serviços de saúde, educação e saneamento básico nos

Aula revisão órgãos competentes. Góis (1993) afirma que Psicologia

Comunitária responde às questões psicossomáticas

Psicologia Comunitária resultantes da vida comunitária, bem como às ações

interdisciplinares de desenvolvimento comunitário e
desenvolvimento local (trabalho e renda, saúde, educação,
7° Noturno assistência social, ação política, cultural, urbanização,
organização de comunidade, planejamento social,
orçamento participativo, entre outros). Os campos de
1. Tópico atuação do profissional psicólogo comunitário são a
comunidade, bairros, populares, favelas, associações de
Psicologia comunitária
bairros, grupos marginalizados etc. Karl Marx conceitua
A Psicologia compreende um conjunto de
comunidade como “um tipo de vida em sociedade “ onde
concepções relevantes para o esforço de delimitar seu
todos são chamados pelo nome e podem participar, dizer
campo de análise e aplicação (GÓIS, 2005, p.33). Assim, a
sua opinião. Nesse sentido, o psicólogo comunitário atua na
Psicologia Comunitária se define como uma área da
condição de facilitador, apresentando temáticas para
psicologia social que estuda a atividade do psiquismo
discussão, onde o grupo vai refletir sobre os interesses e as
decorrente do modo de vida do lugar/comunidade; estuda
necessidades pertinentes para a comunidade. Psicologia.pt
o sistema de relações e representações, identidade, níveis
ISSN 1646-6977 Documento publicado em 20.04.2020 Edna
de consciência, identificação e pertinência dos indivíduos ao
Ramos Rolim Maria Rosa de Oliveira 5
lugar/comunidade e aos grupos comunitários. Campos
facebook.com/portaldospsicologos As intervenções do
(1999, p.11 Apud GÓIS, 2003). Outro aspecto relevante de
psicólogo comunitário têm como propósito desenvolver a
estudo do psicólogo comunitário são “a linguagem, os
autonomia do grupo no que diz respeito a uma atitude
sentimentos e as representações sociais do grupo” (LANE,
crítica dos indivíduos, visando a resolução de problemas, a
1981), bem como as influências das variáveis no
gestão adequada dos conflitos e a elaboração de projetos
comportamento dos indivíduos, “principalmente para o
sociais. A abordagem teórica será escolhida pelo profissional
desenvolvimento e a mudança sócio-política de uma
de psicologia, desde que esteja amparada pelo Conselho
realidade social, caracterizada por relações de dominação e
Federal de Psicologia. O mesmo vai ocorrer com as técnicas
de exclusão social, ou o modo de viver da classe oprimida, e
e ferramentas, pois estas irão depender da metodologia
que se mantém mediante uma ideologia de submissão e
teórica. No entanto, é possível afirmar que os instrumentos
resignação e o caráter oprimido” (GÓIS. 2005, p.53). Por
de pesquisa são a observação, a entrevista, a pesquisa
esse prisma, o psicólogo comunitário visa desenvolver nos
participante. Em síntese, tudo que manifeste a vida social. A
indivíduos uma atitude crítica em relação aos problemas
Psicologia Comunitária surgiu num cenário de insatisfação
sociais, ou seja, o aprofundamento da consciência e o
com a psicologia social, a qual não atendia às problemáticas
fortalecimento de uma identidade de comunidade
por meio de ações efetivas. Contudo, utiliza sua sustentação
responsável e ativa na transformação da realidade e,
teórica na psicologia social. É uma prática que foi construída
consequentemente, favorecer para as reivindicações dos
e desenvolvida numa perspectiva de integrar o Na América Latina, essa corrente crítica e popular tem três
desenvolvimento do indivíduo na sociedade, com base na
interação simbólica, maneira pela qual a subjetividade é
construída.
2. Tópico
a Psicologia Comunitária se define como uma área da
psicologia social que estuda a atividade do psiquismo
decorrente do modo de vida do lugar/comunidade; estuda
o sistema de relações e representações, identidade, níveis
de consciência, identificação e pertinência dos indivíduos ao
lugar/comunidade e aos grupos comunitários.
● Outro aspecto relevante de estudo do psicólogo
comunitário são “a linguagem, os sentimentos e as
representações sociais do grupo”
● o psicólogo comunitário visa desenvolver nos indivíduos
uma atitude crítica em relação aos problemas sociais, ou
seja, o aprofundamento da consciência e o fortalecimento
de uma identidade de comunidade responsável e ativa na
transformação da realidade e, consequentemente,
favorecer para as reivindicações dos serviços de saúde,
educação e saneamento básico nos órgãos competentes.
3. Tópico
A "crise da psicologia social" inicia na Europa na década de
1960, quando o modelo cognitivo-experimental começa a
ser criticado, e chega ao Brasil na década de 1970, período
denominado de "crise da psicologia social" brasileira e, para
outros, "crise" de toda a psicologia.
Corga (1998, p. 152-154) aponta que tais críticas tinham
como foco principal o questionamento do laboratório como
ambiente de produção científica, complementando que
passou-se a problematizar os avanços dos experimentos em
laboratório em detrimento da relevância do que se estava
produzindo para o enfrentamento de problemas sociais.
grandes nomes, sem desmerecer os demais que tanto
contribuíram com uma Psicologia Social latino-americana:
Ignácio Martín-Baró (hispano-salvadorenho), Sílvia Tatiana
Maurer Lane (brasileira) e Maritza Montero (venezuelana)
A Psicologia Comunitária na América Latina, Surgiu, sim, por
influência da Psicologia Social Crítica, da Teologia da
Libertação e da Educação Popular.
Martín-Baró (hispano-salvadorenho), Sílvia Lane (brasileira)
e Maritza Montero (venezuelana), são representantes dessa
corrente. Suas obras estão voltadas para a construção de
uma psicologia social crítica, preocupadas com a realidade
dos povos da América Latina e com os caminhos de
mudança dessa mesma realidade social.
4. Tópico
Duas obras, publicadas no ano de 1908, irão marcar a
fundação oficial da psicologia social moderna: Uma
introdução à psicologia social, de William McDougall, e
Psicologia social: uma resenha e um livro texto, de Edward
Ross (Pepitone, 1981).
Edward Ross era um sociólogo norte -americano que,
influenciado pelas obras de Tarde e de Le Bon, caracterizou
a psicologia social como o estudo das uniformidades de
pensamentos, crenças e ações decorrentes da interação
entre os seres humanos.
Juntou as teorias de Tarde e de Le Bon, o entre os seres
humanos. Segundo Ross, os fenômenos subjacentes
(implícitos) a essa uniformidade são a imitação, a sugestão
e o contágio.
William Macdougal, Psicólogo britânico que foi fortemente
influenciado pelas concepções de Darwin e Spencer sobre a
evolução, Ressalta a importância de certas características
inatas e instintivas para a vida social.
 5. Tópico
Gabriel Tarde (1843 -1904) As leis da imitação, publicada em
1890 defende que a vida social tem como mecanismo básico
a imitação.
Qualquer produção individual, surgida sob a forma de uma
invenção ou descoberta, propaga -se na vida social por meio
da imitação.
Avançando em suas proposições, o autor ressalta que as
pessoas de status inferior costumam imitar as de maior
status, que o processo de imitação começa lentamente e
com o tempo se acelera.
6. Tópico
A “crise” da psicologia social aparece pela primeira em
publicações no ano de 1971, na ABPA. As publicações desta
edição é fruto do Fórum de Psicologia Social, promovido
pela Associação Brasileira de Psicologia Aplicada, na cidade
do Rio de Janeiro, entre 26 e 29 de outubro de 1970, na PUC-
Rio.
A Psicologia Comunitária de autores latino-americanos, é a
presença de variadas formas de pensar e de fazer a
Psicologia Comunitária nos distintos países (Wiesenfeld,
1999), todavia há uma evidência de fundo que nos permite
compreendê-la orientada por dois modelos básicos:
Dessa forma, o foco da Psicologia Social Comunitária
trilhava, na época, o caminho para que a Teologia da
Libertação, a “Cultura da Pobreza”, a Pedagogia do Oprimido
e a própria Saúde Mental Comunitária, continuam sendo
importantes na articulação teoria-prática-compromisso
social em Psicologia Comunitária e no que buscamos como
objetivos maiores da área, a seguir apresentados: a) O
desenvolvimento dos moradores enquanto sujeitos da
comunidade (potenciação, empoderamento e
desenvolvimento humano). B) O desenvolvimento da
comunidade como instância ativa do poder local, da auto-
sustentabilidade e do crescimento endógeno do lugar,
município ou região. C) A construção da Psicologia
Comunitária dentro do enquadre teoria-prática
compromisso social.
7. Tópico
Paulo Freire (1921-1997) é Patrono da Educação Brasileira e
autor da “Pedagogia do Oprimido”. Conhecido pelo método
de alfabetização de adultos que leva seu nome, Freire
desenvolveu um pensamento pedagógico que defende que
o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno.
O método tratava uma maneira de educar intrinsecamente
ligada à vida cotidiana – e por isso também à política. O
educador era contra o que chamava de “educação bancária”,
que colocava o professor como detentor do conhecimento e
o aluno apenas como depositório. Para ensinar, de acordo
com ele, era preciso partir da experiência do aluno e do que
ele conhecia.
A proposta de Paulo Freire parte sempre da perspectiva do
aluno, há um grande respeito pelo estudante, seu ritmo e
seu contexto. Então, o docente trabalha mais como um
organizador de dados para ajudar o aluno nesse processo.
A pedagogia da Libertação para Paulo Freire, enaltece a
visão de homem e que somente ele e capaz de agir
conscientemente na realidade, identificada por ele como
práxis humana, a unidade indissolúvel entre a ação e a
reflexão sobre o mundo.
A psicologia da libertação pensada por Martin-Baró (1996)
define o quefazer da psicologia como uma ciência que deve
ser compromissada com a conscientização dos sujeitos, que
implica em um “[...] processo dinâmico, conflituoso, de
transformação do ser humano que, de forma pessoal e
social, pensa e atua numa realidade histórica num vir a ser
(devir) que se efetiva na práxis, envolvendo suas dimensões
psicológicas, sociais e políticas”. (MENDONÇA, 2017, p. 123).

Martín-Baró preocupava-se sobretudo em discutir as

possibilidades da libertação pelas organizações populares:
pelos sindicatos, comunidades, movimentos sociais, e
organizações políticas revolucionárias. Destacava a
importância da organização para que as classes oprimidas
possam superar o individualismo e assim representar os
seus próprios interesses no espaço público.