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Introdução

Nos últimos tempos, as transformações tecnológicas levaram a sociedade de analógica à digital, as


tecnologias de informação e comunicação (TIC) se modernizaram e, com isso, houve inúmeras
mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais. Diante deste contexto, a escola tem o desafio de
formar indivíduos que convivem com diversas ferramentas, inclusive, alguns destes, têm acesso as mais
modernas tecnologias digitais, antes mesmo de frequentar uma sala de aula e a actualmente, a
Tecnologia de Informação e Comunicação influênciou todos os sectores de actividades e a educação não
é excepção. Ela oferece plataformas para o decurso do PEA sem que haja o contacto físico entre alunos
e professores. Por isso propicia espaços para EAD no PEA oferecendo assim uma nova modalidade do
ensino. A inserção da nova tecnologia na educação contribui não só para a reforma de sistemas
tradicionais no campo da gestão escolar, como também para uma nova modalidade do PEA através de
ambientes virtuais de aprendizagem o que tem impulsionado para chamada revolução educacional. A
nova tecnologia de informação e comunicação permite ampliar o conceito de aula, de espaço e de
tempo, estabelecendo novas pontes entre o estar junto fisicamente e virtualmente.

No entanto, este trabalho está a ser desenvolvido no sentido de que as novas tecnologias sejam vistas
como mais uma ferramenta de auxílio ao processo de educação, como dinamizadora do processo de
ensino e como instigadoras para a melhoria da aprendizagem. Para tanto, vamos reflectir sobre o uso das
novas tecnologias para a melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem. Visto que a simples
utilização de um ou outro equipamento tecnológico não pressupõe um trabalho educativo pedagógico.
Hoje na chamada sociedade da informação, novas formas de pensar, de agir e de comunicar-se são
introduzidas como hábitos corriqueiros, são inúmeras as formas de adquirir conhecimento, bem como
também são diversas as ferramentas que propiciam essa aquisição, as escolas são em geral apontadas
como uma das principais alternativas para formação e desenvolvimento de cidadãos garnidos de um
perfil que conduza com as exigências da sociedade moderna.

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Desenvolvimento

Elementos históricos sobre a comunicação humana

Desde o primeiro momento em que o homem passou a viver em sociedade surgiu à necessidade de
se comunicar uns com os outros, para expressarem seus sentimentos e até mesmo sua cultura, por
muitas vezes também se comunicavam no intuito de alertarem para algum perigo próximo. Foi
somente nos anos 90 que as TICs conquistaram um espaço maior que o esperado dentro dos
processos de aprendizado em instituições de ensino.

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS)

Com o passar do tempo o homem evoluiu, e procurou desenvolver técnicas que facilitasse sua vida
em sociedade, e um dos pontos principais para a melhoria da vida em grupo é a comunicação, pois
é através desta que nos tornamos sujeitos activos e capazes. Nesse processo de evolução muito se
inventou e desenvolveu o que nos levou a chegar à era da comunicação tecnológica, mas todo esse
processo passou por várias fases e invenções que acabaram se tornando de grande importância
para toda sociedade.

Definição de TICs.

É uma abreviação que traz como significado “Tecnologias da Informação e Comunicação”. Trata-
se de um grupo de tecnologias que auxiliam na comunicação, incluindo hardwares, como
smartphones e microcomputadores, softwares, com aplicativos de troca de mensagem ou
teleconferência e tudo mais que pode ser acessado por meio de redes de acesso a dados, como a
internet.

As Tecnologia da informação e comunicação (TICs) como um conjunto de recursos tecnológicos,


utilizados de forma integrada, com um objectivo comum são utilizadas nas mais diversas formas,
na indústria (no processo de automação), no comércio (no gerenciamento, nas diversas formas de
publicidade), no sector de investimentos (informação simultânea, comunicação imediata) e na
educação (no processo de ensino aprendizagem, na Educação a Distância).

O desenvolvimento de hardwares e softwares garante a operacionalização da comunicação e dos


processos decorrentes em meios virtuais. No entanto, foi a popularização da internet que
potencializou o uso das TICs em diversos campos.

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Através da internet, novos sistemas de comunicação e informação foram criados, formando uma
verdadeira rede. Criações como o e-mail, o chat, os fóruns, a agenda de grupo online,
comunidades virtuais, web cam, entre outros, revolucionaram os relacionamentos humanos.

Através do trabalho colaborativo, profissionais distantes geograficamente trabalham em equipa. O


intercâmbio de informações gera novos conhecimentos e competências entre os profissionais.

Novas formas de integração das TICs são criadas. Uma das áreas mais favorecidas com as TICs é
a educacional. Na educação presencial, as TICs são vistas como potencializadoras dos processos
de ensino – aprendizagem. Além disso, a tecnologia traz a possibilidade de maior
desenvolvimento – aprendizagem - comunicação entre as pessoas com necessidades educacionais
especiais.

As TICs representam ainda um avanço na educação a distância. Com a criação de ambientes


virtuais de aprendizagem, os alunos têm a possibilidade de se relacionar, trocando informações e
experiências. Os professores e/ou tutores tem a possibilidade de realizar trabalhos em grupos,
debates, fóruns, dentre outras formas de tornar a aprendizagem mais significativa. Nesse sentido, a
gestão do próprio conhecimento depende da infra-estrutura e da vontade de cada indivíduo.

Exemplos de TICs que são usados na educação:

1. Celular;
2. Tablet;
3. Computador;
4. Televisão;
5. Impressora com scanner;
6. YouTube;
7. Câmera fotográfica;
8. E-mails;
9. Wi-fi;
10. Internet;
11. Bluetooth;
12. Pen drives;
13. Cartão de memória
14. Wikipedia;
15. Sites.

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Desses 14 exemplos de TICs na educação, todos podem ser usados dentro de uma instituição de
ensino para promover um melhor ensino para os estudantes.

Fazendo o uso de qualquer um desses recursos para apresentar um conteúdo, além de aumentar o
interesse da turma, pode ser extremamente benéfico para os alunos com necessidades especiais.
Afinal, muitos dos TICs tem recursos adaptados para portadores de deficiência.

E nota se que muitas pessoas ainda banalizam o uso da metodologia na sala de aula, acreditando
que a presença de celulares ou tablets apenas dispersa a atenção dos alunos.

Pegando o celular como exemplo de TIC, ele terá inúmeras funções dentro da sala, seja para o
aluno ou o professor, veja!

Para o aluno, o celular pode ser útil para:

 Acessa fontes educacionais para tirar dúvidas;


 Carregar uma videoaula de um assunto que não foi compreendido;
 Baixar um livro, artigo ou slides para acompanhar a aula.

Utilidade para o professor:

 Compartilhar um filme;
 Enviar uma actividade interactiva online;
 Fazer a lista de frequência dos alunos.

Com esses exemplos de TICs na educação, o ensino tradicional, aquele onde o professor escreve
no quadro e fala durante horas, pode estar chegando ao fim. Afinal, a tecnologia tem muitas
vantagens para o ensino, basta ser usada correctamente.

A sociedade de uma forma geral, vive um novo mundo para um patamar muito além das
expectativas, onde as tecnologias superam todas as barreiras em um crescimento muito rápido.
Nesse mundo tão globalizado as (TICs), “Tecnologias da Informação e Comunicação”,
caracterizam-se como ferramentas muito úteis e proveitosas para o desenvolvimento da sociedade.
Dentro deste campo revolucionário, a educação vem aos poucos absorvendo todos esses novos
conhecimentos em longos caminhos que foram percorridos ao passar do tempo. Dificuldades que
foram encontradas, foram superadas, novos desafios para um ensino de qualidade, serão vencidos
com a ajuda dessas novas tecnologias, para um futuro promissor.
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O avanço tecnológico nas últimas décadas favoreceu a propagação dessas informações dentro de
interações em tempo real, condições e situações que já mais poderíamos imaginar que existisse no
passado. Portanto através destes avanços tecnológicos um novo conceito surge na sociedade,
originado pelas novas tecnologias digitais de comunicação. Essas novas tecnologias mudaram o
jeito de pensar e agir, isto é inserido na sociedade e com o passar do tempo, acabam fazendo parte
da cultura das classes sociais. Desde a invenção do computador e da internet, essa inclusão digital
trouxe para diversas áreas como por exemplo, nas empresas, acesso fácil a informação, um novo
jeito de empreender e lucrar com resultados satisfatórios. Tarefas que demandavam muito tempo
são feitas em menos tempo, proporcionando a execução de multitarefas bem optimizadas. A
sociedade passou a vivenciar e interagir pelas redes sociais, plataformas de ensino a distância,
chats, sites, e-mails, motivados por uma era tecnológica. Deste modo as (TICs), são tão
importantes nos dias de hoje e é impossível vivermos sem elas, cada vez mais a humanidade
utiliza-se dessas tecnologias e chegando a inovação e geração de conhecimento.

Desde muito tempo a educação é vista de uma forma geral, como um tipo de aprendizado com
informações centralizadas, ou seja, o professor age como o detentor de todo o conhecimento e não
dá chance aos alunos corresponderem ao que está sendo ensinado. “Na educação contemporânea o
professor não é visto como a fonte de todo conhecimento e o conhecimento, não é um objecto,
algo que possa ser transmitido do professor para o aluno”. Até hoje, muitos professores não
atentam para que os alunos participam e se desenvolvem durante o seu dia-dia, um filme visto,
algo interessante pesquisado na internet, leitura de um jornal, demais mídias e etc… Os recursos
tecnológicos são muito importantes para educação, pois através destes, as informações são
processadas de uma melhor forma e em menos tempo. Quando pensamos em tecnologia,
pensamos que são apenas celulares, máquinas ou algum tipo de software, mas devemos ressaltar
que desde o início do ensino nas salas de aula, o giz e a lousa eram e ainda são exemplos de
tecnologias utilizadas. Com a chegada desses recursos tecnológicos, a educação passou a absorver
esses novos meios para um melhor aprendizado. Em concordância com os autores: “Assim torna-
se cada vez mais necessário que a escola se aproprie dos recursos tecnológicos, dinamizando o
processo de aprendizagem. “

As TICs estão cada vez mais sendo utilizadas, auxiliam os professores a interagir com os alunos e
colegas nas salas de aula. As crianças de hoje em dia já nascem com essas novas tecnologias
presente em suas vidas, assimilam muito rápido, portanto cada vez mais tem crescido e
solidificado. Por isso que os novos alunos percebem com tamanha facilidade a inserção dessas
práticas no cotidiano das salas de aula. As escolas de uma forma geral não estão capacitadas para
assumir e utilizar esses recursos, precisam de uma nova política pedagógica para atender todas

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essas demandas. É sabido que as TICs são eficazes e ajudam e muito o desenvolvimento escolar,
sendo assim, com seu uso na educação, se tornam aliadas ao ensino e aprendizado e são inseridas e
ajustadas de acordo com o que vai ser aprendido ou actualizado, gerando um crescimento de
qualidade e de grande valia para a sociedade.

A importância do uso das TICS na educação.

O uso das TICs no processo para educação, tem se mostrado de uma maneira muito eficiente e
vem se solidificando dentro do cenário educacional, pois novos hábitos levam a novas culturas e
isso tem crescido muito. Sabemos que o uso dessas novas tecnologias, implicam em uma nova
forma de pensar, agir e aprender. Para que essa educação ocorra, precisam-se usar adequadamente
todas essas ferramentas. Essas inovações devem ser ensinadas e demostradas quanto ao seu uso,
como proceder em determinados casos, por onde começar, quando ir além e a exploração de outras
actividades através do que foi estudado.

Todas essas formas de aprendizado resultam em novos conhecimentos e inovações, o que eram
simples dados colhidos, agora processados, chegando a um novo campo de entendimento e
informação. Não há dúvida de que as novas tecnologias de comunicação e informação trouxeram
mudanças consideráveis e positivas para a educação. Devemos atentar, para que as novas
tecnologias possam dar resultado os professores, alunos e colegas, precisam se dedicar e
identificar os objectivos específicos para cada tecnologia, conhecimentos que foram adquiridos do
professor e como também dos alunos, irão ajudar a encontrar novos caminhos e a definir bem
esses objectivos, ajudando na melhoria do processo e na qualidade da educação.

Nesse actual ritmo de ensino, o professor é visto como mediador, ou seja, o que leva os alunos a
conhecer e a interagir através das novas tecnologias existentes. Portanto se faz necessário o
aprimoramento constante, como por exemplo, treinamentos em determinadas aplicações e
plataformas de ensino. Portanto através destas novas ferramentas, o professor vai auxiliar os
alunos em busca de um melhor aprendizado, ressaltando-se que este processo levará um grande
conhecimento para todo o grupo, agregando valores e interactividade. A maioria das tecnologias é
utilizada como auxiliar no processo educativo. Todos esses novos recursos ajudam no processo de
busca de uma educação exemplar, seguindo modelos com boas estruturas e se espelhando
naqueles de bons resultados para sociedade.

Aqueles cidadãos que não estiverem qualificados para o uso das TIC terão altas possibilidades de
ser marginalizados culturalmente na sociedade do século XXI. Este analfabetismo tecnológico
provocará, seguramente, maiores dificuldades no acesso e promoção no mercado de trabalho,

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indefesa e vulnerabilidade diante da manipulação informativa e incapacidade para utilização dos
recursos de comunicação digitais.

Actualmente percebe-se uma mudança no perfil da sociedade, devido as TICs que proporcionaram
grandes transformações na forma de agir, pensar e falar. Ocasionando uma mudança de cultura, de
maneira que, as gerações ao longo do tempo foram absorvendo todas essas inovações. Na verdade,
essas novas tecnologias vieram para solucionar muitos problemas do nosso cotidiano e dar mais
qualidade de vida ao ser humano, exigindo-se cada vez mais a superação e novas formas de obter
conhecimento.

É notório que o uso dessas tecnologias, proporcionam muitos benefícios, inclusive na educação,
onde se requer uma atenção especial, pois é de suma importância, que os alunos obtenham um
bom aprendizado e estejam bem preparados para o mercado de trabalho. Torna-se essencial que as
escolas desenvolvam o seu papel que é de educar e ensinar, aplicando o uso de ferramentas certas
quanto ao uso das TICs em todo o processo educacional.

Sabe-se das dificuldades na inserção dessas novas ferramentas de aprendizado, nem sempre a
instituição vai estar preparada para alavancar esses novos conhecimentos, em contrapartida, diante
de inúmeras resistências que poderão acarretar o não crescimento da qualidade ao ensino. Por
exemplo, professores desestimulados em aprender coisas novas, desinteresse dos alunos de
aprimorar conhecimentos e falta de verbas para custeio de novas aplicações. Cabe as escolas
desempenharem este papel, oferecendo aquilo que as mãos possam alcançar e não apresentando
propostas de recursos inatingíveis. Isso tudo é aplausível, desde que haja o interesse das
instituições, escolas, professores e alunos. Desta forma seja qual for a tecnologia implantada,
mesmo que sejam aplicadas sobre demanda, obtendo em determinados tempos, resultados
satisfatórios.

Portanto o sistema educacional se torna muito mais democrático e competitivo, pelo nível de
qualidade de informações que são processadas, auxiliadas pelas TICs. Isto favorece as instituições,
pois o acesso a essas tecnologias, são compartilhadas entre os professores, alunos e colegas na
internet, sites e redes sociais. Essas informações são reunidas e em determinados ciclos são
reprocessadas, cada instante se criam novos conhecimentos, proporcionando e potencializando o
desenvolvimento do ensino-aprendizado em um novo modelo para gerações futuras na sociedade.

Processo de Ensino e Aprendizagem

O processo de ensino e aprendizagem englobam uma serie de questionamentos como a própria


definição do que é aprender e ensinar. Por esse motivo torna-se necessário que os educadores
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sejam capazes de compreender as diferenças de cada acção e saber escolher a melhor maneira que
irá trabalhar um determinado tema. Os seus métodos devem ser revistos a cada momento, o ato de
ensinar não pode ser algo estagnado, mas precisa passar por reformulações constantes para que a
aprendizagem do aluno seja alcançada. Por esse motivo é preciso não apenas absorver conceitos
como por em prática, o objectivo do educador deve ser acima de tudo alcançar o aprendizado do
aluno.

Como acontece a aprendizagem

Aprender é o processo de assimilação de qualquer forma de conhecimento, desde o mais simples


onde a criança aprende a manipular os brinquedos, aprende a fazer contas, lidar com as coisas,
nadar, andar de bicicleta etc.

Para que se possa haver aprendizagem é necessário que haja todo um processo de assimilação
onde o aluno com a orientação do professor passa a compreender, reflectir e aplicar os
conhecimentos que foram obtidos, assim à aprendizagem é observada com a colocação em prática
por parte do aluno dos conhecimentos que foram transmitidos durante uma aula ou actividade. É
de conhecimento, entretanto, que tal prática não anula as outras, mas que o processo de
assimilação activo é composto de diversos componentes como os objectivos, conteúdos, métodos
e formas organizativas. Outro factor de suma importância é a motivação que pode acontecer de
duas formas distintas, intrínseca e extrínseca, ela é um factor muito importante para que aconteça a
aprendizagem. A motivação é intrínseca quando se trata de objectivos internos, como a satisfação
de necessidades orgânicas ou sociais, a curiosidade, a aspiração pelo conhecimento; é extrínseca,
quando a acção da criança é estimulada de fora, como as exigências da escola, a expectativa de
benefícios sociais que o estudo pode trazer, a estimulação da família, do professor ou dos demais
colegas. (LIBÂNEO, 1994, p. 88) Para que a aprendizagem seja efectivada é preciso que o
professor organize o conteúdo de uma maneira a atender as necessidades do aluno para que o
aluno descubra suas possibilidades. Aprender de forma alguma pode ser comparado ou
relacionado com a decoração de conteúdos que em nada acrescenta nos pensamentos e habilidades
do estudante. A aprendizagem é algo que modifica o pensamento, não se trata de uma estagnação
onde os conteúdos em nada influenciam na forma do individuo agir. Para que se possa haver a
aprendizagem o aluno necessita ser estimulado com conteúdos de seu alcance, textos que tratem
de sua realidade. Somente quando o aluno demonstra através de acções alguma forma de mudança
crítica podemos dizer que realmente existiu a aprendizagem. O processo de ensino Ensinar é a
actividade que tem por finalidade que o outro obtenha o conhecimento. Para que se tenha um
ensino de forma que realmente agregue valor é preciso que o professor como sendo um
transmissor de conhecimentos se utilize de métodos e técnicas adequadas que tenham base não

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apenas no contexto geral como o local, assim a necessidade básica do aluno será encarada como
uma ponte para o ensino e não como um obstáculo. Segundo Libâneo (1994, p. 90) “a relação
entre ensino e aprendizagem não é mecânica, não é uma simples transmissão do professor que
ensina para um aluno que aprende.” Segundo Libâneo (1994, p. 91) “O processo de ensino, ao
contrário, deve estabelecer exigências e expectativas que os alunos possam cumprir e, com isso,
mobilizem suas energias. Tem, pois o papel de impulsionar a aprendizagem e, muitas vezes, a
precede.”

Quais são as exigências de um processo eficaz de ensino-aprendizagem?

Independentemente do nível de tecnologia disponível, existem certos critérios que são comuns a
todos os métodos eficazes de ensino-aprendizagem. Esses critérios se enquadram nas categorias
de “ambiente de aprendizagem”, “professor” e “aluno”.

1. Características relacionadas com o ambiente de aprendizagem:

 Trata-se de um ambiente seguro em termos físicos, psicológicos e emocionais.


 São incentivadas a inclusão e as relações interpessoais positivas.
 As expectativas do aluno e do professor são claras.
 É estimulado o aprendizado activo.

2. Características relacionadas ao professor:

 É um facilitador da aprendizagem activa, do uso adequado da tecnologia e do trabalho em


equipe.
 Promove actividades e projectos nos quais os alunos podem realmente colocar seus
conhecimentos em prática.
 Encoraja os alunos a aceitarem a responsabilidade pelo próprio processo de aprendizagem.
 Adapta-se aos talentos, interesses e estilos de aprendizagem de cada aluno.
 Cria conexões significativas de interesse, apreciação e respeito com os estudantes.

3. Características relacionadas ao aluno:

 Aceita a responsabilidade e a co-criação do próprio aprendizado.


 Pode conectar os conhecimentos teóricos que adquire aos projectos e problemas da vida
real.
 Participa activamente, colabora e assume compromissos em projectos de equipe.
 É capaz de assumir riscos com uma atitude de confiança em si mesmo, em seus pares e no
facilitador.
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 Utiliza a tecnologia de maneira ética e responsável.

Podemos notar que o processo de ensino e aprendizagem não é algo simples, ele engloba diversas
medidas que devem ser tomadas ou evitadas para que o aprendizado do aluno realmente aconteça.
É necessário assim, que o professor realize um planejamento de suas aulas levando em
consideração as necessidades dos alunos, a melhor maneira de aplicar um conteúdo, o melhor
método e técnica a ser usada em determinados momentos. Perceber o contexto social dos alunos
também é importante para que seu conteúdo e exemplos sejam presentes na realidade dos alunos.
Cabe ao educador um bom senso na hora de sua avaliação e atribuição de notas e principalmente
uma fuga da mecanização do ensino.

Politicas para Formação de Professores do Ensino Superior

O ensino superior vive momentos de plena expansão, a demanda por professores para actuarem
nas diferentes áreas de ensino tem aumentado. Concomitante a isto, temos professores em sala de
aulas enfrentando grandes desafios e sendo confrontado em sua a actuação com demandas para
quais não tem preparo. A boa oratória, as aulas magistrais onde dominar o conteúdo era suficiente
não contempla as necessidades dos alunos de hoje. A falta do conhecimento científico de como se
o processo de ensino e aprendizagem é responsável pelo despreparo da maioria no início de sua
carreira.

De acordo com Masetto (2003), a conscientização por parte dos professores de que, seu papel de
docente do ensino superior exige capacitação específica para o seu exercício é algo recente. Seu
preparo precisa ir além do diploma de bacharel, mestre ou doutor

A identidade do docente está directamente ligada á sua formação pedagógica. E qual seria então a
identidade do professor universitário para este novo tempo?

Com a chegada das tecnologias de informação o acesso aos conteúdos, ao conhecimento foi
facilitado aos alunos e chegam de forma mais atractiva e dinâmica.

Como lidar com o fato de não ser mais o “porta-voz” do saber e de que o aluno tem acesso os
conteúdo previamente? Como deixar o tradicional papel de transmissor? Que método utilizar com
o objectivo de facilitar (mediar) a compreensão das muitas informações que os alunos recebem?
Como fazer com que a aula seja atractiva e significativa? Entendemos ser a docência uma
actividade complexa, portanto precisamos ter em conta que seu exercício envolverá condições
específicas e exigirá uma multiplicidade de saberes, competências e atitudes que precisam ser
assimilados e suas relações interpretadas (SOARES e CUNHA, 2010).

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A falta da formação pedagógica do professor universitário tem-se tornado nos últimos tempos
objecto de estudo nas universidades e fora dela. Não existe mais espaço na sociedade
contemporânea, para o modelo de docente universitário como transmissor de saberes profissional.

O distanciamento entre o professor e o aluno, a ideia de que o primeiro é o dono do saber


científico e da verdade absoluta são traços de uma prática educativa que precisamos deixar no
passado.

Esta pesquisa visa contribuir para a reflexão sobre a formação do professor universitário, e sobre o
perfil adequado para o professor universitário hoje.

Qual a fundamentação do critério que se tem adotado, na selecção de conteúdos significativos para
a formação do professor universitário, no que diz respeito ao eixo de sua profissão: a arte de
ensinar?

Os conhecimentos que são necessários para que um professor possa actuar hoje em sala de aula
possibilitam uma série de discussões no campo da formação de professores, principalmente para
os cursos de licenciaturas e para as instituições de ensino superior. A perspectiva epistemológica
do formador de professores no que diz respeito à construção de conhecimento está intimamente
relacionada à forma como os formadores planejam e realizam as suas práticas pedagógicas diante
do processo de ensino e aprendizagem.
Ao compreender a formação de professores como um processo complexo que permite a
construção de conhecimento teórico, metodológico e prático do trabalho docente, considerando
que o conhecimento adquirido influencia a prática, a forma em que o professor planeja suas aulas,
realiza a organização do currículo e suas demais acções pedagógicas.
O campo da formação de professores apresenta desafios que afectam directamente o processo de
ensino e aprendizagem e a qualidade da educação. Os enfrentamentos são inúmeros, não é
possível eleger os principais, pois a formação de um professor é algo complexo. Ferreira (2014)
enfatiza que a formação de um professor exige uma série de conhecimentos que se estabelecem
nas relações humanas, epistemológicas, sociais, entre outras.
Durante o processo de formação docente várias adversidades podem ser encontradas, como: a
desvalorização da carreira, as dificuldades de aprendizagem que o aluno apresenta, a dissociação
entre teoria e prática, desigualdade social e cultural, deficiência na gestão e no currículo da
formação docente, falta de infraestrutura e de tecnologia, formador com metodologia conservadora
e uma formação mercadológica que não propicia o conhecimento da profissão e a produção de
conhecimento.

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Todas as dificuldades mencionadas dependem das políticas educacionais, do contexto social e
económico e, principalmente, do formador, da sua formação e da experiência em relacionar o
conhecimento teórico com a prática e do conhecimento da prática profissional. Com o propósito
de que a docência possa enfrentar esses desafios mencionados para a formação de um professor, é
importante destacar que o processo formativo precisa fornecer o contacto com a realidade das
instituições de ensino. A realidade da sala de aula apresenta-se tão matizada que muitas vezes a
teoria não dá conta de mediar a prática, o professor em formação necessita realizar estágio por
mais tempo para poder conhecer e acompanhar a realidade da sala de aula.
Os professores, neste início do século XXI, apresentam-se como elementos insubstituíveis não só
na promoção das aprendizagens, mas também na construção de processo de inclusão que
respondam aos desafios da diversidade e no desenvolvimento de métodos apropriados para a
utilização das novas tecnologias” (NÓVOA, 2009, p. 13). Ser professor demanda enfrentar as
mudanças e as incertezas da educação, assim como os desafios impostos à carreira docente, pois
“[...] a educação dos seres humanos pouco a pouco se tornou mais complexa, o mesmo deverá
acontecer à profissão docente. Essa complexidade é incrementada pela mudança radical e
vertiginosa das estruturas científicas, sociais e educativas. (IMBERNÓN, 2011, p. 9).
O exercício da profissão envolve elementos que são advindos da sua formação e experiência, o
que torna a sua prática pedagógica única. Dentro dos aspectos que definem a profissão docente, os
conhecimentos que o professor utiliza para ensinar podem mudar ao longo da sua formação inicial
e continuada. Autores como Tardif, Lessard e Lahaye (1991); Saviani (1996); Tardif e Gauthier
(2001); Tardif (2002); Pimenta (2002); entre outros, chamam os conhecimentos do professor de
saberes docentes. Cada autor apresenta uma visão sobre os conhecimentos necessários para a
docência, que podem partir das competências que envolvem o seu trabalho até conhecimentos
específicos da acção pedagógica, bem como o gerenciamento e o planejamento do conhecimento
em forma de disciplinas e conteúdos.
Muitos pesquisadores estudam os conhecimentos que são necessários e que envolvem a formação
docente e seu desenvolvimento profissional.

A formação de um professor é uma actividade sistematizada que permite fornecer informação e


conhecimento teórico e prático específico da acção pedagógica, com o objectivo de preparar o
docente para exercer a docência; isso requer uma série de conhecimentos que são fundamentais
para a sua profissionalização.
A compreensão é de que existem diferentes pensamentos para entender o que um docente precisa
saber para ser professor e exercer a profissão, como já mencionado, e que esses conhecimentos
vão depender da formação recebida a partir das políticas educacionais, do contexto social e
económico, do formador e da instituição de ensino.
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A Importância da docência do Ensino Superior

No contexto de ampla discussão acerca da formação do professor universitário e as condições


pelas quais esses profissionais ingressam na vida académica surgem reflexões sob os diferentes
enfoques e paradigmas relativos aos saberes pedagógicos e epistemológicos que mobilizam a
docência gerando assim, uma tensão explícita no bojo das universidades que cada vez mais têm
recebido professores sem experiência prévia na função de docente do ensino superior, além dos
diversos professores que, apesar de esboçarem um excelente referencial teórico, necessitam,
entretanto, rever sua prática pedagógica. Fica nítido, portanto, que a ausência dessa formação
pedagógica vem delegar um peso enorme a esses professores frente às interfaces do “que ensinar”
“como ensinar” e a “quem ensinar”, os quais ao transitarem entre o amadorismo profissional e a
profissionalização, confrontam com várias dificuldades que não são previsíveis e passíveis ao
exercício da prática docente. No geral, os professores que por razões e interesses variados,
adentram no campo universitário, são de variados conhecimentos e áreas de actuação e em sua
maioria, não tiveram nenhum contacto anterior com os conhecimentos nas áreas das Ciências
humanas e sociais, para compreender, interpretar e aplicar a prática, numa perspectiva filosófica e
política de educação como processo e produto que as várias correntes de pensamento dão a esses
termos. Partimos desse princípio, percebemos a vivência efectiva que as universidades enfrentam
quando o seu corpo docente é composto, em sua maioria, de principiantes na docência do ensino
superior e nunca tiveram contacto com uma formação pedagógica que abarcasse os conhecimentos
teóricos e práticos relativos às questões do ensino e aprendizagem em sua contextualização, tais
como: o aluno – sujeito do processo de socialização do saber; o professor – agente de formação, e
o contexto-lócus onde ocorre o saber e as relações que se travam entre suas interdependências.
Dessa forma, no percurso de suas acções e no âmago do seu senso comum pedagógico, o docente
aloca sua práxis educativa, desarticulada com as finalidades sócio político e culturais do processo
educativo. Sendo assim, é preciso apontar algumas saídas entre as quais, o desenvolvimento
profissional, como aporte para o domínio dos saberes didácticos e o entrelaçamento da
competência académica com a competência didáctica. Atentos a essa questão, Pimenta e
Anastasiou (2002), referindo-se ao processo de docência do ensino superior, dizem que: O avançar
no processo de docência e do desenvolvimento profissional, mediante a preparação pedagógica
não se dará em separado de processos de desenvolvimento pessoal e Institucional: este é o desafio
a ser hoje, considerado na construção da docência no ensino superior (p.259). Essa constatação
favorece a discussão da formação continuada em serviço que deve referenciar a pessoa do docente
como sujeito que ocupa espaços determinantes à transformação da sociedade, deslocando, assim,
em primeira instância, sua preparação pedagógica à conquista desse momento como espaço

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institucionalizado onde seu desenvolvimento pessoal possa percorrer os diferentes espaços
universitários. Para tanto, faz-se necessário considerar, a princípio, que a especialidade da
docência oriunda do projecto institucional, cuja habilitação deve vir articulada e legitimada pelo
mesmo, concedendo-lhe, assim consistência para o cultivo da competência didáctico -
universitária. Retomando nossa linha de pensamento, compreendemos que a função própria da
universidade é proporcionar momentos de reflexões cujo objectivo seja a mediação à construção e
reconstrução dos conhecimentos, conjugando a qualidade formal com a qualidade política,
componentes intrínsecos à formação docente para delineá-lo do saber pensar como condição
subjectiva do homem de fazer sua história para a história; potencializando sua individualidade,
acreditando, como Demo (1998), que a universidade é, sobretudo sinónimo de mutações, desafios,
adversidades e confrontos com o mundo real. A formação pedagógica, pensada em termos
académicos e didácticos, surge num panorama de compreensão sobre qualidade do trabalho
docente no recinto da sala de aula, ou seja, no contexto da acção, que não se restringe aos saberes,
mas na capacidade do docente de agir em circunstâncias previstas ou não em seu plano de acção.
Nesse sentido, os pressupostos de Perrenoud (2002), quando define competência como a faculdade
de mobilizar um conjunto de recursos (cognitivos), visando abordar uma situação complexa e
quando referencia em seus escritos as dez novas competências essenciais ao ensino do professor
enfatiza o administrar sua própria formação como âncora para que o docente possa navegar os
mares mais seguros do ensinar uma vez que, as turbulências da era globalizada, vão exigindo
destas mobilizações maiores para a acção, considerando que são os mesmos que constroem e
reconstroem seus conhecimentos a partir da práxis. O objectivo deste capítulo é tratar,
brevemente, sobre o papel do docente no processo de ensino e aprendizagem e na educação de
forma geral, entendendo o que a sociedade espera do mesmo, suas atribuições e exigências
realizadas pelos tempos modernos. Esse resgate se faz necessário para que se entenda a real
importância do docente no processo educacional e a razão pela qual ele necessita ser reconhecido,
que seu trabalho seja moderado com suas funções de educar, salvaguardando sua qualidade de
vida pessoal e profissional. Pode-se observar, portanto, que actualmente o papel e a actuação do
docente não é a mesma que no início e meio do século passado. Neste tempo, segundo Saviani
(2008), o docente, sob um prisma tradicionalista, tinha o papel de detentor de todo o conhecimento
e depositava nos seus alunos aquilo que havia estudado configurando o que o autor falar de
“educação bancária”. (FONSECA, 2003.) Actualmente, pode-se perceber que o docente mudou
sua forma de actuação, seja porque os paradigmas educacionais mudaram ou a própria formação
do docente mudou. Hoje, o docente é um facilitador no processo de ensino e aprendizagem, pois o
actor principal neste processo é o aluno e o docente deve ensiná-lo a pensar, a questionar e a
aprender a ler sua realidade, para que possam construir opiniões próprias. Para que isto ocorra o
docente deve, em primeiro lugar, gostar e acreditar naquilo que faz, ou seja, através de seus actos e
14
acções ele servirá de modelo para seus alunos; se ele ensina a reflectir ele deve também reflectir,
se ele ensina a respeitar o próximo ele deve respeitar seus alunos e assim por diante. Deste modo
ele está sendo uma prova viva daquilo que está ensinando, pois bem a sua frente existem seres
humanos que estão sendo moldados por ele. A relação docente/aluno deve ser cultivada a cada dia,
pois um depende do outro e assim os dois crescem e caminham juntos. E é nessa relação madura
que o docente deve ensinar que a aprendizagem não ocorre somente em sala de aula. Assim, o
aluno irá desenvolver um espírito pesquisador e interessado pelas coisas que existem; ele
desenvolverá uma necessidade por aprender, tornando-se um ser questionador e crítico da
realidade que o circunda (FREIRE, 1996, p. 34). Dessa forma e diante da quantidade de
informações e da facilidade de acesso a estas, deve o docente conduzir o aluno de forma que possa
o aprendizado ser mútuo e repleto de motivação. O docente deve “traduzir” os conteúdos de forma
que o aluno se sinta dentro de uma inesquecível “viagem” e dessa forma possa assegurar a
produtividade do ensinamento. O distanciamento entre docente e aluno deve dar lugar a uma
relação de proximidade e cumplicidade. Uma proximidade tal que aluno seja levado a querer
aprender. A desejar sempre mais e que o educador sinta-se como um elemento de importância
fundamental na vida daquele aluno que levará para sempre os ensinamentos adquiridos. Os
docentes devem ser preparados para a arte do ensinar. Não basta ser um bom pesquisador,
necessário se faz que seja, também, um bom docente, ou seja, que saiba ensinar e facilitar a
construção do conhecimento, ter um bom ou óptimo conhecimento sobre as especificidades do
processo de ensino e aprendizagem. (NÓVOA, 2007.) Existem profissionais extremamente
habilitados para militar em suas respectivas áreas e ainda munidos de profundo conhecimento,
entretanto limitados quando o assunto é transmitir seus conhecimentos e trabalhar em conjunto
com o aluno. Muitas vezes o docente possui conhecimento, mas não sabe ensinar e, muitas vezes,
não procurar aprender, se aperfeiçoar. Enfim, o docente deve ser um aliado na construção do
indivíduo e não, simplesmente, um transmissor de disciplinas. O docente deve ainda estar apto às
contínuas mudanças do cotidiano, e na realidade do próprio aluno, auxiliando na formação de
cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. É possível observar ainda em outras pesquisas
como a de Ruiz (2003) que diz que o docente deve assumir o papel de transformador social e,
ainda, que é um ser e profissional político, que deve engajar-se política e socialmente a fim de
desenvolver um processo de aprendizagem mais rico e realmente emancipador aos seus alunos.
Existem na própria sociedade outras exigências ao docente. O docente não possui somente o papel
de educador, de facilitador no processo de ensino e aprendizagem, mas como um administrador
das tarefas burocráticas – fazer provas, corrigi-las, passar nota, fazer exames, etc – e também
como psicólogo que deve estar sempre em observação dos seus alunos atento a qualquer mudança
de comportamento, tratar assuntos com os pais. Existem ainda as exigências de uma formação
continuada, em que o docente deve estar constantemente se reciclando, fazendo cursos, se
15
especializando e, muitas vezes, com seu próprio dinheiro, pois muitas instituições não pagam nem
se quer parcialmente os cursos realizados pelos docentes. E a remuneração não é condizente com
tantas tarefas, tantas exigências, o que desestimula o docente, deteriorando não somente sua
prática docente, bem como sua própria saúde.

Docência no Ensino Superior

A actuação dos professores do ensino superior na actualidade não se restringe à Licenciatura, mas
incorpora também actividades na pós-graduação e pesquisa, havendo então a possibilidade de
diversidade de ambientes de estudo, mas, por outro lado, sobrecarregando o docente. E de acordo
com Masetto (2003), o século XX chegou ao fim apresentando algumas mudanças no ensino
superior e uma delas diz respeito ao perfil do professor. O docente do ensino superior deixou de
ser o foco no cenário do ensino e, conjuntamente com o aluno, passou a ocupar o centro deste
cenário, passando ambos a ser co-participantes do mesmo processo. Mudou-se também a atitude
do professor, deixando de ser unicamente um especialista em alguma área de actuação no mercado
de trabalho, capaz de ensinar, e transformando-se em um profissional da área de ensino, capaz de
motivar e incentivar o aluno no processo de aprendizagem. O professor deixou de ser a única fonte
de informações do aluno, e passou a explorar com ele outros ambientes de aprendizagem,
valorizando então o processo colectivo, que consiste em aprender com outros alunos, com outros
professores de outras áreas e com profissionais não académicos, estendendo o ambiente de
aprendizagem para a sociedade de modo geral. Desta forma, buscou-se desenvolver competências
próprias para a actividade da docência no ensino superior, entendendo-se que para ser um bom
docente, muito mais do que ser um especialista em alguma área ou ser um reconhecido
profissional no mercado de trabalho, há a necessidade de conhecer especificidades que levam estes
profissionais à competência na área na qual atuam e não apenas pessoas dispostas a repassar sua
experiência profissional fora do ambiente do ensino superior a alunos cuja pretensão seja saber
exactamente como estes profissionais trabalham para ter condições de replicar suas práticas no
futuro exercício de suas funções após estarem formados. Para o autor, a concepção de
competência é uma série de aspectos que se apresentam e se desenvolvem conjuntamente, como
por exemplo, saberes, conhecimentos, valores, atitudes e habilidades. Possuir características de um
bom docente, neste sentido, é ter domínio de conhecimentos básicos em sua área de actuação com
experiência no exercício profissional, incluindo pesquisa e entendendo por pesquisa, reflexões
críticas, produção de textos, preparação de trabalhos específicos para apresentações em
congressos, redacção de capítulos de livros, dentre outras actividades. É também possuir domínio
na área pedagógica, sabendo actuar com o processo de ensino-aprendizagem e ter condições de
utilizar estes conhecimentos pedagógicos para gerir o currículo do curso ao qual se propõe a
ensinar, possuindo clareza sobre a relação professor-aluno e aluno-aluno no processo de
16
aprendizagem e conhecendo bem a tecnologia educacional do momento histórico do qual faz
parte. O bom docente do ensino superior então, não ensina apenas com foco no mercado de
trabalho, até porque não tem como saber como estará este mesmo mercado quando seus alunos se
formarem. O bom docente trabalha para direccionar a aprendizagem de seus alunos através dos
objectivos da instituição de ensino na qual trabalha, com autonomia para encaminhá-los além das
exigências mercadológicas. Sempre actualizado com os acontecimentos do mundo contemporâneo
e interessado em conhecer seus alunos, o bom docente será capaz de orientá-los e de formá-los de
maneira que possam se posicionar social e profissionalmente em suas carreiras no futuro. Para
Masetto, só recentemente os professores universitários começaram a se conscientizar de que seu
papel de docente do ensino superior, como o exercício de qualquer profissão, exige capacitação
própria e específica que não se restringe a ter um diploma de bacharel, ou mesmo de mestre ou
doutor, ou ainda apenas o exercício de uma profissão. Exige tudo isso, e competência pedagógica,
pois ele é um educador. Havendo, portanto, características a trabalhar na profissão docente pela
capacidade que precisam possuir em facilitar o aprendizado, como por exemplo, a coerência entre
discurso e acção, a segurança e a abertura a críticas e às propostas dos alunos (entendida como
capacidade de diálogo), a clareza e a objectividade na transmissão de informações, a preocupação
com os alunos e com seus interesses, o incentivo à participação e à capacidade de coordenação das
actividades, a competência específica na área do conhecimento, o relacionamento pessoal e a
paixão pela docência. O aluno e a sociedade não podem entender o papel do professor como
solitário no processo de aprendizagem, pois esta ideia descaracteriza a profissão docente e
profissional é o que o professor precisa ser, antes de tudo, para que possa desenvolver um bom
trabalho, um trabalho dito marcante. Entendendo que professor e aluno são indispensáveis para o
caminho do conhecimento e para que a ensinarem seja real e concreta, compreende-se que a
missão da educação no ensino superior deve ser a de contribuir para a autoformação da pessoa,
para ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver e instruir sobre como se tornar um
cidadão numa época que exige a construção de uma identidade que seja ao mesmo tempo nacional
e planetária. Além disso, Morin (2003) destaca que a missão do didactismo deve ser encorajar o
autodidactismo, despertando, provocando e favorecendo a autonomia de espírito. Então ensinar
não é transmitir um mero saber, mas apresentar uma cultura que permita compreender a condição
humana e auxilie na formação de um pensamento autónomo e livre. Assim, se a instituição de
ensino superior estiver centrada na aprendizagem e não apenas com foco no mercado de trabalho,
poderá se preocupar com os alunos, com a sociedade e com o corpo docente, ao invés de
preocupar-se apenas com uma esfera da sociedade em detrimento de outra igualmente importante.
A importância do foco na aprendizagem destaca-se porque ela aborda um todo de conhecimentos e
a necessidade de aprender a aprender como a construção destes conhecimentos deve acontecer. O
espaço do ensino superior então deve ser um espaço onde os alunos aprendem a pesquisar, a
17
questionar, a aprender, a estudar, a respeitar, a ver e a trabalhar. A educação superior vem sendo
muito debatida devido a grande importância e valorização do conhecimento e relação deste com o
desenvolvimento económico, político, social das sociedades. Podemos perceber através da nossa
pesquisa que as instituições de ensino superior, estão em processo de reconstrução e reformulação
referente a seu papel e função. Cada vez mais é verificada a necessidade de uma reforma
educacional em nosso país, para tornar capaz de promover a inclusão social e o desenvolvimento
democrático em nossas instituições, possibilitando aos alunos o acesso e a permanência e aos
docentes a possibilidade de pensar a educação superior hoje. A história da educação no Brasil nos
revela que a formação do profissional superior e a sua actuação são importante, principalmente
para a actualidade, em busca de uma educação e docência superior transformadora. (CUNHA,
2000) Um desses questionamentos atuais é o novo rumo da formação docente. Tendo como
desafio, a formação, revendo sua concepção, objectivos e funções, criando outras formas de
desenvolver a formação continuada. (ABRAMOWICZ, 2001, p.137). Actualmente o crescimento
da profissão docente, é proporcional à valorização pela formação qualificada e conhecimento
profissional mais aprofundado, através dos cursos superiores, da titulação exigida para um
profissional considerado cada vez mais competente. Dessa forma, cabe também aos Programas de
Pós-graduação proporcionar um espaço para a discussão e o pensar a formação e a actuação
docente, o educador do ensino superior tem crescente interesse pela docência superior, exigências
que estabelecem uma necessidade pessoal ou institucional de um profissional que compreenda e
conheça a prática pedagógica, contexto e problemas da educação superior. Os futuros profissionais
da educação superior trazem consigo experiências escolares, constituindo em modelos, positivos
ou negativas, de actuação docente, sendo parte importante da sua trajectória de vida. Apesar os
docentes representem modelos, podemos verificar que é preciso muito mais para poder chegar a
uma docência bem qualificada, na educação superior, resultando em um processo de construção e
formação constantes. O profissional da educação superior não pode estar desatento à necessidade
de uma educação transformadora, às exigências institucionais ou sociais do momento histórico,
devendo procurar, reflectir sobre qual é o seu papel e sua função, os limites e possibilidades de
uma actuação transformadora.

Conforme vemos no estudo o papel que o docente deve desempenhar numa sociedade moderna é
complexo, diante das grandes demandas que a sociedade, de cunho capitalista, coloca sobre os
profissionais e a todos os indivíduos de uma forma geral. Exige-se, pela sociedade, desempenho,
rendimento, habilidades para múltiplas tarefas, humanização, competição, etc. Ao mesmo
momento que ao profissional é exigido que ele seja eficaz e que produza mais, em menos tempo, e
com maior qualidade, que ele seja bem qualificado, exige-se que ele seja humano, que seja um ser
18
social, um ser político, que esteja preparado para modificar sua realidade. Com o docente, essas
demandas são ainda maiores. Ao mesmo tempo em que este deve ser um educador, que hoje é
considerado como um facilitador no processo de ensino e aprendizagem do aluno, ele também é,
pelo menos em parte, um pouco psicólogo, pois deve observar as dificuldades dos alunos e da
comunidade. O docente deve realizar funções administrativas como confecção de provas, testes,
passar notas, participar de reuniões pedagógicas, etc. O docente deve, ainda, estar sempre
actualizado, fazer cursos, se especializar, fazer mestrado, doutorado, etc. Não importando se ele
possui recursos financeiros ou não para este fim. E ainda, o docente deve ser criativo em suas
aulas sendo que estas devem ser de qualidade, motivadoras, que estimulem os estudantes a querer
construir e/ou buscar o conhecimento. Porém, quando chega a se recompensar o docente por todas
essas exigências, pode-se dizer que este é um dos profissionais pior remunerados pelo o que o
trabalho exige e pelo tempo despendido para o mesmo, sem falar do desgaste físico e emocional
que é imposto ao docente. Com salários baixos, o docente procura mais trabalho para compensar
sua renda, o que aumenta seu nível de estresse. O docente hoje é cobrado por um trabalho que
deve ser colectivo, mas que, muitas vezes é possível, por um aprofundamento intelectual e cultural
que não tem acesso, diante das condições de trabalho limitadas; e por uma participação
institucional não permitida, assim como por uma actuação didáctico-pedagógica de excelente
qualidade. Estes são desafios que permanecem para a construção das trajectórias docentes,
construção esta que acontece individual e colectivamente, em diferentes contextos e condições,
com outros seres humanos que estão participando das possíveis mudanças. Permanece a
temporalidade do homem, um dia permanecerá apenas sua história, sua trajectória de vida,
memórias, marca, influenciando outros homens, provocando e promovendo possíveis mudanças.

Formação do Professor Universitário

Actualmente temos encontrado um solo fértil para a discussão sobre a educação e formação em
todas as áreas. Este fenómeno se deve as transformações que as sociedades enfrentam
cotidianamente. A competitividade, a busca pelo domínio do saber e factores como o impacto
causado pela tecnologia e pela sociedade da informação contribuíram para mudanças na natureza e
organização da produção. Desta forma, a formação é tida como veículo de democratização do
acesso á informação, a cultura e ao trabalho, ainda que falte um quadro teórico que se volte para a
ordenação e clarificação dessa área de conhecimento, investigação e prática (MARCELO
GARCIA, 1999).

Diante deste quadro, o desafio do educador e formador dentro deste contexto que se modifica
constantemente, deve levar as instituições a preparar profissionais para uma prática docente
reflexiva e intelectualmente autónoma, buscando o exercício do papel transformador do
19
profissional. Esta preparação auxiliará o profissional em suas percepções, interpretações, acções e
o direcionará no enfrentamento com os desafios e paradigmas encontrados no seu cotidiano, onde
o conhecimento científico, habilidades e saberes são requeridos. Cresce cada vez mais a
necessidade de aptidões intelectuais ao indivíduo, sua capacidade produtiva está directamente
ligada a aquisição de conhecimentos. A grande demanda social não tem encontrado nas
universidades o crescimento qualitativo e quantitativo esperado. O surgimento de novas
instituições e o elevado número de professores contratados, não garantem o suprimento das
necessidades dos alunos com eficiência.

A universidade enquanto instituição formativa tem vivido momentos de crise não só no que diz
respeito a financiamentos, mas também de direcção e sentido. Dados da UNESCO (Organizações
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) apontam um crescimento expressivo
do número de docentes no mundo. No entanto esta situação é preocupante quando constatamos
que, em sua maioria, estes professores não estão devidamente preparados para a função de
pesquisadores e para a docência (UNESCO/CRESALC, 1996 apud PIMENTA; ANASTASIOU,
2010, p.38).

Os professores possuem vivências e uma trajectória de especialização em sua área de


conhecimento específico, no entanto o que vivenciamos nas instituições de ensino universitário é o
desconhecimento científico por parte destes profissionais do que seja o processo de ensino e de
aprendizagem, este desconhecimento dificultará sua interpretação dos fenómenos que percorrem
todo o processo que passam a ser responsáveis quando adentram a sala de aula. Um dia se é aluno,
no dia seguinte passa-se a ser professor. Podemos afirmar que esta primeira aprendizagem
acontece como que “no susto”. Suas perspectivas e o exercício da profissão vão cruzando-se e sem
nenhuma mediação de fundamentos adquiridos em sua formação.

Para um melhor entendimento dos problemas atuais ligados a todo o processo de ensino-
aprendizagem na docência superior, precisamos buscar conhecer o processo histórico de formação
e profissionalização, fonte de algumas das características que compõe o trabalho do profissional
de hoje.

Os crescentes desafios param o trabalho educativo na actualidade.

Desafios de ser professor na contemporaneidade

Nas últimas décadas, em decorrência das mudanças sociais, económicas e culturais, o mundo todo
tem prestado mais atenção na educação, especialmente a que se desenvolve nos sistemas escolares,
submetendo-a a uma análise pública constante, e educar tem se tornado 8 uma tarefa cada vez

20
mais exigente e de enorme responsabilidade. E isso requer equilíbrio e coerência entre orientação
formativa, procedimentos pedagógicos adaptados e expectativas dos implicados no processo, o
professor e o aluno. Desempenhar essa tarefa com compromisso e qualidade exige, da parte do
professor, reunir um conjunto de saberes e competências que lhe permitam a construção de um
ensino de qualidade. Os saberes do professor são construídos ao longo de toda uma carreira e vida
do professor, razão que justifica que não sejam contemporâneos uns dos outros, uma vez que se
vão adquirindo ao longo do tempo. São assim saberes temporais, em cuja construção intervêm
dimensões identitárias, de socialização profissional, fases e mudanças, que se constituem num
conjunto de conhecimentos, competências, habilidades e atitudes. Na óptica de Tardif (2008), o
saber docente “relaciona-se com a pessoa, com a sua identidade, com a sua experiência de vida,
com a sua história profissional, com as suas relações com os alunos na sala de aula e com os
outros”. Diante disso, não se pode falar em aprendizagem sem falar no professor. O contexto
social na contemporaneidade impõe a prática educativa um número de demandas muito grande,
levando assim o educador do século XXI a repensar a sua actuação ema sala de aula e os enormes
desafios profissionais que enfrenta a fim de atender as exigências do contexto actual. Ao professor
têm sido colocadas demandas de naturezas bastante distintas. Em se tratando do ponto de vista
social ele tem tido que aprender a conviver mais intensamente comos interesses e pensamento dos
alunos e pais no cotidiano escolar e a ter uma maior interacção com a comunidade onde a escola
está inserida. No campo institucional, ele tem sido solicitado a participar mais activamente nas
definições dos rumos pedagógicos e políticos da escola, a definir recortes adequados no universo
de conhecimentos a serem trabalhados em suas aulas, a elaborar e gerir projectos de trabalho.
Quanto ao aspecto pessoal, tem sido chamado a tomar decisões de modo mais intenso sobre seu
próprio percurso formador e profissional, a romper paulatinamente com a cultura de isolamento
profissional, a partir da ampliação da convivência com colegas em horários de discussões
colectivas e nos trabalhos em projectos, a debater e reivindicar condições que permitam viabilizar
a essência do próprio trabalho.

Os pilares da educação e suas implicações à prática pedagógica

O século XXI deixa evidente que os notáveis progressos científicos, tecnológicos e económicos
ocorridos, relacionados a diferentes aspectos da globalização, provocaram profunda mudança
ideológica, cultural, social e profissional revelada em fenómenos de exclusão social, persistindo as
desigualdades de desenvolvimento no mundo, os países que quiserem prosperar devem se
comprometer com a educação e entender as transformações, porque elas vão ditar as
competências, exigidas não só em conhecimentos e habilidades no trabalho, mas também
relacionadas ao carácter e à personalidade. Diante da tamanha aceleração no contexto social para
Delors, a prática pedagógica deve preocupar-se em desenvolver quatro aprendizagens
21
fundamentais, que serão para cada indivíduo os pilares do conhecimento: aprender a conhecer que
indica o interesse, a abertura para o conhecimento, que verdadeiramente liberta o indivíduo da
ignorância; aprender a fazer que mostra a coragem de executar, de correr riscos, de inovar, de
reinventar, de errar mesmo na busca de acertar; aprender a conviver que traz o desafio da
convivência que actualmente tem se tornado algo bastante difícil e apresenta o respeito a todos e o
exercício de ética e solidariedade como caminho do entendimento e de boas relações; e,
finalmente, aprender a ser, que, talvez, seja o mais importante por explicitar o papel do cidadão e o
objectivo de viver. Os pilares são quatro, e os saberes e competências a se adquirir são
apresentados, aparentemente, divididos, porém essas quatro vias não podem, no entanto, dissociar-
se por estarem intimamente ligadas, constituindo interacção com o fim único de uma formação
holística do indivíduo. A competência está na capacidade do sujeito para mobilizar saberes,
conhecimentos, habilidades e atitudes, resolver problemas e tomar decisões adequadas e não no
fato de alguém possuir um elevado número de saberes ou competências. Possuir conhecimentos ou
capacidades específicas não é garantia de que um profissional seja “competente”, porque apesar de
muitos profissionais possuírem conhecimentos e capacidades importantes, nem sempre sabem
mobilizá-los de modo adequado no momento oportuno levando em consideração o contexto
actual.

O professor do presente não pode ser apenas alguém que aplica conhecimentos produzidos por
outrem, mas tenha de ser um sujeito que assume a sua prática pedagógica a partir dos significados
que ele próprio lhe atribui. Alguém que, porque teve uma míria de vivências com significados
determinantes, é capaz de estruturar e orientar a sua prática, seleccionar determinados conteúdos,
dar prioridade a certas actividades e aprimorar a competência de aprender a decifrar várias
linguagens, percorrer diferentes motivações humanas, ampliar o seu leque de experiências.
Alguém que é, sobretudo, capaz de cultivar as diferenças, criar oportunidades para expandir o
conhecimento, ampliar a convivência e a sensibilidade na formação do aluno e se configura como
modelo de competências e de uma cultura de excelência numa diversidade de imagens e
representações. Estes conhecimentos têm se tornado como desafio a ser vencido pelo professor a
fim de que este se torne um profissional competente, o que no contexto educativo actual comporta
da sua parte, ter a capacidade de articular, mobilizar e colocar em acção os conhecimentos
adquiridos, as habilidades e os valores necessários pautados nos pilares da educação para que
obtenha um desempenho eficiente e eficaz das actividades que a natureza do seu trabalho requer.
São estas competências e o desenvolvimento pessoal que no decurso da formação devem ser
estimulados numa perspectiva crítico-reflexiva que o levará o professor a compreender as suas
responsabilidades. Vale ressaltar aqui a relevância da formação inicial, continuada e em serviço
como elemento de desenvolvimento pessoal e profissional do professor da contemporaneidade. A

22
formação inicial e continuada do professor é o primeiro passo para vencer os desafios da educação
contemporânea e deve ser vista como uma necessidade de mudança do paradigma de ensino, de
um modelo passivo, baseado na aquisição de conhecimentos, para um modelo baseado no
desenvolvimento de competências e competências que atendam as necessidades dos alunos
levando em conta as mudanças aceleradas da sociedade em que este está inserido, com a
finalidade de o levar a aprender, a adquirir competências, a aprender a aprender. Para conseguir
desenvolver tais competências, Freire (2008) defende que “é preciso que o formando, desde o
princípio da sua experiência formadora, se assuma como um sujeito da produção do saber, se
convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as
possibilidades para a sua produção ou a sua construção”.

Outro desafio que actualmente é colocado ao professor tem a ver com a multiplicidade do
conhecimento e dos seus processos, exigindo assim do professor que saiba, sobretudo, dominar e
compreender as novas linguagens e experiências, bem como saber articulá-las com outra
competência, baseada no processo de mediação e diálogo com os alunos. Processo em que o
professor deve ter um papel essencial, para que a partir da sua intermediação todos possam
informar, comunicar, discutir, participar, criar, estimular o acesso a novas linguagens, como forma
de ampliar o grau de compreensão e autonomia das vivências dos sujeitos. Maior exigência quanto
a responsabilidades, alteração do papel do professor como fonte única de transmissão, dificuldade
de determinar o papel da escola e da educação escolar, reformas políticas que trazem implícitos os
papéis e deveres desses profissionais e que mudam constantemente, mudanças nas expectativas
sociais e na função social da escola, sentimento de culpa, baixa auto-estima e desvalorização
docente, abalo na segurança e autoconfiança do professor com relação aos conteúdos que mudam
constantemente, mudanças na relação professor-aluno, depreciação económica e social da
profissão, são desafios presentes no dia-a-dia do professor contemporâneo. Além desses, conduzir
as novas gerações a um futuro em que priorizem as virtudes em detrimento dos vícios e prejuízos
morais, do crime e da violência, a um futuro mais promissor, este é o maior desafio do educador
actualmente.

Desafios da educação na actualidade

A sociedade actual, marcada pelo avanço científico e tecnológico, abriu caminhos para novas
relações culturais, sociais e económicas. Não sendo um mundo descolado de um contexto mais
amplo, a escola não se constitui como um espaço inerte às tensões da sociedade. Exige-lhe
mudanças nas formas de relações e interações, ao tratamento da informação e construção de
conhecimentos que 284 permitam a seus estudantes desvelar e participar activamente na realidade.
Como nos aponta Freire (2011, p. 87) “o conhecimento envolve a constante unidade entre ação e

23
reflexão sobre a realidade”. A educação é um processo que envolve valores, transmissão e
construção de relações sociais e, por isso precisa estar voltada para as transformações culturais da
sociedade. Acreditamos que para que as práticas educacionais, na escola, possam estar voltadas à
altura do nosso tempo e serem de fato inclusivas precisam ser efectivamente emancipatórias, que
suscitem processos de conscientização, compreensão crítica e participação, sendo uma instituição
realmente inclusiva. O que requer o domínio de habilidades básicas por nossos educandos, entre
elas, o domínio da leitura, escrita e cálculo e seus usos em diferentes contextos como instrumentos
de entendimento da realidade. Concordamos que na educação “que se faz por meio de palavras,
não pode ser rompida a relação pensamento-linguagem contexto ou realidade” (FREIRE, 2001, p.
70). Estamos imersos em nossa sociedade em contextos cada vez mais letrados. As práticas sociais
que exigem o domínio da leitura e escrita e cálculo são cada vez mais amplas e dinâmicas e em
diferentes contextos, inclusive no ambiente virtual. No entanto, importa levar em consideração não
apenas a (de)codificação dos códigos escritos e numéricos, mas a promoção de maneira
contextualizada desses signos, compreendendo seus usos nas diferentes funções sociais que deles
emergem. Isso implica um constante repensar da escola em termos de revisões conceituais sobre o
papel e função da educação, o que é conhecimento, o que é inclusão, entre tantas outras. Demanda
também, o replanejamento da reorganização da dinâmica de ensino e aprendizagem, que deixa de
se dá exclusivamente no interior da sala de aula. Essa realidade exige a todo o momento, a
disposição em poder agir de forma consciente, nas diferentes situações, especificamente no
cotidiano escolar, das situações de aprendizagem que são criadas condizentes e à altura do nosso
tempo. Exige, sobretudo, o "olhar mais crítico possível da realidade, que a desvela‟ para conhecê-
la e para conhecer os mitos que enganam" (FREIRE, 1980, p.29). E esse processo de
conscientização precisa começar desde a infância. E isso não é fácil, “estamos em uma nova época
histórica, uma nova ordem global, em que as velhas formas não estão mortas, mas as novas ainda
não estão inteiramente formadas” 285 (SAVIANI, 2011, p. 118). Isso requer intencionalidade
clara dos professores no seu fazer. Consequentemente, presenciamos diversas tensões por que
sofre o trabalho de educar actualmente. Sem ter a intenção de elevar uma etapa de ensino em
detrimento à outra, o processo de humanização, de participação cidadã deve iniciar desde os
primeiros anos de ensino. Compreendemos, todavia, que isso não é simples. Um trabalho
educativo que conduza a inclusão dos alunos de nosso tempo, menos ainda. A escola ainda poderá
levar algum tempo para realizar seu papel principal: ler, escrever, contar de maneira que contribua
de fato para que os educandos possam conhecer e desvelar a realidade de modo crítico. Esse é um
grande e importante desafio que precisamos contemplar. Para tanto precisamos reflectir nosso o
papel do professor e da escola como importantes e fundamentais agentes de formação, de inclusão
educacional e social de nossos alunos.

24
O mundo está em constante transformação. As inovações tecnológicas impõem novas
realidades em todas as áreas da vida social. Se económica e politicamente as mudanças são
flagrantes, a educação na actualidade também se depara com novos desafios. É preciso se
adaptar a tudo isso.

É verdade que nem sempre as alterações são positivas. Mesmo com cenários nebulosos, é
necessário demonstrar resiliência. Em contextos de incerteza, é ainda mais importante se preparar
para as novidades. Na educação, ter predisposição para fazer essas adequações é essencial.

Diante de todas essas transformações, é muito difícil que os educadores estejam prontos,
abruptamente, para encarar todos os obstáculos que irão vivenciar nas escolas. E isso é natural! É
desumano cobrar que os profissionais tenham tido acesso antes a discussões que emergiram agora.

O que é fundamental é a contínua inclinação para aprender. Os professores necessitam assimilar as


novas tendências do ensino e compartilhar esse estímulo com as turmas. O processo de
aprendizagem deve ser de longo prazo e, por isso, prazeroso também para o corpo docente.

A formação da equipe pedagógica deve, portanto, ser continuada. É durante o dia a dia, nas salas
de aula, que os professores irão descobrir alternativas e encontrar soluções. Continuar a estudar é
imprescindível para conseguir acompanhar as novas demandas de crianças e adolescentes.

Qual é o contexto dos estudantes do século XXI?

Internet, redes sociais, dispositivos móveis… é a realidade social de hoje que difere muito da que
era observada no século anterior. As mudanças tendem a se intensificar com a emergência do 5G.
A rotina de crianças e adolescentes acompanha essas transformações. Embora ainda não estejam
inseridas no mercado de trabalho, muitas dessas novidades chegam às novas gerações por meio do
consumo e do lazer. Não é nada inédito encontrar um estudante com celular na mão, não é
mesmo?
Os alunos já se informam sobre o que acontece no país e no mundo pela rede de computadores.
Muitos também tiram dúvidas a respeito dos conteúdos trabalhados pelos professores em páginas
na internet, a que têm acesso por meio dos sites de busca. Isso já é algo natural para as turmas.

Diante desse novo contexto, as escolas precisam estar atentas às maneiras pelas quais as interações
entre educadores e estudantes se dão na escola. Todas essas inovações podem ser utilizadas para
instigar a criatividade. Esse tipo de estímulo mantém a atenção dos alunos.

25
Citaremos aqui alguns desafios da educação na actualidade

É importante ressaltar que a abordagem tradicional não deve ser totalmente descartada: existem
elementos históricos do ensino que podem contribuir para o processo de aprendizagem a despeito
das inúmeras transformações nas quais estão envolvidos os segmentos da Educação Básica.

Entre esses factores, o principal é a empatia. As relações humanas continuam a ser o aspecto que
mais merece destaque entre os professores. A criação de um ambiente de confiança mútua é o
primeiro passo para fazer com que o conhecimento floresça, seja no século XX ou nos anos 2020.

Para auxiliar na compreensão desses dilemas que atravessam o ensino actualmente, veremos 7
tópicos decisivos para o sucesso do processo de aprendizagem. Há assuntos relativos à tecnologia,
à preparação dos profissionais e à participação dos responsáveis. Continue a ler e saiba mais.

1. Introduzir a tecnologia no aprendizado

Existem soluções digitais que buscam inserir as dinâmicas da tecnologia nas salas de aula. São
plataformas, dispositivos ou aplicativos que podem fazer com que a educação acompanhe o ritmo
da vida contemporânea. É preciso se manter sempre sintonizado com essas novidades.

2. Engajar o corpo docente

As alterações no cotidiano das escolas são constantes e exigem preocupação redobrada. A equipe
pedagógica tem que prestar atenção às respostas dos alunos. As turmas oferecem indícios sobre
como tem sido o processo de aprendizagem: educadores devem estar engajados para percebê-los.

3. Conter a evasão escolar

Os índices de evasão escolar nas escolas públicas é muito grande. No ensino privado, a maior
preocupação deve ser com o desinteresse. Essa é a causa por trás do abandono no período de
formação. Manter o ensino sempre vinculado a questões reais é uma alternativa importante.

4. Tornar o ensino interessante para o aluno

A educação não é mais definida como um período delimitado, da infância à juventude: é preciso
aplicar o conceito de processo de aprendizagem. Aprender é uma tarefa para a vida toda. Para isso,
é imprescindível que essa seja uma atividade prazerosa que entre de vez no dia a dia dos
indivíduos.

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5. Incentivar a participação dos responsáveis

O desempenho dos alunos está directamente ligado ao engajamento das famílias. Crianças e
adolescentes aprendem muito através do exemplo. Quando os responsáveis participam da vida
escolar, fica evidente o interesse pelo conhecimento e haverá consequências positivas no
rendimento.

6. Combater o bullying entre os alunos

Os problemas de relacionamento dentro das turmas sempre foram frequentes. O potencial


destrutivo que as expressões da violência alcançam com as redes sociais é ainda maior. O combate
ao cyberbullying exige preparo de todos os funcionários das instituições de ensino actualmente.

7. Trabalhar competências socio emocionais

A escola é o espaço privilegiado para o desenvolvimento durante a infância e a adolescência. O


amadurecimento envolve também as questões emocionais. Todos os atores da comunidade
escolar precisam se dedicar a estimular essas habilidades em crianças e adolescentes na Educação
Básica.
Como e por que a escola precisa transpor os desafios da educação na actualidade?

A todo momento as escolas são colocadas em xeque para mostrar que ainda são relevantes e têm
funções sociais essenciais. Os desafios da educação em tempos de pandemia, por exemplo,
exigiram adaptação da comunidade escolar, que conseguiu fazer o conhecimento florescer.

Apesar das adversidades, as instituições de ensino conseguem se apresentar como a solução para
inúmeros problemas da realidade brasileira. A redução das desigualdades e a ampliação do
número de pessoas que conseguem ler, escrever e compreender textos são dois exemplos nítidos.

A capacidade de dar respostas à sociedade deriva da resiliência das escolas. Os profissionais que
estão envolvidos no processo de aprendizagem precisam se adaptar às mudanças para conseguir
contribuir para o desenvolvimento de crianças e adolescentes nesse período tão importante.

Propor reflexões sobre esses desafios com o quadro de funcionários, durante reuniões ou bate-
papos mais informais, colabora para actualizar as atividades que são executadas no interior das
instituições de ensino. Apostar no diálogo é a melhor alternativa para transpor esses problemas.

Superar esses obstáculos gera o reconhecimento de toda a comunidade. Os responsáveis entendem


a importância de todos os esforços voltados para o processo de aprendizagem nos segmentos do
Ensino.
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Conhecer os desafios contemporâneos para a educação é apenas o início de uma longa jornada.
Nesse caminho, a comunidade escolar precisa apresentar coesão para se mostrar à altura das
dificuldades do mundo atual. É necessário o engajamento de todos os envolvidos.

Outros Desafios na realidade angolana.

Desafios endógenos

À luz do exposto, podemos aqui dizer que os desafios endógenos, relaciona-se com a própria
instituição. Os desafios intrínsecos, cuja solução, gestão, condução depende em muito da própria
instituição, da organização. Foram aqui elencadas as questões das normas e dos regulamentos das
instituições, desde a criação das mesmas e seu cabal cumprimento dentro dos limites que a
legislação impõe para a acção da tutela e exercício da autonomia por parte das instituições. Aqui
também insere-se o aspecto da progressividade das instituições, quer no sentido expansão, com
criação de outras unidades orgânicas, cursos, turmas ou vagas, culminando com as condições e
tipos de infra-estruturas que devem caracterizar uma instituição do ensino superior, quer na sua
dimensão, quantitativa-espacial, quer na qualificação. Se compreender-se a que gestão é a forma
pela qual uma organização ou instituição se mobiliza para desenvolver as suas acções, de
administrar ou gerenciar seu aparato para alcançar seus objectivos, então, por uma questão de
lógica e coerência com o estabelecido na Constituição da República de Angola – CRA, no seu
Artigo 21.º, alínea i), conjugado com o número 2, do Artigo 2.º da Lei n.º 13/01, de 31 de
Dezembro, Lei de bases do sistema de educação - LBSE, é preciso estar claro o limite entre a
tutela e a autonomia das instituições através dos Estatutos das mesmas. Ou seja, é preciso
clarificar no documento que institui a organização, o que pode, o que não pode, quando pode,
como pode e com quê pode. É desta primícia que os demais elementos de gestão da instituição
deverão conformar-se. Com isto se defende que, não se pode dar início de actividades em
instituições sem que os seus actores saibam ao certo qual o papel de cada um. Isto se refere quer
para as instituições privadas, como para as instituições públicas. Não pode haver figuras ou
actores na estrutura da organização, cujo papel não encontra-se estabelecido ou que se pressupõe
ser este ou aquela a sua missão. A instituição saberá que o seu caminhar e a sua acção pode atingir
até um certo nível e que ultrapassar o limite, seria ser responsabilizado. Por outro lado, a tutela
seria também responsabilizada quando ocorrer de que as suas atribuições não são executadas ou
cumpridas no tempo e prazo respectivo o que de um modo geral, força a outra parte a agir a
margem da legislação por não ter recebido em tempo hábil a devida resposta, afinal, quer
queiramos, quer não, trata-se de gestão, onde os resultados são quantificados e qualificados. Uma
organização que não se mobiliza com normas e regulamentos discutidas e aprovados nos fóruns
competentes e que encarnam o desejo da comunidade em função do limite legal existente é fadada

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ao descalabro pelo simples facto de não haver concertação. É necessário que essas normas e
regulamentos estejam em conexão com o contexto. Parafraseando Sousa Santos (2003, p. 225) “a
universidade não poderá promover a criação de comunidades interpretativas na sociedade se não
as souber criar no seu interior, entre docentes, estudantes e funcionários. A universidade só
resolverá a sua crise institucional na medida em que for uma anarquia organizada, feita de
hierarquias suaves e nunca sobrepostas”. No mesmo sentido, não se deve apenas desejar ter a
norma. É preciso que ela seja cumprida, desde o sujeito que encontra-se no topo da liderança até a
base. Aqui trata-se da pessoa humana na organização. Aquela que tem a responsabilidade de fazer
valer a norma na instituição. Mais também daquele que percebendo-se de lacunas nas normas, irá
procurar o bom senso para conduzir a instituição nos pressupostos que a ciência e a doutrina
jurídica recomendam na falta de norma específica. É necessário que o gestor tenha consciência ao
ser indicado para gerir, que ele não só gere um grupo de pessoas, porém uma organização que
mesmo na anarquia, precisa ser organizada respeitando as normas e os regulamentos para a
mobilização e a promoção das acções. Cabe aqui um dado histórico. Com o redimensionamento da
então única Universidade pública em Angola, a Universidade Agostinho Neto - UAN, foram
criadas novas Universidades públicas que durante cerca de dois anos, funcionavam em função da
visão do gestor. Quando interessava chamava a colação o Estatuto e as normas da UAN. Quando
não interessava, fazia valer sua posição pessoal. Faltou no mínimo o Estatuto Orgânico das
instituições. Hoje este processo é diferente, todavia ficaram sequelas e desvios que precisaram de
tempo para ajustar. Enquanto gestores, atendiam a tutela, mais a voz da comunidade não se fazia
sentir, pelo facto de não terem sido criadas as condições para o funcionamento dos órgãos
colegiais. O mesmo se diria quanto ao limite de competências e atribuições entre a organização
que cria uma instituição do ensino superior em relação á equipe que gerencie a instituição. Ainda
no capítulo dos desafios endógenos, aponta-se a progressividade. Observa-se um interiorizar-se de
instituições, com aberturas de “polos” ou campus, cuja projecção consiste via de regra em
aumento de número de cursos ou de vagas nos cursos existentes, como que a actividade primordial
é de apenas desenvolver o ensino. Em contra partida, os docentes não possuem gabinetes de
trabalhos, sem condições para o docente manter-se na instituição para além das horas lectivas. As
bibliotecas continuam sendo uma sala adaptada. Não existem acções concretas para a produção
científica, funcionamento de um corpo editorial para publicação etc.

Desafios exógenos

Os desafios do tipo exógeno, apesar de terem uma relação com a instituição, a sua origem ou
solução não dependem essencialmente dela. Ultrapassar estes desafios não depende apenas da
decisão da instituição. Eles possuem uma ligação com tudo que é circundante e com influência
que surgem para além das fronteiras. Assim apontam-se os aspectos da cooperação, qualidade e
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capacitação de docentes, no que relaciona-se com o estatuto da carreira, bem como o binómio
Qualificação e Remuneração. Para melhor entender estes aspectos, será importante atentar que, os
países que ainda não cumpriram com processo canónico da civilização pelas circunstâncias
vividas em função da herança deixada pela colonização, aliada a desestruturação das formas de
pensar e de organizar social e politicamente em função da falta de transição clara entre o 9 local e
o adquirido, sentiram suas estruturas de produção de conhecimento afectadas. Angola não foge a
regra. Assim, em um contexto de globalização, com as facilidades que os meios tecnológicos
apresentam e a grande concorrência no mercado, muitas vezes desleal, o ensino superior e as
instituições de um modo particular são desafiadas a concorrer, muitas vezes em condições
desiguais de seus pares de outras latitudes. Giddens (2012, p. 648) afirma que “a economia do
conhecimento é aquela em que parte da força de trabalho não está envolvida na produção ou
distribuição física de bens matérias, mais em sua criação, desenvolvimento, tecnologia,
publicidade, vendas e manutenção”. É de se observar que ocorre criação e desenvolvimento. Ou
seja, o impacto do conhecimento produzido deve ser observado e possuir o selo de quem o
produziu. O primeiro passo é interagir, o que deve acontecer com a cooperação. Como cooperar
com uma instituição que não o observa como parceiros? Por outra, qual a explicação para sempre
se pensar em cooperação entre os desiguais? Será que o produto da cooperação procure os níveis
de excelência do parceiro? Ou trata-se de criar ou produzir apenas para aquele mercado de menor
qualidade? Apesar de que em alguns casos são as instituições que definem os parceiros, todavia,
existe orientação metodológica e directiva aprovada. O segundo aspecto identificado nesta
categoria relaciona-se com a valorização dos recursos humanos. Valorização no sentido de
oportunidade pela competência e confiança aliada às condições dignas, mínimas e possíveis para o
desempenho da missão. O processo muitas vezes é visto de fora para dentro em função de factores
subjectivos. Valorização no da permanente actualização e revisão do estatuto remuneratório para
atender ao binómio Qualificação-Remuneração não apenas em função da dedicação docente, mais
também da actividade científica com apoios aos eventos científicos e incentivos à publicação
científica, redundando no suprimento de questões de base, como saúde, habitação e educação.

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Conclusão

No cenário educacional, as TICs são recursos que precisam está inseridas no cotidiano escolar,
sua utilização como ferramenta de ensino e como instrumento de apoio às matérias e aos
conteúdos leccionados torna-se indispensável, pois desperta o interesse nos alunos e estimulam o
desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem, contribuindo assim para um sistema
eficiente na transmissão de conhecimento.

31
Conclusão

Podemos ainda concluir que as TICS constituem um papel de carácter muito importante, uma vez
que dinamizam o processo de ensino e aprendizagem nas instituições de ensino e não só. Hoje
como sabemos a toda uma facilidade de se fazer chegar a informação que de uma forma trás
enormes benefícios tanto para o Professor como o aluno. Desta feita devemos cada vez mais nos
actualizar embora se nota um elevado número de estudantes como professor que não tem domínio
das TICs nesta era chamada de informação, e assim fica cada vez mais difícil desfrutar do melhor
que temos nesse tempo.

32
Recomendações

Porém recomendamos que possa se analisar o uso das TICs no ensino-aprendizagem, isto porque é
importante compreender como ocorre o desenvolvimento com envolvimento das mesmas isto
porque os resultados mostram a relevância como recursos pedagógicos, como um diferencial
no ensino, pois optimizam o tempo das actividades em sala de aula, favorecendo assim a troca de
experiências, ampliando a conexão entre educador e educando em relação ao conhecimento.

33
Recomendações

Também gostaríamos de recomendar e encorajar o hábito de se utilizar as TICs nas instituições a


nível do Ensino Superior principalmente como Projector em salas de aulas, facilidade de Wifi para
os estudantes enquanto estiverem no recinto escolar, sabendo que tudo isso vai contribuir de tal
maneira para o sucesso académico do estudante, ao contrário das informações que temos recebido
de que alguns equipamento cedido nas instituições tem servido para o bem pessoal prejudicando
assim o bem comum.

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Bibliografias

Nildes Maria Gomes Aleixo_ Trabalho de Conclusão de Curso – Licenciatura em Matemática “ O


USO DAS TICS PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM: Perspectiva da Educação
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João Henrique Lopes Guerra _ Dissertação apresentado na Escola de Engenharia de S. Carlos,


Universidade de S. Paulo para obtenção de Grau de Mestre Utilização de Computador no Processo
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LIBÂNEO, J. C. O processo de ensino na escola. São Paulo: Cortez, 1994. P. 77-118 LIBÂNEO,
J. C. Os métodos de ensino. São Paulo: Cortez, 1994. P. 149-176 LIBÂNEO, J. C. A avaliação
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ABRAMOWICZ, M. A importância dos grupos de formação reflexiva docente no interior dos


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Campinas: Papirus, 2001. p. 137- 142. ALVES, R. Koan. In: ALVES, R. A escola com que
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Jacobina. 09. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2004. p.128.

OS DESAFIOS DA PROFISSÃO DOCENTE VIVENCIADOS POR PROFESSORES/AS COM


DIFERENTES TEMPOS DE CARREIRA Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado
ao Curso de Pedagogia, da Universidade Federal da Paraíba, como pré-requisito para obtenção do
grau de Licenciada em Pedagogia.

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