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Questão da identificação do menino com o pai e a menina com a mãe.

O paradigma da identificação "


você não pode ser como seu pai, você não pode ter sua mãe", não pode ser como o pai mas pode
toma-lo como modelo para um dia ter uma mulher como sua mãe. Projeto identificatório - figuro o
qual se identifica, modelos que a sociedade apresenta, o modelo pode servir como base de ser ou
e louco. não ser(referência). Os sentimentos de angustia predominam na sociedade,muitas referencias. Um
modelo a ser atingido.
*** o ego tem projetos , uma coisa que vai projetar, que vai se
Ideal do ego - O ego tem ideais,
fazendo, trabalha para alcançar, fluxo vital da vida, para viver tem que ter projetos. Projeto
existencial
O ideal do ego Ego ideal - Ser o ideal, ego real, aquilo que se é
Se luta pelo ego ideal não se obtém sucesso, Ego ideal são ideais de perfeição, vai atrás do
que gostaria de ser
O superego clássico, tal como o vimos, é formado por injunções negativas do tipo “Você
não pode ser como seu pai, não pode ter a mãe”.
As posições subjetivas se caracterizam também por injunções positivas, cujo modelo
pode ser assim expresso: “Você deve ser como seu pai, tomá-lo como modelo para, um dia,
ter uma mulher como sua mãe”. Dessa perspectiva, o ideal determina um projeto
identificatório, algo que o sujeito deve atingir para que o ego possa ser amado pelo
superego. O ideal do ego está relacionado ao amor-próprio.
• O ideal de ego neurótico: é formado por representações possíveis, conectadas
com a realidade, que tomam em consideração tanto as capacidades como as
limitações do sujeito. O ego ideal, instância que representa a vivência arcaica
de plenitude narcísica (quando o “ego era seu próprio ideal”), foi
suficientemente sustentado pelas figuras parentais e pôde ser recalcado. Isso
significa que o sujeito conseguiu fazer o luto pela onipotência narcísica perdida.
Ego ideal - Plenitude narcísica - já está adulto mas ainda tem atitudes de
É o ideal neurótico. majestade bebê
• Ideal de ego não neurótico: o sujeito pode não ter feito esse luto. Uma mãe que
por qualquer motivo não “narcisou” suficientemente seu bebê (por exemplo,
fazendo-o crer que havia algo de errado com ele) não sustentou o ego ideal pelo
tempo necessário. Assim, a busca de ser o próprio ideal – a busca pela
perfeição narcísica, condição para ser amado pelas figuras parentais – continua
pela vida afora. A perfeição narcísica, naturalmente, é um projeto identificatório
inatingível; como o amor de si depende da experiência de estar relativamente
próximo do ideal, percebe-se que o não neurótico dificilmente sente que tem
motivos para amar a si mesmo. Como seu ideal de ego tem características
onipotentes (arcaicas), o não neurótico vive, reiteradamente, situações de
fracasso narcísico, em que sua autoestima é cronicamente comprometida, como
Se a unipotencia não foi vivida ela volta

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Ideal do ego está relacionado a amor próprio

no exemplo a seguir.

Uma analisanda tentou ao longo da vida ser a filha perfeita para tentar agradar à
mãe. Nada era suficiente. Em sua busca de perfeição, destacou-se como
profissional, oferecendo à mãe tudo o que podia. Seu projeto identificatório, no
entanto, estava fadado ao fracasso: ela era mulata, e a mãe, de pele clara, não
aceitava tal característica da filha.
***
O sujeito que fica atrás dos ideais de perfeição está fadado ao fracasso

Felicidade/infelicidade: sua relação com o ideal de ego


A vergonha e a humilhação são formas de infelicidade. A infelicidade é o afeto que
acompanha a experiência subjetiva de estar excessivamente distante do ideal de ego – é o
afeto que traduz para a consciência o estado de sofrimento narcísico. A infelicidade
crônica caracteriza uma depressão narcísica.
A felicidade é o afeto que acompanha a experiência − sempre fugaz – de coincidência
entre o ego e seu ideal – é a plenitude narcísica. Uma vez atingido, contudo, o ideal logo
propõe ao sujeito um novo projeto identificatório a ser realizado. Se o momento de
completude narcísica se prolonga indefinidamente, passa-se da felicidade para a mania.
Sintetizando, diria que o neurótico tem mais chances de se sentir feliz, embora
fugazmente, do que o não neurótico. No polo dos afetos “expansivos”, a subjetividade não
neurótica está mais próxima da mania/euforia do que da felicidade.
Uma analisanda me procura porque tem feito uso frequente de cocaína com seu
namorado, e tem medo de morrer de overdose ou de acidente. De outro lado, tem
pavor de ficar sozinha no mundo e cair em uma depressão profunda. Apresenta uma
função simbolizante muito precária; o processamento psíquico das experiências
emocionais era nulo. Começamos a criar representações para seus estados
psíquicos. Seu cotidiano é preenchido por um trabalho burocrático, à espera do fim
de semana, quando vai cheirar com o namorado. Sente-se como uma criança em
expectativa permanente. Em suas palavras, passa a semana “esperando o Natal”. A

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expectativa é de que o pacote namorado-cocaína a resgate de uma existência sem
graça – percebe-se a depressão subjacente – e a transporte para “Ibiza, de
helicóptero, com a Hebe Camargo e a Angélica”. É a representação do estado
maníaco. Terminar com o namorado é correr o risco de ficar em casa no domingo à
tarde, sozinha, infeliz, “ouvindo Betânia e varrendo a casa”. Essa é a representação
da depressão de fundo. Percebe-se que, para a subjetividade borderline, o mundo
não tem nuanças, as experiências emocionais são da ordem do absoluto: ou “Ibiza”
(mania) ou “ouvir Betânia, varrendo a casa” (depressão). Conseguiu terminar com o
namorado, sobreviveu ao luto e agora começa a descobrir o que é ter um “mero
prazer”: pela primeira vez chamou amigos em sua casa para jantar. “Não foi Ibiza,
mas foi bom, nem senti a noite passar.”. Esse caso será visto com mais detalhes no
capítulo 12.

[2] Ou a parte neurótica e não neurótica da personalidade.

[3] “Nega”, isto é, não concebe.

[4] Agradeço à Silvia Maia Bracco por este exemplo, que colhi em sua tese de mestrado:
“Entre os muros da favela”.
Texto Mezan:
Dois tipos de afeto: culpa relacionada ao superego e vergonha está relacionado ao ego ideal pq não corresponde com o que
se espera, tem haver com o nosso próprio ideal
A vergonha é mais difícil de trabalhar, pois é resultante de questões muito mais primitivas, tem que reconstruir o narcisismo
Superego(o padre)
Superego nesse plano recorre ao ego ideal
O prazer narcísico- O ego se mistura ao próprio superego
sensação de contentamento consigo mesmo
comparação com outro em contextos de rivalidade ou competição(ex:prova), vai atrás daquilo que acha que vai produzir
prazer
Proeza infantil repercute sobre o nacisismo do pai. Criança ganha aplausos dos pais, e tb alimenta o narcisismo dos pais
Todas as conquistas entram no campo social, são formas de satisfação sublimadas das pulsões
Tudo que da intenso prazer ta no campo de satisfação sublimada da pulsão
satisfação só se alcança com a descarga pulsional

Texto DUAS MANEIRAS DE INTERPRETAR A REALIDADE


O luto primário que torna capaz de aceitar emocionalmente que não sou o centro do mundo, faço o luto de uma posição
subjetiva, não sou tudo, não sou melhor nem pior, luto da posição de onipotência
E o luto originário que torna capaz de aceitar emocionalmente que a mãe absoluta não existe, algo ou alguém que da tudo que
eu preciso na hora que eu quero 140
O processo de luto não depende de uma decisão consciente

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