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Conhecendo o SARESP - 2017

3ª Série do Ensino Médio


Língua Portuguesa
A B C D E
1 ○ ○ ○ ○ ●
2 ○ ○ ○ ● ○
3 ● ○ ○ ○ ○
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23 ○ ○ ● ○ ○
24 ○ ○ ○ ● ○
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Conhecendo o SARESP - 2017
Língua Portuguesa
3ª série do Ensino Médio

D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

Questão 1
Todo ponto de vista é a vista de um ponto
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem.
E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber
como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma
releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial
conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem
convive que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume
os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão
sempre uma interpretação.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999.

A expressão “com os olhos que tem”, no texto, tem o sentido de

A) enfatizar a leitura.
B) incentivar a leitura.
C) priorizar a leitura.
D) valorizar a leitura.
E) individualizar a leitura.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/saeb_matriz2.pdf>. Acesso em: 15/04/2013.
(Item adaptado)
Habilidade:

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Conhecendo o SARESP - 2017
D6 – Identificar tema em um texto.

Questão 2

Importância da pesquisa
Sem pesquisa não há ciência, muito menos tecnologia. Todas as grandes empresas
do mundo de hoje possuem departamentos chamados “Pesquisa e Desenvolvimento”
(P&D). Os departamentos de P&D estão sempre tentando dar um passo à frente para
a obtenção de novos produtos que respondem melhor às exigências cada vez maiores
dos consumidores ou, simplesmente, que permitam vencer a concorrência das
empresas. As indústrias farmacêuticas vivem à procura de novos medicamentos mais
eficazes contra doenças velhas e novas (e rezamos para que consigam!). As
montadoras de automóveis querem produzir carros mais econômicos, menos
poluentes, mais seguros. A informática não para de nos assustar com seus
computadores cada dia mais rápidos, com maior capacidade de memória, com
programas mais eficientes. Uma porcentagem significativa dos lucros dessas
empresas é destinada à P&D. Nesses departamentos existem laboratórios
ultramodernos, pistas de testes (quando é o caso), campos de aplicação experimental,
oficinas para montagem de protótipos etc. Neles trabalham técnicos e cientistas
altamente preparados. Se não houvesse pesquisa, todas as grandes invenções e
descobertas científicas não teriam acontecido.
BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1998, pág. 19

A ideia central do texto é a de que a pesquisa é importante para melhorar

(A) os equipamentos de informática.


(B) os níveis de lucros das empresas.
(C) os níveis salariais dos cientistas.
(D) a qualidade de vida das pessoas.
(E) os campos de aplicação experimental.

Disponível em: http://devolutivas.inep.gov.br/itens_publicados/85. Último acesso:15/09/2017.

3
Conhecendo o SARESP - 2017
Para responder às questões 3 e 4, leia o texto abaixo:
A aliança
Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer,
mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira,
o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio
ou a grande aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo
das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu.
Fictício, claro. Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira,
todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em
que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes
nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto
ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no
meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos
que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro
tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências...
Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava
fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e
caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a
chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro.
Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou
as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar
no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às
perguntas da mulher antes de ela fazê-las.— Você não sabe o que me aconteceu! —
O quê?— Uma coisa incrível.
— O quê?— Contando ninguém acredita. — Conta!— Você não nota nada de
diferente em mim? Não está faltando nada?— Não. — Olhe. E ele mostraria o
dedo da aliança, sem a aliança.— O que aconteceu? E ele contaria. Tudo, exatamente
como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário.
E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.— Que coisa – diria a mulher,
calmamente.— Não é difícil de acreditar?— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu...— SEU CRETINO!— Meu bem...— Está me achando com cara de
boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo
para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e
ainda tem a cara de pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria. —
Mas, meu bem...— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum
motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem- -vergonha! E ela sairia
de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem
dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E,
finalmente: — Que fim levou a sua aliança? E ele disse: —Tirei para namorar. Para
fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser
encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos
depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas
que eles, com bom-senso, a venceriam. — O mais importante é que você não mentiu
pra mim. E foi tratar do jantar.
VERÍSSIMO. Luis Fernando. Texto extraído do livro As mentiras que os homens contam. Editora Objetiva -
Rio de Janeiro, 2000, pág. 37. (Revisão realizada pela Nova Ortografia)

4
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
D1 – Localizar informações explícitas em um texto.

Questão 3
No texto, considera-se que o homem perdeu sua aliança de casamento

A) no bueiro da rua ao trocar o pneu do carro.


B) num tapete felpudo de um quarto de motel.
C) no porta-malas do carro ao pegar o macaco.
D) na casa da namorada com dedo sujo de óleo.
E) num programa de grande aventura na América.
Habilidade:

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.

Questão 4
No texto, considera-se que o homem mentiu para sua esposa, pois

A) tirou a aliança para namorar e fazer um programa.


B) sabia que a mulher não acreditaria na verdade.
C) era um homem, naquela idade, com seus 40 anos.
D) perdeu a aliança em um tapete de quarto de motel.
E) jogou a aliança no bueiro com a crise do casamento.

5
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.

Questão 5
13 de Dezembro

Passei de carro pela Esplanada e vi a multidão. Estranhei aquilo. O motorista me


lembrou: “Hoje é 13 de dezembro, dia de Santa Luzia. A igreja dela está cheia, ela
protege os olhos da gente”.
Agradeci a informação, mas fiquei inquieto. Bolas, o 13 de dezembro tinha alguma
coisa a ver comigo e nada com Santa Luzia e sua eficácia nas doenças que ainda não
tenho. O que seria?
Aniversário de um amigo? Uma data inconfessável, que tivesse marcado um
relacionamento para o bom ou para o pior?
Não lembrava de nada de importante naquele dia, mas ele piscava dentro de mim. E
as horas se passaram iluminadas pelo intermitente piscar da luzinha vermelha dentro
de mim. 13 de dezembro! Preciso tomar um desses tonificantes da memória, vivo em
parte dela e não posso ter brancos assim, um dia importante e não me lembro por
quê.
Somente à noite, quando não era mais 13 de dezembro, ao fechar o livro que estava
lendo, de repente a luz parou de piscar e iluminou com nitidez a cena noturna: eu
chegando no prédio em que morava, no Leme, a Kombi que saiu dos fundos da
garagem, o homem que se aproximou e me avisou que o comandante do 1º Exército
queria falar comigo.
Eram 11 horas da noite, estranhei aquele convite, nada tinha a falar com o general
Sarmento e não acreditava que ele tivesse alguma coisa a falar comigo.
Mas o homem insistiu. E outro homem que saíra da Kombi já entrava dentro do meu
carro, com uma pequena metralhadora. Naquela mesma hora, a mesma cena se
repetia pelo Brasil afora, o governo baixara o AI-5, eu nem ouvira o decreto lido no
rádio. Num motel da Barra, eu estivera à toa na vida, e meu amor me chamara e eu
não vira a banda passar.
Tantos anos depois, ninguém me chama nem me convida para falar com o
comandante do 1º Exército. O país talvez tenha melhorado, mas eu certamente piorei.
CONY, Carlos Heitor. Folha de São Paulo. 16/12/2001.

No texto, o que gera a inquietação do narrador é o fato de ele

A) verificar que a igreja estava cheia de fiéis.


B) não se lembrar de algo muito importante.
C) ver uma grande multidão na Esplanada.
D) constatar que não era um dia importante.
E) saber que era dia de Santa Luzia.
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Último acesso:15/09/2017.

6
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
D16 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.

Questão 6
A Formiga e a Cigarra
Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a
formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de inverno.
Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do bate-papo com
os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma cervejinha. Seu nome era
“trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares
da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou,
aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno que estava por
vir. Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava
começando. A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e aconchegante toca
repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca.
Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua amiga
cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco de visom. E a cigarra
falou para a formiguinha:
– Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da minha
toca?
– Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra ir
a Paris e comprar essa Ferrari?
– Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um
produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows
em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?
– Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro DIABO
QUE O CARREGUE!

MORAL DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho
em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
Fábula de La Fontaine reelaborada. Disponível em <http://www.geocities.com/soho/Atrium/8069/Fabulas/
fabula2.html>. Acesso em: 15/04/2013. (adaptado).
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Em relação ao texto original da fábula, a ironia está no fato de

A) a formiga trabalhar e possuir uma toca.


B) a cigarra deixar de trabalhar para aproveitar o Sol.
C) a cigarra não trabalhar e cantar durante todo o outono.
D) a formiga possuir o nome “trabalho” e o sobrenome “sempre”.
E) a cigarra, sem trabalhar, surgir de Ferrari e casaco de visom.
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em: 15/04/2013.
7
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:

D13 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um


texto.

Questão 7
Luz sob a porta

— E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente, na
porta de minha casa! Não é ousadia demais?
— E você?
— Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
— Que eu fosse.
— Quem tá de copo vazio aí?
— Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo?
(VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)

O padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante

A) rigoroso na precisão vocabular.


B) escrupuloso em ambiente de trabalho.
C) ajustado às situações informais.
D) exato quanto à pronúncia das palavras.
E) contrário ao uso de expressões populares.
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em: 15/04/2013.

8
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
D8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.

Questão 8

Haverá um mapa para este tesouro?

“Diversidade biológica” significa a variabilidade de organismos vivos de todas as


origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e
outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de
ecossistemas.” (Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica).
O Brasil, país de dimensões continentais, sabidamente possui uma enorme
biodiversidade, sendo definida como a maior do planeta. Possuir muito, e de diferentes
fontes, ecoa aos nossos sentidos como ter à disposição, ao alcance de todos, um
grande tesouro. No entanto, todos sabemos que um grande tesouro escondido em
locais inacessíveis, ou mesmo localizado sob os nossos olhos, sem que tenhamos
possibilidade de enxergá-lo, significa um grande sonho.... e sonhos não costumam
tornar-se realidade... podem até evoluir para pesadelos...
Assim, fica evidente que o conhecimento científico, embasado em fatos, é essencial
para dar suporte a hipóteses que gerem projetos que permitam expandir esses
conhecimentos e servir de partida para projetos que permitam a aplicação racional e
sustentada dessa riqueza. Todos sabem que a pior atitude é “...matar a galinha dos
ovos de ouro...”. Portanto, precisamos saber de onde vêm os ovos, e como cuidar da
galinha e fazê-la reproduzir para que possamos transmitir essa riqueza como herança.
Regina Pakelmann Markus e Miguel Trefault Rodrigues. Revista Ciência &Cultura.julho/agosto/setembro 2003.
p.20.

O trecho “evoluir para pesadelos...” é um argumento para sustentar a ideia de que

A) o maior conhecimento da natureza causa-lhe mais riscos.


B) a reprodução ostensiva da galinha dos ovos de ouro é problemática.
C) a má utilização das riquezas naturais causa graves problemas.
D) a biodiversidade do Brasil é imensa e incontrolável.
E) o sonho alto das pessoas faz com que sofram muito.
Disponível em <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em 15/04/2013.

9
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:

D7 - Identificar a tese de um texto.

Questão 9
O teatro da etiqueta

No século XV, quando se instalavam os Estados nacionais e a monarquia absoluta na


Europa, não havia sequer garfos e colheres nas mesas de refeição: cada comensal
trazia sua faca para cortar um naco da carne – e, em caso de briga, para cortar o
vizinho. Nessa Europa bárbara, que começava a sair da Idade Média, em que nem os
nobres sabiam escrever, o poder do rei devia se afirmar de todas as maneiras aos
olhos de seus súditos como uma espécie de teatro. Nesse contexto surge a etiqueta,
marcando momento a momento o espetáculo da realeza: só para servir o vinho ao
monarca havia um ritual que durava até dez minutos.
Quando Luís XV, que reinou na França de 1715 a 1774, passou a usar lenço não
como simples peça de vestuário, mas para limpar o nariz, ninguém mais na corte de
Versalhes ousou assoar-se com os dedos, como era costume. Mas todas essas
regras, embora servissem para diferenciar a nobreza dos demais, não tinham a
petulância que a etiqueta adquiriu depois. Os nobres usavam as boas maneiras com
naturalidade, para marcar uma diferença política que já existia. E representavam esse
teatro da mesma forma para todos. Depois da Revolução Francesa, as pessoas
começam a aprender etiqueta para ascender socialmente. Daí por que ela passou a
ser usada de forma desigual – só na hora de lidar com os poderosos.
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2.

Nesse texto, o autor defende a tese de que

A) as pessoas evoluíram a etiqueta para descomplicá-la.


B) a etiqueta tinha uma finalidade democrática antigamente.
C) a etiqueta sempre foi um teatro apresentado pela realeza.
D) as classes sociais se utilizam da etiqueta desde o século XV.
E) a etiqueta mudou, mas continua associada aos interesses do poder.
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em: 15/04/2013.

10
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
D9 – Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.

Questão 10
A sombra do meio-dia
A Sombra do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado recentemente, de
autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça
(duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele que escreve discursos
para outros. A glória do ghost-writer de Danese adveio do dinheiro e da ascensão
profissional e social que lhe proporcionaram os serviços prestados ao patrão – um
ricaço feito senador e ministro, ilimitado nas ambições e limitado nos escrúpulos como
soem ser as figuras de sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou
daquilo que gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda
mais um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se
acachapantes. Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor
a uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar, às delícias
do dinheiro e do poder, a glória literária.
Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai
sendo sugada pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é
a alma que põe em continuada venda.
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004. Ensaio p. 110.

O fragmento que contém a informação principal do texto é

A) “Na forma de palavras [...] é a alma que põe em continuada venda. ”


B) “O livro trata da glória (efêmera) e da desgraça (duradoura) de um ghost-writer.”
C) “A Sombra do Meio-Dia é o belo título [...], de autoria do diplomata Sério
Danese.”
D) “As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se acachapantes”.
E) “Nosso escritor de aluguel vai se exaurindo. ”

Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/prova-brasil-e-saeb/downloads>. Acesso em: 15/04/2013.


(adaptado)

11
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
H20 Inferir o sentido de operadores discursivos ou de processos persuasivos utilizados em
um texto argumentativo.

Questão 11
Leia abaixo a apresentação do site “Maranhão Único”, que integra as estratégias do “Plano de
Desenvolvimento do Turismo do Maranhão - Plano Maior 2020”, que promove o estado como polo
turístico.

SOBRE O MARANHÃO

O Maranhão é isso, uma terra admirável. Uma mistura francesa, portuguesa,


holandesa, totalmente brasileira, marca registrada no mundo inteiro: acolhedora,
inusitada, exuberante.
Um destino original, diferente, repleto de sensações e experiências que vão ficar para
sempre em sua memória.
Afinal, em que lugar do mundo você pode presenciar o encontro da Amazônia com o
mar? Onde mais você vai encontrar um deserto de areias brancas repleto de lagoas
cristalinas, cenário inusitado usado muitas vezes como locações de filmes e fotos
nacionais e internacionais, justamente por sua exuberância?
Onde mais se pode apreciar o maior acervo de azulejos portugueses fora de Portugal,
sentir a energia contagiante do Tambor de Crioula, a magia ancestral do Bumba Meu
Boi, provar uma culinária exótica e multicultural?
Maranhão, patrimônio histórico, cultural e arquitetônico reconhecido mundialmente.
Sabor e afeto. Descanso e diversão. As festas, a dança, o toque e os sotaques fazem
parte da vida desse estado que tem na originalidade sua força motriz. O encontro da
poesia com a natureza, do esporte com a aventura, da fala com o sorriso.
O Maranhão é único: história, cultura, natureza extravagante em um só lugar, uma
experiência inesquecível.
Seja único, venha para o Maranhão.

(Disponível em: http://www.maranhaounico.com.br/sobre-o-maranhao.php)

Ao caracterizar o estado do Maranhão ostensivamente como único, admirável, de


belezas naturais e riqueza cultural, entre outras qualidades, o texto pretende

(A) descrever a quem mora no estado o que se encontra nele.


(B) convencer possíveis turistas a visitarem o estado.
(C) caracterizar o estado como o melhor do território nacional.
(D) ocultar dos turistas os problemas sociais do estado.
(E) mostrar aos turistas que viajar para o estado é barato.

12
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
H05 Identificar o sentido de palavra ou expressão gramatical (conjunções, advérbios etc.)
utilizadas em segmento de um texto, selecionando aquela que pode
substituí-la no contexto em que se insere.

Questão 12
Leia o texto e responda à questão.

DEFESA DO CONSUMIDOR REPROVA COMBOS DE FAST-FOOD

Estudo do Instituto de defesa do Consumidor mostra que refeições do tipo combo – lanche,
acompanhamento e bebida – vendidas em redes de fast-food podem conter 70% da quantidade
de gordura saturada e sal recomendados para o consumo diário, além de grandes concentrações
de gorduras trans.
Fonte: DEFESA do consumidor… O Estado de S.Paulo, São Paulo, 08 de agosto de 2008, p. A 17. (Fragmento)

No texto, a expressão além de pode ser substituída, sem alteração do sentido do texto, por:

(A) mas.
(B) bem como.
(C) embora.
(D) em virtude de.
(E) desde que.

13
Conhecendo o SARESP - 2017
D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

Questão 13

“Analisando o livro O Dragão, podemos observar que o autor se utiliza muito do flash-back para
explicar alguma passagem importante do personagem. Na verdade, o leitmotiv do enredo gira
em torno de um coronel que é sempre assediado pelas mulheres. ‘Elas fazem o que querem
comigo’, diz, a certa altura, o personagem. Essa ‘máquina’ de procriar, que é o coronel,
simplesmente é o ‘Deus’ da aldeia, pois ele foi o criador de TUDO no povoado de São Francisco
do Estreito.”

“TUDO” está com todas as letras maiúsculas

(A) porque é um termo abstrato.


(B) porque é um pronome indefinido.
(C) por enfatizar o universo de criação do coronel.
(D) para enfatizar a patente do coronel.
(E) porque é um advérbio de quantidade.

Disponível em: http://devolutivas.inep.gov.br/itens_publicados/413. Último acesso:15/09/2017.

14
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
H36 Identificar, em um texto literário, processos explícitos de remissão ou referência a
outros textos ou autores.

Questão 14

Leia o texto e responda à questão.

MELHOR UM MÁGICO NA MÃO QUE DOIS VOANDO


Discretamente maquilado, sorri o pálido rosto do mágico debaixo dos refletores, enquanto no alto a
mão volteia, se espalma, e em gesto de quase dança mergulha seca na cartola.
Mas algo parece retê-la lá dentro. Esforça-se o mágico, puxa, joga para trás o peso do corpo. Tenta
sorrir para o público. E já o antebraço afunda na cartola, some o cotovelo. Ainda luta cravando a
outra mão no tampo da mesinha. Depois os pés. Inútil. O ombro é tragado no vórtice das abas,
nem se salvam o pescoço esticado, a cabeça. Diante da plateia expectante que acredita tratar-se
de um novo truque, todo o corpo desaparece pouco a pouco, num último adejar das caudas do
fraque.
No fundo de cetim preto, triunfa o coelho. Pela primeira vez, conseguiu botar um mágico na cartola.
(COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986)

O título do conto faz uma remissão a


(A) um ditado popular.
(B) um conto infantil.
(C) um slogan de propaganda.
(D) um refrão da música popular.
(E) uma parlenda.

15
Conhecendo o SARESP - 2017
Habilidade:
H39 Estabelecer relações temáticas ou estilísticas de semelhança ou oposição entre
textos literários: de diferentes autores; de diferentes gêneros; ou de diferentes épocas.

Questão 15
Leia o texto e responda à questão.

DAS PEDRAS
Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.

Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.

Entre pedras cresceu a minha poesia.


Minha vida ...
Quebrando pedras
e plantando flores.

Entre pedras que me esmagavam


Levantei a pedra rude
dos meus versos.

(Cora Coralina, Meu livro de cordel)

Você acabou de ler o poema Das pedras, de Cora Coralina.


Leia também os seguintes versos, escritos por outro poeta, Carlos Drummond de Andrade:

No meio do caminho tinha uma pedra


tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
(Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia)

16
Conhecendo o SARESP - 2017
Se compararmos esses versos de Drummond aos de Cora Coralina, veremos que, nos dois
poemas, foi usada a
imagem da pedra para simbolizar

(A) afetividade.
(B) comodidade.
(C) dificuldade.
(D) fidelidade.
(E) simplicidade.

Habilidade:
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.

Questão 16
De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos,
saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral.

Millôr Fernandes

O texto afirma que a fome

(A) e a gula eram recentes.


(B) era recente e a gula era antiga.
(C) e a gula eram perenes.
(D) era antiga, e a gula era recente.
(E) e a gula eram sombrias.

Disponível em: http://devolutivas.inep.gov.br/itens_publicados/498. Último acesso:15/09/2017.

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Conhecendo o SARESP - 2017
bilide:
H43 Inferir o conflito gerador de uma narrativa literária analisando o enunciado na perspectiva do
papel assumido pelas personagens.

Questão 17

Leia o texto e responda à questão.

VIDAS SECAS

Deu-se aquilo porque sinhá Vitória não conversou um instante com o menino mais
velho. Ele nunca tinha ouvido falar em inferno. Estranhando a linguagem de sinhá
Terta, pediu informações. Sinhá Vitória, distraída, aludiu vagamente a certo lugar ruim
demais, e como o filho exigisse uma descrição, encolheu de ombros.
Sinhá Vitória falou em espetos quentes e fogueiras.
– A senhora viu?
Aí sinhá Vitória se zangou, achou-o insolente e aplicou-lhe um cocorote.
O menino saiu indignado com a injustiça, atravessou o terreiro, escondeu-se debaixo
das catingueiras murchas, à beira da lagoa vazia.
O pequeno sentou-se, acomodou nas pernas a cachorra, pôs-se a contar-lhe baixinho
uma estória. Tinha o vocabulário quase tão minguado como o do papagaio que
morrera no tempo da seca. Valia-se, pois, de exclamações e de gestos, e Baleia
respondia com o rabo, com a língua, com movimentos fáceis de entender.
Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia
as sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que
rangiam na caatinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra,
com certeza importante porque figurava na conversa de sinhá Terta. Ia decorá-la e
transmiti-la ao irmão e à cachorra. Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se
admiraria, invejoso.
– Inferno, inferno.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 55-60. (Fragmento)

Nesse fragmento de Vidas Secas, o conflito ocorre em virtude


(A) de sinhá Vitória ter discutido com sinhá Terta.
(B) de o filho de sinhá Vitória querer ficar sozinho e ela não permitir.
(C) da insistência do filho de sinhá Vitória em conversar com os animais.
(D) da curiosidade do filho de sinhá Vitória por uma palavra dita pela mãe.
(E) de o menino balbuciar expressões complicadas e a mãe desaprovar.
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Conhecendo o SARESP - 2017
H50 Articular conhecimentos literários e informações textuais, inclusive as que dependem
de pressuposições e inferências (semânticas e pragmáticas) autorizadas pelo texto, para
explicar ambiguidades, ironias, expressões figuradas, opiniões ou valores implícitos.

Questão 18

Leia o texto e responda à questão.

MELHOR UM MÁGICO NA MÃO QUE DOIS VOANDO


Discretamente maquilado, sorri o pálido rosto do mágico debaixo dos refletores,
enquanto no alto a mão volteia, se espalma, e em gesto de quase dança mergulha seca
na cartola.
Mas algo parece retê-la lá dentro. Esforça-se o mágico, puxa, joga para trás o peso do
corpo. Tenta sorrir para o público. E já o antebraço afunda na cartola, some o cotovelo.
Ainda luta cravando a outra mão no tampo da mesinha. Depois os pés. Inútil. O ombro
é tragado no vórtice das abas, nem se salvam o pescoço esticado, a cabeça. Diante
da plateia expectante que acredita tratar-se de um novo truque, todo o corpo
desaparece pouco a pouco, num último adejar das caudas do fraque.
No fundo de cetim preto, triunfa o coelho. Pela primeira vez, conseguiu botar um
mágico na cartola.
(COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986)

O desfecho da história é irônico porque

(A) apresenta um coelho que sai da cartola.


(B) demonstra uma mágica impossível.
(C) explica como a plateia participa das apresentações.
(D) mostra um truque geralmente explorado por todos os mágicos.
(E) revela o oposto do que acontece normalmente nas mágicas.

19
Conhecendo o SARESP - 2017
H45 Inferir o papel desempenhado pelas personagens em uma narrativa literária.

Questão 19
A questão seguinte baseia-se no conto de Carlos Drummond de Andrade.

ESSAS MENINAS

As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, às vezes com
seus namorados. As alegres meninas que estão sempre rindo, comentando o besouro
que entrou na classe e pousou no vestido da professora; essas meninas; essas coisas
sem importância.
O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. Riem alto, riem
musical, riem desafinado, riem sem motivo, riem.
Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca mais voltassem a rir e falar coisas
sem importância. Faltava uma delas. O jornal dera a notícia do crime. O corpo da
menina encontrada naquelas condições, em lugar ermo. A selvageria de um tempo
que não deixa mais rir.
As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se adultas de uma hora para outra: essas
mulheres.
(Carlos Drummond de Andrade, Contos Plausíveis)

De acordo com os dois primeiros parágrafos, são características marcantes das


alegres meninas

(A) a falta de interesse pela vida e o pouco respeito pelas pessoas.


(B) o apego a coisas sem importância e o medo da selvageria do mundo.
(C) a leveza como se comportam e a atenção às pequenas coisas do cotidiano.
(D) a seriedade excessiva na escola e a brincadeira sutil fora dela.
(E) a necessidade extrema de rir e o desafio às imposições sociais.

20
Conhecendo o SARESP - 2017
H44 Inferir a perspectiva do narrador em um texto literário narrativo, justificando
conceitualmente essa perspectiva.

Questão 20
Leia o trecho do romance de Machado de Assis para responder à questão.

Ao fundo, por trás do balcão, estava sentada uma mulher, cujo rosto amarelo e
bexiguento não se destacava logo, à primeira vista; mas logo que se destacava era
um espetáculo curioso. Não podia ter sido feia; ao contrário, via-se que fora bonita, e
não pouco bonita; mas a doença e uma velhice precoce destruíam-lhe a flor das
graças. Crê-los-ei, pósteros? Essa mulher era Marcela.
Marcela lançou os olhos para a rua, com a atonia de quem reflete ou relembra; eu
deixei-me ir então ao passado, e, no meio das recordações e saudades, perguntei a
mim mesmo por que motivo fizera tanto desatino. Não era esta certamente a Marcela
de 1822; mas a beleza de outro tempo valia uma terça parte de meus sacrifícios? Era
o que eu buscava saber, interrogando o rosto de Marcela. O rosto dizia-me que não;
ao mesmo tempo os olhos me contavam que, já outrora, como hoje, ardia neles a
flama da cobiça. Os meus é que não souberam ver-lha; eram olhos da primeira edição.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)

Ao reencontrar Marcela, o narrador

(A) entristece-se por vê-la em má situação, mesmo sabendo que ela, desde sua
juventude, já não vivia bem.
(B) reconhece a beleza imutável de Marcela e consegue entender por que em sua
juventude cometera tantos desatinos por ela.
(C) toma consciência de que, mesmo depois de tanto tempo, continua amando Marcela
com a mesma intensidade.
(D) passa a questionar se os desatinos cometidos em sua juventude por Marcela
valeriam a pena, de fato.
(E) lamenta a sua situação decrépita, mas sente-se bem por saber que ela paga pelo
sofrimento que lhe causara.

21
Conhecendo o SARESP - 2017
H02 Identificar os interlocutores prováveis do texto, considerando o uso de determinado
pronome de tratamento ou da adjetivação.

Questão 21
Leia o texto.

Vela que atrai água

Elaborado pela redação da revista


Vamos descobrir como a pressão atmosférica funciona?
Você vai precisar de um prato de plástico descartável; recipiente de vidro (pode ser
um pote ou um copo); água; uma vela; fósforo (e um adulto para acender a vela).
Cole a vela no centro do prato de plástico.
Coloque água no prato, tomando cuidado para não transbordar.
Peça a ajuda de um adulto para acender a vela.
Movimente o recipiente de vidro perto da vela, com a boca virada para baixo, para
aquecer o ar em seu interior.
Faça isso durante um minuto.
Tampe a vela com o recipiente e veja o que acontece!
Ao ser aquecido, o ar dentro do recipiente se expande. Logo depois, cobrimos a vela
com o pote. Ela ficará acesa até que o oxigênio ali dentro se acabe. Quando isso
acontecer, a temperatura do ar no interior do recipiente cai, e o ar volta ao seu volume
anterior (se comprime). Com isso, a pressão dentro do recipiente diminui. Como a
pressão atmosférica do lado de fora é maior, ela empurra a água do prato para dentro
do recipiente. Ou seja, não foi bem a vela que atraiu a água...
(Ciência Hoje das Crianças, março de 2012. Adaptado)

No segundo parágrafo do texto, o pronome “Você” se refere ao possível interlocutor


do texto que é

(A) um pai.
(B) um adulto.
(C) um professor.
(D) um adolescente.
(E) uma criança.

22
Conhecendo o SARESP - 2017
H12 Identificar estratégias empregadas pelo autor, em um texto argumentativo, para o
convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre
outras.

Questão 22

Leia o texto e responda à questão.


Quais são as van tag ens e desvan tag ens de Belo Monte?

A maior vantagem é óbvia: mais eletricidade. O consumo de energia sobe junto com o do PIB. Em
2010 foram 7,5% de crescimento no Produto Interno Bruto e 7,8% no do consumo de eletricidade.
Sem energia, o país não cresce. E se o país não cresce você tende a perder o emprego – pior do
que dormir no escuro.
Belo Monte, por esse ponto de vista, é uma necessidade. Mas para alguns é uma atrocidade, já
que seu reservatório vai alagar uma área na Amazônia equivalente a 1/3 da cidade de São Paulo,
entre outros desequilíbrios ambientais.
A proposta de aproveitar as águas do rio Xingu para gerar energia já era antiga: começou em
1975, no governo Geisel. Em 2011, as obras começaram. E os protestos aumentaram. O apelo é
substituir a usina por fontes de energia eólica e solar. Para quem defende Belo Monte, isso não
faz sentido: seria mais caro e menos confiável. A maior certeza é que, até a data marcada para a
entrega da usina, muita água vai rolar nesse debate.

(Tiago Cordeiro, Alexandre Versignassi, Renata Steffen e Horácio Gama. Disponível em:
http://super.abril.com.br/ideias/quais-sao-as-vantagens-e-desvantagens-de-belo-monte. Publicado em: dezembro de 2011.
Acessado em 17.02.16. Adaptado)

A estratégia utilizada pelo autor do texto para convencer de que a Usina de Belo Monte é uma
necessidade consiste em suscitar no leitor o temor

(A) de que aumente a demanda por eletricidade e a população venha a ficar no escuro em algumas
regiões do país.

(B) do desemprego, já que o aumento da geração de energia é essencial para subsidiar o


desenvolvimento econômico do país.

(C) do alagamento de uma área na Amazônia equivalente a 1/3 da cidade de São Paulo, entre
outros desequilíbrios ambientais.

(D) da catástrofe ambiental que poderia decorrer da substituição da usina de Belo Monte por fontes
de energia eólica e solar.

(E) do aumento dos protestos pedindo que a usina seja substituída por fontes de energia limpa,
como a eólica e solar.

23
Conhecendo o SARESP - 2017
H13 Identificar a proposta defendida pelo autor em um texto, considerando a tese
apresentada e a argumentação construída.

Questão 23
Leia o texto.

Uma nova chance para o planeta

José Pedro Martins

Uma pausa para respirar, avaliar o que passou e pensar o futuro de modo coletivo. Novamente,
as atenções globais se voltam para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, de 20 a 22 deste mês, no
Rio de Janeiro. Conhecido como Rio+20, o evento marca os 20 anos da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92. Com a participação prevista de
dezenas de chefes de Estado e de milhares de representantes de empresas e organizações não
governamentais de todo mundo, são três os temas principais na agenda da Rio+20: economia
verde no contexto do desenvolvimento sustentável; erradicação da pobreza; construção de uma
nova governança para o desenvolvimento sustentável.
Para enfrentar os desafios atuais, de superação da pobreza e do alto risco representado pela
ultrapassagem das fronteiras planetárias, é preciso construir uma nova governança, ou seja, um
novo modelo institucional. O poder público, o sistema jurídico, o atual funcionamento das
instituições dão conta dos complexos desafios do Século 21?

(José Pedro Martins. Uma nova chance para o planeta. Terra da gente, junho de 2012. Adaptado)

Para o autor, o desenvolvimento sustentável implica

(A) ações pessoais e independentes para resolvê-la.


(B) a continuidade das atuais ações institucionais.
(C) uma revisão do atual modelo de governança.
(D) o fortalecimento dos desafios surgidos no Século 21.
(E) uma retomada dos desafios de alto risco ambiental.

24
Conhecendo o SARESP - 2017
H13 Identificar a proposta defendida pelo autor em um texto, considerando a tese
apresentada e a argumentação construída.

Questão 24

Leia o texto e responda à questão.


Lixo eletrônico – Foi muito bem fundamentada a análise do destino do lixo eletrônico
(janeiro de 2.008, página 40). O autor levou em consideração aspectos geralmente
negligenciados – utilização de recursos naturais, energia e descarte final dos produtos
– em reportagens que tratam do reaproveitamento de materiais e conservação
ambiental. Porém, apontar a reciclagem como “a única maneira de impedir que o lixo
eletrônico inunde lugares como Acra...” me parece uma opção ingênua. O ideal seria
sugerir que todos façam uma revisão em seus padrões de consumo – e assim deixem
de trocar seus equipamentos ao sabor dos modismos, gerando as toneladas de
aparelhos obsoletos que invadirão Acra.
Egberto Casazza, Araruama, RJ.
(Revista National Geographic, mar. 2008, Seção de Cartas, p. 8)

O autor dessa carta escreve a fim de expressar sua opinião sobre uma matéria anterior
publicada pela revista sobre depósitos de “lixo eletrônico”. Ele propõe que

(A) os recursos naturais sejam mais envolvidos nessa produção.


(B) os materiais descartados sejam bem aproveitados.
(C) a reciclagem ocorra de forma mais efetiva.
(D) os padrões de consumo sejam revistos.
(E) os locais de descarte sejam ampliados.

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Conhecendo o SARESP - 2017

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