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Introdução

O presente trabalho a ser apresentado na cadeira de Historia de Africa ll, que tem
como tema ; Guerra fria e seus efeitos para africa. É importante salientar
que;A Guerra Fria foi um conflito político-ideológico que foi travado entre Estados
Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), entre 1947 e 1991. O conflito travado entre
esses dois países foi responsável por polarizar o mundo em dois grandes blocos, um
alinhado ao capitalismo e outro alinhado ao comunismo.

No caso dos países dos continentes africano e asiático, a busca por apoio ideológico
ocorreu no contexto da luta das por independência política. Tanto a África como a
Ásia foram sumariamente invadidas pelas potências europeias do século XIX.

Isso porque elas tinham como objetivos explorar recursos naturais, sua mão de obra e
criar mercados consumidores para escoarem seus produtos.

Após a Segunda Guerra Mundial, a União das Repúblicas Socialistas Soviética


(URSS) e os Estados Unidos da América (EUA) saíram como as maiores potências do
globo. Mas essas cada uma defendia projetos políticos, sociais e econômicos
profundamente distintos e conflitantes.Enquanto os EUA defendiam um modelo de
sociedade capitalista baseada no individualismo, a URSS procurava estabelecer uma
economia planificada com o fim das classes sociais.

Objectivos
Geral
 Estudar a guerra fria e seus efeitos para africa .
1.1.2 Específicos
 Descrever o contexto historico do surgimento da guerra fria;
 Debruçar sobre os efeitos da guerra fria em africa;
 Detalhar com precisao os efeitos da guerra fria em Mocambique e Angola .
1.2.2 Metodologia
A metodologia utilizada na realização deste trabalho foi baseada em pesquisas
e levantamentos de materiais bibliográficos através de uma literatura actualizada e
especializada que forneceu subsídios teóricos, como a utilização de livros, mediante
aplicação de instrumentos de pesquisa com a finalidade de obter informações precisas
na construção e efectivação do presente trabalho.
GUERRA FRIA E SEUS EFEITOS PARA AFRICA

A Guerra Fria foi um conflito político-ideológico que foi travado entre Estados
Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), entre 1947 e 1991. O conflito travado entre
esses dois países foi responsável por polarizar o mundo em dois grandes blocos, um
alinhado ao capitalismo e outro alinhado ao comunismo.(BEZERRA, 2006)

Ao longo da segunda metade do século XX, a polarização mundial resultou em uma


série de conflitos de pequena e média escala em diferentes locais do mundo. Esses
conflitos contavam, muitas vezes, com o envolvimento indireto de EUA e URSS, a
partir do financiamento, da disponibilização de armas e do treinamento militar.

Contudo, nunca houve um confronto aberto entre americanos e soviéticos,


sobretudo pela possibilidade de destruição do planeta em larga escala caso houvesse
um conflito entre os dois. Apesar dos discursos afiados e da intensa atuação
estratégica para manter sua zona de influência, americanos e soviéticos foram
cautelosos ao extremo e evitaram um conflito contra o outro.

Causas da Guerra Fria

Segundo BEZERRAA, 2006, afirma que A Guerra Fria foi iniciada logo após a
Segunda Guerra Mundial e existe um debate acirrado entre os historiadores a
respeito de como foi iniciado esse conflito político-ideológico. De toda forma, existe
um certo consenso de que o marco que iniciou a Guerra Fria seja o discurso realizado
pelo presidente americano, Harry Truman, em 1947.

Esse discurso de Truman foi realizado no Congresso americano e, nessa ocasião, o


presidente americano solicitava verbas para que os Estados Unidos pudessem se
engajar para evitar o avanço do comunismo na Europa. Na visão de Truman, era papel
dos EUA liderar a luta contra o avanço do comunismo no continente europeu.
Esse discurso deu início ao que ficou conhecido como Doutrina Truman, que
consistiu no conjunto de medidas tomadas pelos EUA para conter o avanço do
comunismo. A primeira ação tomada por essa doutrina foi o Plano Marshall, plano de
recuperação econômica da Europa com o qual os americanos forneceriam grandes
somas de dinheiro para os países interessados.

A atuação dos Estados Unidos na Europa por meio da Doutrina


Truman justifica-se única e exclusivamente pelo discurso alarmista que apresentava a
URSS como uma potência expansionista e que procuraria conquistar todo o
continente europeu sob a égide do comunismo. Os americanos sabiam que os
problemas econômicos da Europa no pós-guerra eram um campo fértil para o
crescimento da ideologia comunista lá.

A ideia por trás da ação americana em impor-se como nação hegemônica na Europa e
no mundo é explicada pelos interesses de Truman em manter elevados os índices de
crescimento econômico do país. Assim, o discurso maniqueísta praticado pelos
americanos começou a ser praticado também pelos soviéticos, e as relações dos
dois países em nível internacional passaram a ser baseadas no boicote.

Além disso, existem evidências que apontam que o governo soviético não tinha
interesse em expandir-se territorialmente e tinha o objetivo de assegurar apenas a sua
área de influência. Isso de fato aconteceu e, na Segunda Guerra, os locais invadidos
pelo Exército Vermelho, que era o exército soviético, foram transformados em
Estados-satélites do regime comunista de Moscou.
Características da Guerra Fria

Segundo (VISENTINI, 2016, p111) afirma que a Guerra Fria estendeu-se de 1947 a
1991 e algumas características desse período podem ser destacadas.

Polarização do mundo: a disputa travada entre americanos e soviéticos resultou


em uma forte polarização do mundo que afetava as relações internacionais dessas
nações como um todo. Houve uma tentativa de criar um movimento não alinhado
em que algumas nações procuravam seguir um caminho independente sem
necessariamente se vincular com alguma das duas potências.

Corrida armamentista: a procura pela hegemonia internacional fez com que as


duas potências investissem bastante no desenvolvimento de novas tecnologias
bélicas. Assim, no período, o número de armas nucleares e termonucleares
produzidas disparou.

Corrida espacial: a corrida espacial foi um dos campos de disputa entre


americanos e soviéticos e, ao longo da década de 1960, inúmeras expedições
espaciais foram realizadas.

Interferência estrangeira: tanto americanos quanto soviéticos interferiram em


assuntos internos de diferentes países do planeta. Dois exemplos são a
interferência americana na política brasileira na década de 1960 e a interferência
militar no Afeganistão na década de 1980.
Cooperação política e militar durante a Guerra Fria

Ao longo dos anos da Guerra Fria, americanos e soviéticos procuraram coordenar


ações para concentrar o seu poder sob sua zona de influência. Uma das estratégias
utilizadas foi a criação de formas de cooperação econômica e militar dos quais
destacam-se o Plano Marshall e a Comecon, no âmbito econômico, e a OTAN e o
Pacto de Varsóvia, no âmbito político-militar.

Plano Marshall e Comecon

O Plano Marshall, conforme mencionado, foi um plano de cooperação


econômica mediante o qual os americanos disponibilizavam grandes somas de
dinheiro para financiar a reconstrução dos países destruídos por conta da Segunda
Guerra Mundial. O projeto defendia a ideia que apoiar o desenvolvimento econômico
de determinados países ajudaria a conter o avanço do comunismo.

Em contrapartida, os soviéticos criaram o Conselho para Assistência Econômica


Mútua, mais conhecido como Comecon (sigla em inglês). Nesse plano, as nações do
bloco comunista, agrupadas sob a liderança dos soviéticos. Esse plano foi criado pelos
soviéticos para evitar que o Plano Marshall seduzisse as nações do bloco comunista a
aliarem-se com os americanos.

Otan e Pacto de Varsóvia

No campo militar, foi criada a Organização do Tratado do Atlântico Norte


(Otan), em 4 de abril de 1949. A ideia da Otan era criar uma aliança militar de países
alinhados aos Estados Unidos visando a impedir uma posição de agressão dos
soviéticos. A Otan foi uma forma de os EUA imporem a sua hegemonia sobre o
continente europeu.
Na mesma proposta, os soviéticos criaram o Pacto de Varsóvia, em 1955. A ideia
era garantir a segurança das nações do bloco comunista e evitar uma possível agressão
realizada pelos estadunidenses. Assim, se uma nação fosse agredida, todas as outras
se mobilizariam em defesa dela.

Guerra Fria na África

No caso dos países dos continentes africano e asiático, a busca por apoio ideológico
ocorreu no contexto da luta das por independência política. Tanto a África como a
Ásia foram sumariamente invadidas pelas potências europeias do século XIX.
(OLIVEIRA, 2009, P93).

Isso porque elas tinham como objetivos explorar recursos naturais, sua mão de obra e
criar mercados consumidores para escoarem seus produtos.

Após a Segunda Guerra Mundial, a União das Repúblicas Socialistas Soviética


(URSS) e os Estados Unidos da América (EUA) saíram como as maiores potências do
globo. Mas essas cada uma defendia projetos políticos, sociais e econômicos
profundamente distintos e conflitantes.

Enquanto os EUA defendiam um modelo de sociedade capitalista baseada no


individualismo, a URSS procurava estabelecer uma economia planificada com o fim
das classes sociais.

Países africanos sob influência soviética

Era o desejo de muitas nações recém independentes desenvolverem sua própria


economia para garantir seu lugar na comunidade internacional. Aqueles que
obtiveram apoio da URSS, por exemplo, buscaram nacionalizar suas indústrias, indo
na contramão do projeto capitalista do Ocidente.

Entre as principais nações e grupos que se aliaram em algum momento ao bloco


comunista estavam: Angola, Moçambique, o Congresso Nacional Africano (um
partido sul-africano), Guiné Bissau, Congo, Egito, Somália, Etiópia, Uganda, Benim,
Gana e Burkina Faso.

Mas a URSS não foi o único país socialista a apoiar as nações africanas durante a
Guerra Fria. Cuba também exerceu um papel de destaque ao enviar centenas de
milhares de militares para combater grupos guerrilheiros de direita na Angola.

Outros grupos foram apoiados pelos EUA durante a doutrina Reagan, que agiu em
diversos países do dito “terceiro mundo”, como no golpe do Congo na década de 60.
Os cubanos também estiveram em outros países, como na Etiópia.

Países sob influência capitalista

Foi o objetivo de muitas nações africanas, ou de pelo menos suas elites, buscar o
sucesso e a independência econômica no modelo capitalista.

Os países que buscaram percorrer este caminho estavam se entregando a um processo


de ocidentalização. Eles viram a instituição de universidades, a adoção de regimes
intitulados democráticos e a introdução do capital internacional em seus territórios.
Enquanto a independência política era formalizada, a dependência institucional,
econômica e cultural continuava a existir.

Para as potências capitalistas, não era interessante que os países africanos, mesmo que
fossem seus aliados, se industrializassem e fossem economicamente independentes.
Eles ainda viam no continente africano a possibilidade de escoar seus produtos e obter
matérias-primas a baixo custo.

As nações africanas abertas ao capitalismo passaram a aderir à Organização das


Nações Unidas (ONU), ao Fundo Monetário Internacional (FMI), ao Banco Mundial e
ao Acordo Geral sobre as Tarifas e o Comércio. Em contrapartida, estiveram em
relação desigual com as potências capitalistas, inclusive em relação àquelas que
haviam dominado seus territórios.

Os primeiros países africanos a terem partidos comunistas foram Egito e África do


Sul, isso já na década de 1920. Entretanto, a África do Sul, que já havia sido ocupada
por holandeses, franceses e ingleses, passou a ser um país pró-bloco capitalista.
O país que era conhecido pela política do apartheid continuava sendo governado por
uma minoria branca, o que não foi contestado e chegou a ser apoiado pelos EUA.
Além da África do Sul a Etiópia, a Nigéria, o Congo (ex-Zaire) e a Libéria também
foram cooptados e disputados pelo projeto capitalista.

A influência das superpotências na África antes da guerra fria

Antes da guerra fria, a África já era alvo de interesses das potências mundiais,
especialmente as europeias, que colonizaram a maior parte do continente desde o
século XIX. A colonização implicou na exploração dos recursos naturais, na
imposição de sistemas políticos, econômicos, sociais e culturais, e na repressão
dos povos africanos.

No entanto, a partir da década de 1940, a situação começou a mudar. A Segunda


Guerra Mundial (1939-1945) enfraqueceu as potências coloniais, que tiveram que
enfrentar os custos humanos e materiais do conflito, e também fortaleceu os
movimentos de libertação nacional, que se inspiraram nas ideias de democracia,
nacionalismo e autodeterminação. Além disso, a emergência dos Estados Unidos e da
União Soviética como as novas superpotências mundiais alterou o equilíbrio de forças
no cenário internacional.(OLIVEIRA, 2009, P93)

Os Estados Unidos e a União Soviética tinham visões diferentes sobre a questão


colonial na África. Os Estados Unidos defendiam o fim do colonialismo e o apoio aos
processos de independência, pois acreditavam que isso favoreceria a expansão do seu
modelo de democracia liberal e de economia de mercado. A União Soviética também
apoiava a descolonização, mas com o objetivo de difundir o seu modelo de socialismo
e de planejamento centralizado. Ambos os lados também tinham interesses
estratégicos e geopolíticos na África, como o controle de rotas marítimas, de bases
militares e de recursos energéticos.
Assim, os Estados Unidos e a União Soviética passaram a interferir na política
africana, oferecendo ajuda financeira, militar e diplomática aos grupos que lhes eram
favoráveis. Essa interferência se intensificou com o início da guerra fria, que
aumentou a competição e a hostilidade entre os dois blocos.

A influência das superpotências na África durante a guerra fria

Segundo (OLIVEIRA, 2009, P93) Afirma que durante a guerra fria, a África foi palco
de vários conflitos armados, que envolveram a participação direta ou indireta dos
Estados Unidos e da União Soviética. Esses conflitos foram motivados por questões
internas, como disputas étnicas, religiosas, territoriais e ideológicas, mas também por
questões externas, como a intervenção das superpotências e das potências coloniais.
Alguns dos principais conflitos foram:

 A guerra da Argélia (1954-1962): Foi uma luta pela independência da Argélia,


que era uma colônia da França. A União Soviética apoiou os rebeldes
argelinos, que eram nacionalistas e socialistas, enquanto os Estados Unidos
apoiaram a França, que era sua aliada na OTAN. A guerra terminou com a
vitória dos argelinos e a saída dos franceses.

 A crise do Congo (1960-1965): Foi uma série de conflitos que ocorreram após
a independência do Congo, que era uma colônia da Bélgica. O primeiro-
ministro Patrice Lumumba, que era nacionalista e socialista, recebeu o apoio
da União Soviética, enquanto o presidente Joseph Kasavubu, que era pró-
ocidental, recebeu o apoio dos Estados Unidos. A situação se complicou com a
intervenção de tropas belgas, que tentaram manter o controle de áreas ricas em
minerais, e de mercenários, que apoiaram a secessão de províncias rebeldes.
Lumumba foi assassinado em 1961, em um golpe apoiado pela CIA. Em 1965,
o general Mobutu Sese Seko tomou o poder, com o apoio dos Estados Unidos,
e instaurou uma ditadura.
 A guerra de Angola (1975-2002): Foi uma guerra civil que começou após a
independência de Angola, que era uma colônia de Portugal. O MPLA, que era
marxista e apoiado pela União Soviética e por Cuba, lutou contra a UNITA,
que era anticomunista e apoiada pelos Estados Unidos e pela África do Sul. A
guerra envolveu a intervenção de tropas estrangeiras, como cubanos, sul-
africanos e zairenses, e foi marcada por violações dos direitos humanos,
deslocamentos de populações e minas terrestres. A guerra terminou com a
vitória do MPLA e a derrota da UNITA.

 A guerra da Etiópia e da Somália (1977-1978): Foi uma guerra entre a Etiópia


e a Somália, que disputavam o controle da região do Ogaden, habitada por
somalis. A Etiópia era governada por um regime socialista, apoiado pela
União Soviética e por Cuba, enquanto a Somália era governada por um regime
militar, apoiado pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita. A guerra
terminou com a vitória da Etiópia e a retirada da Somália.
Esses são apenas alguns exemplos de como a guerra fria e a influência das
superpotências na África geraram conflitos e instabilidade no continente. Além disso,
a interferência dos Estados Unidos e da União Soviética também teve impactos na
economia e na sociedade dos países africanos

OS IMPACTOS DA GUERRA FRIA NO PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO


DOS PAÍSES AFRICANOS: A PARTICULARIDADE DE MOÇAMBIQUE E
ANGOLA

Nos países africanos de língua portuguesa, partidos marxistas-leninistas assumiram o


poder, depois das independências em 1975. O Movimento Popular de Libertação de
Angola (MPLA), por exemplo, recebeu apoio da União Soviética, Cuba e de outros
países socialistas como a extinta República Democrática Alemã (RDA).(VISENTINI,
2016, P129).

Na época da independência, José Fragoso era um comunista convicto. Foi membro do


MPLA e estudou na extinta RDA, numa escola de quadros da ideologia marxista-
leninista.
Para os comunistas angolanos, os outros movimentos de libertação não comunistas
eram vistos como inimigos, que precisavam de ser combatidos. "Estávamos
convencidos disso naquela época e, por isso, desencadeamos uma sangrenta guerra
civil contra os outros movimentos rebeldes angolanos", lembra o angolano José
Fragoso, ex-membro do MPLA. Angola mergulhou numa guerra civil de 27 anos, que
só terminou em 2002.

A retórica antiestado, para além do contexto de declínio econômico, fez com que às
elites africanas preconizassem privilégios e relegassem a segundo plano as
responsabilidades sociais para com a população.

Desse modo, muitas pessoas que dependiam direta ou indiretamente destas relações
passaram a viver, ou sobreviver, neste caso, com pouca ou quase nenhuma proteção
frente ao colapso instaurado. Contudo, durante a década de 1980 aos estados africanos
continuaram a serem apoiados com base na lealdade vistos serem estados clientes dos
países envolvidos no evento mundial.

Porém, ao longo do tempo a disputa em questão fora perdendo o vigor e, embora


alguns estados tenham sido acobertados devido ao interesse das superpotências em
suas matérias primas, como ocorrido com o Angola com a alta do petróleo,
Moçambique por sua vez fora condicionada pela URSS a fazer as pazes com doadores
ocidentais.
Tal ação reverberou em transformações por todo continente aumentando a pressão
em favor da liberação política e instrumentalização de diversas pautas, inclusive no
que toca a finalização da guerra civil em Moçambique que obteve sua independência,
sob a liderança de movimentos de libertação nacional de orientação marxista.

Para Visentini (2016) assim como as guerras são analisadas como ações agressivas e
deliberadas e não enquanto conflitos sociais internacionalizados, na mesma
perspectiva a Ciência Política anglo-americana considera as revoluções como uma
quebra de processos regulares, ou seja, que já estão pré-determinados. Contudo até
determinado tempo histórico, estas eram consideradas como eventos internos quando
na verdade as mesmas são estimuladas ainda por fatores externos como pressões
econômicas e políticas, bem como, alianças desestabilizadas. Tais acontecimentos
provocam modificações no que já está posto alem de simbolizar ciclos de transição e
rupturas para uma nova proposta de mundo (o que para muitos pode ser percebido
como colapso devido a alto grau de instabilidade).

Total de Angola (UNITA) - correntes moderadas e pró-ocidentais de base étnica do


norte e do sul, respectivamente, e o Movimento Popular para Libertação de Angola
(MPLA), de tendência socialista revolucionária e base urbana e interétnica (Chabal
2002).

Decorrente da retirada de boa parte da elite branca, Moçambique passa a ser


gestionada por movimento majoritariamente negro, de referências marxista-leninista.
Entretanto, independência que ocasionou o maior impacto internacional foi a de
Angola devido a ser o país com maior potencialidade econômica (petróleo, ferro,
diamantes e minerais estratégicos) sem mencionar a quantitativa minoria branca:

Segundo MARX (1818), o marxismo, e, depois, a prática do marxismoleninismo,


representava uma doutrina que oferecia uma série de soluções atrativas para os
grandes desafios a países que se lançaram no caminho da ruptura revolucionária e na
tentativa de construção de uma sociedade pós-capitalista.

Ao contrário das demais revoluções baseadas em ideologias nacionalistas e


anticolonialistas que priorização a libertação, o Marxismo oferecia para estes
revolucionários uma proposta radical e proguessiva tanto no que toca a organização
política ou armada visando à conquista do poder e mobilização popular, quanto a
conquista do poder num cenário de forças antagônicas.
IMPACTOSDA GUERRAFRIA PARA ÁFRICA

A 25 de outubro de 1917 (7 de novembro, segundo o calendário ocidental) teve início


a revolução. Os bolcheviques invadiram o Parlamento e assumiram o poder.
Proclamaram a República socialista soviética, liderada por Vladimir Lenine.

A notícia da vitória do proletariado na Rússia trouxe consequências em África. O


Egito levou a cabo uma revolta nacional, em 1919, que pôs fim ao domínio colonial
britânico. A Revolução de Outubro de 1917 serviu também como fonte de inspiração
para muitos ativistas sul-africanos, oprimidos pelo regime colonialista europeu,
segundo Aboubacar Maiga, professor na Universidade de Bamako, no Mali.
(MONDAINI, 2006)

Na maioria dos países da África Negra, o espírito da revolução socialista soviética


sofreu algum atraso. "Principalmente nos países francófonos e lusófonos, a
informação não chegou como se podia esperar. Foram noticiados principalmente
factos relacionados com as frentes de combate da Primeira Guerra Mundial, na
Europa, onde atiradores senegaleses, por exemplo, combateram pela França. Foram
eles que depois manifestam esperança na aquisição da sua própria independência
quando regressam ao país", explica Aboubacar Maiga.

Campo de batalha da Guerra Fria

Depois da vitória na Segunda Guerra Mundial, o regime de Estaline estava no auge do


poder. Seguiu-se o período da Guerra Fria, que opôs as duas superpotências: de um
lado a União Soviética com o Pacto de Varsóvia; do outro os Estados Unidos com o
domínio da NATO. O continente africano tornou-se palco de batalha da Guerra fria.

Na altura, a maioria dos movimentos independentistas africanos não se preocupava


com ideologias, mas antes em garantir ajuda financeira e militar, sublinha o
especialista na União Soviética Aboubacar Maiga.
A maioria das antigas colónias francesas e portuguesas tornaram-se independentes
graças à ajuda diplomática, financeira e militar do bloco de leste. "Angola,
Moçambique, Mali ou na Guiné-Conacri, e muitos outros países africanos, estavam
em contacto com a União Soviética", sublinha Aboubacar Maiga.

Fim da Guerra Fria

A Guerra Fria teve fim com a dissolução da União Soviética, que ocorreu em 26 de
dezembro de 1991. O fim da URSS foi resultado da grande crise econômica e
política que atingiu aquele país a partir da década de 1970. A falta de ações para
resolver os problemas do bloco comunista foram responsáveis por levar o país ao fim.
(BEZERRA,2006)

A economia soviética demonstrava, já na década de 1970, claros sinais de


esgotamento e o país era mais atrasado em relação às grandes potências. A indústria
soviética estava em queda, a produção agrícola era insuficiente e os indicadores
sociais começaram a regredir demonstrando um claro empobrecimento do país.

A disparada no valor do petróleo criou uma falsa sensação de prosperidade no começo


da década de 1980 e, por isso, o país não passou por reformas importantes em sua
economia. Além disso, a sociedade soviética não tinha acesso a tecnologias que
garantiam avanço na qualidade de vida no ocidente e a corrupção tornava tudo pior.

Dois acontecimentos na década de 1980 acabaram agravando a situação do país. A


invasão do Afeganistão forçou a União Soviética a gastar milhões na luta contra os
rebeldes islâmicos e, em 1986, o acidente nuclear em Chernobyl causou morte e
destruição, além de forçar os soviéticos a gastarem altas somas para conterem os
efeitos do acidente nuclear.

A situação econômica ruim contribuiu para aumentar a insatisfação da


sociedade com os governos comunistas. Em todo o bloco, a pouca liberdade de
expressão e o autoritarismo manifestado pelos governos comunistas era uma realidade,
e a insatisfação com a crise econômica e a questão política fizeram surgir movimentos
de oposição por todo o bloco comunista.
Os primeiros sinais manifestaram-se na Alemanha Oriental, Hungria e Polônia. Os
alemães derrubaram o Muro de Berlim, no final de 1989, e promoveram a
reunificação da Alemanha, os húngaros abriram as fronteiras do país com o Ocidente
e os poloneses elegeram o primeiro governo não comunista desde a Segunda Guerra.

A União Soviética começou a promover a abertura da sua economia no governo de


Mikhail Gorbachev por meio da Glasnost e Perestroika. Logo, as nações que
formavam a URSS começaram a se mobilizar pela sua independência. Em 25 de
dezembro de 1991, Gorbachev renunciou e, no dia seguinte, a União Soviética foi
dissolvida.

Em sequência, uma série de países conquistaram a sua independência, tais como


Ucrânia, Bielorrússia, Armênia etc. Esses países reuniram-se na Comunidade dos
Estados Independentes (CEI) e realizaram a transição para o capitalismo.
Conclusão

O trabalho acabado, tinha como tema principal guerra fria e seus efeitos para africa,
sendo no entanto, importante destacar os principais conceitos por nòs abordado,
importa referir que; A Guerra Fria foi um conflito político-ideológico que foi
travado entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), entre 1947 e 1991. O
conflito travado entre esses dois países foi responsável por polarizar o mundo em dois
grandes blocos, um alinhado ao capitalismo e outro alinhado ao comunismo.

Ao longo da segunda metade do século XX, a polarização mundial resultou em uma


série de conflitos de pequena e média escala em diferentes locais do mundo. Esses
conflitos contavam, muitas vezes, com o envolvimento indireto de EUA e URSS, a
partir do financiamento, da disponibilização de armas e do treinamento militar.

No debruçar do desenvolvimento da materia , notamos que;No caso dos países dos


continentes africano e asiático, a busca por apoio ideológico ocorreu no contexto da
luta das por independência política. Tanto a África como a Ásia foram sumariamente
invadidas pelas potências europeias do século XIX.

Isso porque elas tinham como objetivos explorar recursos naturais, sua mão de obra e
criar mercados consumidores para escoarem seus produtos.

Após a Segunda Guerra Mundial, a União das Repúblicas Socialistas Soviética


(URSS) e os Estados Unidos da América (EUA) saíram como as maiores potências do
globo. Mas essas cada uma defendia projetos políticos, sociais e econômicos
profundamente distintos e conflitantes.
Enquanto os EUA defendiam um modelo de sociedade capitalista baseada no
individualismo, a URSS procurava estabelecer uma economia planificada com o fim
das classes sociais.

Depois da vitória na Segunda Guerra Mundial, o regime de Estaline estava no auge do


poder. Seguiu-se o período da Guerra Fria, que opôs as duas superpotências: de um
lado a União Soviética com o Pacto de Varsóvia; do outro os Estados Unidos com o
domínio da NATO. O continente africano tornou-se palco de batalha da Guerra fria.

REFERÊNCIAS

BEZERRA, Juliana. Descolonização da África. Disponível em: <


https://www.todamateria.com.br/descolonizacao-da-africa/>. Acesso em : 14 jun.
2020.

MARX, Karl. Os Despossuídos. São Paulo: Boitempo, 2017. Manuscritos -


filosóficos. São Paulo: Martin Claret, 2017.

MONDAINI. Marco. Direitos Humanos. São Paulo: Contexto, 2006.

OLIVEIRA, Ricardo Soares de. A África Desde O Fim Da Guerra Fria. Relações
Internacionais. p. 093-114, Dez. 2009.

RIBERA, Ricardo. A Guerra Fria: Breves Notas Para Um Debate. Novos Rumos,
Marília, v. 49, n. 1, p. 87-106, Jan-Jun, 2012.

VISENTINI, Paulo Fagundes. Revoluções e Relações Internacionais: O Caso


Africano. Revista Brasileira de Estudos Africanos e-ISSN 2448-3923 | ISSN 2448-
3907. v.1, n.1, p. 111-129, Jan/Jun 2016.

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