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Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco, Ovidio Lopes da Cruz Netto, Ana Luisa M da Costa Lacida, Camila

Cury

Grupo Hospitalar Conceição

GHC-RS
Motorista

JN044-19
Todos os direitos autorais desta obra são protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/12/1998.
Proibida a reprodução, total ou parcialmente, sem autorização prévia expressa por escrito da editora e do autor. Se
você conhece algum caso de “pirataria” de nossos materiais, denuncie pelo sac@novaconcursos.com.br.

OBRA

Grupo Hospitalar Conceição - GHC-RS

Motorista

Edital de Abertura Nº 01/2019

AUTORES
Língua Portuguesa - Profª Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Políticas Públicas de Saúde - Profª Ana Luisa M da Costa Lacida
Informática - Prof. Ovidio Lopes da Cruz Netto
Conhecimentos Específicos - Profª Camila Cury

PRODUÇÃO EDITORIAL/REVISÃO
Elaine Cristina
Erica Duarte
Leandro Filho

DIAGRAMAÇÃO
Elaine Cristina
Thais Regis
Danna Silva

CAPA
Joel Ferreira dos Santos

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA
Leitura e compreensão de textos:.....................................................................................................................................................................................01
Assunto........................................................................................................................................................................................................................................01
Estruturação do texto.............................................................................................................................................................................................................67
Ideias principais e secundárias...........................................................................................................................................................................................01
Relação entre as ideias..........................................................................................................................................................................................................01
Efeitos de sentido....................................................................................................................................................................................................................01
Figuras de linguagem............................................................................................................................................................................................................04
Recursos de argumentação.................................................................................................................................................................................................01
Informações implícitas: pressupostos e subentendidos...........................................................................................................................................01
Coesão e coerência textuais................................................................................................................................................................................................65
Léxico:...........................................................................................................................................................................................................................................09
Significação de palavras e expressões no texto..........................................................................................................................................................09
Substituição de palavras e de expressões no texto...................................................................................................................................................67
Estrutura e formação de palavras......................................................................................................................................................................................98
Aspectos linguísticos:.............................................................................................................................................................................................................20
Relações morfossintáticas....................................................................................................................................................................................................20
Ortografia: emprego de letras e acentuação gráfica sistema oficial vigente (inclusive o Acordo Ortográfico vigente, conforme
Decreto 7.875/12)....................................................................................................................................................................................................................11
Relações entre fonemas e grafias.................................................................................................................................................................................. 100
Flexões e emprego de classes gramaticais....................................................................................................................................................................20
Vozes verbais e sua conversão...........................................................................................................................................................................................65
Concordância nominal e verbal.........................................................................................................................................................................................81
Regência nominal e verbal (inclusive emprego do acento indicativo de crase).............................................................................................87
Coordenação e subordinação: emprego das conjunções, das locuções conjuntivas e dos pronomes relativos..............................71
Pontuação...................................................................................................................................................................................................................................93

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE


Política Nacional de Atenção Básica aprovada pelo Ministério da Saúde do Brasil. Diretrizes e Normas para a Atenção
Básica, para a Estratégia Saúde da Família e o Programa Agentes Comunitários de Saúde. BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚ-
DE..................................................................................................................................................................................................................................... 01
Portaria Nº 2.488 de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de
diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa Agen-
tes Comunitários de Saúde (PACS).Pacto pela Saúde 2006 e consolidação do SUS. BRASIL. Portaria n° 399/GM/MS, de
22 de fevereiro de 2006. Divulga o pacto pela saúde 2006 - consolidação do SUS e aprova as diretrizes operacionais do
referido pacto.............................................................................................................................................................................................................. 16
Estatuto do Idoso. BRASIL. Lei n° 10.741, de 1° de outubro de 2003. Dispõe sobre o estatuto do idoso e dá outras pro-
vidências....................................................................................................................................................................................................................... .61
Estatuto da Criança e do Adolescente. BRASIL. Lei no 8069 de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente.
Brasília, 1991................................................................................................................................................................................................................ 82
Constituição Federal. BRASIL. Constituição Federal. Artigos 196, 197, 198, 199 e 200.Organização do Sistema Único de
Saúde - SUS, planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa.................................................. 105
BRASIL. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para
dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde,a assistência à saúde e a articu-
lação interfederativa, e dá outras providências...........................................................................................................................................110
Lei Orgânica da Saúde e condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funciona-
mento dos serviços correspondentes. Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990 e suas alterações posteriores. Dispõe
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
SUMÁRIO
correspondentes e dá outras providências. Lei Orgânica da Saúde....................................................................................................116
Participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde. Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comuni-
dade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros
na área da saúde e dá outras providências...................................................................................................................................................129

INFORMÁTICA
Conhecimentos do sistema operacional Microsoft Windows XP: Área de Trabalho (Exibir, Classificar, Atualizar, Resolução da
tela, Gadgets) e Menu Iniciar (Documentos, Imagens, Computador, Painel de Controle, Dispositivos e Impressoras, PROGRAMA
Padrão, Ajuda e Suporte, Desligar, Todos os PROGRAMA, Pesquisar PROGRAMA e Arquivos e Ponto de Partida): saber trabalhar,
exibir, alterar, organizar, classificar, ver as propriedades, identificar, usar e configurar, utilizando menus rápidos ou suspensos,
painéis, listas, caixa de pesquisa, menus, ícones, janelas, teclado e/ou mouse; Propriedades da Barra de Tarefas, do Menu
Iniciar e do Gerenciador de Tarefas: saber trabalhar, exibir, alterar, organizar, identificar, usar, fechar PROGRAMA e configurar,
utilizando as partes da janela (botões, painéis,listas, caixa de pesquisa, caixas de marcação, menus, ícones e etc.), teclado e/ou
mouse; Janelas (navegação no Windows e o trabalho com arquivos, pastas e bibliotecas), Painel de Controle e Lixeira: saber
exibir, alterar, organizar, identificar, usar e configurar ambientes, componentes da janela, menus, barras de ferramentas e
ícones; usar as funcionalidades das janelas, PROGRAMA e aplicativos utilizando as partes da janela (botões, painéis, listas, caixa
de pesquisa, caixas de marcação, menus, ícones e etc.), teclado e/ou mouse; Bibliotecas, Arquivos, Pastas, Ícones e Atalhos:
realizar ações e operações sobre bibliotecas, arquivos, pastas, ícones e atalhos: localizar, copiar, mover, criar, criar atalhos,
criptografar, ocultar, excluir, recortar, colar, renomear, abrir, abrir com, editar, enviar para, propriedades e etc.; e Nomes
válidos: identificar e utilizar nomes válidos para bibliotecas, arquivos, pastas, ícones e atalhos............................................................01
Conhecimentos sobre o programa Microsoft Word 2007: Ambiente e Componentes do Programa: saber identificar,
caracterizar, usar, alterar, configurar e personalizar o ambiente, componentes da janela, funcionalidades, menus, ícones, barra
de ferramentas, guias, grupos e botões, incluindo número de páginas e palavras, erros de revisão, idioma, modos de exibição
do documento e zoom;Documentos: abrir, fechar, criar, excluir, visualizar, formatar, alterar, salvar, configurar documentos,
utilizado as barras de ferramentas, menus, ícones, botões, guias e grupos da Faixa de Opções, teclado e/ou mouse; Barra
de Ferramentas: identificar e utilizar os botões e ícones das barras de ferramentas das guias e grupos Início, Inserir, Layout
da Página, Referências, Correspondências, Revisão e Exibição, para formatar, personalizar, configurar, alterar e reconhecer a
formatação de textos e documentos; e Ajuda: saber usar a Ajuda. Conhecimentos sobre o programa Microsoft Excel 2007:
Ambiente e Componentes do Programa: saber dentificar, caracterizar, usar, alterar, configurar e personalizar o ambiente,
componentes da janela, funcionalidades, menus, ícones, barra de ferramentas, guias, grupos e botões; Elementos: definir e
identificar célula, planilha e pasta; saber selecionar e reconhecer a seleção de células, planilhas e pastas; Planilhas e Pastas:
abrir, fechar, criar, visualizar, formatar, salvar, alterar, excluir, renomear, personalizar, configurar planilhas e pastas, utilizar
fórmulas e funções, utilizar as barra de ferramentas, menus, ícones, botões, guias e grupos da Faixa de Opções, teclado e/
ou mouse; Barra de Ferramentas: identificar e utilizar os ícones e botões das barras de ferramentas das guias e grupos Início,
Inserir, Layout da Página, Fórmulas, Dados, Revisão e Exibição, para formatar, alterar, selecionar células, configurar, reconhecer
a formatação de textos e documentos e reconhecer a seleção de células;Fórmulas: saber o significado e resultado de fórmulas;
e Ajuda: saber usar a Ajuda.................................................................................................................................................................................................19
Google Chrome versão atualizada: Ambiente e Componentes do Programa: identificar o ambiente, características e
componentes da janela principal; Funcionalidades: identificar e saber usar todas as funcionalidades do Google Chrome. Mozilla
Firefox versão atualizada: Ambiente e Componentes do Programa: identificar o ambiente, características e componentes da
janela principal; Funcionalidades: identificar e saber usar todas as funcionalidades do Mozilla wFirefox..........................................52

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Legislação de Trânsito: Do Sistema Nacional do Trânsito. Das Normas Gerais de Circulação e Conduta...........................................01
Condução de Veículos por Motorista Profissional. Lei Nº 13.103, de 2 de março de 2015 – Dispõe sobre o exercício da profissão
de Motorista..............................................................................................................................................................................................................................04
SUMÁRIO
Dos Pedestres e Condutores de Veículos não Motorizados. Dos Equipamentos Obrigatórios...............................................................06
Do Cidadão. Da Educação Para o Trânsito. Da Sinalização de Trânsito..............................................................................................................09
Dos Veículos. Do Registro de Veículos. Do Licenciamento. Da Habilitação.....................................................................................................15
Das Infrações. Das Penalidades e Multas. Das Medidas Administrativas. Do Processo Administrativo................................................20
Dos Crimes de Trânsito. Conceitos e Definições. Sinalização de regulamentação. Sinalização de advertência................................38
Noções de primeiros socorros no trânsito....................................................................................................................................................................47
Transporte de passageiros e de cargas perigosas (materiais biológicos).........................................................................................................56
ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA

Compreensão e interpretação de texto. .......................................................................................................................................................................01


Tipologia e gêneros textuais. ............................................................................................................................................................................................03
Figuras de linguagem. .........................................................................................................................................................................................................04
Significação de palavras e expressões. .........................................................................................................................................................................09
Relações de sinonímia e de antonímia. ........................................................................................................................................................................09
Ortografia. ................................................................................................................................................................................................................................11
Acentuação gráfica. ..............................................................................................................................................................................................................15
Uso da crase. ...........................................................................................................................................................................................................................17
Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto. ....................................................................................20
Locuções verbais (perífrases verbais). ............................................................................................................................................................................20
Funções do “que” e do “se”. ..............................................................................................................................................................................................63
Elementos de comunicação e funções da linguagem. ............................................................................................................................................64
Domínio dos mecanismos de coesão textual: emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores
e de outros elementos de sequenciação textual; emprego de tempos e modos verbais. .......................................................................65
Domínio dos mecanismos de coerência textual. ......................................................................................................................................................65
Reescrita de frases e parágrafos do texto: significação das palavras; substituição de palavras ou de trechos de texto; reorganização
da estrutura de orações e de períodos do texto; reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade...................67
Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas na oração e entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e
período composto por coordenação e subordinação). ..........................................................................................................................................71
Concordância verbal e nominal. ......................................................................................................................................................................................81
Regência verbal e nominal. ................................................................................................................................................................................................87
Colocação pronominal. .......................................................................................................................................................................................................93
Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto. ...................................................................................................................................93
Função textual dos vocábulos. .........................................................................................................................................................................................96
Variação linguística. ...............................................................................................................................................................................................................96
Estrutura das palavras ...........................................................................................................................................................................................................98
Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos. ......................................................................... 100
Compreender significa
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE Entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
TEXTO. O texto diz que...
É sugerido pelo autor que...
De acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL O narrador afirma...

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- 3. Erros de interpretação


nadas entre si, formando um todo significativo capaz de
 Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar
contexto, acrescentando ideias que não estão no tex-
e decodificar).
to, quer por conhecimento prévio do tema quer pela
Contexto – um texto é constituído por diversas frases.
imaginação.
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com
 Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli-
é um conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre para o entendimento do tema desenvolvido.
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu  Contradição = às vezes o texto apresenta ideias
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contrárias às do candidato, fazendo-o tirar con-
um significado diferente daquele inicial. clusões equivocadas e, consequentemente, errar a
Intertexto - comumente, os textos apresentam referên- questão.
cias diretas ou indiretas a outros autores através de cita-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Observação:
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a óti-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A par- ca do leitor. Pode ser que existam, mas em uma prova de
tir daí, localizam-se as ideias secundárias (ou fundamen- concurso, o que deve ser levado em consideração é o que
tações), as argumentações (ou explicações), que levam ao o autor diz e nada mais.
esclarecimento das questões apresentadas na prova.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
Normalmente, em uma prova, o candidato deve: relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
 Identificar os elementos fundamentais de uma Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
tempo). vai dizer e o que já foi dito.
 Comparar as relações de semelhança ou de dife-
renças entre as situações do texto. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles,
 Comentar/relacionar o conteúdo apresentado está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblí-
com uma realidade. quo átono. Este depende da regência do verbo; aquele, do
 Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os
 Parafrasear = reescrever o texto com outras pa- pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso
lavras. a necessidade de adequação ao antecedente.
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
1. Condições básicas para interpretar terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
Fazem-se necessários: conhecimento histórico-literário existe um pronome relativo adequado a cada circunstância,
(escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e a saber:
prática; conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
texto) e semântico; capacidade de observação e de síntese; mas depende das condições da frase.
capacidade de raciocínio. qual (neutro) idem ao anterior.
quem (pessoa)
2. Interpretar/Compreender cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído.
LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretar significa: como (modo)


Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. onde (lugar)
Através do texto, infere-se que... quando (tempo)
É possível deduzir que... quanto (montante)
O autor permite concluir que... Exemplo:
Qual é a intenção do autor ao afirmar que... Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
aparecer o demonstrativo O).

1
4. Dicas para melhorar a interpretação de textos sua humanidade, o homem desiguala-se, singulariza-se em
 Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral sua individualidade. O direito é o instrumento da fraterni-
do assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos can- zação racional e rigorosa.
didatos na disputa, portanto, quanto mais informação você O direito à vida é a substância em torno da qual todos os
absorver com a leitura, mais chances terá de resolver as direitos se conjugam, se desdobram, se somam para que o
questões. sistema fique mais e mais próximo da ideia concretizável
 Se encontrar palavras desconhecidas, não inter- de justiça social.
rompa a leitura. Mais valeria que a vida atravessasse as páginas da Lei Maior
 Leia o texto, pelo menos, duas vezes – ou quantas a se traduzir em palavras que fossem apenas a revelação
forem necessárias. da justiça. Quando os descaminhos não conduzirem a isso,
 Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma competirá ao homem transformar a lei na vida mais digna
conclusão). para que a convivência política seja mais fecunda e huma-
 Volte ao texto quantas vezes precisar. na.
 Não permita que prevaleçam suas ideias sobre Cármen Lúcia Antunes Rocha. Comentário ao artigo 3.º.
as do autor. In: 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos
 Fragmente o texto (parágrafos, partes) para me- 1948-1998: conquistas e desafios. Brasília: OAB, Comissão
lhor compreensão. Nacional de Direitos Humanos, 1998, p. 50-1 (com adap-
 Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado tações).
de cada questão.
 O autor defende ideias e você deve percebê-las. Compreende-se do texto CG1A1AAA que o ser humano
 Observe as relações interparágrafos. Um parágra- tem direito
fo geralmente mantém com outro uma relação de conti-
nuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito a) de agir de forma autônoma, em nome da lei da sobrevi-
bem essas relações. vência das espécies.
 Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou b) de ignorar o direito do outro se isso lhe for necessário
seja, a ideia mais importante. para defender seus interesses.
 Nos enunciados, grife palavras como “correto” c) de demandar ao sistema judicial a concretização de seus
ou “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora direitos.
da resposta – o que vale não somente para Interpretação de d) à institucionalização do seu direito em detrimento dos
Texto, mas para todas as demais questões! direitos de outros.
 Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia prin- e) a uma vida plena e adequada, direito esse que está na
cipal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. essência de todos os direitos.
 Olhe com especial atenção os pronomes relati-
vos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., Resposta: Letra E. O ser humano tem direito a uma vida
chamados vocábulos relatores, porque remetem a outros digna, adequada, para que consiga gozar de seus direi-
vocábulos do texto. tos – saúde, educação, segurança – e exercer seus deve-
res plenamente, como prescrevem todos os direitos: (...)
SITES O direito à vida é a substância em torno da qual todos
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- os direitos se conjugam (...).
gues/como-interpretar-textos
http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-melho- 2. (PCJ-MT – Delegado Substituto – Superior – Cespe
rar-a-interpretacao-de-textos-em-provas – 2017)
http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-para-
-voce-interpretar-melhor-um.html Texto CG1A1BBB
http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
tao-117-portugues.htm Segundo o parágrafo único do art. 1.º da Constituição da
República Federativa do Brasil, “Todo o poder emana do
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.” Em virtude
EXERCÍCIOS COMENTADOS
desse comando, afirma-se que o poder dos juízes emana
do povo e em seu nome é exercido. A forma de sua inves-
1. (PCJ-MT – Delegado Substituto – Superior – Cespe tidura é legitimada pela compatibilidade com as regras do
LÍNGUA PORTUGUESA

– 2017) Estado de direito e eles são, assim, autênticos agentes do


poder popular, que o Estado polariza e exerce. Na Itália,
Texto CG1A1AAA isso é constantemente lembrado, porque toda sentença é
dedicada (intestata) ao povo italiano, em nome do qual é
A valorização do direito à vida digna preserva as duas faces pronunciada.
do homem: a do indivíduo e a do ser político; a do ser em si Cândido Rangel Dinamarco. A instrumentalidade do pro-
e a do ser com o outro. O homem é inteiro em sua dimen- cesso. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, p. 195 (com
são plural e faz-se único em sua condição social. Igual em adaptações).

2
Conforme as ideias do texto CG1A1BBB, 1. As tipologias textuais se caracterizam pelos as-
pectos de ordem linguística
a) o Poder Judiciário brasileiro desempenha seu papel com
fundamento no princípio da soberania popular. Os tipos textuais designam uma sequência definida pela
b) os magistrados do Brasil deveriam ser escolhidos pelo natureza linguística de sua composição. São observados as-
voto popular, como ocorre com os representantes dos pectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações logicas.
demais poderes. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argumentativo/
c) os magistrados italianos, ao contrário dos brasileiros, dissertativo, injuntivo e expositivo.
exercem o poder que lhes é conferido em nome de seus
nacionais. A) Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
d) há incompatibilidade entre o autogoverno da magistra- demarcados no tempo do universo narrado, como
tura e o sistema democrático. também de advérbios, como é o caso de antes, agora,
e) os magistrados brasileiros exercem o poder constitucio- depois, entre outros: Ela entrava em seu carro quando
nal que lhes é atribuído em nome do governo federal. ele apareceu. Depois de muita conversa, resolveram...
B) Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Resposta: Letra A. A questão deve ser respondida se- descrevem características tanto físicas quanto psi-
gundo o texto: (...) “Todo o poder emana do povo, que o cológicas acerca de um determinado indivíduo ou
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados no
nos termos desta Constituição.” Em virtude desse coman- presente ou no pretérito imperfeito: “Tinha os cabelos
do, afirma-se que o poder dos juízes emana do povo e mais negros como a asa da graúna...”
em seu nome é exercido (...). C) Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
assunto ou uma determinada situação que se almeje
3. (PCJ-MT – DELEGADO SUBSTITUTO – SUPERIOR – desenvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela
CESPE – 2017 – ADAPTADA) No texto CG1A1BBB, o vo- acontecer, como em: O cadastramento irá se prorro-
cábulo ‘emana’ foi empregado com o sentido de gar até o dia 02 de dezembro, portanto, não se esqueça
de fazê-lo, sob pena de perder o benefício.
a) trata. D) Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma
b) provém. modalidade na qual as ações são prescritas de for-
c) manifesta. ma sequencial, utilizando-se de verbos expressos no
d) pertence. imperativo, infinitivo ou futuro do presente: Misture
e) cabe. todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar
uma massa homogênea.
Resposta: Letra B. Dentro do contexto, “emana” tem o E) Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-
sentido de “provém”. -se pelo predomínio de operadores argumentativos,
revelados por uma carga ideológica constituída de
argumentos e contra-argumentos que justificam a
TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS. posição assumida acerca de um determinado assun-
to: A mulher do mundo contemporâneo luta cada vez
mais para conquistar seu espaço no mercado de traba-
lho, o que significa que os gêneros estão em comple-
TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL mentação, não em disputa.

A todo o momento nos deparamos com vários textos, 2. Gêneros Textuais


sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença São os textos materializados que encontramos em nosso
do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo cotidiano; tais textos apresentam características sócio-co-
que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes municativas definidas por seu estilo, função, composição,
interlocutores são as peças principais em um diálogo ou conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita culinária,
em um texto escrito. e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, piada, de-
É de fundamental importância sabermos classificar os bate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc.
textos com os quais travamos convivência no nosso dia a A escolha de um determinado gênero discursivo depen-
dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais de, em grande parte, da situação de produção, ou seja, a
e gêneros textuais. finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu-
LÍNGUA PORTUGUESA

Comumente relatamos sobre um acontecimento, um tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi- texto, etc.
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a esfe-
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém ras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exemplo,
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas são comuns gêneros como notícias, reportagens, editoriais,
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica são
naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis- comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enciclo-
sertação. pédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência.

3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbo-
sa Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.

SITE
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-textual.htm

Observação: Não foram encontradas questões abrangendo tal conteúdo.

FIGURAS DE LINGUAGEM.

FIGURA DE LINGUAGEM, PENSAMENTO E CONSTRUÇÃO

Disponível em: <http://www.terapiadapalavra.com.br/figuras-de-linguagem-na-escrita-literaria/> Acesso abr, 2018.

A figura de palavra consiste na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, seja por
uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma similaridade. São construções
que transformam o significado das palavras para tirar delas maior efeito ou para construir uma mensagem nova.

1. Tipos de Figuras de Linguagem

1.1. Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos: “Sou um mulato nato no sentido lato mulato
democrático do litoral.”

Onomatopeia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade: Os sinos faziam blem,
blem, blem.
Paranomásia – é o uso de sons semelhantes em palavras próximas: “A fossa, a bossa, a nossa grande dor...” (Carlos
LÍNGUA PORTUGUESA

Lyra)

2. Figuras de Palavras ou de Pensamento

2.1. Metáfora
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude
da circunstância de que o nosso espírito as associa e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da palavra fora
de seu sentido normal.

4
Observação: Gênero pela espécie: Os mortais pensam e sofrem nesse
Toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse mundo).
em que o elemento comparativo não aparece. Singular pelo plural: A mulher foi chamada para
Seus olhos são como luzes brilhantes. ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, chamadas, não apenas uma mulher).
através do emprego da palavra como. Marca pelo produto: Minha filha adora danone. (=
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes. Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja, astronautas foram à Lua).
qualidade do que é semelhante. Símbolo pela coisa simbolizada: A balança penderá
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado).
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora. 2.3.Catacrese
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo,
Outros exemplos: cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando falta de um termo específico para designar um conceito,
Pessoa) toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos:
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
2.4. Perífrase ou Antonomásia
Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar Trata-se de uma expressão que designa um ser através
algum. de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que outro ou por uma expressão que facilmente o identifique:
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é atraindo visitantes do mundo todo.
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de A Cidade-Luz (=Paris)
terra que leva a lugar algum. O rei das selvas (=o leão)

A Amazônia é o pulmão do mundo. Observação:


Em sua mente povoa só inveja. Quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o
nome de antonomásia. Exemplos:
2.2. Metonímia (ou sinédoque) O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando
É a substituição de um nome por outro, em virtude de o bem.
existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito
pode acontecer dos seguintes modos: jovem.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis). 2.5.Sinestesia
Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= As Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as
lâmpadas iluminam o mundo). sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruzamento de sensações distintas.
cruz. (= Não te afastes da religião). Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito =
Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso auditivo; áspero = tátil)
Havana. (= Fumei um saboroso charuto). No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os
Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Sócrates acontecimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
tomou veneno). Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)
Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que 2.6. Antítese
produzo). Consiste no emprego de palavras que se opõem
LÍNGUA PORTUGUESA

Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (= quanto ao sentido. O contraste que se estabelece serve,
Bebeu todo o líquido que estava no cálice). essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos
Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfones envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada
foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás dos dos mesmos. Observe os exemplos:
jogadores). “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
Parte pelo todo: Várias pernas passavam O corpo é grande e a alma é pequena.
apressadamente. (= Várias pessoas passavam “Quando um muro separa, uma ponte une.”
apressadamente). Não há gosto sem desgosto.

5
2.7. Paradoxo ou oximoro 3.2. Gradação (ou clímax)
É a associação de ideias, além de contrastantes, Apresentação de ideias por meio de palavras, sinônimas
contraditórias. Seria a antítese ao extremo. ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descendente
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa. (anticlímax). Observe este exemplo:
Ouvimos as vozes do silêncio. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
com seus olhos claros e brincalhões...
2.8. Eufemismo
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere
desagradável ou chocante. ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem
(= morreu) decrescente de intensidade. Outros exemplos:
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou) “Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu) amor”. (Olavo Bilac)
Faltar à verdade. (= mentir) “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-
se.” (Padre Antônio Vieira)
2.9. Ironia
É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que 3.3. Elipse
as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando Consiste na omissão de um ou mais termos numa
intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construída oração e que podem ser facilmente identificados, tanto por
para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor. pelo contexto.
Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota A catedral da Sé. (a igreja catedral)
mínima. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao estádio)
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
3.3. Zeugma
estão por perto.
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
O governador foi sutil como um elefante.
a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
2.10. Hipérbole
português)
É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só
de realçar uma ideia.
modernos. (só havia móveis)
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar! 3.4.Silepse
A silepse é a concordância que se faz com o termo
2.11. Prosopopeia ou Personificação que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É
É a atribuição de ações ou qualidades de seres animados uma concordância anormal, psicológica, porque se faz com
a seres inanimados, ou características humanas a seres não um termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de
humanos. Observe os exemplos: silepse: de gênero, número e pessoa.
As pedras andam vagarosamente.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um cego Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e
que guia. feminino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
Chora, violão. A) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
intenso.
3. Figuras de Construção ou de Sintaxe Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente per-
3.1. Apóstrofe tence ao gênero masculino, mas com a ideia contida
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa no termo (a cidade de Porto Velho).
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo B) Vossa Excelência está preocupado.
LÍNGUA PORTUGUESA

chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a Vossa Excelência.
que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com
tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos: Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Moça, que fazes aí parada? A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
“Pai Nosso, que estais no céu” concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
Deus, ó Deus! Onde estás? com a ideia que nele está contida. Exemplos:

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A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o
de Salvador. pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleonástico.
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e Observação:
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujeitos O pleonasmo só tem razão de ser quando confere mais
das orações (que se encontram no singular, procissão e vigor à frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo vicioso:
povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está Vi aquela cena com meus próprios olhos.
contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por Vamos subir para cima.
isso que os verbos estão no plural. Ele desceu pra baixo.

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: 3.7.Anáfora


eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles É a repetição de uma ou mais palavras no início de várias
(as três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coerência.
um desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é posta
concorda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa em destaque, permitindo ao escritor valorizar determinado
que está inscrita no sujeito. Exemplos: elemento textual. Os termos anafóricos podem muitas
O que não compreendo é como os brasileiros persistamos vezes ser substituídos por pronomes.
em aceitar essa situação. Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhecia.
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho. “Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.”
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins (Padre Vieira)
públicos.” (Machado de Assis)
3.8. Anacoluto
Observe que os verbos persistamos, temos e somos Consiste na mudança da construção sintática no meio
não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos da frase, ficando alguns termos desligados do resto do
(brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira período. É a quebra da estrutura normal da frase para a
pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma
brasileiros, os agricultores e os cariocas). ligação sintática com as demais.
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
3.5. Polissíndeto / Assíndeto Morrer, todo haveremos de morrer.
Para estudarmos as duas figuras de construção é Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
necessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordenação, A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A oração deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é exercendo nenhuma função sintática. O anacoluto também
assindética. Recordado esse conceito, podemos definir as é chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma
duas figuras de construção: interrupção na sequência lógica do pensamento.
A) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela re-
petição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: Observação:
O menino resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz O anacoluto deve ser usado com finalidade expressiva
nada. em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
B) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên-
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, re- Hipérbato / Inversão
sultando no uso de orações coordenadas assindéti- É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
cas. Exemplos: ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. sujeito venha depois do predicado:
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
venceu ao ódio)
3.6. Pleonasmo Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as Eu cuido dos meus problemas)
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é
realçar a ideia, torná-la mais expressiva.
LÍNGUA PORTUGUESA

O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. #FicaDica


Nesta oração, os termos “o problema da violência”
e “lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. Observação da Zê!
Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o O nosso Hino Nacional é um exemplo de
pronome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. hipérbato, já que, na ordem direta, teríamos:
Outro exemplo: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas. brado retumbante de um povo heroico”.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM


BIBLIOTECONOMIA SUPERIOR – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, faz-se o uso de um
tipo de linguagem figurada denominada
a) metonímia.
b) eufemismo.
c) hipérbole.
d) metáfora.
e) catacrese.

A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
GABARITO OFICIAL: D

2. (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – SUPERIOR - CONPASS/2014)


Identifique a figura de linguagem presente na tira seguinte:

a) metonímia
b) prosopopeia
c) hipérbole
d) eufemismo
e) onomatopeia

Resposta: Letra D. “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para co-
municar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas
por nós” no lugar de “que morreram por nós”.

3. (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE – SUPERIOR - COPEVE/UFAL/2014) Está tão quente que dá para fritar um
ovo no asfalto.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, horário do
dia em que o calor é mais intenso, a temperatura do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou a 65ºC. Para
fritar um ovo, seria preciso que o local alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: 22 jan. 2014.

O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de linguagem.
O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?

a) Eufemismo.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Hipérbole.
c) Paradoxo.
d) Metonímia.
e) Hipérbato.

Resposta: Letra B. A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo que está fazendo. A
figura que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Observação:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa A antonímia pode se originar de um prefixo de sentido
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e an-
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. tipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo e
Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista;
Paulo: Saraiva, 2010. simétrico e assimétrico.
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira 3. Homônimos e Parônimos
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
São Paulo: Saraiva, 2002.  Homônimos = palavras que possuem a mesma gra-
fia ou a mesma pronúncia, mas significados diferen-
SITES tes. Podem ser
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
secoes/estil/estil8.php> A) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/ rentes na pronúncia:
secoes/estil/estil5.php> rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher
(subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); denúncia (subst.) e de-
Disponível em: <http://www.soportugues.com.br/
nuncia (verbo); providência (subst.) e providencia (verbo).
secoes/estil/estil2.php>
B) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di-
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmoni-
SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E
zar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (ar-
EXPRESSÕES.
reio); censo (recenseamento) e senso ( juízo); paço (palácio)
RELAÇÕES DE SINONÍMIA E DE ANTONÍMIA. e passo (andar).

C) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
SIGNIFICADO DAS PALAVRAS caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo
(adv.); livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e das
suas mudanças de significação através do tempo ou em  Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
determinada época. A maior importância está em distinguir rém de formas relativamente próximas. São palavras
sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e homôni- parecidas na escrita e na pronúncia: cesta (recep-
mos e parônimos (homonímia / paronímia). táculo de vime; cesta de basquete/esporte) e sesta
(descanso após o almoço), eminente (ilustre) e imi-
1. Sinônimos nente (que está para ocorrer), osso (substantivo) e
ouço (verbo), sede (substantivo e/ou verbo “ser” no
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - imperativo) e cede (verbo), comprimento (medida) e
abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. cumprimento (saudação), autuar (processar) e atuar
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), defe-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara rir (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, soar (emitir som), aprender (conhecer) e apreender
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, (assimilar; apropriar-se de), tráfico (comércio ilegal)
em deteminado enunciado (aguadar e esperar). e tráfego (relativo a movimento, trânsito), mandato
(procuração) e mandado (ordem), emergir (subir à
Observação: superfície) e imergir (mergulhar, afundar).
A contribuição greco-latina é responsável pela existên-
4. Hiperonímia e Hiponímia
cia de numerosos pares de sinônimos: adversário e antago-
nista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo; contra-
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
veneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo; trans- a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
LÍNGUA PORTUGUESA

formação e metamorfose; oposição e antítese. nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
2. Antônimos O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipônimo,
criando, assim, uma relação de dependência semântica. Por
São palavras que se opõem através de seu significado: exemplo: Veículos está numa relação de hiperonímia com
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; carros, já que veículos é uma palavra de significado ge-
mal - bem. nérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é um
hiperônimo de carros.

9
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em A conotação tem como finalidade provocar sentimen-
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili- tos no receptor da mensagem, através da expressividade e
zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa
repetição desnecessária de termos. linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS blicitários, entre outros. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Você é o meu sol!
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Minha vida é um mar de tristezas.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Você tem um coração de pedra!
Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação #FicaDica
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por- Procure associar Denotação com Dicionário:
tuguesa – 2.ª ed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000. trata-se de definição literal, quando o termo
é utilizado com o sentido que consta no
SITE dicionário.
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Exemplos de variação no significado das palavras: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
teral) Paulo: Saraiva, 2010.
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido fi-
gurado)
SITE
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota-
As variações nos significados das palavras ocasionam o
cao/
sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo (co-
notação) das palavras.
POLISSEMIA
A) Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
apresenta seu significado original, independentemente do Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado mais multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece mas que abarca um grande número de significados dentro
nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra. de seu próprio campo semântico.
A denotação tem como finalidade informar o receptor Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medica- consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
mentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, por dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pedaço da polissemia:
de madeira. Outros exemplos: O rapaz é um tremendo gato.
O elefante é um mamífero. O gato do vizinho é peralta.
As estrelas deixam o céu mais bonito! Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua so-
B) Conotação brevivência
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando O passarinho foi atingido no bico.
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes inter-
LÍNGUA PORTUGUESA

pretações, dependendo do contexto em que esteja inserida, Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de com-
referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão além putadores e rede elétrica, por exemplo, temos em comum
do sentido original da palavra, ampliando sua significação a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de “entre-
mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assu- laçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, que pode
mindo um sentido figurado e simbólico. Como no exemplo ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou “jogo” – o
da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela pode sig- sentido comum entre todas as expressões é o formato qua-
nificar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei pau no driculado que têm.
concurso).

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1. Polissemia e homonímia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi- Paulo: Saraiva, 2010.
cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado, SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
quando duas ou mais palavras com origens e significados coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
monímia. SITE
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.htm
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
polissemia porque os diferentes significados para a pala-
vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabe- EXERCÍCIO COMENTADO
to, o texto de uma canção ou a caligrafia de um determi-
nado indivíduo. Neste caso, os diferentes significados es- 1. (SUSAM-AM – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO –
tão interligados porque remetem para o mesmo conceito, FGV – 2014) “o país teve de recorrer a um programa de
o da escrita. racionamento”. Assinale a opção que apresenta a forma de
reescrever esse segmento, que altera o seu sentido original.
2. Polissemia e ambiguidade
a) O Brasil foi obrigado a recorrer a um programa de
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na racionamento.
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode b) O país teve como recurso recorrer a um programa de
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta- racionamento.
ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação c) O Brasil foi levado a recorrer a um programa de racio-
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em namento.
uma frase. Vejamos a seguinte frase: d) O país obrigou-se a recorrer a um programa de racio-
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen- namento.
temente são felizes. e) O Brasil optou por um programa de racionamento.
Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes: Resposta: Letra E. “o país teve de recorrer a um progra-
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- ma de racionamento”. Assinale a opção que apresenta a
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. forma de reescrever esse segmento, QUE ALTERA O
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela SEU SENTIDO ORIGINAL.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- Em “a”: O Brasil foi obrigado a recorrer a um programa
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- de racionamento = mesmo sentido.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Em “b”: O país teve como recurso recorrer a um progra-
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção ma de racionamento = mesmo sentido.
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- Em “c”: O Brasil foi levado a recorrer a um programa de
micidade. Repare na figura abaixo: racionamento = mesmo sentido.
Em “d”: O país obrigou-se a recorrer a um programa de
racionamento = mesmo sentido.
Em “e”: O Brasil optou por um programa de racionamen-
to = mudança de sentido (segundo o enunciado, o país
não teve outra opção a não ser recorrer. Na alternativa,
provavelmente havia outras opções, e o país escolheu a
de “recorrer”).

ORTOGRAFIA

ORTOGRAFIA
LÍNGUA PORTUGUESA

(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-ca-
belo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, mas ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
duas seriam: grafados segundo acordos ortográficos.
Corte e coloração capilar A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-
ou der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
Faço corte e pintura capilar familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é

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necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e,  Diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís -
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
mologia (origem da palavra).  Após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa.
 Verbos derivados de nomes cujo radical termina
1. Regras ortográficas com “s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar –
pesquisar.
A) O fonema S
São escritos com Z e não S
São escritas com S e não C/Ç  Sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de ad-
 Palavras substantivadas derivadas de verbos com jetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza.
radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - Sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori-
pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão gem não termine com s): final - finalizar / concreto
/ inverter - inversão / aspergir - aspersão / submergir – concretizar.
- submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo  Consoante de ligação se o radical não terminar com
/ compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal
- recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / con- Exceção: lápis + inho – lapisinho.
sentir – consensual.
C) O fonema j
São escritos com SS e não C e Ç
 Nomes derivados dos verbos cujos radicais termi- São escritas com G e não J
nem em gred, ced, prim ou com verbos terminados  Palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa,
por tir ou - meter: agredir - agressivo / imprimir - im- gesso.
pressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder  Estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento,
- excesso / percutir - percussão / regredir - regressão gim.
/ oprimir - opressão / comprometer - compromisso /  Terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com
submeter – submissão. poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege,
 Quando o prefixo termina com vogal que se junta foge.
com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétri- Exceção: pajem.
co - assimétrico / re + surgir – ressurgir.
 No pretérito imperfeito simples do subjuntivo.  Terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio,
Exemplos: ficasse, falasse. litígio, relógio, refúgio.
 Verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir,
São escritos com C ou Ç e não S e SS mugir.
 Vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.  Depois da letra “r” com poucas exceções: emergir,
 Vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, surgir.
Juçara, caçula, cachaça, cacique.  Depois da letra “a”, desde que não seja radical termi-
 Sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, nado com j: ágil, agente.
uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, ca-
niço, esperança, carapuça, dentuço. São escritas com J e não G
 Nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção  Palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
/ deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.  Palavras de origem árabe, africana ou exótica: ji-
 Após ditongos: foice, coice, traição. boia, manjerona.
 Palavras derivadas de outras terminadas em -te,  Palavras terminadas com aje: ultraje.
to(r): marte - marciano / infrator - infração / absorto
– absorção. D) O fonema ch

B) O fonema z São escritas com X e não CH


 Palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi,
São escritos com S e não Z xucro.
 Sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-  Palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, la-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: fre- gartixa.
LÍNGUA PORTUGUESA

guês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.  Depois de ditongo: frouxo, feixe.
 Sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, meta-  Depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
morfose. Exceção: quando a palavra de origem não derive de
 Formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
quiseste.
 Nomes derivados de verbos com radicais termina- São escritas com CH e não X
dos em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / em-  Palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chas-
preender - empresa / difundir – difusão. si, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.

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E) As letras “e” e “i” Alguns Usos Ortográficos Especiais

 Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. 1. Por que / por quê / porquê / porque
Com “i”, só o ditongo interno cãibra.
 Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são POR QUE (separado e sem acento)
escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos
com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: É usado em:
trai, dói, possui, contribui. 1. interrogações diretas (longe do ponto de interroga-
ção) = Por que você não veio ontem?
2. interrogações indiretas, nas quais o “que” equivale
FIQUE ATENTO! a “qual razão” ou “qual motivo” = Perguntei-lhe por
Há palavras que mudam de sentido quando que faltara à aula ontem.
substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área 3. equivalências a “pelo(a) qual” / “pelos(as) quais” = Ig-
(superfície), ária (melodia) / delatar (denun- noro o motivo por que ele se demitiu.
ciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona),
imergir (mergulhar) / peão (de estância, que POR QUÊ (separado e com acento)
anda a pé), pião (brinquedo).
Usos:
1. como pronome interrogativo, quando colocado no
#FicaDica fim da frase (perto do ponto de interrogação) = Você
faltou. Por quê?
Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à 2. quando isolado, em uma frase interrogativa = Por
ortografia de uma palavra, há a possibilidade quê?
de consultar o Vocabulário Ortográfico da Lín- PORQUE (uma só palavra, sem acento gráfico)
gua Portuguesa (VOLP), elaborado pela Acade-
mia Brasileira de Letras. É uma obra de referên- Usos:
cia até mesmo para a criação de dicionários, 1. como conjunção coordenativa explicativa (equivale
pois traz a grafia atualizada das palavras (sem a “pois”, “porquanto”), precedida de pausa na escrita
o significado). Na Internet, o endereço é www. (pode ser vírgula, ponto-e-vírgula e até ponto final)
academia.org.br. = Compre agora, porque há poucas peças.
2. como conjunção subordinativa causal, substituível
por “pela causa”, “razão de que” = Você perdeu por-
2. Informações importantes que se antecipou.

Formas variantes são as que admitem grafias ou pro- PORQUÊ (uma só palavra, com acento gráfico)
núncias diferentes para palavras com a mesma significação:
aluguel/aluguer, assobiar/assoviar, catorze/quatorze, de- Usos:
pendurar/pendurar, flecha/frecha, germe/gérmen, infarto/ 1. como substantivo, com o sentido de “causa”, “razão”
enfarte, louro/loiro, percentagem/porcentagem, relampejar/ ou “motivo”, admitindo pluralização (porquês). Geralmente
relampear/relampar/relampadar. é precedido por artigo = Não sei o porquê da discussão. É
Os símbolos das unidades de medida são escritos sem uma pessoa cheia de porquês.
ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plural,
sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 2. ONDE / AONDE
120km/h.
Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. Onde = empregado com verbos que não expressam a
ideia de movimento = Onde você está?
Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min, Aonde = equivale a “para onde”. É usado com verbos
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e que expressam movimento = Aonde você vai?
quatro segundos).
O símbolo do real antecede o número sem espaço: 3. MAU / MAL
LÍNGUA PORTUGUESA

R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra


vertical ($). Mau = é um adjetivo, antônimo de “bom”. Usa-se como
qualificação = O mau tempo passou. / Ele é um mau ele-
mento.

Mal = pode ser usado como


1. conjunção temporal, equivalente a “assim que”, “logo
que”, “quando” = Mal se levantou, já saiu.

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2. advérbio de modo (antônimo de “bem”) = Você foi 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
mal na prova? ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
3. substantivo, podendo estar precedido de artigo ou 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
pronome = Há males que vêm pra bem! / O mal não pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação,
compensa. etc.
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- 10. Nas formações em que o prefixo tem como segun-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. do termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático,
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hos-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São pitalar, super-homem.
Paulo: Saraiva, 2010. 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação termina com a mesma vogal do segundo elemento:
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. micro-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-obser-
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, vação, etc.
Produção de Textos & Gramática. Volume único / Samira
Yousseff, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – São Paulo: O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
Saraiva, 2002. reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
SITE
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- #FicaDica
tografia
Lembrete da Zê!
4. Hífen Ao separar palavras na translineação (mudan-
ça de linha), caso a última palavra a ser escri-
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para ta seja formada por hífen, repita-o na próxima
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- linha. Exemplo: escreverei anti-inflamatório e,
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima linha
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- linhas). Devido à diagramação, pode ser que a
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). repetição do hífen na translineação não ocorra
em meus conteúdos, mas saiba que a regra é
A) Uso do hífen que continua depois da Reforma Or- esta!
tográfica:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam B) Não se emprega o hífen:


uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se
unem para formam um novo significado: tio-avô, 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo ter-
porto-alegrense, luso-brasileiro, tenente-coronel, se- mina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
gunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, pri- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes:
meiro-ministro, azul-escuro. antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema,
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoo- minissaia, microrradiografia, etc.
lógicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbo- 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo
ra-menina, erva-doce, feijão-verde. termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação,
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, pluria-
recém-casado. nual, autoescola, infraestrutura, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
mas exceções continuam por já estarem consagradas “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” ini-
pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-per- cial: desumano, inábil, desabilitar, etc.
feito, pé-de-meia, água-de-colônia, queima-roupa, 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
deus-dará. o segundo elemento começar com “o”: cooperação,
LÍNGUA PORTUGUESA

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- coobrigação, coordenar, coocupante, coautor, coedi-
-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas com- ção, coexistir, etc.
binações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Angola-Brasil, etc. de composição: pontapé, girassol, paraquedas, para-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- quedista, etc.
per- quando associados com outro termo que é ini- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
ciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-ra- to, benquerer, benquerido, etc.
cional, etc.

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Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon-
dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte, ACENTUAÇÃO GRÁFICA.
não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
pressuposto, propor.
Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso, ACENTUAÇÃO
auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-huma-
no, super-realista, alto-mar. Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, antis- vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
séptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, ultras- dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
som, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, autoa- isso, vamos às regras!
juda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
1. Regras básicas
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A acentuação tônica está relacionada à intensidade com
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que
se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba
tônica. As demais, como são pronunciadas com menos in-
SITE
tensidade, são denominadas de átonas.
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
tografia das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
última sílaba: café – coração – Belém – atum – caju – papel
EXERCÍCIO COMENTADO Paroxítonas – a sílaba tônica recai na penúltima sílaba:
útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível
Proparoxítonas - a sílaba tônica está na antepenúltima
1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces- sílaba: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
pe – 2013 – adaptada)
Há vocábulos que possuem uma sílaba somente: são
A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatena- os chamados monossílabos. Estes são acentuados quando
dos são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os atos tônicos e terminados em “a”, “e” ou “o”: vá – fé – pó - ré.
de comunicação, os quais são indispensáveis para que os
sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos acon- 2 Os acentos
tecidos no correr do procedimento e se habilitem a exercer
os direitos que lhes cabem e a suportar os ônus que a lei A) acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e
lhes impõe. “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas le-
Disponível em: <http://jus.com.br> (com adaptações). tras representam as vogais tônicas de palavras como
pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além
No que se refere ao texto acima, julgue os itens seguintes. da tonicidade, timbre aberto: herói – céu (ditongos
Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto abertos).
nem para seu sentido caso o trecho “A fim de solucionar o B) acento circunflexo – (^) Colocado sobre as letras
litígio” fosse substituído por Afim de dar solução à demanda “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fecha-
e o trecho “tomem conhecimento dos atos acontecidos no do: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs.
correr do procedimento” fosse, por sua vez, substituído por C) acento grave – (`) Indica a fusão da preposição “a”
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
conheçam os atos havidos no transcurso do acontecimento.
D) trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi total-
mente abolido das palavras. Há uma exceção: é
( ) CERTO ( ) ERRADO
utilizado em palavras derivadas de nomes próprios
estrangeiros: mülleriano (de Müller)
Resposta: Errado. “A fim” tem o sentido de “com a in- E) til – (~) Indica que as letras “a” e “o” representam
tenção de”; já “afim”, “semelhança, afinidade”. Se a pri- vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã
meira substituição fosse feita, o trecho estaria incorreto
gramatical e coerentemente. Portanto, nem há a neces- 2.1 Regras fundamentais
sidade de avaliar a segunda substituição.
LÍNGUA PORTUGUESA

A) Palavras oxítonas: acentuam-se todas as oxítonas


terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plu-
ral(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém.
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, se-
guidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo

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B) Paroxítonas: acentuam-se as palavras paroxítonas Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
terminadas em: do Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
i, is: táxi – lápis – júri tivo do mesmo verbo).
us, um, uns: vírus – álbuns – fórum Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fór- terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
ceps mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não Os demais casos de acento diferencial não são mais uti-
de “s”: água – pônei – mágoa – memória lizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substantivo),
pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais
são definidos pelo contexto.
#FicaDica Polícia para o trânsito para que se realize a operação
Memorize a palavra LINURXÃO. Repare que planejada. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, conjun-
esta palavra apresenta as terminações das ção (com relação de finalidade).
paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui
inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará
mais fácil a memorização! #FicaDica
Quando, na frase, der para substituir o “por”
por “colocar”, estaremos trabalhando com um
C) Proparoxítona: a palavra é proparoxítona quando verbo, portanto: “pôr”; nos demais casos, “por”
é preposição: Faço isso por você. / Posso pôr
a sua antepenúltima sílaba é tônica (mais forte). Quanto à
(colocar) meus livros aqui?
regra de acentuação: todas as proparoxítonas são acentua-
das, independentemente de sua terminação: árvore, para-
lelepípedo, cárcere.
2.4 Regra do Hiato
2.2 Regras especiais
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, segunda
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá acento:
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
saída – faísca – baú – país – Luís
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
palavras paroxítonas.
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz
FIQUE ATENTO! Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estive-
rem seguidas do dígrafo nh:
Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos ra-i-nha, ven-to-i-nha.
estiverem em uma palavra oxítona (herói) ou Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
monossílaba (céu) ainda são acentuados: dói, precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
escarcéu. Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):

Antes Agora Antes Agora


assembléia assembleia bocaiúva bocaiuva
idéia ideia feiúra feiura
geléia geleia Sauípe Sauipe
jibóia jiboia
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abo-
apóia (verbo apoiar) apoia lido:
LÍNGUA PORTUGUESA

paranóico paranoico
Antes Agora
2.3 Acento Diferencial
crêem creem
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de lêem leem
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
vôo voo
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
e/ou tempos verbais. Por exemplo: enjôo enjoo

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2. (Anatel – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
#FicaDica Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acento
gráfico tem justificativas gramaticais diferentes.
Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
que, no plural, dobram o “e”, mas que não re- ( ) CERTO ( ) ERRADO
cebem mais acento como antes: CRER, DAR,
LER e VER. Resposta: Errado. Análise = proparoxítona / mínimos
= proparoxítona. Ambas são acentuadas pela mesma re-
Repare: gra (antepenúltima sílaba é tônica, “mais forte”).
O menino crê em você. / Os meninos creem em você. 3. (Ancine – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
Elza lê bem! / Todas leem bem! Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem
Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os acento gráfico com base na mesma regra de acentuação
garotos deem o recado! gráfica.
Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à ( ) CERTO ( ) ERRADO
tarde!
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, Resposta: Certo. Indivíduo = paroxítona terminada em
com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou ditongo; diária = paroxítona terminada em ditongo; pa-
“i” não serão mais acentuadas: ciência = paroxítona terminada em ditongo. Os três vo-
cábulos são acentuados devido à mesma regra.
Antes Depois
4. (Ibama – Técnico Administrativo – cespe – 2012) As
apazigúe (apaziguar) apazigue
palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com a
averigúe (averiguar) averigue mesma regra de acentuação gráfica.
argúi (arguir) argui
( ) CERTO ( ) ERRADO
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo Resposta: Errado. Pó = monossílaba terminada em “o”;
vir). A regra prevalece também para os verbos conter, obter, só = monossílaba terminada em “o”; céu = monossílaba
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles terminada em ditongo aberto “éu”.
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS USO DA CRASE.


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- CRASE
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
SITE o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
EXERCÍCIOS COMENTADOS quais.
O uso do acento indicativo de crase está condicionado
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Ces- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
pe – 2014) Os termos “série” e “história” acentuam-se em minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
conformidade com a mesma regra ortográfica. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
( ) CERTO ( ) ERRADO é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
LÍNGUA PORTUGUESA

tindo a anteposição do artigo a(s).


Resposta: Certo. “Série” = acentua-se a paroxítona ter- Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con-
minada em ditongo / “história” - acentua-se a paroxíto- tratada recentemente.
na terminada em ditongo Após a junção da preposição com o artigo (destacados
Ambas são acentuadas devido à regra da paroxítona ter- entre parênteses), temos:
minada em ditongo. Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada
Observação: nestes casos, admitem-se as separações recentemente.
“sé-ri-e” e “his-tó-ri-as”, o que as tornaria proparoxítonas.

17
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, classi- A letra “a” que acompanha locuções femininas (adver-
fica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referimos biais, prepositivas e conjuntivas) recebem o acento grave:
a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o  locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome pressas, à vontade...
demonstrativo aquela (àquela).  locuções prepositivas: à frente, à espera de, à pro-
cura de...
Observações importantes:  locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
Alguns recursos servem de ajuda para que possamos
confirmar a ocorrência ou não da crase. Eis alguns: Cuidado: quando as expressões acima não exercerem a
 Substitui-se a palavra feminina por uma masculina função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a Eu adoro a noite!
crase está confirmada. Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
Os dados foram solicitados à diretora. objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Os dados foram solicitados ao diretor. preposição.
 No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na Casos passíveis de nota:
expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
Faremos uma visita à Bahia.  A crase é facultativa diante de nomes próprios femi-
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) ninos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
 Também é facultativa diante de pronomes possessi-
Não me esqueço da viagem a Roma. vos femininos: O diretor fez referência a (à) sua em-
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- presa.
mais vividos.  Facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja fi-
cará aberta até as (às) dezoito horas.
Nas situações em que o nome geográfico se apresentar  Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
modificado por um adjunto adnominal, a crase está con- tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se im-
firmada. plícitas, mesmo diante de nomes masculinos: Tenho
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda
praias. de Luís XV)
 Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, obser-
#FicaDica vamos a queima de fogos a distância.
Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a arremessado à distância de cem metros.
Campinas. = Volto de Campinas. (crase pra
quê?)  De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) -, faz-se necessário o emprego da crase.
Ensino à distância.
Ensino a distância.
Quando o nome de lugar estiver especificado, ocorrerá  Em locuções adverbiais formadas por palavras repe-
crase. Veja: tidas, não há ocorrência da crase.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, Ela ficou frente a frente com o agressor.
pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” Eu o seguirei passo a passo.
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Casos em que não se admite o emprego da crase:
A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re- Antes de vocábulos masculinos.
gente exigir complemento regido da preposição “a”. As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Entregamos a encomenda àquela menina. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
LÍNGUA PORTUGUESA

Iremos àquela reunião. Antes de verbos no infinitivo.


(preposição + pronome demonstrativo) Ele estava a cantar.
Começou a chover.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian-
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Antes de numeral.
(preposição + pronome demonstrativo) O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países.

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Observações: Resposta: Errado. Retomemos o contexto: (...) O uso in-
 Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- devido de drogas constitui, na atualidade, séria e persis-
nando como uma locução adverbial feminina – ocor- tente ameaça à humanidade e à estabilidade das estrutu-
rerá crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. ras e valores políticos (...).
 Diante de numerais ordinais femininos a crase está O uso do acento indicativo de crase é obrigatório, já que
confirmada, visto que estes não podem ser emprega- os termos “humanidade” e “estabilidade” complemen-
dos sem o artigo: As saudações foram direcionadas à tam o nome “ameaça” – “ameaça a quê? a quem?” = a
primeira aluna da classe. regência nominal pede preposição.
 Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando
essa não se apresentar determinada: Chegamos todos 2. (TCE-PA – Conhecimentos Básicos – AUDITOR DE
exaustos a casa. CONTROLE EXTERNO – EDUCACIONAL – Cespe –
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto adno- 2016)
minal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaustos
à casa de Marcela.
Texto CB1A1BBB
 Não há crase antes da palavra “terra”, quando essa
Estranhamente, governos estaduais cujas despesas com o
indicar chão firme: Quando os navegantes regressa-
ram a terra, já era noite. funcionalismo já alcançaram nível preocupante ou que es-
Contudo, se o termo estiver precedido por um determi- touraram o limite de gastos com pessoal fixado pela Lei
nante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. Complementar n.º 101/2000, denominada Lei de Respon-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. sabilidade Fiscal (LRF), estão elaborando sua própria legis-
O astronauta voltou à Terra. lação destinada a assegurar, como alegam, maior rigor na
gestão de suas finanças. Querem uma nova lei de respon-
 Não ocorre crase antes de pronomes que requerem sabilidade fiscal para, segundo argumentam, fortalecer a
o uso do artigo. estrutura legal que protege o dinheiro público do mau uso
Os livros foram entregues a mim. por gestores irresponsáveis.
Dei a ela a merecida recompensa. Examinando-se a situação financeira dos estados que pre-
param sua versão da lei de responsabilidade fiscal, fica di-
 Pelo fato de os pronomes de tratamento relativos à fícil aceitar a argumentação. Desde maio de 2000, quan-
senhora, senhorita e madame admitirem artigo, o uso do entrou em vigor a LRF, esses estados, como os demais,
da crase está confirmado no “a” que os antecede, no estão sujeitos a regras precisas para a gestão do dinheiro
caso de o termo regente exigir a preposição. público, para a criação de despesas e, em particular, para os
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. gastos com pessoal. Por que, tendo descumprido algumas
 Não ocorre crase antes de nome feminino utilizado dessas regras, estariam interessados em torná-las ainda
em sentido genérico ou indeterminado: mais rigorosas?
Estamos sujeitos a críticas. Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis pelo
Refiro-me a conversas paralelas. dinheiro público que, por alguma razão, não a cumpriram.
De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigorosa, se nem
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS nas condições atuais esses responsáveis estão sendo ca-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pazes de cumpri-la? O problema não está na lei. Mudá-la
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. pode ser o pretexto não para torná-la mais rigorosa, mas
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja,
para atribuir-lhe alguma flexibilidade que a desfigure. O
Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
verdadeiro problema é a dificuldade do setor público de
Saraiva, 2010.
adaptar suas despesas às receitas em queda por causa da
SITE crise.
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
html Internet: <http://opiniao.estadao.com.br> (com adapta-
ções).
O emprego do acento grave em “às receitas” decorre da re-
gência do verbo “adaptar” e da presença do artigo definido
EXERCÍCIOS COMENTADOS feminino determinando o substantivo “receitas”.
LÍNGUA PORTUGUESA

1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Ces- ( ) CERTO ( ) ERRADO


pe – 2014 – adaptada) O acento indicativo de crase em
“à humanidade e à estabilidade” é de uso facultativo, razão Resposta: Certo. Texto: O verdadeiro problema é a di-
por que sua supressão não prejudicaria a correção grama- ficuldade do setor público de adaptar suas despesas às
tical do texto. receitas em queda por causa da crise = quem adapta,
adapta algo/alguém A algo/alguém.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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3. (Fnde – Técnico em Financiamento e Execução de de aranha aracnídeo
Programas e Projetos Educacionais – cespe – 2012) O
emprego do sinal indicativo de crase em “adequando os ob- de boi bovino
jetivos às necessidades” justifica-se pela regência do verbo de cabelo capilar
adequar, que exige complemento regido pela preposição
“a”, e pela presença de artigo definido feminino antes de de cabra caprino
“necessidades”. de campo campestre ou rural
de chuva pluvial
( ) CERTO ( ) ERRADO
de criança pueril
Resposta: Certo. Adequar o quê? – os objetivos (objeto de dedo digital
direto) – adequar o quê a quê? – a + as (=às) necessida-
des – objeto indireto. A explicação do enunciado está de estômago estomacal ou gástrico
correta. de falcão falconídeo
de farinha farináceo
4. (Tribunal de Justiça-se – Técnico Judiciário – cespe
– 2014 – adaptada) No trecho “deu início à sua cami- de fera ferino
nhada cósmica”, o emprego do acento grave indicativo de de ferro férreo
crase é obrigatório.
de fogo ígneo
( ) CERTO ( ) ERRADO de garganta gutural
de gelo glacial
Resposta: Errado. “deu início à sua caminhada cósmi-
ca” – o uso do acento indicativo de crase, neste caso, é de guerra bélico
facultativo (antes de pronome possessivo). de homem viril ou humano
de ilha insular
MORFOLOGIA: CLASSES DE PALAVRAS de inverno hibernal ou invernal
VARIÁVEIS E INVARIÁVEIS E SEUS
de lago lacustre
EMPREGOS NO TEXTO.
LOCUÇÕES VERBAIS (PERÍFRASES de leão leonino
VERBAIS). de lebre l eporino
de lua lunar ou selênico
ADJETIVO de madeira lígneo
de mestre magistral
É a palavra que expressa uma qualidade ou caracterís-
tica do ser e se relaciona com o substantivo, concordando de ouro áureo
com este em gênero e número. de paixão passional
As praias brasileiras estão poluídas.
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”). de porco suíno ou porcino
dos quadris ciático
1. Locução adjetiva
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são neces- de sonho onírico
sárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma coisa,
tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem de velhosenil
o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expres- de vento eólico
são que equivale a um adjetivo). Por exemplo: aves da noite
de vidro vítreo ou hialino
(aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada).
LÍNGUA PORTUGUESA

Observe outros exemplos: de virilha inguinal


de visão óptico ou ótico
de águia aquilino
de aluno discente Observação:
Nem toda locução adjetiva possui um adjetivo corres-
de anjo angelical pondente, com o mesmo significado: Vi as alunas da 5ª
de ano anual série. / O muro de tijolos caiu.

20
2 Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):

O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como
adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

3 Adjetivo Pátrio (ou gentílico)

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiras:

Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense

4 Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

5 Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.


LÍNGUA PORTUGUESA

6. Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:
A) Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

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B) Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculi- Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
no como para o feminino: homem feliz e mulher feliz. No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
feminino: conflito político-social e desavença político-social. quão.

7 Número dos Adjetivos Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade
A) Plural dos adjetivos simples Sílvia é menos alta que Tiago. = Comparativo de Infe-
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo rioridade
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de su-
boa e boas. perioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles:
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior,
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pala- grande/maior, baixo/inferior.
vra que estiver qualificando um elemento for, originalmente,
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: Observe que:
a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se  As formas menor e pior são comparativos de su-
estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. mau, respectivamente.
Motos vinho (mas: motos verdes)  Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
Paredes musgo (mas: paredes brancas). (melhor, pior, maior e menor), porém, em compara-
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). ções feitas entre duas qualidades de um mesmo ele-
mento, deve-se usar as formas analíticas mais bom,
B) Adjetivo Composto mais mau,mais grande e mais pequeno. Por exemplo:
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normal-
mente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o últi- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
mo elemento concorda com o substantivo a que se refere; os mentos.
demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos ele- Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
mentos que formam o adjetivo composto seja um substanti- duas qualidades de um mesmo elemento.
vo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável. Por Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um substantivo, rioridade
porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como Sou menos passivo (do) que tolerante.
adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um
adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o ad- B) Superlativo
jetivo composto inteiro ficará invariável. Veja: O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
Camisas rosa-claro. vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
Ternos rosa-claro. apresenta as seguintes modalidades:
Olhos verde-claros. B.1 Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. de um ser é intensificada, sem relação com outros seres.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. Apresenta-se nas formas:
 Analítica: a intensificação é feita com o auxílio de
Observação: palavras que dão ideia de intensidade (advérbios).
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjeti- Por exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
vo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre invariáveis:  Sintética: nessa, há o acréscimo de sufixos. Por
roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos cor-de-rosa. exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois elementos Observe alguns superlativos sintéticos:
flexionados: crianças surdas-mudas.
benéfico - beneficentíssimo
8 Grau do Adjetivo
bom - boníssimo ou ótimo
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- comum - comuníssimo
LÍNGUA PORTUGUESA

sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o


comparativo e o superlativo. cruel - crudelíssimo
difícil - dificílimo
A) Comparativo doce - dulcíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características fácil - facílimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- fiel - fidelíssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.

22
B.2 Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade 1. Flexão do Advérbio
de um ser é intensificada em relação a um conjunto de
seres. Essa relação pode ser: Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apresen-
 De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de tam variação em gênero e número. Alguns advérbios, porém,
todas. admitem a variação em grau. Observe:
 De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
todas. A) Grau Comparativo
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo
O superlativo absoluto analítico é expresso por meio que o comparativo do adjetivo:
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente,  de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Rena-
antepostos ao adjetivo. to fala tão alto quanto João.
O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas  de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
formas: uma erudita - de origem latina – e outra popular Renato fala menos alto do que João.
- de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo  de superioridade:
radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou A.1 Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato fala
érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo; a popular é cons- mais alto do que João.
tituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: A.2 Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- B) Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio O superlativo pode ser analítico ou sintético:
– cheíssimo. B.1 Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
fala muito alto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- modo
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
B.2 Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Paulo: Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Observação:
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
As formas diminutivas (cedinho, pertinho, etc.) são co-
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
muns na língua popular.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo)
SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32.
php 2. Classificação dos Advérbios

De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio


ADVÉRBIO pode ser de:
A) Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
Compare estes exemplos: além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abai-
O ônibus chegou. xo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures,
O ônibus chegou ontem. adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo,
externamente, à distância, à distância de, de longe, de
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen- perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo, B) Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, an-
advérbio. tes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entre-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio mentes, imediatamente, primeiramente, provisoriamen-
(bem) te, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã,
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- de repente, de vez em quando, de quando em quando,
LÍNGUA PORTUGUESA

tivo (claros) a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve,


Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- hoje em dia.
tar ideia de: C) Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
Tempo: Ela chegou tarde. acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas,
Lugar: Ele mora aqui. à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito,
Modo: Eles agiram mal. desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente,
Negação: Ela não saiu de casa. lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos
Dúvida: Talvez ele volte. que terminam em “-mente”: calmamente, tristemente,

23
propositadamente, pacientemente, amorosamente, do- 4. Advérbios Interrogativos
cemente, escandalosamente, bondosamente, generosa-
mente. São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
D) Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efe- por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
tivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavel- às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
mente.
E) Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Interrogação Direta Interrogação Indireta
F) Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel- Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe. Onde mora? Indaguei onde morava.
G) Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, Por que choras? Não sei por que choras.
assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de Aonde vai? Perguntei aonde ia.
todo, de muito, por completo, extremamente, intensa-
mente, grandemente, bem (quando aplicado a proprie- Donde vens? Pergunto donde vens.
dades graduáveis). Quando voltas? Pergunto quando voltas.
H) Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen-
te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, 5. Locução Adverbial
o vento apenas move a copa das árvores.
I) Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
a adolescência. sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
J) Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por exem- mente por uma preposição. Veja:
plo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus A) lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
amigos por comparecerem à festa. dentro, por aqui, etc.
B) afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
Saiba que:
C) modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se
geral, frente a frente, etc.
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei
D) tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. hoje em dia, nunca mais, etc.
Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, em A locução adverbial e o advérbio modificam o verbo, o
geral sufixamos apenas o último: O aluno respondeu calma e adjetivo e outro advérbio:
respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
3. Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem aparecer Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro ad- Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
vérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advérbio:
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. Cheguei primeiro.

Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução


#FicaDica adverbial desempenham na oração a função de adjunto
adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
Como saber se a palavra bastante é advérbio
cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advér-
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefi-
bio. Exemplo:
nido (varia, sofre flexão)? Se der, na frase, para
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
substituir o “bastante” por “muito”, estamos
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
LÍNGUA PORTUGUESA

diante de um advérbio; se der para substituir


por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
1. Estudei bastante para o concurso. (estudei dade e de tempo, respectivamente.
muito, pois “muitos” não dá!) = advérbio
2. Estudei bastantes capítulos para o concurso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(estudei muitos capítulos) = pronome indefini- Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
do reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.

24
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- 2. Há casos em que o artigo definido não pode ser
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. usado:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Antes de nomes de cidade (topônimo) e de pessoas co-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nhecidas: O professor visitará Roma.

SITE Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75. sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
php Roma.

ARTIGO Antes de pronomes de tratamento: Vossa Senhoria sairá


agora?
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo- Exceção: O senhor vai à festa?
-se como o termo variável que serve para individualizar ou
generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero Após o pronome relativo “cujo” e suas variações: Esse é
(masculino/feminino) e o número (singular/plural). o concurso cujas provas foram anuladas?/ Este é o candidato
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va- cuja nota foi a mais alta.
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns]).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
A) Artigos definidos – São usados para indicar seres
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
determinados, expressos de forma individual: O con-
curseiro estuda muito. Os concurseiros estudam mui- Paulo: Saraiva, 2010.
to. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
B) Artigos indefinidos – usados para indicar seres de / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCONI,
modo vago, impreciso: Uma candidata foi aprovada! Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed.
Umas candidatas foram aprovadas! Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
1. Circunstâncias em que os artigos se manifestam: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do nu-
meral “ambos”: Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. SITE
Nomes próprios indicativos de lugar (ou topônimos) http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
admitem o uso do artigo, outros não: São Paulo, O Rio de
Janeiro, Veneza, A Bahia...
Quando indicado no singular, o artigo definido pode CONJUNÇÃO
indicar toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
Além da preposição, há outra palavra também invariá-
No caso de nomes próprios personativos, denotando a vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
artigo: Marcela é a mais extrovertida das irmãs. / O Pedro é de mesma função em uma oração:
o xodó da família. O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
No caso de os nomes próprios personativos estarem no São Paulo.
plural, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
Incas, Os Astecas...
1. Morfossintaxe da Conjunção
Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (do
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
artigo), o pronome assume a noção de “qualquer”.
cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
(qualquer classe) 2. Classificação da Conjunção
LÍNGUA PORTUGUESA

Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa- De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
cultativo: Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
de aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é uns pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
vinte anos. lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O artigo também é usado para substantivar palavras sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
pertencentes a outras classes gramaticais: Não sei o porquê caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
de tudo isso. / O bem vence o mal. pende da existência do outro. Veja:

25
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. O baile já tinha começado: oração principal
Podemos separá-las por ponto: quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal)
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. ela chegou: oração subordinada

Temos acima um exemplo de conjunção (e, consequen- As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-
temente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”. Já em: grantes e adverbiais:
Espero que eu seja aprovada no concurso!
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração princi- elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
pal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce a as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
função de objeto direto do verbo da oração principal). Quero que você volte. (Quero sua volta)

3. Conjunções Coordenativas Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exerce


a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com
São aquelas que ligam orações de sentido completo e in- a circunstância que expressam, classificam-se em:
dependente ou termos da oração que têm a mesma função
gramatical. Subdividem-se em: A) Causais: introduzem uma oração que é causa da
A) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ocorrência da oração principal. São elas: porque, que,
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e como (= porque, no início da frase), pois que, visto
não), não só... mas também, não só... como também, que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.
bem como, não só... mas ainda. Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
A sua pesquisa é clara e objetiva.
Não só dança, mas também canta. B) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impe-
B) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- dir sua realização. São elas: embora, ainda que, ape-
pressando ideia de contraste ou compensação. São sar de que, se bem que, mesmo que, por mais que,
elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no en- posto que, conquanto, etc.
tanto, não obstante. Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
C) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
C) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando hipótese ou a condição para ocorrência da principal.
ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser
se realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... que, desde que, a menos que, sem que, etc.
ora, já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez. Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.

D) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração #FicaDica


que expressa ideia de conclusão ou consequência.
São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por Você deve ter percebido que a conjunção con-
conseguinte, por isso, assim. dicional “se” também é conjunção integrante.
A diferença é clara ao ler as orações que são
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não introduzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia
ficou nervosa. da condição para que recebamos um telefo-
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. nema (se for preciso ajuda). Já na oração: Não
sei se farei o concurso. Não há ideia de
E) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração condição alguma, há? Outra coisa: o verbo da
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São oração principal (sei) pede complemento (ob-
elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. jeto direto, já que “quem não sabe, não sabe
Não demore, que o filme já vai começar. algo”). Portanto, a oração em destaque exerce
Falei muito, pois não gosto do silêncio! a função de objeto direto da oração principal,
LÍNGUA PORTUGUESA

sendo classificada como oração subordinada


4. Conjunções Subordinativas substantiva objetiva direta.

São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas


dependente da outra. A oração dependente, introduzida D) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora- me a conformidade de um fato com outro. São elas:
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
quando ela chegou. O passeio ocorreu como havíamos planejado.

26
E) Finais: introduzem uma oração que expressa a finali- NTERJEIÇÃO
dade ou o objetivo com que se realiza a oração prin-
cipal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
para que), que, etc. sensações, estados de espírito. É um recurso da linguagem
Toque o sinal para que todos entrem no salão. afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira
lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a ma-
F) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa nifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente
um fato relacionado proporcionalmente à ocorrên- de uma situação particular, um momento ou um contexto
cia do expresso na principal. São elas: à medida que, específico. Exemplos:
à proporção que, ao passo que e as combinações Ah, como eu queria voltar a ser criança!
quanto mais... (mais), quanto menos... (menos), quan- ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
to menos... (mais), quanto menos... (menos), etc. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam. hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
Observação: O significado das interjeições está vinculado à maneira
São incorretas as locuções proporcionais à medida em como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
que, na medida que e na medida em que. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
G) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta
uma circunstância de tempo ao fato expresso na ora- Psiu!
ção principal. São elas: quando, enquanto, antes que, contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua;
depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sem- significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
pre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc.
Ei, espere!”
A briga começou assim que saímos da festa.
Psiu!
contexto: alguém pronunciando em um hospital; signi-
H) Comparativas: introduzem uma oração que expressa
ficado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
ideia de comparação com referência à oração princi-
pal. São elas: como, assim como, tal como, como se,
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
(tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que, quan-
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
to, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com
menos ou mais), etc.
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
I) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito A) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
que, que (tendo como antecedente na oração principal tristeza, dor, etc.: Ah, deve ser muito interessante!
uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. B) Sintetizar uma frase apelativa: Cuidado! Saia da mi-
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do nha frente.
exame.
As interjeições podem ser formadas por:
 simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
FIQUE ATENTO!
 palavras: Oba! Olá! Claro!
Muitas conjunções não têm classificação única,  grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
imutável, devendo, portanto, ser classificadas Ora bolas!
de acordo com o sentido que apresentam no
contexto (destaque da Zê!). 1. Classificação das Interjeições

Comumente, as interjeições expressam sentido de:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A) Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido!
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Atenção! Olha! Alerta!
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. B) Afugentamento: Fora! Passa! Rua!
LÍNGUA PORTUGUESA

Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, C) Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva!
Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo: D) Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
Saraiva, 2010. E) Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação Ânimo! Adiante!
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. F) Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
G) Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá!
SITE H) Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente!
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.php Essa não! Chega! Basta!

27
I) Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Deus! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacco-
J) Desculpa: Perdão! ni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
K) Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
L) Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
M) Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz!
N) Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Pô! Ora!
php
O) Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
P) Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva!
NUMERAL
Olá! Alô! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus!
Q) Silêncio: Psiu! Silêncio! Numeral é a palavra variável que indica quantidade nu-
R) Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa! mérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pessoas
ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determinada se-
Saiba que: quência.
As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não so- Os numerais traduzem, em palavras, o que os números
frem variação em gênero, número e grau como os nomes, indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é co-
nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz locada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se trata de numerais,
como os verbos. No entanto, em uso específico, algumas mas sim de algarismos.
interjeições sofrem variação em grau. Não se trata de um Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
processo natural desta classe de palavra, mas tão só uma ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras
variação que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizi- consideradas numerais porque denotam quantidade, propor-
nho, bravíssimo, até loguinho. ção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par,
ambos(as), novena.
2. Locução Interjetiva
1. Classificação dos Numerais
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
A) Cardinais: indicam quantidade exata ou determinada
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia,
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama- década, bimestre.
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise B) Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- alguma coisa ocupa numa determinada sequência: pri-
-me Deus!, Quem me dera! meiro, segundo, centésimo, etc.
1. As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
Por exemplo: Ué! (= Eu não esperava por essa!) /
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe) #FicaDica
2. Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepe-
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras núltimo, final e penúltimo também indicam
classes gramaticais podem aparecer como inter- posição dos seres, mas são classificadas como
jeições. Por exemplo: Viva! Basta! (Verbos) / Fora! adjetivos, não ordinais.
Francamente! (Advérbios)
3. A interjeição pode ser considerada uma “palavra-fra-
se” porque sozinha pode constituir uma mensagem.
C) Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Por exemplo: Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique
seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos,
quieto!
etc.
4. Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
D) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au-
Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-ta- mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

que! Quá-quá-quá!, etc.


5. Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” 2. Flexão dos numerais
com a sua homônima “oh!”, que exprime admira-
ção, alegria, tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma,
do “oh!” exclamativo e não a fazemos depois do “ó” dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas
vocativo. Por exemplo: “Ó natureza! ó mãe piedosa e em diante: trezentos/trezentas, quatrocentos/quatrocentas, etc.
pura!” (Olavo Bilac) Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número:
milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.

28
Os numerais ordinais variam em gênero e número:

primeiro segundo milésimo


primeira segunda milésima
primeiros segundos milésimos
primeiras segundas milésimas

Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e con-
seguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do
medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças
partes.

Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de senti-
do. É o que ocorre em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)

3. Emprego e Leitura dos Numerais

Os numerais são escritos em conjunto de três algarismos, contados da direita para a esquerda, em forma de cente-
nas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma separação através de ponto ou espaço correspondente a um ponto:
8.234.456 ou 8 234 456.
Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar exagero intencional, constituindo a figura de linguagem conhecida
como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
No português contemporâneo, não se usa a conjunção “e” após “mil”, seguido de centena: Nasci em mil novecentos e
noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por dois zeros, usa-se o “e”: Seu salário será de mil e quinhentos reais.
(R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo
e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo;

Ordinais Cardinais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
LÍNGUA PORTUGUESA

#FicaDica
Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por associação. Ficará mais fácil!

29
Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e ou-
tra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua utilização exige
a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é dispensado caso
haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
LÍNGUA PORTUGUESA

duzentos ducentésimo - ducentésimo


trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo

30
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

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http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php
PREPOSIÇÃO

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normal-
mente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.

1. Tipos de Preposição

A) Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, con-
tra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
B) Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja, forma-
das por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
C) Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em
frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição é invariável e, no entanto, pode unir-se a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero ou
em número. Exemplo: por + o = pelo / por + a = pela.
Essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:
 Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocábulos
não sofrem alteração.
 Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + o =
do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
 Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do pronome
“aquilo”).

#FicaDica
O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o
“a” seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo para determiná-lo como um substantivo
LÍNGUA PORTUGUESA

singular e feminino: A matéria que estudei é fácil!

Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Irei à festa sozinha.
Entregamos a flor à professora! = o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo: Nós trouxemos a apostila.
= Nós a trouxemos.

31
2. Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
por meio das preposições: como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
Destino = Irei a Salvador. grupos de palavras.
Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado. 2. Classificação dos Substantivos
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes. A) Substantivos Comuns e Próprios
Causa = Chorei de saudade. Observe a definição:
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
Instrumento = Escreveu a lápis. Cidade: s.f. 1. Povoação maior que vila, com muitas ca-
Posse = Vi as roupas da mamãe. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Autoria = livro de Machado de Assis sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
Companhia = Estarei com ele amanhã. oposição aos bairros).
Matéria = copo de cristal. Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
Meio = passeio de barco. e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Origem = Nós somos do Nordeste. cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
Conteúdo = frascos de perfume. comum.
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
homem, mulher, país, cachorro.
Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas locu- Estamos voando para Barcelona.
ções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução prepo-
sitiva por trás de. O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- B) Substantivos Concretos e Abstratos
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São B.1 Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser
Paulo: Saraiva, 2010. que existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Observação:
Os substantivos concretos designam seres do mundo
SITE real e do mundo imaginário.
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Brasília.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
SUBSTANTIVO ma.

Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, B.2 Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres
as quais denominam todos os seres que existem, sejam que dependem de outros para se manifestarem ou existi-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- rem. Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode
nos, os substantivos também nomeiam: ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes-
 lugares: Alemanha, Portugal soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
 sentimentos: amor, saudade para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
 estados: alegria, tristeza tantivo abstrato.
 qualidades: honestidade, sinceridade Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
 ações: corrida, pescaria des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Morfossintaxe do substantivo rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento).

Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções  Substantivos Coletivos


diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra
do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou abelha, mais outra abelha.
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio- Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como

32
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- matilha cães de raça
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas molho chaves, verduras
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- multidão pessoas em geral
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de
seres da mesma espécie (abelhas). nuvem insetos (gafanhotos, mosqui-
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. tos, etc.)
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mes- penca bananas, chaves
mo estando no singular, designa um conjunto de seres da pinacoteca pinturas, quadros
mesma espécie.
quadrilha ladrões, bandidos
Substantivo coletivo Conjunto de: ramalhete flores
assembleia pessoas reunidas rebanho ovelhas
alcateia lobos repertório peças teatrais, obras musicais
acervo livros réstia alhos ou cebolas
antologia trechos literários selecionados romanceiro poesias narrativas
arquipélago ilhas revoada pássaros
banda músicos sínodo párocos
bando desordeiros ou malfeitores talha lenha
banca examinadores tropa muares, soldados
batalhão soldados turma estudantes, trabalhadores
cardume peixes vara porcos
caravana viajantes peregrinos
3. Formação dos Substantivos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas A) Substantivos Simples e Compostos
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
colmeia abelhas terra.
concílio bispos O substantivo chuva é formado por um único elemento
ou radical. É um substantivo simples.
congresso parlamentares, cientistas
A.1 Substantivo Simples: é aquele formado por um
elenco atores de uma peça ou filme único elemento.
esquadra navios de guerra Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele-
enxoval roupas mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
falange soldados, anjos A.2 Substantivo Composto: é aquele formado por
dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor,
fauna animais de uma região
passatempo.
feixe lenha, capim
flora vegetais de uma região B) Substantivos Primitivos e Derivados
B.1 Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de
frota navios mercantes, ônibus nenhuma outra palavra da própria língua portugue-
girândola fogos de artifício sa.
B.2 Substantivo Derivado: é aquele que se origina de
horda bandidos, invasores outra palavra. O substantivo limoeiro, por exemplo, é
junta médicos, bois, credores, exa- derivado, pois se originou a partir da palavra limão.
minadores
LÍNGUA PORTUGUESA

júri jurados 4. Flexão dos substantivos

legião soldados, anjos, demônios O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
leva presos, recrutas vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
malta malfeitores ou desordeiros Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: me-
manada búfalos, bois, elefantes, ninão / Diminutivo: menininho

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A) Flexão de Gênero 1. troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- 2. troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 3. troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram Exceções: barão – baronesa, ladrão - ladra, sultão - sul-
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas tana
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e fe-  Substantivos terminados em -or:
minino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja troca-se -or por -triz: = imperador – imperatriz
estes títulos de filmes:  Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
O velho e o mar sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa /
Um Natal inesquecível duque - duquesa / conde - condessa / profeta - pro-
Os reis da praia fetisa
 Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que po- final por -a: elefante - elefanta
dem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:  Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
A história sem fim no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca
Uma cidade sem passado  Substantivos que formam o feminino de maneira es-
As tartarugas ninjas pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras ante-
riores: czar – czarina, réu - ré
5. Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
7. Formação do Feminino dos Substantivos Unifor-
1. Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam mes
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem –
mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita Epicenos:
2. Substantivos Uniformes: apresentam uma única Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
forma, que serve tanto para o masculino quanto para
o feminino. Classificam-se em: Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso
A) Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma
se faz mediante a utilização das palavras “macho” e para indicar o masculino e o feminino.
“fêmea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré ma- Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
cho e o jacaré fêmea. para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
B) Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo. macho e fêmea.
C) Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: indi- A cobra macho picou o marinheiro.
cam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
8. Sobrecomuns:
Substantivos de origem grega terminados em ema ou Entregue as crianças à natureza.
oma são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o sin-
toma, o teorema. A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas-
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem
 Existem certos substantivos que, variando de gê- o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
nero, variam em seu significado: sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz); o cabeça A criança chorona chamava-se João.
(líder) e a cabeça (parte do corpo); o capital (dinheiro) e a A criança chorona chamava-se Maria.
capital (cidade); o coma (sono mórbido) e a coma (cabelei-
ra, juba); o lente (professor) e a lente (vidro de aumento); Outros substantivos sobrecomuns:
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão); o a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
praça (soldado raso) e a praça (área pública); o rádio (apa- criatura.
relho receptor) e a rádio (estação emissora). o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
LÍNGUA PORTUGUESA

6. Formação do Feminino dos Substantivos Biformes Marcela faleceu

Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - 9. Comuns de Dois Gêneros:
aluna. Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
 Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
masculino: freguês - freguesa Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
 Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
de três formas: vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.

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A distinção de gênero pode ser feita através da análise (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
cês - repórter francesa. (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
A palavra personagem é usada indistintamente nos dois ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
gêneros. Entre os escritores modernos nota-se acentuada (remador), a voga (moda).
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
os personagens dos contos de carochinha. B) Flexão de Número do Substantivo
Com referência à mulher, deve-se preferir o feminino: O
problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam Em português, há dois números gramaticais: o singular,
a personagem. que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo fo- indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
tográfico Ana Belmonte. do plural é o “s” final.

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó ) 11. Plural dos Substantivos Simples


pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o ma-
racajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o pro- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
clama, o pernoite, o púbis. “n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural).
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, Exceção: cânon - cânones.
a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
São geralmente masculinos os substantivos de origem “ns”: homem - homens.
grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.
o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o
edema, o magma, o estigma, o axioma, o tracoma, o hema- Atenção:
toma. O plural de caráter é caracteres.
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se
Gênero dos Nomes de Cidades - Com raras exceções, no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
nomes de cidades são femininos: A histórica Ouro Preto. / col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul
A dinâmica São Paulo. / A acolhedora Porto Alegre. / Uma e cônsules.
Londres imensa e triste. Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. duas maneiras:
1. Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
10. Gênero e Significação 2. Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.

Muitos substantivos, como já mencionado anterior- Observação:


mente, têm uma significação no masculino e outra no fe- A palavra réptil pode formar seu plural de duas manei-
minino. Observe: o baliza (soldado que à frente da tropa, ras: répteis ou reptis (pouco usada).
indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite duas maneiras:
ou proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte 1. Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
do corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cis- acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
ma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a 2. Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
(cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra Os substantivos terminados em “ão” fazem o plural de
LÍNGUA PORTUGUESA

venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração três maneiras.


da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento 1. substituindo o -ão por -ões: ação - ações
da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o 2. substituindo o -ão por -ães: cão - cães
estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege- 3. substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso), Observação:
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re- Muitos substantivos terminados em “ão” apresentam
cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente dois – e até três – plurais:

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aldeão – aldeões/aldeães/aldeãos ancião – anciões/anciães/anciãos
charlatão – charlatões/charlatães corrimão – corrimãos/corrimões
guardião – guardiões/guardiães vilão – vilãos/vilões/vilães

Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o látex - os látex.

12. Plural dos Substantivos Compostos

A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que
formam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os
substantivos simples: aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmequeres.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discus-
sões. Algumas orientações são dadas a seguir:

A) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:


substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras

B) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:


verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos

C) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de:


substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determinante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo
anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espada - peixes-
-espada.
D) Permanecem invariáveis, quando formados de:
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas

13. Casos Especiais

o louva-a-deus e os louva-a-deus
o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.

14. Plural das Palavras Substantivadas

As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes gramaticais usadas como substantivo apresentam, no plu-
ral, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
Numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis e
alguns dez.

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15. Plural dos Diminutivos 18. Plural com Mudança de Timbre

Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e Certos substantivos formam o plural com mudança de
acrescenta-se o sufixo diminutivo. timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico).
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
Singular Plural
animai(s) + zinhos = animaizinhos
corpo (ô) corpos (ó)
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
esforço esforços
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
fogo fogos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
forno fornos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
fosso fossos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
imposto impostos
flore(s) + zinhas = florezinhas
olho olhos
mão(s) + zinhas = mãozinhas
osso (ô) ossos (ó)
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
ovo ovos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
poço poços
funi(s) + zinhos = funizinhos
porto portos
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
posto postos
pai(s) + zinhos = paizinhos
tijolo tijolos
pé(s) + zinhos = pezinhos
pé(s) + zitos = pezitos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
16. Plural dos Nomes Próprios Personativos
Observação:
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas Distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de mo-
sempre que a terminação preste-se à flexão. lho (ó) = feixe (molho de lenha).
Os Napoleões também são derrotados.
As Raquéis e Esteres. Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
17. Plural dos Substantivos Estrangeiros
Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do sin-
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. gular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- bom nome) e honras (homenagem, títulos).
do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os Usamos, às vezes, os substantivos no singular, mas com
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- sentido de plural:
quiens. Aqui morreu muito negro.
Observe o exemplo: Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
Este jogador faz gols toda vez que joga. improvisadas.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
C) Flexão de Grau do Substantivo

Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir


as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


do normal. Por exemplo: casa
2. Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

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3. Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos-
do ser. Pode ser: sa escola neste ano.
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. adequada]
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- [neste: pronome que determina “ano” = concordância
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. adequada]
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS dância inadequada]
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010. 1. Pronomes Pessoais
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira São aqueles que substituem os substantivos, indicando
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
São Paulo: Saraiva, 2002. assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di-
SITE rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12. pessoa ou às pessoas de quem se fala.
php Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
PRONOME ou do caso oblíquo.
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
A) Pronome Reto
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
forma.
ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
O homem julga que é superior à natureza, por isso o ho-
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
mem destrói a natureza...
nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
Utilizando pronomes, teremos: O homem julga que é su-
principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
perior à natureza, por isso ele a destrói...
Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos
(homem e natureza). gurado:

Grande parte dos pronomes não possuem significados 1.ª pessoa do singular: eu
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro 2.ª pessoa do singular: tu
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- 3.ª pessoa do singular: ele, ela
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos 1.ª pessoa do plural: nós
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro- 2.ª pessoa do plural: vós
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes 3.ª pessoa do plural: eles, elas
têm por função principal apontar para as pessoas do dis-
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação Esses pronomes não costumam ser usados como com-
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, plementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele
os pronomes apresentam uma forma específica para cada na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”-
pessoa do discurso. comuns na língua oral cotidiana - devem ser evitadas na
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-me até aqui”.
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
fala] Frequentemente observamos a omissão do pronome
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem formas verbais marcam, através de suas desinências, as
LÍNGUA PORTUGUESA

se fala] pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto: Fizemos


boa viagem. (Nós)
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- B) Pronome Oblíquo
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
através do pronome seja coerente em termos de gênero tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.

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Observação: Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
O pronome oblíquo é uma forma variante do pronome nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As
pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diversa demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
que eles desempenham na oração: pronome reto marca o As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto.
da oração. Os pronomes oblíquos sofrem variação de acor- Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da língua
do com a acentuação tônica que possuem, podendo ser formal, os pronomes costumam ser usados desta forma:
átonos ou tônicos. Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
2. Pronome Oblíquo Átono Não há nenhuma acusação contra mim.
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não Não vá sem mim.
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
fraca: Ele me deu um presente. Há construções em que a preposição, apesar de surgir
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração
Lista dos pronomes oblíquos átonos cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter
1.ª pessoa do singular (eu): me sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser
2.ª pessoa do singular (tu): te do caso reto.
3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
1.ª pessoa do plural (nós): nos Não vá sem eu mandar.
2.ª pessoa do plural (vós): vos
3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” está
correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”. A or-
dem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para mim!
FIQUE ATENTO! A combinação da preposição “com” e alguns pronomes
Os pronomes o, os, a, as assumem formas es- originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, co-
peciais depois de certas terminações verbais: nosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequen-
1. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o temente exercem a função de adjunto adverbial de compa-
pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao nhia: Ele carregava o documento consigo.
mesmo tempo que a terminação verbal é su- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: Ela
primida. Por exemplo: veio até mim, mas nada falou.
fiz + o = fi-lo Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de
fazeis + o = fazei-lo inclusão), usaremos as formas retas: Todos foram bem na
dizer + a = dizê-la prova, até eu! (= inclusive eu)
As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por
2. Quando o verbo termina em som nasal, o “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são
pronome assume as formas no, nos, na, nas. reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, to-
Por exemplo: dos, ambos ou algum numeral.
viram + o: viram-no Você terá de viajar com nós todos.
repõe + os = repõe-nos Estávamos com vós outros quando chegaram as más no-
retém + a: retém-na tícias.
tem + as = tem-nas Ele disse que iria com nós três.

B.2 Pronome Oblíquo Tônico 3. Pronome Reflexivo


Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica expressa pelo verbo.
forte. Lista dos pronomes reflexivos:
Lista dos pronomes oblíquos tônicos: 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim = Eu não me lembro
1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo disso.
LÍNGUA PORTUGUESA

2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo


3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti = Conhece a ti mesmo.
1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo = Guilher-
3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas me já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.

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1.ª pessoa do plural (nós): nos = Lavamo-nos no rio. 2. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
2.ª pessoa do plural (vós): vos = Vós vos beneficiastes da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram
com esta conquista. que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República,
3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo = Eles se agiu com propriedade.
conheceram. / Elas deram a si um dia de folga. 3. Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores.
Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por
#FicaDica exemplo, estamos nos endereçando à excelência que
O pronome é reflexivo quando se refere à mes- esse deputado supostamente tem para poder ocupar
ma pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu o cargo que ocupa.
me arrumei e saí. 4. Embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2.ª
É pronome recíproco quando indica recipro- pessoa, toda a concordância deve ser feita com a
cidade de ação: Nós nos amamos. / Olhamo- 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação
O “se” pode ser usado como palavra expletiva a eles devem ficar na 3.ª pessoa.
ou partícula de realce, sem ser rigorosamente Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promes-
necessária e sem função sintática: Os explora- sas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
dores riam-se de suas tentativas. / Será que eles 5. Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos
ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar,
se foram?
ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida
inicialmente. Assim, por exemplo, se começamos a
chamar alguém de “você”, não poderemos usar “te”
C) Pronomes de Tratamento ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na ter-
São pronomes utilizados no tratamento formal, cerimo- ceira pessoa.
nioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portanto, a
segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. Al- Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
guns exemplos: teus cabelos. (errado)
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
sos em geral
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior ou
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repúbli- teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
ca (sempre por extenso)
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universida- 4. Pronomes Possessivos
des
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de (coisa possuída).
igual categoria Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1.ª pessoa do
Vossa Meretíssima (sempre por extenso) = para juízes de singular)
direito
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento ce-
NÚMERO PESSOA PRONOME
rimonioso
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus singular primeira meu(s), minha(s)
Também são pronomes de tratamento o senhor, a senho- singular segunda teu(s), tua(s)
ra e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados
no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento singular terceira seu(s), sua(s)
familiar. Você e vocês são largamente empregados no por- plural primeira nosso(s), nossa(s)
tuguês do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso
LÍNGUA PORTUGUESA

frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem plural segunda vosso(s), vossa(s)
uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária. plural terceira seu(s), sua(s)

Observações: Note que:


1. Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a
tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto
em relação à pessoa com quem falamos: Espero que possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele
V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro. momento difícil.

40
Observações: C) Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se
1. A forma “seu” não é um possessivo quando resultar falará ou escreverá):
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obri- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer fazer
gado, seu José. referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
2. Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos- Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, orto-
se. Podem ter outros empregos, como: grafia, concordância.
A) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
B) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende fa-
anos. zer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
C) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais desejamos!
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
3. Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
Este e aquele são empregados quando se quer fazer re-
pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Exce- ferência a termos já mencionados; aquele se refere ao termo
lência trouxe sua mensagem? referido em primeiro lugar e este para o referido por último:
4. Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
e anotações. este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
5. Em algumas construções, os pronomes pessoais aquele [Palmeiras])
oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou
seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos) ou
6. O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
para que não ocorra redundância: Coloque tudo nos aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
respectivos lugares. aquele [Palmeiras])

5. Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou


invariáveis, observe:
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
São utilizados para explicitar a posição de certa palavra
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser
Também aparecem como pronomes demonstrativos:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.
A) Em relação ao espaço:  o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que”
Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da pes- e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s),
soa que fala: aquilo.
Este material é meu. Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da pes- indiquei.)
soa com quem se fala:
Esse material em sua carteira é seu?  mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): va-
riam em gênero quando têm caráter reforçativo:
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Eu mesma refiz os exercícios.
se fala: Elas mesmas fizeram isso.
Aquele material não é nosso. Eles próprios cozinharam.
Vejam aquele prédio! Os próprios alunos resolveram o problema.
B) Em relação ao tempo:  semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.
Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em  tal, tais: Tal absurdo eu não cometeria.
relação à pessoa que fala:
1. Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
Esta manhã farei a prova do concurso!
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou
então: este solteiro, aquele casado) - este se refere à
LÍNGUA PORTUGUESA

Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po- pessoa mencionada em último lugar; aquele, à men-
rém relativamente próximo à época em que se situa a pes- cionada em primeiro lugar.
soa que fala: 2. O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irô-
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! nica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afastamento 3. Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
no tempo, referido de modo vago ou como tempo remoto: com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste,
Naquele tempo, os professores eram valorizados. desta, disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava
vendo. (no = naquilo)

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6. Pronomes Indefinidos São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada
um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo),
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
tidade indeterminada. Cada um escolheu o vinho desejado.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
-plantadas. 7. Pronomes Relativos

Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa São aqueles que representam nomes já mencionados
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu- as orações subordinadas adjetivas.
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des- O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: um grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
A) Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o = oração subordinada adjetiva).
lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres
na frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, bel- O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema”
trano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo. e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra
Algo o incomoda? “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
Quem avisa amigo é. O antecedente do pronome relativo pode ser o prono-
me demonstrativo o, a, os, as.
B) Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser Não sei o que você está querendo dizer.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quan- Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
tidade aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). expresso.
Cada povo tem seus costumes. Quem casa, quer casa.
Certas pessoas exercem várias profissões.
Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
Note que:
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora prono-
quantas.
mes indefinidos adjetivos:
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
Note que:
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs-
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu
Menos palavras e mais ações. antecedente for um substantivo.
Alguns se contentam pouco. O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- qual)
riáveis e invariáveis. Observe: Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
 Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, quais)
vário, tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as
muita, pouca, vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quais)
quaisquer*, alguns, nenhuns, todos, muitos, poucos,
vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente
 Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que
algo, cada. podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por
*Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que- motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:
rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu- Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual
LÍNGUA PORTUGUESA

ral é feito em seu interior). me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
Todo e toda no singular e junto de artigo significa intei- ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio
ro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as: de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira) encantado: o sítio ou minha tia?).
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades) Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dú-
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro) vidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-se
Trabalho todo dia. (= todos os dias) o qual / a qual)

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O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou de
ser poeta, que era a sua vocação natural.
O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o consequente (o
ser possuído, com o qual concorda em gênero e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo” equivale a do
qual, da qual, dos quais, das quais.
Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente)

Se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pronome: O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-se a)

“Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Emprestei tantos quantos foram necessários.
(antecedente)
Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente)

O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre precedido de preposição.


É um professor a quem muito devemos.
(preposição)

“Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa onde
morava foi assaltada.

Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em que: Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.

Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:

 como (= pelo qual) – desde que precedida das palavras modo, maneira ou forma:
Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.

 quando (= em que) – desde que tenha como antecedente um nome que dê ideia de tempo:
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.

Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase.


O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste esporte.
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente que
conversava, (que) ria, observava.

8. Pronomes Interrogativos

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, refe-
rem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e
variações).
Com quem andas?
Qual seu nome?
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quan-
LÍNGUA PORTUGUESA

do desempenha função de complemento.


1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe ajudar.

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto.
Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a
segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).

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Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou  Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, lhe disse isso?
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos  Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
de preposição. se ofendem!
A) Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que  Orações que exprimem desejo (orações optativas):
eu estava fazendo. Que Deus o ajude.
B) Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim  A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
o que eu estava fazendo. reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o material
amanhã. / Tu sabes cantar?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do ver-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. bo. A mesóclise é usada:
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro
Paulo: Saraiva, 2010. do pretérito, contanto que esses verbos não estejam pre-
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação cedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos: Reali-
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. zar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura, paz no mundo.
Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira Repare que o pronome está “no meio” do verbo “reali-
Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição – zará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma pa-
São Paulo: Saraiva, 2002. lavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria.
Veja: Não se realizará...
SITE Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php nessa viagem.

9. Colocação Pronominal (com presença de palavra que justifique o uso de prócli-


se: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanharia
nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
pronomes oblíquos átonos na frase.
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
#FicaDica  Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun- Quando eu avisar, silenciem-se todos.
ção de complemento verbal (objeto). Por isso,  Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
memorize: era minha intenção machucá-la.
OBlíquo = OBjeto!  Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
inicia período com pronome oblíquo).
Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono-  Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- no concurso, mudo-me hoje mesmo!
vem ser observadas na linguagem escrita.  Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
posta fazendo-se de desentendida.
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A
próclise é usada: 10. Colocação pronominal nas locuções verbais

 Quando o verbo estiver precedido de palavras  Após verbo no particípio = pronome depois do ver-
que atraem o pronome para antes do verbo. São elas: bo auxiliar (e não depois do particípio):
A) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, Tenho me deliciado com a leitura!
jamais, etc.: Não se desespere! Eu tenho me deliciado com a leitura!
B) Advérbios: Agora se negam a depor. Eu me tenho deliciado com a leitura!
LÍNGUA PORTUGUESA

C) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem  Não convém usar hífen nos tempos compostos e nas
tudo! locuções verbais:
D) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Vamos nos unir!
forçou. Iremos nos manifestar.
E) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni-  Quando há um fator para próclise nos tempos com-
dade. postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pro-
F) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. nome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos
nos preocupar (e não: “não nos vamos preocupar”).

44
11. Emprego de o, a, os, as B) Tema: é o radical seguido da vogal temática que in-
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exem-
 Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os plo: fala-r. São três as conjugações:
pronomes: o, a, os, as não se alteram. 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - E
Chame-o agora. - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
Deixei-a mais tranquila. C) Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
 Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo) /
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. D) Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
 Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, (singular ou plural):
na, nos, nas. falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (indi-
Chamem-no agora. ca a 3.ª pessoa do plural.)
Põe-na sobre a mesa.
FIQUE ATENTO!
#FicaDica O verbo pôr, assim como seus derivados (com-
por, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação,
Dica da Zê! pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que sig- vogal “e”, apesar de haver desaparecido do in-
nifica “antes”! Pronome antes do verbo! finitivo, revela-se em algumas formas do ver-
Ênclise – “en” lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, bo: põe, pões, põem, etc.
em Inglês – que significa “fim, final!). Pronome
depois do verbo!
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do ver- 2. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
bo
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
opinei, aprenderão, amaríamos.
Paulo: Saraiva, 2010.
3. Classificação dos Verbos
SITE
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao-
-pronominal-.html Classificam-se em:
A) Regulares: são aqueles que apresentam o radi-
Observação: Não foram encontradas questões abran- cal inalterado durante a conjugação e desinências
gendo tal conteúdo. idênticas às de todos os verbos regulares da mesma
conjugação. Por exemplo: comparemos os verbos
“cantar” e “falar”, conjugados no presente do Modo
VERBO Indicativo:

Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme- canto falo


ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo cantas falas
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre canta falas
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno cantamos falamos
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
LÍNGUA PORTUGUESA

cantais falais
1. Estrutura das Formas Verbais cantam falam
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
os seguintes elementos:
A) Radical: é a parte invariável, que expressa o signifi-
cado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava;
fal-am. (radical fal-)

45
#FicaDica
Observe que, retirando os radicais, as desinências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se idên-
ticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira
conjugação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo. Substitua o radical “cant” e coloque o “and”
(radical do verbo andar). Viu? Fácil!

B) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.

Observação:
Alguns verbos sofrem alteração no radical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso de: corrigir/corrijo, fingir/
finjo, tocar/toquei, por exemplo. Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o fonema permanece inalterado.

C) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Os principais são adequar, precaver, computar,
reaver, abolir, falir.
D) Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os prin-
cipais verbos impessoais são:

1. Haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)

2. Fazer, ser e estar (quando indicam tempo)


Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci.
Estava frio naquele dia.

3. Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado.
Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá
conjugação completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

4. O verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

5. Os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

6. Os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipoté-
tico, tornando-se, tais verbos, pessoais.

7. O verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?
LÍNGUA PORTUGUESA

E) Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar,
cricrilar, miar, latir, piar).

Os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

46
Principais verbos unipessoais:

 Cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

 Fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

F) Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

FIQUE ATENTO!
Estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/
LÍNGUA PORTUGUESA

dito, escrever/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

G) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui)
e ir (fui, ia, vades).
H) Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso

47
numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou espantar todos!
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Observação:
Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

4. Conjugação dos Verbos Auxiliares

4.1. SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

4.2. SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

4.3. SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

4.4. SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


LÍNGUA PORTUGUESA

ser ser eu sendo sido


seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

48
4.5. ESTAR - Modo Indicativo

Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.


estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

4.6. ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

4.7. ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

4.8. HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam
LÍNGUA PORTUGUESA

49
4.9. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

4.10. HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
Haverem

4.11. TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

4.12. TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
Tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham
LÍNGUA PORTUGUESA

I) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mes-
ma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita
no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:
 Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abs-
ter-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

50
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia re-
flexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo, Tu te arrependes, Ele se arrepende, Nós nos arrependemos, Vós vos arrependeis, Eles se arrependem.

 Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto represen-
tado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo.
Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes
mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa: A garota penteou-me.

Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular.

5. Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:
A) Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.
B) Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
C) Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

6. Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
A) Infinitivo
A.1 Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo.
Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

A.2 Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não apre-
senta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

B) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:


Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
LÍNGUA PORTUGUESA

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1. Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2. – Sim, senhora! Vou estar verificando!

51
Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

C) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o re-
sultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os
candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

8. Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

A) Tempos do Modo Indicativo


Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele es-
tudará as lições amanhã.
Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele pudes-
se, estudaria um pouco mais.

B) Tempos do Modo Subjuntivo


Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à
loja, levará as encomendas.

FIQUE ATENTO!
Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)
LÍNGUA PORTUGUESA

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

52
TABELAS DAS CONJUGAÇÕES VERBAIS
1. Modo Indicativo
1.1. Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M
1.2. Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM
1.3. Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
1.4. Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
LÍNGUA PORTUGUESA

cantAVA vendIA partIA


cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

53
1.5. Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

1.6. Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

1.7. Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M
LÍNGUA PORTUGUESA

54
1.8. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

1.9. Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obten-
do-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

C) Modo Imperativo

1. Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
LÍNGUA PORTUGUESA

Ele canta Cante você Que ele cante


Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

55
2. Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

 No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
 O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

3. Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

 O verbo parecer admite duas construções:


Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

 O verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php
LÍNGUA PORTUGUESA

VOZES DO VERBO

Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando se este é
paciente ou agente da ação. Importante lembrar que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três as vozes verbais:

A) Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo:
Ele fez o trabalho.
sujeito agente ação objeto (paciente)

56
B) Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo:
O trabalho foi feito por ele.
sujeito paciente ação agente da passiva

C) Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo, agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
O menino feriu-se.

#FicaDica
Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade:
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro)

1. Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.
A) Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte maneira:
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo:
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os alunos pintarão a escola)
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)

Observações:
 O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposi-
ção de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados.
 Pode acontecer de o agente da passiva não estar explícito na frase: A exposição será aberta amanhã.
 A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação das
frases seguintes:

Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)


O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito perfeito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz ativa)

Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)


O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indicativo)

Ele fará o trabalho. (futuro do presente)


O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)

 Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Ob-
serve a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
B) Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, seguido do
pronome apassivador “se”. Por exemplo:
Abriram-se as inscrições para o concurso.
Destruiu-se o velho prédio da escola.

Observação:
O agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética.
LÍNGUA PORTUGUESA

1.1 Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase.
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto

A apostila foi comprada pelo concurseiro. (Voz Passiva)


Sujeito da Passiva Agente da Passiva

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Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o 2. (TST – Analista Judiciário – Área Apoio Especia-
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo lizado – Especialidade Medicina do Trabalho – FCC –
assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. 2012) Está inadequado o emprego do elemento sublinhado
Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. na seguinte frase:
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
mestres. a) Sou ateu e peço que me deem tratamento similar ao que
Eu o acompanharei. dispenso aos homens religiosos.
Ele será acompanhado por mim. b) A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos de que
deveriam desviar-se todos os homens verdadeiramente
Quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não virtuosos.
haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Pre- c) A tolerância é uma virtude na qual não podem prescindir
judicaram-me. / Fui prejudicado. os que se dizem homens de fé.
Com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir, d) O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de nada
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva, fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente e) Respeito os homens de fé, a menos que deixem de fazer o
ou agente paciente. mesmo com aqueles que não a têm.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Resposta: Letra C.


SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- Corrigindo o inadequado:
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Em “a”: Sou ateu e peço que me deem tratamento similar
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- ao que dispenso aos homens religiosos.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Em “b”: A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos
Paulo: Saraiva, 2010. de que deveriam desviar-se todos os homens verdadeira-
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação mente virtuosos.
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Em “c”: A tolerância é uma virtude na qual (de que) não
podem prescindir os que se dizem homens de fé.
SITE Em “d”: O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php nada fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.
Em “e”: Respeito os homens de fé, a menos que deixem
de fazer o mesmo com aqueles que não a têm.
EXERCÍCIOS COMENTADOS 3. (TST – Analista Judiciário – Área Apoio Especializa-
do – Especialidade Medicina do Trabalho – FCC – 2012)
1. (TST – Técnico Judiciário – Área Administrativa – Transpondo-se para a voz passiva a construção Os ateus
FCC – 2012) As vitórias no jogo interior talvez não acres- despertariam a ira de qualquer fanático, a forma verbal
centem novos troféus, mas elas trazem recompensas valio- obtida será:
sas, [...] que contribuem de forma significativa para nosso
sucesso posterior, tanto na quadra como fora dela. a) seria despertada.
Mantêm-se adequados o emprego de tempos e modos b) teria sido despertada.
verbais e a correlação entre eles, ao se substituírem os ele- c) despertar-se-á.
mentos sublinhados na frase acima, na ordem dada, por: d) fora despertada.
e) teriam despertado.
a) tivessem acrescentado − trariam − contribuírem
b) acrescentassem − têm trazido − contribuírem Resposta: Letra A.
c) tinham acrescentado − trarão − contribuiriam Os ateus despertariam a ira de qualquer fanático
d) acrescentariam − trariam− contribuíram Fazendo a transposição para a voz passiva, temos: A ira de
e) tenham acrescentado − trouxeram − Contribuíram qualquer fanático seria despertada pelos ateus.
GABARITO OFICIAL: A
Resposta: Letra E.
Questão que envolve correlação verbal. Realizando as 4. (TST – Técnico Judiciário – Área Administrativa – Es-
alterações solicitadas, segue como ficariam (em desta- pecialidade Segurança Judiciária – FCC – 2012)
que): ...ela nunca alcançava a musa.
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “a”: tivessem acrescentado – trariam − contribui- Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma ver-
riam bal resultante será:
Em “b”: acrescentassem – trariam − contribuiriam
Em “c”: tinham acrescentado – trouxeram − contribuí- a) alcança-se.
ram b) foi alcançada.
Em “d”: acrescentassem – trariam − contribuíram c) fora alcançada.
Em “e”: tenham acrescentado – trouxeram − Contribuí- d) seria alcançada.
ram = correta e) era alcançada.

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Resposta: Letra E. Em “d”: A toda decisão tomada precipitadamente costu-
Temos um verbo na voz ativa, então teremos dois na mam sobrevir consequências imprevistas e injustas.
passiva (auxiliar + o verbo da oração da ativa, no mes- Em “e”: Diante de uma escolha, ganham prioridade, re-
mo tempo verbal, forma particípio): A musa nunca era comenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
alcançada por ela. O verbo “alcançava” está no pretérito humana.
imperfeito, por isso o auxiliar tem que estar também (é
= presente, foi = pretérito perfeito, era = imperfeito, fora 7. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – Analista Judiciário – Área
= mais que perfeito, será = futuro do presente, seria = Administrativa – FCC – 2016 ) ... para quem Manoel de
futuro do pretérito). Barros era comparável a São Francisco de Assis...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o da
5. (TST – Analista Judiciário – Área Apoio Especia- frase acima está em:
lizado – Especialidade Medicina do Trabalho – FCC
– 2012) Aos poucos, contudo, fui chegando à constatação a) Dizia-se um “vedor de cinema”...
de que todo perfil de rede social é um retrato ideal de nós b) Porque não seria certo ficar pregando moscas no espa-
mesmos. ço...
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que outra altera- c) Na juventude, apaixonou-se por Arthur Rimbaud e Char-
ção seja feita na frase, o elemento grifado pode ser subs- les Baudelaire.
tituído por: d) Quase meio século separa a estreia de Manoel de Barros
na literatura...
a) ademais. e) ... para depois casá-las...
b) conquanto.
c) porquanto. Resposta: Letra A.
d) entretanto. “Era” = verbo “ser” no pretérito imperfeito do Indicativo.
e) apesar. Procuremos nos itens:
Em “a”: Dizia-se = pretérito imperfeito do Indicativo
Resposta: Letra D. Em “b”: Porque não seria = futuro do pretérito do Indi-
Contudo é uma conjunção adversativa (expressa oposi- cativo
ção). A substituição deve utilizar outra de mesma clas- Em “c”: Na juventude, apaixonou-se = pretérito perfeito
sificação, para que se mantenha a ideia do período. A do Indicativo
correta é entretanto. Em “d”: Quase meio século separa = presente do Indi-
cativo
6. (TST – Analista Judiciário – Área Administrativa Em “e”: para depois casá-las = Infinitivo pessoal (casar
– FCC – 2012) O verbo indicado entre parênteses deverá elas)
flexionar-se no singular para preencher adequadamente a
lacuna da frase: 8. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – Analista Judiciário – Área
Administrativa – FCC – 2016 ) Aí conheci o escritor e his-
a) A nenhuma de nossas escolhas...... (poder) deixar de toriador de sua gente, meu saudoso amigo Alcino Alves Cos-
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. ta. E foi dele que ouvi oralmente a história de Zé de Julião.
b) Não se...... (poupar) os que governam de refletir sobre o Considerando-se a norma-padrão da língua, ao reescrever-
peso de suas mais graves decisões. -se o trecho acima em um único período, o segmento des-
c) Aos governantes mais responsáveis não...... (ocorrer) tacado deverá ser antecedido de vírgula e substituído por
tomar decisões sem medir suas consequências.
d) A toda decisão tomada precipitadamente...... (costu- a) perante ao qual
mar) sobrevir consequências imprevistas e injustas. b) de cujo
e) Diante de uma escolha,...... (ganhar) prioridade, reco- c) o qual
menda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor d) frente à quem
humana. e) de quem

Resposta: Letra C. Resposta: Letra E.


Flexões em destaque e sublinhei os termos que estabe- Voltemos ao trecho: ... meu saudoso amigo Alcino Alves
lecem concordância: Costa. E foi dele que ouvi oralmente... = a única alterna-
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “a”: A nenhuma de nossas escolhas podem deixar de tiva que substitui corretamente o trecho destacado é “de
corresponder nossos valores éticos mais rigorosos. quem ouvi oralmente”.
Em “b”: Não se poupam os que governam de refletir
sobre o peso de suas mais graves decisões.
Em “c”: Aos governantes mais responsáveis não ocorre
tomar decisões sem medir suas consequências. = Isso
não ocorre aos governantes – uma oração exerce a fun-
ção de sujeito (subjetiva)

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9. (TRT 14.ª REGIÃO-RO e AC – Técnico Judiciário Em “c”: que transformou = pretérito perfeito do Indica-
– FCC – 2016) “Isto pode despertar a atenção de outras tivo
pessoas que tenham documentos em casa e se disponham Em “d”: que se esforcem = presente do Subjuntivo
a trazer para a Academia, que é a guardiã desse tipo de Em “e”: há algo novo nesse cenário = presente do Indi-
acervo, que é muito difícil de ser guardado em casa, pois o cativo
tempo destrói e aqui temos a melhor técnica de conservação
de documentos”, disse Cavalcanti. 12. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – Técnico Judiciário – FCC
O termo sublinhado faz referência a – 2016) O modelo ainda dominante nas discussões ecoló-
gicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo...
a) pessoas. Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma
b) acervo. verbal resultante será:
c) Academia.
d) tempo. a) é privilegiado.
e) casa. b) sendo privilegiadas.
c) são privilegiados.
Resposta: Letra B. d) foi privilegiado.
Ao trecho: a guardiã desse tipo de acervo, que (o qual) é e) são privilegiadas.
muito difícil de ser guardado...
Resposta: Letra C.
10. (TRT 14.ª REGIÃO-RO e AC – Técnico Judiciário – FCC Há um verbo na ativa, então teremos dois na passiva
– 2016) O marechal organizou o acervo... (auxiliar + o particípio de “privilegia”) = O Estado e o
A forma verbal está corretamente transposta para a voz mundo são privilegiados pelo modelo ainda dominante.
passiva em:
13. (TRT 23.ª REGIÃO-MT – Técnico Judiciário – FCC
a) estava organizando – 2016 ) Empregam-se todas as formas verbais de acordo
b) tinha organizado com a norma culta na seguinte frase:
c) organizando-se
d) foi organizado a) Para que se mantesse sua autenticidade, o documento
e) está organizado não poderia receber qualquer tipo de retificação.
b) Os documentos com assinatura digital disporam de al-
Resposta: Letra D. goritmos de criptografia que os protegeram.
Temos: sujeito (o marechal), verbo na ativa (organizou) e c) Arquivados eletronicamente, os documentos poderam
objeto (o acervo). Como há um verbo na ativa, ao pas- contar com a proteção de uma assinatura digital.
sarmos para a passiva teremos dois (o auxiliar no mesmo d) Quem se propor a alterar um documento criptografado
tempo que o verbo da ativa + o particípio do verbo da deve saber que comprometerá sua integridade.
voz ativa = organizado). O objeto exercerá a função de e) Não é possível fazer as alterações que convierem sem
sujeito paciente, e o sujeito da ativa será o agente da comprometer a integridade dos documentos.
passiva (ufa!). A frase ficará: O acervo foi organizado pelo
marechal. Resposta: Letra E.
Em “a”: Para que se mantesse (mantivesse) sua autenti-
11. (TRT 20.ª REGIÃO-SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC cidade, o documento não poderia receber qualquer tipo
– 2016) Precisamos de um treinador que nos ajude a co- de retificação.
mer... Em “b”: Os documentos com assinatura digital disporam
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o sub- (dispuseram) de algoritmos de criptografia que os pro-
linhado acima está também sublinhado em: tegeram.
Em “c”: Arquivados eletronicamente, os documentos po-
a) [...] assim que conseguissem se virar sem as mães ou as deram (puderam) contar com a proteção de uma assina-
amas... tura digital.
b) Não é por acaso que proliferaram os coaches. Em “d”: Quem se propor (propuser) a alterar um docu-
c) [...] país que transformou a infância numa bilionária in- mento criptografado deve saber que comprometerá sua
dústria de consumo... integridade.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) E, mesmo que se esforcem muito [...] Em “e”: Não é possível fazer as alterações que convie-
e) Hoje há algo novo nesse cenário. rem sem comprometer a integridade dos documentos
= correta
Resposta: Letra D.
que nos ajude = presente do Subjuntivo
Em “a”: que conseguissem = pretérito do Subjuntivo
Em “b”: que proliferaram = pretérito perfeito (e também
mais-que-perfeito) do Indicativo

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14. (TRT 21.ª REGIÃO-RN – Técnico Judiciário – FCC – 16. (PC-SP – Atendente de Necrotério Policial – Vunesp
2017) Sessenta anos de história marcam, assim, a trajetória – 2014) Assinale a alternativa em que a palavra em desta-
da utopia no país. que na frase pertence à classe dos adjetivos (palavra que
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma qualifica um substantivo).
verbal resultante será:
a) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eu-
a) foram marcados. tanásia...
b) foi marcado. b)... o médico ou alguém causa ativamente a morte...
c) são marcados. c) prolonga o processo de morrer procurando distanciar a
d) foi marcada. morte.
e) é marcada. d) Ela é proibida por lei no Brasil,...
e) E como seria a verdadeira boa morte?
Resposta: Letra E.
Temos um verbo (no tempo presente) na ativa, então te- Resposta: Letra E.
remos dois na passiva (auxiliar [no tempo presente] + Em “a”: Existe grande confusão = substantivo
particípio de “marcam”) = Assim, a trajetória da utopia Em “b”: o médico ou alguém causa ativamente a morte
do país é marcada pelos sessenta anos de história. = pronome
Em “c”: prolonga o processo de morrer procurando dis-
15. (Polícia Militar do Estado de São Paulo – Soldado tanciar a morte = substantivo
PM 2.ª Classe – Vunesp – 2017) Considere as seguintes Em “d”: Ela é proibida por lei no Brasil = substantivo
frases: Em “e”: E como seria a verdadeira boa morte? = adjetivo
Primeiro, associe suas memórias com objetos físicos.
Segundo, não memorize apenas por repetição. 17. (PC-SP – Escrivão de Polícia – Vunesp – 2014) As for-
Terceiro, rabisque! mas verbais conjugadas no modo imperativo, expressando
Um verbo flexionado no mesmo modo que o dos verbos ordem, instrução ou comando, estão destacadas em
empregados nessas frases está em destaque em:
a) Mas há outros cujas marcas acabam ficando bem níti-
a) [...] o acesso rápido e a quantidade de textos fazem com das na memória: são aqueles donos de qualidades in-
que o cérebro humano não considere útil gravar esses comuns.
dados [...] b) Voltei uns cinquenta minutos depois, cauteloso, e quase
b) Na internet, basta um clique para vasculhar um sem-nú- não acreditei no que ouvi.
mero de informações. c) – Ei rapaz, deixe ligado o microfone, largue isso aí, vá
c) [...] após discar e fazer a ligação, não precisamos mais pro estúdio e ponha a rádio no ar.
dele... d) Bem, o fato é que eu era o técnico de som do horário,
d) Pense rápido: qual o número de telefone da casa em que precisava “passar” a transmissão lá para a câmara, e o
morou quando era criança? locutor não chegava para os textos de abertura, publi-
e) É o que mostra também uma pesquisa recente conduzi- cidade, chamadas.
da pela empresa de segurança digital Kaspersky [...] e) ... estremecíamos quando ele nos chamava para qual-
Resposta: Letra D. quer coisa, fazendo-nos entrar na sua sala imensa, já
Os verbos das frases citadas estão no Modo Imperativo suando frio e atentos às suas finas e cortantes palavras.
(expressam ordem). Vamos aos itens:
Em “a”: ... o acesso rápido e a quantidade de textos fa- Resposta: Letra C.
zem = presente do Indicativo Aos itens:
Em “b”: Na internet, basta um clique = presente do In- Em “a”: há = presente / acabam = presente / são = pre-
dicativo sente
Em “c”: ... após discar e fazer a ligação, não precisamos Em “b”: Voltei = pretérito perfeito / acreditei = pretérito
= presente do Indicativo perfeito
Em “d”: Pense rápido: = Imperativo Em “c”: deixe / largue / vá / ponha = verbos no modo
Em “e”: É o que mostra também uma pesquisa = presen- imperativo afirmativo (ordens)
te do Indicativo Em “d”: era = pretérito imperfeito / precisava = pretérito
imperfeito / chegava = pretérito imperfeito
LÍNGUA PORTUGUESA

Em “e”: fazendo-nos = gerúndio / suando = gerúndio

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18. (PC-SP – Agente de Polícia – Vunesp – 2013) Em – O 21. (PC-SP – Escrivão de Polícia – Vunesp – 2013)
destino me prestava esse pequeno favor: completava minha Assinale a alternativa que completa respectivamente as
identificação com o resto da humanidade, que tem sempre lacunas, em conformidade com a norma-padrão de con-
para contar uma história de objeto achado; – o pronome em jugação verbal.
destaque retoma a seguinte palavra/expressão: Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional
quando __________ um diploma de mestrado, mas há aque-
a) o resto da humanidade. les que _________ de opinião e procuram investir em cursos
b) esse pequeno favor. profissionalizantes.
c) minha identificação.
d) O destino. a) obtiver … divirgem
e) completava. b) obter … divergem
c) obtesse … devirgem
Resposta: Letra A. d) obter … divirgem
Completava minha identificação com o resto da humani- e) obtiver … divergem
dade, que (a qual) tem sempre para contar uma história
de objeto achado = pronome relativo que retoma o resto Resposta: Letra E.
da humanidade. Há quem acredite que alcançará o sucesso profissional
quando obtiver um diploma de mestrado, mas há aque-
19. (PC-SP – Agente de Polícia – Vunesp – 2013) Consi- les que divergem de opinião e procuram investir em
dere o trecho a seguir. cursos profissionalizantes.
É comum que objetos ____________ esquecidos em locais
públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se 22. (PC-SP – Auxiliar de Necropsia – Vunesp – 2014) Con-
as pessoas __________ a atenção voltada para seus perten- siderando que o adjetivo é uma palavra que modifica o subs-
ces, conservando-os junto ao corpo. tantivo, com ele concordando em gênero e número, assinale a
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva- alternativa em que a palavra destacada é um adjetivo.
mente, as lacunas do texto.
a) ... um câncer de boca horroroso, ...
a) sejam ... mantesse b) Ele tem dezesseis anos...
b) sejam ... mantém c) Eu queria que ele morresse logo, ...
c) sejam ... mantivessem d) ... com a crueldade adicional de dar esperança às famí-
d) seja ... mantivessem lias.
e) seja ... mantêm e) E o inferno não atinge só os terminais.

Resposta: Letra C. Resposta: Letra A.


Completemos as lacunas e depois busquemos o item Em “a”: um câncer de boca horroroso = adjetivo
correspondente. A pegadinha aqui é a conjugação do Em “b”: Ele tem dezesseis anos = numeral
verbo “manter”, no presente do Subjuntivo (mantiver): Em “c”: Eu queria que ele morresse logo = advérbio
É comum que objetos sejam esquecidos em locais públi- Em “d”: com a crueldade adicional de dar esperança às
cos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as famílias = substantivo
pessoas mantivessem a atenção voltada para seus per- Em “e”: E o inferno não atinge só os terminais = subs-
tences, conservando-os junto ao corpo. tantivo

20. (PC-SP – Atendente de Necrotério Policial – Vunesp 23. (Polícia Civil-SP – Perito Criminal – Vunesp – 2013)
– 2013) Nas frases – Não vou mais à escola!… – e – Hoje Observe os enunciados:
estão na moda os métodos audiovisuais. – as palavras em • A Guerra do Vietnã se faz presente até hoje.
destaque expressam, correta e respectivamente, circuns- • A probabilidade de um veterano branco ser preso por um
tâncias de crime violento é significativamente mais alta do que...
Os advérbios em destaque expressam, respectivamente,
a) dúvida e modo. circunstâncias de
b) dúvida e tempo.
c) modo e afirmação. a) lugar e modo.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) negação e lugar. b) tempo e intensidade.


e) negação e tempo. c) modo e intensidade.
Resposta: Letra E. d) tempo e causa.
“não” – advérbio de negação / “hoje” – advérbio de tem- e) tempo e modo.
po.
Resposta: Letra E.
“Hoje” = tempo; geralmente os advérbios terminados
em “-mente” são de modo (= com significância).

62
• pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE”. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.
Que vida é essa?

A palavra que em português pode ser: Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quanto
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de excla- subordinadas, daí classificar-se como conjunção coordena-
mação. Usa-se também a variação o quê! A palavra que não tiva ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
exerce função sintática quando funciona como interjeição. conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que re-
Quê! Você ainda não está pronto? cebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
O quê! Quem sumiu? Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
plicativa)
Substantivo: equivale a alguma coisa. Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro consecutiva)
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tônico
terminado em e. Como substantivo, designa também a 16ª Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for substan- palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
tivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe de integrante.
palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, Desejo que você venha logo.
etc.) A palavra se
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de A palavra se, em português, pode ser:
núcleo do objeto direto)
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
que o auxiliar é o verboter. vra se pode ser:
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não * conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração
exerce função sintática. subordinada substantiva.
Tenho que sair agora. Perguntei se ele estava feliz.
* conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Ele tem que dar o dinheiro hoje.
ção adverbial condicional (equivale a caso).
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido.
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática;
frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
Como partícula expletiva, aparece também na expressão é indica, é usada apenas para dar realce.
que. Passavam-se os dias e nada acontecia.
Quase que não consigo chegar a tempo. Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Elas é que conseguiram chegar. verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. sintática.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala- Ele arrependeu-se do que fez.
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
caso, de intensidade. Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob-
Que lindas flores! jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi-
Que barato! va sintética. É também chamada de pronome apassivador.
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: apassivar o verbo.
• pronome relativo: retoma um termo da oração ante- Vendem-se casas.
cedente, projetando-o na oração consequente. Equivale a o Aluga-se carro.
qual e flexões. Compram-se joias.
LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


• pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a um
pronome substantivo ou pronome adjetivo. verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito indeter-
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for minado. Não exerce propriamente uma função sintática, seu
pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun- papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de que, nesse
ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa do singular.
objeto indireto, etc.) Trabalha-se de dia.
Que aconteceu com você? Precisa-se de vendedores.

63
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome “Pegue um jornal
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su- Pegue a tesoura.
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí- Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), dar a seu poema.
podendo assumir as seguintes funções sintáticas: Recorte o artigo.”
Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema
* objeto direto dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio
Ele cortou-se com o facão. ato de fazer um poema.

* objeto indireto Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer


Ele se atribui muito valor. uma relação com o emissor, um contato para verificar
se a mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a
* sujeito de um infinitivo conversa. Quando estamos em um diálogo, por exemplo,
“Sofia deixou-se estar à janela.” e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos
utilizando este tipo de função; ou quando atendemos o
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi-
celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm
Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus
sentimentos através de textos que podem ser enfatizados
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo,
DA LINGUAGEM. além de elaborar novas possibilidades de combinações
dos signos linguísticos. É presente em textos literários,
publicitários e em letras de música.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0
Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de
Função referencial ou denotativa: transmite uma Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a
informação objetiva, expõe dados da realidade de modo ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.
objetivo, não faz comentários, nem avaliação. Geralmente,
o texto se apresenta na terceira pessoa do singular ou plural, ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO
pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa,
ou seja, não há possibilidades de outra interpretação além O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma
da que está exposta. Em alguns textos é mais predominante informação a alguém. Quem se comunica pretende criar
essa função, como nos científicos, jornalísticos, técnicos, uma imagem positiva de si mesmo por exemplo, a de um
didáticos ou em correspondências comerciais. sujeito educado, ou inteligente, ou culto; quer ser aceito,
deseja que o que diz seja admitido como verdadeiro. Em
Função emotiva ou expressiva: o objetivo do síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem o desejo
emissor é transmitir suas emoções e anseios. A realidade é de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele
transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem propõe.
é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta- Se essa é a finalidade última de todo ato de
se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, comunicação, todo texto contém um componente
interrogação e reticências) é uma característica da função
argumentativo. A argumentação é o conjunto de recursos
emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e
de natureza linguística destinados a persuadir a pessoa a
reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em
quem a comunicação se destina. Está presente em todo
poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos
Função conativa ou apelativa: O objetivo é de pontos de vista defendidos.
influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por As pessoas costumam pensar que o argumento seja
meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite apenas uma prova de verdade ou uma razão indiscutível
ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam para comprovar a veracidade de um fato. O argumento
estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na é mais que isso: como se disse acima, é um recurso de
2.ª ou 3.ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar linguagem utilizado para levar o interlocutor a crer naquilo
LÍNGUA PORTUGUESA

seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que está
em textos publicitários, em discursos políticos ou de sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio
autoridade. da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de
recursos de linguagem.
Função metalinguística: Essa função se refere à Para compreender claramente o que é um argumento,
metalinguagem, que é quando o emissor explica um é bom voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século
código usando o próprio código. Quando um poema fala lV a.C., numa obra intitulada “Tópicos: os argumentos são
da própria ação de se fazer um poema, por exemplo: úteis quando se tem de escolher entre duas ou mais coisas”.

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Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma estiverem de acordo com suas crenças, suas expectativas,
desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos seus valores. Não se pode convencer um auditório
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele
escolher entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza abomina. Será mais fácil convencêlo valorizando coisas que
e a saúde. Nesse caso, precisamos argumentar sobre qual ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja
das duas é mais desejável. O argumento pode então ser vem com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão
definido como qualquer recurso que torna uma coisa mais nacional. Nos Estados Unidos, essa associação certamente
desejável que outra. Isso significa que ele atua no domínio não surtiria efeito, porque lá o futebol não é valorizado
do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo de
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, um argumento está vinculado ao que é valorizado ou
mais possível que a outra, mais desejável que a outra, é desvalorizado numa dada cultura.
preferível à outra.
O objetivo da argumentação não é demonstrar a
verdade de um fato, mas levar o ouvinte a admitir como
DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE
verdadeiro o que o enunciador está propondo. COESÃO TEXTUAL: EMPREGO DE
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO,
argumentação. O primeiro opera no domínio do necessário, SUBSTITUIÇÃO E REPETIÇÃO,
ou seja, pretende demonstrar que uma conclusão deriva DE CONECTORES E DE OUTROS
necessariamente das premissas propostas, que se deduz ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO
obrigatoriamente dos postulados admitidos. No raciocínio TEXTUAL; EMPREGO DE TEMPOS E
lógico, as conclusões não dependem de crenças, de uma MODOS VERBAIS.
maneira de ver o mundo, mas apenas do encadeamento de DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE
premissas e conclusões. COERÊNCIA TEXTUAL.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte
encadeamento:
A é igual a B. COESÃO E COERÊNCIA
A é igual a C.
Então: C é igual a A. Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigato- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
riamente, que C é igual a A. do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
Outro exemplo: estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
Todo ruminante é um mamífero. falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
A vaca é um ruminante. a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
Logo, a vaca é um mamífero. elementos que compõem a oração, como também entre a
sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
conclusão também será verdadeira. em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. cesso têm com o tema.
Nele, a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
Por isso, devese mostrar que ela é a mais desejável, a ginária - composta de termos e expressões - que une os
mais provável, a mais plausível. Se o Banco do Brasil fizer diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
uma propaganda dizendose mais confiável do que os de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
concorrentes porque existe desde a chegada da família ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendonos que um tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre a orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta re daí a coerência textual.
tem peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
um banco. Portanto é provável que se creia que um banco apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
mais antigo seja mais confiável do que outro fundado há rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
dois ou três anos. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
LÍNGUA PORTUGUESA

Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
quase impossível, tantas são as formas de que nos valemos prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
para fazer as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
isso, é importante entender bem como eles funcionam. Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
Já vimos diversas características dos argumentos. não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
É preciso acrescentar mais uma: o convencimento do Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
interlocutor, o auditório, que pode ser individual ou e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
coletivo, será tanto mais fácil quanto mais os argumentos des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.

65
Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é “Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam
imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases os participantes do ato do discurso. Os pronomes demons-
estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se trativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como
de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os advérbios de tempo, referenciam o momento da enuncia-
os elementos que compõem a estrutura textual. ção, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou pos-
terioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (pre-
FORMAS DE SE GARANTIR A COESÃO ENTRE OS sente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias,
ELEMENTOS DE UMA FRASE OU DE UM TEXTO: antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano,
depois de (futuro).”
 Substituição de palavras com o emprego de sinô- A coerência de um texto está ligada:
nimos - palavras ou expressões do mesmo campo 1. à sua organização como um todo, em que devem estar
associativo. assegurados o início, o meio e o fim;
 Nominalização – emprego alternativo entre um ver- 2. à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto
bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (des- técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada em
gastar / desgaste / desgastante). comprovações, apresentação de estatísticas, relato de expe-
 Emprego adequado de tempos e modos verbais: riências; um texto informativo apresenta coerência se tra-
Embora não gostassem de estudar, participaram da balhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poéticos,
aula. por outro lado, trabalham com a linguagem figurada, livre
 Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre- associação de ideias, palavras conotativas.
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira, REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Sua Santidade participou de uma reunião com a Pre- Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
sidente Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumpri- – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
mentava as pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele Souza. – 3.ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
guarda respeito por elas.
 Uso de hipônimos – relação que se estabelece com SITE
base na maior especificidade do significado de um http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/
deles. Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html
(mais genérico).
 Emprego de hiperônimos - relações de um termo
de sentido mais amplo com outros de sentido mais EXERCÍCIOS COMENTADOS
específico. Por exemplo, felino está numa relação de
hiperonímia com gato.
 Substitutos universais, como os verbos vicários.
1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Ces-
pe – 2014 – adaptada)
AJUDA DA ZÊ:
Verbo vicário é aquele que substitui outro já utilizado
Hoje, todos reconhecem, porque Marx impôs esta demons-
no período, evitando repetições. Geralmente é o verbo fa- tração no Livro II d’O Capital, que não há produção possível
zer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. Faço porque preci- sem que seja assegurada a reprodução das condições ma-
so. O “faço” foi empregado no lugar de “estudo”, evitando teriais da produção: a reprodução dos meios de produção.
repetição desnecessária. Qualquer economista, que neste ponto não se distingue
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- de qualquer capitalista, sabe que, ano após ano, é preciso
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, prever o que deve ser substituído, o que se gasta ou se usa
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- na produção: matéria-prima, instalações fixas (edifícios),
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida instrumentos de produção (máquinas) etc. Dizemos: qual-
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se quer economista é igual a qualquer capitalista, pois ambos
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- exprimem o ponto de vista da empresa.
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
relação entre as duas orações). Louis Althusser. Ideologia e aparelhos ideológicos do Esta-
do. 3.ª ed. Lisboa: Presença, 1980 (com adaptações).
LÍNGUA PORTUGUESA

Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro-


priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao Julgue os itens a seguir, a respeito dos sentidos do texto
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de acima.
progressão textual, dada sua característica: são elementos No texto, os termos “matéria-prima”, “instalações fixas
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (edifícios)” e “instrumentos de produção (máquinas)” são
nentes da situação comunicativa. exemplos de “meios de produção”.
Já os componentes concentram em si a significação. Eli-
sa Guimarães ensina-nos a esse respeito: ( ) CERTO ( ) ERRADO

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Resposta: Certo. Voltemos ao texto: (...) é preciso prever do governo não devia ser entregar... Haveria correção
o que deve ser substituído, o que se gasta ou se usa na gramatical, mas mudaríamos o sentido do texto, já que
produção: matéria- -prima, instalações fixas (edifí- no original o que se quer dizer é o primeiro cuidado do
cios), instrumentos de produção (máquinas) etc. governo deve ser o de não entregar a particulares; com
Os dois-pontos são utilizados para exemplificar o ter- a alteração: o primeiro cuidado do governo não deve ser
mo antecedente (produção), portanto a afirmação está o de entregar a particulares, ou seja, ele tem que tomar
correta. cuidado com outras coisas primeiramente, depois com
este fato.
2. (EBSERH – Conhecimentos Básicos para todos os
Cargos de Nível Superior – Cespe – 2018 – adaptada) 3. (Ancine – Técnico Administrativo – cespe – 2012)
O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totali-
Texto CB1A1AAA dade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção
de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que
Já houve quem dissesse por aí que o Rio de Janeiro é a ci- se estende a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de
dade das explosões. Na verdade, não há semana em que os alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro, em
jornais não registrem uma aqui e ali, na parte rural. todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação
A ideia que se faz do Rio é a de que é ele um vasto paiol, e do mundo.
que vivemos sempre ameaçados de ir pelos ares, como se Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Re-
estivéssemos a bordo de um navio de guerra, ou habitando nascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo:
uma fortaleza cheia de explosivos terríveis. Hucitec, 1987, p. 73 (com adaptações).
Certamente que essa pólvora terá toda ela emprego útil;
mas, se ela é indispensável para certos fins industriais, con- Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual
vinha que se averiguassem bem as causas das explosões, se “O riso”.
são acidentais ou propositais, a fim de que fossem removi-
das na medida do possível. Isso, porém, é que não se tem ( ) CERTO ( ) ERRADO
dado e creio que até hoje não têm as autoridades chegado
a resultados positivos. Resposta: Certo. Vamos ao texto: O riso é tão universal
Entretanto, é sabido que certas pólvoras, submetidas a como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo
dadas condições, explodem espontaneamente, e tem sido (...). Os termos destacados se relacionam. O pronome
essa a explicação para uma série de acidentes bastante do- “ele” retoma o sujeito “riso”.
lorosos, a começar pelo do Maine, na baía de Havana, sem
esquecer também o do Aquidabã.
Noticiam os jornais que o governo vende, quando avariada, REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS
grande quantidade dessas pólvoras. DO TEXTO: SIGNIFICAÇÃO DAS
Tudo indica que o primeiro cuidado do governo devia ser
PALAVRAS; SUBSTITUIÇÃO DE
não entregar a particulares tão perigosas pólvoras, que ex-
plodem assim sem mais nem menos, pondo pacíficas vidas
PALAVRAS OU DE TRECHOS DE TEXTO;
em constante perigo. REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE
Creio que o governo não é assim um negociante ganancio- ORAÇÕES E DE PERÍODOS DO TEXTO;
so que vende gêneros que possam trazer a destruição de REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES
vidas preciosas; e creio que não é, porquanto anda sempre GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE.
zangado com os farmacêuticos que vendem cocaína aos
suicidas. Há sempre no Estado curiosas contradições.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
Lima Barreto Pólvora e cocaína In: Vida urbana, 5/1/1915 ESTRUTURAS
Internet: <www dominiopublico gov br> (com adaptações)
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase
A correção gramatical do penúltimo parágrafo do texto se- leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um
ria preservada, embora seu sentido fosse alterado, caso o texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen-
advérbio “não” fosse deslocado para imediatamente após te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar
“governo”. e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo,
LÍNGUA PORTUGUESA

do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem


( ) CERTO ( ) ERRADO acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever.
Resposta: Certo. Voltemos ao texto: (...) Tudo indica que Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos
o primeiro cuidado do governo devia ser não entregar a escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne-
particulares tão perigosas pólvoras, que explodem assim cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
sem mais nem menos, pondo pacíficas vidas em constante das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as-
perigo. Façamos a alteração proposta: o primeiro cuidado sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores.

67
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso aliado A) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Para normalmente são representadas por adjuntos adver-
tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sintaxe”, biais de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das ve-
conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramática que zes, quando queremos recordar algo ou narrar uma
estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no história, existe a tendência a colocar os adjuntos nos
discurso, bem como a relação lógica das frases entre si”; ou começos das frases:
em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistura”, isto é, sa- “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
ber misturar as palavras de maneira a produzirem um sen- nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tido evidente para os receptores das nossas mensagens. tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Observe:
1. A desemprego globalização no Brasil e no na está La- Observações:
tina América causando. Tais construções não estão erradas, mas rompem com
2. A globalização está causando desemprego no Brasil e a ordem direta;
na América Latina. É preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas
frases que não têm sujeito, somente predicado. Por exem-
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma plo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo.
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de São quatro horas agora;
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação Outras frases são construídas com verbos intransitivos,
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de que não têm complemento:
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de O menino morreu na Alemanha. (sujeito +verbo+ ad-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- junto adverbial)
tural do mundo atual.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
1. A Ordem dos Termos na Frase Há ainda frases nominais que não possuem verbos:
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem
Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos
ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
existentes nelas.
Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
Levando em consideração a ordem direta, podemos es-
mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
tabelecer três regras básicas para o uso da vírgula:
tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
Se os termos estão colocados na ordem direta não ha-
acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
verá a necessidade de vírgulas. A frase 2 é um exemplo
zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von- disto:
tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode- A globalização está causando desemprego no Brasil e na
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira: América Latina.
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau- Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração
sando desemprego. por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, ape- mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re-
nas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a al- gra básica n.º1 para a colocação da vírgula. Veja:
guns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas. A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” cau-
Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e sam desemprego…
o que mais nos auxilia na organização de um período, pois (três núcleos do sujeito)
facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos A globalização causa desemprego no Brasil, na América
frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga- Latina e na África.
nizadas aos nossos leitores. (três adjuntos adverbiais)
O básico para a organização sintática das frases é a or-
dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu- A globalização está causando desemprego, insatisfação e
ram tal ordem da seguinte maneira: sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. (três
complementos verbais)
LÍNGUA PORTUGUESA

SUJEITO + VERBO+ COMPLEMENTO VERBAL+ CIR-


CUNSTÂNCIAS B) Em princípio, não devemos, na ordem direta, separar
com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu
A globalização + está causando+ desemprego + no complemento, nem o complemento e as circunstân-
Brasil nos dias de hoje. cias, ou seja, não devemos separar com vírgula os
Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem todas termos da oração. Veja exemplos de tal incorreção:
contêm todos estes elementos, portanto cabem algumas O Brasil, será feliz.
observações: A globalização causa, o desemprego.

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Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Observação:
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, Quanto à equivalência e transformação de estruturas,
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é um exemplo muito comum cobrado em provas é o enun-
a regra básica n.º 2 para a colocação da vírgula. Dito em ciado trazer uma frase no singular e pedir a passagem para
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a mudança
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com de tempos verbais.
vírgulas. Vejamos:
A globalização, fenômeno econômico deste fim de século SITE
XX, causa desemprego no Brasil. http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/
sujeito e o verbo.
ANÁLISE E TIPO DE DISCURSO
Outros exemplos:
A Análise do Discurso é uma prática da linguística no
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultural, campo da Comunicação, e consiste em analisar a estrutura
está causando desemprego no Brasil e na América Latina. de um texto e, a partir disto, compreender as construções
Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada. ideológicas presentes no mesmo.
As orações adjetivas explicativas desempenham fre- O discurso em si é uma construção linguística atrelada
quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati- ao contexto social no qual o texto é desenvolvido. Ou seja,
vo, por isto são também isoladas por vírgula. as ideologias presentes em um discurso são diretamente
determinadas pelo contexto político-social em que vive o
A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil… seu autor. Mais que uma análise textual, a análise do Dis-
Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu curso é uma análise contextual da estrutura discursiva em
complemento. questão.
Michel Foucault descreveu a Ordem do Discurso como
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, uma construção de características sociais. A sociedade que
no Brasil…
promove o contexto do discurso analisado é a base de toda
Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
a estrutura do texto, atrelando, deste modo, todo e qual-
tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
quer elemento que possa fazer parte do sentido do discur-
ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
so. O texto só pode assim ser chamado se o seu receptor
verbal e os adjuntos).
for capaz de compreender o seu sentido, e isto cabe ao
autor do texto e à atenção que o mesmo der ao contex-
Observação:
to da construção de seu discurso. É a relação básica para
A simples negação em uma frase não exige vírgula: A
a existência da comunicação verbal: emissão – recepção –
globalização não causou desemprego no Brasil e na América
Latina. compreensão.
As práticas discursivas geram também outros âmbitos
C) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, de análise do discurso, como o Universo de Concorrências,
tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra que consiste na competição entre vários emissores para
n.º 3 da colocação da vírgula. atingir um mesmo público-alvo. A partir disto, os emisso-
No Brasil e na América Latina, a globalização está cau- res precisam inteirar-se do contexto da vida do seu recep-
sando desemprego… tor, para que deste modo possam interpelá-lo segundo sua
No fim do século XX, a globalização causou desemprego própria ideologia, fazendo com que sua mensagem seja
no Brasil… recebida e assimilada pelo receptor sem que o mesmo per-
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente ceba que está sendo alvo de uma tentativa de convenci-
se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito. mento, por assim dizer.
Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá- Dentro da análise do Discurso há também o discurso
tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas estético, feito por meio de imagens, e que interpelam o
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais indivíduo através de sua sensibilidade, que está ligada ao
que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais, seu contexto também. A sensibilidade de um indivíduo se
isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos: define a partir do que, ao longo de sua vida, torna-se im-
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o século XX estava terminando, a globalização portante e desperta-lhe sentimentos. Com isto, podemos
começou a causar desemprego. analisar as artes produzidas em diferentes épocas da his-
Enquanto os países portadores de alta tecnologia desen- tória em todo o mundo e perceber as diferentes formas de
volvem-se, a globalização causa desemprego nos países po- interpelação e contextualidade presentes nas mesmas. O
bres. discurso estético tem a mesma capacidade ideológica que
Durante o século XX, a Globalização causou desemprego o discurso verbal, com a vantagem de atingir o indivíduo
no Brasil. esteticamente, o que pode render muito mais rapidamente
o sucesso do discurso aplicado.

69
A partir na análise de todos os aspectos do discurso Constitui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de
chega-se ao mais importante: o sentido. O sentido do dis- comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão,
curso não é fixo, por vários motivos: pelo contexto, pela es- jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de
tética, pela ordem do discurso, pela sua forma de constru- serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, co-
ção. O sentido do discurso encontra-se sempre em aberto laborando na educação;
para a possibilidade de interpretação do seu receptor. O B) a língua funcional de modalidade popular; língua
efeito do discurso é, claramente, transmitir uma mensagem popular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as
e alcançar um objetivo premeditado através da interpreta- mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
ção e interpelação do indivíduo alvo.
1.3. Norma culta
1. Tipos de Discurso: direto, indireto e indireto livre
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
1.1. Vozes do Discurso do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
Ao lermos um texto, observamos que há um narrador ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
- que é quem conta o fato. Esse locutor ou narrador pode las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e
introduzir outras vozes no texto para auxiliar a narrativa. criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ-
Para fazer a introdução dessas outras vozes no texto, a voz mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação:
principal ou privilegiada - o narrador - usa o que chama- Estou preocupado. (norma culta)
mos de discurso. O que vem a ser discurso dentro do texto? Tô preocupado. (língua popular)
É a forma como as falas são inseridas na narrativa. Ele pode Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)
ser classificado em: direto, indireto e indireto livre.
A) Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua;
dito por alguém. Um bom exemplo de discurso direto são urge conhecer a língua popular, captando-lhe a esponta-
as citações ou transcrições exatas da declaração de alguém. neidade, expressividade e enorme criatividade, para viver;
 Primeira pessoa (eu, nós) – é o narrador quem fala, urge conhecer a língua culta para conviver.
usando aspas ou travessões para demarcar que está Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor-
reproduzindo a fala de outra pessoa: “Não gosto dis- mas da língua culta.
so” – disse a menina em tom zangado.
1.4. O conceito de erro em língua
B) Discurso indireto: o narrador, usando suas próprias
palavras, conta o que foi dito por outra pessoa. Temos en- Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
tão uma mistura de vozes, pois as falas dos personagens casos de ortografia. O que normalmente se comete são
passam pela elaboração da fala do narrador. transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num
 Terceira pessoa - ele(s), ela(s) – O narrador só usa momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa-
sua própria voz, o que foi dito pela personagem passa pela lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride
elaboração do narrador. Não há uma pontuação específica a norma culta.
que marque o discurso indireto: A menina disse em tom Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala,
zangado, que não gostava daquilo. transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa
C) Discurso indireto livre: É um discurso no qual há praia, vestido de fraque e cartola.
uma maior liberdade, o narrador insere a fala do persona- Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
gem de forma sutil, sem fazer uso das marcas do discurso pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
direto. É necessário que se tenha atenção para não confun- das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
dir a fala do narrador com a fala do personagem, pois esta gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
surge de repente em meio à fala do narrador: A menina pe- perfeitamente normais construções do tipo:
rambulava pela sala irritada e zangada. Eu não gosto disso! Eu não vi ela hoje.
E parecia que ninguém a ouvia. Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
1.2. Níveis de Linguagem Eu te amo, sim, mas não abuse!
Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
LÍNGUA PORTUGUESA

A língua é um código de que se serve o homem para Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
A) a língua funcional de modalidade culta, língua é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
culta ou língua-padrão, que compreende a língua literá- por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
ria, tem por base a norma culta, forma linguística utilizada seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
pelo segmento mais culto e influente de uma sociedade. alteram:

70
Eu não a vi hoje. Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importância.
Ninguém o deixou falar. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a língua
Deixe-me ver isso! falada com base na língua escrita, considerada superior. De-
Eu te amo, sim, mas não abuses! correm daí as correções, as retificações, as emendas, a que
Não assisti ao filme nem vou assistir a ele. os professores sempre estão atentos.
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe. Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos-
trando as características e as vantagens de uma e outra, sem
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos deixar transparecer nenhum caráter de superioridade ou in-
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista, ferioridade, que em verdade inexiste.
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres- Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de lín-
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à guas. A nenhuma nação convém o surgimento de dialetos,
causa do ensino. consequência natural do enorme distanciamento entre uma
O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poé- modalidade e outra.
tica, caracterizado por construções de rara beleza. A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-elaborada
Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. que a língua falada, porque é a modalidade que mantém
a unidade linguística de um povo, além de ser a que faz
Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma
de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem a
mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, pro-
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
cessam-se lentamente e em número consideravelmente
que não tenha amparo gramatical. Exemplos: menor, quando cotejada com a modalidade falada.
Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!) Importante é fazer o educando perceber que o nível da
Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir) linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com a
Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos dis- situação em que se desenvolve o discurso.
persar e Não vamos dispersar-nos) O ambiente sociocultural determina o nível da linguagem
Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a
sair daqui bem depressa) entoação variam segundo esse nível. Um padre não fala com
O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no uma criança como se estivesse em uma missa, assim como
seu posto) uma criança não fala como um adulto. Um engenheiro não
usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala, para
As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im- colegas e para pedreiros, assim como nenhum professor uti-
pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos liza o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula.
também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre
linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu tais esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti-
verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua con- diano, a que já fizemos referência.
jugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as for-
mas então legítimas impido, despido e desimpido, que hoje
nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de usar. SINTAXE: RELAÇÕES SINTÁTICO-
Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário es-
SEMÂNTICAS ESTABELECIDAS
colar palavras como corrigir e correto, quando nos referimos
NA ORAÇÃO E ENTRE ORAÇÕES,
a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que deve dar
lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases da língua PERÍODOS OU PARÁGRAFOS (PERÍODO
popular para a língua culta”. SIMPLES E PERÍODO COMPOSTO POR
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a uma COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO).
frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada conforme
as normas gramaticais; em suma, conforme a norma culta.
Frase, oração e período
1.5. Língua escrita e língua falada - Nível de linguagem 1. Sintaxe da Oração e do Período
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para esta-
LÍNGUA PORTUGUESA

nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. belecer comunicação. Normalmente é composta por dois ter-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação mos – o sujeito e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no há orações ou frases sem sujeito: Trovejou muito ontem à noite.
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, Quanto aos tipos de frases, além da classificação em
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, (sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu
a evoluções. sentido global:

71
A) frases interrogativas = o emissor da mensagem for- Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
B) frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
faz um pedido: Dê-me uma luz! estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
C) frases exclamativas = o emissor exterioriza um esta- no singular: candidato = está).
do afetivo: Que dia abençoado! A função do sujeito é basicamente desempenhada por
D) frases declarativas = o emissor constata um fato: A substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
prova será amanhã. ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo dem exercer a função de sujeito.
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
sujeito e predicado. tantivo)
O sujeito é o termo da frase que concorda com o ver- Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
bo em número e pessoa. É o “ser de quem se declara plo: substantivo)
algo”, “o tema do que se vai comunicar”; o predicado é a Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos:
parte da frase que contém “a informação nova para o ou- o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do
vinte”, é o que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, sujeito.
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. Um sujeito é determinado quando é facilmente iden-
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado
indique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo pode ser simples ou composto.
significativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
estiver em um nome (geralmente um adjetivo), teremos possível identificar claramente a que se refere a concor-
um predicado nominal (os verbos deste tipo de predica- dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte-
do são os que indicam estado, conhecidos como verbos ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
de ligação): Estão gritando seu nome lá fora.
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação Trabalha-se demais neste lugar.
(predicado verbal) O sujeito simples é o sujeito determinado que apre-
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú- senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo,
cleo é “fácil” (predicado nominal)
sublinhei os núcleos dos sujeitos:
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
Nós estudaremos juntos.
por uma ou mais orações, formando um todo, com sen-
A humanidade é frágil.
tido completo. O período pode ser simples ou composto.
Ninguém se move.
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma
Período simples é aquele constituído por apenas
derivação imprópria, tranformando-o em substantivo)
uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.
As crianças precisam de alimentos saudáveis.
Chove.
A existência é frágil. O sujeito composto é o sujeito determinado que apre-
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso. senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
Período composto é aquele constituído por duas ou Ela e eu sabemos o conteúdo.
mais orações: O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais. Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
1.1. Termos da Oração “antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela
1.1.1 Termos essenciais desinência verbal ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós)
O sujeito e o predicado são considerados termos es- Falaste o recado à sala? = (tu)
senciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
LÍNGUA PORTUGUESA

para a formação das orações. No entanto, existem ora- Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na primei-
ções formadas exclusivamente pelo predicado. O que de- ra pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segunda do
fine a oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo singular (tu) ou do plural (vós), desde que os pronomes não
que estabelece concordância com o verbo. estejam explícitos.
O candidato está preparado. Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito
Os candidatos estão preparados. na desinência verbal “-mos”
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi-
nência verbal “-ais”

72
Mas: Em ambas as orações não há sujeito, apenas predicado.
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós Na segunda oração, “problemas” funciona como objeto di-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós reto.
As questões estavam fáceis!
O sujeito indeterminado surge quando não se quer - Sujeito simples = as questões
ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Predicado = estavam fáceis
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso
contrário, teríamos uma oração sem sujeito. Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Sujeito = uma ideia estranha
do de duas maneiras: Predicado = passou-me pelo pensamento

A) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que Para o estudo do predicado, é necessário verificar se
o sujeito não tenha sido identificado anteriormente: seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no-
Bateram à porta; minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar
Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi- também se as palavras que formam o predicado referem-
nistro. -se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres
Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples ou de opinião.
composto: Predicado
Os meninos bateram à porta. (simples)
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras se ligam
B) com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido direta ou indiretamente ao verbo.
do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos A cidade está deserta.
verbos que não apresentam complemento direto: O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se
Precisa-se de mentes criativas. ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento
Vivia-se bem naqueles tempos. de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a
Trata-se de casos delicados. palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo
Sempre se está sujeito a erros. do sujeito).

O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de O predicado verbal é aquele que tem como núcleo sig-
indeterminação do sujeito. nificativo um verbo:
Chove muito nesta época do ano.
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predica- Estudei muito hoje!
do, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A mensa- Compraste a apostila?
gem está centrada no processo verbal. Os principais casos
de orações sem sujeito com: Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
 os verbos que indicam fenômenos da natureza: apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amanheceu. cessos.
Está trovejando.
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
 os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta-
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei-
tempo em geral: to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da
Está tarde. oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Já são dez horas. Nos predicados nominais, o verbo não é significativo,
Faz frio nesta época do ano. isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre-
Há muitos concursos com inscrições abertas. dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do
sujeito: Os dados parecem corretos.
Predicado é o conjunto de enunciados que contém a O verbo parecer poderia ser substituído por estar, andar,
informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como elemento
LÍNGUA PORTUGUESA

orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas.
um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é A função de predicativo é exercida, normalmente, por
aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção um adjetivo ou substantivo.
do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
do sujeito numa oração é o seu predicado. O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta
Chove muito nesta época do ano. dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No pre-
Houve problemas na reunião. dicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao su-
jeito ou ao complemento verbal (objeto).

73
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre signi- “Aos fracos, não os posso proteger, jamais.” (Gonçalves Dias)
ficativo, indicando processos. É também sempre por in- objeto pleonástico
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Ao traidor, nada lhe devemos.
O dia amanheceu ensolarado;
As mulheres julgam os homens inconstantes. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta ta por intermédio de preposição:
duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga- A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um “necessária”
verbal e outro nominal. Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.
1.3 Termos acessórios da oração e vocativo
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Os termos acessórios recebem este nome por serem
explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
1.2 Termos integrantes da oração
junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o – este, sem relação sintática com outros temos da oração.
complemento nominal são chamados termos integrantes da
oração. O adjunto adverbial é o termo da oração que indi-
Os complementos verbais integram o sentido dos ver- ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
bos transitivos, com eles formando unidades significativas. sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função
Estes verbos podem se relacionar com seus complementos adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta- exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei
mente, por intermédio de preposição. a pé àquela velha praça.

O objeto direto é o complemento que se liga direta- O adjunto adnominal é o termo acessório que deter-
mente ao verbo. mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função
Houve muita confusão na partida final. adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
Queremos sua ajuda. exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Tam-
bém atuam como adjuntos adnominais os artigos, os nu-
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente: merais e os pronomes adjetivos.
A) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
referentes a pessoas: amigo de infância.
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomina- O adjunto adnominal se liga diretamente ao substanti-
-se: objeto direto preposicionado) vo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
B) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de O poeta português deixou uma obra originalíssima.
tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar O poeta deixou-a.
a Vossa Senhoria.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)
C) para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
(sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
O poeta português deixou uma obra inacabada.
a crise)
O objeto indireto é o complemento que se liga indi- O poeta deixou-a inacabada.
retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição. (inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do
Gosto de música popular brasileira. objeto)
Necessito de ajuda.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
LÍNGUA PORTUGUESA

1.2.1 Objeto Pleonástico substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto nominal se


relaciona apenas ao substantivo.
É a repetição de objetos, tanto diretos como indiretos.
Normalmente, as frases em que ocorrem objetos pleo- O aposto é um termo acessório que permite ampliar,
násticos obedecem à estrutura: primeiro aparece o objeto, explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
antecipado para o início da oração; em seguida, ele é repe- mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda-
tido através de um pronome oblíquo. É à repetição que se -feira, passei o dia mal-humorado.
dá o nome de objeto pleonástico.

74
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo A) Coordenadas Assindéticas
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo São orações coordenadas entre si e que não são ligadas
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
passei o dia mal-humorado. Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor
na oração, em: B) Coordenadas Sindéticas
A) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma- Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre
nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação si, mas que são ligadas através de uma conjunção coordena-
com o mundo. tiva, que dará à oração uma classificação. As orações coor-
B) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas denadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: aditivas,
coisas: amor, arte, ação. adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
C) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
tudo forma o carnaval. Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
D) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-  Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas
ram-se por muito tempo na baía anoitecida. principais conjunções são: e, nem, não só... mas também,
não só... como, assim... como.
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo Comprei o protetor solar e fui à praia.
relação sintática com outro termo da oração. A função de
vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes  Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas:
substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa- suas principais conjunções são: mas, contudo, toda-
pel na linguagem. via, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, se-
João, venha comigo! não.
Traga-me doces, minha menina! Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Li tudo, porém não entendi!
1.4 Períodos Compostos
 Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas:
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
1.4.1 Período Composto por Coordenação
quer...quer; seja...seja.
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
O período composto se caracteriza por possuir mais de
uma oração em sua composição. Sendo assim:
 Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas:
Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora-
suas principais conjunções são: logo, portanto, por
ção)
fim, por conseguinte, consequentemente, pois (pos-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.
posto ao verbo).
(Período Composto =locução verbal + verbo, duas ora- Passei no concurso, portanto comemorarei!
ções) A situação é delicada; devemos, pois, agir.
Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um
protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora-  Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas:
ções). suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber,
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer na verdade, pois (anteposto ao verbo).
entre as orações de um período composto: uma relação de Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domin-
coordenação ou uma relação de subordinação. go.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco
de informações, marcado pela pontuação final), mas têm, 1.4.2 Período Composto Por Subordinação
ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. Quero que você seja aprovado!
(Período Composto) Oração principal oração subordinada
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Observe que na oração subordinada temos o verbo
2. Irei à praia. “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
LÍNGUA PORTUGUESA

do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por


Separando as duas, vemos que elas são independentes. conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
Tal período é classificado como Período Composto por bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
Coordenação. indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Podemos modificar o período acima. Veja:
Sindéticas. Quero ser aprovado.
Oração Principal Oração Subordinada

75
A análise das orações continua sendo a mesma: “Quero” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada
“ser aprovado”. Observe que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso, a conjunção “que”,
conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais
(infinitivo, gerúndio ou particípio) são chamadas de orações reduzidas ou implícitas (como no exemplo acima).

Observação:
As orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, intro-
duzidas por preposição.

A) Orações Subordinadas Substantivas


A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante
(que, se).

Não sei se sairemos hoje.


Oração Subordinada Substantiva

Temos medo de que não sejamos aprovados.


Oração Subordinada Substantiva

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as orações subordinadas substantivas, bem como os
advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como).

O garoto perguntou qual seu nome.


Oração Subordinada Substantiva

Não sabemos quando ele virá.


Oração Subordinada Substantiva

1.4.3 Classificação das Orações Subordinadas Substantivas

Conforme a função que exerce no período, a oração subordinada substantiva pode ser:
1. Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal:
É fundamental o seu comparecimento à reunião.
Sujeito

É fundamental que você compareça à reunião.


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

FIQUE ATENTO!
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim, temos um
período simples:
É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a função de sujeito.

Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:

 Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
claro - Está evidente - Está comprovado
LÍNGUA PORTUGUESA

É bom que você compareça à minha festa.

 Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

 Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer


Convém que não se atrase na entrevista.

76
Observação:
Quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na 3.ª pessoa do singular.

2. Objetiva Direta = exerce função de objeto direto do verbo da oração principal:


Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem isso)


Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas (desenvolvidas) são iniciadas por:


 Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
 Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O pes-
soal queria saber quem era o dono do carro importado.
 Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não
sei por que ela fez isso.

3. Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.

Meu pai insiste em meu estudo.


Objeto Indireto

Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste nisso)


Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Observação:
Em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

4. Completiva Nominal = completa um nome que pertence à oração principal e também vem marcada por preposição.
Sentimos orgulho de seu comportamento.
Complemento Nominal
Sentimos orgulho de que você se comportou. (= Sentimos orgulho disso.)
Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

As orações subordinadas substantivas objetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações su-
bordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário
levar em conta o termo complementado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro
complementa um verbo; o segundo, um nome.

5. Predicativa = exerce papel de predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre depois do verbo ser.
Nosso desejo era sua desistência.
Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo era isso)
Oração Subordinada Substantiva Predicativa

6. Apositiva = exerce função de aposto de algum termo da oração principal.


Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
Aposto
LÍNGUA PORTUGUESA

Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz!


Oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo

(Fernanda tinha um grande sonho: isso)

77
Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! ( : )

B) Orações Subordinadas Adjetivas


Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações
vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
Esta foi uma redação bem-sucedida.
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)

O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra cons-
trução, a qual exerce exatamente o mesmo papel:
Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo
pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha uma função sin-
tática na oração subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso, “redação” é sujeito,
então o “que” também funciona como sujeito).

FIQUE ATENTO!
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser substituí-
do por: o qual - a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

FORMA DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações
subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas reduzidas,
que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das
formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo
“que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada adjetiva
reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.

1. Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o.
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas ora-
ções denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.

Exemplo 1:
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que passava naquele momento.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
LÍNGUA PORTUGUESA

No período acima, observe que a oração em destaque restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se
de um homem específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim
àquele que estava passando naquele momento.

Exemplo 2:
O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

78
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo 2. Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas expli-
cita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito A) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
de “homem”. àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que
se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Saiba que: nativa causal: porque. Outras conjunções e locuções causais:
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada como (sempre introduzido na oração anteposta à oração
da oração principal por uma pausa que, na escrita, é repre- principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.
sentada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
seja indicada como forma de diferenciar as orações expli- Já que você não vai, eu também não vou.
cativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre
isoladas por vírgulas; as restritivas, não. A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
C) Orações Subordinadas Adverbiais ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
a função de adjunto adverbial do verbo da oração princi- se subordina. Repare:
pal. Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, 1. Faltei à aula porque estava doente.
fim, causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, 2. Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
vem introduzida por uma das conjunções subordinativas Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro (causa)
(com exclusão das integrantes, que introduzem orações que o fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato
subordinadas substantivas). Classifica-se de acordo com de estar doente impediu-me de ir à aula. No exemplo
a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz (assim 2, a oração sublinhada relata um fato que aconteceu
como acontece com as coordenadas sindéticas). depois, já que primeiro ela chorou, depois seus olhos
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. ficaram vermelhos.

B) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-


D) Oração Subordinada Adverbial
cia, é efeito do que se declara na oração principal.
A oração em destaque agrega uma circunstância de
São introduzidas pelas conjunções e locuções: que,
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver-
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessó-
estruturas tão...que, tanto...que, tamanho...que.
rios que indicam uma circunstância referente, via de regra,
Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
a um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
da exata compreensão da circunstância que exprime.
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con-
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de cretizando-os.
minha vida. Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida
Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de de Infinitivo)
minha vida.
C) Condicional = Condição é aquilo que se impõe
No primeiro período, “naquele momento” é um adjun- como necessário para a realização ou não de um
to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. fato. As orações subordinadas adverbiais condicio-
No segundo período, este papel é exercido pela oração nais exprimem o que deve ou não ocorrer para que
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi- se realize - ou deixe de se realizar - o fato expresso
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois na oração principal.
é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou-
e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que,
pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que,
obtendo-se: uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
vida. certamente o melhor time será campeão.
A oração em destaque é reduzida, apresentando uma Caso você saia, convide-me.
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não
LÍNGUA PORTUGUESA

é introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por D) Concessiva = indica concessão às ações do verbo
uma preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). da oração principal, isto é, admitem uma contradição
ou um fato inesperado. A ideia de concessão está
Observação: diretamente ligada ao contraste, à quebra de expec-
A classificação das orações subordinadas adverbiais é tativa. Principal conjunção subordinativa concessiva:
feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos ad- embora. Utiliza-se também a conjunção: conquanto
verbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração. e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que,
se bem que, posto que, apesar de que.

79
Só irei se ele for. quando. Outras conjunções subordinativas tempo-
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir rais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que,
só se realizará caso essa condição seja satisfeita. logo que, todas as vezes que, antes que, depois que,
Compare agora com: sempre que, desde que, etc.
Irei mesmo que ele não vá. Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con- 3. Orações Reduzidas
cessiva.
Observe outros exemplos: As orações subordinadas podem vir expressas como re-
Embora fizesse calor, levei agasalho. duzidas, ou seja, com o verbo em uma de suas formas no-
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em- minais (infinitivo, gerúndio ou particípio) e sem conectivo
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo) subordinativo que as introduza.
É preciso estudar! = reduzida de infinitivo
E) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais É preciso que se estude = oração desenvolvida (presen-
comparativas estabelecem uma comparação com a ça do conectivo)
ação indicada pelo verbo da oração principal. Princi-
pal conjunção subordinativa comparativa: como. Para classificá-las, precisamos imaginar como seriam
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) “desenvolvidas” – como no exemplo acima.
Você age como criança. (age como uma criança age) É preciso estudar = oração subordinada substantiva
subjetiva reduzida de infinitivo
 geralmente há omissão do verbo. É preciso que se estude = oração subordinada substan-
tiva subjetiva
F) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou 4. Orações Intercaladas
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para
a execução do que se declara na oração principal. São orações independentes encaixadas na sequência
Principal conjunção subordinativa conformativa: do período, utilizadas para um esclarecimento, um aparte,
conforme. Outras conjunções conformativas: como, uma citação. Elas vêm separadas por vírgulas ou travessões.
consoante e segundo (todas com o mesmo valor de Nós – continuava o relator – já abordamos este assun-
conforme). to.
Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
direitos iguais. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
G) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que se CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Português – Literatura,
declara na oração principal. Principal conjunção su- Produção de Texto & Gramática – Volume único / Samira
bordinativa final: a fim de. Outras conjunções finais: Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa Souza. – 3.ª edição –
que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para São Paulo: Saraiva, 2002.
que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
Estudarei muito para que eu me saia bem na prova. SITE
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
H) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou seja, se-periodo-e-oracao
um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
Principal locução conjuntiva subordinativa propor-
cional: à proporção que. Outras locuções conjuntivas
proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda EXERCÍCIOS COMENTADOS
as estruturas: quanto maior...(maior), quanto maior...
(menor), quanto menor...(maior), quanto menor... 1. (Cnj – Técnico Judiciário – cespe – 2013 – adapta-
(menor), quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), da) Jogadores de futebol de diversos times entraram em
quanto menos...(mais), quanto menos...(menos). campo em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do
LÍNGUA PORTUGUESA

À proporção que estudávamos mais questões acertáva- Campeonato Nacional em apoio à campanha que visa redu-
mos. zir o número de pessoas que não possuem o nome do pai em
À medida que lia mais culto ficava. sua certidão de nascimento. (...)
A oração subordinada “que não possuem o nome do pai em
I) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato sua certidão de nascimento” não é antecedida por vírgula
expresso na oração principal, podendo exprimir no- porque tem natureza restritiva.
ções de simultaneidade, anterioridade ou posterio-
ridade. Principal conjunção subordinativa temporal: ( ) CERTO ( ) ERRADO

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Resposta: Certo. A oração restringe o grupo que par- 1. Concordância Verbal
ticipará da campanha (apenas os que não têm o nome
do pai na certidão de nascimento). Se colocarmos uma É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
vírgula, a oração se tornará “explicativa”, generalizando seu sujeito.
a informação, o que dará a entender que TODAS as pes-
soas não têm o nome do pai na certidão. 1.1. Sujeito Simples - Regra Geral
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
2. (Instituto Rio Branco – Admissão à Carreira de Di- em número e pessoa. Veja os exemplos:
plomata – cespe – 2014 – adaptada) A prova para ambos os cargos será aplicada
às 13h.
A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma li- 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
teratura feita de grandes cronistas, que lhe dessem o brilho
universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas. Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
por melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a crôni-
ca é um gênero menor. 1.1.1. Casos Particulares
“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque, sendo assim,
ela fica mais perto de nós. E para muitos pode servir de ca- A) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
minho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade
para a literatura. Por meio dos assuntos, da composição sol- de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...)
ta, do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir, ela seguida de um substantivo ou pronome no plural, o
se ajusta à sensibilidade de todo dia. Principalmente porque verbo pode ficar no singular ou no plural.
elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso modo A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
de ser mais natural. Na sua despretensão, humaniza; e esta Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
humanização lhe permite, como compensação sorrateira, proposta.
recuperar com a outra mão certa profundidade de signifi-
cado e certo acabamento de forma, que de repente podem Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
fazer dela uma inesperada, embora discreta, candidata à dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
perfeição. los destruiu / destruíram o monumento.
Antonio Candido. A vida ao rés do chão. In: Recortes. São
Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 23 (com adaptações). Observação:
Nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a uni-
As formas verbais “imagina” (R.1), “atribuir” (R.4) e “servir” dade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos
(R.8) foram utilizadas como verbos transitivos indiretos. elementos que formam esse conjunto.

( ) CERTO ( ) ERRADO B) Quando o sujeito é formado por expressão que indi-


ca quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos
Resposta: Errado. de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o
imagina uma literatura = transitivo direto verbo concorda com o substantivo.
atribuir o Prêmio Nobel a um cronista = bitransitivo Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
(transitivo direto e indireto) Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
pode servir de caminho = intransitivo Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL. Observação:


Quando a expressão “mais de um” se associar a verbos
que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório: Mais
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL de um colega se ofenderam na discussão. (ofenderam um
ao outro)
Os concurseiros estão apreensivos.
Concurseiros apreensivos. C) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
ral, a concordância deve ser feita levando-se em con-
LÍNGUA PORTUGUESA

No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na ter- ta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o
ceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, os verbo deve ficar no singular; com artigo no plural, o
concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreensivos” verbo deve ficar o plural.
está concordando em gênero (masculino) e número (plural) Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
com o substantivo a que se refere: concurseiros. Nesses dois Estados Unidos possui grandes universidades.
exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se corres- Alagoas impressiona pela beleza das praias.
pondem. A correspondência de flexão entre dois termos é a As Minas Gerais são inesquecíveis.
concordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

81
D) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou  Se a expressão for de sentido contrário – nenhum
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, dos que, nem um dos que -, não aceita o verbo no
muitos, quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de singular:
vós”, o verbo pode concordar com o primeiro prono- Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga.
me (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome Nem uma das que me escreveram mora aqui.
pessoal.
Quais de nós são / somos capazes?  Quando “um dos que” vem entremeada de substan-
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? tivo, o verbo pode:
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- 1. ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
vadoras. o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que
faça o mesmo).
Observação: 2. ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão po-
Veja que a opção por uma ou outra forma indica a in- luídos (noção de que existem outros rios na mesma
clusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou condição).
escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos”,
ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre H) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e nada verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
fizeram”, frase que soa como uma denúncia. Vossa Excelência está cansado?
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Vossas Excelências renunciarão?
no singular, o verbo ficará no singular.
Qual de nós é capaz? I) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
Algum de vós fez isso. acordo com o numeral.
Deu uma hora no relógio da sala.
E) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Deram cinco horas no relógio da sala.
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo Soam dezenove horas no relógio da praça.
deve concordar com o substantivo. Baterão doze horas daqui a pouco.
25% do orçamento do país será destinado à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do Observação:
prefeito. Caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, tor-
1% do eleitorado aceita a mudança. re, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
1% dos alunos faltaram à prova. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
Soa quinze horas o relógio da matriz.
 Quando a expressão que indica porcentagem não é
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com J) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
o número. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular.
25% querem a mudança. São verbos impessoais: Haver no sentido de existir;
1% conhece o assunto. Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenô-
menos da natureza. Exemplos:
 Se o número percentual estiver determinado por Havia muitas garotas na festa.
artigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á Faz dois meses que não vejo meu pai.
com eles: Chovia ontem à tarde.
Os 30% da produção de soja serão exportados.
Esses 2% da prova serão questionados. 1.2. Sujeito Composto

F) O pronome “que” não interfere na concordância; já A) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do a concordância se faz no plural:
singular. Pai e filho conversavam longamente.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Sou eu quem faz a prova. Sujeito
LÍNGUA PORTUGUESA

Não serão eles quem será aprovado.


B) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
G) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- maticais diferentes, a concordância ocorre da seguin-
mir a forma plural. te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) preva-
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encanta- lece sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez,
ram os poetas. prevalece sobre a terceira (eles). Veja:
Este candidato é um dos que mais estudaram! Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)

82
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.  Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no
Segunda Pessoa do Plural (Vós) singular: Um e outro farão/fará a prova.

Pais e filhos precisam respeitar-se.  Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”, o
Terceira Pessoa do Plural (Eles) verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sen-
Observação: tido muito próximo ao de “e”.
Quando o sujeito é composto, formado por um elemen- O pai com o filho montaram o brinquedo.
to da segunda pessoa (tu) e um da terceira (ele), é possível O governador com o secretariado traçaram os planos para o
empregar o verbo na terceira pessoa do plural (eles): “Tu e próximo semestre.
teus irmãos tomarão a decisão.” – no lugar de “tomaríeis”. O professor com o aluno questionaram as regras.
C) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
passa a existir uma nova possibilidade de concordân- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
cia: em vez de concordar no plural com a totalidade ideia é enfatizar o primeiro elemento.
do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância O pai com o filho montou o brinquedo.
com o núcleo do sujeito mais próximo. O governador com o secretariado traçou os planos para o
Faltaram coragem e competência. próximo semestre.
Faltou coragem e competência. O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
Compareceu o banca e todos os candidatos. Com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito
composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões
D) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân- “com o filho” e “com o secretariado” são adjuntos adver-
cia é feita no plural. Observe: biais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma
Abraçaram-se vencedor e vencido. inversão da ordem. Veja:
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. “O pai montou o brinquedo com o filho.”
“O governador traçou os planos para o próximo semestre
1.2.1. Casos Particulares com o secretariado.”
“O professor questionou as regras com o aluno.”
 Quando o sujeito composto é formado por núcleos
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no sin- Casos em que se usa o verbo no singular:
gular. Café com leite é uma delícia!
Descaso e desprezo marca seu comportamento. O frango com quiabo foi receita da vovó.
A coragem e o destemor fez dele um herói.
Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões
 Quando o sujeito composto é formado por núcleos correlativas como: “não só... mas ainda”, “não somente”..., “não
dispostos em gradação, verbo no singular: apenas... mas também”, “tanto...quanto”, o verbo ficará no plural.
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nor-
me satisfaz. deste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
 Quando os núcleos do sujeito composto são unidos
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de Quando os elementos de um sujeito composto são resumi-
acordo com o valor semântico das conjunções: dos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita com
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- esse termo resumidor.
sia brasileira. Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na
vida das pessoas.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi-
ção”. Já em: 1.2.2 Outros Casos
Juca ou Pedro será contratado.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada. O Verbo e a Palavra “SE”
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas de
LÍNGUA PORTUGUESA

Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no particular interesse para a concordância verbal:
singular. A) quando é índice de indeterminação do sujeito;
B) quando é partícula apassivadora.
 Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se” acompa-
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. nha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, que
Um ou outro compareceu à festa. obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular:
Nem um nem outro saiu do colégio. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

83
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilômetros.
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o  datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: estar expressa ou subentendida:
Construiu-se um posto de saúde. Hoje é dia 26 de agosto.
Construíram-se novos postos de saúde. Hoje são 26 de agosto.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas.  Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade
e for seguido de palavras ou expressões como pouco,
muito, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no
#FicaDica singular:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Para saber se o “se” é partícula apassivadora
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente
Duas semanas de férias é muito para mim.
transformar a frase para a voz passiva. Se a fra-
se construída for “compreensível”, estaremos
 Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
diante de uma partícula apassivadora; se não, o
for pronome pessoal do caso reto, com este concor-
“se” será índice de indeterminação. Veja:
dará o verbo.
Precisa-se de funcionários qualificados.
No meu setor, eu sou a única mulher.
Tentemos a voz passiva:
Aqui os adultos somos nós.
Funcionários qualificados são precisados (ou
precisos)? Não há lógica. Portanto, o “se” des-
Observação:
tacado é índice de indeterminação do sujeito.
Sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) repre-
Agora:
sentados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o
Vendem-se casas.
pronome sujeito.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção
Eu não sou ela.
correta! Então, aqui, o “se” é partícula apassi-
Ela não é eu.
vadora. (Dá para eu passar para a voz passiva.
Repare em meu destaque. Percebeu semelhan-
 Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
ça? Agora é só memorizar!)
titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o
verbo SER concordará com o predicativo.
A grande maioria no protesto eram jovens.
O Verbo “Ser” O resto foram atitudes imaturas.

A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o O Verbo “Parecer”


sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução ver-
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do bal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito.
 Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
Quando o sujeito ou o predicativo for: o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.

A) Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER  A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
concorda com a pessoa gramatical: sofre flexão:
Ele é forte, mas não é dois. As crianças parece gostarem do desenho.
Fernando Pessoa era vários poetas. (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho aas
A esperança dos pais são eles, os filhos. crianças)

B) nome de coisa e um estiver no singular e o outro no


plural, o verbo SER concordará, preferencialmente,
FIQUE ATENTO!
com o que estiver no plural:
Os livros são minha paixão! Com orações desenvolvidas, o verbo PARECER
LÍNGUA PORTUGUESA

Minha paixão são os livros! fica no singular. Por exemplo: As paredes pa-
rece que têm ouvidos. (Parece que as paredes
Quando o verbo SER indicar têm ouvidos = oração subordinada substantiva
subjetiva).
 horas e distâncias, concordará com a expressão nu-
mérica:
É uma hora.
São quatro horas.

84
CONCORDÂNCIA NOMINAL E) Nas expressões formadas por pronome indefinido
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE
A concordância nominal se baseia na relação entre no- + adjetivo, este último geralmente é usado no mascu-
mes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se lino singular: Os jovens tinham algo de misterioso.
ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se: F) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun-
normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a
termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal. que se refere:
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as Cristina saiu só.
seguintes regras gerais: Cristina e Débora saíram sós.
A) O adjetivo concorda em gênero e número quando
se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas Observação:
denunciavam o que sentia. Quando a palavra “só” equivale a “somente” ou “ape-
B) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a nas”, tem função adverbial, ficando, portanto, invariável:
concordância pode variar. Podemos sistematizar essa Eles só desejam ganhar presentes.
flexão nos seguintes casos:

 Adjetivo anteposto aos substantivos:


O adjetivo concorda em gênero e número com o subs-
#FicaDica
tantivo mais próximo. Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se
Encontramos caída a roupa e os prendedores. de advérbio, portanto, invariável; se houver
Encontramos caído o prendedor e a roupa. coerência com o segundo, função de adjetivo,
então varia:
Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa- Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Ele está só descansando. (apenas descansando)
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
- advérbio
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula de-
 Adjetivo posposto aos substantivos:
pois de “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e des-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina
cansando)
plural se houver substantivo feminino e masculino).
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos. G) Quando um único substantivo é modificado por dois
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
construções:
Observação:  O substantivo permanece no singular e coloca-se
Os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura
pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois espanhola e a portuguesa.
substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no  O substantivo vai para o plural e omite-se o arti-
plural masculino, que é o gênero predominante quando há go antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola
substantivos de gêneros diferentes. e portuguesa.
Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adje-
tivo fica no singular ou plural. 1. Casos Particulares
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s). É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
C) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
O adjetivo fica no masculino singular, se o substanti-  Estas expressões, formadas por um verbo mais um
vo não for acompanhado de nenhum modificador: adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se
LÍNGUA PORTUGUESA

Água é bom para saúde. referem possuir sentido genérico (não vier precedido
O adjetivo concorda com o substantivo, se este for mo- de artigo).
dificado por um artigo ou qualquer outro determinativo: É proibido entrada de crianças.
Esta água é boa para saúde. Em certos momentos, é necessário atenção.
No verão, melancia é bom.
D) O adjetivo concorda em gênero e número com os É preciso cidadania.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encon- Não é permitido saída pelas portas laterais.
trou-as muito felizes.

85
 Quando o sujeito destas expressões estiver deter- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
verbo como o adjetivo concordam com ele. Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
É proibida a entrada de crianças. / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Esta salada é ótima.
A educação é necessária. SITE
São precisas várias medidas na educação. http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49.php

Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite

Estas palavras adjetivas concordam em gênero e núme- EXERCÍCIOS COMENTADOS


ro com o substantivo ou pronome a que se referem.
Seguem anexas as documentações requeridas. 1. (Polícia Federal – Escrivão de Polícia Federal – Ces-
A menina agradeceu: - Muito obrigada. pe – 2013) Formas de tratamento como Vossa Excelência e
Muito obrigadas, disseram as senhoras. Vossa Senhoria, ainda que sejam empregadas sempre na se-
Seguem inclusos os papéis solicitados. gunda pessoa do plural e no feminino, exigem flexão verbal
Estamos quites com nossos credores. de terceira pessoa; além disso, o pronome possessivo que
faz referência ao pronome de tratamento também deve ser
Bastante - Caro - Barato - Longe o de terceira pessoa, e o adjetivo que remete ao pronome
de tratamento deve concordar em gênero e número com a
Estas palavras são invariáveis quando funcionam como pessoa — e não com o pronome — a que se refere.
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- ( ) CERTO ( ) ERRADO
merais.
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) Resposta: Certo. Afirmações corretas. As concordâncias
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- verbal e nominal ao se utilizar pronome de tratamento
nome adjetivo) devem ser na terceira pessoa e concordar em gênero
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) (masculino ou feminino) com a pessoa a quem se dirige:
As casas estão caras. (adjetivo) “Vossa Excelência está cansada(o)?” – concordará com
Achei barato este casaco. (advérbio) quem está se falando: uma mulher ou um homem / “Vos-
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) sa Santidade trouxe seus pertences?” / “Vossas Senhorias
gostariam de um café?”.
Meio - Meia
2. (Prefeitura de São Luís-MA – Conhecimentos Bási-
A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, cos Cargos de Técnico Municipal – Nível Médio – Ces-
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi pe – 2017)
meia porção de polentas.
Quando empregada como advérbio permanece invariá- Texto CB3A2BBB
vel: A candidata está meio nervosa.
O reconhecimento e a proteção dos direitos humanos estão
na base das Constituições democráticas modernas. A paz,
#FicaDica por sua vez, é o pressuposto necessário para o reconheci-
mento e a efetiva proteção dos direitos humanos em cada
Dá para eu substituir por “um pouco”, assim Estado e no sistema internacional. Ao mesmo tempo, o pro-
saberei que se trata de um advérbio, não de cesso de democratização do sistema internacional, que é o
adjetivo: “A candidata está um pouco nervosa”. caminho obrigatório para a busca do ideal da paz perpétua,
não pode avançar sem uma gradativa ampliação do reco-
nhecimento e da proteção dos direitos humanos, acima de
Alerta - Menos cada Estado. Direitos humanos, democracia e paz são três
elementos fundamentais do mesmo movimento histórico:
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não há
LÍNGUA PORTUGUESA

sempre invariáveis. democracia; sem democracia, não existem as condições mí-


Os concurseiros estão sempre alerta. nimas para a solução pacífica dos conflitos. Em outras pala-
Não queira menos matéria! vras, a democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos
se tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS direitos fundamentais; haverá paz estável, uma paz que não
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- tenha a guerra como alternativa, somente quando existirem
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São cidadãos não mais apenas deste ou daquele Estado, mas
Paulo: Saraiva, 2010. do mundo.

86
Norberto Bobbio. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Cou- 5. (Tribunal de Contas do Distrito Federal-df – Co-
tinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 1 (com adaptações). nhecimentos BÁSICOS – ANALISTA DE ADMINIS-
Preservando-se a correção gramatical do texto CB3A2BBB, TRAÇÃO PÚBLICA – ARQUIVOLOGIA – cespe – 2014
os termos “não há” e “não existem” poderiam ser substituí- – adaptada) (...) Há décadas, países como China e Índia têm
dos, respectivamente, por enviado estudantes para países centrais, com resultados mui-
to positivos.(...)
a) não existe e não têm. A forma verbal “Há” poderia ser corretamente substituída
b) não existe e inexiste. por Fazem.
c) inexiste e não há.
d) inexiste e não acontece. ( ) CERTO ( ) ERRADO
e) não tem e não têm.
Resposta: Errado. O verbo “fazer”, quando empregado
Resposta: Letra C. no sentido de tempo passado, não sofre flexão. Portanto,
Busquemos o contexto: sua forma correta seria: “faz décadas”.
- sem direitos humanos reconhecidos e protegidos, não
há democracia = poderíamos substituir por “não exis-
te”, inexiste (verbo “haver” empregado com o sentido REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.
de “existir”)
- sem democracia, não existem as condições mínimas
para a solução pacífica dos conflitos = sentido de “exis- REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
tir”. Poderíamos substituir por inexiste, mas no plural, já
que devemos concordar com “as condições mínimas”. A Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
única “troca” adequada seria o verbo “haver” – que pode que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
ser utilizado com o sentido de “existir”. Teríamos: sem (regência nominal) e seus complementos.
direitos humanos reconhecidos e protegidos, inexiste de-
mocracia; sem democracia, não há as condições mínimas 1. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
para a solução pacífica dos conflitos.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece en-
tre os verbos e os termos que os complementam (objetos
3. (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér-
diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adver-
cio Exterior – Analista Técnico Administrativo – cespe
biais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o que
– 2014) Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita com os
corresponde à diversidade de significados que estes verbos
resultados das negociações”, o adjetivo estará corretamente
podem adquirir dependendo do contexto em que forem
empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo mascu-
empregados.
lino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com a locução
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con-
pronominal de tratamento “Vossa Excelência”. tentar.
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agrado
( ) CERTO ( ) ERRADO ou prazer”, satisfazer.
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar
Resposta: Errado. Se a pessoa, no caso o ministro, for a alguém”.
do sexo feminino (ministra), o adjetivo está correto; mas,
se for do sexo masculino, o adjetivo sofrerá flexão de O conhecimento do uso adequado das preposições é um
gênero: satisfeito. O pronome de tratamento é apenas a dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e
maneira como tratar a autoridade, não regendo as de- também nominal). As preposições são capazes de modificar
mais concordâncias. completamente o sentido daquilo que está sendo dito.
Cheguei ao metrô.
4. (Abin – Agente Técnico de Inteligência – cespe – Cheguei no metrô.
2010 – adaptada) (...) Da combinação entre velocidade, No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segun-
persistência, relevância, precisão e flexibilidade surge a no- do caso, é o meio de transporte por mim utilizado.
ção contemporânea de agilidade, transformada em principal
característica de nosso tempo. A voluntária distribuía leite às crianças.
A forma verbal “surge” poderia, sem prejuízo gramatical para A voluntária distribuía leite com as crianças.
LÍNGUA PORTUGUESA

o texto, ser flexionada no plural, para concordar com “veloci- Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado
dade, persistência, relevância, precisão e flexibilidade” como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje-
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
( ) CERTO ( ) ERRADO (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial).
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos
Resposta: Errado. O verbo está concordando com o ter- de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um
mo “combinação”, por isso deve ficar no singular. fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes
formas em frases distintas.

87
A) Verbos Intransitivos C) Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. É Os verbos transitivos indiretos são complementados
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-
Chegar, Ir ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver- o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
indicar destino ou direção são: a, para. transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re-
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos
Fui ao teatro. de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos
Adjunto Adverbial de Lugar lhe, lhes.

Ricardo foi para a Espanha. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:


Adjunto Adverbial de Lugar Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo-
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos
Comparecer iguais para todos.
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a. Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o úl- tos introduzidos pela preposição “a”:
timo jogo. Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
B) Verbos Transitivos Diretos
Responder - Tem complemento introduzido pela pre-
Os verbos transitivos diretos são complementados por posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição quem” ou “ao que” se responde.
para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre- Respondi ao meu patrão.
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos Respondemos às perguntas.
o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes Respondeu-lhe à altura.
podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após Observação:
formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e O verbo responder, apesar de transitivo indireto quan-
lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. do exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban- analítica:
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, O questionário foi respondido corretamente.
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. tos introduzidos pela preposição “com”.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente Antipatizo com aquela apresentadora.
como o verbo amar: Simpatizo com os que condenam os políticos que gover-
Amo aquele rapaz. / Amo-o. nam para uma minoria privilegiada.
Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no. D) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa-
Observação: nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta-
Os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos
para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos ad- que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
nominais): indireto relacionado a pessoas.
LÍNGUA PORTUGUESA

Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)


Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carrei- Agradeço aos ouvintes a audiência.
ra) Objeto Indireto Objeto Direto
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto

88
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Observação:
com particular cuidado: Na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
Agradeci o presente. / Agradeci-o. termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes,
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. existente no próprio verbo (pre).
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as. Mudança de Transitividade - Mudança de Significado
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi-
Informar dade, apresentam mudança de significado. O conhecimento
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto das diferentes regências desses verbos é um recurso linguís-
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. tico muito importante, pois além de permitir a correta inter-
Informe os novos preços aos clientes. pretação de passagens escritas, oferece possibilidades ex-
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos pressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:
preços)
Na utilização de pronomes como complementos, veja Agradar
as construções: Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. acariciar, fazer as vontades de.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so- Sempre agrada o filho quando.
bre eles) Aquele comerciante agrada os clientes.

Observação: Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agra-


A mesma regência do verbo informar é usada para os do a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introdu-
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. zido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Comparar O cantor não lhes agradou.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: O
indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de cantor desagradou à plateia.
uma criança.
Aspirar
Pedir Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
pessoa. Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi-
Pedi-lhe favores. rávamos a ele)
Objeto Indireto Objeto Direto Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, as
formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utilizadas,
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o exem-
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs- plo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
tantiva Objetiva Direta
Assistir
A construção “pedir para”, muito comum na linguagem Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. assistência a, auxiliar.
No entanto, é considerada correta quando a palavra licença As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
estiver subentendida. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar,
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz estar presente, caber, pertencer.
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti- Assistimos ao documentário.
LÍNGUA PORTUGUESA

vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Não assisti às últimas sessões.


Essa lei assiste ao inquilino.
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indi- No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intran-
reto introduzido pela preposição “a”: sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa contur-
Prefiro trem a ônibus. bada cidade.

89
Chamar
Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá chamá-la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo pre-
posicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.

Custar
Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e
verduras não deveriam custar muito.
No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração reduzida
de infinitivo.

Muito custa viver tão longe da família.


Verbo Intransitivo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

Custou-me (a mim) crer nisso.


Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

A Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa:
Custei para entender o problema.
= Forma correta: Custou-me entender o problema.

Implicar
Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
A) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes implicavam um firme propósito.
B) ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar: Uma ação implica reação.

Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não
trabalhasse arduamente.

Namorar
Sempre tansitivo direto: Luísa namora Carlos há dois anos.

Obedecer - Desobedecer
Sempre transitivo indireto:
Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis.

Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.

Proceder
Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa segunda
acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
LÍNGUA PORTUGUESA

As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.


Você procede muito mal.

Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela
preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.

90
Querer
Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.

Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.

Visar
Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.

No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Esquecer – Lembrar
Lembrar algo – esquecer algo
Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
Ele se esqueceu do caderno.
Eu me esqueci da chave.
Eles se esqueceram da prova.
Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração
de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto
brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

Simpatizar - Antipatizar
São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

2 Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vá-
rios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa,
nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes:
LÍNGUA PORTUGUESA

todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:


Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será comple-
tiva nominal (subordinada substantiva).

91
Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação:
Os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralela-
mente a; relativa a; relativamente a.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
LÍNGUA PORTUGUESA

SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

92
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO E
EXERCÍCIO COMENTADO SUA FUNÇÃO NO TEXTO.

1. (Polícia Federal – Agente de Polícia Federal – Cespe


– 2014 – adaptada) PONTUAÇÃO
O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria
e persistente ameaça à humanidade e à estabilidade das Os sinais de pontuação são marcações gráficas que
estruturas e valores políticos, econômicos, sociais e cultu- servem para compor a coesão e a coerência textual, além
rais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas.
infligem considerável prejuízo às nações do mundo intei- Um texto escrito adquire diferentes significados quando
ro, e não são detidas por fronteiras: avançam por todos os pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação
cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos, depende, em certos momentos, da intenção do autor do
afetando homens e mulheres de diferentes grupos étni- discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente
cos, independentemente de classe social e econômica ou relacionados ao contexto e ao interlocutor.
mesmo de idade. Questão de relevância na discussão dos
efeitos adversos do uso indevido de drogas é a associação 1. Principais funções dos sinais de pontuação
do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos — geral-
mente de caráter transnacional — com a criminalidade e A) Ponto (.)
a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e  Indica o término do discurso ou de parte dele, en-
afetam a estrutura social e econômica interna, devendo o cerrando o período.
governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico  Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com-
de drogas, articulando-se internamente e com a socieda- panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de
de, de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de período, este não receberá outro ponto; neste caso,
prevenção e repressão e garantir o envolvimento e a apro- o ponto de abreviatura marca, também, o fim de pe-
vação dos cidadãos. ríodo. Exemplo: Estudei português, matemárica, cons-
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br>. titucional, etc. (e não “etc..”)
 Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do
Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em ponto, assim como após o nome do autor de uma
“com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do citação:
vocábulo “conexos”. Haverá eleições em outubro
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão
( ) CERTO ( ) ERRADO Mendes de Almeida) (ou: Almeida.)
 Os números que identificam o ano não utilizam pon-
Resposta: Errado. Ao texto: (...) Questão de relevância na to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os
discussão dos efeitos adversos do uso indevido de drogas números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250.
é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes
conexos — geralmente de caráter transnacional — com a B) Ponto e Vírgula (;)
criminalidade e a violência.  Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
O termo está se referindo à associação – associação do importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os
tráfico de drogas e crimes conexos (1) com a criminalida- ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos
de (2) (associação daquilo [1] com isso [2]) dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo
pão a alma...” (VIEIRA)
 Separa partes de frases que já estão separadas por
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros,
COLOCAÇÃO PRONOMINAL. montanhas, frio e cobertor.
 Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc.
“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado no Ir ao supermercado;
decorrer da matéria” Pegar as crianças na escola;
Caminhada na praia;
LÍNGUA PORTUGUESA

Reunião com amigos.

C) Dois pontos (:)

 Antes de uma citação = Vejamos como Afrânio Cou-


tinho trata este assunto:
 Antes de um aposto = Três coisas não me agradam:
chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.

93
 Antes de uma explicação ou esclarecimento: Lá es- 2. Para marcar inversão:
tava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
rotina de sempre. A) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
 Em frases de estilo direto Depois das sete horas, todo o comércio está de portas
Maria perguntou: fechadas.
- Por que você não toma uma decisão? B) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
D) Ponto de Exclamação (!) C) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.
 Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
susto, súplica, etc.: Sim! Claro que eu quero me casar 3. Para separar entre si elementos coordenados (dis-
com você! postos em enumeração):
 Depois de interjeições ou vocativos Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
Ai! Que susto! A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
João! Há quanto tempo! 4. Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós quere-
mos comer pizza; e vocês, churrasco.
E) Ponto de Interrogação (?)
5. Para isolar:
 Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze- A) o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi-
vedo) leira, possui um trânsito caótico.
F) Reticências (...) B) o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.

 Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, Observações:


canetas, cadernos... Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão
 Indica interrupção violenta da frase: “- Não... quero latina et coetera, que significa “e outras coisas”, seria dis-
dizer... é verdad... Ah!” pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acor-
 Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este do ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos
mal... pega doutor? etc. predecido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer,
 Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, etc.
depois, o coração falar...
As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
G) Vírgula (,) binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você
falou isso para ela?!
Não se usa vírgula
Separando termos que, do ponto de vista sintático, li- Temos, ainda, sinais distintivos:
gam-se diretamente entre si:  a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa-
1. Entre sujeito e predicado: ração de siglas (IOF/UPC);
Todos os alunos da sala foram advertidos.  os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas
Sujeito predicado pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira
opção aos parênteses, principalmente na matemá-
2. Entre o verbo e seus objetos: tica;
O trabalho custou sacrifício aos  o asterisco (*) = usado para remeter o leitor a uma
realizadores. nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um
V.T.D.I. O.D. O.I. nome que não se quer mencionar.

Usa-se a vírgula: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
1. Para marcar intercalação: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
LÍNGUA PORTUGUESA

A) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
dância, vem caindo de preço. Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
B) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. SITE
C) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
não querem abrir mão dos lucros altos. la.htm

94
2. (SERES-PE – Agente de Segurança Penitenciária –
Cespe – 2017 – adaptada)
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Texto 1A1AAA

1. (STJ – Conhecimentos Básicos para o Cargo 1 – Após o processo de redemocratização, com o fim da dita-
Cespe – 2018 – adaptada) dura militar, em meados da década de 80 do século passa-
do, era de se esperar que a democratização das instituições
Texto CB1A1CCC tivesse como resultado direto a consolidação da cidadania
— compreendida de modo amplo, abrangendo as três ca-
As audiências de segunda a sexta-feira muitas vezes reve- tegorias de direitos: civis, políticos e sociais. Sobressaem,
laram o lado mais sórdido da natureza humana. Eram rela- porém, problemas que configuram mais desafios para a ci-
tos de sofrimento, dor, angústia que se transportavam da dadania brasileira, como a violência urbana — que ameaça
cadeira das vítimas, testemunhas e réus para minha cadeira os direitos individuais — e o desemprego — que ameaça
de juíza. A toga não me blindou daqueles relatos sofridos, os direitos sociais.
aflitos. As angústias dos que se sentavam à minha frente, No Brasil, o crime aumentou significantemente a partir de
por diversas vezes, me escoltaram até minha casa e pas- 1980, impacto do processo de modernização pelo qual o
saram a ser companheiras de noites de insônia. Não ha- país passou. Isso sugere que o boom do consumo colocou
via outra solução a não ser escrever. Era preciso colocar no em circulação bens de alto valor e, consequentemente, au-
papel e compartilhar a dor daquelas pessoas que, mesmo mentou as oportunidades para o crime, inclusive porque a
ao fim do processo e com a sentença prolatada, não me maior mobilidade de pessoas torna o espaço social mais
deixavam esquecê-las. anônimo, menos supervisionado.
Foram horas, dias, meses, anos de oitivas de mães, filhas, Nesse contexto, justiça criminal passa a ser cada vez mais
esposas, namoradas, companheiras, todas tendo em co- dissociada de justiça social e reconstrução da sociedade. O
mum a violência no corpo e na alma sofrida dentro de casa. objetivo em relação à criminalidade torna-se bem menos
O lar, que deveria ser o lugar mais seguro para essas mu- ambicioso: o controle. A prisão ganha mais importância na
lheres, havia se transformado no pior dos mundos. modernidade tardia, porque satisfaz uma dupla necessida-
Quando finalmente chegavam ao Judiciário e se sentavam de dessa nova cultura: castigo e controle do risco. Essa pos-
à minha frente, os relatos se transformavam em desabafos tura às vezes proporciona controle, porém não segurança,
de uma vida inteira. Era preciso explicar, justificar e muitas pois o Estado tem o poder limitado de manter a ordem por
vezes se culpar por terem sido agredidas. A culpa por ter meio da polícia, sendo necessário dividir as tarefas de con-
sido vítima, a culpa por ter permitido, a culpa por não ter trole com organizações locais e com a comunidade.
sido boa o suficiente, a culpa por não ter conseguido man- Jacqueline Carvalho da Silva. Manutenção da ordem públi-
ter a família. Sempre a culpa. ca e garantia dos direitos individuais: os desafios da polícia
Aquelas mulheres chegavam à Justiça buscando uma for- em sociedades democráticas. In: Revista Brasileira de Segu-
ça externa como se somente nós, juízes, promotores e ad- rança Pública. São Paulo, ano 5, 8.ª ed., fev. – mar./2011, p.
vogados, pudéssemos não apenas cessar aquele ciclo de 84-5 (com adaptações).
violência, mas também lhes dar voz para reagir àquela vio-
lência invisível. No primeiro parágrafo do texto 1A1AAA, os dois-pontos
Rejane Jungbluth Suxberger. Invisíveis Marias: histórias introduzem
além das quatro paredes. Brasília: Trampolim, 2018 (com
adaptações). a) uma enumeração das “categorias de direitos”.
b) resultados da “consolidação da cidadania”.
O trecho “juízes, promotores e advogados” explica o sen- c) um contra-argumento para a ideia de cidadania como
tido de “nós”. algo “amplo”.
d) uma generalização do termo “direitos”.
( ) CERTO ( ) ERRADO e) objetivos do “processo de redemocratização”.

Resposta: Certo. Ao trecho: (...) Aquelas mulheres che- Resposta: Letra A. Recorramos ao texto (faça isso SEM-
gavam à Justiça buscando uma força externa como se so- PRE durante seu concurso. O texto é a base para en-
mente nós, juízes, promotores e advogados, pudéssemos contrar as respostas para as questões!): (...) abrangendo
LÍNGUA PORTUGUESA

não apenas cessar aquele ciclo de violência (...). Os ter- as três categorias de direitos: civis, políticos e sociais. Os
mos entre vírgulas servem para exemplificar quem são dois-pontos introduzem a enumeração dos direitos; apre-
os “nós” citados pela autora ( juízes, promotores, advo- senta-os.
gados).

95
3. (Aneel – Técnico Administrativo – cespe – 2010)
Vão surgindo novos sinais do crescente otimismo da in- VARIAÇÃO LINGUÍSTICA.
dústria com relação ao futuro próximo. Um deles refere-se
às exportações. “O comércio mundial já está voltando a se
abrir para as empresas”, diz o gerente executivo de pesqui- A linguagem é a característica que nos difere dos
sas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Renato demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar
da Fonseca, para explicar a melhora das expectativas dos sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião
industriais com relação ao mercado externo. frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e,
Quanto ao mercado interno, as expectativas da indústria sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
não se modificaram. Mas isso não é um mau sinal, pois elas E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-
já eram francamente otimistas. Há algum tempo, a pesqui- se os níveis da fala, que são basicamente dois:
sa da CNI, realizada mensalmente a partir de 2010, registra - O nível de formalidade;
grande otimismo da indústria com relação à demanda in- - O de informalidade.
terna. Trata-se de um sentimento generalizado. Em todos
os setores industriais, a expressiva maioria dos entrevista- O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
dos acredita no aumento das vendas internas. escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um
O Estado de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma
maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que
O nome próprio “Renato da Fonseca” está entre vírgulas a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
por tratar-se de um vocativo.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o
estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
( ) CERTO ( ) ERRADO
controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que para
a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
Resposta: Errado. Recorramos ao texto (lembre-se de
fazer a mesma coisa no dia do seu concurso!): (...) diz o errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
gerente executivo de pesquisas da Confederação Nacio- um estigma.
nal da Indústria (CNI), Renato da Fonseca, para explicar a Compondo o quadro do padrão informal da linguagem,
melhora das expectativas. O termo em destaque não está estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
exercendo a função de vocativo, já que não é utilizado representam as variações de acordo com as condições
para evocar, chamar o interlocutor do diálogo. Sua fun- sociais, culturais, regionais e históricas em que é
ção é de aposto – explicar quem é o gerente executivo utilizada. Dentre elas destacam-se:
da CNI.
a) Variações históricas
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma
4. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo
– cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do bastante representativo é a questão da ortografia, se
trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez
mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à
inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela
supressão dos vocábulos.
( ) CERTO ( ) ERRADO Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Antigamente
Resposta: Certo. Não se deve colocar vírgula entre su- “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles
jeito e predicado, a não ser que se trate de um apos- e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam
to (1), predicativo do sujeito (2), ou algum termo que anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os
requeira estar separado entre pontuações. Exemplo: O janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes,
Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do
meninos, ansiosos (2), chegaram! balaio.” Carlos Drummond de Andrade
Comparando-o à modernidade, percebemos um
vocabulário antiquado.
LÍNGUA PORTUGUESA

FUNÇÃO TEXTUAL DOS VOCÁBULOS.


b) Variações regionais
São os chamados dialetos, que são as marcas
“Prezado Candidato, o tópico acima foi abordado no determinantes referentes a diferentes regiões. Como
decorrer da matéria” exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos
lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira
e aipim. Figurando também esta modalidade estão os
sotaques, ligados às características orais da linguagem.

96
c) Variações sociais ou culturais - Paráfrase: é o desenvolvimento ou citação de um
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma texto ou parte dele, com palavras diferentes, mas de
maneira geral e também ao grau de instrução de uma igual significação. Não há alteração da ideia central.
determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os - Perífrase: é um circunlóquio, um rodeio de palavras; a
jargões e o linguajar caipira. exposição de ideias é feito usando-se de muitas pa-
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos lavras. Usam se mais palavras do que o texto original,
grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, isto é, usam-se mais palavras que o necessário.
entre outros. - Intertextualidade: é a relação entre dois ou mais tex-
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, tos, cujo tema seja o mesmo, porém tratado de for-
caracterizando um linguajar técnico. Representando a ma diferente.
classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais - Síntese: é uma resenha, que é feita utilizando-se das
da área de informática, dentre outros. palavras do texto. Aparecem apenas as ideias princi-
Vejamos um poema e o trecho de uma música para pais.
entendermos melhor sobre o assunto: - Resumo: é uma representação do texto em que só
“Vício na fala aparecem as ideias principais, não é necessário que
Para dizerem milho dizem mio seja com as mesmas palavras do texto.
Para melhor dizem mió - Inferência: é uma informação que não está no texto,
Para pior pió mas sim fora dele; está nas entrelinhas ou exige um
Para telha dizem teia conhecimento extra textual.
Para telhado dizem teiado - Tipologia Textual Descrição: ato de descrever carac-
E vão fazendo telhados”. terísticas. Pode ser: Objetiva: descrição com caráter
(Oswald de Andrade). universal. Subjetiva: descrição com caráter particular,
pessoal.
Chopis Centis - Técnica: descrição com caráter próprio de um ofício,
“Eu “di” um beijo nela profissão.
E chamei pra passear. - Narração: é o relato de um fato, de um acontecimen-
A gente fomos no shopping to. Seus elementos são:
Pra “mode” a gente lanchar. - Fato: é o acontecimento; o encadeamento das ações
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim. forma o enredo.
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim. - Personagens: são os participantes do acontecimento.
Quanta gente, Quanta alegria, A minha felicidade é um Principais (mais atuantes) Secundários
crediário nas Casas Bahia. - Ambiente ou cenário: é o lugar onde ocorrem os
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho. acontecimentos.
Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”, - Tempo: é a localização cronológica do acontecimen-
Quando eu estou no trabalho, to. Foco Narrativo (narrador): a narração pode ser
Não vejo a hora de descer dos andaime. em: 1ª pessoa: narrador-personagem 3ª pessoa: nar-
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger, rador-onisciente/narrador-observador. Dissertação:
E também o Van Damme. ato de discorrer sobre um tema. A dissertação divi-
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, de-se em três partes: Introdução: apresenta a ideia
1995). principal a ser discutida.
- Desenvolvimento: é o desdobramento da ideia cen-
Para expandir a capacidade de compreensão e, tral, a exposição dos argumentos.
principalmente, de interpretação, é importante acostumar- - Conclusão: retoma ou resume os principais aspectos
se à leitura, seja de um texto ou um objeto, figura ou fato. do texto e confirma a tese inicial.
Ao se ler algo, deve-se notar aspectos particulares
que permitam associar o elemento da leitura ao tempo d) Tipos de Discurso
e a acontecimentos, destacar o essencial e o secundário - Discurso Direto: a fala do personagem é, geralmen-
relacionando-o a outros já lidos. Semanticamente, o te, acompanhada por um verbo de elocução (dizer,
elemento da leitura encerra em si todas as indagações, falar, responder, perguntar, afirmar etc.), não haven-
permitindo uma análise e oferecendo os subsídios da do conectivo, porém uma pausa marcada por sinal
resposta. Compreender um texto é entender o seu sentido; de pontuação.
apreender a situação, o fato, a narração, a tese a nós
LÍNGUA PORTUGUESA

expostos. Interpretar um texto é conseguir desenvolver em Exemplo.: A mãe perguntou-lhe atarantada: - Onde
outras palavras a ideia do texto, é, portanto, parafraseá- você pensa que vai?
lo ou reescrevê-lo. Para se interpretar bem um texto, é de
suma importância uma boa leitura. Para se entender um - Discurso Indireto: o personagem não fala com suas
texto é necessária uma leitura atenta, em que se notem as palavras, é o narrador que reproduz com suas pala-
suas sutilezas e superficialidades. É conveniente marcar as vras o discurso do personagem. Os verbos de elo-
ideias principais e estar atento as entrelinhas, aos detalhes cução são núcleos do predicado da oração principal
e a todo o contexto. seguido de oração subordinada.

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Exemplo: Ele respondeu que sempre saía sozinho. tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse,
por exemplo). Assim, podemos concluir que existem
- Indireto Livre: é um discurso misto, pois há carac- morfemas que indicam as flexões das palavras. Estes
terísticas do discurso direto e do indireto. A fala do morfemas sempre surgem no fim das palavras variá-
personagem se insere no discurso do narrador, são veis e recebem o nome de desinências. Há desinên-
perceptíveis aspectos psicológicos e fluxos do pen- cias nominais e desinências verbais.
samento do personagem.
C.1 Desinências nominais: indicam o gênero e o nú-
Exemplo: Naquele dia o rapaz havia se declarado à sua mero dos nomes. Para a indicação de gênero, o por-
vizinha. Ele já tinha sofrido muito. Custava à moça acredi- tuguês costuma opor as desinências -o/-a: garoto/
tar? Não sabia se tinha feito à coisa certa. garota; menino/menina. Para a indicação de número,
costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural
em oposição à ausência de morfema, que indica o
singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/me-
ninos; menina/meninas. No caso dos nomes termina-
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
dos em –r e –z, a desinência de plural assume a for-
ma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

C.2 Desinências verbais: em nossa língua, as desinên-


As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista cias verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desi-
de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos em nências que indicam o modo e o tempo (desinências
seus menores elementos (partes) possuidores de sentido. modo-temporais) e outras que indicam o número e
A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por três a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):
elementos significativos: cant-á-va-mos:
In = elemento indicador de negação cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência
Explic – elemento que contém o significado básico da modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
palavra indicativo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza
Ável = elemento indicador de possibilidade a primeira pessoa do plural)

Estes elementos formadores da palavra recebem o cant-á-sse-is:


nome de morfemas. Através da união das informações cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência
contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do
entender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que subjuntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a
não tem possibilidade de ser explicado, que não é possível segunda pessoa do plural)
tornar claro”.
Morfemas = são as menores unidades significativas D) Vogal temática
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido. Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o ra-
dical às desinências, é chamado de vogal temática.
CLASSIFICAÇÃO DOS MORFEMAS Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o cha-
mado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que
A) Radical, lexema ou semantema – é o elemento se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como
portador de significado. É através do radical que po- os nomes apresentam vogais temáticas. No caso dos
demos formar outras palavras comuns a um grupo verbos, a vogal temática indica as conjugações: -a
de palavras da mesma família. Exemplo: pequeno, pe- (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª conjugação =
quenininho, pequenez. O conjunto de palavras que se escrever) e –i (3.ª conjugação = partir).
agrupam em torno de um mesmo radical denomina-
-se família de palavras. D.1 Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quan-
do átonas finais, como em mesa, artista, perda, es-
B) Afixos – elementos que se juntam ao radical antes cola, base, combate. Nestes casos, não poderíamos
(os prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: be- pensar que essas terminações são desinências indi-
LÍNGUA PORTUGUESA

leza (sufixo), prever (prefixo), infiel (prefixo). cadoras de gênero, pois mesa e escola, por exemplo,
não sofrem esse tipo de flexão. É a estas vogais te-
C) Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob- máticas que se liga a desinência indicadora de plural:
têm-se formas como amava, amavas, amava, amá- mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em
vamos, amáveis, amavam. Estas modificações ocor- vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo)
rem à medida que o verbo vai sendo flexionado em não apresentam vogal temática.
número (singular e plural) e pessoa (primeira, segun-
da ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o

98
D.2 Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- Há dois casos em que a palavra derivada é formada
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática regressiva e a derivação imprópria.
é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja
vogal temática é -e pertencem à segunda conjuga- 2.1. Derivação
ção e os que têm vogal temática -i pertencem à ter-
ceira conjugação.  Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na
E) Interfixos formação de substantivos derivados de verbos.
São os elementos (vogais ou consoantes) que se inter- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
calam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes- (substantivo) – deriva de pescar (verbo)
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra.
Por exemplo:  Derivação imprópria: a palavra nova (derivada)
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. é obtida pela mudança de categoria gramatical da
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento. palavra primitiva. Não ocorre, pois, alteração na
forma, mas somente na classe gramatical.
1. Formação das Palavras Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê”
deriva da conjunção porque)
Há em Português palavras primitivas, palavras derivadas, Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva
palavras simples, palavras compostas. do verbo olhar).
A) Palavras primitivas: aquelas que, na língua
portuguesa, não provêm de outra palavra: pedra, flor. #FicaDica
B) Palavras derivadas: aquelas que, na língua A derivação regressiva “mexe” na estrutura da palavra,
portuguesa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura. geralmente transforma verbos em substantivos: caça =
C) Palavras simples: aquelas que possuem um só
deriva de caçar, saque = deriva de sacar
radical: azeite, cavalo.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
D) Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
apenas faz com que ela pertença a uma classe
um radical: couve-flor, planalto.
gramatical “imprópria” da qual ela realmente, ou melhor,
As palavras compostas podem ou não ter seus
costumeiramente faz parte. A alteração acontece devido à
elementos ligados por hífen.
presença de outros termos, como artigos, por exemplo:
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a
1.1. Processos de Formação de Palavras
funcionar como substantivo devido à presença do artigo
Na Língua Portuguesa há muitos processos de formação “o”)
de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação, a
composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo. 3. Composição

2. Derivação por Acréscimo de Afixos Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de
É o processo pelo qual se obtêm palavras novas composição: justaposição e aglutinação.
(derivadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A A) Justaposição: ocorre quando os elementos que for-
derivação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética. mam o composto são postos lado a lado, ou seja,
A) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida justapostos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa,
por acréscimo de prefixo. segunda-feira, girassol.
In feliz / des leal B) Composição por aglutinação: ocorre quando os
Prefixo radical prefixo radical elementos que formam o composto aglutinam-se e
pelo menos um deles perde sua integridade sonora:
B) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto),
acréscimo de sufixo. pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre).
Feliz mente / leal dade
Radical sufixo radical sufixo Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom.
LÍNGUA PORTUGUESA

C) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acrésci-


mo simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese Abreviação – é a redução de palavras até o limite
formam-se principalmente verbos. permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu
En trist ecer (pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia).
Prefixo radical sufixo
Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
En tard ecer limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras iniciais:
prefixo radical sufixo p. ou pág. (para página), Sr. (para senhor).

99
Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras FONÉTICA E FONOLOGIA: SOM E FONEMA,
iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS
impuras), que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas E DÍGRAFOS.
puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas
impuras).

Hibridismo: é a palavra formada com elementos Letra e Fonema


oriundos de línguas diferentes: automóvel (auto: grego;
móvel: latim); sociologia (socio: latim; logia: grego); A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego). fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”).
Significa literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos
sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que es-
tuda os sons da língua quanto à sua função no sistema
EXERCÍCIO COMENTADO de comunicação linguística, quanto à sua organização e
classificação. Cuida, também, de aspectos relacionados à
1. (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da
SOCIAL – SUPERIOR - CEPERJ/2014) A palavra “infraes- forma correta de pronunciar certas palavras. Lembrando
trutura” é formada pelo seguinte processo: que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar
estes sons no ato da fala. Particularidades na pronúncia de
a) sufixação cada falante são estudadas pela Fonética.
b) prefixação Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas;
c) parassíntese na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
d) justaposição símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se
e) aglutinação o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de
estabelecer uma distinção de significado entre as palavras.
Resposta: Letra B. Infra = prefixo + estrutura – temos a Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a
junção de um prefixo com um radical, portanto: deriva- distinção entre os pares de palavras:
ção prefixal (ou prefixação).
amor – ator / morro – corro / vento - cento
2. (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – MÉDIO Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua
- IBFC/2014) O vocábulo “entristecido” é um exemplo de: portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica
que você - como falante de português - guarda de cada um
a) palavra composta deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este
b) palavra primitiva forma os significantes dos signos linguísticos. Geralmente,
c) palavra derivada aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.
d) neologismo O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é
a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
Resposta: Letra C. en + triste + ido (com consoante de exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na
ligação “c”) = ao radical “triste” foram acrescidos o prefi- palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
xo “en” e o sufixo “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por
derivada do processo de formação de palavras chamado mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
de: prefixação e sufixação. Para o exercício, basta “deri- pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento,
vada”! exílio.
Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa a) o fonema /sê/: texto
Sacconi. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. b) o fonema /zê/: exibir
CEREJA, Wiliam Roberto, MAGALHÃES, Thereza Cochar. c) o fonema /che/: enxame
Português linguagens: volume 1 – 7.ª ed. Reform. – São d) o grupo de sons /ks/: táxi
LÍNGUA PORTUGUESA

Paulo: Saraiva, 2010.


AMARAL, Emília... [et al.] Português: novas palavras: O número de letras nem sempre coincide com o núme-
literatura, gramática, redação. – São Paulo: FTD, 2000. ro de fonemas.
Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
SITE 1234567 12 3 45 6
Disponível em: <http://www.brasilescola.com/
gramatica/estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm> Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o
12 3 4 12345

100
As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não re- 1.3 Consoantes
presentam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta.
Nestas palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi-
que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fone- rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca-
ma; dança: o “n” não é um fonema; o fonema é /ã/, repre- vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda-
sentado na escrita pelas letras “a” e “n”. deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu-
A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema. guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos:
Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.
1 2 3 1234
2. Encontros Vocálicos
1 Classificação dos Fonemas
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e
Os fonemas da língua portuguesa são classificados em: semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em
1.1 Vogais sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton-
go e o hiato.
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma
corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa a) Ditongo
língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso
significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma úni- É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
ca vogal. -versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé-
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- -rie (i = semivogal, e = vogal)
berta. As vogais podem ser: Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal:
Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, pai (a = vogal, i = semivogal)
/o/, /u/. Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais:
/ã/: fã, canto, tampa mãe
/ ẽ /: dente, tempero
/ ĩ/: lindo, mim b) Tritongo
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum
É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e
Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até,
uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba. Pode
bola.
ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo
Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até,
nasal.
bola.
c) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
Abertas: pé, lata, pó
Fechadas: mês, luta, amor É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pala- pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
vras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
(po-e-si-a).
1. 2 Semivogais
3. Encontros Consonantais
Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais.
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- Existem basicamente dois tipos:
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de-
sempenham o papel de núcleo silábico. a) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e
LÍNGUA PORTUGUESA

Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca -no, a-tle-ta, cri-se.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão b) os que resultam do contato de duas consoantes per-
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, tencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
história, série. Há ainda grupos consonantais que surgem no início
dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-
-mo, psi-có-lo-go.

101
4. Dígrafos Observação:
“gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos
De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra,
por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e quatro aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum
letras. fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” represen-
Há, no entanto, fonemas que são representados, na es- ta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça,
crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não
letras. há dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, ave-
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram riguo).
utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas #FicaDica
para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos Conseguimos ouvir o som da letra “u” também,
que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos: por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos:
consonantais e vocálicos. Água = /agua/ pronunciamos a letra “u”, ou en-
tão teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras
a) Dígrafos Consonantais e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo (aliás,
dois dígrafos: “gu” e “rr”). Portanto: 8 letras e 6
Letras Fonemas Exemplos fonemas.
lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
5. Dífonos
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro Assim como existem duas letras que representam um
só fonema (os dígrafos!), existe letra que representa dois
ss /se/ (no interior da palavra) passo fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia exemplos de dífonos. Quando uma letra representa dois fo-
nemas temos um caso de dífono.
sc /se/ crescer
sç /se/ desço REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
xc /se/ exceção SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30.ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
b) Dígrafos Vocálicos
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
Registram-se na representação das vogais nasais:
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7.ª ed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Fonemas Letras Exemplos
/ã/ am tampa SITE
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.
an canto php
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
LÍNGUA PORTUGUESA

/ũ/ um chumbo
un corcunda

102
HORA DE PRATICAR!

1. (MAPA – Auditor Fiscal Federal Agropecuário – Médico Veterinário – Superior – ESAF – 2017) Assinale a opção
que apresenta desvio de grafia da palavra.
A acupuntura é uma terapia da medicina tradicional chinesa que favorece a regularização dos processos fisiológicos do corpo,
no sentido de promover ou recuperar o estado natural de saúde e equilíbrio. Pode ser usada preventivamente (1) para evitar
o desenvolvimento de doenças, como terapia curativa no caso de a doença estar instalada ou como método paliativo (2) em
casos de doenças crônicas de difícil tratamento. Tem também uma ação importante na medicina rejenerativa (3) e na reabili-
tação. O tratamento de acupuntura consiste na introdução de agulhas filiformes no corpo dos animais. Em geral são deixadas
cerca de 15 a 20 minutos. A colocação das agulhas não é dolorosa para os animais e é possível observar durante os tratamen-
tos diferentes reações fisiológicas (4), indicadoras de que o tratamento está atingindo o efeito terapêutico (5) desejado.
Disponível: <http://www.veterinariaholistica.net/acupuntura-fitoterapia-e-homeopatia.html/>. Acesso em 28/11/2017. (Com adaptações)

a) (1)
b) (2)
c) (3)
d) (4)
e) (5)

2. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área Administrativa – Médio – FCC – 2017) Respeitando-se as
normas de redação do Manual da Presidência da República, a frase correta é:

a) Solicito a Vossa Senhoria que verifique a possibilidade de implementação de projeto de treinamento de pessoal para
operar os novos equipamentos gráficos a serem instalados em seu setor.
b) Venho perguntar-lhe, por meio desta, sobre a data em que Vossa Excelência pretende nomear vosso representante na
Comissão Organizadora.
c) Digníssimo Senhor: eu venho por esse comunicado, informar, que será organizado seminário, sobre o uso eficiente de
recursos hídricos, em data ainda a ser definida.
d) Haja visto que o projeto anexo contribue para o desenvolvimento do setor em questão, informamos, por meio deste
Ofício, que será amplamente analisado por especialistas.
e) Neste momento, conforme solicitação enviada à Vossa Senhoria anexo, não se deve adotar medidas que possam com-
prometer vossa realização do projeto mencionado.

LÍNGUA PORTUGUESA

103
3. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) Analise as assertivas abaixo:

I. O ladrão era de menor.


II. Não há regra sem exceção.
III. É mais saudável usar menas roupa no calor.
IV. O policial foi à delegacia em compania do meliante.
V. Entre eu e você não existe mais nada.

A opção que apresenta vícios de linguagem é:

a) I e III.
b) I, II e IV.
c) II e IV.
d) I, III, IV e V.
e) III, IV e V.

4. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que todas
as palavras estão corretas:

a) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.


b) supracitado – semi-novo – telesserviço.
c) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
d) contrarregra – autopista – semi-aberto.
e) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.

5. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) O uso correto do porquê está na opção:

a) Por quê o homem destrói a natureza?


b) Ela chorou por que a humilharam.
c) Você continua implicando comigo porque sou pobre?
d) Ninguém sabe o por quê daquele gesto.
e) Ela me fez isso, porquê?

6. (TJ-PA – Médico Psiquiatra – Superior – VUNESP – 2014)

Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas, de acordo com a norma-padrão da língua por-
tuguesa, considerando que o termo que preenche a terceira lacuna é empregado para indicar que um evento está prestes
LÍNGUA PORTUGUESA

a acontecer

a) anúncio ... A ... Iminente.


b) anuncio ... À ... Iminente.
c) anúncio ... À ... Iminente.
d) anúncio ... A ... Eminente.
e) anuncio ... À ... Eminente.

104
7. (CEFET-RJ – REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO 11. (Estrada de Ferro Campos do Jordão-SP – Ana-
– 2014) Observe a grafia das palavras do trecho a seguir. lista Ferroviário – Oficinas – Elétrica – IDERH – 2014)
A macro-história da humanidade mostra que todos encaram Leia as orações a seguir:
os relatos pessoais como uma forma de se manterem vivos. Minha mãe sempre me aconselha a evitar as _____ compa-
Desde a idade do domínio do fogo até a era das multicomu- nhias. (mas/más)
nicações, os homens tem demonstrado que querem pôr sua A cauda do vestido da noiva tinha um _________ enorme.
marca no mundo porque se sentem superiores. (cumprimento/comprimento)
A palavra que NÃO está grafada corretamente é Precisamos fazer as compras do mês, pois a _________ está
vazia. (despensa/dispensa).
a) macro-história.
b) multicomunicações. Completam, correta e respectivamente, as lacunas acima os
c) tem. expostos na alternativa:
d) pôr.
e) porque.
a) mas – cumprimento – despensa.
b) más – comprimento – despensa.
8. (Liquigás – Profissional Júnior – Ciências Contábeis
c) más – cumprimento – dispensa.
– cegranrio – 2014) O grupo em que todas as palavras
estão grafadas de acordo com a norma-padrão da Língua d) mas – comprimento – dispensa.
Portuguesa é e) más – comprimento – dispensa.

a) gorjeta, ogeriza, lojista, ferrujem 12. (TRT-2ª REGIÃO-SP – Técnico Judiciário - Área
b) pedágio, ultrage, pagem, angina Administrativa – Médio – FCC – 2014) Está redigida
c) refújio, agiota, rigidez, rabujento com clareza e em consonância com as regras da gramática
d) vigência, jenipapo, fuligem, cafajeste normativa a seguinte frase:
e) sargeta, jengiva, jiló, lambujem
a) Queremos, ou não, ele será designado para dar a palavra
9. (SIMAE – Agente Administrativo – ASSCON-PP – final sobre a polêmica questão, que, diga-se de passa-
2014) Assinale a alternativa que apresenta apenas palavras gem, tem feito muitos exitarem em se pronunciar.
escritas de forma incorreta. b) Consultaram o juíz acerca da possibilidade de voltar
atraz na suspensão do jogador, mas ele foi categórico
a) Cremoso, coragem, cafajeste, realizar; quanto a impossibilidade de rever sua posição.
b) Caixote, encher, análise, poetisa; c) Vossa Excelência leu o documento que será apresentado
c) Traje, tanger, portuguesa, sacerdotisa; em rede nacional daqui a pouco, pela voz de Sua Exce-
d) Pagem, mujir, vaidozo, enchergar; lência, o Senhor Ministro da Educação?
d) A reportagem sobre fascínoras famosos não foi nada
10. (Receita Federal – Auditor Fiscal – ESAF – 2014) positiva para o público jovem que estava presente, de
Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de que se desculparam os idealizadores do programa.
grafia de palavra inserido na transcrição do texto. e) Estudantes e professores são entusiastas de oferecer aos
jovens ingressantes no curso o compartilhamento de
A Receita Federal nem sempre teve esse (1) nome. Secretaria projetos, com que serão também autores.
da Receita Federal é apenas a mais recente denominação da
Administração Tributária Brasileira nestes cinco séculos de
13. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014)
existência. Sua criação tornou-se (2) necessária para moder-
A acentuação correta está na alternativa:
nizar a máquina arrecadadora e fiscalizadora, bem como para
promover uma maior integração entre o Fisco e os Contribuin-
tes, facilitando o cumprimento expontâneo (3) das obrigações a) eu abençôo – eles crêem – ele argúi.
tributárias e a solução dos eventuais problemas, bem como o b) platéia – tuiuiu – instrui-los.
acesso às (4) informações pessoais privativas de interesse de c) ponei – geléia – heroico.
cada cidadão. O surgimento da Secretaria da Receita Federal d) eles têm – ele intervém – ele constrói.
representou um significativo avanço na facilitação do cumpri- e) lingüiça – feiúra – idéia.
mento das obrigações tributárias, contribuindo para o aumen-
to da arrecadação a partir (5) do final dos anos 60. 14. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – AOCP –
LÍNGUA PORTUGUESA

(Adaptado de <http://www.receita.fazenda.gov.br/srf/histo- 2014) A palavra que está acentuada corretamente é:


rico.htm>. Acesso em: 17 mar. 2014.)
a) Históriar.
a) (1). b) Memórial.
b) (2). c) Métodico.
c) (3). d) Própriedade.
d) (4). e) Artifício.
e) (5).

105
15. (prodam-am – assistente – funcab – 2014 – adap- 21. (Prefeitura de Brusque-sc – Educador Social – fe-
tada) Assinale a opção em que o par de palavras foi acen- pese – 2014) Assinale a alternativa em que só palavras pa-
tuado segundo a mesma regra. roxítonas estão apresentadas.

a) saúde-países a) facilitada, minha, canta, palmeiras


b) Etíope-juízes b) maná, papá, sinhá, canção
c) olímpicas-automóvel c) cá, pé, a, exílio
d) vocês-público d) terra, pontapé, murmúrio, aves
e) espetáculo-mensurável e) saúde, primogênito, computador, devêssemos

16. (Advocacia Geral da União – Técnico em Conta- 22. (Ministério do Desenvolvimento Agrário – Técni-
bilidade – idecan – 2014) Os vocábulos “cinquentenário” co em Agrimensura – funcab – 2014) A alternativa que
e “império” são acentuados devido à mesma justificativa. O apresenta palavra acentuada por regra diferente das demais
mesmo ocorre com o par de palavras apresentado em é:

a) prêmio e órbita. a) dúvidas.


b) rápida e tráfego b) muitíssimos.
c) satélite e ministério. c) fábrica.
d) pública e experiência. d) mínimo.
e) sexagenário e próximo. e) impossível.

17. (Rioprevidência – Especialista em Previdência So- 23. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab –
cial – ceperj – 2014) A palavra “conteúdo” recebe acen- 2014) Assinale a alternativa em que todas as palavras foram
tuação pela mesma razão de: acentuadas segundo a mesma regra.

a) juízo a) indivíduos - atraí(-las) - período


b) espírito b) saíram – veículo - construído
c) jornalístico c) análise – saudável - diálogo
d) mínimo d) hotéis – critérios - através
e) disponíveis e) econômica – após – propósitos
24. (Corpo de Bombeiros Militar-pi – Curso de Forma-
18. (Ministério do Meio Ambiente – icmbio – cespe – ção de Soldados – uespi – 2014) “O evento promove a
2014) A mesma regra de acentuação gráfica se aplica aos saúde de modo integral.” A regra que justifica o acento gráfi-
vocábulos “Brasília”, “cenário” e “próprio”. co no termo destacado é a mesma que justifica o acento em:

( ) CERTO ( ) ERRADO a) “remédio”.


b) “cajú”.
19. (Prefeitura de Balneário Camboriú-sc – Guarda c) “rúbrica”.
Municipal – fepese – 2014 – adaptada) Assinale a alter- d) “fráude”.
nativa em que todas as palavras são oxítonas. e) “baú”.

a) pé, lá, pasta 25. (TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa –


b) mesa, tábua, régua Médio – FGV – 2015)
c) livro, prova, caderno Texto 3 – “A Lua Cheia entra em sua fase Crescente no signo
d) parabéns, até, televisão de Gêmeos e vai movimentar tudo o que diz respeito à sua
e) óculos, parâmetros, título vida profissional e projetos de carreira. Os próximos dias serão
ótimos para dar andamento a projetos que começaram há al-
20. (Advocacia Geral da União – Técnico em Comu- guns dias ou semanas. Os resultados chegarão rapidamente”.
nicação Social – idecan – 2014) Assinale a alternativa
em que a acentuação de todas as palavras está de acordo O texto 3 mostra exemplos de emprego correto do “a” com
com a mesma regra da palavra destacada: “Procuradorias acento grave indicativo da crase – “diz respeito à sua vida
LÍNGUA PORTUGUESA

comprovam necessidade de rendimento satisfatório para re- profissional”. A frase abaixo em que o emprego do acento
novação do FIES”. grave da crase é corretamente empregado é:

a) após / pó / paletó a) o texto do horóscopo veio escrito à lápis;


b) moído / juízes / caído b) começaram à chorar assim que leram as previsões;
c) história / cárie / tênue c) o horóscopo dizia à cada leitora o que devia fazer;
d) álibi / ínterim / político d) o leitor estava à procura de seu destino;
e) êxito / protótipo / ávido e) o astrólogo previa o futuro passo à passo

106
26. (Prefeitura de Sertãozinho-SP – Farmacêutico – 30. (prefeitura de são Paulo-sp – técnico em saúde –
Superior – VUNESP – 2017) O sinal indicativo de crase laboratório – médio – vunesp – 2014) Reescrevendo-se
está empregado corretamente nas duas ocorrências na al- o segmento frasal – ... incitá-los a reagir e a enfrentar o
ternativa: desconforto, ... –, de acordo com a regência e o acento indi-
cativo da crase, tem-se:
a) Muitos indivíduos são propensos à associar, inadvertida-
mente, tristeza à depressão. a) ... incitá-los à reação e ao enfrentamento do desconforto, ...
b) As pessoas não querem estar à mercê do sofrimento, por b) ... incitá-los a reação e o enfrentamento do desconforto, ...
isso almejam à pílula da felicidade. c) ... incitá-los à reação e à enfrentamento do desconforto, ...
c) À proporção que a tristeza se intensifica e se prolonga, d) ... incitá-los à reação e o enfrentamento do desconforto, ...
pode-se, à primeira vista, pensar em depressão. e) ... incitá-los a reação e à enfrentamento do desconforto, ..
d) À rigor, os especialistas não devem receitar remédios às
pessoas antes da realização de exames acurados. 31. (CONAB – Contabilidade – Superior – IADES –
e) Em relação à informação da OMS, conclui-se que existem 2014 – adaptada) Considerando o trecho “atualizou os
121 milhões de pessoas à serem tratadas de depressão. dados relativos à produção de grãos no Brasil.” e conforme a
norma-padrão, assinale a alternativa correta.
27. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área
Administrativa – Médio – FCC – 2017) É difícil planejar a) a crase foi empregada indevidamente no trecho.
uma cidade e resistir à tentação de formular um projeto de b) o autor poderia não ter empregado o sinal indicativo de
sociedade. crase.
O sinal indicativo de crase deverá ser mantido caso o verbo c) se “produção” estivesse antecedida por essa, o uso do
sublinhado acima seja substituído por: sinal indicativo de crase continuaria obrigatório.
d) se, no lugar de “relativos”, fosse empregado referentes, o
a) não acatar. uso do sinal indicativo de crase passaria a ser facultativo.
b) driblar. e) caso o vocábulo minha fosse empregado imediatamente
c) controlar. antes de “produção”, o uso do sinal indicativo de crase
d) superar. seria facultativo.
e) não sucumbir.
32. (Sabesp-SP – atendente a clientes – Médio – fcc
28. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área – 2014 – adaptada) No trecho Refiro-me aos livros que
Administrativa – Médio – FCC – 2017) A frase em que foram escritos e publicados, mas estão – talvez para sempre
há uso adequado do sinal indicativo de crase encontra-se – à espera de serem lidos, o uso do acento de crase obedece
em: à mesma regra seguida em:

a) A tendência de recorrer à adaptações aparece com maior a) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia como
força na Hollywood do século 21. evitá-la.
b) É curioso constatar a rapidez com que o cinema agregou b) Informou à paciente que os remédios haviam surtido
à máxima. efeito.
c) A busca pela segurança leva os estúdios à apostarem em c) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir à novela.
histórias já testadas e aprovadas. d) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a velha
d) Tal máxima aplica-se perfeitamente à criação de peças fórmula.
de teatro. e) Comunique às minhas alunas que as provas estão cor-
e) Há uma massa de escritores presos à contratos fixos em rigidas.
alguns estúdios.
33. (TRT-AL – Analista Judiciário – Superior – FCC–
29. (Prefeitura de Marília-SP – Auxiliar de Escrita – 2014) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chine-
Médio – VUNESP – 2017) Assinale a alternativa em que sas...
o sinal indicativo de crase está empregado corretamente. O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de comple-
mento que o da frase acima está em:
a) A voluntária aconselhou a remetente à esquecer o amor
de infância. a) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
LÍNGUA PORTUGUESA

b) O carteiro entregou às voluntárias do Clube de Julieta b) Esses caminhos floresceram durante os primórdios da
uma nova remessa de cartas. Idade Média.
c) O médico ofereceu à um dos remetentes apoio psico- c) ... viajavam por cordilheiras...
lógico. d) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
d) As integrantes do Clube levaram horas respondendo à e) O maquinista empurra a manopla do acelerador.
diversas cartas.
e) O Clube sugeriu à algumas consulentes que fizessem no-
vas amizades.

107
34. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE – 38. (prodam-am – Assistente de Hardware – funcab
UFAL – 2014) Na afirmação abaixo, de Padre Vieira, – 2014) O termo destacado em: “As pessoas estão sempre
“O trigo não picou os espinhos, antes os espinhos o picaram muito ATAREFADAS.” exerce a seguinte função sintática:
a ele... Cuidais que o sermão vos picou a vós” o substantivo
“espinhos” tem, respectivamente, função sintática de, a) objeto direto.
b) objeto indireto.
a) objeto direto/objeto direto. c) adjunto adverbial.
b) sujeito/objeto direto. d) predicativo.
c) objeto direto/sujeito. e) adjunto adnominal.
d) objeto direto/objeto indireto.
e) sujeito/objeto indireto. 39. (trt-13ª região-pb – Técnico Judiciário – Tecnolo-
gia da Informação – Médio – fcc – 2014) Ao mesmo
35. (CASAL-AL – Administrador De Rede – COPEVE – tempo, as elites renunciaram às ambições passadas...
UFAL – 2014) No texto, “Arranca o estatuário uma pedra O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de comple-
dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe; e, depois que mento que o grifado acima está empregado em:
desbastou o mais grosso, toma o maço e cinzel na mão para
começar a formar um homem, primeiro membro a membro a) Faltam-nos precedentes históricos para...
e depois feição por feição.” b) Nossos contemporâneos vivem sem esse futuro...
VIEIRA, P. A. In Sermão do Espírito Santo. Acervo da Acade- c) Esse novo espectro comprova a novidade de nossa si-
mia Brasileira de Letras tuação...
A oração sublinhada exerce uma função de d) As redes sociais eram atividades de difícil implementação...
e) ... como se imitássemos o padrão de conforto...
a) causalidade.
b) conclusão. 40. (Cia de Serviços de Urbanização de Guarapuava-
c) oposição. -pr – Agente de Trânsito – consulplam – 2014) Quanto
d) concessão. à função que desempenha na sintaxe da oração, o trecho
e) finalidade. em destaque “Tenho uma dor que passa daqui pra lá e de lá
pra cá” corresponde a:

36. (EBSERH – HUCAM-UFES – Advogado – Superior a) Oração subordinada adjetiva restritiva.


– AOCP – 2014) Em “Se a ‘cura’ fosse cara, apenas uma b) Oração subordinada adjetiva explicativa.
pequena fração da sociedade teria acesso a ela.”, a expressão c) Adjunto adnominal.
em destaque funciona como: d) Oração subordinada adverbial espacial.

a) objeto direto. 41. (Advocacia-Geral da União – Técnico em Comuni-


b) adjunto adnominal. cação Social – idecan – 2014) Acerca das relações sintá-
c) complemento nominal. ticas que ocorrem no interior do período a seguir “Policiais
d) sujeito paciente. de Los Angeles tomam facas de criminosos, perseguem bê-
e) objeto indireto. bados na estrada e terminam o dia na delegacia fazendo seu
relatório.”, é correto afirmar que
37. (EBSERH – HUSM-UFSM-RS – Analista Adminis-
trativo – Jornalismo – Superior – AOCP – 2014) a) “o dia” é sujeito do verbo “terminar”.
“Sinta-se ungido pela sorte de recomeçar. Quando seu filho b) o sujeito do período, Policiais de Los Angeles, é com-
crescer, ele irá entender - mais cedo ou mais tarde -...” posto.
No período acima, a oração destacada: c) “bêbados” e “criminosos” apresentam-se na função de
sujeito.
a) estabelece uma relação temporal com a oração que lhe d) “facas” possui a mesma função sintática que “bêbados”
é subsequente. e “relatório”.
b) estabelece uma relação temporal com a oração que a e) “de criminosos”, “na estrada”, “na delegacia” são termos
antecede. que indicam circunstâncias que caracterizam a ação verbal.
c) estabelece uma relação condicional com a oração que
LÍNGUA PORTUGUESA

lhe é subsequente. 42. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –


d) estabelece uma relação condicional com a oração que VUNESP – 2015) Leia o texto, para responder às questões.
a antecede. O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para
e) estabelece uma relação de finalidade com a oração que consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às
lhe é subsequente. ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo
for mundo –, ele não poderá prescindir da luta. A vida do
direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes
sociais, dos indivíduos.

108
Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela “com o lançamento da cápsula Orion, da base da agência
luta; seus princípios mais importantes tiveram de enfrentar em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos.”
os ataques daqueles que a ele se opunham; todo e qual- Os termos sublinhados se encarregam da localização do
quer direito, seja o direito de um povo, seja o direito do in- lançamento da cápsula referida; o critério para essa locali-
divíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para zação também foi seguido no seguinte caso: Os protestos
a luta. O direito não é uma simples ideia, é uma força viva. contra as cotas raciais ocorreram:
Por isso a justiça sustenta numa das mãos a balança com
que pesa o direito, enquanto na outra segura a espada por a) em Brasília, Distrito Federal, na região Centro-Oeste;
meio da qual o defende. b) em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, região Sul;
A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a c) em Pedrinhas, São Luís, Maranhão;
espada, a impotência do direito. Uma completa a outra, e d) em São Paulo, São Paulo, Brasil;
o verdadeiro estado de direito só pode existir quando a e) em Goiânia, região Centro-Oeste, Brasil.
justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com
que manipula a balança. 44. (TRT – 21.ª Região-RN – Técnico Judiciário – Área
O direito é um trabalho sem tréguas, não só do Poder Pú- Administrativa – Médio – FCC – 2017) Está plenamente
blico, mas de toda a população. A vida do direito nos ofe- adequada a pontuação do seguinte período:
rece, num simples relance de olhos, o espetáculo de um
esforço e de uma luta incessante, como o despendido na a) A produção cinematográfica como é sabido, sempre be-
produção econômica e espiritual. Qualquer pessoa que se beu na fonte da literatura, mas o cinema declarou-se,
veja na contingência de ter de sustentar seu direito par- independente das outras artes há mais de meio século.
ticipa dessa tarefa de âmbito nacional e contribui para a b) Sabe-se que, a produção cinematográfica sempre consi-
realização da ideia do direito. É verdade que nem todos derou a literatura como fonte de inspiração, mas o cine-
enfrentam o mesmo desafio. ma declarou-se independente das outras artes, há mais
A vida de milhares de indivíduos desenvolve-se tranqui- de meio século.
lamente e sem obstáculos dentro dos limites fixados pelo
c) Há mais de meio século, o cinema declarou-se indepen-
direito. Se lhes disséssemos que o direito é a luta, não nos
dente das outras artes, embora a produção cinemato-
compreenderiam, pois só veem nele um estado de paz e
gráfica tenha sempre considerado a literatura como fon-
de ordem.
te de inspiração.
(Rudolf von Ihering, A luta pelo direito)
d) O cinema declarou-se independente, das outras artes,
há mais de meio século; porém, sabe-se, que a produção
Assinale a alternativa em que uma das vírgulas foi empre-
cinematográfica sempre bebeu na fonte da literatura.
gada para sinalizar a omissão de um verbo, tal como ocorre
na passagem – A espada sem a balança é a força bruta, a e) A literatura, sempre serviu de fonte inspiradora do ci-
balança sem a espada, a impotência do direito. nema, mas este, declarou-se independente das outras
artes há mais de meio século − como é sabido.
a) O direito, no sentido objetivo, compreende os princípios
jurídicos manipulados pelo Estado. 45. (Correios – Técnico em Segurança do Trabalho
b) Todavia, não pretendo entrar em minúcias, pois nunca Júnior – Médio – IADES – 2017 – adaptada) Quanto
chegaria ao fim. às regras de ortografia e de pontuação vigentes, considere
c) Do autor exige-se que prove, até o último centavo, o o período “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam em
interesse pecuniário. seu rosto numa mistura de amor e saudade.” e assinale a
d) É que, conforme já ressaltei várias vezes, a essência do alternativa correta.
direito está na ação.
e) A cabeça de Jano tem face dupla: a uns volta uma das a) O uso da vírgula entre as orações é opcional.
faces, aos demais, a outra. b) A redação “Enquanto lia a carta, as lágrimas rolavam em
seu rosto por que sentia um misto de amor e saudade.”
43. TJ-BA – Técnico Judiciário – Área Administrativa poderia substituir a original.
– Médio – FGV – 2015 c) O uso do hífen seria obrigatório, caso o prefixo re fosse
acrescentado ao vocábulo “lia”.
Texto 2 - “A primeira missão tripulada ao espaço profundo d) Caso a ordem das orações fosse invertida, o uso da vír-
desde o programa Apollo, da década 1970, com o objetivo de gula entre elas poderia ser dispensado.
enviar astronautas a Marte até 2030 está sendo preparada e) Assim como o vocábulo “lágrimas”, devem ser acentua-
LÍNGUA PORTUGUESA

pela Nasa (agência espacial norte-americana). O primeiro dos graficamente rúbrica, filântropo e lúcida.
passo para a concretização desse desafio será dado nesta
sexta-feira (5), com o lançamento da cápsula Orion, da base
da agência em Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Uni-
dos. O lançamento estava previsto originalmente para esta
quinta-feira (4), mas devido a problemas técnicos foi rea-
gendado para as 7h05 (10h05 no horário de Brasília).”
(Ciência, Internet Explorer).

109
46. (TRE-MS – Estágio – Jornalismo – TRE-MS – 2014) Sobre eles, assinale a alternativa CORRETA.
Verifique a pontuação nas frases abaixo e marque a asser-
tiva correta: a) No item I, a vírgula isola um aposto.
b) No item II, a interrogação indica uma mensagem inter-
a) Céus: Que injustiça. rompida.
b) O resultado do placar, não o abateu. c) No item III, a vírgula isola termos que explicam o seu
c) O comércio estava fechado; porém, a farmácia estava em antecedente.
pleno atendimento. d) No item IV, os dois sinais de pontuação, a interrogação e
d) Comam bastantes frutas crianças! a exclamação, indicam surpresa.
e) Comprei abacate, e mamão maduro. e) No item V, as vírgulas poderiam ser substituídas, apenas,
por um ponto e vírgula após o termo “repente”.
47. (SAAE-SP – Fiscal Leiturista – VUNESP – 2014)
49. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPE-
NET – 2014 – adaptada)
“Já vi gente cansada de amor, de trabalho, de política, de
ideais. Jamais conheci alguém sinceramente cansado de di-
nheiro.”
(Millôr Fernandes)

Sobre as vírgulas existentes no texto, é CORRETO afirmar


que:

a) são facultativas.
b) isolam apostos.
c) separam elementos de mesma função sintática.
d) a terceira é facultativa.
e) separam orações coordenadas assindéticas.

50. (Polícia Militar-SP – Oficial Administrativo – Mé-


dio – vunesp – 2014) A reescrita da frase – Como sempre,
a resposta depende de como definimos os termos da pergun-
ta. – está correta, quanto à pontuação, em:

a) A resposta como sempre, depende de, como definimos


os termos da pergunta.
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua- b) A resposta, como sempre, depende de como definimos
ção está correta em: os termos da pergunta.
c) A resposta como, sempre, depende de como definimos
a) Hagar disse, que não iria. os termos da pergunta.
b) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes e d) A resposta, como, sempre depende de como definimos
lagostas, aos vizinhos. os termos da pergunta.
c) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para e) A resposta como sempre, depende de como, definimos
Hagar e Helga os termos da pergunta.

d) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar 51. (Emplasa-Sp – Analista Jurídico – Direito – vu-
à Helga. nesp – 2014) Segundo a norma-padrão da língua portu-
e) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos guesa, a pontuação está correta em:
Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
a) Como há suspeita, por parte da família de que João Gou-
48. (Prefeitura de Paulista-PE – Recepcionista – UPE- lart tenha sido assassinado; a Comissão da Verdade de-
NET – 2014) Sobre os SINAIS DE PONTUAÇÃO, observe cidiu reabrir a investigação de sua morte, em maio deste
os itens abaixo: ano, a pedido da viúva e dos filhos.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Em maio deste ano, a Comissão da Verdade acatou o pe-


I. “Calma, gente”. dido da família do ex-presidente João Goulart e reabriu
II. “Que mundo é este que chorar não é “normal”? a investigação da morte deste, visto que, para a viúva e
III. “Sustentabilidade, paradigma de vida” para os filhos, Jango pode ter sido assassinado.
IV. “Será que precisa de mais licitações? Haja licitações!” c) A investigação da morte de João Goulart, foi reaberta,
V. “E, de repente, aquela rua se tornou um grande lago...” em maio deste ano pela Comissão da Verdade, para
apuração da causa da morte do ex-presidente uma vez
que, para a família, Jango pode ter sido assassinado.

110
d) A Comissão da Verdade, a pedido da família de João Desde que se mudou para o formato tradicional, Nagele já
Goulart, reabriu em maio deste ano a investigação de ouviu colegas do setor de tecnologia dizerem sentir falta
sua morte, porque, a hipótese de assassinato não é des- do estilo de trabalho do escritório fechado. “Muita gente
cartada, pela viúva e filhos. concorda – simplesmente não aguentam o escritório aber-
e) Como a viúva e os filhos do ex-presidente João Goulart, to. Nunca se consegue terminar as coisas e é preciso levar
suspeitando que ele possa ter sido assassinado pediram mais trabalho para casa”, diz ele.
a reabertura da investigação de sua morte, à Comissão É improvável que o conceito de escritório aberto caia em
da Verdade, esta, atendeu o pedido em maio deste ano. desuso, mas algumas firmas estão seguindo o exemplo de
Nagele e voltando aos espaços privados.
52. (Caixa Econômica Federal – Médico do Trabalho Há uma boa razão que explica por que todos adoram um
– cespe – 2014 – adaptada) A correção gramatical do espaço com quatro paredes e uma porta: foco. A verdade
trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as é que não conseguimos cumprir várias tarefas ao mesmo
mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se tempo, e pequenas distrações podem desviar nosso foco
inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. por até 20 minutos.
Retemos mais informações quando nos sentamos em um
( ) CERTO ( ) ERRADO local fixo, afirma Sally Augustin, psicóloga ambiental e de-
sign de interiores.
53. (Prefeitura de Arcoverde-PE – Administrador de (Bryan Borzykowski, “Por que escritórios abertos podem
Recursos Humanos – CONPASS – 2014) Leia o texto a ser ruins para funcionários.” Disponível em:<www1.folha.
seguir: uol.com.br>. Acesso em: 04.04.2017. Adaptado)
“Pagar por esse software não é um luxo, mas uma necessida-
de”. O uso da vírgula justifica-se porque: Iniciando-se a frase – Retemos mais informações quando
nos sentamos em um local fixo... (último parágrafo) – com o
a) estabelece a relação entre uma coordenada assindética termo Talvez, indicando condição, a sequência que apre-
e uma conclusiva. senta correlação dos verbos destacados de acordo com a
norma-padrão será:
b) separar a oração coordenada “não é um luxo” da ad-
versativa “mas uma necessidade”, em que o verbo está
a) reteríamos ... sentarmos
subentendido.
b) retínhamos ... sentássemos
c) liga a oração principal “Pagar” à coordenada “não é um
c) reteremos ... sentávamos
luxo, mas uma necessidade”.
d) retivemos ... sentaríamos
d) indica que dois termos da mesma função estão ligados
e) retivéssemos ... sentássemos
por uma conjunção aditiva.
e) isola o aposto na segunda oração. 55. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio –
VUNESP – 2017) Leia o texto para responder às questões.
54. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Médio – O problema de São Paulo, dizia o Vinicius, “é que você
VUNESP – 2017) anda, anda, anda e nunca chega a Ipanema”. Se tomarmos
Há quatro anos, Chris Nagele fez o que muitos executivos “Ipanema” ao pé da letra, a frase é absurda e cômica. To-
no setor de tecnologia já tinham feito – ele transferiu sua mando “Ipanema” como um símbolo, no entanto, como
equipe para um chamado escritório aberto, sem paredes e um exemplo de alívio, promessa de alegria em meio à vida
divisórias. dura da cidade, a frase passa a ser de um triste realismo: o
Os funcionários, até então, trabalhavam de casa, mas ele problema de São Paulo é que você anda, anda, anda e nun-
queria que todos estivessem juntos, para se conectarem e ca chega a alívio algum. O Ibirapuera, o parque do Estado,
colaborarem mais facilmente. Mas em pouco tempo ficou o Jardim da Luz são uns raros respiros perdidos entre o mar
claro que Nagele tinha cometido um grande erro. Todos de asfalto, a floresta de lajes batidas e os Corcovados de
estavam distraídos, a produtividade caiu, e os nove empre- concreto armado.
gados estavam insatisfeitos, sem falar do próprio chefe. O paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere
Em abril de 2015, quase três anos após a mudança para estendê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois
o escritório aberto, Nagele transferiu a empresa para um metros quadrados de chão. É o que vemos nas avenidas
espaço de 900 m² onde hoje todos têm seu próprio espaço, abertas aos pedestres, nos fins de semana: basta liberarem
com portas e tudo. um pedacinho do cinza e surgem revoadas de patinado-
Inúmeras empresas adotaram o conceito de escritório res, maracatus, big bands, corredores evangélicos, góticos
LÍNGUA PORTUGUESA

aberto – cerca de 70% dos escritórios nos Estados Unidos satanistas, praticantes de ioga, dançarinos de tango, barra-
são assim – e até onde se sabe poucos retornaram ao mo- quinhas de yakissoba e barris de cerveja artesanal.
delo de espaços tradicionais com salas e portas. Tenho estado atento às agruras e oportunidades da cidade
Pesquisas, contudo, mostram que podemos perder até porque, depois de cinco anos vivendo na Granja Viana, vim
15% da produtividade, desenvolver problemas graves de morar em Higienópolis. Lá em Cotia, no fim da tarde, eu cor-
concentração e até ter o dobro de chances de ficar doentes ria em volta de um lago, desviando de patos e assustando
em espaços de trabalho abertos – fatores que estão contri- jacus. Agora, aos domingos, corro pela Paulista ou Minhocão
buindo para uma reação contra esse tipo de organização. e, durante a semana, venho testando diferentes percursos.

111
Corri em volta do parque Buenos Aires e do cemitério da 17 A
Consolação, ziguezagueei por Santa Cecília e pelas encos-
tas do Sumaré, até que, na última terça, sem querer, des- 18 CERTO
cobri um insuspeito parque noturno com bastante gente, 19 D
quase nenhum carro e propício a todo tipo de atividades: o
estacionamento do estádio do Pacaembu. 20 C
(Antonio Prata. “O paulistano não é de jogar a toa- 21 A
lha. Prefere estendê-la e deitar em cima.” Disponível 22 E
em:<http://www1.folha.uol.com.br/colunas>. Acesso em:
13.04.2017. Adaptado) 23 E
Assinale a alternativa que dá nova redação à passagem – O 24 E
paulistano, contudo, não é de jogar a toalha – prefere esten-
dê-la e se deitar em cima, caso lhe concedam dois metros 25 C
quadrados de chão. – atendendo à norma-padrão de con- 26 C
cordância. 27 E
a) Cem por cento dos paulistanos não joga a toalha – acha 28 D
preferível estendê-la para que se deite sobre elas, caso 29 B
seja dado a eles dois metros quadrados de chão.
b) Os paulistanos não jogam a toalha – acham preferíveis 30 A
estendê-la e se deitar em cima, caso lhes deem dois me- 31 E
tros quadrados de chão.
32 D
c) Mais de um paulistano não são de jogar a toalha – acham
preferíveis estendê-la e se deitarem em cima, caso se dê 33 E
a eles dois metros de chão. 34 C
d) Para os paulistanos, não se joga a toalha – é preferível
que seja estendida, para que possam deitar-se sobre ela, 35 E
caso lhes sejam dados dois metros quadrados de chão. 36 C
e) A maior parte dos paulistanos, contudo, não são de joga-
37 A
rem a toalha – acha preferível elas serem estendidas e dei-
tar-se em cima, caso lhe seja dado dois metros de chão. 38 D
39 A
40 A
GABARITO 41 D
42 E
1 C
43 A
2 A
44 C
3 D
45 D
4 A
46 C
5 C
47 E
6 A
48 C
7 C
49 C
8 D
50 B
9 D
51 B
10 C
52 CERTO
11 B
LÍNGUA PORTUGUESA

53 C
12 C
54 E
13 D
55 D
14 E
15 A
16 B

112
ÍNDICE

POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Política Nacional de Atenção Básica aprovada pelo Ministério da Saúde do Brasil. Diretrizes e Normas para a Atenção
Básica, para a Estratégia Saúde da Família e o Programa Agentes Comunitários de Saúde.BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚ-
DE..................................................................................................................................................................................................................................... 01
Portaria Nº 2.488 de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de
diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa Agen-
tes Comunitários de Saúde (PACS).Pacto pela Saúde 2006 e consolidação do SUS. BRASIL. Portaria n° 399/GM/MS, de
22 de fevereiro de 2006. Divulga o pacto pela saúde 2006 - consolidação do SUS e aprova as diretrizes operacionais do
referido pacto.............................................................................................................................................................................................................. 16
Estatuto do Idoso. BRASIL. Lei n° 10.741, de 1° de outubro de 2003. Dispõe sobre o estatuto do idoso e dá outras provi-
dências.......................................................................................................................................................................................................................... .61
Estatuto da Criança e do Adolescente. BRASIL. Lei no 8069 de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente.
Brasília, 1991................................................................................................................................................................................................................ 82
Constituição Federal. BRASIL. Constituição Federal. Artigos 196, 197, 198, 199 e 200.Organização do Sistema Único de
Saúde - SUS, planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa.................................................. 105
BRASIL. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para
dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde,a assistência à saúde e a articu-
lação interfederativa, e dá outras providências...........................................................................................................................................110
Lei Orgânica da Saúde e condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funciona-
mento dos serviços correspondentes. Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990 e suas alterações posteriores. Dispõe
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Lei Orgânica da Saúde....................................................................................................116
Participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde. Lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comuni-
dade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros
na área da saúde e dá outras providências...................................................................................................................................................129
Princípios e diretrizes da Atenção Básica
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
APROVADA PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE Os serviços oferecidos na Atenção Básica devem ser
DO BRASIL. DIRETRIZES E NORMAS PARA orientados pelos princípios e diretrizes apresentados na
A ATENÇÃO BÁSICA, PARA A ESTRATÉGIA Portaria nº 2.436 de 21 de setembro de 2017.
SAÚDE DA FAMÍLIA E O PROGRAMA AGEN-
TES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE. BRASIL Princípios da Atenção Básica
MINISTERIO DA SAÚDE
a) Universalidade: o princípio da universalidade visa
garantir que a população tenha acesso universal e
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA NO SUS contínuo a serviços de saúde de qualidade, capazes
de resolver boa parte dos problemas de saúde. Para
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA isso, as equipes da Atenção Básica precisam aco-
lher e ouvir, de modo universal, todas as pessoas
Aprovada pela Portaria nº 2.436 de 21 de setembro que procuram por seus serviços (sem diferenciações
de 2017, a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é excludentes), buscando oferecer soluções que aten-
definida como o resultado da experiência acumulada por dam suas demandas e necessidades.
diversos atores (movimentos sociais, usuários, trabalhado-
b) Equidade: orientadas pelo princípio da equidade, as
res e gestores das três esferas do governo) envolvidos no
equipes da Atenção Básica devem oferecer cuidados
processo de desenvolvimento e consolidação do Sistema
de acordo com as diferenças e necessidades de cada
Único de Saúde (SUS) no país.
pessoa.
Ela tem a Saúde da Família como estratégia prioritária
para expansão e consolidação da Atenção Básica em todo
o país.
#FicaDica
#FicaDica
As equipes da Atenção Básica devem atender a
Criado pela Constituição Federal de 1988, o todas as pessoas, independente de idade, gê-
SUS atende mais de 190 milhões de pessoas nero, cor, crença, nacionalidade, etnia, orien-
em todo o país. Sua função é assegurar que tação sexual, identidade de gênero, estado de
toda a população tenha acesso à ações e servi- saúde, condição socioeconômica, escolaridade
ços públicos voltados para a promoção, prote- ou limitação física, intelectual, funcional etc.
ção e recuperação da saúde.
c) Integralidade: de acordo com o princípio da integrali-
dades, as equipes da Atenção Básica devem oferecer
O que é Atenção Básica? serviços que possibilitem a promoção e a manuten-
ção da saúde, a prevenção de doenças e agravos, a
Segundo a Portaria nº 2.436 de 21 de setembro de cura, a reabilitação, a redução de danos e os cuida-
2017, a Atenção Básica é um conjunto de ações de saúde dos paliativos. Também é papel dessas equipes, ofe-
(individuais, familiares ou coletivas) relacionadas a promo- recer serviços em outros pontos de atenção à saúde;
ção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabi- reconhecer necessidades biológicas, psicológicas,
litação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância ambientais e sociais responsáveis pelas doenças; ma-
em saúde. Essas ações são: nejar tecnologias de cuidado e de gestão; e ampliar a
autonomia das pessoas e da coletividade.
a) desenvolvidas por meio de práticas de cuidado inte-
Diretrizes da Atenção Básica
gral e gestão qualificada;
b) realizadas por equipes multiprofissionais (responsá-
a) Regionalização e Hierarquização: a regionalização
veis pela população de um território definido); dos pontos de atenção da RAS permite o planeja-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

c) direcionadas a população de um território definido. mento, a organização e a gestão de ações e serviços


de saúde que atendam determinada localidade. Já a
hierarquização possibilita a organização dos pontos
FIQUE ATENTO! de atenção da RAS entre si.
A Atenção Básica é a principal porta de entra-
b) Territorialização e Adstrição: a territorialização e a
da e centro de comunicação da Rede de Aten-
adscrição permite planejar, programar e desenvolver
ção à Saúde (RAS). Ela deve ser oferecida de ações de saúde (setoriais e intersetoriais) capazes de
forma integral e gratuita a toda população, de causar impacto na situação, nos condicionantes e
acordo com suas necessidade e demandas ter- determinantes de saúde da pessoas e coletividades
ritoriais. de um determinado território.

1
i) Participação da comunidade: visando ampliar a auto-
#FicaDica nomia das pessoas e sua capacidade na construção
São condicionantes e determinantes de saúde: do cuidado, a equipe deve estimular a participação
alimentação, moradia, saneamento básico, tra- da comunidade e orientar sobre os serviços de saúde
balho, renda, meio ambiente, lazer, transporte, na Atenção Básica.
atividade física, educação e acesso aos bens/
serviços essenciais. Atenção Básica na RAS

As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos orga-


c) População adscrita: a adstrição estimula e permi- nizativos compostos por ações e serviços de saúde de di-
te o desenvolvimento de uma relação de vínculo e ferentes configurações tecnológicas que, integrados, visam
responsabilização entre a população do território e garantir um cuidado integral, direcionado às necessidades
a equipe de saúde, garantindo a continuidade e a de saúde da população.
longitudinalidade do cuidado e das ações de saúde. Sua principal porta de entrada é a Atenção Básica, com-
posta por uma equipe multidisciplinar que atende as ne-
d) Cuidado centrado na pessoa: as ações de cuidado cessidades de saúde da população de seu território.
devem permitir que as pessoas desenvolvam os co- Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é pre-
nhecimentos, as aptidões, a competência e a con- ciso identificar as necessidades de saúde das pessoas e
fiança necessária gerir e decidir sobre sua própria organizá-las em relação aos outros pontos de atenção à
saúde e seu cuidado. saúde, possibilitando o planejamento de ações e serviços
que atendam à população adscrita.
e) Resolutividade: a Atenção Básica deve ser resolutiva. Porta de entrada preferencial do SUS, a Atenção Básica
Em outras palavras, precisa ser capaz de resolver a tem papel estratégico na rede de atenção e serve como
maior parte dos problemas de saúde que afetam a base para o seu ordenamento e para a efetivação da inte-
população, coordenando ainda, quando necessário, gralidade. Por isso, deve ter alta resolutividade.
o cuidado do usuário em outros pontos de atenção Para ampliar a resolutividade e a capacidade clínica
da RAS. das equipes da Atenção Básica, é preciso articular e im-
plementar processos que favoreçam a comunicação entre
f) Longitudinalidade do cuidado: o cuidado deve ser unidades de saúde, centros de regulação e serviços espe-
contínuo, permitindo, ao longo do tempo e de modo cializados.
permanente, a construção de uma relação de vínculo
e responsabilização entre a equipe de saúde e a po- Infraestrutura e ambiência da Atenção Básica
pulação. Essa relação possibilita que a equipe acom-
panhe os resultados das intervenções em saúde e As ações da Atenção Básica são desenvolvidas em todo
diminui os riscos de iatrogenia. o país em estruturas conhecidas como Unidades Básicas de
Saúde (UBS).
As UBS devem possuir infraestrutura adequada não só
#FicaDica ao quantitativo de população adscrita e suas especificida-
des, mas também aos processos de trabalho da equipe e
Latrogenia é um termo de origem grega, utili- à atenção à saúde dos usuários. Portanto, seus parâmetros
zado para danos ou complicações resultantes de estrutura precisam considerar fatores, como:
de tratamentos médicos.
a) densidade demográfica;
b) composição, atuação e os tipos de equipes;
g) Coordenar o cuidado: visando uma atenção integral, c) perfil da população adscrita;
a equipe de saúde da Atenção Básica deve elabo- d) ações e serviços de saúde a serem oferecidos.
rar, acompanhar e organizar o fluxo do usuário entre
os pontos de atenção das RAS, se responsabilizan-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

do pelo cuidado do mesmo em qualquer um destes #FicaDica


pontos.
A UBS deve contar com espaços físicos e am-
h) Ordenar as redes: a equipe de saúde deve identifi- bientes apropriados para a:
car as necessidades da população de seu território e a) formação de estudantes e profissionais da
organizar essas necessidades em relação aos outros saúde;
pontos de atenção da RAS, possibilitando o planeja- b) formação em serviço;
mento de ações e serviços que atendam à população c) educação permanente na unidade de saúde.
de forma eficaz.

2
Além disso, as UBS devem ser construídas conforme as o) sala multiprofissional de acolhimento à demanda es-
normas sanitárias, seguindo como referência as normativas pontânea;
de infraestrutura vigentes. p) sala de administração e gerência;
Também precisam ser identificadas de acordo com os q) banheiro público;
padrões da Atenção Básica e do SUS e ser cadastradas no r) banheiro para funcionários.
Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saú-
de (SCNES).

Unidade Básica de Saúde (UBS) – Fonte: Redeto #FicaDica


As UBS podem contar com pontos de apoio destina- Caso existam profissionais de saúde bucal na
dos ao atendimento de populações rurais, ribeirinhas, de equipe, a UBS também deverá ter consultório
assentamentos, de áreas pantaneiras etc. Esses pontos de odontológico com equipo completo.
apoio devem possuir estrutura física de acordo com as nor-
mas gerais de segurança sanitária.
A ambiência se refere ao espaço físico (arquitetônico)
da UBS. Para proporcionar um ambiente saudável e ade- Unidade Básica de Saúde Fluvial
quado para a realização das ações de saúde, é recomenda-
do que a UBS possua: As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) são em-
barcações destinadas ao atendimento da população ribei-
a) recepção sem grades; rinha da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato
b) identificação dos serviços oferecidos; Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Ma-
c) escala dos profissionais da equipe; ranhão) e do Pantanal Sul Mato-Grossense.
d) horários de funcionamento;
e) sinalização de fluxos;
f) conforto térmico e acústico; Unidade Básica de Saúde Fluviais (UBSF) – Fonte:
g) espaços adaptados para as pessoas com deficiência. Ministério da Saúde

Além de infraestrutura e ambiência adequadas, a UBS Para esse tipo de unidade, são recomendados os se-
também deve contar com equipamentos apropriados, re- guintes ambientes:
cursos humanos capacitados e materiais/insumos necessá-
rios aos serviços prestados. a) consultório médico e de enfermagem;
b) consultório odontológico equipado (caso a equipe
Tipos de unidades da Atenção Básica conte com profissionais de saúde bucal);
c) área para assistência farmacêutica;
Dentre os tipos de unidades da Atenção Básica, estão: a d) laboratório;
Unidade Básica de Saúde, a Unidade Básica de Saúde Flu- e) sala de vacina;
vial e a Unidade Odontológica Móvel. f) sala de procedimentos;
g) área de recepção;
Unidade Básica de Saúde h) banheiro público;
i) banheiro de uso exclusivo para os funcionários;
A legislação recomenda que as Unidades Básicas de j) expurgo;
Saúde (UBS) sejam compostas pelos seguintes ambientes: k) cabines com leitos para toda a equipe;
l) cozinha.
a) consultório médico e de enfermagem;
b) consultório com sanitário; Unidade Odontológica Móvel
c) sala de procedimentos;
d) sala de vacinas; As Unidade Odontológicas Móveis (UOM) são veículos
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

e) sala de coleta/exames; adaptados de atenção à saúde bucal. Para isso, devem ser
f) sala de curativos; equipados com:
g) sala de expurgo;
h) sala de esterilização; Unidade Odontológica Móvel (UOM) – Fonte: Portal
i) sala de observação; Transporta Brasil
j) sala de atividades coletivas para os profissionais da a) compressor de uso odontológico com sistema de fil-
equipe; tragem;
k) sala de inalação coletiva; b) aparelho de raio-x;
l) área para assistência farmacêutica; c) aventais de chumbo;
m) área de recepção; d) kit de peças de mão (peça reta, contra-ângulo, mi-
n) local para arquivos e registros; cromotor, alta rotação);

3
e) gabinete odontológico;
f) cadeira odontológica, #FicaDica
g) equipo odontológico;
h) refletor odontológico; Segundo a Portaria nº 2.436, Padrões Essenciais
i) unidade auxiliar odontológica; são “ações e procedimentos básicos relaciona-
j) mocho odontológico; dos a condições básicas/essenciais de acesso
k) autoclave; e qualidade na Atenção Básica”. Já os Padrões
l) amalgamador; Ampliados são “ações e procedimentos consi-
m) fotopolimerizador; derados estratégicos para se avançar e alcan-
n) refrigerador. çar padrões elevados de acesso e qualidade na
Atenção Básica, considerando especificidades
Funcionamento da Atenção Básica locais, indicadores e parâmetros estabelecidos
nas Regiões de Saúde”.
Visando facilitar o acesso da população aos serviços da
Atenção Básica, é recomendado que as UBS funcionem, A oferta de serviços e ações deve ser desenvolvida em
durante os 12 meses do ano, cinco dias por semana com conjunto com o controle social e pactuada em instâncias
carga horária mínima de 40 horas/semanais. interfederativas.
Para assegurar a coordenação do cuidado, aumentando É papel do gestor municipal analisar as demandas de
o acesso e o potencial resolutivo das equipes da Atenção saúde do território e os serviços e ações ofertados na UBS,
Básica, é recomendado: mensurando seu potencial resolutivo e adotando medidas
para a ampliação do acesso, da qualidade e da resolutivi-
a) população adscrita, localizada em seu território, de dade das equipes da Atenção Básica.
2000 a 3500 pessoas por equipe de Atenção Básica Os serviços e ações ofertados na Atenção Básica devem
(eAB) e de Saúde da Família (eSF); estar disponíveis de forma clara, concisa e visível para os
usuários.
#FicaDica
#FicaDica
De acordo com as especificidades do território,
vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitá- Toda UBS deve ter afixado, próximo à sua en-
ria, o tamanho da população adscrita pode ser trada, as seguintes informações:
maior ou menor que o parâmetro recomenda-
do.

b) quatro equipes de saúde (Atenção Básica ou Saúde a) identificação e horário de atendimento;


da Família) por UBS; b) mapa de abrangência com a cobertura de cada equi-
c) calcular o teto máximo de equipes de Atenção Bási- pe de saúde;
ca (eAB) e de Saúde da Família (eSF) pela fórmula Popula- c) identificação do Gerente da Atenção Básica no terri-
ção/2.000; tório e dos componentes de cada equipe;
d) somente uma equipe de Atenção Básica ou de Saúde d) relação dos serviços disponíveis na UBS;
da Família para municípios ou territórios com menos de e) escalas de atendimento de cada equipe.
2.000 habitantes.
Além de ações e procedimentos do Padrão Essencial, as
Como forma de atingir seu potencial resolutivo, ampliar equipes da Atenção Básica também devem realizar ações e
o acesso e garantir a coordenação do cuidado, as equipes procedimentos do Padrão Ampliado, conforme as necessi-
da Atenção Básica devem adotar estratégias que possibi- dades e demandas de saúde da população adscrita.
litem a oferta de serviços e ações que atendam as reais
necessidades e demandas de saúde da população adscrita.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Essas ações e serviços precisam seguir Padrões Essenciais FIQUE ATENTO!


e Ampliados. A UBS deve monitorar a satisfação de seus
usuários por meio do registro de elogios, críti-
cas ou reclamações em livros, caixas de suges-
tões ou canais eletrônicos. A equipe de saúde
da USB deve acolher toda pessoa que buscar
por seus serviços, mesmo que ela não seja da
área de abrangência da unidade.

4
Tipos de equipes b) enfermeiro (de preferência, especialista em saúde da
família);
Dentre os tipos de equipes, estão: Equipe de Saúde da c) auxiliares de enfermagem e/ou técnicos de enferma-
Família (eSF), Equipe da Atenção Básica (eAB), Equipe de gem.
Saúde Bucal (eSB), Núcleo Ampliado de Saúde da Família e
Atenção Básica (NASF-AB) e Estratégia de Agentes Comu-
nitários de Saúde (EACS).
#FicaDica
A eAB também pode contar com outros profis-
Equipe de Saúde da Família (eSF) sionais, como:

Estratégia prioritária para a expansão, qualificação e a) agentes comunitários de saúde (ACS);


consolidação da Atenção Básica no país, a Saúde da Fa- b) agentes de combate à endemias (ACE);
mília reorienta o processo de trabalho visando ampliar a c) profissionais de saúde bucal (dentista, auxi-
resolutividade, impactar na situação de saúde da popula- liar e técnico em saúde bucal).
ção e favorecer uma importante relação custo-efetividade.
Para garantir ações de cuidado integral à saúde, sua equipe a) agentes comunitários de saúde (ACS);
deve ser formada por profissionais, como: b) agentes de combate à endemias (ACE);
c) profissionais de saúde bucal (dentista, auxiliar e téc-
a) médico (de preferência, especialista em medicina de nico em saúde bucal).
família e comunidade);
b) enfermeiro (de preferência, especialista em saúde da O processo de trabalho da equipe, assim como as jor-
família); nadas de trabalho dos profissionais e os horários/dias de
c) auxiliar e/ou técnico de enfermagem; funcionamento da unidade devem ser organizados de for-
d) agente comunitário de saúde (ACS). ma que assegurem:

a) o acesso da população;
#FicaDica b) a construção de uma relação de vínculo entre usuá-
A eSF também pode ser composta por: rios e profissionais da equipe;
c) a continuidade, coordenação e longitudinalidade do
a) agentes de combate à endemias (ACE); cuidado.
b) profissionais de saúde bucal (cirurgião-den-
A distribuição da carga horária dos profissionais deve
tista, auxiliar e técnico em saúde bucal).
ser realizada pelo gestor, considerando o perfil demográfi-
co e epidemiológico local para a escolha da especialidade
médica.
O número de ACS em cada eSF é definido de acordo
com a base populacional (critérios demográficos, epide-
FIQUE ATENTO!
miológicos e socioeconômicos).
Para áreas de grande dispersão territorial, áreas de ris- Cada categoria profissional deve contar com,
co e vulnerabilidade social é recomendada a cobertura de no máximo, três profissionais. A carga horária
100% da população, com um ACS para cada 750 pessoas. mínima por categoria deve ser de 10 horas, so-
mando, pelo menos, 40 horas semanais.

Equipe de Saúde Bucal (eSB)


FIQUE ATENTO!
Todos os profissionais que integram a eSF de- Formada por um cirurgião-dentista e um técnico ou au-
vem cumprir, obrigatoriamente, a carga horá- xiliar em saúde bucal, a equipe de Saúde Bucal (eSB) pode
ria de 40 horas semanais. Além disso, só po- compor as equipes de Saúde da Família e da Atenção Bá-
dem ter vínculo com uma eSF. sica. Para isso, os profissionais da equipe precisam estar
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

vinculados à uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou a uma


Equipe da Atenção Básica (eAB) Unidade Odontológica Móvel (UOM), podendo se organi-
zar em suas modalidades: I e II.
A composição das equipes da Atenção Básica (eAB) va-
ria conforme as características e necessidades do municí- a) Modalidade I: modalidade composta por um cirur-
pio. gião-dentista e um técnico em saúde bucal (TSB) ou
Seguindo a eSF como modelo prioritário, a eAB pode um auxiliar em saúde bucal (ASB).
ser constituída pelos seguintes profissionais as saúde:
b) Modalidade II: modalidade composta por um cirur-
a) médicos (de preferência, especialistas em medicina gião-dentista, um TSB e um ASB ou por um cirur-
de família e comunidade); gião-dentista e dois TSB.

5
#FicaDica #FicaDica
Independente da modalidade, os profissionais O trabalho conjunto permite que os diferentes
de saúde bucal vinculados a uma eSF ou eAB profissionais compartilhem práticas, saberes e
devem compartilhar a gestão e o processo de a gestão do cuidado, favorecendo a solução de
trabalho da equipe, assumindo a responsabili- problemas pela comunicação.
dade sanitária pela população e território ads-
critos.
Ao incorporar profissionais da saúde bucal na O NASF-AB deve definir seu processo de trabalho de
eSF, o gestor recebe do Ministérios da Saúde acordo com as dificuldades dos profissionais que atuam
todos os equipamentos odontológicos, por na Atenção Básica e com os problemas, necessidades e de-
meio de doação direta ou repasse de recursos mandas em saúde da população local.
para a compra. Vale lembrar que o NASF-AB não possui unidades físi-
cas independentes ou especiais. Além disso, não são de li-
Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Bá- vre acesso para atendimentos individuais ou coletivos. Sua
sica (NASF-AB) atuação ocorre a partir de demandas verificadas no traba-
lho conjunto com outras equipes.
O Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Bá- Dentre as diversas competências específicas do NASF-
sica é uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, cons- -AB, estão:
tituída por diversas categorias de profissionais da saúde,
que atua dando suporte aos profissionais que integram a a) participar do planejamento em parceria com as equi-
eSF e a eAB. pes que possui vínculo;
b) colaborar com a integralidade do cuidado aos usu-
ários do SUS, ampliando a capacidade de análise e
FIQUE ATENTO! de intervenção sobre os problemas e necessidades
de saúde;
A escolha das categorias profissionais do NAS-
c) participar da discussão de casos, do atendimento in-
F-AB é feita pelo gestor local, com base nas
dividual, da construção de projetos terapêuticos, da
necessidades do território. Nesse caso, podem
educação permanente, das intervenções no território
compor a equipe:
e na saúde da população, das ações de prevenção e
promoção da saúde etc.
a) médico acupunturista;
Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde
b) assistente social;
(EACS)
c) profissional/professor de educação física;
d) farmacêutico;
A estratégia de agentes comunitários de saúde (EACS)
e) fisioterapeuta;
é aplicada para reorganizar incialmente a Atenção Básica
f) fonoaudiólogo;
ou para agregar os ACS a outras formas de organização da
g) médico ginecologista/obstetra;
Atenção Básica. Para implantar esse estratégia, é preciso
h) médico homeopata; que:
i) nutricionista;
j) médico pediatra; a) a UBS seja inscrita no Sistema de Cadastro Nacio-
k) psicólogo; nal de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) vigente,
l) médico psiquiatra; passando a ser a UBS de referência para a equipe
m) terapeuta ocupacional; de ACS;
n) médico geriatra; b) o número de ACS e ACE por equipe seja determinado
o) médico internista (clínica médica); de acordo com critérios demográficos, epidemioló-
p) médico do trabalho; gicos e socioeconômicos.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

q) médico veterinário; c) toda a equipe de agentes comunitários (formada por


r) profissional com formação em arte e educação (arte ACS e enfermeiro supervisor) cumpra a carga horária
educador); integral de 40 horas semanais;
s) profissional de saúde sanitarista (profissional da saú- d) os ACS e o enfermeiro supervisor estejam cadastra-
de especializado em saúde pública ou coletiva). dos no SCNES vigente;
e) cada ACS realize as ações previstas na legislação e
Para garantir a longitudinalidade do cuidado e a presta- assuma a responsabilidade por uma microárea, cuja
ção de serviços diretos à população, o NASF-AB deve viver população não seja maior que 750 pessoas;
integralmente o dia a dia nas UBS, atuando de forma hori- f) o ACS atue conforme o planejamento do processo de
zontal e interdisciplinar com os demais profissionais. trabalho, priorizando as populações com maior grau
de vulnerabilidade e risco epidemiológico;

6
g) o ACS atue em ações básicas de saúde, objetivando a
integralidade do cuidado no território; É papel da eSFR prestar atendimento à população por,
h) o ACS cadastre, preencha e informe os dados cole- pelos menos, 14 dias do mês, com carga horária de oito
tados no Sistema de Informação em Saúde para a horas diárias.
Atenção Básica. Para garantir atendimento às comunidades distantes
da UBS de referência, a eSFR precisa se deslocar a cada
Equipes de Atenção Básica para populações especí- 60 dias. Caso seja necessário, a eSFR também pode con-
ficas tar com unidades de apoio para a execução das ações de
atenção à saúde.
A Atenção Básica conta com equipes adicionais para
atender população específicas. São elas: Equipes de Saúde #FicaDica
da Família para o atendimento da População Ribeirinha da
Amazônia Legal e Pantaneira; Equipe de Consultório na Rua Para a execução de suas atividades em todo o
(eCR); e Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP). território de abrangência, a eSFR deve receber
um incentivo financeiro de custeio para logísti-
Equipes de Saúde da Família para o atendimento da ca, que considera a existência de:
População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantaneira

As equipes de Saúde da Família para o atendimento da


População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantaneira po- a) até quatro unidades de apoio (ou satélites), vincula-
dem ser de dois tipos: das e informadas no Cadastro Nacional de Estabele-
cimento de Saúde vigente;
a) Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR) b) até quatro embarcações de pequeno porte, exclusi-
b) Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF) vas para o deslocamento dos profissionais que inte-
gram a(s) equipe(s) vinculada(s)s ao Estabelecimento
de Saúde de Atenção Básica.
Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR)
Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF)
A eSFR atua nas UBS de comunidades que pertencem a
regiões à beira de rios e lagos, cujo acesso ocorre por meio
A eSFF atua em Unidades Básicas de Saúde Fluviais
fluvial. Ela deve ser composta, no mínimo, por:
(UBSF), responsáveis pelas comunidades da área adstrita,
cujo acesso ocorre por meio fluvial. Ela deve ser formada,
a) um médico (de preferência, especialista em medicina no mínimo, por:
de família e comunidade);
b) um enfermeiro (de preferência, especialista em Saú- a) um médico (de preferência, especialista em medicina
de da Família); de família e comunidade);
c) um auxiliar ou técnico de enfermagem. b) um enfermeiro (de preferência, especialista em Saú-
de da Família);
Na composição da equipe também podem entrar ou- c) um auxiliar ou técnico de enfermagem.
tros profissionais, como: agentes comunitários de saúde
(ACS), agentes de combate à endemias (ACE) e profissio-
nais de saúde bucal (um dentista e um auxiliar ou técnico FIQUE ATENTO!
em saúde bucal). Na composição da eSFF também pode entrar:

FIQUE ATENTO!
a) um técnico de laboratório e/ou bioquímico;
De acordo com a dispersão populacional, a b) agentes comunitários de saúde (ACS);
eSFR pode contar com: c) agentes de combate à endemias (ACE);
a) até 24 agentes comunitários de saúde; d) profissionais de saúde bucal (um dentista e um auxi-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

b) até 12 microscopistas em áreas endêmicas; liar ou técnico em saúde bucal);


c) até 11 auxiliares ou técnicos de enferma- e) até dois profissionais de saúde de nível superior (en-
gem; fermeiros ou outros profissionais previstos para o
d) até 2 profissionais de saúde de nível supe- NASF-AB).
rior (enfermeiros ou outros profissionais pre-
vistos para o NASF-AB). Visando assegurar o atendimento da população de to-
das as comunidades do território de abrangência, a eSFF
deve adotar um circuito de deslocamento a cada 60 dias.
Tanto os ACS, como os auxiliares/técnicos de enferma-
gem e saúde bucal precisam residir na área de atuação e
cumprir uma carga horária de até 40 horas semanais.

7
#FicaDica #FicaDica
Para garantir a execução das ações de Aten- Cada eCR deve possui, no máximo, dois pro-
ção Básica nas comunidades onde a UBS Fluvial fissionais da mesma categoria, seja de níveo
não conseguir aportar, a eSFF poderá contar médio ou superior. Quando estiver presente na
com um incentivo financeiro de custeio, que equipe, o agente social será equivalente a um
considera a existência de: profissional de níveo médio
a) até quatro unidades de apoio (ou satélites),
vinculadas e informadas no Cadastro Nacional As eCR podem ser organizadas de acordo com três mo-
de Estabelecimento de Saúde vigente; dalidades, são elas:
b) até quatro embarcações de pequeno porte,
exclusivas para o deslocamento dos profissio- a) Modalidade I: equipe formada, no mínimo, por qua-
nais que integram a(s) equipe(s) vinculada(s)s tro profissionais (dentre os citados anteriormente,
ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Bá- com exceção do médico), dois profissionais de nível
sica. superior e dois de nível médio.

Equipe de Consultório na Rua (eCR) b) Modalidade II: equipe formada, no mínimo, por seis
profissionais (dentre os citados anteriormente), três
A eCR atua em unidade fixa ou móvel, articulando e profissionais de nível superior e três de nível médio.
prestando atenção integral à saúde de pessoas em situação
de rua ou com características análogas. Para isso, a equipe c) Modalidade III: equipe formada pelos profissionais
deve: que integram a Modalidade II acrescida de um pro-
fissional médico.
Wa) executar atividades de forma itinerante, realizan-
do ações de atenção à saúde na rua, em instalações #FicaDica
específicas, na unidade móvel ou nas instalações da
UBS do seu território de atuação e dos Centros de Todas as modalidades de eCR podem contar
Atenção Psicossocial, da Rede de Urgência/Emer- com agentes comunitários de saúde.
gência e dos serviços e instituições componentes do
Sistema Único de Assistência Social;
b) atuar em parceria com as outras equipes da Atenção Dentre requisitos que devem ser cumpridos pela eCR,
Básica do seu território (eSF, eAB, UBS e NASF-AB); estão:
c) cumprir uma carga horária mínima de 30 horas se-
manais. a) ser cadastrada no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (SCNES);
b) fazer a alimentação de dados no Sistema de Informa-
#FicaDica ção da Atenção Básica vigente.
Nos municípios ou áreas que não tiverem eCR, o cui-
O horário de funcionamento da eCR deve ser dado integral da população em situação de rua passa a
compatível com as demandas da população ser de responsabilidade das outras equipes que atuam na
em situação de rua, podendo acontecer duran- Atenção Básica, incluindo os profissionais de saúde bucal e
te o dia e/ou durante a noite, em todos os dias as equipes do NASF-AB.
da semana. A determinação do teto das eCR em cada município,
deve ser feita com base nos dados dos censos populacio-
De composição variável, eCR pode ser formada por: nais relacionados à população em situação de rua.

a) enfermeiro; 1.8.3 Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP)


POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

b) psicólogo;
c) assistente social; Composta por profissionais de diversas categorias, a
d) terapeuta ocupacional; eABP é responsável por articular e prestar atenção integral
e) médico; à saúde das pessoas privadas de liberdade no sistema pri-
f) agente social; sional.
g) técnico ou auxiliar de enfermagem; Assim como as demais equipes, a eABP precisa possuir
h) técnico em saúde bucal. cadastro no Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saú-
de vigente.

8
h) acompanhar a população adscrita ao longo do tem-
#FicaDica po no que se refere às diversas situações de doenças
e agravos, e às necessidades de cuidados preventi-
De acordo com a Política Nacional de Atenção vos, possibilitando a longitudinalidade do cuidado;
Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liber- i) oferecer cuidado individual, familiar e dirigido à pes-
dade no Sistema Prisional (PNAISP): soas, famílias e grupos sociais, propondo interven-
ções que possam influenciar os processos saúde-
a) os serviços de saúde no sistema prisional -doença individual na comunidade;
passam a ser ponto da Rede de Atenção à Saú- j) ser responsável pela população adscrita mantendo
de (RAS) do SUS; a coordenação do cuidado mesmo quando for ne-
b) a Atenção Básica no âmbito prisional funcio- cessária a atenção em outros pontos do sistema de
na como porta de entrada do SUS e ordena as saúde;
k) registrar as ações de saúde no sistema de informa-
ações e serviços de saúde;
ção da Atenção Básica, com o objetivo de subsidiar
c) as ações de Atenção Básica devem ser reali- a gestão, o planejamento, a investigação clínica e
zadas nas unidades prisionais ou nas UBS a que epidemiológica, e a avaliação dos serviços de saúde;
estiver vinculada. l) colaborar para o processo de regulação do acesso,
participando não só da definição dos fluxos assisten-
Atribuições dos profissionais da Atenção Básica ciais na RAS, mas também da elaboração e imple-
mentação de protocolos e diretrizes clínicas e tera-
Os profissionais que integram as equipes de saúde da pêuticas para a ordenação desses fluxos;
m) fazer a gestão das filas de espera com base nos pro-
Atenção Básica possuem atribuições comuns e específicas.
cessos de regulação local, evitando encaminhamen-
tos desnecessários;
Atribuições comuns a todos profissionais da equipe n) prever a integração nos fluxos da RAS entre os pon-
tos de atenção, por meio de serviços de apoio logís-
São atribuições comuns a todos os profissionais que in- tico, técnico e de gestão, para assegurar o integrali-
tegram as equipes de saúde: dade do cuidado;
o) estabelecer ações para a segurança do paciente e
a) participar do processo de territorialização e mapea- medidas para diminuir riscos e eventos adversos;
mento do território de atuação, buscando identificar p) alimentar e assegurar a qualidade do registro das
grupos, famílias e pessoas expostas a riscos e vulne- atividades nos sistemas de informação da Atenção
rabilidades; Básica vigente;
b) cadastrar pessoas e famílias do território adscrito; q) fazer a busca ativa e a notificação de doenças e
c) manter atualizado o cadastro e outros dados de saú- agravos de notificação compulsória, assim como
de outras doenças, agravos, surtos, acidentes, ca-
de das pessoas e famílias no sistema de informações
sos de violência, situações sanitárias/ambientais de
da Atenção Básica, permitindo que essas informa- importância local, visando o planejamento de ações
ções possam ser usadas para a análise da situação de prevenção, proteção e recuperação em saúde no
de saúde, levando em conta as características sociais, território;
econômicas, culturais, demográficas e epidemiológi- r) fazer a busca ativa de internações e atendimentos de
cas do território; urgência/emergência com o objetivo de definir es-
d) oferecer cuidado integral à saúde da população ads- tratégias que ampliem a resolutividade e a longitudi-
crita na UBS e, quando preciso, no domicílio e espa- nalidade das equipes que atuam na Atenção Básica;
ços comunitários (escolas, associações, entre outros), s) fazer visitas e atendimentos em domicílios, Institui-
dando atenção especial às populações com neces- ções de Longa Permanência (ILP), abrigos e outros
sidades específicas (em situação de rua, em medida tipos de moradia existentes no território, de acordo
socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, flu- com o planejamento, necessidades e prioridades es-
vial, etc.); tabelecidas pela equipe;
t) fazer o atendimento domiciliar à pessoas com proble-
e) executar ações de atenção à saúde de acordo com a
mas de saúde controlados/compensados que apre-
necessidade da população local; sentem algum grau de dependência para as ativida-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

f) assegurar a atenção integral à saúde da população des diárias e que não possam se deslocar até a UBS;
adscrita por meio da execução de ações de promo- u) realizar trabalhos interdisciplinares em equipe, visan-
ção, proteção e recuperação da saúde, prevenção de do integrar diferentes áreas técnicas, profissionais e
doenças e agravos e da garantia de atendimento da níveis de atenção para incorporar práticas de vigilân-
demanda espontânea, da oferta de ações programá- cia, clínica ampliada e matriciamento ao processo de
ticas, coletivas e de vigilância em saúde; trabalho;
g) acolher e oferecer aos usuários um atendimento hu- v) participar de reuniões para acompanhar e discutir,
manizado, fazendo a classificação de risco, verifican- a partir dos dados disponíveis, o planejamento e a
do as necessidades de intervenções de cuidado, se avaliação das ações de atenção à saúde, visando a
responsabilizando pela continuidade da atenção e constante readequação do processo de trabalho da
equipe;
possibilitando o estabelecimento do vínculo;

9
w) participar de atividades de educação permanente e Atribuições específicas do técnico e/ou auxiliar de
continuada; enfermagem
x) realizar ações de educação em saúde junto à comuni-
dade, conforme planejado pela equipe; São atribuições do técnico e/ou auxiliar de enfermagem
y) participar da gestão de insumos necessários para o na equipe de saúde:
funcionamento da UBS;
z) estimular a participação da comunidade, permitindo a) participar das ações de atenção à saúde, realizando
o controle social na gestão da UBS. procedimentos regulamentados no exercício de sua
profissão, na UBS e nos espaços comunitários (esco-
las, associações, entre outros);
FIQUE ATENTO! b) executar procedimentos de enfermagem (curativos,
Também são atribuições comuns a todos os administração de medicamentos, vacinas, coleta de
profissionais da equipe: material para exames, lavagem, preparação e esteri-
lização de materiais), conforme sua área de atuação
e regulamentação;
a) identificar na comunidade recursos e parceiros que c) realizar outras atribuições que sejam de sua respon-
potencializem as ações intersetoriais; sabilidade.
b) executar outras ações e serviços, conforme as priori-
dades locais estabelecidas pelo gestor; Atribuições específicas do médico
c) registrar e acompanhar, no sistema de informação da
Atenção Básica e no mapa de acompanhamento do São atribuições do médico na equipe de saúde:
Programa Bolsa Família, as condicionalidades das fa-
mílias que recebem o benefício. a) realizar a atenção de pessoas e famílias do território
adscrito;
b) fazer consultas clínicas, pequenos procedimentos ci-
Atribuições específicas de cada profissional da equi-
rúrgicos e atividades em grupo na UBS, no domicílio
pe de saúde
e/ou nos espaços comunitários (escolas, associações
entre outros), de acordo com os protocolos, diretri-
Cada profissional que integra a equipe de saúde possui
zes clínicas/terapêuticas e normativas definidas pe-
atribuições específicas de sua área.
los gestores federal, estadual e municipal;
c) fazer a estratificação de risco e elaborar o plano de
Atribuições específicas do enfermeiro cuidados para pessoas que apresentam condições
crônicas;
São atribuições do enfermeiro na equipe de saúde: d) encaminhar usuários a outros pontos de atenção
quando necessário, obedecendo os fluxos locais e
a) realizar a atenção de pessoas e famílias vinculadas às mantendo o acompanhamento do plano terapêutico
equipes no domicílio e/ou nos espaços comunitários prescrito;
(escolas, associações entre outras), quando for indi- e) indicar a internação hospitalar ou domiciliar quando
cado ou necessário; necessária, continuando responsável pelo acompa-
b) fazer consultas de enfermagem, realizar procedimen- nhamento do paciente;
tos, solicitar exames complementares e prescrever f) planejar, gerenciar e avaliar, junto da equipe, as ações
medicações de acordo com protocolos, diretrizes clí- realizadas pelos ACS e ACE;
nicas e terapêuticas; g) supervisionar as ações desenvolvidas pelo técnico/
c) fazer e/ou supervisionar o acolhimento com escuta auxiliar de enfermagem e pelo ACS;
qualificada e classificação de risco, conforme os pro- h) executar outras atribuições que sejam de sua respon-
tocolos definidos; sabilidade, conforme a legislação.
d) fazer a estratificação de risco e elaborar o plano de
cuidados para pessoas que apresentam condições Atribuições específicas do cirurgião-dentista
crônicas;
e) desenvolver atividades em grupo e encaminhar usu- São atribuições do cirurgião-dentista na equipe de saú-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

ários a outros pontos de atenção, de acordo com o de:


fluxo estabelecido;
f) planejar, gerenciar e avaliar, junto da equipe, as ações a) realizar a atenção em saúde bucal (promoção e pro-
realizadas por técnicos/auxiliares de enfermagem, teção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico,
ACS e ACE; tratamento, acompanhamento, reabilitação e ma-
g) supervisionar as ações desenvolvidas pelo técnico/ nutenção da saúde) na UBS, no domicílio e/ou nos
auxiliar de enfermagem e pelo ACS; espaços comunitários (escolas, associações entre
h) implementar e atualizar rotinas, protocolos e fluxos outros), de acordo com o planejamento da equipe e
relativos a sua área de competência na UBS; com os protocolos, diretrizes clínicas/terapêuticas e
i) executar outras atribuições que sejam de sua respon- normativas estabelecidas pelos gestores federal, es-
sabilidade, conforme a legislação. tadual e municipal;

10
b) fazer o diagnóstico com o objetivo de obter o perfil m) fazer a remoção de sutura de acordo com a indica-
epidemiológico para planejar e programar as ações ção do cirurgião-dentista;
de saúde bucal no território adscrito; n) organizar, limpar e fazer a assepsia, a desinfecção e
c) executar procedimentos clínicos e cirúrgicos da a esterilização do instrumental, dos equipamentos
Atenção Básica, incluindo atendimento de urgência, odontológicos e do ambiente de trabalho;
pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos o) realizar a limpeza e a antissepsia do campo operató-
relativos as fases de moldagem, adaptação e acom- rio, antes e após as cirurgias;
panhamento de próteses dentárias; p) aplicar medidas de biossegurança para armazenar,
d) coordenar e participar de ações coletivas relaciona- manusear e descartar produtos e resíduos odonto-
das à promoção da saúde e prevenção de doenças lógicos;
bucais; q) processar filme radiográfico;
e) acompanhar, apoiar e desenvolver ações de saúde r) fazer a seleção de moldeiras;
junto com os demais membros da equipe, visando s) preparar modelos em gesso;
integrar as atividades de forma multidisciplinar; t) fazer a manipulação de materiais de uso odontoló-
f) supervisionar o técnico e o auxiliar em saúde bucal; gico;
g) planejar, gerenciar e avaliar, junto da equipe, as ações u) realizar outras atribuições que sejam de sua respon-
realizadas pelos ACS e ACE; sabilidade.
h) fazer a estratificação de risco e elaborar o plano de
cuidados para pessoas que apresentam condições 1.9.2.6 Atribuições específicas do auxiliar em saúde bu-
crônicas; cal (ASB)
i) realizar outras atribuições que sejam de sua respon-
sabilidade. São atribuições do auxiliar em saúde bucal na equipe:
Atribuições específicas do técnico em saúde bucal a) realizar ações de promoção e prevenção em saúde
(TSB)
bucal de acordo com o planejamento local e com os
protocolos de atenção à saúde;
São atribuições do técnico em saúde bucal na equipe:
b) organizar, limpar e fazer a assepsia, a desinfecção e
a esterilização do instrumental, dos equipamentos
a) realizar a atenção em saúde bucal de pessoas, fa-
odontológicos e do ambiente de trabalho;
mílias e grupos específicos na UBS, no domicilio e
c) auxiliar e instrumentar os profissionais durante as in-
nos espaços comunitários (escolas, associações entre
tervenções clínicas;
outros), de acordo com a programação da equipe e
d) acolher os usuários nos serviços de saúde bucal;
com suas competências técnicas e legais;
b) fazer a manutenção e a conservação dos equipamen- e) acompanhar, apoiar e desenvolver atividades de saú-
tos odontológicos; de bucal com os outros membros da equipe, visando
c) acompanhar, apoiar e desenvolver atividades de saú- aproximar e integrar as ações de forma multidisci-
de bucal com os outros membros da equipe, visando plinar;
aproximar e integrar as ações de forma multidisci- f) aplicar medidas de biossegurança para armazenar,
plinar; transportar, manusear e descartar produtos e resídu-
d) apoiar os ASB e ACS nas ações de prevenção e pro- os odontológicos;
moção da saúde bucal; g) processar filme radiográfico;
e) participar do treinamento e da capacitação do ASB e h) fazer a seleção de moldeiras;
dos agentes multiplicadores das ações de promoção i) preparar modelos em gesso;
à saúde; j) manipular materiais de uso odontológico e fazer a
f) participar de ações educativas, colaborando com a manutenção e conservação dos equipamentos;
promoção da saúde e com a prevenção das doenças k) participar do levantamento e dos estudos epidemio-
bucais; lógicos (exceto na categoria de examinador);
g) participar do levantamento e dos estudos epidemio- l) realizar outras atribuições que sejam de sua respon-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

lógicos (exceto na categoria de examinador); sabilidade.


h) acolher o usuário nos serviços de saúde bucal;
i) realizar a remoção do biofilme, conforme a indicação Atribuições específicas do gerente de Atenção Bá-
técnica definida pelo cirurgião-dentista; sica
j) fazer fotografias e tomadas de uso odontológico em
consultórios ou clínicas odontológicas; O gerente de Atenção Básica é um profissional quali-
k) inserir e distribuir no preparo cavitário os materiais ficado e, de preferência, com nível superior. Sua função é
odontológicos, indicados pelo cirurgião-dentista, na assegurar:
restauração dentária direta;
l) auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista em inter- a) o planejamento em saúde com base nas necessida-
venções e procedimentos clínicos; des da população adscrita;

11
b) a organização do processo de trabalho da equipe; m) realizar a gestão participativa e incentivar a partici-
c) a coordenação e a integração das ações. pação dos profissionais e usuários em instâncias de
controle social;
n) tomar as medidas necessária quanto a ocorrências
#FicaDica que afetem o funcionamento da unidade de saúde;
O gerente de Atenção Básica não pode ser in- o) realizar outras atribuições designadas pelo gestor
tegrante das equipes vinculadas à UBS. Além municipal ou do Distrito Federal, conforme suas
disso, deve ter experiência na Atenção Básica. competências.

Atribuições do ACS e do ACE


Dentre as atribuições do gerente de Atenção Básica, O agente comunitário de saúde (ACS) e o agente de
estão: combate à endemias (ACE) atuam de forma integrada para
identificar os problemas de saúde existentes no território e
a) conhecer e divulgar, em conjunto com os outros pro- planejar estratégias de intervenção clínica e sanitária que
fissionais, as diretrizes e normas da Atenção Básica sejam efetivas e eficazes.
(em âmbito nacional, estadual e municipal), orientan- Além das atribuições comuns a todos os profissionais
do a organização do processo de trabalho na UBS; da Atenção Básica, o ACS e o ACE são responsáveis por:
b) orientar e participar dos processos de territorializa-
ção, diagnóstico situacional, planejamento e progra- a) fazer o diagnóstico demográfico, social, cultural,
mação das ações, avaliando os resultados e propon- ambiental, epidemiológico e sanitário do território
do estratégias para atingir as metas de saúde em adscrito, colaborando no processo de territorializa-
parceria com os demais profissionais; ção e mapeamento da área de atuação da equipe
c) acompanhar, orientar e monitorar o processo de tra- de saúde;
balho das equipes sob sua gerência, auxiliando na b) realizar atividades de promoção da saúde, de preven-
mediação de conflitos, na resolução de problemas e ção de doenças/agravos e de vigilância em saúde,
na implementação de políticas, estratégias e progra- por meio de visitas domiciliares e de ações educati-
mas de saúde; vas desenvolvidas na UBS, no domicílio e em outros
d) encorajar a identificação, a notificação e a resolução espaços da comunidade;
de problemas relativos à segurança do próprio pro- c) fazer visitas domiciliares conforme o planejamento
fissional, de seus colegas, pacientes e familiares; da equipe e as necessidades de saúde da população,
e) garantir que os profissionais da equipe façam o re- com o objetivo de monitorar a situação das pessoas
gistro adequado de dados no sistema de informação e famílias do território;
da Atenção Básica vigente, estimulando seu uso para d) identificar e registrar as situações que possam interfe-
análise e planejamento das ações em saúde; rir no curso das doenças ou que tenham importância
f) incentivar a construção de vínculo entre os profissio- epidemiológica relacionada aos fatores ambientais,
nais, contribuindo para o trabalho em equipe; fazendo, quando preciso, o bloqueio da transmissão
g) estimular e orientar sobre o uso correto de recursos de doenças infecciosas e agravos;
físicos, tecnológicos e equipamentos existentes na e) orientar as pessoas e famílias da comunidade sobre
UBS; os sintomas, riscos, medidas de prevenção e agentes
h) qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos da transmissores de doenças;
UBS, assegurando o bom uso dos recursos disponí- f) identificar e encaminhar os casos suspeitos de doen-
veis e evitando o desabastecimento; ças e agravos para a unidade de saúde de referência,
i) representar as equipes sob sua gerência nas instâncias além de registrar e comunicar o fato ao responsável
necessárias e articular com demais atores da gestão pelo território;
e do território, visando a qualificação do trabalho e g) orientar e mobilizar a comunidade para aplicar me-
da atenção realizada na UBS; didas de manejo ambiental e outras formas de inter-
j) conhecer a RAS, participar e estimular a participação venção para o controle de vetores;
dos profissionais na definição dos fluxos de usuários, h) conhecer o funcionamento das ações e serviços de
de acordo com protocolos e diretrizes clínicas e tera- saúde disponíveis no território e orientar as pessoas
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

pêuticas, garantindo encaminhamentos responsáveis quanto ao seu uso;


entre as equipes e os pontos de atenção; i) incentivar a participação da comunidade nas políticas
k) conhecer a rede de serviços e os equipamentos so- públicas voltadas para a saúde;
ciais locais, e estimular a atuação intersetorial, com j) identificar na comunidade a existência de parceiros e
atenção especial para as vulnerabilidades existentes recursos que possam potencializar ações interseto-
no território; riais para a promoção da qualidade de vida da po-
l) promover a educação permanente e identificar as pulação;
necessidades de formação/qualificação dos profis- k) realizar outras atribuições estabelecidas pela legisla-
sionais que integram a equipe, visando melhorar o ção ou normativa instituída pelo gestor federal, esta-
processo de trabalho, a qualidade e resolutividade dual ou municipal.
da atenção em saúde;

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Dentre as atribuições que são específicas do ACS, estão: b) fazer o cadastro e a atualização da base de imóveis,
permitindo o planejamento e a definição de estra-
a) trabalhar com adscrição de pessoas e famílias em ter- tégias de prevenção, intervenção e controle de do-
ritório definido; enças;
b) cadastrar as pessoas e famílias de sua área; c) desenvolver ações de controle de doenças por meio
c) manter os cadastros atualizados no sistema de infor- de medidas de controle químico, biológico, manejo
mação da Atenção Básica vigente, permitindo que a ambiental e outros;
equipe utilize os dados registrados para a análise da d) fazer e manter atualizados os mapas, croquis e o re-
situação de saúde da população, levando em conta conhecimento geográfico do território adscrito;
as características sociais, econômicas, culturais, de- e) realizar ações de campo em projetos que tenham
mográficas e epidemiológicas do território adscrito; como objetivo avaliar novas metodologias de inter-
d) usar instrumentos para a coleta de dados que aju- venção para prevenção e controle de doenças;
dem no diagnóstico demográfico e sociocultural da f) realizar outras atribuições estabelecidas pela legisla-
comunidade; ção ou normativa instituída pelo gestor federal, esta-
e) registrar, para fins de planejamento e acompanha- dual ou municipal.
mento das ações de saúde, informações sobre nasci-
mentos, óbitos, doenças e outros agravos; #FicaDica
f) realizar ações que permitam a integração entre a
equipe de saúde e a população adscrita à UBS; Tanto o ACS quanto o ACE devem integrar
g) orientar os usuários sobre as datas e horários de con- equipes de Atenção Básica (eAB) ou de Saúde
sultas e exames agendados; da Família (eSF), sendo coordenados por pro-
h) participar dos processos de regulação para acompa- fissionais de nível superior. Nos locais sem a
nhamento das necessidades da população relaciona- cobertura de uma eAB ou eSF, o ACS deve es-
das aos agendamentos ou desistências de consultas tar vinculado à equipe da Estratégia de Agen-
e exames solicitados; tes Comunitários de Saúde (EACS). Já o ACE,
i) realizar outras atribuições estabelecidas pela legisla- precisa estar vinculado à equipe de vigilância
ção ou normativa instituída pelo gestor federal, esta- em saúde do município e ser supervisionado
dual ou municipal. por um profissional com capacidade técnica
comprovada.

FIQUE ATENTO! Processo de trabalho na Atenção Básica

Desde que seja assistido por um profissional Dentre os fatores que caracterizam o processo de tra-
de nível superior, tenha recebido treinamento balho na Atenção Básica, estão:
específico e possua os equipamentos adequa-
dos, o ACS ainda pode: a) Definição do território e territorialização: no proces-
so de territorialização a equipe da Atenção Básica
define seu território de atuação e, após conhecer as
a) aferir a pressão arterial do usuário no domicílio, vi- características locais, passam a programar ações de
sando não só promover saúde, mas também prevenir saúde de acordo com o perfil e as necessidades da
doenças e agravos; população adscrita (população residente no territó-
b) fazer a medição da glicemia capilar no domicílio para rio de atuação da equipe).
o acompanhar os casos diagnosticados de diabetes
mellitus;
c) aferir a temperatura axilar do usuário durante a visita
domiciliar;
d) fazer curativos utilizando material limpo, água cor-
rente ou soro fisiológico e cobertura estéril, com uso
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

de coberturas que cubram apenas a ferida;


e) orientar os pacientes, durante a visita domiciliar, so-
bre a administração correta da medicação prescrita
pela equipe de saúde.

Assim como ACS, o ACE também possui atribuições es-


pecíficas. São elas:

a) realizar ações de campo para pesquisa entomológica,


malacológica ou coleta de reservatórios de doenças;

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g) Trabalho em equipe multiprofissional: para garantir
#FicaDica o atendimento integral da população, as equipes da
A territorialização permite que as equipes: Atenção Básica devem ser compostas por trabalha-
dores com diferentes formações profissionais, per-
a) definam seu território de atuação; mitindo um processo de trabalho interdisciplinar.
b) identifiquem situações de risco e vulnerabi-
lidade; h) Resolutividade: a equipe de saúde deve ser capaz de
b) realizem a busca ativa, notificando doenças identificar, intervir nos riscos e atender as necessi-
de notificação compulsória;
c) cadastrem pessoas e famílias, obtendo da- dades e demandas da população, solucionando os
dos confiáveis sobre a saúde da população problemas de saúde dos usuários. Para isso, precisa
adscrita; contar com um amplo escopo de ofertas e aborda-
d) planejem e executem ações de saúde con- gens de cuidado, encaminhando quando necessário,
forme as necessidades da população, prio- o usuário para outros pontos de atenção.
rizando intervenções clínicas e sanitárias de
acordo com critérios de frequência, risco, vul- i) Atenção integral, contínua e organizada: as equipes
nerabilidade e resiliência;
e) garantam a atenção integral, contínua e or- da Atenção Básica devem oferecer uma atenção inte-
ganizada da população adscrita. gral, contínua e organizada, de acordo com as neces-
sidades sociais e de saúde da população adscrita. As
ações de atenção à saúde podem ser desenvolvidas
b) Responsabilização sanitária: as equipes da Atenção na UBS, no domicílio ou em outros locais do territó-
Básica assumem a responsabilidade sanitária por seu rio (escolas, creches, igrejas, etc.).
território de atuação, realizando intervenções clínicas
e sanitárias de acordo com os problemas de saúde j) Atenção domiciliar: a equipe da Atenção Básica deve
da população adscrita. assegurar ações de atenção domiciliar à todos os
usuários que apresentarem problemas de saúde con-
c) Porta de entrada preferencial: a responsabilização trolados/compensados e dificuldades para se deslo-
permite efetivar a Atenção Básica como contato e car até a UBS.
porta de entrada preferencial da rede de atenção.
Caso acesse a rede por meio de outro nível de aten- k) Programação e implementação das atividades de
ção, o usuário deve ser referenciado à Atenção Bási- atenção à saúde: é papel da equipe programar e im-
ca para continuar sendo acompanhado e garantir a plementar ações de saúde, conforme as necessida-
continuidade do cuidado. des e demandas da população, priorizando interven-
d) Adscrição de usuários, relações de vínculo e respon- ções clínicas e sanitárias de acordo com os critérios
sabilização: a adscrição de usuários e a construção de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência.
de relações de vínculo e responsabilização entre a
equipe de saúde e a população do território favorece l) Implementação da promoção da saúde: a equipe da
a adesão ao cuidado compartilhado. Atenção Básica deve orientar e estimular a adoção de
hábitos saudáveis pelos usuários, visando a promo-
e) Acesso: a unidade de saúde deve acolher todas as ção da saúde de toda população.
pessoas que buscarem por seus serviços, indepen-
dente de idade, gênero, cor, crença, nacionalidade,
etnia, orientação sexual, etc. O funcionamento da #FicaDica
UBS, assim como os serviços oferecidos, devem ser Dentre os hábitos que contribuem para a pro-
compatíveis com o perfil e com as necessidades de moção da saúde, estão:
saúde da população, assegurando o acesso de todos. a) alimentação adequada e saudável;
b) prática regular de atividades físicas;
f) Acolhimento: o acolhimento deve ser verificado em c) abandono do uso de álcool, tabaco e seus
todas as relações de cuidado (encontros entre profis- derivados
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

sionais da equipe e usuários; escuta ativa e qualifica-


da das pessoas; avaliação de risco e vulnerabilidade
das famílias do território; e outros). m) Desenvolvimento de ações de prevenção de doen-
ças e agravos: a realização de ações de prevenção
#FicaDica pela equipe reduz a ocorrência ou a persistência de
Quanto maior o grau de vulnerabilidade e ris- doenças, agravos e complicações, evitando interven-
co das famílias do território, menor deve ser o ções desnecessárias.
número de pessoas sob responsabilidade da
equipe.

14
2. (Prefeitura de Criciúma/SC – Médico - Superior - FE-
PESE/2014) Na estratégia de Saúde da Família, uma das
EXERCÍCIO COMENTADO atividades do Agente Comunitário de Saúde é o cadastra-
mento das famílias, a identificação de microáreas e grupos
1. (SESA/ES – Médico/Alergista - Superior – CES- de risco.
PE/2013) Uma mulher solicitou atendimento para seu fi- Essa atividade caracteriza o(a):
lho, com apenas quinze dias de nascido, em uma unidade a) Demografia da população.
de atendimento da estratégia Saúde da Família situada em b) Trabalho em equipe multiprofissional.
uma unidade básica de saúde. O bebê apresentava-se cia- c) Hierarquização da população adstrita.
nótico e hipotérmico e foi prontamente atendido pelos es- d) Educação permanente em saúde.
tagiários, que suspeitaram de afogamento em decorrência e) Territorialização.
de depressão pós-parto da mãe. Na ocasião, encontravam-
-se no local apenas dois agentes comunitários de saúde e Resposta: Letra E
dois estagiários. No processo de territorialização, é feita a delimitação de
Com base nesse caso, assinale a opção correta. um território e a divisão do mesmo em áreas e microá-
reas. As microáreas são de responsabilidade do agente
a) É correto afirmar que, no momento do atendimento, a comunitário de saúde (ACS). Algumas das principais fun-
unidade básica de saúde contava com uma equipe com- ções desse profissional são realizar visitas domiciliares,
pleta de profissionais para dar o primeiro atendimento cadastrar as famílias e obter informações que identifi-
à criança, assim como para ofertar um serviço especia- quem os principais problemas de saúde e os grupos de
lizado permanente, dotado de integralidade, interdisci- risco de sua microárea de atuação.
plinaridade e intersetorialidade em situações de emer-
gência. 3. (SESA/ES – Médico - Superior – CESPE/2013) As atri-
b) O núcleo de apoio à saúde da família é considerado uma buições dos profissionais das equipes de atenção básica
estratégia que visa integrar as demandas individuais devem estar de acordo com as disposições legais que re-
dos usuários da unidade básica de saúde e a validar seu gulamentam o exercício de cada uma das profissões. É atri-
encaminhamento à atenção especializada e o provável buição específica do cirurgião-dentista:
desligamento da unidade familiar da unidade de atendi-
mento da estratégia Saúde da Família. a) processar filme radiográfico.
c) O planejamento de ações; a saúde, a promoção, a vigi- b) executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização
lância; o trabalho interdisciplinar em equipe e a abor- do instrumental e dos equipamentos odontológicos.
dagem integral da família são estabelecidos como atri- c) coordenar a manutenção e a conservação dos equipa-
buições fundamentais dos profissionais da unidade de mentos odontológicos.
atendimento da estratégia Saúde da Família. d) aplicar medidas de biossegurança no armazenamento,
d) Nesse caso, os estagiários deveriam providenciar a re- manuseio e descarte de produtos e resíduos odontoló-
moção imediata da criança, sem realizar qualquer tipo gicos.
de intervenção ou abordagem inicial. e) realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção
e) Se confirmada a ocorrência de depressão pós-parto, a da saúde, prevenção de agravos, reabilitação e manu-
equipe da unidade de atendimento da estratégia saú- tenção da saúde) individual e coletiva a todas as famílias.
de da família não poderá acompanhar o caso, trata-se
de um atendimento especializado de alta complexidade Resposta: Letra E
para mãe e filho. Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e prote-
ção da saúde, prevenção de agravos, reabilitação e ma-
Resposta: Letra C nutenção da saúde) individual e coletiva a todas as famí-
Dentre as alternativas apresentadas, a única que condiz lias é atribuição específica do cirurgião-dentista.
com a estratégia Saúde da Família é a letra “c”. O plane-
jamento de ações; a saúde, a promoção, a vigilância; o
trabalho interdisciplinar em equipe e a abordagem inte-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

gral da família são estabelecidos como atribuições fun-


damentais dos profissionais da unidade de atendimento
da estratégia Saúde da Família.

15
Considerando as Portarias nº 822/GM/MS, de 17 de
abril de 2006, nº 90/GM, de 17 de janeiro de 2008 e nº
2.920/GM/MS, de 03 de dezembro de 2008, que estabele-
PORTARIA Nº 2.488 DE 21 DE OUTUBRO cem os municípios que poderão receber recursos diferen-
DE 2011. APROVA A POLÍTICA NACIONAL ciados da ESF;
DE ATENÇÃO BÁSICA, ESTABELECENDO Considerando Portaria nº 2.143/GM/MS, de 9 de outu-
A REVISÃO DE DIRETRIZES E NORMAS bro de 2008 - Cria o incentivo financeiro referente à inclu-
PARA A ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO são do microscopista na atenção básica para realizar, prio-
ritariamente, ações de controle da malária junto às Equipes
BÁSICA, PARA A ESTRATÉGIA SAÚDE DA
de Agentes Comunitários de Saúde - EACS e/ou às Equipes
FAMÍLIA (ESF) E O PROGRAMA AGENTES de Saúde da Família (ESF);
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (PACS). PAC- Considerando Portaria nº 2.372/GM/MS, de 7 de outu-
TO PELA SAÚDE 2006 E CONSOLIDAÇÃO bro de 2009, que cria o plano de fornecimento de equipa-
DO SUS. BRASIL. PORTARIA N° 399/GM/ mentos odontológicos para as Equipes de Saúde Bucal na
MS, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006. DIVUL- Estratégia Saúde da Família;
GA O PACTO PELA SAÚDE 2006 - CONSO- Considerando Portaria nº 2.371/GM/MS, de 07 de outu-
bro de 2009 que institui, no âmbito da Política Nacional de
LIDAÇÃO DO SUS E APROVA AS DIRETRI- Atenção Básica, o Componente Móvel da Atenção à Saúde
ZES OPERACIONAIS DO REFERIDO PACTO Bucal -Unidade Odontológica Móvel (UOM);
Considerando a Portaria nº 750/SAS/MS, de 10 de ou-
tubro de 2006, que instituiu a ficha complementar de ca-
dastro das ESF, ESF com ESB - Modalidades I e II e de ACS
PORTARIA Nº 2.488 DE 21 DE OUTUBRO DE 2011, QUE no SCNES;
APROVA A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA Considerando a necessidade de revisar e adequar as
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabele- normas nacionais ao atual momento do desenvolvimento
cendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da atenção básica no Brasil;
da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) Considerando a consolidação da estratégia saúde da
e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). família como forma prioritária para reorganização da aten-
ção básica no Brasil e que a experiência acumulada em to-
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribui- dos os entes federados demonstra a necessidade de ade-
ções que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único quação de suas normas.
do art. 87 da Constituição, e Considerando a pactuação na Reunião da Comissão
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro 1990, Intergestores Tripartite do dia 29, de setembro de 2011,
que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção resolve:
e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Atenção Básica,
dos serviços correspondentes, e dá outras providências; com vistas à revisão da regulamentação de implantação
Considerando a Lei nº 11.350, de outubro de 2006, que e operacionalização vigentes, nos termos constantes dos
regulamenta o § 5º do Art. 198 da Constituição, dispõe so- Anexos a esta Portaria.
bre oaproveitamento de pessoal amparado pelo Parágrafo Parágrafo único. A Secretaria de Atenção à Saúde, do
Único do Art. 2º da Emenda Constitucional nº 51, de 14 de Ministério da Saúde (SAS/MS) publicará manuais e guias
fevereiro de 2006; com detalhamento operacional e orientações específicas
Considerando o Decreto Presidencial nº 6.286 de 5 de
desta Política.
dezembro de 2007, que institui o Programa Saúde na Esco-
Art. 2º Definir que os recursos orçamentários de que tra-
la (PSE), no âmbito dos Ministérios da Saúde e da Educa-
ta a presente Portaria corram por conta do orçamento
ção, com finalidade de contribuir para a formação integral
dos estudantes da rede básica por meio de ações de pre- do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes
venção, promoção e atenção à saúde; Programas de Trabalho:
Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de I -10.301.1214.20AD - Piso de Atenção Básica Variável
2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/90; -Saúde da Família;
Considerando a Portaria nº 204, de 29 de janeiro de II - 10.301.1214.8577 - Piso de Atenção Básica Fixo;
2007, que regulamenta o financiamento e a transferência III - 10.301.1214.8581 - Estruturação da Rede de Servi-
de recursos federais para as ações e serviços de saúde, na ços de Atenção Básica de Saúde;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

forma de blocos de financiamento, com respectivo moni- IV- 10.301.1214.8730.0001 - Atenção à Saúde Bucal; e
toramento e controle; V - 10.301.1214.12L5.0001 -Construção de Unidades
Considerando a Portaria nº 687, de 30 de março de Básicas de Saúde - UBS.
2006, que aprova a Política de Promoção da Saúde; Art. 3º Permanecem em vigor as normas expedidas por
Considerando a Portaria nº 3.252/GM/MS, de 22 de de- este Ministério com amparo na Portaria nº 648/GM/MS,
zembro de 2009, que trata do processo de integração das de 28 de março de 2006, desde que não conflitem com
ações de vigilância em saúde e atenção básica; as disposições constantes desta Portaria.
Considerando a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu-
de 2010, que estabelece diretrizes para a organização da blicação.
Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS); ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

16
ANEXO I ria dos problemas de saúde da população e/ou de
DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A ATENÇÃO BÁSICA minorar danos e sofrimentos desta, ou ainda se res-
DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES GERAIS DA ATENÇÃO ponsabilizar pela resposta, ainda que esta seja ofer-
BÁSICA tada em outros pontos de atenção da rede. A proxi-
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de midade e a capacidade de acolhimento, vinculação,
ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abran- responsabilização e resolutividade são fundamentais
ge a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de para a efetivação da atenção básica como contato
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redu- e porta de entrada preferencial da rede de atenção;
ção de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de
desenvolver uma atenção integral que impacte na situação III - adscrever os usuários e desenvolver relações de vín-
de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes culo e responsabilização entre as equipes e a popula-
econdicionantes de saúde das coletividades. É desenvol- ção adscrita garantindo a continuidade das ações de
vida por meio do exercício de práticas de cuidado e ges- saúde e a longitudinalidade do cuidado. A adscrição
tão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho dos usuários é um processo de vinculação de pes-
em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, soas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes,
pelas quais assume a responsabilidade sanitária, conside- com o objetivo de ser referência para o seu cuidado.
rando a dinamicidade existente no território em que vivem O vínculo, por sua vez, consiste na construção de re-
essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado comple- lações de afetividade e confiança entre o usuário e o
xas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas trabalhador da saúde, permitindo o aprofundamen-
e necessidades de saúde de maior freqüência e relevância to do processo de corresponsabilização pela saúde,
construído ao longo do tempo, além de carregar, em
em seu território, observando critérios de risco, vulnerabili-
si, um potencial terapêutico. A longitudinalidade do
dade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda,
cuidado pressupõe a continuidade da relação clínica,
necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos.
com construção de vínculo e responsabilização en-
É desenvolvida com o mais alto grau de descentraliza- tre profissionais e usuários ao longo do tempo e de
ção e capilaridade, próxima da vida das pessoas. Deve ser modo permanente, acompanhando os efeitos das in-
o contato preferencial dos usuários, a principal porta de tervenções em saúde e de outros elementos na vida
entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à dos usuários, ajustando condutas quando necessário,
Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da evitando a perda de referências e diminuindo os ris-
acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da cos de iatrogenia decorrentes do desconhecimento
integralidade da atenção, da responsabilização, da huma- das histórias de vida e da coordenação do cuidado;
nização, da equidade e da participação social. A Atenção
Básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspec-
sócio-cultural, buscando produzir a atenção integral. tos, a saber: integração de ações programáticas e
demanda espontânea; articulação das ações de pro-
A Atenção Básica tem como fundamentos e diretrizes: moção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à
saúde, tratamento e reabilitação e manejo das diver-
I - ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a sas tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a
permitir o planejamento, a programação descentrali- estes fins e à ampliação da autonomia dos usuários
zada e o desenvolvimento de ações setoriais e inter- e coletividades; trabalhando de forma multiprofissio-
setoriais com impacto na situação, nos condicionan- nal, interdisciplinar e em equipe; realizando a gestão
tes e determinantes da saúde das coletividades que do cuidado integral do usuário e coordenando-o no
constituem aquele território sempre em consonância conjunto da rede de atenção. A presença de diferen-
com o princípio da eqüidade; tes formações profissionais assim como um alto grau
de articulação entre os profissionais é essencial, de
II - possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços forma que não só as ações sejam compartilhadas,
de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados mas também tenha lugar um processo interdiscipli-
como a porta de entrada aberta e preferencial da nar no qual progressivamente os núcleos de com-
petência profissionais específicos vão enriquecendo
rede de atenção, acolhendo os usuários e promoven-
o campo comum de competências ampliando assim
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

do a vinculação e corresponsabilização pela atenção


a capacidade de cuidado de toda a equipe. Essa or-
às suas necessidades de saúde; o estabelecimento de
ganização pressupõe o deslocamento do processo
mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhi- de trabalho centrado em procedimentos, profissio-
mento pressupõe uma lógica de organização e fun- nais para um processo centrado no usuário, onde o
cionamento do serviço de saúde, que parte do prin- cuidado do usuário é o imperativo ético-político que
cípio de que a unidade de saúde deva receber e ouvir organiza a intervenção técnico-científica; e
todas as pessoas que procuram os seus serviços, de
modo universal e sem diferenciações excludentes. O V - estimular a participação dos usuários como forma
serviço de saúde deve se organizar para assumir sua de ampliar sua autonomia e capacidade na constru-
função central de acolher, escutar e oferecer uma ção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletivi-
resposta positiva, capaz de resolver a grande maio-

17
dades do território, no enfrentamento dos determi- de comunicação entre os diversos pontos de aten-
nantes e condicionantes de saúde, na organização e ção responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários
orientação dos serviços de saúde a partir de lógicas em qualquer destes pontos através de uma relação
mais centradas no usuário e no exercício do controle horizontal, contínua e integrada com o objetivo de
social. produzir a gestão compartilhada da atenção integral.
A Política Nacional de Atenção Básica considera os ter- Articulando também as outras estruturas das redes
mos Atenção Básica e Atenção Primária a Saúde, nas atuais de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e
concepções, como termos equivalentes. Associa a ambos sociais. Para isso, é necessário incorporar ferramen-
os termos: os princípios e as diretrizes definidos neste do- tas e dispositivos de gestão do cuidado, tais como:
cumento. gestão das listas de espera (encaminhamentos para
A Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da consultas especializadas, procedimentos e exames),
Família sua estratégia prioritária para expansão e consoli- prontuário eletrônico em rede, protocolos de aten-
dação da atenção básica. A qualificação da Estratégia de ção organizados sob a lógica de linhas de cuidado,
Saúde da Família e de outras estratégias de organização discussão e análise de casos traçadores, eventos-
da atenção básica deverão seguir as diretrizes da atenção -sentinela e incidentes críticos, dentre outros. As
básica e do SUS configurando um processo progressivo e práticas de regulação realizadas na atenção básica
singular que considera e inclui as especificidades locore- devem ser articuladas com os processos regulatórios
gionais. realizados em outros espaços da rede, de modo a
permitir, ao mesmo tempo, a qualidade da micro-
DAS FUNÇÕES NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE -regulação realizada pelos profissionais da atenção
básica e o acesso a outros pontos de atenção nas
Esta Portaria conforme normatização vigente do SUS, condições e no tempo adequado, com equidade; e
define a organização de Redes de Atenção à Saúde (RAS)
como estratégia para um cuidado integral e direcionado as IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de
necessidades de saúde da população. As RAS constituem- saúde da população sob sua responsabilidade, orga-
-se em arranjos organizativos forma-dos por ações e servi- nizando as necessidades desta população em relação
ços de saúde com diferentes configurações tecnológicas e aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo
missões assistenciais, articulados de forma complementar para que a programação dos serviços de saúde parta
e com base territorial, e têm diversos atributos, entre eles das necessidades de saúde dos usuários.
destaca-se: a atenção básica estruturada como primeiro
ponto de atenção e principal porta de entrada do siste- DAS RESPONSABILIDADES
ma, constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda
a população, integrando, coordenando o cui-dado, e aten- São responsabilidades comuns a todas as esferas de
dendo as suas necessidades de saúde. O Decreto nº 7.508, governo:
de 28 de julho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/90,
define que “o acesso universal, igualitário e ordenado às I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção
ações e serviços de saúde se inicia pelas portas de entrada e de gestão com base nos fundamentos e diretrizes
do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquiza- assinalados;
da”. Neste sentido, atenção básica deve cumprir algumas
funções para contribuir com o funcionamento das Redes II - apoiar e estimular a adoção da estratégia Saúde da
de Atenção à Saúde, são elas: Família pelos serviços municipais de saúde como es-
tratégia prioritária de expansão, consolidação e qua-
I -Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de lificação da atenção básica à saúde;
saúde com o mais elevado grau de descentralização
e capilaridade, cuja participação no cuidado se faz III - garantir a infraestrutura necessária ao funciona-
sempre necessária; mento das Unidades Básicas de Saúde, de acordo
com suas responsabilidades;
II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e de- IV - contribuir com o financiamento tripartite da Aten-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

mandas de saúde, utilizando e articulando diferentes ção Básica;


tecnologias de cui-dado individual e coletivo, por
meio de uma clínica ampliada capaz de construir vín- V - estabelecer, nos respectivos Planos de Saúde, prio-
culos positivos e intervenções clínica e sanitariamen- ridades, estratégias e metas para a organização da
te efetivas, na perspectiva de ampliação dos graus de Atenção Básica;
autonomia dos indivíduos e grupos sociais;
VI - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias or-
III - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir ganizacionais de qualificação da força de trabalho
projetos terapêuticos singulares, bem como acom- para gestão e atenção à saúde, valorizar os profis-
panhar e organizar o fluxo dos usuários entre os sionais de saúde estimulando e viabilizando a for-
pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro mação e educação permanente dos profissionais das

18
equipes, a garantia de direitos trabalhistas e previ- VI -articular com o Ministério da Educação estratégias
denciários, a qualificação dos vínculos de trabalho e de indução às mudanças curriculares nos cursos de
a implantação de carreiras que associem desenvolvi- graduação e pósgraduação na área da saúde visan-
mento do trabalhador com qualificação dos serviços do à formação de profissionais e gestores com perfil
ofertados aos usuários; adequado à Atenção Básica; e

VII - desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas VII - apoiar a articulação de instituições, em parceria
de informações da Atenção Básica de acordo com com as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e
suas responsabilidades; do Distrito Federal, para formação e garantia de edu-
cação permanente para os profissionais de saúde da
VIII - planejar, apoiar, monitorar e avaliar a Atenção Bá- Atenção Básica.
sica;
Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Dis-
IX - estabelecer mecanismos de controle, regulação e trito Federal:
acompanhamento sistemático dos resultados alcan-
çados pelas ações da Atenção Básica, como parte do I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, es-
processo de planejamento e programação; tratégias, diretrizes e normas de implementação da
Atenção Básica no Estado, de forma complementar
X - divulgar as informações e os resultados alcançados às estratégias, diretrizes e normas existentes, desde
pela atenção básica; que não haja restrições destas e que sejam respeita-
dos as diretrizes e os princípios gerais regulamenta-
XI - promover o intercâmbio de experiências e estimular dos nesta Portaria;
o desenvolvimento de estudos e pesquisas que bus-
quem o aperfeiçoamento e a disseminação de tec- II - destinar recursos estaduais para compor o financia-
nologias e conhecimentos voltados à Atenção Básica;
mento tripartite da Atenção Básica prevendo, entre
outras, formas de repasse fundo a fundo para custeio
XII - viabilizar parcerias com organismos internacionais,
e investimento das ações e serviços;
com organizações governamentais, não governa-
mentais e do setor privado, para fortalecimento da
III - ser co-responsável, pelo monitoramento da utiliza-
Atenção Básica e da estratégia de saúde da família
ção dos recursos federais da Atenção Básica transfe-
no País; e
ridos aos municípios;
XIII - estimular a participação popular e o controle so-
cial. IV - submeter à CIB, para resolução acerca das irregu-
laridades constatadas na execução dos recursos do
Compete ao Ministério da Saúde: Bloco de Atenção Básica, conforme regulamentação
nacional, visando:
I - definir e rever periodicamente, de forma pactuada, a) aprazamento para que o gestor municipal corrija as
na Comissão Intergestores Tripartite, as diretrizes da irregularidades;
Política Nacional de Atenção Básica; b) comunicação ao Ministério da Saúde;
c) bloqueio do repasse de recursos ou demais provi-
II - garantir fontes de recursos federais para compor o dências, conforme regulamentação nacional, consi-
financiamento da Atenção Básica; deradas necessárias e devidamente oficializadas pela
CIB;
III -prestar apoio institucional aos gestores dos estados,
ao Distrito Federal e aos municípios no processo de V - analisar os dados de interesse estadual, gerados
qualificação e de consolidação da Atenção Básica; pelos sistemas de informação, utilizá-los no planeja-
mento e divulgar os resultados obtidos;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

IV - definir, de forma tripartite, estratégias de articula-


ção com as gestões estaduais e municipais do SUS VI - verificar a qualidade e a consistência dos dados en-
com vistas à institucionalização da avaliação e quali- viados pelos municípios por meio dos sistemas in-
ficação da Atenção Básica; formatizados, retornando informações aos gestores
municipais;
V - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais
e disponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos VII - consolidar, analisar e transferir para o Ministério da
que facilitem o processo de gestão, de formação e Saúde os arquivos dos sistemas de informação en-
educação permanente dos gestores e profissionais viados pelos municípios de acordo com os fluxos e
da Atenção Básica; prazos estabelecidos para cada sistema;

19
VIII - prestar apoio institucional aos municípios no pro- VIII - Desenvolver ações e articular instituições para for-
cesso de implantação, acompanhamento, e qualifica- mação e garantia de educação permanente aos pro-
ção da Atenção Básica e de ampliação e consolida- fissionais de saúde das equipes de Atenção Básica e
ção da estratégia Saúde da Família; das equipes de saúde da família;

IX - definir estratégias de articulação com as gestões IX - selecionar, contratar e remunerar os profissionais


municipais do SUS com vistas à institucionalização que compõem as equipes multiprofissionais de
da avaliação da Atenção Básica; Atenção Básica, em conformidade com a legislação
vigente;
X - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos
e pedagógicos que facilitem o processo de formação X - garantir a estrutura física necessária para o funcio-
e educação permanente dos membros das equipes namento das Unidades Básicas de Saúde e para a
de gestão e de atenção à saúde; execução do conjunto de ações propostas, podendo
contar com apoio técnico e/ou financeiro das Secre-
XI - articular instituições, em parceria com as Secretarias tarias de Estado da Saúde e do Ministério da Saúde;
Municipais de Saúde, para formação e garantia de
educação permanente aos profissionais de saúde das XI -garantir recursos materiais, equipamentos e insu-
equipes de Atenção Básica e das equipes de saúde mos suficientes para o funcionamento das Unidades
da família; e Básicas de Saúde e para a execução do conjunto de
ações propostas;
XII - promover o intercâmbio de experiências entre os
diversos municípios, para disseminar tecnologias e XII - rogramar as ações da Atenção Básica a partir de
conhecimentos voltados à melhoria dos serviços da sua base territorial e de acordo com as necessida-
Atenção Básica. des de saúde das pessoas, utilizando instrumento de
programação nacional ou correspondente local;
Compete às Secretarias Municipais de Saúde e ao Dis-
trito Federal: XIII - Alimentar, analisar e verificar a qualidade e a con-
sistência dos dados alimentados nos sistemas nacio-
I - pactuar, com a Comissão Intergestores Bipartite, nais de informação a serem enviados às outras esfe-
através do COSEMS, estratégias, diretrizes e normas ras de gestão, utilizá-los no planejamento e divulgar
de implementação da Atenção Básica no Estado, os resultados obtidos;
mantidos as diretrizes e os princípios gerais regula-
mentados nesta Portaria; XIV - Organizar o fluxo de usuários, visando à garantia
das referências a serviços e ações de saúde fora do
II - destinar recursos municipais para compor o finan- âmbito da Atenção Básica e de acordo com as neces-
ciamento tripartite da Atenção Básica; sidades de saúde dos usuários;

III - ser co-responsável, junto ao Ministério da Saúde, XV - manter atualizado o cadastro no sistema de Cadas-
e Secretaria Estadual de Saúde pelo monitoramento tro Nacional vigente , dos profissionais, de serviços e
da utilização dos recursos da Atenção Básica transfe- de estabelecimentos ambulatoriais, públicos e priva-
ridos aos município; dos, sob sua gestão; e

IV - inserir a estratégia de Saúde da Família em sua rede XVI - assegurar o cumprimento da carga horária inte-
de serviços como estratégia prioritária de organiza- gral de todos os profissionais que compõe as equi-
ção da atenção básica; pes de atenção básica, de acordo com as jornadas
de trabalho especificadas no SCNES e a modalidade
V - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de atenção.
de Atenção Básica, de forma universal, dentro do seu
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

território, incluindo as unidades próprias e as cedidas Da infraestrutura e funcionamento da Atenção Bá-


pelo estado e pela União; sica

VI - prestar apoio institucional às equipes e serviços no São necessárias à realização das ações de Atenção Bási-
processo de implantação, acompanhamento, e qua- ca nos municípios e Distrito Federal:
lificação da Atenção Básica e de ampliação e conso-
lidação da estratégia Saúde da Família; I - Unidades Básicas de Saúde (UBS) construídas de
acordo com as normas sanitárias e tendo como refe-
VII - Definir estratégias de institucionalização da avalia- rência o manual de infra estrutura do Departamento
ção da Atenção Básica; de Atenção Básica/SAS/ MS;

20
II - as Unidades Básicas de Saúde: e com as cargas horárias de trabalho informadas e
exigidas para cada modalidade;
a) devem estar cadastradas no sistema de Cadastro Na-
cional vigente de acordo com as normas vigentes; VII -garantia pela gestão municipal, de acesso ao apoio
diagnóstico e laboratorial necessário ao cuidado re-
b) Recomenda-se que disponibilizem, conforme orien- solutivo da população; e
tações e especificações do manual de infra estrutura
do Departamento de Atenção Básica/SAS/ MS: VIII - garantia pela gestão municipal, dos fluxos defini-
dos na Rede de Atenção à Saúde entre os diversos
1. consultório médico/enfermagem, consultório odon- pontos de atenção de diferentes configurações tec-
tológico e consultório com sanitário, sala multiprofissional nológicas, integrados por serviços de apoio logístico,
de acolhimento à demanda espontânea, sala de adminis- técnico e de gestão, para garantir a integralidade do
tração e gerência e sala de atividades coletivas para os pro-
cuidado.
fissionais da Atenção Básica;
Com o intuito de facilitar os princípios do acesso, do
2. área de recepção, local para arquivos e registros, sala
vínculo, da continuidade do cuidado e da responsa-
de procedimentos, sala de vacinas, área de dispensação de
medicamentos e sala de armazenagem de medicamentos bilidade sanitária e reconhecendo que existem di-
(quando há dispensação na UBS), sala de inalação coleti- versas realidades sócio epidemiológicas, diferentes
va, sala de procedimentos, sala de coleta, sala de curativos, necessidades de saúde e distintas maneiras de orga-
sala de observação, entre outros: nização das UBS, recomenda-se:
2.1. as Unidades Básicas de Saúde Fluviais deverão
cumprir os seguintes requisitos específicos: I - para Unidade Básica de Saúde (UBS) sem Saúde da
2.1.1. quanto à estrutura física mínima, devem dispor Família em grandes centros urbanos, o parâmetro de
de: consultório médico; consultório de enfermagem; am- uma UBS para no máximo 18 mil habitantes, locali-
biente para armazenamento e dispensação de medicamen- zada dentro do território, garantindo os princípios e
tos; laboratório; sala de vacina; banheiro público; banheiro diretrizes da Atenção Básica; e
exclusivo para os funcionários; expurgo; cabines com leitos II - para UBS com Saúde da Família em grandes centros
em número suficiente para toda a equipe; cozinha; sala de urbanos, recomenda-se o parâmetro de uma UBS
procedimentos; e, se forem compostas por profissionais de para no máximo 12 mil habitantes, localizada dentro
saúde bucal, será necessário consultório odontológico com do território, garantindo os princípios e diretrizes da
equipo odontológico completo; Atenção Básica.
c) devem possuir identificação segundo padrões visuais
do SUS e da Atenção Básica pactuados nacionalmen- Educação permanente das equipes de Atenção Bá-
te; sica
d) recomenda-se que estas possuam conselhos/cole-
giados, constituídos de gestores locais, profissionais A consolidação e o aprimoramento da Atenção Básica
de saúde e usuários, viabilizando a participação so- como importante reorientadora do modelo de atenção à
cial na gestão da Unidade Básica de Saúde; saúde no Brasil requer um saber e um fazer em educação
permanente que sejam encarnados na prática concreta dos
III - manutenção regular da infraestrutura e dos equipa- serviços de saúde. A educação permanente deve ser cons-
mentos das Unidades Básicas de Saúde;
titutiva, portanto, da qualificação das práticas de cuidado,
gestão e participação popular.
IV - existência e manutenção regular de estoque dos
O redirecionamento do modelo de atenção impõe cla-
insumos necessários para o funcionamento das uni-
dades básicas de saúde, incluindo dispensação de ramente a necessidade de transformação permanente do
medicamentos pactuados nacionalmente quando funcionamento dos serviços e do processo de trabalho das
esta dispensação está prevista para serem realizadas equipes exigindo de seus atores (trabalhadores, gestores
naquela UBS; e usuários) maior capacidade de análise, intervenção e au-
tonomia para o estabelecimento de práticas transforma-
V - equipes multiprofissionais compostas, conforme doras, a gestão das mudanças e o estreitamento dos elos
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

modalidade das equipes, por médicos, enfermei- entre concepção e execução do trabalho.
ros, cirurgiões-dentistas, auxiliar em saúde bucal ou Nesse sentido, a educação permanente, além da sua
técnico em saúde bucal, auxiliar de enfermagem ou evidente dimensão pedagógica, deve ser encarada tam-
técnico de enfermagem e Agentes Comunitários da bém como uma importante “estratégia de gestão”, com
Saúde, dentre outros profissionais em função da rea- grande potencial provocador de mudanças no cotidiano
lidade epidemiológica, institucional e das necessida- dos serviços, em sua micropolitica, bastante próximo dos
des de saúde da população; efeitos concretos das práticas de saúde na vida dos usuá-
rios, e como um processo que se dá “no trabalho, pelo tra-
VI - cadastro atualizado dos profissionais que compõe balho e para o trabalho”.
a equipe de atenção básica no sistema de Cadastro A Educação Permanente deve embasar-se num proces-
Nacional vigente de acordo com as normas vigentes so pedagógico que contemple desde a aquisição/atualiza-

21
ção de conhecimentos e habilidades até o aprendizado que e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e organi-
parte dos problemas e desafios enfrentados no processo zação da agenda de trabalho compartilhado de to-
de trabalho, envolvendo práticas que possam ser definidas dos os profissionais e recomenda-se evitar a divisão
por múltiplos fatores (conhecimento, valores, relações de de agenda segundo critérios de problemas de saúde,
poder, planejamento e organização do trabalho, etc.) e que ciclos de vida, sexo e patologias dificultando o aces-
considerem elementos que façam sentido para os atores so dos usuários;
envolvidos (aprendizagem significativa).
Outro pressuposto importante da educação permanen- III - desenvolver ações que priorizem os grupos de risco
te é o planejamento/programação educativa ascendente, e os fatores de risco clínico-comportamentais, ali-
em que, a partir da análise coletiva dos processos de tra- mentares e/ou ambientais, com a finalidade de pre-
balho, identificam-se os nós críticos (de natureza diversa) venir o aparecimento ou a persistência de doenças e
a serem enfrentados na atenção e/ou na gestão, possibi- danos evitáveis;
litando a construção de estratégias contextualizadas que
promovam o diálogo entre as políticas gerais e a singulari-
IV - realizar o acolhimento com escuta qualificada, clas-
dade dos lugares e das pessoas, estimulando experiências
sificação de risco, avaliação de necessidade de saúde
inovadoras na gestão do cuidado e dos serviços de saúde.
A vinculação dos processos de educação permanente a e análise de vulnerabilidade tendo em vista a res-
estratégia de apoio institucional pode potencializar enor- ponsabilidade da assistência resolutiva à demanda
memente o desenvolvimento de competências de gestão e espontânea e o primeiro atendimento às urgências;
de cuidado na Atenção Básica, na medida em que aumen-
ta as alternativas para o enfrentamento das dificuldades V - prover atenção integral, contínua e organizada à po-
vivenciadas pelos trabalhadores em seu cotidiano. Nessa pulação adscrita;
mesma linha é importante diversificar este repertório de
ações incorporando dispositivos de apoio e cooperação VI - realizar atenção à saúde na Unidade Básica de
horizontal, tais como trocas de experiências e discussão de Saúde, no domicílio, em locais do território (salões
situações entre trabalhadores, comunidades de práticas, comunitários, escolas, creches, praças, etc.) e outros
grupos de estudos, momentos de apoio matricial, visitas e espaços que comportem a ação planejada;
estudos sistemáticos de experiências inovadoras, etc.
Por fim, reconhecendo o caráter e iniciativa ascendente VII - desenvolver ações educativas que possam interfe-
da educação permanente, é central que cada equipe, cada rir no processo de saúde-doença da população, no
unidade de saúde e cada município demandem, proponha desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva,
e desenvolva ações de educação permanente tentando e na busca por qualidade de vida pelos usuários;
combinar necessidades e possibilidades singulares com
ofertas e processos mais gerais de uma políticaproposta VIII - implementar diretrizes de qualificação dos mo-
para todas as equipes e para todo o município. É importan- delos de atenção e gestão tais como a participação
te sintonizar e mediar as ofertas de educação permanente coletiva nos processos de gestão, a valorização, fo-
pré-formatadas (cursos, por exemplo) com o momento e mento a autonomia e protagonismo dos diferentes
contexto das equipes, para que façam mais sentido e te- sujeitos implicados na produção de saúde, o com-
nham, por isso, maior valor de uso e efetividade. promisso com a ambiência e com as condições de
De modo análogo é importante a articulação e apoio trabalho e cuidado, a constituição de vínculos soli-
dos governos estaduais e federal aos municípios buscando
dários, a identificação das necessidades sociais e or-
responder suas necessidades e fortalecer suas iniciativas.
ganização do serviço em função delas, entre outras;
A referência é mais de apoio, cooperação, qualificação e
oferta de diversas iniciativas para diferentes contextos que
a tentativa de regular, formatar e simplificar a diversidade IX - participar do planejamento local de saúde assim
de iniciativas. como do monitoramento e a avaliação das ações na
sua equipe, unidade e município; visando à reade-
Do Processo de trabalho das equipes de Atenção Bá- quação do processo de trabalho e do planejamento
sica frente às necessidades, realidade, dificuldades e pos-
sibilidades analisadas;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

São características do processo de trabalho das equipes


de Atenção Básica: X - desenvolver ações intersetoriais, integrando proje-
tos e redes de apoio social, voltados para o desen-
I - definição do território de atuação e de população volvimento de uma atenção integral;
sob responsabilidade das UBS e das equipes;
XI - apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão
II - programação e implementação das atividades de local e do controle social; e
atenção à saúde de acordo com as necessidades de XII - realizar atenção domiciliar destinada a usuários
saúde da população, com a priorização de interven- que possuam problemas de saúde controlados/
ções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde se- compensados e com dificuldade ou impossibilida-
gundo critérios de freqüência, risco, vulnerabilidade de física de locomoção até uma unidade de saúde,

22
que necessitam de cuidados com menor frequência VIII - responsabilizar-se pela população adscrita, man-
e menor necessidade de recursos de saúde e realizar tendo a coordenação do cuidado mesmo quando
o cuidado compartilhado com as equipes de atenção esta necessita de atenção em outros pontos de aten-
domiciliar nos demais casos. ção do sistema de saúde;

Das Atribuições dos membros das equipes de Aten- IX - praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades
ção Básica e grupos sociais que visa propor intervenções que
influenciem os processos de saúde doença dos in-
As atribuições de cada um dos profissionais das equi- divíduos, das famílias, coletividades e da própria co-
pes de atenção básica devem seguir as referidas disposi- munidade;
ções legais que regulamentam o exercício de cada uma das
profissões. X - realizar reuniões de equipes a fim de discutir em
São atribuições comuns a todos os profissionais: con-junto o planejamento e avaliação das ações da
equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis;
I - participar do processo de territorialização e mapea-
mento da área de atuação da equipe, identificando XI - acompanhar e avaliar sistematicamente as ações
grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vul- implementadas, visando à readequação do processo
nerabilidades; de trabalho;

II - manter atualizado o cadastramento das famílias e XII - garantir a qualidade do registro das atividades nos
dos indivíduos no sistema de informação indicado sistemas de informação na Atenção Básica;
pelo gestor municipal e utilizar, de forma sistemá-
tica, os dados para a análise da situação de saúde XIII - realizar trabalho interdisciplinar e em equipe, in-
considerando as características sociais, econômicas, tegrando áreas técnicas e profissionais de diferentes
culturais, demográficas e epidemiológicas do territó- formações;
rio, priorizando as situações a serem acompanhadas
no planejamento local; XIV - realizar ações de educação em saúde a população
adstrita, conforme planejamento da equipe;
III - realizar o cuidado da saúde da população adscrita,
prioritariamente no âmbito da unidade de saúde, e XV - participar das atividades de educação permanente;
quando necessário no domicílio e nos demais espa-
ços comunitários (escolas, associações, entre outros); XVI - promover a mobilização e a participação da co-
munidade, buscando efetivar o controle social;
IV - realizar ações de atenção a saúde conforme a ne-
cessidade de saúde da população local, bem como XVII - identificar parceiros e recursos na comunidade
as previstas nas prioridades e protocolos da gestão que possam potencializar ações intersetoriais; e
local;
XVIII - realizar outras ações e atividades a serem defini-
V - garantir da atenção a saúde buscando a integrali- das de acordo com as prioridades locais.
dade por meio da realização de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde e prevenção de XIX - realizar ações e atividades de educação sobre o
agravos; e da garantia de atendimento da demanda manejo ambiental, incluindo ações de combate a ve-
espontânea, da realização das ações programáticas, tores, especialmente em casos de surtos e epidemias;
coletivas e de vigilância à saúde;
XX - orientar a população de maneira geral e a comuni-
VI - participar do acolhimento dos usuários realizando dade em específico sobre sintomas, riscos e agente
a escuta qualificada das necessidades de saúde, pro- transmissor de doenças e medidas de prevenção in-
cedendo a primeira avaliação (classificação de risco, dividual e coletiva;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

avaliação de vulnerabilidade, coleta de informações


e sinais clínicos) e identificação das necessidades de XXI - mobilizar a comunidade para desenvolver medi-
intervenções de cuidado, proporcionando atendi- das de manejo ambiental e outras formas de inter-
mento humanizado, se responsabilizando pela conti- venção no ambiente para o controle de vetores;
nuidade da atenção e viabilizando o estabelecimento
do vínculo; XXII- discutir e planejar de modo articulado e integra-
do com as equipes de vigilância ações de controle
VII - realizar busca ativa e notificar doenças e agravos vetorial;
de notificação compulsória e de outros agravos e si-
tuações de importância local; XXIII - encaminhar os casos identificados como de ris-
co epidemiológico e ambiental para as equipes de

23
endemias quando não for possível ação sobre o con- Do Médico:
trole de vetores.
Outras atribuições específicas dos profissionais da I - realizar atenção a saúde aos indivíduos sob sua res-
Atenção Básica poderão constar de normatização ponsabilidade;
do município e do Distrito Federal, de acordo com
as prioridades definidas pela respectiva gestão e as II -realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos
prioridades nacionais e estaduais pactuadas. cirúrgicos, atividades em grupo na UBS e, quando in-
dicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais
Das atribuições específicas espaços comunitários (escolas, associações etc);

Do enfermeiro: III - realizar atividades programadas e de atenção à de-


manda espontânea;
I - realizar atenção a saúde aos indivíduos e famílias ca-
dastradas nas equipes e, quando indicado ou neces- IV - encaminhar, quando necessário, usuários a outros
sário, no domicílio e/ou nos demais espaços comu- pontos de atenção, respeitando fluxos locais, man-
nitários (escolas, associações etc), em todas as fases tendo sua responsabilidade pelo acompanhamento
do desenvolvimento humano: infância, adolescência, do plano terapêutico do usuário;
idade adulta e terceira idade;
V - indicar, de forma compartilhada com outros pontos
II - realizar consulta de enfermagem, procedimentos, de atenção, a necessidade de internação hospitalar
atividades em grupo e conforme protocolos ou ou- ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo
tras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor acompanhamento do usuário;
federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal,
observadas as disposições legais da profissão, solici- VI -contribuir, realizar e participar das atividades de
tar exames complementares, prescrever medicações Educação Permanente de todos os membros da
e encaminhar, quando necessário, usuários a outros equipe; e
serviços;
VII -participar do gerenciamento dos insumos necessá-
III - realizar atividades programadas e de atenção à de- rios para o adequado funcionamento da USB.
manda espontânea;
Do Agente Comunitário de Saúde:
IV - planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas
pelos ACS em conjunto com os outros membros da I - trabalhar com adscrição de famílias em base geográ-
equipe; fica definida, a microárea;

V - contribuir, participar, e realizar atividades de educa- II - cadastrar todas as pessoas de sua microárea e man-
ção permanente da equipe de enfermagem e outros ter os cadastros atualizados;
membros da equipe; e
III - orientar as famílias quanto à utilização dos serviços
VI -participar do gerenciamento dos insumos necessá- de saúde disponíveis;
rios para o adequado funcionamento da UBS.
IV - realizar atividades programadas e de atenção à de-
Do Auxiliar e do Técnico de Enfermagem: manda espontânea;

I - participar das atividades de atenção realizando pro- V - acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as
cedimentos regulamentados no exercício de sua famílias e indivíduos sob sua responsabilidade. As
profissão na UBS e, quando indicado ou necessário, visitas deverão ser programadas em conjunto com
no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários a equipe, considerando os critérios de risco e vulne-
(escolas, associações etc); rabilidade de modo que famílias com maior neces-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

sidade sejam visitadas mais vezes, mantendo como


II - realizar atividades programadas e de atenção à de- referência a média de 1 (uma) visita/família/mês;
manda espontânea;
VI -desenvolver ações que busquem a integração entre
III - realizar ações de educação em saúde a população a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, con-
adstrita, conforme planejamento da equipe; siderando as características e as finalidades do tra-
balho de acompanhamento de indivíduos e grupos
IV -participar do gerenciamento dos insumos necessá- sociais ou coletividade;
rios para o adequado funcionamento da UBS; e VII - desenvolver atividades de promoção da saúde, de
V - contribuir, participar e realizar atividades de educa- prevenção das doenças e agravos e de vigilância à
ção permanente. saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações

24
educativas individuais e coletivas nos domicílios e na VIII -participar do gerenciamento dos insumos necessá-
comunidade, como por exemplo, combate à Den- rios para o adequado funcionamento da UBS.
gue, malária, leishmaniose, entre outras, mantendo
a equipe informada, principalmente a respeito das Do Técnico em Saúde Bucal (TSB):
situações de risco; e
I - realizar a atenção em saúde bucal individual e coleti-
VIII - estar em contato permanente com as famílias, de- va a todas as famílias, a indivíduos e a grupos espe-
senvolvendo ações educativas, visando à promoção cíficos, segundo programação e de acordo com suas
da saúde, à prevenção das doenças, e ao acompa- competências técnicas e legais;
nhamento das pessoas com problemas de saúde,
bem como ao acompanhamento das condicionalida- II -coordenar a manutenção e a conservação dos equi-
des do Programa Bolsa Família ou de qualquer outro pamentos odontológicos;
programa similar de transferência de renda e enfren-
III - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades re-
tamento de vulnerabilidades implantado pelo Gover-
ferentes à saúde bucal com os demais membros da
no Federal, estadual e municipal de acordo com o
equipe, buscando aproximar e integrar ações de saú-
planejamento da equipe.
de de forma multidisciplinar;
IX - ocorrendo situação de surtos e epidemias, executar
em conjunto com o agente de endemias ações de IV - apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações
controle de doenças, utilizando as medidas de con- de prevenção e promoção da saúde bucal;
trole adequadas, manejo ambiental e outras ações
de manejo integrado de vetores, de acordo com de- V - participar do gerenciamento dos insumos necessá-
cisão da gestão municipal. rios para o adequado funcionamento da UBS;
É permitido ao ACS desenvolver outras atividades nas
unidades básicas de saúde, desde que vinculadas às VI - participar do treinamento e capacitação de Auxi-
atribuições acima. liar em Saúde Bucal e de agentes multiplicadores das
ações de promoção à saúde;
Do Cirurgião-Dentista:
VII - participar das ações educativas atuando na pro-
I -realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil moção da saúde e na prevenção das doenças bucais;
epidemiológico para o planejamento e a programa-
ção em saúde bucal; VIII - participar na realização de levantamentos e estu-
dos epidemiológicos, exceto na categoria de exami-
II -realizar a atenção a saúde em saúde bucal (promo- nador;
ção e proteção da saúde, prevenção de agravos,
diagnóstico, tratamento, acompanhamento, reabili- IX - realizar atividades programadas e de atenção à de-
tação e manutenção da saúde) individual e coletiva a manda espontânea;
todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos,
de acordo com planejamento da equipe, com reso- X - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de
lubilidade; saúde bucal;
III - realizar os procedimentos clínicos da Atenção Bá-
XI - fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indi-
sica em saúde bucal, incluindo atendimento das ur-
cação técnica definida pelo cirurgião-dentista;
gências, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedi-
mentos relacionados com a fase clínica da instalação
de próteses dentárias elementares; XII - realizar fotografias e tomadas de uso odontoló-
gicos exclusivamente em consultórios ou clínicas
IV - realizar atividades programadas e de atenção à de- odontológicas;
manda espontânea;
XIII - inserir e distribuir no preparo cavitário materiais
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

V -coordenar e participar de ações coletivas voltadas à odontológicos na restauração dentária direta, veda-
promoção da saúde e à prevenção de doenças bu- do o uso de materiais e instrumentos não indicados
cais; pelo cirurgião-dentista;

VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades re- XIV - proceder à limpeza e à anti-sepsia do campo ope-
ferentes à saúde bucal com os demais membros da ratório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em
equipe, buscando aproximar e integrar ações de saú- ambientes hospitalares; e
de de forma multidisciplinar;
VII - realizar supervisão técnica do Técnico em Saúde XV -aplicar medidas de biossegurança no armazena-
Bucal (TSB) e Auxiliar em Saúde Bucal (ASB); e mento, manuseio e descarte de produtos e resíduos
odontológicos.

25
Do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico
de enfermagem e agentes comunitários de saúde,
I - realizar ações de promoção e prevenção em saúde podendo acrescentar a esta composição, como parte
bucal para as famílias, grupos e indivíduos, mediante da equipe multiprofissional, os profissionais de saú-
planejamento local e protocolos de atenção à saúde; de bucal: cirurgião dentista generalista ou especia-
lista em saúde da família, auxiliar e/ou técnico em
Saúde Bucal;
II - realizar atividades programadas e de atenção à de-
manda espontânea; II - o número de ACS deve ser suficiente para cobrir
100% da população cadastrada, com um máximo
III - executar limpeza, assepsia, desinfecção e esteriliza- de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de
ção do instrumental, equipamentos odontológicos e Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo
do ambiente de trabalho; recomendado de pessoas por equipe;

IV - auxiliar e instrumentar os profissionais nas interven- III - cada equipe de saúde da família deve ser respon-
ções clínicas; sável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média
V - realizar o acolhimento do paciente nos serviços de recomendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios
saúde bucal; de equidade para esta definição. Recomenda-se que
o número de pessoas por equipe considere o grau de
VI - acompanhar, apoiar e desenvolver atividades re- vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo
que quanto maior o grau de vulnerabilidade menor
ferentes à saúde bucal com os demais membros da
deverá ser a quantidade de pessoas por equipe;
equipe de saúde da família, buscando aproximar e
integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; IV - cadastramento de cada profissional de saúde em
apenas 01 (uma) ESF, exceção feita somente ao pro-
VII -aplicar medidas de biossegurança no armazena- fissional médico que poderá atuar em no máximo 02
mento, transporte, manuseio e descarte de produtos (duas) ESF e com carga horária total de 40 (quarenta)
e resíduos odontológicos; horas semanais; e

VIII - processar filme radiográfico; V - carga horária de 40 (quarenta) horas semanais para
todos os profissionais de saúde membros da equi-
IX - selecionar moldeiras; pe de saúde da família, à exceção dos profissionais
médicos, cuja jornada é descrita no próximo inciso.
X - preparar modelos em gesso; A jornada de 40 (quarenta) horas deve observar a ne-
cessidade de dedicação mínima de 32 (trinta e duas)
horas da carga horária para atividades na equipe de
XI - manipular materiais de uso odontológico; e saúde da família podendo, con-forme decisão e pré-
via autorização do gestor, dedicar até 08 (oito) horas
X - participar na realização de levantamentos e estudos do total da carga horária para prestação de serviços
epidemiológicos, exceto na categoria de examina- na rede de urgência do município ou para ativida-
dor. des de especialização em saúde da família, residência
multiprofissional e/ou de medicina de família e de
Especificidades da Estratégia de Saúde da Família comunidade, bem como atividades de educação per-
manente e apoio matricial.
A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização Serão admitidas também, além da inserção integral
da Atenção Básica no País, de acordo com os preceitos do (40h), as seguintes modalidades de inserção dos
SistemaÚnico de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde profissionais médicos generalistas ou especialistas
e gestores estaduais e municipais, representados respecti- em saúde da família ou médicos de família e comu-
nidade nas Equipes de Saúde da Família, com as res-
vamente pelo CONASS e CONASEMS, como estratégia de
pectivas equivalências de incentivo federal:
expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica
por favorecer uma re-orientação do processo de trabalho I - 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe em
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

com maior potencial de aprofundar os princípios, diretri- uma mesma UBS, cumprindo individualmente carga
zes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a reso- horária semanal de 30 horas (equivalente a 01 (um)
lutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e médico com jornada de 40 horas semanais), com
coletividades, além de propiciar uma importante relação repasse integral do incentivo financeiro referente a
custo-efetividade. uma equipe de saúde da família;
II - 3 (três) médicos integrados a uma equipe em uma
São itens necessários à estratégia Saúde da Família: mesma UBS, cumprindo individualmente carga ho-
I - existência de equipe multiprofissional (equipe saúde rária semanal de 30 horas (equivalente a 02 (dois)
da família) composta por, no mínimo, médico gene- médicos com jornada de 40 horas, de duas equipes),
ralista ou especialista em saúde da família ou médico com repasse integral do incentivo financeiro referen-
de família e comunidade, enfermeiro generalista ou te a duas equipes de saúde da família;

26
III - 4 (quatro) médicos integrados a uma equipe em este profissional deverá ter usuários adscritos de modo que
uma mesma UBS, com carga horária semanal de 30 cada usuário seja obrigatoriamente acompanhando por 1
horas (equivalente a 03 (três) médicos com jornada (um) ACS (Agente Comunitário de Saúde), 1 (um) auxiliar
de 40 horas semanais, de três equipes), com repasse ou técnico de enfermagem, 01 (um) enfermeiro e 01 (um)
integral do incentivo financeiro referente a três equi- médico e preferencialmente por 1 (um) cirurgião-dentista,
pes de saúde da família; 1 (um) auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal, sem que a
carga horária diferente de trabalho comprometa o cuidado
IV -2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cumprin- e/ou processo de trabalho da equipe.
do individualmente jornada de 20 horas semanais, Todas as equipes deverão ter responsabilidade sanitá-
e demais profissionais com jornada de 40 horas se- ria por um território de referência, sendo que nos casos
manais, com repasse mensal equivalente a 85% do previstos nos itens b e c, poderão ser constituídas equipes
incentivo financeiro referente a uma equipe de saúde com número de profissionais e população adscrita equi-
valentes a 2 (duas) e 3 (três) equipes de saúde da família,
da família; e
respectivamente.
As equipes de saúde da família devem estar devida-
V - 1 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas se-
mente cadastradas no sistema de cadastro nacional vigen-
manais e demais profissionais com jornada de 40 te de acordo com conformação e modalidade de inserção
horas semanais, com re-passe mensal equivalente a do profissional médico.
60% do incentivo financeiro referente a uma equi- O processo de trabalho, a combinação das jornadas
pe de saúde da família. Tendo em vista a presença de trabalho dos profissionais das equipes e os horários e
do médico em horário parcial, o gestor municipal dias de funcionamento das UBS devem ser organizados de
deve organizar os protocolos de atuação da equipe, modo que garantam o maior acesso possível, o vínculo en-
os fluxos e a retaguarda assistencial, para atender a tre usuários e profissionais, a continuidade, coordenação e
esta especificidade. Além disso, é recomendável que longitudinalidade do cuidado.
o número de usuários por equipe seja próximo de
2.500 pessoas. As equipes com esta configuração são Especificidades dos profissionais de Saúde Bucal das
denominadas Equipes Transitórias, pois, ainda que equipes de saúde da família
não tenham tempo mínimo estabelecido de perma-
nência neste formato, é desejável que o gestor, tão Os profissionais de saúde bucal que compõem as equi-
logo tenha condições, transite para um dos formatos pes de saúde da família podem se organizar nas seguintes
anteriores que prevêem horas de médico disponíveis modalidades:
durante todo o tempo de funcionamento da equipe.
A quantidade de Equipes de Saúde da Família na moda- I - Cirurgião dentista generalista ou especialista em saú-
lidade transitória ficará condicionada aos seguintes de da família e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou téc-
critérios: nico em saúde bucal (TSB);
II - Cirurgião dentista generalista ou especialista em
I - Município com até 20 mil habitantes e contando com saúde da família, técnico em saúde bucal (TSB) e
01 (uma) a 03 (duas) equipes de Saúde da Família, auxiliar em saúde bucal (ASB) ou outro técnico em
poderá ter até 2 (duas) equipes na modalidade tran- saúde bucal (TSB).
sitória;
Os profissionais das modalidades I ou II podem desen-
volver parte de suas atividades em Unidade Odontológica
II - Município com até 20 mil habitantes e com mais de
Móvel (UOM).
03 (três) equipes poderá ter até 50% das equipes de
Independente da modalidade adotado, recomenda-se
Saúde da Família na modalidade transitória; que os profissionais de Saúde Bucal, estejam vinculados a
uma ESF e compartilhem a gestão e o processo de trabalho
III - Municípios com população entre 20 e 50 mil habi- da equipe tendo responsabilidade sanitária pela mesma
tantes poderá ter até 30% (trinta por cento) das equi- população e território que a ESF à qual integra, e com jor-
pes de Saúde da Família na modalidade transitória; nada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus
componentes.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

IV - Município com população entre 50 e 100 mil habi- Cada Equipe de Saúde de Família que for implantada
tantes poderá ter até 20% (vinte por cento) das equi- com os profissionais de saúde bucal ou quando se introdu-
pes de Saúde da Família na modalidade transitória; e zir pela primeira vez os profissionais de saúde bucal numa
equipe já implantada, modalidade I ou II, o gestor receberá
V - Município com população acima de 100 mil habitan- do Ministério da Saúde os equipamentos odontológicos,
tes poderá ter até 10% (dez por cento) das equipes através de doação direta ou o repasse de recursos necessá-
de Saúde da Família na modalidade transitória. rios para adquiri-los (equipo odontológico completo).

Em todas as possibilidades de inserção do profissional


médico descritas acima, considerando a importância de
manutenção do vínculo e da longitudinalidade do cuidado,

27
Especificidades da Estratégia de Agentes Comunitá- postas por profissionais de saúde com responsabilidade
rios de Saúde exclusiva de articular e prestar atenção integral à saúde das
pessoas em situação de rua.
É prevista a implantação da estratégia de Agentes Co- As equipes deverão realizar suas atividades, de forma
munitários de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como itinerante desenvolvendo ações na rua, em instalações es-
uma possibilidade para a reorganização inicial da Aten- pecíficas, na unidade móvel e também nas instalações de
ção Básica com vistas à implantação gradual da estratégia Unidades Básicas de Saúde do território onde está atuan-
de saúde da família ou como uma forma de agregar os do, sempre articuladas e desenvolvendo ações em parce-
agentes comunitários a outras maneiras de organização da ria com as demais equipes de atenção básica do território
atenção básica. São itens necessários à implantação desta (UBS e NASF), e dos Centros de Atenção Psicossocial, da
estratégia: Rede de Urgência e dos serviços e instituições componen-
tes doSistema Único de Assistência Social entre outras ins-
I - a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita tituições públicas e da sociedade civil.
no sistema de Cadastro Nacional vigente que passa As equipes dos Consultórios na Rua deverão cumprir
a ser a UBS de referência para a equipe de agentes a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém seu
comunitários de saúde; horário de funcionamento deverá ser adequado às deman-
das das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em
II - a existência de um enfermeiro para até no máxi- período diurno e/ou noturno em todos os dias da semana.
mo 12 ACS e no mínimo 04, constituindo assim uma As equipes dos Consultórios na Rua podem estar vincu-
equipe de Agentes Comunitários de Saúde; e ladas aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e, respei-
tando os limites para vinculação, cada equipe será conside-
III - o cumprimento da carga horária integral de 40 ho- rada como uma equipe de saúde da família para vinculação
ras semanais por toda a equipe de agentes comu- ao NASF.
nitários, composta por ACS e enfermeiro supervisor. Em Municípios ou áreas que não tenham consultórios
na rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua
Fica garantido o financiamento das equipes de agentes
deve seguir sendo de responsabilidade das equipes de
comunitários de saúde já credenciadas em data anterior a
atenção básica, incluindo os profissionais de saúde bucal e
esta portaria que não estão adequadas ao parâmetro de
os núcleos de apoio a saúde da família (NASF) do território
01 enfermeiro para no máximo 12 ACS, porém extinta a
onde estas pessoas estão concentradas.
possibilidade de implantação de novas equipes com esta
Para cálculo do teto das equipes dos consultórios na
configuração a partir da publicação desta Portaria.
rua de cada município, serão tomados como base os dados
Cada ACS deve realizar as ações previstas nesta portaria
e ter uma microárea sob sua responsabilidade, cuja popu- dos censos populacionais relacionados à população em si-
lação não ultrapasse 750 pessoas. tuação de rua realizados por órgãos oficiais e reconhecidos
O enfermeiro da Estratégia Agentes Comunitários de pelo Ministério da Saúde.
Saúde, além das atribuições de atenção à saúde e de ges- Caso seja necessário o transporte da equipe para a rea-
tão, comuns a qualquer enfermeiro da atenção básica des- lização do cuidado in loco, nos sítios de atenção da po-
critas nesta portaria, a atribuição de planejar, coordenar e pulação sem domicílio, o gestor poderá fazer a opção de
avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS, comum aos en- agregar ao incentivo financeiro mensal o componente de
fermeiros da estratégia de saúde da família, e deve ainda custeio da Unidade Móvel. O gestor local que fizer esta op-
facilitar a relação entre os profissionais da Unidade Bási- ção deverá viabilizar veículo de transporte com capacidade
ca de Saúde e os ACS contribuindo para a organização da de transportar os profissionais da equipe, equipamentos,
atenção à saúde, qualificação do acesso, acolhimento, vín- materiais e insumos necessários para a realização das ati-
culo, longitudinalidade do cuidado e orientação da atua- vidades propostas, além de permitir que alguns procedi-
ção da equipe da UBS em função das prioridades definidas mentos possam ser realizados no seu interior. Esta Unidade
equanimemente conforme critérios de necessidade de saú- Móvel deverá estar adequada aos requisitos pactuados e
de, vulnerabilidade, risco, entre outros. definidos nacionalmente, incluindo o padrão de identifica-
ção visual.
Equipes de atenção básica para populações específicas O Ministério da Saúde publicará Portaria Específica e
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Manual Técnico disciplinando composição das equipes,


1. Equipes do consultório na rua valor do incentivo financeiro, diretrizes de funcionamento,
monitoramento e acompanhamento das equipes de con-
A responsabilidade pela atenção à saúde da população sultório na rua entre outras disposições.
de rua, como de qualquer outro cidadão, é de todo e qual- 2. Equipes de saúde da família para o atendimento da
quer profissional do Sistema Único de Saúde com destaque População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantanal Sul
especial para a atenção básica. Em situações específicas, Matogrossense
com o objetivo de ampliar o acesso destes usuários à rede Considerando as especificidades locais, os municípios
de atenção e ofertar de maneira mais oportuna a atenção da Amazônia Legal e Mato Grosso do Sul podem optar
integral à saúde, pode-se lançar mão das equipes dos con- entre dois arranjos organizacionais para equipes Saúde da
sultórios na rua que são equipes da atenção básica, com- Família, além dos existentes para o restante do país:

28
I - Equipe de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFR): equi- funcionamento, aprovada na Comissão Intergestores
pes que desempenham a maior parte de suas fun- Regional - CIR e na Comissão Intergestores Bipartite
ções em unidades básicas de saúde construídas/ e encaminhada ao Ministério da Saúde para avalia-
localizadas nas comunidades pertencentes à área ção e parecer redefinindo tempo mínimo de funcio-
adscrita e cujo acesso se dá por meio fluvial; e namento e adequação do financiamento, se for o
caso;
II -Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF): equipes
que desempenham suas funções em Unidades Bási- III - adotar circuito de deslocamento que garanta o
cas de Saúde Fluviais (UBSF). atendimento a todas as comunidades assistidas, ao
menos até 60 (sessenta) dias, para assegurar a exe-
As Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e Fluviais cução das ações de Atenção Básica pelas equipes
deverão ser compostas, durante todo o período de aten- visando minimamente a continuidade de pré-natal,
dimento à população por, no mínimo: um (01) Médico ge- puericultura e cuidado continuado de usuários com
neralista ou especialista em saúde da família, ou medico de condições crônicas dentro dos padrões mínimos re-
família e comunidade, um (01) Enfermeiro generalista ou comendados;
especialista em saúde da família; um (1) Técnico ou Auxiliar
IV - delimitar área de atuação com população adscrita,
de Enfermagem e de Seis (06) a doze (12) Agentes Comu-
acompanhada por Agentes Comunitários de Saúde,
nitários de Saúde.
compatível com sua capacidade de atuação e consi-
As equipes de Saúde da Família Ribeirinhas devem con- derando a alínea II;
tar ainda com um (01) microscopista, nas regiões endêmi-
cas. V - as equipes que trabalharão nas UBSF deverão ga-
As equipes de Saúde da Família Fluviais devem contar rantir as informações referentes à sua área de abran-
ainda com um (01) técnico de laboratório e/ou bioquími- gência. No caso de prestar serviços em mais de um
co.Estas equipes poderão incluir na composição mínima município, cada município deverá garantir a alimen-
os profissionais de saúde bucal, um (1) cirurgião dentista tação das informações de suas respectivas áreas de
generalista ou especialista em saúde da família, e um (01) abrangência.
Técnico ou Auxiliar em Saúde Bucal, conforme modalidades As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) deverão
I e II descritas anteriormente. cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:
As Equipes de Saúde da Família Ribeirinha deverão pres-
tar atendimento à população por, no mínimo, 14 dias men- I - quanto à estrutura física mínima, devem dispor de:
sais (carga horária equivalente à 8h/dia) e dois dias para Consultório médico; Consultório de enfermagem;
atividades de educação permanente, registro da produção Consultório Odontológico; Ambiente para armaze-
e planejamento das ações. Os Agentes Comunitários de namento e dispensação de medicamentos; Labora-
Saúde deverão cumprir 40h/semanais de trabalhoe residir tório; Sala de vacina; Banheiros; Expurgo; Cabines
na área de atuação. É recomendável as mesmas condições com leitos em número suficiente para toda a equipe;
para os auxiliares e técnicos de enfermagem e saúde bucal. Cozinha; Sala de procedimentos; Identificação se-
gundo padrões visuais da Saúde da Família, estabe-
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) devem: lecidos nacionalmente; e

I - funcionar, no mínimo, 20 dias/mês, com pelo me- II - quanto aos equipamentos, devem dispor, no míni-
nos uma equipe de saúde da família fluvial. O tempo mo, de: Maca ginecológica; Balança Adulto; Balança
Pediátrica; Geladeira para vacinas; Instrumentos bá-
de funcionamento destas unidades deve compreen-
sicos para o laboratório: macro e microcentrífuga e
der o deslocamento fluvial até as comunidades e o
microscópio binocular, contador de células, espec-
atendimento direto à população ribeirinha. Em uma
trofotômetro e agitador de Kline, autoclave e instru-
UBSF pode atuar mais de uma ESFF a fim de compar- mentais; Equipamentos diversos: sonar, esfignoma-
tilhar o atendimento da população e dividir e redu- nômetros, estetoscópios, termômetros, medidor de
zir o tempo de navegação de cada equipe. O gestor glicemia capilar, Equipo odontológico completo e
municipal deve prever tempo em solo, na sede do instrumentais.
município, para que as equipes possam fazer ativida-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

des de planejamento e educação permanente junto O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio
com outros profissionais e equipes. Os Agentes Co- das Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas será publicado
munitários de Saúde deverão cumprir 40h/semanais em portaria específica e poderá ser agregado de um valor
e residir na área de atuação. São recomendáveis as caso esta equipe necessite de transporte fluvial para a exe-
mesmas condições para os auxiliares e técnicos de cução de suas atividades.
enfermagem e saúde bucal; O valor do o valor do incentivo mensal para custeio das
II - nas situações nas quais for demonstrada a impos- Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em por-
sibilidade de funcionamento da Unidade Básica de taria específica, com uma modalidade sem profissionais de
Saúde Fluvial pelo mínimo de 20 dias devido às ca- saúde bucal e outra com estes profissionais.
racterísticas e dimensões do território, deverá ser Devido à grande dispersão populacional, os municípios
construída justificativa e proposição alternativa de

29
poderão solicitar ampliação da composição mínima das (ex.: CAPS, CEREST, Ambulatórios Especializados etc.) além
equipes de saúde da família fluviais e equipes de saúde de outras redes como SUAS, redes sociais e comunitárias.
da família ribeirinhas con-forme o quadro abaixo, fazendo A responsabilização compartilhada entre a equipe do
jus a um incentivo para cada agregação a ser definido em NASF e as equipes de saúde da família/equipes de atenção
portaria específica: básica para populações específicas prevê a revisão da prá-
Profissionais Critério para solicitação de ampliação da tica do encaminhamento com base nos processos de refe-
equipe Máximo rência e contra-referência, ampliandoa para um processo
Agente Comunitário de Saúde trabalhador vinculado a de compartilhamento de casos e acompanhamento longi-
no mínimo 100 pessoas 12 (doze) tudinal de responsabilidade das equipes de atenção básica,
Aux. ou Técnico de Enfermagem: trabalhador vinculado atuando no fortalecimento de seus princípios e no papel
a no mínimo 500 pessoas 04 (quatro) de coordenação do cuidado nas redes de atenção à saúde.
Técnico em Saúde Bucal: trabalhador vinculado a no mí- Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade
nimo 500 pessoas 01 (um) do cuidado aos usuários do SUS principalmente por inter-
Enfermeiro trabalhador vinculado a no mínimo 1.000 médio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da
pessoas 02 (dois) capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e
necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto
Para implantar Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas sanitários. São exemplos de ações de apoio desenvolvidas
nos Municípios onde o teto de cobertura de Equipes de pelos profissionais dos NASF: discussão de casos, atendi-
Saúde da Família já tenha sido atingido, estas devem ser mento conjunto ou não, interconsulta, construção conjunta
substituídas pela nova modalidade de equipe mediante de projetos terapêuticos, educação permanente, interven-
aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS), Co- ções no território e na saúde de grupos populacionais e
missão Intergestores Regional (CIR) e Comissão Interges- da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção
tores Bipartite (CIB). e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais e as Equipes de das equipes e etc.
Saúde da Família para Populações Ribeirinhas poderão Todas as atividades podem se desenvolvidas nas uni-
prestar serviços a populações de mais de um Município, dades básicas de saúde, academias da saúde ou em outros
desde que celebrado instrumento jurídico que formalize a pontos do território. Os NASF devem utilizar as Academias
relação entre os municípios, devidamente aprovado na res- da Saúde como espaços que ampliam a capacidade de in-
pectiva Comissão Intergestores Regional - CIR e Comissão tervenção coletiva das equipes de atenção básica para as
Intergestores Bipartite - CIB. ações de promoção de saúde, buscando fortalecer o prota-
Para implantação de Equipes de Saúde da Família Flu- gonismo de grupos sociais em condições de vulnerabilida-
viais e Equipes de Saúde da Família para Populações Ribei- de na superação de sua condição.
rinhas, os Municípios deverão seguir o fluxo previsto para a Quando presente no NASF, o profissional sanitarista
implantação de Equipes de Saúde da Família. pode reforçar as ações de apoio institucional e/ou matri-
cial, ainda que as mesmas não sejam exclusivas dele, tais
Núcleos de Apoio à Saúde da Família como: análise e intervenção conjunta sobre riscos coleti-
vos e vulnerabilidades, apoio à discussão de informações
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF foram e indicadores e saúde (bem como de eventos-sentinela e
criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o esco- casos-traçadores e analisadores), suporte à organização do
po das ações da atenção básica, bem como sua resolubi- processo de trabalho (acolhimento, cuidado continuado/
lidade. programado, ações coletivas, gestão das agendas, articu-
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF são lação com outros pontos de atenção da rede, identificação
constituídos por equipes compostas por profissionais de de necessidades de educação permanente, utilização de
diferentes áreas de conhecimento, que devem atuar de dispositivos de gestão do cuidado etc).
maneira integrada e apoiando os profissionais das Equi- Os NASF podem ser organizados em duas modalidades,
pes Saúde da Família, das Equipes de Atenção Básica para NASF 1 e NASF 2. A implantação de mais de uma modali-
populações específicas (consultórios na rua, equipes ribei- dade de forma concomitante nos municípios e no Distrito
rinhas e fluviais, etc.) e academia da saúde, compartilhando Federal não receberá incentivo financeiro federal.
as práticas e saberes em saúde nos territórios sob respon- O NASF 1 deverá ter uma equipe formada por uma
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

sabilidade destas equipes, atuando diretamente no apoio composição de profissionais de nível superior escolhidos
matricial às equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF dentre as ocupações listadas abaixo que reúnam as seguin-
está vinculado e no território destas equipes. tes condições:
Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se I -a soma das cargas horárias semanais dos membros
constituem como serviços com unidades físicas indepen- da equipe deve acumular no mínimo 200 horas se-
dentes ou especiais, e não são de livre acesso para aten- manais;
dimento individual ou coletivo (estes, quando necessários, II - nenhum profissional poderá ter carga horária sema-
devem ser regulados pelas equipes de atenção básica). De- nal menor que 20 horas; e
vem, a partir das demandas identificadas no trabalho con- III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter
junto com as equipes e/ou Academia da saúde, atuar de no mínimo 20 horas e no máximo 80 horas de carga
forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços
horária semanal.

30
O NASF 2 deverá ter uma equipe formada por uma Define-se que cada NASF 2 realize suas atividades vin-
composição de profissionais de nível superior esco- culado a, no mínimo, 3 (três) equipes de Saúde da Família e
lhidos dentre as ocupações listadas abaixo que reú- no máximo 7 (sete) equipes de saúde da família.
nam as seguintes condições: OS NASF 3, que são suprimidos por essa portaria, se
I -a soma das cargas horárias semanais dos membros tornarão automaticamente NASF 2, para isso os municí-
da equipe deve acumular no mínimo 120 horas se- pios com projetos de NASF 3 anteriormente enviados ao
manais; Ministério da Saúde deverão enviar para CIB documento
II - nenhum profissional poderá ter carga horária sema- que informa as alterações ocorridas. Fica garantido o finan-
nal menor que 20 horas; e ciamento dos NASF intermunicipais já habilitados em data
III - cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter anterior, porém extinta a possibilidade de implantação de
no mínimo 20 horas e no máximo 40 horas de carga novos a partir da publicação desta portaria.
horária semanal. Cada NASF poderá ser vinculado a no máximo 03 (três)
pólos do Programa Academia da Saúde em seu território
Poderão compor os NASF 1 e 2 as seguintes ocupações de abrangência, independente do tipo de NASF e da mo-
do Código Brasileiro de Ocupações - CBO: Médico Acu- dalidade do polo implantado. Para cada pólo vinculado à
punturista; Assistente Social; Profissional/Professor de Edu- equipe do NASF deverá existir pelo menos 1 (um) profis-
cação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; sional de saúde de nível superior com carga horária de 40
Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nu- horas semanais ou 2 (dois) profissionais de saúde de nível
tricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; superior com carga horária mínima de 20 horas semanais
Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista cada, que será(ao) responsável(is) pelas atividades do Pro-
(clinica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário, grama Academia da Saúde. Este(s) profissional(is) deve(m)
profissional com formação em arte e educação (arte educa- ter formação compatível e exercer função relacionada às
dor) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional atividades da academia da saúde.
graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde Quanto ao NASF, compete as Secretarias de Saúde dos
pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma des- Municípios e do Distrito Federal:
sas áreas. I -definir o território de atuação de cada NASF de acor-
A composição de cada um dos NASF será definida pe- do com as equipes de Saúde da Família e/ou equipes de
los gestores municipais, seguindo os critérios de priori- atenção básica para populações específicas às quais estes
dade identificados a partir dos dados epidemiológicos e NASF estiverem vinculados; propiciar o planejamento das
das necessidades locais e das equipes de saúde que serão ações que serão realizadas pelos NASF, de forma compar-
apoiadas. tilhada entre os profissionais (Equipe NASF e Equipe SF e
Os NASF1e2 devem funcionar em horário de trabalho Equipes de atenção básica para populações específicas);
coincidente com o das equipes de Saúde da Família e/ou II - selecionar, contratar e remunerar os profissionais
equipes de atenção básica para populações específicas que dos NASF, em conformidade com a legislação vigente nos
apóiam.
municípios e Distrito Federal; e
Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em
III - disponibilizar espaço físico adequado nas UBS, e
uma única unidade de saúde, localizada preferencialmente
garantir os recursos de custeio necessários ao desenvol-
dentro do território de atuação das equipes de Saúde da
vimento das atividades mínimas descritas no escopo de
Família e/ou equipes de atenção básica para populações
ações dos diferentes profissionais que comporão os NASF,
específicas, às quais estão vinculados, não recomendado a
não sendo recomendada estrutura física específica para a
existência de uma Unidade de Saúde ou serviço de saúde
específicos para a equipe de NASF. equipe de NASF.
A organização do trabalho do NASF deve seguir as nor-
mas publicadas pelo Ministério da Saúde destacando os Programa Saúde na Escola
Cadernos de Atenção Básica/Primária que tratam do tema,
descrevendo as diretrizes, o processo de trabalho, as prin- O Programa Saúde na Escola - PSE, instituído pelo De-
cipais ferramentas e as ações de responsabilidade de to- creto Presidencial nº 6.286 de 5 de dezembro de 2007, sur-
dos os profissionais dos NASF a serem desenvolvidas em giu como uma política intersetorial entre os Ministérios da
Saúde e da Educação, na perspectiva da atenção integral
conjunto com as equipes de Saúde da Família, equipes de
(promoção, prevenção, diagnóstico e recuperação da saú-
atenção básica para populações específicas e/ou academia
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

de e formação) à saúde de crianças, adolescentes e jovens


da saúde.
do ensino público básico, no âmbito das escolas e unida-
Define-se que cada NASF 1 realize suas atividades vin-
des básicas de saúde, realizada pelas equipes de saúde da
culado a, no mínimo, 8 (oito) Equipes de Saúde da Família
atenção básica e educação de forma integrada, por meio
e no máximo 15 (quinze) equipes de Saúde da Família e/
de ações de:
ou equipes de atenção básica para populações específicas.
I - avaliação clínica e psicossocial que objetivam identi-
Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000
habitantes dos Estados da Amazônia Legal e Pantanal Sul ficar necessidades de saúde e garantir a atenção in-
Matogrossense, cada NASF 1 poderá realizar suas ativida- tegral às mesmas na rede de atenção à saúde;
des vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) e no máximo 9 (nove)
equipes. II - promoção e prevenção que articulem práticas de
formação, educativas e de saúde visando a promo-

31
ção da alimentação saudável, a promoção de práti- I - analisar e encaminhar as propostas de implantação
cas corporais e atividades físicas nas escolas, a edu- das equipes elaboradas pelos municípios e aprova-
cação para a saúde sexual e reprodutiva, a prevenção das pelos Conselhos Municipais de à Comissão Inter-
ao uso de álcool, tabaco e outras drogas, a promo- gestores Bipartite (CIB) no prazo máximo de 30 dias,
ção da cultura de paz e prevenção das violências, a após a data do protocolo de entrada do processo
promoção da saúde ambiental e desenvolvimento na Secretaria Estadual de Saúde ou na instância re-
sustentável; e gional;

III - educação permanente para qualificação da atuação II - após aprovação na CIB, cabe à Secretaria de Saúde
dos profissionais da educação e da saúde e formação dos Estados e do Distrito Federal informar ao Minis-
de jovens. tério da Saúde, até o dia 15 de cada mês, o número
de equipes, suas diferentes modalidades e compo-
A Gestão do PSE é centrada em ações compartilhadas e sições de profissionais com as respectivas cargas
coresponsáveis. A articulação intersetorial das redes públi- horárias, que farão jus ao recebimento de incentivos
cas de saúde, de educação e das demais redes sociais se dá financeiros da atenção básica;
por meio dos Grupos de Trabalho Intersetoriais (GTI) (Fede-
ral, Estadual e Municipal) que são responsáveis pela gestão III - submeter à CIB, para resolução, o fluxo de acom-
do incentivo financeiro e material, pelo apoio institucional panhamento do cadastramento dos profissionais das
às equipes de saúde e educação na implementação das equipes nos sistemas de informação nacionais, defi-
ações, pelo planejamento, monitoramento e avaliação do nidos para esse fim;
Programa.
Sobre o processo de implantação, credenciamento, cál- IV -submeter à CIB, para resolução, o fluxo de descre-
culo dos tetos das equipes de atenção básica, e do finan- denciamento e/ou o bloqueio de recursos diante
ciamento do bloco de atenção básica: de irregularidades constatadas na implantação e no
funcionamento das equipes a ser publicado como
1. Implantação e Credenciamento portaria de resolução da CIB, visando à regularização
Para implantação e credenciamento das equipes de das equipes que atuam de forma inadequada; e
atenção básica, descritas neste anexo, os municípios e o
Distrito Federal deverão: V - responsabilizar-se perante o Ministério da Saúde
pelo monitoramento, o controle e a avaliação da uti-
I - realizar projeto(s) de implantação das equipes de lização dos recursos de incentivo destas equipes.
saúde da Família, com ou sem os profissionais de
saúde bucal, equipe de agentes comunitários de saú- 2. Cálculo do Teto das equipes de atenção básica
de, das equipes de atenção básica para populações
específicas e do NASF. Os itens que devem minima- Para o cálculo do teto máximo de equipes de saúde da
mente constar do projeto estão descritos no anexo
família, de agentes comunitários de saúde, de equipes de
III desta portaria;
saúde bucal e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família a
fonte de dados populacionais utilizada será a mesma vi-
II - aprovar o projeto elaborado nos Conselhos de Saú-
de dos Municípios e encaminhá-lo à Secretaria Esta- gente para cálculo do recurso per capita definida pelo IBGE
dual de Saúde ou sua instância regional para análise. e publicada pelo Ministério da Saúde.
O Distrito Federal, após a aprovação por seu Conse-
lho de Saúde, deverá encaminhar sua proposta para A) Saúde da Família com ou sem os profissionais de saú-
o Ministério da Saúde; de bucal: o número máximo de ESF com ou sem os
profissionais de saúde bucal pelas quais o município
III - cadastrar os profissionais das equipes, previamente e o Distrito Federal podem fazer jus ao recebimen-
credenciadas pelo estado conforme decisão da CIB, to de recursos financeiros específicos será calculado
no SCNES e alimentar os dados no sistema de in- pela fórmula: população/2400.
formação que comprove o início de suas atividades;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

para passar a receber o incentivo correspondente às B) Agentes Comunitários de Saúde: o número máximo
equipes efetivamente implantadas; e de ACS pelos quais o município e o Distrito Federal
podem fazer jus ao recebimento de recursos finan-
IV - solicitar substituição, no SCNES, de categorias de ceiros específicos será calculado pela fórmula: popu-
profissionais colocados no projeto inicial caso exista lação /400. Para municípios dos estados da Região
a necessidade de mudança, sendo necessário o envio Norte, Maranhão e Mato Grosso, a fórmula será:
de um oficio comunicando sobre a necessidade des- população da área urbana/400 + população da área
ta alteração ao Estado. rural/280.
Para Implantação e Credenciamento das referidas equi-
pes as secretarias estaduais de saúde e o Distrito Fe- C) NASF - Núcleo de Apoio de Saúde da Família: o nú-
deral deverão: mero máximo de NASF 1 aos quais os municípios e

32
o Distrito Federal podem fazer jus para recebimen- nicipais de Saúde, na forma do Decreto nº 1.232/94, que
to de recursos financeiros específicos será calculado trata das transferências, fundo a fundo, deve ser apresen-
pelas fórmulas: tada ao Ministério da Saúde e ao Estado, por meio de re-
latório de gestão, aprovado pelo respectivo Conselho de
I - para Municípios com menos de 100.000 habitantes Saúde.
de Estados da Amazônia Legal = número de ESF do Da mesma forma, a prestação de contas dos valores
Município/5; e recebidos e aplicados no período deve ser aprovada no
Conselho Municipal de Saúde e encaminhada ao Tribunal
II - para Municípios com 100.000 habitantes ou mais da de Contas do Estado ou Município e à Câmara Municipal.
Amazônia Legal e para Municípios das demais unida- A demonstração da movimentação dos recursos de
des da Federação = número de ESF do Município/8. cada conta deverá ser efetuada, seja na Prestação de Con-
O número máximo de NASF 2 aos quais o município tas, seja quando solicitada pelos órgãos de controle, me-
pode fazer jus para recebimento de recursos finan-
diante a apresentação de:
ceiros específicos será de 1 (um) NASF 2.
I - relatórios mensais da origem e da aplicação dos re-
cursos;
D) O teto máximo de Equipes Saúde da Família Ribei-
rinha e Fluvial e equipes de consultório na rua será II - demonstrativo sintético de execução orçamentária;
avaliado posteriormente, de acordo com cada pro- III - demonstrativo detalhado das principais despesas; e
jeto. IV - relatório de gestão.
O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a apli-
3. Do Financiamento da Atenção Básica O financiamen- cação dos recursos financeiros resultou em ações de saúde
to da Atenção Básica deve ser tripartite. No âmbito federal para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais
o montante de recursos financeiros destinados à viabiliza- de produção de serviços de Atenção Básica.
ção de ações de Atenção Básica à saúde compõe o Bloco O financiamento federal desta política é composto por:
de financiamento de Atenção Básica (Bloco AB) e parte do A) Recursos per capita;
Bloco de financiamento de investimento. Seus recursos de- B) Recursos para projetos específicos, tais como os re-
verão ser utilizados para financiamento das ações de Aten- cursos da compensação das especificidades regionais
ção Básica descritas na RENASES e nos Planos de Saúde do (CER), do Programa de Requalificação das Unidades
município e do Distrito Federal. Básica de Saúde, Recurso de Investimento/ Estrutura-
Os repasses dos recursos do Bloco AB aos municípios ção e Recursos de Estruturação na Implantação;
são efetuados em conta aberta especificamente para este C) Recursos de investimento;
fim, de acordo com a normatização geral de transferências D) Recursos que estão condicionados à implantação
de recursos fundo a fundo do Ministério da Saúde, com o de estratégias e programas prioritários, tais como os
objetivo de facilitar o acompanhamento pelos Conselhos recursos específicos para os municípios que implan-
de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do Dis- tarem as Equipes de Saúde da Família, as Equipes de
trito Federal. Saúde Bucal, de Agentes Comunitários de Saúde, dos
O Ministério da Saúde definirá os códigos de lançamen- Núcleos de Apoio à Saúde da Família, dos Consul-
tos, assim como seus identificadores literais, que constarão tórios na Rua, de Saúde da Família Fluviais e Ribei-
nos respectivos avisos de crédito, para tornar claro o obje- rinhas, de Atenção Domiciliar, Programa Saúde na
to de cada lançamento em conta. O aviso de crédito deverá Escola (PSE), microscopistas e a Academia da Saúde;
ser enviado ao Secretário de Saúde, ao Fundo de Saúde, ao
E) Recursos condicionados a resultados e avaliação
Conselho de Saúde, ao Poder Legislativo e ao Ministério
do aces-so e da qualidade, tal como o do Progra-
Público dos respectivos níveis de governo.
ma Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade
Os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais
mensais devidamente atualizados relativos aos recursos re- (PMAQ);
passados a essas contas ficarão, permanentemente, à dis- A) Recurso per capita
posição dos Conselhos responsáveis pelo acompanhamen- O recurso per capita será transferido mensalmente, de
to, e a fiscalização, no âmbito dos Municípios, dos Estados, forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde
do Distrito Federal e dos órgãos de fiscalização federais, aos Fundos Municipais de Saúde e do Distrito Federal com
estaduais e municipais, de controle interno e externo. base num valor multiplicado pela população do Município.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Os municípios deverão remeter por via eletrônica o O recurso será calculado pela multiplicação da popula-
processamento da produção de serviços referentes ao Blo- ção de cada município e do Distrito Federal por um valor,
co AB ao Ministério da Saúde ou à Secretaria Estadual de fruto de pactuação tripartite e devidamente publicado em
Saúde, de acordo com cronograma pactuado. As Secreta- portaria específica, levando em conta critérios de equidade.
rias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal devem en- A população de cada município e do Distrito Federal
viar as informações ao DATASUS, observando cronograma será a população definida pelo IBGE e publicada em porta-
estabelecido pelo Ministério da Saúde. ria específica pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o artigo 6º, do Decreto nº 1.651/95, a B) Recursos para Projetos específicos, que inclui os
comprovação da aplicação dos recursos transferidos do recursos da Compensação das Especificidades Regionais
Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e Mu- (CER), o Programa de Requalificação das Unidades Básica
de Saúde e Recurso de Estruturação.

33
Parte dos recursos do Bloco AB poderá ser repassado D) Os recursos que estão condicionados à implantação
para implantação e execução de ações e programas espe- de estratégias e programas prioritários, tais como
cíficos definidos de maneira tripartite, entre eles: os recursos específicos para os municípios que im-
Compensação de Especificidades Regionais: trata-se de plantarem as equipes de Saúde da Família, equipes
recursos transferidos com o objetivo de responder a es- de Saúde Bucal, de Agentes Comunitários de Saúde,
pecificidades de municípios, populações ou situações que dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, dos Con-
exigem maior aporte de recursos, mas que não são devida- sultórios na Rua, de Saúde da Família Fluviais e Ri-
mente contempladas nos demais componentes do Bloco beirinhas, de Atenção Domiciliar, Programa Saúde na
AB. Os critérios de distribuição dos recursos e valores para Escola (PSE), microscopistas e a Academia da Saúde
cada Estado e para o Distrito Federal pactuados são de- 1. Equipes de Saúde da Família (SF): os valores dos in-
finidos em Portaria Ministerial especifica para este fim. A centivos financeiros para as Equipes de Saúde da Família
utilização dos recursos de Compensação de Especificida- implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como
des Regionais é definida por cada CIB levando em conta base o número de Equipe de Saúde da Família (ESF) regis-
os objetivos deste componente e pactuando projeto com trados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês
finalidade, critérios, distribuição e utilização dos recursos, anterior ao da respectiva competência financeira. São esta-
monitoramento e avaliação dos resultados. O projeto, os belecidas duas modalidades de financiamento para as ESF:
critérios bem como a lista de municípios contemplados 1.1. - Equipes de Saúde da família Modalidade 1: são as
com seus respectivos valores deverão ser informados ao ESF que atendem aos seguintes critérios:
plenário da CIT. No caso do Distrito Federal, a proposta de I - estiverem implantadas em municípios com popula-
aplicação deste recurso deverá ser submetida à aprovação ção de até 50 mil habitantes nos Estados da Amazô-
pelo Colegiado Gestor do Distrito Federal. nia Legal e até 30 mil habitantes nos demais Estados
Assim os municípios podem receber um recurso com- do País; e
plementar aos demais componentes do Bloco de AB re- II - estiverem implantadas em municípios não incluídos
no estabelecido na alínea I e atendam a população
lacionados ao enfrentamento de especificidades gerado-
remanescente de quilombos ou residente em assen-
ras de iniqüidade tais como: municípios mais pobres, com
tamentos de no mínimo 70 (setenta) pessoas, respei-
piores indicadores e maiores necessidades; municípios
tado o número máximo de equipes por município,
com maiores dificuldades de atração e fixação de profissio-
publicado em portaria específica.
nais e municípios isolados ou com dificuldade de acesso;
qualificação da atenção a populações sazonais, rurais, qui-
As equipes que na data de publicação desta Portaria
lombolas, tradicionais, assentadas, isoladas; projetos cuja recebem como modalidade 1 de financiamento, por qual-
implantação se dá mediante adesão e estão ligados ao en- quer um dos motivos listados abaixo não terão decréscimo
frentamento da iniqüidade através de ações de educação do recurso repassado atualmente, ainda que não enqua-
permanente, fortalecimento, modernização e qualificação dradas nos critérios acima descritos:
da gestão, implantação de ações e alternativas que enfren- I - pertencerem a municípios que integraram o Progra-
tem iniqüidades entre os municípios ligadas a qualquer um ma de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS);
dos temas citados ou outros. II -pertencerem a municípios que têm índice de Desen-
Programa de Requalificação das Unidades Básica de volvimento Humano (IDH) igual ou inferior a 0,7; e
Saúde: Recursos destinados à estruturação da rede de ser- III - estiverem nas áreas do Programa Nacional de Segu-
viços da atenção básica publicados em portaria específica rança Pública com Cidadania - Pronasci.
com o montante disponibilizado por Unidade da Federa- 1.2. Equipes de Saúde da família Modalidade 2: são as
ção e cuja aplicação dos critérios de decisão é objeto de ESF implantadas em todo o território nacional que não se
pactuação na CIT e nas CIB. Esses recursos serão transfe- enquadram nos critérios da Modalidade 1.
ridos fundo a fundo aos municípios que se adequarem a Quando um município, por aumento da população, dei-
esses critérios, e depositados em conta específica. xar de ter direito ao valor da modalidade 1, deverá ser rea-
Recursos de Investimento/Estruturação: São recursos lizada etapa de transição durante o ano da mudança que
destinados a estruturação dos serviços e ações da atenção busque evitar a perda nominal acentuada de recursos do
básica, que podem ser repassados aos municípios/ estados Bloco de Atenção Básica.
fundo a fundo ou através de convênio. 1.3. As equipes de Saúde da Família com diferentes
Recursos de Implantação: Na implantação das equipes inserções do profissional médico receberão recursos de
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

de saúde da família, saúde bucal e dos NASF os municí- acordo com sua modalidade e segundo a descrição abaixo:
pios e/ou o Distrito Federal receberão recursos específicos 1.3.1 2 (dois) médicos integrados a uma única equipe,
para estruturação das Unidades Básicas de Saúde, visando cumprindo individualmente carga horária semanal de 30
à melhoria da infra-estrutura física e de equipamentos para horas (equivalente a 01 (um) médico com jornada de 40
o trabalho das equipes. Esses recursos serão repassados horas semanais), com repasse integral do financiamento
na competência financeira do mês posterior à implantação para uma equipe de saúde da família modalidade I ou II.
das equipes. 1.3.2. 3 (três) médicos cumprindo individualmente car-
Em caso de redução do número de equipes, o municí- ga horária semanal de 30 horas (equivalente a 02 (dois)
pio ou o Distrito Federal não farão jus a novos recursos de médicos com jornada de 40 horas, de duas equipes), com
implantação até que seja alcançado o número de equipes repasse integral do financiamento para duas equipes de
saúde da família modalidade I ou II.
já implantado anterior-mente.

34
1.3.3. 4 (quatro) médicos com carga horária semanal de mês, tendo como base a modalidade e o número de equi-
30 horas (equivalente a 03 (três) médicos com jornada de pes cadastradas no sistema de Cadastro Nacional vigente
40 horas semanais, de 03 equipes), com repasse integral do no mês anterior ao da respectiva competência financeira.
financiamento para três equipes de saúde da família mo- Os valores do repasse mensal que as equipes dos Con-
dalidade I ou II. sultórios na Rua farão jus será definido em portaria especí-
1.3.4. 2 (dois) médicos integrados a uma equipe, cum- fica, conforme sua modalidade e a necessidade de custeio
prindo individualmente jornada de 20 horas semanais, e para transporte da equipe de consultório de rua.
demais profissionais com jornada de 40 horas semanais, O início do repasse mensal do incentivo ocorrerá após
com repasse de 85% do financiamento para uma equipe de a publicação de portaria de habilitação ao custeio que será
saúde da família modalidade I ou II. emitida pelo Ministério da Saúde após a demonstração,
1.3.5. As equipes de Saúde da família na modalidade pelo Município, do cadastramento da equipe consultório
transitória: 01 (um) médico cumprindo jornada de 20 horas de rua no sistema de Cadastro Nacional vigente e da ali-
semanais e demais profissionais com jornada de 40 horas mentação de dados no Sistema de Informação indicado
semanais, o município receberá repasse mensal equivalen- pelo Ministério da saúde que comprovem o início de suas
te a 60% do valor do incentivo financeiro para uma equipe, atividades.
sendo vedada sua participação no Pro-grama de melhoria 4. Núcleo de Apoio de Saúde da Família (NASF)
de acesso e da qualidade. O valor do incentivo federal para o custeio de cada
Quando as Equipes de Saúde da Família forem compos- NASF, dependerá da sua categoria (1 ou 2) e será deter-
tas também por profissionais de Saúde Bucal, o incentivo minado em portaria específica. Os valores dos incentivos
financeiro será transferido a cada mês, tendo como base: financeiros para os NASF implantados serão transferidos a
I - a modalidade específica dos profissionais de Saúde cada mês, tendo como base o número de NASF cadastra-
Bucal (ESB) que compõem a equipe de saúde da família e dos no SCNES. O registro de procedimentos referentes à
estão registrados no cadastro do SCNES no mês anterior produção de serviços realizada pelos profissionais cadas-
ao da respectiva competência financeira; e trados nos NASF deverá ser realizado no sistema indicado
II -a modalidade de toda a equipe de saúde da família, pelo Ministério da Saúde, mas não gerarão créditos finan-
conforme descrito acima e relacionado às características ceiros.
dos municípios e da população atendida. Assim, se ela faz 5. Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
parte de uma equipe de saúde da família modalidade I tem Os valores dos incentivos financeiros para as equipes
50% de acréscimo no incentivo financeiro específico. de ACS implantadas são transferidos a cada mês, tendo
2. Equipes Saúde da Família comunidades Ribeirinhas como base o número de Agentes Comunitários de Saúde
e Fluviais (ACS), registrados no sistema de Cadastro Nacional vigente
2.1 Equipes Saúde da Família Ribeirinhas; os valores dos no mês anterior ao da respectiva competência financeira.
incentivos financeiros para as Equipes de Saúde da Famí- Será repassada uma parcela extra, no último trimestre de
lia Ribeirinhas implantadas serão transferidos a cada mês, cada ano, cujo valor será calculado com base no número de
tendo como base o número de Equipe de Saúde da Família Agentes Comunitários de Saúde, registrados no cadastro
Ribeirinhas (ESFR) registrados no sistema de Cadastro Na- de equipes e profissionais do SCNES, no mês de agosto do
cional vigente no mês anterior ao da respectiva competên- ano vigente.
cia financeira. 6. Microscopistas, Programa Saúde na Escola (PSE), Aca-
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio demia da Saúde e Atenção domiciliar
das Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas será publicado O repasse do recurso para Microscopistas, Programa
em portaria específica e poderá ser agregado um valor nos Saúde na Escola (PSE), Academia da Saúde e Atenção do-
casos em que a equipe necessite de transporte fluvial para miciliar, assim como seus respectivos valores serão defini-
acessar as comunidades ribeirinhas adscritas para execu- dos em portarias específicas.
ção de suas atividades. Sobre a efetivação do repasse dos recursos referentes
2.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais: os valores dos ao item D
incentivos financeiros para as Equipes de Saúde da Família A efetivação da transferência dos recursos financeiros
Fluviais implantadas serão transferidos a cada mês, tendo descritos no item D tem por base os dados de alimentação
como base o número de Unidades Básicas de Saúde Flu- obrigatória do Sistema de Cadastro Nacional de Estabeleci-
viais (UBSF) registrados no sistema de Cadastro Nacional mentos de Saúde, cuja responsabilidade de manutenção e
vigente no mês anterior ao da respectiva competência fi- atualização é dos gestores dos estados, do Distrito Federal
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

nanceira. e dos municípios, estes devem :


O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio I - transferir os dados mensalmente, para o Departa-
das Unidades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em mento de Informática do SUS - DATASUS, por via
portaria específica, com uma modalidade sem profissionais magnética, de acordo com o cronograma definido
de saúde bucal e outra com estes profissionais. Os crité- anualmente pelo SCNES; e
rios mínimos para o custeio das Unidades preexistentes ao II -a transferência dos dados para a Base Nacional do
Programa de Construção de Unidades Básicas de Saúde sistema de Cadastro Nacional vigente se dará após
Fluviais também serão publicados em portaria específica. geração do arquivo pelo sistema de informação defi-
3. Equipes Consultório na Rua nido pelo Ministério da Saúde para à Atenção Básica.
Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos
Consultórios na Rua implantadas serão transferidos a cada

35
Os valores dos componentes descritos acima serão de- nal de Saúde - FNS/SE/MS poderá efetuar crédito retroa-
finidos em portarias específicas pelo Ministério da Saúde. tivo dos incentivos financeiros deste recurso variável (C),
Sobre a suspensão do repasse dos recursos referentes com base em solicitação da Secretaria de Atenção à Saúde
ao item D - SAS/MS. Esta retroatividade se limitará aos seis meses an-
O Ministério da Saúde suspenderá os repasses dos in- teriores ao mês em curso.
centivos referentes às equipes e aos serviços citados acima, Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o
nos casos em que forem constatadas, por meio do monito- Distrito Federal deverão:
ramento e/ou da supervisão direta do Ministério da Saúde I - preencher a planilha constante do Anexo III a esta
ou da Secretaria Estadual de Saúde ou por auditoria do DE- Portaria, para informar o tipo de incentivo financeiro
NASUS ou dos órgãos de controle competentes, qualquer que não foi creditado no Fundo Municipal de Saúde
uma das seguintes situações: ou do Distrito Federal, discriminando a competência
I - inexistência de unidade básica de saúde cadastrada financeira correspondente e identificando a equipe,
para o trabalho das equipes e/ou; com os respectivos profissionais que a compõem;
II - ausência, por um período superior a 60 dias, de qual- II - imprimir o relatório de produção das equipes de
quer um dos profissionais que compõem as equipes atenção básica, referente à equipe e ao mês traba-
descritas no item D, com exceção dos períodos em lhado que não geraram a transferência dos recursos;
que a contratação de profissionais esteja impedida e
por legislação específica, e/ou; III - enviar ofício à Secretaria de Saúde de seu estado,
III - descumprimento da carga horária mínima prevista pleiteando a complementação de crédito, acompa-
para os profissionais das equipes; e nhado da planilha referida no item I e do relatório
IV - ausência de alimentação de dados no Sistema de de produção correspondente. No caso do Distrito
Informação definidos pelo Ministério da saúde que Federal, o ofício deverá ser encaminhado ao Depar-
comprovem o início de suas atividades. tamento de Atenção Básica da SAS/MS.
Especificamente para as equipes de saúde da família As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem a
com os profissionais de saúde bucal: documentação recebida dos municípios, deverão enca-
As equipes de Saúde da Família que sofrerem suspen- minhar ao Departamento de Atenção Básica da SAS/MS
são de recurso, por falta de profissional médico, enfermeiro solicitação de complementação de crédito dos incentivos
ou técnico/auxiliar de enfermagem conforme previsto aci- tratados nesta Portaria, acompanhada dos documentos re-
ma, poderão manter os incentivos financeiros específicos feridos nos itens I e II.
para saúde bucal, conforme modalidade de implantação, A Secretaria de Atenção à Saúde - SAS/MS, por meio
contanto que adotem procedimento do SCNES preconiza- do Departamento de Atenção Básica, procederá à análise
dos pelo Ministério da Saúde. das solicitações recebidas, verificando a adequação da do-
Especificamente para o NASF: cumentação enviada, se houve suspensão do crédito em
I - inexistência de no mínimo 02 (duas) Equipes de Saú- virtude da constatação de irregularidade no funcionamen-
de da Família/Equipes de Atenção Básica para popu- to das equipes e se a situação de qualificação do município
lações específicas, vinculadas ao NASF 1 para mu- ou do Distrito Federal, na competência reclamada, permite
nicípios com menos de 100.000 hab. da Amazônia o repasse dos recursos pleiteados.
Legal ou; E) Recursos condicionados a resultados e avaliação do
II - inexistência de no mínimo 04 (quatro) Equipes de aces-so e da qualidade, tal como o do Programa Na-
Saúde da Família/Equipes de Atenção Básica para cional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ)
populações específicas, vinculadas ao NASF 1 no res- Há um esforço do Ministério da Saúde em fazer com
tante do País ou; e que parte dos recursos induzam a ampliação do acesso, a
III - inexistência de no mínimo 01 (uma) Equipes de Saú- qualificação do serviço e a melhoria da atenção à saúde da
de da Família/Equipes de Atenção Básica para popu- população. Estes recursos devem ser repassados em fun-
lações específicas, vinculadas ao NASF 2. ção de programas que avaliem a implantação de processos
e a melhoria de resultados como o Programa Nacional de
Sendo consideradas para esse fim as Equipes completas Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ).
de Saúde da Família/Equipes de Atenção Básica para popu- O PMAQ tem como objetivo ampliar o acesso e a qua-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

lações específicas, ou equipes incompletas por período de lidade do cuidado na atenção básica. Ele se dará através
até 60 (sessenta) dias. de monitoramento e avaliação da atenção básica, e está
Especificamente para os Consultórios na Rua: atrelado a um incentivo financeiro para as gestões munici-
Ausência de vinculação a Equipe de Saúde Bucal cadas- pais que aderirem ao programa. O incentivo de qualidade
trada para o trabalho das equipes; é variável e dependente dos resultados alcançados pelas
Da solicitação de crédito retroativo dos recursos refe- equipes e pela gestão municipal. Este incentivo será trans-
rentes ao item D ferido a cada mês, tendo como base o número de equipes
Considerando a ocorrência de problemas na alimenta- cadastradas no programa e os critérios definidos em por-
ção do SCNES, por parte dos estados, Distrito Federal e dos taria específica do PMAQ.
municípios na transferência dos arquivos, realizada pelos
municípios, o Distrito Federal e os estados, o Fundo Nacio-

36
Requisitos mínimos para manutenção da transferên- V - Descrição das principais ações a serem desenvolvi-
cia dos recursos do Bloco da Atenção Básica. das pelas equipes no âmbito da Atenção Básica, es-
pecialmente nas áreas prioritárias definidas no âm-
Os requisitos mínimos para a manutenção da transfe- bito nacional;
rência do Bloco da Atenção Básica são aqueles definidos
pela legislação federal do SUS. VI - Processo de gerenciamento e apoio institucional ao
O Plano de Saúde municipal ou do Distrito Federal, e trabalho das equipes;
a programação anual de saúde aprovado pelo respectivo
Conselho de Saúde, deve especificar a proposta de organi- VII -A forma de recrutamento, seleção e contratação
zação da Atenção Básica e explicitar como serão utilizados dos profissionais das equipes, contemplando o cum-
os recursos do Bloco da Atenção Básica. primento da carga horária definida para cada profis-
O Relatório de Gestão deverá demonstrar como a apli- sional das equipes;
cação dos recursos financeiros resultou em ações de saúde
VIII - Implantação do sistema de Informação para aten-
para a população, incluindo quantitativos mensais e anuais
ção básica vigente no momento da implantação da
de produção de serviços de Atenção Básica.
equipe da Atenção Básica, incluindo recursos huma-
Da suspensão do repasse de recursos do Bloco da Aten- nos e materiais para operá-lo;
ção Básica
O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recur- IX - Processo de avaliação do trabalho das equipes e
sos do Bloco da Atenção Básica aos municípios e ao Distri- a forma de acompanhamento dos indicadores da
to Federal, quando: Atenção Básica;

I - Não houver alimentação regular, por parte dos mu- X - A contrapartida de recursos dos municípios e do
nicípios e do Distrito Federal, dos bancos de dados Distrito Federal; e
nacionais de informação, relacionados na portaria
no. 3462 de 11 de novembro de 2010; e XI - No caso das equipes do NASF: os profissionais que
II-Forem detectados, por meio de auditoria federal ou vão compor os NASF, incluindo as justificativas da
estadual, malversação ou desvio de finalidade na uti- escolha, as identificação das Equipes que cada nú-
lização dos recursos. cleo vai apoiar, o planejamento e/ou a previsão de
A suspensão será mantida até a adequação das irregu- agenda compartilhada entre as diferentes equipes e
laridades identificadas. a equipe dos NASF, que incluam ações individuais e
coletivas, de assistência, de apoio pedagógico tanto
ANEXO II das equipes quanto da comunidade e as ações de vi-
sita domiciliar, em qual(ais) UBS. O NASF será cadas-
O projeto de implantação das equipes de Saúde da Fa- trado SCNES de acordo com o número de equipes
mília e/ou equipes de saúde bucal, equipes de agentes co- que a ele está vinculado.
munitários, das Equipes de atenção básica para populações
específicas e dos Núcleos de apoio a saúde da família deve
conter: PORTARIA Nº 399/GM DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006

Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do


I - O território a ser coberto, com estimativa da popula-
SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto.
ção residente, definição do número de equipes que
deverão atuar e com o mapeamento das áreas;
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no uso
de suas atribuições, e
II - Infraestrutura incluindo área física, equipamentos e Considerando o disposto no art. 198 da Constituição
materiais disponíveis nas UBS onde atuarão as equi- Federal de 1988, que estabelece as ações e serviços públi-
pes, explicitando o número e o local das unidades cos que integram uma rede regionalizada e hierarquizada
onde irão atuar cada uma das equipes; e constituem o Sistema Único de Saúde - SUS;
Considerando o art. 7º da Lei nº 8080/90 dos princípios
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

III - O fluxo dos usuários para garantia da referência e diretrizes do SUS de universalidade do acesso, integrali-
e contra-referência e cuidado em outros pontos de dade da atenção e descentralização político-administrativa
atenção, incluindo apoio diagnóstico laboratorial e com direção única em cada esfera de governo;
de imagem, levando em conta os padrões mínimos Considerando a necessidade de qualificar e implemen-
de oferta de serviços de acordo com RENASES e pro- tar o processo de descentralização, organização e gestão
tocolos estabelecidos pelos municípios, estados e do SUS à luz da evolução do processo de pactuação inter-
pelo Ministério da Saúde; gestores;
Considerando a necessidade do aprimoramento do
IV - A proposta para garantia da assistência farmacêu- processo de pactuação intergestores objetivando a quali-
tica básica; ficação, o aperfeiçoamento e a definição das responsabili-

37
dades sanitárias e de gestão entre os entes federados no Sexualmente Transmissíveis/AIDS, na implementação do
âmbito do SUS; Programa Nacional de Imunização e no atendimento rela-
Considerando a necessidade de definição de compro- tivo à Atenção Básica. O SUS é avaliado positivamente pe-
misso entre os gestores do SUS em torno de prioridades los que o utilizam rotineiramente e está presente em todo
que apresentem impacto sobre a situação de saúde da po- território nacional.
pulação brasileira; Ao longo de sua história houve muitos avanços e tam-
Considerando o compromisso com a consolidação e o bém desafios permanentes a superar. Isso tem exigido, dos
avanço do processo de Reforma Sanitária Brasileira, explici- gestores do SUS, um movimento constante de mudanças,
tada na defesa dos princípios do SUS; pela via das reformas incrementais. Contudo, esse modelo
Considerando a aprovação das Diretrizes Operacionais parece ter se esgotado, de um lado, pela dificuldade de
do Pacto pela Saúde em 2006 – Consolidação do SUS na imporem-se normas gerais a um país tão grande e desi-
reunião da Comissão Intergestores Tripartite realizada no gual; de outro, pela sua fixação em conteúdos normativos
de caráter técnico-processual, tratados, em geral, com de-
dia 26 de janeiro de 2006; e
talhamento excessivo e enorme complexidade.
Considerando a aprovação das Diretrizes Operacionais
Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas,
do Pacto pela Saúde em 2006 – Consolidação do SUS, na
os gestores do SUS assumem o compromisso público da
reunião do Conselho Nacional de Saúde realizada no dia 9 construção do PACTO PELA SAÚDE 2006, que será anual-
de fevereiro de 2006, resolve: mente revisado, com base nos princípios constitucionais do
Art. 1º - Dar divulgação ao Pacto pela Saúde 2006 – SUS, ênfase nas necessidades de saúde da população e que
Consolidação do SUS, na forma do Anexo I a esta por- implicará o exercício simultâneo de definição de priorida-
taria. des articuladas e integradas nos três componentes: Pacto
Art 2º - Aprovar as Diretrizes Operacionais do Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do
pela Saúde em 2006 – Consolidação do SUS com seus SUS.
três componentes: Pactos Pela Vida, em Defesa do SUS e Estas prioridades são expressas em objetivos e metas
de Gestão, na forma do Anexo II a esta Portaria. no Termo de Compromisso de Gestão e estão detalhadas
Art. 3º - Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de no documento Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saú-
Compromisso de Gestão constante nas Diretrizes Opera- de 2006
cionais do Pacto pela Saúde 2006, as mesmas prerroga-
tivas e responsabilidades dos municípios e estados que I – O PACTO PELA VIDA:
estão habilitados em Gestão Plena do Sistema, conforme
estabelecido na Norma Operacional Básica - NOB SUS O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de
01/96 e na Norma Operacional da Assistência à Saúde compromissos sanitários, expressos em objetivos de pro-
- NOAS SUS 2002. cessos e resultados e derivados da análise da situação de
Art. 4º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua saúde do País e das prioridades definidas pelos governos
publicação. federal, estaduais e municipais.
Significa uma ação prioritária no campo da saúde que
JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA deverá ser executada com foco em resultados e com a ex-
plicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e
ANEXO I financeiros para o alcance desses resultados.

PACTO PELA SAÚDE 2006 As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos
para 2006 são:
Consolidação do SUS
SAÚDE DO IDOSO:
Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa,
O Sistema Único de Saúde - SUS é uma política pública buscando a atenção integral.
que acaba de completar uma década e meia de existên-
cia. Nesses poucos anos, foi construído no Brasil, um sóli- CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA:
do sistema de saúde que presta bons serviços à população Contribuir para a redução da mortalidade por câncer de
brasileira. colo do útero e de mama.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

O SUS tem uma rede de mais de 63 mil unidades am-


bulatoriais e de cerca de 6 mil unidades hospitalares, com MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA:
mais de 440 mil leitos. Sua produção anual é aproxima- Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infan-
damente de 12 milhões de internações hospitalares; 1 bi- til por doença diarréica e por pneumonias.
lhão de procedimentos de atenção primária à saúde; 150 DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE
milhões de consultas médicas; 2 milhões de partos; 300 NA DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E
milhões de exames laboratoriais; 132 milhões de atendi- INFLUENZA
mentos de alta complexidade e 14 mil transplantes de ór- Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saú-
gãos. Além de ser o segundo país do mundo em número de às doenças emergentes e endemias.
de transplantes, o Brasil é reconhecido internacionalmente
pelo seu progresso no atendimento universal às Doenças

38
PROMOÇÃO DA SAÚDE: pios, promovendo um choque de descentralização, acom-
Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção panhado da desburocratização dos processos normativos.
da Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por Reforça a territorialização da saúde como base para orga-
parte da população brasileira, de forma a internalizar a res- nização dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias e
ponsabilidade individual da prática de atividade física re- instituindo colegiados de gestão regional.
gula,r alimentação saudável e combate ao tabagismo. Reitera a importância da participação e do controle so-
cial com o compromisso de apoio à sua qualificação.
ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE Explicita as diretrizes para o sistema de financiamen-
Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família to público tripartite: busca critérios de alocação eqüitati-
como modelo de atenção básica à saúde e como centro va dos recursos; reforça os mecanismos de transferência
ordenador das redes de atenção à saúde do SUS. fundo a fundo entre gestores; integra em grandes blocos
o financiamento federal e estabelece relações contratuais
II – O PACTO EM DEFESA DO SUS: entre os entes federativos.
As prioridades do Pacto de Gestão são:
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e
articuladas pelas três instâncias federativas no sentido de DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABILIDA-
DE SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTORA DO SUS: fe-
reforçar o SUS como política de Estado mais do que polí-
deral, estadual e municipal, superando o atual processo de
tica de governos; e de defender, vigorosamente, os princí-
habilitação.
pios basilares dessa política pública, inscritos na Constitui-
ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS,
ção Federal. com ênfase na Descentralização; Regionalização; Finan-
A concretização desse Pacto passa por um movimen- ciamento; Programação Pactuada e Integrada; Regulação;
to de repolitização da saúde, com uma clara estratégia de Participação e Controle Social; Planejamento; Gestão do
mobilização social envolvendo o conjunto da sociedade Trabalho e Educação na Saúde.
brasileira, extrapolando os limites do setor e vinculada ao Este PACTO PELA SAÚDE 2006 aprovado pelos gestores
processo de instituição da saúde como direito de cidada- do SUS na reunião da Comissão Intergestores Tripartite do
nia, tendo o financiamento público da saúde como um dos dia 26 de janeiro de 2006, é abaixo assinado pelo Ministro
pontos centrais. da Saúde, o Presidente do Conselho Nacional de Secretá-
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são: rios de Saúde - CONASS e o Presidente do Conselho Na-
cional de Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS e
IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MO- será operacionalizado por meio do documento de Diretri-
BILIZAÇÃO SOCIAL COM A FINALIDADE DE: zes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006.
Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS Ministério da Saúde
como sistema público universal garantidor desses direitos; Conselho Nacional de Secretários de Saúde-CONASS
Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saú-
Constitucional nº 29, pelo Congresso Nacional; de-CONASEMS
Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos or-
çamentários e financeiros para a saúde. Anexo II
Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orça-
mentos das três esferas de gestão, explicitando o compro- DIRETRIZES OPERACIONAIS DO PACTO PELA SAÚDE
misso de cada uma delas. EM 2006 – CONSOLIDAÇÃO DO SUS

ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS Transcorridas quase duas décadas do processo de insti-
DOS USUÁRIOS DO SUS tucionalização do Sistema Único de Saúde, a sua implanta-
ção e implementação evoluíram muito, especialmente em
relação aos processos de descentralização e municipaliza-
III – O PACTO DE GESTÃO DO SUS
ção das ações e serviços de saúde. O processo de descen-
tralização ampliou o contato do Sistema com a realidade
O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades cla- social, política e administrativa do país e com suas especifi-
ras de cada ente federado de forma a diminuir as com- cidades regionais, tornando-se mais complexo e colocando
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

petências concorrentes e a tornar mais claro quem deve os gestores a frente de desafios que busquem superar a
fazer o quê, contribuindo, assim, para o fortalecimento da fragmentação das políticas e programas de saúde através
gestão compartilhada e solidária do SUS. da organização de uma rede regionalizada e hierarquizada
Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível: o Bra- de ações e serviços e da qualificação da gestão.
sil é um país continental e com muitas diferenças e iniqüi- Frente a esta necessidade, o Ministério da Saúde, o
dades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais é Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e
necessário avançar na regionalização e descentralização do o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
SUS, a partir de uma unidade de princípios e uma diver- - CONASEMS, pactuaram responsabilidades entre os três
sidade operativa que respeite as singularidades regionais. gestores do SUS, no campo da gestão do Sistema e da
Esse Pacto radicaliza a descentralização de atribuições atenção à saúde. O documento a seguir contempla o pac-
do Ministério da Saúde para os estados, e para os municí-

39
to firmado entre os três gestores do SUS a partir de uma Provimento de recursos capazes de assegurar qualida-
unidade de princípios que, guardando coerência com a di- de da atenção à saúde da pessoa idosa;
versidade operativa, respeita as diferenças loco-regionais, Fortalecimento da participação social;
agrega os pactos anteriormente existentes, reforça a orga- Formação e educação permanente dos profissionais de
nização das regiões sanitárias instituindo mecanismos de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa;
co-gestão e planejamento regional, fortalece os espaços e Divulgação e informação sobre a Política Nacional de
mecanismos de controle social, qualifica o acesso da popu- Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gesto-
lação a atenção integral à saúde, redefine os instrumentos res e usuários do SUS;
de regulação, programação e avaliação, valoriza a macro Promoção de cooperação nacional e internacional das
função de cooperação técnica entre os gestores e propõe experiências na atenção à saúde da pessoa idosa;
um financiamento tripartite que estimula critérios de equi- Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
dade nas transferências fundo a fundo.
A implantação desse Pacto, nas suas três dimensões - Ações estratégicas:
Pacto pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto em Defesa do Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - Instrumento de
SUS - possibilita a efetivação de acordos entre as três es- cidadania com informações relevantes sobre a saúde da
feras de gestão do SUS para a reforma de aspectos institu- pessoa idosa, possibilitando um melhor acompanhamento
cionais vigentes, promovendo inovações nos processos e por parte dos profissionais de saúde.
instrumentos de gestão que visam alcançar maior efetivi- Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa Idosa
dade, eficiência e qualidade de suas respostas e ao mesmo - Para indução de ações de saúde, tendo por referência as
tempo, redefine responsabilidades coletivas por resultados diretrizes contidas na Política Nacional de Saúde da Pessoa
sanitários em função das necessidades de saúde da popu- Idosa.
lação e na busca da equidade social. Programa de Educação Permanente à Distância - Im-
plementar programa de educação permanente na área do
I – PACTO PELA VIDA envelhecimento e saúde do idoso, voltado para profissio-
nais que trabalham na rede de atenção básica em saúde,
O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores contemplando os conteúdos específicos das repercussões
do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto do processo de envelhecimento populacional para a saúde
sobre a situação de saúde da população brasileira. individual e para a gestão dos serviços de saúde.
A definição de prioridades deve ser estabelecida atra- Acolhimento - Reorganizar o processo de acolhimen-
vés de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais. to à pessoa idosa nas unidades de saúde, como uma das
Prioridades estaduais ou regionais podem ser agregadas às estratégias de enfrentamento das dificuldades atuais de
prioridades nacionais, conforme pactuação local. acesso.
Os estados/região/município devem pactuar as ações Assistência Farmacêutica - Desenvolver ações que visem
qualificar a dispensação e o acesso da população idosa.
necessárias para o alcance das metas e dos objetivos pro-
Atenção Diferenciada na Internação - Instituir avaliação
postos.
geriátrica global realizada por equipe multidisciplinar, a
São seis as prioridades pactuadas:
toda pessoa idosa internada em hospital que tenha aderi-
do ao Programa de Atenção Domiciliar.
Saúde do idoso;
Atenção domiciliar – Instituir esta modalidade de pres-
Controle do câncer de colo de útero e de mama;
tação de serviços ao idoso, valorizando o efeito favorável
Redução da mortalidade infantil e materna;
do ambiente familiar no processo de recuperação de pa-
Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças cientes e os benefícios adicionais para o cidadão e o siste-
emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hansenía- ma de saúde.
se, tuberculose, malária e influenza;
Promoção da Saúde; B– CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE
Fortalecimento da Atenção Básica. MAMA:
Objetivos e metas para o Controle do Câncer de Colo
A – SAÚDE DO IDOSO de Útero:
Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a pes- Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

soa com 60 anos ou mais. do colo de útero, conforme protocolo, em 2006.


Incentivo da realização da cirurgia de alta freqüência
O trabalho nesta área deve seguir as seguintes dire- técnica que utiliza um instrumental especial para a retirada
trizes: de lesões ou parte do colo uterino comprometidas (com
Promoção do envelhecimento ativo e saudável; lesões intra-epiteliais de alto grau) com menor dano pos-
Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; sível, que pode ser realizada em ambulatório, com paga-
Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade mento diferenciado, em 2006.
da atenção;
A implantação de serviços de atenção domiciliar; Metas para o Controle do Câncer de mama:
O acolhimento preferencial em unidades de saúde, res- Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, confor-
peitado o critério de risco; me protocolo.

40
Realizar a punção em 100% dos casos necessários, con- brasileira de forma a internalizar a responsabilidade indi-
forme protocolo. vidual da prática de atividade física regular, alimentação
adequada e saudável e combate ao tabagismo;
C – REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E IN- Articular e promover os diversos programas de promo-
FANTIL: ção de atividade física já existentes e apoiar a criação de
outros;
1 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade Promover medidas concretas pelo hábito da alimenta-
infantil ção saudável;
Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em 2006.
Elaborar e pactuar a Política Nacional de Promoção da
Reduzir em 50% os óbitos por doença diarréica e 20%
Saúde que contemple as especificidades próprias dos es-
por pneumonia, em 2006.
Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para a tados e municípios devendo iniciar sua implementação em
qualificação da atenção as doenças prevalentes. 2006;
Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos
municípios com população acima de 80.000 habitantes, em F – FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA
2006.
Objetivos
Objetivos e metas para a redução da mortalidade ma- Assumir a estratégia de saúde da família como estra-
terna tégia prioritária para o fortalecimento da atenção básica,
Reduzir em 5% a razão de mortalidade materna, em devendo seu desenvolvimento considerar as diferenças lo-
2006. co-regionais.
Garantir insumos e medicamentos para tratamento das Desenvolver ações de qualificação dos profissionais da
síndromes hipertensivas no parto. atenção básica por meio de estratégias de educação per-
Qualificar os pontos de distribuição de sangue para que manente e de oferta de cursos de especialização e residên-
atendam as necessidades das maternidades e outros locais cia multiprofissional e em medicina da família.
de parto. Consolidar e qualificar a estratégia de saúde da família
nos pequenos e médios municípios.
D – FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE RESPOS- Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da família nos
TAS ÀS DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊN- grandes centros urbanos.
FASE NA DENGUE, HANSENIASE, TUBERCULOSE, MA- Garantir a infra-estrutura necessária ao funcionamento
LARIA E INFLUENZA. das Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de recursos
materiais, equipamentos e insumos suficientes para o con-
Objetivos e metas para o Controle da Dengue junto de ações propostas para esses serviços.
Garantir o financiamento da Atenção Básica como res-
Plano de Contingência para atenção aos pacientes, ela- ponsabilidade das três esferas de gestão do SUS.
borado e implantado nos municípios prioritários, em 2006; Aprimorar a inserção dos profissionais da Atenção Bá-
Reduzir a menos de 1% a infestação predial por Aedes sica nas redes locais de saúde, por meio de vínculos de
aegypti em 30% dos municípios prioritários ate 2006; trabalho que favoreçam o provimento e fixação dos pro-
fissionais.
2 - Meta para a Eliminação da Hanseníase: Implantar o processo de monitoramento e avaliação da
Atingir o patamar de eliminação enquanto problema de Atenção Básica nas três esferas de governo, com vistas à
saúde pública, ou seja, menos de 1 caso por 10.000 habi- qualificação da gestão descentralizada.
tantes em todos os municípios prioritários, em 2006. Apoiar diferentes modos de organização e fortaleci-
mento da Atenção Básica que considere os princípios da
3 - Metas para o Controle da Tuberculose: estratégia de Saúde da Família, respeitando as especifici-
Atingir pelo menos 85% de cura de casos novos de tu- dades loco-regionais.
berculose bacilífera diagnosticados a cada ano;
II - PACTO EM DEFESA DO SUS
4- Meta para o Controle da Malária
Reduzir em 15% a Incidência Parasitária Anual, na re- A – DIRETRIZES
gião da Amazônia Legal, em 2006; O trabalho dos gestores das três esferas de governo e
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

dos outros atores envolvidos dentro deste Pacto deve con-


5 – Objetivo para o controle da Influenza siderar as seguintes diretrizes:
Implantar plano de contingência, unidades sentinelas e Expressar os compromissos entre os gestores do SUS
o sistema de informação - SIVEP-GRIPE, em 2006. com a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira, expli-
E – PROMOÇÃO DA SAÚDE citada na defesa dos princípios do Sistema Único de Saúde
estabelecidos na Constituição Federal.
Objetivos: Desenvolver e articular ações, no seu âmbito de compe-
Elaborar e implementar uma Política de Promoção da tência e em conjunto com os demais gestores, que visem
Saúde, de responsabilidade dos três gestores; qualificar e assegurar o Sistema Único de Saúde como po-
Enfatizar a mudança de comportamento da população lítica pública.

41
O Pacto em Defesa do SUS deve se firmar através de permanente para as Comissões Intergestores Bipartite;
iniciativas que busquem: O detalhamento deste processo, no que se refere à des-
A repolitização da saúde, como um movimento que centralização de ações realizadas hoje pelo Ministério da
retoma a Reforma Sanitária Brasileira aproximando-a dos Saúde, será objeto de portaria específica.
desafios atuais do SUS; Regionalização
A Promoção da Cidadania como estratégia de mobili- A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único de
zação social tendo a questão da saúde como um direito; Saúde e um eixo estruturante do Pacto de Gestão e deve
A garantia de financiamento de acordo com as necessi- orientar a descentralização das ações e serviços de saúde e
dades do Sistema; os processos de negociação e pactuação entre os gestores.
Os principais instrumentos de planejamento da Regio-
Ações do Pacto em Defesa do SUS: nalização são o Plano Diretor de Regionalização – PDR, o
As ações do Pacto em Defesa do SUS devem contem- Plano Diretor de Investimento – PDI e a Programação Pac-
plar: tuada e Integrada da Atenção em Saúde – PPI, detalhados
Articulação e apoio à mobilização social pela promoção no corpo deste documento.
e desenvolvimento da cidadania, tendo a questão da saúde O PDR deverá expressar o desenho final do processo
como um direito; de identificação e reconhecimento das regiões de saúde,
Estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos em suas diferentes formas, em cada estado e no Distrito
limites institucionais do SUS; Federal, objetivando a garantia do acesso, a promoção da
Ampliação e fortalecimento das relações com os movi- equidade, a garantia da integralidade da atenção, a quali-
mentos sociais, em especial os que lutam pelos direitos da ficação do processo de descentralização e a racionalização
saúde e cidadania; de gastos e otimização de recursos.
Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Para auxiliar na função de coordenação do processo de
Usuários do SUS; regionalização, o PDR deverá conter os desenhos das re-
Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso Nacional, des regionalizadas de atenção à saúde, organizadas dentro
com aprovação do PL nº 01/03, já aprovado e aprimorado dos territórios das regiões e macrorregiões de saúde, em
em três comissões da Câmara dos Deputados; articulação com o processo da Programação Pactuada In-
Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos or- tegrada.
çamentos das três esferas de gestão, explicitando o com- O PDI deve expressar os recursos de investimentos para
promisso de cada uma delas em ações e serviços de saúde atender as necessidades pactuadas no processo de pla-
de acordo com a Constituição Federal. nejamento regional e estadual. No âmbito regional deve
refletir as necessidades para se alcançar a suficiência na
III - PACTO DE GESTÃO atenção básica e parte da média complexidade da assis-
tência, conforme desenho regional e na macrorregião no
Estabelece Diretrizes para a gestão do sistema nos as- que se refere à alta complexidade. Deve contemplar tam-
pectos da Descentralização; Regionalização; Financiamen- bém as necessidades da área da vigilância em saúde e ser
to; Planejamento; Programação Pactuada e Integrada – PPI; desenvolvido de forma articulada com o processo da PPI e
Regulação; Participação Social e Gestão do Trabalho e da do PDR.
Educação na Saúde.
DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS Objetivos da Regionalização:
Premissas da descentralização
Buscando aprofundar o processo de descentralização, Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e
com ênfase numa descentralização compartilhada, são fi- serviços de saúde cuja complexidade e contingente popu-
xadas as seguintes premissas, que devem orientar este pro- lacional transcenda a escala local/municipal;
cesso: Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais
Cabe ao Ministério da Saúde a proposição de políticas, e territoriais e promover a eqüidade, ampliando a visão
participação no co-financiamento, cooperação técnica, nacional dos problemas, associada à capacidade de diag-
avaliação, regulação, controle e fiscalização, além da me- nóstico e decisão loco-regional, que possibilite os meios
diação de conflitos; adequados para a redução das desigualdades no acesso às
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Descentralização dos processos administrativos relati- ações e serviços de saúde existentes no país;
vos à gestão para as Comissões Intergestores Bipartite; Garantir a integralidade na atenção a saúde, ampliando
As Comissões Intergestores Bipartite são instâncias de o conceito de cuidado à saúde no processo de reordena-
pactuação e deliberação para a realização dos pactos in- mento das ações de promoção, prevenção, tratamento e
traestaduais e a definição de modelos organizacionais, a reabilitação com garantia de acesso a todos os níveis de
partir de diretrizes e normas pactuadas na Comissão Inter- complexidade do sistema;
gestores Tripartite; Potencializar o processo de descentralização, fortale-
As deliberações das Comissões Intergestores Bipartite e cendo estados e municípios para exercerem papel de ges-
Tripartite devem ser por consenso; tores e para que as demandas dos diferentes interesses
A Comissão Intergestores Tripartite e o Ministério da loco-regionais possam ser organizadas e expressadas na
Saúde promoverão e apoiarão processo de qualificação região;

42
Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, possibili- Regiões Fronteiriças, conformadas a partir de municí-
tando ganho em escala nas ações e serviços de saúde de pios limítrofes com países vizinhos.
abrangência regional. Nos casos de regiões fronteiriças o Ministério da Saúde
deve envidar esforços no sentido de promover articulação
- Regiões de Saúde entre os países e órgãos envolvidos, na perspectiva de im-
plementação do sistema de saúde e conseqüente organiza-
As Regiões de Saúde são recortes territoriais inseridos ção da atenção nos municípios fronteiriços, coordenando e
em um espaço geográfico contínuo, identificadas pelos fomentando a constituição dessas Regiões e participando
gestores municipais e estaduais a partir de identidades cul- do colegiado de gestão regional.
turais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e - Mecanismos de Gestão Regional
infra-estrutura de transportes compartilhados do território; Para qualificar o processo de regionalização, buscando
A Região de Saúde deve organizar a rede de ações e a garantia e o aprimoramento dos princípios do SUS, os
serviços de saúde a fim de assegurar o cumprimento dos gestores de saúde da Região deverão constituir um espa-
princípios constitucionais de universalidade do acesso, ço permanente de pactuação e co-gestão solidária e coo-
eqüidade e integralidade do cuidado; perativa através de um Colegiado de Gestão Regional. A
A organização da Região de Saúde deve favorecer a denominação e o funcionamento do Colegiado devem ser
ação cooperativa e solidária entre os gestores e o fortaleci- acordados na CIB;
mento do controle social; O Colegiado de Gestão Regional se constitui num espa-
Para a constituição de uma rede de atenção à saúde ço de decisão através da identificação, definição de priori-
regionalizada em uma determinada região, é necessário a dades e de pactuação de soluções para a organização de
pactuação entre todos os gestores envolvidos, do conjun- uma rede regional de ações e serviços de atenção à saúde,
to de responsabilidades não compartilhadas e das ações integrada e resolutiva;
complementares; O Colegiado deve ser formado pelos gestores munici-
O conjunto de responsabilidades não compartilhadas pais de saúde do conjunto de municípios e por represen-
se refere à atenção básica e às ações básicas de vigilância tantes do(s) gestor(es) estadual(ais), sendo as suas deci-
em saúde, que deverão ser assumidas por cada município; sões sempre por consenso, pressupondo o envolvimento e
As ações complementares e os meios necessários para comprometimento do conjunto de gestores com os com-
viabilizá-las deverão ser compartilhados e integrados a fim promissos pactuados.
de garantir a resolutividade e a integralidade de acesso; Nos casos onde as CIB regionais estão constituídas por
Os estados e a união devem apoiar os municípios para representação e não for possível a imediata incorporação
que estes assumam o conjunto de responsabilidades; de todos os municípios da Região de Saúde deve ser pac-
O corte no nível assistencial para delimitação de uma tuado um cronograma de adequação, no menor prazo
Região de Saúde deve estabelecer critérios que propiciem possível, para a inclusão de todos os municípios nos res-
certo grau de resolutividade àquele território, como sufi- pectivos colegiados regionais.
ciência em atenção básica e parte da média complexidade; O Colegiado deve instituir processo de planejamento
Quando a suficiência em atenção básica e parte da mé- regional, que defina as prioridades, as responsabilidades
dia complexidade não forem alcançadas deverá ser consi- de cada ente, as bases para a programação pactuada in-
derada no planejamento regional a estratégia para o seu tegrada da atenção a saúde, o desenho do processo re-
estabelecimento, junto com a definição dos investimentos, gulatório, as estratégias de qualificação do controle social,
quando necessário; as linhas de investimento e o apoio para o processo de
O planejamento regional deve considerar os parâme- planejamento local.
tros de incorporação tecnológica que compatibilizem eco- O planejamento regional, mais que uma exigência for-
nomia de escala com eqüidade no acesso; mal, deverá expressar as responsabilidades dos gestores
Para garantir a atenção na alta complexidade e em par- com a saúde da população do território e o conjunto de
te da média, as Regiões devem pactuar entre si arranjos objetivos e ações que contribuirão para a garantia do aces-
inter-regionais, com agregação de mais de uma Região em so e da integralidade da atenção, devendo as prioridades e
uma macrorregião; responsabilidades definidas regionalmente estar refletidas
O ponto de corte da média complexidade que deve es- no plano de saúde de cada município e do estado;
tar na Região ou na macrorregião deve ser pactuado na Os colegiados de gestão regional deverão ser apoiados
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

CIB, a partir da realidade de cada estado. Em alguns esta- através de câmaras técnicas permanentes que subsidiarão
dos com mais adensamento tecnológico, a alta complexi- com informações e análises relevantes.
dade pode estar contemplada dentro de uma Região. - Etapas do Processo de Construção da Regionalização
As regiões podem ter os seguintes formatos: - Critérios para a composição da Região de Saúde, ex-
Regiões intraestaduais, compostas por mais de um mu- pressa no PDR:
Contigüidade entre os municípios;
nicípio, dentro de um mesmo estado;
Respeito à identidade expressa no cotidiano social, eco-
Regiões Intramunicipais, organizadas dentro de um
nômico e cultural;
mesmo município de grande extensão territorial e densi-
Existência de infra-estrutura de transportes e de redes
dade populacional; de comunicação, que permita o trânsito das pessoas entre
Regiões Interestaduais, conformadas a partir de municí- os municípios;
pios limítrofes em diferentes estados;

43
Existência de fluxos assistenciais que devem ser altera- As Regiões Fronteiriças deverão ser reconhecidas nas
dos, se necessário, para a organização da rede de atenção respectivas Comissões Intergestores Bipartite e encami-
à saúde; nhadas para homologação na Comissão Intergestores Tri-
Considerar a rede de ações e serviços de saúde, onde: partite.
Todos os municípios se responsabilizam pela atenção O desenho das Regiões intra e interestaduais deve ser
básica e pelas ações básicas de vigilância em saúde; submetida a aprovação pelos respectivos Conselhos Esta-
O desenho da região propicia relativo grau de resolu- duais de Saúde.
tividade àquele território, como a suficiência em Atenção Financiamento do Sistema Único de Saúde
Básica e parte da Média Complexidade.
A suficiência está estabelecida ou a estratégia para al- São princípios gerais do financiamento para o Sistema
cançá-la está explicitada no planejamento regional, con- Único de Saúde:
tendo, se necessário, a definição dos investimentos.
O desenho considera os parâmetros de incorporação
Responsabilidade das três esferas de gestão – União,
tecnológica que compatibilizem economia de escala com
Estados e Municípios pelo financiamento do Sistema Único
eqüidade no acesso.
de Saúde;
O desenho garante a integralidade da atenção e para
isso as Regiões devem pactuar entre si arranjos inter-re- Redução das iniqüidades macrorregionais, estaduais e
gionais, se necessário com agregação de mais de uma re- regionais, a ser contemplada na metodologia de alocação
gião em uma macrorregião; o ponto de corte de média e de recursos, considerando também as dimensões étnico-
alta-complexidade na região ou na macroregião deve ser -racial e social;
pactuado na CIB, a partir da realidade de cada estado. Repasse fundo a fundo, definido como modalidade pre-
- Constituição, Organização e Funcionamento do Cole- ferencial de transferência de recursos entre os gestores;
giado de Gestão Regional: Financiamento de custeio com recursos federais cons-
A constituição do colegiado de gestão regional deve tituído, organizados e transferidos em blocos de recursos;
assegurar a presença de todos os gestores de saúde dos O uso dos recursos federais para o custeio fica restrito
municípios que compõem a Região e da representação es- a cada bloco, atendendo as especificidades previstas nos
tadual. mesmos, conforme regulamentação específica;
Nas CIB regionais constituídas por representação, As bases de cálculo que formam cada Bloco e os mon-
quando não for possível a imediata incorporação de todos tantes financeiros destinados para os Estados, Municípios e
os gestores de saúde dos municípios da Região de saúde, Distrito Federal devem compor memórias de cálculo, para
deve ser pactuado um cronograma de adequação, com o fins de histórico e monitoramento.
menor prazo possível, para a inclusão de todos os gestores - Os blocos de financiamento para o custeio são:
nos respectivos colegiados de gestão regionais; Atenção básica
Constituir uma estrutura de apoio ao colegiado, através Atenção de média e alta complexidade
de câmara técnica e eventualmente, grupos de trabalho Vigilância em Saúde
formados com técnicos dos municípios e do estado; Assistência Farmacêutica
Estabelecer uma agenda regular de reuniões; Gestão do SUS
O funcionamento do Colegiado deve ser organizado de Bloco de financiamento para a Atenção Básica
modo a exercer as funções de: O financiamento da Atenção Básica é de responsabi-
Instituir um processo dinâmico de planejamento regio- lidade das três esferas de gestão do SUS, sendo que os
nal
recursos federais comporão o Bloco Financeiro da Atenção
Atualizar e acompanhar a programação pactuada inte-
Básica dividido em dois componentes: Piso da Atenção Bá-
grada de atenção em saúde
sica e Piso da Atenção Básica Variável e seus valores serão
Desenhar o processo regulatório, com definição de flu-
xos e protocolos estabelecidos em Portaria específica, com memórias de cál-
Priorizar linhas de investimento culo anexas.
Estimular estratégias de qualificação do controle social O Piso de Atenção Básica - PAB consiste em um mon-
Apoiar o processo de planejamento local tante de recursos financeiros, que agregam as estratégias
Constituir um processo dinâmico de avaliação e moni- destinadas ao custeio de ações de atenção básica à saúde;
toramento regional Os recursos financeiros do PAB serão transferidos men-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

- Reconhecimento das Regiões salmente, de forma regular e automática, do Fundo Nacio-


As Regiões Intramunicipais deverão ser reconhecidas nal de Saúde aos Fundos de Saúde dos Municípios e do
como tal, não precisando ser homologadas pelas Comis- Distrito Federal.
sões Intergestores. O Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável consis-
As Regiões Intraestaduais deverão ser reconhecidas nas te em um montante financeiro destinado ao custeio de es-
Comissões Intergestores Bipartite e encaminhadas para co- tratégias específicas desenvolvidas no âmbito da Atenção
nhecimento e acompanhamento do MS. Básica em Saúde.
As Regiões Interestaduais deverão ser reconhecidas O PAB Variável passa a ser composto pelo financiamen-
nas respectivas Comissões Intergestores Bipartite e enca- to das seguintes estratégias:
minhadas para homologação da Comissão Intergestores Saúde da Família;
Tripartite. Agentes Comunitários de Saúde;

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Saúde Bucal; ações coletivas visando garantir o controle de riscos sa-
Compensação de especificidades regionais nitários inerentes ao objeto de ação, avançando em ações
Fator de incentivo da Atenção Básica aos Povos Indí- de regulação, controle e avaliação de produtos e serviços
genas associados ao conjunto das atividades.
Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário O Limite Financeiro de Vigilância em Saúde será trans-
Os recursos do PAB Variável serão transferidos ao Mu- ferido em parcelas mensais e o valor da transferência men-
nicípio que aderir e implementar as estratégias específicas sal para cada um dos Estados, Municípios e Distrito Federal,
a que se destina e a utilização desses recursos deve estar bem como o Limite Financeiro respectivo será estabelecido
definida no Plano Municipal de Saúde; em Portaria específica e detalhará os diferentes componen-
O PAB Variável da Assistência Farmacêutica e da Vigi- tes que o formam, com memórias de cálculo anexas.
lância em Saúde passam a compor os seus Blocos de Finan- Comporão ainda, o bloco do financiamento da Vigi-
ciamento respectivos. lância em Saúde – Sub-bloco Vigilância Epidemiológica,
Compensação de Especificidades Regionais é um mon-
os recursos que se destinam às seguintes finalidades, com
tante financeiro igual a 5% do valor mínimo do PAB fixo
repasses específicos:
multiplicado pela população do Estado, para que as CIBs
Fortalecimento da Gestão da Vigilância em Saúde em
definam a utilização do recurso de acordo com as espe-
cificidades estaduais, podendo incluir sazonalidade, mi- Estados e Municípios (VIGISUS II)
grações, dificuldade de fixação de profissionais, IDH, in- Campanhas de Vacinação
dicadores de resultados. Os critérios definidos devem ser Incentivo do Programa DST/AIDS
informados ao plenário da CIT. Os recursos alocados tratados pela Portaria MS/GM nº
1349/2002, deverão ser incorporados ao Limite Financei-
b) Bloco de financiamento para a Atenção de Média e ro de Vigilância em Saúde do Município quando o mesmo
Alta Complexidade comprovar a efetiva contratação dos agentes de campo.
Os recursos correspondentes ao financiamento dos No Componente da Vigilância Sanitária, os recursos do
procedimentos relativos à média e alta complexidade em Termo de Ajuste e Metas – TAM, destinados e não transfe-
saúde compõem o Limite Financeiro da Média e Alta Com- ridos aos estados e municípios, nos casos de existência de
plexidade Ambulatorial e Hospitalar do Distrito Federal, saldo superior a 40% dos recursos repassados no período
dos Estados e dos Municípios. de um semestre, constituem um Fundo de Compensação
Os recursos destinados ao custeio dos procedimentos em VISA, administrado pela ANVISA e destinado ao finan-
pagos atualmente através do Fundo de Ações Estratégi- ciamento de gestão e descentralização da Vigilância Sani-
cas e Compensação – FAEC serão incorporados ao Limite tária.
Financeiro de cada Estado, Município e do Distrito Federal, Em Estados onde o valor per cápita que compõe o TAM
conforme pactuação entre os gestores.
não atinge o teto orçamentário mínimo daquele Estado,
O Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC
a União assegurará recurso financeiro para compor o Piso
se destina, assim, ao custeio de procedimentos, conforme
detalhado a seguir: Estadual de Vigilância Sanitária – PEVISA.
Procedimentos regulados pela CNRAC – Central Nacio-
nal de Regulação da Alta Complexidade; d) Bloco de financiamento para a Assistência Farmacêu-
Transplantes; tica
Ações Estratégicas Emergenciais, de caráter temporário, A Assistência Farmacêutica será financiada pelos três
implementadas com prazo pré-definido; gestores do SUS devendo agregar a aquisição de medica-
Novos procedimentos: cobertura financeira de apro- mentos e insumos e a organização das ações de assistência
ximadamente seis meses, quando da inclusão de novos farmacêutica necessárias, de acordo com a organização de
procedimentos, sem correlação à tabela vigente, até a for- serviços de saúde.
mação de série histórica para a devida agregação ao MAC. O Bloco de financiamento da Assistência Farmacêuti-
ca se organiza em três componentes: Básico, Estratégico e
c) Bloco de financiamento para a Vigilância em Saúde Medicamentos de Dispensação Excepcional.
Os recursos financeiros correspondentes às ações de O Componente Básico da Assistência Farmacêutica
Vigilância em Saúde comporão o Limite Financeiro consiste em financiamento para ações de assistência far-
de Vigilância em Saúde dos Estados, Municípios e do macêutica na atenção básica em saúde e para agravos e
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Distrito Federal e representam o agrupamento das programas de saúde específicos, inseridos na rede de cui-
ações da Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Sa- dados da atenção básica, sendo de responsabilidade dos
nitária; três gestores do SUS.
O Limite Financeiro da Vigilância em Saúde é composto O Componente Básico é composto de uma Parte Fixa e
por dois componentes: da Vigilância Epidemiológica e Am- de uma Parte Variável, sendo:
biental em Saúde e o componente da Vigilância Sanitária Parte Fixa: valor com base per capita para ações de as-
em Saúde; sistência farmacêutica para a Atenção Básica, transferido
O financiamento para as ações de vigilância sanitária Municípios, Distrito Federal e Estados, conforme pactuação
deve consolidar a reversão do modelo de pagamento por nas CIB e com contrapartida financeira dos estados e dos
procedimento, oferecendo cobertura para o custeio de municípios.

45
Parte Variável: valor com base per capita para ações de Planejamento e Orçamento
assistência farmacêutica dos Programas de Hipertensão Programação
e Diabetes, exceto insulina; Asma e Rinite; Saúde Mental; Regionalização
Saúde da Mulher; Alimentação e Nutrição e Combate ao Participação e Controle Social
Tabagismo. Gestão do Trabalho
A parte variável do Componente Básico será transferida Educação em Saúde
ao município ou estado, conforme pactuação na CIB, à me- Incentivo à Implementação de políticas específicas
dida que este implementa e organiza os serviços previstos Os recursos referentes a este Bloco serão transferidos
pelos Programas específicos. fundo a fundo e regulamentados por portaria específica.
O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica - Financiamento para Investimentos
consiste em financiamento para ações de assistência far- Os recursos financeiros de investimento devem ser alo-
macêutica de programas estratégicos. cados com vistas á superação das desigualdades de acesso
O financiamento e o fornecimento de medicamentos, e à garantia da integralidade da atenção à saúde.
produtos e insumos para os Programas Estratégicos são de Os investimentos deverão priorizar a recuperação, a re-
responsabilidade do Ministério da Saúde e reúne: -adequação e a expansão da rede física de saúde e a cons-
Controle de Endemias: Tuberculose, Hanseníase, Malá- tituição dos espaços de regulação.
ria e Leischmaniose, Chagas e outras doenças endêmicas Os projetos de investimento apresentados para o Mi-
de abrangência nacional ou regional; nistério da Saúde deverão ser aprovados nos respectivos
Programa de DST/AIDS (anti-retrovirais); Conselhos de Saúde e na CIB, devendo refletir uma priori-
Programa Nacional do Sangue e Hemoderivados; dade regional.
Imunobiológicos; São eixos prioritários para aplicação de recursos de in-
Insulina; vestimentos:
O Componente Medicamentos de Dispensação Excep- Estímulo à Regionalização - Deverão ser priorizados
cional consiste em financiamento para aquisição e distri- projetos de investimentos que fortaleçam a regionalização
buição de medicamentos de dispensação excepcional, para do SUS, com base nas estratégicas nacionais e estaduais,
tratamento de patologias que compõem o Grupo 36 – Me- considerando os PDI (Plano de Desenvolvimento Integra-
dicamentos da Tabela Descritiva do SIA/SUS. do) atualizados, o mapeamento atualizado da distribuição
A responsabilidade pelo financiamento e aquisição dos e oferta de serviços de saúde em cada espaço regional e
medicamentos de dispensação excepcional é do Ministério parâmetros de incorporação tecnológica que compatibili-
da Saúde e dos Estados, conforme pactuação e a dispensa- zem economia de escala e de escopo com eqüidade no
ção, responsabilidade do Estado. acesso.
O Ministério da Saúde repassará aos Estados, men- Investimentos para a Atenção Básica - recursos para
salmente, valores financeiros apurados em encontro de investimentos na rede básica de serviços, destinados con-
contas trimestrais, de acordo com as informações encami- forme disponibilidade orçamentária, transferidos fundo a
nhadas pelos Estados, com base nas emissões das Autori- fundo para municípios que apresentarem projetos selecio-
zações para Pagamento de Alto Custo – APAC. nados de acordo com critérios pactuados na Comissão In-
O Componente de Medicamentos de Dispensação Ex- tergestores Tripartite.
cepcional será readequado através de pactuação entre os
gestores do SUS, das diretrizes para definição de política Planejamento no SUS
para medicamentos de dispensação excepcional.
As Diretrizes a serem pactuadas na CIT, deverão nor- O trabalho com o Planejamento no SUS deve seguir as
tear-se pelas seguintes proposições: seguintes diretrizes:
Definição de critérios para inclusão e exclusão de medi- O processo de planejamento no âmbito do SUS deve
camentos e CID na Tabela de Procedimentos, com base nos ser desenvolvido de forma articulada, integrada e solidá-
protocolos clínicos e nas diretrizes terapêuticas. ria entre as três esferas de gestão. Essa forma de atuação
Definição de percentual para o co-financiamento entre representará o Sistema de Planejamento do Sistema Único
gestor federal e gestor estadual; de Saúde baseado nas responsabilidades de cada esfera de
Revisão periódica de valores da tabela; gestão, com definição de objetivos e conferindo direcio-
Forma de aquisição e execução financeira, consideran- nalidade ao processo de gestão do SUS, compreendendo
do-se os princípios da descentralização e economia de es- nesse sistema o monitoramento e avaliação.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

cala. Este sistema de planejamento pressupõe que cada es-


e) Bloco de financiamento para a Gestão do Sistema fera de gestão realize o seu planejamento, articulando-se
Único de Saúde de forma a fortalecer e consolidar os objetivos e diretrizes
O financiamento para a gestão destina-se ao custeio do SUS, contemplando as peculiaridades, necessidades e
de ações específicas relacionadas com a organização dos realidades de saúde locorregionais.
serviços de saúde, acesso da população e aplicação dos Como parte integrante do ciclo de gestão, o sistema de
recursos financeiros do SUS. planejamento buscará, de forma tripartite, a pactuação de
O financiamento deverá apoiar iniciativas de fortaleci- bases funcionais do planejamento, monitoramento e ava-
mento da gestão, sendo composto pelos seguintes sub- liação do SUS, bem como promoverá a participação social
-blocos: e a integração intra e intersetorial, considerando os deter-
Regulação, controle, avaliação e auditoria minantes e condicionantes de saúde.

46
No cumprimento da responsabilidade de coordenar o planejamento – tais como planos, relatórios, programações
processo de planejamento se levará em conta as diversi- – a serem adotados pelas três esferas de gestão, com ade-
dades existentes nas três esferas de governo, de modo a quação dos instrumentos legais do SUS no tocante a este
contribuir para a consolidação do SUS e para a resolubili- processo e instrumentos dele resultantes;
dade e qualidade, tanto da sua gestão, quanto das ações e Cooperação entre as três esferas de gestão para o for-
serviços prestados à população brasileira. talecimento e a eqüidade no processo de planejamento no
4.2 - Objetivos do Sistema de Planejamento do SUS: SUS.
Pactuar diretrizes gerais para o processo de planeja- Programação Pactuada e Integrada da Atenção em Saú-
mento no âmbito do SUS e o elenco dos instrumentos a de – PPI
serem adotados pelas três esferas de gestão; A PPI é um processo que visa definir a programação
Formular metodologias e modelos básicos dos instru- das ações de saúde em cada território e nortear a alocação
mentos de planejamento, monitoramento e avaliação que dos recursos financeiros para saúde a partir de critérios e
traduzam as diretrizes do SUS, com capacidade de adapta- parâmetros pactuados entre os gestores.
ção às particularidades de cada esfera administrativa; A PPI deve explicitar os pactos de referencia entre mu-
Promover a análise e a formulação de propostas desti- nicípios, gerando a parcela de recursos destinados à pró-
nadas a adequar o arcabouço legal no tocante ao planeja- pria população e à população referenciada.
mento no SUS; As principais diretrizes norteadoras do processo de
Implementar e difundir uma cultura de planejamento programação pactuada são:
que integre e qualifique as ações do SUS entre as três esfe- A programação deve estar inserida no processo de pla-
ras de governo e subsidiar a tomada de decisão por parte nejamento e deve considerar as prioridades definidas nos
de seus gestores; planos de saúde em cada esfera de gestão;
Desenvolver e implementar uma rede de cooperação Os gestores estaduais e municipais possuem flexibili-
entre os três entes federados, que permita um amplo com- dade na definição de parâmetros e prioridades que irão
partilhamento de informações e experiências; orientar a programação, ressalvados os parâmetros pac-
tuados nacional e estadualmente.
Promover a institucionalização e fortalecer as áreas de
A programação é realizada prioritariamente, por áreas
planejamento no âmbito do SUS, nas três esferas de gover-
de atuação a partir das ações básicas de saúde para com-
no, com vistas a legitimá-lo como instrumento estratégico
por o rol de ações de maior complexidade;
de gestão do SUS;
A tabela unificada de procedimentos deve orientar a
Apoiar e participar da avaliação periódica relativa à
programação das ações que não estão organizadas por
situação de saúde da população e ao funcionamento do
áreas de atuação, considerando seus níveis de agregação,
SUS, provendo os gestores de informações que permitam para formar as aberturas programáticas;
o seu aperfeiçoamento e ou redirecionamento; A programação da assistência devera buscar a integra-
Promover a capacitação contínua dos profissionais que ção com a programação da vigilância em saúde;
atuam no contexto do planejamento no SUS; Os recursos financeiros das três esferas de governo de-
Promover a eficiência dos processos compartilhados vem ser visualizados na programação.
de planejamento e a eficácia dos resultados, bem como da O processo de programação deve contribuir para a ga-
participação social nestes processos; rantia de acesso aos serviços de saúde, subsidiando o pro-
Promover a integração do processo de planejamento cesso regulatório da assistência;
e orçamento no âmbito do SUS, bem como a sua interse- A programação deve ser realizada a cada gestão, revisa-
torialidade, de forma articulada com as diversas etapas do da periodicamente e sempre que necessário, em decorrên-
ciclo de planejamento; cia de alterações de fluxo no atendimento ao usuário; de
Monitorar e avaliar o processo de planejamento, as oferta de serviços; na tabela de procedimentos; e no teto
ações implementadas e os resultados alcançados, de modo financeiro, dentre outras.
a fortalecer o planejamento e a contribuir para a transpa- A programação pactuada e integrada deve subsidiar
rência do processo de gestão do SUS. a programação física financeira dos estabelecimentos de
Pontos de pactuação priorizados para o Planejamento saúde.
Considerando a conceituação, caracterização e objeti- A programação pactuada e integrada deve guardar re-
vos preconizados para o sistema de planejamento do SUS, lação com o desenho da regionalização naquele estado.
configuram-se como pontos essenciais de pactuação: Regulação da Atenção à Saúde e Regulação Assistencial
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Adoção das necessidades de saúde da população como Para efeitos destas diretrizes, serão adotados os seguin-
critério para o processo de planejamento no âmbito do tes conceitos:
SUS; Regulação da Atenção à Saúde - tem como objeto a
Integração dos instrumentos de planejamento, tanto no produção de todas as ações diretas e finais de atenção à
contexto de cada esfera de gestão, quanto do SUS como saúde, dirigida aos prestadores de serviços de saúde, pú-
um todo; blicos e privados. As ações da Regulação da Atenção à Saú-
Institucionalização e fortalecimento do Sistema de Pla- de compreendem a Contratação, a Regulação do Acesso à
nejamento do SUS, com adoção do processo planejamen- Assistência ou Regulação Assistencial, o Controle Assisten-
to, neste incluído o monitoramento e a avaliação, como cial, a Avaliação da Atenção à Saúde, a Auditoria Assisten-
instrumento estratégico de gestão do SUS; cial e as regulamentações da Vigilância Epidemiológica e
Revisão e adoção de um elenco de instrumentos de Sanitária.

47
Contratação - o conjunto de atos que envolvem desde a Extinção do pagamento dos serviços dos profissionais
habilitação dos serviços/prestadores até a formalização do médicos por meio do código 7.
contrato na sua forma jurídica. Participação e Controle Social
Regulação do Acesso à Assistência ou Regulação Assis- A participação social no SUS é um princípio doutrinário
tencial - conjunto de relações, saberes, tecnologias e ações e está assegurado na Constituição e nas Leis Orgânicas da
que intermedeiam a demanda dos usuários por serviços de Saúde (8080/90 e 8142/90), e é parte fundamental deste
saúde e o acesso a estes. pacto.
Complexos Reguladores - uma das estratégias de Regu-
lação Assistencial, consistindo na articulação e integração As ações que devem ser desenvolvidas para fortalecer
de Centrais de Atenção Pré-hospitalar e Urgências, Centrais o processo de participação social, dentro deste pacto são:
de Internação, Centrais de Consultas e Exames, Protoco- Apoiar os conselhos de saúde, as conferências de saúde
los Assistenciais com a contratação, controle assistencial e os movimentos sociais que atuam no campo da saúde,
e avaliação, assim como com outras funções da gestão com vistas ao seu fortalecimento para que os mesmos pos-
como programação e regionalização. Os complexos regu- sam exercer plenamente os seus papéis;
ladores podem ter abrangência intra-municipal, municipal, Apoiar o processo de formação dos conselheiros;
micro ou macro regional, estadual ou nacional, devendo Estimular a participação e avaliação dos cidadãos nos
esta abrangência e respectiva gestão, serem pactuadas em serviços de saúde;
processo democrático e solidário, entre as três esferas de Apoiar os processos de educação popular em saúde,
gestão do SUS. para ampliar e qualificar a participação social no SUS;
Auditoria Assistencial ou clínica – processo regular que Apoiar a implantação e implementação de ouvidorias
visa aferir e induzir qualidade do atendimento amparada nos estados e municípios, com vistas ao fortalecimento da
em procedimentos, protocolos e instruções de trabalho gestão estratégica do SUS;
normatizados e pactuados. Deve acompanhar e analisar Apoiar o processo de mobilização social e institucional
criticamente os históricos clínicos com vistas a verificar a em defesa do SUS e na discussão do pacto;
execução dos procedimentos e realçar as não conformi-
dades. Gestão do Trabalho
Como princípios orientadores do processo de regula-
ção, fica estabelecido que: As diretrizes para a Gestão do Trabalho no SUS são as
Cada prestador responde apenas a um gestor; seguintes:
A regulação dos prestadores de serviços deve ser prefe- A política de recursos humanos para o SUS é um eixo
rencialmente do município conforme desenho da rede da estruturante e deve buscar a valorização do trabalho e dos
assistência pactuado na CIB, observado o Termo de Com- trabalhadores de saúde, o tratamento dos conflitos, a hu-
promisso de Gestão do Pacto e os seguintes princípios: manização das relações de trabalho;
• da descentralização, municipalização e comando úni- Estados, Municípios e União são entes autônomos para
co; suprir suas necessidades de manutenção e expansão dos
• da busca da escala adequada e da qualidade; seus próprios quadros de trabalhadores de saúde;
• considerar a complexidade da rede de serviços locais; O Ministério da Saúde deve formular diretrizes de coo-
• considerar a efetiva capacidade de regulação; peração técnica para a gestão do trabalho no SUS;
• considerar o desenho da rede estadual da assistência;
Desenvolver, pelas três esferas de gestão, estudos
• a primazia do interesse e da satisfação do usuário do
quanto às estratégias e financiamento tripartite de política
SUS.
de reposição da força de trabalho descentralizada;
A regulação das referencias intermunicipais é responsa-
As Diretrizes para Planos de Cargos e Carreira do SUS
bilidade do gestor estadual, expressa na coordenação do
devem ser um instrumento que visa regular as relações de
processo de construção da programação pactuada e inte-
trabalho e o desenvolvimento do trabalhador, bem como
grada da atenção em saúde, do processo de regionaliza-
ção, do desenho das redes; a consolidação da carreira como instrumento estratégico
A operação dos complexos reguladores no que se re- para a política de recursos humanos no Sistema;
fere a referencia intermunicipal deve ser pactuada na CIB, Promover relações de trabalho que obedeçam a exi-
podendo ser operada nos seguintes modos: gências do princípio de legalidade da ação do Estado e de
Pelo gestor estadual que se relacionará com a central proteção dos direitos associados ao trabalho;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

municipal que faz a gestão do prestador. Desenvolver ações voltadas para a adoção de vínculos
Pelo gestor estadual que se relacionará diretamente de trabalho que garantam os direitos sociais e previden-
com o prestador quando este estiver sob gestão estadual. ciários dos trabalhadores de saúde, promovendo ações de
Pelo gestor municipal com co-gestão do estado e re- adequação de vínculos, onde for necessário, nas três esfe-
presentação dos municípios da região; ras de governo, com o apoio técnico e financeiro aos Muni-
Modelos que diferem do item ‘d’ acima devem ser pac- cípios, pelos Estados e União, conforme legislação vigente;
tuados pela CIB e homologados na CIT. Os atores sociais envolvidos no desejo de consolidação
São metas para este Pacto, no prazo de um ano: dos SUS atuarão solidariamente na busca do cumprimento
Contratualização de todos os prestadores de serviço; deste item, observadas as responsabilidades legais de cada
Colocação de todos os leitos e serviços ambulatoriais segmento;
contratualizados sob regulação;

48
Estimular processos de negociação entre gestores e tra- Centrar, o planejamento, programação e acompanha-
balhadores através da instalação de Mesas de Negociação mento das atividades educativas e conseqüentes alocações
junto às esferas de gestão estaduais e municipais do SUS; de recursos na lógica de fortalecimento e qualificação do
As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde devem SUS e atendimento das necessidades sociais em saúde;
envidar esforços para a criação ou fortalecimento de estru- Considerar que a proposição de ações para formação e
turas de Recursos Humanos, objetivando cumprir um papel desenvolvimento dos profissionais de saúde para atender
indutor de mudanças, tanto no campo da gestão do traba- às necessidades do SUS deve ser produto de cooperação
lho, quanto no campo da educação na saúde; técnica, articulação e diálogo entre os gestores das três es-
8.2 - Serão priorizados os seguintes componentes na feras de governo, as instituições de ensino, os serviços e
estruturação da Gestão do Trabalho no SUS: controle social e podem contemplar ações no campo da
Estruturação da Gestão do Trabalho no SUS - Esse formação e do trabalho.
componente trata das necessidades exigidas para a es-
truturação da área de Gestão do Trabalho integrado pelos
RESPONSABILIDADE SANITÁRIA
seguintes eixos: base jurídico-legal; atribuições específicas;
estrutura e dimensionamento organizacional e estrutura
Este capítulo define as Responsabilidades Sanitárias e
física e equipamentos. Serão priorizados para este Compo-
nente, Estados, Capitais, Distrito Federal e nos Municípios atribuições do Município, do Distrito Federal, do Estado e
com mais de 500 empregos públicos, desde que possuam da União. A gestão do Sistema Único de Saúde é construída
ou venham a criar setores de Gestão do Trabalho e da Edu- de forma solidária e cooperada, com apoio mútuo através
cação nas secretarias estaduais e municipais de saúde; de compromissos assumidos nas Comissões Intergestores
Capacitação de Recursos Humanos para a Gestão do Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT).
Trabalho no SUS - Esse componente trata da qualificação Algumas responsabilidades atribuídas aos municípios
dos gestores e técnicos na perspectiva do fortalecimen- devem ser assumidas por todos os municípios. As outras
to da gestão do trabalho em saúde. Estão previstos, para responsabilidades serão atribuídas de acordo com o pac-
seu desenvolvimento, a elaboração de material didático e tuado e/ou com a complexidade da rede de serviços loca-
a realização de oficinas, cursos presenciais ou à distância, lizada no território municipal.
por meio das estruturas formadoras existentes; No que se refere às responsabilidades atribuídas aos
Sistema Gerencial de Informações - Esse componen- estados devem ser assumidas por todos eles.
te propõe proceder à análise de sistemas de informação Com relação à gestão dos prestadores de serviço
existentes e desenvolver componentes de otimização e im- fica mantida a normatização estabelecida na NOAS SUS
plantação de sistema informatizado que subsidie a tomada 01/2002. As referências na NOAS SUS 01/2002 às condi-
de decisão na área de Gestão do Trabalho. ções de gestão de estados e municípios ficam substituídas
pelas situações pactuadas no respectivo Termo de Com-
Educação na Saúde promisso de Gestão.
A - As diretrizes para o trabalho na Educação na Saúde RESPONSABILIDADES GERAIS DA GESTÃO DO SUS
são:
Avançar na implementação da Política Nacional de Edu- MUNICÍPIOS
cação Permanente por meio da compreensão dos concei-
tos de formação e educação permanente para adequá-los
Todo município é responsável pela integralidade da
às distintas lógicas e especificidades;
atenção à saúde da sua população, exercendo essa respon-
Considerar a educação permanente parte essencial de
sabilidade de forma solidária com o estado e a união;
uma política de formação e desenvolvimento dos trabalha-
dores para a qualificação do SUS e que comporta a adoção Todo município deve:
de diferentes metodologias e técnicas de ensino-aprendi- garantir a integralidade das ações de saúde prestadas
zagem inovadoras, entre outras coisas; de forma interdisciplinar, por meio da abordagem integral
Considerar a Política Nacional de Educação Permanente e contínua do indivíduo no seu contexto familiar, social e
em Saúde uma estratégia do SUS para a formação e o de- do trabalho; englobando atividades de promoção da saú-
senvolvimento de trabalhadores para o setor, tendo como de, prevenção de riscos, danos e agravos; ações de assis-
orientação os princípios da educação permanente; tência, assegurando o acesso ao atendimento às urgências;
Assumir o compromisso de discutir e avaliar os proces- promover a eqüidade na atenção à saúde, consideran-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

sos e desdobramentos da implementação da Política Na- do as diferenças individuais e de grupos populacionais, por
cional de Educação Permanente para ajustes necessários, meio da adequação da oferta às necessidades como princí-
atualizando-a conforme as experiências de implementa- pio de justiça social, e ampliação do acesso de populações
ção, assegurando a inserção dos municípios e estados nes- em situação de desigualdade, respeitadas as diversidades
te processo; locais;
participar do financiamento tripartite do Sistema Único
Buscar a revisão da normatização vigente que institui a
de Saúde;
Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, con-
assumir a gestão e executar as ações de atenção bá-
templando a conseqüente e efetiva descentralização das
sica, incluindo as ações de promoção e proteção, no seu
atividades de planejamento, monitoramento, avaliação e
território;
execução orçamentária da Educação Permanente para o assumir integralmente a gerência de toda a rede públi-
trabalho no SUS;

49
ca de serviços de atenção básica, englobando as unidades Apoiar técnica e financeiramente os municípios, para
próprias e as transferidas pelo estado ou pela união; que estes assumam integralmente sua responsabilidade de
com apoio dos estados, identificar as necessidades da gestor da atenção à saúde dos seus munícipes;
população do seu território, fazer um reconhecimento das Apoiar técnica, política e financeiramente a gestão da
iniqüidades, oportunidades e recursos; atenção básica nos municípios, considerando os cenários
desenvolver, a partir da identificação das necessidades, epidemiológicos, as necessidades de saúde e a articulação
um processo de planejamento, regulação, programação
regional, fazendo um reconhecimento das iniquidades,
pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento
e avaliação; oportunidades e recursos;
formular e implementar políticas para áreas prioritárias, Fazer reconhecimento das necessidades da população
conforme definido nas diferentes instâncias de pactuação; no âmbito estadual e cooperar técnica e financeiramente
organizar o acesso a serviços de saúde resolutivos e de com os municípios, para que possam fazer o mesmo nos
qualidade na atenção básica, viabilizando o planejamento, seus territórios;
a programação pactuada e integrada da atenção à saúde e Desenvolver, a partir da identificação das necessidades,
a atenção à saúde no seu território, explicitando a respon- um processo de planejamento, regulação, programação
sabilidade, o compromisso e o vínculo do serviço e equipe pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento
de saúde com a população do seu território, desenhando e avaliação;
a rede de atenção e promovendo a humanização do aten- Coordenar o processo de configuração do desenho da
dimento;
organizar e pactuar o acesso a ações e serviços de aten- rede de atenção, nas relações intermunicipais, com a parti-
ção especializada a partir das necessidades da atenção bá- cipação dos municípios da região;
sica, configurando a rede de atenção, por meio dos pro- Organizar e pactuar com os municípios, o processo de
cessos de integração e articulação dos serviços de atenção referência intermunicipal das ações e serviços de média e
básica com os demais níveis do sistema, com base no pro- alta complexidade a partir da atenção básica, de acordo
cesso da programação pactuada e integrada da atenção à com a programação pactuada e integrada da atenção à
saúde; saúde;
pactuar e fazer o acompanhamento da referência da Realizar o acompanhamento e a avaliação da atenção
atenção que ocorre fora do seu território, em cooperação básica no âmbito do território estadual;
com o estado, Distrito Federal e com os demais municípios Apoiar técnica e financeiramente os municípios para
envolvidos no âmbito regional e estadual, conforme a pro-
gramação pactuada e integrada da atenção à saúde; que garantam a estrutura física necessária para a realização
garantir estas referências de acordo com a programa- das ações de atenção básica;
ção pactuada e integrada da atenção à saúde, quando dis- Promover a estruturação da assistência farmacêutica e
põe de serviços de referência intermunicipal; garantir, em conjunto com as demais esferas de governo,
garantir a estrutura física necessária para a realização o acesso da população aos medicamentos cuja dispensa-
das ações de atenção básica, de acordo com as normas ção esteja sob sua responsabilidade, fomentando seu uso
técnicas vigentes; racional e observando as normas vigentes e pactuações
promover a estruturação da assistência farmacêutica e estabelecidas;
garantir, em conjunto com as demais esferas de governo, Coordenar e executar e as ações de vigilância em saúde,
o acesso da população aos medicamentos cuja dispensa- compreendendo as ações de média e alta complexidade
ção esteja sob sua responsabilidade, promovendo seu uso
racional, observadas as normas vigentes e pactuações es- desta área, de acordo com as normas vigentes e pactua-
tabelecidas; ções estabelecidas;
assumir a gestão e execução das ações de vigilância Assumir transitoriamente, quando necessário, a execu-
em saúde realizadas no âmbito local, compreendendo as ção das ações de vigilância em saúde no município, com-
ações de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, prometendo-se em cooperar para que o município assuma,
de acordo com as normas vigentes e pactuações estabe- no menor prazo possível, sua responsabilidade;
lecidas; Executar algumas ações de vigilância em saúde, em ca-
elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da ráter permanente, mediante acordo bipartite e conforme
saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito normatização específica;
nacional. Supervisionar as ações de prevenção e controle da vi-
ESTADOS gilância em saúde, coordenando aquelas que exigem ação
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

articulada e simultânea entre os municípios;


Responder, solidariamente com municípios, Distrito Fe- Apoiar técnica e financeiramente os municípios para
deral e união, pela integralidade da atenção à saúde da que executem com qualidade as ações de vigilância em
população; saúde, compreendendo as ações de vigilância epidemio-
Participar do financiamento tripartite do Sistema Único lógica, sanitária e ambiental, de acordo com as normas vi-
de Saúde; gentes e pactuações estabelecidas;
Formular e implementar políticas para áreas prioritárias, Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da
conforme definido nas diferentes instâncias de pactuação; saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito
Coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito estadual, nacional;
a implementação dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seu Coordenar, normatizar e gerir os laboratórios de saúde
Termo de Compromisso; pública;

50
Assumir a gestão e a gerência de unidades públicas de atenção que ocorre fora do seu território, em cooperação
hemonúcleos / hemocentros e elaborar normas comple- com os estados envolvidos no âmbito regional, conforme
mentares para a organização e funcionamento desta rede a programação pactuada e integrada da atenção à saúde;
de serviço. Promover a estruturação da assistência farmacêutica e
garantir, em conjunto com a união, o acesso da população
DISTRITO FEDERAL aos medicamentos cuja dispensação esteja sob sua res-
ponsabilidade, fomentando seu uso racional e observando
Responder, solidariamente com a união, pela integrali- as normas vigentes e pactuações estabelecidas;
dade da atenção à saúde da população; Garantir o acesso de serviços de referência de acordo
Garantir a integralidade das ações de saúde prestadas com a programação pactuada e integrada da atenção à
de forma interdisciplinar, por meio da abordagem integral saúde;
e contínua do indivíduo no seu contexto familiar, social e Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da
do trabalho; englobando atividades de promoção da saú- saúde, considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito
de, prevenção de riscos, danos e agravos; ações de assis- nacional;
tência, assegurando o acesso ao atendimento às urgências; Assumir a gestão e execução das ações de vigilância em
Promover a eqüidade na atenção à saúde, consideran- saúde realizadas no âmbito do seu território, compreen-
do as diferenças individuais e de grupos populacionais, por dendo as ações de vigilância epidemiológica, sanitária e
meio da adequação da oferta às necessidades como princí- ambiental, de acordo com as normas vigentes e pactua-
pio de justiça social, e ampliação do acesso de populações
ções estabelecidas;
em situação de desigualdade, respeitadas as diversidades
Executar e coordenar as ações de vigilância em saúde,
locais;
Participar do financiamento tripartite do Sistema Único compreendendo as ações de média e alta complexidade
de Saúde; desta área, de acordo com as normas vigentes e pactua-
Coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito estadual, ções estabelecidas;
a implementação dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seu Coordenar, normatizar e gerir os laboratórios de saúde
Termo de Compromisso de Gestão; pública;
Assumir a gestão e executar as ações de atenção bá- Assumir a gestão e a gerência de unidades públicas de
sica, incluindo as ações de promoção e proteção, no seu hemonúcleos / hemocentros e elaborar normas comple-
território; mentares para a organização e funcionamento desta rede
Assumir integralmente a gerência de toda a rede públi- de serviço.
ca de serviços de atenção básica, englobando as unidades
próprias e as transferidas pela união; UNIÃO
Garantir a estrutura física necessária para a realização
das ações de atenção básica, de acordo com as normas Responder, solidariamente com os municípios, o Dis-
técnicas vigentes; trito Federal e os estados, pela integralidade da atenção à
Realizar o acompanhamento e a avaliação da atenção saúde da população;
básica no âmbito do seu território; Participar do financiamento tripartite do Sistema Único
Identificar as necessidades da população do seu terri- de Saúde;
tório, fazer um reconhecimento das iniqüidades, oportuni- Formular e implementar políticas para áreas prioritárias,
dades e recursos; conforme definido nas diferentes instâncias de pactuação;
Desenvolver, a partir da identificação das necessidades, Coordenar e acompanhar, no âmbito nacional, a pac-
um processo de planejamento, regulação, programação tuação e avaliação do Pacto de Gestão e Pacto pela Vida e
pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento seu Termo de Compromisso;
e avaliação; Apoiar o Distrito Federal, os estados e conjuntamente
Formular e implementar políticas para áreas prioritárias, com estes, os municípios, para que assumam integralmente
conforme definido nas instâncias de pactuação; as suas responsabilidades de gestores da atenção à saúde;
Organizar o acesso a serviços de saúde resolutivos e de Apoiar financeiramente o Distrito Federal e os municí-
pios, em conjunto com os estados, para que garantam a
qualidade na atenção básica, viabilizando o planejamento,
estrutura física necessária para a realização das ações de
a programação pactuada e integrada da atenção à saúde e
atenção básica;
a atenção à saúde no seu território, explicitando a respon- Prestar cooperação técnica e financeira aos estados, ao
sabilidade, o compromisso e o vínculo do serviço e equipe Distrito Federal e aos municípios para o aperfeiçoamento
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

de saúde com a população do seu território, desenhando das suas atuações institucionais na gestão da atenção bá-
a rede de atenção e promovendo a humanização do aten- sica;
dimento; Exercer de forma pactuada as funções de normatização
Organizar e pactuar o acesso a ações e serviços de e de coordenação no que se refere à gestão nacional da
atenção especializada a partir das necessidades da atenção atenção básica no SUS;
básica, configurando a rede de atenção, por meio dos pro- Identificar, em articulação com os estados, Distrito Fe-
cessos de integração e articulação dos serviços de atenção deral e municípios, as necessidades da população para o
básica com os demais níveis do sistema, com base no pro- âmbito nacional, fazendo um reconhecimento das iniqüi-
cesso da programação pactuada e integrada da atenção à dades, oportunidades e recursos; e cooperar técnica e fi-
saúde; nanceiramente com os gestores, para que façam o mesmo
Pactuar e fazer o acompanhamento da referência da nos seus territórios;

51
Desenvolver, a partir da identificação de necessidades, A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo
um processo de planejamento, regulação, programação com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de ser-
pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento viços localizada no território municipal
e avaliação; Executar as ações de referência regional sob sua res-
Promover a estruturação da assistência farmacêutica e ponsabilidade em conformidade com a programação pac-
garantir, em conjunto com as demais esferas de governo, o tuada e integrada da atenção à saúde acordada nos cole-
acesso da população aos medicamentos que estejam sob giados de gestão regionais.
sua responsabilidade, fomentando seu uso racional, obser-
vadas as normas vigentes e pactuações estabelecidas;
ESTADOS
Definir e pactuar as diretrizes para a organização das
ações e serviços de média e alta complexidade, a partir da
atenção básica; Contribuir para a constituição e fortalecimento do pro-
Coordenar e executar as ações de vigilância em saúde, cesso de regionalização solidária e cooperativa, assumindo
compreendendo as ações de média e alta complexidade os compromissos pactuados;
desta área, de acordo com as normas vigentes e pactua- Coordenar a regionalização em seu território, propondo
ções estabelecidas; e pactuando diretrizes e normas gerais sobre a regionaliza-
Coordenar, nacionalmente, as ações de prevenção e ção, observando as normas vigentes e pactuações na CIB;
controle da vigilância em saúde que exijam ação articulada Coordenar o processo de organização, reconhecimento
e simultânea entre os estados, Distrito Federal e municí- e atualização das regiões de saúde, conformando o plano
pios; diretor de regionalização;
Proceder investigação complementar ou conjunta com Participar da constituição da regionalização, disponibi-
os demais gestores do SUS em situação de risco sanitário; lizando de forma cooperativa os recursos humanos, tec-
Apoiar e coordenar os laboratórios de saúde pública – nológicos e financeiros, conforme pactuação estabelecida;
Rede Nacional de laboratórios de saúde Pública/RNLSP - Apoiar técnica e financeiramente as regiões de saúde,
nos aspectos relativos à vigilância em saúde; promovendo a eqüidade inter-regional;
Assumir transitoriamente, quando necessário, a execu- Participar dos colegiados de gestão regional, cumprin-
ção das ações de vigilância em saúde nos estados, Distri- do suas obrigações técnicas e financeiras;
to Federal e municípios, comprometendo-se em cooperar
Participar dos projetos prioritários das regiões de saú-
para que assumam, no menor prazo possível, suas respon-
sabilidades; de, conforme definido no plano estadual de saúde, no pla-
Apoiar técnica e financeiramente os estados, o Distri- no diretor de regionalização, no planejamento regional e
to Federal e os municípios para que executem com quali- no plano regional de investimento.
dade as ações de vigilância em saúde, compreendendo as
ações de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, DISTRITO FEDERAL
de acordo com as normas vigentes e pactuações estabe-
lecidas; Contribuir para a constituição e fortalecimento do pro-
Elaborar, pactuar e implementar a política de promoção cesso de regionalização solidária e cooperativa, assumindo
da saúde. os compromissos pactuados;
Coordenar o processo de organização, reconhecimento
RESPONSABILIDADES NA REGIONALIZAÇÃO e atualização das regiões de saúde, conformando o plano
diretor de regionalização;
MUNICÍPIOS Apoiar técnica e financeiramente as regiões de saúde,
promovendo a eqüidade inter-regional;
Todo município deve: Participar dos colegiados de gestão regional, cumprin-
contribuir para a constituição e fortalecimento do pro- do suas obrigações técnicas e financeiras, conforme pac-
cesso de regionalização solidária e cooperativa, assumindo
tuação estabelecida;
os compromissos pactuados;
Participar dos projetos prioritários das regiões de saú-
participar da constituição da regionalização, disponibi-
de, conforme definido no plano estadual de saúde, no pla-
lizando de forma cooperativa os recursos humanos, tec-
nológicos e financeiros, conforme pactuação estabelecida; no diretor de regionalização, no planejamento regional e
participar dos colegiados de gestão regionais, cumprin- no plano regional de investimento;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

do suas obrigações técnicas e financeiras. Nas CIB regio- Propor e pactuar diretrizes e normas gerais sobre a re-
nais constituídas por representação, quando não for possí- gionalização, observando as normas vigentes, participando
vel a imediata incorporação de todos os gestores de saúde da sua constituição, disponibilizando de forma cooperativa
dos municípios da região de saúde, deve-se pactuar um os recursos humanos, tecnológicos e financeiros, conforme
cronograma de adequação, no menor prazo possível, para pactuação estabelecida.
a inclusão de todos os municípios nos respectivos colegia-
dos de gestão regionais. UNIÃO
participar dos projetos prioritários das regiões de saú-
de, conforme definido no plano municipal de saúde, no Contribuir para a constituição e fortalecimento do pro-
plano diretor de regionalização, no planejamento regional cesso de regionalização solidária e cooperativa, assumindo
e no plano regional de investimento; os compromissos pactuados;

52
Coordenar o processo de regionalização no âmbito na- Gerir os sistemas de informação epidemiológica e sa-
cional, propondo e pactuando diretrizes e normas gerais nitária, bem como assegurar a divulgação de informações
sobre a regionalização, observando as normas vigentes e e análises.
pactuações na CIT;
Cooperar técnica e financeiramente com as regiões de ESTADOS
saúde, por meio dos estados e/ou municípios, priorizando
as regiões mais vulneráveis, promovendo a eqüidade inter- Formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo
-regional e interestadual; permanente de planejamento participativo e integrado, de
Apoiar e participar da constituição da regionalização, base local e ascendente, orientado por problemas e ne-
disponibilizando de forma cooperativa os recursos huma- cessidades em saúde, com a constituição de ações para a
nos, tecnológicos e financeiros, conforme pactuação esta- promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação em
belecida; saúde, construindo nesse processo o plano estadual de
Fomentar a constituição das regiões de saúde fronteiri- saúde, submetendo-o à aprovação do Conselho Estadual
ças, participando do funcionamento de seus colegiados de de Saúde;
gestão regionais. Formular, no plano estadual de saúde, e pactuar no âm-
bito da Comissão Intergestores Bipartite - CIB, a política es-
RESPONSABILIDADES NO PLANEJAMENTO E PRO- tadual de atenção em saúde, incluindo ações intersetoriais
voltadas para a promoção da saúde;
GRAMAÇÃO
Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado
e submetido à aprovação do Conselho Estadual de Saúde;
MUNICÍPIOS
Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios na ela-
boração da programação pactuada e integrada da atenção
Todo município deve: à saúde, no âmbito estadual, regional e interestadual;
formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo Apoiar, acompanhar, consolidar e operar quando cou-
permanente de planejamento participativo e integrado, de ber, no âmbito estadual e regional, a alimentação dos sis-
base local e ascendente, orientado por problemas e ne- temas de informação, conforme normas do Ministério da
cessidades em saúde, com a constituição de ações para a Saúde;
promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação em Operar os sistemas de informação epidemiológica e
saúde, construindo nesse processo o plano de saúde e sub- sanitária de sua competência, bem como assegurar a di-
metendo-o à aprovação do Conselho de Saúde correspon- vulgação de informações e análises e apoiar os municípios
dente; naqueles de responsabilidade municipal.
formular, no plano municipal de saúde, a política mu-
nicipal de atenção em saúde, incluindo ações intersetoriais DISTRITO FEDERAL
voltadas para a promoção da saúde;
elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e Formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo
submetido à aprovação do Conselho de Saúde correspon- permanente de planejamento participativo e integrado, de
dente; base local e ascendente, orientado por problemas e ne-
operar os sistemas de informação referentes à atenção cessidades em saúde, com a constituição de ações para a
básica, conforme normas do Ministério da Saúde, e alimen- promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação em
tar regularmente os bancos de dados nacionais, assumindo saúde, construindo nesse processo o plano estadual de
a responsabilidade pela gestão, no nível local, dos sistemas saúde, submetendo-o à aprovação do Conselho de Saúde
de informação: Sistema de Informação sobre Agravos de do Distrito Federal;
Notificação – SINAN, Sistema de Informação do Programa Formular, no plano estadual de saúde, a política esta-
Nacional de Imunizações - SI-PNI, Sistema de Informação dual de atenção em saúde, incluindo ações intersetoriais
sobre Nascidos Vivos – SINASC, Sistema de Informação voltadas para a promoção da saúde;
Ambulatorial - SIA e Cadastro Nacional de Estabelecimen- Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado
tos e Profissionais de Saúde – CNES; e quando couber, os e submetido à aprovação do Conselho Estadual de Saúde;
Operar os sistemas de informação epidemiológica e sa-
sistemas: Sistema de Informação Hospitalar – SIH e Sistema
nitária de sua competência, bem como assegurar a divul-
de Informação sobre Mortalidade – SIM, bem como de ou-
gação de informações e análises;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

tros sistemas que venham a ser introduzidos;


Operar os sistemas de informação referentes à atenção
assumir a responsabilidade pela coordenação e execu-
básica, conforme normas do Ministério da Saúde, e alimen-
ção das atividades de informação, educação e comunica-
tar regularmente os bancos de dados nacionais, assumindo
ção, no âmbito local;
a responsabilidade pela gestão, no nível local, dos sistemas
elaborar a programação da atenção à saúde, incluída a
de informação: Sistema de Informação sobre Agravos de
assistência e vigilância em saúde, em conformidade com Notificação – SINAN, Sistema de Informação do Programa
o plano municipal de saúde, no âmbito da Programação Nacional de Imunizações - SI-PNI, Sistema de Informação
Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde; sobre Nascidos Vivos – SINASC, Sistema de Informação
A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo Ambulatorial - SIA e Cadastro Nacional de Estabelecimen-
com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de ser- tos e Profissionais de Saúde – CNES; Sistema de Informação
viços localizada no território municipal

53
Hospitalar – SIH e Sistema de Informação sobre Mortalida- manter atualizado o Sistema Nacional de Cadastro de
de – SIM, bem como de outros sistemas que venham a ser Estabelecimentos e Profissionais de Saúde no seu território,
introduzidos; segundo normas do Ministério da Saúde;
Assumir a responsabilidade pela coordenação e execu- adotar protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, em
ção das atividades de informação, educação e comunica- consonância com os protocolos e diretrizes nacionais e es-
ção, no âmbito do seu território; taduais;
Elaborar a programação da atenção à saúde, incluída a adotar protocolos de regulação de acesso, em conso-
assistência e vigilância em saúde, em conformidade com nância com os protocolos e diretrizes nacionais, estaduais
o plano estadual l de saúde, no âmbito da Programação e regionais;
Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde. controlar a referência a ser realizada em outros municí-
pios, de acordo com a programação pactuada e integrada
UNIÃO da atenção à saúde, procedendo à solicitação e/ou autori-
zação prévia, quando couber;
Formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo
As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acor-
permanente de planejamento participativo e integrado, de
do com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de
base local e ascendente, orientado por problemas e ne-
cessidades em saúde, com a constituição de ações para a serviços localizada no território municipal
promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação em Definir a programação físico-financeira por estabeleci-
saúde, construindo nesse processo o plano nacional de mento de saúde; observar as normas vigentes de solicita-
saúde, submetendo-o à aprovação do Conselho Nacional ção e autorização dos procedimentos hospitalares e am-
de Saúde; bulatoriais; processar a produção dos estabelecimentos de
Formular, no plano nacional de saúde, e pactuar no âm- saúde próprios e contratados e realizar o pagamento dos
bito da Comissão Intergestores Tripartite – CIT, a política prestadores de serviços;
nacional de atenção em saúde, incluindo ações interseto- Operar o complexo regulador dos serviços presentes
riais voltadas para a promoção da saúde; no seu território, de acordo com a pactuação estabelecida,
Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e realizando a co-gestão com o Estado e outros Municípios,
submetido à aprovação do Conselho Nacional de Saúde; das referências intermunicipais.
Formular, pactuar no âmbito a CIT e aprovar no Con- Executar o controle do acesso do seu munícipe aos lei-
selho Nacional de Saúde, a política nacional de atenção à tos disponíveis, às consultas, terapias e exames especiali-
saúde dos povos indígenas e executá-la, conforme pactua- zados, disponíveis no seu território, que pode ser feito por
ção com Estados e Municípios, por meio da Fundação Na- meio de centrais de regulação;
cional de Saúde – FUNASA; Planejar e executar a regulação médica da atenção pré-
Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios, os es-
-hospitalar às urgências, conforme normas vigentes e pac-
tados e Distrito Federal na elaboração da programação
tuações estabelecidas;
pactuada e integrada da atenção em saúde, no âmbito na-
cional; Elaborar contratos com os prestadores de acordo com
Gerenciar, manter, e elaborar quando necessário, no a política nacional de contratação de serviços de saúde e
âmbito nacional, os sistemas de informação, conforme nor- em conformidade com o planejamento e a programação
mas vigentes e pactuações estabelecidas, incluindo aque- pactuada e integrada da atenção à saúde;
les sistemas que garantam a solicitação e autorização de Monitorar e fiscalizar os contratos e convênios com
procedimentos, o processamento da produção e prepara- prestadores contratados e conveniados, bem como das
ção para a realização de pagamentos; unidades públicas;
Desenvolver e gerenciar sistemas de informação epide- Monitorar e fiscalizar a execução dos procedimentos
miológica e sanitária, bem como assegurar a divulgação de realizados em cada estabelecimento por meio das ações
informações e análises. de controle e avaliação hospitalar e ambulatorial;
RESPONSABILIDADES NA REGULAÇÃO, CONTROLE, Monitorar e fiscalizar e o cumprimento dos critérios
AVALIAÇÃO E AUDITORIA nacionais, estaduais e municipais de credenciamento de
serviços;
MUNICÍPIOS Implementar a avaliação das ações de saúde nos es-
tabelecimentos de saúde, por meio de análise de dados e
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Todo município deve: indicadores e verificação de padrões de conformidade;


monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos finan- Implementar a auditoria sobre toda a produção de ser-
ceiros provenientes de transferência regular e automática viços de saúde, públicos e privados, sob sua gestão, to-
(fundo a fundo) e por convênios; mando como referência as ações previstas no plano muni-
realizar a identificação dos usuários do SUS, com vistas cipal de saúde e em articulação com as ações de controle,
à vinculação de clientela e à sistematização da oferta dos avaliação e regulação assistencial;
serviços; Realizar auditoria assistencial da produção de serviços
monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, de saúde, públicos e privados, sob sua gestão;
realizadas em seu território, por intermédio de indicadores Elaborar normas técnicas, complementares às das esfe-
de desempenho, envolvendo aspectos epidemiológicos e ras estadual e federal, para o seu território.
operacionais;

54
ESTADOS taduais e nacionais de credenciamento de serviços pelos
prestadores;
Elaborar as normas técnicas complementares à da esfe- Monitorar o cumprimento, pelos municípios, das pro-
ra federal, para o seu território; gramações físico-financeira definidas na programação pac-
Monitorar a aplicação dos recursos financeiros recebi- tuada e integrada da atenção à saúde;
dos por meio de transferência regular e automática (fundo Fiscalizar e monitorar o cumprimento, pelos municípios,
a fundo) e por convênios; das normas de solicitação e autorização das internações e
Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos financei- dos procedimentos ambulatoriais especializados;
ros transferidos aos fundos municipais; Estabelecer e monitorar a programação físico-financei-
Monitorar o cumprimento pelos municípios: dos planos ra dos estabelecimentos de saúde sob sua gestão; observar
de saúde, dos relatórios de gestão, da operação dos fun- as normas vigentes de solicitação e autorização dos pro-
dos de saúde, indicadores e metas do pacto de gestão, da cedimentos hospitalares e ambulatoriais, monitorando e
constituição dos serviços de regulação, controle avaliação fiscalizando a sua execução por meio de ações de controle,
e auditoria e da participação na programação pactuada e avaliação e auditoria; processar a produção dos estabeleci-
integrada da atenção à saúde; mentos de saúde próprios e contratados e realizar o paga-
Apoiar a identificação dos usuários do SUS no âmbito mento dos prestadores de serviços;
estadual, com vistas à vinculação de clientela e à sistemati- Monitorar e avaliar o funcionamento dos Consórcios In-
zação da oferta dos serviços; termunicipais de Saúde;
Manter atualizado o cadastramento no Sistema Na- Monitorar e avaliar o desempenho das redes regionais
cional de Cadastro de Estabelecimentos e Profissionais de hierarquizadas estaduais;
Saúde, bem como coordenar e cooperar com os municí-
Implementar avaliação das ações de saúde nos estabe-
pios nesta atividade;
lecimentos, por meio de análise de dados e indicadores e
Elaborar e pactuar protocolos clínicos e de regulação de
acesso, no âmbito estadual, em consonância com os pro- verificação de padrões de conformidade;
tocolos e diretrizes nacionais, apoiando os Municípios na Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde,
implementação dos mesmos; realizadas pelos municípios e pelo gestor estadual;
Controlar a referência a ser realizada em outros esta- Supervisionar a rede de laboratórios públicos e priva-
dos, de acordo com a programação pactuada e integrada dos que realizam análises de interesse da saúde pública;
da atenção à saúde, procedendo a solicitação e/ou autori- Elaborar normas complementares para a avaliação tec-
zação prévia, quando couber; nológica em saúde;
Operar a central de regulação estadual, para as referên- Avaliar e auditar os sistemas de saúde municipais de
cias interestaduais pactuadas, em articulação com as cen- saúde;
trais de regulação municipais; Implementar auditoria sobre toda a produção de ser-
Coordenar e apoiar a implementação da regulação da viços de saúde, pública e privada, sob sua gestão e em ar-
atenção pré-hospitalar às urgências de acordo com a re- ticulação com as ações de controle, avaliação e regulação
gionalização e conforme normas vigentes e pactuações assistencial;
estabelecidas; Realizar auditoria assistencial da produção de serviços
Estimular e apoiar a implantação dos complexos regu- de saúde, públicos e privados, sob sua gestão.
ladores municipais;
Participar da co-gestão dos complexos reguladores DISTRITO FEDERAL
municipais, no que se refere às referências intermunicipais;
Operar os complexos reguladores no que se refere no Elaborar as normas técnicas complementares à da esfe-
que se refere à referencia intermunicipal, conforme pac- ra federal, para o seu território;
tuação; Monitorar a aplicação dos recursos financeiros recebi-
Monitorar a implementação e operacionalização das dos por meio de transferência regular e automática (fundo
centrais de regulação; a fundo) e por convênios;
Cooperar tecnicamente com os municípios para a qua- Realizar a identificação dos usuários do SUS no âmbito
lificação das atividades de cadastramento, contratação, do Distrito Federal, com vistas à vinculação de clientela e à
controle, avaliação, auditoria e pagamento aos prestadores sistematização da oferta dos serviços;
dos serviços localizados no território municipal e vincula- Manter atualizado o cadastramento no Sistema Na-
dos ao SUS; cional de Cadastro de Estabelecimentos e Profissionais de
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Monitorar e fiscalizar contratos e convênios com pres- Saúde no seu território, segundo normas do Ministério da
tadores contratados e conveniados, bem como das unida- Saúde;
des públicas; Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde,
Elaborar contratos com os prestadores de acordo com realizadas em seu território, por intermédio de indicadores
a política nacional de contratação de serviços de saúde, em de desempenho, envolvendo aspectos epidemiológicos e
conformidade com o planejamento e a programação da operacionais;
atenção; Elaborar e implantar protocolos clínicos, terapêuticos e
Credenciar os serviços de acordo com as normas vigen- de regulação de acesso, no âmbito do Distrito Federal, em
tes e com a regionalização e coordenar este processo em consonância com os protocolos e diretrizes nacionais;
relação aos municípios;
Controlar a referência a ser realizada em outros esta-
Fiscalizar e monitorar o cumprimento dos critérios es-
dos, de acordo com a programação pactuada e integrada

55
da atenção à saúde, procedendo a solicitação e/ou autori- Monitorar o cumprimento pelos estados, Distrito Fe-
zação prévia; deral e municípios dos planos de saúde, dos relatórios de
Operar a central de regulação do Distrito Federal, para gestão, da operação dos fundos de saúde, dos pactos de
as referências interestaduais pactuadas, em articulação indicadores e metas, da constituição dos serviços de re-
com as centrais de regulação estaduais e municipais; gulação, controle avaliação e auditoria e da realização da
Implantar e operar o complexo regulador dos serviços programação pactuada e integrada da atenção à saúde;
presentes no seu território, de acordo com a pactuação es- Coordenar, no âmbito nacional, a estratégia de identifi-
tabelecida; cação dos usuários do SUS;
Coordenar e apoiar a implementação da regulação da Coordenar e cooperar com os estados, o Distrito Fe-
atenção pré-hospitalar às urgências de acordo com a re- deral e os municípios no processo de cadastramento de
gionalização e conforme normas vigentes e pactuações Estabelecimentos e Profissionais de Saúde;
estabelecidas Definir e pactuar a política nacional de contratação de
Executar o controle do acesso do seu usuário aos leitos serviços de saúde;
disponíveis, às consultas, terapias e exames especializados, Propor e pactuar os critérios de credenciamento dos
disponíveis no seu território, que pode ser feito por meio serviços de saúde;
de centrais de regulação; Propor e pactuar as normas de solicitação e autorização
Definir a programação físico-financeira por estabeleci- das internações e dos procedimentos ambulatoriais espe-
mento de saúde; observar as normas vigentes de solicita- cializados, de acordo com as Políticas de Atenção Especia-
ção e autorização dos procedimentos hospitalares e am- lizada;
bulatoriais; processar a produção dos estabelecimentos de Elaborar, pactuar e manter as tabelas de procedimentos
saúde próprios e contratados e realizar o pagamento dos enquanto padrão nacional de utilização dos mesmos e de
prestadores de serviços; seus preços;
Monitorar e fiscalizar contratos e convênios com pres- Estruturar a política nacional de regulação da atenção
tadores contratados e conveniados, bem como das unida- à saúde, conforme pactuação na CIT, contemplando apoio
des públicas; financeiro, tecnológico e de educação permanente;
Estimular e apoiar a implantação dos complexos regu-
Elaborar contratos com os prestadores de acordo com
ladores;
a política nacional de contratação de serviços de saúde, em
Cooperar na implantação e implementação dos com-
conformidade com o planejamento e a programação da
plexos reguladores;
atenção; Coordenar e monitorar a implementação e operaciona-
Credenciar os serviços de acordo com as normas vigen- lização das centrais de regulação interestaduais, garantin-
tes e com a regionalização; do o acesso às referências pactuadas;
Monitorar e avaliar o funcionamento dos Consórcios de Coordenar a construção de protocolos clínicos e de re-
Saúde; gulação de acesso nacionais, em parceria com os estados,
Monitorar e avaliar o desempenho das redes regionais o Distrito Federal e os municípios, apoiando–os na utiliza-
hierarquizadas; ção dos mesmos;
Implementar avaliação das ações de saúde nos estabe- Acompanhar, monitorar e avaliar a atenção básica, nas
lecimentos, por meio de análise de dados e indicadores e demais esferas de gestão, respeitadas as competências es-
verificação de padrões de conformidade; taduais, municipais e do Distrito Federal;
Monitorar e fiscalizar a execução dos procedimentos Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde,
realizados em cada estabelecimento por meio das ações realizadas pelos municípios, Distrito Federal, estados e pelo
de controle e avaliação hospitalar e ambulatorial; gestor federal, incluindo a permanente avaliação dos siste-
Supervisionar a rede de laboratórios públicos e priva- mas de vigilância epidemiológica e ambiental em saúde;
dos que realizam análises de interesse da saúde pública; Normatizar, definir fluxos técnico-operacionais e su-
Elaborar normas complementares para a avaliação tec- pervisionar a rede de laboratórios públicos e privados que
nológica em saúde; realizam análises de interesse em saúde pública;
Implementar auditoria sobre toda a produção de ser- Avaliar o desempenho das redes regionais e de referên-
viços de saúde, pública e privada, em articulação com as cias interestaduais;
ações de controle, avaliação e regulação assistencial. Responsabilizar-se pela avaliação tecnológica em saú-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

de;
UNIÃO Avaliar e auditar os sistemas de saúde estaduais e mu-
nicipais.
Cooperar tecnicamente com os estados, o Distrito Fe-
RESPONSABILIDADES NA GESTÃO DO TRABALHO
deral e os municípios para a qualificação das atividades de
cadastramento, contratação, regulação, controle, avaliação,
MUNICÍPIOS
auditoria e pagamento aos prestadores dos serviços vincu-
lados ao SUS; Todo município deve:
Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos financei- • promover e desenvolver políticas de gestão do tra-
ros transferidos fundo a fundo e por convênio aos fundos balho, considerando os princípios da humanização,
de saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;

56
da participação e da democratização das relações de trabalhadores e gestores, no âmbito do Distrito Federal e
trabalho; regional;
• dotar vínculos de trabalho que garantam os direitos Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos
sociais e previdenciários dos trabalhadores de saúde sociais e previdenciários dos trabalhadores de saúde na
na sua esfera de gestão e de serviços, promovendo sua esfera de gestão e de serviços, promovendo ações de
ações de adequação de vínculos, onde for necessá- adequação de vínculos, onde for necessário, conforme le-
rio, conforme legislação vigente; gislação vigente;
As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acor- Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Car-
do com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de reiras, Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando
serviços localizada no território municipal da elaboração, implementação e/ou reformulação de Pla-
Estabelecer, sempre que possível, espaços de negocia- nos de Cargos e Salários no âmbito da gestão do Distrito
ção permanente entre trabalhadores e gestores; Federal;
Desenvolver estudos e propor estratégias e financia- Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação
mento tripartite com vistas à adoção de política referente e de gestão do trabalho que favoreçam o provimento e a
aos recursos humanos descentralizados; fixação de trabalhadores de saúde, no âmbito do Distrito
Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carrei- Federal, notadamente em regiões onde a restrição de ofer-
ras, Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da ta afeta diretamente a implantação de ações estratégicas
elaboração, implementação e/ou reformulação de Planos para a atenção básica.
de Cargos e Salários no âmbito da gestão local;
Implementar e pactuar diretrizes para políticas de edu- UNIÃO
cação e gestão do trabalho que favoreçam o provimento e
a fixação de trabalhadores de saúde, no âmbito municipal, Promover, desenvolver e pactuar políticas de gestão do
notadamente em regiões onde a restrição de oferta afe- trabalho considerando os princípios da humanização, da
ta diretamente a implantação de ações estratégicas para a participação e da democratização das relações de trabalho,
apoiando os gestores estaduais e municipais na implemen-
atenção básica.
tação das mesmas;
Desenvolver estudos e propor estratégias e financia-
ESTADOS
mento tripartite com vistas à adoção de políticas referentes
à força de trabalho descentralizada;
Promover e desenvolver políticas de gestão do traba-
Fortalecer a Mesa Nacional de Negociação Permanente
lho, considerando os princípios da humanização, da partici-
do SUS como um espaço de negociação entre trabalha-
pação e da democratização das relações de trabalho;
dores e gestores e contribuir para o desenvolvimento de
Desenvolver estudos e propor estratégias e financia- espaços de negociação no âmbito estadual, regional e/ou
mento tripartite com vistas à adoção de política referente municipal;
aos recursos humanos descentralizados; Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos
Promover espaços de negociação permanente entre sociais e previdenciários dos trabalhadores de saúde na
trabalhadores e gestores, no âmbito estadual e regional; sua esfera de gestão e de serviços, promovendo ações de
Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos adequação de vínculos, onde for necessário, conforme le-
sociais e previdenciários dos trabalhadores de saúde na gislação vigente e apoiando técnica e financeiramente os
sua esfera de gestão e de serviços, promovendo ações de estados e municípios na mesma direção;
adequação de vínculos, onde for necessário, conforme le- Formular, propor, pactuar e implementar as Diretrizes
gislação vigente e apoiando técnica e financeiramente os Nacionais para Planos de Carreiras, Cargos e Salários no
municípios na mesma direção; âmbito do Sistema Único de Saúde – PCCS/SUS;
Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carrei- Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação
ras, Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da e de gestão do trabalho que favoreçam o provimento e
elaboração, implementação e/ou reformulação de Planos a fixação de trabalhadores de saúde, no âmbito nacional,
de Cargos e Salários no âmbito da gestão estadual; notadamente em regiões onde a restrição de oferta afe-
Propor e pactuar diretrizes para políticas de educa- ta diretamente a implantação de ações estratégicas para a
ção e gestão do trabalho que favoreçam o provimento e atenção básica.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

a fixação de trabalhadores de saúde, no âmbito estadual,


notadamente em regiões onde a restrição de oferta afe- RESPONSABILIDADES NA EDUCAÇÃO NA SAÚDE
ta diretamente a implantação de ações estratégicas para a
atenção básica.
MUNICÍPIOS
DISTRITO FEDERAL
Todo município deve:
formular e promover a gestão da educação permanente
Desenvolver estudos quanto às estratégias e financia-
em saúde e processos relativos à mesma, orientados pela
mento tripartite de política de reposição da força de traba-
integralidade da atenção à saúde, criando quando for o
lho descentralizada;
caso, estruturas de coordenação e de execução da políti-
Implementar espaços de negociação permanente entre

57
ca de formação e desenvolvimento, participando no seu citação e desenvolvimento de recursos humanos à política
financiamento; de educação permanente;
promover diretamente ou em cooperação com o esta- Articular e participar das políticas regulatórias e de in-
do, com os municípios da sua região e com a união, pro- dução de mudanças no campo da graduação e da especia-
cessos conjuntos de educação permanente em saúde; lização das profissões de saúde;
apoiar e promover a aproximação dos movimentos de Articular e cooperar com a construção e implementa-
educação popular em saúde na formação dos profissionais ção de iniciativas políticas e práticas para a mudança na
de saúde, em consonância com as necessidades sociais em graduação das profissões de saúde, de acordo com as di-
saúde; retrizes do SUS;
incentivar junto à rede de ensino, no âmbito munici- Articular e pactuar com o Sistema Estadual de Educação,
pal, a realização de ações educativas e de conhecimento processos de formação de acordo com as necessidades do
do SUS; SUS, cooperando com os demais gestores, para processos
As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acor- na mesma direção;
do com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de Desenvolver ações e estruturas formais de educação
serviços localizada no território municipal técnica em saúde com capacidade de execução descentra-
Articular e cooperar com a construção e implementa- lizada no âmbito do Distrito Federal;
ção de iniciativas políticas e práticas para a mudança na Promover e articular junto às Escas Técnicas de Saúde
graduação das profissões de saúde, de acordo com as di- uma nova orientação para a formação de profissionais téc-
retrizes do SUS; nicos para o SUS, diversificando os campos de aprendiza-
Promover e articular junto às Escolas Técnicas de Saú- gem;
de uma nova orientação para a formação de profissionais Apoiar e promover a aproximação dos movimentos de
técnicos para o SUS, diversificando os campos de aprendi- educação popular em saúde da formação dos profissionais
zagem; de saúde, em consonância com as necessidades sociais em
saúde;
ESTADOS Incentivar, junto à rede de ensino, a realização de ações
educativas e de conhecimento do SUS;
Formular, promover e apoiar a gestão da educação per-
manente em saúde e processos relativos à mesma no âm- UNIÃO
bito estadual;
Promover a integração de todos os processos de capa- Formular, promover e pactuar políticas de educação
citação e desenvolvimento de recursos humanos à política permanente em saúde, apoiando técnica e financeiramen-
de educação permanente, no âmbito da gestão estadual te estados e municípios no desenvolvimento das mesmas;
do SUS; Promover a integração de todos os processos de capa-
Apoiar e fortalecer a articulação com os municípios e citação e desenvolvimento de recursos humanos à política
entre os mesmos, para os processos de educação e desen- de educação permanente, no âmbito da gestão nacional
volvimento de trabalhadores para o SUS; do SUS;
Articular o processo de vinculação dos municípios às Propor e pactuar políticas regulatórias no campo da
referências para o seu processo de formação e desenvol- graduação e da especialização das profissões de saúde;
vimento; Articular e propor políticas de indução de mudanças na
Articular e participar das políticas regulatórias e de in- graduação das profissões de saúde;
dução de mudanças no campo da graduação e da especia- Propor e pactuar com o sistema federal de educação,
lização das profissões de saúde; processos de formação de acordo com as necessidades do
Articular e pactuar com o Sistema Estadual de Educação, SUS, articulando os demais gestores na mesma direção;
processos de formação de acordo com as necessidades do RESPONSABILIDADES NA PARTICIPAÇÃO E CON-
SUS, cooperando com os demais gestores, para processos TROLE SOCIAL
na mesma direção;
Desenvolver ações e estruturas formais de educação MUNICÍPIOS
técnica em saúde com capacidade de execução descentra-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

lizada no âmbito estadual; Todo município deve:


apoiar o processo de mobilização social e institucional
6.3 – DISTRITO FEDERAL em defesa do SUS;
prover as condições materiais, técnicas e administrati-
Formular e promover a gestão da educação permanen- vas necessárias ao funcionamento do Conselho Municipal
te em saúde e processos relativos à mesma, orientados de Saúde, que deverá ser organizado em conformidade
com a legislação vigente;
pela integralidade da atenção à saúde, criando quando for
organizar e prover as condições necessárias à realização
o caso, estruturas de coordenação e de execução da polí-
de Conferências Municipais de Saúde;
tica de formação e desenvolvimento, participando no seu
estimular o processo de discussão e controle social no
financiamento; espaço regional;
Promover a integração de todos os processos de capa-

58
apoiar o processo de formação dos conselheiros de Apoiar o processo de mobilização social e institucional
saúde; em defesa do SUS;
promover ações de informação e conhecimento acerca Prover as condições materiais, técnicas e administrati-
do SUS, junto à população em geral; vas necessárias ao funcionamento do Conselho Nacional
Apoiar os processos de educação popular em saúde, de Saúde, que deverá ser organizado em conformidade
com vistas ao fortalecimento da participação social do SUS; com a legislação vigente;
A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo Organizar e prover as condições necessárias à realiza-
com o pactuado e/ou com a complexidade da rede de ser- ção de Conferências Nacionais de Saúde;
viços localizada no território municipal Apoiar o processo de formação dos conselheiros de
Implementar ouvidoria municipal com vistas ao fortale- saúde;
cimento da gestão estratégica do SUS, conforme diretrizes Promover ações de informação e conhecimento acerca
nacionais. do SUS, junto à população em geral;
Apoiar os processos de educação popular em saúde,
ESTADOS com vistas ao fortalecimento da participação social do SUS;
Apoiar o fortalecimento dos movimentos sociais, apro-
Apoiar o processo de mobilização social e institucional ximando-os da organização das práticas da saúde e com as
em defesa do SUS; instâncias de controle social da saúde;
Prover as condições materiais, técnicas e administrati- Formular e pactuar a política nacional de ouvidoria e
vas necessárias ao funcionamento do Conselho Estadual de implementar o componente nacional, com vistas ao forta-
Saúde, que deverá ser organizado em conformidade com a lecimento da gestão estratégica do SUS.
legislação vigente;
Organizar e prover as condições necessárias à realiza-
IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO DOS PACTOS
ção de Conferências Estaduais de Saúde;
PELA VIDA E DE GESTÃO
Estimular o processo de discussão e controle social no
espaço regional;
PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO
Apoiar o processo de formação dos conselheiros de
saúde;
Para a implantação destes Pactos ficam acordados os
Promover ações de informação e conhecimento acerca
seguintes pontos:
do SUS, junto à população em geral;
Apoiar os processos de educação popular em saúde, A implantação dos Pactos pela Vida e de Gestão, enseja
com vistas ao fortalecimento da participação social do SUS; uma revisão normativa em várias áreas que serão regula-
Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao fortale- mentadas em portarias específicas, pactuadas na CIT.
cimento da gestão estratégica do SUS, conforme diretrizes Fica definido o Termo de Compromisso de Gestão, Fe-
nacionais. deral, Estadual, do DF e Municipal, como o documento de
formalização deste Pacto nas suas dimensões Pela Vida e
DISTRITO FEDERAL de Gestão.
O Termo de Compromisso de Gestão, a ser regulamen-
Apoiar o processo de mobilização social e institucional tado em normatização específica, contém as metas e ob-
em defesa do SUS; jetivos do Pacto pela Vida, referidas no item I deste docu-
Prover as condições materiais, técnicas e administrati- mento; as responsabilidades e atribuições de cada gestor,
vas necessárias ao funcionamento do Conselho Estadual de constantes do item III e os indicadores de monitoramento.
Saúde, que deverá ser organizado em conformidade com a Os Termos de Compromisso de Gestão devem ser apro-
legislação vigente; vados nos respectivos Conselhos de Saúde.
Organizar e prover as condições necessárias à realiza- Nos Termos de Compromisso de Gestão Estadual e Mu-
ção de Conferências Estaduais de Saúde; nicipal, podem ser acrescentadas as metas municipais, re-
Estimular o processo de discussão e controle social no gionais e estaduais, conforme pactuação;
espaço regional; Anualmente, no mês de março, devem ser revistas as
Apoiar o processo de formação dos conselheiros de metas, os objetivos e os indicadores do Termo de Compro-
saúde; misso de Gestão.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Promover ações de informação e conhecimento acerca O Termo de Compromisso de Gestão substitui o atual
do SUS, junto à população em geral; processo de habilitação, conforme detalhamento em por-
Apoiar os processos de educação popular em saúde, taria específica.
com vistas ao fortalecimento da participação social do SUS; Fica extinto o processo de habilitação para estados e
Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao fortale- municípios, conforme estabelecido na NOB SUS 01/– 96 e
cimento da gestão estratégica do SUS, conforme diretrizes na NOAS SUS 2002.
nacionais Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de Compro-
misso de Gestão constante nas Diretrizes Operacionais do
Pacto pela Saúde 2006, as mesmas prerrogativas e respon-
UNIÃO
sabilidades dos municípios e estados que estão habilitados
em Gestão Plena do Sistema, conforme estabelecido na

59
Norma Operacional Básica - NOB SUS 01/96 e na Norma CIB serão formalizadas em ato próprio do gestor respec-
Operacional da Assistência à Saúde - NOAS SUS 2002. tivo.
PROCESSO DE MONITORAMENTO As decisões das Comissões Intergestores que versarem
sobre matéria da esfera de competência dos Conselhos de
O processo de monitoramento dos Pactos deve seguir Saúde deverão ser submetidas à apreciação do Conselho
as seguintes diretrizes: respectivo.
Ser um processo permanente, de cada ente com rela-
ção ao seu próprio âmbito, dos estados com relação aos #Fica a Dica:Os gestores do SUS assumem o compro-
municípios do seu território, dos municípios com relação misso público da construção do PACTO PELA SAÚDE 2006,
ao estado, dos municípios e estado com relação à União que será anualmente revisado e terá como definição de
e da união com relação aos estados, municípios e Distrito prioridades articuladas e integradas nos três componentes:
Federal; Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão
Ser orientado pelos indicadores, objetivos, metas e res- do SUS.
ponsabilidades que compõem o respectivo Termo de Com-
promisso de Gestão;
Estabelecer um processo de monitoramento dos crono- EXERCÍCIO COMENTADO
gramas pactuados nas situações onde o município, estado
e DF não tenham condições de assumir plenamente suas
responsabilidades no momento da assinatura do Termo de 1. (AMS - Pref. Londrina/PR - Assistente de Enferma-
Compromisso de Gestão; gem em Saúde da Família e Atenção Domiciliar - Mé-
Desenvolver ações de apoio para a qualificação do pro- dio-Pref. Londrina – PR - 2013)De acordo com o Art. 7º,
cesso de gestão. da Portaria nº. 2.527, de 27 de outubro de 2011, que rede-
A operacionalização do processo de monitoramento fine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de
deve ser objeto de regulamentação específica em cada es- Saúde – SUS, complete a sentença a seguir:
fera de governo, considerando as pactuações realizadas. Os Municípios poderão ter Serviço de Atenção Domiciliar,
desde que possuam:
DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO DO SUS
a) População igual ou superior a 100 (cem) mil habitantes,
com base na população estimada pelo Instituto Brasilei-
A direção do SUS, em cada esfera de governo, é com-
ro de Geografia e Estatística (IBGE).
posta pelo órgão setorial do poder executivo e pelo respec-
b) População igual ou superior a 40 (quarenta) mil habi-
tivo Conselho de Saúde, nos termos das Leis Nº 8.080/90 e
tantes e inferiores a 100 (cem) mil habitantes, com base
Nº 8.142/1990.
na população estimada pelo IBGE, desde que estejam
O processo de articulação entre os gestores, nos di- localizados em região metropolitana.
ferentes níveis do Sistema, ocorre, preferencialmente, em c) População superior a 250 (duzentos e cinquenta) mil ha-
dois colegiados de negociação: a Comissão Intergestores bitantes, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia
Tripartite - CIT e a Comissão Intergestores Bipartite - CIB, e Estatística (IBGE).
que pactuarão sobre a organização, direção e gestão da d) As alternativas a e b estão corretas.
saúde. e) Nenhuma das alternativas está correta.
A CIT é composta, paritariamente, por representação do
Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários Resposta: Letra D
de Saúde - CONASS e do Conselho Nacional de Secretários Segundo o art 7º define-se ..os Municípios poderão ter
Municipais de Saúde – CONASEMS, sendo um espaço tri- Serviço de Atenção Domiciliar desde que possuam: I -
partite para a elaboração de propostas para a implantação população igual ou superior a 100 (cem) mil habitantes,
e operacionalização do SUS. com base na população estimada pelo Instituo Brasileiro
A CIB, composta igualmente de forma paritária, é inte- de Geografia e Estatística (IBGE); e II - população igual
grada por representação da Secretaria Estadual de Saúde ou superior a 40 (quarenta) mil habitantes e inferior a
(SES) e do Conselho Estadual de Secretários Municipais de 100 (cem) mil habitantes, com base na população esti-
Saúde (COSEMS) ou órgão equivalente é a instância privi- mada pelo IBGE, desde que estejam localizados em re-
legiada de negociação e decisão quanto aos aspectos ope- gião metropolitana.BRASIL. Ministério da Saúde. Porta-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

racionais do SUS. Um dos representantes dos municípios é, ria 2527, 27 de outubro de 2011.
necessariamente, o Secretário de Saúde da Capital. Como
parte do processo de constituição das regiões de saúde 2. (AMS - Pref. Londrina/PR - Assistente de Enferma-
devem ser constituídos Colegiados de Gestão Regionais. gem em Saúde da Família e Atenção Domiciliar – Mé-
A definição sobre o número de membros de cada CIB dio-Pref. Londrina/PR - 2013)O Serviço de Atenção Do-
deve considerar as diferentes situações de cada estado, miciliar tem como objetivo:
como número de municípios, número de regiões de saúde,
buscando a maior representatividade possível. a) A reorganização do processo de trabalho das equipes
As decisões da CIB e CIT serão tomadas sempre por que prestam cuidado domiciliar na atenção básica, am-
consenso. bulatorial e hospitalar.
As conclusões das negociações pactuadas na CIT e na b) Redução da demanda por atendimento hospitalar e/ou

60
redução do período de permanência de usuários inter-
nados. Resposta: Letra C
c) A desinstitucionalização e a ampliação da autonomia dos A Atenção Básica é um conjunto de ações, de caráter
usuários. individual e coletivo, situadas no primeiro nível de aten-
d) Somente a alternativa b está correta. ção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção
e) As alternativas a, b, e c estão corretas. da saúde, a prevenção de agravos, tratamento e a re-
abilitação (PNAB, 2006) enquanto estratégia das ações
Resposta: Letra E municipais de saúde é concebida como ordenadora do
Segundo Portaria 2527, 27 de outubro de 2011, o Art. sistema loco regional, integrando os diferentes pontos
3º A Atenção Domiciliar tem como objetivo a reorga- que compõe e definindo um novo modelo de atenção à
nização do processo de trabalho das equipes que pres- saúde. Princípios Ordenadores: Acessibilidade, Longitu-
tam cuidado domiciliar na atenção básica, ambulato- dinalidade, Integralidade, Responsabilização, Coordena-
rial e hospitalar, com vistas à redução da demanda por ção e Resolubilidade.
atendimento hospitalar e/ou redução do período de
permanência de usuários internados, a humanização da 4. (AMS - Pref. Londrina/PR - Assistente de Enferma-
atenção, a desinstitucionalização e a ampliação da auto- gem em Saúde da Família e Atenção Domiciliar – Mé-
nomia dos usuários. dio - Pref. Londrina/PR - 2013)A dimensão transversal da
Política de Humanização da Atenção e da Gestão em Saúde
no SUS implica, necessariamente, para sua efetuação, um
3. (AMS - Pref. Londrina/PR - Assistente de Enferma-
construir coletivo. Isso significa processos de pactuação no
gem em Saúde da Família e Atenção Domiciliar – Mé-
âmbito do Ministério da Saúde, assim como nas diversas
dio -Pref. Londrina/PR - 2013)De acordo com a Política
instâncias do SUS. Com base nas diretrizes específicas por
Nacional de Atenção Básica, analise as afirmativas a seguir: nível de atenção assinale a alternativa INCORRETA:
I. A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de
ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que a) Compete à Atenção Básica elaborar projetos de saúde
abrange a promoção e a proteção da saúde e a pre- individuais e coletivos para usuários e sua rede social,
venção de agravos. O diagnóstico, o tratamento, a considerando as políticas intersetoriais e as necessida-
reabilitação, a redução de danos e a manutenção da des de saúde, além de estabelecer formas de acolhimen-
saúde ficam sob os cuidados da atenção especiali- to e inclusão do usuário que promovam a otimização
zada. dos serviços, o fim das filas, a hierarquização de riscos e
II. A Atenção Básica é desenvolvida por meio do exer- o acesso aos demais níveis do sistema.
cício de práticas de cuidado e gestão, democráticas b) Compete à Atenção Básica compor uma equipe multi-
e participativas, sob forma de trabalho em equipe, profissional composta por no mínimo: médico, enfer-
dirigidas a populações de territórios definidos, pelas meiro, dentista, farmacêutico, psicólogo, fisioterapeuta
quais assume a responsabilidade sanitária, conside- e nutricionista, com objetivo de realizar o seguimento
rando a dinamicidade existente no território em que dos pacientes do território adscrito para atendimento à
vivem essas populações. família e à sua rede social.
III. A Atenção Básica utiliza tecnologias de cuidado c) Compete aos serviços de urgência e emergência acolher
complexas e variadas que devem auxiliar no mane- a demanda por meio de critérios de avaliação de risco,
jo das demandas e necessidades de saúde de maior garantindo o acesso referenciado aos demais níveis de
frequência e relevância em seu território, observando assistência.
critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o im- d) Compete aos serviços de urgência e emergência definir
perativo ético de que toda demanda, necessidade de protocolos clínicos, garantindo a eliminação de inter-
saúde ou sofrimento devem ser acolhidos. venções desnecessárias e respeitando as diferenças e as
IV. A Atenção Básica é desenvolvida com o mais alto necessidades do sujeito.
grau de descentralização e capilaridade. Deve ser o e) Compete à atenção hospitalar criar mecanismos de re-
contato preferencial dos usuários, a principal porta cepção com acolhimento aos usuários, mecanismos de
de entrada e centro de comunicação da Rede de escuta para a população e aos trabalhadores e ainda a
Atenção à Saúde. garantia de continuidade de assistência com sistema de
referência e contrarreferência.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

V. A Política Nacional de Atenção Básica considera os


termos “Atenção Básica” e “Atenção Primária à Saú-
de”, nas atuais concepções, como termos equivalen-
tes. ESTATUTO DO IDOSO. BRASIL. LEI N° 10.741,
Assinale a alternativa correta. DE 1° DE OUTUBRO DE 2003. DISPÕE SOBRE
O ESTATUTO DO IDOSO E DÁ OUTRAS PRO-
a) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. VIDÊNCIAS.
b) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas I, II, III e V são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II, IV e V são corretas. O tratamento do idoso no campo dos direitos humanos
e) Somente as afirmativas II, III, IV e V são corretas. Os idosos costumam ser afastados do convívio social à

61
medida em que adquirem mais dificuldades de saúde, na- ção, reabilitação e estimulação social e mental num
turais ao processo de envelhecimento. A lógica da “descar- ambiente humano e seguro; acesso a serviços jurí-
tabilidade” do ser humano e da produtividade em massa dicos; gozo dos direitos humanos e liberdades fun-
que teima em persistir na sociedade leva à intensificação damentais onde quer que se encontrem (lar próprio
deste movimento de rejeição, cabendo ao Direito assumir ou instituições de assistência), com pleno respeito de
uma postura de promoção da igualdade material dos ido- sua dignidade e do seu direito de decidir seu próprio
sos, por medidas judiciais, legislativas e executivas perti- destino;
nentes. d) Realização pessoal (princípios 15 e 16): possibilidade
No plano da proteção internacional dos direitos huma-
de procurar oportunidades com vista ao pleno de-
nos deste grupo de pessoas, já ocorreu algum avanço, mas
senvolvimento do seu potencial; acesso aos recursos
este é ainda distante se comparado ao sistema de proteção
de outros grupos vulneráveis específicos, como mulheres e educativos, culturais, espirituais e recreativos da so-
pessoas portadoras de deficiência. ciedade;
Em relação à ONU, ainda não há Convenção específica e) Dignidade (princípios 17 e 18): possibilidade de viver
de proteção, mas apenas normativas principiológicas não com dignidade e segurança, sem serem explorados
diretamente coativas, que podem ser combinadas com ou maltratados física ou mentalmente; tratamento
normas genéricas como as dos Pactos Internacionais de de forma justa, independentemente da sua idade,
1966. Neste sentido, de forma mais relevante, em 1991 so- gênero, origem racial ou étnica, deficiência ou outra
brevieram os Princípios das Nações Unidas para as Pessoas condição, e sendo devidamente valorizados.
Idosas; e em 2002, na II Conferência Internacional de Madri
sobre o Envelhecimento, surgiram a Declaração Política e o Por sua vez, no âmbito regional, destaca-se a menção
Plano de Ação Internacional de Madri sobre Envelhecimen- do Protocolo à Convenção Americana sobre Direitos Hu-
to (MIPAA), estes de ordem um pouco mais pragmática. manos: “Artigo 18 - Proteção de pessoas idosas, PCADH.
Em janeiro de 2010, o Comitê Consultivo do Conselho Toda pessoa tem direito à proteção especial na velhice.
de Direitos Humanos das Nações Unidas publicou estudo Nesse sentido, os Estados Partes comprometem se a ado-
apontando a necessidade de uma convenção internacional tar de maneira progressiva as medidas necessárias a fim de
específica, o que indica que futuramente é possível que tal pôr em prática este direito e, especialmente, a: a) Propor-
documento seja elaborado e ratificado pelos países-mem-
cionar instalações adequadas, bem como alimentação e as-
bros da ONU.
Vale colacionar alguns trechos dos Princípios das Na- sistência médica especializada, às pessoas de idade avan-
ções Unidas para as Pessoas Idosas, de ordem mais genéri- çada que careçam delas e não estejam em condições de
ca, identificando as pretendidas políticas da ONU em favor provê-las por seus próprios meios; b) Executar programas
deste grupo vulnerável ao dividir em categorias as esferas trabalhistas específicos destinados a dar a pessoas idosas a
de proteção específica a ser conferida: possibilidade de realizar atividade produtiva adequada às
a) Independência (princípios 1 a 6): acesso à alimenta- suas capacidades, respeitando sua vocação ou desejos; c)
ção, água, alojamento, vestuário e cuidados de saúde Promover a formação de organizações sociais destinadas a
adequados, recebendo recursos para tanto (apoio do melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas”.
Estado, da comunidade e da família); direito ao tra- Ainda, a OEA aprovou em 15 de junho de 2015 a Con-
balho ou a outro rendimento; direito de decidir junto venção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Hu-
com a sociedade quando é o momento de deixar de manos das Pessoas Idosas, ainda não incorporada ao or-
ter uma vida ativa de participação social e política, denamento interno brasileiro. Logo, a proteção específica
dedicando-se ao repouso com dignidade; acesso a destes direitos avançou substancialmente no ano de 2015
programas de educação e formação; convivência em dentro do sistema interamericano, primeiro sistema a criar
ambientes seguros e adaptáveis às suas necessida- um tratado internacional específico para o resguarde das
des e preferências; residência em seu próprio domi- pessoas idosas. Conforme o disposto no primeiro artigo
cílio tanto quanto possível; do documento: “O objetivo da Convenção é promover,
b) Participação (princípios 7 a 9): permanência na in- proteger e assegurar o reconhecimento e o pleno gozo e
tegração em sociedade, participando na formulação exercício, em condições de igualdade, de todos os direi-
e execução de políticas que o afetem diretamente, tos humanos e liberdades fundamentais do idoso, a fim
compartilhando suas experiências, conhecimentos e de contribuir para sua plena inclusão, integração e parti-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

aptidões; possibilidade de prestar serviços à comu- cipação na sociedade”. Frisa-se, ademais, no mesmo dis-
nidade, inclusive voluntariamente, no que for de seu positivo, que o disposto em tal Convenção Interamericana
interesse e capacidade; construção de movimentos e não deve ser interpretado como uma limitação a direitos
associações de idosos; ou benefícios mais amplos ou adicionais reconhecidos pelo
c) Assistência (princípios 10 a 14): aproveitar os bene- direito internacional ou pelas legislações internas dos Esta-
fícios dos cuidados e da proteção da família e da dos-partes em favor dos idosos.
comunidade, conforme os valores culturais de cada Também, no artigo 3º da Convenção são trazidos prin-
sociedade; acesso a cuidados de saúde que o garan- cípios gerais que lhe são inerentes, a saber, a promoção e
tam bem-estar físico, mental e emocional, inclusive defesa dos direitos humanos e liberdades fundamentais do
preventivos; utilização de meios adequados de as- idoso; a valorização do idoso, seu papel na sociedade e sua
sistência em âmbito institucional em prol de prote- contribuição ao desenvolvimento; a dignidade, indepen-

62
dência, protagonismo e autonomia do idoso; a igualdade cipação na comunidade, defendendo sua dignidade e
e não discriminação; a participação, integração e inclusão bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
plena e efetiva na sociedade; o bem-estar e cuidado; a § 1º Os programas de amparo aos idosos serão executa-
segurança física, econômica e social; a autorrealização; a dos preferencialmente em seus lares.
equidade e igualdade de gênero e enfoque do curso de § 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a
vida; a solidariedade e o fortalecimento da proteção fami- gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
liar e comunitária; o bom tratamento e a atuação preferen-
cial; o enfoque diferencial para o gozo efetivo dos direitos Ainda, a segunda parte do artigo 229, CF preconiza que
do idoso; o respeito e a valorização da diversidade cultural; “[...] os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os
a proteção judicial efetiva; bem como a responsabilidade pais na velhice, carência ou enfermidade”. Consolida o de-
do Estado e a participação da família e da comunidade na ver de solidariedade familiar, compensando os pais que
integração ativa, plena e produtiva do idoso dentro da so- criaram seus filhos quando tinham condições e que hoje
se encontram na posição de necessitados. Contudo, este
ciedade, bem como em seu cuidado e atenção, de acordo
dever de amparo não é exclusivo da família, conforme se
com a legislação interna.
extrai do artigo 230, CF.
Por fim, são elencados na Convenção alguns direitos
O fato de uma pessoa ter se tornado idosa não a trans-
protegidos: igualdade e não discriminação por razões de forma numa parte dispensável da sociedade, que merece
idade (artigo 5º); direito à vida e à dignidade na velhice (ar- isolamento. Pelo contrário, suas experiências devem ser va-
tigo 6º); direito à independência e à autonomia (artigo 7º); lorizadas e incorporadas nas práticas sociais, tornando-as
direito à participação e integração comunitária (artigo 8º); mais adequadas. Assim, Estado, família e sociedade pos-
direito à segurança e a uma vida sem nenhum tipo de vio- suem o dever compartilhado de conferir assistência aos
lência (artigo 9º); direito a não ser submetido à tortura nem idosos.
a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes O amparo aos idosos inclui múltiplas facetas: participa-
(artigo 10); direito a manifestar consentimento livre e infor- ção na comunidade, dignidade, bem-estar e vida. Além dis-
mado no âmbito da saúde (artigo 11); direitos do idoso que so, os programas de assistência, que prestam este amparo,
recebe serviços de cuidado de longo prazo (artigo 12); di- devem ser executados de preferência em seus lares.
reito à liberdade pessoal (artigo 13); direito à liberdade de O artigo 230, CF também assegura de forma expressa a
expressão e opinião e ao acesso à informação (artigo 14); gratuidade dos transportes coletivos urbanos aos maiores
direito à nacionalidade e à liberdade de circulação (artigo de 65 anos.
15); direito à intimidade e à privacidade (art. 16); direito à
seguridade social (art. 17); direito ao trabalho (artigo 18); Histórico do estatuto do idoso
direito à saúde (artigo 19); direito à educação (artigo 20);
direito à cultura (artigo 21); direito à recreação, ao espor- A Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003, que institui
te e ao lazer (artigo 22); direito à propriedade (artigo 23); o Estatuto do Idoso, dispõe sobre papel da família, da co-
direito à moradia (artigo 24); direito a um meio ambiente munidade, da sociedade e do Poder Público de assegurar
saudável (artigo 25); direito à acessibilidade e à mobilidade ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito
pessoal (artigo 26); direitos políticos (artigo 27); direito de à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao es-
reunião e de associação (artigo 28); situações de risco e porte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dig-
emergências humanitárias (artigo 29); igual reconhecimen- nidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
to como pessoa perante a lei (artigo 30); e acesso à justiça O panorama demográfico mundial tem apresentado
mudanças nos últimos anos devido ao declínio das taxas
(artigo 31).
de fertilidade e mortalidade e como decorrência a longevi-
Não se pode deixar de reconhecer, veja-se, que os
dade tem-se apresentado como um fenômeno real.
avanços das indústrias médica e farmacológica, a prática
O Brasil tem sido surpreendido por uma significativa
de bons hábitos alimentares e esportivos/recreativos, a
mudança demográfica. Atualmente apresenta cerca de 15
gradativa melhoria das condições de saneamento básico
milhões de idosos e, segundo projeção do IBGE, no ano
e as políticas voltadas à previdência social têm promovi-
de 2025, será o sexto país mais idoso do mundo, apenas
do um processo geral de envelhecimento das populações
perdendo para a Suíça, França, Estados Unidos, Uruguai,
de alguns países (o que se soma, geralmente, à queda nos
Argentina, China, com um contingente de 34 milhões de
índices de natalidade). O direito internacional dos direitos
idosos, cerca de 15% da população.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

humanos, portanto, não pode deixar desamparada esta


nova realidade em rápido processo evolutivo. Diante dessa realidade, diferentes segmentos como a
saúde, transporte, habitação, previdência social e educação
O tratamento do idoso no direito constitucional precisam ser redimensionados para atender esse novo per-
Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 230, fil populacional.
inserido no título VII (Ordem Social), capítulo VII sobre a A sociedade política também assumiu sua responsabili-
proteção da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem dade diante desse novo panorama demográfico brasileiro,
e do Idoso: elaborou a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Ido-
so. São leis elaboradas para preservar os direitos do idoso
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever e evitar que essa faixa etária sofra discriminações e seja
de amparar as pessoas idosas, assegurando sua parti- marginalizado na sociedade brasileira.

63
É flagrante na sociedade brasileira um discurso favo- V – priorização do atendimento do idoso por sua pró-
rável ao idoso, porém inserido em uma realidade prática pria família, em detrimento do atendimento asilar, exce-
incompatível, ora reforçado pelo paternalismo, ora pelo to dos que não a possuam ou careçam de condições de
assistencialismo, ora potencializando essa faixa etária, mas manutenção da própria sobrevivência;
sem oferecer um real espaço social. VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas
Por isso, o Estatuto do Idoso surge como instrumento áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de ser-
essencial ao resgate da dignidade inerente a todos idosos, viços aos idosos;
mediante inclusão social e reforço de direitos fundamen- VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a
tais. O fato é que a população brasileira está envelhecen- divulgação de informações de caráter educativo sobre os
do e necessário se faz garantir que este envelhecimento aspectos biopsicossociais de envelhecimento;
ocorra dentro dos princípios norteadores do atual texto VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de
constitucional. A intervenção legislativa representada nes- assistência social locais.
te estatuto busca efetividade em resposta às necessidades IX – prioridade no recebimento da restituição do Impos-
emergentes desse segmento da população. to de Renda.
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial
aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas necessi-
TÍTULO I
dades sempre preferencialmente em relação aos demais
Disposições Preliminares
idosos.
A garantia de prioridade compreende atendimento
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a re- preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
gular os direitos assegurados às pessoas com idade igual públicos e privados prestadores de serviços à população.
ou superior a 60 (sessenta) anos. Isso significa que todos os segmentos sociais descritos na
A Lei nº 10.741/03 define como idoso a pessoa com Constituição devem primeiramente proteger e defender as
idade maior ou igual que 60 anos, valendo-se assim do pessoas idosas na busca da concretização dos seus direi-
critério cronológico para estabelecer os que estão sob o tos. Os idosos devem figurar como destinatários de cui-
efeito da presente lei. dados especiais e preferenciais na elaboração de políticas
Existem outras nomenclaturas utilizadas para se atribuir públicas pelos administradores públicos.
à pessoa idosa, por exemplo, pessoa na terceira idade, pes- Cabe na análise da prioridade destinada aos idosos em
soa na melhor idade, velhos, pessoas em idade avançada, relação às demais pessoas e até mesmos às crianças, além
entre outros termos. do bom senso, que é sempre esperado, o princípio da pro-
porcionalidade na busca da justiça em cada caso concreto
Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais que este conflito aparecer pela harmonia dos interesses em
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção conflito.
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei A preferência na formulação e na execução de políticas
ou por outros meios, todas as oportunidades e facilida- sociais públicas específicas também tem base na priorida-
des, para preservação de sua saúde física e mental e seu de estabelecida no art. 230 da CF que vislumbra o idoso
aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, como prioritário, devendo-se assegurar-lhe uma velhice
em condições de liberdade e dignidade. com dignidade. No mesmo norte está a destinação privi-
Os idosos possuem todos os direitos fundamentais as- legiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com
segurados a todas as outras pessoas, sendo-lhes garantido a proteção ao idoso, que deve ser conferido com absoluta
gozar destes direitos face aos direitos de todos. Neste sen- prioridade à criança e ao adolescente, bem como ao idoso.
tido, o título II do Estatuto aprofunda direitos fundamen- Tais prioridades devem ser conjugadas a fim de que um
tais de forma específica em relação à condição do idoso. menor sofra detrimento ao que for estabelecido ao ido-
so e vice-versa. O Poder Público, ao elaborar programas
de saúde, educação e ação social deve igualmente atender
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da socie-
prioritariamente a criança e ao adolescente como também
dade e do Poder Público assegurar ao idoso, com abso-
ao idoso, pautando-se nos princípios da proporcionalidade
luta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à e razoabilidade.
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer,
ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

respeito e à convivência familiar e comunitária. negligência, discriminação, violência, crueldade ou


§ 1o A garantia de prioridade compreende: opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou
I – atendimento preferencial imediato e individualizado omissão, será punido na forma da lei.
junto aos órgãos públicos e privados prestadores de ser- § 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos
viços à população; direitos do idoso.
II – preferência na formulação e na execução de políticas § 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
sociais públicas específicas; prevenção outras decorrentes dos princípios por ela ado-
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas tados.
áreas relacionadas com a proteção ao idoso; Alguns tipos específicos de negligências, violências e
IV – viabilização de formas alternativas de participação, opressões são previstos no título VI do Estatuto como cri-
ocupação e convívio do idoso com as demais gerações; mes contra os idosos. Entretanto, não é suficiente reprimir

64
práticas criminosas contra idosos, mas também é impor-
tante preveni-las.
Art. 5o A inobservância das normas de prevenção im- TÍTULO II
portará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica Dos Direitos Fundamentais
nos termos da lei.
O instituto da responsabilidade civil é parte integran- CAPÍTULO I
te do direito obrigacional, uma vez que a principal conse- Do Direito à Vida
quência da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera
para o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamen- Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e
to de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal, a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e
quem pratica um ato ou incorre em omissão que gere dano da legislação vigente.
deve suportar as consequências jurídicas decorrentes, res-
taurando-se o equilíbrio social. O envelhecimento é colocado como um direito perso-
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po- nalíssimo. A ideia é de que envelhecer é um processo natu-
dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os ral que não deve ser combatido, evitado ou negado a todo
limites da herança, embora existam reflexos na ação que custo. É, ainda, direito social, ou seja, direito humano de
apure a responsabilidade civil conforme o resultado na es- segunda dimensão.
fera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de
autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo que Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a
uma absolvição por falta de provas não o faz). proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas
Genericamente, os elementos da responsabilidade civil sociais públicas que permitam um envelhecimento saudá-
se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele que, por vel e em condições de dignidade.
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, Cabe ao Estado desenvolver políticas públicas que
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva- garantam o direito à vida e à saúde das pessoas idosas.
mente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo central do Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e
instituto da responsabilidade civil, que tem como elemen- atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou in-
tos: ação ou omissão voluntária (agir como não se deve diretamente, com a participação de entes públicos ou pri-
ou deixar de agir como se deve), culpa ou dolo do agente vados, que visam assegurar determinado direito de cida-
(dolo é a vontade de cometer uma violação de direito e dania, de forma difusa ou para determinado seguimento
culpa é a falta de diligência), nexo causal (relação de causa social, cultural, étnico ou econômico. As políticas públicas
e efeito entre a ação/omissão e o dano causado) e dano específicas em relação ao idoso fazem parte da Política Na-
(dano é o prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser in- cional do Idoso.
dividual ou coletivo, moral ou material, econômico e não
econômico). CAPÍTULO II
A prática de atos ilícitos contra pessoas idosas gera res- Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
ponsabilização civil, em algumas situações, criminal, e se
a prática partir de servidor público ou equiparado, pode Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegu-
gerar responsabilidade administrativa, havendo indepen- rar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade,
dência entre elas. como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos,
individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas
Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à auto- leis.
ridade competente qualquer forma de violação a esta § 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os
Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conheci- seguintes aspectos:
mento. I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos
No mais, qualquer violação a direitos dos idosos que e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
venha um cidadão a ter conhecimento deve imediata- II – opinião e expressão;
mente comunicar a autoridade competente, sob pena de III – crença e culto religioso;
ser responsabilizado nos termos do que está disposto no IV – prática de esportes e de diversões;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

mencionado artigo 5º supra. V – participação na vida familiar e comunitária;


VI – participação na vida política, na forma da lei;
Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Fe- VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
deral e Municipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842, § 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos integridade física, psíquica e moral, abrangendo a pre-
direitos do idoso, definidos nesta Lei. servação da imagem, da identidade, da autonomia, de
valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pes-
soais.
§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, co-
locando-o a salvo de qualquer tratamento desumano,
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

65
O Estado e a sociedade devem assegurar à pessoa idosa de alimentos no direito de família. Contudo, por força da
a liberdade, o respeito e a dignidade. O §1º especifica o lei especial, é incontestável que o Estatuto do Idoso dis-
direito à liberdade, que compreende o direito de ir e vir, ciplinou de forma contrária às Leis Civis de 1916 e 2002,
opinião e expressão, crença e culto religioso, esportes e adotando como política pública (art. 3º), a obrigação da
diversões, vida familiar e comunitária, vida política, refúgio, família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público
auxílio e orientação. O §2º especifica o direito ao respeito assegurar ao idoso, com absoluta prioridade a efetivação
como inviolabilidade de qualquer tipo de integridade físi- do direito à alimentação. Para tanto, mudou a natureza da
ca, psíquica e moral. O §3º especifica o direito à dignida- obrigação alimentícia de conjunta para solidária, com o ob-
de como o direito de não ser posto em qualquer tipo de jetivo de beneficiar sobremaneira a celeridade do processo,
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou evitando discussões acerca do ingresso dos demais deve-
constrangedor. dores, não escolhidos pelo credor-idoso para figurarem no
polo passivo. Ex.: Se um idoso tiver três filhos e um deles
CAPÍTULO III não pagar o valor devido, poderá exigir do outro.
Dos Alimentos
CAPÍTULO IV
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma Do Direito à Saúde
da lei civil.
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do ido-
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o so, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS,
idoso optar entre os prestadores. garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em con-
junto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde,
celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor incluindo a atenção especial às doenças que afetam pre-
Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de ferencialmente os idosos.
título executivo extrajudicial nos termos da lei proces- De forma semelhante à Constituição Federal quanto ao
sual civil. direito à saúde em geral, o Estatuto do Idoso fixa:
- Direito à atenção integral: é a atenção plena, em to-
das dimensões, tanto paliativa quanto preventiva – os
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem con-
objetivos, afinal, são prevenção, promoção, proteção e
dições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao
recuperação da saúde;
Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência
- Por meio do Sistema Único de Saúde – SUS: é o sistema
social.
público de saúde brasileiro, um dos maiores do mundo,
A obrigação alimentar decorre da intervenção do po-
mas a sua presença não exclui a possibilidade de atua-
der estatal, dos familiares, cônjuges e até mesmo da so-
ção privada no setor (até mesmo devido à previsão sobre
ciedade (ao realizar atos de caridade), em relação a quem
atenção integral);
se encontra impossibilitado de fazê-lo por meios próprios. - Assegurado o acesso universal e igualitário: o acesso
Sendo importante notar que os alimentos não abrangem ao sistema público de saúde deve ser garantido a todas
tão somente a alimentação, mas também outras utilidades pessoas e em condições de igualdade material, ou seja,
necessárias para o usufruto de uma vida digna. considerando as específicas necessidades das pessoas
O artigo 1695 do Código Civil Brasileiro estabelece que (por isso, é devido o tratamento diferenciado ao idoso e
“são devidos os alimentos quando quem os pretende não ao idoso com deficiência ou limitação);
tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, - Conjunto articulado e contínuo: as práticas de pre-
à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode venção, promoção, proteção e recuperação devem ser
fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento”. adotadas de forma constante e planejada e, para tanto,
E ainda o artigo 1694, também do Código Civil, dispõe interligada;
que “podem os parentes, os cônjuges ou companheiros - Atenção especial às doenças que afetam a população
pedir uns aos outros os alimentos de que necessitam para idosa: liga-se ao aspecto da igualdade material e ao da
viver de modo compatível com a sua condição social, inclu- atenção especial.
sive para atender às necessidades de sua educação”. § 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Por fim, estabelece o §1° do dispositivo supramencio- serão efetivadas por meio de:
nado: “os alimentos devem ser fixados na proporção das I – cadastramento da população idosa em base territo-
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obri- rial;
gada”. II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambu-
Desses dispositivos legais, pode-se extrair que são dois latórios;
os pressupostos principais para se reclamar alimentos, III – unidades geriátricas de referência, com pessoal es-
quais sejam, a necessidade de quem pleiteia em consonân- pecializado nas áreas de geriatria e gerontologia social;
cia com a possibilidade de quem os fornecerá. IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação,
O reconhecimento da solidariedade implicaria admi- para a população que dele necessitar e esteja impossibi-
tir que todos os obrigados fossem responsáveis de igual litada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e
modo e por igual valor. Como regra, não há solidariedade acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem

66
fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Po- tos sociais e de isenção tributária.
der Público, nos meios urbano e rural; Os §§ 5º e 6º foram incluídos pela Lei nº 12.896/2013 e
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, trata do comparecimento do idoso enfermo em órgãos
para redução das sequelas decorrentes do agravo da públicos, inclusive para realização de perícias:
saúde. - Interesse do poder público – agente público deve ir até
O §1º fixa as formas especiais de tratamento da po- a residência;
pulação idosa, percebendo-se que a atuação se dá na - Interesse pessoal – representação por procurador.
vertente de controle da população para viabilizar um * As perícias do INSS devem se realizar em domicílio.
melhor tratamento, o qual deve ser especializado e se
dar tanto em ambientes especializados quanto de forma § 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oi-
domiciliar. tenta anos terão preferência especial sobre os demais
Obs.: geriatria é a especialidade médica que estuda e idosos, exceto em caso de emergência.
trata das doenças ligadas ao envelhecimento; e geron- Trata-se de prioridade especial no atendimento de saú-
tologia é o estudo dos fenômenos fisiológicos, psicoló- de.
gicos e sociais relacionados ao envelhecimento do ser
humano. Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é asse-
gurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de
§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gra- saúde proporcionar as condições adequadas para a sua
tuitamente, medicamentos, especialmente os de uso permanência em tempo integral, segundo o critério mé-
continuado, assim como próteses, órteses e outros recur- dico.
sos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde res-
O idoso tem direito a tratamento gratuito da saúde, in- ponsável pelo tratamento conceder autorização para o
clusive recebendo medicamentos, próteses, órteses e ou- acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibili-
tros recursos. dade, justificá-la por escrito.
Embora o direito a acompanhante no tratamento de
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de
saúde seja assegurado, caberá ao profissional de saú-
saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão
de responsável decidir quanto ele é possível, justificando
da idade.
por escrito eventual impossibilidade.
A questão da discriminação do idoso nos planos de saú-
de é complexa, porque não inviabiliza, segundo a juris-
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas facul-
prudência pátria, de forma plena o reajuste por faixa
dades mentais é assegurado o direito de optar pelo tra-
etária. O STJ disse que é possível reajustar por faixa etá-
ria se houver previsão contratual, se não forem aplicados tamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.
percentuais desarrazoados, se preenchidos os requisitos Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de
da Lei nº 9.656/1998 (dispõe sobre os planos e seguros proceder à opção, esta será feita:
privados de assistência à saúde), observância da boa-fé I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
objetiva que impede reajustes absurdos e desproporcio- II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou
nais (REsp 866.840/SP, j. 07/06/2011). este não puder ser contatado em tempo hábil;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida
§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limita- e não houver tempo hábil para consulta a curador ou
ção incapacitante terão atendimento especializado, nos familiar;
termos da lei. IV – pelo próprio médico, quando não houver curador
As pessoas idosas com condições peculiares devem rece- ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o
ber tratamento diferenciado, especializado. fato ao Ministério Público.
O idoso não perde sua autonomia para a tomada de
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfer- decisões, de modo que caberá a ele decidir sobre sua
mo perante os órgãos públicos, hipótese na qual será própria saúde sempre que estiver em suas plenas facul-
admitido o seguinte procedimento: dades. Havendo incapacidade, permanente ou transitó-
I - quando de interesse do poder público, o agente pro- ria, a ordem de tomada de decisões é a seguinte:
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

moverá o contato necessário com o idoso em sua resi- - Situações não emergenciais – se houver curador, ele
dência; ou tem prioridade, se não houver a decisão cabe ao fami-
II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará liar, mas se não houver nenhum dos dois caberá ao mé-
representar por procurador legalmente constituído. dico, que informará ao Ministério Público.
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento do- - Situações de urgência – risco de vida + ausência de
miciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Se- tempo hábil – cabe ao médico decidir.
guro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo
serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos cri-
integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição térios mínimos para o atendimento às necessidades do
do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direi- idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos
profissionais, assim como orientação a cuidadores fami-

67
liares e grupos de autoajuda. tos e vivências às demais gerações, no sentido da preser-
Caberá às instituições de saúde atender a critérios mí- vação da memória e da identidade culturais.
nimos que viabilizem o atendimento especializado, de- Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de
vendo treinar e capacitar outras entidades que atuem ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao
paralelamente a elas. processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização
do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violên- conhecimentos sobre a matéria.
cia praticada contra idosos serão objeto de notificação
compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados Art. 23. A participação dos idosos em atividades cultu-
à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoria- rais e de lazer será proporcionada mediante descontos
mente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes de pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos
órgãos: para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer,
I – autoridade policial; bem como o acesso preferencial aos respectivos locais.
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso; Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou
IV – Conselho Estadual do Idoso; horários especiais voltados aos idosos, com finalidade
V – Conselho Nacional do Idoso. informativa, educativa, artística e cultural, e ao público
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência sobre o processo de envelhecimento.
contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em
local público ou privado que lhe cause morte, dano ou Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão
sofrimento físico ou psicológico. às pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo
§ 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsó- da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou
ria prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei no a distância, constituídos por atividades formais e não
6.259, de 30 de outubro de 1975 (dispõe sobre a orga- formais.
nização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de
Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará
relativas à notificação compulsória de doenças, e dá ou- a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e pa-
tras providências). drão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitu-
O artigo 19 foi alterado e teve dispositivos incluídos pela ra, considerada a natural redução da capacidade visual.
Lei nº 12.461/2011.
Sua redação é um pouco confusa e inadequada. Traba- O exercício ao direito à educação, cultura, esporte, la-
lha com notificações que devem ser comunicadas a órgãos zer, diversões, espetáculos, produtos e serviços dos idosos
competentes tanto práticas de violência (por qualquer ação deve respeitar sua peculiar condição de idade, fundado
ou omissão praticada em local público ou privado, sendo efetivamente em razões de igualdade material, a fim de
proporcionar um tratamento justo ao idoso em seu meio
violência todo caso de morte, dano ou sofrimento físico
social.
ou psicológico) quanto de doenças epidemiológicas (com
O respeito à peculiar condição de idade implica em afir-
risco de transmissão em larga escala). Cabe a comunica-
mar que na medida de suas condições físicas e emocionais
ção aos órgãos descritos nos incisos do caput – autoridade
de usufruir de educação, cultura, esporte, lazer, diversões,
policial, Ministério Público, Conselhos Municipal, Estadual
espetáculos, produtos e serviços aos idosos devem ser des-
e Federal; além dos órgãos de vigilância sanitária e outros
tinados oportunidades de participar do meio social em que
fixados na Lei nº 6.259/1975.
vive sem lhe acrescentar fardo algum tendo em vista a sua
vulnerabilidade, condição esta alçada em caráter de princí-
CAPÍTULO V pio a ser buscado por todos.
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer Constitui obrigação do Poder Público criar oportunida-
des de acesso do idoso à educação, adequando currículos,
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, metodologias e material didático aos programas educacio-
lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que res- nais a ele destinados. O idoso que necessitar obter forma-
peitem sua peculiar condição de idade. ção escolar regular deve ter acesso a processo educativo
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

como as demais pessoas na sociedade.


Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso
do idoso à educação, adequando currículos, metodolo- CAPÍTULO VI
gias e material didático aos programas educacionais a Da Profissionalização e do Trabalho
ele destinados.
§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade
relativo às técnicas de comunicação, computação e de- profissional, respeitadas suas condições físicas, intelec-
mais avanços tecnológicos, para sua integração à vida tuais e psíquicas.
moderna.
§ 2o Os idosos participarão das comemorações de cará- Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou
ter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimen- emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite

68
máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados cia Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado
os casos em que a natureza do cargo o exigir. para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em de Previdência Social, verificado no período compreen-
concurso público será a idade, dando-se preferência ao dido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do
de idade mais elevada. efetivo pagamento.

Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a
de: data-base dos aposentados e pensionistas.
I – profissionalização especializada para os idosos, apro- A data base de uma categoria profissional é a data des-
veitando seus potenciais e habilidades para atividades tinada a correção salarial e a discussão e revisão das
regulares e remuneradas; condições de trabalho fixadas em acordo, convenção ou
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, dissídio coletivo.
com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de
estímulo a novos projetos sociais, conforme seus inte- Este Estatuto ao dispor sobre o regime da Previdência
resses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de Social reconhece que este constitui direito essencial a con-
cidadania; ferir dignidade ao trabalhador em especial aos idosos que
III – estímulo às empresas privadas para admissão de por muito tempo contribuíram a fim de fazer jus a este be-
idosos ao trabalho. nefício.
A Previdência Social constitui um seguro coletivo que
Como corolário da garantia de proteção ao idoso e do visa a cobertura de riscos sociais, cujo objetivo está deli-
princípio da dignidade que lhes deve ser conferido o idoso neado no art. 1° da Lei 8.213/1991, que é assegurar aos
tem direito ao exercício de atividade profissional, respeita- seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção,
das suas condições físicas, intelectuais e psíquicas. por motivo de incapacidade, desemprego voluntário, ida-
O trabalho é um direito fundamental da pessoa huma- de avançada, tempo de contribuição, encargos familiares e
na que não deve encontrar óbice em seu tempo de vida. prisão ou morte daqueles de quem dependiam economi-
A idade somente pode ser considerada um empecilho ao camente.
exercício do trabalho somente quando em benefício do
idoso. CAPÍTULO VIII
Da Assistência Social
CAPÍTULO VII
Da Previdência Social Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada,
de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Po-
Regime Geral da Previdência Social observarão, na sua lítica Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e
concessão, critérios de cálculo que preservem o valor demais normas pertinentes.
real dos salários sobre os quais incidiram contribuição,
nos termos da legislação vigente. Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos,
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manu- que não possuam meios para prover sua subsistência,
tenção serão reajustados na mesma data de reajuste do nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o
salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respecti- benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos
vas datas de início ou do seu último reajustamento, com da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.
base em percentual definido em regulamento, observa- Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer
dos os critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de membro da família nos termos do caput não será com-
julho de 1991. putado para os fins do cálculo da renda familiar per ca-
pita a que se refere a Loas.
Art. 30. A perda da condição de segurado não será con-
siderada para a concessão da aposentadoria por idade, Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou
desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

contribuição correspondente ao exigido para efeito de de serviços com a pessoa idosa abrigada.
carência na data de requerimento do benefício. § 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto facultada a cobrança de participação do idoso no cus-
no caput observará o disposto no caput e § 2o do art. 3o teio da entidade.
da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não § 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Mu-
havendo salários-de-contribuição recolhidos a partir da nicipal da Assistência Social estabelecerá a forma de
competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da participação prevista no § 1o, que não poderá exceder
Lei no 8.213, de 1991. a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previ-
denciário ou de assistência social percebido pelo idoso.
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, § 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu repre-
efetuado com atraso por responsabilidade da Previdên- sentante legal firmar o contrato a que se refere o caput

69
deste artigo. reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades
habitacionais residenciais para atendimento aos idosos.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco CAPÍTULO X
social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a de- Do Transporte
pendência econômica, para os efeitos legais.
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica
Já a assistência tem caráter não-contributivo visando ao assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públi-
amparo das pessoas necessitadas, conforme a previsão do cos urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos
art. 230 da CRFB/88, que a assistência social será prestada e especiais, quando prestados paralelamente aos servi-
a quem dela necessitar independente de contribuição.A as- ços regulares.
sistência tem caráter não-contributivo visando ao amparo § 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso
das pessoas necessitadas, conforme a previsão do art. 230 apresente qualquer documento pessoal que faça prova
da CRFB/88, que a assistência social será prestada a quem de sua idade.
dela necessitar independente de contribuição. § 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este
artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos assen-
CAPÍTULO IX tos para os idosos, devidamente identificados com a pla-
Da Habitação ca de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará
da família natural ou substituta, ou desacompanhado de a critério da legislação local dispor sobre as condições
seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em para exercício da gratuidade nos meios de transporte
instituição pública ou privada. previstos no caput deste artigo.
§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade
de longa permanência será prestada quando verificada Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual
inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou observar-se-á, nos termos da legislação específica:
carência de recursos financeiros próprios ou da família. I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para
§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
fica obrigada a manter identificação externa visível, sob -mínimos;
pena de interdição, além de atender toda a legislação II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo,
pertinente. no valor das passagens, para os idosos que excederem
§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois)
a manter padrões de habitação compatíveis com as ne-
salários-mínimos.
cessidades deles, bem como provê-los com alimentação
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir
regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e
os mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos
com estas condizentes, sob as penas da lei.
previstos nos incisos I e II.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsi-
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos ter-
diados com recursos públicos, o idoso goza de prioridade
mos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos
na aquisição de imóvel para moradia própria, observado
o seguinte: estacionamentos públicos e privados, as quais deverão
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das uni- ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodi-
dades habitacionais residenciais para atendimento aos dade ao idoso.
idosos; (Redação dada pela Lei nº 12.418, de 2011)
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do
voltados ao idoso; idoso nos procedimentos de embarque e desembarque
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísti- nos veículos do sistema de transporte coletivo. (Redação
cas, para garantia de acessibilidade ao idoso; dada pela Lei nº 12.899, de 2013)
IV – critérios de financiamento compatíveis com os ren- Está presente no Estatuto o direito fundamental do ido-
dimentos de aposentadoria e pensão. so ao transporte. Estabelece-se que os idosos maiores de
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas 65 (sessenta e cinco) anos tem assegurado a gratuidade
para atendimento a idosos devem situar-se, preferen- dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos,
cialmente, no pavimento térreo. (Incluído pela Lei nº exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados
12.419, de 2011) paralelamente aos serviços regulares.
As ações do Estado visando conferir a pessoa idosa mo- Assim, essa gratuidade compreende o transporte urba-
radia digna devem alcançar os programas habitacionais, no coletivo, aquele transporte público oferecido a todas as
públicos ou subsidiados com recursos públicos, sendo que pessoas a fim de que se desloquem diariamente na reali-
nestes programas o idoso deve ter prioridade na aquisição zação de suas atividades diversas e o transporte semiurba-
de imóvel para moradia própria. Alguns requisitos devem no que tem as características do transporte coletivo, mas
ser observados nestes programas visando minimizar a si- é prestado em áreas que ultrapassa os limites de muni-
tuação do idoso e a conferir-lhe moradia digna, como a cípios, em grandes centros metropolitanos. Essa benesse

70
não alcança os serviços de transportes seletivos destinado drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de
a determinadas categorias de pessoas, como servidores de sua convivência que lhe cause perturbação;
determinado órgão ou empresa pública, estudantes etc., V – abrigo em entidade;
como também não alcança o serviço de transporte espe- VI – abrigo temporário.
cial, como os ônibus executivos que oferecem serviço e O Ministério Público é a instituição responsável por
atendimento diferenciado ao usuário. determinar ou requerer as medidas de proteção. Não é
qualquer medida que o Ministério Público pode determi-
TÍTULO III nar diretamente, mas apenas aquelas que não caracterizem
Das Medidas de Proteção restrições involuntárias que afetem o direito de liberdade
(por exemplo, não pode de ofício determinar a internação
CAPÍTULO I compulsória).
Das Disposições Gerais As medidas descritas no rol do artigo 45 são exemplifi-
cativas. Por exemplo, é possível aplicar as medidas prote-
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis tivas de urgência da Lei Maria da Penha e as medidas cau-
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem telares do CPP, quando necessário (como quando o idoso
ameaçados ou violados: for vítima de crime).
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; Interessante observar que no artigo 45 se prevê a pos-
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou sibilidade de que a medida de proteção afete pessoa da
entidade de atendimento; convivência do idoso, caso se trate de dependente químico
III – em razão de sua condição pessoal. que lhe causa perturbação.
Medidas de proteção são providências que serão toma-
das para resguardar a vítima de violação, exposta a situ- TÍTULO IV
ação de risco. O artigo 43 leva em consideração a ado- Da Política de Atendimento ao Idoso
ção da doutrina da proteção integral pelo estatuto do
idoso. As medidas de proteção se aplicam ao idoso em CAPÍTULO I
situação de risco, que surgiu em razão de qualquer dos Disposições Gerais
responsáveis por seu cuidado (Estado, família, socieda-
de). Existem inúmeras situações de risco que justificam Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por
a adoção de medidas, por exemplo, agressões físicas, meio do conjunto articulado de ações governamentais e
psíquicas, abandono material ou afetivo (fundado no não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito
dever de solidariedade familiar), maus-tratos em geral. Federal e dos Municípios.
Além das medidas de proteção em favor do agredido, A exigência de uma forma articulada de política de
deverão ser tomadas medidas de punição com relação atendimento, consolidando a proteção integral, exige pos-
ao agressor. turas não apenas do Estado mas também de entes não-go-
vernamentais.
CAPÍTULO II
Das Medidas Específicas de Proteção Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta 4 de janeiro de 1994; (A lei dispõe sobre a política na-
Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, cional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá
e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e outras providências)
o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. II – políticas e programas de assistência social, em cará-
Nada impede a aplicação cumulada de mais de uma ter supletivo, para aqueles que necessitarem;
medida de proteção. Caberá a adoção de quantas e III – serviços especiais de prevenção e atendimento às
quais forem necessárias para remover o idoso da situ- vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso,
ação de risco. crueldade e opressão; (serviços sociais, jurídicos, de saú-
de e psicológicos)
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no IV – serviço de identificação e localização de parentes
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

art. 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a re- ou responsáveis por idosos abandonados em hospitais e
querimento daquele, poderá determinar, dentre outras, instituições de longa permanência;
as seguintes medidas: V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos
I – encaminhamento à família ou curador, mediante ter- direitos dos idosos; (ex.: MP, OAB, Defensoria, ONG)
mo de responsabilidade; VI – mobilização da opinião pública no sentido da par-
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; ticipação dos diversos segmentos da sociedade no aten-
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regi- dimento do idoso.
me ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de au- CAPÍTULO II
xílio, orientação e tratamento a usuários dependentes de Das Entidades de Atendimento ao Idoso

71
Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis IX – promover atividades educacionais, esportivas, cul-
pela manutenção das próprias unidades, observadas as turais e de lazer;
normas de planejamento e execução emanadas do ór- X – propiciar assistência religiosa àqueles que deseja-
gão competente da Política Nacional do Idoso, conforme rem, de acordo com suas crenças;
a Lei no 8.842, de 1994. XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
Parágrafo único. As entidades governamentais e não- XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda
-governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas ocorrência de idoso portador de doenças infectoconta-
à inscrição de seus programas, junto ao órgão compe- giosas;
tente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público
Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual requisite os documentos necessários ao exercício da ci-
ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes dadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei;
de atendimento, observados os seguintes requisitos: XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas que receberem dos idosos;
de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; XV – manter arquivo de anotações onde constem data
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho e circunstâncias do atendimento, nome do idoso, res-
compatíveis com os princípios desta Lei; ponsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus
III – estar regularmente constituída; pertences, bem como o valor de contribuições, e suas
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes. alterações, se houver, e demais dados que possibilitem
sua identificação e a individualização do atendimento;
Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de XVI – comunicar ao Ministério Público, para as provi-
institucionalização de longa permanência adotarão os dências cabíveis, a situação de abandono moral ou ma-
seguintes princípios: terial por parte dos familiares;
I – preservação dos vínculos familiares; XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos; formação específica.
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo
em caso de força maior; Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrati-
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, vos prestadoras de serviço ao idoso terão direito à assis-
de caráter interno e externo; tência judiciária gratuita.
V – observância dos direitos e garantias dos idosos; Quando as instituições filantrópicas ou sem fins lucra-
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento tivos necessitarem ingressar ou responder judicialmente,
de ambiente de respeito e dignidade.
terão direito à assistência judiciária gratuita.
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora
de atendimento ao idoso responderá civil e criminal-
CAPÍTULO III
mente pelos atos que praticar em detrimento do idoso,
sem prejuízo das sanções administrativas. Da Fiscalização das Entidades de Atendimento
O artigo 49 é aplicável às instituições que tenham pro-
gramas de longa permanência. Seu parágrafo único traz Art. 52. As entidades governamentais e não-governa-
a regra da independência das instâncias (responsabili- mentais de atendimento ao idoso serão fiscalizadas
dade civil, penal e administrativa – independentes entre pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância
si). Sanitária e outros previstos em lei.

Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendi- Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigo-
mento: (rol exemplificativo) rar com a seguinte redação:
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com “Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o
o idoso, especificando o tipo de atendimento, as obriga- desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscaliza-
ções da entidade e prestações decorrentes do contrato, ção e a avaliação da política nacional do idoso, no âm-
com os respectivos preços, se for o caso; bito das respectivas instâncias político-administrativas.”
II – observar os direitos e as garantias de que são titula-
res os idosos; Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e ali- dos recursos públicos e privados recebidos pelas entida-
mentação suficiente; des de atendimento.
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas As entidades possuem, então, o dever de prestar contas.
de habitabilidade; O dever de publicidade pode ser excluído em casos ex-
V – oferecer atendimento personalizado; cepcionais.
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos
familiares; Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebi- as determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo
mento de visitas; da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a neces-
prepostos, às seguintes penalidades, observado o devido
sidade do idoso;
processo legal:

72
I – as entidades governamentais: reincidência.
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes; Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; sobre a prioridade no atendimento ao idoso:
d) fechamento de unidade ou interdição de programa; Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
II – as entidades não-governamentais: 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser estipulada
a) advertência; pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.
b) multa; A aplicação de sanções administrativas decorre do poder
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas pú- de polícia do Estado, fazendo valer a predominância do
blicas; interesse público sobre o particular.
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse CAPÍTULO V
público. Da Apuração Administrativa de Infração às Normas
§ 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer de Proteção ao Idoso
tipo de fraude em relação ao programa, caberá o afasta-
mento provisório dos dirigentes ou a interdição da uni- Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV
dade e a suspensão do programa. (pode ser uma medida serão atualizados anualmente, na forma da lei.
cautelar)
§ 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade
públicas ocorrerá quando verificada a má aplicação ou administrativa por infração às normas de proteção ao
desvio de finalidade dos recursos. idoso terá início com requisição do Ministério Público ou
§ 3o Na ocorrência de infração por entidade de aten- auto de infração elaborado por servidor efetivo e assina-
dimento, que coloque em risco os direitos assegurados do, se possível, por duas testemunhas.
nesta Lei, será o fato comunicado ao Ministério Público, § 1o No procedimento iniciado com o auto de infração
para as providências cabíveis, inclusive para promover poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-
a suspensão das atividades ou dissolução da entidade, -se a natureza e as circunstâncias da infração.
com a proibição de atendimento a idosos a bem do in- § 2o Sempre que possível, à verificação da infração se-
teresse público, sem prejuízo das providências a serem guir-se-á a lavratura do auto, ou este será lavrado den-
tomadas pela Vigilância Sanitária. tro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo justificado.
§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a
apresentação da defesa, contado da data da intimação,
que dela provierem para o idoso, as circunstâncias agra-
que será feita:
vantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade.
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando
Para aplicar a penalidade é preciso considerar: 1) natu-
for lavrado na presença do infrator;
reza e gravidade da infração; 2) danos causados; 3) agra-
II – por via postal, com aviso de recebimento.
vantes e atenuantes; 4) antecedentes da entidade.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso,
CAPÍTULO IV a autoridade competente aplicará à entidade de aten-
Das Infrações Administrativas dimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da
iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as pelo Ministério Público ou pelas demais instituições legi-
determinações do art. 50 desta Lei: (Fixa as obrigações timadas para a fiscalização.
das entidades de atendimento)
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida
3.000,00 (três mil reais), se o fato não for caracterizado ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade com-
como crime, podendo haver a interdição do estabele- petente aplicará à entidade de atendimento as sanções
cimento até que sejam cumpridas as exigências legais. regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das provi-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Parágrafo único. No caso de interdição do estabeleci- dências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Pú-
mento de longa permanência, os idosos abrigados serão blico ou pelas demais instituições legitimadas para a
transferidos para outra instituição, a expensas do esta- fiscalização.
belecimento interditado, enquanto durar a interdição.
1 – Início: a) requisição do MP; b) auto de infração assi-
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável nado por duas testemunhas, caso possível;
por estabelecimento de saúde ou instituição de longa 2 – Defesa: autuado terá 10 dias para defesa;
permanência de comunicar à autoridade competente os 3 – Aplicação de penalidade – sanções regulamentares
casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento: (mais leves, as graves serão apuradas judicialmente).
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro no caso de

73
sentar as alegações finais se elas não tiverem sido feitas em
audiência;
CAPÍTULO VI 6 – Decisão definitiva – juiz decide em 5 dias, multa e
advertência aplicadas ao responsável pelo programa ou ao
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de dirigente da entidade.
Atendimento
FIQUE ATENTO!
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento
administrativo de que trata este Capítulo as disposições das Removidas as irregularidades o processo é ex-
Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977 (infrações à legis- tinto sem julgamento do mérito.
lação sanitária federal), e 9.784, de 29 de janeiro de 1999
(processo administrativo).
TÍTULO V
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade Do Acesso à Justiça
em entidade governamental e não-governamental de aten-
dimento ao idoso terá início mediante petição fundamenta- CAPÍTULO I
da de pessoa interessada ou iniciativa do Ministério Público. Disposições Gerais

Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade ju- Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste
diciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente Capítulo, o procedimento sumário previsto no Código de
o afastamento provisório do dirigente da entidade ou outras Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos pre-
medidas que julgar adequadas, para evitar lesão aos direitos vistos nesta Lei.
do idoso, mediante decisão fundamentada. Hoje o CPC apenas tem um procedimento comum.

Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializa-


Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no pra-
das e exclusivas do idoso.
zo de 10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar
A criação de varas especializadas é facultativa.
documentos e indicar as provas a produzir.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos pro-
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na confor- cessos e procedimentos e na execução dos atos e diligên-
midade do art. 69 (segue o CPC) ou, se necessário, designará cias judiciais em que figure como parte ou interveniente
audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos,
necessidade de produção de outras provas. em qualquer instância.
§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o Mi- § 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alu-
nistério Público terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações de este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o
finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo. benefício à autoridade judiciária competente para de-
§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou defi- cidir o feito, que determinará as providências a serem
nitivo de dirigente de entidade governamental, a autoridade cumpridas, anotando-se essa circunstância em local vi-
judiciária oficiará a autoridade administrativa imediata- sível nos autos do processo.
mente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e § 2o A prioridade não cessará com a morte do bene-
quatro) horas para proceder à substituição. ficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite,
§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade companheiro ou companheira, com união estável, maior
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregulari- de 60 (sessenta) anos.
§ 3o A prioridade se estende aos processos e procedi-
dades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será
mentos na Administração Pública, empresas prestado-
extinto, sem julgamento do mérito. ras de serviços públicos e instituições financeiras, ao
§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigen- atendimento preferencial junto à Defensoria Pública da
te da entidade ou ao responsável pelo programa de atendi- União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos
mento. Serviços de Assistência Judiciária.
1 – Início – Petição fundamentada do interessado ou do § 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Ministério Público; idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados


2 – Decisão liminar – juiz de forma fundamentada, ouvi- com a destinação a idosos em local visível e caracteres
do o MP, pode decretar o afastamento provisório do dirigente legíveis.
ou outra medida para evitar lesões (prazo de 24 horas para § 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade
nomeação de substituto); especial aos maiores de oitenta anos.
3 – Defesa – citado, o dirigente tem 10 dias para oferecer Fixa-se no artigo 71 a prioridade na tramitação de pro-
resposta e juntar provas; cessos e procedimentos em geral caso seja parte ou in-
4 – Audiência de instrução e julgamento – juiz poderá terveniente (terceiro) pessoa idosa maior de 60 anos. A
seguir o rito comum do CPC ou designar AIJ para produzir concessão de prioridade deve ser requerida no processo
outras provas; juntando-se prova documental. Caso o interessado fa-
5 – Alegações finais – partes e MP terão 5 dias para apre- leça e seja sucedido no processo por cônjuge maior de

74
60 anos permanece o benefício. Ainda, a prioridade será outras, desde que compatíveis com a finalidade e atri-
especial para o maior de 80 anos. buições do Ministério Público.
CAPÍTULO II § 3o O representante do Ministério Público, no exercí-
Do Ministério Público cio de suas funções, terá livre acesso a toda entidade de
atendimento ao idoso.
Art. 72. (VETADO)
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
Lei, serão exercidas nos termos da respectiva Lei Orgâ- defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,
nica. hipóteses em que terá vista dos autos depois das par-
tes, podendo juntar documentos, requerer diligências e
Art. 74. Compete ao Ministério Público: produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para MP = parte ou fiscal da lei. Quando não for um, será
a proteção dos direitos e interesses difusos ou coletivos, outro.
individuais indisponíveis e individuais homogêneos do
idoso; Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de caso, será feita pessoalmente.
interdição total ou parcial, de designação de curador
especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público
oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofí-
de idosos em condições de risco; cio pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
III – atuar como substituto processual do idoso em situ- Se o MP não intervir, haverá nulidade.
ação de risco, conforme o disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório CAPÍTULO III
do idoso, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coleti-
quando necessário ou o interesse público justificar; vos e Individuais Indisponíveis ou Homogêneos
V – instaurar procedimento administrativo e, para ins-
truí-lo: Art. 78. As manifestações processuais do representante
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclareci- do Ministério Público deverão ser fundamentadas.
mentos e, em caso de não comparecimento injustificado
da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva, in- Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações
clusive pela Polícia Civil ou Militar; de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados
b) requisitar informações, exames, perícias e documen- ao idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento insa-
tos de autoridades municipais, estaduais e federais, da tisfatório de:
administração direta e indireta, bem como promover I – acesso às ações e serviços de saúde;
inspeções e diligências investigatórias; II – atendimento especializado ao idoso portador de de-
c) requisitar informações e documentos particulares de ficiência ou com limitação incapacitante;
instituições privadas; III – atendimento especializado ao idoso portador de do-
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências inves- ença infectocontagiosa;
tigatórias e a instauração de inquérito policial, para a IV – serviço de assistência social visando ao amparo do
apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção idoso.
ao idoso; Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias excluem da proteção judicial outros interesses difusos,
legais assegurados ao idoso, promovendo as medidas ju- coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, pró-
diciais e extrajudiciais cabíveis; prios do idoso, protegidos em lei.
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de
atendimento e os programas de que trata esta Lei, ado- Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propos-
tando de pronto as medidas administrativas ou judiciais tas no foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá compe-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

necessárias à remoção de irregularidades porventura tência absoluta para processar a causa, ressalvadas as
verificadas; competências da Justiça Federal e a competência origi-
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração nária dos Tribunais Superiores.
dos serviços de saúde, educacionais e de assistência so-
cial, públicos, para o desempenho de suas atribuições; Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difu-
X – referendar transações envolvendo interesses e direi- sos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos,
tos dos idosos previstos nesta Lei. consideram-se legitimados, concorrentemente:
§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações I – o Ministério Público;
cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei. pios;
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem III – a Ordem dos Advogados do Brasil;

75
IV – as associações legalmente constituídas há pelo me- a que se atribua a ação ou omissão.
nos 1 (um) ano e que incluam entre os fins institucionais
a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa, dis- Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em jul-
pensada a autorização da assembleia, se houver prévia gado da sentença condenatória favorável ao idoso sem
autorização estatutária. que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o
§ 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Mi- Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos demais
nistérios Públicos da União e dos Estados na defesa dos legitimados, como assistentes ou assumindo o polo ati-
interesses e direitos de que cuida esta Lei. vo, em caso de inércia desse órgão.
§ 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por
associação legitimada, o Ministério Público ou outro le- Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
gitimado deverá assumir a titularidade ativa. adiantamento de custas, emolumentos, honorários peri-
ciais e quaisquer outras despesas.
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Minis-
por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação tério Público.
pertinentes.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de au- Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá,
toridade pública ou agente de pessoa jurídica no exer- provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-
cício de atribuições de Poder Público, que lesem direito -lhe informações sobre os fatos que constituam objeto
líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação manda- de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
mental, que se regerá pelas normas da lei do mandado
de segurança. Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tri-
bunais, no exercício de suas funções, quando tiverem
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento conhecimento de fatos que possam configurar crime
de obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a de ação pública contra idoso ou ensejar a propositura
tutela específica da obrigação ou determinará providên- de ação para sua defesa, devem encaminhar as peças
cias que assegurem o resultado prático equivalente ao pertinentes ao Ministério Público, para as providências
adimplemento. cabíveis.
§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e ha-
vendo justificado receio de ineficácia do provimento fi- Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado po-
nal, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou derá requerer às autoridades competentes as certidões e
após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código informações que julgar necessárias, que serão fornecidas
de Processo Civil. no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na senten-
ça, impor multa diária ao réu, independentemente do Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento pessoa, organismo público ou particular, certidões, in-
do preceito. formações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida § 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
desde o dia em que se houver configurado. diligências, se convencer da inexistência de fundamento
para a propositura da ação civil ou de peças informati-
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei rever- vas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o funda-
terão ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta deste, mentadamente.
ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando vincu- § 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informa-
lados ao atendimento ao idoso. ção arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho
dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigi- Superior do Ministério Público ou à Câmara de Coorde-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

das por meio de execução promovida pelo Ministério Pú- nação e Revisão do Ministério Público.
blico, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos § 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquiva-
demais legitimados em caso de inércia daquele. mento, pelo Conselho Superior do Ministério Público ou
por Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos re- Público, as associações legitimadas poderão apresentar
cursos, para evitar dano irreparável à parte. razões escritas ou documentos, que serão juntados ou
anexados às peças de informação.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser § 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Co-
condenação ao Poder Público, o juiz determinará a re- ordenação e Revisão do Ministério Público de homolo-
messa de peças à autoridade competente, para apura- gar a promoção de arquivamento, será designado outro
ção da responsabilidade civil e administrativa do agente membro do Ministério Público para o ajuizamento da

76
ação. Obs.: A pena máxima é maior que 4 anos nos crimes do
99, §2º e 107.
A proteção judicial dos interesses difusos, coletivos e CAPÍTULO II
individuais indisponíveis ou homogêneos relacionados às Dos Crimes em Espécie
garantias e direitos fundamentais dos idosos, nos termos
da Constituição e da legislação ordinária, é atribuição do Direito penal promocional – função promocional da
Ministério Público, que deve se manifestar fundamentada- intervenção punitiva – busca-se transformar as condições
mente em todas os processos. de vida e a consciência do povo para dar uma direção a
O Estatuto do Idoso rege as ações de responsabilidade determinada finalidade.
por ofensa aos direitos assegurados aos idosos, referentes
à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de acesso às Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal
ações e serviços de saúde; de atendimento especializado pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts.
aos idosos com deficiência ou com limitação incapacitante; 181 e 182 do Código Penal.
de atendimento especializado ao idosos com doença infec- Não se aplicam 181 e 182 – escusa absolutória e escusa
to-contagiosa; e de serviço de assistência social visando ao relativa – qualquer delito contra o idoso, seja patrimo-
amparo dos idosos. nial ou não, com ou sem violência ou grave ameaça, a
Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, ação sempre será pública incondicionada.
coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, con- Cabe ação penal privada subsidiária da pública caso o
sideram-se legitimados, concorrentemente, o Ministério MP seja omisso.
Público, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios, a Ordem dos Advogados do Brasil, e as associações Os crimes previstos nos artigos 96 a 108 do Estatuto
de defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa. buscam proteger a pessoa idosa da discriminação, do des-
O conteúdo processual do Estatuto do Idoso tem como cuido, do abandono, da falta de acolhida, do desprezo,
objetivo garantir que se respeite o princípio constitucional da exposição ao perigo, da negativa de oportunidades de
da razoável duração do processo – que deve ser mais curta, realização pessoal e profissional, da obstrução do acesso à
tendo em vista tratar-se de grupo vulnerável em razão da justiça, da exploração financeira, do assédio econômico e
idade avançada. O legislador preocupou-se ainda com a da manipulação.
eficácia das decisões, que devem assegurar os resultados
práticos esperados pelos idosos nas lides judiciais. Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificul-
tando seu acesso a operações bancárias, aos meios de
TÍTULO VI transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro
Dos Crimes meio ou instrumento necessário ao exercício da cidada-
nia, por motivo de idade:
CAPÍTULO I
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Disposições Gerais
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar,
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer
disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985. motivo.
Aplicação subsidiária da Lei de Ação Civil Pública. § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a ví-
tima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena má- do agente.
xima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) Trata-se do crime de discriminação contra a pessoa ido-
anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, sa.
de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que Objeto jurídico: dignidade da pessoa idosa, proteção
couber, as disposições do Código Penal e do Código de contra o tratamento desigual.
Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF) Sujeito ativo: qualquer pessoa.
O STF na ADI 3.096-5 (interpretação conforme com re- Sujeito passivo: idoso.
dução de texto) firmou o entendimento de que o disposi- Tipo objetivo: no caput se traz um crime material, pois
tivo deve ser interpretado em favor do idoso, não devendo é preciso uma conduta que coloque em perigo real o
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

ser beneficiado quem lhe viole direitos. Por isso, os agen- exercício da cidadania pela pessoa idosa, de modo que
tes que praticam crimes contra o idoso não poderão ter não realizado o resultado naturalístico de se colocar em
acesso a benefícios despenalizadores de direito material, perigo a cidadania do idoso o crime será tentado. Já no
como conciliação, transação penal, composição civil de da- §1º o crime é de mera conduta, pois os motivos que leva-
nos ou conversão de pena. Somente se aplicam as normas ram à prática criminosa não precisam ser investigados,
estritamente processuais da lei (por exemplo, normas que por consequência não se aceita tentativa.
favorecem a celeridade processual e, portanto, são benéfi- Tipo subjetivo: Dolo.
cas ao idoso). Embora seja adotado o rito da 9.099 quando Pena: reclusão, de 6 meses a 1 ano + multa.
a pena máxima não for maior que 4 anos, os crimes não Causa de aumento de pena: aumento de 1/3 em caso de
se sujeitam à competência dos juizados especiais e não se vítima sob cuidado ou responsabilidade do agente.
enquadram como menor potencial ofensivo.

77
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando Tipo objetivo: condutas objetivas comissivas (submissão
possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de imi- a condições degradantes ou desumanas, sujeição a tra-
nente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua as- balho excessivo ou inadequado), que admitem tentativa,
sistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses e omissivas (privação de alimentos e cuidados), que não
casos, o socorro de autoridade pública: a admitem.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Tipo subjetivo: dolo.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da Pena: detenção, 2 meses a 1 ano + multa.
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e tri- Qualificadoras: se resulta em lesão grave, pena de reclu-
plicada, se resulta a morte. são de 1 a 4 anos; se resulta em morte, pena de reclusão
Trata-se no artigo 97 o crime de omissão de socorro. de 4 a 12 anos.
Objeto jurídico: vida e saúde do idoso.
Sujeito ativo: qualquer pessoa. Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis)
Sujeito passivo: idoso. meses a 1 (um) ano e multa:
Tipo objetivo: delito omissivo. Consuma-se no momento I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público
da omissão e não aceita a tentativa. por motivo de idade;
Tipo subjetivo: dolo. É o crime de impedimento de acesso a cargo público em
Pena: detenção, 6 meses a 1 ano + multa. razão da idade. O objeto jurídico é a dignidade; o sujeito
Causa de aumento de pena: aumento de 1/2 se resulta ativo pode ser qualquer pessoa; sujeito passivo é a pes-
em lesão corporal grave; triplicada em caso de morte. soa idosa; tipo subjetivo é o dolo; admite tentativa por-
que é possível não conseguir impedir o acesso ao cargo.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou
entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não trabalho;
prover suas necessidades básicas, quando obrigado por É o crime de recusa de emprego ou trabalho em razão
lei ou mandado: de idade. O objeto jurídico é a dignidade; o sujeito ativo
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa. pode ser qualquer pessoa; sujeito passivo é a pessoa ido-
Disciplina o crime de abandono de idoso. sa; tipo subjetivo é o dolo; não admite tentativa porque
Objeto jurídico: saúde e dignidade do idoso. a negação é ato unissubsistente.
Sujeito ativo: qualquer pessoa, no caso da primeira par- III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar
te (crime comum); apenas o responsável por atender às de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa
necessidades básicas do idoso, no caso da segunda parte idosa;
(crime próprio). É o crime de prestação deficitária de atendimento à saú-
Sujeito passivo: idoso. de de idoso. O objeto jurídico é a saúde; o sujeito ativo
Tipo objetivo: em ambas condutas, se deixa o idoso à pode ser qualquer pessoa; sujeito passivo é a pessoa ido-
própria sorte; na conduta de abandono se trata de con- sa; tipo subjetivo é o dolo; não admite a tentativa porque
duta comissiva, admitindo tentativa; na conduta de não a recusa/retardo/dificuldade são atos unissubsistentes.
prover necessidades se tem conduta omissiva, que não IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo
admite tentativa. motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação
Tipo subjetivo: dolo. civil a que alude esta Lei;
Pena: detenção, 6 meses a 3 anos + multa. É o crime de desobediência a ordem judicial em ação
civil específica. O objeto jurídico é a administração da
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física justiça; o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa; sujeito
ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desu- passivo é o Estado e os idosos; tipo subjetivo é o dolo;
manas ou degradantes ou privando-o de alimentos e admite tentativa nas condutas de frustrar e retardar e
cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou não na de deixar de cumprir (é possível que não consiga
sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado: frustrar ou retardar e a ordem seja cumprida de toda
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. forma), mas não quando a deixar de cumprir ou retar-
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: dar, que são condutas omissivas.
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispen-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

§ 2o Se resulta a morte: sáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quan-
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. do requisitados pelo Ministério Público.
Trata-se do crime de exposição do idoso ao perigo. É o crime de obstrução à atuação do MP para instruir
Objeto jurídico: saúde física ou psíquica e dignidade. ação civil específica. O objeto jurídico é o poder do MP
Sujeito ativo: qualquer pessoa para as condutas que en- de requisitar informações; o sujeito ativo pode ser qual-
volvem submissão a condições desumanas, privação de quer pessoa; sujeito passivo é o MP e os idosos; tipo sub-
cuidados ou degradantes e sujeição a trabalho excessivo jetivo é o dolo; não admite tentativa porque são condu-
ou inadequado (crime comum); apenas os responsáveis tas omissivas/negativas.
por alimentos no caso de conduta de privação destes Pena: reclusão, 6 meses a 1 ano + multa.
(crime próprio).
Sujeito passivo: idoso. Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem jus-

78
to motivo, a execução de ordem judicial expedida nas Sujeito ativo: qualquer pessoa.
ações em que for parte ou interveniente o idoso: Sujeito passivo: idoso.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Tipo subjetivo: dolo.
Descreve o crime de desobediência a ordem judicial em Tipo objetivo: se consuma com a retenção, não admitin-
ações de interesse do idoso. do tentativa. Caso resulte em apropriação de rendimen-
Objeto jurídico: administração da justiça. tos, enquadra-se no artigo 102.
Sujeito ativo: qualquer pessoa. Pena: detenção, 6 meses a 2 anos + multa.
Sujeito passivo: Estado e idoso.
Tipo subjetivo: dolo. Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de co-
Tipo objetivo: não se refere a descumprir uma ordem em municação, informações ou imagens depreciativas ou
ação civil pública, baseada nos artigos 78 a 92 do Esta- injuriosas à pessoa do idoso:
tuto (artigo 100, IV, EI), mas em qualquer ação em que Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
o idoso seja parte ou interveniente, admitindo tentativa Trata-se do crime de publicidade depreciativa ou injurio-
nas condutas de frustrar e retardar e não na de deixar sa à pessoa idosa.
de cumprir. Objeto jurídico: dignidade, honra e imagem.
Pena: detenção, 6 meses a 1 ano + multa. Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Sujeito passivo: idoso.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, Tipo subjetivo: dolo.
pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando- Tipo objetivo: se consuma com a exibição ou veiculação,
-lhes aplicação diversa da de sua finalidade: que por serem condutas comissivas admitem tentativa.
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. Pena: detenção, 1 a 3 anos + multa.
É o crime de apropriação ou desvio de bens ou rendi-
mentos do idoso. Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus
Objeto jurídico: patrimônio. atos a outorgar procuração para fins de administração
Sujeito ativo: qualquer pessoa. de bens ou deles dispor livremente:
Sujeito passivo: idoso. Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Tipo subjetivo: dolo. Trata-se do crime de indução de pessoa idosa sem dis-
Tipo objetivo: o crime se caracteriza com a apropriação cernimento a dispor de seus bens.
ou o desvio, assim se consumando, aceitando tentativa Objeto jurídico: patrimônio.
caso se frustre a apropriação ou o desvio. Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Pena: reclusão, 1 a 4 anos + multa. Sujeito passivo: idoso sem lucidez (não importa se não
foi interditado).
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do ido- Tipo subjetivo: dolo.
so, como abrigado, por recusa deste em outorgar procu- Tipo objetivo: se consuma com o ato de outorga, caben-
ração à entidade de atendimento: do tentativa em tese.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Pena: reclusão, 2 a 4 anos.
É o crime de negativa de abrigo por entidade de atendi-
mento ao idoso. Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, con-
Objeto jurídico: saúde e patrimônio. tratar, testar ou outorgar procuração:
Sujeito ativo: responsável por entidade de atendimento Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
ou outra pessoa com poderes de recusar abrigo (crime Trata-se de crime de coação de pessoa idosa à dilapida-
próprio). ção de seu patrimônio.
Sujeito passivo: idoso. Objeto jurídico: liberdade e patrimônio.
Tipo subjetivo: dolo. Sujeito ativo: qualquer pessoa.
Tipo objetivo: o crime se caracteriza com a negativa de Sujeito passivo: idoso.
atendimento, que no caso não admite tentativa, ou com Tipo subjetivo: dolo.
a negação de permanência, que admite tentativa, pois a Tipo objetivo: se consuma com a coação, cabendo em
pessoa pode conseguir permanecer na instituição. tese tentativa se a coação não gerar o resultado espe-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Pena: detenção, 6 meses a 1 ano + multa. rado.


Pena: reclusão, 2 a 5 anos.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária
relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa
como qualquer outro documento com objetivo de asse- sem discernimento de seus atos, sem a devida represen-
gurar recebimento ou ressarcimento de dívida: tação legal:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e mul- Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
ta. Lavratura de ato notarial sem representação legal do
É o crime de retenção de cartão bancário ou documento idoso incapaz
do idoso. Objeto jurídico: patrimônio.
Objeto jurídico: patrimônio. Sujeito ativo: tabelião ou escrivão público, ou escrevente

79
de cartório de registros públicos (crime próprio). cia do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos
Sujeito passivo: idoso sem lucidez (não importa se não ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou
foi interditado). maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os
Tipo subjetivo: dolo. recursos necessários ou faltando ao pagamento de pen-
Tipo objetivo: se consuma com o ato de lavratura, ca- são alimentícia judicialmente acordada, fixada ou ma-
bendo tentativa. jorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente
Pena: reclusão, 2 a 4 anos. ou ascendente, gravemente enfermo: [...]”

TÍTULO VII Art. 111. O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de ou-


Disposições Finais e Transitórias tubro de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a
vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do “Art. 21. [...] Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3
Ministério Público ou de qualquer outro agente fiscali- (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60 (ses-
zador: senta) anos.” (NR)
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Descreve o crime de impedimento ou embaraço de ato Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455,
de representante do Ministério Público ou de qualquer de 7 de abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte
outro agente fiscalizador. redação:
Objeto jurídico: fiscalização de entidades de idoso. “Art. 1o [...] §4º [...] II – se o crime é cometido contra
Sujeito ativo: qualquer pessoa. criança, gestante, portador de deficiência, adolescente
Sujeito passivo: Ministério Público ou agente fiscalizador. ou maior de 60 (sessenta) anos; [...]”.
Tipo subjetivo: dolo.
Tipo objetivo: impedir ou embaraçar representante do Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de
MP ou outro agente, não admitindo tentativa. outubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte reda-
Pena: reclusão, 6 meses a 1 ano + multa. ção:
“Art. 18. [...] III – se qualquer deles decorrer de associação
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa
1940, Código Penal, passa a vigorar com as seguintes com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a
alterações: quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimi-
da a capacidade de discernimento ou de autodetermi-
“Art. 61. [...] II [...] h) contra criança, maior de 60 (sessen-
nação: [...]”.
ta) anos, enfermo ou mulher grávida; [...]”
“Art. 121. [...] § 4o No homicídio culposo, a pena é au-
Art. 114. O art. 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de
mentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inob- 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
servância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, “Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os ido-
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à víti- sos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos,
ma, não procura diminuir as consequências do seu ato, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o termos desta Lei.”
crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze)
ou maior de 60 (sessenta) anos.” Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destina-
“Art. 133. [...] § 3o [...] III - se a vítima é maior de 60 (ses- rá ao Fundo Nacional de Assistência Social, até que o
senta) anos.” (NR) Fundo Nacional do Idoso seja criado, os recursos neces-
“Art. 140. [...] § 3o Se a injúria consiste na utilização de sários, em cada exercício financeiro, para aplicação em
elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem programas e ações relativos ao idoso.
ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência: [...]” Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados
“Art. 141. [...] IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) relativos à população idosa do País.
anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de in-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

júria. [...]” Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso


“Art. 148. [...] § 1o [...] I – se a vítima é ascendente, des- Nacional projeto de lei revendo os critérios de conces-
cendente, cônjuge do agente ou maior de 60 (sessenta) são do Benefício de Prestação Continuada previsto na
anos. [...]” Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir
“Art. 159. [...] § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e que o acesso ao direito seja condizente com o estágio de
quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) desenvolvimento socioeconômico alcançado pelo País.
ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
por bando ou quadrilha. [...]” Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa)
dias da sua publicação, ressalvado o disposto no caput
“Art. 183. [...] III – se o crime é praticado contra pessoa
do art. 36, que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistên-

80
Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência II - Celebrar contrato escrito de prestação de serviço
e 115o da República. com o idoso, especificando o tipo de atendimento,
as obrigações da entidade e prestações decorrentes
do contrato, com os respectivos preços, se for o caso.
EXERCÍCIO COMENTADO III - Promover atividades educacionais, esportivas, cul-
turais e de lazer.
1. (FCC - 2012 - TJ-RJ - Comissário da Infância e da Ju- IV - Diligenciar no sentido da preservação dos vínculos
ventude) Segundo prevê o Estatuto do Idoso, é obrigação familiares.
da entidade de atendimento ao idoso V - Oferecer atendimento personalizado.
Estão CORRETAS
a) comunicar ao juiz as situações de abandono moral ou
material por parte dos familiares. a) apenas I e II.
b) celebrar contrato escrito ou verbal de prestação de ser- b) apenas II, III.
viço com o idoso. c) apenas I, II, III e IV.
c) elaborar e remeter ao Ministério Público plano individual d) apenas I, II e V.
de atendimento para cada caso com vistas à reintegra- e) todas as afirmativas.
ção familiar.
d) administrar os rendimentos financeiros de seus usuários. Resposta: Letra E.
e) proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade Todas obrigações fazem parte das competências das en-
do idoso. tidades de atendimento, conforme regulamentação do
artigo 48 e seguintes do Estatuto.
Resposta: Letra E
Nos termos do art. 50 do Estatuto, “Constituem obriga- 4. (FMZ - AP - 2010 - SEAD-AP - Agente Penitenciário)
O Estatuto do Idoso estabelece disposições que asseguram
ções das entidades de atendimento: [...] VIII – propor-
o acesso à justiça aos idosos. Dentre elas, pode ser citada
cionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do
a seguinte:
idoso”.
a) O Poder Público deverá criar varas especializadas e ex-
2. (FCC - 2012 - TJ-RJ - Comissário da Infância e da Ju-
clusivas do idoso.
ventude) De acordo com o Estatuto do Idoso, é assegura-
b) É assegurada prioridade na tramitação dos processos e
do a todo idoso, benefício mensal procedimentos e na execução dos atos e diligências ju-
diciais em que figure como parte ou interveniente pes-
a) de meio salário mínimo, desde que tenha pelo menos soa com idade igual ou superior a sessenta anos, em
sessenta anos e não possua meios para prover sua sub- qualquer instância.
sistência. c) A prioridade na tramitação dos processos e procedimen-
b) de um salário mínimo, desde que tenha pelo menos ses- tos, estabelecida no Estatuto do Idoso, cessará com a
senta e cinco anos e não possua meios para prover sua morte do beneficiado, não se estendendo em relação a
subsistência, nem de tê-la provida por sua família. seu cônjuge supérstite ou companheiro(a).
c) entre um e dois salários mínimos, desde que tenha no d) A prioridade na tramitação dos processos e procedimen-
mínimo setenta anos e comprove sua incapacidade para tos visa assegurar o acesso à justiça e, portanto, não se
o trabalho. estende aos processos e procedimentos na administra-
d) de setenta e cinco por cento de um salário mínimo, des- ção pública.
de que tenha no mínimo sessenta anos e não exerça e) O interessado na obtenção da prioridade no trâmite dos
qualquer tipo de atividade remunerada. processos e procedimentos judiciais requererá o bene-
e) de um salário mínimo, desde que tenha pelo menos se- fício à autoridade judiciária competente, independente-
tenta anos e tenha recolhido, por no mínimo cinco anos, mente da prova de sua idade.
contribuição previdenciária.
Resposta: Letra B
Resposta: Letra B Preconiza o art. 71 do estatuto: “É assegurada priorida-
A idade para requerer o salário mínimo estipulado pela de na tramitação dos processos e procedimentos e na
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) cai de 67 para execução dos atos e diligências judiciais em que figure
65 anos, no Estatuto. como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância”.
3. (FMZ - AP - 2010 - SEAD-AP - Agente Penitenciário)
5. (FMZ - AP - 2010 - SEAD-AP - Agente Penitenciário)
O Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741, de 01/10/2003) estabe-
No que se refere às previsões do Estatuto do Idoso é COR-
lece que constituem obrigações das entidades de atendi- RETO afirmar que:
mento, dentre outras, as seguintes:
I - Providenciar ou solicitar que o Ministério Público re- a) as medidas de proteção ao idoso são aplicáveis somente
quisite os documentos necessários ao exercício da nos casos em que os direitos reconhecidos no Estatuto
cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da do Idoso forem ameaçados ou violados por ação da so-
lei.

81
ciedade ou omissão do Estado, por abuso da família ou forma de negligência, discriminação, exploração, violên-
de entidade de atendimento. cia, crueldade e opressão.
b) as medidas de proteção previstas no Estatuto do Ido- § 1º O Estado promoverá programas de assistência in-
so são aplicáveis sempre cumulativamente e levarão em tegral à saúde da criança, do adolescente e do jovem,
conta os fins sociais a que se destinam. admitida a participação de entidades não governamen-
c) é obrigação da família e da sociedade assegurar à pessoa tais, mediante políticas específicas e obedecendo aos se-
idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa guintes preceitos:
humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e I - aplicação de percentual dos recursos públicos desti-
sociais, atuando o Estado somente quando assim deter- nados à saúde na assistência materno-infantil;
minar a Constituição. II - criação de programas de prevenção e atendimento
d) a garantia de prioridade ao idoso não inclui a prioridade especializado para as pessoas portadoras de deficiência
no recebimento da restituição do Imposto de Renda. física, sensorial ou mental, bem como de integração so-
e) o envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua
cial do adolescente e do jovem portador de deficiência,
proteção, um direito social.
mediante o treinamento para o trabalho e a convivên-
cia, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coleti-
Resposta: Letra E
Envelhecer com dignidade, sem ser considerado inca- vos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de
paz, é direito de toda pessoa. No entanto, o Estado deve todas as formas de discriminação.
interferir para tanto, garantindo a igualdade material. § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logra-
douros e dos edifícios de uso público e de fabricação de
6. (PRF – 2013 – CESPE – Policial Rodoviário Federal) veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso
Julgue a assertiva: adequado às pessoas portadoras de deficiência.
Se alguém deixar de prestar assistência a idoso, quando § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes
for possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de imi- aspectos:
nente perigo, cometerá, em tese, crime de menor potencial I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao
ofensivo. trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jo-
( ) CERTO ( ) ERRADO vem à escola;
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atri-
Resposta: Certo buição de ato infracional, igualdade na relação proces-
Considera-se infração de MENOR potencial ofensivo: sual e defesa técnica por profissional habilitado, segun-
contravenções penais e crimes com pena máxima inferior do dispuser a legislação tutelar específica;
a 2 anos. No caso, o estatuto prevê no art. 97: “Deixar de V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionali-
prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem dade e respeito à condição peculiar de pessoa em desen-
risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, volvimento, quando da aplicação de qualquer medida
retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa privativa da liberdade;
causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade VI - estímulo do Poder Público, através de assistência
pública: Pena – detenção de 6 meses a 1 ano e multa”. Se a jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei,
pena máxima é de 1 ano, então em tese se trata de infração ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
de menor potencial ofensivo. Contudo, ainda assim, não adolescente órfão ou abandonado;
haverá direito a benefícios materiais da Lei nº 9.099/95.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCEN- VII - programas de prevenção e atendimento especiali-


TE. BRASIL. LEI NO 8069 DE 13 DE JULHO DE zado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente
1990. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADO- de entorpecentes e drogas afins.
LESCENTE. BRASÍLIA, 1991. § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a
exploração sexual da criança e do adolescente.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na for-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – LEI ma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua
N.º 8.069/90 efetivação por parte de estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
Noções introdutórias e disciplina constitucional ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relati-
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado as- vas à filiação.
segurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com abso- § 7º No atendimento dos direitos da criança e do adoles-
luta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, cente levar-se-á em consideração o disposto no art. 204 .
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à § 8º A lei estabelecerá:
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência fa- I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direi-
miliar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda tos dos jovens;

82
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, Por seu turno, o artigo 227, § 8º, CF, preconiza: “A lei
visando à articulação das várias esferas do poder públi- estabelecerá: I - o estatuto da juventude, destinado a
co para a execução de políticas públicas. regular os direitos dos jovens; II - o plano nacional de
juventude, de duração decenal, visando à articulação
No caput do artigo 227, CF se encontra uma das princi- das várias esferas do poder público para a execução de
pais diretrizes do direito da criança e do adolescente que políticas públicas”. A Lei nº 12.852, de 5 de agosto de
é o princípio da prioridade absoluta. Significa que cada 2013, institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os
criança e adolescente deve receber tratamento especial direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas
do Estado e ser priorizado em suas políticas públicas, públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventu-
pois são o futuro do país e as bases de construção da de - SINAJUVE. Mais informações sobre a Política men-
sociedade. cionada no inciso II e sobre a Secretaria e o Conselho
A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 dispõe sobre o Nacional de Juventude que direcionam a implementa-
Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras pro- ção dela podem ser obtidas na rede .
vidências, seguindo em seus dispositivos a ideologia do Aprofundando o tema, a cabeça do art. 227, da Lei Fun-
princípio da absoluta prioridade. damental, preconiza ser dever da família, da sociedade e
No §1º do artigo 227 aborda-se a questão da assistência do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem,
à saúde da criança e do adolescente. Do inciso I se de- com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à ali-
preende a intrínseca relação entre a proteção da criança mentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cul-
e do adolescente com a proteção da maternidade e da tura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
infância, mencionada no artigo 6º, CF. Já do inciso II familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
se depreende a proteção de outro grupo vulnerável, que forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
é a pessoa portadora de deficiência, valendo lembrar crueldade e opressão.
que o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, que A leitura do art. 227, caput, da Constituição Federal permite
promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos concluir que se adotou, neste país, a chamada “Doutrina da
das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultati- Proteção Integral da Criança”, ao lhe assegurar a absoluta
vo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007, prioridade em políticas públicas, medidas sociais, decisões
foi promulgado após aprovação no Congresso Nacional judiciais, respeito aos direitos humanos, e observância da
nos moldes da Emenda Constitucional nº 45/2004, ten- dignidade da pessoa humana. Neste sentido, o parágrafo
do força de norma constitucional e não de lei ordinária. único, do art. 5º, do “Estatuto da Criança e do Adolescente”,
A preocupação com o direito da pessoa portadora de prevê que a garantia de prioridade compreende a primazia
deficiência se estende ao §2º do artigo 227, CF: “a lei de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias
disporá sobre normas de construção dos logradouros e (alínea “a”), a precedência de atendimento nos serviços pú-
dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos blicos ou de relevância pública (alínea “b”), a preferência
de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequa- na formulação e na execução das políticas sociais públicas
do às pessoas portadoras de deficiência”. (alínea “c”), e a destinação privilegiada de recursos públicos
A proteção especial que decorre do princípio da priori- nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juven-
dade absoluta está prevista no §3º do artigo 227. Liga- tude (alínea “d”).
-se, ainda, à proteção especial, a previsão do §4º do arti- Ademais, a proteção à criança, ao adolescente e ao jo-
go 227: “A lei punirá severamente o abuso, a violência e vem representa incumbência atribuída não só ao Estado,
a exploração sexual da criança e do adolescente”. mas também à família e à sociedade. Sendo assim, há se
Tendo em vista o direito de toda criança e adolescente prestar bastante atenção nas provas de concurso, tendo
de ser criado no seio de uma família, o §5º do artigo 227 em vista que só se costuma colocar o Estado como ob-
da Constituição prevê que “a adoção será assistida pelo servador da “Doutrina da Proteção Integral”, sendo que
Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e isso também compete à família e à sociedade.
condições de sua efetivação por parte de estrangeiros”. Nesta frequência, o direito à proteção especial abrange-
Neste sentido, a Lei nº 12.010, de 3 de agosto de 2009, rá os seguintes aspectos (art. 227, §3º, CF):
dispõe sobre a adoção.
- A idade mínima de dezesseis anos para admissão ao
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

A igualdade entre os filhos, quebrando o paradigma da trabalho, salvo a partir dos quatorze anos, na condição
Constituição anterior e do até então vigente Código Civil de aprendiz (inciso I de acordo com o art. 7º, XXXIII, CF,
de 1916 consta no artigo 227, § 6º, CF: “os filhos, havidos pós-alteração promovida pela Emenda Constitucional
ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão nº 20/98);
os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer - A garantia de direitos previdenciários e trabalhistas
designações discriminatórias relativas à filiação”. (inciso II);
Quando o artigo 227 dispõe no § 7º que “no atendimen- - A garantia de acesso ao trabalhador adolescente e jo-
to dos direitos da criança e do adolescente levar-se-á vem à escola (inciso III);
em consideração o disposto no art. 204” tem em vista a - A garantia de pleno e formal conhecimento da atribui-
adoção de práticas de assistência social, com recursos da ção do ato infracional, igualdade na relação processual
seguridade social, em prol da criança e do adolescente. e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dis-

83
puser a legislação tutelar específica (inciso IV); “pátrio poder”. As crianças eram submetidas ao absoluto
- A obediência aos princípios de brevidade, excepcionali- poder do pai e seus destinos seguiam a mesma sorte.
dade e respeito à condição peculiar de pessoa em desen- A partir da Idade Moderna, com o Renascimento e o Ilu-
volvimento, quando da aplicação de qualquer medida minismo, as crianças e os adolescentes saíram ligeiramente
privativa de liberdade (inciso V); da margem social. A moral da época passa a impor aos
- O estímulo do Poder Público, através de assistência ju- pais o dever de educar seus filhos. Entretanto, a educação
rídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, costumava ser oferecida apenas aos homens. Aqueles que
ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou possuíam melhores condições enviavam seus filhos para
adolescente órfão ou abandonado (inciso VI); estudarem nas universidades que começavam a despon-
- Programas de prevenção e atendimento especializado tar na Europa, aqueles que possuíam condições piores ao
à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de en- menos passavam a ensinar seus ofícios a estes jovens. Já as
torpecentes e drogas afins (inciso VII). meninas permaneciam marginalizadas das atividades edu-
cacionais e profissionalizantes, apenas lhes era ensinado
Prosseguindo, o parágrafo sexto, do art. 227, da Cons- como desempenhar atividades domésticas.
tituição, garante o “Princípio da Igualdade entre os Filhos”, Desde o final da Revolução Francesa e, com destaque,
ao dispor que os filhos, havidos ou não da relação do ca- a partir da Revolução Industrial, que alterou substancial-
samento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e quali- mente os modos e métodos de produção, a criança e o
ficações, proibidas quaisquer designações discriminatórias adolescente passam a ocupar papel central na sociedade,
relativas à filiação. desempenhando atividades trabalhistas de caráter equiva-
Assim, com a Constituição Federal, os filhos não têm lente a dos adultos. Foram vítimas de inúmeros acidentes
mais “valor” para efeito de direitos alimentícios e suces- de trabalho, morriam em meio à insalubridade das fábricas,
sórios. Não se pode falar em um filho receber metade da então movidas predominantemente a carvão. Foi apenas
parte que originalmente lhe cabia por ser “bastardo”, en- com a emergência da Organização Internacional do Tra-
quanto aquele fruto da sociedade conjugal receber a quan- balho – OIT, em 1919, que aos poucos se consolidou uma
tia integral. Aliás, nem mesmo a expressão “filho bastardo” consciência a respeito da necessidade de se limitar a parti-
pode mais ser utilizada, por representar uma forma de dis- cipação das crianças e adolescentes no espaço de trabalho.
criminação designatória. Este foi o estopim para o reconhecimento da condição es-
Também, o art. 229 traz uma “via de mão dupla” entre pecial da criança e do adolescente.
pais e filhos, isto é, os pais têm o dever de assistir, criar e Internacionalmente, a proteção efetiva da criança e do
educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever adolescente começa a tomar corpo com o reconhecimen-
de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou en- to internacional dos direitos humanos e a fundação da
fermidade. Tal dispositivo, inclusive, permite que os filhos UNICEF. A UNICEF, inicialmente conhecida como Fundo
peçam alimentos aos pais, e que os pais peçam alimentos Internacional de Emergência das Nações Unidas para as
aos filhos. Crianças, foi criada em dezembro de 1946 para ajudar as
Por fim, há se mencionar o acrescentado parágrafo oi- crianças da Europa vítimas da II Guerra Mundial. No início
tavo (pela Emenda Constitucional nº 65/2010), ao art. 227, da década de 50 o seu mandato foi alargado para respon-
da Constituição Federal, segundo o qual a lei estabelecerá der às necessidades das crianças e das mães nos países em
o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos desenvolvimento. Em 1953, torna-se uma agência perma-
jovens (inciso I), e o plano nacional de juventude, de du- nente das Nações Unidas, e passa a ocupar-se especial-
ração decenal, visando à articulação das várias esferas do mente das crianças dos países mais pobres da África, Ásia,
poder público para a execução de políticas públicas (inciso América Latina e Médio Oriente. Passa então a designar-se
II). Nada obstante a exigência constitucional desde 2010, Fundo das Nações Unidas para a Infância, mas mantém a
somente bem recentemente o Estatuto da Juventude foi sigla que a tornara conhecida em todo o mundo – UNICEF.
aprovado (Lei nº 12.852/2013), como visto acima, carecen- Desde então, sobrevieram no âmbito das Nações Unidas
do, ainda, o Plano Nacional de Juventude de maior regula- documentos bastante relevantes sobre a condição jurídica
mentação infraconstitucional. peculiar da criança, já estudados neste material.

Evolução histórica No Brasil, no final do século XIX e início do século XX,


POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

foi instituído no Rio de Janeiro o Instituto de Proteção e


Na Grécia antiga, a criança era colocada numa posição Assistência à Infância, primeiro estabelecimento público
de inferioridade, tida como um ser irracional, sem capaci- nacional de atendimento a crianças e adolescentes. Em se-
dade de tomar qualquer tipo de decisão. Trata-se de marco guida, veio a Lei nº 4.242/1921, que autorizou o governo
da cultura grega, que enxergava apenas poucos homens de a organizar o Serviço de Assistência e Proteção à Infância
posses como cidadãos. Estes homens concentravam para Abandonada e Dellinquente. Em 1927 foi aprovado o pri-
si o pátrio poder, isto é, o poder do pai. Devido ao pátrio meiro Código de Menores. Em 1941, durante o governo
poder, o pai de família concentrava em suas mãos plena Vargas, foi criado o Serviço de Assistência ao Menor, cujo
possibilidade de gerir a vida das crianças e adolescentes fim era dar tratamento penal teoricamente diferenciado
e estes não tinham nenhuma possibilidade de participar aos menores (na prática, eram tratados como criminosos
destas decisões. Na Idade Média se manteve o sistema do comuns). Em 1964 surge a Política Nacional do Bem-estar

84
do Menor (Lei nº 4.513/1964), que criou a FUNABEM. Surge fase do Pós-positivismo com os seguintes resultados já
novo Código de Menores em 1979 (Lei nº 6.697), cujo ob- consolidados: a passagem dos princípios da especulação
jeto era a proteção e vigilância de crianças e adolescentes metafísica e abstrata para o campo concreto e positivo do
em situação irregular. Na década de 80 começa um mo- Direito, com baixíssimo teor de densidade normativa; a
vimento de reelaboração da concepção de infância e ju- transição crucial da ordem jusprivatista (sua antiga inser-
ventude. O destaque repercute na Constituição Federal de ção nos Códigos) para a órbita juspublicística (seu ingresso
1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, nas Constituições); a suspensão da distinção clássica entre
que revogou o Código de Menores e substituiu a doutrina princípios e normas; o deslocamento dos princípios da es-
da situação irregular pela doutrina da proteção integral . fera da jusfilosofia para o domínio da Ciência Jurídica; a
proclamação de sua normatividade; a perda de seu cará-
Relações jurídicas no direito da criança e do adoles- ter de normas programáticas; o reconhecimento definitivo
cente de sua positividade e concretude por obra sobretudo das
Constituições; a distinção entre regras e princípios, como
“As relações jurídicas são formas qualificadas de re- espécies diversificadas do gênero norma, e, finalmente, por
lações interpessoais, indicando, assim, a ligação entre expressão máxima de todo esse desdobramento doutriná-
pessoas, em razão de algum objeto, devidamente regu- rio, o mais significativo de seus efeitos: a total hegemonia
lada pelo direito. Desta forma, o Direito da Criança e do e preeminência dos princípios .
Adolescente, sob o aspecto objetivo e formal, representa No campo do direito da criança e do adolescente, al-
a disciplina das relações jurídicas entre Crianças e Adoles- guns princípios assumem destaque, entre eles:
centes, de um lado, e de outro, a família, a comunidade, a a) Princípio da prioridade absoluta: previsto nos artigos
sociedade e o próprio Estado. [...] Percebemos que a inten- 227, CF e 4º, ECA preconiza que é dever de todos – Estado,
ção dos doutrinadores e do próprio legislador foi, sempre, sociedade, comunidade e família – assegurar com absoluta
criar uma doutrina da proteção integral não somente para prioridade direitos fundamentais às crianças e adolescentes.
a Criança, como, ainda, para o Adolescente, ambos ainda Por isso, estabelece-se com primazia a adoção de políticas
em desenvolvimento, posto que, somente com o término públicas, a destinação de recursos e a prestação de serviços
da adolescência é que o menor completará o processo de essenciais àqueles que se encontram na faixa etária inferior
aquisição de mecanismos mentais relacionados ao pensa- a 18 anos.
mento, percepção, reconhecimento, classificação etc. [...] b) Princípio da proteção integral: previsto no artigo
Com isso, o Estatuto da Criança e do Adolescente, sabia- 1º, ECA estabelece que a proteção da criança e do
mente, se preocupou em envolver não somente a família, adolescente não pode se restringir às situações de
mas, ainda, a comunidade, a sociedade e o próprio Estado, irregularidade, o que teria um caráter estigmatizante,
para que todos, em conjunto, exerçam seus direitos e deve- mas deve abranger todas as situações de vida pelas
res sem oprimir aqueles que, em condição inferior, viviam quais passa a criança e o adolescente, mesmo as re-
a mercê da sociedade. Mas, qual a razão dessa inclusão tão gulares. Neste sentido, ao se assegurar direitos na
abrangente? Pois bem, a intenção do Estatuto da Criança regularidade, evita-se que a criança e o adolescente
e do Adolescente foi conferir ao menor, de forma integral, caiam em irregularidade.
todas as condições para que o mesmo possa desenvolver- c) Princípio da dignidade da pessoa humana: A digni-
-se plenamente, evitando-se, com isso, que haja alguma dade da pessoa humana é o valor-base de interpre-
deficiência em sua formação. Desta forma, a melhor solu- tação de qualquer sistema jurídico, internacional ou
ção apresentada pelo legislador foi incluir todos os seg- nacional, que possa se considerar compatível com os
mentos da sociedade, para que ninguém ficasse isento de valores éticos, notadamente da moral, da justiça e da
qualquer responsabilidade, uma vez que a doutrina da pro- democracia. Pensar em dignidade da pessoa huma-
teção integral apresentada pelo Estatuto da Criança e do na significa, acima de tudo, colocar a pessoa huma-
Adolescente exige a participação de todos, sem qualquer na como centro e norte para qualquer processo de
exceção” . Com efeito, o objeto formal do direito da criança interpretação jurídico, seja na elaboração da norma,
e do adolescente é a proteção jurídica especial da criança seja na sua aplicação.
e do adolescente. Já o objeto material é a própria criança
ou adolescente. Sem pretender estabelecer uma definição fechada ou
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

plena, é possível conceituar dignidade da pessoa humana


Princípios como o principal valor do ordenamento ético e, por con-
sequência, jurídico que pretende colocar a pessoa humana
Não se pode olvidar que os princípios sempre desem- como um sujeito pleno de direitos e obrigações na ordem
penharam um importante papel social, mas foi somente na internacional e nacional, cujo desrespeito acarreta a pró-
atual dogmática jurídica que eles adquiriram normativida- pria exclusão de sua personalidade.
de. Hoje em dia, os princípios servem para condensar va- Aponta Barroso : “o princípio da dignidade da pessoa
lores, dar unidade ao sistema e condicionar a atividade do humana identifica um espaço de integridade moral a ser
intérprete. Os princípios são normas jurídicas, não meros assegurado a todas as pessoas por sua só existência no
conteúdos axiológicos, aceitando aplicação autônoma . mundo. É um respeito à criação, independente da crença
Em resumo, a teoria dos princípios chega à presente que se professe quanto à sua origem. A dignidade rela-

85
ciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito como do adolescente. No caso, o ECA limita a aplicação de
com as condições materiais de subsistência”. medidas desta natureza ao prazo máximo de 3 anos.
O Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, do g) Princípio da condição peculiar da pessoa em de-
Tribunal Superior do Trabalho, trouxe interessante conceito senvolvimento: a criança e o adolescente estão em
numa das decisões que relatou: “a dignidade consiste na processo de formação e de transformação física e
percepção intrínseca de cada ser humano a respeito dos psíquica, logo, possuem uma condição peculiar que
direitos e obrigações, de modo a assegurar, sob o foco de deve ser respeitada quando da aplicação da lei.
condições existenciais mínimas, a participação saudável e
ativa nos destinos escolhidos, sem que isso importe destila- Autonomia da criança e do adolescente
ção dos valores soberanos da democracia e das liberdades
individuais. O processo de valorização do indivíduo articu- Coloca-se o trecho do trabalho de Cláudio Leone em
la a promoção de escolhas, posturas e sonhos, sem olvidar que reflete sobre a construção da autonomia do infante:
que o espectro de abrangência das liberdades individuais “Conceitualmente, a análise do respeito à autonomia de
encontra limitação em outros direitos fundamentais, tais uma criança ou de um adolescente só tem sentido se for
como a honra, a vida privada, a intimidade, a imagem. So- conduzida a partir do conhecimento da evolução de suas
breleva registrar que essas garantias, associadas ao princípio competências nas diferentes idades. É de conhecimento
da dignidade da pessoa humana, subsistem como conquista de todos que a criança nasce totalmente dependente de
da humanidade, razão pela qual auferiram proteção especial cuidados alheios e que passa por um processo de desen-
consistente em indenização por dano moral decorrente de volvimento progressivo que a leva a alcançar a completa
sua violação” . independência na maturidade, o que, nas sociedades mo-
Para Reale , a evolução histórica demonstra o domínio dernas, se situa por volta dos vinte anos de idade.
de um valor sobre o outro, ou seja, a existência de uma Entretanto, para que este processo de análise de sua
ordem gradativa entre os valores; mas existem os valores autonomia transcorra de maneira isenta, fundamentalmen-
fundamentais e os secundários, sendo que o valor fonte te centrado nas peculiaridades do desenvolvimento do ser
é o da pessoa humana. Nesse sentido, são os dizeres de humano, o primeiro ponto a ser considerado é a necessida-
Reale : “partimos dessa ideia, a nosso ver básica, de que a de de abdicar de alguns conceitos preestabelecidos, como
pessoa humana é o valor-fonte de todos os valores. O ho- é o caso da atitude paternalista. [...]
mem, como ser natural biopsíquico, é apenas um indivíduo O segundo ponto a considerar neste percurso, em geral
entre outros indivíduos, um ente animal entre os demais decorrente do primeiro, é a própria legislação que, mes-
da mesma espécie. O homem, considerado na sua objeti- mo tendo o melhor dos intuitos, praticamente nivela todos
vidade espiritual, enquanto ser que só realiza no sentido os menores a uma mesma condição: a de incapacidade,
de seu dever ser, é o que chamamos de pessoa. Só o ho- criando a necessidade de se ter figuras aptas a decidir e
mem possui a dignidade originária de ser enquanto deve responder por eles, como se estas figuras fossem sempre e
ser, pondo-se essencialmente como razão determinante inevitavelmente imbuídas das melhores intenções em rela-
do processo histórico”. ção à criança e ao adolescente.
Quando a Constituição Federal assegura a dignidade da No entender de Kopelman, para que toda esta legisla-
pessoa humana como um dos fundamentos da República, ção fosse realmente válida seria necessário definir melhor,
faz emergir uma nova concepção de proteção de cada mem- de maneira bem precisa, o que se entende por um padrão
bro do seu povo. Tal ideologia de forte fulcro humanista guia mínimo de benefício ou o que é ‘o melhor’ para os interes-
a afirmação de todos os direitos fundamentais e confere a ses da criança ou do adolescente, de modo que a definição
eles posição hierárquica superior às normas organizacionais não fique em aberto para a interpretação de quem detém
do Estado, de modo que é o Estado que está para o povo, o poder de decidir em nome deles. Além disso, estas defi-
devendo garantir a dignidade de seus membros, e não o nições deveriam estar em constante revisão, para que não
inverso. acabem sendo ultrapassadas, frente à evolução histórico-
d) Princípio da participação popular: previsto no arti- -social dos fatos que geraram a necessidade de sua criação.
go 227, §§ 3º e 7º e no artigo 204, II, CF, assegura a Superados estes dois pontos, que apesar de potencial-
participação popular, através de organizações repre- mente limitantes do processo de discussão da autonomia
sentativas, na elaboração de políticas públicas dire- da criança e do adolescente não podem ser simplesmente
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

cionadas à infância e à juventude. ignorados, como se não existissem, chega-se ao terceiro e


e) Princípio da excepcionalidade: previsto no artigo 227, mais importante: a interpretação do conceito de autono-
§3º, V, CF assegura que quando da imposição de medi- mia à luz do momento de desenvolvimento em que uma
da privativa de liberdade esta não será imposta a não ser determinada criança ou adolescente se encontra.
que se trate de um caso excepcional, em que nenhuma
Nesse sentido, diversas características do desenvolvi-
outra medida sócio-educativa possa ser utilizada.
mento devem ser levadas em consideração:
f) Princípio da brevidade: previsto no artigo 227, §3º,
1. Trata-se de um processo que evolui continuamente à
V, CF assegura que quando da aplicação de medida
medida que habilidades se aperfeiçoam, novas capa-
privativa de liberdade esta não se estenderá no tem-
po, devendo ser a mais breve possível, perdurando cidades são adquiridas, novas vivências são acumu-
apenas pelo prazo necessário para a ressocialização ladas e integradas e, portanto, passível de rápidas e

86
extremas mudanças no tempo; ma que o profissional tem de realmente respeitar a auto-
2. A aquisição das competências é progressiva, não se nomia da criança ou do adolescente.
dá saltos, como se se tratasse de compartimentos es- A interpretação adequada da legislação e o dimen-
tanques, e segue sempre uma ordem preestabeleci- sionamento correto da decisão dos pais ou responsáveis
da, sendo, portanto, razoavelmente previsível; dependerão fundamentalmente deste tipo de análise da
3. Os tempos e o ritmo em que o desenvolvimento se autonomia da criança ou adolescente. Deste modo, mes-
processa são muito individualizados, fazendo com mo que resulte em situações de conflito entre as posições,
que dois indivíduos de uma mesma idade possam servirá de embasamento para um trabalho, muitas vezes
estar em momentos diferentes de desenvolvimento; exaustivo, de apresentação, de reflexão e de discussão de
4. No caso específico da inteligência, o desenvolvimen- argumentos e fatos, capaz de conduzir a uma decisão ama-
to é extremamente influenciável por fatores extrín- durecida e o mais isenta possível, que, respeitando a po-
secos ao indivíduo: as experiências, os estímulos, o sição da criança ou do adolescente, poderá efetivamente
redundar em seu benefício.
ambiente, a educação, a cultura, etc., o que também
No leque das diferentes situações da prática pediátri-
acaba por reforçar sua evolução extremamente indi-
ca, que se estende desde o recém-nascido no limite de
vidualizada.
viabilidade ao qual se quer prestar cuidados intensivos de
validade questionável naquelas circunstâncias, passando
Segundo Piaget, a capacidade de operar o pensamento pelas pesquisas científicas que envolvem crianças e ado-
concreto estendendo-o à compreensão do outro e às pos- lescentes, até a criança cujo pátrio poder pertence a pais
síveis consequências de boa parte dos seus atos se aper- adolescentes, portanto autônomos nas decisões que lhes
feiçoa na idade escolar, entre os 6 e os 11 anos de vida. dizem respeito, todas estas situações, onde nem sempre o
Este amadurecimento se completa na adolescência, com a real interesse que está em jogo é o da criança, mas sim o
capacidade crescente de abstração que a criança desenvol- dos responsáveis por ela, clarificam que não há uma única
ve nesta fase da existência. Como consequência, é possível resposta ou solução mágica, perfeita, para a questão da
admitir que é na segunda fase da adolescência, em geral a autonomia da criança e do adolescente.
partir dos 15 anos, que o indivíduo atingiria as competên- Na realidade, o que deve existir é a construção conjunta
cias necessárias para o exercício de sua autonomia, com- de uma verdade para aquele momento, amadurecida no
petências estas que necessitariam apenas serem lapidadas crescimento e evolução de todos: juízes e legisladores, pais
ao longo das vivências e de uma maior experiência de vida. ou responsáveis, médicos e profissionais de saúde e, prin-
Entretanto, isto não significa que a autonomia da crian- cipalmente, a criança ou o adolescente, como parte de um
ça e do adolescente só possa (ou deva) ser respeitada a processo de interação franco, sincero, isento e realmente
partir desta fase. participativo que de fato respeite a autonomia, qualquer
Compete ao pediatra e aos demais profissionais de que seja o nível de competência que a criança ou o adoles-
saúde, utilizando suas competências profissionais, definir cente estejam apresentando para tal”.
já desde os primeiros anos de vida em que etapa a criança
se encontra ao longo do seu processo evolutivo, tentando
diferenciar se se está diante de uma tomada de decisão
ditada apenas pelo receio do desconhecido, por um capri-
cho ou vontade decorrente apenas de sua visão egocên-
trica, natural em determinadas idades, ou se a mesma já é
o resultado de uma reflexão mais amadurecida. São estes
extremos que dão a entender a ampla gama de estágios de
desenvolvimento, portanto de autonomia, que entre eles #FicaDica
podem se apresentar. [...]
Novamente, cabe enfatizar que o risco que se corre ao Imputabilidade penal
se utilizar definições bastante precisas como estas é o de
acabar classificando um indivíduo de maneira dicotômica, Art. 228, CF. São penalmente inimputáveis os
no caso específico da autonomia, como sendo capaz ou menores de dezoito anos, sujeitos às normas
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

incapaz, desistindo assim de uma possível análise de sua da legislação especial.


real capacidade.
O artigo 228, CF dispõe: “são penalmente inim-
Consequentemente, a ausência de uma ou de mais das
putáveis os menores de dezoito anos, sujeitos
características anteriormente citadas não deve ser utilizada
às normas da legislação especial”. Percebe-se
para qualificar a criança ou o adolescente como incapaz.
que a normativa não está no rol de cláusulas
Deve, isto sim, servir de embasamento para que se possa
pétreas, razão pela qual seria possível uma
tentar entender como suas decisões se originaram.
emenda constitucional que alterasse a meno-
ridade penal. Inclusive, há projetos de lei neste
Em face de situações específicas, individualizadas, como
sentido.
ocorre no dia-a-dia da prática pediátrica, esta é a única for-

87
da exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja
ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos
COMENTÁRIOS À LEI – ASPECTOS PENAIS E PRO- e à proteção da criança e do adolescente;
CESSUAIS VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve
ser a necessária e adequada à situação de perigo em que
TÍTULO II a criança ou o adolescente se encontram no momento
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO em que a decisão é tomada;
CAPÍTULO I IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
DISPOSIÇÕES GERAIS efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
para com a criança e o adolescente;
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adoles- X - prevalência da família: na promoção de direitos e
cente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos na proteção da criança e do adolescente deve ser dada
nesta Lei forem ameaçados ou violados: prevalência às medidas que os mantenham ou reinte-
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; grem na sua família natural ou extensa ou, se isso não
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; for possível, que promovam a sua integração em família
III - em razão de sua conduta. adotiva;
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o ado-
CAPÍTULO II lescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO capacidade de compreensão, seus pais ou responsável
devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser determinaram a intervenção e da forma como esta se
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como subs- processa;
tituídas a qualquer tempo. XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o ado-
lescente, em separado ou na companhia dos pais, de res-
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em con- ponsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus
ta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a partici-
que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e par nos atos e na definição da medida de promoção dos
comunitários. direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente
Parágrafo único. São também princípios que regem a considerada pela autoridade judiciária competente, ob-
aplicação das medidas: servado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos
de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no
direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
Constituição Federal; dentre outras, as seguintes medidas:
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e apli- I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
cação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve termo de responsabilidade;
ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
de que crianças e adolescentes são titulares; III - matrícula e frequência obrigatórias em estabeleci-
III - responsabilidade primária e solidária do poder mento oficial de ensino fundamental;
público: a plena efetivação dos direitos assegurados a IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comu-
crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição nitários de proteção, apoio e promoção da família, da
Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressal- criança e do adolescente;
vados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psi-
(três) esferas de governo, sem prejuízo da municipaliza- quiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
ção do atendimento e da possibilidade da execução de VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
programas por entidades não governamentais; auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicô-
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a in- manos;
tervenção deve atender prioritariamente aos interesses VII - acolhimento institucional;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
consideração que for devida a outros interesses legíti- IX - colocação em família substituta.
mos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes § 1o O acolhimento institucional e o acolhimento fami-
no caso concreto; liar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da como forma de transição para reintegração familiar
criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela ou, não sendo esta possível, para colocação em família
intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada; substituta, não implicando privação de liberdade.
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades § 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais
competentes deve ser efetuada logo que a situação de para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e
perigo seja conhecida; das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afas-
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exerci- tamento da criança ou adolescente do convívio familiar

88
é de competência exclusiva da autoridade judiciária e gração da criança ou do adolescente à família de ori-
importará na deflagração, a pedido do Ministério Pú- gem, após seu encaminhamento a programas oficiais
blico ou de quem tenha legítimo interesse, de procedi- ou comunitários de orientação, apoio e promoção so-
mento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais cial, será enviado relatório fundamentado ao Ministério
ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da Público, no qual conste a descrição pormenorizada das
ampla defesa. providências tomadas e a expressa recomendação, subs-
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser en- crita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela
caminhados às instituições que executam programas de execução da política municipal de garantia do direito à
acolhimento institucional, governamentais ou não, por convivência familiar, para a destituição do poder fami-
meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela au- liar, ou destituição de tutela ou guarda.
toridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o
dentre outros: prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação
I - sua identificação e a qualificação completa de seus de destituição do poder familiar, salvo se entender ne-
pais ou de seu responsável, se conhecidos; cessária a realização de estudos complementares ou de
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, outras providências indispensáveis ao ajuizamento da
com pontos de referência; demanda.
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comar-
em tê-los sob sua guarda; ca ou foro regional, um cadastro contendo informações
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime
convívio familiar. de acolhimento familiar e institucional sob sua respon-
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou sabilidade, com informações pormenorizadas sobre a
do adolescente, a entidade responsável pelo programa situação jurídica de cada um, bem como as providências
de acolhimento institucional ou familiar elaborará um tomadas para sua reintegração familiar ou colocação
plano individual de atendimento, visando à reintegração em família substituta, em qualquer das modalidades
familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fun- previstas no art. 28 desta Lei.
damentada em contrário de autoridade judiciária com- § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
petente, caso em que também deverá contemplar sua Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social
colocação em família substituta, observadas as regras e e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do
princípios desta Lei. Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe
§ 5o O plano individual será elaborado sob a respon- deliberar sobre a implementação de políticas públicas
sabilidade da equipe técnica do respectivo programa que permitam reduzir o número de crianças e adoles-
de atendimento e levará em consideração a opinião da centes afastados do convívio familiar e abreviar o perío-
criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do res- do de permanência em programa de acolhimento.
ponsável.
§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros: Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capí-
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; tulo serão acompanhadas da regularização do registro
II - os compromissos assumidos pelos pais ou respon- civil.
sável; e § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o as-
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com sento de nascimento da criança ou adolescente será feito
a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição
responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso da autoridade judiciária.
seja esta vedada por expressa e fundamentada determi- § 2º Os registros e certidões necessários à regularização
nação judicial, as providências a serem tomadas para de que trata este artigo são isentos de multas, custas e
sua colocação em família substituta, sob direta supervi- emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
são da autoridade judiciária. § 3o Caso ainda não definida a paternidade, será de-
§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no flagrado procedimento específico destinado à sua ave-
local mais próximo à residência dos pais ou do respon- riguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de
sável e, como parte do processo de reintegração familiar, dezembro de 1992.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

sempre que identificada a necessidade, a família de ori- § 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é
gem será incluída em programas oficiais de orientação, dispensável o ajuizamento de ação de investigação de
de apoio e de promoção social, sendo facilitado e esti- paternidade pelo Ministério Público se, após o não com-
mulado o contato com a criança ou com o adolescente parecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a
acolhido. paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada
§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, para adoção.
o responsável pelo programa de acolhimento familiar § 5º Os registros e certidões necessários à inclusão,
a qualquer tempo, do nome do pai no assento de nas-
ou institucional fará imediata comunicação à autorida-
cimento são isentos de multas, custas e emolumentos,
de judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo
gozando de absoluta prioridade.
prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação re-
§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reinte-

89
querida do reconhecimento de paternidade no assento
de nascimento e a certidão correspondente.

As normas de prevenção do ECA são destinadas a crian- #FicaDica


ças e adolescentes em situação de risco. Existirá situação
de risco quando a criança ou o adolescente estiverem pri- Prática de ato infracional:
vados de assistência. Essa assistência pode ser material – CRIANÇAS
(quando não se tem onde dormir, o que comer, vestir etc.), • Praticam atos infracionais.
moral (quando a criança ou o adolescente permanece em • São aplicadas apenas medidas de proteção.
local inadequado, como locais de prática de jogo, prostitui- – ADOLESCENTES
ção etc.) ou jurídica (quando não tem quem o represente). • Praticam atos infracionais
O menor que pratica ato infracional está em situação • São aplicadas medidas socioeducativas e
de risco por estar privado de assistência moral. A situação medidas de proteção.
de risco pode decorrer de ação ou omissão do Poder Pú-
blico; ação ou omissão dos pais ou dos responsáveis; por
Capítulo II
conduta própria.
O art. 101 do ECA traz um rol das medidas protetivas Dos Direitos Individuais
diante da situação de risco. Essas medidas poderão ser
aplicadas tanto para a criança quanto para o adolescen- Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua li-
te. São elas: berdade senão em flagrante de ato infracional ou por
- encaminhamento da criança e do adolescente aos pais ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
ou responsáveis, mediante termo ou responsabilidade; competente.
- orientação, apoio e acompanhamentos temporários Parágrafo único. O adolescente tem direito à identifica-
por pessoa nomeada pelo Juiz; ção dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
- matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento informado acerca de seus direitos.
oficial de ensino fundamental (o Juiz determina aos pais
a obrigação); Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local
- inclusão em programa comunitário ou oficial de auxí- onde se encontra recolhido serão incontinenti comuni-
lio à família, à criança e ao adolescente; cados à autoridade judiciária competente e à família do
- requisição de tratamento médico, psicológico ou psi- apreendido ou à pessoa por ele indicada.
quiátrico em regime hospitalar (internação) ou ambula- Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena
torial (consultas periódicas); de responsabilidade, a possibilidade de liberação ime-
- abrigo em entidade (não se fala em orfanato). A dou- diata.
trina chama de “Tutela de Estado” quando a criança está
em abrigo sob a proteção do Estado; Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser de-
- colocação em família substituta (é utilizada somente terminada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
em situações muito graves). Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
basear-se em indícios suficientes de autoria e materiali-
O Juiz pode aplicar essas medidas isolada ou cumulati- dade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
vamente. Pode, também, substituir uma medida pela outra
a qualquer tempo (art. 99 do ECA). Antes de aplicar qual- Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
quer uma dessas medidas, o Juiz deverá ouvir os pais ou submetido a identificação compulsória pelos órgãos po-
responsáveis, realizar estudo social do caso e ouvir o MP. liciais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de con-
frontação, havendo dúvida fundada.
Essa oitiva do MP é obrigatória, sob pena de nulidade (art.
204 do ECA). Esse rol do art. 101 é taxativo.
O adolescente não é preso, é apreendido.
Título III A internação é a medida mais gravosa para o adoles-
Da Prática de Ato Infracional cente. O ECA permite a internação provisória durante o
Capítulo I processo. É fixado o prazo máximo de 45 dias. Os funda-
Disposições Gerais mentos para que o Juiz decrete essa internação provisória
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

são: indícios suficientes de autoria e materialidade e neces-


Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita sidade da medida.
como crime ou contravenção penal. Esse prazo de internação provisória será descontado na
internação definitiva. Em nenhuma hipótese a criança po-
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de derá ser internada. Criança, que é todo aquele menor de 12
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. anos, não se sujeita a medida sócio-educativa, mas apenas
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser consi- a medida de proteção.
derada a idade do adolescente à data do fato.
CAPÍTULO III
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corres- DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
ponderão as medidas previstas no art. 101.

90
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liber- para sua aplicação.
dade sem o devido processo legal. A medida de segurança não poderá ser aplicada ao
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, adolescente, tendo em vista ser medida para maior de ida-
as seguintes garantias: de que apresenta periculosidade. No caso de adolescente
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato doente mental, será aplicada medida de proteção, poden-
infracional, mediante citação ou meio equivalente; do ser requisitado tratamento médico.
II - igualdade na relação processual, podendo confron- O Juiz poderá cumular medidas socioeducativas, desde
tar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as que sejam compatíveis (ex.: prestação de serviço à comu-
provas necessárias à sua defesa; nidade cumulada com reparação de danos). Com exceção
III - defesa técnica por advogado; da internação, o Juiz poderá substituir as medidas socioe-
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessi- ducativas de acordo com o caso concreto, visto não haver
tados, na forma da lei; taxatividade.
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade Se o Promotor discordar com a medida socioeducati-
competente; va aplicada, deverá entrar com recurso de apelação. Essa
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou res- apelação do ECA possui juízo de retratação, ou seja, o Juiz
ponsável em qualquer fase do procedimento. pode voltar atrás na decisão. O Tribunal competente para
julgar essa apelação é o TJ.
Capítulo IV
Das Medidas Socioeducativas Seção II
Seção I Da Advertência
Disposições Gerais
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação ver-
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a au- bal, que será reduzida a termo e assinada.
toridade competente poderá aplicar ao adolescente as
Disposta no art. 115 do ECA, é uma medida sócio-edu-
seguintes medidas:
cativa que consiste em uma admoestação verbal que é
I - advertência;
aplicada pelo Juiz ao adolescente e que é reduzida a ter-
II - obrigação de reparar o dano;
mo. É destinada a atos de menor gravidade.
III - prestação de serviços à comunidade;
Para a aplicação da advertência, o Juiz deve levar em
IV - liberdade assistida;
consideração a prova da materialidade e indícios sufi-
V - inserção em regime de semi-liberdade;
cientes de autoria. É a única medida que o Juiz poderá
VI - internação em estabelecimento educacional;
aplicar fundamentando-se somente em indícios de au-
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. toria.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em con-
ta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a SEÇÃO III
gravidade da infração. DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será ad-
mitida a prestação de trabalho forçado. Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiên- patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o
cia mental receberão tratamento individual e especiali- caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o res-
zado, em local adequado às suas condições. sarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o
prejuízo da vítima.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a
99 e 100. medida poderá ser substituída por outra adequada.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos Obrigação de reparar o dano (art. 116 do ECA). Há um
II a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas su- pressuposto: o ato infracional deve ter causado um dano
ficientes da autoria e da materialidade da infração, res- à vítima. Essa reparação é para a vítima que sofreu o
salvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127. dano. É uma medida voltada para o adolescente, então
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada deve ser estabelecida de acordo com a possibilidade de
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

sempre que houver prova da materialidade e indícios cumprimento pelo adolescente (ex.: devolução da coisa
suficientes da autoria. furtada, pequenos serviços a título de reparação etc.).
A jurisprudência admite que essa reparação de dano
As medidas socioeducativas dependem de um procedi- pode ser aplicada à criança (ex.: devolução da coisa fur-
mento judicial, só podendo ser aplicadas pelo Juiz. O ECA tada).
apresenta dois critérios genéricos para a aplicação de me-
dida socioeducativa:
- capacidade do adolescente para cumprir a medida;
SEÇÃO IV
- circunstâncias e gravidade da infração.
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
A internação é uma exceção, existindo hipóteses legais

91
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste família, inserindo-os em programas sociais. Promover so-
na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por cialmente é fazer com que o adolescente realize atividades
período não excedente a seis meses, junto a entidades valorizadas socialmente (teatro, música etc.);
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimen- - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar
tos congêneres, bem como em programas comunitários do adolescente;
ou governamentais. - profissionalizar o adolescente (nos termos da EC n.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as 20);
aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante - apresentar relatório do caso ao Juiz.
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, do-
mingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudi- SEÇÃO VI
car a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho. DO REGIME DE SEMILIBERDADE

Disposta no art. 117 do ECA, o adolescente será obriga- Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determi-
do a prestar serviços em benefício da coletividade. São nado desde o início, ou como forma de transição para
tarefas gratuitas de interesse geral junto a entidades as- o meio aberto, possibilitada a realização de atividades
sistenciais, hospitais, escolas ou estabelecimentos con- externas, independentemente de autorização judicial.
gêneres. § 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionali-
Como a medida é mais gravosa, a lei fixa um prazo má- zação, devendo, sempre que possível, ser utilizados os
ximo de 6 meses para essa prestação e um máximo de recursos existentes na comunidade.
8 horas semanais. Essas 8 horas poderão ser estabele- § 2º A medida não comporta prazo determinado apli-
cidas discricionariamente, desde que não prejudiquem cando-se, no que couber, as disposições relativas à in-
a frequência ao trabalho e à escola. Deverá ser levada ternação.
em conta a aptidão do adolescente para a aplicação da
medida. Disposta no art. 120 do ECA, é uma medida que impor-
ta em privação de liberdade ao adolescente que pratica
SEÇÃO V um ato infracional mais grave. O adolescente é retirado
DA LIBERDADE ASSISTIDA de sua família e colocado em um estabelecimento apro-
priado de semiliberdade, podendo realizar atividades
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre externas (estudar, trabalhar etc.) somente com autoriza-
que se afigurar a medida mais adequada para o fim de ção do diretor do estabelecimento, não havendo necessi-
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. dade de autorização judicial. Pode ser usada tanto como
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para medida principal quanto como medida progressiva ou
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por regressiva.
entidade ou programa de atendimento. A semiliberdade não tem prazo fixado em lei, nem mí-
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo nimo nem máximo. A doutrina e a jurisprudência deter-
de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorroga- minam a aplicação da medida por analogia dos prazos
da, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o da internação, tendo como prazo máximo 3 anos. Há a
orientador, o Ministério Público e o defensor. obrigatoriedade de escolarização e profissionalização na
semiliberdade.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a su-
pervisão da autoridade competente, a realização dos Seção VII
seguintes encargos, entre outros: Da Internação
I - promover socialmente o adolescente e sua família,
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessá- Art. 121. A internação constitui medida privativa da li-
rio, em programa oficial ou comunitário de auxílio e as- berdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcio-
sistência social; nalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar desenvolvimento.
do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; § 1º Será permitida a realização de atividades externas,
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

III - diligenciar no sentido da profissionalização do ado- a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa
lescente e de sua inserção no mercado de trabalho; determinação judicial em contrário.
IV - apresentar relatório do caso. § 2º A medida não comporta prazo determinado, deven-
do sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão
É a última medida em que o adolescente permanece fundamentada, no máximo a cada seis meses.
com sua família. O Juiz irá determinar um acompanhamen- § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de inter-
to permanente ao adolescente, designando, para isso, um nação excederá a três anos.
orientador, que poderá ser substituído a qualquer tempo. A § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior,
lei fixa um prazo mínimo de 6 meses para a duração dessa o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime
medida. O orientador terá as seguintes obrigações legais: de semiliberdade ou de liberdade assistida.
- promover socialmente o adolescente, bem como a sua § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos

92
de idade. mentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedi- § 2º A autoridade judiciária poderá suspender tempo-
da de autorização judicial, ouvido o Ministério Público. rariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o po- existirem motivos sérios e fundados de sua prejudiciali-
derá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judi- dade aos interesses do adolescente.
ciária.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas
quando: adequadas de contenção e segurança.
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência a pessoa; Disposta no art. 121 e seguintes do ECA, é a medida
II - por reiteração no cometimento de outras infrações reservada para os atos infracionais de natureza grave. O
graves; ECA estabelece princípios específicos para a internação,
III - por descumprimento reiterado e injustificável da pois é medida de privação de liberdade sempre excep-
medida anteriormente imposta. cional.
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III A internação deve durar o menor tempo possível (prin-
deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, cípio da brevidade), é uma medida de exceção que só
devendo ser decretada judicialmente após o devido pro- deverá ser utilizada em último caso (princípio da ex-
cesso legal. cepcionalidade) e deve seguir o princípio do respeito à
§ 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, condição peculiar do adolescente como pessoa em de-
havendo outra medida adequada. senvolvimento. Em nenhuma hipótese pode ser aplicada
à criança.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade O ECA estabelece hipóteses de internação para:
exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele - prática de ato infracional mediante grave ameaça ou
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por violência à pessoa;
critérios de idade, compleição física e gravidade da in- - reiteração de infrações graves;
fração. - descumprimento reiterado e injustificado da medida
Parágrafo único. Durante o período de internação, in- anteriormente imposta (é uma hipótese de regressão).
clusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagó- Neste caso, a internação não pode ultrapassar o prazo
gicas. de 3 meses.

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberda- Nas duas primeiras hipóteses, o prazo máximo para in-
de, entre outros, os seguintes: ternação é de 3 anos. Por força desse prazo, o ECA poderá
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do atingir o maior de 18 anos. Em rigor, todas as medidas só-
Ministério Público; cio-educativas poderão atingir o maior de 18 anos.
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; A medida só poderá ser aplicada com o devido pro-
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; cesso legal e em nenhuma hipótese poderá ser aplicada à
IV - ser informado de sua situação processual, sempre criança. Quando o adolescente completar 21 anos, a libe-
que solicitada; ração será obrigatória. Caso o adolescente tenha passado
V - ser tratado com respeito e dignidade; por internação provisória, esses dias serão computados na
VI - permanecer internado na mesma localidade ou na- internação (detração). A diferença entre semi-liberdade e
quela mais próxima ao domicílio de seus pais ou res- internação é que, nesta, o adolescente depende de auto-
ponsável; rização expressa do juiz para praticar atividades externas,
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; ou seja, o adolescente internado somente se ausentará do
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; estabelecimento em que se achar se autorizado pelo juiz.
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio O art. 123 dispõe que o local para a internação deve ser
pessoal; distinto do abrigo, devendo-se obedecer a separação por
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

X - habitar alojamento em condições adequadas de hi- idade, composição física (tamanho), sexo e gravidade do
giene e salubridade; ato infracional. Há, também, a obrigatoriedade de realiza-
XI - receber escolarização e profissionalização; ção de atividades pedagógicas.
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: O art. 124 dispõe sobre direitos específicos dos adoles-
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; centes:
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, - entrevista pessoal com o representante do MP;
e desde que assim o deseje; - entrevista reservada com seu defensor, dentre outros.
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de
local seguro para guardá-los, recebendo comprovante As visitas podem ser suspensas pelo juiz, sob o funda-
daqueles porventura depositados em poder da entidade; mento de segurança e proteção do menor, entretanto, em
XVI - receber, quando de sua desinternação, os docu- nenhuma hipótese o menor poderá ficar incomunicável.

93
representação contra o menor. Essa remissão concedida
pelo MP é causa de exclusão do processo, visto que, ao
conceder a remissão, inexiste o processo.
#FicaDica Quando a remissão é concedida pelo Juiz, segue-se o
seguinte procedimento:
Medida socioeducativa de internação: - o Promotor oferece a representação;
– Prazo máximo de 3 anos: - na audiência de apresentação, o menor será ouvido
• Ato infracional praticado com grave ameaça pelo Juiz, que poderá decidir pela remissão;
ou violência à pessoa; ou - o representante do MP deverá, obrigatoriamente, ser
• Reiteração no cometimento de infrações gra- ouvido sobre a possibilidade da remissão antes de ela
ves. ser aplicada. A remissão concedida pelo Juiz causa ex-
– Pelo máximo de 3 meses (internação-sanção): tinção do processo. Havendo discordância por parte do
• Descumprimento reiterado e injustificável de MP, este deverá ingressar com uma apelação para refor-
medida anteriormente aplicada. mar a decisão do Juiz.
Tanto a doutrina quanto a jurisprudência admitem a
cumulação da remissão com uma medida sócio-educa-
tiva que seja compatível (ex.: reparação do dano, adver-
Capítulo V tência etc.). Neste caso, a remissão é causa de suspensão
Da Remissão do processo.
O ECA traz quatro requisitos genéricos para a aplicação
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para da remissão, devendo ficar a critério do membro do MP
apuração de ato infracional, o representante do Minis- ou do Juiz a sua concessão. São eles:
- circunstâncias e conseqüências do fato;
tério Público poderá conceder a remissão, como forma
- contexto social em que o fato foi praticado;
de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias
- personalidade do agente;
e consequências do fato, ao contexto social, bem como
- maior ou menor participação no ato infracional.
à personalidade do adolescente e sua maior ou menor
participação no ato infracional. A remissão, quer concedida pelo MP quer pelo Juiz, não
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão implica confissão de culpa. Existe uma divergência na dou-
da remissão pela autoridade judiciária importará na trina em considerar a remissão como um acordo ou não.
suspensão ou extinção do processo. A posição majoritária entende que a remissão não é um
acordo, tendo em vista a lei falar em concessão e, ainda,
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o pelo fato de não haver nenhum prejuízo para o adolescen-
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, te, não possuindo a remissão nenhum efeito, podendo ser
nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo concedida quantas vezes forem necessárias.
incluir eventualmente a aplicação de qualquer das me-
didas previstas em lei, exceto a colocação em regime de TÍTULO IV
semi-liberdade e a internação. DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RES-
PONSÁVEL
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão pode-
rá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsá-
pedido expresso do adolescente ou de seu representante vel:
legal, ou do Ministério Público. I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
comunitários de proteção, apoio e promoção da família;
Tem por conceito o perdão, a indulgência ao menor. Po- II - inclusão em programa oficial ou comunitário de au-
dem conceder remissão tanto o MP quanto o Juiz. São xílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicôma-
hipóteses de natureza jurídica diferentes. A remissão ju- nos;
dicial é forma de extinção ou de suspensão do processo III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psi-
(portanto, pressupõe o processo em curso). Já a remissão quiátrico;
ministerial é forma de exclusão do processo (logo, deve IV - encaminhamento a cursos ou programas de orien-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

ser concedida antes do processo - administrativamente). tação;


Quando a remissão é concedida pelo MP, segue-se o se- V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompa-
guinte procedimento: nhar sua frequência e aproveitamento escolar;
- o menor é ouvido pelo Promotor que concederá a re- VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente
missão; a tratamento especializado;
- o Promotor encaminha a remissão para homologação VII - advertência;
pelo Juiz; VIII - perda da guarda;
- se o Juiz não aceitar a remissão, deverá remeter para IX - destituição da tutela;
o Procurador de Justiça, que poderá insistir na remissão X - suspensão ou destituição do poder familiar.
ou designar outro representante do MP para apresentar Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas
nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto

94
nos arts. 23 e 24. O Estado assumiu para si o poder-dever de dizer o Di-
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão reito, de solucionar os conflitos, conhecido como jurisdi-
ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a ção. Assim, o Estado irá elaborar as leis (direito material)
autoridade judiciária poderá determinar, como medida e prever como elas serão aplicadas (direito processual). A
cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum. autotutela para a ser punida como regra geral e o Estado
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, exerce a heterotutela por meio da atividade jurisdicional.
a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a Jurisdição é o poder-dever do Estado de dizer o Direito.
criança ou o adolescente dependentes do agressor. Sendo assim, trata-se de atividade estatal exercida por in-
termédio de um agente constituído com competência para
[...] exercê-la, o juiz.
Nos primórdios da humanidade não existia o Direito e
Título VI nem existiam as leis, de modo que a justiça era feita pelas
Do Acesso à Justiça próprias mãos, na denominada autotutela. Com a evolução
Capítulo I
das instituições, o Estado avocou para si o poder-dever de
Disposições Gerais
solucionar os litígios, o que é feito pela jurisdição.
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou ado- O poder-dever de dizer o direito é uno, apenas existin-
lescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao do uma separação de funções: o Legislativo regulamenta
Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos. normas gerais e abstratas (função legislativa) e o Judiciário
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos as aplica no caso concreto (função jurisdicional).
que dela necessitarem, através de defensor público ou Entretanto, vale destacar que na sociedade contempo-
advogado nomeado. rânea, devido às inúmeras mazelas que se apresentaram
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da envolvendo o abarrotamento de processos pelo Judiciário,
Infância e da Juventude são isentas de custas e emo- passou-se a incentivar a adoção de métodos de autocom-
lumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé. posição, como conciliação, mediação e arbitragem.
Tradicionalmente, são enumerados pela doutrina os se-
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão represen- guintes princípios inerentes à jurisdição: investidura, por-
tados e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um que somente exerce jurisdição quem ocupa o cargo de
anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na
juiz; aderência ao território, posto que juízes somente têm
forma da legislação civil ou processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador autoridade no território nacional e nos limites de sua com-
especial à criança ou adolescente, sempre que os inte- petência; indelegabilidade, não podendo o Poder Judiciário
resses destes colidirem com os de seus pais ou responsá- delegar sua competência; inafastabilidade, pois a lei não
vel, ou quando carecer de representação ou assistência pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma
legal ainda que eventual. lesão ou ameaça a direito.
Embora a jurisdição seja una, em termos doutrinários
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, poli- é possível classificá-la: a) quanto ao objeto – penal, traba-
ciais e administrativos que digam respeito a crianças e lhista e civil (a civil é subsidiária, envolvendo todo direito
adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional. material que não seja penal ou trabalhista, não somente
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não questões inerentes ao direito civil); b) quanto ao organismo
poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se que a exerce – comum (estadual ou federal) ou especial
fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentes- (trabalhista, militar, eleitoral); c) quanto à hierarquia – su-
co, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
perior e inferior.
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que
se refere o artigo anterior somente será deferida pela Neste sentido, com vistas a instrumentalizar a jurisdi-
autoridade judiciária competente, se demonstrado o in- ção, impedindo que ela seja exercida de maneira caótica,
teresse e justificada a finalidade. ela é distribuída entre juízos e foros (órgãos competentes
O homem necessita do convívio social, não é um ser em localidades determinadas). A esta distribuição das par-
capaz de viver de maneira autônoma e totalmente des- celas de jurisdição dá-se o nome de competência.
vinculada dos demais. Neste sentido, a imposição de re- As tutelas jurisdicionais diferenciadas, por sua vez, são
gramentos e normas permitiu que a sociedade atingisse o aquelas que apresentam procedimentos diversos do co-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

atual grau de evolução. mum. Possuem procedimentos ditos especiais, os quais


Obviamente, no ambiente social surgem conflitos de buscam garantir um processo mais rápido e compatível
interesses. Afinal, nem sempre os bens e valores existem com as necessidades específicas do direito em discussão.
em quantidade suficiente para atender a todas as pessoas. No âmbito do direito da criança e do adolescente, tem-se
Inicialmente, estes conflitos eram solucionados pelos pró- o estabelecimento de uma tutela jurisdicional diferenciada,
prios envolvidos, na denominada fase da autotutela. eis que existem inúmeras regras específicas aplicáveis aos
processos que envolvem de algum modo criança ou ado-
Contudo, a solução possibilidade pela autotutela era lescente.
bastante insatisfatória e fazia com que prevalecesse a lei do A noção de jurisdição inclusiva também se aplica à tu-
mais forte. Então, surgiu o Estado apresentando um melhor tela jurisdicional da criança e do adolescente. Basicamente,
sistema para a solução dos conflitos. refere-se à propiciação de uma jurisdição que esteja atenta

95
às peculiaridades das minorias e dos grupos vulneráveis. Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adoles-
No caso, as crianças e adolescentes são considerados um cente nas hipóteses do art. 98, é também competente a
grupo vulnerável devido à condição especial que ocupam. Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
CAPÍTULO II a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE b) conhecer de ações de destituição do poder familiar,
SEÇÃO I perda ou modificação da tutela ou guarda;
DISPOSIÇÕES GERAIS c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casa-
mento;
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar d) conhecer de pedidos baseados em discordância pa-
varas especializadas e exclusivas da infância e da juven- terna ou materna, em relação ao exercício do poder fa-
tude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua pro- miliar;
porcionalidade por número de habitantes, dotá-las de e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil,
infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive quando faltarem os pais;
em plantões. f) designar curador especial em casos de apresentação
de queixa ou representação, ou de outros procedimen-
Seção II tos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de
Do Juiz criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz h) determinar o cancelamento, a retificação e o supri-
da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa mento dos registros de nascimento e óbito.
função, na forma da lei de organização judiciária local.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar,
Art. 147. A competência será determinada: através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em:
à falta dos pais ou responsável. a) estádio, ginásio e campo desportivo;
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a b) bailes ou promoções dançantes;
autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as c) boate ou congêneres;
regras de conexão, continência e prevenção. d) casa que explore comercialmente diversões eletrôni-
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à au- cas;
toridade competente da residência dos pais ou respon- e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
sável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar II - a participação de criança e adolescente em:
a criança ou adolescente.
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmis-
b) certames de beleza.
são simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade
de uma comarca, será competente, para aplicação da
judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
penalidade, a autoridade judiciária do local da sede es-
a) os princípios desta Lei;
tadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia
b) as peculiaridades locais;
para todas as transmissoras ou retransmissoras do res-
c) a existência de instalações adequadas;
pectivo estado.
d) o tipo de freqüência habitual ao local;
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é compe- e) a adequação do ambiente a eventual participação ou
tente para: freqüência de crianças e adolescentes;
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministé- f) a natureza do espetáculo.
rio Público, para apuração de ato infracional atribuído a § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo
adolescente, aplicando as medidas cabíveis; deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as de-
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou terminações de caráter geral.
extinção do processo;
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; SEÇÃO III
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses in- DOS SERVIÇOS AUXILIARES


dividuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao ado-
lescente, observado o disposto no art. 209; Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em proposta orçamentária, prever recursos para manuten-
entidades de atendimento, aplicando as medidas cabí- ção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a
veis; Justiça da Infância e da Juventude.
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre ou-
infrações contra norma de proteção à criança ou ado- tras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação
lescente; local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tu- verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver
telar, aplicando as medidas cabíveis. trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminha-

96
mento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordi-
mandado de segurança coletivo e a própria ação popu-
nação à autoridade judiciária, assegurada a livre mani-
lar, sem falar na ação civil pública, também mencionada no
festação do ponto de vista técnico. texto constitucional.
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servi- Considerados os diferentes tipos de tutelas inseridas
dores públicos integrantes do Poder Judiciário respon- no direito da criança e do adolescente, justifica-se a tutela
sáveis pela realização dos estudos psicossociais ou de jurisdicional diferenciada, adaptada à condição em desen-
quaisquer outras espécies de avaliações técnicas exigi- volvimento da criança e do adolescente, que deve ser ágil,
das por esta Lei ou por determinação judicial, a autori- efetiva, atenta às peculiaridades do caso concreto.
dade judiciária poderá proceder à nomeação de perito, Os procedimentos especiais do ECA se referem a: perda
nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março e suspensão de poder familiar, destituição de tutela, co-
de 2015 (Código de Processo Civil). locação em família substituta, apuração de ato infracional
atribuído a adolescente, apuração de irregularidades em
CAPÍTULO III atendimento, apuração de infração administrativa às nor-
DOS PROCEDIMENTOS mas de proteção da criança e do adolescente e habilitação
SEÇÃO I em adoção.
DISPOSIÇÕES GERAIS
ABAIXO, SEGUEM AQUELES CUJO ASPECTO É PROCES-
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei apli- SUAL PENAL.
cam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na
[...]
legislação processual pertinente.
§ 1o É assegurada, sob pena de responsabilidade, prio- Seção V
ridade absoluta na tramitação dos processos e procedi- Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adoles-
mentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos cente
atos e diligências judiciais a eles referentes.
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem
seus procedimentos são contados em dias corridos, ex- judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade ju-
cluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, diciária.
vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o
Ministério Público. Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não cor- policial competente.
responder a procedimento previsto nesta ou em outra Parágrafo único. Havendo repartição policial especiali-
lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e zada para atendimento de adolescente e em se tratando
ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o de ato infracional praticado em co-autoria com maior,
Ministério Público. prevalecerá a atribuição da repartição especializada,
que, após as providências necessárias e conforme o caso,
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
encaminhará o adulto à repartição policial própria.
para o fim de afastamento da criança ou do adolescen-
te de sua família de origem e em outros procedimentos Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional come-
necessariamente contenciosos. tido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a
autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts.
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e
A tutela sócio-individual abrange aspectos do direito da
o adolescente;
criança e do adolescente voltado à criança e ao adoles-
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
cente individualmente concebidos, isto é, pensados como
sujeitos de direitos individuais que possam ser por eles III - requisitar os exames ou perícias necessários à com-
exercidos. provação da materialidade e autoria da infração.
A tutela sócio-educativa abrange aspectos do direito da Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a
lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

criança e do adolescente voltados às atividades de ensino


e aprendizagem, tanto no que se refere à educação formal ocorrência circunstanciada.
quanto em relação à educação informal.
A tutela coletiva volta-se à proteção de direitos difu- Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou respon-
sos e coletivos da criança e do adolescente. Aos direitos sável, o adolescente será prontamente liberado pela
difusos e coletivos são conferidos mecanismos de tutela autoridade policial, sob termo de compromisso e res-
específicos para sua proteção, bem como atribuída com- ponsabilidade de sua apresentação ao representante do
petência para tanto a órgãos determinados que exercerão Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível,
um papel representativo. No Brasil, destacam-se institui- no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gra-
ções como o Ministério Público e a Defensoria Pública. Sem vidade do ato infracional e sua repercussão social, deva
prejuízo, como visto, há remédios constitucionais que se o adolescente permanecer sob internação para garantia
voltam à proteção de interesses desta categoria, como o

97
de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pú- § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
blica. autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o
cumprimento da medida.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remes-
encaminhará, desde logo, o adolescente ao representan- sa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante
te do Ministério Público, juntamente com cópia do auto despacho fundamentado, e este oferecerá representa-
de apreensão ou boletim de ocorrência. ção, designará outro membro do Ministério Público para
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a auto- apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remis-
ridade policial encaminhará o adolescente à entidade de são, que só então estará a autoridade judiciária obriga-
atendimento, que fará a apresentação ao representante da a homologar.
do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Mi-
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade nistério Público não promover o arquivamento ou con-
policial. À falta de repartição policial especializada, o ceder a remissão, oferecerá representação à autorida-
adolescente aguardará a apresentação em dependên- de judiciária, propondo a instauração de procedimento
cia separada da destinada a maiores, não podendo, em para aplicação da medida sócio-educativa que se afigu-
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo rar a mais adequada.
anterior. § 1º A representação será oferecida por petição, que
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade po- ato infracional e, quando necessário, o rol de testemu-
licial encaminhará imediatamente ao representante do nhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária
Ministério Público cópia do auto de apreensão ou bole- instalada pela autoridade judiciária.
tim de ocorrência. § 2º A representação independe de prova pré-constituí-
da da autoria e materialidade.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver
indícios de participação de adolescente na prática de ato Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a con-
infracional, a autoridade policial encaminhará ao repre- clusão do procedimento, estando o adolescente interna-
sentante do Ministério Público relatório das investiga- do provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
ções e demais documentos.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade ju-
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato diciária designará audiência de apresentação do ado-
infracional não poderá ser conduzido ou transportado lescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou
em compartimento fechado de veículo policial, em con- manutenção da internação, observado o disposto no art.
dições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem 108 e parágrafo.
risco à sua integridade física ou mental, sob pena de res- § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão
ponsabilidade. cientificados do teor da representação, e notificados a
comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a
Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de autoridade judiciária dará curador especial ao adoles-
apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, cente.
devidamente autuados pelo cartório judicial e com in- § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autorida-
formação sobre os antecedentes do adolescente, proce- de judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
derá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemu- apresentação.
nhas. § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o re- sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais
presentante do Ministério Público notificará os pais ou ou responsável.
responsável para apresentação do adolescente, podendo
requisitar o concurso das polícias civil e militar. Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela auto-
ridade judiciária, não poderá ser cumprida em estabele-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo cimento prisional.


anterior, o representante do Ministério Público poderá: § 1º Inexistindo na comarca entidade com as caracterís-
I - promover o arquivamento dos autos; ticas definidas no art. 123, o adolescente deverá ser ime-
II - conceder a remissão; diatamente transferido para a localidade mais próxima.
III - representar à autoridade judiciária para aplicação § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adoles-
de medida sócio-educativa. cente aguardará sua remoção em repartição policial,
desde que em seção isolada dos adultos e com instala-
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou con-
ções apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo má-
cedida a remissão pelo representante do Ministério Pú-
ximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.
blico, mediante termo fundamentado, que conterá o re-
sumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
judiciária para homologação.

98
responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na inter-
dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional net com o fim de investigar os crimes previstos nos arts.
qualificado. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
proferindo decisão. obedecerá às seguintes regras:
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de me- I – será precedida de autorização judicial devidamente
dida de internação ou colocação em regime de semi- circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os
-liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o
adolescente não possui advogado constituído, nomeará Ministério Público;
defensor, designando, desde logo, audiência em continu- II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Pú-
ação, podendo determinar a realização de diligências e blico ou representação de delegado de polícia e conte-
estudo do caso. rá a demonstração de sua necessidade, o alcance das
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas
prazo de três dias contado da audiência de apresenta- investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou
ção, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas. cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas;
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as teste- III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias,
munhas arroladas na representação e na defesa prévia, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total
cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja de-
interprofissional, será dada a palavra ao representan- monstrada sua efetiva necessidade, a critério da auto-
te do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, ridade judicial.
pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável § 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão
requisitar relatórios parciais da operação de infiltração
por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em
antes do término do prazo de que trata o inciso II do §
seguida proferirá decisão.
1º deste artigo.
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não
artigo, consideram-se:
comparecer, injustificadamente à audiência de apresen-
I – dados de conexão: informações referentes a hora,
tação, a autoridade judiciária designará nova data, de-
data, início, término, duração, endereço de Protocolo de
terminando sua condução coercitiva. Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou sus- endereço de assinante ou de usuário registrado ou au-
pensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer tenticado para a conexão a quem endereço de IP, iden-
fase do procedimento, antes da sentença. tificação de usuário ou código de acesso tenha sido atri-
buído no momento da conexão.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer § 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não
medida, desde que reconheça na sentença: será admitida se a prova puder ser obtida por outros
I - estar provada a inexistência do fato; meios.
II - não haver prova da existência do fato; Art. 190-B. As informações da operação de infiltração se-
III - não constituir o fato ato infracional; rão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido
autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o aces-
adolescente internado, será imediatamente colocado so aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público
em liberdade. e ao delegado de polícia responsável pela operação, com
o objetivo de garantir o sigilo das investigações.
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de
internação ou regime de semi-liberdade será feita: Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua
I - ao adolescente e ao seu defensor; identidade para, por meio da internet, colher indícios de
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

ou responsável, sem prejuízo do defensor. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se- arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei
-á unicamente na pessoa do defensor. nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar
deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sen- de observar a estrita finalidade da investigação respon-
tença. derá pelos excessos praticados.
SEÇÃO V-A Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público po-
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA PARA derão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
A INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA A DIGNI-
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judi-
DADE SEXUAL DE CRIANÇA E DE ADOLESCENTE
cial, as informações necessárias à efetividade da identi-

99
dade fictícia criada. de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata credenciado, e assinado por duas testemunhas, se pos-
esta Seção será numerado e tombado em livro específico. sível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos ele- poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-
trônicos praticados durante a operação deverão ser re- -se a natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração se-
gistrados, gravados, armazenados e encaminhados ao
guir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso
juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório contrário, dos motivos do retardamento.
circunstanciado.
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apre-
no caput deste artigo serão reunidos em autos aparta- sentação de defesa, contado da data da intimação, que
dos e apensados ao processo criminal juntamente com será feita:
o inquérito policial, assegurando-se a preservação da I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavra-
identidade do agente policial infiltrado e a intimidade do na presença do requerido;
das crianças e dos adolescentes envolvidos. II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente ha-
bilitado, que entregará cópia do auto ou da representa-
Seção VI ção ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de certidão;
Atendimento III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for
encontrado o requerido ou seu representante legal;
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularida- não sabido o paradeiro do requerido ou de seu repre-
des em entidade governamental e não-governamental sentante legal.
terá início mediante portaria da autoridade judiciária
ou representação do Ministério Público ou do Conselho Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal,
Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos fatos. a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministé-
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a au- rio Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
toridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária
entidade, mediante decisão fundamentada. procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo
necessário, designará audiência de instrução e julga-
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no mento.
prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão
sucessivamente o Ministério Público e o procurador do
juntar documentos e indicar as provas a produzir.
requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,
prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judi-
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo ne-
ciária, que em seguida proferirá sentença.
cessário, a autoridade judiciária designará audiência de
instrução e julgamento, intimando as partes.
[...]
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Mi-
nistério Público terão cinco dias para oferecer alegações CAPÍTULO IV
finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo. DOS RECURSOS
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou de-
finitivo de dirigente de entidade governamental, a au- Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infân-
toridade judiciária oficiará à autoridade administrativa cia e da Juventude, inclusive os relativos à execução das
imediatamente superior ao afastado, marcando prazo medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal
para a substituição. da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autori- Processo Civil), com as seguintes adaptações: (Redação
dade judiciária poderá fixar prazo para a remoção das dada pela Lei nº 12.594, de 2012)
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o I - os recursos serão interpostos independentemente de
processo será extinto, sem julgamento de mérito. preparo;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente II - em todos os recursos, salvo nos embargos de decla-
da entidade ou programa de atendimento.
ração, o prazo para o Ministério Público e para a defesa
Seção VII será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas 12.594, de 2012)
de Proteção à Criança e ao Adolescente III - os recursos terão preferência de julgamento e dis-
pensarão revisor;
Art. 194. O procedimento para imposição de penalida- VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
de administrativa por infração às normas de proteção à instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no
criança e ao adolescente terá início por representação caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despa-
do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto cho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão,

100
no prazo de cinco dias; dos, a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer
remeterá os autos ou o instrumento à superior instância administradores de bens de crianças e adolescentes nas
dentro de vinte e quatro horas, independentemente de hipóteses do art. 98;
novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para
autos dependerá de pedido expresso da parte interes- a proteção dos interesses individuais, difusos ou coleti-
sada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, vos relativos à infância e à adolescência, inclusive os de-
contados da intimação. finidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. instruí-los:
149 caberá recurso de apelação. a) expedir notificações para colher depoimentos ou es-
clarecimentos e, em caso de não comparecimento in-
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz justificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela
efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será polícia civil ou militar;
recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se b) requisitar informações, exames, perícias e documen-
se tratar de adoção internacional ou se houver perigo tos de autoridades municipais, estaduais e federais, da
de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando. administração direta ou indireta, bem como promover
inspeções e diligências investigatórias;
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer c) requisitar informações e documentos a particulares e
dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, instituições privadas;
que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências inves-
tigatórias e determinar a instauração de inquérito poli-
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e
de destituição de poder familiar, em face da relevância cial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de
das questões, serão processados com prioridade abso- proteção à infância e à juventude;
luta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias
vedado que aguardem, em qualquer situação, oportu- legais assegurados às crianças e adolescentes, promo-
na distribuição, e serão colocados em mesa para julga- vendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
mento sem revisão e com parecer urgente do Ministério IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e ha-
Público. beas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na
defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa afetos à criança e ao adolescente;
para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, X - representar ao juízo visando à aplicação de penali-
contado da sua conclusão. dade por infrações cometidas contra as normas de pro-
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da teção à infância e à juventude, sem prejuízo da promo-
data do julgamento e poderá na sessão, se entender ne- ção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando
cessário, apresentar oralmente seu parecer. cabível;
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a ins- atendimento e os programas de que trata esta Lei, ado-
tauração de procedimento para apuração de responsa-
tando de pronto as medidas administrativas ou judiciais
bilidades se constatar o descumprimento das providên-
cias e do prazo previstos nos artigos anteriores. necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
CAPÍTULO V XII - requisitar força policial, bem como a colaboração
DO MINISTÉRIO PÚBLICO dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de
assistência social, públicos ou privados, para o desem-
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta penho de suas atribuições.
Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica. § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros,
Art. 201. Compete ao Ministério Público: nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constitui-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

I - conceder a remissão como forma de exclusão do pro- ção e esta Lei.


cesso; § 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos outras, desde que compatíveis com a finalidade do Mi-
às infrações atribuídas a adolescentes; nistério Público.
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e § 3º O representante do Ministério Público, no exercício
os procedimentos de suspensão e destituição do poder de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se
familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e encontre criança ou adolescente.
guardiães, bem como oficiar em todos os demais pro-
§ 4º O representante do Ministério Público será respon-
cedimentos da competência da Justiça da Infância e da
sável pelo uso indevido das informações e documentos
Juventude;
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessa- que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso

101
VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATI-
Público: VAS
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instau- CAPÍTULO I
rando o competente procedimento, sob sua presidência; DOS CRIMES
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade SEÇÃO I
reclamada, em dia, local e horário previamente notifica- DISPOSIÇÕES GERAIS
dos ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos ser- Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
viços públicos e de relevância pública afetos à criança e contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão,
ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita sem prejuízo do disposto na legislação penal.
adequação.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao
parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,
hipótese em que terá vista dos autos depois das par- Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pú-
tes, podendo juntar documentos e requerer diligências, blica incondicionada.
usando os recursos cabíveis.
SEÇÃO II
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer DOS CRIMES EM ESPÉCIE
caso, será feita pessoalmente.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente
de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício
e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de for-
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
necer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da
alta médica, declaração de nascimento, onde constem
Art. 205. As manifestações processuais do representante as intercorrências do parto e do desenvolvimento do ne-
do Ministério Público deverão ser fundamentadas. onato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
CAPÍTULO VI Parágrafo único. Se o crime é culposo:
DO ADVOGADO Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou res- Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
ponsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interes- estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
se na solução da lide poderão intervir nos procedimen- identificar corretamente o neonato e a parturiente, por
tos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exa-
será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por mes referidos no art. 10 desta Lei:
publicação oficial, respeitado o segredo de justiça. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária in- Parágrafo único. Se o crime é culposo:
tegral e gratuita àqueles que dela necessitarem. Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua li-
berdade, procedendo à sua apreensão sem estar em fla-
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prá- grante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da
tica de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, autoridade judiciária competente:
será processado sem defensor. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á no- Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que pro-
meado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, cede à apreensão sem observância das formalidades le-
constituir outro de sua preferência. gais.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adia-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

mento de nenhum ato do processo, devendo o juiz no- Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
mear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata
comunicação à autoridade judiciária competente e à fa-
só efeito do ato.
mília do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se Pena - detenção de seis meses a dois anos.
tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver
sido indicado por ocasião de ato formal com a presença Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua au-
da autoridade judiciária. toridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constran-
gimento:
[...] Pena - detenção de seis meses a dois anos.

TÍTULO VII Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa

102
causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalida- Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
de da apreensão: distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclu-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. sive por meio de sistema de informática ou telemático,
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena
nesta Lei em benefício de adolescente privado de liber- de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
dade: adolescente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representan- I – assegura os meios ou serviços para o armazenamen-
te do Ministério Público no exercício de função prevista to das fotografias, cenas ou imagens de que trata o ca-
nesta Lei: put deste artigo;
Pena - detenção de seis meses a dois anos. II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de trata o caput deste artigo.
quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem § 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o
judicial, com o fim de colocação em lar substituto: deste artigo são puníveis quando o responsável legal
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa
de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pu- caput deste artigo.
pilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qual-
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece quer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro
ou efetiva a paga ou recompensa. que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica en-
volvendo criança ou adolescente:
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato desti-
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
nado ao envio de criança ou adolescente para o exterior
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços)
com inobservância das formalidades legais ou com o fito
de obter lucro: se de pequena quantidade o material a que se refere o
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. caput deste artigo.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento
ameaça ou fraude: tem a finalidade de comunicar às autoridades compe-
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena tentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240,
correspondente à violência. 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar for feita por:
ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou I – agente público no exercício de suas funções;
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: II – membro de entidade, legalmente constituída, que
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebi-
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, mento, o processamento e o encaminhamento de notí-
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a par- cia dos crimes referidos neste parágrafo;
ticipação de criança ou adolescente nas cenas referidas III – representante legal e funcionários responsáveis de
no caputdeste artigo, ou ainda quem com esses contra- provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede
cena. de computadores, até o recebimento do material rela-
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente tivo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério
comete o crime: Público ou ao Poder Judiciário.
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão
de exercê-la; manter sob sigilo o material ilícito referido.
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabita-
ção ou de hospitalidade; ou Art. 241-C. Simular a participação de criança ou ado-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

III – prevalecendo-se de relações de parentesco consan- lescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por
güíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de meio de adulteração, montagem ou modificação de fo-
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de tografia, vídeo ou qualquer outra forma de representa-
quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ção visual:
ela, ou com seu consentimento. Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem ven-
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou de, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou di-
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou vulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: o material produzido na forma do caput deste artigo.
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por

103
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de § 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo
com ela praticar ato libidinoso: quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: -papo da internet.
I – facilita ou induz o acesso à criança de material con- § 2o As penas previstas no caput deste artigo são au-
tendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim mentadas de um terço no caso de a infração cometida
de com ela praticar ato libidinoso; ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo 8.072, de 25 de julho de 1990.
com o fim de induzir criança a se exibir de forma porno-
gráfica ou sexualmente explícita. [...]

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a


expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” com-
preende qualquer situação que envolva criança ou ado-
EXERCÍCIOS COMENTADOS
lescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simu-
ladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança 1.(Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - CES-
ou adolescente para fins primordialmente sexuais. PE/2014) Julgue o próximo item , referente ao disposto no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e às atribuições
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou do conselho tutelar.
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente As disposições do ECA aplicam-se apenas a crianças, indi-
arma, munição ou explosivo: víduos até doze anos de idade incompletos, e a adolescen-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. tes, indivíduos entre doze e dezoito anos de idade.

Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ( ) CERTO ( ) ERRADO


ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança
ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, Resposta: Errado
outros produtos cujos componentes possam causar de- Preconiza o artigo 2º, parágrafo único, ECA: “Nos casos
pendência física ou psíquica: expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Esta-
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se tuto às pessoas entre dezoito anos e vinte e um anos de
o fato não constitui crime mais grave. idade”.

Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou


entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente
fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que,
pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provo- 2. (Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - CES-
car qualquer dano físico em caso de utilização indevida: PE/2014) Acerca de ato infracional e medidas socioeduca-
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. tivas, bem como dos crimes e infrações praticados contra a
criança e o adolescente, julgue o item a seguir.
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais Caso um adolescente que faça parte de um grupo formado
definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou por adultos e que já tenha praticado, comprovadamente,
à exploração sexual: diversos roubos com uso de arma de fogo seja apreendido,
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da a ele deverá ser imposta – após o devido procedimento
perda de bens e valores utilizados na prática criminosa judicial – a medida socioeducativa denominada liberdade
em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adoles- assistida.
cente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Fede-
ral) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de ( ) CERTO ( ) ERRADO
terceiro de boa-fé.
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o ge- Resposta: Errado
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

rente ou o responsável pelo local em que se verifique a Nos termos do artigo 118, ECA, “a liberdade assistida
submissão de criança ou adolescente às práticas referi- será adotada sempre que se afigurar a medida mais ade-
das no caputdeste artigo. quada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cas- adolescente”. Ocorre que o adolescente praticou crimes
sação da licença de localização e de funcionamento do com violência ou grave ameaça, razão pela qual cabe
estabelecimento. internação, conforme artigo 122, I, ECA: “A medida de
internação só poderá ser aplicada quando: I - tratar-se
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou
de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal violência a pessoa”.
ou induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 3. (Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - CES-

104
PE/2014) Paulo e João foram surpreendidos nas depen- e conveniados são seguidos dos mesmos princípios e das
dências da Câmara dos Deputados quando subtraíam car- mesmas normas do serviço público. Os elementos inte-
teiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali grantes do sistema referem-se, ao mesmo tempo, às ati-
transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao vidades de promoção, proteção e recuperação da saúde.
local por intermédio de João, que é servidor da Casa. Esse sistema é único, ou seja, deve ter a mesma doutri-
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir. na e a mesma forma de organização em todo país. Mas é
As medidas socioeducativas aplicáveis a Paulo incluem a preciso compreender bem esta ideia de unicidade. Em um
advertência, a obrigação de reparar o dano e a prestação país com tamanha diversidade cultural, econômica e social
de serviços a comunidade. como o Brasil, pensar em organizar um sistema sem levar
em conta essas diferenças seria uma temeridade.
( ) CERTO ( ) ERRADO O que é definido como único na Constituição é um
conjunto de elementos doutrinários e de organização do
Resposta: Certo Sistema Único de Saúde, os princípios da universalização,
Prevê o artigo 112, ECA: “Verificada a prática de ato in- da equidade, da integralidade, da descentralização e da
fracional, a autoridade competente poderá aplicar ao participação popular. Esses elementos se relacionam com
adolescente as seguintes medidas: as peculiaridades e determinações locais, por meio de for-
I - advertência; mas previstas de aproximação de gerência aos cidadãos,
II - obrigação de reparar o dano; seja com descentralização político-administrativa, seja por
III - prestação de serviços à comunidade; meio do controle social do sistema.
IV - liberdade assistida; O Sistema Único de Saúde pode, então, ser entendido a
V - inserção em regime de semi-liberdade; partir da seguinte imagem: um núcleo comum (único), que
VI - internação em estabelecimento educacional; concentra os princípios doutrinários, e uma forma de orga-
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI”. nização e operacionalização, os princípios organizativos. A
construção do SUS norteia-se, baseado nos seus preceitos
constitucionais, pelas seguintes doutrinas:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. BRASIL. CONSTI- • Universalidade: É a garantia de atenção à saúde, por
parte do sistema, a todo e qualquer cidadão (“A saú-
TUIÇÃO FEDERAL. ARTIGOS 196, 197, 198, de é direito de todos e dever do Estado” – Art. 196 da
199 E 200; ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA Constituição Federal de 1988).
ÚNICO DE SAÚDE - SUS, PLANEJAMENTO Com a universalidade, o indivíduo passa a ter direito de
DA SAÚDE, A ASSISTÊNCIA À SAÚDE E A acesso a todos os serviços públicos de saúde, assim
ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA. como aqueles contratados pelo poder público de
saúde, independente de sexo, raça, renda, ocupação
ou outras características sociais ou pessoais. Saúde é
A primeira e maior novidade do Sistema Único de Saú- direito de cidadania e dever do Governo: Municipal,
de é seu conceito de saúde. Esse “conceito ampliado de Estadual e Federal.
• Equidade: O objetivo da equidade é diminuir desigual-
saúde”, resultado de um processo de embates teóricos e dades. Mas isso não significa que a equidade seja si-
políticos, como visto anteriormente, traz consigo um diag- nônima de igualdade. Apesar de todos terem direito
nóstico das dificuldades que o setor da saúde enfrentou aos serviços, as pessoas não são iguais e por isso têm
historicamente e a certeza de que a reversão deste quadro necessidades diferentes. Então, equidade é a garan-
extrapolava os limites restritos da noção vigente. tia a todas as pessoas, em igualdade de condições,
Encarar saúde apenas como ausência de doenças evi- ao acesso às ações e serviços dos diferentes níveis de
denciou um quadro repleto não só das próprias doenças, complexidade do sistema.
como de desigualdades, insatisfação dos usuários, exclu- O que determinará as ações será a prioridade epide-
são, baixa qualidade e falta de comprometimento profis- miológica e não o favorecimento, investindo mais
sional. onde a carência é maior. Sendo assim, todos terão as
Para enfrentar essa situação era necessário transformar mesmas condições de acesso, more o cidadão onde
a concepção de saúde, de serviços de saúde e, até mesmo, morar, sem privilégios e sem barreiras. Todo cidadão
é igual perante o SUS e será atendido conforme suas
de sociedade. Uma coisa era se deparar com a necessidade
necessidades até o limite do que o sistema pode ofe-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

de abrir unidades, contratar profissionais, comprar medica- recer para todos.


mentos. Outra tarefa é conceber a atenção à saúde como • Integralidade: As ações de promoção, proteção e rea-
um projeto que iguala saúde com condições de vida. bilitação da saúde não podem ser fracionadas, sen-
Ao lado do conceito ampliado de saúde, o Sistema Úni- do assim, os serviços de saúde devem reconhecer na
co de Saúde traz dois outros conceitos importantes: o de prática que: se cada pessoa é um todo indivisível e
sistema e a ideia de unicidade. A noção de sistema significa integrante de uma comunidade, as ações de promo-
que não estamos falando de um novo serviço ou órgão ção, proteção e reabilitação da saúde também não
público, mas de um conjunto de várias instituições, dos três podem ser compartimentalizadas, assim como as
níveis de governo e do setor privado contratado e conve- unidades prestadoras de serviço, com seus diversos
niado, que interagem para um fim comum. graus de complexidade, configuram um sistema ca-
Na lógica do sistema público, os serviços contratados paz de prestar assistência integral.
Ao mesmo tempo, o princípio da integralidade pressu-

105
põe a articulação da saúde com outras políticas públicas, Saúde da Família, etc.). A partir desse primeiro aten-
como forma de assegurar uma atuação intersetorial entre dimento, o cidadão será encaminhado para os outros
as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e serviços de maior complexidade da saúde pública
qualidade de vida dos indivíduos. (hospitais e clínicas especializadas).
Para organizar o SUS a partir dos princípios doutriná- 6)O sistema público de saúde funciona de forma refe-
rios apresentados e considerando-se a ideia de seguridade renciada. Isso ocorre quando o gestor local do SUS,
social e relevância pública existem algumas diretrizes que
não dispondo do serviço de que o usuário necessi-
orientam o processo. Na verdade, trata-se de formas de
concretizar o SUS na prática. ta, encaminha-o para outra localidade que oferece
• Regionalização e hierarquização: Os serviços devem o serviço. Esse encaminhamento e a referência de
ser organizados em níveis de complexidade tecno- atenção à saúde são pactuados entre os municípios
lógica crescente, dispostos em uma área geográfi- 7 )Não há hierarquia entre União, estados e municípios,
ca delimitada e com a definição da população a ser mas há competências para cada um desses três ges-
atendida. tores do SUS. No âmbito municipal, as políticas são
Planejados a partir de critérios epidemiológicos, implica aprovadas pelo CMS – Conselho Municipal de Saú-
na capacidade dos serviços em oferecer a uma determi- de; no âmbito estadual, são negociadas e pactuadas
nada população todas as modalidades de assistência, bem pela CIB – Comissão IntergestoresBipartite (compos-
como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, pos- ta por representantes das secretarias municipais de
sibilitando alto grau de resolutividade (solução de proble- saúde e secretaria estadual de saúde) e deliberadas
mas). pelo CES – Conselho Estadual de Saúde (composto
A rede de serviços, organizada de forma hierarquizada
por vários segmentos da sociedade: gestores, usu-
e regionalizada, permite um conhecimento maior da situa-
ários, profissionais, entidades de classe, etc.); e, por
ção de saúde da população da área delimitada, favorecen-
fim, no âmbito federal, as políticas do SUS são nego-
do ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os
níveis de complexidade. ciadas e pactuadas na CIT – Comissão Intergestores
Deve o acesso da população à rede se dar por intermé- Tripartite (composta por representantes do Ministé-
dio dos serviços de nível primário de atenção, que devem rio da Saúde, das secretarias municipais de saúde e
estar qualificados para atender e resolver os principais pro- das secretarias estaduais de saúde).
blemas que demandam os serviços de saúde. Os demais 8 )Os medicamentos básicos são adquiridos pelas se-
deverão ser referenciados para os serviços de maior com- cretarias estaduais e municipais de saúde, depen-
plexidade tecnológica. Estes caminhos somam a integra- dendo do pacto feito na região. A insulina humana e
lidade da atenção com o controle e a racionalidade dos os chamados medicamentos estratégicos - incluídos
gastos no sistema em programas específicos, como Saúde da Mulher,
Sistemas de Saúde no Brasil Tabagismo e Alimentação e Nutrição - são obtidos
1)Todos os estados e municípios devem ter conselhos pelo Ministério da Saúde. Já os medicamentos ex-
de saúde compostos por representantes dos usuá- cepcionais (aqueles considerados de alto custo ou
rios do SUS, dos prestadores de serviços, dos ges- para tratamento continuado, como para pós-trans-
tores e dos profissionais de saúde. Os conselhos são plantados, síndromes – como Doença de Gaucher
fiscais da aplicação dos recursos públicos em saúde. – e insuficiência renal crônica) são comprados pelas
2)A União é o principal financiador da saúde pública no secretarias de saúde e o ressarcimento a elas é feito
país. Historicamente, metade dos gastos é feita pelo mediante comprovação de entrega ao paciente. Em
governo federal, a outra metade fica por conta dos média, o governo federal repassa 80% do valor dos
estados e municípios. A União formula políticas na- medicamentos excepcionais, dependendo dos pre-
cionais, mas a implementação é feita por seus parcei- ços conseguidos pelas secretarias de saúde nos pro-
ros (estados, municípios, ONGs e iniciativa privada) cessos licitatórios. Os medicamentos para DST/Aids
3)O município é o principal responsável pela saúde pú- são comprados pelo ministério e distribuídos para as
blica de sua população. A partir do Pacto pela Saúde, secretarias de saúde.
assinado em 2006, o gestor municipal passa a assu- 9)Com o Pacto pela Saúde (2006), os estados e municí-
mir imediata ou paulatinamente a plenitude da ges- pios poderão receber os recursos federais por meio
tão das ações e serviços de saúde oferecidos em seu de cinco blocos de financiamento: 1 – Atenção Bá-
sica; 2 – Atenção de Média e Alta Complexidade; 3
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

território.
4)Quando o município não possui todos os serviços de – Vigilância em Saúde; 4 – Assistência Farmacêutica;
saúde, ele pactua (negocia e acerta) com as demais e 5 – Gestão do SUS. Antes do pacto, havia mais de
cidades de sua região a forma de atendimento inte- 100 formas de repasses de recursos financeiros, o
gral à saúde de sua população. Esse pacto também que trazia algumas dificuldades para sua aplicação.
deve passar pela negociação com o gestor estadual Há hierarquia no Sistema Único de Saúde entre as uni-
5)O governo estadual implementa políticas nacionais e dades da Federação?
estaduais, além de organizar o atendimento à saúde A relação entre a União, estados e municípios não pos-
em seu território.A porta de entrada do sistema de sui uma hierarquização. Os entes federados negociam e
saúde deve ser preferencialmente a atenção básica entram em acordo sobre ações, serviços, organização do
(postos de saúde, centros de saúde, unidades de atendimento e outras relações dentro do sistema público

106
de saúde. É o que se chama de pactuação intergestores. Ela cação em saúde para cada unidade federativa.
pode ocorrer na Comissão Intergestora Bipartite (estados e • Mas ela precisa ser regulamentada por projeto de lei
municípios) ou na Comissão Intergestora Tripartite (os três complementar que já está em debate no Congresso
entes federados). Nacional.
Qual a responsabilidade financeira do governo federal O novo texto definirá quais tipos de gastos são da área
na área de saúde? de saúde e quais não podem ser considerados gas-
• A gestão federal da saúde é realizada por meio do tos em saúde.
Ministério da Saúde. Quanto a União, os estados e municípios devem inves-
• O governo federal é o principal financiador da rede tir?
pública de saúde. Historicamente, o Ministério da • A Emenda Constitucional nº 29 estabelece que os gas-
Saúde aplica metade de todos os recursos gastos no tos da União devem ser iguais ao do ano anterior,
país em saúde pública em todo o Brasil. Estados e corrigidos pela variação nominal do Produto Interno
municípios, em geral, contribuem com a outra meta- Bruto (PIB).
de dos recursos. • Os estados devem garantir 12% de suas receitas para
• O Ministério da Saúde formula políticas nacionais de o financiamento à saúde.
saúde, mas não realiza as ações. Para a realização dos • Já os municípios precisam aplicar pelo menos 15% de
projetos, depende de seus parceiros (estados, muni- suas receitas.
cípios, ONGs, fundações, empresas, etc.).
• Também tem a função de planejar, criar normas, ava- Quais são as receitas dos estados?
liar e utilizar instrumentos para o controle do SUS. Elas são compostas por:
• Os estados possuem secretarias específicas para a A) Impostos Estaduais: ICMS, IPVA e ITCMD (sobre he-
gestão de saúde. rança e doações).
B) Transferências da União: cota-parte do Fundo de Par-
• O gestor estadual deve aplicar recursos próprios, in-
ticipação dos Estados (FPE), cota-parte do IPI-Expor-
clusive nos municípios, e os repassados pela União.
tação, transferências da Lei Complementar nº 87/96
• Além de ser um dos parceiros para a aplicação de po-
– Lei Kandir.
líticas nacionais de saúde, o estado formula suas pró-
C) Imposto de Renda Retido na Fonte.
prias políticas de saúde.
D) Outras Receitas Correntes: receita da dívida ativa de
• Ele coordena e planeja o SUS em nível estadual, res-
impostos e multas, juros de mora e correção mone-
peitando a normatização federal.
tária de impostos;
• Os gestores estaduais são responsáveis pela organiza-
Para onde vão e como são fiscalizados esses recursos?
ção do atendimento à saúde em seu território.
A Emenda Constitucional nº 29 estabeleceu que de-
Qual a responsabilidade do governo municipal na área
veriam ser criados pelos estados, Distrito Federal e mu-
de saúde?
nicípios os fundos de saúde e os conselhos de saúde. O
• A estratégia adotada no país reconhece o município
primeiro recebe os recursos locais e os transferidos pela
como o principal responsável pela saúde de sua po-
União. O segundo deve acompanhar os gastos e fiscalizar
pulação.
as aplicações.
• A partir do Pacto pela Saúde, de 2006, o gestor muni-
O que quer dizer transferências “fundo a fundo”?
cipal assina um termo de compromisso para assumir
Com a edição da Emenda Constitucional nº 29, fica clara
integralmente as ações e serviços de seu território.
a exigência de que a utilização dos recursos para a saúde
• Os municípios possuem secretarias específicas para a
somente será feita por um fundo de saúde. Transferências
gestão de saúde.
fundo a fundo, portanto, são aquelas realizadas entre fun-
• O gestor municipal deve aplicar recursos próprios e os
dos de saúde (ex.: transferência repassada do Fundo Nacio-
repassados pela União e pelo estado.
nal de Saúde para os fundos estaduais e municipais.
• O município formula suas próprias políticas de saúde
Quem faz parte dos conselhos de saúde?
e também é um dos parceiros para a aplicação de
Os conselhos são instâncias colegiadas (membros têm
políticas nacionais e estaduais de saúde.
poderes iguais) e têm uma função deliberativa. Eles são
• Ele coordena e planeja o SUS em nível municipal, res-
fóruns que garantem a participação da população na fis-
peitando a normatização federal e o planejamento
calização e formulação de estratégias da aplicação públi-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

estadual.
ca dos recursos de saúde. Os conselhos são formados por
• Pode estabelecer parcerias com outros municípios
representantes dos usuários do SUS, dos prestadores de
para garantir o atendimento pleno de sua popula-
serviços, dos gestores e dos profissionais de saúde.
ção, para procedimentos de complexidade que este-
Como funciona o atendimento ao SUS?
jam acima daqueles que pode oferecer.
O sistema de atendimento funciona de modo descen-
• Em setembro de 2000, foi editada a Emenda Consti-
tralizado e hierarquizado.
tucional nº 29.
O que quer dizer descentralização?
• O texto assegura a co-participação da União, dos esta-
Significa que a gestão do sistema de saúde passa para
dos, do Distrito Federal e dos municípios no financia-
os municípios, com a conseqüente transferência de recur-
mento das ações e serviços de saúde pública.
sos financeiros pela União, além da cooperação técnica.
• A nova legislação estabeleceu limites mínimos de apli-

107
Os municípios, então, devem ter todos os serviços de realizar os procedimentos pelo serviço público de saúde. O
saúde? pagamento é feito mediante a apresentação de fatura, que
Não. A maior parte deles não tem condições de ofertar tem como base uma tabela do Ministério da Saúde que
na integralidade os serviços de saúde. Para que o sistema especifica quanto vale cada tipo de procedimento.
funcione, é necessário que haja uma estratégia regional de Pode-se, então, gastar o quanto se quiser nesse tipo de
atendimento (parceria entre estado e municípios) para cor- procedimento?
rigir essas distorções de acesso. Não. Há um limite para o repasse, o chamado teto fi-
Como é feita essa estratégia de atendimento? nanceiro.
• No Sistema Único de Saúde, há o que se chama de re- O teto é calculado com base em dados como popula-
ferencialização. Na estratégia de atendimento, para ção, perfil epidemiológico e estrutura da rede na região.
cada tipo de enfermidade há um local de referência E os convênios? O que são?
para o serviço. A entrada ideal do cidadão na rede de Esse tipo de repasse objetiva a realização de ações e
saúde é a atenção básica (postos de saúde, equipes programas de responsabilidade mútua, de quem dá o
do Saúde da Família, etc.). investimento (concedente) e de quem recebe o dinheiro
• Um segundo conceito básico do SUS é a hierarquiza- (convenente). O quanto o segundo vai desembolsar de-
ção da rede. O sistema, portanto, entende que deve pende de sua capacidade financeira e do cronograma fí-
haver centros de referência para graus de complexi- sico-financeiro aprovado. Podem fazer convênios com o
dade diferentes de serviços. Ministério da Saúde os órgãos ou entidades federais, es-
Quanto mais complexos os serviços, eles são organiza- taduais e do DistritoFederal, as prefeituras municipais, as
dos na seguinte seqüência: unidades de saúde, município, entidades filantrópicas, as organizações não-governamen-
pólo e região. tais e outros interessados no financiamento de projetos
específicos na área de saúde. Os repasses por convênios
Como se decide quem vai atender o quê? significam transferências voluntárias de recursos financei-
Os gestores municipais e estaduais verificam quais ins- ros (ao contrário das transferências fundo a fundo, que são
trumentos de atendimento possuem (ambulâncias, postos obrigatórias) e representam menos de 10% do montante
de saúde, hospitais, etc.). Após a análise da potencialidade, das transferências.
traçam um plano regional de serviços. O acerto ou pac- Conceito de Saúde
tuação irá garantir que o cidadão tenha acesso a todos os Segundo a Organização Mundial de Saúde- OMS, Saú-
tipos de procedimentos de saúde. Na prática, uma pessoa de é um estado de completo bem estar. A OMS é uma
que precisa passar por uma cirurgia, mas o seu município agência especializada em saúde, fundada em 7 de abril de
não possui atendimento hospitalar, será encaminhada para 1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas. Sua
um hospital de referência em uma cidade vizinha. sede é em Genebra, na Suíça.

Os municípios têm pleno poder sobre os recursos?


Os municípios são incentivados a assumir integralmen-
te as ações e serviços de saúde em seu território. Esse prin-
cípio do SUS foi fortalecido pelo Pacto pela Saúde, acerta-
do pelos três entes federados em 2006. A partir de então,
o município pode assinar um Termo de Compromisso de
Gestão. Se o termo for aprovado na Comissão Bipartite do
estado, o gestor municipal passa a ter a gestão de todos os
serviços em seu território. A condição permite que o mu-
nicípio receba os recursos de forma regular e automática
para todos os tipos de atendimento em saúde que ele se
comprometeu a fazer.
Há um piso para o recebimento de recursos da atenção
básica?
Trata-se do Piso da Atenção Básica (PAB), que é calcu-
lado com base no total da população da cidade. Além des-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

se piso fixo, o repasse pode ser incrementado conforme a


adesão do município aos programas do governo federal.
São incentivos, por exemplo, dados ao programa Saúde da
Família, no qual cada equipe implementada representa um
acréscimo no repasse federal. As transferências são realiza-
das fundo a fundo.
Como são feitos os repasses para os serviços hospitala- Saúde é um direito universal e fundamental do ser hu-
res e ambulatoriais? mano, firmado na Declaração Universal dos Direitos Hu-
A remuneração é feita por serviços produzidos pelas manos e assegurado pela Constituição Federal, que esta-
instituições credenciadas no SUS. Elas não precisam ser pú- belece a saúde como direito de todos e dever do Estado,
blicas, mas devem estar cadastradas e credenciadas para garantindo mediante políticas sociais e econômicas que

108
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,
ao acesso universal igualitário às ações e aos serviços para devendo sua execução ser feita diretamente ou através
sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, art. 196).1 de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de
A atual legislação brasileira amplia o conceito de saú- direito privado.
de, considerando-a um resultado de vários fatores deter- Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram
minantes e condicionantes, como alimentação, moradia, uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem
saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, edu- um sistema único, organizado de acordo com as seguin-
cação, transporte, lazer, acesso a bens e serviços essenciais. tes diretrizes:
Por isso, as gestões municipais do SUS- em articulação com I - descentralização, com direção única em cada esfera
as demais esferas de governo – devem desenvolver ações de governo;
conjuntas com outros setores governamentais, como meio II - atendimento integral, com prioridade para as ati-
ambiente, educação, urbanismo, dentre outros, que pos- vidades preventivas, sem prejuízo dos serviços assisten-
sam contribuir, direta ou indiretamente, para a promoção ciais;
de melhores condições de vida e de saúde para população. III - participação da comunidade.
Vigilância Sanitária: Um conjunto de ações capaz de § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos ter-
eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir mos do art. 195, com recursos do orçamento da seguri-
nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, dade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e
da produção e circulação de bens e da prestação de servi- dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único
ços de interesse da saúde, abrangendo: renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indi- 29, de 2000)
retamente, se relacionem com a saúde, compreen- § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
didas todas as etapas e processos, da produção ao pios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públi-
consumo; e cos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação
II - o controle da prestação de serviços que se relacio- de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda
nam direta ou indiretamente com a saúde. Constitucional nº 29, de 2000)
Vigilância Epidemiológica: Conjunto de ações que pro- I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei
porcionam o conhecimento, a detecção ou preven- complementar prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda
ção de qualquer mudança nos fatores determinantes Constitucional nº 29, de 2000)
e condicionantes de saúde individual ou coletiva, II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155
de prevenção e controle das doenças ou agravos. e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso
Saúde do Trabalhador: Conjunto de atividades que se I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem
destina, através das ações de vigilância epidemiológica e transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilita- III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o pro-
ção da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e duto da arrecadação dos impostos a que se refere o art.
agravos advindos das condições de trabalho. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inci-
Assistência Farmaceútica: Conjunto de ações voltadas so I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional
à promoção, proteção e recuperação da saúde individual nº 29, de 2000)
e coletiva, tendo os medicamentos como insumos essen- § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos
ciais e visando à visibilização do acesso aos mesmos, assim a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda
como de seu uso racional. Envolve a pesquisa, o desenvol- Constitucional nº 29, de 2000)
vimento e a produção de medicamentos e insumos, bem I - os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela
como a seleção, programação, aquisição, distribuição, dis- Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
pensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, II - os critérios de rateio dos recursos da União vincula-
acompanhamento e avaliação de sua utilização, na pers- dos à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e
pectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respec-
da qualidade de vida da população. tivos Municípios, objetivando a progressiva redução das
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitu-


ART. 196 A 200 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL cional nº 29, de 2000)
Seção II DA SAÚDE III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das
despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distri-
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, tal e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
garantido mediante políticas sociais e econômicas que 29, de 2000)
visem à redução do risco de doença e de outros agravos IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços pela União.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
para sua promoção, proteção e recuperação. de 2000)
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde pode-
de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos rão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de

109
combate às endemias por meio de processo seletivo pú-
blico, de acordo com a natureza e complexidade de suas BRASIL. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JU-
atribuições e requisitos específicos para sua atuação. NHO DE 2011. REGULAMENTA A LEI NO
.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990, PARA
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a re- DISPOR SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO SIS-
gulamentação das atividades de agente comunitário de TEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS, O PLANEJA-
saúde e agente de combate às endemias. (Incluído pela MENTO DA SAÚDE, A ASSISTÊN-CIA À SAÚ-
Emenda Constitucional nº 51, de 2006) (Vide Medida DE E A ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA, E
provisória nº 297. de 2006) Regulamento DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no
§ 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que
exerça funções equivalentes às de agente comunitário Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de 2011
de saúde ou de agente de combate às endemias poderá
perder o cargo em caso de descumprimento dos requisi- Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de
tos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (In- 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de
cluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saú-
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa priva- de e a articulação interfederativa, e dá outras providências.
da.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de for- A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que
ma complementar do sistema único de saúde, segundo lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou vista o disposto na Lei no 8.080, 19 de setembro de 1990,
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e
as sem fins lucrativos. DECRETA:
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para
auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins CAPÍTULO I
lucrativos. DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de em-
presas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19
País, salvo nos casos previstos em lei. de setembro de 1990, para dispor sobre a organização
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da
que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias saúde, a assistência à saúde e a articulação interfede-
humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamen- rativa.
to, bem como a coleta, processamento e transfusão de
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de co- Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se:
mercialização.
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo cons-
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de
tituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, de-
outras atribuições, nos termos da lei: limitado a partir de identidades culturais, econômicas
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e subs- e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de
tâncias de interesse para a saúde e participar da produ- transportes compartilhados, com a finalidade de inte-
ção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, grar a organização, o planejamento e a execução de
hemoderivados e outros insumos; ações e serviços de saúde;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemio-
lógica, bem como as de saúde do trabalhador; II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
III - ordenar a formação de recursos humanos na área - acordo de colaboração firmado entre entes federati-
de saúde; vos com a finalidade de organizar e integrar as ações
IV - participar da formulação da política e da execução e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarqui-
das ações de saneamento básico; zada, com definição de responsabilidades, indicadores e
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvi- metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho,
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

mento científico e tecnológico; recursos financeiros que serão disponibilizados, forma


VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o de controle e fiscalização de sua execução e demais
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e elementos necessários à implementação integrada das
águas para consumo humano; ações e serviços de saúde;
VII - participar do controle e fiscalização da produção,
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial
transporte, guarda e utilização de substâncias e produ- à saúde do usuário no SUS;
tos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação
compreendido o do trabalho. consensual entre os entes federativos para definição das
regras da gestão compartilhada do SUS;

110
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribui- III - atenção psicossocial;
ção de recursos humanos e de ações e serviços de saúde
ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, consideran- IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
do-se a capacidade instalada existente, os investimentos
e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saú- V - vigilância em saúde.
de do sistema;
Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e ser- observará cronograma pactuado nas Comissões Inter-
viços de saúde articulados em níveis de complexidade
gestores.
crescente, com a finalidade de garantir a integralidade
da assistência à saúde;
Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de transferências de recursos entre os entes federativos.
saúde específicos para o atendimento da pessoa que,
em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compreen-
atendimento especial; e didas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias
delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Co-
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documen- missões Intergestores.
to que estabelece: critérios para o diagnóstico da doença
ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os Parágrafo único. Os entes federativos definirão os se-
medicamentos e demais produtos apropriados, quando guintes elementos em relação às Regiões de Saúde:
couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de
controle clínico; e o acompanhamento e a verificação I - seus limites geográficos;
dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos ges-
tores do SUS. II - população usuária das ações e serviços;
CAPÍTULO II III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibili-
dade e escala para conformação dos serviços.
Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das ações
e serviços de promoção, proteção e recuperação da saú- Seção II
de executados pelos entes federativos, de forma direta Da Hierarquização
ou indireta, mediante a participação complementar da
iniciativa privada, sendo organizado de forma regionali- Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às
zada e hierarquizada. ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de En-
trada do SUS e se completa na rede regionalizada e hie-
Seção I rarquizada, de acordo com a complexidade do serviço.
Das Regiões de Saúde
Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de
Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Es- saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços:
tado, em articulação com os Municípios, respeitadas as
diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores I - de atenção primária;
Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30.
II - de atenção de urgência e emergência;
§ 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interes-
taduais, compostas por Municípios limítrofes, por ato III - de atenção psicossocial; e
conjunto dos respectivos Estados em articulação com os
Municípios. IV - especiais de acesso aberto.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

§ 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de


áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores, os
normas que regem as relações internacionais. entes federativos poderão criar novas Portas de Entrada
às ações e serviços de saúde, considerando as caracterís-
Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve con- ticas da Região de Saúde.
ter, no mínimo, ações e serviços de:
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambula-
I - atenção primária; toriais especializados, entre outros de maior complexi-
dade e densidade tecnológica, serão referenciados pelas
II - urgência e emergência; Portas de Entrada de que trata o art. 9o.

111
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos § 3o O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as di-
serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e retrizes a serem observadas na elaboração dos planos de
deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco in- saúde, de acordo com as características epidemiológicas
dividual e coletivo e no critério cronológico, observadas e da organização de serviços nos entes federativos e nas
as especificidades previstas para pessoas com proteção Regiões de Saúde.
especial, conforme legislação vigente.
Art. 16. No planejamento devem ser considerados os
Parágrafo único. A população indígena contará com serviços e as ações prestados pela iniciativa privada, de
regramentos diferenciados de acesso, compatíveis com forma complementar ou não ao SUS, os quais deverão
suas especificidades e com a necessidade de assistência compor os Mapas da Saúde regional, estadual e nacio-
integral à sua saúde, de acordo com disposições do Mi- nal.
nistério da Saúde.
Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identifi-
Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cação das necessidades de saúde e orientará o plane-
cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos jamento integrado dos entes federativos, contribuindo
serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da para o estabelecimento de metas de saúde.
rede de atenção da respectiva região.
Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadu-
as regras de continuidade do acesso às ações e aos ser- al deve ser realizado de maneira regionalizada, a partir
viços de saúde na respectiva área de atuação. das necessidades dos Municípios, considerando o esta-
belecimento de metas de saúde.
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, Art. 19. Compete à Comissão IntergestoresBipartite -
igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do CIB de que trata o inciso II do art. 30 pactuar as etapas
SUS, caberá aos entes federativos, além de outras atri- do processo e os prazos do planejamento municipal em
buições que venham a ser pactuadas pelas Comissões consonância com os planejamentos estadual e nacional.
Intergestores:
CAPÍTULO IV
I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
no acesso às ações e aos serviços de saúde;
Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços e se completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante
de saúde; referenciamento do usuário na rede regional e interes-
tadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores.
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde;
e Seção I
Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RE-
IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saú- NASES
de.
Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saú-
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, de - RENASES compreende todas as ações e serviços que
diretrizes, procedimentos e demais medidas que auxi- o SUS oferece ao usuário para atendimento da integra-
liem os entes federativos no cumprimento das atribui- lidade da assistência à saúde.
ções previstas no art. 13.
Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES
em âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas
CAPÍTULO III
pela CIT.
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saú-
Art. 15. O processo de planejamento da saúde será as-
de consolidará e publicará as atualizações da RENASES.
cendente e integrado, do nível local até o federal, ou-
vidos os respectivos Conselhos de Saúde, compatibili-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-


zando-se as necessidades das políticas de saúde com a nicípios pactuarão nas respectivas Comissões Interges-
disponibilidade de recursos financeiros. tores as suas responsabilidades em relação ao rol de
ações e serviços constantes da RENASES.
§ 1o O planejamento da saúde é obrigatório para os
entes públicos e será indutor de políticas para a inicia- Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
tiva privada. poderão adotar relações específicas e complementares
de ações e serviços de saúde, em consonância com a RE-
§ 2o A compatibilização de que trata o caput será efe- NASES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo
tuada no âmbito dos planos de saúde, os quais serão seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Co-
resultado do planejamento integrado dos entes federati- missões Intergestores.
vos, e deverão conter metas de saúde.

112
Seção II CAPÍTULO V
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA
Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais -
RENAME Seção I
Das Comissões Intergestores
Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
- RENAME compreende a seleção e a padronização de Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organi-
medicamentos indicados para atendimento de doenças zação e o funcionamento das ações e serviços de saúde
ou de agravos no âmbito do SUS. integrados em redes de atenção à saúde, sendo:
Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da
Formulário Terapêutico Nacional - FTN que subsidiará Saúde para efeitos administrativos e operacionais;
a prescrição, a dispensação e o uso dos seus medica-
mentos. II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria
Estadual de Saúde para efeitos administrativos e opera-
Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente
cionais; e
para dispor sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e
Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacional, observadas
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito
as diretrizes pactuadas pela CIT.
regional, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saú-
efeitos administrativos e operacionais, devendo observar
de consolidará e publicará as atualizações da RENAME,
as diretrizes da CIB.
do respectivo FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores pú-
Terapêuticas.
blicos de saúde poderão ser representados pelo Conse-
lho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, pelo
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município po- Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
derão adotar relações específicas e complementares de - CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias
medicamentos, em consonância com a RENAME, respei- Municipais de Saúde - COSEMS.
tadas as responsabilidades dos entes pelo financiamento
de medicamentos, de acordo com o pactuado nas Co- Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão:
missões Intergestores.
I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência da gestão compartilhada do SUS, de acordo com a de-
farmacêutica pressupõe, cumulativamente: finição da política de saúde dos entes federativos, con-
substanciada nos seus planos de saúde, aprovados pelos
I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde respectivos conselhos de saúde;
do SUS;
II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de de limites geográficos, referência e contrarreferência e
saúde, no exercício regular de suas funções no SUS; demais aspectos vinculados à integração das ações e
serviços de saúde entre os entes federativos;
III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME
e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e
a relação específica complementar estadual, distrital ou interestadual, a respeito da organização das redes de
municipal de medicamentos; e atenção à saúde, principalmente no tocante à gestão
institucional e à integração das ações e serviços dos en-
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas tes federativos;
pela direção do SUS.
IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de
§ 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfi-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

usuário à assistência farmacêutica, desde que questões co e seu desenvolvimento econômico-financeiro, estabe-
de saúde pública o justifiquem. lecendo as responsabilidades individuais e as solidárias;
e
§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras
diferenciadas de acesso a medicamentos de caráter es- V - referências das regiões intraestaduais e interestadu-
pecializado. ais de atenção à saúde para o atendimento da integra-
lidade da assistência.
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar
estadual, distrital ou municipal de medicamentos so- Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT
mente poderão conter produtos com registro na Agência a pactuação:
Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.

113
I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES; III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos
perante a população no processo de regionalização, as
II - dos critérios para o planejamento integrado das quais serão estabelecidas de forma individualizada, de
ações e serviços de saúde da Região de Saúde, em razão acordo com o perfil, a organização e a capacidade de
do compartilhamento da gestão; e prestação das ações e dos serviços de cada ente federa-
tivo da Região de Saúde;
III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das
questões operacionais das Regiões de Saúde situadas em IV - indicadores e metas de saúde;
fronteiras com outros países, respeitadas, em todos os
casos, as normas que regem as relações internacionais.
V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de
Seção II saúde;
Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de mo-
Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes fede- nitoramento permanente;
rativos para a organização da rede interfederativa de
atenção à saúde será firmado por meio de Contrato Or- VII - adequação das ações e dos serviços dos entes fe-
ganizativo da Ação Pública da Saúde. derativos em relação às atualizações realizadas na RE-
Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pú- NASES;
blica da Saúde é a organização e a integração das ações
e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas
federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade responsabilidades; e
de garantir a integralidade da assistência aos usuários.
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pú- IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por
blica da Saúde resultará da integração dos planos de cada um dos partícipes para sua execução.
saúde dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde,
tendo como fundamento as pactuações estabelecidas Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir
pela CIT. formas de incentivo ao cumprimento das metas de saú-
de e à melhoria das ações e serviços de saúde.
Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de
Saúde definirá as responsabilidades individuais e soli-
Saúde observará as seguintes diretrizes básicas para fins
dárias dos entes federativos com relação às ações e ser-
viços de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os de garantia da gestão participativa:
critérios de avaliação de desempenho, os recursos finan-
ceiros que serão disponibilizados, a forma de controle e I - estabelecimento de estratégias que incorporem a
fiscalização da sua execução e demais elementos neces- avaliação do usuário das ações e dos serviços, como fer-
sários à implementação integrada das ações e serviços ramenta de sua melhoria;
de saúde.
II - apuração permanente das necessidades e interesses
§ 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacio- do usuário; e
nais de garantia de acesso às ações e aos serviços de
saúde no âmbito do SUS, a partir de diretrizes estabele- III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saú-
cidas pelo Plano Nacional de Saúde. de em todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas
unidades privadas que dele participem de forma com-
§ 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores plementar.
nacionais de garantia de acesso servirá como parâmetro
para avaliação do desempenho da prestação das ações Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será
e dos serviços definidos no Contrato Organizativo de fator determinante para o estabelecimento das metas
Ação Pública de Saúde em todas as Regiões de Saúde, de saúde previstas no Contrato Organizativo de Ação
considerando-se as especificidades municipais, regionais Pública de Saúde.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

e estaduais.
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato
Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Organizativo de Ação Pública de Saúde serão pactuados
Saúde conterá as seguintes disposições essenciais: pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde Estadual coor-
denar a sua implementação.
I - identificação das necessidades de saúde locais e re-
gionais;
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do
SUS, por meio de serviço especializado, fará o controle e
II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde,
a fiscalização do Contrato Organizativo de Ação Pública
promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito
da Saúde.
regional e inter-regional;

114
§ 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV
do art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, #FicaDica
conterá seção específica relativa aos compromissos as-
sumidos no âmbito do Contrato Organizativo de Ação A lei 8080 e 8142 são de extrema importância
Pública de Saúde. por serem as Leis Orgânicas de Saúde que re-
gulamentam o Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 2o O disposto neste artigo será implementado em Essa lei aborda as condições para promover,
conformidade com as demais formas de controle e fisca- proteger e recuperar a saúde, além da organi-
lização previstas em Lei. zação e o funcionamento dos serviços também
relacionados à saúde.
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a
execução do Contrato Organizativo de Ação Pública de
Saúde, em relação ao cumprimento das metas estabe-
lecidas, ao seu desempenho e à aplicação dos recursos EXERCÍCIO COMENTADO
disponibilizados.
Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o
Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde no sis- 1. (DANTE PAZZANESE – Enfermeiro – QUADRIX - 2013)
tema de informações em saúde organizado pelo Minis- As regiões de saúde serão instituídas pelo estado, em arti-
tério da Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho culação com os municípios, respeitadas as diretrizes gerais
de Saúde para monitoramento. pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT).Para
ser instituída a Região de Saúde deve conter, no mínimo,
CAPÍTULO VI ações e serviços de:
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
a) Atenção primária; urgência e emergência; atenção psi-
Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o cossocial; atenção ambulatorial e hospitalar, além da Vi-
Ministério da Saúde informará aos órgãos de controle gilância em Saúde.
interno e externo: b) Atenção primária; urgência e emergência;
c) Atenção primária; urgência e emergência; população
I - o descumprimento injustificado de responsabilidades usuária das ações e serviços;
na prestação de ações e serviços de saúde e de outras d) Vigilância em saúde, somente;
obrigações previstas neste Decreto; e) Atenção primária; atenção secundária; vigilância sanitá-
ria e epidemiológica; e acesso aberto.
II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se
refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990; Resposta: Letra A
III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos O decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regu-
financeiros; e
lamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para
dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde -
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhe-
SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a
cimento.
articulação interfederativa, e dá outras providências. No
art 5º diz: “Para ser instituída, a Região de Saúde deve
Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as
conter, no mínimo, ações e serviços de: I - atenção pri-
ações e serviços de saúde que na data da publicação
deste Decreto são ofertados pelo SUS à população, por mária; II - urgência e emergência; III - atenção psicosso-
meio dos entes federados, de forma direta ou indireta. cial; IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar;
e V - vigilância em saúde. e no parágrafo único diz: “ A
Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as instituição das Regiões de Saúde observará cronograma
diretrizes de que trata o § 3o do art. 15 no prazo de cento pactuado nas Comissões Intergestores.”
e oitenta dias a partir da publicação deste Decreto.
2. (DANTE PAZZANESE – Enfermeiro – QUADRIX - 2013)
À direção Estadual do Sistema Único de Saúde – SUS com-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua


publicação. pete:
I.Promover a descentralização para os municípios dos
Brasília, 28 de junho de 2011; 190o da Independência e serviços e das ações de saúde.
123o da República. II.Participar das ações de controle e avaliação das con-
dições e dos ambientes de trabalho
DILMA ROUSSEFF III. Acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarqui-
Alexandre Rocha Santos Padilha zadas do Sistema Único de Saúde – SUS.
IV- Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços
Este texto não substitui o publicado no DOU de privados de saúde
29.6.2011

115
Esta correto o que se afirma em: Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e con-
dicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
a) I,II,III,IV saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a ren-
b) somente I, II e III da, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens
c) somente II, III e IV e serviços essenciais; os níveis de saúde da população
d) somente II e III expressam a organização social e econômica do País.
e) somente IV
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as
Resposta: Letra B ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
Controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços pri- destinam a garantir às pessoas e à coletividade condi-
vados de saúde compete a direção municipal do Sistema ções de bem-estar físico, mental e social.
Único de Saúde, segundo a lei 8080/90- Lei orgânica do TÍTULO II
SUS. DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
LEI ORGÂNICA DA SAÚDE E CONDIÇÕES
PARA A PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RE- Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, presta-
CUPERAÇÃO DA SAÚDE, A ORGANIZA- dos por órgãos e instituições públicas federais, estaduais
ÇÃO E O FUNCIONAMENTO DOS SERVI- e municipais, da Administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sis-
ÇOS CORRESPONDENTES. LEI Nº 8.080 tema Único de Saúde (SUS).
DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 E SUAS
ALTERAÇÕES POSTERIORES. DISPÕE § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as institui-
SOBRE AS CONDIÇÕES PARA A PROMO- ções públicas federais, estaduais e municipais de contro-
ÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DA le de qualidade, pesquisa e produção de insumos, me-
SAÚDE, A ORGANIZAÇÃO E O FUNCIO- dicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de
NAMENTO DOS SERVIÇOS CORRESPON- equipamentos para saúde.
DENTES E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema
LEI ORGÂNICA DA SAÚDE. Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção CAPÍTULO I


e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
Dos Objetivos e Atribuições
dos serviços correspondentes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionan-
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR tes e determinantes da saúde;
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as II - a formulação de política de saúde destinada a pro-
ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjun- mover, nos campos econômico e social, a observância do
tamente, em caráter permanente ou eventual, por pes- disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
soas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações
TÍTULO I de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS realização integrada das ações assistenciais e das ativi-
dades preventivas.
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser huma-
no, devendo o Estado prover as condições indispensáveis Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

ao seu pleno exercício. Sistema Único de Saúde (SUS):

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na I - a execução de ações:


formulação e execução de políticas econômicas e sociais a) de vigilância sanitária;
que visem à redução de riscos de doenças e de outros b) de vigilância epidemiológica;
agravos e no estabelecimento de condições que assegu- c) de saúde do trabalhador; e
rem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma-
para a sua promoção, proteção e recuperação. cêutica;

II - a participação na formulação da política e na execu-


§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da fa-
ção de ações de saneamento básico;
mília, das empresas e da sociedade.

116
III - a ordenação da formação de recursos humanos na II - participação, no âmbito de competência do Sistema
área de saúde; Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação
e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde exis-
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; tentes no processo de trabalho;

V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele III - participação, no âmbito de competência do Sistema
compreendido o do trabalho; Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e
controle das condições de produção, extração, armaze-
VI - a formulação da política de medicamentos, equipa- namento, transporte, distribuição e manuseio de subs-
mentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse tâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos
para a saúde e a participação na sua produção; que apresentam riscos à saúde do trabalhador;

VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam
substâncias de interesse para a saúde; à saúde;

VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e V - informação ao trabalhador e à sua respectiva enti-
bebidas para consumo humano; dade sindical e às empresas sobre os riscos de aciden-
tes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem
IX - a participação no controle e na fiscalização da pro- como os resultados de fiscalizações, avaliações ambien-
dução, transporte, guarda e utilização de substâncias e tais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;

X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvol- VI - participação na normatização, fiscalização e contro-


vimento científico e tecnológico; le dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições
e empresas públicas e privadas;
XI - a formulação e execução da política de sangue e
seus derivados. VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças ori-
ginadas no processo de trabalho, tendo na sua elabora-
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de
ção a colaboração das entidades sindicais; e
ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à
saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes
do meio ambiente, da produção e circulação de bens e VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de re-
da prestação de serviços de interesse da saúde, abran- querer ao órgão competente a interdição de máquina,
gendo: de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho,
quando houver exposição a risco iminente para a vida
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indi- ou saúde dos trabalhadores.
retamente, se relacionem com a saúde, compreendidas
todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e CAPÍTULO II

II - o controle da prestação de serviços que se relacio- Dos Princípios e Diretrizes


nam direta ou indiretamente com a saúde.
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os servi-
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um con- ços privados contratados ou conveniados que integram
junto de ações que proporcionam o conhecimento, a de- o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de
tecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Cons-
determinantes e condicionantes de saúde individual ou tituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes prin-
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as
cípios:
medidas de prevenção e controle das doenças ou agra-
vos.
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins des- todos os níveis de assistência;
ta lei, um conjunto de atividades que se destina, através
das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sa- II - integralidade de assistência, entendida como conjun-
nitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalha- to articulado e contínuo das ações e serviços preventivos
dores, assim como visa à recuperação e reabilitação da e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agra- caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
vos advindos das condições de trabalho, abrangendo:
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de tra- sua integridade física e moral;
balho ou portador de doença profissional e do trabalho;

117
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios
ou privilégios de qualquer espécie; para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de
saúde que lhes correspondam.
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua
saúde; § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermuni-
cipais o princípio da direção única, e os respectivos atos
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos constitutivos disporão sobre sua observância.
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS),
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e
de prioridades, a alocação de recursos e a orientação articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a co-
programática; bertura total das ações de saúde.

Art. 11. (Vetado).


VIII - participação da comunidade;
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito
IX - descentralização político-administrativa, com dire- nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde,
ção única em cada esfera de governo: integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por
a) ênfase na descentralização dos serviços para os mu- entidades representativas da sociedade civil.
nicípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a fi-
de saúde; nalidade de articular políticas e programas de interesse
para a saúde, cuja execução envolva áreas não compre-
X - integração em nível executivo das ações de saúde, endidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
meio ambiente e saneamento básico;
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as
materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito seguintes atividades:
Federal e dos Municípios na prestação de serviços de as-
sistência à saúde da população; I - alimentação e nutrição;

XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os II - saneamento e meio ambiente;


níveis de assistência; e
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar IV - recursos humanos;
duplicidade de meios para fins idênticos.
V - ciência e tecnologia; e
CAPÍTULO III
Da Organização, da Direção e da Gestão VI - saúde do trabalhador.

Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de
Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou me- integração entre os serviços de saúde e as instituições de
diante participação complementar da iniciativa privada, ensino profissional e superior.
serão organizados de forma regionalizada e hierarqui-
zada em níveis de complexidade crescente. Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por
finalidade propor prioridades, métodos e estratégias
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é úni- para a formação e educação continuada dos recursos
ca, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
correspondente, assim como em relação à pesquisa e à
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos


seguintes órgãos: cooperação técnica entre essas instituições.

Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripar-


I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
tite são reconhecidas como foros de negociação e pac-
tuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº
respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e 12.466, de 2011)

III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores
de Saúde ou órgão equivalente. Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei
nº 12.466, de 2011)

118
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e IV - organização e coordenação do sistema de informa-
administrativos da gestão compartilhada do SUS, em ção de saúde;
conformidade com a definição da política consubstan-
ciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de
saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011) padrões de qualidade e parâmetros de custos que carac-
terizam a assistência à saúde;
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e in- VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento
termunicipal, a respeito da organização das redes de de padrões de qualidade para promoção da saúde do
ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à trabalhador;
sua governança institucional e à integração das ações
e serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº VII - participação de formulação da política e da execu-
12.466, de 2011) ção das ações de saneamento básico e colaboração na
proteção e recuperação do meio ambiente;
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sa-
nitário, integração de territórios, referência e contrarre- VIII - elaboração e atualização periódica do plano de
ferência e demais aspectos vinculados à integração das saúde;
ações e serviços de saúde entre os entes federados. (In-
cluído pela Lei nº 12.466, de 2011) IX - participação na formulação e na execução da políti-
ca de formação e desenvolvimento de recursos humanos
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde para a saúde;
(Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Munici-
pais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como enti- X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema
dades representativas dos entes estaduais e municipais Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de
para tratar de matérias referentes à saúde e declara- saúde;
dos de utilidade pública e de relevante função social, na
XI - elaboração de normas para regular as atividades de
forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de
serviços privados de saúde, tendo em vista a sua rele-
2011)
vância pública;
§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do or- XII - realização de operações externas de natureza fi-
çamento geral da União por meio do Fundo Nacional de nanceira de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado
Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institu- Federal;
cionais, podendo ainda celebrar convênios com a União.
(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011) XIII - para atendimento de necessidades coletivas, ur-
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde gentes e transitórias, decorrentes de situações de peri-
(Cosems) são reconhecidos como entidades que repre- go iminente, de calamidade pública ou de irrupção de
sentam os entes municipais, no âmbito estadual, para epidemias, a autoridade competente da esfera adminis-
tratar de matérias referentes à saúde, desde que vincu- trativa correspondente poderá requisitar bens e serviços,
lados institucionalmente ao Conasems, na forma que tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes
dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, assegurada justa indenização;
de 2011)
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Com-
CAPÍTULO IV ponentes e Derivados;

Da Competência e das Atribuições XV - propor a celebração de convênios, acordos e pro-


Seção I tocolos internacionais relativos à saúde, saneamento e
Das Atribuições Comuns meio ambiente;

Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção,
nicípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as se- proteção e recuperação da saúde;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

guintes atribuições:
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscaliza-
ção do exercício profissional e outras entidades repre-
I - definição das instâncias e mecanismos de controle,
sentativas da sociedade civil para a definição e controle
avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde;
dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de
saúde;
II - administração dos recursos orçamentários e finan-
ceiros destinados, em cada ano, à saúde; XVIII - promover a articulação da política e dos planos
de saúde;
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível
de saúde da população e das condições ambientais; XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;

119
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e XI - identificar os serviços estaduais e municipais de re-
fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária; ferência nacional para o estabelecimento de padrões
técnicos de assistência à saúde;
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e proje-
tos estratégicos e de atendimento emergencial. XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
substâncias de interesse para a saúde;
Seção II
Da Competência XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios para o aperfei-
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde çoamento da sua atuação institucional;
(SUS) compete:
XIV - elaborar normas para regular as relações entre
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados
nutrição; contratados de assistência à saúde;

II - participar na formulação e na implementação das XV - promover a descentralização para as Unidades Fe-


políticas: deradas e para os Municípios, dos serviços e ações de
a) de controle das agressões ao meio ambiente; saúde, respectivamente, de abrangência estadual e mu-
b) de saneamento básico; e nicipal;
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema
III - definir e coordenar os sistemas: Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
a) de redes integradas de assistência de alta complexi-
dade; XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os ser-
b) de rede de laboratórios de saúde pública; viços de saúde, respeitadas as competências estaduais e
c) de vigilância epidemiológica; e municipais;
d) vigilância sanitária;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no
IV - participar da definição de normas e mecanismos âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados,
de controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio Municípios e Distrito Federal;
ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão
na saúde humana; XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e
coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS em
todo o Território Nacional em cooperação técnica com
V - participar da definição de normas, critérios e padrões
os Estados, Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto
para o controle das condições e dos ambientes de traba-
nº 1.651, de 1995)
lho e coordenar a política de saúde do trabalhador;
VI - coordenar e participar na execução das ações de
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vi-
vigilância epidemiológica;
gilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias
especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária
saúde, que possam escapar do controle da direção esta-
de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução
dual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que represen-
ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Mu- tem risco de disseminação nacional.
nicípios; Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde
(SUS) compete:
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o
controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias I - promover a descentralização para os Municípios dos
e serviços de consumo e uso humano; serviços e das ações de saúde;
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

IX - promover articulação com os órgãos educacionais e II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarqui-
de fiscalização do exercício profissional, bem como com zadas do Sistema Único de Saúde (SUS);
entidades representativas de formação de recursos hu-
manos na área de saúde; III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e
executar supletivamente ações e serviços de saúde;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na
execução da política nacional e produção de insumos IV - coordenar e, em caráter complementar, executar
e equipamentos para a saúde, em articulação com os ações e serviços:
demais órgãos governamentais; a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;

120
c) de alimentação e nutrição; e V - dar execução, no âmbito municipal, à política de in-
d) de saúde do trabalhador; sumos e equipamentos para a saúde;

V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio am-
agravos do meio ambiente que tenham repercussão na biente que tenham repercussão sobre a saúde humana e
saúde humana; atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais
competentes, para controlá-las;
VI - participar da formulação da política e da execução
de ações de saneamento básico; VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;

VII - participar das ações de controle e avaliação das VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
condições e dos ambientes de trabalho;
IX - colaborar com a União e os Estados na execução
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acom- da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
panhar e avaliar a política de insumos e equipamentos
para a saúde; X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar
contratos e convênios com entidades prestadoras de ser-
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referên- viços privados de saúde, bem como controlar e avaliar
cia e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de sua execução;
referência estadual e regional;
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde privados de saúde;
pública e hemocentros, e gerir as unidades que perma-
neçam em sua organização administrativa; XII - normatizar complementarmente as ações e serviços
públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o
controle e avaliação das ações e serviços de saúde;
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições re-
servadas aos Estados e aos Municípios.
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter
suplementar, de procedimentos de controle de qualidade
CAPÍTULO V
para produtos e substâncias de consumo humano;
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Incluído
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância
sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; pela Lei nº 9.836, de 1999)

XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o
indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da atendimento das populações indígenas, em todo o ter-
unidade federada. ritório nacional, coletiva ou individualmente, obedece-
rão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) 1999)
compete: Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saú-
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os de Indígena, componente do Sistema Único de Saúde –
serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei nº 8.142,
de saúde; de 28 de dezembro de 1990, com o qual funcionará em
perfeita integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
II - participar do planejamento, programação e organi-
zação da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios,
Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção financiar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
estadual; (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

III - participar da execução, controle e avaliação das Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema
ações referentes às condições e aos ambientes de tra- instituído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela
balho; Política Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de
1999)
IV - executar serviços:
a) de vigilância epidemiológica; Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições
b) vigilância sanitária; governamentais e não-governamentais poderão atuar
c) de alimentação e nutrição; complementarmente no custeio e execução das ações.
d) de saneamento básico; e (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
e) de saúde do trabalhador;

121
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consi- § 3o O atendimento e a internação domiciliares só po-
deração a realidade local e as especificidades da cultura derão ser realizados por indicação médica, com expressa
dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela
atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma Lei nº 10.424, de 2002)
abordagem diferenciada e global, contemplando os as-
pectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutri- CAPÍTULO VII
ção, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURAN-
educação sanitária e integração institucional. (Incluído TE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO
pela Lei nº 9.836, de 1999) IMEDIATO

Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e
regionalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saú-
de - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obriga-
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá dos a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)
como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. acompanhante durante todo o período de trabalho de
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº
11.108, de 2005)
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsis-
tema de Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, § 1o O acompanhante de que trata o caput deste arti-
ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS go será indicado pela parturiente. (Incluído pela Lei nº
nas regiões onde residem as populações indígenas, para 11.108, de 2005)
propiciar essa integração e o atendimento necessário
em todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício
Lei nº 9.836, de 1999) dos direitos de que trata este artigo constarão do regula-
mento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso ga- Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
rantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros
especializados, de acordo com suas necessidades, com- Art. 19-L. (Vetado) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
preendendo a atenção primária, secundária e terciária à
saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) CAPÍTULO VIII
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a parti- DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO
DE TECNOLOGIA EM SAÚDE
cipar dos organismos colegiados de formulação, acom-
panhamento e avaliação das políticas de saúde, tais
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se re-
como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos
fere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluí-
Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso. (In-
do pela Lei nº 12.401, de 2011)
cluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse
CAPÍTULO VI para a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo
DOMICILIAR clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) ou, na falta do protocolo, em conformidade com o dis-
posto no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único
de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação do- II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime do-
miciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) miciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas
elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saú-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e de - SUS, realizados no território nacional por serviço


internação domiciliares incluem-se, principalmente, os próprio, conveniado ou contratado.
procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêu-
ticos, psicológicos e de assistência social, entre outros Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são
necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu adotadas as seguintes definições:
domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses,
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão bolsas coletoras e equipamentos médicos;
realizados por equipes multidisciplinares que atuarão
nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabili- II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento
tadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) que estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou

122
do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os § 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação
medicamentos e demais produtos apropriados, quando de Tecnologias no SUS levará em consideração, necessa-
couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de riamente: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
controle clínico; e o acompanhamento e a verificação I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a
dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos ges- efetividade e a segurança do medicamento, produto ou
tores do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêu- competente para o registro ou a autorização de uso; (In-
ticas deverão estabelecer os medicamentos ou produtos cluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
necessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou
do agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios
indicados em casos de perda de eficácia e de surgimento e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas,
de intolerância ou reação adversa relevante, provocadas inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar,
pelo medicamento, produto ou procedimento de primei- ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído
ra escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) pela Lei nº 12.401, de 2011)

Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que
produtos de que trata o caput deste artigo serão aqueles se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a ins-
avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade tauração de processo administrativo, a ser concluído em
e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado
doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. da data em que foi protocolado o pedido, admitida a
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, quando
as circunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei nº 12.401,
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz te- de 2011)
rapêutica, a dispensação será realizada: (Incluído pela
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo obser-
Lei nº 12.401, de 2011)
vará, no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de
I - com base nas relações de medicamentos instituídas
janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais:
pelo gestor federal do SUS, observadas as competências (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo forne-
cimento será pactuada na Comissão Intergestores Tri- I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se
partite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) cabível, das amostras de produtos, na forma do regula-
mento, com informações necessárias para o atendimen-
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de to do disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído pela Lei nº
forma suplementar, com base nas relações de medica- 12.401, de 2011)
mentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a
responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na II – (Vetado); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Comissão Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011) III - realização de consulta pública que inclua a divul-
gação do parecer emitido pela Comissão Nacional de
III - no âmbito de cada Município, de forma suplemen- Incorporação de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei
tar, com base nas relações de medicamentos instituídas nº 12.401, de 2011)
pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade
pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal IV - realização de audiência pública, antes da tomada
de decisão, se a relevância da matéria justificar o evento.
de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo § 2o (Vetado). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
SUS de novos medicamentos, produtos e procedimentos,
bem como a constituição ou a alteração de protocolo Art. 19-S. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do Mi-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

nistério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do
de Incorporação de Tecnologias no SUS. (Incluído pela SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Lei nº 12.401, de 2011)
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnolo- I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de me-
gias no SUS, cuja composição e regimento são definidos dicamento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico
em regulamento, contará com a participação de 1 (um) experimental, ou de uso não autorizado pela Agência
representante indicado pelo Conselho Nacional de Saú- Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído
de e de 1 (um) representante, especialista na área, indi- pela Lei nº 12.401, de 2011)
cado pelo Conselho Federal de Medicina. (Incluído pela II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o
Lei nº 12.401, de 2011) reembolso de medicamento e produto, nacional ou im-
portado, sem registro na Anvisa.”

123
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo forneci- filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência
mento de medicamentos, produtos de interesse para a para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo será Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de
pactuada na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído serviços e os parâmetros de cobertura assistencial se-
pela Lei nº 12.401, de 2011) rão estabelecidos pela direção nacional do Sistema
Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacio-
TÍTULO III nal de Saúde.
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE
CAPÍTULO I § 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de rea-
juste e de pagamento da remuneração aludida neste
Do Funcionamento artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde
(SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo
econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde ca-
de execução dos serviços contratados.
racterizam-se pela atuação, por iniciativa própria, de
profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pes- § 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas
soas jurídicas de direito privado na promoção, proteção técnicas e administrativas e aos princípios e diretrizes
e recuperação da saúde. do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio
econômico e financeiro do contrato.
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 3° (Vetado).
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência
à saúde, serão observados os princípios éticos e as nor- § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes
mas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de entidades ou serviços contratados é vedado exer-
de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funciona- cer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema
mento. Único de Saúde (SUS).

Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de TÍTULO IV


empresas ou de capitais estrangeiros na assistência à DOS RECURSOS HUMANOS
saúde, salvo através de doações de organismos interna-
Art. 27. A política de recursos humanos na área da
cionais vinculados à Organização das Nações Unidas,
saúde será formalizada e executada, articuladamente,
de entidades de cooperação técnica e de financiamento pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento
e empréstimos. dos seguintes objetivos:
§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do I - organização de um sistema de formação de recursos
órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde humanos em todos os níveis de ensino, inclusive de
(SUS), submetendo- -se a seu controle as atividades que pós-graduação, além da elaboração de programas de
forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firma- permanente aperfeiçoamento de pessoal;
dos.
II – (Vetado)
§ 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de
saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, III – (Vetado)
para atendimento de seus empregados e dependentes,
sem qualquer ônus para a seguridade social. IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do
Sistema Único de Saúde (SUS).
CAPÍTULO II
Da Participação Complementar Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o
Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo de
prática para ensino e pesquisa, mediante normas es-
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insufi- pecíficas, elaboradas conjuntamente com o sistema
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

cientes para garantir a cobertura assistencial à popu- educacional.


lação de uma determinada área, o Sistema Único de
Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e as-
pela iniciativa privada. sessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo
Parágrafo único. A participação complementar dos ser- integral.
viços privados será formalizada mediante contrato ou
convênio, observadas, a respeito, as normas de direito § 1° Os servidores que legalmente acumulam dois car-
público. gos ou empregos poderão exercer suas atividades em
mais de um estabelecimento do Sistema Único de Saú-
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades de (SUS).

124
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se tam- § 4º (Vetado).
bém aos servidores em regime de tempo integral, com
exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento cien-
direção ou assessoramento. tífico e tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades e
Art. 29. (Vetado). pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições
de fomento e financiamento ou de origem externa e re-
Art. 30. As especializações na forma de treinamento ceita própria das instituições executoras.
em serviço sob supervisão serão regulamentadas por
Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 § 6º (Vetado).
desta Lei, garantida a participação das entidades pro-
fissionais correspondentes. CAPÍTULO II
Da Gestão Financeira
TÍTULO V
DO FINANCIAMENTO Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de
CAPÍTULO I Saúde (SUS) serão depositados em conta especial, em
cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscali-
Dos Recursos zação dos respectivos Conselhos de Saúde.

Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, origi-
ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a re- nários do Orçamento da Seguridade Social, de outros
ceita estimada, os recursos necessários à realização de Orçamentos da União, além de outras fontes, serão ad-
suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela ministrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo
sua direção nacional, com a participação dos órgãos Nacional de Saúde.
da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em
vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Di- § 2º (Vetado).
retrizes Orçamentárias.
§ 3º (Vetado).
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos
provenientes de: § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de
seu sistema de auditoria, a conformidade à programa-
I – (Vetado) ção aprovada da aplicação dos recursos repassados a
Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da
assistência à saúde; Saúde aplicar as medidas previstas em lei.

III - ajuda, contribuições, doações e donativos; Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da
receita efetivamente arrecadada transferirão automati-
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; camente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado
o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arre- financeiros correspondentes às dotações consignadas no
cadados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e Orçamento da Seguridade Social, a projetos e ativida-
des a serem executados no âmbito do Sistema Único de
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. Saúde (SUS).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financei-
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade ros da Seguridade Social será observada a mesma pro-
da receita de que trata o inciso I deste artigo, apurada porção da despesa prevista de cada área, no Orçamento
mensalmente, a qual será destinada à recuperação de da Seguridade Social.
viciados.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será
de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em con- utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo
tas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera análise técnica de programas e projetos:
de poder onde forem arrecadadas.
I - perfil demográfico da região;
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser exe-
cutadas supletivamente pelo Sistema Único de Saúde II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
(SUS), serão financiadas por recursos tarifários espe-
cíficos e outros da União, Estados, Distrito Federal, III - características quantitativas e qualitativas da rede
Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da de saúde na área;
Habitação (SFH).

125
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no pe- Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções
ríodo anterior; e auxílios a instituições prestadoras de serviços de saúde
com finalidade lucrativa.
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos
estaduais e municipais; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da Art. 39. (Vetado).


rede;
§ 1º (Vetado).
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados
para outras esferas de governo. § 2º (Vetado).
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Muni- § 3º (Vetado).
cípios será distribuída segundo o quociente de sua divi-
são pelo número de habitantes, independentemente de § 4º (Vetado).
qualquer procedimento prévio.
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de
processo de migração, os critérios demográficos mencio- Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como pa-
nados nesta lei serão ponderados por outros indicadores trimônio da Seguridade Social.
de crescimento populacional, em especial o número de
eleitores registrados. § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão
inventariados com todos os seus acessórios, equipamen-
§ 3º (Vetado). tos e outros
§ 4º (Vetado).
§ 7º (Vetado).
§ 5º (Vetado).
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de da-
dos, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a
atuação dos órgãos de controle interno e externo e nem do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às
a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos
irregularidades verificadas na gestão dos recursos trans- congêneres, como suporte ao processo de gestão, de for-
feridos. ma a permitir a gerencia informatizada das contas e a
disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológi-
CAPÍTULO III cas médico-hospitalares.

Do Planejamento e do Orçamento Art. 40. (Vetado).

Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pio-
Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do ní- neiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, super-
vel local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberati- visionadas pela direção nacional do Sistema Único de
vos, compatibilizando-se as necessidades da política de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de presta-
saúde com a disponibilidade de recursos em planos de ção de serviços, formação de recursos humanos e para
saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e transferência de tecnologia.
da União.
Art. 42. (Vetado).
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e
programações de cada nível de direção do Sistema Úni- Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica
co de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na preservada nos serviços públicos contratados, ressalvan-
respectiva proposta orçamentária. do-se as cláusulas dos contratos ou convênios estabele-
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

cidos com as entidades privadas.


§ 2º É vedada a transferência de recursos para o finan-
ciamento de ações não previstas nos planos de saúde, Art. 44. (Vetado).
exceto em situações emergenciais ou de calamidade pú-
blica, na área de saúde. Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitá-
rios e de ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as (SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia
diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos
de saúde, em função das características epidemiológicas humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos
e da organização dos serviços em cada jurisdição admi- limites conferidos pelas instituições a que estejam vin-
nistrativa. culados.

126
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e mu-
nicipais de previdência social deverão integrar-se à di-
reção correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), EXERCÍCIO COMENTADO
conforme seu âmbito de atuação, bem como quaisquer
outros órgãos e serviços de saúde. 1. (Pref. Itupeva/SP- 2016 -Técnico de Enfermagem-
BIORIO) De acordo com a Lei 8080/90, as afirmativas a se-
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os guir estão corretas, EXCETO:
serviços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-
-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispu- a) A saúde é um direito fundamental do ser humano, de-
ser em convênio que, para esse fim, for firmado. vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao
seu pleno exercício.
Art. 46. O Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá b) O dever do Estado de garantir a saúde consiste na for-
mecanismos de incentivos à participação do setor priva- mulação e execução de políticas econômicas e sociais
do no investimento em ciência e tecnologia e estimulará que visem à redução de riscos de doenças e de outros
a transferência de tecnologia das universidades e ins- agravos e no estabelecimento de condições que assegu-
titutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, rem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços
Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais. para a sua promoção, proteção e recuperação.
c) O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família,
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os das empresas e da sociedade.
níveis estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde d) Os níveis de saúde não expressam a organização social
(SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema e econômica do País.
nacional de informações em saúde, integrado em todo o e) A saúde tem como determinantes e condicionantes, en-
território nacional, abrangendo questões epidemiológi- tre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bá-
cas e de prestação de serviços. sico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a
atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens
Art. 48. (Vetado). e serviços essenciais.

Art. 49. (Vetado). Resposta: Letra D


Os níveis de saúde expressam muito a organização so-
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Mu- cial e econômica do País.
nicípios, celebrados para implantação dos Sistemas Uni-
ficados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos 2. (Pref. Itupeva/SP- 2016- Técnico de Enfermagem-
à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sis- BIORIO) De acordo com o Art. 6º da Lei 8080/90, estão
tema Único de Saúde (SUS). incluídas no campo de atuação do Sistema Único de Saúde
(SUS), entre outras, EXCETO:
Art. 51. (Vetado).
a) a execução de ações de vigilância sanitária.
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, consti- b) a execução de ações de vigilância epidemiológica.
tui crime de emprego irregular de verbas ou rendas pú- c) execução de ações de assistência terapêutica integral,
blicas (Código excluída a farmacêutica.
Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do d) a participação na formulação da política e na execução
Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades diversas de ações de saneamento básico.
das previstas nesta lei. e) a vigilância nutricional e a orientação alimentar.,

Art. 53. (Vetado). Resposta: Letra C.


Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publica- Sistema Único de Saúde (SUS):
ção. I - a execução de ações:
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
Art. 55. São revogadas a Lei nº 2.312, de 3 de setembro
c) de saúde do trabalhador; e
de 1954, a Lei nº 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais d) de assistência terapêutica integral, inclusive farma-
disposições em contrário. cêutica;
II - a participação na formulação da política e na execu-
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independên- ção de ações de saneamento básico;
cia e 102º da República. III - a ordenação da formação de recursos humanos na
FERNANDO COLLOR área de saúde;
Alceni Guerra IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho;

127
VI - a formulação da política de medicamentos, equipa- ginadas no processo de trabalho, tendo na sua elabora-
mentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse ção a colaboração das entidades sindicais; e
para a saúde e a participação na sua produção; VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de re-
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e querer ao órgão competente a interdição de máquina,
substâncias de interesse para a saúde; de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho,
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e quando houver exposição a risco iminente para a vida
bebidas para consumo humano; ou saúde dos trabalhadores.
IX - a participação no controle e na fiscalização da pro-
dução, transporte, guarda e utilização de substâncias e 3. (Pref. Itupeva/SP-2016/Técnico de Enfermagem/BIORIO)
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; Avalie, com base na Lei 8080/90, se as ações e serviços
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvol- públicos de saúde e os serviços privados contratados ou
vimento científico e tecnológico; conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS)
XI - a formulação e execução da política de sangue e
obedecem, entre outros, aos seguintes princípios:
seus derivados.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de
ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à I. Universalidade de acesso aos serviços de saúde em
saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes todos os níveis de assistência.
do meio ambiente, da produção e circulação de bens e II. II. Integralidade de assistência, entendida como con-
da prestação de serviços de interesse da saúde, abran- junto articulado e contínuo das ações e serviços pre-
gendo: ventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indi- para cada caso em todos os níveis de complexidade
retamente, se relacionem com a saúde, compreendidas do sistema.
todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e III. III. Preservação da autonomia das pessoas na defesa
II - o controle da prestação de serviços que se relacio- de sua integridade física e moral.
nam direta ou indiretamente com a saúde. IV. IV. Igualdade da assistência à saúde, sem preconcei-
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um con- tos ou privilégios de qualquer espécie.
junto de ações que proporcionam o conhecimento, a
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fato-
res determinantes e condicionantes de saúde individual Estão corretos os itens:
ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das doenças ou agra- a) I e III, apenas.
vos. b) II e IV, apenas.
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins des- c) II, III e IV, apenas.
ta lei, um conjunto de atividades que se destina, através d) I, II e III, apenas.
das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sa- e) I, II, III e IV.
nitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalha-
dores, assim como visa à recuperação e reabilitação da Resposta: Letra E
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agra- Esta Lei regula em todo o território nacional as ações e
vos advindos das condições de trabalho, abrangendo: serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamen-
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de tra- te, em caráter permanente, eventual, por pessoas natu-
balho ou portador de doença profissional e do trabalho;
rais ou jurídicas de direito público ou privado.
II - participação, no âmbito de competência do Sistema
Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação
e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde exis-
tentes no processo de trabalho;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema
Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e
controle das condições de produção, extração, armaze-
namento, transporte, distribuição e manuseio de subs-
tâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos
que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

à saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entida-
de sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de
trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como
os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e
exames de saúde, de admissão, periódicos e de demis-
são, respeitados os preceitos da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle
dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e
empresas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças ori-

128
terão sua organização e normas de funcionamento de-
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA finidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo
GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚ- conselho.
DE (SUS) E AS TRANSFERÊNCIAS IN-
TERGOVER-NAMENTAIS DE RECURSOS Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS)
FINANCEIROS NA ÁREA DA SAÚDE. LEI serão alocados como:
Nº 8.142 DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990.
I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saú-
DISPÕE SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA
de, seus órgãos e entidades, da administração direta e
COMUNIDADE NA GESTÃO DO SISTE- indireta;
MA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) E SOBRE
AS TRANSFERÊNCIAS INTERGOVER- II - investimentos previstos em lei orçamentária, de ini-
NAMENTAIS DE RECURSOS FINANCEI- ciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso
ROS NA ÁREA DA SAÚDE E DÁ OUTRAS Nacional;
PROVIDÊNCIAS.
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Mi-
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão nistério da Saúde;
do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem
saúde e dá outras providências. implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Fe-
O Presidente da República, faço saber que o Congresso deral.
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de servi-
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em ços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e
cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Po- às demais ações de saúde.
der Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta
lei serão repassados de forma regular e automática para
I - a Conferência de Saúde; e os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com
os critérios previstos no art. 35 da Lei nº 8.080, de 19 de
II - o Conselho de Saúde. setembro de 1990.

§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro § 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos
anos com a representação dos vários segmentos sociais, critérios previstos no art. 35 da Lei nº 8.080, de 19 de
para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de re-
para a formulação da política de saúde nos níveis cor- cursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1° do
respondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, ex- mesmo artigo.
traordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados,
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e de- pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-
liberativo, órgão colegiado composto por representantes -se o restante aos Estados.
do governo, prestadores de serviço, profissionais de saú-
de e usuários, atua na formulação de estratégias e no § 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para
controle da execução da política de saúde na instância execução de ações e serviços de saúde, remanejando,
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e fi- entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do
nanceiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe art. 2° desta lei.
do poder legalmente constituído em cada esfera do go-
verno. Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3°
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal


§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co- deverão contar com:
nass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais
de Saúde (Conasems) terão representação no Conselho I - Fundo de Saúde;
Nacional de Saúde.
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saú- acordo com o Decreto nº 99.438, de 7 de agosto de 1990;
de e Conferências será paritária em relação ao conjunto
dos demais segmentos. III - plano de saúde;

§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que

129
trata o § 4º do art. 33 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro 3. (Pref.de Boa Vista/RR – Enfermeiro – CETRO – 2016)
de 1990; Entende-se por Saúde do Trabalhador, segundo a Lei Or-
gânica da Saúde (8080/90), um conjunto de atividades que
V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo abrange:
orçamento;
I. assistência ao trabalhador com vínculo empregatício,
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Car- exclusivamente nos casos de acidentes de trabalho;
gos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para II. participação, no âmbito de competência do Sistema
sua implantação. Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, ava-
liação e controle dos riscos e agravos potenciais à
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, saúde existentes no processo de trabalho;
ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos III. participação, no âmbito de competência do Sistema
estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização
concernentes sejam administrados, respectivamente, pe- e controle das condições de produção, extração, ar-
los Estados ou pela União. mazenamento, transporte, distribuição e manuseio
de substâncias, de produtos, de máquinas e de equi-
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do pamentos que apresentam riscos à saúde do traba-
Ministro de Estado, autorizado a estabelecer condições lhador;
para aplicação desta lei. IV. avaliação do impacto que as tecnologias provocam
à saúde;
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. V. revisão periódica da listagem oficial de doenças ori-
ginadas no processo de trabalho, tendo na sua ela-
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário. boração a colaboração das entidades sindicais.

Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independên- Estão corretas apenas


cia e 102° da República.
FERNANDO COLLOR a) I e II.
Alceni Guerra b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) III, IV e V.
e) II, III, IV e V.
HORA DE PRATICAR!
4. (Pref. Munic. de Itaporã - Enfermeiro – IBFC - 2015 )
1. (Pref.de Boa Vista/RR – Enfermeiro – CETRO - 2016) Sobre os Serviços privados de assistência à saúde disposto
A compreensão da saúde e da doença como modelo epi- na lei do Sistema Único de Saúde assinale alternativa cor-
demiológico está baseado em três componentes: agente, reta:
hospedeiro e meio,considerados como fatores causais. Es-
tes fatores, evoluem no campo da saúde com o envolvi- I - Os serviços privados de assistência à saúde caracteri-
mento de fatores, tais como, EXCETO: zam-se pela atuação por iniciativa própria, de profis-
sionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas
a) Ambiente. jurídicas de direito privado na promoção, proteção e
b) Estilo de vida. recuperação da saúde.
c) Biologia humana. II - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
d) Sistema/serviços de saúde. III - É aceito a participação direta ou indireta de em-
e) Produção social. presas ou de capitais estrangeiros na assistência à
saúde.
2. (Pref.de Boa Vista/RR – Enfermeiro – CETRO – 2016)
No campo de atuação do SUS estão incluídas ações e ser- a) Apenas afirmativa I está correta.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

viços, tais como, EXCETO: b) Apenas afirmativa II está correta.


c) Apenas afirmativas I e II estão corretas.
a) Vigilância sanitária. d) Apenas afirmativas I, II e III estão corretas
b) Vigilância epidemiológica.
c) Alimentação e nutrição.
d) Estatística sanitária.
e) Saúde do trabalhador.

130
5. (Pref. Munic. de Itaporã - Enfermeiro – IBFC - 2015 ) De
acordo com art. 5º da Lei nº 8.080/90, de 19 de setembro
de 1990, são objetivos do Sistema Único de Saúde – SUS:
GABARITO
1 E
I - divulgação de informações quanto ao potencial dos
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário. 2 D
II - a identificação e divulgação dos fatores condicio- 3 E
nantes e determinantes da saúde.
4 C
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a 5 A
realização integrada das 6 E
ações assistenciais e das atividades preventivas.
7 D
IV - preservação da autonomia das pessoas na defesa
de sua integridade física e moral.

Considerando os itens acima, podemos afirmar que:

a) II e III estão corretos.


b) I,II e III estão corretos.
c) I e IV estão corretos.
d) III e IV estão corretos.

6. (Pref. Munic. de Itaporã - Enfermeiro – IBFC - 2015 )


Analise as assertivas e assinale a alternativa que apresenta
as corretas. Estão incluídas no campo de atuação do Siste-
ma Único de Saúde (SUS), a execução de ações de:

I . vigilância sanitária.
II. vigilância epidemiológica.
III. saúde do trabalhador.
IV. assistência terapêutica integral, inclusive farmacêu-
tica.

a) Apenas I, II e III.
b) Apenas II, III e IV.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I, II e IV.
e) I, II, III e IV.

7. (Pref. Munic. de Itaporã - Enfermeiro – IBFC -


2015 ) A atenção básica tem como fundamentos, EXCETO:

a) Desenvolver relações de vínculo e responsabilidade en-


tre as equipes e a população adscrita garantindo a con-
tinuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do
cuidado.
b) Valorizar os profissionais de saúde por meio do estímu-
lo e do acompanhamento constante de sua formação e
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

capacitação.
c) Realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos
resultados alcançados, como parte do processo de pla-
nejamento e programação.
d) Assessorar estados, municípios e o Distrito Federal na
implantação dos sistemas de informação da atenção bá-
sica.
e) Estimular a participação popular e o controle social.
WW

131
ANOTAÇÕES

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

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132
ÍNDICE

INFORMÁTICA

Conhecimentos do sistema operacional Microsoft Windows XP: Área de Trabalho (Exibir, Classificar, Atualizar, Resolução da
tela, Gadgets) e Menu Iniciar (Documentos, Imagens, Computador, Painel de Controle, Dispositivos e Impressoras, PROGRAMA
Padrão, Ajuda e Suporte, Desligar, Todos os PROGRAMA, Pesquisar PROGRAMA e Arquivos e Ponto de Partida): saber trabalhar,
exibir, alterar, organizar, classificar, ver as propriedades, identificar, usar e configurar, utilizando menus rápidos ou suspensos,
painéis, listas, caixa de pesquisa, menus, ícones, janelas, teclado e/ou mouse; Propriedades da Barra de Tarefas, do Menu
Iniciar e do Gerenciador de Tarefas: saber trabalhar, exibir, alterar, organizar, identificar, usar, fechar PROGRAMA e configurar,
utilizando as partes da janela (botões, painéis,listas, caixa de pesquisa, caixas de marcação, menus, ícones e etc.), teclado e/ou
mouse; Janelas (navegação no Windows e o trabalho com arquivos, pastas e bibliotecas), Painel de Controle e Lixeira: saber
exibir, alterar, organizar, identificar, usar e configurar ambientes, componentes da janela, menus, barras de ferramentas e
ícones; usar as funcionalidades das janelas, PROGRAMA e aplicativos utilizando as partes da janela (botões, painéis, listas, caixa
de pesquisa, caixas de marcação, menus, ícones e etc.), teclado e/ou mouse; Bibliotecas, Arquivos, Pastas, Ícones e Atalhos:
realizar ações e operações sobre bibliotecas, arquivos, pastas, ícones e atalhos: localizar, copiar, mover, criar, criar atalhos,
criptografar, ocultar, excluir, recortar, colar, renomear, abrir, abrir com, editar, enviar para, propriedades e etc.; e Nomes válidos:
identificar e utilizar nomes válidos para bibliotecas, arquivos, pastas, ícones e atalhos............................................................................01
Conhecimentos sobre o programa Microsoft Word 2007: Ambiente e Componentes do Programa: saber identificar,
caracterizar, usar, alterar, configurar e personalizar o ambiente, componentes da janela, funcionalidades, menus, ícones, barra
de ferramentas, guias, grupos e botões, incluindo número de páginas e palavras, erros de revisão, idioma, modos de exibição
do documento e zoom;Documentos: abrir, fechar, criar, excluir, visualizar, formatar, alterar, salvar, configurar documentos,
utilizado as barras de ferramentas, menus, ícones, botões, guias e grupos da Faixa de Opções, teclado e/ou mouse; Barra
de Ferramentas: identificar e utilizar os botões e ícones das barras de ferramentas das guias e grupos Início, Inserir, Layout
da Página, Referências, Correspondências, Revisão e Exibição, para formatar, personalizar, configurar, alterar e reconhecer a
formatação de textos e documentos; e Ajuda: saber usar a Ajuda. Conhecimentos sobre o programa Microsoft Excel 2007:
Ambiente e Componentes do Programa: saber dentificar, caracterizar, usar, alterar, configurar e personalizar o ambiente,
componentes da janela, funcionalidades, menus, ícones, barra de ferramentas, guias, grupos e botões; Elementos: definir e
identificar célula, planilha e pasta; saber selecionar e reconhecer a seleção de células, planilhas e pastas; Planilhas e Pastas: abrir,
fechar, criar, visualizar, formatar, salvar, alterar, excluir, renomear, personalizar, configurar planilhas e pastas, utilizar fórmulas e
funções, utilizar as barra de ferramentas, menus, ícones, botões, guias e grupos da Faixa de Opções, teclado e/ou mouse; Barra
de Ferramentas: identificar e utilizar os ícones e botões das barras de ferramentas das guias e grupos Início, Inserir, Layout da
Página, Fórmulas, Dados, Revisão e Exibição, para formatar, alterar, selecionar células, configurar, reconhecer a formatação de
textos e documentos e reconhecer a seleção de células;Fórmulas: saber o significado e resultado de fórmulas; e Ajuda: saber
usar a Ajuda...............................................................................................................................................................................................................................19
Google Chrome versão atualizada: Ambiente e Componentes do Programa: identificar o ambiente, características e componentes
da janela principal; Funcionalidades: identificar e saber usar todas as funcionalidades do Google Chrome. Mozilla Firefox versão
atualizada: Ambiente e Componentes do Programa: identificar o ambiente, características e componentes da janela principal;
Funcionalidades: identificar e saber usar todas as funcionalidades do Mozilla wFirefox...........................................................................52
CONHECIMENTOS DO SISTEMA OPERACIONAL MICROSOFT WINDOWS XP: ÁREA
DE TRABALHO (EXIBIR, CLASSIFICAR, ATUALIZAR, RESOLUÇÃO DA TELA, GAD-
GETS) E MENU INICIAR (DOCUMENTOS, IMAGENS, COMPUTADOR, PAINEL DE
CONTROLE, DISPOSITIVOS E IMPRESSORAS, PROGRAMA PADRÃO, AJUDA E SU-
PORTE, DESLIGAR, TODOS OS PROGRAMA, PESQUISAR PROGRAMA E ARQUIVOS E
PONTO DE PARTIDA): SABER TRABALHAR, EXIBIR, ALTERAR, ORGANIZAR, CLASSI-
FICAR, VER AS PROPRIEDADES, IDENTIFICAR, USAR E CONFIGURAR, UTILIZANDO
MENUS RÁPIDOS OU SUSPENSOS, PAINÉIS, LISTAS, CAIXA DE PESQUISA, MENUS,
ÍCONES, JANELAS, TECLADO E/OU MOUSE; PROPRIEDADES DA BARRA DE TARE-
FAS, DO MENU INICIAR E DO GERENCIADOR DE TAREFAS: SABER TRABALHAR,
EXIBIR, ALTERAR, ORGANIZAR, IDENTIFICAR, USAR, FECHAR PROGRAMA E CON-
FIGURAR, UTILIZANDO AS PARTES DA JANELA (BOTÕES, PAINÉIS, LISTAS, CAIXA
DE PESQUISA, CAIXAS DE MARCAÇÃO, MENUS, ÍCONES E ETC.), TECLADO E/OU
MOUSE; JANELAS (NAVEGAÇÃO NO WINDOWS E O TRABALHO COM ARQUIVOS,
PASTAS E BIBLIOTECAS),PAINEL DE CONTROLE E LIXEIRA: SABER EXIBIR, ALTERAR,
ORGANIZAR, IDENTIFICAR, USAR E CONFIGURAR AMBIENTES, COMPONENTES
DA JANELA, MENUS, BARRAS DE FERRAMENTAS E ÍCONES; USAR AS FUNCIONA-
LIDADES DAS JANELAS, PROGRAMA E APLICATIVOS UTILIZANDO AS PARTES DA
JANELA (BOTÕES, PAINÉIS, LISTAS, CAIXA DE PESQUISA, CAIXAS DE MARCAÇÃO,
MENUS, ÍCONES E ETC.), TECLADO E/OU MOUSE; BIBLIOTECAS, ARQUIVOS, PAS-
TAS, ÍCONES E ATALHOS: REALIZAR AÇÕES E OPERAÇÕES SOBRE BIBLIOTECAS, AR-
QUIVOS, PASTAS, ÍCONES E ATALHOS: LOCALIZAR, COPIAR, MOVER, CRIAR, CRIAR
ATALHOS, CRIPTOGRAFAR, OCULTAR, EXCLUIR, RECORTAR, COLAR, RENOMEAR,
ABRIR, ABRIR COM, EDITAR, ENVIAR PARA, PROPRIEDADES E ETC.; E NOMES VÁ-
LIDOS: IDENTIFICAR E UTILIZAR NOMES VÁLIDOS PARA BIBLIOTECAS, ARQUIVOS,
PASTAS, ÍCONES E ATALHOS. REALIZAR AÇÕES E OPERAÇÕES SOBRE BIBLIOTECAS,
ARQUIVOS, PASTAS, ÍCONES E ATALHOS: LOCALIZAR, COPIAR, MOVER, CRIAR,
CRIAR ATALHOS, CRIPTOGRAFAR, OCULTAR, EXCLUIR, RECORTAR, COLAR, RENO-
MEAR, ABRIR, ABRIR COM, EDITAR, ENVIAR PARA, PROPRIEDADES
E ETC.; E NOMES VÁLIDOS: IDENTIFICAR E UTILIZAR NOMES VÁLIDOS PARA BI-
BLIOTECAS, ARQUIVOS, PASTAS, ÍCONES E ATALHOS.

A Informática é um meio para diversos fins, com isso acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A sua utiliza-
ção passou a ser um diferencial para pessoas e empresas, visto que, o controle da informação passou a ser algo fundamen-
tal para se obter maior flexibilidade no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor integrar sua área de atuação
com a informática, atingirá, com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemente, o seu sucesso, por isso em quase
todos editais de concursos públicos temos Informática.

#FicaDica
Informática pode ser considerada como significando “informação automática”, ou seja, a utilização de métodos e
INFORMÁTICA

técnicas no tratamento automático da informação. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada: O computador.
A palavra informática originou-se da junção de duas outras palavras: informação e automática. Esse princípio
básico descreve o propósito essencial da informática: trabalhar informações para atender as necessidades dos
usuários de maneira rápida e eficiente, ou seja, de forma automática e muitas vezes instantânea.

1
O que é um computador? Entre os principais sistemas operacionais pode-se des-
tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões,
O computador é uma máquina que processa dados, o Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado pelo
orientado por um conjunto de instruções. Ele é destinado finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões
a produzir resultados completos, com um mínimo de in- o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras.
tervenção humana. Entre vários benefícios, podemos citar: É o principal software do computador, pois possibilita
- Grande velocidade no processamento e disponibiliza- que todos os demais programas operem.
ção de informações;
- Precisão no fornecimento das informações;
- Propicia a redução de custos em várias atividades #FicaDica
- Próprio para execução de tarefas repetitivas;
Android é um Sistema Operacional desenvolvido
Como ele funciona? pelo Google para funcionar em dispositivos
móveis, como Smartphones e Tablets. Sua
distribuição é livre, e qualquer pessoa pode
Em informática, e mais especialmente em computadores, a ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver
organização básica de um sistema será na forma de: aplicativos (apps) para funcionar neste Sistema
Operacional.
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos
aparelhos fabricados pela Apple, como o iPhone
e o iPad.

Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memó-


Figura 1: Etapas de um processamento de dados.
rias, processadores (CPU) e disco de armazenamento
Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais HDs, CDs e DVDs)
para o entendimento de informática em concursos públi-
cos. Os gabinetes são dotados de fontes de alimentação de
Hardware, são os componentes físicos do computador, energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão de reset,
ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri- baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD, saídas de
féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou ventilação e painel traseiro com recortes para encaixe de
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa- placas como placa mãe, placa de som, vídeo, rede, cada vez
mento). mais com saídas USBs e outras.
Software, são os programas que permitem o funciona- No fundo do gabinete existe uma placa de metal onde
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é possível
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Opera- verificar se será possível ou não fixar determinada placa
cionais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programa- mãe em um gabinete, pois eles têm que ser proporcionais
ção. aos furos encontrados na placa mãe para parafusá-la ou
O primeiro software necessário para o funcionamento encaixá-la no gabinete.
de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope-
racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os #FicaDica
aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam Placa-mãe, é a placa principal, formada por um
na manutenção do computador, o antivírus é o principal conjunto de circuitos integrados (“chip set“)
exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra- que reconhece e gerencia o funcionamento
mação que são programas que fazem outros programas, dos demais componentes do computador.
como o JAVA por exemplo.
Importante mencionar que os softwares podem ser li- Se o processador pode ser considerado o “cérebro” do com-
vres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes putador, a placa-mãe (do inglês motherboard) representa a es-
características: pinha dorsal, interligando os demais periféricos ao processador.
O disco rígido, do inglês hard disk, também conhecido
• O usuário pode executar o software, para qualquer como HD, serve como unidade de armazenamento perma-
uso. nente, guardando dados e programas.
• Existe a liberdade de estudar o funcionamento do Ele armazena os dados em discos magnéticos que man-
programa e de adaptá-lo às suas necessidades. têm a gravação por vários anos, se necessário.
INFORMÁTICA

• É permitido redistribuir cópias. Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus da-
• O usuário tem a liberdade de melhorar o programa dos gravados ou acessados por um braço móvel composto
e de tornar as modificações públicas de modo que a por um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar
comunidade inteira se beneficie da melhoria. ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham

2
com valores discretos) são totalmente binários. Toda infor- USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de
mação introduzida em um computador é convertida para a entrada mais usada atualmente.
forma binária, através do emprego de um código qualquer Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dis-
de armazenamento, como veremos mais adiante. positivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia.
A menor unidade de informação armazenável em um Por isso permite que os conectores USB sejam usados por
computador é o algarismo binário ou dígito binário, conhe- carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.
cido como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). A fonte de energia do computador ou, em inglês, PSU
O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1. (Power Supply Unit — Unidade de Alimentação de Energia),
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit é responsável por converter a voltagem da energia elétrica,
pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as
que chega pelas tomadas, em voltagens menores, capazes
informações manipuladas por um computador são codifi-
de serem suportadas pelos componentes do computador.
cadas em grupos ordenados de bits, de modo a terem um
significado útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma Monitor de vídeo
informação útil e inteligível para o ser humano é o byte
(leia-se “baite”). Normalmente um dispositivo que apresenta informa-
Como os principais códigos de representação de carac- ções na tela de LCD, como um televisor atual.
teres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados de
de byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, touchscreen), nestes podemos escolher opções tocando
quase sinônimas. em botões virtuais, apresentados na tela.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo
acesso, armazenamento e recuperação de informações Impressora
são efetuados byte a byte. Por essa razão, em anúncios de
computadores, menciona-se que ele possui “512 mega by- Muito popular e conhecida por produzir informações
tes de memória”; por exemplo, na realidade, em face desse impressas em papel.
costume, quase sempre o termo byte é omitido por já su- Atualmente existem equipamentos chamados impres-
bentender esse valor. soras multifuncionais, que comportam impressora, scanner
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja
e fotocopiadoras num só equipamento.
a imagem abaixo:
Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuários
de computadores atualmente.
Ele não precisa recarregar energia para manter os da-
dos armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao contrá-
rio dos antigos disquetes. É utilizado através de uma porta
USB (Universal Serial Bus).
Cartões de memória, são baseados na tecnologia flash,
semelhante ao que ocorre com a memória RAM do com-
putador, existe uma grande variedade de formato desses
cartões.
São muito utilizados principalmente em câmeras foto-
gráficas e telefones celulares. Podem ser utilizados também
em microcomputadores.

Figura 2: Unidade de medida de memórias


#FicaDica
Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 BIOS é o Basic Input/Output System, ou
é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe Sistema Básico de Entrada e Saída, trata-se
basta multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo: de um mecanismo responsável por algumas
atividades consideradas corriqueiras em
um computador, mas que são de suma
Transformar 16422282522 importância para o correto funcionamento de
Transformar 4 gigabytes kilobytes em terabytes: uma máquina.
em kilobytes: 16422282522 / 1024 =
4 * 1024 = 4096 16037385,28 megabytes Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao
megabytes 16037385,28 / 1024 = iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e iden-
INFORMÁTICA

4096 * 1024 = 4194304 15661,51 gigabytes tificar todos os componentes de hardware conectados à
kilobytes. 15661,51 / 1024 = 15,29 máquina.
terabytes. Só depois de todo esse processo de identificação é que
a BIOS passa o controle para o sistema operacional e o
boot acontece de verdade.

3
Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não com seus circuitos que recebem e transmitem dados para
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desliga- desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
mento do computador. Internet e a outros computadores e, como não poderia fal-
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu tar, possibilita a saída de imagens no monitor.
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibilitam Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
a regravação dos dados por meio de equipamentos espe- ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
ciais. Essas memórias são utilizadas para o armazenamento mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
do BIOS. não estão implementados nesses chips, da própria mother-
O processador que é uma peça de computador que board. Geralmente, esse fato implica na redução da velo-
contém instruções para realizar tarefas lógicas e matemá- cidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, uma
ticas. O processador é encaixado na placa mãe através do vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
socket, ele que processa todas as informações do compu- No entanto, quando se pretende ter maior potência de
tador, sua velocidade é medida em Hertz e os fabricantes som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de imagens
mais famosos são Intel e AMD. e uma rede mais veloz, opta-se pelas placas off board. Va-
O processador do computador (ou CPU – Unidade mos conhecer mais sobre esse termo e sobre as placas de
Central de Processamento) é uma das partes principais do vídeo, som e rede:
hardware do computador e é responsável pelos cálculos, Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
execução de tarefas e processamento de dados. lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
Contém conjuntos restritos de células de memória cha- podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
mados registradores que podem ser lidos e escritos muito placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
mais rapidamente que em outros dispositivos de memó- na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de
ria. Os registradores são unidades de memória que repre- dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, o
sentam o meio mais caro e rápido de armazenamento de resultado do processamento de vários outros dados.
dados. Por isso são usados em pequenas quantidades nos Você já deve ter visto placas de vídeo com especifica-
processadores. ções 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o núme-
Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos ro, maior será a quantidade de dados que passarão por
RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Complex segundo por essa placa, o que oferece imagens de vídeo,
Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]: por exemplo, com velocidade cada vez mais próxima da
... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en- realidade. Além dessa velocidade, existem outros itens im-
quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite portantes de serem observados em uma placa de vídeo:
que outras operações também façam referência à memória. aceleração gráfica 3D, resolução, quantidade de cores e,
Possuem um clock interno de sincronização que define como não poderíamos esquecer, qual o padrão de encaixe
a velocidade com que o processamento ocorre. Essa veloci- na placa mãe que ela deverá usar (atualmente seguem op-
dade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008): ções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens um a um:
Em um computador, a velocidade do clock se refere ao Placas de som são hardwares específicos para trabalhar
número de pulsos por segundo gerados por um oscilador e projetar sons, seja em caixas de som, fones de ouvido
(dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o ou microfone. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com
tempo necessário para o processador executar uma instru- chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conectadas em
ção. Assim para avaliar a performance de um processador, slots presentes na placa mãe. São dispositivos de entrada e
medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e, saída de dados, pois tanto permitem a inclusão de dados
para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên- (com a entrada da voz pelo microfone, por exemplo) como
cia, o Hertz. a saída de som (por meio das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para integrar
um computador a uma rede, de forma que ele possa enviar
e receber informações. Essas placas podem ser onboard,
ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard,
conectadas em slots presentes na placa mãe.

#FicaDica
Alguns dados importantes a serem observados
INFORMÁTICA

em uma placa de rede são: a arquitetura de


rede que atende os tipos de cabos de rede
suportados e a taxa de transmissão.
Figura 3: Esquema Processador

4
Periféricos de computadores
( )CERTO ( )ERRADO
Para entender o suficiente sobre periféricos para con-
curso público é importante entender que os periféricos são Resposta: Errado
os componentes (hardwares) que estão sempre ligados ao Por padrão os pendrives (de baixa capacidade) são for-
centro dos computadores. matados no sistema de arquivos FAT, mas a marca do
Os periféricos são classificados como: dispositivo ou mesmo a janela ilustrada não apresenta
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a informações para afirmar sobre qual sistema de arquivos
informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, mi- está sendo utilizado.
crofone, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador Biomé-
trico, Touchpad e outros. 2. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Ao se clicar
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a in- no ícone , será mostrado, no Resumo das
formação do computador. Exemplos: Monitor, Impressoras, Funções do Dispositivo, em que porta USB o dispositivo
Caixa de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros. está conectado.
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em trans-
mitir e receber informação ao computador. Exemplos: Dri- ( )CERTO ( )ERRADO
ve de Disquete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, modem, Pen-
-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo de Som e Resposta: Certo
outros. Ao se clicar no ícone citado será demonstrada uma ja-
nela com informações/propriedades do dispositivo em
#FicaDica questão, uma das informações que aparecem na janela
é a porta em que o dispositivo USB foi/está conectado.
Periféricos sempre podem ser classificados em
três tipos: entrada, saída e entrada e saída. 3. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Um clique
duplo em fará que seja dis-
ponibilizada uma janela contendo funcionalidades para a
formatação do dispositivo USB.
EXERCÍCIO COMENTADO
( )CERTO ( )ERRADO

Resposta: Errado
O Clique duplo para o caso da ilustração fará abrir a ja-
nela de propriedades do dispositivo.

A respeito de tipos de computadores e sua arquitetura


de processador, julgue os itens subsequentes

4. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Diferen-


temente de um processador de 32 bits, que não suporta
programas feitos para 64 bits, um processador de 64 bits é
capaz de executar programas de 32 bits e de 64 bits.

( )CERTO ( )ERRADO

Resposta: Certo
Se o programa for especialmente projetado para a ver-
são de 64 bits do Windows, ele não funcionará na ver-
são de 32 bits do Windows. (Entretanto, a maioria dos
programas feitos para a versão de 32 bits do Windows
Considerando a figura acima, que ilustra as proprieda- funciona com uma versão de 64 bits do Windows.)
des de um dispositivo USB conectado a um computador
com sistema operacional Windows 7, julgue os itens a se- 5. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013)Um proces-
guir sador moderno de 32 bits pode ter mais de um núcleo por
INFORMÁTICA

processador.
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) As informa-
ções na figura mostrada permitem inferir que o dispositivo ( )CERTO ( )ERRADO
USB em questão usa o sistema de arquivo NTFS, porque o
fabricante é Kingston. Resposta: Certo

5
O processador pode ter mais de um núcleo (CORE), o 9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) A comuni-
que gera uma divisão de tarefas, economizando energia e cação entre a CPU e o monitor de vídeo é feita, na grande
gerando menos calor. EX. dual core (2 núcleos). Os tipos de maioria dos casos, pela porta serial.
processador podem ser de 32 bits e 64 bits
( )CERTO ( )ERRADO

Resposta: Errado
As portas de vídeo mais comuns são: VGA, DVI e HDMI.
10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Alguns ti-
pos de mouse se comunicam com o computador por meio
6. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Se uma so- de porta serial.
lução de armazenamento embasada em hard drive externo
de estado sólido usando USB 2.0 for substituída por uma ( )CERTO ( )ERRADO
solução embasada em cloud storage, ocorrerá melhoria
na tolerância a falhas, na redundância e na acessibilidade, Resposta: Certo
além de conferir independência frente aos provedores de A interface serial ou porta serial, também conhecida
serviços contratados. como RS-232 é uma porta de comunicação utilizada
para conectar pendrives, modems, mouses, algumas im-
( )CERTO ( )ERRADO
pressoras, scanners e outros equipamentos de hardwa-
Resposta: Errado re. Na interface serial, os bits são transferidos em fila, ou
Não há “maior independência frente aos provedores de seja, um bit de dados de cada vez.
serviço contratados”, pois o acesso aos dados depen-
derá do provedor de serviços de nuvem no qual seus CONCEITOS BÁSICOS SOBRE LINUX E SOFTWARE
dados ficarão armazenados, qualquer que seja a nuvem. LIVRE
Independência para mudar de fornecedor, quando exis-
tente, não implica em dizer que o usuário fica indepen- O Linux é um sistema operacional inicialmente basea-
dente do fornecedor que esteja usando no momento. do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape-
Acerca de conceitos de hardware, julgue o item seguin- sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota-
te. dos, os comandos do Linux ainda são largamente empre-
gados, sendo importante seu conhecimento e estudo.
7. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Diferentemente
dos computadores pessoais ou PCs tradicionais, que são Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é
operados por meio de teclado e mouse, os tablets, compu- o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz a
tadores pessoais portáteis, dispõem de recurso touchscre- ligação entre software e máquina, é a camada de software
en. Outra diferença entre esses dois tipos de computadores mais próxima do hardware, considerado o núcleo do sis-
diz respeito ao fato de o tablet possuir firmwares, em vez tema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um
de processadores, como o PC. pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991,
quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que
( )CERTO ( )ERRADO Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel é
capaz de fazer gerenciamentos primários básicos e essen-
Resposta: Errado ciais para o funcionamento da máquina, foi necessário de-
O uso dos processadores era algo que até um tempo senvolver módulos específicos para atender várias neces-
atrás ficava restrito a desktops, notebooks e, em uma sidades, como por exemplo um módulo capaz de utilizar
maior escala, a servidores, mas com a popularização de
uma placa de rede ou de vídeo lançada no mercado ou
smartphones e tablets esse cenário mudou. Grandes
players como Samsung, Apple e NVIDIA passaram a fa- até uma interface gráfica como a que usamos no Windows.
bricar seus próprios modelos, conhecidos como SoCs Uma forma de atender a necessidade de comunicação
(System on Chip), que além da CPU incluem memória entre kernel e aplicativo é a chamada do sistema (System
RAM, placa de vídeo e muitos outros componentes. Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de
usuário e um serviço que o kernel fornece.
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se clicar Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada
na opção , será executado um programa que permi- direta não pode ser executada; em vez disso, você deve
tirá a realização de operações de criptografia no arquivo utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço do
para protegê-lo contra leitura indevida. usuário/kernel.
No Linux também existem diferentes run levels de ope-
INFORMÁTICA

( )CERTO ( )ERRADO ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú-


mero 2.
Resposta: Errado
Como o Linux também é conhecido por ser um siste-
WinZip é um dos principais programas para compactar
e descompactar arquivos de seu computador. Perfeito ma operacional que ainda usa muitos comandos digitados,
para organizar e economizar espaço em seu disco rígido. não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que é jus-

6
tamente o programa que permite ao usuário digitar co- - du -msh - mostra o tamanho do diretório em mega-
mandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacional e bytes
executem funções. - env - mostra variáveis do sistema
No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com, - exit - sair do terminal ou de uma sessão de root
através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd - /etc - é o diretório onde ficam os arquivos de configu-
e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para ração do sistema
usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root, - /etc/skel - é o diretório onde fica o padrão de arquivos
aparece com o símbolo #. para o diretório Home de novos usuários
Temos também os termos usuário e superusuário. En- - fdisk - l - mostra a lista de partições
quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de co- - find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3
mandos simples, ao superusuário é permitido configurar - find - busca arquivos no disco rígido
quais comandos os usuários podem usar, se eles podem - halt - p - desligar o computador
apenas ver ou também alterar e gravar diretórios, ou seja, - head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo
ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa- - history - mostra o histórico de comandos dados no
drão que contém os programas utilizados pelo superusuário terminal
para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin. - ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as in-
for- mações relacionadas a cada uma delas
/bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá- - iptraf - analisador de tráfego da rede com interface
rios comuns. gráfica baseada em diálogos
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são - kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG-
utilizados pelos usuários comuns. TErm e sIGKILL encerram o processo
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu- - kill -9 xxx – mata o processo de número xxx
suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados - killall - manda um sinal para todos os processos
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin - less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com
fosse o administrador do sistema, com permissões espe- controle
ciais de inclusões, exclusões e alterações. - ls - listar o conteúdo do diretório
- ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório
Comandos básicos - ls - ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em
ordem inversa (r) de data (t)
Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que - man - mostra informações sobre um comando
podemos usar no Shell do Linux: - mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na
raiz do Linux para a criação de novos diretórios.
- addgroup - adiciona grupos
- adduser - adiciona usuários Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretó-
- apropos - realiza pesquisa por palavra ou string rio chamado “myfolder”.
- cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou tex-
to
- cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retor-
na para home
- cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exemplo:
cd /usr/bin/
- chfn - altera informação relativa a um utilizador
- chmod - altera as permissões de arquivos ou diretó-
rios. É um comando para manipulação de arquivos
e diretórios que muda as permissões para acesso
àqueles. Por exemplo, um diretório que poderia ser
de escrita e leitura, pode passar a ser apenas leitura,
impedindo que seu conteúdo seja alterado.
- chown - altera a propriedade de arquivos e pastas
(dono) Figura 78: Prompt “ftp”
- clear - limpa a tela do terminal
- cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd) - mount - montar partições em algum lugar do sistema.
ao fim do arquivo (txt) - mtr - mostra rota até determinado IP
- cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente - mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
INFORMÁTICA

- df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de - nano - editor de textos básico


arquivos - nfs - sistema de arquivos nativo do sistema opera-
- dig - testa a configuração do servidor DNs cional Linux, para o compartilhamento de recursos
- dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log) pela rede
- du - exibe estado de ocupação dos discos/partições - netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sistema

7
- nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais atrás - umount - desmontar partições
de portas abertas - uname - a - informações sobre o sistema operacional
- nslookup - consultas a serviços DNs - userdel - remove usuários
- ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização - vi - editor de ficheiros de texto
- passwd - modifica senha (password) de usuários - vim - versão melhorada do editor supracitado
- ps - mostra os processos correntes - which - mostra qual arquivo binário está sendo chama-
- ps - aux - mostra todos os processos correntes no do pelo shell quando chamado via linha de comando
sistema - who - informa quem está logado no sistema
- ps - e - lista os processos abertos no sistema Não são só comandos digitados via teclado que pode-
- pwd - exibe o local do diretório atual. O prompt padrão mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas
do Linux exibe apenas o último nome do caminho do e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
diretório atual. Para exibir o caminho completo do interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
diretório atual digite o comando pwd. Linux@fedo- janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas cria-
ra11 – é a versão do Linux que está sendo usada. help das para o Linux, vamos citar o KDE.
pwd – é o comando que nos mostrará o conteúdo da
ajuda sobre o pwd. A informação do help nos mostra
que pwd imprime o nome do diretório atual.
- reboot - reiniciar o computador.
- recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
15.. utf8 file_to_change.txt

- rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)


- rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
- rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
- route - mostra as informações referentes às rotas
- shutdown - r now - reiniciar o computador
- split - divide um arquivo
- smbpasswd - No sistema operacional Linux, na ver- Figura 79: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de
são samba, smbpasswd permite ao usuário alterar http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in-
sua senha criptografada smb que é armazenada no terface_gr%C3%A1fica_KDE
arquivo smbpasswd (normalmente no diretório pri-
vado sob a hierarquia de diretórios do samba). os Um dos motivos que ainda desestimula várias pessoas a
usuários comuns só podem executar o comando sem adotarem o Linux como seu sistema operacional é a quanti-
opções. Ele os levará para que sua senha velha smb dade de programas compatíveis com ele, o que vem sendo
seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua nova se- solucionado com o passar do tempo. Sua interface familiar,
nha duas vezes, para garantir que a senha foi digita- semelhante ao do Windows, tem ajudado a aumentar os
da corretamente. Nenhuma senha será mostrada na adeptos ao Linux.
tela enquanto está sendo digitada. Distribuição Linux é um sistema operacional que utiliza
- su - troca para o superusuário root (é exigida a senha) o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Existem vá-
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ rias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, Debian,
(é exigida a senha) Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e desvantagens.
- tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem O que torna a escolha de uma distribuição bem pessoal.
- tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas li- #FicaDica
nhas. Sua sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode
ser acrescentado de alguns parâmetros como o -n Distribuições são criadas, normalmente, para
que mostra o [numero] de linhas do final do arquivo; atender razões específicas. Por exemplo,
o – c [numero] que mostra o [numero] de bytes do existem distribuições para rodar em servidores,
final do arquivo e o – f que exibe continuamente os redes - onde a segurança é prioridade - e,
dados do final do arquivo à medida que são acres- também, computadores pessoais.
centados. Assim, não é possível dizer qual é a melhor
- tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que “ouve” distribuição. Pois, depende da finalidade do
os pacotes seu computador.
- top - mostra os processos do sistema e dados do pro-
INFORMÁTICA

cessador. Sistema de arquivos: organização e gerenciamento


- touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; de arquivos, diretórios e permissões no Linux
também altera data e hora de modificação para agora
- traceroute - traça uma rota do host local até o destino Dependendo da versão do Linux é possível encontrar
mostrando os roteadores intermediários gerenciadores de arquivos diferentes. Por exemplo, no Li-

8
nux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite a cópia, Instalar, remover e atualizar programas
recorte, colagem, movimentação e organização dos arqui-
vos e pastas. No Linux, vale lembrar que os dispositivos de Para instalar ou remover um programa, considerando o
armazenamento não são nomeados por letras. Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/Re-
Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na mover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela In-
máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs, um ternet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplicações,
será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de um Adicionar/Remover.
mesmo sistema da mesma estrutura de pastas. Na parte superior da janela encontramos uma linha de
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo dese-
jado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de
mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu.
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra-
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos,
Gráficos, Internet, entre outros.

Manipulação de hardware e dispositivos

A manipulação de hardware e dispositivos pode ser


Figura 80: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu feita no menu Locais, Computador, através do qual aces-
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos
As principais pastas do Linux são: dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são
simplesmente instalados. Quando se trata de um pen drive,
- /etc - possui os arquivos gerais de configuração do após sua conexão física, aparecerá uma janela do geren-
sistema e dos programas instalados. ciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo. É
- /home – cada conta de usuário possui um diretório importante, porém, lembrar-se de desmontar corretamen-
salvo na pasta home te os dispositivos de armazenamento e outros antes de en-
- /boot – arquivos de carregamento do sistema, incluin- cerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar com
do configuração do gerenciador de boot e o kernel o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na área
- /dev – onde ficam as entradas das placas de dispositi- de trabalho e depois em Desmontar.
vos como rede, som, impressoras
- /lib – bibliotecas do sistema Agendamento de tarefas
- /media – possui a instalação de dispositivos como dri-
ve de CD, pen drives e outros O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza-
- /opt – usado por desenvolvedores de programas do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite
- /proc – armazena informações sobre o estado atual estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe-
do sistema cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que
- /root – diretório do superusuário ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto
que armazena a lista de comandos a serem acionados no
O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, co- horário e data estipulados.
piar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma: Administração de usuários e grupos no Linux

- Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o ar- Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
quivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área
de transferência, mas o original permanecerá no local. - superusuário: é o administrador do sistema. Ele tem
- Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre acesso e permissão para executar todos os comandos.
o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para - usuário comum: tem as permissões configuradas pelo
a área de transferência, sendo removido do seu local superusuário para o grupo em que se encontra.
de origem.
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
transferência será colado. atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que de-
INFORMÁTICA

sejamos que tenha determinada permissão no grupo cor-


Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar- respondente.
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressio-
nar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado
e movê-lo para o destino.

9
Comandos básicos para grupos

- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo #FicaDica


- Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g no-
megrupo nomeusuario Comandos básicos para backups
- Definir senha para o usuário: sudo password nomeu- tar agrupa vários arquivos em somente um.
suario compress faz a compressão de arquivos
- Remover usuário do sistema: sudo userdel nomeusuario padrão do Unix.
uncompress descomprime arquivos
Permissões no Linux compactados pelo compress.
zcat permite visualizar arquivos compactados
Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem pelo compress.
acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros de-
pendem de sua permissão para executar comandos. As
permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões
do proprietário, permissões do grupo e permissões para os
outros usuários.
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos co-
muns com o ‘-‘.
Alguns dos comandos utilizados em permissões são:

ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões


do proprietário do grupo
r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence
r- permissão para os outros usuários

As permissões do Linux são: leitura, escrita e execução.

- Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas veja,


ou seja, leia o arquivo.
- Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode criar
e alterar arquivos. Figura 81: Centro de controle do KDE imagem obtida
- Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar de http://pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in-
arquivos. terface_gr%C3%A1fica_KDE

Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, significa Como no Painel de controle do Windows, temos o cen-
que ela não é atribuída ao usuário. tro de controle do KDE, que nos permite personalizar toda
a parte gráfica, fontes, temas, ícones, estilos, área de traba-
Compactação e descompactação de arquivos lho e ainda Internet, periféricos, acessibilidade, segurança
e privacidade, som e configurações para o administrador
Comandos básicos para compactação e descompacta- do sistema.
ção de arquivos:
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos WINDOWS
compactados com gzip.
gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis. O Windows assim como tudo que envolve a informática
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos. zcat passa por uma atualização constante, os concursos públi-
[opções] [arquivos] descompacta arquivos. cos em seus editais acabam variando em suas versões, por
isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões
do Windows quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um
software, um programa de computador desenvolvido por
programadores através de códigos de programação. Os
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares,
são considerados como a parte lógica do computador,
INFORMÁTICA

uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada


apenas quando o computador está em funcionamento. O
Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o
primeiro a ser instalado na máquina.
Quando montamos um computador e o ligamos pela

10
primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual tipo
rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a chave
todos os recursos do computador, com toda a qualidade do produto, que é um código que será solicitado durante
das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e a instalação.
usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos Vamos adotar a opção de instalação com formatação de
que instalar o SO. disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corporation:
Após sua instalação é possível configurar as placas para - Ligue o seu computador, de forma que o Windows
que alcancem seu melhor desempenho e instalar os de- seja inicializado normalmente, insira do disco de ins-
mais programas, como os softwares aplicativos e utilitários. talação do Windows 7 ou a unidade flash USB e des-
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge- ligue o seu computador.
rencia os demais programas. - Reinicie o computador.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e - Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
64 bits está na forma em que o processador do computa- isso, e siga as instruções exibidas.
dor trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32
bits tem que ser instalado em um computador que tenha - Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que ou outras preferências e clique em avançar.
ser instalado em um computador de 64 bits. - Se a página de Instalação Windows não aparecer e o
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, se- programa não solicitar que você pressione alguma
gundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais me- tecla, talvez seja necessário alterar algumas confi-
mória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda gurações do sistema. Para obter mais informações
a reduzir o tempo despendido na permuta de processos sobre como fazer isso, consulte. Inicie o seu compu-
para dentro e para fora da memória, pelo armazenamen- tador usando um disco de instalação do Windows 7
to de um número maior desses processos na memória de ou um pen drive USB.
acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo no disco rígido. - Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral os termos de licença, clique em aceito os termos de
do programa”. licença e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? clique
WINDOWS 7 em Personalizada.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique em
Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta: opções da unidade (avançada).
1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito - Clique na partição que você quiser alterar, clique na
em computador e clique em Propriedades. opção de formatação desejada e siga as instruções.
2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema. - Quando a formatação terminar, clique em avançar.
- Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7, você dows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a
precisará de um processador capaz de executar uma versão configuração de uma conta do usuário inicial.
de 64 bits do Windows. Os benefícios de um sistema ope-
racional de 64 bits ficam mais claros quando você tem uma
grande quantidade de RAM (memória de acesso aleatório) Conceitos de organização e de gerenciamento de in-
no computador, normalmente 4 GB ou mais. Nesses casos, formações; arquivos, pastas e programas.
como um sistema operacional de 64 bits pode processar
grandes quantidades de memória com mais eficácia do Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar
que um de 32 bits, o sistema de 64 bits poderá responder arquivos, ícones ou outras pastas.
melhor ao executar vários programas ao mesmo tempo e Arquivos – são registros digitais criados e salvos por
alternar entre eles com frequência”. meio de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é mos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse no computador, estamos criando um arquivo.
caso, é possível instalar: Ícones – são imagens representativas associadas a pro-
gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
- Sobre o Windows XP; Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais cur-
- Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista (Win to para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
Vista), também 32 bits;
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
- Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
INFORMÁTICA

- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;


- Win 7 em um computador e formatar o HD durante a
insta- lação;
- Win 7 em um computador sem SO;

11
Criação de pastas (diretórios) Área de trabalho:

Figura 67: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quan-


do o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área
de trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma
prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos
Figura 64: Criação de pastas para dar início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra
#FicaDica de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:
Clicando com o botão direito do mouse em
um espaço vazio da área de trabalho ou outro
apropriado, podemos encontrar a opção pasta.
Clicando nesta opção com o botão esquerdo Figura 68: Barra de tarefas
do mouse, temos então uma forma prática de
1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato
criar uma pasta.
com todos os outros programas instalados, programas que
fazem parte do sistema operacional e ambientes de confi-
guração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos
uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém opções que
nos permitem ver os programas mais acessados, todos os
outros programas instalados e os recursos do próprio Win-
dows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as
opções disponíveis no computador.
Figura 65: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”. Por meio do botão Iniciar, também podemos:

- desligar o computador, procedimento que encerra o


Sistema Operacional corretamente, e desliga efetiva-
mente a máquina;
- colocar o computador em modo de espera, que reduz
o consumo de energia enquanto a máquina estiver
ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos casos em
que vamos nos ausentar por um breve período de
tempo da frente do computador;
- reiniciar o computador, que desliga e liga automatica-
mente o sistema. Usado após a instalação de alguns
programas que precisam da reinicialização do siste-
ma para efetivarem sua instalação, durante congela-
mento de telas ou travamentos da máquina.
- realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um am-
Figura 66: Tela da pasta criada biente com características diferentes para cada usuá-
rio do mesmo computador.
INFORMÁTICA

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e


agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o pro-
cedimento: botão direito, Novo, Pasta.

12
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora,
determinarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que vi-
mos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário
diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das
vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser
trocada. Esse horário também é sincronizado com o mes-
mo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
que desejarmos.

Figura 69: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura acima temos o menu Iniciar, acessado com


um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones colocados
como atalhos na barra de tarefas para serem acessa-
dos com facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de idio-
ma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são
configurados para entrar em ação quando o compu-
tador é iniciado. Muitos deles ficam em execução o
tempo todo no sistema, como é o caso de ícones de
programas antivírus que monitoram constantemente
o sistema para verificar se não há invasões ou vírus Figura 71: Restauração de arquivos enviados para a lixeira
tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostrar o reló- A restauração de objetos enviados para a lixeira pode
gio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
com o botão esquerdo do mouse nesse ícone, aces- bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo
samos as Propriedades de data e hora. em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
para seu local de origem.

#FicaDica
Outra forma de restaurar é usar a opção
“Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito


grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. Sem-
pre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem,
INFORMÁTICA

ou perguntando se realmente deseja enviar aquele item


para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado será
permanentemente excluído. Outra forma de excluir docu-
Figura 70: Propriedades de data e hora mentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados na
Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.

13
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro - Ocultar automaticamente a barra de tarefas – oculta (es-
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de conde) a barra de tarefas para proporcionar maior apro-
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão veitamento da área da tela pelos programas abertos, e a
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e exibe quando o mouse é posicionado no canto inferior
com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado do monitor.
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos
que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
está marcada.

Figura 74: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu


Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a apa-


rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar.

Figura 72: Bloqueio da Barra de Tarefas


Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar: Por
meio do clique com o botão direito do mouse na barra de
tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos acessar
a janela “Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar”.

Figura 21: Barra de Ferramentas

Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alterar


configurações do Windows, como aparência, idioma, con-
figurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele é
possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
as seguintes opções:

- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-


tema e da segurança”, permite a realização de ba-
ckups e restauração das configurações do sistema
e de arquivos. Possui ferramentas que permitem a
Figura 73: Propriedades da barra de atualização do Sistema Operacional, que exibem a
tarefas e do menu iniciar quantidade de memória RAM instalada no compu-
tador e a velocidade do processador. Oferece ainda,
Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros: possibilidades de configuração de Firewall para tor-
INFORMÁTICA

nar o computador mais protegido.


- Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela seja - Rede e Internet: mostra o status da rede e possibilita
posicionada em outros cantos da tela que não seja configurações de rede e Internet. É possível também
o inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o definir preferências para compartilhamento de ar-
botão esquerdo do mouse pressionado. quivos e computadores.

14
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover WINDOWS 8
hardwares como impressoras, por exemplo. Também
permite alterar sons do sistema, reproduzir CDs au- É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o
tomaticamente, configurar modo de economia de Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula-
energia e atualizar drives de dispositivos instalados. res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no
- Programas: através desta opção, podemos realizar a layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
desinstalação de programas ou recursos do Windows. acostumados com o antigo visual desse sistema.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui altera- A tela inicial completamente alterada foi a mudança
mos senhas, criamos contas de usuários, determina- que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as
mos configurações de acesso. aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e
- Aparência: permite a configuração da aparência da também é possível visualizar previsão do tempo, cotação
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas
menu iniciar e barra de tarefas. miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para al- aos programas que mais utiliza.
terar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de
números e moedas. uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o compu- painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma
tador às necessidades visuais, auditivas e motoras do das pastas e não encontre algum comando, clique com o
usuário. botão direito do mouse para que esse painel apareça.
A organização de tela do Windows 8 funciona como o
antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com ima-
gens animadas. Cada mosaico representa um aplicativo
que está instalado no computador. Os atalhos dessa área
de trabalho, que representam aplicativos de versões ante-
Computador riores, ficam com o nome na parte de cima e um pequeno
ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem tama-
nhos diferentes, cores diferentes e são atualizados auto-
#FicaDica maticamente.
Através do “Computador” podemos consultar e A tela pode ser customizada conforme a conveniência
acessar unidades de disco e outros dispositivos do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas
conectados ao nosso computador. podem ser encontrados clicando com o botão direito do
mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que um des-
ses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão
Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com- direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial.
putador. A janela a seguir será aberta:
Charms Bar

O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e


esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun-
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema
e configurada de acordo com a página em que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na busca em
configurações. Depois escolha a opção tela inicial e em se-
guida escolha a cor da tela. O usuário também pode selecio-
nar desenhos durante a personalização do papel de parede.

Redimensionar as tiles

Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-


Figura 76: Computador
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Observe que é possível visualizarmos as unidades de
INFORMÁTICA

Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser des-


disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada.
tacar no computador.
Vemos também informações como o nome do computa-
dor, a quantidade de memória e o processador instalado
na máquina.

15
Grupos de Aplicativos

Pode-se criar divisões e grupos para unir programas pa- WINDOWS 10


recidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos podem
ser renomeados. O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun-
Visualizar as pastas do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é fi-
car com um visual mais de smart e touch.
A interface do programas no computador podem ser
vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
a barra de rolagem que fica no rodapé.

Compartilhar e Receber

Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar


uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Com-
partilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a
opção Dispositivo que é usada para receber e enviar con-
teúdos de aparelhos conectados ao computador.

Alternar Tarefas
Figura 77: Tela do Windows 10
Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro-
gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO. O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões
Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na (com destaque para as duas primeiras):
lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos. Windows 10
Telas Lado a Lado
É a versão de “entrada” do Windows 10, que possui a
Esse sistema operacional não trabalha com o concei- maioria dos recursos do sistema. É voltada para Desktops e
to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.
mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar o
Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computador. Windows 10 Pro
Visualizar Imagens
O sistema operacional agora faz com que cada vez que Além dos recursos da versão de entrada, fornece pro-
você clica em uma figura, um programa específico abre e teção de dados avançada e criptografada com o BitLocker,
isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preci- permite a hospedagem de uma Conexão de Área de Traba-
so ir em Programas – Programas Default – Selecionar Win- lho Remota em um computador, trabalhar com máquinas
dows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as virtuais, e permite o ingresso em um domínio para realizar
Default. conexões a uma rede corporativa.
Imagem e Senha Windows 10 Enterprise
O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao in-
vés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, acesse Baseada na versão 10 Pro, é disponibilizada por meio
a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em segui- do Licenciamento por Volume, voltado a empresas.
da clique em More PC settings. Acesse a opção Usuários
e depois clique na opção “Criar uma senha com imagem”. Windows 10 Education
Em seguida, o computador pedirá para você colocar sua
senha e redirecionará para uma tela com um pequeno tex- Baseada na versão Enterprise, é destinada a atender as
to e dando a opção para escolher uma foto. Escolha uma necessidades do meio educacional. Também tem seu mé-
imagem no seu computador e verifique se a imagem está todo de distribuição baseado através da versão acadêmica
correta clicando em “Use this Picture”. Você terá que dese- de licenciamento de volume.
nhar três formas em touch ou com o mouse: uma linha reta,
um círculo e um ponto. Depois, finalize o processo e sua
senha estará pronta. Na próxima vez, repita os movimentos Windows 10 Mobile
para acessar seu computador.
Embora o Windows 10 tente vender seu nome fantasia
INFORMÁTICA

Internet Explorer no Windows 8 como um sistema operacional único, os smartphones com


o Windows 10 possuem uma versão específica do sistema
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página operacional compatível com tais dispositivos.
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra-
mentas e menus.

16
Windows 10 Mobile Enterprise
ambos os casos, é indispensável o uso do comando sudo,
Projetado para smartphones e tablets do setor corpo- ou equivalente, se o usuário não for administrador do sis-
rativo. Também estará disponível através do Licenciamento tema.
por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do Win-
dows 10 Mobile com funcionalidades direcionadas para o ( ) CERTO ( ) ERRADO
mercado corporativo.
Resposta: Errado
Windows 10 IoT Core O comando para a atualização é “sudo apt-get upgra-
de”. O comando para instalar pacotes é “sudo apt-get
IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet of install nome_do_pacote”. O comando é “apt-get” e não
Things). A Microsoft anunciou que haverá edições do Win- “aptget”. O comando sudo realmente permite a usuários
dows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise desti- comuns obter privilégios de outro usuário como o ad-
nados a dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de ministrador
autoatendimento, máquinas de atendimento para o vare-
jo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será destinada 3. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Em computado-
para dispositivos pequenos e de baixo custo. res com sistema operacional Linux ou Windows, o aumento
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro- da memória virtual possibilita a redução do consumo de
soft indica como requisitos básicos dos computadores: memória RAM em uso, o que permite executar, de forma
paralela e distribuída, no computador, uma quantidade
• Processador de 1 Ghz ou superior; maior de programas.
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para
64bits); ( ) CERTO ( ) ERRADO
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600
ou maior. Resposta: Errado
O que torna esta alternativa mais eficaz é o uso da
EXERCÍCIOS COMENTADOS memória em um dispositivo alternativo (para o PC não
“travar”), e não uma redução de consumo de memória
1. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Conside-
RAM em uso, visto que esta opção foi projetada para aju-
re que o usuário de um computador com sistema operacio-
dar quando a memória RAM do PC for insuficiente para a
nal Windows 7 tenha permissão de administrador e deseje
fazer o controle mais preciso da segurança das conexões execução de demasiados programas.
de rede estabelecidas no e com o seu computador. Nessa
situação, ele poderá usar o modo de segurança avança- 4. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) Tanto no siste-
do do firewall do Windows para especificar precisamente ma operacional Windows quanto no Linux, cada arquivo,
quais aplicativos podem e não podem fazer acesso à rede, diretório ou pasta encontra-se em um caminho, podendo
bem como quais serviços residentes podem, ou não, ser cada pasta ou diretório conter diversos arquivos que são
externamente acessados. gravados nas unidades de disco nas quais permanecem até
serem apagados. Em uma mesma rede é possível haver co-
( ) CERTO ( ) ERRADO municação e escrita de pastas, diretórios e arquivos entre
máquinas com Windows e máquinas com Linux.
Resposta: Certo
Um firewall (em português: Parede de fogo) é um dis- ( ) CERTO ( ) ERRADO
positivo de uma rede de computadores que tem por
objetivo aplicar uma política de segurança a um deter- Resposta: Certo
minado ponto da rede. O firewall pode ser do tipo filtros O sistema Linux e o sistema Windows conseguem com-
de pacotes, proxy de aplicações, etc. Os firewalls são ge- partilhar diretórios/pastas entre si pois utilizam se do
ralmente associados a redes TCP/IP. protocolo, o SMB.CIFS.
Este dispositivo de segurança existe na forma de softwa-
re e de hardware, a combinação de ambos é chamada 5. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No
tecnicamente de “appliance”. A complexidade de insta- Windows, não há possibilidade de o usuário interagir com
lação depende do tamanho da rede, da política de segu- o sistema operacional por meio de uma tela de computa-
rança, da quantidade de regras que controlam o fluxo de dor sensível ao toque.
entrada e saída de informações e do grau de segurança
desejado. ( ) CERTO ( ) ERRADO
INFORMÁTICA

2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) A instalação e Resposta: Errado


a atualização de programas na plataforma Linux a serem As versões mais recentes do Windows existe este recur-
eftuadas com o comando aptget, podem ser acionadas por so. Para usá-lo há a necessidade de que a tela seja sen-
meio das opções install e upgrade, respectivamente. Em sível ao toque.

17
6. (AGENTE – CESPE – 2014) Comparativamente a computadores com outros sistemas operacionais, computadores
com o sistema Linux apresentam a vantagem de não perderem dados caso as máquinas sejam desligadas por meio de
interrupção do fornecimento de energia elétrica.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado
Nenhum sistema operacional possui a vantagem de não perder dados caso a máquina seja desligada por meio de inter-
rupção do fornecimento de energia elétrica.

7. (AGENTE – CESPE – 2014) As rotinas de inicialização GRUB e LILO, utilizadas em diversas distribuições Linux, podem ser
acessadas por uma interface de linha de comando.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo
É possível acessar as rotinas de inicialização GRUB e LILO para realizar a sua configuração, assim como é possível alterar
as opções de inicialização do Windows (em Win+Pause, Configurações Avançadas do Sistema, Propriedades do Sistema,
Inicialização e Recuperação).

8. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – CESPE – 2013) Considere que um usuário de login joao_jose esteja usando o Windows Ex-
plorer para navegar no sistema de arquivos de um computador com ambiente Windows 7. Considere ainda que, enquanto
um conjunto de arquivos e pastas é apresentado, o usuário observe, na barra de ferramentas do Windows Explorer, as
seguintes informações: Bibliotecas > Documentos > Projetos. Nessa situação, é mais provável que tais arquivos e pastas es-
tejam contidos no diretório C:\Bibliotecas\Documentos\Projetos que no diretório C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado
O correto é “C:\Users\joao_jose\Documents\Projetos”. Há possibilidade das pastas estarem em outro diretório, se forem
feitas configurações customizadas pelo usuário. Mesmo na configuração em português o diretório dos documentos do
usuário continua sendo nomeado em inglês: “documents”. Portanto, a afirmação de que o diretório seria “C:\biblioteca\
documentos\projetos” não está correta. O item considera o comportamento padrão do sistema operacional Windows
7, e, portanto, a afirmação não pode ser absoluta, devido à flexibilidade inerente a este sistema software. A premissa de
que a informação fosse apresentada na barra de ferramentas não compromete o entendimento da questão.”

9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE – 2014) No ambiente Linux, é possível utilizar comandos para copiar arqui-
vos de um diretório para um pen drive.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo
No ambiente Linux, é permitida a execução de vários comandos por meio de um console. O comando “cp” é utilizado
para copiar arquivos entre diretórios e arquivos para dispositivos.

10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Ao se clicar a opção , será exibida uma janela por meio da qual
se pode verificar diversas propriedades do arquivo, como o seu tamanho e os seus atributos.
Em computadores do tipo PC, a comunicação com periféricos pode ser realizada por meio de diferentes interfaces. Acerca
desse assunto, julgue os seguintes itens.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo.
Dentre as diversas opções que podem ser consultadas ao se ativar as propriedades de um arquivo estão as opções:
INFORMÁTICA

tamanho e os seus atributos.

18
CONHECIMENTOS SOBRE O PROGRAMA MICROSOFT WORD 2007: AMBIENTE E
COMPONENTES DO PROGRAMA: SABER IDENTIFICAR, CARACTERIZAR, USAR,
ALTERAR, CONFIGURAR E PERSONALIZAR O AMBIENTE, COMPONENTES DA
JANELA, FUNCIONALIDADES, MENUS, ÍCONES, BARRA DE FERRAMENTAS, GUIAS,
GRUPOS E BOTÕES, INCLUINDO NÚMERO DE PÁGINAS E PALAVRAS, ERROS DE
REVISÃO, IDIOMA, MODOS DE EXIBIÇÃO DO DOCUMENTO E ZOOM; DOCUMENTOS:
ABRIR, FECHAR, CRIAR, EXCLUIR, VISUALIZAR, FORMATAR, ALTERAR, SALVAR,
CONFIGURAR DOCUMENTOS, UTILIZADO AS BARRAS DE FERRAMENTAS,
MENUS, ÍCONES, BOTÕES, GUIAS E GRUPOS DA FAIXA DE OPÇÕES, TECLADO E/
OU MOUSE; BARRA DE FERRAMENTAS: IDENTIFICAR E UTILIZAR OS BOTÕES E
ÍCONES DAS BARRAS DE FERRAMENTAS DAS GUIAS E GRUPOS INÍCIO, INSERIR,
LAYOUT DA PÁGINA, REFERÊNCIAS, CORRESPONDÊNCIAS, REVISÃO E EXIBIÇÃO,
PARA FORMATAR, PERSONALIZAR, CONFIGURAR, ALTERAR E RECONHECER A
FORMATAÇÃO DE TEXTOS E DOCUMENTOS; E AJUDA: SABER USAR A AJUDA.
CONHECIMENTOS SOBRE O PROGRAMA MICROSOFT EXCEL 2007: AMBIENTE E
COMPONENTES DO PROGRAMA: SABER IDENTIFICAR, CARACTERIZAR, USAR,
ALTERAR, CONFIGURAR E PERSONALIZAR O AMBIENTE, COMPONENTES DA JANELA,
FUNCIONALIDADES, MENUS, ÍCONES, BARRA DE FERRAMENTAS, GUIAS, GRUPOS
E BOTÕES; ELEMENTOS: DEFINIR E IDENTIFICAR CÉLULA, PLANILHA E PASTA;
SABER SELECIONAR E RECONHECER A SELEÇÃO DE CÉLULAS, PLANILHAS E PASTAS;
PLANILHAS E PASTAS: ABRIR, FECHAR, CRIAR, VISUALIZAR, FORMATAR, SALVAR,
ALTERAR, EXCLUIR, RENOMEAR, PERSONALIZAR, CONFIGURAR PLANILHAS E
PASTAS, UTILIZAR FÓRMULAS E FUNÇÕES, UTILIZAR AS BARRA DE FERRAMENTAS,
MENUS, ÍCONES, BOTÕES, GUIAS E GRUPOS DA FAIXA DE OPÇÕES, TECLADO E/OU
MOUSE; BARRA DE FERRAMENTAS: IDENTIFICAR E UTILIZAR OS ÍCONES E BOTÕES
DAS BARRAS DE FERRAMENTAS DAS GUIAS E GRUPOS INÍCIO, INSERIR, LAYOUT DA
PÁGINA, FÓRMULAS, DADOS, REVISÃO E EXIBIÇÃO, PARA FORMATAR, ALTERAR,
SELECIONAR CÉLULAS, CONFIGURAR, RECONHECER A FORMATAÇÃO DE TEXTOS
E DOCUMENTOS E RECONHECER A SELEÇÃO DE CÉLULAS;FÓRMULAS: SABER O
SIGNIFICADO E RESULTADO DE FÓRMULAS; E AJUDA: SABER USAR A AJUDA.

EDITOR DE TEXTO

O Microsoft Word é um processador de texto que cria textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofícios, re-
latórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que atende às necessidades de um usuário doméstico ou de uma empresa.
O Microsoft Word é o processador de texto integrante dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares apli-
cativos destinados a uso de escritório e usuários domésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
Os softwares da Microsoft Office são proprietários e compatíveis com o sistema operacional Windows.

Word 2003

As versões do Microsoft Word era quase sempre a mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003 foi a última
versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa mais voltada para a
parte de formatação de texto, e as demais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra a figura 4.
INFORMÁTICA

19
Figura 4: Tela do Microsoft Word 2003

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos painéis,
que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme você adiciona
novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.
Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, foram: In-
foPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como aplicação
do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a usar cores e
ícones do Windows XP.

Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequentemen-
te o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 5 mostra a guia
início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao costume
das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão do
arquivo que passou de DOC para DOCX.

Figura 5: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido
em grandes painéis.

#FicaDica
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as
versões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com
a interface.
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das
abas.
INFORMÁTICA

20
Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 6: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 7.

Figura 7: Extensões de Arquivos ligados ao Word

#FicaDica
As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada
guia quebram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou
INFORMÁTICA

exibem um menu de comandos.

Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

21
Figura 8: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo do
grupo, contendo mais opções de formatação.
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquerda,
direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar o
botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua.
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha desejada,
pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua.
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado”.
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o res-
tante do parágrafo selecionado.
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionarmos
a tecla Tab.

Figura 9: Réguas
Grupo edição

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e sele-
cionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que desejamos
localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar
a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não estiver
marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o carac-
tere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).
Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

Para localizar digite exemplo


INFORMÁTICA

Qualquer caractere único ? s?o localiza salvo e sonho.


Qualquer sequência de caracteres * t*o localiza tristonho e término.

22
<(org) localiza
O início de uma palavra < organizar e organização,
mas não localiza desorganizado.
(do)> localiza medo e cedo, mas não
O final de uma palavra >
localiza domínio.
Um dos caracteres especificados [] v[ie]r localiza vir e ver
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere único neste intervalo [-] Os intervalos devem estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere único, exceto os caracteres no intervalo F[!a-m]rro localiza forro, mas não
[!x-z]
entre colchetes localiza ferro.
ca{2}tinga localiza caatinga, mas não
Exatamente n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n}
catinga.
Pelo menos n ocorrências do caractere ou expressão anterior {n,} ca{1,}tinga localiza catinga e caatinga.
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
{n,m}
caractere ou expressão anterior 100 e 1000.
ca@tinga localiza
Uma ou mais ocorrências do caractere ou expressão anterior @
catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 10: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e demais
itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombreamento e das
bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma tabela
criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:

Figura 11: Bordas e sombreamento


INFORMÁTICA

Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Definição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
- Nenhuma: retira a borda;
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa;
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais campos de
opção;

23
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da Grupo Links:
janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela
e as bordas internas permanecem iguais. Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas da uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
tabela, uma cor e uma largura. para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador
- Visualização: através desse recurso, podemos definir pode se tornar um link dentro do próprio documento.
bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exem- Referência cruzada: referência tabelas.
plo, podemos escolher um estilo e, em visualização, cli- Grupo cabeçalho e rodapé:
Insere cabeçal
car na borda superior; escolher outro estilo e clicar na
hos, rodapés e números de páginas.
borda inferior; e assim colocar em cada borda um tipo
diferente de estilo, com cores e espessuras diferentes, Grupo texto:
se assim desejarmos.
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recursos
semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença é
que se trata de criar bordas na página de um documento e
não em uma tabela.
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que
envolve vários tipos de desenhos.
Alguns desses desenhos podem ser formatados
com cores de linhas diferentes, outros, porém não permi- Figura 13: Grupo Texto
tem outras formatações a não ser o ajuste da largura.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-forma-
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- tadas. As caixas de texto são espaços próprios para
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas em inserção de textos que podem ser direcionados exa-
uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas tamente onde precisamos. Por exemplo, na figura
“Grupo Texto”, os números ao redor da figura, do 1
de página diferentes em um mesmo documento.
até o 7, foram adicionados através de caixas de texto.
2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reuti-
lizáveis, incluindo campos, propriedades de docu-
mentos como autor ou quaisquer fragmentos de
texto pré-formado.
3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
5. Grupo Ilustrações: como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
mento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação
decorativa, muito usada principalmente, em livros e
revistas. Para inserir a letra capitular, basta clicar no
parágrafo desejado e depois na opção “Letra Capitu-
lar”. Veja o exemplo:

Figura 12: Grupo Ilustrações Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Guia revisão
1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto
uma imagem que esteja salva no computador ou em outra
Grupo revisão de texto
mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras que
se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comu-
nicar informações visualmente.
INFORMÁTICA

5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar da-


dos.

Figura 14: Grupo revisão de texto

24
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes-
quisas em materiais de referência como jornais, enci- #FicaDica
clopédias e serviços de tradução.
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor so- Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos
bre algumas palavras é possível realizar sua tradução com o botão direito do mouse sobre ela, um
para outro idioma. menu suspenso nos será mostrado, nos dando
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar a a opção de escolher a palavra informática.
correção de ortografia e gramática. Clicando sobre ela, a palavra do texto será
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os substituída e o texto ficará correto.
caracteres, parágrafos e linhas de um documento.
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alterar Grupo comentário:
a palavra selecionada por outra de significado igual
ou semelhante. Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para ve como comentário do texto selecionado, onde é possível
outro idioma. realizar exclusão e navegação entre os comentários.
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica
e gramatical do documento. Assim que clicamos na Grupo controle:
opção “Ortografia e gramática”, a seguinte tela será
aberta:

Figura 16: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões,
exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as al-
terações feitas no documento com balões no próprio
documento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de exi-
bir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de mar-
cação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.
Figura 15: Verificar ortografia e gramática
Grupo alterações:
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já busca
trechos do texto ou palavras que não se enquadrem no
perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e orto-
gráficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e
podemos continuar a verificação de ortografia e gramática Figura 17: Grupo alterações
INFORMÁTICA

clicando no botão “Próxima sentença”.


Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi- 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró-
cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas xima alteração proposta.
clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se 2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja
uma das sugestões propostas se enquadra. aceita ou rejeitada.

25
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
possa ser rejeitada ou aceita. #FicaDica
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a navega-
ção para aceitação ou rejeição. Perguntas de intervalos de impressão são
constantes em questões de concurso!
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”.
Este procedimento nos dará as seguintes opções: Word 2013
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impressora,
o número de cópias e outras opções de configuração
Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na
antes de imprimir.
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente plataforma Word 2013:
para a impressora configurada como padrão e não Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a
abre opções de configuração. leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença,
- Visualização da Impressão – promove a exibição do pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que
documento na forma como ficará impresso, para que abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia,
possamos realizar alterações, caso necessário. ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação.
Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo
nas telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da pá-
gina durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique
sobre uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será am-
pliado, facilitando sua visualização. Como se não bastasse,
clicando com o botão direito do mouse sobre uma palavra
desconhecida, é possível ver sua definição através do dicio-
nário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um do-
cumento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe
Acrobat. Em seu novo formato, o Word é capaz de conver-
ter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de edita-
do, salvá-lo novamente no formato original. Esta façanha,
contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de
arquivos PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no am-
biente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata nor-
malmente a colaboração de outras pessoas na criação de
um documento, ou seja, os comentários realizados neste,
como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013
é possível responder diretamente o comentário de outra
pessoa clicando no ícone de uma folha, presente no campo
de leitura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada
através dos comentários, aparece em forma de pequenos
balões à margem documento.
Figura 18: Imprimir Compartilhamento Online: compartilhar seus docu-
mentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por
As opções que temos antes de imprimir um arquivo
e-mail tornou-se um grande diferencial da nova plataforma
estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a im-
Office 2013. O responsável por esta apresentação online é
pressora, caso haja mais de uma instalada no computa-
dor ou na rede, configurar as propriedades da impressora, o Office Presentation Service, porém, para isso, você preci-
podendo estipular se a impressão será em alta qualidade, sa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao
econômica, tom de cinza, preto e branca, entre outras op- terminar o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar
ções. / Apresentar Online / Apresentar Online e o mesmo será
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja, enviado para a nuvem e, com isso, você irá receber um link
se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá- onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitin-
gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou do aos demais usuários baixá-lo em formato PDF.
um intervalo de páginas. Podemos determinar o número Ocultar títulos em um documento: apontado como uma
de cópias e a forma como as páginas sairão na impressão. dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e edi-
INFORMÁTICA

Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos se sai- ção de determinadas partes de um arquivo muito extenso,
rão primeiro todas as páginas de número 1, depois as de com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais
número 2, assim por diante, ou se desejamos que a segun- fácil e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar
da cópia só saia depois que todas as páginas da primeira as seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
forem impressas. estarem formatados no estilo Títulos (pré-definidos pelo

26
Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o
conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repetir a ação para o mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado para
a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre um am-
plo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta relação
online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para seus aplicativos,
retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os soft-
wares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft.
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e download
de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu conteúdo
sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada.
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instalado
pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou baixar
fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem acessados e
contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minutos
Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pagando
uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos
falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.
Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 19: Versões Office 365

LibreOffice Writer

O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como base
o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou seja, é
multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.
INFORMÁTICA

27
Figura 20: Tela do Libreoffice Writer

O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic).
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:
Destacar essa tabela devido a recorrência em cair atalhos em concurso
INFORMÁTICA

Figura 21: Atalhos Word x Writer

28
Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento em
branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos ele-
mentos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

Excel 2003

No começo da sua vida, o Excel tornou-se alvo de um processo judicial de marca registrada por outra empresa que já
vendia um pacote de software chamado “Excel” na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi solicitada
a se referir ao programa como “Microsoft Excel” em todas as press releases formais e documentos legais. Contudo, com o
passar do tempo, essa prática foi sendo ignorada, e a Microsoft resolveu a questão quando ela comprou a marca registrada
reservada ao outro programa. Ela também encorajou o uso das letras XL como abreviação para o programa; apesar dessa
prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por uma combinação estilizada das duas
letras, e a extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel 2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão
12, acompanhando a mudança nos formatos de arquivo dos aplicativos do Microsoft Office.
Foi a última versão ao modo antigo com menus e uma caixa de ferramenta fixa como podemos ver na Figura 22.

Figura 22: Tela Excel 2003

#FicaDica
Uma inovação marcante do Excel 2003 são as células em forma de lista: com elas fica mais fácil analisar
e gerenciar dados relacionados, ordenando-os como preferir com um simples clique do mouse. Para
transformar qualquer intervalo de células em uma lista.
INFORMÁTICA

29
Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word.
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office
Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta
de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem com
elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office e clique
em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar Como
– Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o recurso
Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:
• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo ou
a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.
Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências estruturadas:
além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estruturadas que fazem referência a
intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo organizar, atuali-
zar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito mais fáceis de usar do que
nas versões anteriores. Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel
2007 oferece uma exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000 itens na
lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha, o número de
referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o gerenciamento de memória
foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel 2007, permitindo cálculos em planilhas
grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vários processadores e chipsets multithread.
INFORMÁTICA

30
Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.
INFORMÁTICA

Figura 24: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:


A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de
sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

31
Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:


Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar
à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido. Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra,
clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Coman-
dos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
INFORMÁTICA

32
Figura 28: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).

Figura 29: Planilha de Cálculo


INFORMÁTICA

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.

33
Figura 30: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatação das células (tal procedimento será
visto detalhadamente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessários
para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no cabe-
çalho de uma linha, esta ficará selecionada.

Figura 31: Cabeçalho de linha


INFORMÁTICA

#FicaDica
Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula
A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

34
Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

Figura 32: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao con-
trário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar um
“Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.
Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já eram
criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar. Para
criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as planilhas, basta clicar
sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

Figura 33: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos os
dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados im-
portantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o
principal documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica.
INFORMÁTICA

Uma planilha consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de traba-
lho.) ou da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho,
planilha ou parte de uma planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É
necessário digitar as letras maiúsculas e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a
proteção da planilha, quando necessário.

35
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de pla-
nilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que
ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns de
uma fórmula.
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas
de fazê-lo:

Figura 35: Soma simples

Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.


Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até o último
valor.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
A última forma que veremos é a função soma digitada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamental:
= nome da função (

1 - Sinal de igual.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.

Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno lembrete sobre a função que iremos usar, e nele é possível clicar e
obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a seguir, a função = soma(B2:B4).
INFORMÁTICA

Lembre-se, basta colocar a célula que contém o primeiro valor, em seguida os dois pontos (:) e por último a célula que
contém o último valor.
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois valores, por isso não precisamos de uma função específica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e depois
clicar na segunda célula. Usamos na figura a seguir a fórmula = B2-B3.

36
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, procede- Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
mos de forma semelhante à subtração. Clicamos no primei- dígitos)
ro número, digitamos o sinal de multiplicação que, para o Onde:
Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último valor. Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. dar.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da se- Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se de-
guinte função: seja arredondar núm.
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor
da célula C2.
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for-
ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2. Figura 37: Início da função arredondar para cima
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5. função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o
A função digitada será = máximo(A2:A5). num, ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – refe- do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para
re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é a qual queremos arredondar.
o maior valor. No caso a resposta seria 10. Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixa-
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter- remos as funções aparentes, e os resultados dispostos na
valo de células selecionadas. coluna C:
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
mínimo (A2:A5).
mesmo conceito.
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe-
Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma
re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é
divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
= mod (núm;divisor)
Média: A função da média soma os valores de uma se-
Onde:
quência selecionada e divide pela quantidade de valores
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o
dessa sequência.
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de resto.
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4) divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o nú-
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados os mero.
valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
pressionada, o resultado será automaticamente colocado
na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for alterado,
recalculam o valor final.
Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
planilha. Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente:


1,5 e 1.
Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o va-
lor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número
sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Figura 36: Exemplo função hoje Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja
Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun- obter.
ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Inteiro: Com essa função podemos obter o valor inteiro
de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lembra-
INFORMÁTICA

mos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com a


célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
Arredondar para cima: Com essa função, é possível ar-
redondar um número com casas decimais para o número Figura 39: Exemplo função abs
mais distante de zero.

37
Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 40: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado.
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00.
Assim, temos a condição:
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RESUL-
TADO NA CÉLULA E3
INFORMÁTICA

Traduzindo a condição em variáveis teremos:


Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”

38
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e colunas
nas células. Nossas fórmulas ficarão assim:
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”)

Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada condição
for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)
=Significa a chamada para uma fórmula/função
SomaSe: função SOMASE
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem avaliados a fim de chegar à condição verdadeira
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verificada a condição para soma dos valores
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar o resultado
na célula D16. E também queremos somar os salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na célula D17. Para
isso precisamos criar a seguinte condição:
HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULINO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO”
Intervalo para soma: D3:D10

Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:


=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
MULHERES:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMININO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)

Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de contagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de registros, SE
determinada condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)
= : significa a chamada para uma fórmula/função
CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise dos dados
“critérios”: critérios a serem avaliados nas células do “intervalo”
Usando a planilha acima como exemplo, queremos saber quantas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e mostrar o
resultado na célula D14, e quantas ganham abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15. Para isso precisamos
criar a seguinte condição:
INFORMÁTICA

R$ 1.200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR OU IGUAL A 1.200,00, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14

39
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
=CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
MENOS DE R$ 1.200,00:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR QUE 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15

Traduzindo a condição em variáveis teremos:


Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: <1200
Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos de-
terminado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.
Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos deixar
ela de uma maneira mais agradável.

Figura 42: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:


INFORMÁTICA

Figura 43: Formatando a planilha

40
O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito útil
INFORMÁTICA

para ordenar os dados.


Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar

41
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.
Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nossa
planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar so-
mente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente e
é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 48: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido


INFORMÁTICA

Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D

42
Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na página,
clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

#FicaDica
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do
Office 365, que podem ser comprados conforme figura 39.

LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Document
Spreadsheet).
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada pelo
sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:

Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retornará
a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 50: Exemplo de Operação no Calc

Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_planilha
+ . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usando o
sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

Utilização do Microsoft PowerPoint.

PowerPoint 2003

Na tela do PowerPoint 2003 o usuário tem a sua disposição: - barra de título, barra de menu, barra de ferramenta, painel
INFORMÁTICA

de anotações, painel do slide, barra de status, painel de estrutura de tópicos. Confira a tela do PowerPoint na figura 75:

43
Figura 51: Tela do PowerPoint 2003

1. Aqui aparecerá o título do PowerPoint e o nome da apresentação que está sendo editada. Caso o arquivo não tenha
nome, aparecerá o nome e o número das apresentações, como no exemplo da figura acima apresentação 1.
2. Esta é a principal ferramenta do PowerPoint, nela você encontrará vários menus. Para acessá-los é só clicar sobre a
mesma, ou por meio do teclado pressionando a tecla ALT junto com a letra do nome do comando no referido menu.
Exemplo: para acessar o menu arquivo, pressione ALT e a letra A que se encontra sublinhada.
3. A barra de ferramentas possui vários botões que servem para acelerar a execução de alguns recursos do PowerPoint.
4.Este é o local de trabalho no qual o texto é digitado.
5.Este painel permite adicionar anotações ou informações e até mesmo, elementos gráficos que você deseja comparti-
lhar com o público.
6.Com este painel você poderá organizar e desenvolver o conteúdo da apresentação, assim, inserir fotos, desenhos,
clip-arts e muito mais, para que sua apresentação seja mostrada da melhor maneira. Você só tem a ganhar com os
recursos que o PowerPoint dispõe, principalmente para apresentação de trabalhos escolares e trabalhos pessoais.
7. Esta fornece o número de slides, o tipo de visualização e o idioma.
Como existiu a mudança de formato, a versão 2003 foi a última a ser PPT, para poder abrir apresentações feitas na
versão 2007 ou superior, você pode baixar o pacote de compatibilidade do Microsoft gratuitos para Word, Excel e
PowerPoint. Seus conversores ajudam que seja possível abrir, editar e salvar uma apresentação que você criou em
versões mais recentes do Office.

Depois que você instalar as atualizações e conversores, todas as apresentações de versões do PowerPoint mais recentes
que 2003 são convertidos automaticamente quando você abri-los, para que você possa editar e salvá-los.

PowerPoint 2007

A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
INFORMÁTICA

chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.
O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.

44
Neste momento, o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual, di-
ferentemente do seu antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta UI
categoriza grupos e guias relacionados, tornando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do Po-
werPoint. Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização ao vivo, para rever alterações de formatação antes de
finalizá-los, bem como galerias de efeitos pré-definidos, layouts, temas e “Estilos Rápidos”.
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no PowerPoint
2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para gráficos,
textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 52: Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar
o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
INFORMÁTICA

Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

45
Figura 53: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.
Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibi-
da uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 54: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 55: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).
Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).
INFORMÁTICA

46
Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na
barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação
de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide.
Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de nave-
gação, que permitem que você siga para o próximo slide
ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos
botões de navegação você também conta com outras fer-
ramentas durante sua apresentação.

Figura 58: Botões de Navegação e Outras Ferramentas


Figura 56: Modelos e temas online Exibição de Slides: Vamos agora começar a personali-
zar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado.
Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em Se ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a
nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de
vários modelos prontos que podem ser utilizados para a opções, no menu ‘EXIBIÇÃO’.
criação de sua apresentação, conforme mostra a figura
abaixo.
Alternando entre os Modos de Exibição
Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você
trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a es-
trutura de todos os slides da apresentação.

Figura 57: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utili-


ze as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as pos-
sibilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre
as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresen-
tações profissionais com muita agilidade. Figura 59: Modo de Exibição ‘Normal’.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde
o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em seu
computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí,
basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRESEN-
TAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, #FicaDica
poderão ser alterados em qualquer momento, para aten- Para mover de um slide para outro clique
der às suas necessidades. sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja
visualizar na tela, ou utilize as teclas ‘PageUp’
Apresentação de Slides: e ‘PageDown’.
INFORMÁTICA

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide,


ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor
como funciona uma apresentação. Escolha um modelo
pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação,
assim:

47
Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.
Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação de
sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de anima-
ção e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

Figura 60: Classificação de Slides


Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

Alterando o Design:
O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O Power-
Point disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral para
visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes -> Cores e Variantes -> Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando cores
e fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse sobre cada
tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o mouse para aplicá-la
à apresentação.

Figura 61: Variantes de Temas de Design

Variantes -> Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e ima-
gens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente a apa-
rência dos objetos.

Layout de Texto:
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da palestra
INFORMÁTICA

ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.


Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. A
apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa em
que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.

48
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a
‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações.
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Isso
acontece porque o programa entende que o próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim sucessivamente
para a criação da sua apresentação.
Layouts de Conteúdo:
Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de mídia (que
podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a utiliza-
ção dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta lateral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias opções.
Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide possui
diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar apresen-
tações muito mais interessantes. O funcionamento de cada item é semelhante aos já abordados.
Agora é com você!
Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de conteúdo.
Desta forma, você estará aprendendo ainda mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é uma
etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na utilização
dos mesmos, pois além de tornar a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo, ao invés de dar
foco ao conteúdo da apresentação, passam a dar foco para as animações.
Transições: A transição dos slides nada mais é que a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher entre diversas
transições prontas, através da faixa de opções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apresentação e clique
nesta opção.
Escolha uma das transições prontas e veja o que acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando
sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito da
apresentação, o exagero pode tornar sua apresentação pouco profissional.
Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao Clicar com
o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você também pode aplicar som durante a transição.

Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresentação
você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.
Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 62: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.
INFORMÁTICA

49
Figura 63: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.
Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.
Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel de
Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide.
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.

- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em ob-
jetos e na transição de slides.

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (ESCRIVÃO – DE POLÍCIA – CESPE 2013) Título, assunto, palavras-chave e comentários de um documento são meta-
dados típicos presentes em um documento produzido por processadores de texto como o BrOffice e o Microsoft Office.

( ) CERTO ( ) ERRADO
INFORMÁTICA

Resposta: CERTO
Quando um determinado documento de texto produzido tanto pelo BrOffice quanto pelo Microsoft Office ele fica ar-
mazenado em forma de arquivo em uma memória especificada no momento da gravação deste. Ao clicar como botão
direito do mouse no arquivo de texto armazenado e clicar em propriedades é possível por meio da guia Detalhes perce-
ber os metadados “Título, assunto, palavras-chave e comentários”.

50
2. (PERITO CRIMINAL – CESPE – 2013) Considere que a saudação até o conteúdo do documento, inclusive ima-
um usuário disponha de um computador apenas com Li- gens. O Word preenche automaticamente os campos com
nux e BrOffice instalados. Nessa situação, para que esse as informações do destinatário e gera todos os documen-
computador realize a leitura de um arquivo em formato tos individuais. Contudo, não envia um arquivo a outros
de planilha do Microsoft Office Excel, armazenado em um usuários como diz a questão.
pendrive formatado com a opção NTFS, será necessária a
conversão batch do arquivo, antes de sua leitura com o 6. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, ao se sele-
aplicativo instalado, dispensando-se a montagem do siste- cionar uma palavra, clicar sobre ela com o botão direito do
ma de arquivos presente no pendrive.
mouse e, na lista disponibilizada, selecionar a opção defi-
nir, será mostrado, desde que estejam satisfeitas todas as
( ) CERTO ( ) ERRADO
configurações exigidas, um dicionário contendo significa-
Resposta: Errado. dos da palavra selecionada.
Um pendrive formatado com o sistema de arquivos
NTFS será lido normalmente pelo Linux, sem necessi- ( ) CERTO ( ) ERRADO
dade de conversão de qualquer natureza. E o fato do
suposto arquivo estar em formato Excel (xls ou xlsx) é Resposta: Certo.
indiferente também, já que o BrOffice é capaz de abrir A inclusão do dicionário no botão direito na versão
ambos os formatos. Word 2013 é novidade, mas já é antiga no Word pelo
comando Shift + F7(dicionário de sinônimos).
3. (PAPILOSCOPISTA – CESPE – 2012) O BrOffice 3, que
reúne, entre outros softwares livres de escritório, o editor
de texto Writer, a planilha eletrônica Calc e o editor de
apresentação Impress, é compatível com as plataformas
computacionais Microsoft Windows, Linux e MacOS-X

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo
O BrOffice 3 faz parte de um conjunto de aplicativos
para escritório livre multiplataforma chamado OpenO-
ffice.org.
Distribuída para Microsoft Windows, Unix, Solaris, Linux
e Mac OS X, mantida pela Apache Software Foundation.

4. (AGENTE – CESPE – 2014) No Word 2013, a partir de


opção disponível no menu Inserir, é possível inserir em um
documento uma imagem localizada no próprio computa-
dor ou em outros computadores a que o usuário esteja co-
nectado, seja em rede local, seja na Web.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo
A opção Inserir, Ilustrações, Imagem possibilita a inser-
ção de imagens no documento, sejam elas armazenadas Considerando a figura acima, que ilustra uma janela do
no computador, na rede ou na Internet (no 2013 é pos-
Word 2000 contendo parte de um texto extraído e adap-
sível na opção Imagens on-line, no 2010 não).
tado do sítio http://www.funai.gov.br, julgue os itens sub-
5. (AGENTE – CESPE – 2014) Para criar um documento no sequentes.
Word 2013 e enviá-lo para outras pessoas, o usuário deve
clicar o menu Inserir e, na lista disponibilizada, selecionar a 7. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Considere
opção Iniciar Mala Direta. o seguinte procedimento: selecionar o trecho “Funai, (...)
Federal”; clicar a opção
( ) CERTO ( ) ERRADO Estilo no menu ; na janela decorrente dessa ação, mar-
car o campo todas em maiúsculas; clicar OK. Esse procedi-
INFORMÁTICA

Resposta: Errado mento fará que todas as letras do referido trecho fiquem
.A mala direta é usada para criar correspondências em com a fonte maiúscula.
massa que podem ser personalizadas para cada destinatá-
rio. É possível adicionar elementos individuais a qualquer ( ) CERTO ( ) ERRADO
parte de uma etiqueta, carta, envelope, ou e-mail, desde

51
Resposta: Errado 10. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) É possível
O procedimento correto é: selecionar o trecho “Funai, aplicar negrito às células B2, B3 e B4 por meio da seguinte se-
(...) Federal”; clicar a opção FONTE no menu FORMATAR quência de ações, realizada com o mouse: clicar a célula C2; cli-
na janela decorrente dessa ação, marcar o campo Todas car ; posicionar o ponteiro sobre o centro da célula B2; pres-
em maiúsculas; clicar OK. sionar e manter pressionado o botão esquerdo; posicionar o
ponteiro no centro da célula B4; liberar o botão esquerdo.
8. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) As informa- Em um computador cujo sistema operacional é o Windows
ções contidas na figura mostrada permitem concluir que XP, ao se clicar, com o botão direito do mouse, o ícone ,
o documento em edição contém duas páginas e, caso se contido na área de trabalho e referente a determinado arqui-
disponha de uma impressora devidamente instalada e se vo, foi exibido o menu mostrado na figura ao lado. A respeito
deseje imprimir apenas a primeira página do documento, é dessa figura e do Windows XP, julgue os itens a seguir.
suficiente realizar as seguintes ações: clicar a opção Impri-
mir no menu ; na janela aberta em decorrência dessa
ação, assinalar, no campo apropriado, que se deseja impri-
mir a página atual; clicar OK.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo
A opção para imprimir documentos assim como para
efetuar as devidas configurações da impressão podem
ser feitas através do Menu Arquivo / Imprimir ou utili-
zando-se do atalho CTRL+P.

9. (DELEGADO DE POLÍCIA – CESPE – 2004) Para encon- ( ) CERTO ( ) ERRADO


trar todas as ocorrências do termo “Ibama” no documento
em edição, é suficiente realizar o seguinte procedimento: Resposta: Certo
aplicar um clique duplo sobre o referido termo; clicar su- Com o botão “Pincel” é possível copiar toda a formata-
cessivamente o botão . ção de uma célula para outra célula, e o procedimento
correto foi descrito na questão.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado
O botão mostrado na questão não deve ser utilizado para GOOGLE CHROME VERSÃO ATUALIZADA:
encontrar ocorrências de um determinado termo no docu- AMBIENTE E COMPONENTES DO PRO-
mento que se está editando, tal recurso pode ser consegui- GRAMA: IDENTIFICAR O AMBIENTE, CA-
do através do botão Localizar ou do atalho CTRL+L. RACTERÍSTICAS E COMPONENTES DA
JANELA PRINCIPAL; FUNCIONALIDADES:
IDENTIFICAR E SABER USAR TODAS AS
FUNCIONALIDADES DO GOOGLE CHRO-
ME. MOZILLA FIREFOX VERSÃO ATUALI-
ZADA: (AMBIENTE E COMPONENTES DO
PROGRAMA: IDENTIFICAR O AMBIENTE,
CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES DA
JANELA PRINCIPAL; FUNCIONALIDADES:
IDENTIFICAR E SABER USAR TODAS AS
FUNCIONALIDADES DO MOZILLA FIREFOX

Um browser ou navegador é um aplicativo que opera


através da internet, interpretando arquivos e sites web de-
senvolvidos com frequência em código HTML que contém
INFORMÁTICA

A figura acima mostra uma janela do Excel 2002 com informação e conteúdo em hipertexto de todas as partes
uma planilha em processo de edição. Com relação a essa do mundo.
figura e ao Excel 2002, e considerando que apenas a célula Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
C2 está formatada como negrito, julgue o item abaixo. são programas de computador especializados em visuali-
zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web,

52
até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer
e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no
mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um
deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o
Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mun-
do, porém o conceito e usabilidade dos outros navegado-
res seguem os mesmos princípios lógicos.
Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con- Figura 4: Símbolo do Safari
sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave-
mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é
fácil de utilizar. um programa preparado para explorar a Internet dando
acesso a suas informações. Representado pelo símbolo do
“e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique
em seu símbolo.

Figura 1: Símbolo do Google Chrome


Figura 5: Símbolo do Internet Explorer
#FicaDica
Ultimamente tem caído perguntas #FicaDica
relacionadas a guia anônima que não deixa Glossário interessante que abordam internet e
rastro (senhas, auto completar, entre outros), correio eletrônico
e é acessado com o atalho CTRL+SHIFT+N Anti-spam: Ferramenta utilizada para filtro de
mensagens indesejadas.
Browser: Programa utilizado para navegar
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na- na Web, também chamado de navegador.
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter Exemplo: Mozilla Firefox.
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores Cliente de e-mail: Software destinado a gerenciar
mais rápidas e com maior segurança contra hackers. contas de correio eletrônico, possibilitando
a composição, envio, recebimento, leitura e
arquivamento de mensagens. A seguir, uma
lista de gerenciadores de e-mail (em negrito
os mais conhecidos e utilizados atualmente):
Microsoft Office Outlook, Microsoft Outlook
Express, Mozilla Thunderbird, Eudora,
Figura 2: Símbolo do Mozilla Firefox Pegasus Mail, Apple Mail (Apple), Kmail (Linux)
e Windows Mail.
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande de-
sempenho, porém especialistas em segurança o considera
o navegador com menos segurança. Outros pontos importantes de conceitos que podem
ser abordado no seu concurso são:
MIME (Multipurpose Internet Mail Extensions – Exten-
sões multiuso do correio da Internet): Provê mecanismos
para o envio de outros tipo sde informações por e-mail,
como imagens, sons, filmes, entre outros.
MTA (Mail Transfer Agent – Agente de Transferência de
Figura 3: Símbolo do Opera Correio): Termo utilizado para designar os servidores de
Correio Eletrônico.
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo MUA (Mail User Agent – Agente Usuário de Correio):
INFORMÁTICA

navegador considerado pelos especialistas e possui uma Programas clientes de e-mail, como o Mozilla Thunderbird,
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da Microsoft Outlook Express etc.
Apple existem versões para Windows. POP3 (Post Office Protocol Version 3 - Protocolo de
Agência de Correio “Versão 3”): Protocolo padrão para re-
ceber e-mails. Através do POP, um usuário transfere para

53
o computador as mensagens armazenada sem sua caixa transferência realizam um processo de envio dos agentes
postal no servidor. usuários e servidores de e-mail.
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol - Protocolo de Os agentes de transferência usam três protocolos: SMTP
Transferência Simples de Correio): É um protocolo de envio (Simple Transfer Protocol), POP (Post Office Protocol) e
de e-mail apenas. Com ele, não é possível que um usuário IMAP (Internet Message Protocol). O SMTP é usado para
descarregue suas mensagens de umservidor. Esse protoco- transferir mensagens eletrônicas entre os computadores. O
lo utiliza a porta 25 do protocolo TCP. POP é muito usado para verificar mensagens de servidores
Spam: Mensagens de correio eletrônico não autoriza- de e-mail quando ele se conecta ao servidor suas men-
das ou não solicitadas pelo destinatário, geralmente de co- sagens são levadas do servidor para o computador local.
notação publicitária ou obscena, enviadas em larga escala Pode ser usado por quem usa conexão discada.
para uma lista de e-mails, fóruns ou grupos de discussão.
Já o IMAP também é um protocolo padrão que permite
Um pouco de história
acesso a mensagens nos servidores de e-mail. Ele possibi-
lita a leitura de arquivos dos e-mails, mas não permite que
A internet é uma rede de computadores que liga os
eles sejam baixados. O IMAP é ideal para quem acessa o
computadores a redor de todo o mundo, mas quando ela
começou não era assim, tinham apenas 4 computadores e e-mail de vários locais diferentes.
a maior distância entre um e outro era de 450 KM. No fim
da década de 60, o Departamento de Defesa norte-ameri-
cano resolveu criar um sistema interligado para trocar in-
#FicaDica
formações sobre pesquisas e armamentos que não pudes- Um e-mail hoje é um dos principais meios de
se chegar nas mãos dos soviéticos. Sendo assim, foi criado comunicação, por exemplo:
o projeto Arpanet pela Agência para Projeto de Pesquisa canaldoovidio@gmail.com
Avançados do Departamento de Defesa dos EUA. Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer
Ao ganhar proporções mundiais, esse tipo de conexão dizer na, o gmail é o servidor e o .com é a
recebeu o nome de internet e até a década de 80 ficou tipagem.
apenas entre os meios acadêmicos. No Brasil ela chegou
apenas na década de 90. É na internet que é executada
a World Wide Web (www), sistema que contém milhares de Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
informações (gráficos, vídeos, textos, sons, etc) que tam- em um único computador, sem necessariamente estarmos
bém ficou conhecido como rede mundial. conectados à Internet no momento da criação ou leitura
Tim Berners-Lee na década de 80 começou a criar um do e-mail, podemos usar um programa de correio eletrôni-
projeto que pode ser considerado o princípio da World Wide co. Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla
Web. No início da década de 90 ele já havia elaborado uma Thunderbird, outros proprietários como o Outlook Express.
nova proposta para o que ficaria conhecido como WWW. Os dois programas, assim como vários outros que servem à
Tim falava sobre o uso de hipertexto e a partir disso surgiu mesma finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos
o “http” (em português significa protocolo de transferência os recursos dos programas de correio eletrônico através do
de hipertexto). Vinton Cerf também é um personagem im- Outlook Express que também estão presentes no Mozilla
portante e inclusive é conhecido por muitos como o pai da Thunderbird.
internet. Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de
#FicaDica teclado para a realização de diversas funções dentro do
URL: Tudo que é disponível na Web tem seu Outlook. Para você começar os seus estudos, anote alguns
próprio endereço, chamado URL, ele facilita a atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta apertar
navegação e possui características específicas Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada mensagem
como a falta de acentuação gráfica e palavras aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso em considera-
maiúsculas. Uma url possui o http (protocolo), ção inclua os atalhos de teclado na sua rotina de estudos e
www (World Wide Web), o nome da empresa vá preparado para o concurso com os principais na cabeça.
que representa o site, .com (ex: se for um site Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para
governamental o final será .gov) e a sigla do profissionais que compartilham uma mesma área é o com-
país de origem daquele site (no Brasil é usado partilhamento de calendário entre membros de uma mes-
o BR). ma equipe.
Por isso mesmo é importante que você tenha o conhe-
cimento da técnica na hora de fazer uma prova de con-
Correios Eletrônicos curso que exige os conhecimentos básicos de informática,
INFORMÁTICA

pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores


Os correios eletrônicos se dividem em duas formas: chances de aparecer em uma ou mais questões.
os agentes de usuários e os agentes de transferência de O calendário é uma ferramenta bastante interessante
mensagens. Os agentes usuários são exemplificados pelo do Outlook que permite que o usuário organize de forma
Mozilla Thunderbird e pelo Outlook. Já os agentes de completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, com-

54
promissos e reuniões de maneira organizada por dia, de
forma a ter um maior controle das atividades que devem #FicaDica
ser realizadas durante o seu dia a dia. Para: deve ser digitado o endereço eletrônico
Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite ou o contato registrado no Outlook do
que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou par- destinatário da mensagem. Campo obrigatório.
te dele com quem você desejar, de forma a permitir que Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico
outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que ou o contato registrado no Outlook do
pode ser uma ótima pedida para profissionais dentro de destinatário que servirá para ter ciência desse
uma mesma equipe, principalmente quando um determi- e-mail.
nado membro entra de férias. Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam
Para conseguir utilizar essa função basta que você entre
ocultos.
em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Fei-
to isso, basta que você clique em Enviar Calendário por
E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no
Assunto: campo onde será inserida uma breve descri-
seu Outlook.
ção, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase so-
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as
informações que vão ser compartilhadas com quem você bre o conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas
deseja, de forma que o Outlook vai formular um calendá- aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode
rio de forma simples e detalhada de fácil visualização para levar o destinatário a não dar a devida importância à men-
quem você deseja enviar uma mensagem. sagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que tra- Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é
balha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
para deixar os comunicados enviados por e-mail com uma A mensagem, após digitada, pode passar pelas forma-
aparência mais profissional. tações existentes na barra de formatação do Outlook:
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias
saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation
conteúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de (mesma criadora do Mozilla Firefox).
um concurso público. Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de necessita de instalação no computador do usuário, já que
seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua funciona como uma página de internet, bastando o usuá-
preparação para concurso. Ao contrário do que muita gente rio acessar a página do seu provedor de e-mail com seu
pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assi- login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já
natura é bastante simples, de forma que perder pontos por que não necessita estar na máquina em que um cliente de
conta dessa questão em específico é perder pontos à toa. e-mail está instalado para acessar seu e-mail.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta
que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de
Opções. Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo #FicaDica
em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve Segmentos do Outlook Express
clicar. Feito isso, você vai conseguir adicionar as suas assina- Painel de Pastas: permite que o usuário salve
turas de maneira rápida e prática sem maiores problemas. seus e-mails em pastas específicas e dá a
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem possibilidade de criar novas pastas;
através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura aci- Painel das Mensagens: onde se concentra a
ma, ao clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir: lista de mensagens de determinada pasta e
quando se clica em um dos e-mails o conteúdo
é disponibilizado no painel de conteúdo.
Painel de Conteúdo: esse painel é onde irá
aparecer o conteúdo das mensagens enviadas.
Painel de Contatos: nesse local se concentram
as pessoas que foram cadastradas em sua lista
de endereço.

GOOGLE CHROME
O Chrome é o mais novo dos grandes navegadores e
já conquistou legiões de adeptos no mundo todo. O pro-
INFORMÁTICA

grama apresenta excelente qualidade em seu desenvolvi-


mento, como quase tudo o que leva a marca Google. O
browser não deve nada para os gigantes Firefox e Internet
Explorer e mostra que não está de brincadeira no mundo
Figura 6: Tela de Envio de E-mail
dos softwares.

55
Confira nas linhas abaixo um pouco mais sobre o ótimo -chave do que você procura na mesma lacuna. Desta for-
Google Chrome. ma o Chrome acessa o site de buscas do Google e exibe
os resultados rapidamente. No exemplo utilizamos ape-
Funções visíveis nas a palavra “Baixaki”.

Antes de detalhar melhor os aspectos mais complicados


do navegador, vamos conferir todas as funções disponíveis
logo em sua janela inicial. Observe a numeração na imagem
abaixo e acompanhe sua explicação logo em seguida:

1.    As setas são ferramentas bem conhecidas por todos


que já utilizaram um navegador. Elas permitem avançar ou
voltar nas páginas em exibição, sem maiores detalhes. Ao Abas
manter o botão pressionado sobre elas, você fará com que o A segunda tarefa importante para quem quer usar o
histórico inteiro apareça na janela. Chrome é lidar com suas abas. Elas são ferramentas muito
2.   Reenviar dados, atualizar ou recarregar a página. Todos úteis e facilitam a navegação. Como citado anteriormente,
são sinônimos desta função, ideal para conferir novamente o basta clicar no botão com um “+” para abrir uma nova guia.
link em que você se encontra, o que serve para situações bem Outra forma de abri-las é clicar em qualquer link ao
específicas – links de download perdidos, imagens que não pressionar a rodinha do mouse, o que torna tudo ainda
abriram, erros na diagramação da página. mais rápido. Também é possível utilizar o botão direito so-
3.   O ícone remete à palavra home (casa) e leva o navegador bre o novo endereço e escolher a opção “Abrir link em uma
à página inicial do programa. Mais tarde ensinaremos você a nova guia”.
modificar esta página para qualquer endereço de sua preferên-
cia. Liberdade
4.   A estrela adiciona a página em exibição aos favoritos, É muito fácil manipular as abas no Google Chrome. É
que nada mais são do que sites que você quer ter a disposi- possível arrastá-las e mudar sua ordem, além de arrancar
ção de um modo mais rápido e fácil de encontrar. a aba da janela e desta forma abrir outra independente.
5.   Abre uma nova aba de navegação, o que permite visi- Basta segurar a aba com o botão esquerdo do mouse para
tar outros sites sem precisar de duas janelas diferentes. testar suas funções. Clicar nelas com a rodinha do mouse
6.   A barra de endereços é o local em que se encontra faz com que fechem automaticamente.
o link da página visitada. A função adicional dessa parte no
Chrome é que ao digitar palavras-chave na lacuna, o mecanis-
mo de busca do Google é automaticamente ativado e exibe
os resultados em questão de poucos segundos.
7. Simplesmente ativa o link que você digitar na lacuna
à esquerda.
8. Abre as opções especiais para a página aberta no na-
vegador. Falaremos um pouco mais sobre elas em seguida.
9. Abre as funções gerais do navegador, que serão melhor
detalhadas nos próximos parágrafos.

Para Iniciantes
Se você nunca utilizou um navegador ou ainda tem dúvi-
das básicas sobre essa categoria de programas, continue len-
do este parágrafo. Do contrário, pule para o próximo e poupe O botão direito abre o menu de contexto da aba, em
seu tempo. Aqui falaremos um pouco mais sobre os conceitos que é possível abrir uma nova, recarregar a atual, fechar
e ações mais básicas do programa. a guia ou cancelar todas as outras. No teclado você pode
Com o Google Chrome, você acessa os sites da mesma abrir uma nova aba com o comando Ctrl + T ou simples-
forma que seus semelhantes – IE, Firefox, Opera. Ao executar mente apertando o F1.
o programa, tudo o que você precisa fazer é digitar o ende-
reço do local que quer visitar. Para acessar o portal Baixaki, Fechei sem querer!
INFORMÁTICA

por exemplo, basta escrever baixaki.com.br (hoje é possível Quem nunca fechou uma aba importante acidental-
dispensar o famoso “www”, inserido automaticamente pelo mente em um momento de distração? Pensando nisso,
programa.) o Chrome conta com a função “Reabrir guia fechada” no
No entanto nem sempre sabemos exatamente o link que menu de contexto (botão direito do mouse). Basta selecio-
queremos acessar. Para isso, digite o nome ou as palavras- ná-la para que a última página retorne ao navegador.

56
Coisas pessoais
Senhas: define basicamente se o programa salvará ou
não as senhas que você digitar durante a navegação. A op-
ção “Mostrar senhas salvas” exibe uma tabela com tudo o
que já foi inserido por você.
Preenchimento automático de formulário: define se os
formulários da internet (cadastros e aberturas de contas)
serão sugeridos automaticamente após a primeira digita-
ção.
Dados de navegação: durante o uso do computador, o
Configuração Chrome salva os dados da sua navegação para encontrar
Antes de continuar com as outras funções do Google sites, links e conteúdos com mais facilidade. O botão “Lim-
Chrome é legal deixar o programa com a sua cara. Para par dados de navegação” apaga esse conteúdo, enquanto
isso, vamos às configurações. Vá até o canto direito da tela a função “Importar dados” coleta informações de outros
e procure o ícone com uma chave de boca. Clique nele e navegadores.
selecione “Opções”. Temas: é possível modificar as cores e todo o visual do
navegador. Para isso, clique em “Obter temas” e aplique
um de sua preferência. Para retornar ao normal, selecione
“Redefinir para o tema padrão”.

Configurações avançadas
Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado
para usuários avançados)
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade,
que podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com
suas preferências.
Downloads: esta é a opção mais importante da aba. Em
“Local de download” é possível escolher a pasta em que os
Básicas arquivos baixados serão salvos. Você também pode definir
Inicialização: aqui é possível definir a página inicial do que o navegador pergunte o local para cada novo down-
navegador. Basta selecionar a melhor opção para você e load.
configurar as páginas que deseja abrir.
Página inicial: caso esta tenha sido a sua escolha na aba Downloads
anterior, defina qual será a página inicial do Chrome. Tam- Todos os navegadores mais famosos da atualidade con-
bém é possível escolher se o atalho para a home (aquele tam com pequenos gerenciadores de download, o que fa-
em formato de casinha) aparecerá na janela do navegador. cilita a vida de quem baixa várias coisas ao mesmo tempo.
Pesquisa padrão: como o próprio nome já deixa claro, Com o Google Chrome não é diferente. Ao clicar em um
aqui você escolhe o site de pesquisas utilizado ao digitar link de download, muitas vezes o programa perguntará se
na lacuna do programa. O botão “Gerenciar” mostra a lista você deseja mesmo baixar o arquivo, como ilustrado abai-
de mecanismos. xo:
Navegador padrão: aqui você pode definir o aplicativo
INFORMÁTICA

como seu navegador padrão. Se você optar por isso, sem-


pre que algum software ou link for executado, o Chrome
será automaticamente utilizado pelo sistema.

57
Gerenciador de tarefas
Uma das funções mais úteis do Chrome é o pequeno
gerenciador de tarefas incluso no programa. Clique com o
botão direito no topo da página (como indicado na figura)
e selecione a função “Gerenciador de tarefas”.

Logo em seguida uma pequena aba aparecerá embaixo


da janela, mostrando o progresso do download. Você pode
clicar no canto dela e conferir algumas funções especiais
para a situação. Além disso, ao selecionar a função “Mos-
trar todos os downloads” (Ctrl + J), uma nova aba é exibida
com ainda mais detalhes sobre os arquivos que você está
baixando.

Desta forma, uma nova janela aparecerá em sua tela.


Ela controla todas as abas e funções executadas pelo na-
vegador. Caso uma das guias apresente problemas você
pode fechá-la individualmente, sem comprometer todo o
programa. A função é muito útil e evita diversas dores de
cabeça.

Pesquise dentro dos sites


Outra ferramenta muito prática do navegador é a pos-
sibilidade de realizar pesquisas diretamente dentro de al-
guns sites, como o próprio portal Baixaki. Depois de usar a
busca normalmente no nosso site pela primeira vez, tudo o
que você precisa fazer é digitar baixaki e teclar o TAB para
que a busca desejada seja feita diretamente na lacuna do
Chrome.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
Navegação anônima
Se você quer entrar em alguns sites sem deixar rastros 1. (TJ-ES – CBNM1-01 – NÍVEL MÉDIO – CESPE – 2011)
ou históricos de navegação no computador, utilize a nave- UM PROGRAMA DE CORREIO ELETRÔNICO VIA WEB
gação anônima. Basta clicar no menu com o desenho da (WEBMAIL) é uma opção viável para usuários que este-
chave de boca e escolher a função “Nova janela anônima”, jam longe de seu computador pessoal. A partir de qualquer
que também pode ser aberta com o comando Ctrl + Shift
outro computador no mundo, o usuário pode, via Internet,
+ N.
acessar a caixa de correio armazenada no próprio computa-
dor cliente remoto e visualizar eventuais novas mensagens.

( ) CERTO ( ) ERRADO
INFORMÁTICA

Resposta: Errado.
O programa WebMail irá acessar o servidor de e-mail, e
não a máquina dousuário (computador cliente remoto).

58
2. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) No MS-Ou- anteriores não influenciam em mensagens já enviadas.
tlook 2010, em sua configuração padrão, quando uma Alternativa “B” está incorreta, pois é perfeitamente pos-
mensagem está sendo preparada, o usuário pode indicar sível enviar mensagens com mesmo assunto ou ainda
aos destinatários que a mensagem precisa de atenção uti- idênticas, sem prejuízo algum de mensagens anteriores.
lizando a marca de _________________. Esse recurso pode ser Alternativa “C” está incorreta, pois Todas as mensagens
encontrado no grupo Marcas, da guia Mensagem. serão enviadas, independentemente do destinatário ler
Assinale a alternativa que apresenta a opção que preenche as anteriores.
corretamente a lacuna do enunciado. Alternativa “D” está correta, pois o destinatário recebeu
2 mensagens, sendo, a primeira, sem anexo, e a segun-
a) SPAM. da, com o anexo.
b) Alta Prioridade. Alternativa “E” está incorreta, pois é possível enviar mais
c) Baixa Prioridade. de uma mensagem, com mesmo assunto e mesmo des-
d) Assinatura Personalizada. tinatário.
e) Arquivo Anexado.
4. (SOLDADO – PM DE 2ª CLASSE – VUNESP – 2017)
Resposta: Letra B. João recebeu uma mensagem de correio eletrônico com as
É possível sinalizar a mensagem como sendo de alta seguintes características:
prioridade quando se deseja que as pessoas saibam que De: Pedro
a mensagem precisa de atenção urgente. Se a mensa- Para: João; Marta
gem é apenas um informativo ou se está enviando um Cc: Ricardo; Ana
e-mail sobre um tema que não precisa ser priorizado, Usando o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração
defina o indicador de baixa prioridade. padrão, ele usou um recurso para responder a mensagem
A maioria dos clientes de e-mail, os destinatários veem que manteve apenas Pedro na lista de destinatários. Isso
um indicador específico na lista de mensagens ou nos significa que João usou a opção:
cabeçalhos.
Na faixa de opções, é possível saber quando a priorida- a) Responder.
de foi definida, pois o botão fica realçado. b) Arquivar.
c) Marcar como não lida.
3. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP – 2017) Um usuá- d) Responder a todos.
rio preparou uma mensagem de correio eletrônico usando e) Marcar como lida
o Microsoft Outlook 2010, em sua configuração padrão, e
enviou para o destinatário. Porém, algum tempo depois, Resposta: Letra A
percebeu que esqueceu de anexar um arquivo. Esse mes- Se o João deseja “responder” ao e-mail recebido de Pe-
mo usuário preparou, então, uma nova mensagem com o dro, e deseja responder apenas ao remetente já se pode
mesmo assunto, e enviou para o mesmo destinatário, ago- eliminar as alternativas “B”, “C” e “E” por não terem cor-
ra com o anexo. Assinale a alternativa correta. respondência com a função “Resposta”.
Tem-se então, apenas duas alternativas, “A” e “D”, mas
a) A mensagem original, sem o anexo, foi automaticamente como o João deseja responder apenas para Pedro ele
apagada no computador do destinatário e substituída deve escolher a opção “Responder”, pois se escolhesse
pela segunda mensagem, uma vez que ambas têm o “Responder a todos”, Marta, Ricardo e Ana também re-
mesmo assunto e são do mesmo remetente. ceberiam a mensagem.
b) Como as duas mensagens têm o mesmo assunto, a se-
gunda mensagem não foi transmitida, permanecendo no 5. (AGENTE POLICIAL – VUNESP – 2013)Observe o argu-
computador do destinatário apenas a primeira mensagem. mento de busca que o usuário fará utilizando o Google, na
c) A segunda mensagem não pode ser transmitida e fica ilustração apresentada a seguir.
bloqueada na caixa de saída do remetente, até que a
primeira mensagem tenha sido lido pelo destinatário.
d) O destinatário recebeu 2 mensagens, sendo, a primeira,
sem anexo, e a segunda, com o anexo.
e) O remetente não recebeu nenhuma das mensagens, pois
não é possível transmitir mais de uma mensagem com o
mesmo assunto e mesmo remetente.
INFORMÁTICA

Resposta: Letra D.
Alternativa “A” está incorreta, pois todas mensagens en-
viadas são armazenadas de forma independente, novas Com base na figura e no que foi digitado, assinale a
mensagens com mesmo assunto ou ainda idênticas a alternativa correta.

59
a) Será pesquisado o conjunto exato de palavras. ۰ Ctrl + P
b) A pesquisa trará como resultados o que encontrar c) Atualizada.
como antônimo do que foi digitado. ۰ F5
c) O conjunto de palavras será excluído dos resultados d) Enviada por e-mail.
pesquisados. ۰ CTRL + Enter (MS Outlook)
d) A pesquisa trará somente as imagens e vídeos não e) Aberta em uma nova aba.
relacionados ao argumento digitado. ۰ Ctrl + T = abre uma nova aba
e) Além das palavras digitadas, a pesquisa também tra- ۰ Ctrl + N = abre um novo comando
rá os seus sinônimos

Resposta: Letra A
O comando “entre aspas” durante uma busca, efetua
a busca pela ocorrência exata de tudo que está entre
as aspas, agrupado da mesma forma, desta forma, para
esta questão será retornado o resultado da ocorrência
“garota de Ipanema”.
Obs.: As pesquisas com aspas podem excluir resultados
relevantes. Por exemplo, uma pesquisa por “Alexander
Bell” excluirá páginas que se referem a Alexander G. Bell.

6. (ENGENHEIRO CIVIL – VUNESP – 2018) Considere a


imagem a seguir, extraída do Internet Explorer 11, em sua
configuração padrão. A página exibida no navegador foi
completamente carregada.

Ao pressionar o botão F5 do teclado, a página exibida


será

a) imediatamente fechada.
b) enviada para impressão.
c) atualizada.
d) enviada por e-mail.
e) aberta em uma nova aba.
INFORMÁTICA

Resposta: Letra C.
a) Imediatamente fechada.
۰ Alt + F4 = fecha todas as guias
۰ Ctrl + F4 = fecha só guia atual
b) Enviada para impressão.

60
6. (ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA –
ÁREA 8 – CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, acerca
HORA DE PRATICAR! de tecnologias de redes locais.
As redes LANs (local area network) permitem o comparti-
1. (SEDF – PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA – IN- lhamento de recursos e a troca de informações e podem
FORMÁTICA – CESPE – 2018) Julgue o item a seguir, a ser distinguidas de outros tipos de redes pelo seu tamanho,
respeito de banco de dados, organização de arquivos, mé- por sua tecnologia de transmissão e por sua topologia.
todos de acesso e banco de dados textuais.
Sistemas de gerenciamento de banco de dados exigem ( ) CERTO ( ) ERRADO
que as linguagens de definição de dados sejam embutidas
nos programas que manipulam os dados. 7. (EBSERH – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – CESPE –
2018) No que diz respeito às redes LANs e WANs e aos
( ) CERTO ( ) ERRADO protocolos e serviços de redes de computadores, julgue o
item subsecutivo.
2. (EBSERH – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFOR- Nas redes WANs, o atraso de propagação, definido como a
MAÇÃO – CESPE – 2018) Com relação a banco de dados, distância entre dois roteadores dividida pela velocidade de
julgue o item seguinte. propagação, é da ordem de milissegundos.
Após um banco de dados ser criado, o administrador exe-
cuta uma série de tarefas para dar permissão de acesso aos ( ) CERTO ( ) ERRADO
usuários que necessitam ler e gravar informações na base
de dados. A responsabilidade de gerir os acessos ao ban- 8. (EBSERH – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – CESPE –
co de dados é do sistema gerenciador de banco de dados 2018) No que diz respeito às redes LANs e WANs e aos
(SGBD). protocolos e serviços de redes de computadores, julgue o
( ) CERTO ( ) ERRADO item subsecutivo.
A maioria das WANs, por serem redes de longa distância,
3. (EBSERH – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFOR- não utiliza roteadores conectados entre as linhas de trans-
MAÇÃO – CESPE – 2018) Com relação a banco de dados, missão, uma vez que esses equipamentos são de difícil
julgue o item seguinte. configuração e tornam as redes mais lentas.
Diferentemente dos bancos de dados transacionais, a mo-
delagem de bancos de dados multidimensionais é carac- ( ) CERTO ( ) ERRADO
terizada pelo uso de tabelas fato e tabelas periféricas, que
armazenam, respectivamente, a transação e as dimensões.
9. (PREFEITURA DE TERESINA-PI – ANALISTA AD-
( ) CERTO ( ) ERRADO MINISTRATIVO – ECONOMIA – SUPERIOR – CESPE –
2018) Ano: 2016; Banca: FCC; Órgão: Prefeitura de Teresina
4. (EBSERH – ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFOR- - PI; Prova: Técnico de Nível Superior - Analista de Sistemas
MAÇÃO – CESPE – 2018) Com relação a banco de dados, Em um Star Schema de um Data Warehouse – DW, a tabela
julgue o item seguinte. Dimensão possui característica
As soluções de big data focalizam dados que já existem,
descartam dados não estruturados e disponibilizam os da- a) descritiva dentro do DW. Ela qualifica as informações
dos estruturados. provenientes da tabela Fato; A tabela Fato possui carac-
terística quantitativa dentro do DW. A partir dela são ex-
( ) CERTO ( ) ERRADO traídas as métricas que são cruzadas com os dados das
Dimensões. Dimensões são ligadas entre si e qualquer
5. (CGM DE JOÃO PESSOA-PB – AUDITOR MUNICI- uma delas se liga diretamente a tabela Fato. Os dados
PAL DE CONTROLE INTERNO – DESENVOLVIMENTO devem ser normalizados.
DE SISTEMAS – CESPE – 2018) A respeito de bancos de b) quantitativa dentro do DW. Ela quantifica as informa-
dados, julgue o item a seguir. ções provenientes da tabela Fato; A tabela Fato possui
Um banco de dados é uma coleção de dados que são or- característica descritiva dentro do DW. A partir dela são
ganizados de forma randômica, sem significado implícito extraídas as nomenclaturas que são quantificadas com
e de tamanho variável, e projetados para atender a uma os dados das Dimensões. Dimensões são ligadas entre
proposta específica de alta complexidade, de acordo com si. Os dados devem ser desnormalizados.
o interesse dos usuários. c) quantitativa dentro do DW. Ela quantifica as informações
provenientes da tabela Fato; A tabela Fato possui carac-
INFORMÁTICA

terística descritiva dentro do DW. A partir dela são ex-


( ) CERTO ( ) ERRADO traídas as nomenclaturas que são quantificadas com os
dados das Dimensões. Dimensões não são ligadas entre
si. Os dados devem ser normalizados.
d) quantitativa dentro do DW. Ela quantifica as informa-

61
ções provenientes da tabela Fato; A tabela Fato possui a) OLTP e Data Warehouse.
característica descritiva dentro do DW. A partir dela são b) OLTP e Staging Area.
extraídas as nomenclaturas que são quantificadas com c) Data Mart e Staging Area.
os dados das Dimensões. Dimensões são ligadas entre d) Staging Area e OLTP.
si. Os dados devem ser normalizados. e) Staging Area e Data Warehouse.
e) descritiva dentro do DW. Ela qualifica as informações
provenientes da tabela Fato; A tabela Fato possui ca- 12. (DPE-AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZA-
racterística quantitativa dentro do DW. A partir dela são DO DE DEFENSORIA – ANALISTA DE BANCO DE DA-
extraídas as métricas que são cruzadas com os dados DOS – SUPERIOR – FCC – 2018) Sobre o processo de ETL,
das Dimensões. Dimensões são ligadas diretamente na aplicado a data warehouse, é correto afirmar que
tabela Fato. Outra característica marcante é que os da-
dos são desnormalizados. a) a fase de extração de dados consiste em obter os dados
do servidor do data warehouse.
10. (TRT-11ª REGIÃO (AM E RR) – TÉCNICO JUDICIÁ- b) a fase de transformação consiste em realizar modifica-
RIO – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – MÉDIO – FCC ções nos dados carregados, adequando seus valores ao
– 2017) Sistemas do tipo I e do tipo II realizam tarefas dife- modelo definido para o data warehouse.
rentes, porém complementares. O tipo I é adequado para c) as fases de extração e carga de dados são realizadas de
atividades como indexação de dados, alocação de custos, forma simultânea.
análises de séries temporais e análises “what-if”. Porém, a d) a fase de carga de dados visa eliminar valores nulos con-
maioria dos sistemas do tipo I não tem a capacidade de tidos nos bancos de dados transacionais da empresa.
realizar inferências indutivas, processo que permite chegar e) a fase de carga de dados consiste em inserir os dados
a conclusões genéricas a partir de exemplos específicos, transformados nos bancos de dados transacionais da
que são uma característica nativa de sistemas do tipo II. empresa.
Sistemas do tipo I fornecem uma visão multidimensional
de dados, incluindo suporte a hierarquias. Essa visão de 13. (PREFEITURA DE TERESINA-PI – ANALISTA TEC-
dados é uma forma natural de analisar negócios e organi- NOLÓGICO – ANALISTA DE SUPORTE TÉCNICO – SU-
zações. Sistemas do tipo II, por outro lado, podem ajudar a PERIOR – FCC – 2016) O processo ETL é uma etapa impor-
detectar tendências, encontrar padrões e relações entre as tante no projeto de um data warehouse. No processo ETL,
informações disponíveis em bancos de dados. Os sistemas
do tipo II podem encontrar informações ocultas nos dados a) somente é possível realizar a carga periódica de dados
disponíveis, mas é o gestor quem deve atribuir o valor de no data warehouse uma vez a cada semana.
cada uma dessas descobertas para a organização. b) a fase de transformação de dados envolve apenas altera-
Os sistemas do tipo I e II são, correta e respectivamente, ções nos tipos vindos do ambiente operacional.
c) a fase de extração envolve a leitura de dados do data
a) Data Warehouse e Data Mining. warehouse e sua carga posterior nos bancos de dados
b) Banco de Dados Multidimensional e Banco de Dados operacionais.
Relacional. d) na fase de transferência de dados são desprezados os
c) Data Mining e Data Warehouse. puramente literais.
d) OLAP e Data Mining. e) um intervalo possível para a carga periódica de dados no
e) OLAP e Data Warehouse. data warehouse é de 24 horas.

11. (AL-MS – TÉCNICO DE INFORMÁTICA – MÉDIO – 14. (DPE-AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZA-
FCC – 2016) Considere a figura abaixo. DO DE DEFENSORIA – ANALISTA DE BANCO DE DA-
DOS – SUPERIOR – FCC – 2018) As ferramentas OLAP
compreendem diversas formas de organização dos dados
de um data warehouse. Dentre tais formas de organização,
no tipo de ferramenta OLAP denominado

a) ROLAP, os cubos pré-calculados são armazenados no


servidor do ambiente de data warehouse.
b) DOLAP, as consultas são feitas diretamente no modelo
dimensional do data warehouse.
c) MOLAP, as consultas são feitas diretamente no modelo
dimensional do data warehouse.
INFORMÁTICA

d) DOLAP, os cubos pré-calculados são armazenados no


servidor do ambiente de data warehouse.
No processo de ETL mostrado na figura, I e II correspon- e) MOLAP, os cubos pré-calculados são armazenados no
dem, respectivamente, a servidor do ambiente de data warehouse.

62
15. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS -MA – AUDITOR FIS- 18. (TRT-23ª REGIÃO (MT) – ANALISTA JUDICIÁRIO
CAL DE TRIBUTOS I – TECNOLOGIA DA INFORMA- – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – SUPERIOR – FCC
ÇÃO (TI) – SUPERIOR – FCC – 2018) Para extrair dados – 2018) A modelagem funcional de um sistema pode ser
de fontes de dados heterogêneas que irão alimentar um realizada por meio de DFDs que
Data Warehouse de forma homogênea e concisa, servin-
do de base para gerar relatórios e gráficos para apoiar as a) mostram a organização dos valores no interior dos ob-
decisões da gerência da organização, deve-se utilizar um jetos e a sequência em que ocorrem as interações entre
processo conhecido como os processos.
b) não mostram informações de controle, como o momen-
a) OLAP. to em que os processos são executados, ou decisões en-
b) Data Mart. tre vias alternativas de dados.
c) ETL. c) apresentam os relacionamentos funcionais dos valores
d) OLTP. calculados por um sistema incluindo valores de entrada
e) Data Mining. e saída, mas não inclui valores de depósitos de dados.
d) mostram as classes, atributos, operações e relaciona-
16. (DPE-AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZA- mentos entre os processos e atores do sistema.
DO DE DEFENSORIA – ANALISTA DE BANCO DE DA- e) são compostos por processos, fluxo de dados, entidades
DOS – SUPERIOR – FCC – 2018) Considerando a modela- externas, atributos e métodos.
gem conceitual de bancos de dados relacionais, o objetivo
principal é 19. (ARTESP – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE
TRANSPORTE I – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO –
a) detalhar as estruturas físicas de armazenamento dos da- SUPERIOR – FCC – 2017) Na modelagem de um banco de
dos que irão compor o banco de dados. dados relacional há diversos aspectos a serem considera-
b) descrever as interfaces de acesso externo às estruturas dos. Dentre tais aspectos, é correto afirmar que
internas do banco de dados.
c) descrever conjuntos de entidades representativas dos a) as propriedades descritivas de um conjunto de entidades
dados, bem como os conjuntos de relacionamentos en- são denominadas de atributos.
tre esses conjuntos de entidades. b) conjuntos de relacionamentos não admitem atributos
d) definir o sistema gerenciador de banco de dados que do tipo descritivo.
será utilizado na implementação do banco de dados. c) um conjunto de relacionamentos recursivo liga dois ou
e) otimizar os algoritmos de consulta utilizados no banco mais conjuntos de entidades.
de dados. d) a função exercida por um conjunto de entidades ligado a
um conjunto de relacionamentos denomina-se gatilho.
17. (PREFEITURA DE TERESINA-PI – TÉCNICO DE NÍ- e) uma modelagem de um banco de dados relacional su-
VEL SUPERIOR – ANALISTA DE SISTEMAS – SUPE- porta um número máximo teórico de conjuntos de enti-
RIOR – FCC – 2016) Durante a modelagem de dados, um dades, não superior a 30.
Analista de Sistema da Prefeitura de Teresina deparou-se
com a situação apresentada na tabela abaixo. 20. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO – SISTEMAS –
Para que haja unicidade de identificação do Departamento, SUPERIOR – FCC – 2018) Um Analista está trabalhando
é necessário que, na modelagem de dados, o: em um Data Warehouse − DW que utiliza no centro do
modelo uma única tabela que armazena as métricas e as
a) Órgão seja definido como Entidade Fraca de Departa- chaves para as tabelas ao seu redor (que descrevem os da-
mento, sendo o lado n de um relacionamento de de- dos que estão na tabela central) às quais está ligada. O es-
pendência 1:n. quema de modelagem utilizado pelo DW, a denominação
b) Departamento seja definido como Entidade Fraca de da tabela central e a denominação das tabelas periféricas
Órgão sendo o lado n de um relacionamento de depen- são, respectivamente,
dência 1:n.
c) Departamento seja definido como Entidade Fraca de Ór- a) floco de neve, base, granulares.
gão em um relacionamento de dependência n:m. b) estrela, fato, dimensões.
d) Órgão seja definido como Entidade Fraca de Departa- c) constelação, fato, granulares.
mento em um relacionamento de dependência n:m. d) atomic, base, branches.
e) Órgão e Departamento sejam modelados em um rela- e) anel, base, dimensões.
cionamento n:m não dependente.
INFORMÁTICA

63
21. (AL-MS – TÉCNICO DE INFORMÁTICA – MÉDIO – FCC – 2016) Para responder à questão, considere o modelo
mostrado na imagem abaixo, oriundo de uma situação hipotética:

Após criadas as tabelas Partido e Filiado, foram incluídos, respectivamente, os seguintes registros:

siglaPartido nomePartido cidadeSedePartido


PDT Partido Democrático Trabalhista Brasília
PMDB Partido do Movimento Democrático Brasileiro Brasília
PSDB Partido da Social Democracia Brasileira São Paulo

cpfFiliado nomeFiliado emailFiliado siglaPartido


124.179.156-10 André Braga braga@hotmail.com PMDB
147.189.237-18 Marcos Pereira mpereira@hotmail.com PDT
154.496.172-14 Pedro Silva pedro@gmail.com PDT
192.345.176-01 Maria Souza maria@ig.com.br PSDB

Para excluir todos os filiados do PMDB utiliza-se a instrução SQL:

a) DELETE Filiado WHERE siglaPartido=’PMBD’;


b) DELETE * FROM Filiado TO siglaPartido=’PMBD’;
c) DELETE ALL Filiado WHERE siglaPartido=’PMBD’;
d) DELETE * FROM Filiado LIKE siglaPartido=’PMBD’;
e) DELETE FROM Filiado WHERE siglaPartido=’PMDB’;

22. (TRE-PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – OPERAÇÃO DE COMPUTADORES – SUPERIOR – FCC – 2017) Atenção: Para
responder à questão, considere as informações abaixo.
Considere a existência de um banco de dados com as tabelas criadas pelos comandos abaixo.
INFORMÁTICA

64
INFORMÁTICA

65
Para excluir os filiados ao partido PNC utiliza-se a instrução SQL

a) ERASE * FROM Filiado WHERE idPartido=’PNC’;


b) DELETE FROM Filiado WHERE idPartido=’PNC’;
c) REMOVE * FROM Filiado WHERE idPartido=’PNC’;
d) DELETE RECORD FROM Filiado WHERE idPartido=’PNC’;
e) DELETE Filiado WHERE idPartido=’PNC’;

23. (DPE-AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZADO DE DEFENSORIA – ANALISTA DE BANCO DE DADOS –


SUPERIOR – FCC – 2018) A linguagem SQL inclui, em seus comandos, a criação e utilização de procedimentos armazena-
dos e de funções, sobre os quais é correto afirmar que

a) uma função comporta vários parâmetros de saída.


b) há um limite no número de funções em cada banco de dados, imposto pela linguagem SQL.
c) uma função pode ser invocada em um comando SQL.
d) procedimentos armazenados são invocados pelo comando GO.
e) procedimentos armazenados não suportam parâmetros de entrada e saída.

24. (DPE-AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZADO DE DEFENSORIA – ANALISTA DE SISTEMA – SUPERIOR


– FCC – 2018) Para apagar todos os registros da tabela copia_eleitores utiliza-se a instrução SQL

a) DELETE FROM copia_eleitores; ou TRUNCATE * FROM copia_eleitores;


b) DELETE RECORDS copia_eleitores; ou DROP RECORDS FROM copia_eleitores;
c) DELETE * FROM copia_eleitores; ou DELETE RECORDS copia_eleitores;
d) DELETE FROM copia_eleitores; ou DELETE * FROM copia_eleitores;
e) DELETE RECORDS copia_eleitores; ou TRUNCATE TABLE copia_eleitores;

25. (AL-MS – TÉCNICO DE INFORMÁTICA – MÉDIO – FCC – 2016) Para responder à questão, considere o modelo
mostrado na imagem abaixo, oriundo de uma situação hipotética:

Após criadas as tabelas Partido e Filiado, foram incluídos, respectivamente, os seguintes registros:

siglaPartido nomePartido cidadeSedePartido


PDT Partido Democrático Trabalhista Brasília
PMDB Partido do Movimento Democrático Brasileiro Brasília
PSDB Partido da Social Democracia Brasileira São Paulo

cpfFiliado nomeFiliado emailFiliado siglaPartido


124.179.156-10 André Braga braga@hotmail.com PMDB
147.189.237-18 Marcos Pereira mpereira@hotmail.com PDT
154.496.172-14 Pedro Silva pedro@gmail.com PDT
192.345.176-01 Maria Souza maria@ig.com.br PSDB

Para passar todos os filiados do PDT para o PMBD utiliza-se a instrução SQL:
INFORMÁTICA

a) UPDATE FROM Filiado SET siglaPartido=’PMDB’ WHERE siglaPartido=’PDT’;


b) ALTER TABLE Filiado COLUMN siglaPartido=’PMDB’ WHERE siglaPartido=’PDT’;
c) ALTER RECORD Filiado SET siglaPartido=’PMDB’ WHERE siglaPartido=’PDT’;
d) UPDATE Filiado COLUMN siglaPartido=’PMDB’ WHERE siglaPartido=’PDT’;
e) UPDATE Filiado SET siglaPartido=’PMDB’ WHERE siglaPartido=’PDT’;

66
26. (TRT – 11ª REGIÃO (AM E RR) – TÉCNICO JUDI-
CIÁRIO – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – MÉDIO
– FCC – 2017) Um comando SQL, cuja sintaxe é válida no GABARITO
PostgreSQL 9.3, está apresentado em:
1 ERRADO
a) DELETE FROM tabTRT WHERE data processo= “13-AGO-
2013”; 2 CERTO
b) UPDATE trabTRT SETTING mes = 10 INSTEAD mes = 5; 3 CERTO
c) CREATE TABLE tab2 TRT { id integer, nome texts, salario
numerical}; 4 ERRADO
d) INSERT INTO tabTRT DEFAULT VALUES; 5 ERRADO
e) SELECT nome1, nome2, nome 3 FROM tab2TRT ORDER
FOR nome1 AFTER nome2; 6 CERTO
7 CERTO
27. (TRE-PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – PROGRAMA-
8 ERRADO
ÇÃO DE SISTEMAS – MÉDIO – FCC – 2017) Considere
a situação em que um usuário é solicitado a inserir o nome 9 E
de uma cidade através de um formulário em uma aplicação 10 D
web. Se ele inserir a cidade ‘Curitiba’, a consulta SQL criada
pelo script será: 11 E
SELECT * FROM EleicoesTable WHERE City = ‘Curitiba’ 12 B
No entanto, suponha que o usuário insira o seguinte:
‘Curitiba’; drop table EleicoesTable-- 13 E
Nesse caso, a seguinte consulta SQL é gerada pelo script: 14 E
SELECT * FROM EleicoesTable WHERE City = ‘Curitiba’;drop
15 C
table EleicoesTable--
Considerando que o ponto-e-vírgula (;) denota o término 16 C
de uma consulta e o início de outra e que o hífen duplo 17 B
(--) indica que o restante da linha atual é um comentário e
deve ser ignorado, é correto afirmar: 18 B
19 A
a) Como o código injetado está sintaticamente incorreto,
não será executado pelo servidor de banco de dados. 20 B
b) Mesmo que o código SQL injetado esteja sintaticamente 21 E
correto, a violação será detectada programaticamente.
22 B
c) É responsabilidade do servidor de banco de dados vali-
dar todas as entradas de usuário e verificar o código que 23 C
executa comandos SQL. 24 D
d) Quando essa instrução for executada, o Banco de Dados
selecionará primeiro todos os registros em EleicoesTable 25 E
onde City é Curitiba e, em seguida, descartará Eleicoes- 26 D
Table.
e) Este é um exemplo de como uma aplicação web pode dar 27 D
liberdade ao usuário de atualizar dados em uma base de 28 E
dados, mas somente os programadores, que conhecem
os nomes e campos das tabelas, conseguem fazer isso.

28. (TRT - 14ª REGIÃO (RO E AC) - TÉCNICO JUDICIÁ-


RIO - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – MÉDIO - FCC
– 2016) Para retirar os privilégios update e insert concedi-
dos ao usuário Paulo na tabela Clientes utiliza-se, na PL/
SQL do Oracle 11g, a instrução

a) CONSTRAINT REVOKE update, insert FROM Clientes ON


Paulo OPTION CASCADE;
INFORMÁTICA

b) CREATE ROLE update, insert ON Clientes FROM Paulo


WITH REVOKE OPTION;
c) REVOKE update, insert FROM Clientes ON Paulo;
d) CREATE ROLE update, insert FROM Clientes ON REVOKE;
e) REVOKE update, insert ON Clientes FROM Paulo;

67
ANOTAÇÕES

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INFORMÁTICA

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68
ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

Legislação de Trânsito: Do Sistema Nacional do Trânsito. Das Normas Gerais de Circulação e Conduta...........................................01
Condução de Veículos por Motorista Profissional. Lei Nº 13.103, de 2 de março de 2015 – Dispõe sobre o exercício da profissão
de Motorista..............................................................................................................................................................................................................................04
Dos Pedestres e Condutores de Veículos não Motorizados. Dos Equipamentos Obrigatórios...............................................................06
Do Cidadão. Da Educação Para o Trânsito. Da Sinalização de Trânsito..............................................................................................................09
Dos Veículos. Do Registro de Veículos. Do Licenciamento. Da Habilitação.....................................................................................................15
Das Infrações. Das Penalidades e Multas. Das Medidas Administrativas. Do Processo Administrativo................................................20
Dos Crimes de Trânsito. Conceitos e Definições. Sinalização de regulamentação. Sinalização de advertência................................38
Noções de primeiros socorros no trânsito....................................................................................................................................................................47
Transporte de passageiros e de cargas perigosas (materiais biológicos).........................................................................................................56
- abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso,
LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO: DO SISTEMA atirando, depositando ou abandonando na via obje-
NACIONAL DO TRÂNSITO. DAS NORMAS tos ou substâncias, ou nela criando qualquer outro
GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA. obstáculo.

Os usuários das vias terrestres, portanto, devem abster-


O Sistema Nacional de Trânsito, conforme preceitua o art. -se de praticar qualquer conduta que possa trazer qualquer
5º do Código de Trânsito, é o conjunto de órgãos e entidades risco a todos que possam circular na via, inclusive animais.
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Também não podem praticar qualquer conduta que
Compete ao SINETRAN, o exercício das atividades de possa ocasionar danos nas propriedades, sejam elas pú-
planejamento, administração, normatização, pesquisa, re- blicas como as ruas e avenidas, por exemplo ou privadas
gistro e licenciamento de veículos, formação, habilitação como os imóveis.
e reciclagem de condutores, educação, engenharia, opera- Ademais, os usuários também devem abster-se de dei-
ção do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamen- xar qualquer objeto na via que possa ocasionar qualquer
to de infrações e de recursos e aplicação de penalidades. tipo de risco.
Seus objetivos básicos estão estabelecidos no art. 6º e Dentre outras das normas de conduta previstas pelo
são os seguintes: CTB estão:
- estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trân- - Observar as condições do veículo, mantendo equipa-
sito, com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, mentos em boas condições de funcionamento, bem
à defesa ambiental e à educação para o trânsito, e como atentando para a existência de combustível
fiscalizar seu cumprimento; suficiente, de forma que não haja qualquer parada
- fixar, mediante normas e procedimentos, a padroniza- imprevista do veículo na via.
ção de critérios técnicos, financeiros e administrati-
vos para a execução das atividades de trânsito; Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias
- estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de públicas, o condutor deverá verificar a existência e as
informações entre os seus diversos órgãos e entida- boas condições de funcionamento dos equipamentos de
des, a fim de facilitar o processo decisório e a inte- uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de
gração do Sistema. combustível suficiente para chegar ao local de destino.
É composto pelos seguintes órgãos e entidades previs- - Cabe ao condutor ter domínio de seu veículo, com a
tos no art. 7º do Código mencionado acima: observância dos cuidados do trânsito, conforme pre-
- o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coor- visto no art. 28.
denador do Sistema e órgão máximo normativo e Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domí-
consultivo; nio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados
- os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Con- indispensáveis à segurança do trânsito.
selho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDI-
FE, órgãos normativos, consultivos e coordenadores; Outro dos deveres do condutor é manter o domínio do
- os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, seu veículo. Deve dirigir com cuidado e atenção indispen-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; sáveis para a manutenção da segurança no trânsito.
- os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, Nas vias terrestres, tendo em vista o excesso de veícu-
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; los, devem ser observadas normas de circulação.
- a Polícia Rodoviária Federal; Destaca-se que a circulação deve ocorrer pelo lado di-
- as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; reito, admitindo exceções, desde que devidamente sinali-
e zadas.
- as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - O condutor deve também guardar distância lateral e CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
JARI. frontal em relação aos demais veículos e em relação à via.
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas
NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA. à circulação obedecerá às seguintes normas:
I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitin-
O Código de Trânsito Brasileiro estabelece normas de do-se as exceções devidamente sinalizadas;
circulação em relação aos usuários das vias terrestres, bem II - o condutor deverá guardar distância de segurança
como a forma de organização das vias para circulação dos lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem
veículos. como em relação ao bordo da pista, considerando-se,
O art. 26 preceitua que os usuários das vias terrestres no momento, a velocidade e as condições do local, da
devem: circulação, do veículo e as condições climáticas;
- abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou - Quando não houver sinalização da via, a preferência
obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de passagem do condutor será da seguinte forma:
de animais, ou ainda causar danos a propriedades - daquele que estiver circulando na rodovia de um fluxo
públicas ou privadas; único;

1
- na rotatória, a preferência será daquele que estiver a) quando os dispositivos estiverem acionados, indi-
nela circulando; cando a proximidade dos veículos, todos os condu-
- nas outras situações, a preferência será do condutor tores deverão deixar livre a passagem pela faixa da
que vier pela direita. esquerda, indo para a direita da via e parando, se
- Quando veículos, transitando por fluxos que se cru- necessário;
zem, se aproximarem de local não sinalizado, terá b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão
preferência de passagem: aguardar no passeio, só atravessando a via quando o
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodo- veículo já tiver passado pelo local;
via, aquele que estiver circulando por ela; c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de ilumina-
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando ção vermelha intermitente só poderá ocorrer quando
por ela; da efetiva prestação de serviço de urgência;
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor; d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento
deverá se dar com velocidade reduzida e com os de-
Em uma pista de rolamento em que haja várias faixas vidos cuidados de segurança, obedecidas as demais
de circulação no mesmo sentido, os veículos mais lentos normas deste Código;
devem deslocar-se pela direita. Também devem manter-
-se na pista da direita aqueles veículos de maior porte, de Quando se tratar de um veículo de utilidade pública,
forma que a esquerda fique livre para o deslocamento em ele poderá parar e estacionar no local para prestação do
maior velocidade. serviço. Deverá, porém, sinalizar sobre esta parada.
- Quando uma pista de rolamento comportar várias fai- Os veículos prestadores de serviços de utilidade públi-
xas de circulação no mesmo sentido, são as da direita ca, quando em atendimento na via, gozam de livre parada
destinadas ao deslocamento dos veículos mais len- e estacionamento no local da prestação de serviço, desde
tos e de maior porte, quando não houver faixa es- que devidamente sinalizados, devendo estar identificados
pecial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas na forma estabelecida pelo CONTRAN;
à ultrapassagem e ao deslocamento dos veículos de Norma de circulação e conduta de grande importância
maior velocidade; e a que deve ser destinada muita atenção é sobre a ultra-
Outra regra de conduta de grande relevância: os veícu- passagem.
los não poderão de forma injustificada transitar nas calça- Isto porque aquele que pretende fazer uma ultrapassa-
das, passeios e acostamentos. A exceção, porém, será para gem deverá observar o seguinte:
- que o veículo que venha atrás também não pretenda
saída dos imóveis ou de áreas especiais de estacionamento.
ultrapassá-lo;
Trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos
- que o veículo que venha logo à frente também não
acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou
esteja efetuando uma ultrapassagem;
se saia dos imóveis ou áreas especiais de estacionamento;
- que haja espaço suficiente na pista para que realize a
ultrapassagem, sem que haja qualquer risco de inva-
1. Veículos especiais
são da pista contrária;
Os veículos de batedores terão prioridade de passagem. Ainda: deverá o condutor indicar com antecedência a
Em caso de veículos que prestem socorro, há priorida- manobra que pretende realizar, podendo fazê-lo por meio
des que lhe são garantidas como de livre circulação, esta- da seta ou até mesmo utilizando-se do gesto convencional
cionamento e parada. com o braço.
Estes veículos devem, porém, acionar dispositivos de A ultrapassagem de outro veículo em movimento de-
alarme sonoro e iluminação vermelha para que os demais verá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização regu-
condutores possam atentar-se da necessidade de sua pas- lamentar e as demais normas estabelecidas neste Código,
sagem e deixar livre o lado esquerdo, inclusive, se neces-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver sinali-


sário estacionando o carro para não impedir o trânsito do zando o propósito de entrar à esquerda;
carro de socorro. X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultra-
Inclusive, para a passagem de veículos especiais, até passagem, certificar-se de que:
mesmo os pedestres devem atentar-se para as normas de a) nenhum condutor que venha atrás haja começado
conduta, devendo aguardar para realização da travessia, uma manobra para ultrapassá-lo;
ainda que esteja aberta em seu favor. b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja
Os veículos precedidos de batedores terão prioridade indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;
de passagem, respeitadas as demais normas de circulação; c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa
Os veículos destinados a socorro de incêndio e salva- extensão suficiente para que sua manobra não ponha
mento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trân- em perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido
sito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, go- contrário;
zam de livre circulação, estacionamento e parada, quando XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
em serviço de urgência e devidamente identificados por a) indicar com antecedência a manobra pretendida,
dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por
vermelha intermitente, observadas as seguintes disposições: meio de gesto convencional de braço;

2
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapas- Vale atenta-se para a velocidade das vias rurais, ten-
sa, de tal forma que deixe livre uma distância lateral de do em vista terem sofrido importante alteração pela Lei
segurança; 13.281/2016, conforme segue:
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de
trânsito de origem, acionando a luz indicadora de dire- Rodovias de pista dupla:
ção do veículo ou fazendo gesto convencional de braço, - Para automóveis, camionetas e motocicletas: 110
adotando os cuidados necessários para não pôr em pe- km/h;
rigo ou obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou; - Demais veículos: 90 km/h;
XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão pre-
ferência de passagem sobre os demais, respeitadas as Rodovias de pista simples:
normas de circulação. - Para automóveis, camionetas e mot;ocicletas: 100
km/h;
Outra importante norma de conduta se refere à proibi- - Para os demais veículos: 90 km/h.
ção de que o condutor ou passageiros deixem a porta do - Estradas: 60 km/h.
veículo aberta ou mesmo desçam do carro sem certifica-
rem-se de que há segurança para este desembarque. 3. Transporte de crianças
Inclusive, o Código de Trânsito determina que embar-
que e desembarque sempre devem ocorrer pelo lado da Outra norma de conduta de grande relevância e inci-
calçada, exceto se tratar-se do condutor. dência em provas trata do transporte de crianças com ida-
Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir de inferior a dez anos que deve ocorrer sempre no banco
a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo traseiro, conforme preceitua o art. 64 do CTB.
sem antes se certificarem de que isso não constitui peri- Sobre o transporte de crianças vale ressaltar que a Re-
go para eles e para outros usuários da via. solução CONTRAN 277/2008 determinam que além do
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem transporte de crianças (até dez anos) ter que ocorrer no
ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o con- banco traseiro, deverão sê-lo com cinto de segurança ou
dutor. sistema de retenção equivalente.
Importa esclarecer que isto deve ocorrer da seguinte
2. Classificação das vias abertas forma:
- Crianças com até um ano de idade: deverão ser trans-
O art. 60 traz importante classificação referente às vias portadas com dispositivo de retenção denominado
abertas. Sendo que primeiramente se dividem em: vias ur- “bebê conforto ou conversível”;
banas e vias rurais. - Crianças com idade superior a um ano e inferior ou
Por sua vez, as vias urbanas podem ser: de trânsito rápi- igual a quatro anos deverão ser transportadas com
do, via arterial; via coletora e via local. dispositivo de retenção denominado “cadeirinha”;
Já as vias rurais se subdividem em rodovias e estradas.
O Código de Trânsito traz as velocidades permitidas em Crianças com idade superior a quatro anos e inferior ou
cada uma das vias. igual a sete anos e meio deverão ser transportadas com
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua dispositivo de retenção denominado “assento de eleva-
utilização, classificam-se em: ção”;
I - vias urbanas: Crianças com idade superior a sete anos e meio e infe-
a) via de trânsito rápido; rior ou igual a dez anos deverão utilizar o cinto de segu-
b) via arterial; rança do veículo.
c) via coletora;
d) via local; CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
II - vias rurais:
a) rodovias;
b) estradas.

O CTB determina que a velocidade máxima das vias será


indicada por meio de sinalização (art. 61). Em sua ausência,
porém, as velocidades vigentes serão:

Vias urbanas:
- 80 km/h: vias de trânsito rápido;
- 60 km/h: vias arteriais;
- 40 km/h: vias coletoras;
- 30 km/h: vias locais.

3
a um lugar que ofereça a segurança e o atendimento
CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORIS- demandados, desde que não haja comprometimento da
TA PROFISSIONAL. LEI Nº 13.103, DE 2 DE segurança rodoviária. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
MARÇO DE 2015 – DISPÕE SOBRE O EXERCÍ- 2015) (Vigência)
CIO DA PROFISSÃO DE MOTORISTA. § 3o O condutor é obrigado, dentro do período de 24
(vinte e quatro) horas, a observar o mínimo de 11 (onze)
horas de descanso, que podem ser fracionadas, usufruí-
CAPÍTULO III-A das no veículo e coincidir com os intervalos mencionados
(Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigência) no § 1o, observadas no primeiro período 8 (oito) horas
CAPÍTULO III-A ininterruptas de descanso. (Incluído pela Lei nº 13.103,
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS de 2015) (Vigência)
PROFISSIONAIS § 4o Entende-se como tempo de direção ou de condução
apenas o período em que o condutor estiver efetivamen-
Art. 67-A.O disposto neste Capítulo aplica-se aos moto- te ao volante, em curso entre a origem e o destino. (In-
ristas profissionais:(Redação dada pela Lei nº 13.103, de cluído pela Lei nº 13.103, de 2015)(Vigência)
2015) (Vigência) § 5o Entende-se como início de viagem a partida do ve-
I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros; (In- ículo na ida ou no retorno, com ou sem carga, consi-
cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) derando-se como sua continuação as partidas nos dias
II - de transporte rodoviário de cargas. (Incluído pela Lei subsequentes até o destino. (Incluído pela Lei nº 13.103,
nº 13.103, de 2015) (Vigência) de 2015) (Vigência)
§ 1o(Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de § 6o O condutor somente iniciará uma viagem após o
2015) (Vigência) cumprimento integral do intervalo de descanso previs-
§ 2o(Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.103, de to no § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.103, de
2015) (Vigência) 2015) (Vigência)
§ 3o(Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.103, de § 7o Nenhum transportador de cargas ou coletivo de
2015) (Vigência) passageiros, embarcador, consignatário de cargas, ope-
§ 4o(Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de rador de terminais de carga, operador de transporte
2015) (Vigência) multimodal de cargas ou agente de cargas ordenará
§ 5o(Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.103, de a qualquer motorista a seu serviço, ainda que subcon-
2015) (Vigência) tratado, que conduza veículo referido no caput sem a
§ 6o(Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.103, de observância do disposto no § 6o.(Incluído pela Lei nº
2015) (Vigência) 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 7o(Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.103, de Art. 67-D.(VETADO).(Incluído Lei nº 12.619, de 2012)
2015) (Vigência) (Vigência)
§ 8o(VETADO).(Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vigên- Art. 67-E.O motorista profissional é responsável por con-
cia) trolar e registrar o tempo de condução estipulado no art.
Art 67-B.VETADO). (Incluído Lei nº 12.619, de 2012) (Vi- 67-C, com vistas à sua estrita observância. (Incluído pela
gência) Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 67-C.É vedado ao motorista profissional dirigir por § 1o A não observância dos períodos de descanso esta-
mais de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veículos belecidos no art. 67-C sujeitará o motorista profissional
de transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de às penalidades daí decorrentes, previstas neste Código.
transporte rodoviário de cargas.(Redação dada pela Lei (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)(Vigência)
nº 13.103, de 2015) (Vigência) § 2o O tempo de direção será controlado mediante re-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

§ 1o Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso gistrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo
dentro de cada 6 (seis) horas na condução de veículo de e, ou por meio de anotação em diário de bordo, ou pa-
transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamen- peleta ou ficha de trabalho externo, ou por meios ele-
to e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas trônicos instalados no veículo, conforme norma do Con-
5 (cinco) horas e meia contínuas no exercício da condu- tran. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
ção.(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência) § 3o O equipamento eletrônico ou registrador deverá
§ 1o-A.Serão observados 30 (trinta) minutos para des- funcionar de forma independente de qualquer interfe-
canso a cada 4 (quatro) horas na condução de veículo rência do condutor, quanto aos dados registrados. (In-
rodoviário de passageiros, sendo facultado o seu fracio- cluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
namento e o do tempo de direção. (Incluído pela Lei nº § 4o A guarda, a preservação e a exatidão das informa-
13.103, de 2015) (Vigência) ções contidas no equipamento registrador instantâneo
§ 2o Em situações excepcionais de inobservância justi- inalterável de velocidade e de tempo são de responsabi-
ficada do tempo de direção, devidamente registradas, o lidade do condutor.(Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015)
tempo de direção poderá ser elevado pelo período neces- (Vigência)
sário para que o condutor, o veículo e a carga cheguem

4
LEI Nº13.103/2015 3. Tempo de direção

A Lei no 13.103/2015, de 2 de março de 2015, conheci- É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de
da como Lei do Motorista, está roubando a cena quando cinco horas e meia ininterruptas veículos de transporte ro-
o assunto é regulamentação do exercício da profissão de doviário de cargas. Apesar da carga horária prevista, a lei
motorista. Resultado da pressão originada da greve geral estabelece como obrigatório um período de descanso de
dos caminhoneiros autônomos em fevereiro de 2015, a lei 30 minutos a cada seis horas na condução do veículo de
entrou em vigência no dia 17 de abril do mesmo ano, isto transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamen-
é, 45 dias após a publicação. to e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas
A lei em questão estabelece novas normas para regu- cinco horas e meia continuadas no exercício da condução.
lamentar a rotina de trabalho dos motoristas profissionais
de passageiros e de transporte de cargas. Alterou alguns 4. Tempo de espera
dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e
do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), além de revogar al- Segundo a nova lei, em nenhum hipótese o tempo de
guns dispositivos da Lei no 12.619/12, que antes regulava espera poderá prejudicar o direito ao recebimento da re-
a matéria, para disciplinar a jornada de trabalho e o tempo muneração correspondente ao salário-base diário.
de direção do motorista profissional. Quando o tempo de espera for superior a duas horas,
Embora ainda não seja considerada ideal por algumas o tempo poderá ser considerado repouso, desde que não
partes do setor, a nova lei prevê melhorias das condições seja exigida a permanência do motorista junto ao veículo
de trabalho para os motoristas profissionais e aumenta a e o local ofereça condições adequadas. Embora a lei traga
segurança nas estradas, em função da exigência de exames outra novidade em relação esse assunto, é nessa condição
toxicológicos para o exercício da função. de espera que o empregado pode realizar movimentações
necessárias do veículo sem contar hora na jornada de tra-
1. Controle e registro
balho. Entretanto, não é especificado o limite para essas
movimentações, o que pode gerar discussões judiciais so-
Não houve mudança em relação ao direito de o mo-
bre eventuais descaracterizações do tempo de espera. Mais
torista ter a jornada de trabalho controlada e registrada
uma vez, nesse caso, a utilização da tecnologia Autotrac
mediante anotação em diário de bordo ou sistemas eletrô-
possibilita mais exatidão e controle de deslocamento, tor-
nicos instalados no veículo. Entretanto, com a nova lei, há
um novo ponto em questão: o controle deixa de ser ape- nando-se uma aliada nessas discussões.
nas um direito do empregado, passando a ser um dever do
empregador, isto é, consiste em uma obrigação comparti- 5. Descanso
lhada. Sua eficácia só é possível se o empregado colaborar
na transmissão de dados e informações sobre paradas e A cada 24 horas, o motorista tem direito a 11 horas de
repouso. descanso, que podem ser fracionadas, garantindo-se o mí-
Para que o empregador evite problemas futuros com nimo de oito horas ininterruptas.
a lei, ele pode contar contar com a tecnologia Autotrac
para ter mais precisão e segurança das informações. Com 6. Pedágio
o software de monitoramento, é possível acompanhar, de
forma integral e com exatidão, quando o veículo está em Segundo o Art. 17 da lei, os veículos de transporte de
movimento e parado. Além disso, possibilita um melhor cargas que circularem vazios não pagarão taxas de pedágio
planejamento de rotas, mais contato com o motorista e au- sobre os eixos que mantiverem suspensos.
tomação de bloqueio do caminhão, caso haja necessidade.
7. Seguro obrigatório ao motorista empregado
2. Jornada de trabalho CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
A lei prevê que o motorista deve ter um seguro obriga-
Os motoristas terão jornada diária de oito horas, que tório custeado pelo empregador no valor mínimo corres-
podem ser prorrogadas por até duas horas extraordinárias pondente a 10 vezes o piso salarial da categoria ou valor
ou, se previsto em convenção ou acordo coletivo, por até superior fixado em Convenção ou Acordo Coletivo de Tra-
quatro horas extraordinárias. Continua sendo considerado balho. O seguro deve ser destinado a atender à cobertura
trabalho efetivo quando o empregado estiver à disposição de morte natural, morte por acidente, translado e auxílio-
do empregados. -funeral.
Estão fora da jornada de trabalho os intervalos para re-
feição, que devem ser de no mínimo uma hora e podem 8. Exames toxicológicos
coincidir com o tempo de parada obrigatória. As horas que
o motorista fica aguardando carga ou descarga do veículo Os motoristas serão submetidos a exames toxicológi-
e o período gasto com a fiscalização da mercadoria são cos na admissão e no desligamento da função, com direi-
considerados tempo de espera. to à contraprova e confidencialidade dos resultados. Para
os motoristas empregados, a nova lei traz a obrigação de
submissão a exames com janela de detecção mínima de 90

5
dias e programa de controle do uso de drogas e de bebida I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento
alcoólica, instituído pelo empregador, com ampla ciência da via deverá ser feito em sentido perpendicular ao de
do empregado, pelo menos uma vez a cada dois anos e seu eixo;
seis meses. II - para atravessar uma passagem sinalizada para pe-
destres ou delimitada por marcas sobre a pista:
Prezado candidato, pode aproveitar e conferir mais a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações
informações a respeito da lei indicada no site sugerido das luzes;
a seguir, bem como no Planalto, onde terá acesso à lei b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o
na íntegra para sua apreciação. semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de
( h t t p s : / / w w w. a u t o t r a c . c o m . b r / b l o g / l e i - n o - veículos;
-13-1032015-saiba-o-que-mudou-com-a-nova-lei-do- III - nas interseções e em suas proximidades, onde não
-motorista/) existam faixas de travessia, os pedestres devem atraves-
sar a via na continuação da calçada, observadas as se-
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍ- guintes normas:
CULOS NÃO MOTORIZADOS. DOS EQUIPA- a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar
MENTOS OBRIGATÓRIOS. de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedes-
tres não deverão aumentar o seu percurso, demorar-se
ou parar sobre ela sem necessidade.
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via
MOTORIZADOS sobre as faixas delimitadas para esse fim terão priori-
dade de passagem, exceto nos locais com sinalização
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos pas- semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições
seios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos deste Código.
acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização
autoridade competente permitir a utilização de parte da semafórica de controle de passagem será dada preferên-
calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial cia aos pedestres que não tenham concluído a travessia,
ao fluxo de pedestres. mesmo em caso de mudança do semáforo liberando a
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equi- passagem dos veículos.
para-se ao pedestre em direitos e deveres. Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre
§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou a via manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens
quando não for possível a utilização destes, a circulação de pedestres em boas condições de visibilidade, higiene,
de pedestres na pista de rolamento será feita com prio- segurança e sinalização.
ridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila
única, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas 1. Equipamentos Obrigatórios.
situações em que a segurança ficar comprometida.
§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento Segundo o Código Nacional de Trânsito (Contran), são
ou quando não for possível a utilização dele, a circula- 29 equipamentos indispensáveis, entre eles, cinto de se-
ção de pedestres, na pista de rolamento, será feita com gurança, retrovisor, pneus em bom estado, para-choque,
prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em sistema de iluminação e limpador de para-brisa e, a falta
fila única, em sentido contrário ao deslocamento de ve- desses equipamentos gera infração de trânsito.
ículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas A verificação periódica desses itens resulta numa con-
situações em que a segurança ficar comprometida. dução mais econômica e principalmente mais segura.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

§ 4º (VETADO) É a Resolução 14/98 do Contran que estabelece os


§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de equipamentos obrigatórios para a frota de veículos em cir-
arte a serem construídas, deverá ser previsto passeio culação. De acordo com a norma, para circular em vias pú-
destinado à circulação dos pedestres, que não deverão, blicas, os veículos deverão estar dotados dos equipamen-
nessas condições, usar o acostamento. tos obrigatórios relacionados, a serem constatados pela
§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem fiscalização e em condições de funcionamento. Transitar
para pedestres, o órgão ou entidade com circunscrição com um veículo sem possuir o equipamento obrigatório,
sobre a via deverá assegurar a devida sinalização e pro- com ele inoperante ou em desacordo é infração grave, com
teção para circulação de pedestres. multa de R$ 195,23, acréscimo de cinco pontos na CNH e
Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre to- retenção do veículo para regularização.
mará precauções de segurança, levando em conta, prin-
cipalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos Verifique esses equipamentos na lista abaixo:
veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a ele 1. Para-choques, dianteiro e traseiro
destinadas sempre que estas existirem numa distância Os para-choques cumprem papel fundamental para di-
de até cinquenta metros dele, observadas as seguintes minuição de danos em caso de colisão frontal e tra-
disposições: seira.

6
2.Luzes de posição dianteiras (faroletes) de cor branca 12. Pala interna de proteção contra o sol (para-sol) para
ou amarela o condutor
Luzes que servem para indicar a presença e a largura O uso do para-sol evita a incidência direta de raios sola-
do veículo. Devem ser usadas durante o dia, em caso res, porém ele deve ser usado apenas em momentos
de chuva ou neblina – embora seja recomendável o específicos de grande brilho, pois reduz o campo de
farol baixo ou de neblina; e à noite, com o carro para- visão.
do, no embarque e desembarque de passageiros ou 13. Velocímetro
em operações de carga e descarga. Informa a velocidade do veículo. É nele que você deve
3. Faróis principais dianteiros de cor branca ou amarela ficar de olho para não exceder o limite de velocidade
A luz é um fator fundamental de segurança para que das vias.
os usuários do trânsito possam ver e serem vistos. 14. Cinto de segurança para todos os ocupantes do ve-
Porém, ela pode se tornar uma condição adversa se ículo
estiver em falta ou excesso. Por esse motivo os faróis Estudos mostram que o cinto de segurança no banco
principais (luz baixa e alta) devem estar em perfeitas da frente reduz o risco de morte em 45% e, no banco
condições de uso. traseiro, em até 75%. Para usar o cinto corretamen-
4. Lanterna de iluminação da placa traseira, de cor bran- te o motorista e passageiros devem ajustá-lo firme-
ca mente ao corpo, sem deixar folgas. O cinto nunca
A função desta lâmpada é iluminar a placa identificando deve passar pelo pescoço e sim pelo ombro e meio
o veículo. do peito. A faixa inferior deverá ficar abaixo do abdô-
5. Lanternas de freio de cor vermelha men (passando pelos ossos do quadril).
São aquelas destinadas a indicar os demais usuários da 15. Encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos
via que se encontram atrás do veículo, que o condu- automotores.
tor está utilizando os freios. 16. Equipamento suplementar de retenção - air bag
6. Lanternas indicadoras de direção: dianteiras de cor frontal para o condutor e o passageiro do banco
âmbar e traseiras de cor âmbar ou vermelha dianteiro.
É a luz do veículo destinada a indicar aos demais usuá- 17. Triângulo de sinalização
rios da via que o condutor tem o propósito de mudar O triângulo de segurança, ou dispositivo de sinalização
de direção para a direita ou para a esquerda. Essa luminosa e refletora de emergência, é um equipa-
comunicação é muito importante, pois ao saber das mento obrigatório em todos os automóveis. O item
intenções de outros condutores, é possível prever deve ser utilizado quando o veículo estiver impos-
ações e seguramente evitar freadas bruscas, peque- sibilitado de andar, devido à pane ou acidente. O
nas colisões e até mesmo grandes acidentes. dispositivo é fundamental para avisar aos outros
7. Lanternas de posição traseiras de cor vermelha motoristas que há alguém parado logo à frente, di-
Luzes que servem para indicar a presença e a largura minuindo assim o risco de acidente.
(na parte traseira do veículo), quando os faróis são 18. Chave de roda
acesos, elas também são acesas automaticamente. A chave de rodas é uma ferramenta concebida para re-
8. Lanterna de marcha à ré, de cor branca mover as porcas da roda de um veículo, utilizada no
Sua função é clara, alertar os outros motoristas e pedes- caso de troca de pneu furado.
tres que o carro está se movendo para trás. O fato de 19. Chave de fenda ou outra ferramenta apropriada
iluminar a traseira do veículo é muito útil à noite ou para a remoção de calotas
durante o estacionamento em garagens. Como o nome já diz, é utilizada para remover a calota
9. Espelhos retrovisores, interno e externo do veículo em caso de troca de pneu furado.
O retrovisor é um equipamento utilizado para ampliar 20. Macaco, compatível com o peso e carga do veículo
a visibilidade dos motoristas. Normalmente os veí- O macaco é uma ferramenta utilizada para auxiliar a CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
culos possuem três espelhos retrovisores: o espelho troca dos pneus. O instrumento ergue o veículo atra-
central, que garante visibilidade traseira durante a vés de uma manivela, assim sustentando o carro e
condução e os laterais, que tem como função ajudar possibilitando a troca.
o condutor a enxergar fora de sua visão periférica. 21. Dispositivo destinado ao controle de ruído do mo-
10. Lavador de para-brisa tor, naqueles dotados de motor a combustão
É o equipamento que ejeta água no para-brisa com o Os veículos possuem esse equipamento, pois o ruído
objetivo de limpar o vidro do veículo e melhorar a excessivo causa prejuízo à saúde física e mental, afe-
visibilidade do condutor. tando particularmente a audição. A adequada ma-
11. Limpador de para-brisas nutenção do sistema de escapamento dos veículos
Chovendo ou não, um dos itens mais importantes do evita o aumento da emissão de ruído.
carro para manter a segurança do motorista e dos 22. Pneus que ofereçam condições mínimas de segu-
passageiros é o limpador de para brisa. É importante rança
manter as palhetas do limpador de para-brisas em Pneus com profundidade de sulcos menor que 1,6 mm
bom estado. já são considerados carecas e seu uso não é reco-
mendado. Sulcos são os frisos entre as bandas de

7
rodagem dos pneus. Ela que indicam quando devem
ser trocados. O limite pode ser observado com um
indicador dentro do friso. Se esse indicador estiver EXERCÍCIO COMENTADO
na mesma altura da banda de rodagem, o veículo
pode receber uma multa. 1. (MS CONCURSOS/2016 - Prefeitura de Itapema/SC)
Das alternativas abaixo, qual indica um equipamento obri-
23. Roda sobressalente, compreendendo o aro e o gatório do veículo de acordo com as normas brasileiras de
pneu, com ou sem câmara de ar, conforme o caso trânsito?
O estepe deve estar sempre em perfeitas condições de
uso. Uma dica importante para conservar os pneus é: a) Rodas de liga leve.
ao fazer a calibragem semanal, lembrar-se de con- b) Air bag traseiro.
ferir se o estepe está com a pressão e as condições c) Extintor de Incêndio.
gerais adequadas. d) Dispositivo destinado ao controle de emissão de gases
24. Freios de estacionamento e de serviço, com coman- poluentes e de ruído.
dos independentes
Pouco lembrado pela maioria dos motoristas, o freio de Resposta: Letra D. Em “a”, Errado – trata-se de acessório
estacionamento, mais conhecido como freio de mão, Em “b”, Errado – é obrigatório para condutor e o passa-
merece cuidado. Isso porque o equipamento perde geiro do banco dianteiro.
a eficiência durante o uso e caso não esteja bem re- Em “c”, Errado – é obrigatório apenas para algumas ca-
gulado, pode causar acidentes. A forma correta de tegorias, como caminhões, ônibus, transporte de produ-
usá-lo interfere diretamente em sua vida útil. A sua tos inflamáveis e coletivos.
função principal é impedir o veículo de se movimen-
2. (VUNESP/2016 - Prefeitura de Presidente Prudente/
tar enquanto estacionado.
SP) A respeito da segurança no trânsito, de acordo com a
25. Buzina
legislação vigente, é correto afirmar que
A buzina deve ser utilizada, sempre em toque breve, em
duas situações estabelecidas pelo Código de Trân-
a) todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem
sito Brasileiro: para fazer advertências necessárias,
a intenção de ultrapassá-lo, deverá deslocar-se para a
quando houver um risco à segurança do trânsito e
faixa imediatamente à esquerda, imprimindo alguma
fora das áreas urbanas, para indicar o propósito de
aceleração ao veículo.
ultrapassar outro veículo. b) o condutor deverá utilizar o pisca alerta em imobiliza-
Obs.: para as bicicletas, a campainha, sinalização notur- ções ou situações de emergência, quando for obrigado
na dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho a transitar em velocidade muito inferior àquela da faixa
retrovisor do lado esquerdo. pela qual transita.
26. Retrorrefletores (catadióptrico) traseiros, de cor ver- c) o condutor não deverá ultrapassar veículos em vias com
melha; duplo sentido de direção e pista única, nos trechos de
27. Registrador instantâneo e inalterável de velocida- curva e em aclives, exceto quando houver sinalização
de e tempo, nos veículos de transporte e condução apontando a existência de acostamento nesses lugares.
de escolares, nos de transporte de passageiros com d) todo condutor, ao efetuar ultrapassagem, deverá afas-
mais de dez lugares e nos de carga com capacidade tar-se do usuário o qual ultrapassa, de tal forma que dei-
máxima de tração superior a 19t; xe livre uma distância lateral de segurança.
28. Lanternas delimitadoras e lanternas laterais nos e) os veículos de tração animal serão conduzidos preferen-
veículos de carga, quando suas dimensões assim o cialmente pela faixa central da pista ou, quando o núme-
exigirem; ro de faixas for inferior a três e inexistir faixa específica a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

29. Cinto de segurança para a árvore de transmissão em eles destinada, deverão ser conduzidos junto à guia de
veículos de transporte coletivo e carga. calçada ou acostamento.
30. Protetores das rodas traseiras dos caminhões
31. Extintor de incêndio - é obrigatório apenas para Resposta: Letra D. Em “a”, Errado - para dar passagem
algumas categorias, como caminhões, ônibus, trans- deve se direcionar para a faixa da direita e não esquerda,
porte de produtos inflamáveis e coletivos (conforme além disso devo diminuir a velocidade e não aumenta-la.
Resolução nº 556/2015/CONTRAN) Em “b”, Errado – segundo a lei o uso do pisca alerta se
dá em situações de “imobilizações” ou “situações de
emergência”, independente da velocidade em questão
e a outra situação que a lei coloca é: “quando a regula-
mentação da via assim o determinar”.
Em “c”, Errado – a existência de acostamento não dá di-
reito às ultrapassagens em lugares não indicados, o que
dá direito é sinalização indicando a permissão ou não.
Em “d”, Errado – devem ser conduzidos pela direita da
pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou acostamento.

8
DO CIDADÃO. obrigados a difundi-las gratuitamente, com a frequên-
cia recomendada pelos órgãos competentes do Sistema
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO.
Nacional de Trânsito.
DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO.
Necessário observar que a educação para o trânsito
deve ser promovida em todos os níveis de ensino, desde a
1. Cidadão pré-escola até o terceiro grau (ensino universitário). Estas
ações devem ser coordenadas e ficarem a cargo do Siste-
Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de ma Nacional de Trânsito e de Educação.
solicitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema Ademais, caberá aos entes da federação promoverem
Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e implan- referidas campanhas em suas respectivas áreas de atuação.
tação de equipamentos de segurança, bem como sugerir Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na
alterações em normas, legislação e outros assuntos per- pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio
tinentes a este Código. de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sis- e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Edu-
tema Nacional de Trânsito têm o dever de analisar as cação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
solicitações e responder, por escrito, dentro de prazos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.
mínimos, sobre a possibilidade ou não de atendimen- Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste arti-
to, esclarecendo ou justificando a análise efetuada, e, se go, o Ministério da Educação e do Desporto, mediante
pertinente, informando ao solicitante quando tal evento proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das
ocorrerá. Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante con-
Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem es- vênio, promoverá:
clarecer quais as atribuições dos órgãos e entidades I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um cur-
pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito e como rículo interdisciplinar com conteúdo programático sobre
proceder a tais solicitações. segurança de trânsito;
II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o
2. Educação trânsito nas escolas de formação para o magistério e o
treinamento de professores e multiplicadores;
A educação também é necessária em relação ao trân- III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para
sito. Constitui, por força do determinado no artigo 74 do levantamento e análise de dados estatísticos relativos ao
CTB, um direito de todos e um dever, cuja competência trânsito;
será do Sistema Nacional de Trânsito. IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de
Nos artigos seguintes são trazidas as determinações trânsito junto aos núcleos interdisciplinares universitá-
para as campanhas educativas de trânsito. rios de trânsito, com vistas à integração universidades-
Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e -sociedade na área de trânsito.
constitui dever prioritário para os componentes do Siste-
ma Nacional de Trânsito. 3. Sinalização
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacio-
nal em cada órgão ou entidade componente do Sistema A forma como deve ocorrer a sinalização de trânsito
Nacional de Trânsito. está prevista a partir do art. 80 do Código de Trânsito Bra-
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito de- sileiro.
verão promover, dentro de sua estrutura organizacional Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo
ou mediante convênio, o funcionamento de Escolas Pú- da via, sinalização prevista neste Código e em legislação
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
blicas de Trânsito, nos moldes e padrões estabelecidos complementar, destinada a condutores e pedestres, ve-
pelo CONTRAN. dada a utilização de qualquer outra.
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os te-
mas e os cronogramas das campanhas de âmbito nacio- Caberá ao CONTRAN estabelecer normas em relação à
nal que deverão ser promovidas por todos os órgãos ou forma de colocação das sinalizações de trânsito.
entidades do Sistema Nacional de Trânsito, em especial Inclusive, poderá autorizar, em caráter experimental
nos períodos referentes às férias escolares, feriados pro- que sejam utilizados sinais não previstos no Código, desde
longados e à Semana Nacional de Trânsito. que por período predeterminado.
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de § 1º A sinalização será colocada em posição e condições
Trânsito deverão promover outras campanhas no âm- que a tornem perfeitamente visível e legível durante o dia
bito de sua circunscrição e de acordo com as peculiari- e a noite, em distância compatível com a segurança do
dades locais. trânsito, conforme normas e especificações do CONTRAN.
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de cará- § 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experi-
ter permanente, e os serviços de rádio e difusão sonora mental e por período prefixado, a utilização de sinaliza-
de sons e imagens explorados pelo poder público são ção não prevista neste Código.

9
§ 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização 4. Direitos e Deveres do Cidadão no Trânsito.
nas vias internas pertencentes aos condomínios consti-
tuídos por unidades autônomas e nas vias e áreas de Todos os espaços nos quais circulamos e interagimos
estacionamento de estabelecimentos privados de uso no nosso dia a dia exigem o desenvolvimento da nossa
coletivo é de seu proprietário. postura como cidadãos. Um dos quais menos lembramos
ao nos referimos a esses espaços é o trânsito, apesar de fa-
Necessário atentar-se para algumas proibições quanto zermos parte dele constantemente, seja como condutores
às sinalizações, tais quais: luzes, informes publicitários ou ou como pedestres.
mesmo vegetação que possa interferir na visibilidade das
sinalizações. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, o dever do ci-
Inclusive, caso isto ocorra, o órgão de trânsito compe- dadão é: “transitar sem oferecer perigo ou obstáculo a si
tente poderá promover a retirada de qualquer destes ele- mesmo, a terceiros e ao meio ambiente”.
mentos que estejam interferindo na visibilidade da sinali- O direito do cidadão é de “usufruir de vias seguras, cor-
zação de trânsito. retamente sinalizadas, ser educado para dirigir com per-
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colo- feição, opinar e sugerir alterações no código bem como
car luzes, publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário solicitar alterações na sinalização, fiscalização e segurança”.
que possam gerar confusão, interferir na visibilidade da O direito do cidadão deve estar garantido pelo Poder
sinalização e comprometer a segurança do trânsito. Público, sob pena do próprio Estado se responsabilizar pe-
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e las infrações e danos oriundos do trânsito brasileiro.
respectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de
publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB):
relacionem com a mensagem da sinalização.
Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer le- É dever do cidadão no Trânsito:
gendas ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à “Transitar sem oferecer perigo ou obstáculo a si mesmo,
a terceiros e ao meio ambiente”.
prévia aprovação do órgão ou entidade com circunscri-
ção sobre a via.
É direito do cidadão no Trânsito:
Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscri-
“Usufruir de vias seguras, corretamente sinalizadas, ser
ção sobre a via poderá retirar ou determinar a imediata
educado para dirigir com perfeição, opinar e sugerir altera-
retirada de qualquer elemento que prejudique a visibi-
ções no código, bem como solicitar alterações, fiscalização
lidade da sinalização viária e a segurança do trânsito,
e segurança”.
com ônus para quem o tenha colocado.
Direitos na condução do veículo:
Fique Atento! O art. 89. Determina que há uma ordem • Ter vias seguras para transitar;
de prevalência entre a sinalização que deve ser respeitada, • Ter orientação adequada com propagandas e com-
qual seja: panhas sobre a legislação de trânsito e direção de-
1ª ordens dos agentes de trânsito prevalecem sobre fensiva;
qualquer outra norma ou sinal; • Receber ajuda dos órgãos competentes, caso neces-
2ª indicações semafóricas prevalecem sobre outros si- sário, assim como os agentes de fiscalização;
nais; • Ter um atendimento digno e respeitoso em qualquer
3ª indicações dos sinais sobre as demais normas de repartição que atuem na administração do trânsito
trânsito. em qualquer parte do país;
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de preva- • Ter acesso a assistência médica quando necessário
lência: nos casos de acidentes de trânsito.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de


circulação e outros sinais; Deveres do Motorista:
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; • Usar o cinto de segurança e os demais equipamentos
III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de obrigatórios;
trânsito. • Conhecer o automóvel que está dirigindo;
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste • Manter o automóvel sempre em boas condições de
Código por inobservância à sinalização quando esta for funcionamento;
insuficiente ou incorreta. • Prever situações inesperadas, ficar atento e ser capaz
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição de evitar acidentes;
sobre a via é responsável pela implantação da sinaliza- • Ser capaz de tomar decisões corretas com rapidez
ção, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incor- nas situações de perigo e executá-las;
reta colocação. • Nunca aceite desafios e provocações de motoristas
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no irresponsáveis;
que se refere à interpretação, colocação e uso da sina- • Não dirigir cansado ou com sono, sob o efeito do
lização. álcool, drogas, remédios ou qualquer substância tó-
xica.

10
• Não confie apenas na sua habilidade; de Conduta se parecem com técnicas de Direção Defensi-
• Procure ver tudo que está acontecendo à sua volta e va. Isso ocorre porque ambas foram criadas tendo como
certifique-se de que todos estão vendo o seu veículo objetivo a segurança no trânsito. Há, porém, uma grande
e a sinalização que estiver usando. diferença: ao desrespeitar uma norma de circulação e con-
duta, o condutor estará cometendo uma infração ou crime,
Direitos do Pedestre: sujeitando-se a multas, medidas administrativas e outras
• É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios penalidades. A norma básica é a de que os usuários das
ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos vias terrestres devem evitar qualquer ato que possa consti-
acostamentos das vias rurais para circulação; tuir perigo ou obstáculo para o trânsito em geral. Também
• Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou não devem jogar ou deixar quaisquer substâncias, objetos
quando não for possível a utilização destes, a circula- ou obstáculos nas vias. A responsabilidade do condutor co-
ção de pedestres, na pista de rolamento, será feita com meça muito antes de conduzir o veículo pela via.
prioridade sobre os veículos, pelas bordas da pista, em
fila única, em sentido contrário ao deslocamento de ve- Detalhadas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) em
ículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas mais de 40 artigos, as Normas Gerais de Circulação e Con-
situações em que a segurança ficar comprometida; duta merecem atenção especial de todos os usuários da via.
• Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as Algumas dessas normas podem ser aplicadas com o simples
faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passa- uso do bom senso ou da boa educação. Entre essas destacamos
gem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde as que advertem os usuários quanto a atos que possam cons-
deverão ser respeitadas as disposições deste código; tituir riscos ou obstáculos para o trânsito de veículos, pessoas e
• Nos locais em que houver sinalização semafórica de animais, além de danos à propriedade pública ou privada.
controle de passagem será dada preferência aos pe- Entretanto, bom senso apenas não é suficiente para o
destres que não tenham concluído a travessia, mes- restante das normas. A maior parte delas exige do usuário
mo em caso de mudança do semáforo liberando a o conhecimento da legislação específica e a disposição de
se pautar por ela.
passagem dos veículos.
1. Resumo das normas

EXERCÍCIO COMENTADO Nas páginas que seguem, procuramos apresentar de


forma condensada um apanhado das principais normas de
circulação. Vamos começar pelas recomendações mais ge-
1. ( IBFC/2016 – EMDEC) Leia as afirmações abaixo e assi-
rais e obrigatórias.
nale a alternativa correta.
I. Os usuários das vias terrestres devem abster-se de todo Deveres do condutor
ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsi- • Ter pleno domínio de seu veículo a todo momento,
to de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à
danos a propriedades públicas ou privadas. segurança do trânsito;
II. Os usuários das vias terrestres devem abster-se de obs- • Verificar a existência e as boas condições de funciona-
truir o trânsito ou torna-lo perigoso, atirando, depositando mento dos equipamentos de uso obrigatório;
ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela • Certificar-se de que há combustível suficiente para
criando qualquer outro obstáculo. percorrer o percurso desejado.

a) Todas as afirmações estão corretas. Quem tem a preferência?


b) Nenhuma das afirmações está correta.
c) Somente a afirmação I está correta. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
d) Somente a afirmação II está correta.

Resposta: Letra A. Conforme Art. 26, I e II, CTB, as duas


afirmativas estão corretas.

CLASSIFICAÇÃO E NORMAS GERAIS DE USO DO


VEÍCULO.

As Normas Gerais definem o comportamento correto


dos usuários das vias terrestres, principalmente dos condu-
tores de veículos. Apesar de serem procedimentos básicos,
que todo condutor deveria saber praticar, os erros em ma-
nobras, extremamente frequentes, são os responsáveis por
grande parte das infrações e acidentes. Muitas das Normas

11
Atenção aqui.
Em vias nas quais não há sinalização específica, tem a preferência:
• Quem estiver transitando pela rodovia, quando apenas um fluxo for proveniente de autoestrada;
• Quem estiver circulando uma rotatória; e
• Quem vier pela direita do condutor, nos demais casos.

Fácil, não? Mas lembre-se: em vias com mais de uma pista, os veículos mais lentos têm a preferência de uso da faixa da
direita. Já a faixa da esquerda é reservada para ultrapassagens e para os veículos de maior velocidade.
Mas as regras de preferência não param por aí. Também têm prioridade de deslocamento os veículos destinados a
socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização de trânsito e as ambulâncias, bem como veículos prece-
didos de batedores. E a prioridade se estende também ao estacionamento e parada desses veículos.
Mas há algumas coisas a observar. Para poder exercer a preferência, é preciso que os dispositivos de alarme sonoro e
iluminação vermelha intermitente — indicativos de urgência — estejam acionados.
Se for esse o caso:
• Deixe livre a passagem à sua esquerda. Desloque-se à direita e até mesmo pare, se necessário. Vidas podem estar em
jogo;
• Se Você for pedestre, aguarde no passeio ao ouvir o alarme sonoro. Só atravesse a rua quando o veículo já tiver pas-
sado por ali.

Veículos de prestadores de serviços de utilidade pública (companhias de água, luz, esgoto, telefone, etc.) também têm
prioridade de parada e estacionamento no local em que estiverem trabalhando. Mas o local deve estar sinalizado, segundo
as normas do CONTRAN.
Na maior parte das vezes, a circulação de veículos pelas vias públicas deve ser feita pelo lado direito.

Mas às vezes é preciso deslocar-se lateralmente, para trocar de pista ou fazer uma conversão à direita ou à esquerda.
Nesse caso, sinalize com bastante antecedência sua intenção.
Para virar à direita, por exemplo, faça uso das setas e aproxime-se tanto quanto possível da margem direita da via en-
quanto reduz gradualmente sua velocidade.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

12
Na hora de ultrapassar, também é preciso tomar alguns Os veículos pesados devem, quando circulam em fila,
cuidados. Vejamos. permitir espaço suficiente entre si para que outros veícu-
los os possam ultrapassar por etapas. Tenha em mente que
2. Ultrapassagens os veículos mais pesados são responsáveis pela segurança
dos mais leves; os motorizados, pela segurança dos não
Aqui chegamos a um ponto realmente delicado. As ul- motorizados; e todos, pela proteção dos pedestres.
trapassagens são uma das principais causas de acidentes e
precisam ser realizadas com toda a prudência e segundo Proibido ultrapassar
procedimentos regulamentares.
Algumas regras básicas

A menos que haja sinalização específica permitindo a


manobra, jamais ultrapasse nas seguintes situações:
1. Sobre pontes ou viadutos.
2. Em travessias de pedestres.
3. Nas passagens de nível.
4. Nos cruzamentos ou em sua proximidade.
5. Em trechos sinuosos ou em aclives sem visibilidade
suficiente.
6. Nas áreas de perímetro urbano das rodovias.
1. Ultrapasse sempre pela esquerda e apenas nos tre-
chos permitidos. 3. Uso de luzes e faróis
2. Nunca ultrapasse no acostamento das estradas. Esse
espaço é destinado a paradas e saídas de emergên- O uso das luzes do veículo deve ter em conta o seguin-
cia. te:
3. Se outro veículo o estiver ultrapassando ou tiver sina- • Luz baixa - durante a noite e no interior de túneis sem
lizado seu desejo de fazê-lo, dê a preferência. Aguar- iluminação pública durante o dia.
de sua vez. • Luz alta - nas vias não iluminadas, exceto ao cruzar
4. Certifique-se de que a faixa da esquerda está livre, e com outro veículo ou ao segui-lo.
de que há espaço suficiente para a manobra. • Luz alta e baixa - (intermitente) por curto período de
5. Sinalize sempre com antecedência sua intenção de tempo, com o objetivo de advertir outros usuários da
ultrapassar. Ligue a seta ou faça os gestos conven- via de sua intenção de ultrapassar o veículo que vai CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
cionais de braço. à frente, ou sinalizar quanto à existência de risco à
6. Guarde distância em relação a quem está ultrapas- segurança de quem vem em sentido contrário.
sando. Nada de “tirar fininho”. Deixe um espaço late- • Lanternas - sob chuva forte, neblina, cerração ou à
ral de segurança. noite, quando o veículo estiver parado para embar-
7. Sinalize de volta, antes de voltar à faixa da direita. que ou desembarque, carga ou descarga.
8. Se Você está sendo ultrapassado, mantenha constan- • Pisca-alerta - em imobilizações ou em situação de
te sua velocidade. Se estiver na faixa da esquerda, emergência.
venha para a da direita, sinalizando corretamente. • Luz de placa - durante a noite, em circulação.
9. Ao ultrapassar um ônibus que esteja parado, reduza
a velocidade e preste muita atenção. Passageiros po- Veículos de transporte coletivo regular de passageiros,
derão estar desembarcando ou correndo para tomar quando circulam em faixas especiais, devem manter as lu-
a condução. zes baixas acesas de dia e de noite. Isso se aplica também
aos ciclos motorizados, em qualquer situação.

13
Pode buzinar? Parar e estacionar
Pode. Mas só “de leve”. Em ‘toques breves’, como diz
o Código. Assim mesmo, só se deve buzinar nas seguintes Vamos ao básico: pare sempre fora da pista. Se, numa
situações: emergência, tiver que parar o veículo no leito viário, provi-
• Para fazer as advertências necessárias a fim de evitar dencie a imediata sinalização.
acidentes; Em locais de estacionamento proibido, a parada deve
• Fora das áreas urbanas, para advertir outro condutor ser suficiente apenas para embarque e desembarque de
de sua intenção de ultrapassá-lo. passageiros. E só nos casos em que o procedimento não
interfira com o fluxo de veículos ou pedestres. O desem-
4. Olho no velocímetro barque de passageiros deve se dar sempre pelo lado da
calçada, exceto para o condutor do veículo.
Diz o ditado que quem tem pressa vai devagar. Mas Para carga e descarga, o veículo deve ser mantido pa-
quando a pressa é mesmo grande todo o mundo quer cor- ralelo à pista, junto ao meio-fio, de preferência nos esta-
rer além da conta. cionamentos.
Cuidado! A velocidade é outro grande fator de risco de
acidentes de trânsito. Além disso, determina, em propor- Ao parar o veículo, certifique-se de que isso não consti-
ção direta, a gravidade das ocorrências. tui risco para os ocupantes e demais usuários da via.
Alguns motoristas acreditam que a velocidades mais
altas podem se livrar com mais facilidade de algumas si- 6. Veículos de tração animal
tuações difíceis no trânsito. E que trafegar devagar demais
é mais perigoso que andar depressa. Devem ser conduzidos pela pista da direita, junto ao
Mas não é assim. Reduzir a velocidade é o primeiro pro- meio-fio ou acostamento, sempre que não houver faixa es-
cedimento a se tomar na tentativa de evitar acidentes. pecial para tal fim, e conforme normas de circulação dita-
A velocidade máxima permitida para cada via é indica- das pelo órgão de trânsito.
da por meio de placas. Onde não existir sinalização, vale o
seguinte: 7. Duas rodas
Em vias urbanas:
• 80 km/h nas vias de trânsito rápido. Motociclistas e pilotos de ciclomotores e motonetas
• 60 km/h nas vias arteriais. devem seguir algumas regras básicas:
• 40 km/h nas vias coletoras. • Usar sempre o capacete, com viseira ou óculos pro-
• 30 km/h nas vias locais. tetores;
• Segurar o guidom com as duas mãos;
Em rodovias: • Usar vestuário de proteção, conforme as especifica-
• 110 km/h para automóveis e camionetas. ções do Contran.
• 90 km/h para ônibus e microônibus.
• 80 km/h para os demais veículos. Isso vale também para os passageiros.
É proibido trafegar de motocicleta nas vias de maior ve-
Para estradas não pavimentadas, a velocidade máxima locidade. O motociclista deve se manter sempre na faixa da
é de 60km/h. direita, de preferência no centro da faixa. Andar de moto
sobre calçadas nem pensar.
O motorista consciente, porém, mais do que observar
a sinalização e os limites de velocidade, deve regular sua Parar e estacionar
própria velocidade — dentro desses limites — segundo Motocicletas e outros veículos motorizados de duas ro-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

as condições de segurança da via, do veículo e da carga, das devem ser estacionados perpendicularmente à guia da
adaptando-se também às condições meteorológicas e à calçada. A não ser que haja sinalização específica determi-
intensidade do trânsito. nando outra coisa.
Faça isso e Você estará sempre seguro. E livre de multas
por excesso de velocidade. 8. Bicicletas
No mais, use o bom senso. Não fique “empacando” os
outros sem causa justificada, transitando a velocidades in- O ideal é mesmo a ciclovia. Mas onde não existir, o ci-
comumentes baixas. clista deve transitar na pista de rolamento, em seu bordo
E para reduzir sua velocidade, sinalize com antecedên- direito, e no mesmo sentido do fluxo de veículos.
cia. Evite freadas bruscas, a não ser em caso de emergência. A autoridade de trânsito pode autorizar a circulação de
Reduza a velocidade sempre que se aproximar de um cru- bicicletas em sentido contrário ao do fluxo dos veículos,
zamento ou em áreas de perímetro urbano nas rodovias. desde que em trecho dotado de ciclofaixa.
A bicicleta tem preferência sobre os veículos motoriza-
dos. Mas o ciclista também precisa tomar seus cuidados.
Deve trajar roupas claras e sinalizar com antecedência to-
dos os seus movimentos.

14
Siga o exemplo dos ciclistas profissionais, que geral- ção de pedestres, na pista de rolamento, será feita com
mente levam esses aspectos a sério. prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em
fila única, em sentido contrário ao deslocamento de ve-
9. Segurança ículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas
situações em que a segurança ficar comprometida.
Para dicas mais precisas sobre como evitar acidentes,
consulte o capítulo Direção defensiva. Mas nunca é demais 2. (CONSULPLAN/2017 – TRF/2ª REGIÃO) Sobre as nor-
repisar algumas dicas básicas: mas gerais de circulação e conduta presentes no CTB, ana-
1. Crianças menores de 10 anos devem estar sempre no lise as afirmativas a seguir.
banco de trás e devidamente atadas por cintos de I. Respeitadas as normas de circulação e conduta estabele-
segurança. Crianças menores de 3 anos devem estar cidas no CTB, em ordem decrescente, os veículos de menor
em assentos especiais. porte serão sempre responsáveis pela segurança dos maio-
2. O uso de cinto de segurança é obrigatório em todas res, os não motorizados pelos motorizados e, juntos, pela
as vias do território nacional. incolumidade dos pedestres.
3. Veículos que não se desloquem sobre pneus não po- II. Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão manter
dem circular em vias públicas pavimentadas, salvo proximidade suficiente entre si para não permitir que veí-
em casos especiais e com a devida autorização. culos que os ultrapassem possam se intercalar na fila, pois,
nestes casos, a ultrapassagem não é permitida.
Bem, agora Você já tem uma boa ideia do que apresen- III. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias
ta o Código de Trânsito Brasileiro em termos de normas de com duplo sentido de direção e pista única, nos trechos
circulação. Se houver dúvida na interpretação ou no enten- em curvas e em aclives sem visibilidade suficiente, nas pas-
dimento de algum termo, consulte o capítulo Conceitos e sagens de nível, nas pontes e viadutos e nas travessias de
definições legais. O ideal é que você procure ler o Código pedestres, em nenhuma hipótese.
em sua totalidade. Informação nunca é demais. Estão INCORRETAS as afirmativas:

a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
EXERCÍCIO COMENTADO c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.

1. (Prefeitura do Rio de Janeiro/RJ – 2016 - Prefeitura Resposta: Letra A. Em “I”, Errado – os veículos de maior
de Rio de Janeiro/RJ) Em relação às normas gerais de cir- porte responsabilizam-se pela segurança dos de menor,
culação e conduta de pedestres e condutores de veículos os motorizados pelos não motorizados e, juntos, são
não motorizados, pode-se afirmar que: responsáveis por manter os pedestres livre de dano ou
perigo.
a) o pedestre sempre terá preferência de passagem em Em “II”, Errado – em casos de veículos com lentidão, es-
qualquer parte da via mesmo quando houver faixa de ses devem manter distância dos demais e permitir a ul-
travessia. trapassagem destes.
b) nas vias rurais quando não houver acostamento os pe- Em “III”, Errado – o descrito poderá ocorrer quando hou-
destres devem andar na pista no sentido contrário aos ver sinalização permitindo a ultrapassagem.
veículos.
c) o ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-
-se ao pedestre em direitos e deveres. DOS VEÍCULOS.
d) em vias de duas ou mais faixas por sentido, quando não DO REGISTRO DE VEÍCULOS. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
houver calçada, o ciclista e o pedestre devem circular no
DO LICENCIAMENTO.
canteiro central.
DA HABILITAÇÃO.
Resposta: Letra C. Em “a”, Errado – essa preferência não
é absoluta. Nem sempre o pedestre tem preferência.
VEÍCULOS
Em “b”, Errado – deve andar pelos bordos da pista.
Em “d”, Errado – conforme art. 68:
1. Disposições gerais
§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou
quando não for possível a utilização destes, a circulação
O art. 96 do CTB traz uma classificação dos veículos,
de pedestres na pista de rolamento será feita com prio-
conforme a seguir transcrito:
ridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila
Art. 96. Os veículos classificam-se em:
única, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas
I - quanto à tração:
situações em que a segurança ficar comprometida.
a) automotor;
§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento
b) elétrico;
ou quando não for possível a utilização dele, a circula-

15
c) de propulsão humana; 2. Segurança dos veículos
d) de tração animal;
e) reboque ou semi-reboque; Para o trânsito do veículo nas vias, devem ser atendidos
os requisitos e condições de segurança previstos no CTB
II - quanto à espécie: Ademais, existem equipamentos obrigatórios nos veí-
a) de passageiros: culos previstos no art. 105 do CTB, quais sejam:
1 - bicicleta; - cinto de segurança. Exceto: nos veículos destinados ao
2 - ciclomotor; transporte de passageiros em percursos em que seja
3 - motoneta; permitido viajar em pé;
4 - motocicleta; - nos veículos de transporte e de condução escolar, os
5 - triciclo; de transporte de passageiros com mais de dez lu-
6 - quadriciclo; gares e os de carga com peso bruto total superior
7 - automóvel; a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas,
8 - microônibus; equipamento registrador instantâneo inalterável de
9 - ônibus; velocidade e tempo;
10 - bonde; - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos
11 - reboque ou semi-reboque; automotores, segundo normas estabelecidas pelo
12 - charrete; CONTRAN;
- dispositivo destinado ao controle de emissão de gases
b) de carga: poluentes e de ruído, segundo normas estabelecidas
1 - motoneta; pelo CONTRAN.
2 - motocicleta; - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna
3 - triciclo; dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho re-
4 - quadriciclo; trovisor do lado esquerdo.
5 - caminhonete; - equipamento suplementar de retenção - air bag frontal
6 - caminhão; para o condutor e o passageiro do banco dianteiro.
7 - reboque ou semi-reboque;
8 - carroça; 3. Identificação do veículo
9 - carro-de-mão;
c) misto: Sobre a identificação estabelece o CTB que o veículo
1 - camioneta; deverá ser identificado com caracteres gravados no chassi
2 - utilitário; ou monobloco.
3 - outros; Ademais, a identificação do veículo deverá ocorrer por
d) de competição; meio de placas dianteira e traseira, respeitadas especifica-
e) de tração: ções e modelos que serão estabelecidos pelo CONTRAN,
1 - caminhão-trator; conforme arts. 114 e 115.
2 - trator de rodas; Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por
3 - trator de esteiras; caracteres gravados no chassi ou no monobloco, reprodu-
4 - trator misto; zidos em outras partes, conforme dispuser o CONTRAN.
f) especial; § 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou mon-
g) de coleção; tador, de modo a identificar o veículo, seu fabricante e as
suas características, além do ano de fabricação, que não
III - quanto à categoria: poderá ser alterado.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

a) oficial; § 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de


b) de representação diplomática, de repartições consula- prévia autorização da autoridade executiva de trânsito e
res de carreira ou organismos internacionais acreditados somente serão processadas por estabelecimento por ela
junto ao Governo brasileiro; credenciado, mediante a comprovação de propriedade
c) particular; do veículo, mantida a mesma identificação anterior, in-
d) de aluguel; clusive o ano de fabricação.
e) de aprendizagem. § 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão
da autoridade executiva de trânsito, fazer, ou ordenar
Ademais, sobre os veículos o CTB estabelece que cabe- que se faça, modificações da identificação de seu veículo.
rá ao CONTRAN estabelecer as normas para registro, licen-
ciamento e circulação dos veículos. DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
Destaque para o art. 98 do CTB que proíbe ao proprie-
tário do veículo realizar modificações nas características de Sobre a circulação de veículos estrangeiros em territó-
fábrica, sem antes obter autorização da autoridade com- rio nacional necessário observar que as repartições adua-
petente. Ou seja, a autorização deve ser prévia a qualquer neiras e órgãos de controle de fronteiras devem comunicar
modificação que pretenda fazer. diretamente ao RENAVAM, a entrada e saída de veículos.

16
Ademais, veículos que sejam licenciados no exterior Fique Atento! se houver transferência de propriedade, o
não poderão sair do território nacional sem o pagamen- proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão executivo
to prévio de quaisquer valores decorrentes de multas por de trânsito do Estado em que o veículo estiver registrado,
infrações de trânsito ou ressarcimento de danos que por no prazo de trinta dias, a cópia autenticada do comprovan-
ventura tenham sido causados no patrimônio público. te de transferência de propriedade, devidamente assinado
Inclusive, caso saiam sem o pagamento das respecti- e datado.
vas despesas, serão retidos até a regularização da situação, Caso não cumpra esta providência, poderá ter que se
conforme arts. 118 e 119 do CTB. responsabilizar de forma solidária pelas penas impostas ao
veículo e suas reincidências até a data da comunicação.
1. Registro de veículos
2.1. Licenciamento de veículos
Sobre o registro de veículos, o CTB determina, no art.
120, que todo veículo automotor, elétrico, articulado, rebo- O licenciamento de veículos é um procedimento anual
que ou semi-reboque, deve ser registrado perante o órgão que se obtém, por meio de documento específico (CRLV),
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no licença para um veículo trafegar nas vias públicas.
Município de domicílio ou residência de seu proprietário.
Com o registro do veículo, será expedido o CRV- Certifi- Para que serve o licenciamento?
cado de Registro de Veículo que deve conter as caracterís- O licenciamento mostra que o proprietário cumpriu
ticas e condições, de forma a tornar impossível a falsifica- com suas obrigações em relação ao uso de seu veículo,
ção e adulteração. Assim preceitua o art. 121: tais como: quitação de multas, IPVA e Seguro Obrigatório.
Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certifica- Em alguns estados, é necessário também vistoriar o veícu-
do de Registro de Veículo - CRV de acordo com os modelos lo para conferir se ele está em condições de trafegar em
e especificações estabelecidos pelo CONTRAN, contendo segurança e sem prejudicar o meio ambiente. Esta deter-
as características e condições de invulnerabilidade à falsifi- minação, chamada de inspeção veicular, está no Código de
cação e à adulteração. Trânsito Brasileiro e deverá, no futuro, valer para todos os
A expedição do CRV dependerá que o proprietário estados brasileiros.
apresente os seguintes documentos (art. 122):
- nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, Que veículos devem ser licenciados para trafegar nas
ou documento equivalente expedido por autoridade vias públicas?
competente; Os veículos automotores, elétricos, articulados, rebo-
- documento fornecido pelo Ministério das Relações ques ou semirreboques.
Exteriores, quando se tratar de veículo importado Antes de licenciar meu veículo sou obrigado a pagar as
por membro de missões diplomáticas, de repartições multas?
consulares de carreira, de representações de orga- Sim, o licenciamento só é efetivado se todos os débitos
nismos internacionais e de seus integrantes. do veículo estiverem quitados, o que engloba multas, IPVA
e Seguro Obrigatório.
Ademais, sempre que houver transferência de proprie-
dade, mudança de município de domicílio ou residência, Como licenciar o carro que tem multas?
alteração de características do veículo ou mudança de ca- Você deve se dirigir ao Detran (se você mora na capital)
tegoria, será necessária a expedição de novo CRV, confor- ou ao Ciretran (se você mora no interior) com o compro-
me determina o art. 123 CTB. vante da multa paga. No ato do licenciamento, apresente o
comprovante do pagamento da multa. Dessa forma o seu
Fique Atento!: veículo poderá ser licenciado normalmente. Caso tenha
- Prazo para que o proprietário providencie novo CRV perdido o comprovante, vá ao órgão que o autuou e peça CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
quando houver mudança de propriedade - 30 dias; uma Certidão de Quitação de Multa. Leve esta certidão
- Prazo para que o proprietário comunique mudança quando você fizer o licenciamento do carro.
de domicílio ou residência no mesmo município - 30 dias.
Que documento comprova o licenciamento do veí-
2. Licenciamento culo?
É o CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de
O licenciamento de qualquer veículo automotor, elé- Veículos). O documento é de porte obrigatório (Resolução
trico, articulado, reboque ou semi-reboque deverá ocorrer n.º. 205/07 do Contran).
anualmente perante o órgão executivo de trânsito do Es-
tado ou Distrito Federal, onde houver sido registrado, con- Como eu faço para pagar o licenciamento depois do
forme preceitua o art. 130. mês de vencimento?
O condutor deverá obrigatoriamente portar o Certifi- O proprietário do veículo deve ir ao banco convenia-
cado de Licenciamento Anual, conforme determina o art. do ao Detran que disponibilize o serviço de licenciamento
133 CTB. eletrônico. Por esse sistema, não há necessidade de se ter
nenhum formulário de recolhimento, apenas o número do

17
Renavam. Após o pagamento da taxa de licenciamento, CLASSIFICAÇÃO DOS CONDUTORES
taxa de postagem e mais os débitos pendentes, o banco
emitirá um único comprovante com todos os débitos pa- 1. Habilitação
gos, com a devida autenticação digital. O documento que
comprova o licenciamento será remetido para o endereço Categoria “A”
conforme o cadastro do Detran. - Todos os veículos automotores e elétricos, de 02(duas)
ou 03(três) rodas com ou sem carro lateral.
O que acontece se eu não licenciar meu veículo? Categoria “B”
A falta de licenciamento é uma infração gravíssima e - Veículos automotores e elétricos, de 04 (quatro) rodas
acarreta uma série de problemas para o condutor, como cujo peso bruto total não exceda 3.500kg e cuja lo-
apreensão do veículo, multa de R$ 293,47 e sete pontos tação não exceda à 08 (oito) lugares, excluído o do
na carteira. motorista, contemplando a combinação de unidade
acoplada, reboque, semi-reboque ou articulada, des-
O que acontece se eu paguei o licenciamento, mas de que atenda à lotação e capacidade de peso para
não estou portando o CRLV? categoria..
O CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento do Categoria “C”
veículo) é o único documento, de porte obrigatório, re- - Todos os veículos automotores e elétricos utilizados
ferente ao veículo, que comprova o licenciamento anual. em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda
Devendo o condutor do veículo portar sempre o original. à 3.500kg; tratores, máquinas agrícolas e de movi-
Se não estiver portando, o condutor receberá multa leve e mentação de cargas, motor - casa, combinação de
três pontos na carteira de habilitação. O veículo será retido veículos em que a unidade acoplada, reboque, semi-
até a apresentação do documento (art. 232 do Código de -reboque ou articulada, não exceda à 6.000kg de PBT,
Trânsito Brasileiro). e, todos os veículos abrangidos pela categoria “B”.
Categoria “D”
- Veículos automotores e elétricos utilizados no trans-
porte de passageiros, cuja lotação exceda à 08(oito)
EXERCÍCIO COMENTADO lugares, e, todos os veículos abrangidos nas catego-
rias “B” e “C”.
Categoria “E”
1. (UECE/CEV – 2018 – DETRAN/CE) No que diz respeito
- Combinação de veículos automotores e elétricos,
ao licenciamento de veículos, assinale a afirmação verda-
em que a unidade tratora se enquadre nas catego-
deira.
ria “B”, “C” ou “D”; cuja unidade acoplada, reboque,
semi-reboque, articulada, ou ainda com mais de uma
a) O veículo somente será considerado licenciado estando
unidade tracionada, tenha 6.000kg ou mais, de Peso
quitados os débitos relativos a tributos, encargos e mul- Bruto Total, ou cuja lotação exceda 08 (oito) lugares,
tas de trânsito e ambientais, vinculados ao veículo, in- enquadrados na categoria trailer, e, todos os veículos
dependentemente da responsabilidade pelas infrações abrangidos pelas categorias “B”, “C” e “D”.
cometidas.
b) Todo veículo automotor, elétrico, articulado, bélico, re- Observações
boque ou semirreboque, para transitar na via, deverá ser O Exame de Direção Veicular para as categorias A, B, C,
licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito D e E obedecerá o seguinte:
do Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver registra- I - Categoria A: deverá ser realizado em veículo com
do o veículo. cilindrada acima de 120 cc.
c) O primeiro licenciamento será feito apenas após o re- II - Categoria B: veículo motorizado de 04 (quatro) ro-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

gistro. das excetuando-se o quadriciclo;


d) Os veículos novos estão sujeitos ao licenciamento e te- III - Categoria C: veículo motorizado utilizado no trans-
rão sua circulação regulada pelo CONTRAN durante o porte de carga, registrado com Peso Bruto Total
trajeto entre a fábrica e o Município de destino. (P.B.T) de, no mínimo 6.000kg;
IV - Categoria D: veículo motorizado utilizado no trans-
Resposta: Letra A. Em “b”, Errado – não se aplica aos porte de passageiros, registrado com capacidade mí-
veículos bélicos. nima de 20 (vinte) lugares;
Em “c”, Errado – o registro do veículo e o primeiro licen- V - Categoria E: combinação de veículos, cujo caminhão
ciamento ocorre simultaneamente. trator deverá ser acoplado a um reboque ou a um
Em “d”, Errado – não estão sujeitos ao licenciamento. semi-reboque, registrado com peso bruto total de
no mínimo 6.000kg.

Ciclomotor: deverá ser realizado em qualquer veículo


de 02 (duas) rodas classificado como ciclomotor. O candi-
dato aprovado receberá o documento de habilitação cha-
mado de Autorização para Conduzir Ciclomotor (A.C.C)

18
Algumas definições gerais: • Após encaminhar o processo na autoescola e apre-
- “TARA” ou “Peso do Veículo em Ordem de Marcha”: sentar os documentos, os exames e os cursos já se-
É o peso genuíno do veículo. A ele, são somados os rão agendados;
pesos da carroceria e/ou equipamento, do combus- • Realizar o Exame Psicotécnico (através de um psicó-
tível, das ferramentas e dos acessórios, da roda so- logo credenciado pelo DETRAN). (OPCIONAL);
bressalente, do extintor de incêndio e do fluido de • Realizar o Exame Médico (através de uma junta mé-
arrefecimento, expressa em quilogramas. dica credenciada pelo DETRAN). A autoescola leva os
“Lotação”: É a carga útil máxima que inclui o condu- alunos até o local em dois horários diários;
tor e os passageiros que o veículo pode transportar. • Realizar o Curso Prático de Direção Veicular de 15
A medida é dada em quilogramas, para os veículos horas (50min cada aula), na categoria pretendida,
de carga ou pela quantidade de pessoas que pode ministrado pela autoescola. São permitidas no máxi-
transportar. mo 2 aulas por dia;
• Fazer o teste final que é a Prova de Direção Veicular,
“Peso Bruto Total” (PBT): É o peso máximo que o veículo
aplicado em pátio próprio e vias públicas.
transmite ao pavimento, ao solo. Tara e a lotação o
constituem. É nada mais que o peso total do veículo.
“Peso Bruto Combinado” (PBTC) e/ou “Capacidade Má-
xima de Tração” (CMT): É o peso máximo que pode EXERCÍCIO COMENTADO
ser transmitido ao pavimento através da combinação
entre um caminhão-trator e seu semirreboque, ou 1. (UECE/CEV – 2018 – DETRAN/CE) A cassação do docu-
do caminhão e seu reboque. mento de habilitação dar-se-á

- Mudança das Categorias da CNH. a) quando o condutor for condenado judicialmente por
Você pode mudar de categoria da CNH. Para isso, deve qualquer crime.
cumprir com algumas exigências da categoria dese- b) quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir
jada. Vamos ver como isso funciona? qualquer veículo.
c) no caso de reincidência, no prazo de doze meses, de
- Mudar para categoria “C” qualquer infração gravíssima.
O condutor, para poder passar à Categoria C, deve ser d) somente por determinação expressa do CONTRAN.
habilitado na categoria B há, pelo menos, 1 ano. Esse
período pode ser o tempo de permissão e, além dis- Resposta: Letra B. Art. 263. A cassação do documento
so, o condutor não pode ter cometido, nos últimos de habilitação dar-se-á:
12 meses, nenhuma infração gravíssima ou grave, ou I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator con-
ser, ainda, reincidente em infrações médias. duzir qualquer veículo;
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses,
- Mudar para categoria “D” das infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts.
A categoria D é necessária para conduzir veículo de 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
transporte coletivo de passageiros, veículos escola- III - quando condenado judicialmente por delito de
res, de emergência e de produtos perigosos. Para trânsito, observado o disposto no art. 160.
obtê-la, é preciso que o condutor seja maior de 21 § 1º Constatada, em processo administrativo, a irregu-
laridade na expedição do documento de habilitação, a
anos e esteja habilitado há, pelo menos, 2 anos na
autoridade expedidora promoverá o seu cancelamento.
categoria B ou há 1 ano na categoria C. Além disso,
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Na-
não poderá ter cometido, nos últimos 12 meses, ne-
cional de Habilitação, o infrator poderá requerer sua re-
nhuma infração grave ou gravíssima, ou mais de uma CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
abilitação, submetendo-se a todos os exames necessá-
infração média. rios à habilitação, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
- Mudar para categoria “E” 2. (UECE/CEV – 2018 – DETRAN/CE) Considerando os re-
Com essa categoria, o condutor pode conduzir veículos, quisitos exigidos para habilitação de condutores de veícu-
cuja unidade tratora se enquadre nas categorias B, C los, é correto afirmar que
ou D e com unidade acoplada, reboque, semirrebo-
que, trailer ou articulada de 6.000 kg ou mais de peso a) para habilitar-se na categoria D, o condutor deverá estar
bruto total, ou com lotação acima de 8 (oito) lugares. habilitado, no mínimo, há um ano na categoria B e não
Essa alteração foi introduzida pela Lei 12.452, de 21 ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou
de julho de 2011. ser reincidente em infrações médias, durante os últimos
doze meses.
2. Procedimento para mudança de categoria b) os condutores da categoria B são autorizados a conduzir
veículo automotor da espécie motor-casa, cujo peso não
• Comprovante de residência atual – entre os últimos exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja lotação
03 meses (conta de água, luz ou telefone). não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motorista.

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c) a autorização para conduzir veículos de propulsão hu- As duas instâncias têm um prazo de 30 dias para julgar
mana e de tração animal ficará a cargo dos Estados. os recursos apresentados. Se, ao final do processo, a multa
d) as informações do candidato à habilitação serão cadas- não for anulada, aplicam-se as penalidades, que podem ser
tradas no RENAVAM. multas e/ou medidas administrativas e que variam de acor-
do com as infrações cometidas.
Resposta: Letra B. Em “a”, Errado – a exigência é de no
mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há 2. Quais são os tipos de punições previstos no CTB?
um ano na categoria C.
Em “c”, Errado – ficará a cargo dos municípios. O Código de Trânsito Brasileiro define como “punições”
Em “d”, Errado – o cadastro não é no RENAVAM e, sim, no as medidas aplicáveis aos casos em que condutores co-
RENACH - Registro Nacional de Carteiras de Habilitação metem infrações. Essas punições estão divididas em dois
tipos: as PENALIDADES e as MEDIDAS ADMINISTRATIVAS.

DAS INFRAÇÕES.
DAS PENALIDADES E MULTAS. #FicaDica
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS. Toda infração é passível de uma penalidade. Uma
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. multa, por exemplo. Algumas infrações, além
da penalidade, podem ter uma consequência
administrativa, ou seja, o agente de trânsito
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) classifica as infrações deve adotar “medidas administrativas”, cujo
de trânsito de acordo com o risco oferecido à segurança de pe- objetivo é impedir que o condutor continue
destres, condutores e passageiros. Da mesma forma, cada tipo dirigindo em condições irregulares.
de infração tem, como consequência, uma penalidade, que
também varia de acordo com a gravidade do que foi cometido.
Geralmente, as pessoas prestam atenção nos tipos de 3. Penalidades
infrações e suas penalidades apenas enquanto estão se pre-
parando para as provas e avaliações necessárias para tirar a As penalidades descritas no CTB são:
primeira Habilitação. Quando já estão com a CNH em mãos, • Advertência por escrito: é considerada uma punição
muitos condutores acabam esquecendo essas informações. “educativa”, utilizada somente nos casos de infrações
Para evitar constrangimentos e, sobretudo, agir com se- leves ou médias. Se penalizado dessa forma, o
gurança no trânsito, vale a pena conhecer os tipos de infra- condutor recebe uma notificação por escrito e
ções e as penalidades que elas trazem como consequência! não terá pontos na carteira ou multas a pagar. Em
alguns casos, os condutores solicitam que as multas
1. Como é e o que faz o sistema brasileiro para co- aplicadas sejam convertidas em advertências.
municar uma infração e aplicar a penalidade? • Multas: com exceção das advertências por escrito,
as multas acompanham todas as outras penalidades
As infrações de trânsito geram um Auto de Infração, e têm o valor definido de acordo com a infração
documento em que o agente fiscalizador lavra a conduta cometida. As infrações leves geram uma multa de
ilegal cometida. Nesse Auto, devem constar o tipo de infra- R$ 88,38; as infrações médias causam multas de
ção; o local, a data e a hora em que foi praticada; os dados R$ 130,16; as infrações graves, por sua vez, geram
do veículo, como placa, marca e chassi; a identificação do multas de R$ 195,23; e as infrações gravíssimas, de
agente que notifica a infração; e a assinatura do condutor, R$ 293,47 (sem os fatores multiplicadores).
que não é obrigatória. • Suspensão do Direito de Dirigir ou Cassação da
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

A partir daí, abre-se um processo administrativo para Permissão para Dirigir: essas são algumas das
apurar a infração cometida e, após o julgamento, aplicar as penalidades mais temidas pelos condutores. Se a
penalidades consequentes. Logo que a autuação é realiza- Permissão para Dirigir é cassada, o condutor deve
da, o condutor é notificado sobre a abertura da ação ad- reiniciar o processo para tirar uma nova habilitação.
ministrativa por meio da Notificação de Autuação e pode, Para os casos em que houve suspensão do direito
num período entre quinze e trinta dias, dependendo do de dirigir (CNH definitiva), o prazo dessa suspensão
estado, recorrer. pode variar entre um mês ou um ano, dependendo
Se o recurso não é aceito ou se o condutor não en- da infração e da reincidência (ou não) do condutor.
tra com esse recurso no tempo delimitado, receberá uma • preensão do veículo: essas penalidades fazem com
Notificação da Penalidade. Muitos condutores não sabem, que o veículo seja recolhido e levado a um depósito
mas essa Notificação também pode ser recorrida, desde homologado pelo DETRAN, o que gera custos de
que um prazo de 30 dias seja obedecido. Quando apresen- “estadia” para o condutor. É importante ressaltar
tam recurso para a Notificação, os condutores recorrem à que, se o condutor não buscar o seu veículo em até
JARI e, posteriormente, ao CETRAN, que são, respectiva- noventa dias, esse automóvel poderá ir a leilão.
mente, a 1ª e a 2ª instâncias. • Cursos de Reciclagem: essa penalidade também é

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considerada uma medida educativa, embora mais severa do que a notificação por escrito. Nesses casos, o condutor
é obrigado a fazer um curso de Reciclagem, com carga horária de 30 horas/aula. Nesse curso, parecido com o de
autoescola para tirar a primeira habilitação, o condutor revê algumas regras e aspectos do CTB.

4. Medidas administrativas

I - retenção do veículo;
II - remoção do veículo;
III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;
V - recolhimento do Certificado de Registro;
VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;
VII - (VETADO)
VIII - transbordo do excesso de carga;
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente ou que
determine dependência física ou psíquica;
X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os
aos seus proprietários, após o pagamento de multas e encargos devidos.
XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de primeiros socorros e de direção veicular.

5. Infrações

A legislação de trânsito brasileira estabelece quatro tipos de infrações: leves, médias, graves e gravíssimas.
Ou seja, a classificação é de acordo com a gravidade da conduta. Quanto maior o perigo que o comportamento gerar,
piores as consequências para o motorista ou proprietário do veículo.
Essas consequências incluem a multa – penalidade em que o infrator paga um valor à autoridade de trânsito – e proce-
dimentos como a suspensão do direito de dirigir.

6. Pontuação na CNH dos Diferentes Tipos de Infrações

Saiba como funciona a pontuação referente à infração cometida


No artigo 259 do CTB, encontramos a pontuação que cada um dos tipos de infrações computa na Carteira Nacional
de Habilitação (CNH). Veja:
“Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguintes números de pontos:
I – gravíssima – sete pontos;
II – grave – cinco pontos;
III – média – quatro pontos;
IV – leve – três pontos.”

Essa pontuação, que varia de acordo com os tipos de infrações, existe para punir o motorista que recebeu multas em
excesso com a suspensão da CNH.
Isso acontece, segundo o artigo 261 do CTB, quando ele acumula 20 pontos em um período de 12 meses.

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7. Tabela de Multas e Seus Valores


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7. Infrações Mais Comuns

Entre os quatro tipos de infrações, a mais registrada no Brasil é uma média: trafegar em até 20% acima da velocidade
máxima permitida.

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Isso porque essa é uma infração que pode ser flagrada Desde o ano de 1997, são aplicados nesses casos o
por radares de velocidade, que trabalham 24 horas por dia Princípio da Especialidade. Este princípio é aplicado em ca-
e pegam praticamente todos os infratores.1 sos quando há um conflito aparente de normas. Ou seja,
quando duas ou mais normas aparentam ser aplicáveis ao
mesmo fato.
Uma norma especial é a norma que possui todos os ele-
EXERCÍCIO COMENTADO mentos da norma geral e mais alguns, denominados. Neste
caso a norma especial prevalece sobre a geral, a qual deixa
1. (EXATUS/PR – 2016 – CODAR) Comete uma infração de incidir sobre aquela hipótese.
de natureza média aquele condutor infrator que: O CTB traz uma pequena parte geral. Esta parte está
contida nos artigos 291 a 301. Na realidade são normas
a) Pilota uma motocicleta sem capacete. que nos ensinam como aplicar os demais artigos.
b) Dirige com Carteira Nacional de Habilitação vencida. Isso não revoga a parte geral do CP. O que o CTB não
c) Dirige com calçado impróprio, que não se firma no pé trata, é tratado no CP. O CTB traz também, no anexo I os
(chinelo). conceitos. Como por exemplo, o que é veículo automotor?
d) Dirige com farol apagado ou desregulado à noite por É veículo a motor de propulsão que circule pelos próprios
uma rodovia. meios- automóveis, caminhões, motocicletas, ônibus, in-
clusive elétrico, motocicleta, entre outros conceitos.
Resposta: Letra C. Em “a,” “b” e “d”, Errado – trata-se de
infração de natureza gravíssima Qual o conceito dos crimes de trânsito?
O Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 1º, § 1º
2. (Serctam/2016 - Prefeitura de Quixadá/CE) Transitar dispõe que: “Considera-se trânsito a utilização das vias por
com velocidade em até 20% superior à máxima permitida pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, con-
em rodovias, vias de trânsito rápido e vias arteriais, leva as duzidos ou não, para fins de circulação, parada, estaciona-
seguintes infrações e penalidades: mento e operação de carga ou descarga”, assim, os delitos
cometidos por aqueles que conduzem veículos automoto-
a) Infração – gravíssima, Penalidade – multa res na utilização das vias são tidos, genericamente, como
b) Infração – grave, Penalidade – suspensão do direito de dirigir. crime de trânsito.
c) Infração – gravíssima, Penalidade – suspensão do direito A constrição da liberdade de locomoção, e a restrição
de dirigir e multa. de outros direitos na forma de sanção jurídica devem res-
d) Infração – média, Penalidade – multa. peitar diversos princípios. Como por exemplo, os princípios
e) Infração – grave, Penalidade – multa. da legalidade ou reserva legal. Ou seja, toda conduta tida
como crime deve ser prevista em lei, assim também ocorre
Resposta: Letra D. CTB - Art. 218 - I - quando a veloci- com os crimes de trânsito devidamente tipificados dos ar-
dade for superior à máxima em até 20% (vinte por cento): tigos 302 a 312 do CTB.
Infração - média; Coerentemente, definido o que vem a ser crimes de
Penalidade - multa; trânsito, cumpre conceituar o último termo que compõe
o título deste artigo, qual seja, o Tribunal do Júri. Referida
instituição trata-se de um colegiado popular formado para
DOS CRIMES DE TRÂNSITO. julgar os crimes dolosos contra a vida e aqueles que lhe são
CONCEITOS E DEFINIÇÕES. conexos. Sua competência foi conferida pela Constituição
SINALIZAÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO. Federal em seu art. 5º, XXXVIII, d e as espécies delitivas que
SINALIZAÇÃO DE ADVERTÊNCIA. lhe são pertinentes para julgamento definidas do art. 121 a
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127 do Código Penal (conforme art. 74, § 1º do Código de


Processo Penal).
Conhecendo o significado de cada termo apresentado,
CRIMES DE TRÂNSITO - LEGISLAÇÃO
é possível analisar os delitos que conflitam entre a norma
de trânsito e a penal. Quais sejam:
Crimes do Código de Trânsito Brasileiro – Lei 9.503/97
1 – a lesão corporal dos artigos 303 do CTB e artigo 129,
Sim, é possível cometer crimes por adotar certas con-
do Código Penal;
dutas no trânsito. A partir do artigo 302 do CTB foram fi-
2 – bem como o homicídio dos artigos 302, do CTB e
xados diversos delitos relacionados à condução de veículo
121, do CP.
automotor.
Antes de 1997, os delitos praticados na condução de
veículo automotor estavam discriminados no Código Penal,
como por exemplo, quando alguém atropelava outra pes-
soa e matava, responderia por homicídio culposo – artigo
121, parágrafo 3º do CP.
1 Fonte: www.doutormultas.com.br

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§ 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a influ-
#FicaDica ência de álcool ou de qualquer outra substância psico-
ativa que determine dependência. (Incluído pela Lei
Diferença entre infração e crimes de trânsitos: nº 13.546, de 2017)
A diferença entre as infrações de trânsito e aos Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou
crimes de trânsito dizem respeito à área do proibição do direito de se obter a permissão ou a habi-
direito em que estão compreendidas. Assim
litação para dirigir veículo automotor. (Incluído pela
como, às penalidades que podem incidir por
Lei nº 13.546, de 2017)
uma ou outra.
B – Crimes de Trânsito – Lesão Corporal
Vale dizer, que no caso de lesão corporal, as mesmas
Por exemplo, as infrações de trânsito tramitam no âm- agravantes do artigo 302 são aplicadas.
bito administrativo. Por óbvio, que os processos são tam-
bém administrativos, abertos no DETRAN (Departamento Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de
Estadual de Trânsito). Seu julgamento é feito por uma co- veículo automotor:
missão composta por pessoas de diversas competências. Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão
Suas penalidades possíveis são multas, suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação
e cassação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e para dirigir veículo automotor.
apreensão do veículo, por exemplo. § 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade,
Já os crimes de trânsito, também considerados como se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302.
infrações penais. Estes implicam na abertura de um pro- (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.546, de
cesso judicial criminal. Processo este, que será julgado por 2017)
um juiz. Sendo que tal julgamento poderá resultar em de- § 2o A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois
tenção do condutor infrator. a cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas
neste artigo, se o agente conduz o veículo com capaci-
De maneira geral, as normas aplicadas aos casos em
dade psicomotora alterada em razão da influência de
que o condutor comete um crime de trânsito são as mes-
álcool ou de outra substância psicoativa que determine
mas presentes no Código Penal e no Código de Processo
dependência, e se do crime resultar lesão corporal de
Penal, de acordo com o artigo 291 do CTB.
natureza grave ou gravíssima. (Incluído pela Lei nº
13.546, de 2017)
Quais crimes estão previstos no CTB (Código de Trân-
sito Brasileiro)?
C – Crimes de trânsito – Omissão de Socorro
Para muitas pessoas, crimes de trânsito estão somen- Esse tipo penal incrimina aquele que, na ocasião de
te relacionados ao homicídio culposo ou a embriaguez acidente, não presta socorro imediato à vítima. Ou deixa
no volante. No entanto, a tipificação dos crimes é muito de solicitar a autoridade pública competente para fazê-lo.
maior do que se pensa. Abaixo iremos listar os crimes de Nesse caso, a obrigação é do condutor de veículo no even-
trânsito constantes no Código de Trânsito Brasileiro. to, independente de ter dado causa ao sinistro, pois, caso
tenha motivado o acidente será responsabilizado na forma
Vejamos a seguir as condutas tipificadas pelo Código dos crimes previstos nos arts. 302 e 303 do CTB.
de Trânsito Brasileiro: Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do
acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não
A – Crimes de Trânsito – Homicídio Culposo podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de
Art. 302 – Praticar homicídio culposo na direção de ve- solicitar auxílio da autoridade pública:
ículo automotor: Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão o fato não constituir elemento de crime mais grave.
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo
para dirigir veículo automotor. o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja su-
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veí- prida por terceiros ou que se trate de vítima com morte
culo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) instantânea ou com ferimentos leves.
à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de D – Crimes de Trânsito – Fuga do Local do Acidente
Habilitação; Trata-se de tipo incriminador que visa penalizar aquele
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; que foge do local do acidente. Sendo tal ato praticado para
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo evitar a responsabilização civil e penal.
sem risco pessoal, à vítima do acidente; Art. 305 – Afastar-se o condutor do veículo do local do
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil
conduzindo veículo de transporte de passageiros que lhe possa ser atribuída:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

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E – Crimes de trânsito – Embriaguez ao Volante F – Crimes de trânsito – Violação da Suspensão ou
Outra grande questão, refere-se ao crime descrito no Proibição de Dirigir
artigo 306 do Código de Trânsito, que fala sobre dirigir com Trata-se, portanto, da violação de proibição de dirigir,
a capacidade psicomotora alterada. Veja o que diz o trecho: consistente num tipo penal que visa tornar a efeito uma
Art. 306 – Conduzir veículo automotor com capacidade sanção ou medida cautelar imposta em razão de outro de-
psicomotora alterada em razão da influência de álcool lito de trânsito. Sendo assim, suspenso o direito de dirigir,
ou de outra substância psicoativa que determine depen- e o agente vier a descumprir tal ordem, logo incorrerá no
dência: referido crime.
Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e Para incursão nesta conduta, não somente é necessário
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a o descumprimento de proibição judicial, sendo também
habilitação para dirigir veículo automotor. suficiente a proibição administrativa.
• 1º – As condutas previstas no caput serão constata- Art. 307 – Violar a suspensão ou a proibição de se obter
das por: a permissão ou a habilitação para dirigir veículo auto-
I – Concentração igual ou superior a 6 decigramas de motor imposta com fundamento neste Código:
álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 mi- Penas – detenção, de seis meses a um ano e multa, com
ligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou nova imposição adicional de idêntico prazo de suspen-
II – Sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo são ou de proibição.
Contran, alteração da capacidade psicomotora. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condena-
• 2º – A verificação do disposto neste artigo poderá do que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º
ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, do artigo 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de
exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou ou- Habilitação.
tros meios de prova em direito admitidos, observado o
direito à contraprova. G – Crimes de Trânsito – Racha / Pega
• 3º – O Contran disporá sobre a equivalência entre O artigo 308, penaliza o motorista que participou de
os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para competição automobilística não autorizada em via pública,
efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. gerando situação de risco. O tempo de detenção (que é de
seis meses a três anos) aumenta nos seguintes casos:
– Observações Importante quanto a Embriaguez no Vo- 1 – Se a conduta criminosa resultar em lesão corporal
lante – de natureza grave e caso as circunstâncias demons-
Segundo o mesmo artigo, essa conduta pode ser cons- trem que o agente não quis o resultado nem assumiu
tatada pelas seguintes maneiras: o risco de produzi-lo, a pena será de reclusão de três
• Concentração igual ou superior a 6 decigramas de a seis anos;
álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 2 – Se da prática do crime resultar morte (também sem
miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou que haja indícios de intenção de produzir o resulta-
• Sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo do), a pena será de reclusão de cinco a dez anos.
Contran, alteração da capacidade psicomotora. Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor,
em via pública, de corrida, disputa ou competição au-
Essa verificação pode acontecer mediante a “teste de tomobilística ou ainda de exibição ou demonstração de
alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, perícia em manobra de veículo automotor, não autori-
prova testemunhal ou outros meios de prova em direito zada pela autoridade competente, gerando situação de
admitidos”. risco à incolumidade pública ou privada:
A polêmica reside no fato de o CTB prever a prova tes- Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa
temunhal do agente de trânsito como forma de comprovar e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

a alteração da capacidade motora. habilitação para dirigir veículo automotor.


No anexo II da Resolução Nº 432/2012 do Conselho • 1º – Se da prática do crime previsto no caput resul-
Nacional de Trânsito (Contran) consta uma lista de sinais tar lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias
nos quais o agente pode se basear para observar as altera- demonstrarem que o agente não quis o resultado nem
ções na capacidade psicomotora. assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de li-
Alguns deles são sonolência, olhos vermelhos e odor berdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem
etílico no hálito, além de atitudes como agressividade e prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
exaltação. • 2º – Se da prática do crime previsto no caput re-
O mais comum, no entanto, é somente enquadrar a sultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o
conduta do motorista como crime caso ele tenha aceito o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de pro-
teste do bafômetro e o resultado tenha sido superior a 0,3 duzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de
mg de álcool por litro de ar alveolar. 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas
previstas neste artigo.

40
F – Crimes de trânsito – Dirigir sem habilitação que não iniciados, quando da inovação, o procedimen-
Essa é uma pergunta muito comum, “é considerado cri- to preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se
me dirigir veículo automotor sem possuir habilitação?” E a refere.
resposta é, SIM! Não é mera infração.
Assim, é punido aquele que conduz veículo automotor J – Crimes de Trânsito – Substituição da Pena
em via pública sem permissão ou habilitação para dirigir. De início cumpre observar que, nos moldes do art. 312-
O sujeito ativo de tal crime pode ser qualquer pessoa, A, se a pena privativa de liberdade for igual ou inferior a
ao passo que o sujeito passivo é a sociedade. Seu elemento um ano, caso venha a ser substituída por uma restritiva de
subjetivo é o dolo de perigo, não se punindo a modalida- direito, esta deverá ser cumprida em conformidade com as
de culposa. Seu objeto material é o veículo automotor, ao atividades listadas.
passo que o jurídico é a segurança viária. Igual raciocínio se impõe se a privativa de liberdade for
Art. 309 – Dirigir veículo automotor, em via pública, superior a um ano. Devendo então ser substituída por uma
sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, restritiva de direito e multa. Vejamos o conteúdo do artigo
ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de abaixo.
dano: Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos artigos 302
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa. a 312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar
a substituição de pena privativa de liberdade por pena
G – Entregar veículo a não habilitado restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de ser-
É o tipo penal incriminador da conduta daquele que viço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das
permite, confia ou entrega a direção de veículo automotor seguintes atividades:
à pessoa não habilitada para conduzi-lo. Seja por falta de I – Trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate
habilitação, estado de saúde física ou mental, assim como dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis
pela embriaguez, não sendo necessário que seja completa, especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
bastando apenas que o condutor esteja sob influencia de II – Trabalho em unidades de pronto-socorro de hospi-
álcool ou substância de efeito análogo. tais da rede pública que recebem vítimas de acidente de
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veícu- trânsito e politraumatizados;
lo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação III – Trabalho em clínicas ou instituições especializadas
cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, na recuperação de acidentados de trânsito;
a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou IV – Outras atividades relacionadas ao resgate, atendi-
por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo mento e recuperação de vítimas de acidentes de trânsito
com segurança:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Nos crimes de trânsito serão aplicadas as normas ge-
rais do Código Penal e do Código de Processo Penal, bem
H – Dirigir em velocidade incompatível com a segu- como a Lei 9.099/95.
rança Quando se tratar de crime de trânsito em que ocorrer
Este tipo penal visa responsabilizar aquele que conduz lesão corporal culposa poderão ser aplicadas a composição
veículo automotor em velocidade incompatível com luga- de danos; aplicação imediata de penas restritivas de direi-
res públicos com grande concentração de pessoas, provo- tos e multa; suspensão condicional do processo.
cando o perigo concreto. Tratam-se de benefícios estabelecidos em lei que pode-
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a rão ser oferecidos ao réu.
segurança nas proximidades de escolas, hospitais, esta- Porém, não fará jus a referidos benefícios aquele que
ções de embarque e desembarque de passageiros, logra- houver praticado o crime nas seguintes circunstâncias (art.
douros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou 291, § 1º CTB):
concentração de pessoas, gerando perigo de dano: - sob a influência de álcool ou qualquer outra substân- CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa. cia psicoativa que determine dependência;
I – Inovar artificiosamente em acidente automobilístico - participando, em via pública, de corrida, disputa ou
competição automobilística, de exibição ou demons-
Este tipo penal visa incriminar aquele que frauda o pro- tração de perícia em manobra de veículo automotor,
cesso, mediante inovação, quando de acidente automo- não autorizada pela autoridade competente;
bilístico que gerou vítima, podendo ser antes ou durante - transitando em velocidade superior à máxima permitida
a investigação criminal, induzindo ao erro o juiz, agente para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).
policial ou perito. As penalidades de suspensão ou a proibição de se ob-
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente ter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo auto-
automobilístico com vítima, na pendência do respectivo motor poderão ser impostas isolada ou cumulativamente
procedimento policial preparatório, inquérito policial ou com outras penalidades (art. 292 CTB).
processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter
a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz: a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automo-
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa. tor, tem a duração de dois meses a cinco anos (art. 293
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda CTB).

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Fique Atento!: cumprimento de metas anuais de redução de índice de
- 48 horas: é o prazo que o réu terá, para entregar a mortos por grupo de veículos e de índice de mortos por
Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação, após o grupo de habitantes, ambos apurados por Estado e por
trânsito em julgado da sentença condenatória, ano, detalhando-se os dados levantados e as ações rea-
Durante a investigação ou ação penal, o juiz poderá lizadas por vias federais, estaduais e municipais.
determinar de forma motivada decretar, em decisão mo- § 1o O objetivo geral do estabelecimento de metas é,
tivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para ao final do prazo de dez anos, reduzir à metade, no mí-
dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção nimo, o índice nacional de mortos por grupo de veículos
(art. 294 CTB). e o índice nacional de mortos por grupo de habitantes,
relativamente aos índices apurados no ano da entrada
Circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos em vigor da lei que cria o Plano Nacional de Redução de
crimes de trânsito (art. 298 CTB): Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou
com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; Conforme se verifica do § 1º, o objetivo geral do Plano
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou é a redução pela metade do número de mortos por grupo
adulteradas; de veículos e o índice nacional de mortos por grupos de
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de habitantes no prazo já determinado de dez anos.
Habilitação; § 2o As metas expressam a diferença a menor, em base
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilita- percentual, entre os índices mais recentes, oficialmente
ção de categoria diferente da do veículo; apurados, e os índices que se pretende alcançar.
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados § 3o A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá as
especiais com o transporte de passageiros ou de carga; respectivas margens de tolerância.
VI - utilizando veículo em que tenham sido adultera- § 4o As metas serão fixadas pelo Contran para cada
dos equipamentos ou características que afetem a sua um dos Estados da Federação e para o Distrito Fede-
segurança ou o seu funcionamento de acordo com os ral, mediante propostas fundamentadas dos Cetran, do
limites de velocidade prescritos nas especificações do Contrandife e do Departamento de Polícia Rodoviária
fabricante; Federal, no âmbito das respectivas circunscrições.
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanente-
mente destinada a pedestres Ademais, o § 4º acima mencionado, informa que serão
fixadas metas no âmbito dos Estados e do Distrito Federal
O condutor que se envolver em acidente de trânsito pelo CONTRAN de cada um destes.
com vítima não será preso em flagrante e nem poderá lhe § 5o Antes de submeterem as propostas ao Contran,
ser imposta fiança, desde que preste imediato e integral os Cetran, o Contrandife e o Departamento de Polícia Ro-
socorro à vítima (art. 301 CTB). doviária Federal realizarão consulta ou audiência pública
Os crimes de trânsito estão previstos nos artigos 302 à
para manifestação da sociedade sobre as metas a serem
312-A do Código de Trânsito Brasileiro.
propostas.
A Lei 13.614 promulgada em 11 de janeiro de 2018 tem
Por sua vez, o § 5º afirma que antes de definirem tais
por objetivo a criação do Plano Nacional de Redução de
metas no âmbito dos Estados, o Departamento de Polícia
Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).
Rodoviária Federal deverá realizar consultas públicas para
Assim, foram acrescentados, por força da referida lei,
que a sociedade possa participar no intuito de manifestar-
dispositivos à Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997
-se sobre as metas propostas.
(Código de Trânsito Brasileiro), para estabelecer regras so-
bre o regime de metas de redução de índice de mortos no § 6o As propostas dos Cetran, do Contrandife e do De-
trânsito por grupos de habitantes e de índice de mortos no partamento de Polícia Rodoviária Federal serão enca-
minhadas ao Contran até o dia 1o de agosto de cada
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

trânsito por grupos de veículos.


É de conhecimento notório que as mortes de trânsito, ano, acompanhadas de relatório analítico a respeito do
nos últimos anos, atingiram níveis muito altos em virtude cumprimento das metas fixadas para o ano anterior e
da inobservância das regras de trânsito, bem como impru- de exposição de ações, projetos ou programas, com os
dência dos motoristas na condução de veículos automo- respectivos orçamentos, por meio dos quais se pretende
tores motivada também pelo uso de álcool e substâncias cumprir as metas propostas para o ano seguinte.
ilícitas. § 7o As metas fixadas serão divulgadas em setembro,
Assim, foi criado o Plano Nacional de Redução de Mor- durante a Semana Nacional de Trânsito, assim como o
tes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). O art. 326-A inserido no desempenho, absoluto e relativo, de cada Estado e do
Código de Trânsito Brasileiro preceitua que os integrantes Distrito Federal no cumprimento das metas vigentes no
do SINETRAN devem objetivar o cumprimento de metas ano anterior, detalhados os dados levantados e as ações
anuais para a redução de índice de mortos por grupos de realizadas por vias federais, estaduais e municipais,
veículos e também por grupo de habitantes. devendo tais informações permanecer à disposição do
Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema Nacio- público na rede mundial de computadores, em sítio ele-
nal de Trânsito, no que se refere à política de seguran- trônico do órgão máximo executivo de trânsito da União
ça no trânsito, deverá voltar-se prioritariamente para o

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As propostas para fixação das metas deverão ser enca- TRAN, alterações nas ações, projetos e programas, sempre
minhadas anualmente até 1º de agosto, acompanhadas de com o objetivo de alcance das metas fixadas para cada um
relatório que informe os avanços obtidos no ano anterior. dos Estados e Distrito Federal.
Em setembro de cada ano, durante a Semana Nacional
de Trânsito, as metas serão divulgadas, juntamente com o DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES
relatório referente ao trabalho de cada Estado no ano an-
terior para redução dos índices de mortes. Para efeito deste Código adotam-se as seguintes defi-
§ 8o O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia Ro- nições:
doviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de
de Trânsito, definirá as fórmulas para apuração dos ín- rolamento destinada à parada ou estacionamento de veícu-
dices de que trata este artigo, assim como a metodolo- los, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e
gia para a coleta e o tratamento dos dados estatísticos bicicletas, quando não houver local apropriado para esse fim.
necessários para a composição dos termos das fórmulas. AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil
§ 9o Os dados estatísticos coletados em cada Estado e ou policial militar, credenciada pela autoridade de trânsito
no Distrito Federal serão tratados e consolidados pelo para o exercício das atividades de fiscalização, operação,
respectivo órgão ou entidade executivos de trânsito, que policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
os repassará ao órgão máximo executivo de trânsito da AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo,
União até o dia 1o de março, por meio do sistema de originário dos alvéolos pulmonares.(Incluído pela Lei nº
registro nacional de acidentes e estatísticas de trânsito. 12.760, de 2012)
§ 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao trans-
órgão ou entidade executivos de trânsito do Estado ou porte de passageiros, com capacidade para até oito pes-
do Distrito Federal compreendem os coletados naquela soas, exclusive o condutor.
circunscrição: AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de ór-
I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executivo gão ou entidade executivo integrante do Sistema Nacional
rodoviário da União; de Trânsito ou pessoa por ele expressamente credenciada.
II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade executi- BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical
passando pelos centros das rodas traseiras extremas e o
vos rodoviários do Estado ou do Distrito Federal;
ponto mais recuado do veículo, considerando-se todos os
III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários
elementos rigidamente fixados ao mesmo.
e pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos
BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de
Municípios.
duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar à
§ 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o
motocicleta, motoneta e ciclomotor.
Distrito Federal, será feito pelo órgão máximo executivo
BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao
de trânsito da União, ouvidos o Departamento de Polícia
estacionamento de bicicletas.
Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacio-
BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move so-
nal de Trânsito. bre trilhos.
§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser de-
31 de março de cada ano. marcada por linhas longitudinais de bordo que delineiam a
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no de- parte da via destinada à circulação de veículos.
correr do ano, o Contran, os Cetran e o Contrandife po- CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em
derão recomendar aos integrantes do Sistema Nacional nível diferente, não destinada à circulação de veículos, re-
de Trânsito alterações nas ações, projetos e programas servada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à im-
em desenvolvimento ou previstos, com o fim de atingir plantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e
as metas fixadas para cada um dos Estados e para o outros fins. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
Distrito Federal. CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a
§ 14. A partir da análise de desempenho a que se refe- tracionar ou arrastar outro.
re o § 7o deste artigo, o Contran elaborará e divulgará, CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de
também durante a Semana Nacional de Trânsito: carga com peso bruto total de até três mil e quinhentos
I - duas classificações ordenadas dos Estados e do Distri- quilogramas.
to Federal, uma referente ao ano analisado e outra que CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de
considere a evolução do desempenho dos Estados e do passageiros e carga no mesmo compartimento.
Distrito Federal desde o início das análises; CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como
II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo ge- separador de duas pistas de rolamento, eventualmente
ral do estabelecimento de metas previsto no § 1o deste substituído por marcas viárias (canteiro fictício).
artigo. CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que
a unidade de tração é capaz de tracionar, indicado pelo
Os índices serão acompanhados e com base nas par- fabricante, baseado em condições sobre suas limitações de
ciais informadas anualmente, o Contran, os Cetrans e o geração e multiplicação de momento de força e resistência
Contrandife poderão recomendar aos integrantes no SINE- dos elementos que compõem a transmissão.

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CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo desti-
automotores em sinal de regozijo, de reivindicação, de pro- nado a diminuir a marcha do veículo no caso de falha do
testo cívico ou de uma classe. freio de serviço.
CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utiliza- FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a
do no transporte de pequenas cargas. diminuição da marcha do veículo ou pará-lo.
CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de
transporte de carga. braço, adotados exclusivamente pelos agentes de autori-
CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da dades de trânsito nas vias, para orientar, indicar o direito
luz utilizado na sinalização de vias e veículos (olho-de-ga- de passagem dos veículos ou pedestres ou emitir ordens,
to). sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou nor-
CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao ma constante deste Código.
transporte de pessoas. GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais
CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão de braço, adotados exclusivamente pelos condutores, para
humana. orientar ou indicar que vão efetuar uma manobra de mu-
CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à dança de direção, redução brusca de velocidade ou parada.
circulação exclusiva de ciclos, delimitada por sinalização ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamen-
específica. to, destinado à ordenação dos fluxos de trânsito em uma
CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido interseção.
de um motor de combustão interna, cuja cilindrada não INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legis-
exceda a cinqüenta centímetros cúbicos (3,05 polegadas lação de trânsito, às normas emanadas do Código de Trân-
cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação não exce- sito, do Conselho Nacional de Trânsito e a regulamentação
da a cinqüenta quilômetros por hora. estabelecida pelo órgão ou entidade executiva do trânsito.
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ci- INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entronca-
clos, separada fisicamente do tráfego comum. mento ou bifurcação, incluindo as áreas formadas por tais
CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à cruzamentos, entroncamentos ou bifurcações.
direita, de mudança da direção original do veículo. INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo
CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível. para atender circunstância momentânea do trânsito.
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a obri-
tenha a função específica de proporcionar maior segurança gações do proprietário de veículo, comprovado por meio
ao usuário da via, alertando-o sobre situações de perigo de documento específico (Certificado de Licenciamento
que possam colocar em risco sua integridade física e dos Anual).
demais usuários da via, ou danificar seriamente o veículo. LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tem- municipalidade à circulação, parada ou estacionamento de
po superior ao necessário para embarque ou desembarque veículos, ou à circulação de pedestres, tais como calçada,
de passageiros. parques, áreas de lazer, calçadões.
ESTRADA - via rural não pavimentada. LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor passageiros, que o veículo transporta, expressa em quilo-
alcoólico no ar alveolar. (Incluído pela Lei nº 12.760, de gramas para os veículos de carga, ou número de pessoas,
2012) para os veículos de passageiros.
FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias urba-
delimitada por lei específica e sob responsabilidade do ór- nas ou rurais e que com elas se limita.
gão ou entidade de trânsito competente com circunscrição LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar
sobre a via. a via até uma grande distância do veículo.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longi- LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a ilumi-
tudinais em que a pista pode ser subdividida, sinalizada nar a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou
ou não por marcas viárias longitudinais, que tenham uma incômodo injustificáveis aos condutores e outros usuários
largura suficiente para permitir a circulação de veículos au- da via que venham em sentido contrário.
tomotores. LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das demais usuários da via, que se encontram atrás do veículo,
normas estabelecidas na legislação de trânsito, por meio que o condutor está aplicando o freio de serviço.
do poder de polícia administrativa de trânsito, no âmbi- LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do
to de circunscrição dos órgãos e entidades executivos de veículo destinada a indicar aos demais usuários da via que
trânsito e de acordo com as competências definidas neste o condutor tem o propósito de mudar de direção para a
Código. direita ou para a esquerda.
FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permis- LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a ilu-
são ou impedimento de locomoção na faixa apropriada. minar atrás do veículo e advertir aos demais usuários da via
FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a que o veículo está efetuando ou a ponto de efetuar uma
manter o veículo imóvel na ausência do condutor ou, no manobra de marcha à ré.
caso de um reboque, se este se encontra desengatado.

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LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumen- PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Ro-
tar a iluminação da via em caso de neblina, chuva forte ou doviária Federal com o objetivo de garantir obediência às
nuvens de pó. normas de trânsito, assegurando a livre circulação e evitan-
LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a do acidentes.
indicar a presença e a largura do veículo. PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área
MANOBRA - movimento executado pelo condutor para rural.
alterar a posição em que o veículo está no momento em PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo trans-
relação à via. mite ao pavimento, constituído da soma da tara mais a lo-
MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de tação.
linhas, marcações, símbolos ou legendas, em tipos e cores PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo trans-
diversas, apostos ao pavimento da via. mitido ao pavimento pela combinação de um caminhão-
MICROÔNIBUS - veículo automotor de transporte cole- -trator mais seu semi-reboque ou do caminhão mais o seu
tivo com capacidade para até vinte passageiros. reboque ou reboques.
MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada
ou sem side-car, dirigido por condutor em posição mon- em caráter de advertência, destinada a indicar aos demais
tada. usuários da via que o veículo está imobilizado ou em situa-
MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido ção de emergência.
por condutor em posição sentada. PISTA - parte da via normalmente utilizada para a circu-
MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor lação de veículos, identificada por elementos separadores
cuja carroçaria seja fechada e destinada a alojamento, es- ou por diferença de nível em relação às calçadas, ilhas ou
critório, comércio ou finalidades análogas. aos canteiros centrais.
NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do- PLACAS - elementos colocados na posição vertical, fixa-
-sol e o nascer do sol. dos ao lado ou suspensos sobre a pista, transmitindo men-
ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo sagens de caráter permanente e, eventualmente, variáveis,
com capacidade para mais de vinte passageiros, ainda que, mediante símbolo ou legendas pré-reconhecidas e legal-
em virtude de adaptações com vista à maior comodidade mente instituídas como sinais de trânsito.
destes, transporte número menor. POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função
OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do exercida pelas Polícias Militares com o objetivo de preve-
veículo, pelo tempo estritamente necessário ao carrega- nir e reprimir atos relacionados com a segurança pública
mento ou descarregamento de animais ou carga, na forma e de garantir obediência às normas relativas à segurança
disciplinada pelo órgão ou entidade executivo de trânsito de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando aci-
competente com circunscrição sobre a via. dentes.
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico ba- PONTE - obra de construção civil destinada a ligar mar-
seado nos conceitos de Engenharia de Tráfego, das con- gens opostas de uma superfície líquida qualquer.
dições de fluidez, de estacionamento e parada na via, de REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de
forma a reduzir as interferências tais como veículos que- um veículo automotor.
brados, acidentados, estacionados irregularmente atrapa- REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinaliza-
lhando o trânsito, prestando socorros imediatos e informa- ção de regulamentação pelo órgão ou entidade competen-
ções aos pedestres e condutores. te com circunscrição sobre a via, definindo, entre outros,
PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e sentido de direção, tipo de estacionamento, horários e dias.
pelo tempo estritamente necessário para efetuar embar- REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e pro-
que ou desembarque de passageiros. tegida, destinada ao uso de pedestres durante a travessia
PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre da mesma.
uma via e uma linha férrea ou trilho de bonde com pista RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilita- CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
própria. dos.
PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de pas- RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automoto-
sagem à frente de outro veículo que se desloca no mesmo res.
sentido, em menor velocidade, mas em faixas distintas da RETORNO - movimento de inversão total de sentido da
via. direção original de veículos.
PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à RODOVIA - via rural pavimentada.
transposição de vias, em desnível subterrâneo, e ao uso de SEMI-REBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se
pedestres ou veículos. apóia na sua unidade tratora ou é a ela ligado por meio de
PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de articulação.
vias, em desnível aéreo, e ao uso de pedestres. SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária
PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, que se utilizam de placas, marcas viárias, equipamentos de
neste último caso, separada por pintura ou elemento físi- controle luminosos, dispositivos auxiliares, apitos e gestos,
co separador, livre de interferências, destinada à circulação destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir o trânsito
exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas. dos veículos e pedestres.

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SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e disposi- VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e
tivos de segurança colocados na via pública com o objetivo animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento,
de garantir sua utilização adequada, possibilitando melhor ilha e canteiro central.
fluidez no trânsito e maior segurança dos veículos e pedes- VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por
tres que nela circulam. acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em
SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusiva- nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem
mente pelos agentes da autoridade de trânsito nas vias, travessia de pedestres em nível.
para orientar ou indicar o direito de passagem dos veículos VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em
ou pedestres, sobrepondo-se ou completando sinalização nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibili-
existente no local ou norma estabelecida neste Código. dade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, pos-
TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da sibilitando o trânsito entre as regiões da cidade.
carroçaria e equipamento, do combustível, das ferramentas VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir
e acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incên- o trânsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias
dio e do fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas. de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando o trânsito
TRAILER - reboque ou semi-reboque tipo casa, com dentro das regiões da cidade.
duas, quatro, ou seis rodas, acoplado ou adaptado à tra- VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em
seira de automóvel ou camionete, utilizado em geral em nível não semaforizadas, destinada apenas ao acesso local
atividades turísticas como alojamento, ou para atividades ou a áreas restritas.
comerciais. VIA RURAL - estradas e rodovias.
TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos, VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e si-
pessoas e animais nas vias terrestres. milares abertos à circulação pública, situados na área urba-
TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo na, caracterizados principalmente por possuírem imóveis
de uma faixa demarcada para outra. edificados ao longo de sua extensão.
TRATOR - veículo automotor construído para realizar VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias
trabalho agrícola, de construção e pavimentação e tracio- destinadas à circulação prioritária de pedestres.
nar outros veículos e equipamentos. VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor
ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de uma depressão de terreno ou servir de passagem superior.
outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor
velocidade e na mesma faixa de tráfego, necessitando sair Prezado candidato, a respeito de sinalização e regu-
e retornar à faixa de origem. lamentação, perceba que temos conteúdo já trabalha-
UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versatili- do ao longo da material e por uma questão de organi-
dade do seu uso, inclusive fora de estrada. zação editorial decidiu-se manter a ordem na relação
VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos aco- dos tópicos do edital.
plados, sendo um deles automotor.
VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de pro-
pulsão que circule por seus próprios meios, e que serve
normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, EXERCÍCIO COMENTADO
ou para a tração viária de veículos utilizados para o trans-
porte de pessoas e coisas. O termo compreende os veí- 1. (CESPE/2018 - Polícia Federal) Dois motoristas, Pedro
culos conectados a uma linha elétrica e que não circulam e José, foram levados à central de flagrantes da polícia civil
sobre trilhos (ônibus elétrico). após terem sido parados em uma blitz no trânsito. Segundo a
VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte polícia civil, Pedro, de trinta e dois anos de idade, foi submeti-
de carga, podendo transportar dois passageiros, exclusive do ao teste do bafômetro, durante a blitz, e o resultado mos-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

o condutor. trou 0,68 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Ele


VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido pagou fiança e deverá responder em liberdade por crime de
fabricado há mais de trinta anos, conserva suas característi- trânsito. Conforme os policiais, José, de vinte e dois anos de
cas originais de fabricação e possui valor histórico próprio. idade, se recusou a submeter-se ao teste do bafômetro, mas
VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sen- o médico legista do Instituto Médico Legal (IML) que o exa-
do o primeiro um veículo automotor e os demais reboques minou comprovou alteração da capacidade psicomotora em
ou equipamentos de trabalho agrícola, construção, terra- razão do consumo de substância psicoativa que determina
plenagem ou pavimentação. dependência. José também pagou fiança para ser liberado.
VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor desti- Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
nado ao transporte de carga com peso bruto total máximo A conduta de conduzir veículo automotor com capacidade
superior a dez mil quilogramas e de passageiros, superior psicomotora alterada em razão da influência de substância
a vinte passageiros. psicoativa que não seja bebida alcóolica não está prevista
VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao trans- como crime no Código de Trânsito Brasileiro.
porte de pessoas e suas bagagens.
VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao ( ) CERTO ( ) ERRADO
transporte simultâneo de carga e passageiro.

46
Resposta: Errado. O artigo 306 do CTB prevê que con- A cada ano, a população pediátrica gasta mais de 10
duzir veículo automotor com capacidade psicomotora milhões de dias em cuidados médicos por causa de aciden-
alterada em razão da influência de álcool ou de outra tes. Lesões cerebrais em crianças são comuns e resultam
substância psicoativa que determine dependência resul- em enorme incapacitação, Segundo estimativas, 29.000
ta em: Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa pessoas com idade entre 0 a 19 anos sofrem lesões cere-
e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a brais graves, causando a perda das suas funções biológicas
habilitação para dirigir veículo automotor. que podem ser provisórias quando reabilitadas ou perma-
nentes dependendo das lesões traumáticas (AMERICAM
2. (VUNESP/2018 – PC/SP)Com relação aos crimes de HEART ASSOCIATION,1997).
trânsito, é correto afirmar que Inúmeras pessoas morrem no local do acidente sem re-
ceber atendimento e pela demora do socorro ou pela ina-
a) em qualquer hipótese de lesão corporal culposa, a ação bilidade das pessoas que presenciam o acidente e/ou não
penal será pública condicionada. apresentam reação, até mesmo atrapalhando aquelas que
b) no crime de homicídio culposo a ação penal poderá ser conhecem os procedimentos a serem aplicadas, em contra-
pública condicionada. partida outras pessoas apresentam iniciativa de prestar os pri-
c) o crime de embriaguez ao volante não admite transação meiros atendimentos a vítima e transportar em veículo próprio
penal, mas nada impede a incidência de suspensão con- e não aguarda um socorro adequado, às vezes pela demora
dicional do processo. do Serviço Médico de Emergência ou por despreparo, só que
d) o crime de violação da suspensão ou a proibição de se essa reação pode causar sequelas e levar à vítima a morte.
obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo é O Suporte Básico de Vida (SBV) é um conjunto de téc-
incompatível com a suspensão condicional de processo. nicas e procedimentos considerado o primeiro atendimento
e) o crime de fuga do local do acidente não é considerado a ser empregado em vitimas que estejam correndo risco de
uma infração penal de menor potencial ofensivo. vida, podendo recebê-los na rua ou em ambiente doméstico.
Cada uma das etapas do SBV surgiu no decorrer do
Resposta: Letra C. Em “a”, Errado – há casos que a ação processo evolutivo, até mesmo na bíblia já havia relatos de
será incondicionada. procedimentos com intuito de ressuscitar a vítima.
Em “b”, Errado – será incondicionada. Com o tempo o SBV foi se aperfeiçoando e hoje consis-
Em “d”, Errado - Art. 307. Violar a suspensão ou a proi- te de etapas a serem seguidas em ordem pré-determinadas
bição de se obter a permissão ou a habilitação para di- e que podem ser executadas no próprio local do acidente,
rigir veículo automotor imposta com fundamento neste como o primeiro cuidado prestado a vitimas de traumas
Código: Penas - detenção, de seis meses a um ano e que estejam correndo risco de vida. É também conceituado
multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo como um conjunto de procedimentos de emergência que
de suspensão ou de proibição. podem ser executados por profissionais de saúde ou por
Em “e”, Errado – Afastar-se o condutor do veículo do leigos treinados e justifica-se pela relevância tanto social
local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou como econômica, pois pode contribuir para diminuição da
civil que lhe possa ser atribuída, resulta em penas - de- co-morbidade e morbidade da população vítima de mal
tenção, de seis meses a um ano, ou multa. (infração pe- súbito, parada cardiorrespiratória e por desobstrução das
nal de menor potencial ofensivo são aquelas com pena vias aéreas por corpo estranho (PERGOLA e ARAUJO, 2008).
menor de 2 anos). O SBV ser de fácil aprendizagem e execução, sua divul-
gação é importantíssima, pois quanto mais pessoas esti-
verem preparadas para ajudar outras pessoas, haverá me-
NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS NO lhora nas estatísticas e uma redução significativa nas taxas
TRÂNSITO. de mortalidade tanto infantil como de adultos, o que será
extremamente benéfico à sociedade como um todo. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
Os procedimentos de primeiros socorros, ou o Suporte
Segundo Oman e Naudé (2003) acidente é um evento
Básico de Vida (SBV) podem determinar a diferença entre a
não intencional e evitável, possível de ocorrer em vários
vida e morte. É um conjunto de medidas e procedimentos
ambientes, como no lar, trabalho, trânsito, escolas, espor-
técnicos com o objetivo de manter o suporte de vida à víti-
tes e lazer, podendo resultar em lesões físicas e ou emo-
ma até a chegada da equipe de emergência.
cionais resultando em traumas. Os traumas que levem a le-
Os procedimentos de emergência visam manter as
sões – alterações anatomo-fisiológicas, são características
funções vitais e evitar o agravamento de uma pessoa fe-
importantes a serem reconhecidas por aqueles que quei-
rida, inconsciente ou em perigo de morrer, até que ela
ram prestar os primeiros socorros a vítima (NAUDÉ,2003).
receba assistência qualificada. Este atendimento imediato
Diversas pesquisas apontam que nos países em desen-
poderá ser realizado por qualquer pessoa habilitada.
volvimento as crianças com idade inferior a cinco anos de
Segundo o dicionário Aurélio, Urgência é a “qualidade
idade estão mais sujeitas aos acidentes domiciliares como
do que é urgente; necessidade imediata; aperto”. Em ter-
quedas de tanque de lavar roupas, aspiração por corpo es-
mos médicos é quando há uma situação que não pode ser
tranho - asfixia, choques por eletricidade por objetos coloca-
adiada, que deve ser resolvida rapidamente, pois se houver
dos na boca, queimaduras e afogamento (BRICCIUS, 2004).
demora, corre-se o risco até mesmo de morte.

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Emergência é a circunstância que necessita de intervenção imediata. Em situações de emergência, a avaliação da vítima
e seu atendimento devem ser prontamente realizados de forma objetiva e eficaz.
O suporte básico de vida inclui o reconhecimento precoce de pacientes com os primeiros sinais e sintomas de síndrome
coronariana aguda, acidente vascular cerebral e obstrução de via aérea. Inclui as manobras de reanimação cardiopulmonar
nas vítimas de parada e manobras de desobstrução de vias aéreas por corpo estranho.

ETAPAS:
- Reconhecimento imediato da Parada cardiorrespiratória (PCR) e acionamento do Serviço de Emergência;
- A reanimação cardiopulmonar precoce, com ênfase nas compressões torácicas;
- Rápida desfibrilação com uso do desfibrilador externo automático (DEA);
- Suporte Avançado de vida eficaz;
- Cuidados pós-PCR.

1. Desfibrilador Externo Automático - DEA

O Desfibrilador Externo Automático – DEA é um equipamento eletrônico portátil que tem como função identificar o
ritmo cardíaco. A leitura automática é realizada através de pás adesivas que são fixadas no tórax da vítima. Ele pode ser
utilizado por público leigo, com recomendação que o operador faça um curso de Suporte Básico em parada cardíaca.
Este equipamento é autoinstrutivo, ou seja, tem todas as informações de como deve ser utilizado.
Figura 1 - DEA

Depois de ligado, ele dá instruções verbais para o procedimento a ser executado. Identifica automaticamente o ritmo
cardíaco normal e as arritmias potencialmente letais (Fibrilação Ventricular- FV e Taquicardia Ventricular- TV). Além de diag-
nosticar, ele é capaz de tratá-las, através da desfibrilação (aplicação de corrente elétrica que interrompe a arritmia, fazendo
com que o coração retome o ciclo cardíaco normal).
Figura 2 - Ritmo cardíaco sinusal (normal)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

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Figura 3 - Taquicardia Ventricular (TV) (anormal)

Figura 4 - Fibrilação Ventricular (FV) (anormal)

FIQUE ATENTO!
O DEA não funcionará em caso de PCR, ele só funciona em casos de FV e TV. Portanto, após a análise do ritmo
cardíaco, se ele não comandar um choque, inicie a massagem cardíaca.

Usando o DEA
A grande maioria de PCRs em adulto envolvem pacientes com ritmo inicial de Fibrilação Ventricular (FV) ou Taquicardia
Ventricular (TV) sem pulso, portanto a desfibrilação precoce e a compressão torácica são necessárias. Se você tiver à sua
disposição o DEA, deverá utilizá-lo.
1. Posicionar as placas no tórax do paciente, conforme a indicação nelas existente;
2. Ligar o aparelho, ele fará uma análise da situação da pessoa e dará as instruções como:
a) Continue as compressões ou;
b) Compressões ineficientes (isso quer dizer que precisa de mais vigor e velocidade) ou;
c) Afaste-se, para que o equipamento efetue o choque.

FIQUE ATENTO!
Se você não tiver um DEA, mantenha as compressões torácicas até a chegada de uma equipe de emergência. .

1.1. Avaliação inicial da vítima

A avaliação inicial da vítima é uma etapa essencial para seu diagnóstico. Permite o inicio imediato das manobras de
reanimação e o acionamento do serviço de urgência e emergência. Esta etapa deve ser realizada em qualquer situação de
urgência. Passos: CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
- A vítima está consciente?
- Apresenta pulso?
- A vítima esta respirando?
- A via aérea está desobstruída?

As novas diretrizes da American Heart Association AHS (2015) preconizam a sequência:


1. Massagem cardíaca;
2. Desobstrução de vias aérea;
3. Boa ventilação

1.2. Avaliando o estado de consciência da vítima

- Toque-a no ombro com delicadeza;


- Fale alto perto do ouvido da vítima “posso ajudar?”

49
Figura 5 - Avaliação inicial da vítima Figura 7 - Compressão torácica.

Se o acidentado estiver consciente, é preciso tranquili-


zá-lo, transmitindo segurança; Os braços do socorrista devem permanecer extendidos,
Se a vitima estiver inconsciente, coloque-a em uma su- com as articulações dos cotovelos retas, transmitindo ao
perfície dura, firme e plana. Se ela estiver em decúbito late- esterno da vítima a pressão exercida pelo peso dos seus
ral ou ventral, o socorrista deve virá-la em bloco de modo ombros e tronco. A pressão aplicada deve ser suficiente
que a cabeça, pescoço e tronco movam-se simultaneamen- para comprimir o esterno cerca de 5 cm (no adulto).
te, sem provocar torções.
1.4. Iniciando as compressões torácicas
1.3. Avaliando o pulso da vítima
1. Ajoelhe-se ao lado da vítima;
A verificação do pulso deverá ser rápida, durando de 5 2. Inicie a Ressuscitação Cardiopulmonar- RCP na frequ-
a 10 segundos. Estenda o pescoço da vítima e posicione os ência de 100 a 120 vezes por minuto, a uma profun-
dedos indicador e médio sobre a proeminência laríngea. didade: mínima de 2 polegadas (5 cm) e máximo
Faça então deslizar lateralmente a ponta dos dois dedos 2,4 polegadas (6 cm);
executando uma leve pressão sobre o pescoço até que se 3. Coloque a base de uma mão no centro do tórax da
perceba a pulsação. vítima e a outra mão sobre a primeira. Os dedos de-
vem ser entrelaçados;
Figura 6 - Checando pulso. 4. Certifique-se de que os seus ombros estão acima do
centro do tórax da vítima;
5. Cada vez que pressionar para baixo, deixe que o tórax
retorne a posição inicial. Isto permitirá que o sangue
flua de volta ao coração;
6. As mãos devem manter-se sempre em contato com
o tórax;
7. Continue as manobras até a chegada de ajuda.

Figura 8 - Ressuscitação Cárdio Pulmonar (RCP)


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

Se na avaliação inicial o socorrista não perceber o pulso,


deverá iniciar as compressões torácicas. O local correto da
aplicação da massagem cardíaca é na linha mamilar, sendo
a mão posicionada sobre o esterno, apoiando-se apenas
nas palmas das mãos, evitando-se o contado dos dedos
com o tórax.

A função da RCP não é despertar a vítima, mas esti-


mular a oxigenação e a circulação do sangue até que seja
iniciado o tratamento definitivo.

50
Abertura de via aérea em casos clínicos
- Em caso de vítima de PCR clínica, fazer a hiperextensão do pescoço da vítima;
- Em caso de vítima de PCR pós trauma, NUNCA fazer a hiperextensão do pescoço da vítima;
- Colocar uma das mãos sobre a testa da vítima e a outra com as pontas dos dedos na mandíbula;
- A mão que estiver espalmada na testa será a responsável pela maior parte da força, apenas para apoio e direção.

Figura 9 - Abertura de via aérea em caso clínico

Abertura de via aérea em casos de trauma


O socorrista deve se colocar atrás da cabeça da vítima, com os cotovelos apoiados na superfície na qual ela está deitada. Se
a boca da vítima permanecer fechada, o queixo e o lábio inferior devem ser retraídos com o auxílio dos polegares. A “manobra
da mandíbula” é indicada quando há SUSPEITA DE TRAUMA cervical. Ela deve ser realizada sem dorso flexão excessiva da
cabeça. Se após estas medidas a respiração não se instalar espontaneamente, deve-se dar seqüência ao atendimento.

Figura 10 - Manobra de Jaw-Thrust

FIQUE ATENTO!
Na literatura atual não é recomendada a realização de respiração boca a boca, devido ao risco do contato CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
com secreções digestivas e respiratória. Recomendamos sempre o uso de uma barreira de proteção (máscara).
Porém, neste manual explicaremos a técnica para casos em que houver necessidade de realizar a manobra
em familiares.
- Incline a cabeça da vítima para trás e eleve-lhe o queixo (somente em casos em que não há suspeita de
trauma);
- Coloque a mão na testa da vítima. Comprima as narinas da vítima com o seu polegar e indicador;
- Com a outra mão, mantenha o queixo elevado e deixe que a boca se abra; Inspire normalmente, incline-se
para frente e coloque a sua boca completamente sobre a boca da vítima;
- Insufle ar para dentro da boca da vítima de forma homogênea e ao mesmo tempo verifique se o tórax se
eleva. Deixe que cada insuflação dure cerca de 01 (um) segundo;
- Mantenha a cabeça da vítima para trás com a elevação do queixo. Eleve a sua cabeça para verificar se o tórax
abaixa;
- Inspire normalmente e faça uma 2ª insuflação;
- Reposicione as suas mãos adequadamente e continue com mais 30 compressões torácicas;
- Recomenda-se o uso de máscara de proteção individual para ressucitação.

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Figura 11 - Respiração boca a boca

RESUMO DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV)


Adaptado do American Heart Association

1. Principais Urgências Clínicas


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

É muito importante que a vítima de PCR receba atendimento imediato. É importante para a manutenção da vida e pre-
venção de sequelas se uma equipe treinada de socorristas estiver presentes no momento da PCR.
Existem outras alterações ou quadro clínicos que, se não socorridos a tempo, podem levar a vítima a ter consequências
graves ou até a morte. Algumas dessas são comuns em ambiente de laboratórios; por isso o socorrista deverá conhecer
procedimentos de primeiros socorros:
- Desmaio;
- Obstrução das vias aéreas superiores;
- Hemorragia de grandes volumes;
- Estado de choque (pressão arterial, etc);
- Convulsões;
- Envenenamento (intoxicações exógenas)
- Queimaduras em grandes áreas do corpo.

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1.1. Desmaio

O “desmaio” é provocado por falta de oxigênio no cérebro. Automaticamente o cérebro reage com falta de força mus-
cular, queda do corpo e perda de consciência.
- Causas: Falta de alimentação (jejum), emoção súbita, ambiente fechado e quente, mudanças bruscas de posição, doen-
ças (tumores cerebrais) etc.
- Sintomas: palidez, suor, vista escura, perda do controle dos músculos, perda dos sentidos.

O que fazer:
* Se a vítima estiver acordada (consciente):
1. Sente-a, abaixe a cabeça e faça leve pressão na nuca para baixo ou deite a vítima e eleve suas pernas para facilitar o
retorno venoso.
2. Chame por ajuda e leve-a a uma unidade de saúde.
* Se a vítima estiver inconsciente:
1. Realizar a avaliação inicial e chamar por socorro

Figura 12 - Conduta em caso de vitima de desmaio

1.2. Asfixia
Asfixia é a interrupção dos movimentos respiratórios e/ou obstrução da entrada de ar nas vias aéreas. Pode ser devido a:
- Corpo estranho;
- Afogamento;
- Estrangulamento;
- Soterramento;
- Obstrução por língua (muito comum nos idosos);

- Gases tóxicos;
- Choque elétrico;
- Venenos;
- Traumatismo na cabeça;
- Alergia e outros.

1.3. Desobstrução de vias aéreas CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

A obstrução da via aérea pela língua é a causa mais comum de PCR em traumas crânio encefálico, choque e em situa-
ções clínicas com paciente inconsciente. O relaxamento da língua da vítima em decúbito dorsal impede a passagem de ar
das vias aérea superiores para as inferiores. A inconsciência também favorece o retorno do conteúdo gástrico para a via
aérea causando asfixia.
Quando a respiração for interrompida deve-se utilizar as manobras de desobstrução, elevando o queixo e inclinando a
cabeça da vítima para trás ou, em caso de traumatismo realizar a manobra de elevação da mandíbula. As duas manobras
já foram descritas acima.

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Figura 13 - Desobstrução de via aérea em caso de 1.3.1. Manobras de Heimlich
trauma
Esta manobra poderá ser executada em pessoas de
qualquer idade. Quando a vítima estiver consciente.
1. Apresente-se e explique o que será feito;
2. Posicionar-se atrás da vítima;
3. Posicionar a mão fechada abaixo do Apêndice Xifói-
de;
4. Colocar a mão oposta sobre a primeira;
5. Fazer quatro compressões firmes direcionadas para
cima;
6. Se não obtiver sucesso e notar que a vítima está pres-
tes a desmaiar, coloque-a gentilmente no chão (ela
vai perder a consciência e pode evoluir para Parada
Obstrução de via aérea por corpo estranho Respiratória);
Os sinais clássicos da vítima de engasgo são: 7. Estenda o pescoço da vítima, o que facilita a passa-
- Tosse (na tentativa de expelir o corpo estranho); gem do ar;
- Agitação (sensação de morte); 8. Abra-lhe a boca e tente visualizar algo que possa es-
- Levar as mãos à garganta (a vítima não consegue fa- tar causando a
lar); 9. obstrução. Se possível retire o corpo estranho;
- Dificuldades para respirar; 10. Se não for possível, iniciar as manobras de reani-
- Mudança da cor da pele (cianose/arroxeado). mação;
11. Peça ajuda sempre.
Se a vítima não for socorrida a tempo ela poderá evoluir
para PCR. Existe um procedimento, chamado manobra de Em mulheres grávidas ou vítimas obesas, nas quais o reanima-
Heimlich, que qualquer pessoa pode fazer na tentativa de dor tenha dificuldade em envolver o abdômen, devem ser reali-
retirar o corpo estranho de uma vítima de engasgo. Para zadas compressões no esterno (semelhante à manobra de RCP).
isto, o socorrista deverá estar treinado e identificar os sinais Podem ser aplicadas em vítimas conscientes ou inconscientes.
de engasgo. Em crianças e Recém-Nascidos os engasgos podem
ocorrer durante a amamentação, a alimentação ou pela in-
Figura 14 - Vitima de engasgo trodução acidental de objetos na boca. O reconhecimento
precoce da obstrução de vias aéreas nesse público é indis-
pensável para o sucesso no atendimento.
Técnica:
1. Utilizar a região hipotenar das mãos para aplicar até
05 palmadas no dorso do lactente (entre as escápulas);
2. Virar o lactente segurando firmemente entre suas
mãos e braços (em bloco);
3. Aplicar 05 compressões torácicas, como na técnica
de reanimação cardiopulmonar (comprima o tórax com 02
dedos sobre o esterno, logo abaixo da linha mamilar).

Figura 16 - Manobra de Heimlich em bebês


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

Figura 15 - Manobra de Heimlinch

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Figura 17 - Manobra de Heimlich em crianças 3. Biológicos
- Animais: Lagarta-de-fogo, água-viva, medusa, etc.
- Vegetais: O látex de certas plantas, urtiga, etc.

* Profundidade ou grau
1. 1º grau: Atingem as camadas superficiais da pele.
Apresentam vermelhidão, inchaço e dor local suportável,
sem a formação de bolhas; Exemplo: queimadura de sol.
2. 2º grau: Atingem as camadas mais profundas da pele.
Apresenta bolhas, pele avermelhada ou com coloração va-
riável, dor, inchaço, desprendimento de camadas da pele e
possível estado de choque;
3. 3º grau: Atingem todas as camadas da pele e podem
chegar aos músculos e ossos. Apresentam pouca ou ne-
nhuma dor e a pele branca ou carbonizada.

* Extensão
Figura 18 - Gestante Quanto à extensão, as queimaduras são calculadas por
área queimada, quanto maior a área atingida, mais severa
é a queimadura.
1. Baixa extensão: Menos de 15% da superfície corporal
atingida;
2. Média extensão: Entre 15 e 40% da superfície corpo-
ral atingida.

1.4.1. Cuidados gerais para todas as queimaduras

- Em queimaduras de pequena extensão: colocar a


parte queimada debaixo da água corrente fria, em
jato suave, por aproximadamente, 10 (dez) minutos.
Compressas úmidas e frias também são indicadas;
1.4. Queimadura - Em caso de queimaduras extensas, colocar a vitima
debaixo do chuveiro durante 30 minutos. Após este
Queimadura é toda lesão provocada pelo contato di- período, retire as roupas molhadas e proteja seu cor-
reto com alguma fonte de calor ou frio, produto quími- po com um lençol ou pano limpo. Não retirar rou-
co, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e pas aderidas;
plantas (como larvas, água-viva, urtiga), entre outros. Se a - Retire também os adornos (pulseiras, anéis e outros).
queimadura atingir 10% do corpo de uma criança ela corre - As queimaduras provocam edema. No caso de agen-
sério risco. Já em adultos, o risco existe se a área atingida tes químicos, retirar a roupa ou parte dela que esti-
for superior a 15%. ver contaminadas pela substância causadora. Lave a
As queimaduras podem ser classificadas quanto ao: queimadura por no mínimo 30 minutos.
1. Agente causador; - Em caso de vestes pegando fogo não permita que
2. Profundidade ou grau; pessoa corra, pois pode aumentar as chamas.
3. Extensão. - Abafe com um cobertor para apagar as chamas ou CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
role o acidentado no chão.
* Agente causador
1. Físicos: No caso de queimaduras de 2º grau em grandes ex-
- Temperatura: Vapor, objetos aquecidos, água quente, tensões do corpo, por calor, substâncias químicas ou
chama, gelo, etc. eletricidade, a vítima necessita de cuidados médicos
- Eletricidade: Corrente elétrica, raio, etc. urgente.
- Radiação: Sol, aparelhos de raios X, raios ultra-viole- - Nunca toque a queimadura com as mãos sem prote-
tas, nucleares, etc. ção;
- Nunca fure bolhas;
2. Químicos: - Nunca tente descolar tecidos grudados na pele quei-
- Produtos químicos: São provocadas por substâncias mada;
químicas em contato com a pele: ácidos, bases, álcool, ga- - Nunca retire corpos estranhos ou graxa do local quei-
solina, etc. mado;
- Nunca coloque manteiga, pó de café, creme dental ou
qualquer outra substância sobre a queimadura;

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- Nunca dê água para vítima de queimadura extensa; d) 4 cm, no mínimo, objetivando que haja fluxo sanguíneo
- Não use gelo diretamente sobre a área queimada. O suficiente para fornecer oxigênio para o coração e cé-
gelo poderá agravar mais a queimadura; rebro.
- Somente dê água para as vitimas conscientes com e) 5 cm, ou menos, porque uma profundidade maior lesa a
queimadura de 1º ou 2º grau de pequena extensão. estrutura torácica e cardíaca.
- Encaminhe a vítima para uma unidade de saúde, onde
será indicado o tratamento necessário. Resposta: Letra B. Em “a”, “c”, “d” e “e”, Errado – estão
fora da indicação de profundidade – mínima 5 cm e má-
Queimadura nos olhos é sempre grave. xima 6 cm.
As queimaduras nos olhos (térmicas e químicas) devem
ser encaminhadas com urgência para um atendimento of- 2. (CONSULPLAN/2017) Em casos de parada cardiorres-
talmológico. piratória, a desfibrilação precoce pode garantir o sucesso
- Queimadura térmica: cubra os olhos da vítima com da ressuscitação cardiopulmonar. Sobre a desfibrilação, é
compressa umedecida e encaminhe a uma unidade correto afirmar que:
de saúde.
- Queimadura por substâncias químicas: lave imediata- a) Tem a função principal de manter a frequência cardíaca
mente com água corrente (lava olhos) por mais de em níveis normais.
15 minutos. Em seguida encaminhar a um Pronto So- b) Permite a reversão de arritmias graves como a fibrilação
corro Oftalmológico. ventricular de curta duração.
c) É uma situação que, no âmbito extra-hospitalar, ocorre
Prestar socorro não significa somente aplicar procedi- em poucos ou raríssimos casos de paradas cardiorres-
mentos e técnicas, mas principalmente solicitar ajuda, veri- piratórias.
ficar a situação da vítima e as condições do local onde ela d) Trata-se de um procedimento destinado apenas a pro-
se encontra. fissionais médicos capacitados a utilizar o Desfibrilador
O treinamento em primeiros socorros não deve ficar fo- Automático Externo (DEA).
cado apenas nos profissionais de saúde, mas deve abran-
ger os demais membros da Universidade, uma vez que Resposta: Letra B. Em “a”, Errado – sua função principal
qualquer pessoa pode precisar de ajuda, seja no local de é identificar o ritmo cardíaco.
trabalho, no trânsito ou no próprio lar. Em “c”, Errado – seu uso é frequente nas equipes de pri-
A capacitação do leigo para atendimento precoce em meiros socorros.
situações de urgência é fundamental para salvar vidas e Em “d”, Errado – trata-se de equipamento autoinstrutivo,
prevenir sequelas, sendo esta a melhor maneira de reduzir que até mesmo o socorrista faz uso.
os índices de traumas e óbitos vivenciados.2
TRANSPORTE DE PASSAGEIROS E DE CAR-
GAS PERIGOSAS (MATERIAIS BIOLÓGICOS).
EXERCÍCIO COMENTADO
Ao abordarmos o assunto de transporte de cargas, se-
1. (FCC/2018 – TRT/ - 15ª Região -SP) Um adulto de porte
jam passageiros ou materiais perigosos, biológicos e em
médio apresenta uma parada cardiorrespiratória (PCR) du-
geral, passamos a nos atentar a pontos mais específicos da
rante o período de trabalho em um Tribunal, onde recebe
legislação que pretendem garantir a segurança e integri-
o suporte básico de vida (SBV), conforme as recomenda-
dade tanto do veículo que carregado/ocupado, quanto do
ções da American Heart Association (AHA), 2015. Nessa si-
transito que o cerca.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

tuação, ao proceder à ressuscitação cardiopulmonar (RCP)


Sobre passageiros, O artigo 107 do Código de Trânsito
manual, recomenda-se aplicar compressões torácicas até
Brasileiro estabelece que Os veículos de aluguel, destina-
uma profundidade de
dos ao transporte individual ou coletivo de passageiros,
deverão satisfazer, além das exigências previstas (no Có-
a) 4,5 cm, no máximo, sendo esse limite de profundidade
gido), às condições técnicas e aos requisitos de segurança,
da compressão necessário, devido à recomendação de
higiene e conforto estabelecidos pelo poder competente
que se deve comprimir com força para que a mesma
para autorizar, permitir ou conceder a exploração dessa
seja eficaz.
atividade. Ou seja, o artigo da legislação passa a ser muito
b) 5 cm, no mínimo, atentando para evitar apoiar-se sobre
mais incisivo estabelecendo requisitos para a circulação de
o tórax da vítima entre as compressões, a fim de permitir
um veículo que não se enquadre em carro de passeio.
o retorno total da parede do tórax a cada compressão.
Os requisitos específicos de segurança para veículos de
c) 6,5 cm, no mínimo, a fim de estabelecer um fluxo san-
transporte coletivo eram previstos na Resolução do Conse-
guíneo adequado, sem provocar aumento da pressão
lho Nacional de Trânsito n. 811/96, atualmente substituída
intratorácica.
pelas Resoluções n. 416/12 (alterada pela 505/14) e 445/13,
2 Fonte: www.ufmg.br/ Selma Costa de Sousa/Luana Andrade Simões/ as quais contemplam regras específicas conforme a cate-
Andreia Rodrigues Moreira

56
goria do veículo (M2 e M3), e se baseiam em normas téc- Enquadra-se nesta definição:
nicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT - Os agentes biológicos das classes de risco 2 e 3 que
(com destaque para a NBR n. 15.570). possam causar doenças em humanos, animais ou
As categorias M2 e M3 são definidas em norma metro- plantas.
lógica, sob responsabilidade do Instituto Nacional de Me- - Os agentes biológicos da classe de risco 1.
trologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO - Os produtos biológicos derivados de organismos
(Portaria n. 30/04), na seguinte conformidade: vivos manufaturados, distribuídos e licenciados de
- M2: veículo rodoviário automotor com mais de 8 (oito) acordo com requerimentos estabelecidos pelas au-
lugares, além do lugar do condutor, e com Peso Bru- toridades nacionais, utilizados para prevenção, tra-
to Total menor ou igual a 5.000 kg; e tamento ou diagnóstico de doenças em humanos,
- M3: veículo rodoviário automotor com mais de 8 (oito) animais, ou para desenvolvimento experimental ou
lugares, além do lugar do condutor, e com Peso Bru- propósito de investigação. Incluem, mas não se li-
to Total maior que 5.000 kg. mitam a produtos acabados ou não acabados, tais
como vacinas.
Também existem normas voltadas à acessibilidade para - Organismos geneticamente modificados e animais
os veículos de transporte coletivo, a fim de atender pa- geneticamente modificados.
drões internacionais que propiciem maior conforto e segu- - Espécime diagnóstico ou espécime clínico humano e
rança às pessoas com deficiência (Resolução do Contran n. animal. Incluem, mas não se limitam a excretas, san-
402/12, com alterações da 469/13). gue e seus componentes, tecidos e fluídos corpóreos
coletados para diagnóstico, excluindo animais vivos.
1. Exigências para o condutor - Material retirado para biópsias (tecidos), órgãos e outros.
- Animais, incluindo insetos, aracnídeos, mamíferos,
Além da categoria de habilitação ‘D’, necessária à con- répteis, aves; além de embriões e ovos.
dução de veículos com capacidade superior a 8 lugares - Substâncias infecciosas.
(mais o motorista), prevê o artigo 145 do CTB, que, para
conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros, o Cargas perigosas:
candidato deverá preencher os seguintes requisitos: Em caso de imprudência ou de acidentes na estrada,
- ser maior de vinte e um anos; quais são os riscos que sua carga pode ocasionar? Se ela
- não ter cometido nenhuma infração grave ou gravís- for capaz de causar danos à estrada, aos veículos ou até
sima ou ser reincidente em infrações médias durante mesmo ao meio ambiente e à saúde das pessoas, é classifi-
os últimos doze meses; cada como carga perigosa. Confira alguns produtos consi-
- ser aprovado em curso especializado e em curso de derados como perigosos:
treinamento de prática veicular em situação de risco, - líquidos inflamáveis;
nos termos da normatização do Contran (constante - produtos transportados a altas temperaturas;
da Resolução n. 168/04 e suas alterações posteriores). - explosivos;
- gases;
O Código de Trânsito Brasileiro vai estabelecer uma série - sólidos inflamáveis;
normas gerais para o transporte coletivo de passageiros, vol- - substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos;
tadas aos requisitos de segurança do veículo, exigências para - substâncias tóxicas e substâncias infectantes;
o condutor e algumas regras próprias, para utilização da via - substâncias radioativas;
pública; porém, a regulamentação e fiscalização em relação à - corrosivos;
prestação deste serviço público ficam a cargo dos Municípios,
Estados e União, a depender da região em que ocorre. Para evitar que essas situações prejudiciais aconteçam,
Em relação ao transporte de cargas, perigosa e biológi- há uma série de regras para que as cargas perigosas sejam CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
cas nos cabe duas definições: armazenadas, transportadas e entregues da maneira mais
segura possível.
Material biológico: Assim como para o transporte de passageiros, as cargas
Todo material que contenha informação genética e seja deste tipo têm na legislação indicações específicas sobre
capaz de auto-reprodução ou de ser reproduzido em um horários, requisitos, documentação e até a disposição de
sistema biológico. treinamento para o tipo de serviço.
Inclui os organismos cultiváveis e microrganismos (in- Para diminuir a exposição às cargas perigosas, o arti-
cluindo as bactérias, fungos filamentosos leveduras e pro- go 15 da Resolução 3665/2011 estabelece que veículos
tozoários); as células humanas, animais e vegetais, as partes transportando-as não podem rodar por regiões com alta
replicáveis destes organismos e células humanas, animais e densidade de população, próximas a reservatórios de água,
vegetais (bibliotecas genômicas, plasmídeos, vírus e frag- que sejam ambientalmente protegidas ou que contenham
mentos de DNA clonado), toxinas e os organismos ainda reservas florestais e ecológicas.
não cultivados, assim como os dados associados a estes Porém, há também legislações municipais e estaduais
organismos - informações moleculares, fisiológicas e estru- quanto à circulação, pois as autoridades responsáveis por
turais referentes ao material biológico. cada via do país podem restringir seu uso por caminhões

57
que transportem produtos perigosos. Também pode haver
delimitação de áreas específicas para estacionamento, car-
ga e descarga desses materiais. HORA DE PRATICAR!
Ou seja, existe alguma autonomia municipal ao tratar
desse tipo de transporte, o que segure que é preciso a 1. (UFTM/2018 – UFTM) Quanto à Reanimação Cardio-
constante verificação para estar dentro da lei. pulmonar (RCP) no Suporte Básico de Vida (SBV) no adulto
Além de tudo, não é qualquer motorista que pode reali- assinale a alternativa INCORRETA:
zar o transporte de cargas perigosas. Você deve ser devida-
mente treinado para exercer essa tarefa com segurança e a) Durante a RCP manual o socorrista deve aplicar com-
responsabilidade. Para isso, existem cursos específicos, cuja pressões torácicas até uma profundidade de, pelo me-
finalidade é aperfeiçoar, instruir, qualificar e atualizar con- nos, 2 polegadas (5 cm) para um adulto médio, evitando
dutores, habilitando-os à condução de veículos de trans- excesso na profundidade das compressões torácicas su-
porte de produtos perigosos. periores a 2,4 polegadas (6 cm).
Para se matricular em um curso de Movimentação e b) O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e pre-
Operação de Produtos Perigosos é ainda necessário cum- paração de um Desfibrilador Externo Automático (DEA)
prir alguns requisitos básicos. São eles: para uso, ou até que os profissionais do Serviço Médico
- ser maior de 21 anos de idade; de Emergência (SME) assumam o cuidado da vítima ou
- possuir Carteira Nacional de Habilitação nas catego- que a vítima comece a se mover.
rias “B”, “C”, “D” ou “E”; c) Se o socorrista puder realizar ventilações de resgate, as
- não ter sido autuado com infração grave ou gravíssi- compressões e as ventilações devem ser aplicadas na
ma ou ser reincidente em infrações médias nos últi- proporção de 30 compressões para cada 2 ventilações.
mos 12 meses; d) É sensato que os socorristas leigos e profissionais da
- não estar cumprindo pena de suspensão do direito saúde realizem compressões torácicas a uma frequência
de dirigir, cassação da CNH, em razão de crime de mínima de 100 compressões por minuto.
trânsito, ou estar impedido judicialmente de exercer
seus direitos. 2. (SERCTAM/2016 - Prefeitura de Quixadá/CE) A obri-
gatoriedade da Inspeção de Segurança Veicular tem por
Perceba que o transporte de cargas perigosas é bastan- objetivo:
te criterioso, justamente pela responsabilidade e riscos que
a atividade envolve. Vale destacar, ainda, que transportar a) Verificar os documentos do condutor.
cargas perigosas sem a devida capacitação constitui crime b) Contribuir para a segurança do trânsito.
ambiental, de acordo com artigo 56 da Lei 9605/98. c) Retirar de circulação os veículos com mais de cinco anos.
Quando na estrada, você deve viajar com os documen- d) Retirar de circulação os veículos de carga.
tos que comprovem a capacidade de levar esses materiais: e) Verificar os documentos do carro.
o Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos
Perigosos (CIPP) e o Certificado de Inspeção Veicular (CIV), 3. (IBGP/2017 – CISSUL/MG) Os pneus são de suma im-
referente ao caminhão. Ambos são emitidos pelo Inmetro. portância no quesito segurança viária. Devemos observar,
Tudo para garantir a segurança no trânsito evitando ao por exemplo, seu desgaste e calibragem. Cuidados esses a
máximo quaisquer despreparos, seja do condutor ou do fim de evitar:
veículo, que ocasionariam em riscos para a comunidade.
a) Instabilidade do veículo.
Adaptação e referências de b) Instabilidade do veículo e desgaste prematuro da sus-
<http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/ pensão.
c) Travamento do sistema de freio e desgaste do cárter.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA

norma_para_o_transporte_externo.html>
<https://blogwlmscania.itaipumg.com.br/transporte- d) Desgaste do manômetro e da bobina.
-de-cargas-perigosas-o-que-todo-caminhoneiro-precisa-
-saber/> 4. (QUADRIX/2017 – CFO/DF) Algumas condições climá-
ticas e naturais afetam as condições de segurança do trân-
sito. Sob essas condições, devem-se adotar atitudes que
garantam a própria segurança e a dos demais usuários da
via. No que se refere às condições do ambiente, julgue o
item subsequente.
Ventos muito fortes, ao atingir o veículo em movimento,
podem deslocá-lo, ocasionando a perda de estabilidade e
o descontrole. Nesse caso, é recomendável que se reduza a
velocidade para manter a estabilidade.

( ) CERTO ( ) ERRADO

58
5. (QUADRIX/2017 – CFO/DF) Algumas condições climá- 8. (UECE/CEV – 2018 – DETRAN/CE) Deixar o condutor ou
ticas e naturais afetam as condições de segurança do trân- passageiro de usar o cinto de segurança, constitui infração
sito. Sob essas condições, devem-se adotar atitudes que
garantam a própria segurança e a dos demais usuários da a) grave, cuja penalidade corresponde a multa, e a medida
via. No que se refere às condições do ambiente, julgue o administrativa correspondente é a retenção do veículo
item subsequente. até a colocação do cinto pelo infrator.
Quando o veículo estiver sobre poças de água, é recomen- b) grave, cuja penalidade corresponde à suspensão do di-
dável a utilização dos freios para aumentar a aderência dos reito de dirigir por 30 (trinta) dias, e a medida adminis-
pneus à pista. trativa correspondente é a retenção do veículo.
c) gravíssima, cuja penalidade corresponde a multa e sus-
pensão do direito de dirigir por 30 (trinta) dias, e a me-
( ) CERTO ( ) ERRADO
dida administrativa correspondente é a retenção do veí-
culo até a colocação do cinto pelo infrator.
6. (FGV/2015 – DETRAN/NA) As recomendações a seguir
d) gravíssima, cuja penalidade corresponde a multa, e a medi-
são importantes instrumentos de direção defensiva e de
da administrativa correspondente é a retenção do veículo.
educação no trânsito, à exceção de uma.
Assinale-a. 9. (VUNESPE/2016 – MPE/SP) Conforme Anexo I do Có-
digo de Trânsito Brasileiro – CTB, acostamento é parte da
a) Dê preferência de passagem aos veículos que se deslo- ______________ diferenciada da pista de rolamento destinada
cam sobre trilhos, respeitadas as normas de circulação. a _________ de veículos, em caso de emergência, e à circu-
b) Aguarde uma oportunidade segura e permitida pela si- lação de___________ , quando não houver local apropriado
nalização para fazer uma ultrapassagem, quando estiver para esse fim.
dirigindo em vias com duplo sentido de direção e pista Assinale a alternativa que preenche, correta e respectiva-
única, nos trechos em curvas e em aclives. mente, as lacunas do texto.
c) Ao dirigir um veículo de maior porte, tome todo o cui-
dado e seja responsável pela segurança dos veículos a) rodovia … parada … pedestres e bicicletas
menores, pelos não motorizados e pela segurança dos b) rodovia ou via de trânsito rápido … parada … pedestres
pedestres. e bicicletas
d) Nos cruzamentos, não pare seu veículo bloqueando a c) via … parada ou estacionamento … bicicletas
passagem de outros veículos a menos que você esteja d) via … circulação ou estacionamento … pedestres e bicicletas
na via preferencial e com o semáforo ainda verde para e) via … parada ou estacionamento … pedestres e bicicletas
você.
e) Não ultrapasse veículos em pontes, viadutos e em tra- 10. (FCM/2016 – IFF) Instrumento do painel que marca as
vessias de pedestres, exceto se houver sinalização que rotações por minuto, desenvolvidas pelo motor, é o
o permita.
a) horímetro.
7. (VUNESP/2018 – PC/SP) Assinale a alternativa que cor- b) rotâmetro.
retamente define a categoria de habilitação. c) odômetro.
d) barômetro.
a) Categoria C – condutor de veículo motorizado utilizado e) tacômetro.
em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a
três mil e quinhentos quilogramas.
b) Categoria B – condutor de veículo motorizado de duas
ou três rodas, com ou sem carro lateral. GABARITO
c) Categoria E – condutor de veículo motorizado utilizado CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - MOTORISTA
no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito 1 D
lugares, excluído o do motorista.
d) Categoria A – condutor de veículo motorizado cujo peso 2 B
bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogra- 3 B
mas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído 4 CERTO
o do motorista.
e) Categoria D – condutor de combinação de veículos em 5 ERRADO
que a unidade tratora se enquadre nas categorias B e C 6 D
e cuja unidade acoplada, reboque, semirreboque, trai- 7 A
ler ou articulada tenha 6000 kg (seis mil quilogramas)
ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 8 A
(oito) lugares. 9 E
10 E

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ANOTAÇÕES

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