social, de modo a assegurar um perfil consensual do exame.

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A comissão terá como membros o representante do Ministério da Educação, Marco Antônio Barroso
Faria, secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior, o representante do Inep, Antônio
Maurício Castanheira das Neves, diretor de Estudos Educacionais; e o representante da sociedade civil,
Gilberto Callado de Oliveira, procurador de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina. A portaria
estipula o prazo de dez dias para a conclusão dos trabalhos.
"Os especialistas da comissão são nomes reconhecidos e que podem contribuir para a elaboração de
uma prova com itens que contemplem, não apenas todos os aspectos técnicos formais, mas também
ecoem as expectativas da sociedade em torno de uma educação para o desenvolvimento de um novo
projeto de País", afirma Marcus Vinicius Rodrigues, presidente do Inep.
Compete à comissão ler os itens e recomendar ou não sua utilização na montagem do exame,
mediante justificativa. O diretor de Avaliação da Educação Básica, em consonância com a equipe técnica,
emitirá contra parecer para cada um dos itens não recomendados pela comissão. Em caso de pareceres
opostos, cabe ao INEP proferir decisão final, por meio do seu presidente.
A leitura transversal das questões do Enem vai ocorrer antes da montagem da prova, pois alterações
depois do instrumento montado, podem modificar o desenho psicométrico da prova e os parâmetros que
garantem o cálculo das proficiências. A Comissão, portanto, vai avaliar o acervo de itens disponíveis para
a montagem das provas do Enem.
Como a elaboração de um item é um processo longo e oneroso, nenhum será descartado. "As
questões dissonantes serão separadas para posterior adequação, testagem e utilização, se for o caso.
Todo o trabalho respeitará a Matriz de Referência do Enem, os parâmetros para garantir o cálculo das
proficiências, o equilíbrio da prova com a de edições anteriores e a segurança. Os participantes podem
ficar tranquilos, pois nada disso afetará seu desempenho e suas oportunidades de acesso à Educação
Superior", explica Marcus Vinícius.
Segurança - O Banco Nacional de Itens, que guarda as questões das provas do INEP, segue protocolo
de segurança e sigilo, de acordo com a portaria nº 579, de 25 de novembro de 2016, que regula o
funcionamento do Ambiente Físico Integrado Seguro (Afis). Todos os servidores e colaboradores com
acesso aos itens assinam termos de sigilo e confidencialidade. No caso do Enem, assinam também uma
declaração de não impedimento de acordo com a súmula 13 do Supremo Tribunal Federal, que delimita
as relações de parentesco que configuram nepotismo.
Localizado na sede do INEP, em Brasília (DF), o Ambiente Físico Integrado Seguro só pode ser
acessado por pessoas autorizadas. O ambiente é completamente isolado, possui salas que só podem ser
acessadas pelo uso de digitais e computadores sem acesso à internet ou à intranet do INEP. Todo o
processo de captação, elaboração e revisão de itens para compor o Enem e outros exames do instituto
ocorre nesse espaço
As atividades da comissão que revisará os itens do Enem também serão realizadas no Ambiente Físico
Integrado Seguro. Os membros nomeados assinarão Termo de Compromisso de Confidencialidade e
Sigilo e Declaração de não impedimento para realização do trabalho. O descumprimento das obrigações
assumidas poderá ser punido com responsabilização funcional do membro, bem como o encaminhamento
do caso para as entidades competentes realizarem a devida apuração penal.
Pelo caráter sigiloso do Banco Nacional de Itens, não será publicado relatório de trabalho sobre o
processo. Tampouco os membros da comissão estão autorizados a se pronunciar sobre o trabalho.

Afinal, escolas militares são públicas?96

Primeiro, é preciso entender o que diz nossa Constituição sobre a educação pública e analisar o
contexto de crescente militarização das escolas no Brasil.
O cancelamento (e posterior revalidação) por parte da USP da matrícula de alguns alunos oriundos de
colégios militares levantou, na última semana, o debate sobre o caráter dessas escolas e se, no fim das
contas, elas poderiam ou não ser consideradas públicas. Isso porque esses alunos ingressaram na
universidade por meio da reserva de vagas para escolas públicas no Sisu, apesar de algumas dessas
escolas militares cobrarem mensalidade e taxa de matrícula. Então, como as escolas militares podem ser
consideradas públicas se os alunos pagam para estudar?
Para tentar entender melhor o caso, é preciso revisar o que diz a Constituição sobre a educação
pública. Não podemos ignorar também que isso acontece em um contexto de crescente militarização de
escolas públicas.

96
Taís Ilhéu. Afinal, escolas militares são públicas?. Guia do Estudante. https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/afinal-escolas-militares-sao-publicas/.
Acesso em 06 de março de 2019.

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Direito à educação gratuita em estabelecimentos oficiais
Direito à educação pública e de qualidade não é só lenda. No Brasil, ele é garantido, entre outros
dispositivos, pela nossa própria Constituição Federal, que estabelece uma série de princípios que
deveriam nortear o ensino. Alguns parecem especialmente conflitar com a gestão das escolas militares,
entre eles o que determina a “gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais”. Afinal, as
escolas geridas pelo Exército são estabelecimentos oficiais.
A professora Virginia Maria Pereira de Melo, coordenadora do Fórum Estadual de Educação de Goiás
(FEE), destaca ainda outros elementos, como o alto preço dos uniformes e o direcionamento de vagas
para filhos de militares, que fazem com que essas escolas não sejam inclusivas — também um dos pontos
chaves da escola pública.
Acontece que, amparado por uma lei de 1999 e uma portaria de 2008, o Exército assume que se
enquadra em uma outra modalidade de ensino, e por isso não tem obrigação de garantir a gratuidade. A
lei permite ao Exército angariar recursos por meio de “contribuições, subvenções, empréstimos,
indenizações e outros meios”. Já a portaria regulamenta o funcionamento das escolas militares.
Em 2013, Procuradoria Geral da República contrapôs a lei e a portaria ao que determina a Constituição
e entrou com uma ação pedindo que o Supremo Tribunal Federal julgasse inconstitucional a cobrança de
mensalidade nas escolas militares. No final de 2018, a ação foi julgada, e o STF entendeu, por
unanimidade, que a cobrança de mensalidade por escolas militares não é inconstitucional. Entre outras
falas, a ministra Cármem Lúcia afirmou que “esses colégios não se sujeitam a gratuidade uma vez que
não se encontram inseridos na rede pública de ensino”.
A margem que continua aberta — e responsável pela confusão no processo seletivo e matrícula na
USP — é se esses alunos, que não estudam na rede pública de ensino (embora em uma instituição oficial)
podem ou não usufruir da reserva de cotas para alunos vindos de escolas públicas.

Militares ou militarizadas?
Como se não bastasse a divergência de entendimentos sobre o caráter das escolas militares — e a
constitucionalidade ou não do pagamento — mais um complicador entra nessa história. Oficialmente,
consta no site do Exército que existem, no Brasil, 13 escolas sob sua responsabilidade. Não entram nessa
conta, por exemplo, as dezenas de escolas militares no estado de Goiás, estado pioneiro na militarização
escolar. Esse processo tira as instituições da gestão da administração civil da secretarias de Educação e
a gestão fica a cargo da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros ou outros órgãos oficiais de segurança. De
acordo com Virginia Maria, essas escolas recebem algumas melhorias na estrutura física e passam a
priorizar os valores e a disciplina militares.
Em Goiás, 30 escolas foram militarizadas do ano passado para cá, chegando a um total de 46. Em 14
estados do Brasil, o aumento foi de 212%, de acordo com a revista Época. A mesma reportagem mostra
que nas escolas goianas a cobrança de mensalidades é generalizada, inclusive em colégios de regiões
periféricas e com alunos carentes.
A diferença no perfil socioeconômico dos estudantes seria também, pelo menos nesse primeiro
momento, mais uma diferença entre os dois modelos. “Nas escolas que foram militarizadas, muitas vezes
a escolha para estar ali não foi do aluno ou de sua família, já que ele já estava matriculado nessa
instituição quando da transformação”, afirma a coordenadora do FEE.
Para além da discussão se seria ou não constitucional a cobrança em colégios militares, cabe apontar
aqui que essas novas escolas militarizadas sequer se enquadram na lei e na portaria que garantem a
cobrança ao Exército. Afinal, não são escolas do Exército, mas da PM, dos Bombeiros etc.

A Lei de Cotas
Desde 2012, a Lei de Cotas instituiu que as instituições federais de Ensino Superior deveriam reservar,
no mínimo, 50% das suas vagas para alunos oriundos de escolas públicas. O decreto que regulamentou
a lei instituiu ainda, a partir dessas vagas, uma reserva de acordo com a renda e também para estudantes
que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas.
A USP, embora seja estadual, foi uma das últimas instituições de ensino público no Brasil a aderir às
cotas — antes, havia apenas o sistema de bonificação para pessoas que se enquadravam nessas
categorias. A universidade só aceitou o sistema de cotas em 2016, quando passou a reservar um número
de vagas para ingresso pelo Sisu. Este ano, foram oferecidas 2.233 vagas.

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Questões

01. (UFFS – Farmacêutico – FAFIPA) Os estudantes brasileiros de nível superior podem contar com
o financiamento das anuidades como forma de estimular a permanência e a conclusão de curso de
graduação em instituições não gratuitas. O programa do Ministério da Educação (MEC) destinado à
concessão deste financiamento chama-se:
(A) FIES
(B) FNDE
(C) ENADE
(D) PROUNI
(E) ENEM

02. (UFRR – Técnico em Contabilidade – UFRR – 2018) A “Escola sem Partido” tem provocado
exaltados debates desde o Congresso Nacional, passando pelas casas representativas nas esferas
estaduais e municipais até nas redes sociais. Nos últimos anos, diversos projetos de lei se espalharam
país afora, sob a alegação de restringir o "processo de doutrinação política" dentro da sala de aula. Na
Câmara dos Deputados, quem foi o autor do Projeto de Lei que inclui, entre as diretrizes e base da
educação nacional, o “Programa Escola sem Partido”?
(A) Senador Cristovam Buarque
(B) Deputado Jean Wyllys
(C) Deputado Marco Feliciano
(D) Senador Romero Jucá
(E) Deputado Izalci Lucas

03. (Prefeitura de Barretos/SP - Agente Administrativo - VUNESP - 2018) Após três anos de
discussões, mudanças e milhares de colaborações, o Ministério da Educação homologou nesta quarta-
feira (13 de dezembro) a chamada Base Nacional Comum Curricular.
(Folha de São Paulo, 20 dez. 18. Disponível em: <https://goo.gl/EBxwvA>. Adaptado)

A Base Nacional Comum Curricular determina


(A) um currículo unificado a ser abordado nas primeiras etapas da escolarização, em especial com as
crianças de até dez anos.
(B) os conteúdos específicos a serem ministrados nos diferentes cursos de Ensino Superior, a
depender da carreira escolhida.
(C) os direitos de aprendizagem dos alunos da educação básica, prevendo também espaço para
aspectos regionais do conteúdo.
(D) a fusão entre o ensino técnico e o regular, de forma a habilitar todo os alunos para o exercício de
uma profissão a partir dos 18 anos.
(E) a forma de ingresso no Ensino Superior por meio do acompanhamento do desempenho do aluno,
substituindo a prova do ENEM.

04. (UFRR – Técnico em Assuntos Educacionais – UFRR – 2019) De acordo com o sítio oficial do
Ministério da Educação (MEC), sua tarefa é promover o ensino de qualidade para todo o país. Sua
abrangência vai da educação em creches até o ensino superior, profissional e de pós-graduação. Um dos
elementos do sistema que o ministério administra é o FUNDEB, que tem vigência até 2020 e tem por
objetivo:
(A) aumentar em dez vezes o volume de recursos federais para a educação básica.
(B) conceder financiamento a estudantes na educação superior não gratuita.
(C) sistematizar a oferta de vagas no ensino superior federal a participantes do Enem.
(D) coletar informações e fazer estatísticas da educação básica brasileira.
(E) expandir o ingresso de jovens e adultos de baixa renda à educação técnica.

Gabarito

01.A / 02.E / 03.C / 04.A

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143
Comentários

01. Resposta: A
O FIES é um programa do Governo criado em 1999 para substituir o Programa de Crédito Educativo
– PCE/CREDUC. Destina-se a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não possuem
condições de arcar com os custos de sua formação97.

02. Resposta: E
O projeto foi apresentado na Câmara no ano de 2015 pelo deputado Izalci Lucas
(http://www.escolasempartido.org/o-papel-do-governo-categoria/539-dia-historico-projeto-de-lei-que-institui-o-programa-escola-sem-partido-e-
apresentado-na-camara-dos-deputados).

03. Resposta: C
“A Base Nacional Comum Curricular define os direitos de aprendizagens de todos os alunos do Brasil.
[...] A BNCC potencializa políticas e ações que, juntas, podem reduzir desigualdades educacionais. Para
as redes, ela é referência para a construção dos currículos. Para os professores, ela é um instrumento
fundamental para a prática em sala de aula. Para os pais, traz transparência ao que seus filhos devem
aprender.''98.

04. Resposta: A
Segundo o portal do MEC, o “É um importante compromisso da União com a educação básica, na
medida em que aumenta em dez vezes o volume anual dos recursos federais. Além disso, materializa a
visão sistêmica da educação, pois financia todas as etapas da educação básica e reserva recursos para
os programas direcionados a jovens e adultos”.

Saúde
Brasil confirma primeiro caso da doença99

Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de coronavírus em São Paulo. O homem de 61 anos
deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, com histórico de viagem para Itália
O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira (26/2), o primeiro caso de novo coronavírus em
São Paulo. O homem de 61 anos deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, nesta terça-feira (25/2),
com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia. O Ministério da Saúde, em conjunto com as
secretarias estadual e municipal de São Paulo, investigava o caso desde então. A SES/SP e SMS/SP
estão realizando a identificação dos contatos no domicílio, hospital e voo, com apoio da Anvisa junto à
companhia aérea.
Ao confirmar o primeiro caso no país, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou que já
era esperada a circulação do vírus, mas que, diferente dos demais países com transmissão, o Brasil ainda
não está no inverno – perio ́ do em que há maior risco de contágio. “É mais um tipo de gripe que a
humanidade vai ter que atravessar. Das gripes históricas com letalidade maior, o coronavírus se comporta
à menor e tem transmissibilidade similar a determinada gripes que a humanidade já superou”, explicou.
“Nosso sistema já passou por epidemias respiratórias graves. Iremos atravessar mais esta, analisando
com os pesquisadores e epidemiologistas brasileiros, qual é o comportamento desse vírus em um país
tropical”, ressaltou.
O ministro garantiu, ainda, que “a população brasileira terá todas as informações necessárias para que
cada um tome suas precauções, que são cuidados com a higiene e etiqueta respiratória, como lavar as
mãos e o rosto com água e sabão. Este é um hábito importante e higiênico para evitar não só doenças
respiratórias como outras doenças de circuito oral”.
Para Mandetta, o Brasil está preparado para testar os casos e para garantir que casos confirmados
sejam monitorados e tratados. “Agora vamos acompanhar o comportamento do viŕ us no hemisfério sul,
qual o grau de transmissibilidade e letalidade. Gostaria de parabenizar o sistema de vigilância, os
laboratórios, o Instituto Adolfo Lutz, pela agilidade para realizar os exames e a contraprova. Vamos sair
mais forte do que entramos e com mais capacidade de reagir a essas situações”, garantiu.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabardo dos Reis, a licitação para
aquisição de Equipamentos de Proteção Individual foi feita e a previsão é que as empresas comecem a

97
https://guiadoestudante.abril.com.br/fies-prouni/o-que-e-e-como-funciona-o-fies-financiamento-estudantil/
98
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
99
Ministério da Saúde. Brasil confirma primeiro caso da doença. https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46435-brasil-confirma-primeiro-caso-de-novo-
coronavirus. Acesso em 27 de fevereiro de 2020.

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144
entregar os insumos dentro de 7 dias. “Todos os estados e municip ́ ios já têm esses equipamentos para
os atendimentos necessários, de rotina, agora eles terão uma demanda maior, por isso o Ministério da
Saúde enviará um reforço com esses equipamentos”, explicou.
Todas as ações e medidas seguidas estão de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e da
Organização Mundial da Saúde (OMS) e, diariamente, atualizações são informadas em coletivas e
boletins epidemiológicos.
Para evitar contaminação, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar
as mãos com água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um
lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as
mãos estejam limpas.

Atualização de Casos Suspeitos


Até esta quarta-feira (26/02), 20 casos suspeitos de infecção pelo coronavírus são monitorados pelo
Ministério da Saúde em sete estados do país (PB, PE, ES, MG, RJ, SP e SC). Nesta quarta-feira (26), o
Brasil registrou o primeiro caso de coronavírus, em São Paulo. Ao todo, outros 59 casos suspeitos já
haviam sido descartados após exames laboratoriais apresentarem resultados negativos para o
coronavírus.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, explicou que dos 20 casos suspeitos, 12
foram para a Itália, 2 para a Alemanha e 2 para a Tailândia. “Esse padrão já reflete a velocidade que o
Sistema de Saúde, incluindo unidades públicas e privadas, tiveram para se adaptar às novas definições
de casos suspeitos nesses dois dias, durante o Carnaval. Nosso sistema de saúde está em alerta total”,
afirmou Wanderson. “Estamos na fase de contenção, onde buscamos evitar que o vírus se espalhe. Caso
se espalhe, vamos para a fase de mitigação, que é evitar casos graves e óbitos", explicou o secretário.
Para manter a população informada a respeito do coronavírus, o Ministério da Saúde atualiza,
diariamente, os dados na Plataforma IVIS, com números de casos descartados e suspeitos, além das
definições desses casos e eventuais mudanças que ocorrerem em relação à situação epidemiológica.

Coronavírus na China: após casos triplicarem, o que se sabe sobre a misteriosa doença100

China confirma três mortes, 200 casos e transmissão entre humanos de vírus que causa pneumonia.
Um misterioso vírus que causa problemas respiratórios tem colocado a China e o mundo em estado
de alerta: o coronavírus já se espalhou de seu ponto inicial, a cidade de Wuhan (centro-leste chinês), para
outras grandes metrópoles como Pequim e teve mais de 200 casos oficialmente registrados, com três
mortes confirmadas.
Além disso, a China confirmou que o vírus — que causa um tipo de pneumonia — é transmitido de
pessoa para pessoa.
Uma grande preocupação é com o Ano-Novo Lunar chinês, cuja celebração começa nesta semana e
que leva centenas de milhões de chineses a viajarem pelo país para as festividades.
Há registros de casos do coronavírus no Japão, na Tailândia e na Coreia do Sul. E o fato de o vírus ter
se espalhado para além da China faz cientistas britânicos acreditarem que o número de infectados seja
maior do que o divulgado oficialmente e se aproxime de 1,7 mil casos.
No Brasil, o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde informa que não há nenhum caso suspeito,
mas a pasta diz que enviou comunicado às representações da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa)
em portos e aeroportos para que viajantes sejam orientados a tomar medidas de precauções em viagens
ao exterior e para a "revisão dos principais aeroportos de conexão provenientes da China para
identificação e mensuração dos riscos".

O que é o coronavírus?
Chamado de 2019-nCoV, o vírus causa febre, tosse, falta de ar e dificuldade em respirar.
Parece ser uma nova cepa de um coronavírus que não havia sido previamente identificado em
humanos — coronavírus são uma ampla família de vírus, mas poucos deles são capaz de infectar
pessoas.
Até agora, os cientistas acreditam que a fonte primária do vírus seja animal, provavelmente de um
mercado de alimentos em Wuhan, mas ainda não foi identificado o caminho inicial de transmissão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorreram também "limitadas transmissões de
humano para humano". Isso também foi confirmado pela agência de notícias Xinhua, que citou dois casos.

100
BBC. Coronavírus na China: após casos triplicarem, o que se sabe sobre a misteriosa doença. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2020/01/20/coronavirus-na-china-apos-casos-triplicarem-o-que-se-sabe-sobre-a-misteriosa-doenca.ghtml. Acesso em 21 de janeiro de 2020.

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145
É uma novidade: anteriormente, as autoridades chinesas sustentavam que a transmissão vinha se dando
pelo contato com animais infectados em um mercado de alimentos em Wuhan.
Por isso, a orientação em locais de risco é evitar o contato "desprotegido" com animais ou com pessoas
com sintomas semelhantes aos de gripe e resfriado. Além disso, recomenda-se que carnes e ovos só
sejam ingeridos depois de devidamente cozidos.
O estado de alerta atual traz à tona memórias do vírus Sars (também um coronavírus), que matou 774
pessoas em 2002 em dezenas de países, a maioria deles na Ásia. E análises genéticas do novo vírus
mostram que ele tem mais parentesco com o Sars do que qualquer outro coronavírus humano.
Por enquanto, a OMS não recomenda restrições em viagens ou no comércio internacional em
decorrência do vírus, mas ao mesmo tempo tem oferecido orientação a países para se prepararem.
Aeroportos em Cingapura, Tóquio e Hong Kong estão examinando passageiros aéreos vindos de
Wuhan, e autoridades americanas anunciaram medidas semelhantes em três grandes aeroportos do país:
San Francisco, Los Angeles e Nova York.

As infecções
Autoridades de Wuhan, cidade central chinesa com 11 milhões de habitantes — e que é o epicentro
da epidemia —, afirmaram na segunda-feira (20/01) que 136 novos casos de 2019-nCoV e uma terceira
vítima fatal foram confirmados no fim de semana. Até então, eram 62 casos oficiais.
Até a noite de domingo, 170 pessoas estavam internadas em hospitais de Wuhan, nove delas em
estado crítico.
Em Pequim, são ao menos cinco casos confirmados. Um paciente foi diagnosticado com a doença em
Xangai (uma mulher vinda de Wuhan).
No exterior, há quatro registros de casos: dois na Tailândia, um no Japão e um na Coreia do Sul. Todos
envolvem pessoas que são de Wuhan ou visitaram a cidade chinesa.
Nesta segunda-feira, o presidente chinês, Xi Jinping, fez seu primeiro pronunciamento público sobre o
surto, dizendo que o vírus deve ser "decididamente contido".
Nesta semana, a maioria dos chineses iniciará os festejos (de uma semana) pelo Ano-Novo Lunar,
quando viajarão pelo país para visitar familiares. Isso desperta o temor de mais contaminação e de que
as autoridades chinesas tenham dificuldade em monitorar o avanço da doença.
Em Wuhan, que é um hub de transportes do país, há quase uma semana as autoridades iniciaram o
uso de scanners de temperatura em aeroportos e estações de trem e ônibus. Pessoas com sinais de febre
têm sido registradas, recebido máscaras e encaminhadas a hospitais e clínicas.

'Inquietante'
Especialistas britânicos que estão monitorando a doença afirmam que há sinais para "inquietação",
embora a capacidade de resposta a epidemias do tipo tenha crescido.
"Até o momento, é difícil saber o quão preocupados devemos estar. Até termos a confirmação da fonte
(primária da doença), ficaremos com essa inquietação", disse à BBC Josie Golding, da fundação de
pesquisas médicas Wellcome Trust. Ela agrega, porém, que "estamos (comunidade médica) muito mais
preparados para lidar com esse tipo de doença" do que no início dos anos 2000, quando houve a epidemia
de Sars.
Jonathan Ball, epidemiologista da Universidade de Nottingham (Reino Unido), afirma que "devemos
nos preocupar com qualquer vírus que exploram os humanos pela primeira vez, porque (isso significa
que) eles superaram uma grande barreira inicial".
"Quando o vírus está dentro de uma célula (humana) se replicando, ele pode gerar mutações que
permitam que se espalhe de modo mais eficiente e se torne mais perigoso", afirmou Ball.

Brasil teve aumento de 488% nos casos de dengue em 2019101

Comparação é com 2018. Considerando todas as doenças ligadas ao mosquito Aedes aegypti,
aumento é de 248%, segundo o Ministério da Saúde.
O Brasil registrou 1.544.987 casos de dengue em 2019, um aumento de 488% em relação a 2018,
segundo dados do Ministério da Saúde. Desse total, 782 pessoas morreram em todo o país.
No ano passado, o Brasil também registrou 10.708 casos de zika, com 3 mortes, e 132.205 ocorrências
de chikungunya, com 92 mortes, um aumento, respectivamente, de 52% e de 30% em relação aos casos
de 2018.

101
G1. Brasil teve aumento de 488% nos casos de dengue em 2019. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/01/13/brasil-teve-
aumento-de-488percent-nos-casos-de-dengue-em-2019.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.

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146
Juntando todos os casos de dengue, zika e chikungunya, houve um aumento de 248% no registro das
doenças transmitidas pelo mosquito do Aedes aegypti em 2019.
O Ministério da Saúde publicou um comunicado no dia 10 alertando a população que o "verão é o mais
propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti, por causa das chuvas, e consequentemente é a época
de maior risco de infecção por essas doenças".
O Ministério da Saúde convoca a população brasileira a continuar, de forma permanente, com a
mobilização nacional pelo combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças que
podem gerar outras enfermidades, como microcefalia e Guillain-Barré, o 'Aedes aegypti', publicou o órgão.

São Paulo
O estado de São Paulo foi responsável por mais de 33% dos casos de dengue seguidos de morte no
país, com 400.184 casos registrados, seguidos por 263 óbitos. Os dados são da Secretaria da Saúde
estadual.
Em nota, a Secretaria afirmou que o aumento dos casos pode ser explicado pela circulação no país de
um novo sorotipo de dengue, mais forte que o sorotipo em circulação até 2018. Veja a nota:
A dengue é uma doença sazonal, com oscilação de casos e aumento a cada três/quatro anos, em
média. Em 2015, por exemplo, houve um recorde de infecções. Desde 2019, devido a circulação do
sorotipo 2 de dengue, mesmo os pacientes que já tiveram dengue tipo 1, por exemplo, estão suscetíveis
a infecções, o que contribui para o aumento de casos e até mesmo para a ocorrência de quadros clínicos
mais graves.
O órgão também informou que cerca de 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão em
residências e, por isso, "o enfrentamento ao Aedes é uma tarefa contínua e coletiva".

Governo defende abstinência sexual contra gravidez precoce102

Ministério da Mulher, Famiĺ ia e Direitos Humanos sugere a ‘preservação’ como o único método ‘100%
eficaz’.
O governo do presidente Jair Bolsonaro incluiu uma nova frente nas políticas adotadas para prevenção
da gravidez precoce e sexo seguro entre adolescentes: a abstinência sexual. Os ministérios da Mulher,
Família e Direitos Humanos (MDH) e da Saúde elaboraram políticas para estimular jovens a deixarem de
fazer sexo, uma iniciativa considerada controversa e ineficaz por estudiosos do assunto.
O MDH, liderado pela ministra Damares Alves, passou a preparar eventos públicos para promover a
abstinência sexual, sob o pretexto de discutir iniciativas voltadas à prevenção da gravidez na
adolescência. Em um evento sobre gravidez precoce realizado em dezembro em um auditório da
Câmara dos Deputados, a pasta convidou apenas defensores da abstinência sexual. O público era
essencialmente religioso.
O ministério afirmou que usou como referência “estudos cientif́ icos e a normalização da espera como
alternativa para iniciação da vida sexual em idade apropriada, considerando as vantagens psicológicas,
emocionais, físicas, sociais e econômicas envolvidas, sem que isso implique em críticas aos demais
métodos de prevenção”.
Na entrada do auditório, dois cartazes criticavam o uso da camisinha como método de prevenção e
afirmavam — sem qualquer respaldo científico — que poros no preservativo permitem a passagem do
vírus HIV. Os responsáveis pelo evento negaram ter qualquer responsabilidade sobre os cartazes ou
endossar o conteúdo ali expresso. Um padre recolheu o material ao fim do evento.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem um índice de 56,4 nascimentos
a cada mil mulheres adolescentes na segunda metade da década — a taxa mundial é de 44 para cada
mil. Diante desse quadro, o MDH optou pelo que classifica de “preservação sexual”.
Em nota, a pasta nega a promoção da abstinência como política de governo: “A ideia é garantir o
empoderamento de meninas e meninos sobre o planejamento de vida e a consequência de suas
escolhas”, afirmou o ministério, em nota. “A ideia de promover a preservação sexual está sendo
considerada como estratégia para redução da gravidez na adolescência por ser o único método 100%
eficaz e em razão de sua abordagem não ter sido implementada pelos governos anteriores”.
O MDH acrescenta que “a prevenção do risco sexual já é polit́ ica em outros paiś es com resultados
exitosos em diversos indicadores sociais”. A pasta não menciona a que paiś es se refere e quais são esses
indicadores.

102
Vinicius Sassine. Governo defende abstinência sexual contra gravidez precoce. O Globo. https://oglobo.globo.com/sociedade/governo-defende-abstinencia-
sexual-contra-gravidez-precoce-1-24169206. Acesso em 06 de janeiro de 2020.

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147
Já o Ministério da Saúde decidiu acabar com a caderneta de saúde do adolescente — que, em cerca
de dez anos, distribuiu mais de 32 milhões de exemplares em unidades básicas de saúde. Nela há
informações sobre puberdade, sexo seguro e prevenção da gravidez precoce. A pedido de Bolsonaro, a
pasta publicou um ofić io afirmando que o material “terá sua distribuição e uso descontinuado, até que se
concluam as avaliações”.
O GLOBO questionou a pasta sobre a razão do fim da caderneta e se ela será retomada ou se outro
material entrará em seu lugar. Por meio da assessoria de imprensa, o ministério afirmou que não
responderia as perguntas.

Reação de médicos
Em março, quando Bolsonaro manifestou-se contrário à caderneta, oito profissionais de saúde do
Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) assinaram uma nota
em defesa do material.
“Atender questões médicas e agravos de saúde de adolescentes é uma tarefa que impõe boa sintonia
com pessoas dessa faixa etária, desenvolver empatia de forma refinada, obter conhecimento técnico
sobre exame físico e as peculiaridades do desenvolvimento e do comportamento e se manter atualizado
com os avanços sociais”, assinalou a nota técnica. “Para o êxito de seu papel, pediatras e médicos da
família que atendem a população brasileira de adolescentes contam com a caderneta, considerada uma
ótima ferramenta”.
Para Mariana Franzoi, professora do Departamento de Enfermagem da Universidade de Brasília
(UnB), não se pode impor o modo como a sexualidade se manifesta:
— É preciso saber respeitar os adolescentes, que já têm autonomia. Trabalha-se com educação sexual
para que os adolescentes se cuidem e façam sexo seguro, quando eles quiserem — ressalta. — A postura
do governo é preocupante. Não se pode obrigar um adolescente a fazer sexo, nem a se preservar.
De acordo com a especialista, a caderneta era ilustrada com imagens equivalentes às presentes em
livros do ensino fundamental:
— Não tinha nada de pornográfico. Se for assim, será necessário recolher livros do ensino
fundamental. Adolescentes continuarão fazendo sexo, até pelas redes sociais. E essa exposição, por
exemplo, é que é preocupante.
Além disso, profissionais da saúde que atuam com o Programa Saúde na Escola, uma parceria entre
os ministérios da Saúde e da Educação, relatam um enfraquecimento do eixo do programa voltado a
infecções sexualmente transmissíveis e reprodução. As informações disponíveis on-line sobre o projeto
estão inacessíveis.

23% dos alimentos analisados pela Anvisa têm resíduos de agrotóxicos acima do limite
permitido ou proibidos para cultura103

Programa concluiu que 0,89% das amostras apresentaram potencial de risco à saúde para consumo
esporádico e nenhuma representou risco crônico.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontrou resíduos de agrotóxicos acima do limite
permitido ou proibidos para cultura em 23% dos alimentos avaliados entre 2017 e 2018.
Os resultados fazem parte do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos (Para) e foram
divulgados nesta terça-feira (10/12).
Em 77% das análises foi constatada ausência de resíduos de agrotóxicos ou a presença de
ingredientes ativos dentro do limite permitido pela agência, ou seja, seguras para consumo.
Das 23% onde foram vistas inconformidades, 17,3% das amostras tinham resíduos de ingredientes
ativos não permitidos para aquela cultura. As demais apresentaram ingrediente ativo acima do limite
permitido (2,3%), ingrediente ativo proibido no país (0,5%) ou amostras com mais de um tipo de
inconformidade (2,9%).

103
Rafaella Vianna. 23% dos alimentos analisados pela Anvisa têm resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido ou proibidos para cultura. G1.
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/12/10/23percent-dos-alimentos-analisados-pela-anvisa-tem-residuos-de-agrotoxicos-acima-do-limite-
permitido-ou-proibidos-para-cultura.ghtml. Acesso em 10 de dezembro de 2019.

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148
Na rodada anterior do programa, divulgada em 2016, de 12.051 amostras analisadas entre 2013 e
2015, o percentual das que foram consideradas insatisfatórias foi de 19,7%. A Anvisa diz que não é
possível a comparação porque a metodologia mudou.
Desta vez, a agência avaliou 4.616 amostras de 14 tipos de legumes, cereais e frutas encontrados em
supermercados de 77 municípios em todo o Brasil — exceto no Paraná, que optou por não fazer parte do
programa a partir de 2016.
Foram pesquisados 270 agrotóxicos em abacaxi, alface, arroz, alho, batata-doce, beterraba, cenoura,
chuchu, goiaba, laranja, manga, pimentão, tomate e uva. Segundo a Anvisa, esses alimentos representam
cerca de 30% dos alimentos de origem vegetal consumidos pela população brasileira.

Avaliação de risco
A Anvisa também verificou o risco à saúde de acordo com dois critérios: agudo (para consumo
esporádico) e crônico (consumo prolongado).
Entre as amostras, 0,89% apresentaram potencial de risco agudo, ou seja, podem causar, em um
período de 24 horas, reações como dor de cabeça e náusea após o consumo de uma grande porção de
um alimento com nível elevado de resíduo de agrotóxico.
Os maiores percentuais apareceram em amostras de laranja, goiaba e uva.
Neste caso, a Anvisa fez a comparação com a rodada anterior, informando que, em 2016, esse índice
era de 1,11%.
Nenhum agrotóxico apresentou potencial de risco crônico para o consumidor, relatou a Anvisa. Foi a
primeira vez que o Para considerou esse tipo de dano. Neste caso, foram considerados os dados de mais
de 15 mil amostras de 28 alimentos, coletadas no período de 2013 a 2018.

Como reduzir ingestão


"Não há nenhum alarde. Os alimentos estão seguros, dentro do que a gente esperava", diz Bruno Rios,
diretor adjunto da Anvisa. "O nosso monitoramento acontece desde 2001, então a gente vem
acompanhando e o principal foco da agência não está na dieta, no consumo dos alimentos, e sim no risco
ocupacional daquelas pessoas que aplicam os agrotóxicos no campo."
Rios sugere que o consumidor prefira alimentos cuja procedência é informada. "É importante que todos
exijam a origem desse alimento, do produtor, para que a gente consiga rastrear até o fim e isso garanta
a segurança de toda a cadeia", aconselha.
"Também é importante que os alimentos sejam lavados e que seja usada uma bucha específica pra
essa finalidade, para retirar qualquer resíduo que porventura estejam na casca desses alimentos."

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149
De acordo com a Anvisa, o agrotóxico carbofurano foi o principal responsável pelo risco agudo. O uso
deste agrotóxico está proibido pela Anvisa desde abril de 2018.
Segundo Rios, não há uma medida imediata a ser tomada com base nos novos resultados.
"Esses dados são públicos e essas informações são repassadas para todas as vigilâncias sanitárias
nos estados e municípios, no Ministério da Agricultura, e por serem dados de monitoramento, eles não
implicam de imediato em ação ou numa medida", afirma. "Mas eles servem para que a gente saiba onde
os problemas estão ocorrendo, para que a gente possa chegar até lá, e para que os próximos
monitoramentos possam ter resultados ainda melhores do que agora."
O Para existe desde 2003 e já monitorou mais de 35 mil alimentos, em ciclos. De 2013 a 2015 foram
25 tipos. No atual, que seguirá até 2020, serão 36%.

Cannabis medicinal no Brasil: veja o que muda com as novas regras da Anvisa104

A regulamentação de produtos à base de maconha no Brasil foi aprovada pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira (03/12). Com a decisão, produtos feitos com cannabis para
uso medicinal podem ser vendidos em farmácias, mediante prescrição médica, e ficam sujeitos à
fiscalização da agência. O cultivo da planta em território brasileiro foi rejeitado.

Como era?
O paciente com indicação médica para o uso de produtos à base de maconha precisava de autorização
para importação. As farmácias não podiam vender os medicamentos, mesmo que produzidos pela
indústria internacional.
- O paciente precisava preencher um formulário no site da Anvisa;
- Apresentar um relatório médico e uma receita médica;
- Importar o produto;

Médicos ouvidos pelo G1 informam que o processo para o tratamento de epilepsia, por exemplo,
chegava a custar R$ 1 mil por mês.

Como ficou?
Pacientes com recomendação e receita médica para o uso de produtos com THC e/ou CBD,
substâncias presentes na planta, poderão comprar os medicamentos direto nas farmácias.
O regulamento exige que as empresas fabricantes tenham:
- Certificado de Boas Práticas de Fabricação (emitido pela Anvisa);
- Autorização especial para seu funcionamento;
- Conhecimento da concentração dos principais canabinoides presentes na fórmula do produto;
- Documentação técnica da qualidade dos produtos;
- Condições operacionais para realizar análises de controle de qualidade dos produtos em território
brasileiro.

Empresas brasileiras poderão produzir?


Sim. Os fabricantes que optarem por importar o substrato da cannabis para fabricação do produto
deverão comprar matéria-prima estrangeira semielaborada, e não da planta ou parte dela.
A proposta submete a importação de produtos à base de cannabis para as farmácias às atuais regras
relacionadas ao controle de entrada e saída de qualquer outro entorpecente, psicotrópico ou precursor,
independentemente de se tratar de matéria-prima ou produto acabado.
Para viabilizar o monitoramento integral dos lotes de produtos e medicamentos à base de cannabis
importados, foram limitados os pontos de entrada em território nacional.

O plantio também está autorizado?


Não. O cultivo de maconha para fins medicinais no Brasil foi rejeitado. Por 3 votos a 1, proposta foi
arquivada pela agência reguladora. Com a decisão, fabricantes que desejarem entrar no mercado
precisarão importar o extrato da planta.

104
G1. Cannabis medicinal no Brasil: veja o que muda com as novas regras da Anvisa. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/12/03/regulamentacao-de-produtos-a-base-de-cannabis-no-brasil.ghtml. Acesso em 04 de dezembro de 2019.

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150
Quando passa a valer a decisão?
A norma deve entrar em vigor 90 dias depois de ser publicada. Aprovada por unanimidade pelos
diretores da Anvisa, a regulamentação é temporária, com validade de três anos. Nesse período, a eficácia
e a segurança será testada e uma nova resolução deverá ser editada ao final do ciclo.

Produto ou medicamento?
A resolução da Anvisa cria uma nova classe de produto sujeito à vigilância sanitária: "produto à base
de cannabis". Ou seja, durante os três anos de validade, os produtos ainda não serão classificados como
medicamentos.
A medida aprovada diz que os produtos à base de cannabis ainda precisam passar por testes técnicos-
científicos que assegurem sua eficácia, segurança e possíveis danos, antes de serem elevados ao
patamar de medicamentos.
A delimitação do intervalo de três anos para validar a norma foi sugerida pelo diretor Fernando Mendes,
sob a justificativa de que ainda não há comprovação da eficácia dos tratamentos à base dos produtos.
"Não há qualquer evidência de baixo risco no uso desses produtos", afirmou ele.

Como será a prescrição médica?


O tipo de prescrição médica necessária vai depender da concentração de tetra-hidrocanabidiol (THC),
principal elemento tóxico e psicotrópico da planta Cannabis sativa, ao lado do canabidiol (CBD), que é
usado em terapias como analgésico ou relaxante.
O THC altera as funções cerebrais e é a substância que provoca os mais conhecidos efeitos do
consumo da maconha, droga ilegal no Brasil. Entretanto, estudos indicam que o THC também pode ser
usado como princípio ativo para fins medicinais.
Nas formulações com concentração de THC inferior a 0,2%, o produto deverá ser prescrito por meio
de receituário tipo B e renovação de receita em até 60 dias.
Já os produtos com concentração de THC superior a 0,2% só poderão ser prescritos a pacientes
terminais ou que tenham esgotado as alternativas terapêuticas de tratamento. Neste caso, o receituário
para prescrição será do tipo A, mais restrito, padrão semelhante ao da morfina.

Como serão os rótulos?


A embalagem dos produtos deve informar a concentração dos principais canabinoides presentes na
formulação, dentre eles o CBD e o THC, mas somente a concentração de THC é levada em conta para a
classificação dos rótulos.
Todos devem conter a frase "Venda sob prescrição médica", seguida de "Só pode ser vendido com
retenção de receita no caso de produtos com menos de 0,2% de THC" ou da frase "Uso desse produto
pode causar dependência física ou psíquica no caso de concentrações superiores a 0,2%".

Expectativa de vida do brasileiro ao nascer foi de 76,3 anos em 2018, diz IBGE105

Dado foi divulgado nesta quinta-feira (28/11). É uma alta de mais de 3 meses em comparação com a
expectativa de vida observada em 2017, que era de 76 anos.
A expectativa de vida ao nascer dos brasileiros era de 76,3 em 2018, de acordo com dados publicados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
São 76 anos, 3 meses e 18 dias. É uma alta de 0,4% em relação ao dado do ano anterior, que se
referia a 2017.
Esse número vem crescendo desde 1940: naquele ano, a expectativa de vida ao nascer era de apenas
45,5 anos.

105
G1. Expectativa de vida do brasileiro ao nascer foi de 76,3 anos em 2018, diz IBGE. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/11/28/expectativa-de-vida-do-brasileiro-ao-nascer-foi-de-763-anos-em-2018-diz-ibge.ghtml. Acesso em 28 de novembro
de 2019.

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151
Conquista da ciência brasileira reverte quadro de paciente com câncer agressivo106

Equipe de pesquisadores do hemocentro de Ribeirão Preto, no interior paulista, investiu verbas


públicas para dominar técnicas da terapia celular.
No dia do aniversário de 62 anos, Vamberto recebeu o diagnóstico: estava com o linfoma não Hodgkin
de alto risco. Foram quatro tratamentos diferentes, como químico, radioterapia. Nada funcionou. A
expectativa é que ele teria mais um ano de vida.
O filho dele descobriu, então, que nos Estados Unidos havia entrado no mercado um novo tratamento
contra linfoma, leucemia e melanoma, usando terapia celular. Mas que podia custar até R$ 5 milhões.
Sem descanso, o filho do seu Vamberto, que é dentista, continuou sua busca por alternativas e achou
uma esperança no interior de São Paulo.
Nos últimos onze anos, uma equipe de pesquisadores do hemocentro de Ribeirão Preto, no interior
paulista, investiu verbas públicas para formar pessoal, equipar laboratórios e dominar as técnicas desse
tratamento que pode ajudar o Seu Vamberto, a terapia celular.
Justamente aquela que custa milhões nos Estados Unidos e que está sendo aplicada por um hospital
público, experimentalmente, pela primeira vez na América Latina. Neste momento, a terapia celular está
literalmente salvando a vida de Vamberto.
“Eu cheguei a ter medo de morrer sim. Mas esse medo de morrer ele em nenhum momento foi maior
do que minha vontade de viver”, conta Vamberto.

Casos de sarampo no Brasil chegam a 2.753 desde junho, com 4 mortes, diz Ministério da
Saúde107

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (04/09) que os casos de sarampo no país totalizam
2.753 desde junho, quando um novo surto da doença teve início. Os estados de São Paulo e Pernambuco,
juntos, registraram 4 mortes.
Foram três mortes no estado de São Paulo, sendo duas crianças e um adulto, e uma criança no estado
de Pernambuco.
Além disso, 98,37% dos casos (2.708) ocorreram no estado de São Paulo.
As informações foram divulgadas pelo secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson Kleber
de Oliveira, em Brasília.

Indicações sobre vacinação


Já foram enviadas aos estados 1,6 milhão de doses extras da vacina contra sarampo. Mas o Ministério
da Saúde anunciou a compra de 28,7 milhões de doses adicionais, o que deve garantir o abastecimento
do país até 2020, segundo a pasta.
Estima-se que 39.927.094 brasileiros não estejam vacinados contra o sarampo, conforme dados da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) e do Ministério da Saúde.

106
Fantástico. Conquista da ciência brasileira reverte quadro de paciente com câncer agressivo. https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2019/10/13/conquista-da-
ciencia-brasileira-reverte-quadro-de-paciente-com-cancer-agressivo.ghtml. Acesso em 14 de outubro de 2019.
107
Rafaella Vianna. Casos de sarampo no Brasil chegam a 2.753 desde junho, com 4 mortes, diz Ministério da Saúde. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/09/04/casos-de-sarampo-no-brasil-chegam-a-2753-desde-junho-diz-ministerio-da-saude.ghtml. Acesso em 04 de
setembro de 2019.

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152
Entretanto, Oliveira afirmou que não é necessário vacinar novamente pessoas que já receberam as
duas doses obrigatórias da vacina.
"As unidades de saúde não devem vacinar quem tiver tomado as duas doses da vacina", disse o
secretário. "Estamos tirando vacina de crianças porque adultos que receberam as duas doses chegam
nas unidades de saúde querendo tomar outra."

Medidas para menores de 6 meses


O Ministério da Saúde informou, ainda, que vai disponibilizar aos estados e ao Distrito Federal cápsulas
de vitamina A para casos suspeitos de sarampo em crianças menores de seis meses de idade. Cada
criança deve tomar duas doses da vitamina.
Isso ocorre porque a vacina contra o sarampo é contraindicada para bebês menores de seis meses de
idade.
A orientação é que a primeira dose do medicamento seja dada assim que surgir a suspeita de sarampo.
Para diminuir o risco de transmissão da doença, a segunda dose deverá ser aplicada no dia seguinte, em
casa.

Aumento dos casos


O último registro do ministério, de 24 de agosto de 2019, era de 2.331 casos de sarampo no país. O
aumento no número de ocorrências se deve principalmente à confirmação clínica de casos que estavam
em investigação, segundo a pasta.
De acordo com o ministério, nos primeiros meses de 2019, o governo conseguiu interromper a
transmissão do vírus do sarampo na região Norte. Alguns meses depois, novos casos foram importados
de Israel, Malta e Noruega, iniciando uma nova cadeia de transmissão dentro do país.
Deste modo, a chamada "transmissão ativa" se refere aos casos registrados desde o surto iniciado em
junho.

Vacinas: o que são, como são feitas e por que há quem duvide delas108

A vacinação salva até 3 milhões de vidas por ano no mundo. Mas ainda é alvo de boatos que
prejudicam a imunização coletiva.
As vacinas salvaram dezenas de milhões de vidas no último século, mas mesmo assim especialistas
de saúde de diversos países têm identificado uma tendência de "hesitação em vacinar" - em outras
palavras, uma crescente recusa em aderir à imunização.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a questão tão preocupante que a listou como uma
das dez maiores ameaças à saúde global em 2019.
Abaixo, uma breve história da vacina, entre descobertas e desconfianças.

Como a vacinação foi inventada?


Antes que as vacinas existissem, o mundo era um lugar bem mais perigoso, no qual milhões de
pessoas morriam anualmente de doenças que hoje são evitáveis.
A China foi o primeiro país a descobrir uma forma rudimentar de vacinação, ainda no século 10º: a
prática da "variolação" consistia em expor pessoas saudáveis a tecidos das feridas causadas pelas
doenças para aumentar a imunidade dessa população.
Oito séculos mais tarde, o médico britânico Edward Jenner notou que mulheres que ordenhavam leite
costumavam pegar varíola bovina de baixa gravidade, mas raramente contraíam a versão mais mortífera
da varíola.
Na época, essa era uma doença infecciosa altamente contagiosa, que matava cerca de 30% das
pessoas infectadas. Os sobreviventes costumavam ter sequelas graves, como a cegueira.
Em 1796, Jenner fez um experimento com um menino de oito anos chamado James Phipps: inseriu
pus de uma ferida de varíola bovina no garoto, que rapidamente desenvolveu os sintomas.
Assim que James se recuperou da doença, Jenner infectou o garoto com o vírus mais mortal da varíola,
mas sua saúde permaneceu intacta. A exposição à varíola bovina havia feito com que ele se tornasse
imune.
Em 1798, os resultados foram publicados, e a palavra vacina - "vaccine", em inglês, originária de
"vacca", que é vaca em latim - foi cunhada.

108
BBC. Vacinas: o que são, como são feitas e por que há quem duvide delas. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/06/22/vacinas-o-que-sao-como-sao-feitas-e-por-que-ha-quem-duvide-delas.ghtml. Acesso em 24 de junho de 2019.

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153
Quais foram os êxitos das vacinas?
No último século, a imunização ajudou a reduzir drasticamente o impacto de doenças.
Cerca de 2,6 milhões de pessoas morriam, a cada ano, de sarampo no mundo, até que a primeira
vacina contra a doença fosse criada, nos anos 1960. A vacinação levou à redução de 80% nas mortes
por sarampo entre 2000 e 2017 no planeta, segundo a OMS.
E não faz muito tempo que milhões de crianças corriam o risco real de morrerem ou sofrerem paralisia
por conta da poliomielite. Hoje em dia, essa doença foi praticamente extinta.

Por que algumas pessoas recusam a vacinação?


A desconfiança quanto a vacinas existe há quase tanto tempo quanto as próprias vacinas modernas.
No passado, as suspeitas eram relacionadas à religião, à percepção de que as vacinas eram anti-
higiênicas ou à sensação de restrição à liberdade de escolha.
No Brasil, por exemplo, a Revolta da Vacina de 1904, no Rio de Janeiro, se seguiu à campanha
obrigatória de vacina contra a varíola, implementada pelo epidemiologista e sanitarista Oswaldo Cruz.
Antes disso, ainda no século 19, surgiram no Reino Unido as chamadas ligas antivacina, que
pressionavam por medidas alternativas de controle de doenças, como o isolamento de pacientes.
Nos anos 1870, o movimento se espalhou aos EUA, após a visita do ativista britânico antivacina William
Tebb.
Mais recentemente, o britânico que mais marcou a história do movimento antivacina é Andrew
Wakefield.
Em 1998, em Londres, o médico publicou um estudo falsamente ligando o autismo e problemas
gastrointestinais à vacina MMR (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola).
Em 2004, o Instituto de Medicina dos EUA concluiu que não havia provas de que o autismo tivesse
relação com os componentes da vacina. No mesmo ano, descobriu-se que, antes da publicação de seu
estudo, Wakefield havia feito um pedido de patente para uma vacina contra sarampo que concorreria com
a MMR, algo que foi visto como um conflito de interesses.
Além disso, um assistente de Wakefield afirmou que, em seu estudo, o médico manipulou informações
de crianças para forçar a ligação entre vacina e autismo. Em 2010, o Conselho Geral de Medicina do
Reino Unido julgou Wakefield "inapto para o exercício da profissão", qualificando seu comportamento
como "irresponsável", "antiético" e "enganoso". E a Lancet, periódico que havia tornado público seu
estudo, se retratou da publicação, dizendo que suas conclusões eram "totalmente falsas".
Em meio a isso, as taxas de vacinação caíram em vários países após a publicação do estudo de
Wakefield. Só em 2004, 100 mil crianças a menos receberam a vacina MMR no Reino Unido - o que
levaria a um aumento de casos de sarampo.

O tema ganha, também, contornos políticos.


O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, se alinhou a grupos antivacina, enquanto o presidente
americano, Donald Trump, traçou - sem oferecer provas - elos entre vacinação e autismo. Recentemente,
porém, ele instou os pais americanos a vacinarem seus filhos.
Um estudo internacional sobre comportamento perante vacinas identificou que, embora a confiança
geral na imunização fosse positiva, está em seu nível mais baixo na Europa, particularmente na França.

Quais são os riscos das vacinas?


Quando uma alta proporção da população está vacinada, o resultado é a prevenção da disseminação
da doença - algo que, por sua vez, dá proteção às pessoas que não desenvolveram imunidade ou que
não podem ser vacinadas.
Isso é chamado de imunidade de rebanho. Quando ela deixa de existir, surge um risco de
contaminação à população como um todo.
A proporção de uma população que precisa ser vacinada para que seja mantida a imunidade de
rebanho varia conforme a doença, mas, para sarampo, é de 95%. Para a polio, que é menos contagiosa,
é de 80%.
No ano passado, em uma comunidade ultraortodoxa do Brooklyn, em Nova York, foram distribuídos
panfletos com a falsa acusação de que há conexão entre vacinas e autismo. O resultado foi que, nessa
mesma comunidade, houve um surto de sarampo - um dos maiores registrados nos EUA nas últimas
décadas.
Na Inglaterra, cientistas alertam que muitas pessoas estão sendo enganadas por informações
mentirosas sobre vacinas sendo propagadas nas redes sociais, enquanto pesquisadores americanos
descobriram que bots russos estavam sendo usados para causar discórdia online, pelo intermédio de
falsos posts sobre imunização.
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154
A proporção de crianças do mundo que recebe as vacinas recomendadas permanece inalterada, em
torno de 85% nos últimos anos, segundo a OMS.
A organização atesta que as vacinas continuam a prevenir entre 2 milhões e 3 milhões de mortes a
cada ano.
Os maiores desafios à vacinação são os países com histórico de conflitos recentes e sistemas de
saúde frágeis, como Afeganistão, Angola e República Democrática do Congo, locais onde as taxas de
imunização estão entre as mais baixas do mundo.
Mas a OMS também identificou complacência como uma questão-chave para melhorar os índices de
vacinação em países mais estruturados (incluindo o Brasil) e desenvolvidos - para resumir, as pessoas
simplesmente deixam de vacinar porque se esquecem do mal que algumas doenças podem causar.

Bolsonaro sanciona lei que permite internação involuntária de dependentes químicos109

Texto determina que internação depende de aval de médico e terá prazo máximo de 90 dias. Lei
também fortalece comunidades terapêuticas, mas determina que internações nessas instituições devem
ser voluntárias.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei aprovada pelo Congresso que autoriza a internação
involuntária (sem consentimento) de dependentes químicos sem a necessidade de autorização judicial. A
medida ainda gera divergências entre profissionais responsáveis pelo tratamento. O texto foi publicado
nesta quinta-feira (05/06) no "Diário Oficial da União".
Além de endurecer a política nacional antidrogas, a lei fortalece as comunidades terapêuticas,
instituições normalmente ligadas a organizações religiosas.
A nova lei estabelece que:

- a internação involuntária só poderá ser feita em unidades de saúde e hospitais gerais.


- a internação voluntária dependerá do aval de um médico responsável e terá prazo máximo de 90
dias, tempo considerado necessário à desintoxicação.
- a solicitação para que o dependente seja internado poderá ser feita pela família ou pelo responsável
legal; não havendo nenhum dos dois, o pedido pode ser feito por um servidor da área da saúde,
assistência social ou de órgãos integrantes do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
(Sisnad), exceto da segurança pública.

Proposto pelo deputado Osmar Terra (MDB-RS), atual ministro da Cidadania, o projeto foi aprovado
pela Câmara em 2013 e encaminhado naquele ano ao Senado, onde só foi aprovado em 15 de maio.

Voluntária x involuntária
A Lei de Drogas em vigor não trata da internação involuntária de dependentes químicos. Com a nova
lei, que vale já a partir desta quinta-feira, passa a haver uma clara distinção da internação voluntária, com
consentimento do dependente, e da involuntária.
A lei sancionada por Bolsonaro também estabelece que a internação involuntária depende de avaliação
sobre o tipo de droga consumida pelo dependente e será indicada "na hipótese comprovada da
impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde".
Pelo texto, a família ou o representante legal do paciente poderão solicitar a interrupção do tratamento
"a qualquer tempo". Além disso, a lei determina que tanto a internação involuntária quanto a voluntária
devem ser indicadas somente quando "os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes".

Comunidades terapêuticas
A lei inclui as Comunidades Terapêuticas Acolhedoras no Sisnad. De acordo com o texto, a
permanência dos usuários de drogas nesses estabelecimentos de tratamento poderá ocorrer apenas de
forma voluntária. Para ingressar nessas casas, o paciente terá de formalizar por escrito seu desejo de se
internar.
O texto estabelece que esses locais devem servir de “etapa transitória para a reintegração social e
econômica do usuário de drogas”. Ainda que o paciente manifeste o desejo de aderir às comunidades,
será exigido uma avaliação médica prévia do dependente.
O acolhimento dos dependentes nessas comunidades deve ser dar em "ambiente residencial, propício
à formação de vínculos, com a convivência entre os pares, atividades práticas de valor educativo e a
promoção do desenvolvimento da pessoa". Fica vedado o isolamento físico do usuário nesses locais.
109
G1. Bolsonaro sanciona lei que permite internação involuntária de dependentes químicos. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/06/bolsonaro-sanciona-
lei-que-permite-internacao-involuntaria-de-dependentes-quimicos.ghtml. Acesso em 06 de junho de 2019.

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155
O presidente, entretanto, vetou quatro itens que haviam sido aprovados pelo Congresso sobre as
comunidades terapêuticas. Os trechos barrados permitiam que:

- pessoas que não são médicas avaliassem o risco de morte de um dependente, para que o
acolhimento pudesse ser feito de imediato nessas comunidades.
- fosse dada prioridade absoluta no SUS para as pessoas que passam por atendimento em
comunidades terapêuticas.
- a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) definisse as regras de funcionamento das
comunidades terapêuticas.
- as comunidades não fossem caracterizadas como equipamentos de saúde.

Veto sobre redução de punição


Bolsonaro vetou dispositivos que permitiam a redução da pena para quem for pego com drogas, de
acordo com o volume apreendido. O trecho vetado estabelecia que a pena deveria ser reduzida se "as
circunstâncias do fato e a quantidade de droga apreendida demonstrarem o menor potencial lesivo da
conduta".
Pela proposta aprovada no Senado e encaminhada ao presidente, o texto estabelecia que a pena seria
reduzida de um sexto a dois terços caso seja comprovada uma das duas situações abaixo:

- a pessoa não for reincidente e não integrar organização criminosa


- as circunstâncias do fato e a quantidade de droga apreendida demonstrarem o menor potencial lesivo
da conduta
Trecho vetado também aumentava, de 5 para 8 anos de reclusão, a pena mínima para traficante que
comanda organização criminosa.
A justificativa do veto, também publicada no Diário Oficial da União, afirma que "a propositura
[aprovada no Senado] se mostra mais benéfica ao agente do crime de tráfico de drogas em comparação
com a redação original da norma que se pretende alterar".
"[O texto] acaba por permitir o tratamento mais favorável para agentes que não sejam primários, que
não tenham bons antecedentes ou que sejam integrantes de organizações criminosas, o que se coloca
em descompasso com as finalidades da reprimenda penal e com os princípios da lesividade e da proibição
da proteção deficiente", diz o a justificativa do veto.

Pesquisa censurada e site fora do ar


A lei foi sancionada após polêmicas envolvendo o governo federal e dados usados na criação de
políticas antidrogas. O ministro da Cidadania, Osmar Terra, autor do projeto sancionado nesta quinta pelo
presidente, vem contestando o resultado de uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
que concluiu que não existe uma epidemia de drogas no Brasil.
O estudo acabou censurado pelo Ministério da Justiça, que alegou discordar da metodologia. A
pesquisa ouviu mais de 16 mil pessoas entre 2014 e 2017.
Além disso, o governo tirou do ar o site do Observatório Brasileiro de Políticas sobre Drogas (Obid),
com levantamentos nacionais sobre uso de drogas no país O Ministério da Cidadania informou que o site
ficou fora do ar porque está sendo "migrado e atualizado", após deixar a pasta da Justiça no início do
governo de Jair Bolsonaro.
A página do Obid é o único banco de dados oficiais com os levantamentos nacionais sobre o uso de
drogas e uma importante fonte de referência para pesquisadores e profissionais da área de saúde que
trabalham com dependentes químicos.

Novas regras de portabilidade para plano de saúde entram em vigor110

Beneficiários de planos de saúde coletivos empresariais também podem migrar para outros planos ou
operadoras sem cumprir novas carências.
A partir deste mês, beneficiários de planos de saúde coletivos empresariais já podem migrar para
outros planos ou operadoras, com a entrada em vigor das novas regras da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), anunciadas no final de 2018.
A portabilidade é o direito de trocar de plano de saúde por alguma insatisfação ou inadequação do
serviço, sem precisar cumprir carência (tempo mínimo) no plano novo.

110
G1. Novas regras de portabilidade para plano de saúde entram em vigor. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/03/novas-regras-de-portabilidade-
para-plano-de-saude-entram-em-vigor.ghtml. Acesso em 03 de junho de 2019.

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156
Com a mudança nas regras, todos os clientes de planos de saúde passaram a ter direito a ela. Até
agora, somente clientes de planos individuais ou familiares e beneficiários de planos coletivos por adesão
podiam fazer a portabilidade.
Agora, o cliente de um plano coletivo empresarial poderá migrar para um plano individual sem cumprir
carência, e vice-versa, desde que tenha a mesma faixa de preço e respeite o prazo mínimo de
permanência, que não mudou.
É preciso ficar no mínimo dois anos no plano de origem para pedir a primeira portabilidade e no mínimo
um ano para fazer novas portabilidades.
Mas há duas exceções: se o beneficiário tiver cumprido cobertura parcial temporária, o prazo mínimo
para a primeira portabilidade será de 3 anos; e se ele mudar para um plano com coberturas não previstas
no plano de origem, o prazo mínimo será de 2 anos.
Os planos empresariais representam quase 70% do mercado e dispõem da mesma cobertura
assistencial dos demais planos.

Demitidos e aposentados
A medida beneficia também os demitidos, que precisariam cumprir novos períodos de carência ao
mudar de plano de saúde.

Planos de pós-pagamento
Segundo a ANS, não será exigida compatibilidade de preço para os planos em pós-pagamento —
modalidade exclusiva dos planos coletivos onde a quitação dos custos é feita após a utilização do serviço
—, uma vez que o custo desse produto não é fixo.
Entenda abaixo o que muda com a nova resolução da ANS:

Planos coletivos
Como era: Pela norma em vigor até agora, apenas beneficiários de planos individuais ou familiares e
coletivos por adesão poderiam fazer a portabilidade.
Como fica: A norma amplia a portabilidade para beneficiários de planos coletivos empresariais.

Fim da 'janela'
Como era: O pedido de troca de plano devia obedecer uma carência de 120 dias (4 meses) contados
após o 1º dia do mês de aniversário do contrato.
Como fica: O beneficiário não precisa mais cumprir o tempo mínimo para mudar de plano, e poderá
fazer isso a qualquer momento.

Compatibilidade entre planos


Como era: A regra exigia que as coberturas entre o plano de origem e o plano de destino fossem
compatíveis.
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157
Como fica: É possível mudar para planos com tipos de cobertura maiores que o de origem, sem
precisar cumprir carência para as coberturas já previstas no plano anterior. Com a mudança, quem possui
um plano ambulatorial poderá fazer portabilidade para um plano ambulatorial e hospitalar, por exemplo.

Orientações da ANS
É possível consultar os planos compatíveis por meio do Guia ANS de Planos de Saúde, ferramenta
disponível na página da agência.
A ANS preparou também uma cartilha para orientar os consumidores sobre esclarecimentos de prazos
e critérios para realização da portabilidade.

Proibição de cigarro em locais públicos evitou a morte de 15 mil crianças no Brasil, diz estudo
do Inca111

Imperial College of London e Centro Médico Erasmus da Holanda também assinam artigo. Pesquisa é
a primeira a analisar impacto da medida na saúde infantil em um país em desenvolvimento.
As medidas restritivas ao cigarro no Brasil evitaram a morte de 15 mil crianças entre 2000 e 2016. Os
dados foram divulgados nesta sexta-feira (31/05), data escolhida pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como "Dia Mundial sem Tabaco".
Este é o primeiro estudo que analisou o impacto na medida na saúde infantil brasileira – e também em
um país em desenvolvimento. O artigo é assinado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), e por cientistas
do Imperial College of London e do Centro Médico Erasmus da Holanda.
Os autores reforçam a necessidade de a medida ser adotada por outros países – apenas 20% da
população mundial está protegida por medidas públicas de controle ao fumo. Ainda no útero, a exposição
do bebê às substâncias do cigarro podem causar problemas de desenvolvimento, um parto prematuro ou
um nascimento com peso abaixo da média.

111
G1. Proibição de cigarro em locais públicos evitou a morte de 15 mil crianças no Brasil, diz estudo do Inca. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/05/31/proibicao-de-cigarro-em-locais-publicos-evitou-a-morte-de-15-mil-criancas-no-brasil-diz-estudo-do-inca.ghtml. Acesso em 31 de maio de
2019

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158
Os bebês também são afetados após o parto, com um maior risco de infecções respiratórias, asma e
morte súbita. Para chegar aos resultados do estudo, os pesquisadores analisaram dados de todos os
nascidos vivos, óbitos infantis e mortes neonatais no Brasil entre 2000 e 2016.
"As crianças têm o direito de serem protegidas contra as doenças causadas pelo cigarro. Pedimos aos
governos do mundo que introduzam novas leis antifumo abrangentes para proteger a saúde infantil", disse
o médico André Szklo, do Inca.
A mudança mais drástica na legislação brasileira ocorreu em 2014, com a proibição do cigarro em
áreas públicas parcialmente ou completamente fechadas, incluindo bares e restaurantes. A medida,
segundo o estudo, reduziu em 5,2% a mortalidade infantil no país e em 3,4% a neonatal.
Os cientistas também analisaram os impactos de outras medidas menos drásticas aplicadas antes de
2014 no Brasil. Em anos anteriores, 17 estados aprovaram medidas parciais - como a criação de espaços
separados para fumantes em estabelecimentos e casas noturnas. Essas mudanças, de acordo com a
pesquisa, ajudaram uma redução de 3,3% na mortalidade infantil, mas nenhuma mudança significativa
na neonatal.

O que muda com a lei sobre drogas que o Senado correu para aprovar?112

Diferente do que afirmavam alguns defensores da lei, projeto não pode impedir julgamento do STF
sobre prisão de consumidores de drogas.
Um Projeto de Lei que faz mudanças na política nacional de drogas foi aprovado na quarta-feira,
(15/05), pelo Senado, após os parlamentares correrem para acelerar a votação.
O projeto endurece a política nacional antidrogas, facilita internações involuntárias e fortalece as
comunidades terapêuticas – instituições de tratamento normalmente ligadas a igrejas e que recentemente
estiveram sob holofotes após denúncias de abusos e violações de direitos.
As comunidades foram incluídas no Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) e
agora podem receber dinheiro de isenção fiscal – pessoas e empresas podem destinar até 30% do
Imposto de Renda para as instituições.

112
BBC. O que muda com a lei sobre drogas que o Senado correu para aprovar?. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/05/16/o-
que-muda-com-a-lei-sobre-drogas-que-o-senado-correu-para-aprovar.ghtml. Acesso em 17 de maio de 2019

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159
O PLC (Projeto de Lei da Câmara) 37, de 2013, já havia passado pela Câmara dos Deputados e agora
segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O projeto tramitava há seis anos no Senado e no último mês os senadores manobraram para avançar
seu processo de aprovação. A motivação foi o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que poderá
descriminalizar o consumo de drogas no país - a votação está marcada para 5 de junho.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente, disse na semana passada em um vídeo que
o PLC 37, se aprovado, poderia "acabar com a discussão" no STF.
No entanto, isso não é verdade. Apesar da fala do deputado e da pressa dos senadores em passar o
projeto, o PLC 37 não impede a descriminalização das drogas nem interfere no julgamento do Supremo.
O que o STF deve analisar no dia 5 é a Lei 11.343/2006 – especificamente seu artigo 28, que torna crime
o porte de drogas para consumo próprio.
A Corte vai avaliar se a prisão de consumidores de drogas é constitucional - o questionamento foi
encaminhado pela Defensoria Pública de São Paulo.
Uma das bases do questionamento é o princípio do direito penal que determina que uma conduta, para
gerar pena de prisão, precisa lesionar um terceiro, explica Cristiano Maronna, ex-presidente do Instituto
Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim) e secretário executivo da Plataforma Brasileira de Política de
Drogas.
"Mas o consumo de drogas é uma conduta autolesiva, ou seja, que só pode fazer mal a quem pratica."
Se não interferem no julgamento do Supremo, quais as reais consequências das mudanças trazidas
pelo PLC 37, aprovado pelo Senado?

Comunidades terapêuticas
Uma das questões centrais da PLC 37 é o fortalecimento das comunidades terapêuticas. Embora
atendam a dependentes de drogas em recuperação, elas não são consideradas clínicas nem
estabelecimentos médicos, mas entidades filantrópicas.
No ano passado o Ministério Público Federal fez uma inspeção nacional em comunidades do Brasil
todo em parceria com o Conselho Federal de Psicologia e encontrou violações de direitos humanos em
todas as unidades visitadas.
Segundo o relatório da inspeção, foram encontrados até casos de trabalhos forçados – além de
instalações precárias, contenção de pessoas à força, falta de profissionais de saúde e agressões físicas.
O relatório apontou também violação da liberdade religiosa das pessoas tratadas, com pacientes que
se recusavam a participar da rotina de orações sendo punidos com trabalho forçado, chamado nas
comunidades de "laborterapia".
A nova legislação não apenas estabelece o atendimento do dependente químico nas comunidades,
mas prevê a possibilidade de as instituições receberem dinheiro público por meio de isenção fiscal.
Há mais de 1.800 comunidades do tipo no Brasil atualmente, segundo o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea).
O PLC 37 transforma em lei uma política de dar prevalência às comunidades terapêuticas que já tinha
sido adotada pelo Executivo.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, anunciou em março o aumento de vagas nas comunidades
financiadas pelo governo federal – serão mais de R$ 153 milhões por ano repassados às instituições.
Terra é também o autor do PLC 37, elaborado por ele em 2010, quando ainda era deputado federal, e
encaminhado depois ao Senado. Ele diz que as comunidades "são decisivas para enfrentar a 'epidemia
das drogas'".
Para o ministro, o tratamento nas comunidades "é um dos mais eficazes" e a ideia é organizar esses
tratamentos. "Vamos ter um impacto grande e diminuir o número de pessoas em dependência", disse ele
nesta semana.
"Estamos vivendo uma nova etapa em que se consolidam programas, destinam-se recursos para as
comunidades terapêuticas e os pacientes passam a ficar em um regime de abstinência assistida e
voluntária. É um avanço importantíssimo."
Ao longo da tramitação do projeto do Senado, algumas mudanças haviam sido feitas, como o
acréscimo de que as comunidades terapêuticas respeitem a liberdade religiosa das pessoas internadas.
No entanto as mudanças foram retiradas do projeto que acabou aprovado.
O relator da matéria, Styvenson Valentim (Pode), disse que as mudanças foram descartadas para
evitar que o projeto precisasse passar novamente por aprovação da Câmara dos Deputados, onde já
havia sido aprovado com a redação anterior.

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160
Endurecimento das políticas antidrogas
A nova legislação estabelece como meta no tratamento de dependência química a abstinência,
deixando de lado políticas de redução de danos – conjunto de práticas de saúde pública adotadas em
diversos países com o objetivo de diminuir os danos causados pelo uso de drogas em pessoas que não
conseguem ou não querem parar.
A mudança vai contra o entendimento de parte da comunidade médica e acadêmica de que as políticas
de redução de danos são medidas efetivas e necessárias quando em conjunto com tratamentos focados
em abstinência.
"O tratamento da dependência química é multifatorial e multidisciplinar, e não pode ser baseado
apenas em um modelo. A solução nunca será um serviço ou intervenção único", afirma Luís Fernando
Tófoli, professor de psiquiatria da Unicamp e membro do Conselho Estadual de Políticas Sobre Drogas
de São Paulo.
O PLC 37 também facilita a internação involuntária, que poderá ser pedida por familiar ou servidor
públido da saúde ou da assistência social; determina que o paciente possa ficar internado contra sua
vontade por até três meses e estabelece a necessidade de autorização médica para que a internação
seja encerrada. Atualmente, a família pode escolher pela liberação do dependente.
O projeto também trata das penas para o tráfico - a pena mínima para quem "atue no comando de
organização criminosa" passa de 5 para 8 anos de prisão. Também há a determinação de que a pena
seja reduzida se o acusado não for reincidente e não integrar organização crimininosa ou se "as
circunstâncias do fato e a quantidade de droga" demonstrarem "menor potencial lesivo da conduta".
Para Maronna, essa medida não é suficiente para evitar a aplicação de pena de tráfico a usuários. "Na
prática, o que vai acontecer é a continuação da política de encarceramento de usuários e da
arbitrariedade das decisões", diz ele. "Se você é negro ou mora na favela tem chance muito maior de ser
considerado traficante com a mesma quantidade de drogas do que uma pessoa branca, rica, com ensino
superior."
Cerca de 50 entidades de saúde, direito e movimentos sociais publicaram uma nota pública se
posicionando contra a nova lei, entre elas a Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, a Associação
Brasileira de Saúde Mental, o Conselho Federal de Psicologia, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública
e a Pastoral Carcerária Nacional.
Eles criticam, entre outros pontos, a falta de um indicador de avaliação e monitoramento das ações de
prevenção, atenção e tratamento de pessoas que usam drogas e não inclusão da atenção psicossocial
extra-hospitalar, ao lado do tratamento ambulatorial, como forma prioritária de tratamento dos
dependentes de drogas.
Um dos senadores que aprovou a PLC 37, o senador Eduardo Girão (Pode) defendeu o projeto no
plenário, afirmando que sua "essência é a humanidade", já que "há famílias e famílias sofrendo com
dependentes químicos, chorando nas ruas, sem encontrar um caminho".

Casos de sarampo no mundo crescem 300% em 2019, diz OMS113

Alta segue tendência de dois anos e 170 países reportaram casos da doença nos primeiros meses do
ano.
Os casos de sarampo registrados no mundo tiveram alta de 300% em 2019, informou a Organização
Mundial de Saúde (OMS) nesta segunda-feira (15/04). Segundo dados dos três primeiros meses do ano,
já foram reportados 112.163 casos da doença em 170 países diferentes. Em 2018, foram 28.124 casos
no mesmo período em 163 países.
Segundo a OMS, a alta segue uma tendência dos últimos dois anos. Os surtos atuais acontecem na
República Democrática do Congo, Etiópia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Madagascar, Mianmar,
Filipinas, Sudão, Tailândia e Ucrânia.
Nos últimos meses, altas nos números de casos também aconteceram em países com alta cobertura
de vacinação, como os Estados Unidos, Israel, Tailândia e Tunísia.
A OMS alerta que a taxa de cobertura vacinal global está abaixo da meta, em 85%, e que os números
de cobertura da segunda da dose da vacina são ainda menores: 67%.

Brasil perde certificado de erradicação


O Brasil perdeu o certificado de erradicação do sarampo após a confirmação de mais um caso
endêmico, ou seja, dentro do território brasileiro em 23 de fevereiro no Pará.

113
G1. Casos de sarampo no mundo crescem 300% em 2019, diz OMS. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/04/15/casos-de-sarampo-no-mundo-
crescem-300percent-em-2019-diz-oms.ghtml. Acesso em 15 de abril de 2019.

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161
O país viveu um surto da doença em 2018 com mais de 10 mil casos registrados especialmente no
Amazonas e em Roraima.

Desafios do Brasil na luta contra o sarampo


Em janeiro de 2019, o Brasil tinha três estados com surto da doença: Amazonas, Roraima e Pará.
Entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019, o país registrou 10.374 casos. O pico foi atingido em julho
de 2018, com 3.950 casos.
Até 19 de março, houve confirmação laboratorial de 48 casos de sarampo no Brasil. Destes, 20 estão
relacionados a casos importados e 28 a casos endêmicos, sendo 23 no Pará e cinco no Amazonas.

Campanha de vacinação contra gripe tem meta de imunizar 58 milhões de pessoas114

Segundo o Ministério da Saúde, entre 10 e 18 de abril serão priorizadas as crianças e gestantes. Neste
ano, a campanha ampliou a faixa-etária do público infantil de até 5 anos para até menores de 6 anos.
A primeira fase da campanha de vacinação contra a gripe, voltada para crianças e gestantes, começa
nesta quarta-feira (10/04). O Ministério da Saúde informou que a meta é imunizar 58,6 milhões de pessoas
até o dia 31 de maio, quando encerra a campanha.
Este ano serão distribuídas 63,7 milhões de doses da vacina. Ao todo, 41,8 mil postos de vacinação
estarão funcionando no país, com o envolvimento de 196,5 mil profissionais e a utilização de 21,5 mil
veículos (terrestres, marítimos e fluviais).
As vacinas são disponibilizadas gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos municípios
para o público-alvo.
Neste ano, a ação ampliou a faixa-etária do público infantil de até 5 anos para até menores de 6 anos.
De acordo com o ministério, esta medida incluirá 2,8 milhões de crianças. Além disso, as gestantes e
crianças também poderão atualizar as demais vacinas previstas na Caderneta de Vacinação.
A partir do dia 22 de abril começa a segunda etapa da campanha, voltada para trabalhadores de saúde,
idosos, indígenas, professores e pessoas com doenças crônicas.
O 'Dia D', mutirão para todos os grupos de risco, será no dia 04 de maio.

Podem ser imunizados gratuitamente:


- Crianças de 6 meses a 5 anos de idade;
- Gestantes e puérperas, isto é, mães que deram à luz há menos de 45 dias;
- Idosos;
- Profissionais de saúde, professores da rede pública ou privada, portadores de doenças crônicas,
povos indígenas e pessoas privadas de liberdade;
- Portadores de doenças crônicas (como HIV) que fazem acompanhamento pelo SUS também têm
direito à vacinação gratuita.

Meta
No ano passado, o grupo prioritário não atingiu a meta de 90% de cobertura. Segundo o Ministério da
Saúde, a meta este ano permanece 90% de cada um dos grupos prioritários e a escolha dos grupos que
receberão a vacina segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Essa definição também é baseada em estudos epidemiológicos e no comportamento das infecções
respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe.

50 mortes em 2019
Até março deste ano já foram notificados 232 casos de influenza e a morte de 50 pessoas no país.
Alguns estados tiveram que antecipar o início da campanha por causa de surtos imprevistos de gripe. No
Amazonas, por exemplo, a vacinação começou em 20 de março.
A campanha se concentra neste período do ano porque a queda das temperaturas no outono e no
inverno tende a aumentar as aglomerações de pessoas em lugares fechados e sem ventilação. São
maiores também os riscos de se pegar a doença, pois a contaminação ocorre principalmente por meio do
contato com outras pessoas doentes.
A gripe diminui a imunidade da pessoa gripada e pode levar a infecções virais ou bacterianas. Em
casos extremos, pode levar à morte.
A vacina não causa a gripe. Ela permite que o paciente fique imune aos tipos de vírus mais comuns
em circulação sem ficar doente.
114
G1. Campanha de vacinação contra gripe tem meta de imunizar 58 milhões de pessoas. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/04/10/campanha-de-
vacinacao-contra-gripe-tem-meta-de-imunizar-58-milhoes-de-pessoas.ghtml. Acesso em 10 de abril de 2019.

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162
Em três meses, mais de mil profissionais desistem do Mais Médicos115

Programa teve início em janeiro após saída de médicos cubanos. Municípios relatam que médicos
deixam programa para fazer residência ou porque não se adaptam.
O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (04/04) que 1.052 profissionais desistiram do
programa Mais Médicos nos primeiros três meses do ano. O número representa 15% das vagas
preenchidas por médicos brasileiros após a saída de Cuba do programa em novembro de 2018.
Um edital foi aberto ainda em novembro para ocupar as 8.517 vagas deixadas pelos cubanos no
programa. No total, 7.120 vagas foram preenchidas por brasileiros formados no Brasil. As vagas
remanescentes foram, então, oferecidas a médicos formados no exterior, que deveriam ter se
apresentado aos seus postos de trabalho entre os dias 28 e 29 de março.
As 8.517 vagas foram distribuídas por 2.824 municípios e 34 distritos indígenas. O salário é de R$
11.800.
Segundo o Ministério da Saúde, ainda está sob análise a oferta destas vagas em um novo edital. Do
total de 1.052 desistências, 14 foram em distritos indígenas. São Paulo é o estado com o maior número
de vagas abertas (181), seguindo de Bahia (11) e Minas Gerais (104).

Faltam médicos
Diversos estados relataram a desistência de profissionais do Mais Médicos. Em Santa Catarina, oito
médicos que atuavam nas unidades básicas de saúde pediram demissão. Muitos deixam o programa para
fazer residência.
Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, seis médicos pediram demissão pelo mesmo motivo e deixaram
de atender as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Segundo o secretário municipal de Saúde, Iraci Neto,
o processo de contratação de novos médicos pode ser demorado.
"Esse processo demora um certo tempo, porque, primeiro, temos que esperar o programa 'Mais
Médicos' encaminhar mais profissionais; depois esses médicos têm que se apresentar com toda a
documentação e, num terceiro momento, lotarmos esses profissionais nas unidades", explicou.
Em Divinópolis, também em Minas, oito profissionais pediram para ser desligados do programa. A falta
de médicos prejudica o atendimento nos postos de saúde da região.
Em Alagoas, cerca de 20 médicos desistiram do programa. Segundo a coordenadora do Mais Médicos
no estado, Ivana Pitta, as saídas foram por diversos motivos: "Uns não se adaptam, outros o Exército
[Brasileiro] manda chamar ou [eles] passam em prova de residência".

Cronologia do Mais Médicos


- Em novembro de 2018, Cuba anuncia saída do programa
- No mesmo, mês governo publica edital com as vagas
- 8.517 vagas foram abertas
- No primeiro edital, todas as vagas foram ofertadas aos médicos com registro no CRM do Brasil
- Um segundo edital foi lançado para preencher 1.397 vagas remanescentes com brasileiros formados
no exterior
- Em janeiro de 2019, os médicos brasileiros começaram a se apresentar aos municípios
- No final de março de 2019, os médicos formados no exterior se apresentaram aos municípios

Cientistas relatam segundo caso de cura do HIV após transplante116

Homem identificado apenas como 'paciente de Londres' foi submetido a um transplante de células
tronco em 2016, por causa de um câncer. Doador tinha mutação genética que confere resistência natural
ao HIV e transplante mudou o sistema imunológico do paciente. Único outro caso conhecido aconteceu
há quase 12 anos, também após transplante.
Pesquisadores dizem que um homem de Londres parece estar livre do vírus da Aids após um
transplante de células tronco. É o segundo caso de sucesso, depois que o "paciente de Berlin", Timothy
Ray Brown, foi curado há quase 12 anos.
Tais transplantes são perigosos e falharam em outros pacientes. As novas descobertas foram
publicadas online nesta segunda-feira (04/03) pela revista Nature. Os detalhes serão divulgados em uma
conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas em Seattle.

115
G1. Em três meses, mais de mil profissionais desistem do Mais Médicos. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/04/04/em-tres-meses-mais-de-
mil-profissionais-desistem-do-mais-medicos.ghtml. Acesso em 04 de abril de 2019.
116
G1. Cientistas relatam segundo caso de cura do HIV após transplante. G1 Ciência & Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/03/04/cientistas-relatam-segundo-caso-de-cura-do-hiv-apos-transplante.ghtml. Acesso em 12 de março de 2019.

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163
O paciente de Londres não foi identificado. Ele foi diagnosticado com HIV em 2003. O homem
desenvolveu câncer e concordou com um transplante de células-tronco para tratar essa doença em 2016.
Seus médicos encontraram um doador com uma mutação genética que confere resistência natural ao
HIV.
O transplante mudou o sistema imunológico do paciente de Londres, dando a ele a resistência do
doador ao HIV, segundo a Associated Press.
Publicamente, os cientistas ainda se referem ao caso como uma “remissão de longo termo” e alguns
não garantem que o vírus não irá retornar ao organismo do paciente.
Mas muitos especialistas chamam de cura, segundo o “New York Times”, com a ressalva de que é
difícil saber como definir a palavra quando há apenas duas instâncias conhecidas.
Embora afirmem que o transplante não é uma opção viável para o tratamento da Aids, médicos
acreditam que o caso do paciente de Londres é um grande avanço.
"Isso vai inspirar as pessoas que a cura não é um sonho", disse Annemarie Wensing, virologista do
Centro Médico da Universidade de Utrecht, na Holanda, ao “NY Times”. "É alcançável."

Paciente de Berlim
O primeiro caso conhecido de cura foi o de Timothy Ray Brown, relatado em 2007. Inicialmente, ele
ficou conhecido apenas como o "paciente de Berlim". Brown, que hoje tem 52 anos e vive em Palm
Springs, na Califórnia, teve leucemia e foi submetido a quimioterapia.
Quando esse tratamento não funcionou, ele foi submetido a dois transplantes de medula óssea, e seu
doador também tinha uma mutação genética em uma proteína chamada CCR5, que repousa sobre a
superfície de certas células do sistema imunológico. O H.I.V. usa a proteína para entrar nessas células,
mas não consegue aderir à versão mutante.
Brown recebeu drogas imunossupressoras que não são mais usadas e teve sérias complicações após
a cirurgia. Ele quase morreu, mas depois de se recuperar totalmente os médicos constataram que ele
estava curado da infecção pelo HIV.
O paciente de Londres sofria de linfoma de Hodgkin e também recebeu um transplante de medula
óssea de um doador com mutação genética na CCR5, em maio de 2016.

Questões

01. (CFBio - Agente Administrativo - Quadrix) O processo de degradação do quadro sanitário


nacional é longo, lento, mas se mostra inexorável. O primeiro sintoma grave foi a volta do mosquito Aedes
aegypti, muito depois de Oswaldo Cruz, no início do século XX, ter lançado uma campanha para sua
erradicação e, por consequência, da febre amarela urbana. O mosquito trouxe de volta a dengue. Não se
permite, impunemente, a ocupação desordenada das cidades e o falho saneamento básico. Da dengue
passou-se para outras doenças, incluindo a zika. E agora surge uma enorme ameaça à população,
principalmente às crianças, com a redução da cobertura de vacinas em níveis perigosos.
O Globo, 26/6/2018, p. 12 (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do
tema por ele abordado, julgue o item a seguir.
(A) Certo
(B) Errado

02. (Prefeitura de Sonora/MS – Professor de Educação Infantil – MS Concursos2019) O BBC


News Brasil publicou em 18/08/2019 uma notícia sobre a utilização da maconha para fim medicinal, que
pode ser acessada através do link https://www.bbc.com/portuguese/brasil-4917342.
A proposta vem da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que pretende regulamentar o
cultivo da cannabis para pesquisa e produção de medicamentos.
Sobre tal notícia, responda à próxima questão.

De acordo com as informações contidas na íntegra da notícia, é sabido que a Anvisa autoriza o uso
terapêutico de canabidiol (CBD), um dos principais componentes da maconha, desde janeiro de:
(A) 1995
(B) 2000
(C) 2005
(D) 2015

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164
03. (Prefeitura de Teixeiras/MG – PEB I – FUNDEP/2019) O programa Mais Médicos alocava
médicos em locais onde havia carência de profissionais.
Esse programa tinha como objetivo expandir o atendimento de saúde aos municípios com alto
percentual de população em situação de extrema pobreza, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS),
além de
(A) ampliar a inserção do médico estrangeiro em formação nas unidades de atendimento do SUS,
desenvolvendo seu conhecimento sobre a realidade da saúde da população brasileira.
(B) fortalecer a política de educação permanente por meio da atuação das instituições de educação
superior na supervisão acadêmica das atividades desempenhadas pelos médicos.
(C) promover a troca de conhecimentos e experiências entre profissionais da saúde e médicos
formados em instituições brasileiras.
(D) aperfeiçoar médicos estrangeiros para atuação nas políticas públicas de saúde brasileiras e na
organização e funcionamento do SUS.

Gabarito

01.A / 02.D / 03.B

Comentários
01. Resposta: A
O esgoto encanado é tão importante para melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que
um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é reduzir pela metade o número de pessoas sem rede
de esgoto. Isso porque a ausência de tratamento de esgoto traz doenças que afetam pessoas de todas
as idades, mas as crianças são as mais prejudicadas. Estas doenças são causadas principalmente por
microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, presentes em água contaminada.
(https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/conheca-as-doencas-causadas-pelo-nao-tratamento-do-esgoto).

02. Resposta: D
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza o serviço de autorização para
importação excepcional de produtos à base de Canabidiol, em associação com outros canabinóides, por
pessoa física, para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado, para
tratamento de saúde. Os critérios estão na RDC 17/2015. A autorização da Anvisa é requisito obrigatório
para importar esse tipo de produto117.

03. Resposta: B
O Programa Mais Médicos tem por base três eixos: provimento emergencial; educação e;
infraestrutura118.
Ciência e Tecnologia
Brasil inaugura nova base científica na Antártica nesta terça-feira119

Projeto de sustentabilidade faz parte da construção, que ocupa uma área de aproximadamente 4,5 mil
m² na Ilha do Rei George. Estação Antártica Comandante Ferraz reabre para cientistas e pesquisadores,
em cerimônia oficial às 17h.
A nova estação brasileira na Antártica será inaugurada nesta terça-feira (14/01), em uma cerimônia
que tem início previsto para as 17h (horário de Brasília). O complexo de mais de 4,5 mil m² será entregue
quase oito anos após o incêndio que destruiu a base anterior. Pesquisadores brasileiros estão há mais
de três décadas no continente.
O vice-presidente Hamilton Mourão embarcou nesta segunda-feira (13/01) com destino à Antártica,
para participar da reinauguração como o principal representante do governo brasileiro. A base fica na Ilha
do Rei George.

Pouco impacto ambiental


A Estação Antártica Comandante Ferraz recebeu um investimento de US$ 99,6 milhões (cerca de R$
400 milhões), e vai conseguir acomodar até 64 profissionais do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
Um dos destaques do novo prédio é que ele tem diversas iniciativas sustentáveis.
117
http://portal.anvisa.gov.br/importacao-de-canabidiol
118
http://www.maismedicos.gov.br/conheca-programa
119
G1. Brasil inaugura nova base científica na Antártica nesta terça-feira. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/01/14/brasil-
inaugura-nova-base-cientifica-na-antartica-nesta-terca-feira.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.

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165
O arquiteto João Gabriel Rosa, do Estúdio 41, um dos responsáveis pelo projeto da estação, contou
ao G1 que o prédio foi pensado desde a construção para ter o mínimo de impacto ambiental possível.
"A questão da sustentabilidade está muito ligada à responsabilidade de não intervir naquele espaço.
Pensamos em diminuir o impacto da construção e da logística", explicou ele.
Toda a estrutura usada na construção é desmontável e reciclável. Rosa explica que todos os módulos
foram feitos em contêineres fáceis de serem transportados por qualquer navio. Além disso, os
acabamentos e parte da montagem da estrutura foram feitos fora da Antártica, o que diminuiu o impacto
por transporte, otimizando a logística.
A questão energética também foi pensada no projeto para ser menos dependente de energias não
renováveis.
Por isso, foram instalados painéis fotovoltaicos e geradores eólicos que produzem cerca de 30% da
energia consumida na estação.
"Nos edifícios, há eficiência energética para garantir o conforto de quem estiver lá. As paredes
possuem um painel de 22 centímetros que exige menos energia para manter o local aquecido", explica
Rosa.
O projeto arquitetônico também pensou a captação da água, o tratamento de esgoto e a questão do
lixo produzido pela estação.
O arquiteto João Rosa diz que a captação da água é feita em duas lagoas próximas à estação. Tanto
o tratamento da água de consumo quanto a do esgoto foram planejados para gerar o menor impacto
ambiental possível.
A estação também tem um plano de gerenciamento de resíduos: todo o lixo produzido é separado para
a reciclagem e retorna ao Brasil.

Construção mais segura


Construído em um local inóspito, o continente antártico, o complexo consegue suportar temperaturas
negativas, nevascas e ventos de até 200 km por hora. A estrutura ainda tem sistemas de detecção, alarme
e combate a incêndios.
Os preparativos para reconstruir a estação tiveram início ainda em 2012, com a retirada dos escombros
da antiga base. Depois disso, a Marinha lançou um edital para a obra do novo complexo, que não recebeu
nenhuma proposta até 2014.
Uma nova licitação foi aberta em 2015, e a empresa chinesa Ceiec foi escolhida para realizar as obras.
Como só é possível trabalhar na Ilha Rei George durante os cinco meses do verão antártico, que vai
de outubro a março, a empresa executou a obra em diferentes etapas. Parte da estação foi preparada na
China, em módulos que só foram levados e montados após o fim do inverno.

Dividida em 3 módulos
O prédio principal da nova estação brasileira é dividido em três grandes blocos: o Leste, o Oeste e o
Técnico. Neles, se encontram a maior parte dos laboratórios, os dormitórios e os serviços básicos da
estação, divididos desta forma:
Bloco Leste: é o bloco das pesquisas, de convivência e serviços. É onde se concentram os
laboratórios. Dos 17 no total, 14 estão lá. Os outros 3 ficam em módulos separados. Além disso, é onde
ficam os refeitórios, a cozinha, a ala de saúde, a sala de secagem e as oficinas.
Bloco Oeste: é uma área privada da base, onde moram os pesquisadores, além de concentrar as
áreas de convívio. Há 32 quartos, uma biblioteca, uma academia e auditório. Nas partes mais baixas
deste bloco estão os depósitos de mantimento e reservatórios de água.
Bloco Técnico: é onde fica o controle da rede elétrica, sanitária e de automação da estação. Também
é onde está a garagem. Além disso, há uma estação de tratamento de água e esgoto, casa de máquinas,
geradores, e sistemas de aquecimento, bem como um incinerador de lixo.

Centro de pesquisas
Criado em 1982, o Proantar leva ao continente gelado pesquisadores que atuam nas áreas de
oceanografia, biologia, glaciologia, química e meteorologia. Os trabalhos são desenvolvidos em
acampamentos, navios e estações.
A nova estação ficará no mesmo local da estrutura antiga, instalada em 1984 na Península Keller,
dentro da Ilha Rei George. A primeira base abrigou pesquisadores até fevereiro 2012. Um incêndio onde
ficavam os geradores de energia do complexo destruiu quase toda a estrutura e provocou a morte de dois
militares.
Apesar do incêndio, as pesquisas brasileiras na Antártica não pararam. Na Ilha Rei George, os
trabalhos foram desenvolvidos em uma estação provisória, montada ao lado da base consumida pelo
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166
fogo. Os "módulos emergenciais" foram usados enquanto os pesquisadores aguardavam o final da
reconstrução.
"Essa nova base vai nos dar condições de trabalho e um salto qualitativo nas pesquisas científicas",
diz Paulo Câmara, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) que trabalha na estação.
Pesquisadores brasileiros estão há mais de três décadas desenvolvendo estudos no continente por
meio do Programa Antártico. Eles não ficam restritos à Ilha Rei George, onde foi instalada a estação. Há,
também, trabalhos sendo desenvolvidos no navio Almirante Maximiano e em acampamentos montados
em diferentes pontos da Antártica.
"São 14 milhões de km², uma das maiores reservas de gás e de água doce do mundo. 70% da água
doce do mundo está aqui", diz Câmara, que estuda a vegetação antártica.
Há, ainda, o módulo Criosfera 1, um contêiner que coleta dados e foi instalado a cerca de 2,5 mil km
de onde fica a estação.
As pesquisas realizadas em solo antártico são variadas e cobrem diferentes áreas do conhecimento.
De acordo com um dos editais mais recentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), de 2018, as propostas de projetos aprovados vão de geologia a medicina.
Veja abaixo as áreas de estudo:
- O papel da criosfera no sistema terrestre
- Dinâmica da alta atmosfera na Antártica
- Mudanças Climáticas e o Oceano Austral
- Biocomplexidade dos ecossistemas antárticos
- Geodinâmica e história geológica da Antártica
- Química dos oceanos, geoquímica marinha e poluição marinha
- Biologia Humana e Medicina Polar
- Inovação em novas tecnologias

O que é o Marco Civil da Internet?120

É uma lei (número 12.965/14) que regulamenta a utilização da internet, estabelecendo princípios e
garantias que tornam a rede livre e democrática no Brasil. Em vigor desde 23 de junho de 2014, ela
assegura os direitos e os deveres dos usuários e das empresas provedoras de acesso e serviços online.
Antes de virar lei, a proposta foi lançada pela Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça,
em outubro de 2009. Nessa fase, os temas abordados foram desenvolvidos com ajuda da população por
meio de audiências públicas em todo o Brasil. “Era possiv́ el opinar e comentar os artigos também pelo
blog Cultura Digital e pelos portais e-Democracia e e-Cidadania, da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal”, explica o advogado Bernardo Meyer.

Internet neutra
Lei proíbe manipulação de velocidade.
O Brasil foi um dos primeiros países a adotar o princípio da neutralidade, um dos temas mais polêmicos
do MCI. Ele garante a mesma qualidade de acesso à rede para todos, sem distinção, e proíbe provedores
de telecomunicações de restringirem conexão e velocidade, dependendo do conteúdo, origem, destino e
serviço acessado pelo internauta. Isso impede, entre outras coisas, que haja tarifas diferenciadas de
acordo com a qualidade do serviço prestado.

Não vale tudo


Conheça algumas garantias e responsabilidades relacionadas ao uso da Internet no Brasil

DIREITOS
- É obrigatória a retirada de conteúdos ofensivos de sites, blogs ou redes sociais. A determinação
acontece por ordem judicial e responde ao delito quem produziu ou divulgou o material.
- A privacidade e a proteção de dados do usuário na internet, incluindo e-mails e chats, só podem ser
violadas em investigações criminais.
- Sites só podem coletar dados com consentimento do usuário (que deve ser informado com clareza
sobre como eles serão utilizados). É proibido passar essas informações adiante.
- As mesmas normas de proteção e defesa do Código do Consumidor valem para compras e vendas
feitas na internet.

120
Super Interessante. O que é o Marco Civil da Internet? https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-o-marco-civil-da-internet/. Acesso em 23 de
dezembro de 2019.

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DEVERES
- É proibido violar a intimidade ou vida privada de outros usuários e divulgar ou compartilhar
mensagens, vídeos ou imagens ofensivas.
- Reforçou o veto de negócios virtuais ilícitos, como comercialização de armas de fogo, drogas,
medicamentos etc., e venda de produtos sem nota fiscal ou manual de instruções.
- Respeitar os direitos autorais. A reprodução de conteúdo (musical, literário, audiovisual etc.) sem
autorização pode ser punida.
- Em caso de investigação, empresas de telecomunicações, portais e redes sociais devem identificar
usuários acusados por infringirem o MCI. Nesses casos, o direito à privacidade e à proteção de dados é
suspenso.

Nova técnica de edição de DNA poderá curar até '89% das doenças genéticas' no futuro121

Nova tecnologia — chamada 'prime editing' — é descrita como 'editor de texto genético' capaz de
reescrever o DNA de forma precisa.
Uma nova forma de editar o código genético humano pode corrigir até 89% de erros no DNA que
causam doenças, dizem cientistas americanos.
A tecnologia, conhecida como "prime editing" ("edição de qualidade", em tradução livre), foi descrita
como uma espécie de "editor de texto genético" capaz de reescrever o DNA com precisão.
Em teste de laboratórios, a nova tecnologia foi usada para corrigir mutações que causam doenças.
Uma das mutações que a técnica conseguiu corrigir foi a da anemia falciforme.
O método foi desenvolvido pela equipe do "Instituto Broad", ligado à universidade de Harvard e ao MIT
("Massachusetts Institute of Technology") nos Estados Unidos. A equipe de cientistas afirma que a
tecnologia é "muito versátil e precisa", mas destaca que a pesquisa está apenas começando.

Já podemos editar DNA?


O DNA é o "manual de instruções" para a construção e o desenvolvimento de cada corpo humano. Ele
está presente em quase todas as nossas células.
A capacidade de alterar o DNA através da edição de genes promete revolucionar a medicina — mas
traz também novos questionamentos morais e éticos, como a polêmica criação de bebês geneticamente
modificados para terem proteção contra o HIV.
O "prime editing" é o mais novo avanço no campo da engenharia genética, que está se desenvolvendo
em ritmo acelerado.
Uma das técnicas mais revolucionárias nesse campo — e que chamou grande atenção — foi a "Crispr-
Cas9", desenvolvida há sete anos.
Ela escaneia o DNA em busca do lugar certo para cortá-lo e permitir sua edição, ou seja, que um gene
seja deletado ou inserido. O problema é que as edições nem sempre são perfeitas e os cortes no DNA
podem ser feitos no lugar errado.
Isso limita o uso dessa tecnologia na medicina.
O avanço trazido pelo "prime editing" é justamente a precisão.

Como o 'prime editing' funciona?


Uma pesquisa publicada nesta semana na revista científica Nature mostra como os cientistas usaram
o método para inserir ou deletar seções de DNA. O "prime editing" também é capaz de corrigir seções
menores, como uma única "letra" das três bilhões que formam o código genético humano.
"Você pode imaginar os 'prime editors' como processadores de palavras, capazes de procurar por um
alvo entre as sequências de DNA e substituí-lo com precisão", afirma o bioquímico David Liu, um dos
pesquisadores.
"Os 'prime editors' oferecem mais flexibilidade para encontrar um alvo e maior precisão na edição."
O método pode ser ilustrado comparando-o com a edição de texto no computador: é algo como
pressionar Ctrl-F para encontrar uma parte do texto que você quer mudar e depois pressionar Crtl-V para
colar o texto novo que você quer inserir.
A tecnologia usa uma sequência de código genético feita em laboratório. Essa sequência tem duas
funções: uma, é encontrar a parte do DNA que você quer editar, e a outra, é introduzir as mudanças que
você quer fazer.

121
BBC. Nova técnica de edição de DNA poderá curar até '89% das doenças genéticas' no futuro. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/10/22/nova-tecnica-de-edicao-de-dna-podera-curar-ate-89-das-doencas-geneticas-no-futuro.ghtml. Acesso em 22 de outubro de 2019.

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


168
Essa sequência é combinada com uma enzima chamada transcriptase reversam, que "copia" as
edições para o DNA.

Como o método pode curar doenças?


O DNA tem quatro componentes básicos, as bases nitrogenadas: adenina, citosina, guanina e tiamina.
Elas são conhecidas por suas letras A, C, G e T.
Três bilhões dessas letras formam o nosso DNA, ou seja, o "manual completo" para desenvolvimento
e funcionamento do corpo. Mas erros minúsculos causam doenças e transtornos.
A forma mais comum de anemia falciforme (doença hereditária causada pela alteração anatômica dos
glóbulos vermelhos), por exemplo, é causada por uma mutação que torna um A específico em um T.
A doença de Tay-Sachs, que afeta os nervos e é fatal, com frequência é causada por uma mutação
que adiciona quatro letras extras de código no DNA.
O "prime editing" foi usado com sucesso para corrigir esses dois erros genéticos em experimentos
feitos em células humanas no laboratório.
Existem cerca de 75 mil mutações que causam doenças nos seres humanos. David Liu estima que o
"prime editing" tem o potencial para corrigir 89% delas.
Os outros 11% incluem situações em que a pessoa tem cópias demasiadas de um gene (uma seção
de DNA responsável por uma instrução específica) ou quando um gene inteiro está faltando.
"O 'prime editing' é o começo, em vez do fim da longa aspiração das ciências que lidam com vida
molecular por serem capazes de fazer qualquer mudança no DNA em qualquer posição em uma célula
viva ou um organismo, incluindo, em potencial, pacientes humanos com doenças genéticas", diz Liu.

Quanto tempo até a tecnologia estar disponível?


O grande desafio agora é conseguir viabilizar que o maquinário molecular capaz de fazer essas
edições possa acessar corretamente as partes certas do corpo humano de forma segura.
É provável que as primeiras aplicações sejam feitas em doenças em que seja possível retirar células
do corpo, editá-las, garantir que elas são seguras, e colocá-las de volta.
Isso é aplicável no tratamento de doenças do sangue, como anemia falciforme e as talassemias, em
que a medula óssea pode ser removida e colocada de volta.
"Nós somos capazes de 'corrigir' mutações humanas associadas com doenças, mas a habilidade de
fazer isso no tipo certo de célula e de uma forma que seja aplicável em um tratamento clínico vai demorar
algum tempo", diz a bióloga molecular Hilary Sheppard, da Universidade de Auckland.

Qual foi a repercussão dessa pesquisa?


O professor Robin Lovell-Badge, do instituto Francis Crick, em Londres, elogiou o estudo.
"Como a vasta maioria das doenças genéticas humanas são resultado de tipos de mutação que podem
ser corrigidos pelo 'prime editing', o método deve ser útil em terapias para esses tipos de doenças."
"Claro que será necessário muito mais trabalho para otimizar o método e encontrar formas de entregar
os componentes eficientemente antes de que eles possam ser usados para tratar pacientes. Mas com
certeza tem muito potencial."
A geneticista Helen O'Neill, da University College London, diz que os resultados são impressionantes.
"A pesquisa foi feita in vitro em células humanas com exemplos de 175 edições, incluindo algumas das
doenças mais difíceis de tratar."

Orçamento repassado ao Sirius impede concluir centro de pesquisa científica em 2020, diz
diretor122

Maior complexo científico do país recebeu, até setembro, repasse de R$ 75 milhões dos R$ 255,1
milhões previstos para 2019 — 29,4% do total. Previsão agora é que conclusão de complexo seja só em
2021.
O principal projeto do governo federal de pesquisa científica, o Sirius, em Campinas, interior de São
Paulo, não ficará completamente pronto até o fim de 2020, conforme previsto inicialmente.
Com a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil, o projeto recebeu até
setembro repasse de R$ 75 milhões dos R$ 255,1 milhões previstos para 2019 — 29,4% do total. Do
valor repassado, R$ 50 milhões foram gastos.

122
Fernando Evans. Orçamento repassado ao Sirius impede concluir centro de pesquisa científica em 2020, diz diretor. G1 Campinas e Região.
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2019/09/12/orcamento-previsto-para-sirius-impede-conclusao-do-projeto-para-2020-diz-diretor.ghtml. Acesso em 12
de setembro de 2019.

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O Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de "raio X
superpotente" que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas. Atualmente, há
apenas um laboratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia.
No Brasil, essa tecnologia só está disponível em equipamentos de 2ª geração, em funcionamento há
30 anos.
Apesar de garantir o início de operação no próximo ano, o diretor do projeto, Antônio José Roque da
Silva, diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), destaca que o
orçamento dotado pelo governo federal impede a conclusão no prazo inicial. Segundo ele, a entrega de
todas as 13 linhas de pesquisa previstas no Sirius deverá ficar para 2021.
"Se das 13 [linhas de pesquisa] vamos entregar sete, oito ou nove em 2020, tudo vai depender de
como as coisas andem. À medida que os recursos forem liberados, conseguimos programar as outras
linhas", diz o diretor.
"Não tem milagre. Você atrasa o escopo total do projeto, mas o ponto importante é que foi possível
fazer uma gestão para que o Sirius comece a dar retorno. Com a entrega da primeira linha de luz, ele
começa a ser utilizado", defende Silva.

Possibilidade de remanejar verba


No início deste mês, ao anunciar o remanejamento de R$ 82 milhões do orçamento do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o ministro da Ciência e Tecnologia,
Marcos Pontes, afirmou que umas das possibilidades de recursos adicionais da pasta para pagamentos
de bolsas do CNPq poderia ser remanejar verba inicialmente prevista para o Sirius.
O diretor do projeto, no entanto, afirmou que a entrega por etapas das 13 linhas de pesquisa não tem
relação com a fala do ministro Pontes. Em nota enviada nesta quarta-feira (11/09), o próprio ministério
negou que haverá "remanejamento de recursos das entidades vinculadas para pagamento de bolsas."
Sobre o atraso na conclusão do Sirius, a pasta informou que tem se empenhado, em um "cenário de
restrição orçamentária", para manter recursos para seus institutos de pesquisa e entidades vinculadas.

Obra 100% pública


Projetado para ser uma das estruturas de pesquisa mais modernas do mundo, o Sirius é uma obra
100% pública. O terreno onde está instalado foi desapropriado pelo governo do estado de São Paulo e
cedido ao CNPEM. Os recursos para a construção e funcionamento, são fornecidas pelo MCTIC.
Segundo informações obtidas pelo G1 via Lei de Acesso à Informação (LAI), desde 2012 o Ministério
de Ciência e Tecnologia fez dotação orçamentária de R$ 1,472 bilhão para o projeto, sendo que R$ 1,249
bilhão foram, de fato, pagos.
Os R$ 50 milhões gastos neste ano no projeto, do total de R$ 255,1 milhões previstos para este ano,
foram empregados principalmente na montagem do terceiro e principal acelerador e na instalação das
três primeiras linhas de luz.
"Vamos aguardar até o final de setembro, ver quanto dos R$ 255 milhões ainda vamos conseguir
empenhar e receber. O que recebemos priorizamos para garantir a primeira linha de luz. Já é um
entendimento que vamos ter de escalonar", diz o diretor.

Crânio encontrado na Grécia pode reescrever história do homem moderno123

Segundo cientistas, fóssil achado em caverna nos anos 70 tem 210 mil anos, época em que Europa
era ocupada por neandertais; descoberta seria evidência de migração do homem moderno da África
anterior à de nossos ancestrais.
Pesquisadores encontraram o mais antigo exemplo da nossa espécie (humanos modernos) fora da
África.
Acredita-se que um crânio escavado na Grécia seja de 210 mil anos atrás, uma época em que a Europa
era ocupada pelos neandertais.
Por isso, a descoberta representa uma evidência de que houve uma migração anterior de pessoas
partindo da África, que não teriam deixado vestígios no DNA de pessoas vivas hoje. Os resultados foram
publicados na revista "Nature".
Pesquisadores descobriram dois fósseis significativos na caverna de Apidima, na Grécia, na década
de 1970, e estavam guardados em um museu do país, até serem reexaminados, mais recentemente.
Um deles estava muito danificado e o outro, incompleto. Foram necessários tomografia
computadorizada e exames com urânio para desvendar as informações contidas ali.
123
BBC. Crânio encontrado na Grécia pode reescrever história do homem moderno. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/07/11/cranio-encontrado-na-grecia-pode-reescrever-historia-do-homem-moderno.ghtml. Acesso em 11 de julho de 2019.

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O crânio mais completo parece ser um neandertal, segundo os pesquisadores. Mas o outro mostra
características de humanos modernos.
E o principal: o crânio do neandertal era mais novo.
Isso pode mudar o entendimento sobre as teorias a respeito de migração para fora da África.
"Agora, trabalhamos com o cenário de que havia um grupo moderno na Grécia 210 mil anos atrás, mas
que foi posteriormente substituída por uma população neandertal (Apidima 2) há cerca de 170 mil anos",
disse o co-autor do estudo, professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres.
As populações fora da África hoje traçam sua ancestralidade a uma migração que deixou o continente
africano há 60 mil anos.
À medida que esses humanos modernos se expandiram pela Eurásia (Europa e Ásia), eles
substituíram outras espécies que encontraram, como os neandertais e os denisovanos.
Mas essa não foi a primeira migração dos humanos modernos (Homo sapiens) da África.
Fósseis de Homo sapiens encontrados em Skhul e Qafzeh, em Israel, foram avaliados na década de
1990 e datados de 90 mil e 125 mil anos atrás. E, na época, foram vistos como uma anomalia, como se
tivesse acontecido uma breve incursão fora do continente africano.
No entanto, nos últimos anos passamos a entender que nossas espécies estiveram fora da África ainda
mais cedo do que imaginávamos e foram mais longe do que acreditávamos anteriormente.
Nos últimos anos, paleontologistas descobriram fósseis humanos modernos em Daoxian e Zhirendong,
na China, que datam de 80 mil e 120 mil anos atrás.
Estudos de DNA revelaram sinais de cruzamento entre os humanos africanos e os neandertais.
Evidências de neandertais alemães mostram que a mistura ocorreu entre 219 mil e 460 mil anos atrás -
embora não esteja claro se o Homo sapiens estava envolvido, ou outro grupo africano primitivo.

Google suspende parte de acesso da Huawei ao Android124

Com decisão, smartphones novos da Huawei não poderão acessar vários aplicativos populares.
Empresa chinesa está sob pressão de Washington devido a supostos laços com o governo da China.
A Google anunciou a retirada da licença da Huawei para usar o sistema operacional Android do gigante
de tecnologia americano para telefones móveis – a medida obedece a uma diretriz emitida pelo presidente
dos EUA, Donald Trump, e força a empresa chinesa de telecomunicações a depender de uma versão de
código aberto do software.
Com a suspensão dos negócios, os novos smartphones da Huawei não terão mais acesso a serviços
como Gmail, Google Maps e YouTube, além de atualizações de segurança. Usuários que já possuem
aparelhos da companhia chinesa poderão seguir com o uso e a atualização de aplicativos baixados.
"Estamos cumprindo a ordem [presidencial] e analisando as implicações", limitou-se um porta-voz do
Google.
Na semana passada, Trump assinou uma ordem executiva após declarar "emergência tecnológica". A
ordem visa impedir que empresas americanas usem equipamentos de telecomunicações feitos por
"adversários estrangeiros" considerados de risco à segurança nacional.
A ordem executiva não impôs automaticamente restrições à compra e venda de equipamentos de
telecomunicações, mas deu ao secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, cinco meses para
estabelecer quais empresas deveriam estar sujeitas às novas restrições.

124
DW. Google suspende parte de acesso da Huawei ao Android. DW. https://www.dw.com/pt-br/google-suspende-parte-de-acesso-da-huawei-ao-android/a-
48801026. Acesso em 20 de maio de 2019.

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Os principais fabricantes de processadores, como a Intel, Qualcomm, Xilinx Inc e Broadcom,
informaram os seus funcionários que deixarão de fornecer equipamentos à Huawei até nova ordem.
A Huawei tem sofrido uma imensa pressão de Washington depois de alegações de que seus produtos
permitem que agências de inteligência chinesas usem supostos backdoors (porta dos fundos – método
de escapar de uma autenticação ou criptografia num sistema computacional) nos softwares, que poderiam
ser usadas para espionagem cibernética.

Pequim: "histeria do Ocidente"


O Ministério das Relações Exteriores da China classificou as alegações como "histeria do Ocidente".
O fundador e presidente-executivo da Huawei, Ren Zhengfei, recusou-se a ceder à pressão americana.
Na semana passada, Ren afirmou que sua empresa "já estava se preparando para isso".
"Não fizemos nada que viole a lei", disse Ren ao jornal japonês The Nikkei. "Espera-se que o
crescimento da Huawei possa diminuir, mas apenas ligeiramente."
A Huawei é pioneira na tecnologia 5G, mas depende bastante de fornecedores estrangeiros. A
empresa compra cerca de 67 bilhões de dólares em componentes a cada ano, incluindo cerca de 11
bilhões de dólares de fornecedores americanos, segundo dados publicados pelo The Nikkei.
A imprensa americana sugeriu que a Huawei desenvolveu um sistema operacional próprio caso perca
o acesso ao Google e aos serviços da Microsoft. Algumas destas tecnologias já estão em uso em produtos
vendidos na China, de acordo com a própria Huawei.
No entanto, a medida do Google pode ter um impacto negativo nas vendas da Huawei fora da China,
particularmente no Ocidente. O comércio da empresa chinesa em solo europeu – o segundo maior
mercado da Huawei – deve sofrer quedas, pois os chineses licenciam seus serviços do Google na Europa.
Mas a extensão a qual a Huawei será prejudicada pela lista negra do governo dos EUA ainda não tem
como ser mensurada, enquanto sua cadeia de fornecimento global avalia o impacto. Especialistas em
chips questionaram a capacidade da Huawei de continuar a operar sem a ajuda dos EUA.

Batalha por supremacia tecnológica


Ao mesmo tempo em que trava uma guerra comercial com Pequim, Washington tem liderado uma
campanha global para impedir que empresas chinesas – como a Huawei – assumam o controle das redes
5G.
A batalha comercial também tem tido desdobramentos políticos. Em dezembro, a diretora financeira
da Huawei, Meng Wanzhou, foi detida no Canadá. Ela teria violado o boicote comercial estipulado pelo
governo americano contra o Irã.
Depois da prisão da empresária, que também é filha do fundador da Huawei, dois cidadãos
canadenses foram detidos na China, no que foi considerado uma ação de retaliação por parte de Pequim.
Além disso, a sentença de um canadense encarcerado na China por contrabando de drogas foi convertida
em pena de morte.

Pesquisa indica descoberta de nova espécie humana nas Filipinas125

O H. luzonensis teria vivido na caverna de Callao, na ilha de Luzón, nas Filipinas, entre 67 mil e 50 mil
anos atrás. Estudo foi publicado na revista 'Nature' nesta quarta (10/04).
Um artigo científico publicado na revista "Nature" desta quarta-feira traz evidências do que pode ser
uma grande descoberta: uma nova espécie humana, provavelmente mais baixa e com uma mistura de
traços arcaicos e modernos, que os pesquisadores deram o nome de Homo luzonensis.
O H. luzonensis teria vivido na caverna de Callao, na ilha de Luzón, nas Filipinas, entre 67 mil e 50 mil
anos atrás. Foi lá que foram encontrados treze pequenos fósseis: dentes, falanges do pé e da mão, e
fragmentos de fêmur. Dois destes fragmentos de fóssil deram a pista sobre o período de vida da espécie
através da datação radiométrica.
A nova espécie apresenta ao mesmo tempo "elementos e características muito primitivas semelhantes
aos do Australopithecus e outras, modernas, próximas aos do Homo sapiens", ressalta Florent Detroit,
paleoantropólogo do Museu do Homem e principal autor do estudo.

Características
O Homo luzonensis "era provavelmente pequeno, se julgarmos pelo tamanho de seus dentes", mas
"não é um argumento suficiente" para afirmá-lo, indica o pesquisador.

125
France Presse. Pesquisa indica descoberta de nova espécie humana nas Filipinas. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/04/10/pesquisa-indica-descoberta-de-nova-especie-humana-nas-filipinas.ghtml. Acesso em 11 de abril de 2019.

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172
Segundo ele, a espécie não é um ancestral direto do homem moderno, mas sim uma espécie vizinha,
contemporânea do Homo sapiens, mas com várias características primitivas.
Tratam-se dos restos humanos mais antigos encontrados nas Filipinas, precedendo os primeiros Homo
sapiens datados de 30 mil a 40 mil anos encontrados na ilha de Palawan, a sudoeste do arquipélago.

Debates à vista
Sua análise morfológica revelou muitas surpresas. A primeira diz respeito aos dentes: os pré-molares
do Homo luzonensis têm semelhanças com os dos Australopithecus (hominídeos africanos desaparecidos
há 2 milhões de anos) e de outras espécies antigas do gênero Homo, como Homo habilis e Homo erectus.
Entre outros aspectos, esses dentes têm duas ou três raízes, enquanto os do Homo sapiens costumam
ter uma, às vezes duas, apontam os pesquisadores.
Em contrapartida, os molares são muito pequenos e sua morfologia muito simples se assemelha à dos
homens modernos.
"Um indivíduo com essas características combinadas não pode ser classificado em nenhuma das
espécies conhecidas hoje", observa Florent Detroit.
Os ossos do pé também são muito surpreendentes: a falange proximal tem uma curvatura muito
pronunciada e inserções muito desenvolvidas para os músculos assegurando a flexão do pé. Não se
parece com uma falange do Homo sapiens, mas com a de um Australopithecus, um hominídeo
provavelmente bipedal e arbóreo.
"Não estamos afirmando que o Homo luzonensis vivia nas árvores, porque a evolução do gênero Homo
mostra que este gênero é caracterizado por um bipedismo severo desde 2 milhões de anos", ressalta
Florent Detroit.
O "reaparecimento" de características primitivas no Homo luzonensis pode ser explicado pelo
endemismo insular, segundo ele.
Durante o período do Quaternário, a ilha de Luzon nunca esteve acessível a pé. Se hominídeos
viveram lá, tiveram que encontrar um meio de atravessar o mar.
Aos olhos do pesquisador, os resultados do estudo "mostram muito claramente que a evolução da
espécie humana não é linear". "É mais complexa do que pensávamos até recentemente", explicou.
Esta é uma "descoberta notável" que "sem dúvida desencadeará muitos debates científicos", disse
Matthew Tocheri, da Universidade de Lakehead, no Canadá, em um comentário publicado na "Nature".
Florent Detroit espera que alguns colegas "questionem a legitimidade de descrever uma nova espécie
a partir de uma pequena amostra de fósseis".
Mas, aos seus olhos, "não é grave criar uma nova espécie". Isso ajuda a chamar a atenção para esses
fósseis que parecem "diferentes".
"Se no futuro, os colegas mostrarem que estávamos errados e que esses vestígios correspondem a
uma espécie que já conhecíamos, não tem problema, vamos esquecer isso".

Campus Party inova ao receber aparelhos usados como vale-ingresso126

Visitantes podem trocar computadores, celulares e outros equipamentos antigos por entrada no evento.
A edição de 2019 do maior evento de tecnologia da América Latina tem uma atração a mais para os
visitantes, em São Paulo. Uma atração que, de quebra, ainda ajuda o meio ambiente.
Ele já teve seus dias de glória, mas faz tempo. Quem diria que, de sonho de consumo de qualquer
nerd da década passada para cacareco, treco, troço que só ocupa espaço em casa. É assim com o
notebook velho, com a câmera da época de filme, com o monitor hoje amarelado e com o celular bisavô
desse que eu uso para escrever as reportagens hoje em dia. Tudo meio empoeiradão, fora de moda, peso
de papel.
“Coloca no cantinho, coloca no guarda-roupa, sempre é assim. E jogar fora eu não sei pelo menos qual
é o procedimento porque tem muito a questão de esses resíduos serem tóxicos, algumas coisas como
metais pesados, a gente não tem informação”, comenta o estudante Pedro Henrique Simão.
Dito isso, a informação mais recente que ele teve foi ótima. As ferramentas do nerd do passado estão
valendo entrada no maior evento de nerds do presente: a Campus Party.
“Nossa, deu para trocar por bastante ingresso, seis no total”, afirma o estudante de economia Vinícius
Gonzales Custódio.
Se fosse para pagar na hora, ia custar R$ 350 cada um. Ótimo negócio para quem visita, bom negócio
para quem organiza.
126
Jornal Nacional. Campus Party inova ao receber aparelhos usados como vale ingresso. G1 Jornal Nacional. https://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2019/02/14/campus-party-inova-ao-receber-aparelhos-usados-como-vale-ingresso.ghtml. Acesso em 15 de fevereiro de 2019.

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“No ano passado, juntamente com o Ministério da Ciência e Tecnologia, a gente arrecadou mais de 50
toneladas de equipamentos e a ideia da Campus Party é ser cada vez mais um evento sustentável”,
explicou o diretor-geral do evento, Tonico Novaes.
Dizem que é lixo eletrônico, mas eu não chamaria assim. Ou você chamaria de lixo todos os teclados
funcionando perfeitamente, embaladinhos? Todos os monitores prontos para uso, já enrolados no plástico
bolha? Todas as máquinas que já estão prontas para sair desse espaço? Tudo o que tem no galpão é
resultado de iniciativas parecidas como a da Campus Party, ou do trabalho dos funcionários que vão
buscar esse material nas empresas. Aí tudo ganha vida nova e é doado para bibliotecas, escolas ou
entidades sem fins lucrativos.
O que não tem conserto ou está muito obsoleto eles desmontam e reciclam os componentes, o que
vira grana para ajudar a manter tudo funcionando. Pena que, para fazer isso, o nosso país ainda não está
100% preparado.
“No Brasil não existe tecnologia de separação de extração do ouro, do cobre, da prata que estão nas
placas. Nós enviamos para empresas que destinam para fora do Brasil”, explicou Júlio César Hessel,
presidente do instituto.
Mesmo assim, a gente está num oásis desse deserto de componentes. Espaços como esse no Brasil
só têm seis. E aí? Como é que faz para isso virar uma realidade num país tão grande?
“A gente vai refazer os convênios e aumentar isso aqui. Pelo menos uns 27 para considerar todos os
estados da federação. Mas quanto mais melhor, a verdade é essa”, disse Wilson Diniz Wellisch, diretor
de Inclusão Digital.
A gente fica no aguardo. Quem sabe assim a gente consiga reciclar nossos próprios hábitos e entender
de vez que nenhuma tecnologia precisa ficar obsoleta. É só questão de ela se reinventar.

O que é a 4ª revolução industrial - e como ela deve afetar nossas vidas127

No final do século 17 foi a máquina a vapor. Desta vez, serão os robôs integrados em sistemas
ciberfísicos os responsáveis por uma transformação radical. E os economistas têm um nome para isso: a
quarta revolução industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas.
Eles antecipam que a revolução mudará o mundo como o conhecemos. Soa muito radical? É que, se
cumpridas as previsões, assim será. E já está acontecendo, dizem, em larga escala e a toda velocidade.
"Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como
vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será
diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes", diz Klaus Schwab, autor do
livro A Quarta Revolução Industrial, publicado este ano.
Os "novos poderes" da transformação virão da engenharia genética e das neurotecnologias, duas
áreas que parecem misteriosas e distantes para o cidadão comum.
No entanto, as repercussões impactarão em como somos e como nos relacionamos até nos lugares
mais distantes do planeta: a revolução afetará o mercado de trabalho, o futuro do trabalho e a
desigualdade de renda. Suas consequências impactarão a segurança geopolítica e o que é considerado
ético.
Então de que se trata essa mudança e por que há quem acredite que se trata de uma revolução?
O importante, destacam os teóricos da ideia, é que não se trata de um desdobramento, mas do
encontro desses desdobramentos. Nesse sentido, representa uma mudança de paradigma e não mais
uma etapa do desenvolvimento tecnológico.
"A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si
mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da
revolução digital (anterior)", diz Schwab, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial e um dos
principais entusiastas da "revolução".
"Há três razões pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira
revolução industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas.
A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na história e está interferindo quase todas as
indústrias de todos os países", diz o Fórum.
Também chamada de 4.0, a revolução acontece após três processos históricos transformadores. A
primeira marcou o ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de
1850, trouxe a eletricidade e permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do
século 20, com a chegada da eletrônica, da tecnologia da informação e das telecomunicações.

127
Valeria Perasso. O que é a 4ª Revolução Industrial e como ela deve afetar as nossas vidas. https://www.bbc.com/portuguese/geral-37658309. Acesso em 13
de janeiro de 2019.

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174
Agora, a quarta mudança traz consigo uma tendência à automatização total das fábricas - seu nome
vem, na verdade, de um projeto de estratégia de alta tecnologia do governo da Alemanha, trabalhado
desde 2013 para levar sua produção a uma total independência da obra humana.
A automatização acontece através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das
coisas e à computação na nuvem.
Os sistemas ciberfísicos, que combinam máquinas com processos digitais, são capazes de tomar
decisões descentralizadas e de cooperar - entre eles e com humanos - mediante a internet das coisas.
O que vem por aí, dizem os teóricos, é uma "fábrica inteligente". Verdadeiramente inteligente. O
princípio básico é que as empresas poderão criar redes inteligentes que poderão controlar a si mesmas.
Os números econômicos são impactantes: segundo calculou a consultora Accenture em 2015, uma
versão em escala industrial dessa revolução poderia agregar 14,2 bilhões de dólares à economia mundial
nos próximos 15 anos.
No Fórum Mundial de Davos, em janeiro deste ano, houve uma antecipação do que os acadêmicos
mais entusiastas têm na cabeça quando falam de Revolução 4.0: nanotecnologias, neurotecnologias,
robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de armazenamento de energia, drones e impressoras
3D.
Mas esses também serão os causadores da parte mais controversa da quarta revolução: ela pode
acabar com cinco milhões de vagas de trabalho nos 15 países mais industrializados do mundo.

Revolução para quem?


Os países mais desenvolvidos adotarão as mudanças com mais rapidez, mas os especialistas
destacam que as economias emergentes são as que mais podem se beneficiar.
A quarta revolução tem o potencial de elevar os níveis globais de rendimento e melhorar a qualidade
de vida de populações inteiras, diz Schwab. São as mesmas populações que se beneficiaram com a
chegada do mundo digital - e a possibilidade de fazer pagamentos, escutar e pedir um táxi a partir de um
celular antigo e barato.
Obviamente, o processo de transformação só beneficiará quem for capaz de inovar e se adaptar.
"O futuro do emprego será feito por vagas que não existem, em indústrias que usam tecnologias novas,
em condições planetárias que nenhum ser humano já experimentou", diz David Ritter, CEO do
Greenpeace Austrália/Pacífico em uma coluna sobre a quarta revolução industrial para o jornal britânico
The Guardian.
E os empresários parecem entusiasmados - mais que intimidados - pela magnitude do desafio, uma
pesquisa aponta que 70% têm expectativas positivas sobre a quarta revolução industrial.
Ao menos esse é o resultado do último Barômetro Global de Inovação, uma pesquisa que compila
opiniões de mais de 4.000 líderes e pessoas interessadas nas transformações em 23 países.
Ainda assim, a distribuição regional é desigual e os mercados emergentes da Ásia são os que estão
adotando as transformações de uma forma mais intensa que os de economias mais desenvolvidas.
"Ser disruptivo é o padrão modelo para executivos e cidadãos, mas continua sendo um objetivo
complicado de se colocar em prática", reconhece o estudo.

Os perigos do cibermodelo
Nem todos veem o futuro com otimismo: as pesquisas refletem as preocupações de empresários com
o "darwinismo tecnológico", onde aqueles que não se adaptam não conseguirão sobreviver.
E se isso acontece a toda velocidade, como dizem os entusiastas da quarta revolução, o efeito pode
ser mais devastador que aquele gerado pela terceira revolução.
"No jogo do desenvolvimento tecnológico, sempre há perdedores. E uma das formas de desigualdade
que mais me preocupa é a dos valores. Há um risco real de que a elite tecnocrática veja todos as
mudanças que vêm como uma justificativa de seus valores", disse à BBC Elizabeth Garbee, pesquisadora
da Escola para o Futuro da Inovação na Sociedade da Universidade Estatal do Arizona (ASU).
"Esse tipo de ideologia limita muito as perspectivas que são trazidas à mesa na hora de tomar decisões
(políticas), o que por sua vez aumenta a desigualdade que vemos no mundo hoje", diz.
"Considerando que manter o status quo não é uma opção, precisamos de um debate fundamental
sobre a forma e os objetivos desta nova economia", diz Ritter, que considera que deve haver um "debate
democrático" em relação às mudanças tecnológicas.
Por um lado, há quem desconfie de que se trata de uma quarta revolução: é certo que as mudanças
são muitas e profundas, mas o conceito foi usado pela primeira vez em 1940 em um documento de uma
revista de Harvard intitulado A Última Oportunidade dos Estados Unidos, que trazia um futuro sombrio
para avanço da tecnologia e seu uso representa uma "preguiça intelectual", diz Garbee.

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Outros, mais pragmáticos, alertam que a quarta revolução só aumentará a desigualdade na distribuição
de renda e trará consigo todo tipo de dilemas de segurança geopolítica.
O mesmo Fórum Econômico Mundial reconhece que "os benefícios da abertura estão em risco" por
causa de medidas protecionistas, especialmente barreiras não tarifárias do comércio mundial que foram
exacerbadas desde a crise financeira de 2007: um desafio que a quarta revolução deverá enfrentar se
quiser entregar o que promete.
"O entusiasmo não é infundado, essas tecnologias representam avanços assombrosos. Mas o
entusiasmo não é desculpa para a ingenuidade e a história está infestada de exemplos de como a
tecnologia passa por cima dos marcos sociais, éticos e políticos que precisamos para fazer bom uso dela",
diz Garbee.
Questões

01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) As criptomoedas são moedas
virtuais, utilizadas para a realização de pagamentos em transações comerciais. Além de serem
completamente virtuais, existem três características que as diferenciam das moedas regulares:
descentralização, anonimato e baixo custo de transação
(Fonte: Politize!).
Qual das moedas abaixo não é uma criptomoeda?
(A) peso
(B) petro
(C) bitcoin
(D) monero
(E) dogecoin

02. (Câmara de Piracicaba – Jornalista – VUNESP – 2019) Maior e mais complexa infraestrutura
científica já construída no Brasil, o Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, em Campinas (SP),
teve a primeira etapa inaugurada nesta quarta-feira (14.11.18), em cerimônia com a presença do
presidente da República, Michel Temer.
Orçado em R$ 1,8 bilhão, o laboratório que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e
Materiais (CNPEM) está com as obras civis concluídas e, nesta quarta (14.11.18), passará pelo primeiro
teste: uma volta de elétrons em dois dos três aceleradores que compõem o equipamento.
(G1 – https://glo.bo/2TevHX3 – Acesso em 27.04.19. Adaptado)

O novo acelerador permitirá aos pesquisadores desenvolverem tecnologias em setores considerados


estratégicos no CNPEM, dentre as quais cita-se, na área
(A) da agricultura, a pesquisa de novas sementes geneticamente modificadas que reduzirá a
dependência brasileira dos centros produtores de sementes norte• -americanos.
(B) da energia, o desenvolvimento de novos equipamentos que acelerem a produção de urânio
enriquecido, fundamental para o funcionamento das usinas Angra 1 e 2.
(C) do clima, o estudo dos elementos que compõem a alta atmosfera e que, uma vez controlados,
possibilitam a previsão de fenômenos meteorológicos como secas ou ciclones.
(D) da geologia, a pesquisa e o desenvolvimento da prospecção de recursos minerais no subsolo e na
plataforma continental, expandindo a exploração mineral do país.
(E) de saúde, o estudo do cérebro humano, o que permitirá desenvolver tratamentos e medicamentos
para doenças como Alzheimer, Parkinson e outras doenças degenerativas.

03. (TRT - 7ª Região – CESPE) Um dos efeitos adversos da popularização da Internet e das redes
sociais virtuais é a superexposição da vida pessoal de usuários, a qual pode levar a situações de
constrangimento e de risco à segurança individual. Com isso, tem-se tornado cada dia mais premente
a necessidade de se criarem estratégias pessoais e ferramentas jurídicas que garantam o
(A) acesso irrestrito às ferramentas digitais.
(B) direito à intimidade e à vida privada.
(C) exercício pleno da liberdade de expressão.
(D) anonimato de todos os usuários.

04. (Câmara de Piracicaba – Jornalista – VUNESP – 2019) Meng Wanzhou, chefe de operações
financeiras da Huawei, gigante chinesa de telecomunicações, foi presa em Vancouver, no Canadá, e deve
ser extraditada para os Estados Unidos. Os detalhes da prisão, efetuada em 1° de dezembro de 2018,
não foram divulgados, mas a empresa chinesa virou alvo de desconfiança em vários países do mundo.
(BBC – https://bbc.in/2RF5KyG – Acesso em 29.04.19. Adaptado)

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Com relação à gigante chinesa Huawei, foram levantadas suspeitas de que
(A) a empresa seria a grande fornecedora de equipamentos utilizados pela Coreia do Norte para
produzir mísseis de médio alcance.
(B) os acordos comerciais e financeiros que ela desenvolve com ditaduras africanas a tornariam hostil
às nações democráticas.
(C) a tecnologia utilizada na produção dos equipamentos 5G é resultado de espionagem industrial
contra o Reino Unido.
(D) seus equipamentos seriam usados pelo governo da China para espionar as pessoas e instituições
ao redor do mundo.
(E) a empresa teria fraudado os estudos que mostram que a matéria-prima utilizada na produção de
seus equipamentos é cancerígena.

05. (Prefeitura de Itapevi – Auditor Fiscal Tributário – VUNESP – 2019) Em 14 de novembro, a


máquina mais cara e sofisticada da ciência brasileira começou a testar suas turbinas. O projeto já
consumiu cerca de R$ 1,3 bilhão (de um total previsto de R$ 1,8 bilhão) e, quando ficar pronto, colocará
o país na vanguarda das pesquisas que utilizam esse tipo de artefato, como as que envolvem a
visualização em altíssima resolução de estruturas de vírus e proteínas (em busca de novas vacinas), de
solo (com a ideia de aprimorar fertilizantes) e de rochas e de novos materiais (para melhorar a exploração
de gás e petróleo), entre outras. (Folha de S.Paulo. https://bit.ly/2G1oHbX. Acesso em 25.jan.2019. Adaptado)
O texto destaca a inauguração do acelerador de partículas que está sendo construído
(A) em Campinas (SP).
(B) na Base de Alcântara (MA).
(C) no Rio de Janeiro (RJ).
(D) em Curitiba (PR).
(E) em Porto Alegre (RS).
Gabarito

01.A / 02.E / 03.B / 04.D / 05.A

Comentários
01. Resposta: A
Peso é o nome da moeda de vários países, normalmente de colonização espanhola, como peso
mexicano, peso chileno ou peso argentino

02. Resposta: E
A base cientif́ ica servirá de estudo em várias frentes, como “Na área de saúde, uma delas é o estudo
do cérebro humano, o que permitirá desenvolver tratamentos e medicamentos para doenças como
Alzheimer, Parkinson e outras doenças degenerativas. Também poderá melhorar o diagnóstico por
imagens, a eficácia de medicamentos e decifrar estruturas virais para desenvolvimento de vacinas.”128.

03. Resposta: B
O exemplo para esse caso foi o vazamento das fotos da atriz Carolina Dieckman: o Projeto de Lei que
resultou na “Lei Carolina Dieckmann” foi proposto em referência e diante de situação especif́ ica
experimentada pela atriz, em maio de 2012, que supostamente teve copiadas de seu computador pessoal,
36 (trinta e seis) fotos em situação íntima e conversas, que acabaram divulgadas na Internet sem
autorização129.
A Lei Carolina Dieckmann foi como ficou conhecida a Lei Brasileira 12.737/2012, tipificando os
chamados delitos ou crimes informáticos.
Os delitos previstos na Lei Carolina Dieckmann são:
1) Art. 154-A - Invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,
mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados
ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades
para obter vantagem ilícita. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
2) Art. 266 - Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de
informação de utilidade pública - Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
3) Art. 298 - Falsificação de documento particular/cartão - Pena - reclusão, de um a cinco anos e multa.
128
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2018/11/13/sirius-1a-etapa-da-maior-estrutura-cientifica-do-pais-sera-inaugurada-nesta-quarta-veja-
numeros.ghtml
129
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/historia-atualidades/atualidades-do-ano-de-2017

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04. Resposta: D
A acusação que recai sobre Wanzhou é a de que ela participou de uma conspiração para fraudar várias
instituições financeiras. As investigações apontam que ela fez parte do conselho da Skycom, empresa
baseada em Hong Kong que teria feito negócios com o Irã entre 2009 e 2014.
A empresa chinesa está sob escrutínio em diversos lugares depois que foram levantadas suspeitas de
que seus equipamentos seriam usados pelo governo da China para espionar as pessoas ao redor do
mundo. A Huawei nega com veemência essa acusação130.

05. Resposta: A
Sirius é um acelerador de partículas do tipo síncrotron localizado no município de Campinas, no interior
de São Paulo, Brasil. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), que já administra o primeiro
acelerador de partículas do Brasil, o UVX, coordena também o projeto do Sirius.

Segurança
Governo de Minas Gerais adota racionamento de água em presídios a partir deste domingo131

Segundo secretaria, detento gasta em média 88% mais água que cidadão em liberdade. Água nos
presídios poderá ser utilizada por seis horas diárias.
O racionamento de água em unidades prisionais do estado como uma medida para gerar economia
aos cofres públicos é adotada em Minas Gerais a partir deste domingo (01/12).
Atualmente, o estado tem 72 mil presos em 197 unidades.
A medida foi anunciada pelo governo do estado nesta sexta-feira (29).
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a água nos presídios
poderá ser utilizada por seis horas diárias. A medida foi definida, pois segundo a secretaria, dados do
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento mostram que um detento gasta em média 88% a
mais de água do que um cidadão em liberdade.
“É uma medida de gestão que busca eficiência no setor público, sem desperdić io do dinheiro do
contribuinte e com a garantia da manutenção dos direitos dos presos e da pessoa humana”, afirmou o
governo.
A Secretaria de Justiça garante que “a restrição do uso da água não trará prejuiź os aos trabalhos de
humanização e ressocialização realizados dentro das unidades prisionais”.
Atualmente, o gasto médio mensal com água nas unidades prisionais de todo o estado é de R$ 7,5
milhões. O governo espera economizar 10% desde valor com o racionamento.
De acordo com a Sejusp, com outras ações implantadas já houve redução de R$ 500 mensais nos
gastos com água.
Em nota, a Defensoria Pública de Minas Gerais disse que discorda da medida e estuda ingressar com
ação extrajudicial ou judicial ainda no início da semana para evitar o racionamento.

Witzel cita 'genocídio' no RJ e diz que vai à ONU pedir punições a Paraguai, Bolívia e Colômbia132

Governador disse que fronteiras deveriam ser fechadas e que vai pedir sanções aos países vizinhos
por venderem armas ao Brasil. Ele criticou a atuação da PF e do MPF: "estão neste momento em débito
com a sociedade".
O governador do RJ, Wilson Witzel, disse neste domingo (29/09) que vai recorrer à ONU para combater
a violência no RJ, que chamou de "genocídio". Em fala a jornalistas durante o Rock in Rio, ele afirmou
que vai pedir sanções aos países vizinhos que vendem armas ao Brasil, como Paraguai,
Bolívia e Colômbia.
"Todas essas ações. Trabalhando para tirar as armas...trabalhando agora junto às Nações
Unidas...levar realmente a causa do genocídio do Rio de Janeiro, que não é o governador", disse Witzel.
Witzel defendeu o fechamento de fronteiras e que a ONU deveria impor sanções aos países por
venderem armas ao Brasil.
"O próprio Conselho de Segurança da ONU pode tomar essa decisão: retaliar Paraguai, Bolívia e a
Colômbia no que diz respeito às armas em si. Ou seja, países que vendem armas para esses países têm

130
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/04/28/huawei-um-guia-simples-para-entender-por-que-a-gigante-chinesa-e-alvo-de-tanta-
polemica.ghtml
131
G1 Minas. Governo de Minas Gerais adota racionamento de água em presídios a partir deste domingo. G1 Minas Gerais. https://g1.globo.com/mg/minas-
gerais/noticia/2019/12/01/governo-de-minas-gerais-adota-racionamento-de-agua-em-presidios-a-partir-deste-domingo.ghtml. Acesso em 02 de dezembro de 2019.
132
G1 Rio. Witzel cita 'genocídio' no RJ e diz que vai à ONU pedir punições a Paraguai, Bolívia e Colômbia. https://g1.globo.com/pop-arte/musica/rock-in-
rio/2019/noticia/2019/09/29/witzel-diz-que-ha-genocidio-no-rj-e-que-vai-a-onu-pedir-punicoes-a-paises-vizinhos.ghtml. Acesso em 30 de setembro de 2019.

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que ser proibidos de fazê-lo sob pena de continuar esse massacre essa situação sangrenta que nós
vivemos hoje nas comunidades do Rio de Janeiro. E fechar a fronteira."
O governador disse que já está em contato para levar o pleito à ONU. "Eu já pedi para que nós
entremos em contato agora nessa semana com o Conselho de Segurança da ONU para que eu possa
expor o que está acontecendo no Rio de Janeiro e pedir providências junto a esses países", afirmou.

Especialista contesta discurso


O professor de Política Internacional da UERJ Paulo Velasco contestou a fala de Witzel e afirmou que
a violência no RJ não pode ser classificada como genocídio e que o governo estadual não poderia fazer
diretamente este pedido à ONU. Segundo ele, essa demanda caberia ao governo federal.
"É difícil caracterizar como genocídio o que acontece aqui. Ele como juiz federal deveria saber. Até
para fazer concurso para juiz federal, uma das disciplinas é Direito Internacional", disse Velasco. "Existe
uma definição dada pelo Direito Internacional para entender o que é genocídio. Uma definição aprovada
em convenção da ONU em 1948. O genocídio é entendido como a violência com o objetivo de destruir no
todo ou em parte grupos étnicos, raciais, religiosos. Então, tem que haver uma violência praticada
deliberadamente contra um grupo com o objetivo de destruí-los."
"Não tem (condição de pedir diretamente ao Conselho de Segurança da ONU). Quem tem
representação na ONU é o estado brasileiro. Caso o estado do Rio de Janeiro estivesse em uma situação
de violência extrema e quisesse algum tipo de interação com a ONU teria que ser feito via governo
federal", explica Velasco.
"Muito embora exista a paradiplomacia, as unidades da federação terem atividades internacionais, isso
é mais para acordos culturais, questões comerciais. Nunca para questões que digam respeito a paz e a
segurança, muito menos a interação direta com o Conselho de Segurança."

Crítica à atuação federal na segurança


Witzel falou de forma incisiva contra a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal no
combate ao tráfico de armas e drogas.
"Será que eu estou falando em outra língua? Eu fui juiz federal durante 17 anos. Quem investiga o
tráfico de armas e de drogas é a Polícia Federal. É o Ministério Público Federal. Então eles estão neste
momento em débito com a sociedade. É preciso explicar, mostrar os números, os promotores federais
têm que vir a público para dizer o que eles estão fazendo para impedir que essa quantidade de armas
chegue ao Rio de Janeiro."

Caso Ágatha
Em seu discurso, Witzel repetiu que o Rio de Janeiro é a segunda capital mais segura do Brasil e
criticou a imprensa por só mostrar o lado negativo da cidade. Ele rechaçou críticas de que adote uma
política de confronto, que promova a violência.
"Eu não quero celebrar a morte de ninguém. Muito pelo contrário, nós queremos celebrar a vida e
exatamente para que a vida seja celebrada é que nós vamos ter que agir de forma muito rigorosa contra
o tráfico de armas e drogas no nosso estado no Brasil", disse.
Questionado sobre o protesto da cantora Lellê, que lembrou a morte da menina Ágatha e da vereadora
Marielle Franco no primeiro dia de Rock in Rio, Witzel afirmou que estão "fazendo palanque" com a morte
de uma criança e que "quem embarca na história está falando contra quem está fazendo um bom
trabalho".
"Querer fazer palanque de uma criança ou quem quer que seja um palco político, isso para a oposição
é uma indecência. E quem embarca nessa história...nós temos que respeitar a diversidade, mas quem
embarca nessa história está dando eco a uma política perversa contra algo que está sendo bem feito."

Presos de Altamira são mortos dentro de caminhão durante transferência para Belém; Segup e
MP apuram o caso133

Quatro participantes da briga entre facções foram encontrados mortos com sinais de sufocamento,
segundo a Susipe. Eles pertenciam à facção que começou a briga e atacou rivais em prisão.
Quatro envolvidos na briga entre facções que resultou no massacre do presídio de Altamira foram
mortos durante o transporte para Belém, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup).
Com isso, o número de mortos no confronto chega a 62.
133
Thais Rezende. Gabriela Azevedo. Presos de Altamira são mortos dentro de caminhão durante transferência para Belém; Segup e MP apuram o caso. G1
Pará. https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2019/07/31/presos-de-altamira-sao-mortos-dentro-de-onibus-durante-transferencia-para-
belem.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 01 de agosto de 2019.

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O governo do Pará apura as circunstâncias em que os crimes ocorreram. As mortes foram entre os
municípios de Novo Repartimento e Marabá, entre as 19h terça-feira (30/07) e 1h desta quarta (31/07).
Os presos eram levados algemados dentro de um caminhão, dividido em duas celas.
Os corpos foram encontrados na manhã desta quarta (31/07) com sinais de sufocamento, conforme
informou a Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe). O órgão não deu detalhes de como
ocorreu o sufocamento.
Por volta de 16h de quarta-feira, o governo divulgou o nome dos mortos:
- Dhenison de Souza Ferreira
- José Ítalo Meireles Oliveira
- Valdenildo Moreira Mendes
- Werik de Sousa Lima

De acordo com a Segup, os mortos são da mesma facção (Comando Classe A) e ocupavam a mesma
cela no Centro de Recuperação Regional de Altamira. Foi essa facção que atacou integrantes do
Comando Vermelho, facção rival. Os outros 26 presos que estavam no veículo e que seriam levados para
a capital foram colocados em isolamento e serão ouvidos pela polícia.
O caminhão tem quatro celas e a capacidade para até 40 presos –no momento dos crimes, 30 eram
transportados. O Estado informou que não possui caminhão com celas individuais.
De acordo com a Segup, 21 presos já estão em Belém. Todos chegaram na terça-feira (30/07).
Dezesseis são líderes de facções e dez deles irão, posteriormente, para o regime federal, os demais
serão redistribuídos nas penitenciárias estaduais.
O governo do Estado confirmou a chegada de 40 agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária
(FTIP) em Belém na tarde desta quarta, para atuarem em atividades de guarda, vigilância e custódia de
presos.

MP acompanha o caso
O Ministério Público do Pará (MPPA) divulgou uma nota informando que está acompanhando as
investigações sobre a rebelião e que instaurou um inquérito civil para apurar as mortes ocorridas no
presídio. A nota disse ainda que o MP passou a acompanhar as investigações sobre a morte dos quatro
detentos durante a transferência. "O MP reforça ainda que acompanha de perto todos os desdobramentos
e investigações necessários ao esclarecimento dos fatos e responsabilização criminal, cível e
administrativa conforme apurado", disse.

Massacre no presídio
Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos.
Na segunda-feira (29/07), líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram cela onde estavam internos
do Comando Vermelho (CV). De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará
(Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado
carbonizado nos escombros do prédio.
Após as mortes, o governo do estado determinou a transferência imediata de dez presos para o regime
federal. Outros 36 seriam redistribuídos pelos presídios paraenses.
Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira como
superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 311 custodiados, mas a capacidade
máxima é de 200 internos. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, dos 311 presos,
145 ainda aguardavam julgamento.

Em cinco meses, Brasil registra 17,9 mil mortes violentas; queda é de 22% em relação ao ano
passado134

No mesmo período de 2018, houve 23.015 assassinatos. Índice nacional de homicídios criado pelo G1
acompanha os crimes violentos mês a mês. Queda nos assassinatos foi antecipada pelo Monitor da
Violência.
O Brasil registrou uma queda de 22% nas mortes violentas nos primeiros cinco meses deste ano em
comparação com o mesmo período de 2018. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo
G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

134
G1. Em cinco meses, Brasil registra 17,9 mil mortes violentas; queda é de 22% em relação ao ano passado. G1 Monitor da Violência.
https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2019/07/13/em-cinco-meses-brasil-registra-179-mil-mortes-violentas-queda-e-de-22percent-em-relacao-ao-ano-
passado.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 15 de julho de 2019.

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180
Somente em maio, houve 3.521 assassinatos, contra 4.327 no mesmo mês do ano passado. Já no
período que engloba os cinco meses, foram 17.907 mortes violentas — 5,1 mil a menos que o registrado
nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio de 2018.
A tendência de queda nos homicídios do país foi antecipada pelo G1 no balanço dos dois primeiros
meses do ano, que apresentaram redução de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, e no
balanço das mortes violentas de 2018, que teve a maior queda dos últimos 11 anos da série histórica do
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com 13%.
O número de assassinatos, porém, continua alto.
O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1com o Núcleo de Estudos da
Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os dados apontam que:


- houve 5.108 mortes a menos nos primeiros cinco meses de 2019
- 23 estados e o DF apresentaram redução de assassinatos no período
- dois estados tiveram quedas superiores a 30%: Sergipe e Ceará
- apenas três estados registraram alta de assassinatos: Piauí, Tocantins e Roraima

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


181
Três estados tiveram aumento de assassinatos nos primeiros cinco meses de 2019. Veja, abaixo, a
justificativa de cada um deles:

- Piauí: Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Piauí diz que o aumento no número de crimes
em maio de 2019 "foi considerado atípico" por conta de casos no interior do estado e que, no mesmo
período, houve queda nos números na capital.
- Tocantins: A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins diz que em junho foi registrada uma
redução de 31,41% nos índices de CVLI, "o que representa uma estabilização nos índices destes tipos
criminais no primeiro semestre, sendo buscado por estratégias de integração entre as forças de
segurança locais, conforme preconizado no Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social
(PESSE)". Segundo a pasta, trata-se de um enfrentamento sistemático e organizado da criminalidade
visando a sua efetiva redução. "A SSP-TO tem realizado estudos e mapeamento dos locais e causas
deste tipo de violência no estado, marcado, em especial, por ações típicas de execução de grupos
criminosos, instituindo uma Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DRACCO) para o fortalecimento
das ações de prevenção e repressão, além da intensificação das operações integradas, tanto no âmbito
de investigações qualificadas como no aumento do policiamento ostensivo, nos casos em que isso se
releve a medida mais adequada."
- Roraima: A Secretaria de Segurança Pública de Roraima não informa o motivo para o aumento da
violência e diz ainda que o setor de estatística vai rever os dados de violência do estado.
Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR
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Tendência de queda
Para entender o que pode estar por trás da tendência de queda, o G1 foi a fundo nos cenários de
segurança pública de três estados que se destacaram por suas reduções desde 2018: Acre, Ceará e Rio
Grande do Norte.
Especialistas, integrantes e ex-integrantes dos governos e entidades foram consultados para levantar
as principais medidas tomadas nos estados que podem ter resultado na queda da violência. Saiba mais.
Entre as medidas adotadas estão:

- ações mais rígidas em prisões, como constantes operações de revistas e implantação do Regime
Disciplinar Diferenciado (RDD)
- isolamento ou transferência de chefes de grupos criminosos para presídios de segurança máxima
- criação de secretaria exclusiva para lidar com a administração penitenciária
- criação de delegacia voltada à investigação de casos de homicídios
- integração entre as forças de segurança e justiça

Como o levantamento é feito


A ferramenta criada pelo G1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos
mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios),
latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes
violentos letais e intencionais.
Jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitam os dados, via assessoria de imprensa e via Lei de
Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de
Segurança Pública.
Em março, o governo federal anunciou a criação de um sistema similar. Os dados, no entanto, não
estão atualizados como os da ferramenta do G1. O último mês disponível é fevereiro de 2019 (e não há
números de todos os estados).
Os dados coletados mês a mês pelo G1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial.
Isso porque é mais difícil obter números em tempo real e de forma sistemática com os governos estaduais.
O balanço de 2018 foi publicado pelo Monitor da Violência separadamente, em abril.

Datafolha: 64% dos brasileiros são contra a posse de armas135

Apenas 27% dos entrevistados ouvidos pela pesquisa disseram já ter cogitado a compra de uma arma.
Aproximadamente três meses após a assinatura de decreto presidencial que flexibiliza a posse de
armas, levantamento do Instituto Datafolha concluiu que a maioria da população é contra a medida. Em
pesquisa divulgada, nesta quinta-feira (11/04), pelo jornal Folha de S. Paulo, 64% dos entrevistados
concordam com a afirmação que “a posse de armas deve ser proibida, pois representa ameaça à vida de
outras pessoas”. Já 34% concordam que “possuir uma arma legalizada deveria ser um direito do cidadão
para se defender”.
O Datafolha ouviu 2.806 entrevistados em 130 municípios do país, nos dias 2 e 3 de abril. A pesquisa
tem margem de erro máxima de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de
confiança de 95%.
135
Veja. Datafolha: 64% dos brasileiros são contra a posse de armas. https://veja.abril.com.br/brasil/datafolha-64-dos-brasileiros-sao-contra-a-posse-de-armas/.
Acesso em 11 de abril de 2019

Apostila gerada especialmente para: VOCÊ ALUNO UNOPAR


183
Em relação à frase “a sociedade brasileira seria mais segura se as pessoas andassem armadas para
se proteger da violência”, 72% das pessoas ouvidas discordaram, enquanto 26% delas concordaram total
ou parcialmente.
Apenas 27% dos entrevistados disseram já ter cogitado a compra de uma arma. E 20% afirmaram que
podem considerar comprar armamentos após o governo ter flexibilizado a legislação.
O pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, também foi foco da pesquisa, abordando
pontos como a redução de penas a policiais que venham a matar em serviço, alegando legítima defesa.
No levantamento do Datafolha, para 81% dos brasileiros, a polícia não deve ter liberdade para atirar em
suspeitos sob o risco de atingir inocentes. Já 17% admitem esse tipo de ação.
Dentre os entrevistados, 79% afirmaram que policiais que matam devem ser investigados. Em outro
questionamento, 51% dos entrevistados dissera que têm “mais medo que confiança” da polić ia, enquanto
47% declararam ter “mais confiança que medo”.

Polícia divulga nome dos assassinos de Suzano136

Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, invadiram escola na
Grande São Paulo e mataram 8.
A polícia divulgou os nomes dos assassinos que mataram 8 pessoas, sendo 4 adolescentes, na Escola
Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo.
São eles: Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos. Os dois
cometeram suicídio em seguida. Castro completaria 26 anos no próximo sábado.
O ataque ocorreu por volta das 9h30 desta quarta-feira (13/03). Quatro dos mortos no local são alunos
do ensino médio. Outros dois adolescentes foram socorridos, mas morreram no hospital. Duas das vítimas
são funcionárias da escola.

Resumo

- Os atiradores mataram 8 pessoas e se mataram em seguida


- As vítimas ainda não foram identificadas
- Os autores do crime são Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Henrique de Castro, de 25 anos
- 23 pessoas foram levadas a hospitais. Entre elas, há pessoas que ficaram feridas e outras que
passaram mal após o ataque
- Ainda não se sabe o motivo do ataque e o vínculo dos atiradores com a escola
- Uma testemunha disse que viu um deles com arma de fogo e outro, com uma faca
- A PM encontrou no local um revólver 38, uma besta (um artefato com arco e flecha), objetos que
parecem ser coquetéis molotov e uma mala com fios
- Antes de os criminosos entrarem na escola, eles balearam um homem nas proximidades da escola

Ataque
Os autores do crime chegaram à escola em um carro branco. Eles entraram pela porta da escola, que
estava aberta.
"Eles ingressaram na escola, atiraram na coordenadora pedagógica, atiraram numa outra funcionária.
Estava na hora do lanche, eles se dirigiram ao pátio, atiraram em mais quatro alunos do ensino médio.
Nesse horário, só havia alunos do ensino médio, e [os autores do ataque] dirigiram-se ao centro de
línguas. Os alunos do centro de línguas se fecharam na sala com a professora e eles [criminosos] se
suicidaram no corredor", disse o coronel Marcelo Salles, comandante-geral da PM.
O coronel Salles afirmou que, antes de entrar na escola, os criminosos balearam um homem em um
lava-rápido próximo à escola. Ele passa por cirurgia na Santa Casa de Suzano e está em estado
gravíssimo.

Arsenal
Dentro da escola, a polícia encontrou um revólver 38, quatro jet luders, que são plástico para
recarregamento de arma, uma besta (um tipo de arco e flecha que dispara na horizontal), um arco e flecha
tradicional e garrafas que aparentam ser coquetéis molotov. Guilherme, um dos autores do ataque, tinha
uma espécie de machado na cintura.
Há ainda uma mala com fios. O esquadrão antibombas foi chamado, mas a polícia ainda não informou
se havia material explosivo no local.
136
G1. Polícia divulga nomes dos assassinos de Suzano. G1 Mogi das Cruzes. https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/13/policia-
divulga-nome-dos-atiradores-de-suzano.ghtml. Acesso em 13 de março de 2019.

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184
Doria anuncia que vai privatizar novos presídios do estado de SP137

Modelo de PPP será adotado em quatro novas penitenciárias que já estão em fase de obras.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (18/01) que vai privatizar
os novos presídios construídos no estado com o modelo de parcerias público-privadas (PPPs).
De acordo com a gestão, a administração de quatro das 12 novas penitenciárias que já estão em fase
de obras será concedida à iniciativa privada em editais que devem ser lançados ainda neste ano. Outros
três complexos penitenciários que estão previstos também devem entrar no modelo. As unidades que
serão privatizadas não foram informadas.
Segundo Doria, o modelo PPP a ser adotado tem como referências o presídio da cidade de Ribeirão
das Neves, em Minas Gerais, e também o sistema norte-americano. Estão previstas viagens de
secretários tanto para Minas quanto para os EUA para reuniões de avaliações de formatos.
"Nós basearemos a gestão em critérios de qualidade, melhorando as condições do apenado,
oferecendo parque fabril interno capaz de ressocializar o apenado com trabalho", afirmou o secretário de
Administração Penitenciária, coronel Nivaldo Restivo.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) disse em nota que ainda é estudado "o modelo ou
modelos de PPP que serão adotados".

Informação corrigida
Durante o anúncio para a imprensa, Doria chegou a dizer que todos os 171 presídios do estado seriam
privatizados gradativamente ao longo da gestão, mas a informação foi corrigida posteriormente pelo vice-
governador e secretário de Governo, Rodrigo Garcia.
"Nós temos hoje 171 presídios em São Paulo funcionando com 230 mil presos. Esse sistema continua
assim. As melhorias nesse sistema serão de obras complementares. Ele é estatal”, disse Garcia.
“Temos hoje 12 presid ́ ios em obras, dos quais oito já têm funcionários públicos concursados
contratados. Não tem sentido racional desistimos disso. Os quatro que ainda não têm funcionários e
qualquer outra decisão de novo presídio é que serão via PPP", acrescentou o secretário.

Cartão de crédito
O governador também anunciou que, a partir de agora, todos os pagamentos de impostos do estado
poderão ser feitos por meio de cartão de crédito.

Questões

01. (CISAS/SC – Auxiliar Administrativo – PS Concursos/2019) O presidente Jair Bolsonaro


assinou, no dia 08 de maio de 2019, o decreto que altera as normas sobre o direito ao porte de armas e
munições, autorização para transportar arma fora de casa. As novas regras se somam às normas sobre
posse de armas, que tratam do direito de ter armas em casa e também foram flexibilizadas por meio de
decreto assinado no 15º dia do governo de Bolsonaro.
Com relação as mudanças nas regras, e de acordo com matéria publicada pelo portal G1 em 8 de
maio de 2019, assinale a alternativa INCORRETA:
(A) Entre as mudanças, está a inclusão, na lista de armas permitidas, daquelas que antes eram de uso
privativo de forças de segurança, como a pistola 9 mm e o revólver calibre .40, comumente utilizado por
policiais civis e militares.
(B) Com a mudança do novo decreto, o proprietário rural com posse de arma de fogo fica autorizado
a utilizar a arma, sem especificação de qual modelo, em todo o perímetro da propriedade.
(C) Antes deste novo decreto assinado dia 08/05/2019, o Certificado de Registro de Arma de Fogo só
autorizava, para os proprietários rurais, uso da arma no interior de casa ou nas dependências dela ou no
local de trabalho.
(D) O novo decreto também definiu que poderão ser adquiridas o valor máximo de 100 unidades de
munição por ano, tanto para munição convencional quanto para a de uso restrito. Antes, o valor máximo
era de apenas 50 unidades.
(E) Com as mudanças no decreto, o prazo de validade do Certificado de Registro de Arma de Fogo
passa para 10 anos. Assim, os documentos relativos à posse e ao porte terão o mesmo prazo de validade.

137
Marina Pinhoni. Doria anuncia que vai privatizar novos presídios do estado de SP. G1. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/01/18/doria-anuncia-
que-vai-privatizar-novos-presidios-do-estado-de-sp.ghtml. Acesso em 21 de janeiro de 2019.

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185
02. (TER-AP – Analista Judiciário – CESPE) A segurança é um item de crescente preocupação da
população brasileira. Esta preocupação é resultante
(A) da descoberta, apenas recentemente, da existência de grupos econômicos e sociais envolvidos no
comércio ilícito das drogas.
(B) de uma onda episódica de acasos policiais que envolvem personalidades políticas nacionais.
(C) da percepção da sociedade brasileira da urgência do tema bem como de suas causas profundas
e imediatas, como a crise no próprio sistema de segurança do Estado.
(D) de uma visão passional e imediatista da população brasileira em relação a problema global que
atinge todo o mundo.
(E) de uma visão limitada do país e manipulada pelos grandes conglomerados da comunicação
nacional.

Gabarito

01.D / 02.C

Comentários

01. Resposta: D
No caso das armas para defesa pessoal liberadas pelas regras anteriores, o decreto nº 9.797/19
aumentou de 50 para 5.000 o limite de projéteis que podem ser adquiridos por ano.
Já no caso de armas de caçadores, atiradores e colecionadores, que têm um registro especial, o teto
cresceu de 500 para 1.000 balas por arma - dependendo do calibre, o limite também pode chegar a
5.000138.
02. Resposta: C
A percepção da sociedade da ausência do Estado em determinadas regiões já ultrapassa apenas as
grandes cidades. A percepção do fracasso das instituições oficiais só é aumentada pelas notícias
recorrentes a respeito dos problemas de segurança enfrentados no país, vide o exemplo:
< https://oglobo.globo.com/rio/crise-da-seguranca-no-estado-tambem-marcada-por-falhas-na-comunicacao-21849743>

Energia

Produção de petróleo do Brasil alcança 1 bilhão de barris pela 1ª vez na história em 2019139

No ano passado, produção de petróleo avançou 7,78% e chegou a 1,018 bilhão de barris.
A produção de petróleo do Brasil avançou 7,78% no ano passado e ultrapassou a marca de 1 bilhão
de barris pela primeira vez na história, acumulando 1,018 bilhão de barris no período, informou a Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quarta-feira (22/01).
Já a produção de gás natural do país cresceu 9,46% no ano passado, somando 44,724 bilhões de
metros cúbicos.
Segundo a agência reguladora, o pré-sal foi responsável pela produção de 633,98 milhões de barris
no consolidado de 2019, além de 25,906 bilhões de metros cúbicos de gás natural - altas de 21,56% e
23,27% na comparação anual, respectivamente.
Dezembro representou um novo recorde mensal para a produção de petróleo no país, com
bombeamento médio de 3,106 milhões de barris por dia, alta de 15,44% ante igual período de 2018 e
0,52% acima do recorde verificado exatamente no mês anterior.
Já a produção média de gás natural atingiu no mês passado o recorde de 137,8 milhões de metros
cúbicos/dia, avanço de 21,19% no ano a ano e crescimento de 0,87% em relação a novembro, disse a
ANP.
A produção no pré-sal correspondeu a 66,82% da produção nacional em dezembro, com 2,655 milhões
de barris de óleo equivalente por dia. O campo de Lula, na Bacia de Santos, foi o maior produtor no
período.

138
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48391614
139
Reuters. Produção de petróleo do Brasil alcança 1 bilhão de barris pela 1ª vez na história em 2019. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/22/producao-de-petroleo-do-brasil-alcanca-1-bilhao-de-barris-pela-1a-vez-na-historia-em-2019.ghtml. Acesso em 23
de janeiro de 2020.

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186
Sul e Sudeste concentram 70% dos consumidores que geram a própria energia140

Segundo a Aneel, das 166,5 mil unidades que compõem a Geração Distribuída, 117,5 mil estão nessas
regiões. Agência discute fim de incentivos para quem produz a própria energia.
As regiões Sudeste e Sul concentram 70% dos consumidores brasileiros que produzem a própria
energia, apontam dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Estão ligadas a esse sistema, chamado oficialmente de Geração Distribuída, 166.497 unidades em
todo o país. O número reúne casas, comércios, condomínios e fazendas (que normalmente produzem
energia para atender a grandes consumidores, como shoppings ou supermercados).
Desse total, 117,5 mil (70,6%) estão nos estados do Sudeste e do Sul país. As duas regiões abrigam
56,3% da população.
A região Centro-Oeste, que vem em terceiro lugar, abriga 23.105 unidades que produzem a própria
energia. No Nordeste e no Norte são 22.654 e 3.197 unidades, respectivamente.

Mudança nas regras


A Geração Distribuída se tornou o centro de uma polêmica desde que a Aneel anunciou, no ano
passado, a intenção de rever as regras para adesão a esse sistema.
Hoje, quem gera a própria energia fica isento de pagar algumas taxas pelo uso do sistema elétrico. A
Aneel defende a retirada desses incentivos sob dois argumentos:
- que os custos estão sendo suportados pelo restante dos consumidores, que não geram a própria
energia e têm renda menor, e
- que o investimento para entrar na Geração Distribuída já caiu consideravelmente.
Como na maioria dos casos (98%) essa geração própria é feita por meio de painéis solares, as
discussões passaram a abranger também as políticas públicas para o desenvolvimento de fontes
alternativas de energia no país, especialmente no caso do uso do sol.
A polêmica aumentou depois que o presidente Jair Bolsonaro anunciou que estava "sepultada"
qualquer possibilidade de retirada de incentivos e de aplicação de taxas sobre consumidores que geram
a própria energia por meio de painéis solares.
Bolsonaro anunciou ainda um acordo com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia
(DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), para reverter no Congresso uma eventual decisão da Aneel no
sentido de taxar a geração própria.
Depois das declarações do presidente, a agência deve suspender as discussões sobre as novas
regras, que estavam previstas para entrar em vigor a partir deste ano.
"Liguei para o Rodrigo Maia, liguei para o Davi Alcolumbre. Como quem decide isso é a Aneel, por
acaso a Aneel viesse a taxar, se eles derrubariam via projeto de decreto legislativo essa decisão. O Davi
Alcolumbre topou, o Rodrigo Maia foi mais além: 'vamos até evitar, vamos pôr um ponto final nessa novela,
tá? Algum parlamentar deve apresentar um projeto para taxação zero e a gente bota para votar em regime
de urgência'", disse Bolsonaro a jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada.
"Então está definido, está sepultado qualquer possibilidade de taxar energia solar", afirmou o
presidente, que disse ainda que a posição de seu governo é de "tarifa zero" para a geração própria de
energia.

Aneel vota nesta terça proposta que reduz incentivo para quem quer gerar a própria energia141

Mudanças devem entrar em vigor em 2020. Segundo relator, alterações poderão elevar de 4,5 para 7
anos o prazo para recuperação do investimento em painéis solares.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vota nesta terça-feira (15/10) proposta para alteração
das regras da chamada geração distribuída, sistema pelo qual consumidores podem produzir sua própria
energia, normalmente por meio do uso de painéis solares.
Como já era esperado, o texto vai prever medidas que acabam por reduzir incentivos para a adesão a
esse sistema. O tema vem sendo tratado na agência desde o início deste ano.
A Aneel vem defendendo a mudança sob o argumento de que os custos dos incentivos para quem
gera a própria energia acabam sendo pagos depois pelos demais consumidores.

140
Fábio Amato. Sul e Sudeste concentram 70% dos consumidores que geram a própria energia. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/10/sul-e-sudeste-concentram-70percent-dos-consumidores-que-geram-a-propria-energia.ghtml. Acesso em 10 de
janeiro de 2020.
141
Fábio Amato. Aneel vota nesta terça proposta que reduz incentivo para quem quer gerar a própria energia. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/15/aneel-vota-nesta-terca-proposta-que-reduz-incentivo-para-quem-quer-gerar-a-propria-energia.ghtml. Acesso em
15 de outubro de 2019.

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187
O relator da proposta é o diretor da Aneel Rodrigo Limp. Segundo ele, se as alterações forem
aprovadas, a expectativa é que o prazo médio para que um consumidor residencial recupere o
investimento na instalação de seu gerador aumentará dos atuais 4,5 anos para cerca de 7 anos.
Depois de votada pela diretoria da agência, a proposta vai passar por consulta pública e pode sofrer
alterações.
A agência espera que as mudanças comecem a valer em 2020. Entretanto, a nova regra proposta
prevê gatilhos para a retirada dos incentivos. Isso quer dizer que o aumento do prazo para recuperação
do investimento não será imediato.
Além disso, as mudanças vão atingir somente aqueles que aderirem à geração distribuída depois que
as novas regras começarem a valer.
Entretanto, para os consumidores da chamada geração remota, ou seja, que geram a própria energia
em um local distante do ponto em que consomem, a previsão é de que as mudanças serão mais rápidas
e, a perda de atratividade do investimento, maior.

Como funciona o incentivo


Quando um consumidor adere à geração distribuída, passa a produzir energia em casa ou no trabalho.
Essa energia pode ser consumida imediatamente ou então ser transmitida para a rede da distribuidora
e compensada depois. Nesse caso, a rede da distribuidora acaba funcionando como uma bateria.
A regra atual prevê incentivos para quem participa desse sistema, entre os quais a isenção do
pagamento de tarifas pelo uso do sistema elétrico. Porém, outros consumidores acabam bancando esses
incentivos.
"Clientes que não possuem painéis solares ou outras formas de fazer geração distribuída em suas
casas ou empresas pagam a conta por aqueles que fazem geração distribuída", informou, em nota, a
Aneel.
De acordo com a agência, o objetivo da mudança proposta nesta terça é justamente evitar que o custo
desses incentivos sejam repassados aos demais consumidores.
O reflexo disso é que a conta de luz de quem fizer parte da geração distribuída ficará mais cara e,
consequentemente, o prazo para reaver o investimento na instalação, por exemplo, de painéis solares,
vai ficar mais longo.

Governo tenta reduzir preço do gás natural com abertura de mercado

Expectativa é que a medida gere redução nos preços da energia elétrica, mas especialistas apontam
que sucesso do projeto depende de fatores como melhorar da infraestrutura.
O governo está discutindo medidas para mudar o mercado de gás natural no Brasil, com o objetivo de
baratear os preços. Na prática, a ideia é acabar com o monopólio da Petrobras nessa área, permitindo
assim a concorrência entre diversas empresas.
A queda de custo deve atingir principalmente os principais consumidores do gás natural – a indústria
e o setor de energia termelétrica. Mas a expectativa do governo é que essa redução seja repassada ao
consumidor final.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o mercado de gás e as mudanças que estão sendo
analisadas:

O que é o gás natural?


O gás natural é um combustível fóssil normalmente encontrado em camadas profundas do subsolo,
associado (dissolvido) ou não ao petróleo. Ele é extraído por meio de perfurações, tanto em terra quanto
no mar. No Brasil, a maior parte da produção é associada ao petróleo.
O gás natural é usado como combustível no transporte e nas usinas termelétricas, bem como fonte de
energia em casas, fábricas e estabelecimentos comerciais. Também pode ser convertido em ureia,
amônia e outros produtos usados como matéria-prima em diversas indústrias.

Quanto o Brasil produz?


Segundo o dado mais recente da ANP, em abril o país produziu 113 milhões de metros cúbicos por dia
de gás natural. Em todo o ano de 2018, foram produzidos 40,8 bilhões de metros cúbicos, uma média
diária de 111 milhões de metros cúbicos ao dia - o que representa aumento de 1% na comparação com
2017.

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188
Onde ele é usado? Por quem?
A grande consumidora de gás natural no país é a indústria, que usa 52% do total produzido. As fábricas
utilizam o gás como combustível para fornecimento de calor e geração de eletricidade, mas também como
matéria-prima nos setores químico e petroquímico, principalmente para a produção de metanol e de
fertilizantes. É usado ainda como redutor siderúrgico na fabricação de aço.
Em seguida, com 33%, está o setor de geração elétrica, com as termelétricas. Depois vem o uso como
combustível automotivo (GNV), com 9%. Outros 4% são utilizados por cogeração de energia, enquanto o
uso residencial (em fogões e para aquecimento de chuveiros, por exemplo) e o feito por estabelecimentos
comerciais respondem, cada um, por apenas 1% do consumo total.

Qual a diferença para o gás de cozinha?


O gás natural que chega à residência dos consumidores é o gás encanado. O chamado gás de cozinha,
vendido em botijões, é de outro tipo: o gás liquefeito de petróleo (GLP). O primeiro é composto
principalmente por metano e etano e é uma substância mais leve que o ar, enquanto o segundo é uma
mistura de hidrocarbonetos, entre eles os gases butano e propano, e é mais pesado do que o ar.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que, com a medida, "o país, em cima da energia barata,
vai acelerar o crescimento, vai se reindustrializar, e isso vai chegar também no botijão de gás" de cozinha.
No entanto, ainda não está claro como a medida pode baratear o gás de cozinha. Especialistas ouvidos
pelo G1 apontam que o processo de obtenção do gás de cozinha é diferente do gás natural.
“São processos industriais diferentes, formas de distribuir diferentes”, diz Fernanda Delgado,
pesquisadora da FGV Energia. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires,
aponta que o GLP “é um derivado [de petróleo], e quem fixa preço de derivado é o mercado internacional”.

Como o gás chega ao consumidor?


Depois de extraído, o gás natural precisa passar por unidades de processamento, onde é transformado
em produtos que servirão de combustível ou matéria-prima para a indústria. Ele também pode ser
importado de outros países na forma liquefeita, via navios – nesse caso, precisa passar por um processo
chamado "regaseificação", feito em terminais.
Já tratado, o gás é transportado por uma malha de gasodutos até as distribuidoras. As distribuidoras
fornecem o produto a casas, fábricas e estabelecimentos comerciais por meio de sua rede.

Quem produz gás natural no Brasil?


Além da Petrobras, o país tem cerca de 30 outras empresas que produzem gás natural. Mas a estatal
responde pela grande maioria da produção. Em abril, por exemplo, cerca de 98% do gás natural produzido
no Brasil veio da Petrobras. No mesmo mês, as empresas com maior produção depois da Petrobras foram
Total E&P do Brasil, Shell Brasil, Petro Rio Jaguar, Equinor Brasil e Queiroz Galvão, que produziram,
juntas, cerca de 1,5% do total nacional.

Quem distribui?
Em geral, a distribuição de gás natural é feita separadamente por estado, na maioria por empresas
estatais. Apenas o estado de São Paulo é abastecido por mais de uma companhia. Além da Petrobras,
que atua no ES, existem outras 26 distribuidoras no país. São elas:
Sulgás (RS), SCGÁS (SC), Compagas (PR), MSGÁS (MS), Goiasgás (GO), Rongas (RO), CEBGAS
(DF), MTGás (MT), Cigás (AM), Gás do Pará (PA), Gasap (AP), Gasmar (MA), Gaspisa (PI), Cegás (CE),
Copergás (PE), Potigas (RN), PBGÁS (PB), Bahiagás (BA), ALGÁS (AL), Sergas (SE), Gasmig (MG),
Comgas (SP) e GasBrasiliano (SP), Ceg (RJ), Ceg Rio (RJ) e Gas Natural Fenosa (SP) – as três últimas
compõem a Naturgy.
A Petrobras, por meio da Gaspetro, tem participação em 19 dessas companhias. Roraima, Tocantins
e Acre não têm distribuição de gás natural.

Qual o tamanho da Petrobras nesse mercado?


Segundo o governo, a estatal responde por 77% da produção nacional e por 100% do que é importado
de outros países. É sócia de 20 das 27 distribuidoras do país, e consome 40% da oferta total. A empresa
opera praticamente 100% das infraestruturas essenciais, e detém toda a capacidade da malha de
transporte, com participação em todos os dutos.

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189
Quanto custa?
O preço do gás natural do Brasil é alto na comparação com outros países, de cerca de US$ 13 por
metro cúbico. Nos Estados Unidos, por exemplo, o preço é de aproximadamente US$ 3 e em países da
Europa, US$ 7.

O Brasil produz todo o gás natural que consome?


Não. O país não é autossuficiente na produção de gás e, portanto, ainda importa boa parte do gás que
consome.

Qual é a ideia do governo?


O objetivo do governo é aumentar o número de empresas atuantes no mercado de gás, rompendo
assim o monopólio da Petrobras. A ideia é que, com mais empresas competindo no mercado, o preço
seja reduzido.
Para isso, a ideia é que a Petrobras se comprometa a vender distribuidoras e transportadoras de gás
natural. A estatal também deve abrir mão da exclusividade de uso da capacidade dos dutos – atualmente,
essa exclusividade impede que outras empresas acessem a rede, obrigando-as a vender sua produção
para a Petrobras para que ela seja escoada.
O governo também vai incentivar os estados a abrirem mão do monopólio de distribuição, ou seja,
privatizarem as companhias que levam o gás até os consumidores.

Qual a redução de preço esperada?


O ministro Paulo Guedes disse “pode ser que caia 40% em menos de dois anos até”. Já o ministro de
Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirma que o mercado vai regular o preço. “Não somos nós que
vamos dizer quanto que o valor do gás vai cair ou não. A expectativa é que em torno de dois ou três anos
o preço do gás tenha uma forte redução.”

Quanto o novo mercado deve movimentar?


Não é possível precisar o efeito exato da medida proposta pelo governo. Adriano Pires comenta que
“hoje o Brasil não tem mercado para tanto gás, porque há uma questão física muito importante que é a
infraestrutura”. Sobre esse ponto, o especialista cita a baixa quantidade de gasodutos e de unidades de
tratamento. “É um desafio muito grande.”
Porém, segundo o Valor Econômico, o Ministério de Minas e Energia, calcula que o programa pode
destravar investimentos da ordem de R$ 32,8 bilhões em infraestrutura para gás no país.

A energia pode ficar mais barata?


O governo diz que, com a abertura do mercado, o preço do gás natural poderá cair e,
consequentemente, o preço da energia elétrica, já que parte das usinas térmicas usam o combustível
para gerar eletricidade.
Para a pesquisadora da FGV Energia Fernanda Delgado, a maior oferta de gás no mercado tende a
reduzir o preço, mas não é suficiente se não houver infraestrutura para transporte e distribuição e se as
outras empresas não tiverem acesso a essa rede, hoje dominada pela Petrobras. “Tem várias etapas a
serem vencidas [para a abertura de mercado] e elas ainda não estão claras. Os desinvestimentos da
Petrobras vão ocorrer?", questiona Delgado.
Adriano Pires também comenta essa questão, e aponta que é preciso “esperar para ver como vai sair
o termo de compromisso da Petrobras com o Cade”.
“O primeiro grande desafio do governo para reduzir o preço é tentar criar uma diversidade de
produtores. Hoje, uma distribuidora só tem um fornecedor, que é a Petrobras. É preciso criar condições
para que outras empresas também possam vender, porque, na medida em que eu crio uma concorrência,
a tendência ao longo dos anos é o preço cair”, diz ele.

Pode haver queda de preços ao consumidor pela redução de custos à indústria?


A expectativa é que a redução de custos com energia na produção da indústria seja repassada ao
preço das mercadorias. No entanto, os especialistas apontam que isso depende uma série de fatores,
como uma infraestrutura que permita a redução efetiva do preço do gás.

O que dizem as empresas que operam gás natural?


Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) disse que
“vê com preocupação” a resolução publicada na segunda-feira. “Embora concordemos com boa parte das

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190
premissas listadas pelo CNPE, entendemos que, conforme prevê a Constituição, a regulação do serviço
de distribuição de gás canalizado é de competência da agência reguladora de cada estado”.
A associação afirma ainda que “apoia a figura do mercado livre desde que os contratos de concessão
sejam respeitados e a remuneração dos serviços de movimentação de gás para o atendimento aos
consumidores livres tenha respeitada a sua devida remuneração para que, desse modo, sejam garantidas
a expansão e a universalização dos serviços locais de gás canalizado”.

Bolsonaro assina decreto que acaba com o horário de verão142

Adiantamento no relógio foi instituído pela primeira vez pelo ex-presidente Getúlio Vargas. Segundo
Bolsonaro, fim do período vai aumentar produtividade do trabalhador.
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira (25/02) o decreto que revoga o horário de verão.
A assinatura ocorreu durante cerimônia no Palácio do Planalto. Segundo o presidente, a medida segue
estudos que analisaram a economia de energia no período e como o relógio biológico da população é
afetado.
Bolsonaro já havia anunciado no início do mês, em uma rede social, a decisão de acabar com o horário
de verão neste ano. Neste período do ano, que costumava durar entre outubro e fevereiro, parte dos
estados brasileiros adiantava o relógio em uma hora.
Na cerimônia desta quarta-feira para anunciar o decreto, o presidente informou que a área técnica do
Ministério de Minas e Energia apresentou estudos sobre a economia de energia gerada pelo horário de
verão. Segundo Bolsonaro, “gente da área de saúde” também foi procurada para apontar como o horário
afeta o relógio biológico das pessoas.
“As conclusões foram coincidentes: questão de economia, o horário de pico era mais pra 15h, então
não tinha mais a razão de ser [da permanência do horário], não economizava mais energia; e na área de
saúde, mesmo sendo uma hora apenas, mexia com o relógio biológico das pessoas”, disse.
"Justo anseio da população brasileira [o fim do horário de verão]. Eu concordo que eu sempre reclamei
do horário de verão. E tive a oportunidade, agora, atendendo às pesquisas que fizemos, também, que
mais de 70% da população era favorável ao fim do horário de verão", afirmou Bolsonaro.
Para o presidente, se não se alterar o "relógio biológico, com toda certeza, a produtividade do
trabalhador aumentará".
No início do mês, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, informou que o
Ministério de Minas e Energia fez uma pesquisa segundo a qual 53% dos entrevistados pediram o fim do
horário de verão.
De acordo com a pasta, por outro lado, o Brasil economizou pelo menos R$ 1,4 bilhão desde 2010 por
adotar o horário de verão.

Decreto
Bolsonaro falou, ainda, sobre o fato de a decisão ter sido tomada por meio de um decreto presidencial,
sem necessidade de aprovação do Parlamento.
Ele destacou a ”dificuldade de um parlamentar aprovar uma lei”, o que considera ser “muito difić il,
quase como ganhar na Mega Sena”.
"Muitas vezes, um decreto tem um poder enorme, como este assinado aqui, agora. A todos os
senhores [parlamentares], os demais que estão nos ouvindo, o governo está aberto. Quem tiver qualquer
contribuição para dar via decreto, via novo decreto ou via alteração de decreto, nós estamos à disposição
dos senhores”, completou.

Horário de verão
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então
Presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de
1931 a 31 de março de 1932.
No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas, depois, começou a ser em períodos não
consecutivos. Primeiro, entre 1949 e 1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até agora.
O período de vigência do horário de verão é variável, mas, em média, dura 120 dias. Em 2008, o
horário de verão passou a ter caráter permanente.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70 países - atingindo cerca de um quarto da população
mundial.

142
Laís Lis. Guilherme Mazui. Bolsonaro assina decreto que acaba com o horário de verão. G1. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/25/bolsonaro-assina-
decreto-que-acaba-com-o-horario-de-verao.ghtml. Acesso em 25 de abril de 2019

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191
O horário de verão é adotado em países como Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia,
Chile, Paraguai e Uruguai. Rússia, China e Japão, por exemplo, não implementam esta medida

Vento alcança segundo lugar na matriz elétrica do Brasil143

O crescimento vertiginoso da energia eólica no Brasil foi responsável pela quebra de um recorde
importante no mês passado. A força do vento ultrapassou em capacidade instalada a hidrelétrica de Itaipu,
alcançando a vice-liderança no ranking da matriz elétrica do país, atrás apenas da hidroeletricidade. A
informação obtida em primeira mão pelo blog leva em conta os dados apurados pela Associação Brasileira
de Energia Eólica (ABBEólica) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em números, apesar da eólica ser uma fonte intermitente de energia (a geração oscila de acordo com
a dinâmica dos ventos) os mais de 7 mil aerogeradores espalhados pelo país em 601 parques eólicos
somaram em abril 15 GW de capacidade instalada, superando os 14 GW da Itaipu, a segunda maior
hidrelétrica do mundo, atrás apenas de Três Gargantas, na China (18 GW).
Para ilustrar a nova posição do vento na matriz elétrica do Brasil, a Associação Brasileira de Energia
Eólica produziu o gráfico abaixo onde se vê a contribuição de cada fonte de energia separada por fonte
primária, ou seja, de acordo com o recurso utilizado para a geração. Normalmente esse cálculo da matriz
elétrica reúne em um só grupo todas as diferentes fontes de combustível fóssil (petróleo, carvão mineral
e gás natural). Quando se dividem essas fontes, a energia eólica se destaca.
A hidroeletricidade lidera o ranking com 63,9% do total (104,5 GW), seguido do vento com 15,1 GW
(9,2%), biomassa com 14,8% (9 GW), gás natural com 13,4 GW (8,1%), petróleo com 9,9 GW (5,4%),
carvão mineral com 3,3 GW (2%), solar com 2,1 GW (1,3%) e nuclear com 2 GW (1,2%).

“Se considerarmos que a energia eólica tinha cerca de 1 GW instalado em 2011, é um feito realmente
impressionante chegarmos a ocupar este lugar de destaque na matriz elétrica”, disse Elbia Gannoum,
presidente executiva da ABEEólica.
Uma caprichosa combinação de ventos regulares com um modelo inovador de contratação de projetos
por leilão (quando o governo prioriza os preços mais baixos pela maior oferta de energia) explica o
sucesso da energia eólica no Brasil.
Além disso, a exuberância dos ventos na região Nordeste (que concentra 86% de toda a energia eólica
produzida no país) turbina os investimentos no setor. O blog já ouviu de diferentes investidores
estrangeiros a mesma explicação sobre o diferencial do litoral nordestino quando o assunto é energia
eólica: “É o melhor vento do mundo!”. A diferença está no chamado fator de capacidade, que é o
percentual médio de produção efetiva obtido pela conversão do vento em energia. Enquanto no mundo o
fato de capacidade está em 25%, no Brasil esse índice chegou no ano passado a 42%. No Nordeste, em
plena safra de vento que vai de junho a novembro, o fator de capacidade chega a ultrapassar os 80%.
Isso explica a predominância dos parques eólicos na região.

143
André Trigueiro. Vento alcança segundo lugar na matriz elétrica do Brasil. G1. https://g1.globo.com/natureza/blog/andre-trigueiro/noticia/2019/04/11/vento-
alcanca-segundo-lugar-na-matriz-eletrica-do-brasil.ghtml. Acesso em 11 de abril de 2019.

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192
Por vezes, a energia eólica produzida no Nordeste é suficiente para abastecer toda a região sozinha,
ou até mesmo gerar excedente, que é exportado para a rede. Foi o que aconteceu no último dia 13 de
novembro, um domingo, às 9:11h da manhã. Naquele momento os ventos nordestinos geraram 8.920
MW, superando a demanda de energia naquele momento de todos os 9 estados da região (104% da
demanda). Além do recorde instantâneo, registrou-se naquela data o pleno abastecimento de energia de
todo o Nordeste (pelo período de duas horas) apenas com os parques eólicos.
Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o vento respondeu no
ano passado por 8,6% de toda a geração de energia do país injetada no Sistema Interligado Nacional,
um crescimento de 14,6% em relação ao ano anterior. Em termos de equivalência, essa energia seria
suficiente para abastecer 25,5 milhões de residências ou 80 milhões de pessoas. A expansão do setor -
garantida pelos contratos já assinados em leilões anteriores - projeta um cenário de 19,7 GW de
capacidade instalada para 2023, superando a hidrelétrica de Três Gargantas, na China, a maior do
mundo.
Note-se que o Brasil ainda nem se aventurou na exploração da energia eólica no mar, onde o fator de
capacidade é muito superior ao que se obtém em terra firme. Os investimentos em parques eólicos
offshore se multiplicam rapidamente pelos mares do mundo com a liderança da Grã-Bretanha, seguida
da Alemanha, China, Dinamarca e Holanda. O Brasil ainda não regulou esse mercado promissor, com
gigantesco potencial de investimentos produção em energia limpa e renovável. Quando isso acontecer,
os gringos provavelmente terão uma nova definição para o “melhor vento do mundo”.

Para baixar custo de energia, Paulo Guedes quer mudança radical na exploração de gás144

A promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, de reduzir em até 50% o custo da energia para
promover a "reindustrialização" do país tem como pressuposto uma mudança radical no modelo de
exploração do gás natural.

144
João Borges. Lima, P. Bianca. Nathalia Toledo. Para baixar custo de energia, Paulo Guedes quer mudança radical na exploração de gás.
https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/2019/03/15/para-baixar-custo-de-energia-paulo-guedes-quer-mudanca-radical-na-exploracao-de-gas.ghtml.
Acesso em 15 de março de 2019.

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193
A Petrobras tem o monopólio na exploração e também é proprietária da rede de dutos. Nessa cadeia
também entram as distribuidoras estatuais, que levam o insumo até o consumidor final.
A discussão da mudança no modelo já está avançada. Envolve os ministérios de Minas e Energia e da
Economia, a Petrobras e entidades do setor privado. Até mesmo um projeto de lei que propõe a alteração
das regras do setor e que estava paralisado na Câmara foi desengavetado.
O modelo se completa com a expansão da produção de gás projetada para os próximos anos, com o
avanço da exploração das reservas de petróleo do pré-sal. Nos últimos 20 anos, as reservas totais de gás
do país saltaram 62%, segundo a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de
Consumidores Livres (Abrace).
A associação calcula que uma redução dos preços do gás pode significar um acréscimo de R$ 159
bilhões ao PIB até 2025. Atualmente, o Brasil paga quase três vezes mais pelo insumo do que países
como Estados Unidos.
A reivindicação da indústria é antiga, mas o cenário agora parece mais favorável. Dois entraves que
historicamente barravam as mudanças regulatórias no setor começam a ser resolvidos.
O primeiro era a própria Petrobras, que detém o monopólio do segmento e não estava disposta a
perdê-lo. Endividada, a estatal está focada atualmente em fazer desinvestimentos e já começou, inclusive,
a negociar parte da rede de gasodutos.
O segundo eram os governos dos estados que, por meio das concessionárias estaduais, ainda
dominam a distribuição do gás canalizado. Igualmente endividados e com o "pires na mão", os
governadores estão mais dispostos a negociar com a União.
O caminho para o corte nos preços será via Congresso. A meta é recolocar em votação um projeto
antigo – o PL 6407, de 2013, batizado de Lei do Gás. O texto foi desarquivado no fim de fevereiro e deve
voltar a ser debatido na Comissão de Minas e Energia da Câmara.
Coautor do projeto original, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) diz que quer fazer o texto
avançar:
"Nós precisamos, no meu entendimento, de uma abertura de mercado e mudança semelhante do que
ocorreu no passado com o setor da eletricidade. A geração, transmissão e distribuição de energia estava
na mão de um só. E aí o preço ficava impossível de ter concorrência. É preciso repensar a legislação de
gás no Brasil, dando maior abertura e possibilidade de concorrência. Com isso, vamos ter mais
investimento e preços menores", declarou.

Questões

01. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) Segundo o Presidente da República, estudos


técnicos apontam que os benefícios da mudança são pequenos e não valem para as regiões Norte e
Nordeste. Portanto, ficou decidido que em 2019 deixará de ocorrer, a partir de outubro:
(A) a criação de empresas isentas de impostos na Zona Franca de Manaus.
(B) a adoção do horário de verão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
(C) a obrigatoriedade de carteira profissional exclusiva para trabalhadores no setor de tecnologia.
(D) o recolhimento do imposto sobre serviços em cidades com menos de 10 mil habitantes.
(E) a taxação de produtos manufaturados oriundos do Mercosul.

02. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE) A maior parte da energia elétrica consumida
no Brasil é produzida em usinas:
(A) Eólicas
(B) Hidrelétricas
(C) Termonucleares
(D) Nucleares
(E) Solares

03. (SANASA Campinas – Técnico de Instrumentação – FCC/2019) É forte o ritmo do crescimento


desta fonte de energia no Brasil. Os investimentos no setor começaram por volta de 2005 e, menos de 10
anos após o primeiro leilão deste tipo de energia no país (realizado em 2009), o Brasil atingiu no início de
2018 a potência instalada de 13 gigawatts (GW), quase a mesma da Hidrelétrica de Itaipu (14GWs).
Atualmente, o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial da produção deste tipo de energia,
superando países desenvolvidos como Itália e Canadá. O salto foi dado nos últimos cinco anos, pois, até
2012, estava em 15° lugar.
(Disponível:https://www.em.com.br. Acesso em 26.mai.2019)

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194
O texto descreve o avanço da energia
(A) solar
(B) eólica
(C) de biogás
(D) de biocombustível
(E) de biomassa

Gabarito

01.B / 02.B / 03.B

Comentários

01. Resposta: B
O presidente, alegou em seu anúncio motivos econômicos e de saúde para a medida. Sob sua
justificativa, a economia de energia durante o horário de verão era insignificante, considerando as 15h o
horário de pico de consumo, além do fato de que 1 hora de diferença desregulava o relógio biológico das
pessoas.

02. Resposta: B
O Brasil ainda conta como principal fonte de energia a energia hidráulica. Termoelétricas e nucleares
ocupam apenas 10% da produção nacional.
(http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/recursos_hidricos/hidreletricas_no_brasil.html)

03. Resposta: B
O dois últimos anos foram especialmente positivos para a indústria da energia eólica no Brasil. Apenas
em 2017, a infraestrutura instalada gerou a quantidade recorde de 40,46 TWh de energia, o que significou
um crescimento de 26,2% em relação ao ano anterior e foi responsável pelo abastecimento de cerca de
22 milhões de residências, o equivalente a 67 milhões de pessoas. No cálculo que considera o período
de setembro de 2017 até agosto de 2018, foram gerados 47 TWh de energia eólica – e abasteceu 25
milhões de casas145.

Relações Internacionais
Suprema corte da Alemanha permite suicídio assistido146

Tribunal Constitucional Federal declara inconstitucional lei que penalizava assistência ao suicídio 'em
caráter comercial'. Médicos e pacientes terminais saúdam decisão. Igrejas criticam.
"Se eu não aguentar mais a dor, gostaria que me deixassem ir", pede Melanie S. ao médico Lukas
Radbruch, no Hospital Universitário Bonn-Venusberg, na Alemanha. A mulher de 63 anos sofre de câncer
de pulmão em estágio avançado. Para ela, o que é particularmente preocupante é, repentinamente, não
ser capaz mais de engolir e morrer sufocada.
Ela diz não querer vivenciar isso com plena consciência. Após o veredito do Tribunal Constitucional
Federal desta quarta-feira (26/02), Melanie ousou falar abertamente sobre a possibilidade de suicídio
acompanhado por um médico.
Essa assistência era, na prática, proibida pelo Parágrafo 217 do Código Penal Alemão. O Bundestag
criara a lei em dezembro de 2015 com a intenção de proibir associações ou indivíduos de "fazerem
negócios com a morte". Tais ofertas haviam vivenciado um verdadeiro boom nos anos anteriores, e os
legisladores quiseram dar uma resposta. A lei dizia: "Quem, tendo a intenção de promover o suicídio de
outrem, lhe garantir, obtiver ou intermediar essa oportunidade em caráter comercial, será punido com
pena de até três anos de prisão ou multa."
Desde então, os juristas discutiram acirradamente sobre o conceito de "caráter comercial". Afinal, o
"aconselhamento repetido" sobre a morte assistida já seria passível de punição. Mesmo uma referência
a um "jejum até a morte", por meio da abstenção de alimentos, já poderia ser punido. As consequências
dessa situação foram amplas.

145
https://bluevisionbraskem.com/inovacao/energia-eolica-sera-a-segunda-maior-fonte-energetica-do-brasil-em-2019/
146
Deutsche Welle. Suprema corte da Alemanha permite suicídio assistido. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/02/26/suprema-corte-da-
alemanha-permite-suicidio-assistido.ghtml. Acesso em 27 de fevereiro de 2020.

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195
Viagem para a morte
Pois, além de os prestadores de serviços de morte assistida terem retirado suas ofertas para o público,
também os médicos ou funcionários de hospitais alemães passaram a não mais dar aconselhamentos
sobre o tema morte assistida.
Assim, a única coisa que restava aos doentes terminais dispostos a morrer era uma viagem à Suíça,
à Holanda ou à Bélgica para encontrar ofertas adequadas. Nesses países, a assistência ao suicídio é
permitida.
Quem não pudesse realizar essas viagens devido à falta de condições físicas ou financeiras não tinha
outra opção a não ser pedir a um membro da família para que ajudasse no suicídio. Familiares que
concordassem em fazê-lo permaneceriam impunes. Mas que doentes terminais gostariam de
sobrecarregar seus parentes com esse pedido?
Deixados à sua própria sorte, muitos afetados viam isso como uma afronta. Pacientes, médicos e
associações para a morte assistida entraram com um recurso junto ao Tribunal Constitucional Federal. E
os juízes decidiram que a atual situação não poderia continuar.
"O Parágrafo 217 não é compatível com a Lei Fundamental [Constituição]", proferiu o presidente da
segunda turma do Tribunal Constitucional Federal nesta quarta-feira. Como a dita cláusula não tem mais
validade legal, a morte assistida passa a ser possível, como era antes de 2015, ou seja, dentro dos antigos
limites. Os médicos podem, portanto, fornecer informações sobre suicídio assistido e proporcionar
eutanásia passiva, ou seja, disponibilizar um medicamento mortal.

Medicina paliativa
O advogado especializado em direito medicinal Wolfgang Putz foi um dos envolvidos no caso. Ele falou
sobre condições insustentáveis que precisam ser urgentemente repensadas: "A influência das duas
grandes igrejas na Alemanha sobre os tomadores de decisão ainda é muito grande na política, mesmo
que sejamos, em tese, um Estado secular."
A Igreja Evangélica e a Igreja Católica são contra qualquer forma de eutanásia ou suicídio assistido.
Representantes se declararam decepcionados com a decisão.
Putz disse considerar positivo que o Tribunal Constitucional Federal, como a mais alta autoridade legal
na Alemanha, venha novamente regular o direito à autodeterminação das pessoas, assegurada na
Constituição.
O médico Lukas Radbruch, que há muito tempo ouve as preocupações e angústias de Melanie S.,
disse que agora é importante muita sensibilidade por parte dos médicos. Ele também é presidente da
Sociedade Alemã de Medicina Paliativa, ou seja, a medicina para aliviar a dor quando a cura não é mais
possível.
Ele disse ter constatado que a questão do suicídio assistido é frequentemente um pedido de ajuda,
uma esperança "de uma saída de emergência". Radbruch aponta que quando pôde ofertar um sedativo
como alternativa, isso foi aceito de bom grado na maioria dos casos.
"Se a atual decisão do Tribunal Constitucional Federal for percebida como um novo estímulo aos
prestadores de serviço de suicídio assistido, isso significa um desenvolvimento perigoso para a nossa
sociedade", alerta.
Ele teme que muitas pessoas com doenças terminais reiterem ainda mais que não querem ser um
fardo para os outros. Para ele, não se deve criar de forma alguma uma situação de pressão para os
doentes. E as barreiras para alguém acabar com a própria vida não devem ser reduzidas sob nenhuma
circunstância.
O Tribunal Constitucional Federal reconheceu que os objetivos da lei de 2015 eram legítimos. O
argumento de então era: o Estado deve proteger a vida, e o suicídio assistido por meio de associações
não deve se tornar a regra na sociedade alemã. Além disso, ninguém deve se sentir pressionado a morrer
para não ser um peso para seus parentes. Mesmo que tudo isso seja legítimo, não se pode tornar retirar
de uma pessoa a decisão final sobre a própria vida, determinaram os juízes na decisão desta quarta-feira.

Decisão não esperada


Desde meados dos anos 1990, o médico Uwe-Christian Arnold, de Berlim, esteve envolvido ativamente
na prestação de suicídio assistido. Ele arriscou perder sua licença médica porque violou o juramento
profissional de sempre promover a vida.
No entanto, Arnold venceu todos os processos contra ele e, de acordo com suas próprias declarações,
acompanhou mais de cem pessoas em toda a Alemanha, após intensas pesquisas e conversas sobre o
estado mental de "seus pacientes", na morte que desejavam.
Ele foi um dos queixosos contra o parágrafo 217. Arnold deveria fazer uma declaração de cinco minutos
perante o Tribunal Constitucional Federal em abril de 2019 e relatar sobre sua prática profissional.
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196
O presidente do Tribunal Constitucional Federal, Andreas Vosskuhle, engajou-se pessoalmente pelo
testemunho de Arnold e estava particularmente interessado na situação de vida dos pacientes que
expressam desejos de suicídio e como eles são tratados. Mas isso nunca aconteceu. Arnold sofria de
câncer nos ossos e morreu antes do julgamento. No entanto, o seu advogado foi autorizado a ler uma
declaração.
Arnold não contava que o Tribunal Constitucional Federal revogasse o Parágrafo 217. Mas foi o que
aconteceu.

Do referendo à saída efetiva, entenda as etapas que concretizaram o Brexit147

Referendo de 2016 aprovou a saída dos britânicos do bloco, mas ela só acontece 3 anos depois.
“Brexit” é a junção das palavras em inglês “British” e “exit” e significa “said
́ a britânica”. O termo é usado
para se referir à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), que se concretiza nesta sexta-feira
(29/01).
O processo teve origem em grupos da direita da Inglaterra inicialmente minoritários e ganhou força ao
longo dos anos 2010. A discussão ganhou contornos mais sólidos em 2016, após a proposta ser aprovada
em referendo com 52% de votos favoráveis dos britânicos, contra 48% que rechaçaram a saída da UE.

O que é a UE e o que motivou o Brexit


A União Europeia é um grupo até então formado por 28 países, contando com o Reino Unido, com
livre comércio entre si. O bloco também permite o trânsito de seus cidadãos para trabalhar e morar em
qualquer parte do território dos membros.
A defesa do Brexit inclui argumentos que apontam que a saída do Reino Unido do bloco é positiva
porque irá:
- restringir a entrada de imigrantes no país;
- aumentar a soberania dos britânicos para decidir sobre assuntos de interesse interno, como saúde,
emprego e segurança;
- aumentar os recursos públicos disponíveis exclusivamente para os britânicos, com o fim dos valores
repassados à UE;
- melhorar as possibilidades de negociação em acordos bilaterais com outros países.

No entanto, para quem era a favor da permanência dos britânicos no bloco, o Brexit vai:
- dificultar para cidadãos do Reino Unido viver em outros países da União Europeia;
- prejudicar negócios hoje favorecidos com regulamentação e burocracia comuns entre os países;
- reduzir lucros devido à cobrança de tarifas de exportação para os países europeus, destino de grande
parte dos produtos britânicos exportados;
- não ter qualquer garantia de que o dinheiro hoje repassado à UE será aplicado em demandas
internas, como serviços de saúde e segurança.

Acordo de 'divórcio'
Aprovado pela maioria dos eleitores britânicos em 2016, teve início o processo de fechar um acordo
com os termos do divórcio. Para isso, foi preciso que tanto parlamentares que representam o bloco
europeu quanto os legisladores do Reino Unido discutissem como ficam temas como:
- o valor a ser pago pelos britânico à UE por quebrar contrato de parceria;
- os britânicos residentes em outros países da UE e europeus que moram no Reino Unido;
- a situação da República Irlanda, país independente e membro da UE, mas situado na mesma ilha
que a Irlanda do Norte, parte integrante do Reino Unido. A polêmica gira em torno de como não criar uma
barreira física entre as duas Irlandas. Os dois países viveram anos de conflito, e um acordo de 1999 que
pôs fim à violência acabou com a “fronteira dura”, fiś ica, permitindo que cidadãos dos dois paiś es possam
circular livremente, sem passar por controle de migração.

Acordos rejeitados e cronogramas


Até o início de dezembro de 2019, o acordo fechado com os membros do Parlamento Europeu pela
ex-primeira-ministra Theresa May havia sido levado para análise dos parlamentares britânicos três vezes,
tendo sido rejeitado em todas as ocasiões.
O último acordo, fechado em outubro pelo premiê Boris Johnson com os europeus, não chegou a ser
votado. O Parlamento britânico impôs uma derrota a Johnson e aprovou uma emenda que, na prática,
147
G1. Do referendo à saída efetiva, entenda as etapas que concretizaram o Brexit. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/31/do-referendo-a-
saida-efetiva-entenda-as-etapas-que-concretizaram-o-brexit.ghtml. Acesso em 31 de janeiro de 2020.

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197
adiava a votação do acordo. O primeiro-ministro acabou convocando novas eleições, na tentativa de
ampliar o total de conservadores no Parlamento e garantir a aprovação de um acordo.
As datas programadas para a saída definitiva do país do bloco, que não depende necessariamente de
o acordo ser aprovado, também passaram por vários adiamentos. A partida da UE foi agendada,
originalmente, para 29 de março de 2019. Em seguida, adiada para 31 de outubro de 2019. Após nova
alteração, a previsão no início de dezembro era que a saída ocorresse até 31 de janeiro de 2020.
Os políticos britânicos ficaram divididos: alguns queriam que o Reino Unido saísse o mais rápido
possível do bloco, outros preferiam que fosse convocado um novo referendo sobre a saída, enquanto um
terceiro grupo defendia cancelamento completo do Brexit.

Três primeiros-ministros em três anos


Desde 2016, quando o Brexit foi aprovado em referendo, dois primeiros-ministros renunciaram. O
conservador David Cameron deixou o cargo logo após a aprovação do referendo. Ele próprio havia
convocado a votação, mas não concordava com a ideia de que o Reino Unido deixasse o bloco europeu.
Depois, foi a vez de Theresa May, que assumiu o cargo após a saída de Cameron. Foi ela quem
negociou com os líderes da União Europeia um acordo para o divórcio. May, no entanto, colocou o acordo
para ser votado pelos parlamentares britânicos três vezes, e desistiu de ocupar o posto após a última
tentativa frustrada.
Ao assumir como primeiro ministro em julho de 2019, depois da saída de May, Boris Johnson prometeu
um novo acordo com a União Europeia e afirmou que a saída do Reino Unido do bloco ocorreria em 31
de outubro.
Ele chegou a firmar um novo acordo com a União Europeia, mas acabou negociando - a contragosto -
novo prazo para que o país deixasse o bloco — 31 de janeiro. Depois disso, convocou eleições gerais
para garantir uma maioria forte dos conservadores e conseguir, finalmente, que o acordo possa ser
aprovado.
Em 12 de dezembro, seu partido, o Conservador, obteve uma ampla maioria no Parlamento, com o
melhor resultado em uma eleição desde a década de 1980, o que permitiu a aprovação do projeto de
Johnson e o cumprimento de sua promessa de deixar a UE no fim de janeiro.
Agora, durante 11 meses, as duas partes ainda terão um período de transição, em que vários detalhes
do relacionamento entre elas serão negociados. Entre os mais importantes estão:
- Circulação de cidadãos europeus e britânicos entre Reino Unido e União Europeia (incluindo regras
de habilitação e passaportes de animais)
- Permissões de residência e trabalho para europeus no Reino Unido e britânicos na UE
- Comércio entre Reino Unido e União Europeia, tarifas de importação, livre circulação de mercadorias
- Questões de segurança, compartilhamento de dados e segurança
- Licenciamento e regulamentação de medicamentos
- Circulação de alimentos

Teerã enfrenta protestos após reconhecer derrubada de avião148

Governo iraniano vê aumentar as tensões domésticas e internacionais após admitir ter abatido
acidentalmente Boeing ucraniano. Embaixador britânico detido temporariamente nega participação em
protesto antigovernamental.
Crescem as tensões domésticas e internacionais contra Teerã após o governo iraniano admitir ter
derrubado acidentalmente um avião ucraniano, matando todas as 176 pessoas a bordo. Neste domingo
(12/01), o embaixador do Reino Unido em Teerã, Robert Macaire, negou ter participado de um protesto
antigovernamental. O diplomata foi detido temporariamente no dia anterior, acusado de incitar
manifestações contra o governo.
"Posso confirmar que não participei de nenhuma manifestação. Fui a um evento anunciado como uma
vigília para as vítimas da tragédia do voo PS 752", disse Macaire em uma mensagem no Twitter, referindo-
se ao Boeing abatido por engano pelo Irã.
O diplomata ficou detido por mais de uma hora, informou o Ministério do Exterior britânico, que repudiou
o ocorrido. "A prisão do nosso embaixador em Teerã sem motivo nem explicações é uma flagrante
violação da legislação internacional", afirmou em nota o ministro britânico do Exterior, Dominic Raab.
O reconhecimento da derrubada da aeronave pela Guarda Revolucionária do Irã ocorreu dias após a
tragédia, levantando questões sobre o motivo pelo qual o governo rejeitara as acusações de que o avião
havia sido alvejado logo após a decolagem do Aeroporto Internacional Iman Khomenei, em Teerã.
148
Deutsche Welle. Teerã enfrenta protestos após reconhecer derrubada de avião. DW. https://www.dw.com/pt-br/teer%C3%A3-enfrenta-protestos-
ap%C3%B3s-reconhecer-derrubada-de-avi%C3%A3o/a-51973402. Acesso em 13 de janeiro de 2020.

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198
Também levanta questões sobre o porquê de o Irã não ter fechado o aeroporto e o espaço aéreo na
quarta-feira, quando se preparava para retaliar os EUA com um ataque de mísseis a uma base iraquiana
que abriga tropas americanas.
O general Amir Ali Hajizadeh, chefe da força aeroespacial da Guarda Revolucionária, disse no sábado
que o avião da Ukrainian International Airlines foi confundido com um míssil de cruzeiro dos EUA em um
momento em que as defesas aéreas do país estavam em alerta máximo.
Assumindo total responsabilidade pelo "erro humano", ele ressaltou que havia notificado as Forças
Armadas na quarta-feira, imediatamente após tomar conhecimento de que o Boeing 737 havia sido
abatido, mas ponderou que os militares precisavam de tempo para conduzir uma investigação.
"O atraso na divulgação de informações não teve como objetivo ocultar o problema, mas é
procedimento de rotina que a equipe geral analise o caso primeiro, e todas as informações foram
coletadas na manhã de sexta-feira após as apurações. E então, ficou claro o que havia acontecido", disse
Hajizadeh a repórteres, de acordo com a agência de notícias estatal Fars, em uma tentativa de dissipar
as especulações de que as Forças Armadas iranianas tentaram deliberadamente ocultar sua
responsabilidade.
Ele acrescentou que as autoridades da aviação civil não são as culpadas por negar que o avião tenha
sido derrubado por defesas aéreas porque não foram informadas pelos militares.

Protestos contra o governo


A derrubada do Boeing enfraquece a narrativa do governo iraniano de que demonstrou força ao
ameaçar as forças americanas na região, em resposta ao ataque de drone dos EUA em Bagdá que matou
o general iraniano Qassim Soleimani.
Também tira o fôlego do sentimento nacionalista que o governo procurava capitalizar após a morte de
Soleimani, com centenas de milhares de pessoas participando de cortejos em homenagem ao general.
Em outra tragédia, dezenas de pessoas foram mortas em um tumulto durante o funeral do militar.
Após militares e governo reconhecerem a derrubada e pedirem desculpas no sábado, milhares de
iranianos foram às ruas na capital, Teerã, e em cidades como Shiraz, Esfahan, Hamedan e Orumiyeh,
exigindo que os responsáveis pelo acidente sejam responsabilizados.
Vídeos postados no Twitter e cuja autenticidade não foi comprovada mostram manifestantes
queimando imagens de Soleimani e exigindo que o líder supremo, aiatolá Ali Khameini, deixe o cargo,
enquanto em outros filmes, policiais dispersam manifestantes com gás lacrimogêneo.
Mehdi Karroubi, um líder do chamado Movimento Verde, de 2009 e 2010, e que agora vive em prisão
domiciliar, pediu a Khamenei que renuncie devido ao gerenciamento da crise da derrubada do avião
ucraniano.
Em um comunicado publicado na internet, o ex-presidente do Parlamento e ex-candidato à presidência
questionou a respeito do momento em que Khamenei foi informado do incidente e da causa do atraso na
notificação ao público sobre as reais razões da tragédia.

EUA alertam contra repressão


Em sua primeira declaração pública após o Irã ter admitido a derrubada do avião, o secretário de
Estado dos EUA, Mike Pompeo, postou um vídeo no Twitter mostrando manifestantes em Teerã.
"A voz do povo iraniano é clara. Eles estão fartos das mentiras do regime, da corrupção, da inaptidão
e da brutalidade da IRGC [Guarda Revolucionária] sob a cleptocracia de Khamenei. Estamos do lado do
povo iraniano que merece um futuro melhor", escreveu.
A amplitude dos protestos do sábado é difícil de ser mensurada, mas ocorreu menos de dois meses
depois que as autoridades iranianas esmagaram brutalmente grandes manifestações
antigovernamentais, matando centenas de pessoas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, alertou contra "outro massacre de manifestantes pacíficos",
avisando no Twitter: "O mundo está assistindo".
O republicano também enviou mensagens em inglês e em persa ao "povo corajoso e sofredor" do Irã.
"Estou ao seu lado desde o início de minha presidência e meu governo continuará ao seu lado", enfatizou.
"Estamos acompanhando de perto seus protestos e somos inspirados por sua coragem".

Veja os 10 fatos que marcaram a tensão entre EUA e Irã no fim de semana149

Após ataque dos EUA matar 2º homem mais poderoso do Irã, Trump e iranianos trocaram ameaças,
funeral atraiu multidão, acordo nuclear foi rompido e outros líderes mundiais buscaram diálogo.
149
G1. Veja os 10 fatos que marcaram a tensão entre EUA e Irã no fim de semana. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/06/veja-os-10-fatos-
que-marcaram-a-tensao-entre-eua-e-ira-no-fim-de-semana.ghtml. Acesso em 06 de janeiro de 2020.

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Veja abaixo os dez fatos mais importantes da escalada de tensão entre os EUA e o Irã entre a quinta-
feira (02/01) e o domingo (05/01):

1 - EUA matam general Soleimani


Qassem Soleimani, segundo homem mais poderoso do Irã, morreu em um ataque dos Estados Unidos
na quinta-feira (02/01). O ataque com drone em Bagdá, no Iraque, também matou Abu Mahdi al-
Mohandis, líder de uma milícia iraquiana pró-Irã .
Soleimani era chefe da unidade de elite do Exército Revolucionário do Irã. O ataque foi ordenado por
Donald Trump, presidente dos EUA, e considerado gravíssimo por Teerã. O ato aconteceu em meio a
diversos atos hostis de ambas as partes nos últimos dias.

2 - Irã promete vingança


O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, e o presidente Hassan Rouhani prometeram
vingança imediatamente após a morte do general.
"Se Deus quiser, sua obra e seu caminho não vão parar aqui e uma vingança implacável espera os
criminosos que encheram as mãos com seu sangue e a de outros mártires", afirmou o aiatolá Khamenei.

3 - Trump diz que objetivo foi 'parar uma guerra'


Na sexta (03/01), Donald Trump disse que o ataque foi necessário para "conter o terror" e que não
quer começar uma nova guerra no Oriente Médio. Soleimani articulou um eixo de alianças do Irã no
Oriente Médio, como na Síria e no Iraque. Para os EUA, ele promovia o terrorismo e planejava novos
ataques.
"Atuamos ontem à noite para parar uma guerra, não tomamos medidas para iniciar uma guerra",
afirmou Trump no primeiro pronunciamento público sobre a morte de Soleimani.

4 - Petróleo sobe
O preço do petróleo atingiu na sexta o maior nível desde abril de 2019. O óleo do tipo Brent subiu
3,6%, para US$ 68,60 o barril. O Iraque, centro da tensão, é o segundo maior produtor da Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

5 - Funeral atrai multidão


Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas para o funeral de Soleimani, que começou no sábado
(04/01) e passa por seis cidades do Iraque e do Irã durante quatro dias. No sábado e no domingo, o
funeral teve comoção e gritos contra os EUA.

6 - Foguetes no Iraque
No sábado, ataques com foguetes atingiram uma base militar que abriga americanos no Iraque e a
Zona Verde de Bagdá, onde ficam as embaixadas, perto da representação dos EUA. No domingo, mais
foguetes atingiram a Zona Verde. Ninguém morreu.
Estes ataques têm efeito simbólico, mas são menores do que a reação que analistas acreditam ser
possível após morte de um dos maiores líderes do Irã.

7 - Trump ameaça com 'novos e lindos armamentos'


Trump subiu o tom na noite de sábado (04/01) e disse em uma rede social que tem na mira 52 alvos
no Irã e que não hesitará em atacá-los caso os iranianos atinjam algum americano.
Ele disse que os EUA têm os "maiores e melhores" equipamentos militares do mundo, "novos e lindos
armamentos", fruto de investimento de US$ 2 trilhões, e que, se necessário, atingirá o Irã "com mais força
do que nunca". No domingo (05/01), ele voltou a fazer ameaças em uma rede social de um "ataque
desproporcional".

8 - Irã duvida de Trump e rompe compromisso nuclear


Por seu lado, o Irã disse duvidar de que Trump tenha coragem de cumprir suas ameaças e que, se
houver um conflito, irá atacar bases militares americanas. O governo do Irã também anunciou que não
cumprirá o acordo nuclear de restrição de enriquecimento de urânio.

9 - Parlamento do Iraque pede retirada das tropas


No domingo, o parlamento do Iraque aprovou resolução que pede a retirada de tropas estrangeiras no
país. Os americanos estão lá a pedido do próprio governo iraquiano para ajudar no combate ao Estado
Islâmico. Não há definição se o governo de Bagdá ordenará a saída de militares estrangeiros.
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O Iraque também convocou o embaixador dos EUA e pediu à ONU que condene o ataque americano,
por considerar uma "violação da soberania do Iraque e de normas internacionais".
Trump reagiu e afirmou que os EUA só deixarão o Iraque se receberem pela base militar bilionária
construída no país.

10 - Líderes mundiais tentam evitar escalada


Líderes em diversos países pedem diálogo para evitar a escalada de ataques. Na missa do domingo,
o Papa rogou pelo afastamento da "sombra da hostilidade". A União Europeia convidou o ministro das
Relações Exteriores do Irã para conversar em Bruxelas.

'Nem parece que estamos sofrendo impeachment', diz Trump sobre decisão da Câmara150

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou a aprovação do impeachment na Câmara
nesta quarta-feira (18/12). "O país está indo melhor do que nunca. Não fizemos nada de errado. Temos
um tremendo apoio no Partido Republicano como nunca tivemos antes", disse.
"Nem parece que estamos sofrendo impeachment", disse, em discurso de campanha no estado do
Michigan.
No discurso, segundo a Associated Press, Trump acusou os democratas — a quem chamou de
"esquerda radical no Congresso" — de "serem consumidos com inveja, ódio e fúria".
"Os democratas que não fazem nada declararam profundo ódio e desdém contra o povo americano.
Esse impeachment partidário e fora da lei é uma marcha do suicídio político do Partido Democrata", disse.
Trump ainda celebrou que todos os republicanos votaram contra o impeachment, sinalizando uma
união do partido.
"Cada republicano votou por nós. Nós não perdemos nenhum voto republicano", disse.
Nesta noite, a maioria dos deputados norte-americanos aprovou o impeachment — que leva o
processo ao Senado sem tirar o presidente do cargo. As duas acusações contra Trump são as seguintes:
- Abuso de poder ao pedir investigação contra a família de Joe Biden, o que os deputados
consideraram "interferência de um governo estrangeiro" em favor da reeleição de Trump em 2020;
- Obstrução ao Congresso por ignorar intimações e se recusar em entregar documentos aos
investigadores durante o inquérito.

Mais cedo, Trump disse que sequer assistiria à votação do impeachment na Câmara. Candidato à
reeleição nas eleições de 2020, Trump viajou a Battle Creek, no Michigan, para um comício com
apoiadores.

Casa Branca protesta


Em comunicado, a Casa Branca chamou o impeachment de "um dos episódios políticos mais
vergonhosos da história de nossa nação". "Sem receber nem mesmo um voto dos republicanos, e sem
prover nenhuma prova de irregularidade, os democratas forçaram os artigos de impeachment contra o
presidente por meio da câmara", diz o texto.
"Os democratas escolheram continuar com essa base partidária apesar do fato de que o presidente
não fez absolutamente nada de errado. Na verdade, semanas de audiências provaram que ele não fez
nada de errado."
Pelas redes sociais, a Casa Branca também defendeu Trump e disse que a decisão "não tem nenhum
apoio em provas e falha em descrever qualquer ofensa passível de impeachment".
"O presidente está confiante de que o Senado vá restaurar a ordem, a justiça e o devido processo
legal; e vai continuar a trabalhar incansavelmente para responder às necessidades e prioridades do povo
americano, como tem feito desde que assumiu o cargo."

Brasil perde uma posição em ranking do IDH151

Relatório apontou que país tem 2ª maior concentração de renda do mundo, com 1/3 de todas as
riquezas nas mãos do 1% mais rico.
O Brasil ficou na 79ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta segunda-feira (09/12).

150
G1. 'Nem parece que estamos sofrendo impeachment', diz Trump sobre decisão da Câmara. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/18/nem-
parece-que-estamos-sofrendo-impeachment-diz-trump-apos-camara-aprovar-acusacoes.ghtml. Acesso em 19 de dezembro de 2019.
151
G1. Brasil perde uma posição em ranking do IDH. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/09/brasil-perde-uma-posicao-em-ranking-do-
idh.ghtml. Acesso em 09 de dezembro de 2019.

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201
Medido anualmente, o IDH vai de 0 a 1 – quanto maior, mais desenvolvido o país – e tem como base
indicadores de saúde, educação e renda. Neste ano, o Brasil alcançou o IDH de 0,761, com uma pequena
melhora de 0,001 em relação ao ano passado.
Na classificação da ONU, o Brasil segue no grupo dos que têm alto desenvolvimento humano. A escala
classifica os países analisados com IDH muito alto, alto, médio e baixo.
Apesar do leve aumento, o Brasil caiu uma posição no ranking mundial em relação à publicação
anterior, passando da 78ª para 79ª.
O Pnud revisa os índices a cada nova edição do relatório. No relatório atual, a posição do Brasil no
ranking anterior foi alterada (de 79ª para 78ª).
Os dados do relatório publicado agora são de 2018. Dados deste ano serão divulgados na edição 2020
do levantamento.
Entre os países da América do Sul, Brasil e a Colômbia apareceram empatados na quarta posição. O
primeiro lugar ficou com Chile (42º, na colocação geral), seguido de Argentina (48º) e Uruguai (57º),
respectivamente.
Segundo o relatório, a taxa anual de crescimento do IDH brasileiro nos últimos 18 anos foi de 0,78%.
No mesmo período, a expectativa de vida foi de 66 para 75 anos.

Ranking de desenvolvimento humano

Desigualdade
O Pnud também avaliou, em 150 paiś es, o IDH “ajustado às desigualdades”. Este iń dice mede a perda
do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH.
Nesta avaliação, o Brasil ficou com o índice 0,574 e ocupou a 102ª posição. Na América do Sul, o país
foi o segundo que mais perdeu no IDH devido ao ajuste realizado pela desigualdade, ficando atrás apenas
do Paraguai (que foi da posição 98, com 0,724, para a posição 112, com 0,545).
No relatório, a ONU defendeu que a desigualdade de renda precisa ser combatida, mas disse também
que é preciso ter atenção à desigualdade de acesso à tecnologia e de formação, que pode ter efeito nas
próximas gerações.
O levantamento apresentou também indicadores para medir a distribuição de renda entre a população
de um país, são três: participação na renda dos 40% mais pobres, participação na renda dos 10% mais
ricos e participação na renda dos 1% mais ricos.
Com esse dado, o relatório apontou que quase um terço de todas as riquezas do Brasil estão
concentradas nas mãos dos 1% mais ricos. É a segunda maior concentração de renda do mundo, ficando
atrás apenas do Catar.

Gênero
Para avaliar as disparidades e desigualdades entre homem e mulher, o Pnud apresenta o Índice de
Desenvolvimento de Gênero, que traz os mesmos indicadores do IDH com separação por sexo em 166
países. O IDH para mulheres mostrou que as brasileiras estão em melhores condições de saúde e
educação que os homens, mas ficam abaixo quando o assunto é renda bruta.

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No Brasil, as mulheres têm mais anos esperados de escolaridade (15,8 frente a 15 dos homens) e
maior média de anos de estudo (8,1 anos contra 7,6 nos homens), entretanto, a renda nacional bruta per
capita da mulher é 41,5% menor que a do homem. Em dólares, este valor equivale a US$ 10.432 contra
US$ 17.827 para os homens.
O índice é medido desde 2014 e mede as desigualdades de gênero em três dimensões básicas do
desenvolvimento humano: saúde, educação e renda com separação de sexo. No caso brasileiro, o IDH
dos homens foi de 0,761 e o das mulheres de 0,757.

Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas e diz que vai restaurar tarifas sobre
aço e alumínio152

Sobretaxa sobre produtos foi adotada no ano passado em meio à guerra comercial com a China, mas
Brasil e Argentina tiveram 'alívio' da cobrança em agosto.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira (02/12), em uma rede
social, Brasil e Argentina de desvalorizarem "maciçamente" suas moedas, e afirmou que vai reinstalar as
tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países.
"Brasil e Argentina têm presidido uma desvalorização maciça de suas moedas. O que não é bom para
nossos agricultores", escreveu Trump em uma rede social. Portanto, com efeito imediato, restaurarei as
tarifas de todos os aços e alumínio enviados para os EUA a partir desses países".
"O Federal Reserve [banco central dos EUA] deveria agir da mesma forma, para que países, que são
muitos, não se aproveitem mais nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna
muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa", disse ele.
Do início do ano até a última sexta-feira (29/11), o dólar já subiu 9,43% frente ao real, barateando as
exportações brasileiras e aumentando a competitividade dos produtos do país lá fora.
Em agosto de 2018, Trump anunciou um alívio nas cotas de importação de aço e alumínio que
excedam as cotas livres do pagamento das sobretaxas impostas pelo governo dos Estados Unidos em
março do mesmo ano. A decisão de flexibilizar a tarifa atingiu as cotas de aço da Coreia do Sul, Brasil e
Argentina e do alumínio da Argentina.
Desde então, as empresas americanas que comprarem aço do Brasil não precisavam pagar 25% a
mais sobre o preço original, caso comprovem falta de matéria-prima no mercado interno.
O dólar fechou a R$ 4,2397 na sexta-feira, em alta de 0,57%, acumulando valorização de 5,73% no
mês de novembro. No ano, tem alta de 9,43% frente ao real.

Histórico
A sobretaxa do aço foi um dos primeiros capítulos da guerra comercial de Trump. Visando a atingir
sobretudo a China, o governo americano impôs uma regra geral e, aos poucos, renegocia com cada país.
Em março do ano passado, o presidente americano impôs tarifa de 25% às importações de aço e de
10% às de alumínio alegando questões de segurança nacional. A decisão desencadeou uma série de
retaliações pelo mundo e adoção de salvaguardas por outros países e blocos.
Na ocasião, a indústria brasileira classificou a sobretaxa à importação de aço e alumínio, na ocasião,
como medida de 'injustificada e ilegal' e com potencial de provocar "dano significativo" para as
siderúrgicas instaladas no Brasil, uma vez que o Brasil é o segundo maior fornecedor de ferro e aço dos
Estados Unidos.

Entenda a onda de protestos no Chile153

Quase 10 mil integrantes das Forças Armadas foram mobilizados para atuar contra os protestos.
A capital chilena viveu o terceiro dia de distúrbios no domingo (20/10) com confrontos violentos entre
manifestantes e forças de policiais. Os protestos pela suspensão do aumento nas passagens de metrô
seguiram mesmo após o presidente Sebastián Piñera anunciar no sábado (19/10) sua revogação.
Na noite de sábado (19/10), manifestantes atacaram vidraças de prédios, destruíram semáforos,
queimaram ônibus e invadiram e incendiaram um supermercado. O balanço oficial divulgado nesta
segunda-feira (21/10) aponta 11 mortes nos protestos.
Entenda em cinco pontos os distúrbios no Chile:

152
G1. Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas e diz que vai restaurar tarifas sobre aço e alumínio.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/12/02/trump-acusa-brasil-e-argentina-de-desvalorizarem-moedas-e-diz-que-vai-devolver-tarifas-sobre-aco-e-
aluminio.ghtml. Acesso em 02 de dezembro de 2019.
153
G1. Entenda a onda de protestos no Chile. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/20/entenda-a-onda-de-protestos-no-chile.ghtml. Acesso
em 21 de outubro de 2019.

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01. Aumento da tarifa do metrô
O preço da passagem do metrô de Santiago nos horários de pico subiu para 830 pesos – equivalente
a R$ 4,80 –, aumento de 3,75%. Não havia aumento nessa proporção desde 2010. O reajuste não afetou
o valor das passagens para estudantes e idosos, mas se soma ao aumento geral de 20 pesos nas tarifas
decretadas em janeiro passado.
Foi proposta uma política de preços variáveis para o transporte – a ideia era cobrar mais durante o
horário de pico, o que não foi bem recebido.
Em setembro, se anunciou que as contas de luz iriam subir em até 10%. A justificativa pela alta é que
houve uma alta do dólar em relação à moeda chilena.
Resultado: manifestantes foram em massa para as estações de metrô e forçaram a entrada sem pagar,
vandalizaram as estações e enfrentaram a polícia. A situação forçou o metrô de Santiago, que transporta
diariamente quase 3 milhões de pessoas, a fechar todas as estações na sexta-feira (18/10), o que levou
ao colapso do sistema de transporte da cidade.

02. Escalada da violência


Os protestos, que começaram há cerca de 15 dias, tornaram-se violentos a partir de sexta. Houve
confrontos entre manifestantes e policiais. Houve registro de incêndios que deixaram mortos em um
supermercado e uma fábrica. O balanço oficial indica que 11 pessoas morreram e 1.462 foram detidas no
país.
Manifestantes provocaram danos em 78 estações e trens. A empresa estatal que administra o serviço
do metrô avalia que o prejuízo deve chegar a mais de 300 milhões de dólares.

03. Estado de emergência e toque de recolher


O aumento da violência nos protestos fez o governo enviar tropas do Exército às ruas de partes de
Santiago. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 1990, quando o Chile voltou à democracia após a
ditadura de Augusto Pinochet.
Mais 9.500 integrantes das Forças Armadas foram mobilizados para atuar contra os protestos para
controlar pontos estratégicos como centrais de abastecimento e estações de metrô, que são alguns dos
alvos mais visados pelos manifestantes.
O governo do país andino decretou estado de emergência por 15 dias na capital e na região
metropolitana.
O general Javier Iturriaga decretou toque de recolher duas noites consecutivas, no sábado e no
domingo. A medida atingiu a região metropolitana de Santiago, Valparaíso (centro), Coquimbo, Biobío e
Antofagasta, entre outras regiões.

04. Suspensão na alta da tarifa


Os protestos contra o aumento nas passagens de metrô seguiram mesmo após o presidente Sebastián
Piñera anunciar no sábado (19/10) a suspensão do aumento de 30 pesos (R$ 0,20), que foi o estopim
dos protestos.
"Escutei com humildade a voz de meus compatriotas e não terei medo de seguir escutando esta voz.
Vamos suspender o aumento nas passagens do metrô", disse o presidente em uma transmissão.
No entanto, a medida não acalmou os manifestantes, que continuaram nas ruas com gritos de "basta
de abusos" e com o lema "Chile acordou".
As manifestações não têm um líder definido nem uma lista precisa de demandas. Até o momento
aparece como uma crítica generalizada a um sistema econômico neoliberal que, por trás do êxito aparente
dos índices macroeconômicos, esconde um profundo descontentamento social.
No Chile, o acesso à saúde e à educação é praticamente privado, a desigualdade social é elevada, os
valores das pensões estão reduzidos e os preços dos serviços básicos estão em alta, de acordo com a
France Presse.

05. Voos suspensos


No aeroporto da capital chilena, centenas de pessoas ficaram retidas - muitas dormiram no chão - com
o cancelamento ou adiamento de voos.
Os voos operados pelas maiores companhias aéreas do Chile, a Latam e a Sky Airline, foram
suspensos por causa do toque de recolher.
A Latam Chile disse em uma rede social que, devido à situação da ordem pública, seus voos para
dentro e fora de Santiago estavam sendo afetados.

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204
Entenda quem são os curdos e por que eles estão na mira de uma ofensiva turca na Síria154

Decisão de Donald Trump de retirar militares dos EUA se tornou um sinal verde para uma ofensiva da
Turquia contra militantes curdos no nordeste da Síria. Oposição alerta que a medida pode fortalecer o
Estado Islâmico.
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar tropas norte-americanas do
nordeste da Síria abriu caminho para uma ofensiva da Turquia contra forças curdas na região. Poucas
horas depois do anúncio da medida, na segunda-feira (07/10), a televisão síria registrou imagens de
explosões atribuídas a militares turcos.
Após Trump anunciar a decisão, políticos dos Estados Unidos – inclusive aliados do presidente, como
o senador republicano Lindsey Graham – alertaram para as consequências da retirada dos militares norte-
americanos, como:
- Aumento da violência contra a população curda no norte da Síria;
- Sem apoio dos EUA, curdos poderiam buscar ajuda em rivais dos norte-americanos como o regime
de Bashar al-Assad, Rússia ou Irã;
- Possível retorno da ocupação territorial do Estado Islâmico.
"A consequência mais provável dessa decisão impulsiva é o domínio do Irã sobre a Síria", declarou
Graham no Twitter.
Todas essas consequências levantadas têm a ver com o papel da população curda no Oriente Médio.

Onde vivem os curdos?


Estima-se que cerca de 30 milhões de curdos vivam entre Turquia, Síria, Iraque, Irã e em uma pequena
parte da Armênia. Mesmo tão populosa, a área conhecida historicamente como Curdistão não é
propriamente um país: não há uma unidade territorial ou um governo único autônomo, explica Tanguy
Baghdadi, mestre em relações internacionais pela PUC-RJ e professor da Universidade Veiga de Almeida.
"É o maior povo sem um Estado no mundo. Não há nenhuma outra população tão grande assim sem
um Estado."
Os governos do Oriente Médio temem que a criação de um território autônomo para os curdos em um
país influencie movimentos separatistas em outro. "Se você cria um Curdistão na Síria, abre espaço para
um Curdistão na Turquia", exemplifica Baghdadi.

Esse é um dos motivos pelos quais a Turquia pretende criar uma "zona livre" na fronteira com a Síria –
é lá onde se concentram as forças curdas. O governo de Recep Tayyip Erdogan alega que a milícia curda
YPG, que atua no nordeste sírio, atua de forma terrorista e está por trás de ataques em território turco
ligados ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

154
Lucas Vidigal. Entenda quem são os curdos e por que eles estão na mira de uma ofensiva turca na Síria. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/08/entenda-quem-sao-os-curdos-e-por-que-eles-estao-na-mira-de-uma-ofensiva-turca-na-siria.ghtml. Acesso em 18 de
outubro de 2019.

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205
A Turquia já fez ofensivas no norte da Síria, especialmente na região noroeste – área onde o regime
de Bashar al-Assad não encontrava resistência de tropas opositoras lideradas pelos curdos. Em 2018,
militares turcos bombardearam posições do YPG na cidade de Afrin e tomaram controle da porção oeste
da fronteira.
Para o professor Baghdadi, a Turquia aguardava um sinal verde para uma ofensiva na parte leste da
fronteira com a Síria.
"Se os turcos atacassem, os EUA seriam atingidos. Agora não mais: com a retirada norte-americana,
a Turquia sabe que pode agir", afirma.

Como os curdos ganharam poder na Síria?


Muito antes da Guerra da Síria, os Estados Unidos apoiavam as ações curdas no Iraque na década de
1990 contra o regime de Saddam Hussein no Iraque. No caso sírio, o apoio norte-americano se deve ao
papel das forças curdas em duas frentes:
- Em conjunto com as Forças Democráticas da Síria, que se opõem ao regime de Bashar al-Assad,
inimigo dos EUA
- Na luta contra o Estado Islâmico, que criou um "califado" ocupando boa parte do leste sírio

Nessa segunda frente, o professor Baghdadi destaca que as forças curdas exerceram protagonismo
nas batalhas contra militantes extremistas do Estado Islâmico. Inclusive, tiveram papel central na
retomada de Raqqa, cidade síria libertada da facção terrorista em 2017.
"Se tem alguém que lutou 'olho no olho' contra o Estado Islâmico, esses foram os curdos", aponta.
Como o Estado Islâmico não teve nenhum governo no Oriente Médio dando respaldo oficial, os países
da região fizeram vista grossa para que os curdos combatessem os terroristas. Isso abriu caminho para
que os EUA financiassem os militantes do Curdistão sírio.

Por que Trump deixou os curdos de lado?


Por duas razões, segundo Baghdadi:
- Desejo em se reaproximar da Turquia, país integrante da Otan e que tem o segundo maior exército
da aliança;
- Intenção de retirar os EUA de conflitos antigos, cumprindo promessa de campanha tendo em vista
as eleições de 2020.

O afastamento entre Turquia e EUA se intensificou justamente com o apoio norte-americano aos
curdos, ainda que sob justificativa de combate ao Estado Islâmico. Isso ocorreu durante o governo de
Barack Obama, e, com a eleição de Trump, o novo presidente prometeu retirar o país de guerras "sem
sentido".
A Casa Branca considera que o Estado Islâmico foi completamente derrotado na Síria e perdeu
praticamente todo o poderio territorial que detinha em 2014 – uma das justificativas adotadas por Trump
para retirar os militares norte-americanos da região.
"Os curdos lutaram conosco, mas gastamos enorme quantia de dinheiro e equipamento para isso. Eles
lutam contra a Turquia há décadas. Eu segurei essa luta por quase três anos, mas é hora de deixar essas
guerras ridículas sem fim, muitas delas tribais, e trazer nossos soldados de volta para casa", escreveu
Trump.
Dessa forma, o presidente dos EUA pode reconquistar o apoio da Turquia em um momento em que
Erdogan se aproximou da Rússia – país que é justamente o principal rival militar da Otan na Europa.
Mesmo assim, Trump alertou que "destruirá a economia da Turquia" caso Erdogan "ultrapasse os
limites" nas ofensivas na Síria. Porém, o norte-americano não detalhou quais seriam esses limites.

Como o Estado Islâmico pode voltar?


O risco apontado por críticos à decisão de Trump não é pequeno, explica Baghdadi. "O Estado Islâmico
perdeu domínio territorial, mas isso não quer dizer que o grupo tenha acabado", alerta. Segundo o
professor, a situação remete ao vazio no poder do nordeste da Síria no início da década.
"O Estado Islâmico surgiu em um momento de vácuo e de transição como esse", aponta.
Com os curdos enfraquecidos, sem apoio, e sob ataque turco, os remanescentes do Estado Islâmico
poderiam se aproveitar da situação e voltar a conquistar áreas no nordeste da Síria. "Eles [o Estado
Islâmico] devem ver esse cenário com muitos bons olhos", adverte Baghdadi.
Após anunciar a retirada dos militares, Trump justificou que os países da região deverão dar conta da
luta contra o grupo extremista. "Agora, Turquia, Europa, Síria, Irã, Iraque, Rússia e os curdos precisam

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206
perceber a situação e decidir o que querem fazer com os militantes do Estado Islâmico nas suas
'vizinhanças'. Todos os odeiam o EI e têm sido inimigos por anos", escreveu.
"Estamos a mais de 11 mil quilômetros de distância e vamos destruir o Estado Islâmico de novo se
eles chegarem perto de nós!", disse Trump.

Catalunha tem 3º dia de protestos contra pena de prisão para independentistas155

Na terça-feira, 51 pessoas foram detidas e mais de 70 policiais ficaram feridos em várias cidades;
governo e a oposição da Espanha vão discutir medidas.
A Catalunha tem nesta quarta-feira (16/10) o terceiro dia de protestos contra sentença que condenou
de 9 a 13 anos de prisão os líderes do movimento fracassado de independência catalã de 2017. O governo
afirmou que 51 pessoas foram detidas nesta madrugada em várias cidades.
De acordo com o ministério do Interior, 29 pessoas foram detidas na província de Barcelona, 14 em
Tarragona e oito em Lleida.
Além disso, 54 policiais regionais e 18 policiais nacionais ficaram feridos. Alguns deles sofreram
fraturas, de acordo com o Ministério do Interior.
Na noite de terça-feira (16/10), um violento confronto entre manifestantes e policiais ocorrido no centro
de Barcelona. Cerca de 40 mil pessoas participaram de uma manifestação na cidade. À noite, policiais
tentaram dispersar a multidão e houve confronto.
Também foram registrados confrontos nas cidades de Tarragona, Lleida e Girona, onde foram
organizadas concentrações diante das respectivas sedes das delegações do governo espanhol. Nesta
manhã, grupos pró-independência caminhavam em uma estrada perto de Girona. Não havia registro de
confrontos violentos.

Governo espanhol e oposição se encontram para discutir tema


O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou nesta quarta-feira (16/10) reuniões de
emergência com a oposição sobre as cenas de guerrilha urbana registradas na véspera em Barcelona e
que marcaram uma radicalização dos protestos na Catalunha após a condenação dos líderes pró-
independência.
O líder do Partido Popular conservador, Pablo Casado, pediu ao governo espanhol que tome uma série
de medidas excepcionais diante de uma "escalada de violência inadmissível" na Catalunha.
Entre essas medidas, Casado, chefe do principal partido opositor, pediu que seja "aplicada a Lei de
Segurança Nacional" para que o Estado assuma os poderes em termos de segurança na Catalunha e
garanta que o presidente pró-independência regional Quim Torra "não esteja em nenhum momento na
cadeia de comando".

Pena de prisão e início dos protestos


Na segunda (14/10), a Suprema Corte da Espanha condenou nove líderes da tentativa frustrada de
independência da Catalunha a penas de prisão que vão de 9 a 13 anos por sedição (uma forma mais
branda de rebelião contra autoridade). Outros três réus foram absolvidos da acusação de malversação
de dinheiro público e não foram condenados à prisão.
Lideranças do movimento pró-independência da Catalunha convocaram manifestantes e foram
prontamente atendidos. Confrontos com policiais deixaram 131 feridos. A maior parte deles, 115, estavam
no aeroporto El Prat, onde um manifestante perdeu o olho e um outro, parte dos testículos.

Preços do petróleo disparam após ataques a instalações na Arábia Saudita156

Na abertura do mercado, cotação do barril saltou quase 20% em Londres, a maior alta durante uma
sessão desde a guerra do Golfo em 1991.
O preço do petróleo disparou nesta segunda-feira (16/09) em Londres após os ataques do fim semana
contra instalações da petroleira Aramco, na Arábia Saudita, que cortaram pela metade a produção do
maior exportador mundial.
Às 9h30 GMT (6h30 de Brasília), o barril de Brent, referência na Europa, registrava alta de 9,52% na
comparação com sexta-feira, sendo negociado a US$ 65,97 no Intercontinental Exchange (ICE) de
Londres. Nos Estados Unidos, o barril WTI subia 8,71%, negociado a US$ 59,63.

155
G1. Catalunha tem 3º dia de protestos contra pena de prisão para independentistas. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/16/catalunha-tem-3o-dia-de-
protestos-contra-pena-de-prisao-para-independentistas.ghtml. Acesso em 16 de outubro de 2019.
156
G1. Preços do petróleo disparam após ataques a instalações na Arábia Saudita. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/16/precos-do-petroleo-
disparam-apos-ataques-a-instalacoes-na-arabia-saudita.ghtml. Acesso em 16 de setembro de 2019.

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207
Na abertura do mercado, a cotação do barril disparou 19,5% em Londres, para US$ 71,95, a maior alta
intradia desde 14 de janeiro de 1991, durante a guerra do Golfo, segundo a agência Reuters. Nos EUA,
o barril chegou a subir 15,5%, para US$ 63,3, maior alta durante uma sessão desde 22 de junho de 1998.
Os preços caíram das máximas nesta segunda depois que o presidente norte-americano Donald Trump
autorizou o uso de estoques de emergência de seu país para assegurar a estabilidade do
suprimento.
Os Estados Unidos acusaram o Irã pelo ataque, dizendo que não há evidências de que eles partiram
do Iêmen. O Irã rebateu as acusações e acusou os Estados Unidos de buscarem um pretexto para retaliar
o país.
Os ataques de drones no sábado provocaram incêndios na unidade saudita de Abqaiq, a maior do
mundo dedicada ao processamento de petróleo, e na instalação de Khurais, provocando a redução da
produção da petroleira em cerca de 5,7 milhões de barris por dia, o que representa mais de 5% do
suprimento global de petróleo.
"O ataque anulou quase metade da produção saudita, ou seja, 5% da produção mundial, o que
evidencia a vulnerabilidade destas infraestruturas aos ataques com drones", destacou Craig Erlam, da
corretora Oanda.
"Retirar mais de 5% da oferta global de uma única tacada -- um volume que é maior que o crescimento
da oferta acumulado em países de fora da Opep entre 2014 e 2018 -- é altamente preocupante",
escreveram analistas do UBS em nota.
As autoridades sauditas anunciaram que os ataques não provocaram vítimas, mas ainda não
informaram quanto tempo será necessário para restabelecer plenamente a produção nas instalações.
Analistas acreditam que seriam necessárias várias semanas ou meses para o país voltar à normalidade.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está avaliando o impacto no mercado de
petróleo do ataque a instalações da Arábia Saudita, e considera muito cedo para os membros da entidade
tomarem medidas para aumentar a produção ou convocarem uma reunião.
Os preços do petróleo estavam relativamente reduzidos nos últimos meses, uma consequência das
reservas abundantes e dos temores de desaceleração da economia mundial, fatores que afetavam a
demanda. Na sexta-feira, os contratos futuros do petróleo Brent fecharam a US$ 60,22. Já os futuros do
petróleo dos EUA fecharam a US$ 54,85.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegou a estabelecer limites de produção
para tentar manter a faixa de preço. Mas os ataques demonstram a vulnerabilidade do país com maior
capacidade de produção mundial, apontou o analista Amarpreet Singh, do Barclays, e inclui um elemento
de risco geopolítico aos preços.
A redução da produção afeta também a confiança dos investidores na Aramco, que prepara sua
entrada na bolsa. O governo saudita quer lançar no mercado de ações cerca de 5% de sua petroleira
estatal em 2020 ou 2021.
Grandes importadores de petróleo saudita, como Índia, China e Indonésia, devem ser os mais
vulneráveis à interrupção na oferta, segundo a Reuters.

China pede moderação


A China fez um apelo nesta segunda-feira a Irã e Estados Unidos para que demonstrem "moderação"
após as acusações de Washington a Teerã pelos ataques contra instalações do grupo estatal saudita
Aramco, segundo a France Presse.

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208
Os bombardeios foram reivindicados por rebeldes houthis do Iêmen, que enfrentam há cinco anos uma
coalizão militar liderada pela Arábia Saudita e contam com o apoio do Irã.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descartou no domingo (15/09) retaliar o ataque.
Trump também autorizou o uso do estoque emergencial de petróleo dos EUA para garantir um suprimento
estável após o ataque.
"Na ausência de uma investigação incontestável que permita tirar conclusões, talvez não seja sensato
imaginar quem deve ser responsabilizado por este ataque", afirmou Hua Chunying, porta-voz do ministério
das Relações Exteriores da China.
"Pedimos às partes envolvidas que se abstenham de adotar medidas que levariam a uma escalada
das tensões na região".
"Esperamos que as duas partes possam demonstrar moderação e, juntas, preservem a paz e a
estabilidade no Oriente Médio", completou Hua, cujo país é membro permanente do Conselho de
Segurança da ONU.

Tensão entre EUA e Irã


A tensão entre Estados Unidos e Irã aumentou desde que Washington abandonou de maneira
unilateral em 2018 o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015.
O governo americano restabeleceu sanções econômicas contra Teerã. Trump autorizou o uso das
reservas estratégicas americanas de petróleo, se necessário, para compensar a queda de produção na
Arábia Saudita.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou no sábado que não há provas de que o
ataque tenha procedido do Iêmen, apontando diretamente para o Irã, e acrescentou que Washington
"trabalhará" com seus parceiros para garantir o abastecimento.
O porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Abbas Mussavi, respondeu no domingo
que as acusações são "insensatas" e "incompreensíveis" e que só buscam justificar "futuras ações" contra
o Irã.
O príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, cujo país é o grande rival regional do Irã, assegurou
que Riad está "disposto e capacitado" responder a esta "agressão terrorista".

Para Angela Merkel, incêndios na Amazônia devem ser debatidos no G7157

Grupo com 7 das principais economias do mundo se reúne neste fim de semana. Boris Johnson, do
Reino Unido, Emmanuel Macron, da França, e Justin Trudeau, do Canadá, também querem que cúpula
discuta queimadas.
Os incêndios na Amazônia são uma situação urgente que deve ser debatida no encontro de cúpula do
G7, afirmou nesta sexta-feira (23/08) um porta-voz da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel.
A chanceler é a terceira líder do G7 que sinaliza que o grupo, que se reunirá neste fim de semana em
Biarritz, sudoeste francês, pretende discutir o fogo na floresta amazônica. Emmanuel Macron, da França,
e Justin Trudeau, do Canadá, já se pronunciaram na mesma linha de Merkel. Estados Unidos, Reino
Unido, Itália e Japão também compõem o grupo.
“A magnitude dos incêndios é preocupante e ameaça não só o Brasil e os outros paiś es afetados, mas
também o mundo inteiro”, disse Steffen Seibert, representante de Merkel.
As queimadas na Amazônia aumentaram 82% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo
período do ano passado, e se intensificaram nas últimas semanas. Na noite de quinta-feira (22/08), o
presidente Jair Bolsonaro fez reunião de emergência com ministros para discutir que medidas devem ser
tomadas.

Reino Unido manifesta preocupação


O Reino Unido também está preocupado com os incêndios na floresta amazônica. De acordo com o
gabinete do primeiro-ministro Boris Johnson, ele vai dizer no encontro de cúpula do G7 que é preciso
renovar o foco na proteção da natureza.
"O primeiro-ministro está gravemente preocupado pela alta da quantidade de incêndios na floresta
amazônica e o impacto de trágicas perdas nesse habitat", disse um porta-voz.

Macron, da França, diz que tema é urgente


O presidente da França, Emmanuel Macron, também afirmou em uma rede social na quinta-feira
(22/08) que é preciso discutir o tema na reunião.
157
G1. Para Angela Merkel, incêndios na Amazônia devem ser debatidos no G7. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/08/23/para-angela-merkel-
incendios-na-amazonia-devem-ser-debatidos-no-g7.ghtml. Acesso em 23 de agosto de 2019.

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209
"Nossa casa queima. Literalmente. A Amazônia, o pulmão de nosso planeta, que produz 20% de nosso
oxigênio, arde em chamas. É uma crise internacional. Membros do G7, vamos nos encontrar daqui a dois
dias para falar dessa urgência!", escreveu o francês.
Apesar da afirmação de Macron e de a Amazônia ser fundamental para o equilíbrio do planeta, a
floresta não pode ser considerada o pulmão do mundo, pois consome a maior parte do oxigênio que
produz, segundo estudos científicos. A maior parte do oxigênio da atmosfera é produzido pela flora
marítima.

Canadense também quer falar sobre Amazônia


O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, respondeu ao francês na mesma rede social.
"Eu não poderia concordar mais, Emmanuel Macron. Nós trabalhamos muito para proteger o ambiente
no G7 no ano passado em Charlevoix, e precisamos que isso continue neste fim de semana. Precisamos
agir pela Amazônia e agir pelo nosso planeta — nossos filhos e netos contam conosco."

Os países que participam do G7 são:


- Alemanha
- Canadá
- Estados Unidos
- França
- Itália
- Japão
- Reino Unido

Acordo entre o Mercosul e a União Europeia


O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, afirmou que o país vai buscar bloquear o acordo
comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE), a não ser que o Brasil proteja a floresta amazônica,
de acordo com jornais irlandeses.
O voto para ratificar o tratado comercial está agendado para dois anos, e nesse tempo o Brasil será
monitorado, segundo o irlandês.
Varadkar também comentou as afirmações, sem evidência, de Jair Bolsonaro de que ONGs podem
estar por trás de queimadas na Amazônia para 'chamar atenção' contra o governo.
O irlandês classificou essa alegação como "orwelliana", em uma referência ao romancista George
Orwell, que escreveu livros de temáticas distópicas.

Ativista também se manifesta


A ativista adolescente Greta Thunberg, da Suécia, também se pronunciou sobre o tema. "Até aqui no
meio do Oceano Atlântico eu escuto sobre o recorde de incêndios devastadores na Amazônia. Meus
pensamentos estão com os afetados. Nossa guerra contra a natureza precisa terminar", ela escreveu.
Ela está no meio de uma viagem de veleiro entre o Reino Unido e Nova York, onde vai participar de
uma reunião da ONU.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na quinta (22/08) estar profundamente preocupado
com os incêndios na floresta amazônica.

Resposta de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro respondeu ao francês Macron pelas redes sociais na quinta (22/08). Ele
disse lamentar que o presidente da França "busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil" para
"ganhos políticos pessoais" e criticou o "tom sensacionalista" sobre a Amazônia.
Ele também disse que o francês se refere à Amazônia "apelando até para fotos falsas". A imagem que
Macron usou junto com seu texto na rede social é antiga. Ela foi feita pelo fotógrafo americano Loren
McIntyre, que morreu em 2003.

Brasil assume a presidência do Mercosul e quer dar continuidade à gestão argentina158

Representantes do bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai fazem reunião
de dois dias na cidade de Santa Fé, na Argentina.

158
G1. Brasil assume a presidência do Mercosul e quer dar continuidade à gestão argentina. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/07/16/brasil-
assume-a-presidencia-do-mercosul-e-quer-dar-continuidade-a-gestao-argentina.ghtml. Acesso em 18 de julho de 2019.

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210
O Brasil assume a presidência temporária do Mercosul durante o encontro entre representantes dos
países-membros do bloco na cidade argentina de Santa Fé, nesta quarta (16/07) e quinta (17/07). Jair
Bolsonaro e os outros líderes devem chegar no segundo dia.
O plano do Brasil é manter as prioridades que a Argentina, a atual líder do bloco, determinou. Cada
país fica à frente do Mercosul por seis meses.
A ideia é seguir com abertura de mercados (com assinatura de acordos comerciais) e revisar tarifas
externas comuns.
O bloco econômico assinou um tratado para aumentar o comércio com a União Europeia, conforme
anúncio feito no fim de junho. Isso deve ser comemorado na reunião de Santa Fé, mas não deverá haver
avanços –agora, os textos estão sendo revisados, de acordo com diplomatas brasileiros e argentinos.
Um outro tema na pauta da reunião de cúpula é um enxugamento da estrutura institucional do
Mercosul: “Ela é vasta, tem cerca de 200 órgãos”, afirma o diplomata brasileiro Daniel Leitão, chefe da
divisão de economia e assuntos comerciais do bloco.
Há ainda um quarto assunto, que são os regulamentos técnicos de produtos feitos nos países.
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai terão mais acesso a mercados de outras nações, mas precisarão
fazer com que os produtos que saem do continente tenham os mesmos padrões que o da Europa.
"São regras que estabelecem como um determinado bem precisa ser produzido, como deve ser o
rótulo etc.", afirma Leitão.

Mercosul vai passar a compartilhar rede de consulados


Uma outra ideia da presidência brasileira é ter projetos que mostrem aos cidadãos dos países membros
que o bloco econômico cumpre uma função –nas palavras dos diplomatas, políticas "palpáveis". Uma
delas é o uso compartilhado da rede de consulados.
Por exemplo, um brasileiro que está em uma cidade europeia sem representação brasileira, mas onde
a Argentina tem um consulado, poderá usar os serviços do país vizinho.
Além disso, os governos serão incentivados a compartilhar mais dados de segurança sobre pessoas
que atravessam fronteiras – não há novas obrigações entre as entidades policiais e de Justiça dos
membros, de acordo com diplomatas brasileiros.
Com isso, pretende-se facilitar o trânsito de turistas, tanto os de fora do bloco como os de cidadãos
dos países membros.

Eleições presidenciais no continente


Há previsão de eleições presidenciais na Argentina neste ano, e, por essa razão, os negociadores têm
sido mais cautelosos ao firmar compromissos – principalmente os que podem trazer algum prejuízo
eleitoral à candidatura de Maurício Macri, que quer ser reeleito.
O Uruguai também escolherá um novo presidente, mas na Argentina a disputa é maior, e por isso, o
governo pode ter mais receio de desagradar a algum setor da sociedade.

Acordo entre Mercosul e UE prevê prazo de adaptação para indústria brasileira e pode gerar
mais de 778 mil empregos em 10 anos, diz CNI159

Para o presidente da CNI, Robson Braga, esse acordo pode representar o 'passaporte para o Brasil
entrar na liga das grandes economias do comércio internacional'.
O acordo para a área de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia terá dispositivos para a
indústria brasileira se "adaptar à competitividade da indústria europeia", informou nesta sexta-feira (28/06)
a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Para os países do Mercosul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o acordo prevê um período de
mais de uma década de redução de tarifas para produtos mais sensíveis à competitividade da indústria
europeia. No caso europeu, a maior parte do imposto de importação será zerada tão logo o tratado entre
em vigor. O acordo cobre 90% do comércio entre os blocos", informou.
Segundo a CNI, os dois blocos formarão uma área de livre comércio que soma US$ 19 trilhões em
Produto Interno Bruto (PIB) e um mercado de 750 milhões de pessoas.
"A depender do movimento europeu de abertura de seu mercado agrícola, o acordo pode agregar US$
9,9 bilhões às exportações do Brasil para a União Europeia. Um aumento de 23,6% em dez anos, com
potencial de gerar 778,4 mil empregos", informou a entidade.

159
Alexandro Martello. Acordo entre Mercosul e UE prevê prazo de adaptação para indústria brasileira e pode gerar mais de 778 mil empregos em 10 anos, diz
CNI. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/28/acordo-entre-mercosul-e-ue-preve-prazo-de-adaptacao-para-industria-brasileira-e-pode-gerar-
mais-de-778-mil-empregos-em-10-anos-diz-cni.ghtml. Acesso em 01 de julho de 2019.

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211
Na avaliação da indústria, esse aumento nas exportações não é trivial. Entre 2012 e 2016, as
exportações brasileiras para os europeus caíram de US$ 49,1 bilhões para US$ 33,4 bilhões. Registrou
leve recuperação em 2017 e encerrou 2018 em US$ 42,1 bilhões. Desse total, 56% foram de bens
industrializados.
Para o presidente da CNI, Robson Braga, esse acordo pode representar o "passaporte para o Brasil
entrar na liga das grandes economias do comércio internacional".
"Cria novas oportunidades de exportação devido à redução de tarifas europeias, ao mesmo tempo que
abre o mercado brasileiro para produtos e serviços europeus, o que exigirá do Brasil aprofundamento das
reformas domésticas. O importante é que essa mudança será gradual, mesmo assim as empresas devem
começar a se adaptar a essa nova realidade”, acrescentou ele.

Governo de Hong Kong suspende polêmico projeto de lei de extradição após protestos160

Proposta que permite extradição para a China inicialmente seria votada em 20 de junho, mas a líder
do governo anunciou a 'suspensão' do processo até novo aviso. Opositores da medida mantiveram a
manifestação convocada para este domingo (16/06).
A chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou neste sábado (15/06) a "suspensão" de seu
polêmico projeto de lei que permite extradições para a China. A proposta gerou uma grande oposição nas
ruas durante a última semana e a rejeição geral da sociedade.
Lam esclareceu em entrevista coletiva que a segunda leitura do projeto, que poderia permitir que a
China tenha acesso a "fugitivos" em Hong Kong, está "suspensa" até novo aviso, mas não estabeleceu
nenhum prazo específico para retomar o projeto.

Entenda a polêmica:
Ao contrário de outras regiões da China, Hong Kong, que até 1997 estava cedida ao Reino Unido,
funciona sob o princípio de "um país, dois sistemas", com seu próprio sistema de leis e fronteiras e maior
liberdade de expressão;
Por isso, a região virou o destino de muitos migrantes e dissidentes que deixaram a China continental
para fugir da pobreza ou da perseguição política;
O projeto de lei apresentado em fevereiro, porém, abre brecha para que pessoas acusadas de crimes
em Hong Kong possam ser extraditadas para o continente, uma medida vista com preocupação por
diversos grupos, que veem nela uma potencial ameaça para as liberdades dos moradores da ilha.

'Aceitamos as críticas'
No anúncio da suspensão do projeto neste sábado, Lam disse que sua ideia original era cobrir um
vácuo legal para "impedir que Hong Kong se tornasse um paraíso para os criminosos", um objetivo que
"não mudou".
"Nós criamos um grande conflito e muitas pessoas estão decepcionadas e tristes, eu também estou
triste e sinto muito por desencadear este conflito. Nós aceitamos as críticas com sinceridade e humildade,
e vamos melhorar. O governo escutará abertamente as opiniões sobre o projeto legislativo. Vamos nos
comunicar com a sociedade, vamos explicar mais e vamos ouvir mais", afirmou ela.
A decisão foi anunciada depois que Carrie Lam se reuniu com membros de seu conselho, na véspera
de uma nova manifestação marcada para este domingo (16/06) e depois de aliados pedirem o adiamento
do projeto.

Manifestação de domingo mantida


O anúncio do governo não demoveu os opositores da ideia de realizar uma nova manifestação neste
domingo (16/06). Segundo a agência de notícias EFE, a coalizão Civil Humans Rights Front convocou a
população de Hong Kong neste sábado para comparecer em peso no domingo. A demanda das
organizações civis da região é que o governo retire a proposta em caráter definitivo.
Na última quarta-feira (12/06), milhares de pessoas saíram às ruas para pedir o cancelamento do texto,
e conseguiram o adiamento da sua segunda leitura no Legislativo.
A polícia dispersou as manifestações na sede parlamentar utilizando a força – usando gás
lacrimogêneo e balas de borracha – deixando 81 feridos (dois deles em estado grave) e 11 detidos,
segundo as forças de segurança locais.
"Como governo responsável, devemos defender a lei e a ordem. Esta é a missão da polícia", indicou
Carrie, ressaltando que as câmeras de segurança mostram muitos manifestantes atacando os agentes.
160
Agência EFE. Governo de Hong Kong suspende polêmico projeto de lei de extradição após protestos. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/06/15/governo-de-hong-kong-adia-polemico-projeto-de-lei-apos-protestos.ghtml. Acesso em 17 de junho de 2019.

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212
"Mas também temos de ser racionais e proteger os melhores interesses de Hong Kong", disse a chefe do
Executivo.

Uso excessivo de força


Outra reivindicação dos manifestantes é que o governo condene o "excessivo uso da força" por parte
da polícia e "que liberte os presos nos protestos", disse neste sábado uma das organizações convocadas.
Por sua parte, Pequim reiterou durante toda a semana seu apoio à intervenção policial em Hong Kong
e a intenção do governo local de continuar com o processamento dessa legislação.
Proposta em fevereiro e com uma votação final que estava originalmente agendada para 20 de junho,
a lei permitiria que o governo e os tribunais de Hong Kong processassem pedidos de extradição, em
especial para a China e Taiwan, sem acordos prévios e sem supervisão legislativa.
No entanto, o projeto encontrou oposição de um amplo espectro social, de estudantes a empresários,
que expressaram preocupação com o risco de residentes de Hong Kong acusados de crimes serem
transferidos para a China continental.

Mais de 30% dos refugiados no Brasil têm ensino superior, aponta pesquisa da ONU161

Levantamento socioeconômico entrevistou 487 pessoas do total de 10,5 mil imigrantes no país. Estudo
mostra ainda que 92% fala português.
Refugiados que vivem no Brasil têm escolaridade acima da média brasileira, mas são mais afetados
pelo desemprego e poucos conseguem revalidar o diploma no país, de acordo com um levantamento
inédito feito pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur).
O relatório, divulgado nesta quinta-feira (30/05), entrevistou 487 imigrantes que foram forçados a deixar
seu país de origem e, agora, vivem em 14 cidades brasileiras. Juntos, esses municípios concentram 94%
dos refugiados sob proteção do governo federal. No Brasil, até o ano passado, o Ministério da Justiça
reconheceu 10,5 mil pessoas nessa condição.
Segundo o documento, 34% dos refugiados ouvidos na pesquisa concluíram o ensino superior, e 3%
já cursaram alguma pós-graduação – especialização, mestrado ou doutorado. Entre a população
brasileira acima de 25 anos, apenas 15% concluíram o mesmo nível de ensino.

"Os refugiados demonstram elevado capital linguístico e capital escolar acima da média brasileira, ou
muito acima se considerarmos apenas a população brasileira negra e parda", aponta o documento.
Apesar do número de diplomados vindos para o Brasil, os refugiados se deparam, contudo, com
dificuldades na revalidação dos diplomas. Entre os entrevistados – pessoas acima de 18 anos –, apenas
14 conseguiram aproveitamento dos anos de estudos, contra 133 que não conseguiram.

161
Marília Marques. Mais de 30% dos refugiados no Brasil têm ensino superior, aponta pesquisa da ONU. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/30/mais-de-30percent-dos-refugiados-no-brasil-tem-ensino-superior-aponta-pesquisa-da-onu.ghtml. Acesso em 30 de
maio de 2019.

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213
Além disso, 92% do total declarou falar português. Para os especialistas, a alta taxa de escolaridade é
um "estímulo à continuação dos estudos no Brasil". Para esta pesquisa, no entanto, foram excluídos
refugiados nascidos em Angola – por já falarem o português.

Mercado de trabalho
Os dados mostram ainda que mais da metade (57%) dos entrevistados estavam trabalhando entre
junho de 2018 e fevereiro de 2019. Neste grupo, 22% desempenham algum tipo de atividade empresarial,
o que revela que entre esse público, "o empreendedorismo não é apenas um sonho, mas uma realidade",
diz o documento.
Dentre 462 refugiados que responderam a respeito, 315 (68%) não atuavam em suas áreas de
formação. Para a ONU, o índice elevado pode ser resultado da "falta de informações ou pelo baixíssimo
número daqueles que conseguiram revalidar seus diplomas" – apenas 14 casos.
No outro extremo, 19%, ou 95 refugiados, estavam desempregados neste período. O índice é superior
à média nacional – de 12%, em março. Além disso, ficou constatado que 25% dos imigrantes forçados
recebidos pelo Brasil estão fora do mercado de trabalho, ou seja, desocupados e não procuraram
emprego.
Para a ONU, o número é "bastante preocupante" por se tratar de uma população vulnerável. "Trata-se
de população obrigada a deixar seu país de origem em condições de grande fragilidade e que não está
conseguindo gerar renda no país de destino", destaca o documento.
Por outro lado, 26 entrevistados (5%) declararam-se "ocupados com afazeres domésticos" e 3
refugiados (0,6%) são aposentados ou pensionistas. Por fim, 42 pessoas acima de 18 anos se
identificaram como estudantes e, por isso, não estavam trabalhando nem procurando emprego.

Renda média
Para medir a qualidade de vida dos entrevistados, a Acnur também analisou a renda domiciliar mensal
dos cerca de 500 refugiados que vivem em setes estados brasileiros e no Distrito Federal.
Sobre esse quesito, 79% dos imigrantes possuem renda inferior a R$ 3 mil, sendo que 30% deles
vivem com menos de R$ 1 mil por mês. Outros 20% recebem acima de R$ 3 mil.

Quem são?
A pesquisa entrevistou 497 refugiados que vivem no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Amazonas e no Distrito Federal.
Entre esses imigrantes, a origem configura em, majoritariamente, quatro países: Síria, República
Democrática do Congo, Angola e Colômbia. Em 83% dos casos, a autorização de refúgio foi concedida a
partir de 2010. Veja perfil:

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214
Theresa May anuncia renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido162

Líder do Partido Conservador deixará governo em 7 de junho; escolha do novo líder deve ocorrer até
o fim de junho. May não resistiu ao fracasso na condução do processo do Brexit.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira (24/05) que vai deixar o cargo
em 7 de junho. A renúncia foi anunciada após a líder do Partido Conservador fracassar na condução do
Brexit, processo de saída do Reino Unido da União Europeia.
May, que vinha sofrendo uma forte pressão para deixar o cargo — inclusive dentro do seu próprio
partido —, declarou ao discursar que fez o seu melhor ao tentar implementar o Brexit. Agora, os
conservadores iniciarão um processo para escolher o novo líder do governo.
"Eu fiz tudo o que eu podia para convencer os parlamentares a apoiarem esse acordo [do Brexit].
Infelizmente, eu não fui capaz de fazer isso. Eu tentei três vezes. Então, hoje eu anuncio que estou
deixando a liderança do Partido Conservador e o governo na sexta-feira, 7 de junho. Então, um sucessor
pode ser escolhido", disse May.
A primeira-ministra britânica, que tem 62 anos e está há quase três anos no poder, afirmou que decidiu
deixar o cargo após o terceiro fracasso em aprovar no Parlamento Britânico o acordo costurado por ela
com a União Europeia sobre o Brexit.
"Sempre será motivo de profundo pesar para mim que eu não tenha sido capaz de entregar o Brexit”,
afirmou a premiê, que ficou com a voz embargada e chegou a chorar no fim do seu pronunciamento.
"Eu, em breve, vou deixar a função que foi a honra da minha vida: a segunda primeira-ministra mulher,
mas certamente não a última. Eu fiz isso sem ser obrigada, mas com uma gratidão enorme e duradoura
em ter tido a oportunidade de servir o paiś que eu amo.”
Agora, o favorito para ocupar o cargo que será deixado por May é o ex-ministro de Relações Exteriores
e ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, que liderou a campanha em defesa do Brexit. Johnson já admitiu

162
G1. Theresa May anuncia renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/24/theresa-may-
anuncia-sua-renuncia-ao-cargo.ghtml. Acesso em 24 de maio de 2019

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215
ter a pretensão de assumir a liderança. Outros quatro políticos estão entre os que têm mais chances de
ocuparem o cargo.
O processo de sucessão deve começar em 10 de junho. A oposição pede eleições gerais. O processo
de escolha do novo líder deve ser concluído até o fim de junho, antes da folga de verão do Parlamento,
que tradicionalmente ocorre em julho.

May tinha prometido deixar cargo


May já tinha prometido que deixaria o governo assim que seu acordo com a UE fosse aprovado. No
início da semana, ela apresentou sua última proposta a ser submetida aos deputados britânicos. A premiê
propunha que os parlamentares votassem, após a aprovação da íntegra do texto, se o documento final
deveria ou não passar por um segundo referendo.
A proposta foi um fracasso e motivou, na última quarta-feira (22/05), a renúncia de outra figura
importante no Partido Conservador, a líder do governo na Câmara dos Comuns, Andrea Leadson —
contrária à ideia de um novo referendo.

Do poder à renúncia
A líder conservadora assumiu o governo nas semanas posteriores ao referendo de 2016, que decidiu
pelo Brexit. O resultado tinha levado à renúncia do também conservador David Cameron, de quem May
foi ministra do Interior por seis anos.
Apesar de ser considerada cética sobre a União Europeia, ela havia defendido a permanência do Reino
Unido no bloco. No entanto, May teve pouco envolvimento na campanha do referendo e insistiu na
necessidade de limitar a imigração — pauta dos defensores do Brexit.
Um ano após assumir o gabinete de governo em Downing Street, a primeira-ministra convocou eleições
legislativas para fortalecer sua posição, mas acabou perdendo a maioria absoluta. Desde então,
aumentaram os ataques contra ela dos eurocéticos e pró-europeus de seu próprio partido.
Diversos ministros abandonaram May, descontentes com a ideia dela de negociar um relacionamento
próximo com a União Europeia. Um deles foi o próprio Boris Johnson, que deixou o comando da
diplomacia britânica em julho do ano passado. Desde então, o apoio à gestão May só diminuiu.

Eleições Europeias
O anúncio da renúncia de May ocorre um dia após o início das eleições europeias. O Reino Unido não
queria participar do pleito, em que surge como favorito o Partido do Brexit, de Nigel Farage.
Os resultados serão conhecidos somente no domingo (26/05), quando termina a votação em todos os
28 países do bloco.
O Reino Unido determinou sua saída da União Europeia para o dia 31 de outubro, após solicitar um
adiamento da data que inicialmente estava estabelecida para 29 de março deste ano.

Trump diz que não vai deixar China se tornar maior economia do mundo163

Em entrevista à rede televisiva Fox News neste domingo (19/05), ele defendeu guerra comercial contra
produtos chineses.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (19/05), em entrevista à rede
de TV Fox News, que a China pretende se tornar a maior economia do mundo, mas que isso não vai
acontecer enquanto ele estiver no poder.
Os EUA e a China estão em uma escalada de protecionismo econômico. Os americanos elevaram
tarifas de importação de 5.000 produtos chineses, e Pequim retaliou com uma taxa em cerca de 2.500
itens americanos.
Para Trump, essa é parte de uma estratégia da China para se tornar a maior economia do mundo.
"Acredito que essa seja a intenção deles. Eles são ótimas pessoas, têm uma cultura incrível. Eu gosto
muito do presidente Xi [Jinping], mas ele está do lado da China e eu estou do nosso lado", afirmou ao
apresentador Steve Hilton, na Fox News.
Trump acusou seus antecessores de serem fracos demais com a China. "Com eles, nunca tiramos 10
centavos da China. Não culpo os chineses, mas todos os nossos presidentes, e não só Obama. Eles
deixaram isso acontecer", disse o presidente norte-americano.
"Estou muito feliz, pois a China não está tão bem quanto nós [na economia]. Se Hillary Clinton tivesse
virado presidente, a China hoje seria uma economia maior do que a nossa." - Donald Trump

163
G1. Trump diz que não vai deixar China se tornar maior economia do mundo. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/19/trump-diz-que-nao-
vai-deixar-china-se-tornar-maior-economia-do-mundo.ghtml. Acesso em 20 de maio de 2019

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216
O presidente disse, ainda, que muitas empresas estão saindo da China e se mudando para outros
países asiáticos, como o Vietnã, por causa das tarifas impostas pelos Estados Unidos.
"É a maior realocação da atualidade. E você vai ver muitas empresas americanas fazendo mais
produtos nos Estados Unidos. Podem até comprar da China, mas tiraremos deles com tarifas. Isso não é
tão ruim. Mas vou tirar deles e dar para os nossos agricultores."
Ele acrescentou que nenhum acordo com a China chegará a "50%" para cada um. "Tínhamos um
acordo muito forte, tínhamos um bom acordo, mas eles mudaram [o acordo]. Então eu disse, OK, vamos
tarifar os produtos deles", contou.

Presidente do Sudão é deposto e conselho militar vai assumir comando do país164

Anúncio foi feito pelo ministro da Defesa nesta quinta-feira (11/04). Kamal Abdel Maaruf afirmou que
haverá eleições após o período de transição previsto para durar dois anos.
O ministro da Defesa do Sudão anunciou nesta quinta-feira que o presidente Omar al-Bashir, que
ocupava o poder há 30 anos, foi deposto e detido "em um lugar seguro". Kamal Abdel Maaruf também
afirmou que um conselho militar administrará o Sudão por um período de transição de dois anos.
Em um comunicado transmitido pela TV estatal, o ministro afirmou que haverá eleições no final do
período de transição e que o espaço aéreo do país foi fechado por 24 horas. Ele também anunciou três
meses de estado de emergência, um cessar-fogo nacional e a suspensão da constituição.
Nesta quinta, milhares de pessoas anti-governo saíram às ruas para comemorar a queda de Omar al-
Bashir. Grande parte dos manifestantes, apesar de comemorar, pediram por um governo civil e disseram
que não querem uma administração liderada por militares.

Mandados de prisão por genocídio


Bashir comanda o Sudão com mão de ferro desde 1989, quando deu um golpe de Estado com a ajuda
de militantes islâmicos, de acordo com a Deutsche Welle. Ele é alvo de dois mandados internacionais de
prisão por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, emitidos pelo Tribunal Penal
Internacional, em Haia, por causa de crimes cometidos em Darfur.
Nessa região do oeste sudanês, 300 mil pessoas foram mortas desde 2003, segundo contagem das
Nações Unidas, num conflito que opõe o governo e milícias árabes, de um lado, e rebeldes não árabes
separatistas, do outro.
As manifestações contra Bashir foram motivadas pela forte crise econômica que afeta o país há anos
– principalmente depois da secessão do Sudão do Sul, em 2011. O Sudão é um dos 25 países mais
pobres do mundo, com uma população de 41 milhões de pessoas.
Até a independência do Sudão do Sul, a economia era fortemente dependente do petróleo, que era
responsável por 95% das exportações e metade da arrecadação do governo. Em 2001, o Sudão perdeu
a maior parte dos campos petrolíferos, que ficaram com o Sudão do Sul.

Derrota do Estado Islâmico é anunciada na Síria165

As Forças Democráticas Sírias (FDS), que são apoiadas pelos Estados Unidos, disseram ter dado fim
ao "califado" criado pelo grupo extremista autoproclamado Estado Islâmico (EI).
"As Forças Democráticas Sírias declaram a total eliminação do chamado califado e a total derrota
territorial do EI", disse Mustafa Bali, porta-voz da FDS, pelo Twitter. "Neste dia único, celebramos os
milhares de mártires que tornaram essa vitória possível."
Em seu auge, o EI controlou uma área de 88 mil km² no norte da Síria e do Iraque, governou quase 8
milhões de pessoas, ganhou bilhões de dólares com a exploração de petróleo, extorsões, roubos e
sequestros, e usou seu território como base para ataques em outros países.
Mas o grupo ainda é considerado uma grande ameaça global por ainda deter uma presença
significativa na região e ter afiliados em diversos outros países, como Nigéria, Iêmen, Afeganistão e
Filipinas.
A aliança de forças representada pela FDS, lideradas pelos curdos, começou sua ofensiva final contra
o EI no início de março, contra militantes que estavam encurralados no vilarejo de Baghuz, no leste sírio.

164
G1. Presidente do Sudão é deposto e conselho militar vai assumir comando do país. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/11/presidente-do-sudao-e-
deposto.ghtml. Acesso em 11 de abril de 2019.
165
BBC. Derrota do Estado Islâmico é anunciada na Síria. BBC. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-47678823?ocid=socialflow_twitter. Acesso em 25
de março de 2019.

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217
A FDS teve de conter seus esforços após ser revelado que um grande número de civis se encontrava
ali, abrigados em edifícios, tendas e túneis. Milhares de mulheres e crianças fugiram rumo aos campos
de refugiados controlados pela aliança.
Combatentes do EI também abandonaram Baghuz, mas aqueles que permaneceram ofereceram uma
grande resistência, com o uso de homens e carros bomba no conflito.
O presidente americano, Donald Trump, havia dito que o EI estava derrotado no fim do ano passado e
anunciado planos de retirar suas tropas, uma medida que deixou seus aliados no conflito preocupados
- a Casa Branca anunciaria depois que suas forças permaneceriam na região.

Como começou a guerra contra o Estado Islâmico


O EI surgiu a partir de um braço da Al-Qaeda no Iraque após a invasão do país por uma coalização
liderada pelos Estados Unidos em 2003. O grupo se juntou em 2011 à rebelião contra o presidente Bashar
al-Assad na Síria, onde encontrou proteção e fácil acesso a armas.
Ao mesmo tempo, tirou proveito da retirada de tropas americanas do Iraque, assim como da revolta
entre os sunitas contra as políticas sectárias do governo do país liderado por xiitas.
Em 2014, há havia assumido o controle de grandes áreas na Síria e no Iraque e proclamado a
instauração de um "califado" nesta região. Foi quando mudou de nome. Antes conhecido como Estado
Islâmico do Iraque e do Levante, passou a se autointitular apenas Estado Islâmico, refletindo suas
ambições expansionistas.
Um avanço subsequente sobre áreas controladas pela minoria curda no Iraque e o assassinato ou
escravização de milhares de membros do grupo religioso yazidi levou à formação de uma coalização
internacional liderada pelos Estados Unidos, com ataques aéreos a posições do EI a partir de agosto
daquele ano.
A batalha para expulsar o EI da Síria e do Iraque tem sido sangrenta, com milhares de vidas perdidas
e milhões de pessoas forçadas a deixar seus lares.
Na Síria, tropas leais a Assad batalharam contra os extremistas com a ajuda de ataques aéreos russos
e milícias apoiadas pelo Iraque. Por sua vez, a coalização liderada por americanos deu apoio à FDS, uma
aliança de curdos sírios e combatentes árabes, além de facções rebeldes sírias. No Iraque, forças de
segurança locais foram apoiadas tanto pelos Estados Unidos quanto por grupos paramilitares.
Desde então, já foram realizados mais de 33 mil ataques aéreos na região pela coalização. A Rússia
não fez parte destes esforços, mas começou a promover ataques aéreos contra o que chamou de
"terroristas" na Síria em setembro de 2015 para fortalecer o governo de Assad.
A campanha logo começou a dar sinais de progresso, com a recaptura da cidade de Ramadi, capital
da província iraquiana de Anbar, e, depois, da segunda maior cidade do país, Mosul, em julho de 2017 -
considerado um marco dos esforços da coalização, em uma batalha de dez meses que matou milhares
de civis e deixou 800 mil refugiados.
Em outubro de 2017, a FDS reassumiu o controle da cidade de Raqqa, na Síria, capital do
autoproclamado "califado", após três anos sob o comando do EI. No mês seguinte, foram retomadas as
cidades de Deir al-Zour e Al-Qaim.
Os números exatos de vítimas da guerra contra o EI é desconhecido. O Observatório de Direitos
Humanos da Síria, organização que monitora o conflito baseada em Londres, diz mais de 371 mil pessoas
- entre elas, 112,6 mil civis - morreram desde o início da guerra civil na Síria em 2011.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que ao menos 30.912 civis foram mortos em atos de
terrorismo e violência e pelo conflito armado no Iraque entre 2014 e 2018, mas acadêmicos e ativistas
dizem que este número pode chegar a 70 mil.
Ao menos 6,6 milhões de sírios se transformaram em refugiados em seu próprio país, enquanto outros
5,6 milhões fugiram para o exterior, principalmente para Turquia, Líbano e Jordânia.

Por que o EI ainda é uma ameaça preocupante?


A queda de Baghuz representa um momento chave da campanha contra o EI. O governo iraquiano
havia declarado a vitória sobre o grupo em dezembro de 2017. Mas o EI está longe de estar derrotado.
Autoridades americanas dizem existir de 15 mil a 20 mil combatentes armados do grupo em atividade
na região e que o EI retornará às suas raízes de insurgência enquanto tenta se reerguer.
Mesmo diante de uma derrota iminente em Baghuz, os extremistas divulgaram um áudio que seria
supostamente de seu porta-voz, Abu Hassan al-Muhajir, dizendo que seu califado não estava acabado.
Apesar do anúncio da FDS, o EI continua a ter integrantes disciplinados e com experiência de combate,
o que não permite dizer que sua "derrota definitiva" está garantida.
O chefe do Comando Central das Forças Armadas americanas, o general Joseph Votel, responsável
pelas operações militares do país no Oriente Médio, disse em fevereiro que será necessário manter uma
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218
"ofensiva vigilante contra o agora disperso e desagregado EI, que continua a ter líderes, combatentes,
recursos e uma ideologia profana para levar à frente seus esforços".
E que, se a pressão sobre o grupo não for mantida, ele "pode ressurgir na Síria dentro de seis a 12
meses e reconquistar território no vale do rio Eufrates", conforme disseram autoridades militares
americanas.
Estes alertas aparentemente dissuadiram Trump de retirar 2 mil soldados da Síria, como havia
prometido fazer em dezembro. A medida levou à renúncia do secretário de Defesa Jim Mattis. A Casa
Branca afirmou no mês passado que manterá 400 "agentes de paz" na Síria por "algum tempo".

Quais serão os próximos passos do EI?


No Iraque, onde o governo declarou vitória contra estes extremistas no fim de 2017, eles já "evoluíram
para se transformar em uma rede subterrânea", disse o general americano António Guterres em um
relatório em fevereiro.
"Eles estão em uma fase de transição, adaptação e consolidação. Estão se organizando em células
nas províncias, replicando funções chave de liderança", acrescentou.
Militantes do EI continuam ativos em zona rurais, em áreas remotas e de terreno acidentado, o que
lhes dá liberdade para se movimentar e planejar ataques a partir de regiões como os desertos das
províncias de Anbar e Nineveh e as montanhas de Kirkuk, Salah al-Din e Diyala.
Células do grupo parecem "estar planejando atividades para minar a autoridade do governo, criar uma
atmosfera de 'terra sem lei' na região, sabotar uma reconciliação social e elevar o custo de reconstrução
regional e do contraterrorismo", segundo Guterres. Estas atividades incluem sequestros, assassinatos de
líderes locais e ataques contra instalações estatais e de serviços.
A expectativa é que a rede do EI na Síria se torne algo semelhante ao que ocorre no Iraque atualmente.
Além do vale do rio Eufrates, o grupo está presente na província de Idlib, no noroeste do país, e ao sul
da capital Damasco, além de na região de Badiya, um grande trecho de deserto no sudeste da Síria.
Os militantes têm acesso a armamento pesado e são capazes de realizar ataques a bomba e
assassinatos em todo o país, disse Guterres. Seus líderes também mantêm uma "capacidade de controle
e comando". A localização do líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, é desconhecida, apesar de haver poucos
locais onde ele ainda possa se esconder.
O grupo continua a obter uma receita significativa com atividades criminosas e a receber doações.
Estima-se que o EI tenha recursos da ordem de US$ 50 milhões (R$ 195,3 milhões) a US$ 300 milhões
(R$ 1,17 bilhão) em dinheiro.

Quantos militantes ainda restam?


O EI sofreu perdas consideráveis, mas Guterres diz que o grupo ainda tem sob seu comando entre 14
mil e 18 mil combatentes no Iraque e na Síria, entre eles 3 mil estrangeiros.
O enviado especial americano da Coalização Global para Derrotar o EI, James Jeffrey, disse neste
mês que os Estados Unidos estimam haver entre 15 mil e 20 mil "membros armados ativos" do grupo na
região.
A FDS capturou cerca de 1 mil combatentes estrangeiros do EI. Centenas de mulheres e mais de 2,5
mil ligadas a estes estrangeiros estão vivendo em campos para refugiados em áreas controladas pela
aliança, que informou haver ainda mais 1 mil combatentes estrangeiros detidos no Iraque.
Os Estados Unidos querem que eles sejam enviados para seus países de origem para serem
processados criminalmente, mas estas nações manifestaram preocupações em receber estes extremistas
e disseram ser difícil conseguir provas para sustentar ações judiciais.
Estima-se que 40 mil estrangeiros tenham se juntado ao EI na Síria e no Iraque, e o número de pessoas
que ainda estão viajando para lá para fazer isso é desconhecido, ainda que este fluxo tenha se reduzido
significativamente. A Coalização Global calcula que "provavelmente 50 pessoas por mês" chegam à
região para se unir ao grupo.
Ao mesmo tempo, há um contingente significativo de afiliados do EI em países como Afeganistão, Egito
e Líbia e no Sudeste Asiático e na África Ocidental. Indivíduos inspirados pela ideologia do grupo também
continuam a realizar ataques em outras regiões.

Questões

01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) A crise econômica e política
venezuelana criou uma nova liderança que se auto declarou o novo presidente do país, e que foi
reconhecido por mais de 30 países. Seu nome é?

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219
(A) Ruan Francisco Guaidó
(B) Hugo Chaves
(C) Juan Guaidó
(D) Nicolás Maduro
(E) Fidel Castro

02. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) Leia a manchete a seguir,
atentando-se para as informações mais relevantes e responda a pergunta apresentada em seguida.
União Europeia concorda em adiar brexit, mas indefinição permanece Saída estava programada para
29 de março; May pediu prorrogação para 30 de junho; mas UE fixou 22 de maio como data- limite.
(Folha de S. Paulo - mundo - 21/03/2019)

O brexit, processo de saída do Reino Unido da União Europeia, é um processo político decidido pela
sociedade britânica por meio de:
(A) uma eleição
(B) um concurso
(C) uma alienação
(D) um debate
(E) um plebiscito

03. (Prefeitura de Salvador/BA – Analista – FGV – 2019) Nos últimos anos, acirrou-se a guerra
comercial entre EUA e China, com a imposição mútua de tarifas e restrições.
Com relação aos possíveis impactos dessa guerra comercial sobre a economia global, assinale V para
a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) O conflito tende a afetar a economia de outros países, pois as cadeias de produção e consumo
estão interligadas.
( ) A guerra pode aumentar os custos das exportações e gerar um ciclo de diminuição do comércio
internacional.
( ) A disputa afeta o mercado financeiro, porque grandes empresas mundiais têm bases produtivas na
China.

As afirmativas são, respectivamente,


(A) F – V – F.
(B) F – V – V.
(C) V – F – F.
(D) V – V – F.
(E) V – V – V.

04. (PGE/PE – Analista Judiciário de Procuradoria – CESPE – 2019) A história do território brasileiro
é, a um só tempo, una e diversa, pois é também a soma e a síntese das histórias de suas regiões. De um
ponto de vista genético, as variáveis do espaço brasileiro são assincrônicas, mas em cada lugar elas
funcionam sincronicamente e tendem a ser assim também quanto ao todo. Daí as descontinuidades que
permitiram explicar as diversidades regionais.
Milton Santos e Maria Silveira. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Record, 2005, p. 23 (com adaptações).

Tendo como referência o texto antecedente, julgue o item que segue, acerca dos fenômenos políticos,
econômicos e sociais atuais no Brasil.
A recente descentralização industrial brasileira é explicada e entendida por intermédio das relações
bilaterais e do fortalecimento do MERCOSUL.
(A) Certo
(B) Errado

05. (PGE/PE – Analista Judiciário de Procuradoria – CESPE – 2019) O Oriente Médio é a região de
confluência de três continentes (Europa, Ásia e África), berço das primeiras civilizações (egípcia, suméria
e babilônica) e das religiões monoteístas (cristianismo, judaísmo e islamismo). Além de rivalidades
interimperialistas no passado, com tentativas tardias de renascimento e modernização, a região foi alvo
de rivalidades também das megacorporações petrolíferas. Além disso, em pequenos Estados fracos —
de fácil controle —, essa região foi afetada pela fragmentação promovida pelos ingleses e, em menor
escala, pelos franceses. No século XXI, voltou a ser palco de disputas entre potências industrializadas do
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220
Atlântico Norte e em acelerada industrialização da Ásia Oriental e Meridional. Esse conjunto de países
abrange o essencial do mundo árabe e muçulmano, interagindo em um único cenário histórico e
geopolítico.
Paulo Fagundes Visentini. O grande Oriente Médio. Campus, 2014, p. 4-5 (com adaptações).

Tendo como referência o assunto abordado no texto, julgue o item a seguir, dentro de um contexto
geopolítico contemporâneo.
A estabilidade da governabilidade venezuelana tem como resultado a legitimidade do poder social de
oposição.
(A) Certo
(B) Errado

06. (CRECI/5ª Região – Suporte Administrativo – QUADRIX – 2019) De acordo com a imprensa
britânica, o primeiro‐ministro britânico, Boris Johnson, pediu à rainha Elizabeth II a suspensão do
Parlamento até 14 de outubro. A medida reduziria o tempo disponível para que os parlamentares
bloqueassem a saída do Reino Unido da União Europeia, que está prevista para acontecer em 31 de
outubro.
Internet: <https://g1.globo.com> (com adaptações).

Com relação ao assunto em tela, assinale a alternativa correta.


(A) Em plebiscito realizado em julho último, a maioria da população britânica recusou o apoio ao Brexit.
(B) Boris Johnson chegou ao poder defendendo a retirada do Reino Unido do bloco europeu.
(C) Boris Johnson integra os quadros do Partido Democrata, considerado de esquerda no espectro
político britânico.
(D) Sendo o Reino Unido a maior economia da União Europeia, sua possível saída reduzirá
substancialmente o poder econômico e político do bloco.
(E) A Rainha Elizabeth II é a chefe de governo do Reino Unido, enquanto o primeiro‐ministro Boris
Johnson é o chefe de Estado.

07. (Prefeitura de São José/SC – Agente de Fiscalização em Posturas – IESES/2019) O G7 é o


grupo dos países economicamente mais poderosos do mundo. Os países membros possuem alto nível
de industrialização e são estruturados enquanto governos democráticos. O G7 surgiu na década de 1970.
A ideia era realizar um encontro informal entre as nações que dominavam os mercados ocidentais para
coordenar movimentos em direção ao crescimento econômico e bloquear o avanço dos blocos
comunistas. Anualmente os chefes de estado dos países membros G7 reúnem-se para discutir os rumos
financeiros de seus países, e consequentemente da economia mundial.
Assinale a alternativa correta que contém os países membros do G7 na atualidade.
(A) Alemanha, Canadá, Rússia, EUA, Franca, Japão e Reino Unido.
(B) Alemanha, Canada, EUA, Franca, Itália, Japão e Reino Unido.
(C) Brasil, Alemanha, Canada, EUA, Japão, Rússia e Itália.
(D) Rússia, Reino Unido, Franca, Espanha, Canada, Itália e China.

08. (TJ/PR – Técnico Judiciário – CESPE/2019) Em reunião ministerial realizada em Bruxelas, em


junho de 2019, foi concluída a negociação da parte comercial do Acordo de Associação. Segundo
estimativas do Ministério da Economia, esse acordo incrementará o PIB brasileiro em US$ 87,5 bilhões
em 15 anos, podendo chegar a US$ 125 bilhões se consideradas a redução das barreiras não tarifárias
e o incremento esperado na produtividade total dos fatores de produção. O aumento de investimentos no
Brasil, no mesmo período, será da ordem de US$ 113 bilhões. Com relação ao comércio bilateral, as
exportações brasileiras apresentarão ganhos de quase US$ 100 bilhões até 2035.
Internet:<www.itamaraty.gov.br> (com adaptações).

O texto anterior descreve projeções de resultados do acordo de livre-comércio negociado entre o


(A) Brasil e os Estados Unidos da América.
(B) Brasil e a China.
(C) MERCOSUL e os Estados Unidos da América.
(D) MERCOSUL e a União Europeia.
(E) Brasil, a União Europeia e a China.

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Gabarito

01.C / 02.E / 03.E / 04.B / 05.B / 06.B / 07.B / 08.D

Comentários

01. Resposta: C
Seis meses após o opositor Juan Guaidó ter se autoproclamado "presidente em exercício" da
Venezuela, seu trajeto político acumulou mais sombras do que luz, tendo perdido popularidade e a
atenção do exterior.
Segundo o analista venezuelano Basem Tajeldine, Guaidó criou um "governo virtual, apoiado por
países aliados dos EUA e aplicou uma estratégia conhecida de longa data: derrotar o governo legítimo
da Venezuela custe o que custar, por meios ilegais”.
(https://br.sputniknews.com/opiniao/2019072514274090-seis-meses-apos-sua-autoproclamacao-fim-de-guaido-se-aproxima/)

02. Resposta: E
O plebiscito foi apenas o começo de um processo. Desde então, negociações foram feitas entre o
Reino Unido e os outros países da União Europeia. As discussões se centraram nos termos desse
"divórcio", que definiriam como seria essa saída do Reino Unido, não no que ocorreria após essa
separação". A proposta apresentada por May é conhecida como "acordo de retirada". A primeira-ministra
apresentou ao Parlamento britânico planos que definiriam as regras para a saída, mas eles foram
rejeitados três vezes.
(https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46335938)

03. Resposta: E

A guerra comercial tem sido travada por China e Estados Unidos, mas os efeitos recaem sobre todos
os países, inclusive o Brasil. Afinal, quando se trata das duas maiores economias do mundo, cada subida
de tom, ameaça ou nova tarifa imposta a reverberação é sentida quase que imediatamente no mercado
de ações, no comércio, e na sequência da cadeia, no bolso dos consumidores do mundo todo.
(https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/23/guerra-comercial-eua-x-china-como-disputa-pode-atingir-em-cheio-o-brasil.ghtml)

04. Resposta: B
Descentralização industrial é o processo através do qual as industrias migram dos grandes polos
industriais para cidades menores com condições favoráveis para a produção.
(https://www.dicionarioinformal.com.br/diferenca-entre/descentraliza%C3%A7%C3%A3o%20industrial/polo%20industrial/)

05. Resposta: B
Apenas o termo “estabilidade” coloca a questão em xeque. O que ocorre na Venezuela é um processo
de instabilidade do governo.

06. Resposta: B
Boris Johnson ocupou o cargo de Primeiro Ministro após a posição ser deixada por May. O ex-ministro
das Relações Exteriores e ex-prefeito de Londres foi um dos líderes da campanha em defesa do Brexit,
posição de defende ainda.

07. Resposta: B
O Grupo dos Sete é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por: Alemanha,
Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja
representada.

08. Resposta: D
Apesar do começo promissor, há ainda um longo caminho que Mercosul e UE vão ter de percorrer
para implementação total do tratado. Não há prazo definido para a total conclusão do acordo. Em média,
os europeus levaram de sete meses a três anos para assinar documentos do mesmo tipo.
O acordo entre os blocos representa 25% do PIB mundial e engloba 750 milhões de pessoas166.

166
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/07/04/acordo-mercosul-e-uniao-europeia-quais-os-proximos-passos.ghtml

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