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Mariana Porto – Terapeuta

Como incluir um Bebê Anjo no Sistema Familiar

Como a gente faz para viver essa dor por nós?

Nós adultos tendemos a excluir essa dor e como é importante olhar para essa dor. O que a
gente sente tem que ser legitimado. A gente quer que passe rápido e a gente vai passar pelos
processos. É importante acolher a raiva, a tristeza, a indignação, a falta.

Bert Hellinger, o criador das constelações familiares sistêmicas, teve alguns “insights” a
respeito do aborto e suas consequências.

Com ele a gente percebe que o mal maior é causado não somente pelo ato de abortar, mas
pela exclusão e tentativa de esquecimento daquele filho. Os pais e mães ficam ligadas
sistemicamente a essa criança. E o que é mais grave, os pais olham na direção dos filhos
mortos prematuramente e inconscientemente dizem: “Eu sigo você meu filho”.

Isso significa que eles caminham em direção a morte, ao fracasso, à doença ou separação.

Se a gente não vivencia esse luto fica uma história negligenciada. Não importa se foi aborto
espontâneo ou se foi provocado.

Quando os pais possuem mais filhos, esses bebês que chegam depois não querem
corresponder às expectativas desses pais, carregando o peso de não estar no seu lugar,
querendo preencher aquele espaço.

Nenhum bebê ocupa o lugar de outro bebê!

É importante incluir esse bebê, ou seja, dar um lugar para esse bebê. Diga: “Esse filho tem um
lugar na nossa família”.

Cada um poderá achar uma forma para lembrar desses bebês anjos, tem pessoas que fazem
uma tatuagem, um quadro, mandam rezar uma missa, plantam uma árvore, mas o mais
importante é colocar esse bebê anjo no nosso coração. E se alegrar por ter tido ele.

Um olhar sistêmico importante é sobre a relação do casal, pois cada um vivencia esse luto de
forma diferente. A alma percebe essa dor, em alguns casais há uma separação de alma e
possivelmente física.

O casal poderá ter conflitos até na questão de gênero, porque o homem pode encontrar
dificuldades para acolher essa dor do feminino, até porque o homem quer proteger a mulher
de qualquer dor.

Toda essa compreensão a respeito do aborto nos ajuda a curar feridas de culpa que
carregamos.
Mariana Porto – Terapeuta
Conseguir olhar para essa história com generosidade ajudará a estarem homenageando essa
criança anjo, com um olhar de inclusão.

Casais e mulheres que desejam engravidar, é preciso trabalhar antes o pertencimento, o


reconhecimento dessas crianças assim dando espaço para que outra venha. Essa criança só
precisa de um lugar.

“O que foi criado não desaparece jamais”. Bert Hellinger

Às vezes a missão de uma criança era somente ser fecundada, somente ter vivido um tempo
na barriga da sua mãe, mas ainda assim pertence e faz diferença.

Ame, honre, acolha e agradeça a criança que não pode nascer.

Vocês fazem parte, digam SIM ao destino e se alegrem pelo tempo que estiveram juntos.

Exercício Sistêmico:

Imaginar nossos bebês, olhar para eles nos olhinhos e dizer:

“Eu sinto muito que foi assim, me doeu e dói mesmo com uma passagem curta eu sigo
escolhendo ser o seu pai, ser sua mãe. Você sempre terá um lugar no meu coração, eu me
alegro com sua vida, eu me alegro com sua vida, eu me alegro por sido escolhido por ser sua
mãe, seu pai. Eu vejo você!!”

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