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ETAPA 4

Alimentando-se com Qualidade

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# OBJETIVANDO O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL:“NOSSO FUTURO
COMUM”
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ALIMENTANDO-SE COM QUALIDADE

Não distante da desigualdade social e suas mazelas, a fome comporta-se como um dos elos mais
fortes fragilizadores da vida e do mundo. Nesta, reside-se o grau máximo da patologia de um povo,
e que em exercício disso, forja sua irrealidade em não enxergar a óbvio incapacidade de prezar e
zelar pelo outro, ainda que um outro desconhecido. Nessa ótica, Azevedo (2022, p. 489), entende
que:
A fome é uma das manifestações da insegurança alimentar e nutricional, cujo
complexo fenômeno é uma flagrante violação ao direito humano à alimentação
adequada. Conforme dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO) em 2020, aproximadamente 928 milhões de
pessoas estavam em situação de insegurança alimentar em níveis graves, isto é,
cerca de 12% da população global que, em sua expressão mais grave, pode ter ficado
um dia inteiro sem comer e 2,37 bilhões de pessoas sem acesso à alimentação
adequada, o que corresponde a quase uma em cada três pessoas no mundo.

Essa realidade não se suplanta na falta de recursos alimentares em aspectos mundiais, mas na
incapacidade momentânea de provimento de uma distribuição de recursos alimentação, somada a
ineficiência no planejamento de ações que viabilizem o acesso de alimentação a parcela significativa
da população não apenas brasileira, mas sobretudo em países e regiões periféricas, como parte
significativa do continente africano, ásia, zonas periféricas da américa do sul e central, entre vários
outros ambientes de escassez alimentar. Não obstante, apesar da saída do Brasil do “Mapa da
Fome”, há um aparente retrocesso, como indicado por Pereira e Sá (2021, p. 13):

Em 2021, tivemos acesso ao Inquérito Nacional de Insegurança Alimentar que


demonstrou dados assustadores sobre a fome no País, até o final de 2020, 55,2%
dos brasileiros viveram algum tipo de insegurança alimentar, isso representa um
total de 116 milhões de pessoas e entre essas pessoas (...).

Dada realidade fortalece o entendimento e discussões que busquem maneiras de extrair da


realidade de produção alimentícia do mundo, elementos e mecanismos que viabilizem a chegada
não apenas de alimentos a população, mas que permitam um exercício alimentício que ciclicamente
fortaleça e beneficie tanto quem se alimenta, quanto quem produz a alimentação de forma a
perfazer na agricultura sustentável, um meio resolutivo como abordado por Coca e Pedini (2021, p.
4):

Não é uma escolha fortuita a presença da fome e da agricultura sustentável de modo


conjunto no 2º ODS. A fome é a expressão de descompassos estruturais nos
sistemas agroalimentares, assim, por mais que muitas vezes ela seja vista apenas
como a dificuldade de acessar o alimento, ou seja, uma questão de desequilíbrio no
consumo, ela também (e principalmente) está relacionada ao modo como a
agricultura é realizada. Por isso, a existência de práticas agrícolas que sejam
sustentáveis ambiental e socialmente é uma condição para que a fome seja
superada.

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LEIA, ASSISTA E PESQUISE

Para reconhecer um pouco mais sobre a temática no sentido de direcionar seu desempenho e
abordagem nos comandos posteriores, faça a leitura da resenha do livro “Quarto de Despejo: Diário
de uma Favelada”, de autoria de Carolina Maria de Jesus, publicada no site “Histórias em Mim”. A
obra destaca a vida e a obra da autora. Carolina, uma mulher negra, mãe solo, com pouca
escolaridade e moradora da periferia de São Paulo, escreveu sobre sua experiência de vida na favela
do Canindé na década de 1950. Ela era apaixonada pela leitura e via a escrita como uma forma de se
esquecer, por alguns instantes, das amarguras da vida que levava e de não enlouquecer. No entanto,
a resenha aponta que o sucesso do livro não foi suficiente para fazer Carolina ser lembrada com mais
frequência quando se fala em literatura brasileira. Para ter acesso, acesse aqui!

Há também o livro completo, para ter maior entendimento da obra e sua relação com o assunto.
“Quarto de Despejo” é um relato autêntico de Carolina Maria de Jesus, uma migrante de
Sacramento, Minas Gerais, mãe solteira e moradora da primeira grande favela de São Paulo, a
Canindé. O livro, uma edição dos diários de Carolina, descreve a dura realidade dos favelados na
década de 1950, incluindo a violência, a miséria, a fome e as dificuldades para obter comida. Quarto
de Despejo” foi um grande sucesso, vendendo 30 mil exemplares apenas na primeira edição, de 1960,
e foi traduzido para treze idiomas, distribuído em mais de quarenta países. Apesar do tempo passado,
a obra permanece relevante, pois a realidade de quem vive na miséria pouco mudou. Para ler, clique
aqui!

Complementando, recomendamos assistir o documentário “Ilha das Flores”. O documentário


explora a vida de Suzuki, um japonês que cultiva tomates em Porto Alegre. Ele vende os tomates para
supermercados, que são comprados por Dona Nete. Alguns tomates rejeitados acabam na Ilha das
Flores, onde são consumidos por porcos e pessoas sem dinheiro. O documentário destaca a
interconexão da economia, a produção de alimentos e o desperdício, ressaltando a desigualdade
social e a luta pela sobrevivência. No final, reflete sobre o conceito de liberdade, um estado almejado
por todos os seres humanos. Para assistir, clique aqui!

Herbert de Souza, conhecido como “Betinho”, foi um sociólogo que se tornou símbolo de cidadania
no Brasil ao liderar a "Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida". Este movimento,
também conhecido como “Natal Sem Fome”, mobilizou a sociedade brasileira para enfrentar a

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pobreza e as desigualdades. Betinho acreditava que em um país rico como o Brasil, ninguém deveria
passar fome. Ele usou sua influência para pressionar os governos a implementar políticas sociais que
garantissem condições mínimas de vida para todos. Mesmo após sua morte em 1997, o legado de
Betinho continua vivo através da “Ação da Cidadania”. Assim, que tal pesquisar um pouco mais sobre
um dos maiores expoentes no Brasil e sobre a ação?

Fonte: Movimento Sem Fome (2017)

VERIFICAÇÃO DE LEITURA 4
Agora que você já conheceu a importância de se alimentar com qualidade, de combater a fome,
é hora de realizar a atividade de verificação de leitura. Esta é a última atividade que não vale
nota, mas vale aprendizado e te libera para a Etapa 5. Etapa avaliativa!

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REFERÊNCIAS

AZEVEDO, D. C. Vamos, sim, falar da fome! Revista Katálysis, v. 25, n. 3, p. 488-497, 2022.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/rk/a/Gnzm5RSPrZRsnCypdhCxsnF/?format=pdf&lang=pt.
Acesso em: 23 abr. 2024.

COCA, E; PEDINI, S. Uma agricultura sustentável para eliminar a fome. Boletim – Observatório
Social Sustentável, v. 11, n. 9, p. 1-8, 2021. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/356725310_Uma_agricultura_sustentavel_para_elimi
nar_a_fome. Acesso em: 23 abr. 2024.

HISTÓRIAS EM MIM. [Resenha] Quarto de despejo. Disponível em:


https://www.historiasemmim.com.br/2020/02/04/resenha-quarto-de-despejo/. Acesso em: 23
abr.2024.

JESUS, C.M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.

PEREIRA, C. I. N; SÁ, L. D. A volta do Brasil ao mapa da fome. Revista Encontros Universitários da


UFC, v. 6, n. 3, p. 13-22, 2021. Disponível em:
http://www.periodicos.ufc.br/eu/article/view/75068. Acesso em: 23 abr. 2024.

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