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Book Litera 2v Vol I Impressão
Book Litera 2v Vol I Impressão
Trovadorismo e Humanismo
Cantigas de maldizer
Bem soub’, amigo, por certo,
Nessa modalidade de cantiga, o eu lírico abria mão de grande
que o pesar daquel dia parte das sutilezas e artifícios que caracterizam as cantigas de
vosso, que par nom havia, escárnio, optando por explicitar os desafetos contra os quais
mais pero foi encoberto, o eu poético cantava seus versos. A virulência e o emprego de
e por em seede certo ofensas e agressões eram traços usuais das cantigas de maldizer.
Muitas vezes, chegavam a recair na obscenidade e no emprego
que nom foi o vosso pesar
de palavras consideradas de baixo calão.
que s’ao meu podess’iguar. Leia a seguir a cantiga de maldizer de Afonso Eanes de Coton:
Entre suas obras mais famosas estão a supracitada Crônica O teatro vicentino
de D. João I e as Crônicas de D. Pedro e Crônicas de D. Fer-
nando. A narrativa da Crônica de D. João I é constituída de 3
partes: a primeira concerne à morte de D. Fernando e à coroação
de D. João I, Mestre de Avis; a segunda narra as vicissitudes do
reinado de D. João I até 1411, culminando na assinatura da paz
com o reino de Castela; a terceira parte, por sua vez, lida com a
morte de D. João.
Já as Crônicas de D. Pedro apresentam 44 capítulos e narram o
reinado de D. Pedro I de Portugal, suas decisões régias, sua adminis- Gil Vicente
tração e sua maneira de exercer a justiça. Não por acaso, o epíteto Fonte: Google Arts & Culture.
com que o monarca entrou na história foi o Justiceiro ou o Cruel. Gil Vicente (c.1465-1535) é considerado o pai do teatro portu-
Recebem especial atenção os fatos concernentes a D. João, guês. É importante frisar que havia manifestações teatrais desde
filho bastardo de Pedro e seu eventual sucessor, os empreen- o Trovadorismo, em pleno medievo (geralmente representações
dimentos no Reino de Castela, um dos antigos reinos formados coletivas de passagens bíblicas), mas a envergadura literária do
após a Reconquista Ibérica, e o episódio referente a Inês de gênero, de acordo com a fortuna crítica, foi alcançada com o teatro
Castro, de reverberações míticas para Portugal. vicentino.
Segundo as crônicas, trovas, poemas e cantatas dedicadas à Em consonância com o espírito da época, a temática profana
história de amor trágica, Inês era amante de D. Pedro, que des- passou a fulgurar simultaneamente às tramas extraídas da Bíblia,
posara D. Constança Manuel, o que causava rebuliços e constran- evidenciando o pendor antropocêntrico. É importante frisar, contudo,
gimentos na corte, especialmente para o pai, o rei D. Afonso IV. que a preocupação moral e religiosa ainda é um aspecto importantís-
No momento oportuno, juntamente com membros da corte, D. simo dos autos de Gil Vicente. Tanto que produções contemporâneas
Afonso ordenou a execução de Inês, o que revoltou D. Pedro – que, como O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna (inspirada no
depois, selaria um acordo de paz com o pai em 1355. teatro popular), são herdeiras diretas do autor português, tendo
Os demais conspiradores (com exceção de Diogo Lopes Pa- também os pés cravados ora no profano, ora no sagrado.
checo, perdoado no leito de morte do rei) não tiveram a mesma Essa característica inovadora, aliada aos diálogos ágeis e mor-
sorte. Ao assumir o trono como D. Pedro I, o novo rei perseguiu dazes, ao equilíbrio formal e ao forte envolvimento com a plateia
os responsáveis pela execução de Inês de Castro, chegando a contribuíram para a popularidade de Gil Vicente. Os personagens
celebrar um banquete enquanto os corações de Pero Coelho que integram seus enredos são denominados personagens-tipo e
e Álvaro Gonçalves eram arrancados, respectivamente, pelo encarnam grupos sociais inteiros, ou seja, os actantes não se sobres-
peito e pelas costas. O carrasco que cumpriu essa ordem teria, saem por sua profundidade psicológica ou por um roteiro de vida
de acordo com Fernão Lopes, tentado dissuadir o rei de sua individualizado, mas por sua adequação aos caracteres sociais que
decisão, pois o procedimento macabro era de difícil execução. povoavam o imaginário dos homens e mulheres da época: o usurário,
Por fim, as Crônicas de D. Fernando detalham as guerras a alcoviteira, o parvo, o fidalgo, entre outros que compõem a galeria.
fernandinas, a expansão do reino para o sul, com o intuito de
angariar forças e contrabalançar o poderio do reino de Castela.
As crônicas em questão discorrem também sobre o Grande
Cisma do Ocidente e a ascensão da burguesia, em conflito com
a nobreza de Portugal.
3. (PUC SP) Gil Vicente, criador do teatro português, realizou 5. (ifsp – 2016) Considere o trecho para responder à questão.
uma obra eminentemente popular. Seu Auto da Barca No final do século XV, a Europa passava por grandes mu-
do Inferno, encenado em 1517, apresenta, entre outras danças provocadas por invenções como a bússola, pela
características, a de pertencer ao teatro religioso alegó- expansão marítima que incrementou a indústria naval e o
rico. Tal classificação justifica-se por desenvolvimento do comércio com a substituição da eco-
nomia de subsistência, levando a agricultura a se tornar
mais intensiva e regular. Deu-se o crescimento urbano,
especialmente das cidades portuárias, o florescimento
de pequenas indústrias e todas as demais mudanças
econômicas do mercantilismo, inclusive o surgimento
da burguesia.
Tomando-se por base o contexto histórico da época e
os conhecimentos a respeito do Humanismo, marque
(V) para VERDADEIRO ou (F) para FALSO e assinale a
alternativa CORRETA.
( ) O Humanismo é o nome que se dá à produção es-
crita e literária do final da Idade Média e início da
A) ser um teatro de louvor e litúrgico em que o sagrado moderna, ou seja, parte do século XV e início do XVI.
é plenamente respeitado. ( ) Fernão Lopes é um importante prosador do Hu-
B) não se identificar com a postura anticlerical, já que manismo português. Destacam-se entre suas
considera a igreja uma instituição modelar e virtuosa. obras: Crônica Del-Rei D. Pedro I, Crônica Del-
-Rei Fernando e Crônica de El-Rei D. João.
C) apresentar estrutura baseada no maniqueísmo cris-
tão, que divide o mundo entre o Bem e o Mal, e na ( ) Gil Vicente é um importante autor do teatro por-
correlação entre a recompensa e o castigo. tuguês e suas principais obras são: Auto da Barca
do Inferno e Farsa de Inês Pereira.
D) apresentar temas profanos e sagrados e revelar-se
radicalmente contra o catolicismo e a instituição ( ) Gil Vicente é um autor não reconhecido em Portugal,
em virtude de sua prosa e documentação histórica
religiosa.
não participarem da cultura portuguesa.
E) aceitar a hipocrisia do clero e, criticamente, justificá-la
A) V, V, V, F. D) V, V, F, F.
em nome da fé cristã.
B) V, F, V, V. E) V, F, F, V
4. (Mackenzie – 2017) Pode-se afirmar que pertence ao C) F, V, V, F.
mesmo tipo de poema trovadoresco de “Ondas do mar
de Vigo” APENAS a alternativa: 6. (EsPCEx) É CORRETO afirmar sobre o Trovadorismo que
A) Dona fea, nunca vos eu loei/en meu trobar, pero A) os poemas são produzidos para ser encenados.
muito trobei;/mais ora já un bon cantar farei,/en B) as cantigas de escárnio e maldizer têm temáticas
que vos loarei toda via;/e direi-vos como vos loarei:/ amorosas.
dona fea, velha e sandia! (Joan Garcia de Guilhade) C) nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino.
B) Quer’eu en maneira provençal/fazer agora un cantar D) as cantigas de amigo têm estrutura poética complicada.
d’amor/e querrei muit’i loar mia senhor, a que prez E) as cantigas de amor são de origem nitidamente popular.
nem fremusura non fal,/nem bondade, e mais vos
direi en: tanto fez Deus comprida de ben/que mais 7. (Fuvest) Indique a afirmação correta sobre o Auto da Barca
que todas las do mundo val. (D. Dinis) do Inferno, de Gil Vicente:
C) A melhor dona que eu nunca vi,/per bõa fé, nem que A) É intricada a estruturação de suas cenas, que surpreen-
oí dizer,/ e a que Deus fez melhor parecer,/mia senhor dem o público com o inesperado de cada situação.
est, e senhor das que vi,/ de mui bom preço e de mui B) O moralismo vicentino localiza os vícios não nas ins-
bom sem,/per bõa fé, e de tod’outro bem, de quant’eu tituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas.
nunca doutra dona oí. (Fernão Garcia Esgaravunha) C) É complexa a crítica aos costumes da época, já que
D) Quantos ham gram coita d’amor/eno mundo, qual o autor é o primeiro a relativizar a distinção entre o
hoj’eu hei,/ querriam morrer, eu o sei,/e haveriam en Bem e o Mal.
sabor;/mais, mentr’eu vos vir, mia senhor,/ sempre D) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens
m’eu querria viver/ e atender e atender. (João Garcia populares, as mais ridicularizadas e as mais severa-
de Guilhade) mente punidas.
E) Que coita tamanha ei a sofrer,/por amar amigu’e non E) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não
o ver!/E pousarei sô lo avelanal. (Nuno Fernández fazendo referência a qualquer exemplo de valor
Torneol) positivo..
Luís de Camões
pois consigo tal alma está liada. as ciladas foram vencidas, o que faz o poeta terminar o
canto com os famosos versos:
Mas esta linda e pura semideia,
“No mar tanta tormenta, e tanto dano,
que, como o acidente em seu sujeito,
Tantas vezes a morte apercebida!
assim co’a alma minha se conforma,
Na terra tanta guerra, tanto engano,
está no pensamento como ideia;
Tanta necessidade aborrecida!” (106)
[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
II Canto – está em Mombaça a armada. O rei da terra
como matéria simples busca a forma. manda uma mensagem aos visitantes. Nova perfídia de
CAMÕES, L. In: NABUCO, Joaquim. Pensamentos Soltos e Camões e Baco, na traição maquinada pelos mouros. Vênus suplica a
assuntos americanos. São Paulo, Instituto Progresso Editorial (IPE), 1949. Júpiter proteção para os lusitanos. Júpiter cede ao pedido
da deusa do amor. Incumbe a Mercúrio de providenciar
boa acolhida em Melinde. Tal acontece. O rei de Melinde
pede a Vasco da Gama para lhe contar a história dos
portugueses:
Para saber + Mas antes, valoroso Capitão,
Nos conta (lhe dizia), diligente,
A obra de Camões contém todos os elementos de uma Da terra tua o clima e região
epopeia. Assim: Do mundo onde morais, distintamente;
A) Heroísmo. O herói do poema é Vasco da Gama, E assim de vossa antiga geração,
que encarna em si todas as qualidades do povo E o princípio do Reino tão potente,
português, fazendo com que, na essência, seja o Cos sucessos das guerras do começo,
próprio Portugal, o herói da epopeia.
Que, sem sabê-las, sei que são de preço; (109)
B) Assunto Nacional: Imortaliza os feitos dos seus gran-
des heróis e das grandes façanhas, que colocaram III Canto – Começa, então, Vasco da Gama a sua narra-
Portugal em relevo no concerto das nações. ção. Inicia-a pela descrição da Europa. Mas, antes, o poeta
C) Maravilhoso: Há no poema o maravilhoso cristão luso invoca a musa da eloquência e da epopeia, Calíope.
e o pagão. O poeta invoca em muitos lances a Segue-se a história dos grandes filhos da nação, come-
Deus, e faz entrar na sua obra a ação fantasiosa çando por Viriato, o primeiro grande herói da nacionalida-
dos seres da mitologia clássica. Vênus e Marte são de. Passa Vasco da Gama para outros eventos históricos: o
favoráveis à empresa náutica dos lusos, enquanto casamento de D. Henrique com D. Teresa; o reinado de D.
Baco procura impedi-la. Afonso Henriques, o cerco de Guimarães, no qual se salva
Vejamos, a seguir, o resumo da obra, no sumário de graças à fidelidade do aio Egas Moniz; a aparição de Cris-
cada canto: to a Afonso na batalha de Ourique contra os mouros; os
reinados de Sancho I a D. Fernando; a batalha de Salado; a
I Canto – Após a proposição, invocação e dedicatória, explicação das armas de Portugal; a luta contra os mouros
inicia-se a narração: de Granada, aliados aos de Marrocos; a tragédia de Inês de
“Já no largo Oceano navegavam, Castro, vítima inocente do amor.
As inquietas ondas apartando;
IV Canto – Com a morte de D. Fernando, o rei de
Os ventos brandamente respiravam, Castela se apresenta como pretendente do trono luso.
Das naus as velas côncavas inchando;” (19) Isto porque sua esposa D. Beatriz seria a única herdeira da
Seguem os navios de Vasco da Gama em demanda da coroa. Mas o povo está com o Mestre de Avis (D. João I),
Índia. Os deuses reúnem-se em concílio, a fim de decidirem e com ele o grande Nuno Álvares, que não desejam ver a
a sorte da expedição lusa: pátria sob jugo estrangeiro. Nuno Álvares volta-se contra
os próprios irmãos, traidores que são a favor de Castela.
“Quando os Deuses no Olimpo luminoso, Fere-se a batalha de Aljubarrota, na qual Nuno Álvares
Onde o governo está da humana gente, opera prodígios (28 a 44).
Se ajuntam em concílio glorioso Seguem-se a aventura de Ceuta, o cativeiro do Infante
Sobre as cousas futuras do Oriente.” (20) Santo em Fez; o reinado de D. Duarte e o de D. Afonso V;
as conquistas na África, a batalha de Toro, o reinado de D.
Júpiter vota pelos portugueses e, com ele, Vênus e João II e o de D. Manuel, e o sonho que este último teve
Marte; Baco lhes é contrário (estâncias 24 a 40). A frota sobre a Índia, da qual seria senhor.
segue no mar índico, próximo a Madagascar. Chegam a Prepara-se a comitiva que singrará os mares. A partida
Moçambique. Baco urde uma traição para os navegantes. para o Oriente é saudada com as imprecações do Velho
O governador de Moçambique pretende destroçá-los, do Restelo, que censura a ambição dos conquistadores.
mas a vitória sorri aos portugueses. Passam, continuando
a viagem, ao lado de Quiloa, e chegam a Mombaça. Todas V Canto – Na angra de S. Helena, a aventura de Fer-
não Veloso, de ânimo sempre folgazão; transpondo um VIII Canto – Baco promove outra armadilha aparecen-
morro, é recebido a flechas e pedradas, mas conseguem do em sonho para um sacerdote muçulmano, advertindo-o
salvá-lo, interpelando o companheiro jocosamente, o que dos perigos que os lusos representam para a Índia.
confere a narrativa um sabor anedótico.
IX Canto – No regresso a Portugal, Vênus proporciona
Tem-se, então, o aparecimento do gigante Adamastor:
aos portugueses uma recompensa após tanto trabalho,
“Porém já cinco Sóis eram passados conduzindo-lhes à edênica Ilha dos Amores, recanto
paradisíaco.
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca doutrem navegados, Ó que famintos beijos na floresta,
Prosperamente os ventos assoprando, E que mimoso choro que soava!
Quando uma noite estando descuidados, Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Na cortadora proa vigiando, Que em risinhos alegres se tornava!
Uma nuvem que os ares escurece O que mais passam na manhã, e na sesta,
Sobre nossas cabeças aparece.” (35) Que Vênus com prazeres inflamava,
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo,
E seu aspecto era repelente e apavorador:
Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo
De disforme e grandíssima estatura,
O rosto carregado, a barba esquálida, X Canto – O poeta lamenta seu envelhecimento, invo-
cando Calíope, a musa da eloquência.
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má, e a cor terrena e pálida, Aqui, minha Calíope, te invoco
Cheios de terra e crespos os cabelos, Neste trabalho extremo, por que em pago
A boca negra, os dentes amarelos. Me tornes do que escrevo, e em vão pretendo,
O gosto de escrever, que vou perdendo.
O gigante vocifera ameaças àqueles que ousaram nave-
gar seus mares e prediz para os intrépidos nautas: Vão os anos descendo, e já do Estio
Há pouco que passar até o Outono;
Naufrágios, perdições de toda sorte,
A Fortuna me faz o engenho frio,
Que o menor mal de todos seja a morte. (44)
Do qual já não me jacto nem me abono.
— “Eu sou aquele oculto e grande Cabo,
Os desgostos me vão levando ao rio
A quem chamais vós outros Tormentório,” (50)
Do negro esquecimento e eterno sono.
“Chamei-me Adamastor, e fui na guerra
Mas tu me dá que cumpra, ó Grã Rainha
Contra o que vibra os raios de Vulcano;” (51)
Das Musas, co’o que quero à nação minha.
E o gigante do Cabo das Tormentas (Cabo da Boa Es-
perança), passa a narrar sua desventurada história: seu As futuras glórias dos portugueses são narradas. Con-
malogrado amor por Tétis e sua conversão em Cabo pelos forme a concepção de Ptolomeu, Tétis, do alto do monte,
deuses. descreve o universo a Gama. O poeta se deixa vencer pela
Vasco da Gama pede a Deus para que afastasse os cruéis amargura e pelo desânimo.
sucessos que o gigante predissera. E a viagem prossegue,
os marujos enfrentam os mares, o escorbuto, até chegar
ao hospitaleiro reino de Melinde, a cujo rei o Capitão acaba Não mais, Musa, não mais, que a Lira tenho
de fazer a longa narração solicitada. Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
VI Canto – O rei de Melinde promove festas em ho-
menagem aos portugueses. Novamente voltam os lusos Cantar a gente surda e endurecida.
ao mar. Baco continua na sua perseguição e Fernão Veloso O favor com que mais se acende o engenho
põe-se a narrar o episódio dos Doze da Inglaterra. Depois, Não no dá a pátria, não, que está metida
festas, banquetes, novas aventuras de cavalaria... Porém, No gosto da cobiça e na rudeza
Baco não descansa: consegue de Netuno uma tremenda
tempestade. A situação é desesperadora. Vênus desce De uma austera, apagada e vil tristeza.
aos mares e obtém das ninfas, de quem os ventos se ena-
moram, que os amansem. (85-91). Avistam de novo terra. Lamenta a pátria que se afunda na decadência e exorta
Vasco da Gama, ao ver as terras de Calicute, prostra-se e o rei para soerguê-la de novo nas galas do esplendor e da
rende graças a Deus. glória.
TAVARES, Hênio. Teoria Literária. 11 ed. rev. e atual. Belo Horizonte:
VII Canto – Em que os lusitanos desembarcam na Villa Rica, 1996 (adaptado).
Índia e ao palácio do Samarim (título dos reis de Calicute),
selando um pacto de amizade.
Que ameaço divino ou que segredo Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. p. 529.)
4. (UFJF-PISM 3 – 2016) As referências à Senhora de Camões O texto a seguir é referente às próximas três questões.
(texto I) e à nhá Biela de Dalton Trevisan (texto II) têm
[...] o professor e escritor português Helder Macedo, que, no
em comum:
ensaio Camões e a viagem iniciática, irá contestar a teoria
A) as antíteses reiteradas. da castidade do poeta Camões, argumentando que o autor
B) a comparação aos deuses. Luís de Camões, à frente do seu tempo, teria, na verdade,
C) a metáfora celeste. procurado e desenvolvido uma nova filosofia na qual os
D) a aliteração sibilante. valores até então inconciliáveis do homem (o corpo e a
E) a hipérbole da beleza. alma) pudessem, na sua poesia, finalmente se combinar.
Ora, Camões estava, sim, inserido numa Europa qui-
5. (UERN – 2015) Os gêneros literários são empregados com nhentista, que ainda apresentava como grandes ícones
finalidade estética. Leia os textos a seguir. poéticos os renascentistas italianos Dante e Petrarca, que,
Busque Amor novas artes, novo engenho, como dissemos, eram defensores do amor não carnal e
em cujos versos a figura feminina era via de regra vista
Para matar-me, e novas esquivanças;
como símbolo de pureza. Entretanto, se estes dois poetas
Que não pode tirar-me as esperanças, aprovisionam o seu fazer poético de um caráter platônico
Que mal me tirará o que eu não tenho. indubitável (e não o fazem apenas na arte, mas também
(Camões, L. V. de. Sonetos. Lisboa: Livraria Clássica Editora. 1961. Fragmento.) na vida, haja vista as biográficas paixões inalcançáveis que
estes nutriam pelas mulheres que se tornariam as suas
Porém já cinco sóis eram passados respectivas musas poéticas: Beatriz e Laura), a mesma
Que dali nos partíramos, cortando certeza não se pode ter em relação ao poeta português.
Os mares nunca doutrem navegados, Isto porque viver na Europa quinhentista não faz neces-
Prosperamente os ventos assoprando, sariamente de Luís de Camões um quinhentista genuíno,
Quando uma noite, estando descuidados no sentido ideológico e não temporal da palavra, não
insere obrigatoriamente Camões no pensamento do seu
Na cortadora proa vigiando, tempo, a coadunar, parcial ou totalmente, com a visão
Uma nuvem, que os ares escurece, de mundo vigente. E serão estas duas possibilidades,
Sobre nossas cabeças aparece. estes inegociáveis estar e não estar camonianos em sua
(Camões, L. V. Os Lusíadas. Abril Cultural, 1979. São Paulo. Fragmento.) época, que provocarão as dubiedades semânticas que
podemos observar com frequência nas leituras críticas
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a
de sua poesia.
classificação dos textos.
Marcelo Pacheco Soares, Camões & Camões ou Pede o desejo, Camões, que vos leia. <http://
A) Épico e lírico. C) Lírico e dramático. www.revistavoos.com.br/seer/index.php/voos/article/view/46/01_Vol2_VOOS2009_CL20>.
B) Lírico e épico. D) Dramático e épico.
7. (ESPM – 2017) Segundo o texto:
6. (PUC Camp – 2016) [...] os mitos e o imaginário fan- A) Camões não se enquadra cronologicamente no qui-
tástico medieval não foram subitamente subtraídos da nhentismo, mas sim ideologicamente.
mentalidade coletiva europeia durante o século XVI. [...] B) alvos da crítica literária, as contradições semânticas
Conforme Laura de Mello e Sousa, “parece lícito considerar são frequentes na produção poética camoniana.
que, conhecido o Índico e desmitificado o seu universo C) Camões produziu uma teoria da castidade, ao defen-
fantástico, o Atlântico passará a ocupar papel análogo no der o amor puro, não material, não carnal.
imaginário do europeu quatrocentista”. D) a busca da conciliação entre matéria e espírito, corpo
(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas, projeções e descober- e alma, é um traço típico da lírica camoniana.
tas portuguesas no Índico (1498-1554). São Paulo: Annablume, 2010, p. 197)
E) a consciência das tensões entre corpo e alma, “estar”
Se no século XVI a presença de mitos e do imaginário e “não estar”, faz de Camões um poeta à frente de
fantástico se fazia notar nas artes e na literatura europeia, seu tempo.
como em Os Lusíadas, de Camões, no Brasil isso não
ocorria porque 8. (ESPM – 2017) Ainda de acordo com o texto,
A) as tendências literárias mais sistemáticas no país A) o professor e escritor português citado discorda de
privilegiavam as formas clássicas. uma teoria filosófica nova desenvolvida por Camões.
B) predominava entre nós a inclinação para as teses do B) a mulher, no quinhentismo, era vista, contrariando
Indianismo. a regra, como um ser idealizado, puro, inalcançável.
C) nossas manifestações literárias consistiam em descri- C) Camões produziu obras biográficas cujas fontes de
inspirações poéticas eram as figuras femininas.
ções informativas e textos religiosos.
D) Camões não seguiu rigidamente os cânones renas-
D) os jesuítas opunham-se a qualquer divulgação de centistas da época: o platonismo e o petrarquismo.
literatura calcada em mitos pagãos.
E) paira uma incerteza sobre a genuína influência da
E) não era do interesse do colonizador permitir a difusão
filosofia platônica nos clássicos renascentistas Dante
da alta cultura europeia entre nós. e Petrarca.
9. (ESPM – 2017) Baseando-se estritamente no ponto de 11. (G1-IFSP – 2016) Considerando o Classicismo em Portu-
vista teorizado no texto (e não no sentido amplo da obra gal, assinale a alternativa CORRETA.
camoniana), Camões poderia ser vinculado a uma das A) Os Lusíadas é a principal obra lírica de Camões
definições abaixo, que caracterizam períodos da História e o tema central é o sofrimento por um amor não
da Literatura. Assinale-a: correspondido.
A) “Obediente a estritas normas de cortesia – o ‘amor cor- B) Os Lusíadas tem como temática a descoberta do
tês’ –, rendia vassalagem absoluta à dama, prometia Brasil e a relação entre o colonizador e o índio.
servi-la e respeitá-la fielmente, ser discreto embora C) Luís Vaz de Camões é o principal autor do Classicismo
ciumento, empalidecer na sua presença...” em Portugal e destacou-se por sua produção épica
B) “visão de mundo centrada na ideia do valor essencial e lírica.
e supremo do Homem, em oposição às teorias que
D) Uma característica dos versos de Camões é que eles
privilegiam a Natureza, a realidade física ou concreta.”
não apresentam uma métrica, são livres e brancos.
C) “Entendido ora como liame entre a Renascença e o Barro-
E) Uma característica de Camões é que ele desprezava
co, ora como uma tendência autônoma e diferenciada...” Portugal e o povo português.
“É marcado pela contradição e o conflito e assumiu na
vasta área em que se manifestou variadas feições.” 12. (Unicamp – 2021) Leia o poema e responda à questão
D) “A envolvente estesia verbal ... ‘distraía’ a consciência que se segue.
do pecado ou do erro, simbolizado na prática de uma
vida não cristã e não católica.” A fermosura desta fresca serra
e a sombra dos verdes castanheiros,
E) “...pregavam, na esteira de Horácio, a ‘áurea mediocri-
dade’, ou seja, a dourada mediania existencial, trans- o manso caminhar destes ribeiros,
corrida sem sobressaltos, sem paixões ou desejos.” donde toda a tristeza se desterra;
10. (Unicamp – 2021) Mudam-se os tempos, mudam-se as o rouco som do mar, a estranha terra,
vontades, o esconder do Sol pelos outeiros,
Muda-se o ser, muda-se a confiança: o recolher dos gados derradeiros,
Todo o mundo é composto de mudança, das nuvens pelo ar a branda guerra;
Tomando sempre novas qualidades. enfim, tudo o que a rara natureza
Continuamente vemos novidades, com tanta variedade nos oferece,
Diferentes em tudo da esperança: se está, se não te vejo, magoando.
Do mal ficam as mágoas na lembrança, Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
E do bem (se algum houve) as saudades.
sem ti, perpetuamente estou passando,
O tempo cobre o chão de verde manto, nas mores alegrias, mor tristeza.
Que já coberto foi de neve fria,
É CORRETO afirmar que, no soneto de Camões,
E em mim converte em choro o doce canto.
A) a beleza natural aborrece o eu lírico, uma vez que se
E afora este mudar-se cada dia, transforma em objeto de suas maiores tristezas.
Outra mudança faz de mor espanto, B) a variedade da paisagem está em harmonia com o
Que não se muda já como soía*. sentimento do eu lírico porque a relação amorosa é
(Luís Vaz de Camões) imperfeita.
C) a harmonia da natureza consola o eu lírico das im-
*soía: terceira pessoa do pretérito imperfeito do indicativo
perfeições da vida e da ausência da pessoa amada.
do verbo “soer” (costumar, ser de costume).
D) a singularidade da natureza entristece o eu lírico
(Luís de Camões, 20 sonetos. Campinas: Editora da Unicamp, p.91.)
quando ele está distante da pessoa amada.
Indique a afirmação que se aplica ao soneto escrito por
Camões.
A) O poema retoma o tema renascentista da mudança
das coisas, que o poeta sente como motivo de espe-
rança e de fé na vida.
B) A ideia de transformação refere-se às coisas do mun-
do, mas não afeta o estado de espírito do poeta, em
razão de sua crença amorosa.
C) Tudo sempre se renova, diferentemente das esperan-
ças do poeta, que acolhem suas mágoas e saudades.
D) Não apenas o estado de espírito do poeta se altera,
mas também a experiência que ele tem da própria
mudança.
Vários poetas modernistas, dotados de forte senso crítico, do índio, assim como a dificuldade e a incapacidade do europeu
se apropriaram da Carta para uma revisão de leitura do país. para compreender que poderia existir um outro tipo de ordem
Oswald de Andrade, em seu livro de poemas Pau-Brasil, no social e cultural diferente da vigente em Portugal e na Europa.
texto As meninas da gare, recorta a passagem da descrição Para Gândavo, o mundo do indígena era o da desordem, pois
das índias nuas e desloca-as para o espaço da estação ferro- tinham, de acordo com sua ótica europeia, uma vida bestial.
viária, com viés crítico, descarrilando o sentido e antecipando Diante daquilo que observa e vê, Gândavo se mantém inteiro
a questão da exploração sexual, da prostituição nativa pelo como um europeu renascentista, portador da cultura cristã. Isso
colonizador. Observe, primeiramente, o excerto da Carta e, fica claro ao comentar como vê os indígenas e o que eles não
depois, o poema de Oswald: têm. Falando do outro, acaba dizendo de si mesmo. Primeiro
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças pelos termos que usa, equipara os indígenas às plantas, depois,
e bem gentis, com cabelos muito pretos compridos pelas aproxima-os de animais, afirmando que vivem feito brutos sem
espáduas, e suas vergonhas tão altas e tão cerradinhas, e ordem, destituídos de razão. Como plantas ou como animais, os
tão limpas das cabeleiras, que de as nós muito bem olhar- indígenas estariam mais próximos do estado da natureza, como
mos não tínhamos nenhuma vergonha. seres rústicos distintos dos humanos, sem razão e desprovidos
de qualquer traço de civilização e cultura.
Aliás, é importante observar que, para a cultura de algumas
As meninas da gare épocas e suas escolas literárias, como a romântica e a modernis-
Eram três ou quatro moças bem moças e ta, por razões diferentes, essa maior proximidade da natureza
[bem gentis será um valor positivo, mas, para Gândavo, é negativo. Nesse
sentido, comenta que na língua deles, indígenas, não existe
Com cabelos mui pretos pelas espáduas F, nem L, nem R; sendo assim, para o autor, os indígenas não
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas teriam Fé, nem Lei, nem Rei, vivendo dessa maneira sem justiça
Que de nós as muito bem olharmos e desordenadamente. Com isso, o português depreende que
os indígenas não têm nenhuma daquelas instituições que
Não tínhamos nenhuma vergonha
caracterizavam a vida na Europa do século XVI.
Portanto, Gândavo não faz mais do que reafirmar a visão
Murilo Mendes, em História do Brasil, faz caricatura da fer- eurocêntrica do colonizador branco em relação ao Novo Mundo.
tilidade de nossa terra. Leia o trecho da Carta e, em seguida, o Isso também se encontra em Caminha, mas o escrivão da frota
poema de Murilo Mendes. de Cabral se refere sempre aos indígenas como “homens da
terra” e não como índios e, quando os compara aos animais, o
E de tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, dar-se-á
nela tudo, por bem das águas que tem. Porém, o melhor fruto faz de forma valorativa.
que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente. Esta
deve ser a principal semente que Vossa Alteza nela deve lançar.
Cordeirinha linda,
como folga o povo
porque vossa vinda
lhe dá lume novo!
Cordeirinha santa,
de Iesu querida,
vossa santa vinda
o diabo espanta.
Por isso vos canta,
com prazer, o povo,
porque vossa vinda
lhe dá lume novo.
Nossa culpa escura
fugirá depressa,
pois vossa cabeça
Pôster do filme Hans Staden dirigido por Luiz Alberto Pereira. O protag- vem com luz tão pura
onista homônimo naufraga no litoral de Santa Catarina, chegando a
Vossa formosura
São Vicente, onde se concentra a colônia portuguesa na região. Ao sair
em busca de um escravo, o alemão se vê capturado por tupinambás e é honra é do povo,
levado para a Aldeia Abatuaba, para ser devorado em um ritual antro- porque vossa vinda
pofágico. lhe dá lume novo.
Virginal cabeça
pola fé cortada,
Quinhentismo: Literatura de com vossa chegada,
catequese já ninguém pereça.
No Brasil do século XVI, não houve apenas a prática de uma Vinde mui depressa
literatura de informação. Os padres jesuítas que aqui aporta- ajudar o povo,
ram utilizaram a literatura e o teatro como instrumento de pois com vossa vinda
mediação entre a fé cristã e o paganismo dos povos indígenas. lhe dais lume novo.
Conhecida como literatura de catequese, seu fundamento ób-
[...]
vio era auxiliar na conversão dos indígenas, fazendo com que
certos conceitos de difícil absorção por parte dos autóctones (Pe. José de Anchieta)
5. (UFSM – 2015) Os hábitos alimentares estão entre os 7. (UFLA – 2000) Todas as alternativas são corretas sobre o
principais traços culturais de um povo. Era de se esperar, Padre José de Anchieta, EXCETO:
portanto, que houvesse alguma menção sobre o assunto A) Foi o mais importante jesuíta em atividade no Brasil
no primeiro contato entre os portugueses e os nativos, do século XVI.
conforme relatado na Carta de Pero Vaz de Caminha.
B) Foi o grande orador sacro da língua portuguesa, com
De fato, Caminha escreve a respeito da reação de dois
seus sermões barrocos.
jovens nativos que foram ate a caravela de Cabral e que
experimentaram alimentos oferecidos pelos portugueses: C) Estudou o tupi-guarani, escrevendo uma cartilha
sobre a gramática da língua dos nativos.
Deram-lhe[s] de comer: pão e peixe cozido, confeitos,
bolos, mel e figos passados. Não quiseram comer quase D) Escreveu tanto uma literatura de caráter informativo
nada de tudo aquilo. E se provavam alguma coisa, logo a como de caráter pedagógico.
cuspiam com nojo. Trouxeram-lhes vinho numa taça, mas E) Suas peças apresentam sempre o duelo entre anjos
apenas haviam provado o sabor, imediatamente demons- e diabos.
traram não gostar e não mais quiseram. Trouxeram-lhes
água num jarro. Não beberam. Apenas bochechavam, Texto para as próximas duas questões:
lavando as bocas, e logo lançavam fora. Texto I
Fonte: CASTRO, Silvio (org.) A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 93. A partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segun-
A partir da leitura do fragmento, são feitas as seguintes da-feira, 9 de março. [...] E domingo, 22 do dito mês, às
afirmativas: dez horas, pouco mais ou menos, houvemos vista das
I. No fragmento, ao dar destaque às reações dos nati- ilhas de Cabo Verde, ou melhor, da ilha de S. Nicolau [...].
vos frente à comida e a bebida oferecidas, Caminha E assim seguimos nosso caminho por este mar de longo,
registra o comportamento diferenciado deles quanto até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram
aos itens básicos da alimentação de um europeu. vinte e um dias de abril, estando da 8dita ilha obra de
660 léguas, segundo os pilotos diziam, 1topamos alguns
II. No fragmento, percebe-se a antipatia de Caminha
sinais de terra, os quais eram muita quantidade de 5ervas
pelos nativos, o que se confirma na leitura do restante
compridas, a que os 4mareantes chamam 6botelho [...].
da carta quanto a outros aspectos dos indígenas,
E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a
como sua aparência física.
que chamam 7fura-buxos. Neste dia, a horas de véspera,
III. O predomínio de verbos de ação, numa sequência de 2
houvemos vista de terra!
eventos interligados cronologicamente, confere um 9
Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo
teor narrativo ao texto.
[...]; ao monte alto o capitão pôs o nome de 3O Monte
Está(ão) CORRETA(s) Pascoal, e à terra, A Terra de Vera Cruz.
A) apenas I. D) apenas I e III. Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal
B) apenas II. E) I, II e III. Texto II
C) apenas II e III. A descoberta
Seguimos nosso caminho por este mar de longo
6. (Mackenzie) Considere as seguintes afirmações acerca
do texto: Até a oitava Páscoa
I. Constituído de citações do texto I, compõe uma Topamos aves
unidade poética autônoma que atualiza o sentido da E houvemos vista de terra
carta de Pero Vaz de Caminha. Oswald de Andrade, “Pero Vaz Caminha”
II. O poeta chamou de A descoberta o que na verdade
é apropriação de outro texto, sugerindo que a desco- 8. (UFV MG) Sobre José de Anchieta é INCORRETO afirmar
berta do Brasil possa também ser entendida como um que:
tipo de apropriação. A) cultivou especialmente os autos, buscando, na ale-
III. A ideia de renovação da tradição já está insinuada no goria, tornar mais acessíveis às mentes indígenas os
trocadilho do título da coletânea: “Pero Vaz Caminha”. conceitos e os dogmas do cristianismo.
IV. A ausência de elementos de coesão entre os versos B) no teatro, o “Auto de São Lourenço” destaca-se como
resulta num conjunto fragmentado de frases nomi- obra catequética de influência medieval.
nais, traço de estilo que lembra a estética futurista.
C) na poesia lírica encontram-se suas mais belas com-
Assinale: posições, expressivas de uma fé profunda.
A) se todas as afirmações estiverem corretas. D) apesar de pautada na língua e na cultura do índio, sua
B) se todas as afirmações estiverem incorretas. produção literária não se caracteriza como literatura
C) se apenas as afirmações I e III estiverem corretas. já tipicamente brasileira.
D) se apenas as afirmações I, II e III estiverem corretas. E) sua obra teatral, marcadamente alegórica e anti-reli-
E) se apenas as afirmações I, III e IV estiverem corretas. giosa, moldou-se nos padrões renascentistas.