Tipologia de Arquitetura

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Tipologia de Arquitetura

A estação ferroviária é um elemento relativamente novo nas cidades, sua


arquitetura surge com o advento da cidade industrial do século XIX. O transporte
ferroviário passou por um período de crescimento nas décadas seguintes com a
substituição dos cavalos pelas locomotivas a vapor. Em pouco tempo esse novo sistema
de transporte assumiria importante papel no processo industrial inglês, da mesma forma
a ferrovia se populariza em diversos países ela surge nos EUA ainda em 1830, Bélgica e
Alemanha em 1835, Rússia em 1838, na Itália e Holanda em 1839.
A implementação das ferrovias no mundo deu origem a um novo tipo de
arquitetura: a das estações ferroviárias. Algumas estações chegavam a assumir o
papel de “porta da cidade”, motivo esse que facilmente são encontradas em alguns
exemplares do século XIX um pórtico ou um arco do triunfo construído nas fachadas
principais. Ainda que apresentassem sempre novas propostas construtivas, as
estações ferroviárias eram executadas em outros tipos arquitetônicos existentes e já
consolidados. Portanto, havia uma busca incessante por uma linguagem própria para
a construção destas edificações em consonância com a arquitetura que
representassem o século XIX. Portanto, havia uma busca incessante por uma
linguagem própria para a construção destas edificações em consonância com a
arquitetura que representassem o século XIX.
É a partir de 1830 que podemos pensar no nascimento da arquitetura ferroviária
nas cidades industriais, a primeira estação ferroviária foi a estação de Manchester, um
edifício simples com dois pavimentos, sua fachada era tripartida e contava com algumas
janelas. Com o crescimento das linhas de transporte, novos tipos de estações surgiram.
Do modelo inicial proposto em King Cross, um edifício implantado paralelo a linha
com as linhas abrigadas, surge a estação de Cambridge que adiciona ao modelo inicial
um novo edifício do outro lado da linha conectado pela cobertura. Um terceiro e
importante tipo de estação surge nos extremos das linhas, a estação terminal.

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No modelo de estação terminal criado por Tite, para a estação Nine Elms em
Londres, a edificação é implantada perpendicularmente aos trilhos e conta com uma
parte central e duas alas laterais. A parte central das estações em U abrigava o vestíbulo,
bilheteria e dava acesso as plataformas de embarque e desembarque de passageiros. Nas
alas estavam localizados os serviços de bagagem e, às vezes, o desembarque de
passageiros.

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Todas as experiências na área da arquitetura ferroviária foram marcadas pelo


emprego dos diversos estilos utilizados em outros tipos arquitetônicos, resumindo a
cronologia da “imitação de estilos”, mesmo com o aumento do número de passageiros e
com a chegada de uma evolução tecnológica, não ocorreram mudanças significativas,
sob o ponto da funcionalidade nas estações ferroviárias, mas levando-se em conta os
estilos arquitetônicos, observa - se que existiram mudanças sucessivas.
Os três modelos criados inicialmente eram classificados devido ao seu
posicionamento nas linhas; os dois primeiros são utilizados geralmente em estações que
ficam ao longo da linha, sendo denominadas estações de passagem, enquanto que o
terceiro modelo era comumente utilizado por estações que se localizavam nos extremos
das linhas, denominadas dessa forma de estação terminal. Pode existir o caso de uma
estação de passagem ser implantada como uma estação terminal, isso acontece quando a
estação é feita em um ponto em que as composições chegam a estação e devem
retroceder para alcançar a continuação da linha. As características básicas de uma
estação do tipo terminal segundo tratado de meados do século XIX foram:
- “1º Além das vias principais da estrada sobre as quais partem e chegam os trens, vias
de serviço para manobra de locomotivas e para poder guardá-las, ou os vagões. Essas
vias são em maior ou menor número, de acordo com a maior ou menor atividade e de
acordo com a natureza do movimento da ferrovia;
- 2º Edifícios contendo os guichês de distribuição de passagem, salas de espera, salas
para depósito das bagagens na partida e na chegada, e outros acessórios;
- 3º Edifícios especiais para guardar as locomotivas e os vagões;
- 4º Reservatórios de água e gruas hidráulicas para a alimentação das máquinas
locomotivas;
- 5º Nas grandes linhas, sempre parte da estação destinada aos serviços de passageiros,
edifícios de para o serviço de mercadorias expressas, chamadas expedição.”
Sobre as estações de passagem: “Os edifícios das salas de espera deve sempre
conter, além das salas de espera, um vestíbulo, um guichê para a distribuição de
passagens, uma sala para o depósito de bagagens ou mercadorias expedidas de forma
expressa: Uma sala para bagagens ou mercadorias endereçadas à posta restante; Um
escritório para o chefe da estação; Um escritório para o subchefe; Um gabinete para o
encarregado da vigilância; Um alojamento para o chefe da estação e mesmo se possível,
para o subchefe; Sanitários e urinóis para os passageiros devem situar-se em uma
pequena edificação separada e no próprio interior do edifício; O sinaleiro, um gabinete
para a preparação dos escalfadores e o escritório dos funcionários da Ferrovia ficam
localizados ora no edifício das salas de espera, ora em uma edificação separada. Anexa,
às vezes, uma sala para os carteiros.”

# Materiais
Os materiais mais utilizados nas estações ferroviárias da Europa foram a
madeira, principalmente nas estruturas de coberturas; o tijolo maciço, aparente ou
não, em vedações e arcos; a pedra, em alvenarias estruturais; o ferro, nas grandes
estruturas de coberturas, colunas e em elementos decorativos e o vidro, nos
fechamento grandes vãos (esquadrias) de plataformas e no emprego das rosáceas. Por
último, existiam as estações pré-fabricadas, de tijolo, madeira ou ferro, que passaram
a fazer parte da ferrovia pela simplicidade, custo financeiro, rapidez nas construções
e possibilidade de execução em série. Em resumo, a construção de estações
ferroviárias na Europa do século XIX fez um uso bem diversificado de estilos, que de
alguma forma sempre estava associada a arquitetura local, à utilização indiscriminada
do ferro, que trouxe novas possibilidades construtivas e à padronização desse tipo de
edificação pelas companhias ferroviárias.

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