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A IMPORTÂNCIA DA REABILITAÇÃO PARA A BUSCA DA AUTONOMIA DA

PESSOA COM DEFICIÊNCIA


Sei bem como é o “choque” inicial do diagnóstico. Vivo isso diariamente
no meu trabalho.
Na verdade, quando os pais iniciam o processo de busca do diagnóstico,
é pq já existe uma dúvida instalada. Apenas protelaram , pois ainda vivem a
esperança de que essas dúvidas estejam equivocadas.
Mas quando confirmada a deficiência, o LUTO é vivenciado pela família.
Luto esse que faz parte (e é necessário) de todo o processo de
“diagnosticação”. Pois a partir do luto, vamos à luta.
O diagnóstico não é o fim. É o começo de uma história de muitas
descobertas, crescimento, amadurecimento, resiliência e conquistas.
Aos pais sempre falo: “Não se prenda a um rótulo (jamais!!!). Não
imagine nem sofra pelo que nem aconteceu ainda”.
Enquanto pais, pensamos na dor dos nossos filhos... mas muitas vezes
também pensamos na nossa.
O sofrimento após diagnóstico é um bicho de várias perninhas. Uma
delas é a preocupação com o bem estar da criança e seu futuro.
Mas algumas dessas perninhas são mais voltadas à nós mesmos (pais).
Essa é a parte mais difícil de enxergarmos de imediato ( tenha certeza, muitos
negam e negam... mas é FATO!).
Ninguém jamais imaginou ou idealiza a maternidade com percalços...
Muitas vezes até “traçamos” o futuro de um filho que nem nasceu ainda
(profissão, onde vai estudar, qts netos vai nos dar...).
E quando surge alguma evidência de que esses “planos” precisam ser
reorganizados, isso nos destrói. Nos desconstrói.
É um sentimento tão egoísta quanto legítimo. Somos humanos!!! E
trabalhar esses sentimentos, aprender a gerenciá-los é essencial para nós e
principalmente para nossos filhos.
Vamos à luta?
As terapias farão parte de suas rotina... nada de mais... Na verdade será
sim!!! Muitos avanços virão! Vibraremos com as novas descobertas e a
efetivação de cada nova aprendizagem. Tudo ao tempo de cada criança.
Isso também é importante... respeitar o tempo dele... sem comparações.
Também digo aos pais que esse “bichinho de várias pernas”, na verdade

pode se transformar em uma linda BORBOLETA 🦋! Só precisa do tempo para

sair do CASULO.
A REABILITAÇÃO
A falta de incentivo à autonomia pode ser um empecilho para o
desenvolvimento das pessoas com deficiência. Neste sentido, a família
desempenha um papel fundamental, pois os pais tem uma capacidade especial
de visualizar todo o potencial de seus filhos, estimulando suas habilidades e
competências, a despeito de eventuais limitações.
Cada pessoa com deficiência é única dentro do seu universo, ou seja,
cada história é uma história, assim como o grau de autonomia e necessidade
individual. Em alguns casos, o fato de a pessoa conseguir comer sozinha, já
representa uma grande autonomia, em outros, a conquista é poder ir sozinho
para o trabalho.
Quando uma pessoa com deficiência passa a ter consciência de suas
próprias escolhas, e pode ter uma postura mais autônoma diante da vida, os
ganhos psicológicos são muitos, como a autopercepção, a sensação de
pertencimento social e a elevação da autoestima.
A pessoa com deficiência incluída no mundo do trabalho passa a
perceber-se de forma positiva na sociedade, realizando suas próprias escolhas,
assumindo o protagonismo de sua existência, e, na maioria das vezes,
desmitificando o papel de coitado que historicamente a sua condição foi
marcada na nossa sociedade.
Quando se começa a trilhar este caminho, a pessoa com deficiência
consegue imprimir seu papel de cidadão, como parte integrante da construção
de sua comunidade. Ela passa a perceber a influência e a contribuição de sua
atividade profissional para o desenvolvimento de seu entorno, e muitas vezes
na mudança de condição social de sua família.

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