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ANÁLISE ESTRUTURAL VIA MEF DE PONTE ROLANTE

PARA CARGA DE 3 TONELADAS


Wesley Quirino dos Santos
wesleyquirino.ufv@gmail.com
Disciplina – Professor(a)

Resumo
O presente estudo se concentra na análise estrutural utilizando o método dos elementos finitos
de uma ponte rolante monoviga, com capacidade de carga de 3000kg, localizada em ambiente
interno fechado. A avaliação é conduzida conforme as diretrizes estabelecidas pela NBR 8400
e NBR 10084. A primeira norma é empregada para determinar as cargas e os critérios de
resistência e estabilidade, enquanto a segunda é utilizada para estabelecer os limites de
deflexão aceitáveis. A modelagem computacional é realizada com o software Ansys 2024 R1
na sua versão estudantil. Os elementos empregados no modelo são SHELL181, representando
elementos de casca, e BEAM188, representando elementos de viga. Considera-se o contato
não linear entre a viga principal e a cabeceira da ponte rolante, visando uma melhor
aproximação das forças que afetam os parafusos de conexão. Os resultados da análise são
satisfatórios e atenderam aos requisitos estipulados pelas normas mencionadas.

Palavras-chave: Ponte Rolante. Análise Estrutural. Elementos Finitos. NBR 8400. NBR
10084.

Introdução
Uma ponte rolante é um equipamento de elevação usado em ambientes industriais para
movimentar cargas pesadas horizontalmente. Consiste em uma estrutura com trilhos
superiores, sobre os quais um carro se desloca. Esse carro suporta um mecanismo de elevação
para levantar e abaixar as cargas. Na Figura 01, a seguir, são apresentados os principais
componentes que constituem o equipamento aqui estudado.

Flange de
Ligação
Viga Principal
[]410x300mm

Mecanismos de
translação
Cabeceira

Talha Elétrica

Figura 1 – Ponte rolante estudada


Fonte: Do Autor, 2024
Figura 2 - Dados da talha elétrica de 3 toneladas
Fonte: FEBA, 2023

Os dados gerais da ponte rolante, em questão, são os seguintes:

• Localização: Ambiente interno


• Capacidade nominal: 3000 kg
• Vão entre apoios: 9,0 m
• Velocidade de elevação da carga: 14,0 m/min
• Velocidade de translação do equipamento: 20,0 m/min
• Aceleração de translação do equipamento: 0,16 m/s²
• Peso da talha elétrica: 500 kg
• Velocidade de direção da talha: 20 m/min
• Aceleração de direção da talha: 0,16 m/s²
• Classe de utilização: C
• Estado de Carga: 1

1 Métodos de Cálculo
A NBR 8400 trata-se de uma norma técnica brasileira, que tem por objetivo
estabelecer diretrizes fundamentais para o cálculo das partes estruturais e componentes
mecânicos dos equipamentos de levantamento e movimentação de cargas, independentemente
da complexidade ou do propósito do equipamento. Através dela, é possível determinar as
solicitações e suas combinações, bem como as condições de resistência, estabilidade e
durabilidade dos componentes do equipamento em relação à estas solicitações.
A norma permite, então, que a estrutura seja classificada em diversos grupos, a
depender de dois fatores, que são, a classe de utilização e o estado de carga, cujo objetivo é o
de determinar as solicitações que deverão ser consideradas no projeto. A classificação da
ponte aqui estudada é feita conforme destacado na Figura 03.
Figura 3 – Classificação da estrutura do equipamento
Fonte: NBR 8400:1984

Com base nas características do equipamento em questão, temos que a estrutura


pertence à classe de utilização C e ao estado de carga 1 (Figura 3). Ao cruzar-se estas
informações na Tabela 4 da norma (Figura 4), obtêm-se então o grupo 4 como o grupo de
equipamentos ao qual a ponte rolante em estudo pertence, o que nos leva a um fator de
majoração Mx = 1,06, conforme pode ser visto na Figura 5.

Figura 4 – Classificação em grupos da estrutura do equipamento


Fonte: NBR 8400:1984
Figura 5 – Coeficiente de Majoração para equipamentos industriais
Fonte: NBR 8400:1984

Segundo a NBR 8400:1984, são previstos nos cálculos três casos de solicitações, que
são:

• Caso I - serviço Normal sem vento;


• Caso II - serviço Normal com vento limite de serviço;
• Caso III - solicitações excepcionais.

Para cada um destes casos, determina-se uma solicitação máxima que serve de base
para os cálculos.
Uma vez que o equipamento opera em ambiente interno fechado, os efeitos devido ao
vento foram desconsiderados. Assim, as solicitações consideradas para o cálculo da estrutura
foram baseadas nos casos I e III.
Para o caso I, consideram-se as solicitações estáticas devidas ao peso próprio (S G), as
solicitações devidas à carga de serviço (SL) multiplicadas pelo coeficiente dinâmico (ψ), e os
efeitos horizontais mais desfavoráveis (SH). O conjunto destas solicitações deve ser
multiplicado pelo coeficiente de majoração, conforme a seguinte expressão:

Caso I → Mx(SG + ψvSL + ψhSH)

Em que ψv e ψh são os coeficientes dinâmicos vertical e horizontal, respectivamente.


Para o caso III são analisadas as solicitações excepcionais, que se referem aos casos
em que o equipamento, em serviço, encontra-se sob efeito de um amortecimento, cujas
combinações são as solicitações devidas ao peso próprio (SG), acrescidas de solicitação devida
à carga de serviço (SL), acrescentadas do mais elevado dos efeitos de choques (ST).

Caso III → SG + SL + ST

O coeficiente dinâmico vertical pode ser obtido através da tabela 5 da norma (Figura
6), e é determinado com base na velocidade de elevação da carga. Já o coeficiente dinâmico
horizontal é tomado como 2, de acordo com o item B.2.2.3 da NBR 8400.
Figura 6 – Coeficiente dinâmico vertical
Fonte: NBR 8400:1984

Segundo a NBR 10084, equipamentos com capacidade inferior a 250kN, não devem
exceder o valor limite L/600 de deslocamento máximo na direção vertical e horizontal do
equipamento. Portanto, como o comprimento da viga principal é de 9000mm (L = 9,0m),
teremos que o deslocamento máximo admissível é de 15mm.

2 Materiais
A estrutura da ponte rolante é composta por chapas metálicas de aço ASTM A36 e os
parafusos dos flanges de ligação, de aço ASTM A325. Para a representação dos mancais
referentes a roda movida e motora da ponte, foi utilizado, durante a análise, um material
denominado auxiliar, cujas propriedades físicas e mecânicas são apresentadas na Tabela 1
abaixo.

Figura 7 – Materiais utilizados no modelo


Fonte: Do Autor, 2024
PROPRIEDADE ASTM A36 ASTM A325 Auxiliar
Densidade [kg/m³] 7850 7850 1E-10
Módulo de Elasticidade [Mpa] 200000 200000 1E+10
Coeficiente de Poisson 0,3 0,3 0,3
Limite de escoamento [Mpa] 250 635 -
Limite de resistência a tração [Mpa] 450 825 -
Tabela 1 - Propriedades mecânicas dos aços
Fonte: adaptado de JONAS, 2020

Segundo a NBR 8400, são consideradas três possíveis causas de falhas na estrutura,
sendo elas:

a) ultrapassagem do limite de escoamento;


b) ultrapassagem das cargas críticas de flambagem;
c) ultrapassagem do limite de resistência à fadiga.

Para o estudo em questão, estão sendo avaliadas as falhas por ultrapassagem do limite
de escoamento e por ultrapassagem das cargas críticas de flambagem. Desta forma, seguindo
os coeficientes de segurança estabelecidos pela NBR 8400 de 1,5 para o Caso I, e de 1,1 para
o Caso III, tem-se as seguintes tensões admissíveis:

PROPRIEDADE Casa I (MPa) Caso III (MPa)


ASTM A36 166,7 227,3
ASTM A325 423,3 577,3
Tabela 2 – Tensões admissíveis

3 Geometria
A fim de preparar o modelo 3D da ponte rolante para ser utilizada na simulação, foi
feita a simplificação da geometria, em que as chapas foram convertidas em corpos de
superfícies, e os parafusos e mecanismos de translação, em elementos de linhas. Para as
superfícies foram introduzidas espessuras, como apresentado na Figura 8.

Figura 8 – Espessura das chapas em mm


Fonte: Do Autor, 2024
4 Malha
A malha é constituída por 47643 nós e 47427 elementos, sendo 548 elementos de viga
BEAM188, e 46879 elementos SHELL181. Foi feito um refinamento da malha na região dos
furos de fixação do mancal na cabeceira da ponte, e na região do flange de ligação entre a
viga principal e a cabeceira.

Figura 9 – Malha geral da estrutura da ponte e das chapas de ligação


Fonte: Do Autor, 2024

A avaliação da qualidade da malha é feita mediante ao atendimento a critérios que


estão relacionados à forma do elemento, tais como dimensões relativas entre base, altura e
largura, ângulos entre faces ou aresta, dentre outros fatores. Para o estudo aqui realizado,
foram analisados o element quality, o aspect ratio e o skewness.
Diante dos valores observados nas figuras 10, 11 e 12, podemos atestar que a malha
possui boa qualidade, uma vez que o element quality e o aspect ratio possuem grande parte
dos seus valores próximos de 1, e o skewness, valores entre 0,2 e 0.

Element Quality

Figura 10 – Element Quality


Fonte: Do Autor, 2024
Aspect Ratio

Figura 11 – Aspect Ratio


Fonte: Do Autor, 2024

Skewness

Figura 12 – Skewness
Fonte: Do Autor, 2024

5 Contatos e Conexões
Para realizar-se a união das malhas descontínuas entre o flange de ligação e a viga
principal da ponte, e entre o flange de ligação e a cabeceira, foram utilizados contatos do tipo
bonded com formulação MPC, com Pinball Radius de 20mm, conforme mostradas as regiões
de contact e target na Figura 13. Já para a ligação entre o flange da viga principal e o flange
da cabeceira, foi utilizado um contato do tipo frictional, com coeficiente de atrito igual a 0,2 e
Pinball Radius de 30mm. Os demais parâmetros de contato foram mantidos como Program
Controlled. A Figura 15 mostra as regiões de contact e target.

Figura 13 – Contatos tipo bonded


Fonte: Do Autor, 2024
Figura 14 – Contatos tipo frictional
Fonte: Do Autor, 2024

Para a conexão entre os elementos de viga, que representam os parafusos e os


mecanismos de movimentação, e os elementos de casca, foram utilizadas conexões Joints do
tipo Fixed.

Figura 15 – Contatos Joints tipo Fixed


Fonte: Do Autor, 2024

Nestas conexões, as extremidades dos corpos de linha, ou seja, os seus vértices, foram
utilizadas como Reference, enquanto as arestas dos furos presentes nos corpos de superfície,
como Mobile, o que permite assim a deformação os furos durante a análise.

6 Condições de Contorno
Conforme a NBR 8400, para o dimensionamento do equipamento de elevação de
carga, deve-se considerar, em momentos distintos, os dois efeitos horizontais mais
desfavoráveis. Para o nosso estudo, tais efeitos ocorrem durante a frenagem ou aceleração da
talha ao longo da viga principal da ponte, ou durante a aceleração e frenagem das cabeceiras
durante a translação da ponte sobre a viga de rolamento.
Os carregamentos foram aplicados em 3 posições distintas ao longo da viga principal,
sendo a primeira delas considerando a talha e a carga no lado esquerdo, a segunda posição
considerando a carga e a talha no centro da viga, e a terceira posição, no lado direito. Na
tabela 3 estão apresentados os casos de carregamentos considerados no modelo.
CASO DE SOLICITAÇÃO EFEITO HORIZONTAL Auxiliar
CARREGAMENTO
C1 Caso I Frenagem da Talha Lado esquerdo
C2 Caso I Frenagem da ponte Lado esquerdo
C3 Caso III Impacto no para-choque Lado esquerdo
C4 Caso I Frenagem da Talha Centro
C5 Caso I Frenagem da ponte Centro
C6 Caso III Impacto no para-choque Centro
C7 Caso I Frenagem da Talha Lado direito
C8 Caso I Frenagem da ponte Lado direito
C9 Caso III Impacto no para-choque Lado direito

Tabela 3 – Tensões admissíveis

A aceleração gravitacional utilizada é 10,399 m/s², resultado da multiplicação do


coeficiente de majoração 1,06 pela aceleração gravitacional de 9,81 m/s². Já para a aceleração
decorrente dos efeitos horizontais, considerou-se o valor de 0,34 m/s², obtido através da
multiplicação entre o coeficiente de majoração 1,06 pelo coeficiente dinâmico horizontal,
tomado igual a 2, e pela aceleração de frenagem de 0,16 m/s².
O carregamento horizontal devido ao impacto no para-choque (ST) é aplicado no
modelo apenas como uma aceleração resultante da inércia do Pórtico, tendo o seu valor de 0,6
m/s². Conforme mencionado no item 5.5.3.4 da NBR 8400, os efeitos de choque devido à
carga de serviço não são considerados para velocidades de translação abaixo de 0,7 m/s.
Portanto, para o nosso estudo, este carregamento é considerado apenas no Caso III.

Massa = 2153,49 kg

Figura 16 – Massa da Ponte Rolante


Fonte: Do Autor, 2024
Figura 17 – Acelerações aplicadas

Nas figuras 18, 19, 20 e 21 abaixo, estão apresentadas as forças aplicadas ao modelo
decorrentes do peso próprio da talha elétrica, da carga de serviço e dos movimentos
horizontais. O peso próprio da talha elétrica foi considerado como carga de serviço.

Carga Vertical (Cv):


CV = Mx(SGtalha + ψSL)
CV = 1,06(500 x 9,81 + 1,15 x 9,81 x 3000)
CV = 41074,5 N (aplicado na direção Y)

Carga Horizontal (CH):


CH = Mx( ψh (SL + SGtalha))
CH = 1,06(2 x 0,16 x (3000 + 500))
CH = 1187,2 N (aplicado na direção Z ou X, dependendo do caso de carregamento)

Figura 18 – Forças aplicadas no lado esquerdo da viga principal


Fonte: Do Autor, 2024
Figura 19 – Forças aplicadas no centro da viga principal
Fonte: Do Autor, 2024

Figura 20 – Forças aplicadas no lado direito da viga principal


Fonte: Do Autor, 2024

Com relação às restrições, foram utilizados no modelo as do tipo remote displacement,


configuradas conforme a figura 21.
X=Y=0/Z=FREE X=Y=Z=0
Rx=Ry=Rz=FREE Rx=Ry=Rz=FREE

X=Y=0/Z=FREE X=Y=Z=0
Rx=Ry=Rz=FREE Rx=Ry=Rz=FREE

Figura 21 – Restrições aplicadas nas rodas


Fonte: Do Autor, 2024

Raio da roda
= 160mm

Figura 22 – Raio das rodas


Fonte: Do Autor, 2024

7 Resultados
A seguir, serão apresentados os resultados de tensões, deformações, reações de apoio e
fatores críticos de flambagem obtidos no pós-processamento do Ansys Workbench.

7.1 Deslocamentos
Nas figuras 23 e 24 abaixo, estão apresentados os deslocamentos nas direções Y,
vertical, e Z, horizontal, para todos os casos de carga discutidos neste trabalho. O
deslocamento vertical máximo ocorre para o estado de carga C4, conforme pode ser visto na
Figura 25, que representa a deformada para este caso. Já o deslocamento horizontal máximo
ocorre no estado de carga C7, e sua deformada está representada na Figura 26. Em ambos os
casos, os deslocamentos máximos encontrados não ultrapassam o limite máximo obtido
através da norma NBR 10084, que é de 15mm.
Figura 23 – Deslocamentos na direção vertical Y
Fonte: Do Autor, 2024

Figura 24 – Deslocamentos na direção horizontal Z


Fonte: Do Autor, 2024

OK!

8,673mm < 15 mm

Figura 25 – Deslocamento máximo na direção Y


Fonte: Do Autor, 2024
OK!

0,798mm < 15 mm

Figura 26 – Deslocamento máximo na direção Z


Fonte: Do Autor, 2024

7.2 Tensões
A análise das tensões para a cabeceira e para a viga principal da ponte foram feitas por
meio do método de tensões equivalentes de Von-Mises, conforme pode ser visto nas Figuras
27 e 28. O carregamento crítico, tanto para a cabeceira, quanto para a viga principal, ocorrem
no caso de carga C1, e seus valores de tensões máximas podem ser conferidos nas Figuras 29
e 30.

Figura 27 – Tensões de Von-Mises para viga principal


Fonte: Do Autor, 2024

Figura 28 – Tensões de Von-Mises para cabeceira


Fonte: Do Autor, 2024
OK!

108,68 MPa < 166,5 MPa (Caso I)

Figura 29 – Tensões de Von-Mises para viga principal


Fonte: Do Autor, 2024

95,57 MPa < 166,5 MPa (Caso I)

OK!

Figura 30 – Tensões de Von-Mises para cabeceira


Fonte: Do Autor, 2024

7.3 Flambagem – fator de carga crítica


Para abordar a flambagem linear resultante de uma análise estática não linear,
recomenda-se o uso da equação a seguir, que determina o fator de carga crítica, onde a carga
estática é empregada como uma carga de perturbação.

Fcr = Frestart + λi . Fperturb

As Figuras 31 a 37 mostram os fatores de carga crítica para diferentes casos de


carregamento (C1 à C9). Nota-se que todos os modos de flambagem ocorrem na viga
principal, apresentando modo de falha por flambagem local da alma. O fator mínimo
encontrado foi de 10,71, conforme Figura 34, sendo este superior ao valor de 1,5, atendendo,
desta forma, o critério estabelecido pela NBR 8400.
C1 → 15,488

Figura 31 – Fator de carga crítica de flambagem para o estado de carga C1


Fonte: Do Autor, 2024

C2 → 15,459

Figura 32 – Fator de carga crítica de flambagem para o estado de carga C2


Fonte: Do Autor, 2024

C3 → 25,242

Figura 33 – Fator de carga crítica de flambagem para o estado de carga C3


Fonte: Do Autor, 2024
C4 → 10,71

Figura 34 – Fator de carga crítica de flambagem para o estado de carga C4


Fonte: Do Autor, 2024

C5 → 10,842

Figura 35 – Fator de carga crítica de flambagem para o estado de carga C5


Fonte: Do Autor, 2024

C6 → 17,988

Figura 36 – Fator de carga crítica de flambagem para o estado de carga C6


Fonte: Do Autor, 2024
C7→ 17,91

Figura 37 – Fator de carga crítica de flambagem para o estado de carga C7


Fonte: Do Autor, 2024

C8→ 18,657

Figura 38 – Fator de carga crítica de flambagem para o estado de carga C8


Fonte: Do Autor, 2024

C9→ 30,016

Figura 39 – Fator de carga crítica de flambagem para o estado de carga C9


Fonte: Do Autor, 2024
7.4 Reações
As Figuras 40 a 43, a seguir, apresentam as reações de apoio para as rodas 1, 2, 3 e 4,
respectivamente. As rodas 1 e 2 estão sujeitas a maiores reações quando a carga se encontra
posicionada no lado esquerdo da viga principal, no estado de carga C1. Já as rodas 3 e 4
sofrem maiores reações quando a carga está no lado direito. Para a roda 3, isto ocorre no
estado de carga C7, e para a roda 4, no estado de carga C8. Em todos os casos, os maiores
esforços ocorrem na direção Y.

Figura 40 – Reações na roda 1


Fonte: Do Autor, 2024

Figura 41 – Reações na roda 2


Fonte: Do Autor, 2024
Figura 42 – Reações na roda 3
Fonte: Do Autor, 2024

Figura 43 – Reações na roda 4


Fonte: Do Autor, 2024
8 Conclusão
O presente estudo envolveu uma análise estrutural por meio de elementos finitos de
uma ponte rolante de viga única localizada em ambiente interno fechado. Foi realizada uma
avaliação da resistência e estabilidade estrutural do equipamento conforme estabelecido pelas
normas NBR 8400 e NBR 10084. Os resultados indicaram que:

• A ponte rolante demonstrou estar em conformidade com os requisitos da NBR 10084


em relação aos deslocamentos verticais e horizontais, os quais se mantiveram abaixo
do limite de 15 mm.
• As tensões na viga principal e na cabeceira estão em conformidade com os critérios
estabelecidos pela NBR 8400. No entanto, foi observada uma concentração de tensão
na junção entre a viga principal e a cabeceira da ponte.
• O fator mínimo de carga crítica para flambagem foi determinado como 10,71,
excedendo o limite mínimo de 1,5 estabelecido pela NBR 8400.

Diante dos resultados da simulação, pode-se concluir que a ponte rolante está apta para
operar dentro dos parâmetros estabelecidos pela NBR 8400 e NBR 10084, garantindo sua
adequação para o serviço sob as condições previstas.
Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8400: Cálculo de


Equipamentos para Levantamento e Movimentação de Cargas, ABNT – Rio de Janeiro, 1984.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10084: Cálculo de
Estruturas Suporte para Equipamentos de Levantamento e Movimentação de Cargas, ABNT –
São Paulo, 1987.
LAZENDORF, J.Z.; Análise estrutural via MEF de uma ponte rolante conforme NBR 8400 e
NBR 10084, Instituto ESSS de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento, 2020.
MARQUES, M.S.S.; Análise estrutural de um pórtico rolante conforme as normas NBR 8400
e NBR 10084 usando o Ansys Workbench, Instituto ESSS de Ensino, Pesquisa e
Desenvolvimento, São Paulo, 2014.

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