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Simulado 2 LP
Simulado 2 LP
Questão 1
Todo ponto de vista é a vista de um ponto
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem.
E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber
como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma
releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial
conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem
convive que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume
os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão
sempre uma interpretação.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999.
A) enfatizar a leitura.
B) incentivar a leitura.
C) priorizar a leitura.
D) valorizar a leitura.
E) individualizar a leitura.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/saeb_matriz2.pdf>. Acesso em: 15/04/2013.
(Item adaptado)
Habilidade:
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Conhecendo o SARESP - 2017
D6 – Identificar tema em um texto.
Questão 2
Importância da pesquisa
Sem pesquisa não há ciência, muito menos tecnologia. Todas as grandes empresas
do mundo de hoje possuem departamentos chamados “Pesquisa e Desenvolvimento”
(P&D). Os departamentos de P&D estão sempre tentando dar um passo à frente para
a obtenção de novos produtos que respondem melhor às exigências cada vez maiores
dos consumidores ou, simplesmente, que permitam vencer a concorrência das
empresas. As indústrias farmacêuticas vivem à procura de novos medicamentos mais
eficazes contra doenças velhas e novas (e rezamos para que consigam!). As
montadoras de automóveis querem produzir carros mais econômicos, menos
poluentes, mais seguros. A informática não para de nos assustar com seus
computadores cada dia mais rápidos, com maior capacidade de memória, com
programas mais eficientes. Uma porcentagem significativa dos lucros dessas
empresas é destinada à P&D. Nesses departamentos existem laboratórios
ultramodernos, pistas de testes (quando é o caso), campos de aplicação experimental,
oficinas para montagem de protótipos etc. Neles trabalham técnicos e cientistas
altamente preparados. Se não houvesse pesquisa, todas as grandes invenções e
descobertas científicas não teriam acontecido.
BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1998, pág. 19
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Conhecendo o SARESP - 2017
Para responder às questões 3 e 4, leia o texto abaixo:
A aliança
Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer,
mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira,
o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio
ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo
das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu.
Fictício, claro. Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira,
todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em
que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes
nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto
ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no
meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos
que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro
tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências...
Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava
fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e
caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a
chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro.
Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou
as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar
no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às
perguntas da mulher antes de ela fazê-las.— Você não sabe o que me aconteceu! —
O quê?— Uma coisa incrível.
— O quê?— Contando ninguém acredita. — Conta!— Você não nota nada de
diferente em mim? Não está faltando nada?— Não. — Olhe. E ele mostraria o
dedo da aliança, sem a aliança.— O que aconteceu? E ele contaria. Tudo, exatamente
como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário.
E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.— Que coisa – diria a mulher,
calmamente.— Não é difícil de acreditar?— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu...— SEU CRETINO!— Meu bem...— Está me achando com cara de
boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo
para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e
ainda tem a cara de pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria. —
Mas, meu bem...— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum
motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem- -vergonha! E ela sairia
de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem
dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E,
finalmente: — Que fim levou a sua aliança? E ele disse: —Tirei para namorar. Para
fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser
encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos
depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas
que eles, com bom-senso, a venceriam. — O mais importante é que você não mentiu
pra mim. E foi tratar do jantar.
VERÍSSIMO. Luis Fernando. Texto extraído do livro As mentiras que os homens contam. Editora Objetiva -
Rio de Janeiro, 2000, pág. 37. (Revisão realizada pela Nova Ortografia)
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Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
Questão 3
No texto, considera-se que o homem perdeu sua aliança de casamento
Questão 4
No texto, considera-se que o homem mentiu para sua esposa, pois
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Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.
Questão 5
13 de Dezembro
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Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
D16 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
Questão 6
A Formiga e a Cigarra
Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a
formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno.
Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com
os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu nome era
“trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares
da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou,
aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por
vir. Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava
começando. A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca
repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca.
Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga
cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra
falou para a formiguinha:
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha
toca?
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir
a Paris e comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um
produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows
em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO
QUE O CARREGUE!
MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho
em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
Fábula de La Fontaine reelaborada. Disponível em <http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/
fabula2.html>. Acesso em: 15/04/2013. (adaptado).
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Questão 7
Luz sob a porta
— E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente, na
porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)
8
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
D8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.
Questão 8
9
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
Questão 9
O teatro da etiqueta
10
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
D9 – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.
Questão 10
A sombra do meio-dia
A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado recentemente, de
autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça
(duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele que escreve discursos
para outros. A glória do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão
profissional e social que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um
ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos escrúpulos como
soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou
daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda
mais um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se
acachapantes. Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor
a uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias
do dinheiro e do poder, a glória literária.
Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai
sendo sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é
a alma que põe em continuada venda.
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004. Ensaio p. 110.
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Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
H20 Inferir o sentido de operadores discursivos ou de processos persuasivos utilizados em
um texto argumentativo.
Questão 11
Leia abaixo a apresentação do site “Maranhão Único”, que integra as estratégias do “Plano de
Desenvolvimento do Turismo do Maranhão - Plano Maior 2020”, que promove o estado como polo
turístico.
SOBRE O MARANHÃO
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Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
H05 Identificar o sentido de palavra ou expressão gramatical (conjunções, advérbios etc.)
utilizadas em segmento de um texto, selecionando aquela que pode
substituí-la no contexto em que se insere.
Questão 12
Leia o texto e responda à questão.
Estudo do Instituto de defesa do Consumidor mostra que refeições do tipo combo – lanche,
acompanhamento e bebida – vendidas em redes de fast-food podem conter 70% da quantidade
de gordura saturada e sal recomendados para o consumo diário, além de grandes concentrações
de gorduras trans.
Fonte: DEFESA do consumidor… O Estado de S.Paulo, São Paulo, 08 de agosto de 2008, p. A 17. (Fragmento)
No texto, a expressão além de pode ser substituída, sem alteração do sentido do texto, por:
(A) mas.
(B) bem como.
(C) embora.
(D) em virtude de.
(E) desde que.
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Conhecendo o SARESP - 2017
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
Questão 13
“Analisando o livro O Dragão, podemos observar que o autor se utiliza muito do flash-back para
explicar alguma passagem importante do personagem. Na verdade, o leitmotiv do enredo gira
em torno de um coronel que é sempre assediado pelas mulheres. ‘Elas fazem o que querem
comigo’, diz, a certa altura, o personagem. Essa ‘máquina’ de procriar, que é o coronel,
simplesmente é o ‘Deus’ da aldeia, pois ele foi o criador de TUDO no povoado de São Francisco
do Estreito.”
14
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
H36 Identificar, em um texto literário, processos explícitos de remissão ou referência a
outros textos ou autores.
Questão 14
15
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
H39 Estabelecer relações temáticas ou estilísticas de semelhança ou oposição entre
textos literários: de diferentes autores; de diferentes gêneros; ou de diferentes épocas.
Questão 15
Leia o texto e responda à questão.
DAS PEDRAS
Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.
16
Conhecendo o SARESP - 2017
Se compararmos esses versos de Drummond aos de Cora Coralina, veremos que, nos dois
poemas, foi usada a
imagem da pedra para simbolizar
(A) afetividade.
(B) comodidade.
(C) dificuldade.
(D) fidelidade.
(E) simplicidade.
Habilidade:
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Questão 16
De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos,
saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral.
Millôr Fernandes
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Conhecendo o SARESP - 2017
bilide:
H43 Inferir o conflito gerador de uma narrativa literária analisando o enunciado na perspectiva do
papel assumido pelas personagens.
Questão 17
VIDAS SECAS
Deu-se aquilo porque sinhá Vitória não conversou um instante com o menino mais
velho. Ele nunca tinha ouvido falar em inferno. Estranhando a linguagem de sinhá
Terta, pediu informações. Sinhá Vitória, distraída, aludiu vagamente a certo lugar ruim
demais, e como o filho exigisse uma descrição, encolheu de ombros.
Sinhá Vitória falou em espetos quentes e fogueiras.
– A senhora viu?
Aí sinhá Vitória se zangou, achou-o insolente e aplicou-lhe um cocorote.
O menino saiu indignado com a injustiça, atravessou o terreiro, escondeu-se debaixo
das catingueiras murchas, à beira da lagoa vazia.
O pequeno sentou-se, acomodou nas pernas a cachorra, pôs-se a contar-lhe baixinho
uma estória. Tinha o vocabulário quase tão minguado como o do papagaio que
morrera no tempo da seca. Valia-se, pois, de exclamações e de gestos, e Baleia
respondia com o rabo, com a língua, com movimentos fáceis de entender.
Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia
as sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que
rangiam na caatinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra,
com certeza importante porque figurava na conversa de sinhá Terta. Ia decorá-la e
transmiti-la ao irmão e à cachorra. Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se
admiraria, invejoso.
– Inferno, inferno.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 55-60. (Fragmento)
Questão 18
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Conhecendo o SARESP - 2017
H45 Inferir o papel desempenhado pelas personagens em uma narrativa literária.
Questão 19
A questão seguinte baseia-se no conto de Carlos Drummond de Andrade.
ESSAS MENINAS
As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, às vezes com
seus namorados. As alegres meninas que estão sempre rindo, comentando o besouro
que entrou na classe e pousou no vestido da professora; essas meninas; essas coisas
sem importância.
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. Riem alto, riem
musical, riem desafinado, riem sem motivo, riem.
Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca mais voltassem a rir e falar coisas
sem importância. Faltava uma delas. O jornal dera a notícia do crime. O corpo da
menina encontrada naquelas condições, em lugar ermo. A selvageria de um tempo
que não deixa mais rir.
As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se adultas de uma hora para outra: essas
mulheres.
(Carlos Drummond de Andrade, Contos Plausíveis)
20
Conhecendo o SARESP - 2017
H44 Inferir a perspectiva do narrador em um texto literário narrativo, justificando
conceitualmente essa perspectiva.
Questão 20
Leia o trecho do romance de Machado de Assis para responder à questão.
Ao fundo, por trás do balcão, estava sentada uma mulher, cujo rosto amarelo e
bexiguento não se destacava logo, à primeira vista; mas logo que se destacava era
um espetáculo curioso. Não podia ter sido feia; ao contrário, via-se que fora bonita, e
não pouco bonita; mas a doença e uma velhice precoce destruíam-lhe a flor das
graças. Crê-los-ei, pósteros? Essa mulher era Marcela.
Marcela lançou os olhos para a rua, com a atonia de quem reflete ou relembra; eu
deixei-me ir então ao passado, e, no meio das recordações e saudades, perguntei a
mim mesmo por que motivo fizera tanto desatino. Não era esta certamente a Marcela
de 1822; mas a beleza de outro tempo valia uma terça parte de meus sacrifícios? Era
o que eu buscava saber, interrogando o rosto de Marcela. O rosto dizia-me que não;
ao mesmo tempo os olhos me contavam que, já outrora, como hoje, ardia neles a
flama da cobiça. Os meus é que não souberam ver-lha; eram olhos da primeira edição.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)
(A) entristece-se por vê-la em má situação, mesmo sabendo que ela, desde sua
juventude, já não vivia bem.
(B) reconhece a beleza imutável de Marcela e consegue entender por que em sua
juventude cometera tantos desatinos por ela.
(C) toma consciência de que, mesmo depois de tanto tempo, continua amando Marcela
com a mesma intensidade.
(D) passa a questionar se os desatinos cometidos em sua juventude por Marcela
valeriam a pena, de fato.
(E) lamenta a sua situação decrépita, mas sente-se bem por saber que ela paga pelo
sofrimento que lhe causara.
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Conhecendo o SARESP - 2017
H02 Identificar os interlocutores prováveis do texto, considerando o uso de determinado
pronome de tratamento ou da adjetivação.
Questão 21
Leia o texto.
(A) um pai.
(B) um adulto.
(C) um professor.
(D) um adolescente.
(E) uma criança.
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Conhecendo o SARESP - 2017
H12 Identificar estratégias empregadas pelo autor, em um texto argumentativo, para o
convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre
outras.
Questão 22
A maior vantagem é óbvia: mais eletricidade. O consumo de energia sobe junto com o do PIB. Em
2010 foram 7,5% de crescimento no Produto Interno Bruto e 7,8% no do consumo de eletricidade.
Sem energia, o país não cresce. E se o país não cresce você tende a perder o emprego – pior do
que dormir no escuro.
Belo Monte, por esse ponto de vista, é uma necessidade. Mas para alguns é uma atrocidade, já
que seu reservatório vai alagar uma área na Amazônia equivalente a 1/3 da cidade de São Paulo,
entre outros desequilíbrios ambientais.
A proposta de aproveitar as águas do rio Xingu para gerar energia já era antiga: começou em
1975, no governo Geisel. Em 2011, as obras começaram. E os protestos aumentaram. O apelo é
substituir a usina por fontes de energia eólica e solar. Para quem defende Belo Monte, isso não
faz sentido: seria mais caro e menos confiável. A maior certeza é que, até a data marcada para a
entrega da usina, muita água vai rolar nesse debate.
(Tiago Cordeiro, Alexandre Versignassi, Renata Steffen e Horácio Gama. Disponível em:
http://super.abril.com.br/ideias/quais-sao-as-vantagens-e-desvantagens-de-belo-monte. Publicado em: dezembro de 2011.
Acessado em 17.02.16. Adaptado)
A estratégia utilizada pelo autor do texto para convencer de que a Usina de Belo Monte é uma
necessidade consiste em suscitar no leitor o temor
(A) de que aumente a demanda por eletricidade e a população venha a ficar no escuro em algumas
regiões do país.
(C) do alagamento de uma área na Amazônia equivalente a 1/3 da cidade de São Paulo, entre
outros desequilíbrios ambientais.
(D) da catástrofe ambiental que poderia decorrer da substituição da usina de Belo Monte por fontes
de energia eólica e solar.
(E) do aumento dos protestos pedindo que a usina seja substituída por fontes de energia limpa,
como a eólica e solar.
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Conhecendo o SARESP - 2017
H13 Identificar a proposta defendida pelo autor em um texto, considerando a tese
apresentada e a argumentação construída.
Questão 23
Leia o texto.
Uma pausa para respirar, avaliar o que passou e pensar o futuro de modo coletivo. Novamente,
as atenções globais se voltam para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, de 20 a 22 deste mês, no
Rio de Janeiro. Conhecido como Rio+20, o evento marca os 20 anos da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92. Com a participação prevista de
dezenas de chefes de Estado e de milhares de representantes de empresas e organizações não
governamentais de todo mundo, são três os temas principais na agenda da Rio+20: economia
verde no contexto do desenvolvimento sustentável; erradicação da pobreza; construção de uma
nova governança para o desenvolvimento sustentável.
Para enfrentar os desafios atuais, de superação da pobreza e do alto risco representado pela
ultrapassagem das fronteiras planetárias, é preciso construir uma nova governança, ou seja, um
novo modelo institucional. O poder público, o sistema jurídico, o atual funcionamento das
instituições dão conta dos complexos desafios do Século 21?
(José Pedro Martins. Uma nova chance para o planeta. Terra da gente, junho de 2012. Adaptado)
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Conhecendo o SARESP - 2017
H13 Identificar a proposta defendida pelo autor em um texto, considerando a tese
apresentada e a argumentação construída.
Questão 24
O autor dessa carta escreve a fim de expressar sua opinião sobre uma matéria anterior
publicada pela revista sobre depósitos de “lixo eletrônico”. Ele propõe que
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Conhecendo o SARESP - 2017