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Licenciatura em AGE e CA

2º Ano Pós-laboral
Contabilidade de Custos I

Tema: Ponto crítico

Discentes:
Amaral João Almeida
Assa José Simbine
Chalate Sumbana
Elton Celina
Gerson Valoi
Herdência Morgado
Holden Mangue
Lorena Chiziane
Vânia Afonso Chivambo

Docente:
Msc. Pedro José Miguel

Matola, Marҫo de 2024


ĺndice
1.Introdução...........................................................................................................................................1

1.1 Objectivos........................................................................................................................................2

1.1.1 Objectivo geral..........................................................................................................................2

1.1.2 Objectivos específicos...............................................................................................................2

2. Os indicadores que medem o risco do negócio.................................................................................3

2.1. Ponto crítico das Vendas.............................................................................................................3

2.1.1. Ponto crítico operacional das vendas em quantidade (Qo*)................................................7

2.1.2. Ponto crítico operacional das vendas em valor (Vo*)..........................................................7

2.1.3. Ponto Crítico das Vendas Total ou apenas Ponto Crítico das Vendas...................................8

2.2. Determinação do ponto crítico de quantidade................................................................................8

2.3. Análise gráfica do ponto critico......................................................................................................9

2.4. Limitações do Ponto Crítico das Vendas......................................................................................10

3. Conclusão........................................................................................................................................13

4. Referencias Bibliográficas...............................................................................................................14
1. Introdução

O presente trabalho traz uma abordagem sobre analise do ponto critico em contabilidade, dizer que
no mundo empresarial, qualquer organização está exposta a diversos riscos principalmente àqueles
que estão ligados à sua atividade. Atualmente, já faz parte da estratégia das empresas a preocupação
em identificar os riscos mais relevantes e definir e implementar as medidas corretivas para os
minimizar ou anular e definir os pontos críticos da organização. De acordo com exposto o trabalho
vai procurar dar uma analise e compreensão sobre o calculo do ponto critico e os seus principais
indicadores, assim como se manifesta no mundo das ações financeiras , De referir que o trabalho de
revisão bibliográfica pretende abordar sobre as incidências da análise do ponto critico dos produtos
no mercado.

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1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo geral:

 Analisar o ponto critico no mercado.

1.1.2 Objectivos específicos:

 Definir o ponto Crítico;


 Identificar os principais pontos críticos do mercado de vendas;
 Descrever as variações do ponto critico do mercado de vendas;
 Analisar a variação do ponto critico das principais mercadorias;
 Compreender as limitações do ponto crítico.

1.2. Metodologia

O presente trabalho baseou-se na pesquisa bibliográfico que de acordo com (Gil, 2002) Pesquisa
Bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos. Ainda na mesma vertente a pesquisa bibliográfica é o levantamento ou
revisão de obras publicadas sobre a teoria que irá direcionar o trabalho científico o que necessita
uma dedicação, estudo e análise pelo pesquisador que irá executar o trabalho científico e tem como
objetivo reunir e analisar textos publicados, para apoiar o trabalho científico. Para Gil (2002,), a
pesquisa bibliográfica “[...] é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos”.

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2. Os indicadores que medem o risco do negócio

A gestão de uma organização, no contexto atual, tem de se suportar em informação contabilística.


Perante a multiplicidade de decisões que diariamente são exigidas aos gestores, é fundamental que
essa informação se caraterize por ser adequada e oportuna bem como sintética e diversificada. A
Contabilidade Analítica, com caraterísticas de informação interna, organiza essa mesma informação
de forma a permitir, através da formação dos resultados, efetuar diferentes análises, que com
objetivos específicos e soluções alternativas, permitem uma melhor tomada de decisão.

De acordo com Neves (2012), os indicadores que medem o risco de negócio, como já foi afirmado
anteriormente, são o Ponto Crítico das Vendas, a Margem de Segurança e o Grau de Alavanca
Operacional. Face às caraterísticas da informação que disponibiliza, a DRCV é a uma demonstração
de referência para estes indicadores o trabalho vai espelhar no ponto critico das Vendas.

2.1. Ponto crítico das Vendas

Para (Santos et al, 2008), ponto crítico das vendas (também designado de break-even point) é o
ponto onde as receitas e as despesas são iguais, ou seja, em que as vendas são suficientes para cobrir
as despesas. Neste sentido, significa que não se perde nem se ganha dinheiro, estando-se somente a
receber o valor que se gastou. Para determinar o ponto crítico, um empreendedor precisa de saber:

 O preço do produto/serviço para o cliente;


 Os custos associados ao que está a ser vendido (custos variáveis);
 As despesas habituais associadas à gestão do negócio (custos fixos).

Custos Variáveis: custos que variam diretamente com o número de unidades produzidas ou
vendidas. Por exemplo: o custo de aquisição do bem a ser vendido ao cliente, o custo das matérias-
primas, o custo de transporte, o custo da embalagem, etc.

Custos Fixos: custos relativamente constantes independentemente da quantidade de unidades


produzidas ou vendidas. Por exemplo: a renda, os salários, a publicidade, os seguros, as
comunicações, a eletricidade, etc.

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Custos Fixos Totais
Ponto Crítico ( emquantidade )=
Preçode VendaUnitário−Custos Variáveis Unitários

Atualmente, a competitividade do mercado, faz com que muitas empresas superem outras através de
pequeníssimos aspetos que por não serem negligenciados, lhes dão vantagens competitivas. Estes
são, por exemplo decisões diárias que se referem a vendas, clientes, fornecedores e inclusivamente o
preço de venda e que são tomadas com auxílio a ferramentas de gestão, que por sua vez,
inclusivamente, suportam também a tomada de decisão, conduzindo ao sucesso organizacional. O
desenvolvimento deste ponto vai ajudar-nos a perceber a importância de alguns indicadores no apoio
à gestão operacional por medirem o risco de negócio. Um desses indicadores é o Ponto crítico das
vendas (PCV) (Martins, (2001)).

Assim, o ponto crítico das vendas, ou ponto de equilíbrio, ou ponto morto entre outras
denominações, é um indicador que nos permite identificar qual é o nível de vendas abaixo do qual há
prejuízo e acima do qual, há lucro, ou seja, no nível de vendas do ponto crítico, o resultado é zero.
“O ponto de Equilíbrio também denominado Ponto de Rotura (Break-even Point) nasce da
conjugação dos custos totais com os proveitos totais” (Müller e Hendges, 2006 citando Martins,
2001).

“O nível de atividade (operações) de uma organização (empresa) para a qual os gastos igualam os
réditos/rendimentos é designado ponto crítico de vendas, isto é, não há lucro nem prejuízo” (Caiado,
2011). Munaretto e Diedrich (2007) afirmam que “o ponto de equilíbrio indica o valor em que os
custos totais são iguais aos proveitos totais”. Os mesmos autores citando Atkinson et al. (2000)
definem este ponto como o nível de venda que permite cobrir o total dos custos”.

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Figura 1 Ponto Crítico; Fonte: Nunes (2008).
Analisando o gráfico apresentado, verificamos que a linha do custo total (a vermelho) se cruza, num
determinado ponto, com a linha do proveito/vendas (a verde). Esse ponto, denomina-se “ponto
crítico das vendas”, ou seja, nesse ponto, o volume de vendas iguala o total dos custos e por isso, o
resultado é zero. O ponto crítico das vendas é representado pela intersecção da reta das vendas com
os custos totais (variáveis e fixos). Pode ainda verificar-se que, quando o volume de vendas é acima
deste ponto, há lucro e que abaixo desse ponto, há prejuízo (Caiado, 2011).

Na mesma vertente o grupo é de acordo com analise apresentada pelo Caiado 2011 ao afirmar que o
ponto critico é a intersecção da reta das vendas com o custo total, e ainda verificando o volume de
vendas apresentado.

Para Santos et. al (2008) a análise do PCV, é importante para uma empresa, pois por um lado,
possibilita a determinação do nível da atividade que se precisa manter para cobrir todos os custos e
por outro, possibilita a determinação do lucro associado a vários níveis de atividade.

O PCV é um importante indicador do risco do negócio numa perspetiva de curto prazo, permitindo
apoiar as decisões operacionais. Através da sua análise, a empresa consegue controlar o
comportamento dos preços, quantidade, custos fixos e variáveis e saber, então qual a quantidade
necessária produzir de forma a ter um determinado nível de resultados. Desta forma, consideramos
que a informação deste indicador, que é de simples cálculo, é fundamental numa organização.

O detalhe das primeiras parcelas da Demonstração de resultados por natureza (DRN) pode ser
efetuada da seguinte forma: As Vendas são iguais, às quantidades vendidas (Q) multiplicadas pelo
preço de venda unitário (pv) e os Custos Variáveis são calculados multiplicando as mesmas
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quantidades vendidas (Q) pelo gasto variável unitário (gv) e por isso ficará: Q (pv - gv) – GF =
Resultado Quando o Resultado é nulo a fórmula fica: Q* (pv - gv) – GF = 0 ou seja o Q* (pv - gv) =
GF. E por isso a quantidade do ponto crítico das vendas é obtido através da seguinte fórmula:

¿ GF ¿ GF
Q= ou Q =
( pv−gv) mc

Se na expressão Q* = GF / (pv – gv) multiplicar tudo por preço de venda unitário (pv), (mantendo
por isso a expressão equivalente), obtemos: pv x Q* = pv ( GF / (pv - gv)) ou seja, V* = GF / ( pv/pv
– go/pv) o que faz com que:

¿ GF
V =
gv
(1− )
pv

Exemplo: Florista “Rosinha”


A Joana é a proprietária da Florista “Rosinha”, sendo as rosas o seu principal produto.

Ela tem um pequeno quiosque numa zona movimentada da cidade e todos os anos os seus custos
fixos são 500Mts. A Joana compra cada rosa a 1mts e vende-as a 2Mts cada

Respondam às seguintes questões:

a) Qual é o ponto crítico do negócio da Joana (quantas rosas deve ela vender para cobrir
os seus custos)?

Se a Joana vende 500 rosas a 2mtcs cada, terá vendas no valor de 1.000Mts. Depois de pagar os seus
custos fixos, no valor de 500Mtcs, ficará apenas com 500Mtcs. A Joana ainda tem de pagar as rosas
que comprou, as quais custaram 1€ cada, totalizando 500Mtcs (500 rosas x 1Mts= 500€).

b) Em 2012 ela vendeu 4.000 rosas. Qual foi o lucro que obteve?

A sua margem bruta é 1Mtcs por rosa, já que vende as rosas a 2Mtcs cada, as quais lhe custam 1Mtcs
a unidade (2Mts – 1Mts = 1Mts). Uma vez que vendeu 4.000 rosas, a sua margem bruta total foi
4.000Mtcs (4.000 x 1Mtcs = 4.000Mtcs). Assim sendo, o seu lucro foi de 3.500Mts, uma vez que
teve de pagar 500Mtcs de custos fixos.

Em alternativa, pode-se calcular o lucro sabendo que o mesmo é a diferença entre as receitas e os custos. Em
termos de receitas, a Joana teve 8.000€ (4.000 x 2Mts). Quanto aos custos, estes foram de 4.500Mtcs, sendo

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500€ custos fixos e 4.000€ custos variáveis (4.000 x 1Mts). Neste sentido, o lucro que a Joana obteve é:
(4.000 x 2Mts) – [500MtS + (4.000 x 1Mts)] = 3.500Mts.

De acordo com Caiado (2011) a metodologia de cálculo do PCV pressupõe os seguintes requisitos:

a) A classificação de todos os gastos em fixos e variáveis;


b) O preço de venda não se alterar durante um período;
c) Não é relevante a variação da produção e nos produtos em vias de fabrico;
d) Por regra, os gastos variáveis a sua alteração está diretamente ligada e no mesmo sentido com
as quantidades produzidas/vendidas, ao contrário dos gastos fixos; e
e) Os restantes rendimentos da empresa não têm significado no cálculo do PCV

Ainda de acordo o Caiado (2011), o ponto crítico pode ser calculado e analisado a dois níveis.

Um, quando nos Gastos Fixos estão incluídos os gastos líquidos dos financiamentos obtidos e o seu
valor, representa o volume de vendas que a empresa tem de ter, para com a totalidade dos seus
custos, chegar ao resultado nulo e outro é quando nos Gastos Fixos, não estão incluídos os gastos
líquidos de financiamento e aí, a sua informação mede o risco associado à atividade de exploração
conduzindo à informação que nos dá o risco da atividade e que é independente da forma como se
financia.

Esse valor corresponde então, ao risco do negócio. Assim, passaremos a apresentar o Ponto crítico
operacional das vendas, que é o que efetivamente mede o risco do negócio e que tanto pode ser
calculado em quantidade como em valor.

2.1.1. Ponto crítico operacional das vendas em quantidade (Qo*)

O Ponto Crítico Operacional das Vendas corresponde às quantidades vendidas para as quais a
empresa apresenta o resultado operacional igual a zero. Indica qual a quantidade mínima que a
empresa deve produzir ou vender para que não tenha o resultado operacional negativo (Neves,
2012). Este obtém-se pela fórmula:

¿ Cf o
Qo =
(pv −gv)

2.1.2. Ponto crítico operacional das vendas em valor (Vo*)

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É o volume de vendas a partir do qual a empresa começa a ter resultados de exploração positivos. O
Ponto crítico operacional em valor é representado por Vo* com a seguinte fórmula:

¿ C fo
V o=
gv
(1− )
pv

Quanto mais reduzido for o ponto crítico operacional das vendas numa empresa, mais facilmente a
empresa consegue atingir lucro, reduzindo assim, o risco económico (Caldeira, 2013) e por isso,
quanto maior for o peso dos custos fixos operacionais no volume de negócio, maior será o valor do
ponto crítico e consequentemente, maior será o risco de negócio.

Isto quer dizer que o ponto de equilíbrio deve estar em concordância com as vendas para empresa
obter lucro pós se gastar muitas verbas com custos fixos pode não obter rentabilidade do negocio ao
longo prazo por isso é importante se concentrar nos custos fixos para obter rentabilidade.

2.1.3. Ponto Crítico das Vendas Total ou apenas Ponto Crítico das Vendas

Este indicador, tal como já tinha sido demonstrado é caraterizado pela inclusão dos gastos
financeiros nos gastos fixos. Os juros e gastos financeiros são sempre, segundo Neves, (2012) um
custo fixo sendo então a sua fórmula de cálculo:

Ponto crítico das vendas em quantidade: Q*= (CFo + Juros) / pv – Cvu

Ponto crítico total valor: V*= (CFo + Juros) / (1 - gv/pv)

2.2. Determinação do ponto crítico de quantidade

O nível de atividade de uma organização para o qual os custos totais igualam os rendimentos totais
designa-se por Ponto de Equilíbrio. Neste ponto não existe lucro, nem prejuízo. Sabemos que o
resultado pode ser encontrado da seguinte forma: Rendimentos – Gastos = Resultados Antes de
Impostos Ou seja:

Vendas – (Custos Variáveis + Custos Fixos) = Resultados Antes de Imposto Se:

 Pv1 = Preço de Venda Unitário


 Qv = Quantidade Vendida

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 Cv1 = Custo Variável unitário
 CF = Custos Fixos Totais
 R = Resultados Antes de Imposto Então:

Pv1 * Qv – Cv1 * Qv – CF = R

Exemplo:

Uma loja vende t-shirts. O preço de venda para os clientes é 15Mts e o custo variável é 9Mts. Assim,
cada vez que a loja vende uma t-shirt, fica com 6Mts depois de pagar ao fabricante.
Estes 6Mts são considerados a margem bruta, os quais contribuem para o pagamento dos custos
fixos e, depois de pagos, o remanescente constitui o lucro.
Supondo que os custos fixos para o normal funcionamento da loja são 100Mts por ano, importa
saber
“quantas contribuições de 6Mts são necessárias para pagar todos os custos fixos?”
De seguida encontra-se o cálculo que se deve efetuar para descobrir o número de t-shirts que a loja
terá de vender para não ter prejuízo:

Com base no exemplo apresentado, o cálculo para obter o ponto crítico é o seguinte:

Assim, a loja teria de vender 17 t-shirts para cobrir os seus custos, pelo que está encontrado o ponto
crítico das vendas. A alteração do preço de venda por t-shirt, dos custos variáveis ou dos custos fixos
alterará o valor do ponto crítico.

O cálculo do ponto crítico poderá contribuir para um empreendedor decidir subir o preço do produto
de forma a baixar o número de unidades que têm de ser vendidas e, assim, se chegar a um equilíbrio
(ponto crítico).

Valor das Vendas

Pv1 * Qv – Cv1 * Qv – CF = R
15 x 17-9 x17-6= 96Mts

Onde 96Mts é o valor registado sem impostos

2.3. Análise gráfica do ponto critico

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Os custos, sob todos os pressupostos considerados, podem desenhar-se da seguinte forma

Figura 2 Gráficos de demostração do ponto critico.


Fonte: Manual de Contabilidade Analítica Anabela Martins Silva Volume I - Apontamento

Pode-se determinar o ponto de equilíbrio pela análise gráfica, ao compararmos os Gastos/custos


(variáveis e fixos) com os rendimentos (vendas), da seguinte forma:

Figura 3 Ponto Critico


Fonte: Manual de Contabilidade Analítica Anabela Martins Silva Volume I - Apontamento

O Ponto critico é aquele ponto onde se cruzam as curvas (neste caso, retas) das vendas e dos custos
totais. À esquerda deste ponto, qualquer quantidade vendida não é suficiente para cobrir a totalidade
dos custos, ou seja, a empresa obtém prejuízo. À direita deste ponto, qualquer quantidade vendida
proporciona um valor de rendimentos superior aos Gastos, ou seja, proporciona lucro, lucro este que
será tanto maior quanto mais afastado estiver do ponto de equilíbrio.

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2.4. Limitações do Ponto Crítico das Vendas

Souza et. al (2013, p:64) referindo Martins (2000), diz que “as aplicações do conceito de ponto de
equilíbrio são de grande valia e de fácil entendimento quando aplicado a um único produto. O que
não acontece quando a empresa trabalha com diversos produtos. Nesse caso, o assunto complica-se,
já que os custos variáveis são diferenciados também para cada um, o que provoca a impossibilidade
de cálculo de um ponto de equilíbrio global”.

Vários autores referem ainda mais algumas limitações ao ponto crítico das vendas, tais como os
pressupostos com que é efetuado o seu cálculo e que se presente com: as quantidades produzidas são
iguais às quantidades vendidas, o preço de venda unitário é igual para todas as unidades vendidas,
que os gastos variáveis totais são proporcionais, que é possível separar os gastos em fixos e variáveis
e ainda que os gastos fixos de estrutura se mantêm constantes dentro de determinados níveis de
atividade, (um aumento da capacidade instalada implica um novo nível de gastos fixos.

Face ao exposto, uma outra limitação do ponto crítico das vendas é que face às variáveis que são
essenciais para o seu cálculo, tais como o preço de venda, a quantidade vendida e os custos variáveis
unitários, devido a flutuações de mercado (factores macroeconómicos) sofrem alterações com
frequência e por esse motivo, este indicador tem muito mais validade no curto prazo que no longo
prazo. (Na sua fórmula de cálculo, não é tido em conta o valor do dinheiro no tempo).

Todavia, apesar das limitações referidas, queremos realçar que o PCV, numa óptica de curto prazo, é
um importante indicador para apoiar a tomada de decisão e antecipar problemas, através da
construção de cenários onde se fazem variar cada uma das variáveis que permitem o seu cálculo e se
verifica impacto em Resultados que tem cada uma dessas variações.

Exemplo:

Consideremos uma empresa que produz e vende 3 tipos de produtos diferentes com os preços de
venda e custos variáveis seguintes:

A B C

Preço de Venda (unitário) [1] 50,00 30,00 25,00

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A B C

Custos Variáveis (unitários) [2] 30,00 15,00 18,50

Margem de Contribuição [3] = [1] – [2] 20,00 15,00 6,50

Podemos de imediato calcular a Margem de Contribuição para cada produto, tal como efetuado na
tabela anterior.

No entanto, para continuarmos o nosso cálculo, necessitamos do número de unidades vendidas de


cada produto.

A B C

Unidades Vendidas [4] 200 2.800 3.500

Proporção de Vendas [5] = [4] / [Total Unidades Vendidas] 0,030769 0,430769 0,538462

MC ponderada [3] x [5] 0,6154 6,4615 3,50

A Margem de Contribuição Total é a soma das Margens de Contribuição (MC) ponderadas, ou seja,
0,6154 + 6,4615 + 3,50 que dá 10,5773.

Agora, se considerarmos que os custos fixos totais da empresa foram de 98.500 podemos,
finalmente, calcular o Ponto Crítico das Vendas.

Ponto Crítico das Vendas = 98.500 / 10,5773 = 9.313 unidades.

Este é o ponto crítico total em unidades de vendas ponderadas.

Para encontrar o ponto crítico para cada produto, multiplica-se esse valor pela proporção de vendas
de cada produto que já calculamos:

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Produto A: 9313 * 0,030769 = 286 unidades (aproximadamente)
Produto B: 9313 * 0,430769 = 4013 unidades (aproximadamente)
Produto C: 9313 * 0,538462 = 5013 unidades (aproximadamente)

Por isso, a empresa tem que vender cerca de 286 unidades do produto A, 4013 unidades do produto
B e 5013 unidades do produto C para cobrir todos os custos fixos e variáveis, ou seja, para atingir o
ponto crítico das vendas.

3. Conclusão

Durante a realização do presente trabalho concluiu-se que para analisar o modo e desenvolvimento
de vendas de uma organização tem de se tomar em conta relativamente às limitações do Ponto
Crítico das Vendas, ainda nesta vertente afirmam-se que “as aplicações do conceito de ponto critico
são de grande valia e de fácil entendimento quando aplicado a um único produto. O que não
acontece quando a empresa trabalha com diversos produtos. Nesse caso, o assunto complica-se, já
que os custos variáveis são diferenciados também para cada um, o que provoca a impossibilidade de
cálculo de um ponto de equilíbrio global”. Assim a analise do ponto crítico leva vários pressupostos
como a verificação das variáveis assim como é considerado como um indicador a curto prazo, mas a
longo prazo não é sustentável.

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4. Referencias Bibliográficas

1. Caiado, A. C. P. (2015). Contabilidade Analítica e de Gestão, 8.ª Edição, Lisboa: Áreas


Editora. ISBN: 9789898058898;
2. Caiado, António C. Pires. (2011). Contabilidade de Gestão. (2ª edição). Lisboa: Áreas
Editora;
3. Caiado, António C. Pires. (2011a). Contabilidade Analítica e de Gestão. (6ª edição). Lisboa:
Áreas Editora;
4. Caldeira, Jorge (2001-2004). Ponto crítico (Teoria do Custo-Volume-Resultado). Lisboa:
Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI). Disponível em 3
de dezembro 2013 em: http://www.iapmei.pt/iapmei-art-03.php?id=596
5. Müller, Noé Cerineu. (s/d). Ponto De Equilíbrio. Centro Universitário Feevale. p. 1-2.
Disponível em 28 de Setembro 2013 em: http://www.search-document.com/pdf/3/2/ponto-
de-equilibrio.html;
6. Neves, João Carvalho. (2011). Avaliação e Gestão da Performance Estratégica da Empresa.
(2ªedição). Lisboa: texto editora;
7. Neves, João Carvalho. (2012a). Análise e Relato Financeiro. Uma Visão Integrada de Gestão.
Lisboa: texto editora;

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8. Santos, Leila Aparecida; Lima, Marcelo Brito; Lemos, Moisés Dias e Lara, Eliseu Pereira
(2008). Ponto de equilíbrio para Planejamento e Monitoramento. Revista UNIVALE.
Disponível em 28 de Setembro 2013 em:
http://www.univale.com.br/unisite/documentos/Anais2008.pdf;
9. Souza, E. L.; Figueiredo, D. A.; Alves, J. M.; Girão, L. F. A. P. (2013). Ponto de Equilíbrio:
estudo de caso de um empreendedorismo. Revista Integralização Universitária - RIU – ISSN.
Disponível em 30 de Outubro de 2013 em: http://scholar.google.p;
10. Wernke, Rodney; Lembeck, Marluce e Prudêncio, Viera Cristine. (2008). Aplicação da
análise custo/volume/lucro em pequena indústria de lacticínios. Revista catarinense da
ciência contábil – crcsc: florianópolis, v.7, n.21, p.43 - 70, ago./nov. 2008.

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