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LINHAS DE INVESTIGAÇÃO NO MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA E DA

SAÚDE (MPCS)

ANO LETIVO DE 2024/2025

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Divulgam-se, por este meio, as linhas de investigação e respetivos/as Orientadores/as para as Dissertações em
Psicologia Clínica e da Saúde disponíveis no MPCS no próximo ano letivo de 2024/2025. Separadamente, será
divulgado um calendário com as sessões de divulgação das linhas de investigação (caso o/a docente deseje
promovê-las). De forma a planificar adequadamente o próximo ano letivo, a coordenação do MPCS abordará
este processo na próxima aula do Módulo de Orientação em Psicologia Clínica e da Saúde II (MOPCS II),
agendada para dia 3.04.2024.

É importante relembrar que o processo de integração nas linhas irá realizar-se a partir da indicação das
Preferências de Orientadores/as, a realizar na área privada do portal de cada estudante (link denominado
“Definição de Preferências de Orientadores”), somente acessível para quem tiver a situação administrativa
regularizada no 1º ano do MPCS. Nesse formulário, os/as estudantes devem ordenar as linhas de investigação,
por ordem de preferência, e finalizar a sua escolha (i.e. submeter) impreterivelmente até ao dia 15 de Junho de
2024 (inclusive).

Posteriormente, a integração dos/as alunos/as nos grupos de investigação ficará finalizada depois de uma
reunião de docentes prevista para o mês de Junho ou Julho. Para mais informações, atender aos documentos
do MÓDULO DE ORIENTAÇÃO EM PCS 1 e 2, onde este processo foi descrito. Caso surja alguma dúvida, por
favor, contactem a coordenação do MPCS nas aulas do MOPCS 2.

DOCENTE: ALBERTO MANUEL PEIXOTO PINTO – E-mail: apinto@ismai.pt

TEMA DE INVESTIGAÇÃO: Investigação na área da Psicologia da Saúde Ocupacional


DESCRIÇÃO DA LINHA:

A proposta de estudo com vista ao desenvolvimento da dissertação neste âmbito incidirá sobre uma
organização privada ou pública e terá um dos dois objetivos seguintes:

1 – Avaliar o impacto das variáveis intrínsecas (personalidade, motivação, outras,…) e extrínsecas (natureza da
função, Grupo de chefia, ritmo e carga de trabalho, outras,…) na saúde psicológica dos colaboradores;

Esta avaliação pode ser dirigida à organização na totalidade ou apenas a um ou mais grupos funcionais.
2 – Avaliar os riscos psicossociais inerentes a um determinado grupo de atividade empresarial (com recurso à
Escala COPSOQ) e propor um modelo com algumas medidas preventivas para a redução daqueles riscos, assim
como um plano formativo, eventualmente para diversos stakeholders.

MAIS INFORMAÇÕES:

Caso necessário, contactar por e-mail para mais esclarecimentos.

DOCENTE: ALICE AMÉLIA DE FREITAS PEREIRA – E-mail: afpereira@ismai.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: 1) A influência dos animais de estimação na saúde física e psicológica; 2)


O papel dos animais de estimação nas situações de violência doméstica; 3) Fatores de stress em
profissionais de medicina veterinária; 4) Trabalho voluntário: motivações, disponibilidade e
benefícios (voluntário/comunidade); 5) Comportamentos de risco em estudantes Universitários/as.

DESCRIÇÃO DA LINHA:

TEMA 1: As relações estabelecidas entre pessoas e animais de companhia têm-se tornado, em algumas culturas,
progressivamente mais intimistas, baseadas na reciprocidade e na afetividade, indo muito para além do “ter
para usar”. O número crescente de estudos internacionais sobre a influência dos animais de estimação na
saúde física e psicológica têm revelado efeitos positivos, neutros, ou negativos. Os mecanismos por detrás de
qualquer destas influências não é claro, muito provavelmente devido a fraquezas conceptuais e metodológicas
que os estudos têm apresentado: ausência de controlo de diversas varáveis, o nível de apego ao animal, e o
suporte social existente. Muitos destes estudos têm, ainda, sido feitos com populações específicas, o que
dificulta a generalização dos resultados. Em Portugal poucos têm sido os estudos que relacionam a ligação a
animais de estimação com o bem-estar humano, saúde mental, suporte social, vinculação ou acontecimentos
de vida stressantes. Pretende-se abordar a ligação existente entre animais de estimação e a saúde metal dos
seres humanos, nas diversas etapas do seu desenvolvimento (infância, adolescência, adultez, 3ª idade)
traduzindo e adaptando instrumentos adequados a diferentes faixas etárias.

TEMA 2: Diversos estudos têm estabelecido ligação entre a violência doméstica e o abuso de animais de
companhia. Nas famílias em que existe violência doméstica e/ou abuso, e que tem animais de companhia, há
uma grande probabilidade de estes também se tornarem vítimas silenciosas, como parte de um continuum de
abuso familiar. O abuso de animais pode, por seu lado, ser um indicador de abuso infantil. Diversos estudos
referem, ainda, que os animais são, frequentemente, associados à “Roda do poder e do controlo” como forma
de intimidação da vítima. Como resultado das ameaças (implícitas/explícitas) que pairam, também, sobre os
seus animais, a fuga de uma situação violenta é, frequentemente, adiada, por não quererem sair deixando os
seus animais à mercê de agressões. Quando as vítimas são forçadas a fugir e abandonar um animal de
companhia, depois de sofrerem abuso familiar significativo, o sofrimento/trauma associado ao processo é
consideravelmente aumentado. Considera-se, então, pertinente investigar a realidade portuguesa
relativamente à frequência deste tipo de ameaças, à relutância das vítimas de violência doméstica em
procurarem ajuda, e perceber que parte desta relutância se deve a não quererem deixar para trás os seus
animais de companhia. Investigação conjunta com a prof. Doutora Sofia Neves.

TEMA 3: A saúde mental é uma preocupação crescente em muitas profissões da área de saúde, incluindo
medicina veterinária. A literatura sugere que os veterinários relatam níveis mais elevados de depressão,
esgotamento e ideação suicida do que outras ocupações de saúde e o público em geral. Diversos outros
estudos nos Estados Unidos, Chile, Canadá, Alemanha, Noruega e na Austrália relatam que médicos e
enfermeiros veterinários apresentam níveis mais altos de ansiedade, depressão, pensamentos suicidas,
esgotamento e níveis mais baixos de bem-estar do que a população em geral. Para além disso, os médicos
veterinários têm um risco de suicídio cerca de quatro vezes superior à população em geral e duas vezes superior
a outros profissionais da área da saúde. Apesar de todas estas evidências, há uma escassez de conhecimento
sobre saúde mental destes profissionais em Portugal (especificamente sobre depressão e ideação suicida) nesta
população. Investigação conjunta com a prof. Doutora Carla Cunha.

TEMA 4: The Council of the European Union considera que o envolvimento em projetos de voluntariado pode
criar oportunidades de aprendizagem de novas competências, que poderão ser úteis, quer a nível de
desenvolvimento pessoal, quer a nível profissional, aumentando as oportunidades a nível profissional. Por outro
lado, contribui para o desenvolvimento de um maior sentido de pertença à sociedade, promovendo a
cidadania ativa, a democracia e coesão, e a implementação de valores e princípios básicos europeus (como
a solidariedade, desenvolvimento sustentável, dignidade humana e igualdade). O voluntariado pode
acontecer em diversas áreas da vida em sociedade, ajudando a combater a pobreza, a exclusão social,
melhorando a situação de grupos vulneráveis, fortalecendo a integração social, desenvolvendo a
solidariedade intergerações e promovendo o crescimento económico. Neste sentido, pretende-se analisar a
motivação e disponibilidade para envolvimento em trabalho voluntário em diferentes grupos (universitários,
adultos profissionalmente ativos, idosos), como ponto de partida para o desenvolvimento projetos a nível local,
regional ou nacional.

TEMA 5 - Sendo a saúde mental influenciada pelos comportamentos dos indivíduos, enquanto alguns
comportamentos são protetores para a saúde, outros são considerados comportamentos de risco, podendo
aumentar a probabilidade de desenvolvimento de doenças ou de morte. Os/as estudantes universitários /as
(EU) apresentam um risco aumentado para desenvolver tais comportamentos, tendo em conta a “cultura
universitária” (com desafios muito específicos) e a fase transitória no seu ciclo vital, de crise, que os/as leva a
entender esta fase como uma oportunidade única para viver experiências que incluem, frequentemente,
comportamentos de risco para a saúde. Por se tratar de um problema atual de saúde pública, estudos sobre
saúde mental e comportamentos de saúde/de risco são fundamentais, permitindo a obtenção de
conhecimentos atuais que permitam a criação de medidas de prevenção, com impacto ao nível educacional,
económico, social e na qualidade de vida dos/das jovens. Este estudo surge no âmbito do projeto Maiêutica
HEALTHY CAMPUS, procurando identificar/caracterizar/relacionar os comportamentos de saúde/risco e a saúde
mental dos EU, tendo em conta diversas variáveis sociodemográficas. Investigação conjunta com a prof.
Doutora Joana Carreiro.

DOCENTE: Ariana Pinto Correia – E-mail: acorreia@umaia.pt

TEMA DE INVESTIGAÇÃO: Fenómenos sociais e psicologia

DESCRIÇÃO DA LINHA: Pretende-se estudar os impactos que os vários fenómenos sociais têm ao nível
intraindividual, interpessoal e social, considerando as dinâmicas dos fenómenos, os contextos de ocorrência,
fatores de risco, fatores protetores e obstáculos à intervenção. Pretende-se caracterizar as crenças e práticas
subjacentes a estes fenómenos, e consequentemente, analisar/desenvolver abordagens clínicas e da saúde
focadas na saúde mental.
Serão privilegiados estudos que se debrucem sobre os seguintes temas: violências de género, nomeadamente
femicídio, violência na intimidade adulta, violência no namoro, assédio sexual; crimes de ódio perpetrados em
função da orientação sexual (homofobia), identidade de género (transfobia) e/ou pertença étnico-cultural
(racismo, ciganofobia, xenofobia).
Serão privilegiadas metodologias qualitativas.

DOCENTE: ANA SOFIA ANTUNES DAS NEVES – E-mail: asneves@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: Violência(s)


DESCRIÇÃO DA LINHA: Procura-se, nesta linha, estudar todas as formas de violência, em múltiplos contextos e
com diferentes indivíduos, populações e comunidades, com vista a caracterizar a prevalência, a descrever
características, comportamentos, crenças e dinâmicas subjacentes, a compreender as consequências e os
impactos, bem como a analisar as abordagens, e respetiva (in)eficácia, da avaliação e intervenção
psicológicas com vítimas e pessoas ofensoras.

Serão privilegiados estudos focados nos seguintes sub-temas: Violência na intimidade adulta, violência no
namoro, femicídio e homicídio conjugal, violência contra crianças e jovens, violência sexual, assédio sexual e
moral, violência contra atletas, violência doméstica contra pessoas e animais de companhia, mutilação
genital feminina, tráfico de pessoas, crimes de ódio motivados pela discriminação étnico-racial, orientação
sexual, identidade/expressão de género e características sexuais à nascença, avaliação e gestão do risco,
práticas profissionais junto de vítimas e de pessoas ofensoras, crenças e atitudes de profissionais sobre a
violência e perceções de eficácia sobre o contexto clínico e de saúde e/ou outros relacionados.

DOCENTE: CARLA ALEXANDRA DE CASTRO CUNHA – E-mail: ccunha@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: 1) Processos de mudança em Terapia Focada nas Emoções; 2) Perdão e


resolução do dano emocional, bem como outros temas na área da Psicologia Clínica e da Saúde.

DESCRIÇÃO DA LINHA:

TEMA 1: Investigação em processos de mundança em psicoterapia, especialmente na modalidade de Terapia


Focada nas Emoções (TFE): Esta linha reúne estudos que exploram diferentes aspetos da mudança terapêutica
dos clientes no decorrer da TFE, bem como das contribuições dos/as terapeutas para o processo de mudança
dos/as clientes (em múltiplas dimensões). Esta linha de estudos também integra o estudo do processo de
supervisão e treino na modalidade de TFE.
Metodologia: Privilegiam-se estudos do processo terapêutico com um design misto ou qualitativo, em momentos
significativos de mudança, ou estudos baseados em entrevistas que se focam nas perspetivas dos/as
intervenientes (e.g. especialistas em Supervisão/Treino em TFE). Alguns dos estudos têm uma interação particular
com o projeto EmpoweringEFT@EU (www.emotionfocusedtherapy.eu), servindo objetivos que são úteis para esta
equipa de investigação.

TEMA 2: Perdão e resolução do dano emocional, bem como outros temas da área da Psicologia Clínica e da
Saúde: Esta linha reúne estudos focados no perdão, dano emocional (ex. situações inacabadas ou ofensas
interpessoais) em diferentes populações clínicas. Neste âmbito, também se têm desenvolvido estudos com
profissionais, centrados nas suas perspetivas acerca da mudança e do processo terapêutico. Metodologias:
Esta vertente contempla estudos maioritariamente qualitativos (e.g. centrados em entrevistas) ou
quantitativos (e.g. com recolha de dados via questionários ou validação de escalas específicas) em

DOCENTE: CARMEN SUSANA CARDOSO NUNES – E-mail: cardoso@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: Psicologia Cognitiva, Avaliação Psicológica, Psicobiologia,


Neuropsicologia, Psicologia da Dor Doenças Crónicas.

DESCRIÇÃO DA LINHA: Os temas de investigação são desenvolvidos para estudar o comportamento humano e
os processos cognitivos sob uma abordagem da psicologia cognitiva, neuro-cognitiva, emocional e da
psicobiologia – indicadores neuropsicofisiológicos –.

Tema: Psicologia da Dor. Uma área emergente é a Psicologia da Dor. Dada as necessidades de investigar dentro
de esta área e de formar psicólogos/as, é uma área de grande interesse e diferenciadora para intervir
adequadamente para melhorar a qualidade de vida das pessoas com esta condição clínica.

Tema. Doenças Crónicas. Igualmente, o estudo das doenças crónicas perspetiva-se como uma área que
começa a ganhar destaque dentro da área da Psicologia Clínica e da Saúde pelo impacto que tem na vida
das pessoas.

Exemplos:
- Estudar a relação entre as emoções e os processos cognitivos em pessoas com Dor Crónica.

- Estudar a relação entre as emoções e os processos cognitivos em pessoas com Doenças Crónicas. Por
exemplo: Pressão Arterial Elevada.
- Desenvolver Programas de Prevenção e Promoção da Saúde.

- Estudar a relação entre a Dor e hábitos como o exercício físico.

- Estudar a relação entre as Doenças Crónicas e hábitos como o exercício físico.

- Estudar a relação da Dor, Doenças Crónicas e a Personalidade.

- Estudar os Processos Cognitivos Básicos e sua relação com a ansiedade, stresse e desempenho
cognitivo.

DOCENTE: EVA COSTA MARTINS – E-mail: emartins@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: 1) O papel mediador das estratégias de regulação emocional entre


socialização parental de emoções positivas/negativas e sintomas psicopatológicos na adolescência;
2) Fatores associados à Psicopatologia na Infância e Adolescência; Tema 3: Emoções positivas e a
sua regulação: Relações com a psicopatologia na infância e no adulto

DESCRIÇÃO DA LINHA:

TEMA 1: O papel mediador das estratégias de regulação emocional entre socialização parental de emoções
positivas/negativas e sintomas psicopatológicos na adolescência

Sabe-se que as práticas parentais, entre outras variáveis, moldam a forma como os/as jovens aprendem a
experienciar, reconhecer e a regular as suas emoções negativas e positivas. Nesta linha de investigação,
propõe-se clarificar a complexidade das relações entre as diversas práticas de socialização emocional parental
(e.g., reforço, punição, etc.) de emoções negativas (e.g., raiva, tristeza), as diferentes estratégias de regulação
emocional (cognitivas e comportamentais) e a psicopatologia no/a adolescente. O interesse está,
particularmente, no estudo destas relações no contexto do desenvolvimento de emoções positivas, como a
alegria e com instrumentos criados de raiz para avaliar a regulação de emoções positivas (e.g., amortecimento,
ruminação positiva…). Pretende-se investigar estes tópicos em amostras a recolher em 2024-2025, recorrendo a
métodos quantitativos (correlacionais, mediação, moderação, validação de instrumentos, etc.).

TEMA 2: Fatores associados à psicopatologia na Infância e adolescência

A parentalidade como fator de risco e/ou protetor associado à emergência de psicopatologia na


adolescência – sintomas de internalização e externalização – tem vindo a ser estabelecida, estando por
compreender o papel de dimensões mais específicas que podem de forma direta e indireta interferir nesta
relação. Interessa aprofundar, por exemplo, a inter-relação entre práticas parentais mais gerais, as estratégias
de socialização emocional parental, o suporte social, entre outros no desenvolvimento de competências de
regulação emocional e de psicopatologia na adolescência, bem como o papel moderador de variáveis como
o género. Outras dimensões destacadas pela literatura poderão ser consideradas. Estes estudos têm como
objetivo contribuir para a investigação nesta área, recorrendo a métodos quantitativos (ex. validação de
instrumentos para a população portuguesa e estudos transversais - correlacionais, mediação, moderação…),
a partir de dados já recolhidos.

Tema 3: Emoções positivas e a sua regulação: Relações com a psicopatologia na infância e no adulto

Sabe-se que existe uma relação estreita entre psicopatologia e a regulação de emoções negativas (e.g., raiva,
tristeza…). No entanto, o estudo sobre as relações entre emoções positivas (e.g., felicidade) e psicopatologia
tem sido lacunar. Desde os anos 90, as emoções positivas têm sido abordadas primariamente como um fator
protetor para o desenvolvimento humano, relacionando-se com maior flexibilidade cognitiva, motivação,
proximidade com os outros, saúde, resiliência, etc.. No entanto, as emoções positivas quer por excesso, quer
por defeito também têm sido conceptualizadas como parte de modelos explicativos da depressão,
perturbação bipolar, entre outras. Acrescente-se, ainda, que pouco se sabe sobre o desenvolvimento da
regulação das emoções positivas. Nesta linha de investigação, pretende-se aumentar o conhecimento sobre
o desenvolvimento da regulação emocional de emoções positivas em crianças e adultos e das suas relações
com a psicopatologia, em amostras a recolher.

DOCENTE: ESTEFÂNIA GONÇALVES DA SILVA– E-mail: egsilva@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: Violências, Migrações e Desigualdades

DESCRIÇÃO DA LINHA:

Esta linha procura investigar o fenómeno da violência, da desigualdade e da discriminação numa perspetiva
multidimensional e com diferentes indivíduos e/ou grupos vulneráveis (e.g., pessoas sem abrigo, imigrantes,
ofensoras, refugiadas, crianças e jovens em risco) com o objetivo de caracterizar comportamentos, práticas de
avaliação e modelos de intervenção psicológica. Pretende-se, ainda, compreender os impactos e as
repercussões da violência, da desigualdade ao nível da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida e
perceber de que forma estas vivências e processos podem despoletar comportamentos desviantes e de risco.

Adotando uma perspetiva desenvolvimental, pretende-se alcançar os seguintes objetivos específicos: a)


Conhecer a prevalência e o impacto dos vários tipos de vitimação e da exposição ao trauma; b) Analisar as
práticas de avaliação e de intervenção psicológica com pessoas e/ou grupos vulneráveis adotadas em
contexto clínico; c) Conhecer os processos específicos de violência e de discriminação em função das
pertenças identitárias; d) Caracterizar os percursos e as trajetórias de vida, que vão da vitimação à agressão, e
compreender como se entrecruzam com os comportamentos de risco; e) Caracterizar as vivências de
Maternidade/Paternidade e Cuidados (significados e impactos das experiências de maternidade/paternidade
na saúde e no bem-estar das mulheres e dos homens); f) Explorar as dimensões da conciliação da vida
profissional, familiar e pessoal (significados e representações das experiências de conciliação na saúde e no
bem-estar); g) Conhecer as dinâmicas familiares e a gestão do trabalho não pago de pessoas e/ou grupos
vulneráveis (significados do trabalho não pago e impactos no bem-estar emocional das famílias); h) Analisar as
crenças e as atitudes destes indivíduos e/ou grupos sobre as práticas de avaliação e de intervenção em
contexto clínico; i) Validar e adaptar instrumentos de avaliação e de intervenção.

DOCENTE: EUNICE LILIANA DIAS BARBOSA – E-mail: ebarbosa@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: 1) Imersão e Distanciamento em psicoterapia; 2) eMental Health: Relação terapêutica


e resultados clínicos no tratamento psicológico online; 3) Rastreio, avaliação e intervenção na depressão e
prevenção do risco de suicídio baseada nos modelos de stepped care aplicados aos cuidados de saúde
primários.

DESCRIÇÃO DA LINHA:

Tema 1: Imersão e Distanciamento em psicoterapia

A imersão (ponto de vista egocêntrico) e o distanciamento (ponto de vista de observador) são duas perspetivas
que o/a cliente pode adotar na reflexão da sua experiência problemática. A investigação tem mostrado um
padrão de evolução destas perspetivas ao longo da terapia associado à redução dos sintomas, a estados
emocionais mais positivos e à integração da experiência, salientando a importância da imersão e o do
distanciamento no processo de mudança psicoterapêutico, nomeadamente na depressão. Tendo por base
estes resultados e os poucos trabalhos realizados sobre a imersão e o distanciamento em psicoterapia,
pretendemos elaborar estudos que apoiem estes resultados em diferentes psicopatologias e abordagem
terapêuticas, e que permitam a criação de mediadas de autorrelato que facilitem o acesso a estes construtos
em contexto clínico. Além disso, é relevante do ponto de vista da investigação e prática clínica, estudos que
abordem o efeito do terapeuta na perspetiva do cliente. Neste sentido, esta linha de investigação pretende,
também, identificar as estratégias/competências/variáveis do/a terapeuta que melhor se adequam à
promoção de cada uma das perspetivas, tendo em conta o nível de mudança e fase do processo terapêutico
em que o/a cliente se encontra. Para tal, serão analisadas sessões de psicoterapia conduzidas por diferentes
terapeutas em diferentes modalidades de intervenção.

Nota: Serão usadas metodologias quantitativas ou qualitativas consoante o estudo a ser desenvolvido.

Tema 2: eMental Health: Relação terapêutica e resultados clínicos no tratamento psicológico online.

A área da eHeatlh no campo da Psicologia Clínica e da Saúde tem tido uma evolução exponencial nas últimas
décadas. Diversos estudos têm sido conduzidos para avaliar a eficácia e o custo-efetividade de intervenções
baseadas na internet. Os estudos apontam para resultados satisfatórios a este nível, colocando o tratamento
psicológico online como uma alternativa viável ao tratamento presencial em determinadas circunstâncias.
Aliás, tem sido um método muito usado e útil nos últimos tempos, principalmente durante a pandemia por
COVID-19. Contudo, pouco se sabe acerca dos níveis de satisfação e da perspetiva do/a terapeuta sobre a
utilização destas ferramentas, bem como acerca dos níveis de satisfação dos/as clientes e impacto na relação
terapêutica e nos resultados deste tipo de intervenção comparativamente com as sessões presenciais. Sendo
assim, esta linha de investigação pretende desenvolver estudos que avaliem o impacto, na relação terapêutica
e nos resultados clínicos, da mudança de consulta presencial para consulta online. Para este fim, serão usadas
medidas psicológicas aplicadas a casos clínicos acompanhados em centros de atendimento psicológico com
intervenção online, como por exemplo, o Centro de Apoio e Serviço Psicológico (CASP).

Tema 3: Rastreio, avaliação e intervenção na depressão e prevenção do risco de suicídio baseada nos modelos
de stepped care aplicados aos cuidados de saúde primários.

Está a ser implementado um protocolo de Rastreio, avaliação e intervenção na depressão e prevenção do


risco de suicídio baseada nos modelos de stepped care no ACeS Grande Porto I - Santo Tirso/Trofa. A
implementação deste protocolo visa dar uma resposta mais rápida e eficaz ao número significativo de pedidos
de consulta de psicologia que sugerem um quadro depressivo, reduzindo a lista de espera dos utentes com
depressão. Para tal, os psicólogos envolvidos foram treinados para aplicar um modelo de stepped care em que
estabelece diferentes níveis de atuação, de acordo com os sintomas apresentados e a severidade dos mesmos,
oferecendo, assim, alternativas de tratamento adequadas à severidade dos casos. Todos os casos são
monitorizados com diversas medidas ao longo do tempo. Assim, poderão ser desenvolvidos diversos estudos,
tais como: estudos de que avaliem a exequibilidade e o impacto da implementação de um modelo de stepped
care de rastreio, avaliação e intervenção na depressão adaptado ao ACeS Grande Porto I - Santo Tirso/Trofa;
estudos que comparem a adesão aos diferentes tratamentos; estudos que avaliem a satisfação dos profissionais
e dos utentes com o protocolo, entre outros. Para tal, será analisada uma base de dados já construída e que
está a ser usada para a monitorização dos casos.

DOCENTE: FILIPA ISABEL PIMPÃO FERREIRA – E-mail: filipaf@umaia.pt

TEMA DE INVESTIGAÇÃO: 1) Desenvolvimento de ferramentas computacionais para avaliação e diagnóstico das


perturbações mentais 2) Aplicação da análise bibliométrica ao estudo da psicopatologia
DESCRIÇÃO DA LINHA:

Tema 1: Esta linha de investigação pretende contribuir para o desenvolvimento de ferramentas computacionais
para a avaliação e diagnóstico das perturbações mentais. Estas ferramentas emergem da necessidade dos
clínicos utilizarem para a realização de diagnósticos precisos, sistemas de avaliação extensos e intrusivos.
Paralelamente, o desenvolvimento destas ferramentas afigura-se como um contributo essencial para o
aprofundamento do conhecimento sobre a etiopatogenia e do desenvolvimento da psicopatologia

Tema 2: As análises bibliométricas constituem uma metodologia promissora para uma compreensão mais clara
e detalhada sobre a evolução e as tendências de um campo de investigação. Neste sentido, as análises
bibliométricas afiguram-se como uma metodologia state of the art que permite informar sobre o conhecimento
estabelecido e as tendências de evolução de diversos quadros clínicos.
DOCENTE: ISABEL MARIA MORAIS BASTO [Coorientação com PATRÍCIA PINHEIRO] – E-mail:
ibasto@ismai.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: 1) Assimilação de experiências problemáticas; 2) Prática Deliberada – O Efeito


no treino de Psicoterapeutas; 3) A psicoterapia e o exercício físico no tratamento da depressão.

DESCRIÇÃO DA LINHA:

TEMA 1: O Modelo de Assimilação das Experiências Problemáticas propõe uma explicação integrativa e
transteórica sobre como o cliente muda ao longo da terapia. Para este modelo, a mudança psicológica ocorre
através de um processo gradual de integração e assimilação de experiências problemáticas previamente
ignoradas ou evitadas. Estudos prévios parecem confirmar empiricamente a perspetiva de que a assimilação
de experiências problemáticas promove o sucesso terapêutico no final da intervenção. Percebendo que a
assimilação de experiências problemáticas tem um papel importante na promoção do sucesso terapêutico, o
passo seguinte parece ser refletir sobre como podemos melhorar a prática clínica. Nesse sentido, importa
perceber como este fenómeno ocorre em populações particularmente desafiantes em para a eficácia
terapêutica: Neste sentido, um segundo objetivo da presente linha de investigação será estudar o processo de
assimilação em casos diagnosticados com:

1) POC

2) Perturbações de Personalidade

Sendo o diagnóstico de doença oncológica uma experiência traumática para o doente e que poderá ter
interferência na sua qualidade de vida, um terceiro objetivo será verificar o impacto da assimilação de
experiências problemáticas em mulheres com diagnóstico de cancro da mama e qual o impacto na sua
qualidade de vida.

TEMA 2: A eficácia da psicoterapia, segundo a Presidential Task Force on Evidence-Based Practice da APA,
depende da existência de tratamentos empiricamente validados, como de terapeutas competentes na sua
implementação. Apesar da Terapia Cognitivo-Comportamental (CBT) ser um modelo de tratamento
empiricamente validado, pouco se sabe sobre como treinar terapeutas competentes nesta modalidade.
Noutras áreas, o treino com recurso à Prática Deliberada (PD) tem uma longa tradição e resultados
comprovados. A PD refere-se à prática/treino repetido de determinada competência/técnica por parte do
trainee, enquanto recebe feedback imediato do trainer. Apesar de nos últimos anos terem sido desenvolvidas
algumas guidelines e protocolos de PD para o treino de psicoterapeutas, a literatura sobre a sua eficácia é
escassa. Ainda assim, os resultados dos primeiros estudos sugerem que a PD poderá contribuir para melhorar a
competência dos psicoterapeutas. Assim sendo, no âmbito da presente linha de investigação serão
desenvolvidos estudos que terão como objetivo explorar o efeito da PD no treino de psicoterapeutas em CBT,
comparando-o com o treino usual.

TEMA 3: A psicoterapia, nomeadamente a terapia cognitivo-comportamental (CBT; Beck et al., 1997), tem
menos efeitos secundários e é tão ou mais eficaz do que os antidepressivos no tratamento e prevenção da
recaída da depressão. Contudo, é uma resposta praticamente inexistente em Portugal, principalmente devido
aos seus custos. Pretendemos facilitar o acesso a este tratamento, combinando uma versão mais curta de CBT
com um tratamento tão eficaz como a medicação, mas com menos efeitos secundários e custos – exercício
físico. Neste sentido, pretendemos analisar o efeito deste tratamento na população diagnosticada com
depressão. No âmbito desta linha serão desenvolvidos estudos que permitam analisar qual o impacto que a
combinação da CBT com o exercício físico terão no bem-estar dos clientes diagnosticados com depressão (a)
durante e (b) após o tratamento (prevenção de recaída). Também serão desenvolvidos estudos que terão
como objetivo analisar qual o efeito imediato do exercício físico na regulação do humor.
DOCENTE: JOANA FILIPA FONSECA CARREIRO – E-mail: jcarreiro@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: TEMA A. Saúde, Doença Oncológica & Psico-Oncologia; TEMA B.


Mindfulness & Saúde Psicológica e Promoção de Bem-estar; Tema C. Saúde Mental e Social em
Estudantes Universitários/as.

DESCRIÇÃO DA LINHA:

TEMA A. Saúde, Doença Oncológica & Psico-Oncologia

1) Estudo das Variáveis Psicossociais Promotoras de Adaptação Psicológica à Doença Oncológica em Doentes
Oncológicos e Familiares; 2) Estudos de Validação de Instrumentos de Avaliação Psicológica para a População
Portuguesa, no domínio da Psicologia da Saúde e Psico-oncologia; 3) Estudos de Desenho, Implementação e
Avaliação da Eficácia de Intervenções Psicossociais com Doentes Oncológicos, seus Familiares e Profissionais
de Saúde.

DESCRIÇÃO DO TEMA: O interesse da comunidade científica no estudo da saúde e doença oncológica assenta
no facto do cancro constituir uma das principais causas de morte a nível mundial e, por isso, ameaçar a
integridade humana, levando a pessoa a questionar-se sobre o sentido da vida. O corpo de investigação
existente na área da Psico-Oncologia é recente e procura compreender os aspetos psicológicos relacionados
com o impacto da doença oncológica no bem-estar e na qualidade de vida dos doentes e seus familiares,
pondo em evidência a necessidade de intervenções psicossociais capazes de minimizar o impacto desta
patologia e potenciar a adaptação dos/as doentes e seus familiares ao cancro, bem como, o processo de
reabilitação oncológica, bem-estar e qualidade de vida.

Este tema pretende assim investigar o papel de variáveis psicossociais no processo de adaptação psicológica
ao cancro em doentes oncológicos portugueses, nas diferentes fases da trajetória da doença, procurando
avolumar conhecimentos empírico-conceptuais nesta área do saber, bem como realizar estudos de validação
e/ou desenvolvimento de instrumentos de avaliação psicológica adaptados à população oncológica
portuguesa, visando o desenvolvimento de programas psicoeducacionais e de intervenção psicológica
eficazes na promoção da adaptação psicológica à doença e na reabilitação psicossocial de doentes, com
familiares e profissionais de saúde, componente essencial na qualidade da prestação de cuidados nos
contextos de saúde.

TEMA B. Mindfulness & Saúde Psicológica e Promoção de Bem-estar

1) Estudos de Desenho, Implementação e Avaliação da Eficácia de Intervenções Mindfulness.

DESCRIÇÃO DO TEMA: Estudos sobre Mindfulness e promoção da saúde psicológica e bem-estar terão como
intuito identificar os fatores psicossociais que promovem o bem-estar psicológico, a aceitação, o crescimento
pessoal, a auto-realização, a atenção plena, a (auto)compaixão e a consciência de si na população em geral
(em crianças, jovens e adultos), nos estudantes universitários, nos doentes crónicos e nos profissionais de saúde
e sociais, em face de experiências e/ou condições de vida geradoras de stress que possam diminuir o seu bem-
estar psicológico, com o objetivo de definir e promover estratégias e intervenções que visem mudanças
positivas no seu ajustamento psicológico, emocional e comportamental.

Tema C. Saúde Mental e Social em Estudantes Universitários/as

1) Estudos que permitam identificar, caracterizar e relacionar a saúde mental, social e os comportamentos de
saúde e de risco dos/as estudantes universitários/as, tendo em conta diversas variáveis sociodemográficas; 2)
Estudos de desenho, implementação e avaliação de eficácia de medidas de prevenção da doença e
promoção da saúde psicológica e bem-estar dos/das estudantes universitários.

DESCRIÇÃO DO TEMA: A literatura sugere que os/as estudantes universitários apresentam um risco aumentado
para o desenvolvimento de uma doença mental (OPP, 2020). Dada a elevada prevalência de perturbações
mentais nos/as estudantes do ensino superior torna-se essencial promover e garantir a sua qualidade de vida e,
ao mesmo tempo, desenvolver conhecimentos, atitudes e competências para escolhas comportamentais mais
assertivas. Por se tratar de um problema atual de saúde pública, estudos sobre saúde mental, social e
comportamentos de saúde e de risco mostram-se relevantes e pertinentes, permitindo a obtenção de
conhecimentos que permitam a criação e a implementação de medidas de prevenção da doença e
promoção da saúde psicológica, com impacto ao nível educacional, social e na qualidade de vida e bem-
estar dos/das estudantes universitários. Este estudo surge no âmbito do projeto Maiêutica HEALTHY CAMPUS,
procurando identificar, caracterizar e relacionar a saúde mental, social e os comportamentos de saúde e de
risco dos/as estudantes universitários/as, tendo em conta diversas variáveis sociodemográficas. Investigação
conjunta com a prof. Doutora Alice Pereira.

Nesta linha de investigação serão realizados estudos qualitativos, quantitativos ou mistos tendo como referência
teórico-conceptual o modelo biopsicossocial de saúde e doença.

DOCENTE: JOANA BESSA TOPA – E-mail: jtopa@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: Tema 1. Saúde Psicológica, Diversidade e Competências Interculturais;


Tema 2. Migrações e Saúde Sexual e Reprodutiva

DESCRIÇÃO DA LINHA:

Tema 1. Saúde Psicológica, Diversidade e Competências Interculturais

Descrição do Tema: A saúde, ao ser considerada uma componente-chave para o desenvolvimento, torna
premente o conhecimento real das necessidades de grupos populacionais diversos por forma a conhecer as
especificidades que podem ser geradoras de diferentes formas de opressão. Os estudos sugerem que pessoas
diversas em termos culturais e sociais enfrentam múltiplos riscos sociais de desigualdade, deparam-se com
enormes desafios não só no que concerne à acessibilidade e utilização dos serviços de saúde, bem como à
qualidade dos cuidados de saúde que lhes são prestados, o que acarreta repercussões ao nível do seu estado
de saúde geral e ao nível da sua saúde psicológica. Ressalvam ainda uma necessidade de adaptação e
desenvolvimento de políticas e práticas consertadas por forma a poderem dar uma resposta efetiva às reais
necessidades destas pessoas. Os/as profissionais de saúde revelam simultaneamente desafios múltiplos ao lidar
com estas populações. Esta linha de investigação procura investigar dificuldades de acesso e utilização de
serviços de saúde por parte de grupos populacionais específicos com vista a caracterizar comportamentos,
crenças e atitudes, bem como os seus determinantes e estado de saúde psicológica. Contempla ainda
aprofundar estudos a nível do funcionamento institucional e dos/as seus/suas profissionais com vista a
caracterizar discursos, crenças e atitudes bem como as suas práticas profissionais (e.g., psicólogos/as,
clínicos/as) bem como o impacto das diferentes crises sociais na vida e na saúde de grupos populacionais
específicos.

1)Estudo sobre as interseções de múltiplas formas de opressão, bem-estar e saúde psicológica; 2) Determinantes
de saúde e estado de saúde de grupos populacionais específicos (e.g., migrantes, refugiados, pessoas em
situação de sem-abrigo, pessoas em situação de pobreza); 3) Impactos das situações de crise na saúde
psicológica; 4) Intervenção Psicológica com Pessoas Migrantes; 5) Discursos, Crenças e Atitudes de profissionais
sobre o atendimento a populações específicas (e.g., migrantes, refugiados, pessoas em situação de sem-
abrigo, pessoas em situação de pobreza).

Tema 2- Migrações e Saúde Sexual e Reprodutiva


Descrição do tema: Historicamente, as pessoas migrantes têm sido alvo de representações racializadas da
sexualidade (e.g., contraceção, irresponsabilidade sexual) alimentando discursos e práticas discriminatórios em
termos da sua saúde sexual e reprodutiva (e.g., colonidade de corpos). Esta linha de investigação procura
estudar a interface entre a condição de ser migrante, as condições de saúde e o bem-estar no domínio da
saúde sexual e reprodutiva, assim como avaliar a eficácia das intervenções psicológicas para melhorar o bem-
estar e promover a saúde sexual e reprodutiva em populações migrantes.
1) Impacto das experiências migratórias na saúde mental materna; 2) Estudo dos efeitos do racismo institucional
na saúde sexual e reprodutiva de pessoas migrantes (jovens e adultas); 3) Estudos de análise das disparidades
de acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva enfrentadas por comunidades migrantes; 4) Stress, trauma
e resiliência associados à vivencia da maternidade em contextos migratórios; 5) Violência Obstétrica.

DOCENTE: JOANA MARTINS GONÇALVES LOPES – E-mail: jgoncalves@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: (1) Auto-regulação infantil, comportamento materno e qualidade da


vinculação no 1º ano de vida; (2) Vinculação mãe-bebé: A Neurobiologia das relações precoces; (3)
Vinculação mãe-bebé e processamento emocional; (4) Vinculação romântica no adulto e sua
relação com (a) resiliência, adaptação e estratégias de enfrentamento face ao trauma; (b)
processamento emocional (padrões e atenção e memória face a estímulos emocionais); (c) rupturas
e elaborações (e.g., efeitos da perda de um relacionamento amoroso, divórcio); (d) vinculação
parental na infância (intergeneracionalidade da vinculação?); (e) satisfação conjugal, qualidade das
relações de intimidade e bem-estar subjectivo

DESCRIÇÃO DA LINHA:
Tema 1: Auto-regulação infantil, comportamento materno e qualidade da vinculação no 1º ano de vida
Interacções humanas são críticas na estimulação do cérebro e estão no centro da regulação das emoções,
atenção, afeto e processamento sensorial. Assim, a estimulação externa significativa (e.g., interacção com os
pais) pode contribuir para a auto-regulação infantil, estados autonómicos e vinculação. A auto-regulação
infantil e a parentalidade são especialmente salientes no primeiro ano de vida do bebé. Esta linha temática
pretende explorar como é que as variações na saúde, no género do bebé, no bem-estar materno e as
variações demográficas afectam os estilos de regulação emocional do bebé, o comportamento interactivo
materno e quais destes factores predizem os padrões de vinculação mãe-bebé identificados aos 12 meses.

Tema 2: Vinculação mãe-bebé: A Neurobiologia das relações precoces


Compreender, dar prioridade e responder aos sinais afectivos do bebé é uma componente-chave da
maternidade, com implicações a longo prazo para o desenvolvimento sócio-emocional infantil. Ao mesmo
tempo que as mães se debatem para satisfazer exigências concorrentes, como as de tempo e atenção, devem
frequentemente avaliar os sinais emocionais (“emotional cues”) dos seus bebés e dar prioridade aos sinais mais
salientes. Bebés com sinais faciais felizes ou sorridentes são particularmente motivadores para as mães, tendo
sido demonstrado, em estudos com ressonância magnética funcional (fMRI), que ativam regiões cerebrais
envolvidas no processo de recompensa e vinculação. Imagens de bebés com expressões faciais tristes, muitas
vezes acompanhados por um poderoso sinal auditivo – o choro do bebé – também são sinais importantes
relacionados com as necessidades do bebé (e.g., comida, descanso, calor ou atenção). Para as mães, ouvir o
choro do bebé ativa uma série de áreas cerebrais relacionadas com o comportamento de cuidado materno,
com a sensibilidade materna e com o desenvolvimento da vinculação. Adicionalmente, estudos anteriores
sugerem que as mães apresentam um padrão diferente de respostas cerebrais quando observam os seus
bebés, em comparação com outros bebés. No entanto, há inconsistência entre os estudos de imagem
funcional em relação às principais áreas envolvidas, e nenhum examinou as relações entre o cérebro e as
respostas comportamentais dos bebés. Nesta linha de investigação, examinaremos as regiões cerebrais
ativadas quando as mães vêm imagens dos seus próprios bebés em contraste com um bebé desconhecido, e
se estes estão associados a medidas comportamentais e de auto-relato da relação mãe-bebé.

Tema 3: Vinculação mãe-bebé e processamento emocional


Modelos de vinculação e processamento de informação sugerem que a atenção que os bebés atribuem à
informação social pode ocorrer segundo um padrão de processamento orientado por esquemas, de acordo
com o seu padrão de vinculação. Estudos anteriores mostraram que experiências recorrentes relacionadas
com a vinculação moldam as respostas representacionais, fisiológicas e comportamentais desses bebés à
informação emocional. Uma importante fonte de informação social para os bebés ao longo do primeiro ano
de vida são as expressões faciais de emoção. Nesta linha temática, pretende-se estudar as diferenças: (1) nos
padrões de atenção visual a um conjunto de expressões faciais e (2) na capacidade de discriminação facial
emocional, entre bebés classificados com padrão de vinculação seguro (B), inseguro-evitante (A) e resistente-
ambivalente (C) no final do primeiro ano de vida, recorrendo para isso a um sistema eye-tracker. De acordo
com a literatura no adulto, é esperado que os bebés classificados como ansiosos-ambivalentes demonstrem
um padrão de atenção visual de hipervigilância emocional, bem como uma maior capacidade de
discriminação facial emocional; enquanto os bebés classificados como inseguros-evitantes apresentem o
padrão visual oposto de evitamento emocional e menor capacidade de discriminação facial emocional.

Tema 4: Vinculação romântica no adulto e sua relação com: (a) resiliência, adaptação e estratégias de
enfrentamento face ao trauma; (b) processamento emocional (padrões e atenção e memória face a estímulos
emocionais); (c) rupturas e elaborações (e.g., efeitos da perda de um relacionamento amoroso, divórcio); (d)
vinculação parental na infância (intergeneracionalidade da vinculação?); (e) satisfação conjugal, qualidade
das relações de intimidade e bem-estar subjectivo
A evidência científica acumulada indica que a vinculação romântica no adulto tem impacto numa
multiplicidade de domínios do funcionamento, nomeadamente, na resiliência face a acontecimentos de vida
adversos. Uma das teorias, baseada nos Modelos de Processamento de informação, indica que o estilo de
vinculação no adulto confere uma lente de leitura do eu e do outro, bem como um padrão de atenção e de
capacidade de evocação de estímulos e memórias emocionais que é distinto de acordo com a classificação
desse mesmo padrão. A título de exemplo, adultos com um estilo de vinculação ambivalente-resistente
parecem ter um padrão de maior atenção e de maior capacidade de evocação relativamente a material de
conteúdo afectivo negativo, o que os poderá colocar numa posição de desvantagem quando confrontados
com acontecimentos de vida adversos comparativamente com os outros estilos. Por outro lado, muitos estudos
têm procurado analisar a ontogénese dos estilos de vinculação no adulto, nomeadamente, a hipótese da
intergeneracionalidade da vinculação. Ainda que existam estudos que mostram uma continuidade nos estilos
de vinculação entre pais e filhos, a evidência científica neste domínio é inconsistente, sendo por isso premente
a realização de mais estudos. Estudos neste domínio, que procurem igualmente identificar factores protetores
e de risco para a relação entre pais e filhos e mais tarde para a qualidade das relações íntimas no adulto,
fornecem pistas importantes para a intervenção clínica, nomeadamente, para o desenvolvimento de
programas de intervenção individual e conjugal bem como programas de intervenção focados na
parentalidade.

DOCENTE: JOÃO MANUEL DE CASTRO FARIA SALGADO – E-mail: jsalgado@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: (1) Modulação da mudança emocional: Estudos sobre as tarefas em


Terapia Focada nas Emoções (2) Terapia Focada nas Emoções na intervenção com pacientes
oncológicos

DESCRIÇÃO DA LINHA:

Tema 1. Modulação da mudança emocional: Estudos sobre as tarefas em Terapia Focada nas
Emoções

Os estudos contemporâneos sobre psicoterapia têm acentuado a necessidade de se obter uma melhor
compreensão sobre os processos de mudança emocional a partir de uma lógica modular, ou seja, numa lógica
de decomposição de diferentes módulos de intervenção que respondam a problemas específicos. Nesse
sentido, esta linha de investigação propõe-se estudar os efeitos específicos e os processos de mudança de
diferentes módulos de intervenção da Terapia Focada nas Emoções, nomeadamente: a tarefa de cadeira
vazia; a tarefa de duas cadeiras; a tarefa de focalização. Incluído nestes estudos encontra-se também a
possibilidade de realização de estudos com medidas implícitas, ou seja, com sensores que avaliam a resposta
psicofisiológica dos clientes.

TEMA 2: Terapia Focada nas Emoções na intervenção com pacientes oncológicos.

É conhecido o papel que o processamento emocional desempenha no decurso de problemas oncológicos. A


Terapia Focada nas Emoções tem sido usada com sucesso, em estudos-piloto, como forma de apoio a estes
pacientes. Nesta linha, ir-se-á dar continuidade a trabalhos desenvolvidos nesta área nos anos anteriores.

TEMA 3: Estudos de caso em Terapia Focada nas Emoções da Depressão: Do processamento à produtividade
emocional
Usando uma metodologia de análise intensiva de caso e recorrendo a casos de psicoterapia previamente
seguidos com Terapia Focada nas Emoções, poderão ser desenvolvidos estudos de casos centrados em
diferentes problemas de estudo. Para tal, serão usadas medidas observacionais, tais como medidas de
processamento emocional (CAMS e/ou Experiencing Scale); ou a escala de produtividade das experiências
emocionais. Esta linha é particularmente indicada para estudantes interessados/as em aprofundar os seus
conhecimentos clínicos sobre os processos de mudança em psicoterapia, aliado ao domínio de ferramentas
qualitativas e quantitativas aplicadas a casos únicos.

DOCENTE: LILIANA MARIA ALVES MEIRA – E-mail: lmeira@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: 1) Processos e mecanismos de mudança em Terapia Cognitivo-Comportamental,


com adultos; 2) Experiências precoces adversas e psicopatologia nos adolescentes e jovens adultos; 3) O papel
mediador das estratégias de regulação emocional entre socialização parental de emoções positivas/negativas
e sintomas psicopatológicos na adolescência; e 4) Fatores associados à psicopatologia na infância e
adolescência.

DESCRIÇÃO DA LINHA:

TEMA 1: Processos e mecanismos de mudança em Terapia Cognitivo-Comportamental, com adultos –


Coorientação: Doutora Anita Santos
A Terapia Cognitivo-Comportamental é um tratamento de primeira linha para inúmeras formas de
psicopatologia do adulto (e.g., perturbações do humor e da ansiedade). Contudo, as taxas de insucesso e de
recaída são ainda elevadas. Uma forma de promover o sucesso da TCC é compreendendo os mecanismos de
mudança previstos por este modelo terapêutico para diferentes perturbações psicopatológicas (e.g.,
depressão e fobia social), inerentes aos respetivos protocolos TCC, com vista a contribuir para a sua eficácia,
nomeadamente, através da formulação clínica e da personalização do tratamento. No imediato, os estudos
nesta área têm três principais objetivos gerais: (i) contribuir para a compreensão dos fatores associados ao
desenvolvimento e manutenção de Fobia Social e depressão em estudantes universitários; (ii) avaliar a eficácia
de um protocolo de TCC para a Fobia Social com estudantes universitários administrada por videoconferência
(iCBT); (iii) desenvolver e testar um modelo computacional de formulação clínica Cognitivo-Comportamental
para a depressão; e (iv) disponibilizar instrumentos de avaliação de processos e mecanismos de mudança em
TCC validados para a população portuguesa. Esta linha de investigação tem como objetivo contribuir para a
investigação nesta área recorrendo a métodos qualitativos (ex: Revisão sistemática da literatura, estudos de
caso), quantitativos (ex. validação de instrumentos para a população portuguesa e estudos transversais) e
métodos mistos.

TEMA 2. Estudos sobre experiências precoces adversas e psicopatologia nos adolescentes e jovens adultos.
Coorientação: Doutora Anita Santos
As crianças e os adolescentes que sofrem experiências adversas e/ou traumáticas revelam várias
dificuldades em vários domínios do seu desenvolvimento, que se evidenciam desde a infância até à idade
adulta, nomeadamente, sob a forma de perturbação psicopatológica. As necessidades de intervenção
psicológica, nomeadamente, com adolescentes e jovens adultos que vivenciaram experiência precoces
adversas são inúmeras e desafiantes, exigindo uma investigação mais aprofundada deste fenómeno com vista
informar os protocolos de intervenção psicológica, potenciando a sua eficácia. Por exemplo, está por
estabelecer a relação entre a vivência de experiências precoces adversas e os mecanismos (e.g., cognitivos e
comportamentais) que contribuem para a manutenção da disfunção psicopatológica (e.g., depressão,
ansiedade social, sintomas de PSPT) na adolescência e no início da idade adulta (e.g., jovens universitários).
Esta linha de investigação tem como objetivo contribuir para a investigação nesta área, recorrendo a métodos
qualitativos (ex: Revisão sistemática da literatura, estudados de caso), quantitativos (ex. validação de
instrumentos para a população portuguesa e estudos transversais) e mistos.

TEMA 3: O papel mediador das estratégias de regulação emocional entre socialização parental de emoções
positivas/negativas e sintomas psicopatológicos na adolescência
Sabe-se que as práticas parentais, entre outras variáveis, moldam a forma como os/as jovens aprendem
a experienciar, reconhecer e a regular as suas emoções negativas e positivas. Nesta linha de investigação,
propõe-se clarificar a complexidade das relações entre as diversas práticas de socialização emocional parental
(e.g., reforço, punição, etc.) de emoções negativas (e.g., raiva, tristeza), as diferentes estratégias de regulação
emocional (cognitivas e comportamentais) e a psicopatologia no/a adolescente. O interesse está,
particularmente, no estudo destas relações no contexto do desenvolvimento de emoções positivas, como a
alegria e com instrumentos criados de raiz para avaliar a regulação de emoções positivas (e.g., amortecimento,
ruminação positiva…). Pretende-se investigar estes tópicos em amostras a recolher em 2024-2025, recorrendo a
métodos quantitativos (correlacionais, mediação, moderação, validação de instrumentos, etc.).

TEMA 4: Fatores associados à psicopatologia na Infância e adolescência


A parentalidade como fator de risco e/ou protetor associado à emergência de psicopatologia na
adolescência – sintomas de internalização e externalização – tem vindo a ser estabelecida, estando por
compreender o papel de dimensões mais específicas que podem de forma direta e indireta interferir nesta
relação. Interessa aprofundar, por exemplo, a inter-relação entre práticas parentais mais gerais, as estratégias
de socialização emocional parental, o suporte social, entre outros no desenvolvimento de competências de
regulação emocional e de psicopatologia na adolescência, bem como o papel moderador de variáveis como
o género. Outras dimensões destacadas pela literatura poderão ser consideradas. Estes estudos têm como
objetivo contribuir para a investigação nesta área, recorrendo a métodos quantitativos (ex. validação de
instrumentos para a população portuguesa e estudos transversais - correlacionais, mediação, moderação…),
a partir de dados já recolhidos.

DOCENTE: MARIA ANITA CARVALHO DOS SANTOS – E-mail: anitasantos@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: Experiências adversas na infância, psicopatologia, vitimação e ofensa


criminal

DESCRIÇÃO DA LINHA: As crianças e os adolescentes que sofrem de experiências traumáticas na infância


revelam várias dificuldades em vários domínios do seu desenvolvimento, que se evidenciam desde a infância
até à idade adulta. Quando essas situações se reportam a vivências no seio familiar, que pode ser desde a
violência na relação entre os pais, situações de maltrato e negligência, ou mesmo abuso sexual intrafamiliar, o
impacto negativo destes eventos traumáticos aumenta exponencialmente. As necessidades de intervenção
junto desta população são inúmeras e desafiantes para os/as técnicos/as de saúde mental. No entanto, são
ainda relativamente escassos os estudos que permitem identificar estes casos na comunidade, ou em contextos
específicos (e.g., acolhimento residencial), em parte devido à quase ausência de instrumentos de avaliação
validados em Portugal. Por outro lado, não estão ainda suficientemente difundidos junto dos técnicos, que
atuam diretamente com esta população, protocolos de intervenção psicológica, nomeadamente as
abordagens informadas pelo trauma (trauma-informed care). Esta linha de investigação pretende desenvolver
estudos que permitam conhecer o fenómeno das experiências adversas na infância e a sua influência no
desenvolvimento de sintomatologia, mas também como impacta nas experiências de vitimação e de ofensa,
desde a infância até à idade adulta. Os estudos podem compreender: estudos com população geral através
de inquérito online (e.g. experiências adversas na infância, vitimação interpessoal, ofensa criminal, e sintomas
psicopatológicos); estudos com população forense; estudos com profissionais em contextos prisionais, de
reinserção social, médicos, de apoio social e de intervenção psicológica (e.g. exequibilidade da
implementação de programas informados pelo trauma).

DOCENTE: MARISALVA FERNANDES FÁVERO [Coorientação com VALÉRIA SOUSA-GOMES] – E-


mail: mfavero@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: 1) Sexualidade e Violência Sexual; 2) Psicodrama e Trauma

DESCRIÇÃO DA LINHA:
Tema 1
No ano letivo 2024/2025, os/as alunos/as serão integrados/as no:
Projeto 1) A sexualidade no teatro da vida:
Estudo 1. Estudo retrospetivo sobre experiências sexuais na infância
Estudo 2. Vinculação, sexualidade e intimidade na vida adulta

Tema 2
Na linha de investigação Psicodrama e Trauma pretende-se a realização de estudos sobre a Intervenção
Psicodramática no Trauma, que compreendem a revisão sistemática da literatura, a aferição de instrumentos,
estudos de caso, avaliação da eficácia da intervenção psicodramática e perceção dos profissionais da
eficácia da intervenção.

DOCENTE: PATRÍCIA DE JESUS LOPES PINHEIRO [Coorientação com ISABEL MARIA MORAIS BASTO]
– E-mail: ppinheiro@umaia.pt

TEMA DE INVESTIGAÇÃO: Assimilação de experiências traumáticas de guerra.

DESCRIÇÃO DA LINHA:

Os militares, em contexto de guerra, encontram-se diretamente expostos a experiências potencialmente


traumáticas (e.g., ferimentos, mortes). Por este motivo, estão em risco de sofrer quadros psicopatológicos
duradouros, como Perturbação de Stress Pós-Traumático (PTSD). As dificuldades no processamento cognitivo e
emocional subjacentes à PTSD podem resultar da incapacidade de integração/assimilação das experiências
vividas no contexto de guerra, devido à sua incongruência com o self dos militares (e.g., “fiz coisas que nunca
pensei que seria capaz de fazer”). Este conflito interno pode resultar em intenso sofrimento, levando ao
evitamento/dissociação das experiências relacionadas com a guerra e, consequentemente, à
manutenção/exacerbação dos sintomas de PTSD. Neste sentido, a integração/assimilação de tais experiências
parece central. No entanto, não conhecemos estudos que examinem, sistematicamente, como tais
experiências são integradas/assimiladas ao longo da vida dos veteranos. Pretendemos, por isso, (1) estudar a
integração/assimilação das experiências traumáticas relacionadas com a guerra em veteranos da Guerra
Colonial Portuguesa, e (2) avaliar o impacto dessa integração/assimilação na sua qualidade de vida e
sintomatologia psicopatológica.

DOCENTE: PEDRO HUMBERTO ARAÚJO TEQUES – E-mail: pteques@ipmaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: TEMA DE INVESTIGAÇÃO: (1) fatores psicológicos associados à performance


humana; (2) saúde psicológica e bem-estar no desporto.

DESCRIÇÃO DA LINHA:

A linha de investigação está direcionada para desenvolver evidências que apoiem a aplicação de princípios
psicológicos para facilitar o desempenho desportivo, aumentar a participação na atividade física e promover
a performance humana.

Os tópicos de investigação podem versar nas interações entre a psicologia e a prática desportiva, incluindo os
fatores psicológicos associados ao desempenho desportivo, a saúde psicológica e o bem-estar de atletas,
treinadores, pais, árbitros, e organizações desportivas, e a relação entre o funcionamento físico e psicológico.

Ainda, poderão ser considerados trabalhos acerca da psicologia aplicada à performance humana, em
particular, aspetos psicológicos associados a profissões que exigem excelência no desempenho psicomotor
(e.g., músicos, artes cénicas, cirurgia, combate a incêndios, operações militares).
Desde o ponto de vista metodológico, os trabalhos podem variar entre desenhos experimentais, quase-
experimentais, correlacionais, ou estudos qualitativos, dependendo da questão de investigação. Dentro do que
tem acontecido no passado recente, os estudantes são desafiados a desenvolver trabalhos capazes de
receber mérito para publicação e apresentação em eventos científicos.

DOCENTE: SARA DANIELA COSTA E SILVA – E-mail: sdsilva@umaia.pt

TEMA DE INVESTIGAÇÃO: 1) Investigação nos fatores comuns de mudança em psicoterapia

DESCRIÇÃO DA LINHA:
Esta linha reúne estudos que exploram os mecanismos de mudança em psicoterapia e seu impacto no resultado
terapêutico, nomeadamente análise das expectativas dos cliente e credibilidade de tratamento, bem como
análise das perspetivas dos clientes sobre o processo de terapia em diferentes contextos (prática de rotina,
terapia blended em Terapia Cognitivo Comportamental). Do ponto de vista metodológico privilegia-se estudos
com design mistos e qualitativos, em que se analisa as diferentes perspetivas dos clientes através da análise de
sessões ou através de recolha de medidas de autorrelato.

DOCENTE: TIAGO BENTO DA SILVA FERREIRA [Coorientação com FILIPA FERREIRA] – E-mail:
tbentoferreira@ismai.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: Aplicação da ciência das redes complexas ao estudo da (1) psicometria e
desenvolvimento de ferramentas computacionais para diagnóstico de perturbações mentais; e (2) da
nosografia e etiopatogenia da perturbação depressiva major e da perturbação de jogos de internet.

DESCRIÇÃO DA LINHA:

TEMA 1: O desenvolvimento de arquiteturas computacionais alinhadas com os mecanismos implicados nas


perturbações mentais, e capazes de sustentar ferramentas de avaliação psicológica com melhor validade e
fidelidade, e mais eficientes na prática de rotina, tem sido reconhecida como uma das fronteiras da
investigação em psicologia clínica. Este estudo contribui para este esforço substituindo o modelo psicométrico
de causa-comum subjacente aos instrumentos tradicionais de avaliação psicológica por uma matriz
psicométrica que combina a psicometria das redes complexas com a item-response theory. Uma versão
algoritmizada desta matriz psicométrica enraizará o desenvolvimento de uma aplicação computacional de
acesso livre destinada à avaliação e ao diagnóstico das perturbações mentais admitidas no Manual de
Diagnóstico e Estatística da Associação Americana de Psiquiatria. Esta aplicação contribuirá para melhorar a
qualidade e eficiência da avaliação das perturbações mentais e, por essa via, contribuirá para permitir novos
desenvolvimentos no esclarecimento da etiopatogénese das perturbações mentais e na identificação das suas
estruturas nosográficas.
TEMA 2: Endofenótipo da perturbação depressiva major: A identificação do endofenótipo das doenças mentais
é determinante para o desenvolvimento de diagnósticos e tratamentos mais precisos e eficazes. As funções
executivas (memória de trabalho, controlo inibitório e flexibilidade cognitiva) têm-se mostrado características
promissoras do endofenótipo das perturbações do espectro do autismo, da perturbação de hiperactividade, e
da perturbação depressiva major. No entanto, a forma como as diferentes funções executivas interagem entre
si e se associam aos diversos sintomas permanece desconhecida. Procura-se aqui identificar um modelo global
de interação entre as funções executivas e os sintomas de forma a particularizar a contribuição específica de
cada uma delas no desenvolvimento de cada um dos sintomas e contribuir para a melhoria da capacidade
de diagnóstico e da identificação de alvos terapêuticos relevantes.
TEMA 3: Padrões disfuncionais de utilização dos videojogos: Apesar de sua recente admissão na CID-11 e no
DSM-5, o diagnóstico de Transtorno de Jogos na Internet permanece controverso. Este estudo concentra-se na
associação entre a vulnerabilidade ao stress e os padrões de utilização dos videojogos em jogadores amadores
e profissionais, e inclui variáveis fisiológicas (como frequência cardíaca, pressão arterial e cortisol salivar), bem
como medidas de autorrelato sobre experiências de jogo, sintomas psicopatológicos, bem-estar psicológico
ser, vulnerabilidade ao estresse e desempenho de jogabilidade e expectativa de diversão.

DOCENTE: VALÉRIA CRISTINA SOUSA GOMES [Coorientação com MARISALVA FÁVERO] – E-


mail: vgomes@umaia.pt

PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO: 1) Parentalidade e processos de vinculação na depressão pós-parto; 2) Funções


executivas e o brincar em idade pré-escolar; 3) Eficácia da Somatic Experiencing (SE) em vítimas adultas de
abuso sexual.

DESCRIÇÃO DA LINHA:

Projetos 1 e 2
A capacidade de estabelecer relações emocionais próximas e profundas tem sido amplamente considerada
como preditora do desenvolvimento e equilíbrio socioemocional ao longo do ciclo vital. A construção de uma
relação segura é o maior desafio durante a infância; por consequência, esta conquista desenvolvimental terá
um impacto positivo na maturação cerebral e neuropsicológica, no estabelecimento de relações íntimas e nas
capacidades de adaptação e funcionamento na idade adulta.
Esta linha de investigação procura compreender a importância dos processos de vinculação e do
desenvolvimento emocional na maturação neuropsicológica (linguagem, função simbólica, funções
executivas, brincar) e relacional em crianças/adolescentes e em adultos com e sem alterações emocionais,
sociais e comportamentais significativas. Neste âmbito, serão também validados instrumentos de avaliação
psicológica.

Estudos Projeto 1) Parentalidade e processos de vinculação na 1.ª e 2.ª infância:


Estudo 1: Processos de vinculação e regulação emocional na depressão pós-parto
Estudo 2: Procura de ajuda psicológica especializada na depressão pós-parto

Estudos Projeto 2) Funções executivas e o brincar em idade pré-escolar:


Estudo 3: Validação do ToP - Test of Playfulness
Estudo 4: Preditores das funções executivas na capacidade de brincar

TEMA 3
As experiências adversas de abuso sexual (AS) na infância alteram psicofisiologicamente as suas vítimas,
provocando disfunções físicas, cognitivas e socioemocionais. As terapias mente-corpo apresentam resultados
promissores na diminuição dos sintomas de perturbação do stress pós-traumático (PTSD) oriundos do AS,
explorando as interações entre os processos neurobiológicos, psicológicos e os tecidos periféricos, como os
sistemas cardiovascular e imunológico. Este projeto de investigação pretende avaliar a eficácia do modelo da
Somatic Experiencing (SE) na redução da sintomatologia clínica da PTSD em vítimas adultas de AS, avaliando
os constructos de regulação emocional, bem-estar psicológico e consciência corporal, e sua relação com as
respostas corporais e psicofisiológicas associadas ao trauma.

Estudos Projeto 3)
Estudo 5: Mapeamento do impacto da experiência traumática do AS em vítimas adultas no desenvolvimento
da sintomatologia clínica da PTSD e sua relação com as respostas corporais e psicofisiológicas associadas ao
trauma;
Estudo 6: Avaliar a eficácia da intervenção da SE em vítimas adultas de AS.

DOCENTE: YAMISEL CHONG ESPINO – E-mail: yespino@umaia.pt

TEMAS DE INVESTIGAÇÃO: 1) Estratégias de avaliação e intervenção no âmbito da Neuropsicologia


Clínica 2) Apatia.

DESCRIÇÃO DA LINHA:
a. Avaliação:

• Avaliação cognitiva no envelhecimento normal ou patológico.

• Papel do psicólogo no diagnóstico diferencial no paciente com lesão orgânica.

• Utilidade de algumas provas neuropsicológicas.

b. Intervenção:

• Novas tecnologias e treinos cognitivos em adultos de idade avançada.

• Desenho de programas específicos para reabilitação ou estimulação cognitiva.

• Análise das variáveis que interferem no desempenho dos programas de intervenção neuropsicológicos.

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