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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0001008-26.2022.5.09.0661

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 04/11/2022


Valor da causa: R$ 62.866,26

Partes:
RECLAMANTE: ANDERSON DA SILVA PEREIRA
ADVOGADO: ROSINEIDE SOUZA DE MATOS
RECLAMADO: MULTIVIDA PARTICIPACOES S/A
ADVOGADO: CESAR EDUARDO MISAEL DE ANDRADE
RECLAMADO: HOSPITAL BOM SAMARITANO DE MARINGA S/A
ADVOGADO: CESAR EDUARDO MISAEL DE ANDRADE
RECLAMADO: ASSOCIACAO BENEFICENTE BOM SAMARITANO
ADVOGADO: RAFAEL LAZZARIN SOUTO
ADVOGADO: ROGERIO MOTA SOUTO
PERITO: RAPHAEL BATISTA MARQUES
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da 3ª Vara do


Trabalho de Maringá (PR)

Autos: 0001008-26.2022.5.09.0661
Autor: ANDERSON DA SILVA PEREIRA
Réu: MULTIVIDA PARTICIPACOES SA E OUTRAS

Engº. RAPHAEL BATISTA MARQUES vem,


respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, expor o quanto segue:

Tendo sido nomeado perito judicial nos autos do


processo em epígrafe, procedeu levantamento das condições ambientais de
trabalho do Reclamante e, após diligências e estudos necessários para bem e
fielmente cumprir o seu mister, vem apresentar suas conclusões
consubstanciadas em laudo técnico, requerendo que o mesmo seja juntado aos
autos do aludido processo para que produza os fins colimados.

Ainda, os laudos de insalubridade e periculosidade


são laudos separados, tendo em vista que cada tema abordado requer
conhecimento técnico distinto, estudo de legislação e normas técnicas
diferentes. Uma vez que serão emitidos 2 (dois) laudos técnicos, devem ser
realizados dois pagamentos separadamente, ou seja, um valor para cada tema.

Em tempo, vem requerer a liberação dos honorários


periciais e que sejam depositados automaticamente na conta bancária Pessoa
Jurídica RAPHAEL BATISTA MARQUES CONSULTORIA – ME (CNPJ:
28.079.537/0001-08) com o cadastro de peritos nesta casa sob o código
Identificador nº 2093 (Banco do Brasil, ag: 0349-2, conta: 61801-2).

Ao final coloca-se à disposição de Vossa Excelência


para prestar quaisquer outros esclarecimentos que se ensejarem necessários.

Termos em que, pede e espera deferimento

Maringá, 14 de outubro de 2023.

Raphael Batista Marques


Perito – CREA-PR 79070/D

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LAUDO DE PERICULOSIDADE

1. INTRODUÇÃO

O objeto desta perícia é identificar a presença de


agente periculoso nas atividades laborais exercidas pelo Reclamante na
empresa Reclamada, no período de 018/04/2021 a 03/08/2022

1.1 DILIGÊNCIA PERICIAL

Data da realização da perícia: 13/09/2023

Local periciado: 2ª Reclamada, Hospital Bom Samaritano de Maringá, sito na Av.


Independência, 93 - Zona 04, Maringá – PR

Horário da perícia: 15:00h

Participantes da perícia:

Sr. Anderson Silva Pereira (Autor);

Dra. Rosineide Souza de Matos (Adv. Autor);

Sr. Luciano Augusto Gutierrez (Técnico Segurança do Trabalho Ré);

Sra. Tania Mara Antônio Pedro (Técnico de segurança do Trabalho);

Sr. Fernando Fratter (Engenheiro de Segurança do Trabalho);

Sr. Ênio Ferreira de Souza (Encarregado Ré);

Dra. Beatriz Gasparotto Ribeiro (Adv. Re).

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2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL E ATIVIDADE DO RECLAMANTE

O HOSPITAL BOM SAMARITANO DE MARINGÁ está


registrado como atividade de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e
unidades de atendimento a urgências. Possui número CNAE 86.10-1-01.
O local de trabalho da autora era em ambiente
construído em alvenaria, com laje, pé direito de 3,5 metros, piso em cerâmica,
com iluminação natural e artificial, ventilação natural e Artificial.
O Reclamante trabalhava na função de Assistente
de manutenção. Suas atividades consistiam em: manutenção geral do Hospital
como troca de lâmpadas, chuveiros, arrumando macas, privadas, passagem de
mangueiras elétricas, manutenção em interruptores e tomadas, iluminação e
check list de geradores.

3. EPI’s

Os documentos de entrega de Equipamentos de


Proteção Individual comprovam a entrega a Reclamante. Os EPI´s verificados e
que estão na ficha de entrega do Reclamante são os que seguem:

✓ Protetor de E.V.A – C.A 37390


✓ Óculos Incolor–C.A 34653
✓ Mascara PFF2 – C.A 17611
✓ Luva Pigmentada – Sem C.A
✓ Macacão de segurança – Sem C.A
✓ Luva de vinil – Sem C.A
✓ Mascara N95 – Sem C.A
✓ Óculos de ampla visão – Sem C.A
✓ Protetor facial incolor – Sem C.A
✓ Capacete C.A 34414

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4. PERICULOSIDADE

A NR-16 trata da descrição das atividades ditas


PERIGOSAS, se realizadas dentro da exposição descrita em seus anexos. O
adicional de periculosidade é devido enquanto perdurarem as condições
perigosas.

Estas atividades devem ser consideradas perigosas, o


que faz jus ao seu adicional devido, independente de proteção ou tempo de
exposição, desde que não eventual.

Adicional de periculosidade é devido a trabalhos ou


operações, de acordo com a NR 16:

✓ com explosivos;
✓ com inflamáveis;
✓ com exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas
atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial;
✓ com energia elétrica;
✓ em motocicleta;
✓ com radiações ionizantes ou substâncias radioativas.

Inflamáveis

O ensinamento da NR-16 informa que, em seu


item16.6: “As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos
liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições
de periculosidade, exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o
limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis líquidos e 135 (cento e trinta e
cinco) quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos.”

Para o Anexo 2, que trata sobre inflamáveis, têm direito


ao adicional de periculosidade os trabalhadores:

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f. nos serviços de operações e manutenção todos os trabalhadores nessas


de navios-tanque, vagões-tanques, atividades ou que operam na
caminhões-tanques, bombas e área de risco.
vasilhames, com inflamáveis líquidos ou
gasosos liquefeitos, ou vazios não-
desgaseificados ou decantados.

Ainda: “2. Para os efeitos desta Norma


Regulamentadora - NR entende-se como:
I. Serviços de operação e manutenção de embarcações, vagões-tanques,
caminhões-tanques, bombas e vasilhames de inflamáveis:
a) atividades de inspeção, calibração, medição, contagem de estoque e
colheita de amostra em tanques ou quaisquer vasilhames cheios;
b) serviços de vigilância, de arrumação de vasilhames vazios não-
desgaseificados, de bombas propulsoras em recinto fechados e de
superintendência;
c) atividades de manutenção, reparos, lavagem, pintura de embarcações,
tanques, viaturas de abastecimento e de quaisquer vasilhames cheios de
inflamáveis ou vazios, não desgaseificados;
d) atividades de desgaseificação e lavagem de embarcações, tanques,
viaturas, bombas de abastecimento ou quaisquer vasilhames que tenham
contido inflamáveis líquidos;
e) quaisquer outras atividades de manutenção ou operação, tais como:
serviço de almoxarifado, de escritório, de laboratório de inspeção de
segurança, de conferência de estoque, de ambulatório médico, de
engenharia, de oficinas em geral, de caldeiras, de mecânica, de eletricidade,
de soldagem, de enchimento, fechamento e arrumação de quaisquer
vasilhames com substâncias consideradas inflamáveis, desde que essas
atividades sejam executadas dentro de áreas consideradas perigosas, ad
referendum do Ministério do Trabalho.”

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Ainda, para o Anexo nº2, São consideradas áreas de


risco:

d. Tanques de inflamáveis líquidos Toda a bacia de segurança

q. abastecimento de inflamáveis Toda a área de operação, abrangendo, no


mínimo, círculo com raio de 7,5 metros com
centro no ponto de abastecimento e o círculo
com raio de 7,5 metros com centro na bomba
de abastecimento da viatura e faixa de 7,5
metros de largura para ambos os lados da
máquina.

Energia Elétrica

Para o Anexo 4, que trata sobre Energia Elétrica, têm


direito ao adicional de periculosidade os trabalhadores:

a) que executam atividades ou operações em instalações ou equipamentos


elétricos energizados em alta tensão;

b) que realizam atividades ou operações com trabalho em proximidade,


conforme estabelece a NR-10;

c) que realizam atividades ou operações em instalações ou equipamentos


elétricos energizados em baixa tensão no sistema elétrico de consumo -
SEC, no caso de descumprimento do item 10.2.8 e seus subitens da NR10
- Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;

d) das empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do


Sistema Elétrico de Potência - SEP, bem como suas contratadas, em
conformidade com as atividades e respectivas áreas de risco descritas no quadro
I deste anexo.

Ainda, segundo o Anexo 4, o trabalho intermitente é


equiparado à exposição permanente para fins de pagamento integral do
adicional de periculosidade nos meses em que houver exposição, excluída a
exposição eventual, assim considerado o caso fortuito ou que não faça parte
da rotina.

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Também informa a norma que:

“2. Não é devido o pagamento do adicional nas seguintes situações:

a) nas atividades ou operações no sistema elétrico de consumo em instalações


ou equipamentos elétricos desenergizados e liberados para o trabalho, sem
possibilidade de energização acidental, conforme estabelece a NR 10;

b) nas atividades ou operações em instalações ou equipamentos elétricos


alimentados por extra baixa tensão;

c) nas atividades ou operações elementares realizadas em baixa tensão,


tais como o uso de equipamentos elétricos energizados e os
procedimentos de ligar e desligar circuitos elétricos, desde que os materiais
e equipamentos elétricos estejam em conformidade com as normas técnicas
oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão
destas, as normas internacionais cabíveis.” (grifo nosso)

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5. SITUAÇÃO DO RECLAMANTE

Inflamáveis

O autor realizava abastecimento de óleo diesel em


geradores de energia móveis pequenos no hospital. Segundo o autor, 1 ou 2
vezes por semana, abastecia entre 20 e 40 litros os geradores pequenos. Tirava
o óleo diesel de um ponto de esgotamento do tanque de 3.000 litros que ficava
armazenado se forma suspensa, dentro de uma bacia de contenção (vide figura
1).

A Ré informou que o autor fazia esses abastecimentos


a cada 20 a 60 dias, pois são pequenos geradores que somente são utilizados
em casos de queda de energia.

Sobre as áreas de risco constantes no Anexo nº 2, a


bacia de contenção é considerada área de risco, porém o autor não adentrava
neste local. O abastecimento de óleo diesel nos geradores tampouco é fato
gerador de insalubridade, devido à baixa quantidade de óleo abastecido (20 a
40 litros), que está abaixo do limite de tolerância da norma (200 litros).

Já a atividade de retirar o óleo do tanque de 3.000


litros, se enquadra no item 1.f do Anexo nº2 da NR-16. A exposição do autor à
este risco, ocorria em média durante 5 minutos, durante o enchimento de galões
com diesel no bico de esgotamento do tanque. Como as versões são
divergentes, a conclusão fica condicionada à:

• Se considerada a versão do autor: este ficava 1 a 2 vezes por semana,


durante 5 minutos, exposto em área de risco, durante o enchimento de
galões com óleo diesel, direto do tanque de armazenamento de 3.000
litros. Caso esta exposição seja considerada INTERMITENTE, então há
que se falar em periculosidade na atividade do autor, durante os trabalhos
para a Ré. Caso esta exposição, por ser extremamente curta, seja
considerada EVENTUAL, então não há periculosidade na atividade do

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autor.
• Se considerada a versão da Ré, o autor ficava 1 vez a cada 20 dias ou 60
dias, durante 5 minutos, exposto em área de risco, durante o enchimento
de galões com óleo diesel, direto do tanque de armazenamento de 3.000
litros. Esta exposição é considerada EVENTUAL, não havendo que se
falar em periculosidade nas atividades do autor, segundo a NR-16.

Figura 1 – Tanque de 3.000 litros com bico de esgotamento do lado externo

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Energia Elétrica

O autor realizava manutenções na parte elétrica do


hospital. Segundo o autor, realizava montagem de painéis novos, fiação,
iliuminação, entre outras. Além disso também realizava manutenção em painéis
antigos, normalmente em 220/380 Volts. Estas manutenções em painéis antigos
ocorria em média 1 vez por semana.

Segundo a Ré o autor não laborou em obras novas.


Informou que as manutenções semanais que ocorriam em painéis usados, eram
feitas com o sistema desenergizado. Todavia informou não existir o sistema
LoTo (sistema de segurança que impede o religamento acidental de energia dos
painéis em manutenção).

O Hospital possui um sistema complexo de energia,


onde estão misturados painéis mais novos, que atendem as normas de
segurança de construção de painéis, com painéis antigos que proteções
adequadas contra toques acidentais de partes energizadas. Além disso a falta
de sistema LoTo deixa o trabalhador exposto à riscos acidentais de choques
elétricos.

Apesar das atividades de manutenção ocorrerem em


circuitos desenergizados, pelo aspecto construtivo dos painéis mais antigos do
hospital, havia a possibilidade de manutenção em painéis parcialmente
energizados e sem a devida proteção contra toques acidentais.

Assim, restou claro o descumprimento do item 10.2.8 e


seus subitens da NR10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade,
durante as atividades de manutenção no SEC realizado pelo autor.

Portanto, há que se falar em periculosidade nas


atividades do autor durante a manutenção da parte elétrica, segundo o item 1.c
do Anexo nº4 da NR-16.

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6. RESPOSTA AOS QUESITOS DO RECLAMANTE

1. Queira o Sr. Perito nomeado pelo R. Juízo descrever detalhadamente as


atividades desempenhadas pelo Reclamante, bem como o meio ambiente de
trabalho dele. Pede-se detalhar o (os) método (s) de trabalho empregado pelo
trabalhador para o cumprimento dos desígnios profissionais exigidos para a sua
função.
Resposta: Item 2.

2. Queira informar o Sr. Perito nomeado pelo R. Juízo se o Reclamante realizava


abastecimento de grupo gerador movido com motor à explosão com o uso de
líquido inflamável derivado do petróleo. Em caso afirmativo pede-se informar se
o trabalhador se submetia aos riscos das “ATIVIDADES E OPERAÇÕES
PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS” previstas no “ANEXO 2” conforme preceitua
a legislação pertinente, ou seja, a “Portaria 3.214 de 8 de junho de 1.978NR 16
- Norma Regulamentadora 16 - Atividades e Operações Perigosas”.
Resposta: Sim, realizava. Vide item 5.

3. Queira informar o Sr. Perito nomeado pelo R. Juízo se o Reclamante tinha


conhecimento prévio dos momentos ou períodos, nos quais seriam necessários
realizar atividades de reabastecimento dos equipamentos.
Resposta: Não, caso houvesse queda de energia e os geradores móveis fossem
utilizados, depois era precisa reabastece-los.

4. Informe o Sr. Perito nomeado pelo R. Juízo se no âmbito da norma técnica


específica, Portaria 3.214 de 8 de junho de 1.978NR 16 - Norma
Regulamentadora 16 - Atividades e Operações Perigosas, ANEXO 2 -
ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM INFLAMÁVEIS se ocorria
EXPOSIÇÃO PERIGOSA, com direito à percepção do adicional de
periculosidade de 30%.
Resposta: Vide item 5.

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5. O Reclamante recebia Ordens de Serviço para a realização das atividades


laborais? Em caso afirmativo informar o Sr. Perito nomeado pelo R. Juízo se
nestas aludidas autorizações consta os riscos existentes em função acesso em
áreas de abastecimento de equipamentos com líquidos inflamáveis.
Resposta: Não verificado.

6. Informe o Sr. Perito nomeado pelo R. Juízo a existência de instalações


elétricas de alta ou baixa tensão, energizadas ou não, cujos equipamentos em
função da peculiaridade de operação, conservação ou manutenção, ofereça
risco de acidentes elétricos por falha operacional ou não operacional no local
onde habitualmente o Reclamante desenvolvia seu labor?
Resposta: Sim.

6.1 Em caso afirmativo, queira informar o que segue:

A) A atividade do Reclamante solicitava do mesmo, prestação de serviços nestes


equipamentos?
Resposta: Manutenção da parte elétrica em baixa tensão.

B) Qual a denominação, voltagem e amperagem destes dispositivos e


equipamentos?
Resposta: Baixa tensão, 220/380 Volts.

C) O Reclamante recebia regularmente treinamentos de prevenção de acidentes


específicos para a operação destes equipamentos e dispositivos?
Resposta: Não comprovado.

D) Habitualmente, o Reclamante ficava à disposição para realização de serviços


de em áreas de risco, independente de ocorrer ou não a demanda de tais
serviços?
Resposta: Não.

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7. Conforme encontrado nos Autos, o Reclamante efetuava serviços técnicos em


áreas de risco 3 (eletricidade). Queira o Sr. Perito nomeado pelo R. Juízo
informar se estas atividades se enquadram como "atividade perigosa" de acordo
com o encontrado na norma técnica vigente.
Resposta: Sim, vide item 5.

8. O Reclamante recebia regularmente EPI(s)? Em caso afirmativo, informar:

a) Quais os tipos de EPI. (s) recebidos pelo Autor;


Resposta: Vide item 3.

b) Se eles eram adequados a todos os riscos em exposição;


Resposta: Sim.

c) Se há prova documental referente a entrega deles;


Resposta: Sim.

d) Se os equipamentos fornecidos ao Reclamante possuem C.A (Certificado de


Aprovação) junto ao Ministério do Trabalho;
Resposta: Sim.

e) Se o reclamante recebia treinamentos para o correto uso dos EPI(s);


Resposta: Sim.

f) Se existe registro dos treinamentos realizados pelo Reclamante,


Resposta: Sim.

g) Qual a periodicidade de troca dos EPI's? Este período é adequado?


Resposta: Diversos, dependendo do tipo do equipamento.

h) Havia fiscalização da utilização dos EPI’s? Se sim, como era realizada esta
fiscalização?
Resposta: Não comprovado.

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9. No local de trabalho do Reclamante existe suficiente sinalização e informação


dos riscos ambientais existentes, bem como, quais o(s) EPI(s) de uso
obrigatórios para a prevenção de fortuitos laboral? Em caso afirmativo, queira
informar se as aludidas sinalizações são rigorosamente observadas.
Resposta: Sim.

10.Faz jus a Reclamante ao adicional de periculosidade? Em que grau?


Resposta: Sim. Não há variação de grau no adicional de periculosidade.

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7. RESPOSTA AOS QUESITOS DAS RECLAMADAS

1. Qual era a função exercida pelo Reclamante?


Resposta: Assistente de Manutenção.

2. Quais eram as atividades exercidas pelo Reclamante diariamente?


Resposta: Item 2.

3. O Reclamante realizava atividades de manutenção em instalações ou


equipamentos elétricos energizados em alta tensão? Poderia citar um exemplo?
Resposta: Não. Somente baixa tensão.

4. O Reclamante realizava atividades de manutenção em equipamentos em


baixa tensão sem realizar a prévia desenergização elétrica? Poderia citar um
exemplo?
Resposta: A manutenção em si, não. Mas a previa verificação e a
desenergização parcial do painel ocorriam.

5. Em caso de positivo para o quesito 4º, é possível enquadrar estas atividades


como situações eventuais, ou seja, não faziam parte da rotina do Reclamante?
Resposta: Não pois ocorriam de forma semanal, isto é, havia frequencia de
acontecimento e não era algo inesperado, raro.

6. O Reclamante recebeu treinamento para execução das atividades bem como


as orientações de segurança e prevenção de acidentes?
Resposta: Sim.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o levantamento realizado durante


as diligências periciais, entre 01/04/2021 a 03/08/2022, devido à divergência
de versões quanto aos inflamáveis, a conclusão fica condicionada à:

• Se considerada a versão do autor: este ficava 1 a 2 vezes por semana,


durante 5 minutos, exposto em área de risco, durante o enchimento de
galões com óleo diesel, direto do tanque de armazenamento de 3.000
litros. Caso esta exposição seja considerada INTERMITENTE, então há
que se falar em PERICULOSIDADE na atividade do autor, durante os
trabalhos para a Ré, segundo o item 1.f do Anexo nº2 da NR-16. Caso
esta exposição, por ser extremamente curta, seja considerada
EVENTUAL, então NÃO HÁ PERICULOSIDADE na atividade do autor.
• Se considerada a versão da Ré, o autor ficava 1 vez a cada 20 dias ou 60
dias, durante 5 minutos, exposto em área de risco, durante o enchimento
de galões com óleo diesel, direto do tanque de armazenamento de 3.000
litros. Esta exposição é considerada EVENTUAL, NÃO HAVENDO QUE
SE FALAR EM PERICULOSIDADE nas atividades do autor, segundo a
NR-16.

Já, quanto a exposição à Energia Elétrica, restou claro


o descumprimento do item 10.2.8 e seus subitens da NR10 - Segurança em
Instalações e Serviços em Eletricidade, durante as atividades de manutenção no
SEC realizado pelo autor. Portanto, há que se falar em PERICULOSIDADE nas
atividades do autor durante a manutenção da parte elétrica, segundo o item 1.c
do Anexo nº4 da NR-16, em todo o período avaliado.

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9. BIBLIOGRAFIA

AYRES, Dennis de Oliveira; CORRÊA, José Aldo Peixoto. Manual de Prevenção


de Acidentes do Trabalho. São Paulo, 2011. Ed: Atlas S.A.

CASTELO FILHO, Orlando; PEREIRA, Fernandes José. Manual Prático – Como


Elaborar uma Perícia de Insalubridade e de Periculosidade. São Paulo, 2000.
Ed: LTr.

JULIANO, Rui. Manual de Perícias. Rio Grande/RS, 2012. Editora do Autor.

FREITAS GUIMARÃES, João Roberto Penna de. Apostila de Riscos Químicos.


Santos: SENAC, 2003.

PATNAIK, Pradyot. Propriedades Nocivas das Substâncias Químicas – Volumes


I e II. Belo Horizonte, 2011. Ed. Ergo.

ROCHA, Geraldo Celso. Trabalho, Saúde e Ergonomia. Curitiba, 2004. Ed:


Juruá.

SALIBA, Tuffi Messias; CORRÊA, Márcia Angelim Chaves. Insalubridade e


Periculosidade, Aspectos Técnicos e Práticos. 5ª Edição. São Paulo, 2000. Ed.
LTr.

VENDRAME, Antonio Carlos. Agentes Químicos na Higiene Ocupacional. São


Paulo, 2011. Editora do Autor.

VENDRAME, Antonio Carlos. Curso de Introdução à Perícia Judicial. São Paulo,


2012. Editora do Autor.

Nada mais tendo a relatar, encerra-se o presente


Laudo Pericial de 14 folhas, digitadas e sem rasuras, assinadas por processo
digital.

Maringá, 14 de outubro de 2023.

Raphael Batista Marques


Perito – CREA-PR 79070/D

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https://pje.trt9.jus.br/pjekz/validacao/23101415011667700000122134535?instancia=1
Número do processo: 0001008-26.2022.5.09.0661
Número do documento: 23101415011667700000122134535

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