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Heterociclos e Sua Importância Estrutural em Moléculas Biologicamente Ativas
Heterociclos e Sua Importância Estrutural em Moléculas Biologicamente Ativas
HETEROCICLOS:
Importância estrutural em moléculas biologicamente ativas
Betim
2016
KALU GOMES LEAL
HETEROCICLOS:
Importância estrutural em moléculas biologicamente ativas
BANCA EXAMINADORA
Betim
2016
Dedico este trabalho à minha mãe Lúcia
por toda força, palavras de incentivo
durante a realização do trabalho além do
seu amor incondicional. Dedico também
ao meu grande companheiro Bruno, por
todo seu apoio, compreensão e auxílio,
sem vocês, não seria possível.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
1.1 PROBLEMA .......................................................................................................14
1.2 OBJETIVOS .......................................................................................................14
2 PRINCIPAIS HETEROCICLOS ENCONTRADOS NAS ESTRUTURAS DE
FÁRMACOS UTILIZADOS ATUALMENTE NA TERAPÊUTICA .............. .....ERROR!
BOOKMARK NOT DEFINED.
3 PRINCIPAIS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS HETEROCICLOS
DETERMINANTES PARA AÇÃO DO FÁRMACO....................................................21
3.1 Solubilidade e Coeficiente de Partição ...........................................................22
3.1.1 Acides e basicidade .......................................................................................25
1 INTRODUÇÃO
Geral:
Fomentar a importância estrutural dos heterociclos em moléculas bioativas,
evidenciando sua relevância no planejamento e desenvolvimento de fármacos.
Específicos:
Identificar os principais heterociclos presentes na estrutura dos fármacos
utilizados na terapêutica;
Revisar as principais características químicas dos heterociclos identificados;
Buscar na literatura exemplos de planejamento e desenvolvimento de
fármacos nos quais um ou mais heterociclos foram incorporados em sua
estrutura;
Correlacionar os heterociclos identificados com características físico-químicas
das moléculas, bem como sua atividade farmacocinética e farmacodinâmica.
15
Piridina Tiazol
Piperidina Indol
16
Piperazina Pirimidina
Tetra-hidropirano Penam
Imidazol Tetrazol
Pirrolidina Tiofeno
Cefem Benzimidazol
Tetra-hidrofurano Quinolina
3.60% 3.60%
Outros
4,00% Pirrolidina
4.40% Tiazol
29.90%
Imidazol
5.20%
Indol
6.40% Tetrazol
Benzimidazol
6.80% Imidazolidina
Imidazolina
14.70% 1,2,4-Triazol
9.50%
Isoxazol
12%
2,40% 2.40%
2,60%
Outros
2.90%
3,40% Piperidina
23.20%
3.70%
Piridina
4.20% Piperazina
4.20%
Pirimidina
Fenotiazina
Morforlina
Tetra-
16.40% hidroisoquinolina
pois, obviamente, uma substância precisa ser sintetizada ou, mais raramente,
isolada de fontes naturais antes de ser estudada farmacologicamente. Piridina,
piperidina e piperazina são os heterociclos mais comuns em fármacos porque, entre
outros motivos abordados neste trabalho, as reações químicas de modificação
dessas substâncias nitrogenadas são bem conhecidas e acessíveis (JOULE e
MILLS, 2010). Porém, há casos em que as opções são muito restritas e a
acessibilidade sintética passa a ser menos importante. O anel -lactâmico é difícil de
ser modificado quimicamente e a maioria das penicilinas e cefalosporinas ainda é
obtida por semi-síntese. Uma relação estrutura-atividade das penicilinas revela que o
anel -lactâmico não pode ser substituído por outra subestrutura, pois isto resulta em
perda de atividade farmacológica (PATRICK, 2013). Assim, a despeito da baixa
viabilidade sintética, os heterociclos contendo o anel -lactâmico como cefem e
penam estão entre os mais comuns encontrados nos fármacos (TAYLOR et al.,
2014).
A razão primeira pela qual os heterociclos contendo oxigênio, enxofre e,
principalmente, nitrogênio são explorados no desenvolvimento de fármacos é a
farmacodinâmica. Os principais heterociclos presentes na estrutura dos fármacos
também são encontrados ou possuem análogos em ácidos nucleicos, aminoácidos,
lipídeos, carboidratos, vitaminas, hormônios, neurotransmissores, etc. Portanto,
essas estruturas e os fármacos que os contêm, em maior ou menor extensão,
mimetizam substâncias endógenas do organismo humano ou de microorganismos
que atuam em processos bioquímicos importantes passíveis de serem modulados
com o intuito de se obter uma resposta farmacológica (LEHNINGER et al., 2006). Os
heterociclos, com frequência, fazem parte do farmacóforo e, consequentemente,
estabelecem interações com seu alvo molecular, contribuindo para a afinidade do
fármaco pela macromolécula (BARREIRO e FRAGA, 2015).
O uso recorrente dos fragmentos heterocíclicos também se justifica pela
possibilidade de ajuste de propriedades farmacêuticas e farmacocinéticas. De modo
geral, oxigênio e nitrogênio aumentam a polaridade e o caráter hidrofílico das
moléculas, ao passo que o enxofre aumenta o caráter hidrofóbico. Assim, o balanço
das propriedades hidrofílicas e hidrofóbicas com vistas à obtenção de um bom perfil
de solubilidade em água e absorção pode ser obtido incorporando-se à estrutura do
candidato a fármaco um heterociclo apropriado ou substituindo-se um sistema de
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Sítios Sítios
aceptores doadores
logP Solubilidade
Ciclo Estrutura de ligação de ligação
(Scifinder) (Pubchem)
de de
hidrogênio hidrogênio
Levemente
Tiazol 0,44 1 0
solúvel
número inteiro (SOLOMONS, 2012). Sendo assim, a piridina apresenta dois pares
de elétrons que não fazem parte do sistema 𝜋, e não se encontram em ressonância
no anel, ou seja, estão disponíveis para se ligarem a um hidrogênio, conferindo um
caráter fracamente básico à piridina, que apresenta pKa do ácido conjugado igual a
5,5. (BARREIRO E FRAGA, 2015).
_____________________
Os centros estereogênicos da simvastatina estão assinalados com asterisco.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CLAYDEN, J.; GREEVES, N.; WARREN, S. Organic Chemistry. 2nd ed. Oxford:
Oxford University Press, 2012.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro,
Elsevier Ed., 2006
JOULE, J. A.; MILLS, K. Heterocyclic chemistry. 5th ed. Oxford: Wiley, 2010.
JUNQUEIRA, L.C.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11ª Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008. 524p.