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Educação inclusiva e

necessidades educativas
específicas
Gisela Macedo
Abril 2022
Educação inclusiva

Um sistema educativo para ter sucesso tem de garantir aprendizagens de


qualidade para todos os alunos. De nada serve ter instrumentos curriculares
de grande nível se as aprendizagens deixarem de fora elevadas
percentagens de alunos. Falar de educação inclusiva é diferente de falar de
uma escola que se limita a abrir as portas a todos. É falar de uma escola que
abre as portas de entrada e que garante que, à saída, todos alcançaram
aquilo a que têm direito.
 Em Portugal, temos ainda conjuntos consideráveis de alunos que não
encontram sucesso nas escolas.

 Porquê?

A condição socioeconómica é o principal fator de exclusão dos alunos;


dificuldades de aprendizagem associadas a défices variados não têm
facilitado que todos os alunos possam crescer em conjunto; lacunas
socioemocionais criam barreiras às aprendizagens; determinados grupos
sociais apresentam elevado risco de exclusão.
A construção de uma escola inclusiva não é uma utopia, porque são muitas
as escolas que o conseguem. Há escolas em que os alunos com deficiência
crescem com os outros; há escolas em que as práticas curriculares mitigam os
efeitos da pobreza; há escolas em que alunos de comunidades migrantes
desenvolvem aprendizagens como outros.

A educação deve ser um direito efetivo de todos e não um privilégio de


alguns.
 “A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a
preparação para a vida, é a própria vida”. (John Dewey)
Birras
Violência Juvenil
Divórcio
Consumo álcool e drogas
Bullying
Discussão

Normal vs Patológico
O que é um transtorno emocional?

 Um transtorno emocional é uma modificação da saúde mental de uma


pessoa, afetando o seu bem estar. São alterações que ocorrem no
funcionamento da mente de um indivíduo, afetando o seu humor,
raciocínio, comportamentos, atitudes, bem como o desempenho, tanto
na vida pessoal, quanto na profissional.

 Trata-se de um tipo de problema que de tão sério, se transformou numa


das principais causas de incapacidade.
Ansiedade Infância e na Adolescência

 As perturbações da ansiedade e depressivas são


frequentes, e provocam situações problemáticas na
família, na escola e socialmente.
 É a ligação que a criança estabelece com os pais,
desde os primeiros momentos de vida, que contribuiu
para a construção da segurança básica em si e nos
outros, a estima de si próprio, a confiança nas suas
capacidades, vai ser determinante para enfrentar as
profundas mudanças com que se confronta.
Identificação dos Sintomas
 Dores abdominais;
 Dores Musculares nos membros, nas costas;
 Cefaleias;
 Fadiga;
 Sudação excessiva;
 Tremores;
 Tonturas
 Desmaios

A ansiedade pode interferir com a aprendizagem e com a inserção escolar,


comprometer a relação com o grupo de pares, acentuar os conflitos com a
família e conduzir ao isolamento do adolescente.
Ansiedade na Adolescência
 O adolescente pode desenvolver ataques de pânico ou
fobias. Apresentar comportamentos de risco, consumindo
álcool e drogas ou ter um comportamento sexual
impulsivo, como tentativas para negar os seus medos.
 O adolescente sente-se ameaçado pelas grandes
alterações que lhe estão a acontecer: no seu corpo, que
não controla, na relação com os pais, em que os conflitos
de dependência/autonomia são constantes, nos receios
que sente em relação às suas competências sociais,
escolares e na relação com os pares.
 Agir, é nesta fase, uma forma de descarregar a
ansiedade: discutir, ter maus resultados escolares, fugir.
 Video criança imitam pais.
Perturbações da Ansiedade

 Ansiedade de Separação

O adolescente manifesta receio em se separar dos seus pais e da sua casa.


Mostra-se preocupado com a sua saúde e a saúde dos pais. Tem dificuldade
em dormir sozinho e tem pesadelos. Apresenta queixas somáticas. Pode
recusar-se em ir à escola. Por vezes manifesta-se após uma situação
preocupante como o divórcio dos pais, a doença ou a morte de um familiar
próximo. Às vezes um dos pais também apresenta um grande receio com a
separação, que comunica ao filho e este evita separar-se.
Perturbação de Ansiedade
Generalizada
 Manifesta-se no adolescente por uma preocupação excessiva e mantida
em diversas áreas como a escolaridade, as relações sociais, familiares, a
saúde, acontecimentos mundiais e desastres naturais. Pode apresentar
queixas somáticas. Tende a ser perfeccionista e geralmente os pais têm
uma elevada expectativa em relação às suas realizações mas por outro
lado acedem facilmente aos seus pedidos.
Perturbação de Pânico

 São episódios agudos de ansiedade intensa acompanhados de sintomas


físicos e emocionais, sem causa aparente. Mais frequente nas raparigas,
inicia-se entre os 15 e os 19 anos.

 O adolescente sente um medo intenso, acompanhado por sintomas físicos


como uma sudação excessiva, dor no peito, náuseas, tonturas e
dificuldade em respirar. Por vezes refere que pensa que vai morrer. Na
tentativa de evitar situações que possam desencadear o ataque de
pânico, reduz ou abandona as suas atividades habituais.
Fobias

 Considera-se uma fobia quando aparece um medo irracional perante


uma situação ou objecto específico. O adolescente pode apresentar
queixas somáticas como gastralgias, cefaleias e náuseas. O adolescente
pode negar-se a frequentar a escola. Se o afastamento escolar se
prolongar, torna-se mais difícil retomar a escola, porque ele sente-se mais
afastado dos colegas e com mais receio de não acompanhar as tarefas
escolares.
Fobia Social

A fobia social manifesta-se em contextos sociais como acontecimentos


musicais, desportivos e outros. O jovem sente-se incomodado em ambientes
não familiares e o desconforto desaparece quando deixa de estar em
ambientes sociais.

O adolescente apresenta queixas somáticas, evita os locais que ele pensa


que lhe desencadeiam mal estar.
Perturbação Obsessiva-Compulsiva

O adolescente manifesta obsessões, pensamentos recorrentes sobre limpeza,


contaminação, receio de ter agredido alguém, incluindo os pais, temas
sexuais e outros. Estes pensamentos têm correspondência em
comportamentos e rituais como frequente lavagem de mãos e outros locais
do corpo, permanente revisão e controlo sobre as atividades desenvolvidas,
toques repetidos, ordenação, contagem e acumulação de objetos.

O início destes sintomas é geralmente pelos 10 anos.


Avaliação e Tratamento
 Os pais fazem parte do tratamento. Os pais devem transmitir segurança ao
adolescente, não se mostrarem críticos em relação aos seus receios e
menos ainda castigá-lo pelos seus comportamentos desajustados.

 O adolescente frequentemente baixa o seu rendimento escolar e não se


sente bem na escola; se puder dispor de um professor «tutor» com quem
possa falar e o possa ajudar a manter-se na escola, pode ser essencial para
o sucesso escolar. Quando o adolescente já não vai à escola, a
possibilidade de um professor se deslocar a casa, para o ajudar a organizar
o estudo e o manter a par das matérias escolares, para além de o
incentivar a retornar à escola, pode ser decisivo para o seu percurso
escolar.
Avaliação e Tratamento

 Quando os sintomas duram há mais de 3 meses e o adolescente não vai à


escola há mais de 2 semanas, deve ser enviado, com a família, a um
especialista de saúde mental. Será necessária uma abordagem
psicoterapêutica e psicofarmacológica.
Sinais que podem indicar depressão?

 6 meses a 2 anos
 2 a 6 anos
 6 a 12 anos
A DEPRESSÃO

 OS SÍNDROMES DEPRESSIVOS
 Perturbação distímica

A PD consiste numa prolongada alteração do humor, durante mais de um ano,


com irritabilidade e depressividade, alterações do sono e do apetite, baixa
concentração e baixa auto estima.

Os sintomas não são tão intensos mas causam considerável prejuízo psico-social.

Estes sintomas devem ter repercussões negativas em várias áreas da vida do


adolescente como o desempenho escolar, nas relações familiares e com os pares.
Doença Bipolar

 O diagnóstico de doença bipolar deve ser colocado quando o humor do


adolescente se mostra expansivo ou eufórico, mesmo explosivo, com
manifestações de acentuada irritabilidade por vezes com agressões,
agitação psicomotora, falta de sono, falta de atenção e fuga de ideias.
Nos adolescentes o quadro é geralmente misto com o da depressão e
pode haver passagem de um para outro quadro.
Factores de risco

São considerados factores de risco para o eclodir da doença bipolar em


adolescentes:
(1) episódio depressivo de começo súbito e sintomas psicóticos;
(2) história familiar de perturbações afectivas, especialmente doença bipolar;
(3) história de mania ou hipomania após tratamento com antidepressivos.
É frequente a comorbilidade com o consumo de substâncias (álcool,
cocaína, anfetaminas, opiáceos).
Perturbação Depressiva Major

Os adolescentes com depressão estão em alto risco de desenvolverem


dependência de drogas, doenças físicas, dificuldades no trabalho
académico, na inserção social e terem problemas com a lei.

PDM manifesta-se de forma polifacetada, por uma alteração persistente do


humor, irritabilidade, comportamento de oposição, diminuição do
desempenho escolar, desistência de actividades desportivas ou culturais, até
então apreciadas, afastamento dos amigos e queixas somáticas, como
cefaleias, gastralgias, insónia, falta de apetite ou fadiga.
Factores de Risco

Vários são os factores de risco para a depressão no adolescente, que o CG


deve valorizar na história pessoal e familiar:
(1) depressão,
(2) doença bipolar,
(3) comportamentos suicidas,
(4) abuso de drogas,
(5) outras doenças psiquiátricas,
(6) transtornos a nível psico-social como crises na família, negligência, abuso
físico ou sexual ou outra circunstância traumática.
O risco de comportamento suicida aumenta se houver história de tentativas
de suicídio, comorbilidade com outras perturbações psiquiátricas, abuso de
drogas, impulsividade e agressão, exposição a acontecimentos violentos
como abuso físico ou sexual, acesso a armas letais e história familiar de
suicídio. O factor considerado o mais predisponente de PDM é a carga
familiar desta patologia.

A auto-mutilação não tem como finalidade acabar com a vida, mas


representa uma forma de circunscrever a dor psíquica a uma dor física,
localizada e passageira. Como o êxito é momentâneo, tende a repetir-se e
pode evoluir para tentativas de suicídio.
 É importante conhecer hábitos alimentares, de sono, capacidade de
brincar ou de se ocupar, capacidade de estar só ou tendência ao
isolamento, a forma como interage com os pais, irmãos e os pares.
Sobretudo devemos estar atentos a alterações nestes aspetos que sejam
significativos de patologia e que, por vezes podem ser confundidas com
mudanças normais do desenvolvimento como é exemplo a tendência dos
adolescentes se virarem mais para si e estarem mais no seu quarto.
Sintomas

 Humor depressivo – O doente sente-se triste, envergonhado, vazio na


maior parte do tempo sendo este um dos sintomas cardinais no
diagnóstico das doenças depressivas. Nos doentes em idade pediátrica,
este sintoma é manifestado geralmente por humor disfórico: humor
persistentemente irritável, expressado como aborrecimento ou frustração,
podendo ter reações agressivas com as pessoas com quem se relaciona.
Este sintoma é mais notado em adolescentes do que em crianças uma vez
que estas últimas conseguem reagir melhor a estímulos/eventos positivos.
Sintomas

 Anedonia – é caracterizado pelo desinteresse que o doente sente em


atividades da vida diárias (exercício, ouvir música, atividade sexual ou
interações sociais, por exemplo), que anteriormente achavam divertidas ou
interessantes podendo levar a conflitos com familiares ou amigos e a
isolamento social.

 Alteração do sono – O padrão habitual de sono é comprometido podendo


interferir com o funcionamento físico, mental, social e emocional do doente.
Muitas vezes referem que o sono foi pouco reparador e sentem-se cansados
ao longo do dia. Pode-se caracterizar por insónia, hiperinsónia ou sono
fragmentado.
Sintomas

 Alteração no apetite ou peso – Os doentes podem vivenciar hiperfagia


(necessidade de comer muito) ou anorexia (diminuição do apetite).

 Fadiga ou falta de energia – Pode ser explicado pelas alterações no


padrão de sono, sentindo necessidade de descansar ao longo do dia ou
dificuldade em iniciar certas atividades. A combinação deste sintoma
com o humor irritável apresentado por grande parte dos doentes
pediátricos pode gerar situações de conflito familiares ou interpessoais.
Sintomas

 Agitação ou Lentificação Psicomotora –A agitação é geralmente referida


pelos pais ou professores, referindo que o doente não consegue estar quieto,
agitando as pernas quando está sentado, puxando objetos constantemente,
podendo ser muitas vezes confundido com hiperatividade. Já na lentificação o
próprio doente consegue reconhecer que o seu discurso está mais pausado
podendo haver alteração no timbre da voz, ou os seus movimentos habituais
também estão mais lentos. Durante um episódio depressivo o doente pode
começar por expressar agitação, mas com o passar da doença pode
desenvolver um quadro mais lentificado e vice-versa.
Sintomas

 Ideação auto-depreciativa – É relatado pelo doente que se sente inútil,


culpado, apresentando baixa auto-estima tendo tendência a isolar-se e a
criar conflitos nas relações pessoais. Podemos tentar avaliar esta ideação
através de histórias que nos contam, passando apenas a ideia que só têm
sucessos na sua vida académica, pessoal com vista a tentarem disfarçar a
verdadeira imagem que têm de si.

 Dificuldade em concentrar – Geralmente é notado pelos professores,


referindo que o doente não está atento, concentrado e que o seu
pensamento parece mais lentificado, refletindo-se num pior desempenho
escolar.
Sintomas

 Ideação suicida – Os doentes podem ter pensamentos recorrentes de morte,


suicídio ou tentativa de suicídio. É um sintoma de DDM que preocupa as
famílias e suscita grande atenção por parte dos profissionais de saúde uma vez
que o doente pode consumar comportamentos suicidários. Geralmente a
depressão não surge de início com manifestações de carácter suicidário, estes
habitualmente surgem após outros sintomas como humor depressivo e baixa
autoestima.

 Outros sintomas mais gerais como cefaleias ou dor abdominal e lombar podem
estar presentes nos doentes com depressão
Agressividade

 Nos últimos anos a sociedade tem vindo a assistir com preocupação a um


expressivo aumento dos comportamentos agressivos em contexto escolar,
protagonizado por crianças e jovens.

 “(…) a agressividade não é mais que por o mau de dentro para fora, é
uma forma silenciosa da criança dizer sinto-me mal, e não encontro outra
forma de vos dizer mais alto que estou assim”

 https://www.bing.com/videos/search?q=agressividade+na+inf%c3%a2ncia
&&view=detail&mid=E8EF245DB63FE6B6CC9AE8EF245DB63FE6B6CC9A&&F
ORM=VDRVSR
A Criança e a escola

 Alguns autores reconhecem que o professor desempenha um papel


determinante no desenvolvimento afetivo e emocional dos seus alunos,
contribuindo para a diminuição ou/e alteração da sua trajetória de risco.

 Concordam?
A Criança e a escola

 Referindo-se às características da criança agressiva, Eisenberg (1999) concluiu


que estas provocam reações negativas nos professores, comprometendo
aspetos como a atenção que lhes é dedicada e as oportunidades de
desenvolverem habilidades sociais e académicas. É neste contexto que
surgem queixas sobre o comportamento da criança, levando a que seja
rotulada de criança-problema pelos professores.

 Os docentes adotam níveis de expectativa em relação à criança em


conformidade com o seu rótulo e, por sua vez, a criança interioriza uma
perceção negativa de si própria, manifestando baixa autoestima e
autoconceito.
A Criança e a escola

 Consequentemente, a criança começa a desenvolver uma visão


distorcida da escola, dando lugar a um sentimento de mau estar em
relação a esta, o que contribui para o insucesso e abandono escolar, bem
como para o aumento do padrão e índice da agressividade.

 Depreende-se que a relação aluno-professor é um ponto nefrálgico na


prevenção e intervenção no comportamento agressivo em idades
precoces.
Violência

 A violência consiste num conjunto de comportamentos antissociais, que


integram a exclusão social, roubo, vandalismo e a agressão física e verbal,
estando diretamente associada a questões de baixos níveis de tolerância,
de autoestima e a um desenvolvimento moral comprometido dos
agressores.

 Benavente (2001) e Silva (2008) definem perturbações do comportamento


infantil como a expressão de comportamentos padronizados antissociais,
agressivos, desafiantes, que violam as regras parentais e sociais.
Comportamento agressivo

 A agressividade é uma das muitas ferramentas à qual o indivíduo recorre


para resolver e ultrapassar os seus problemas do quotidiano, logo é uma
característica inerente à condição humana, sendo sinónimo de afirmação
positiva, produtiva e de satisfação perante o mundo.

 Para que se possa confirmar o diagnóstico de comportamento agressivo é


necessário que se verifique um padrão de comportamento intenso,
contingente, persistente e severo por um período igual ou superior a seis
meses
Características do agressor
 ausência de culpa,
 pouca consciência da destrutibilidade do seu comportamento,
 ausência de compaixão perante as suas vítimas,
 Ausência de pudor ou arrependimento,
 frieza emocional,
 défice em habilidades sociais, cognitivas e de atenção,
 pouca tolerância à frustração e à ansiedade,
 comportamentos e opiniões radicais,
 défice na capacidade para fazer julgamentos, na modelação de afectos,
no refreamento dos impulsos,
 desvalorização da rejeição por parte dos pares e legitimação dos
comportamentos agressivos, com a atribuição da responsabilidade a
terceiros
 A criança agressiva em idade pré-escolar e escolar apresenta angústias
depressivas, entre as quais sentimentos de desamparo, falta de
esperança, incompreensão e carência afetiva, e presença de angústias
persecutórias. Revelam uma autoimagem desinvestida, imaturidade
emocional, ansiedade, falta de atenção e depressão.
 A agressividade está presente no indivíduo desde as fases mais precoces,
sendo um dos fatores que intervém no seu crescimento e na estruturação
da sua personalidade, sendo necessária à sua sobrevivência,
desenvolvimento e adaptação. Por estes motivos, é normal que a criança
manifeste impulsos agressivos adaptativos, os quais se revelam desde o
nascimento e que vão, progressivamente, diminuindo à medida que a
criança interioriza normas familiares, escolares e sociais. Todavia, a
agressividade também pode desenvolver-se de forma anormal.

 Tal acontece quando a criança recorre à agressão intencional como


única estratégia para resolver conflitos e situações de stress. Neste
contexto, a agressividade assume-se como um problema de natureza
psicopatológica.
 Com o desenvolvimento da linguagem, a agressividade assume formas mais
elaboradas de expressão, na medida em que vão surgindo diferentes tipos de
agressividade.

 Para que se possa confirmar o diagnóstico de comportamento agressivo é


necessário que se verifique um padrão de comportamento intenso,
contingente, persistente e severo por um período igual ou superior a seis meses

 A agressividade crónica na infância é o melhor preditor comportamental de


dificuldade de ajustamento social e emocional na idade adulta.
 A criança manifesta a sua agressividade de forma distinta, dependendo
do contexto (casa, escola) onde atua e com quem interage (pares,
figuras de autoridade). Assim, quando é direcionado aos pares, há um
confronto direto. Quando direcionado aos pais ou professores (figuras de
autoridade) verifica-se um confronto indireto. Estas diferenças explicam-se
devido a questões de hierarquia, processo proximal e equilíbrio de poder.
Intervenientes na agressividade

 A origem das manifestações agressivas em crianças e adolescentes é


considerada um fenómeno multideterminado, na medida em que
variáveis como a história de vida familiar, os estilos parentais, a condição
socioeconómica, situações de stress, a hereditariedade dos pais e da
criança, a patologia parental, as características da criança e da escola,
podem determinar o nascimento ou a manutenção da agressividade.
Fatores ambientais

 Na literatura são várias as investigações teóricas e empíricas que se


debruçaram sobre o estudo da influência de fatores ambientais na
emergência e manutenção da agressividade. De entre estes são
evidenciadas variáveis como a violência televisiva, as situações de
pobreza, a exposição à violência na vizinhança, as dinâmicas familiares,
patologia parental, a discriminação racial, a associação com
adolescentes e/ou adultos delinquentes e o ambiente escolar como
estando na génese da agressividade.
 Verificou-se que o principal risco não decorre da patologia dos pais, mas
antes das perturbações psicossociais associadas, nomeadamente a
irritabilidade, hostilidade, agressão e violência dos pais.

 O facto de os pais terem apresentado comportamentos antissociais na sua


infância constitui uma agravante em termos de continuidade para a
geração seguinte. Neste caso, o conhecimento da história familiar poderá
contribuir para a definição de um diagnóstico de agressividade.
 “Se analisarmos a história biográfica dos pais deparamo-nos com uma
patologia geracional evidente, com grandes falhas da função
maternal/parental e que não lhes permitiu também atingir a idade
adulta.”
 Todas as crianças, em algumas fases do seu desenvolvimento, recorrem
pontualmente a comportamentos agressivos para lidar com situações de
maior ansiedade ou conflito, mas estes comportamentos tendem a
desaparecer com o crescimento;

 Estilos parentais permissivos, inconstantes e negligentes podem contribuir


para que a criança adote comportamentos agressivos.
COMO LIDAR COM UMA CRIANÇA
AGRESSIVA NA ESCOLA?
 Garantir que as interações entre crianças pequenas são supervisionadas
de perto;
 Ter normas bem claras, bem estabelecidas e que estejam bem explícitas
na sala de aula;
 Ouvir e dar atenção às reclamações, queixas e denúncias dos alunos
quando estas se referem a violência;
 Encorajar a criança a expressar verbalmente as suas emoções e a
desenvolver a sua sensibilidade para com os outros;
 Demonstrar que existem formas não agressivas de se relacionar com os
outros e com o meio ambiente;
 Ajudar a criança a encontrar outras formas de obter o que deseja sem
recorrer à agressão;
COMO LIDAR COM UMA CRIANÇA
AGRESSIVA NA ESCOLA?
 Aplicar sanções adequadas à idade, que promovam aprendizagem ;
 Garantir que a criança não retira benefícios do comportamento agressivo;
 Reforçar e elogiar os aspetos positivos da criança e os seus sucessos, de
forma que se sinta segura e confiante;
 Reforçar o desenvolvimento de competências sociais em contexto familiar
e escolar;
 Manter uma relação estreita e cooperante com a família, de modo a
contribuir para o desenvolvimento harmonioso da criança;
COMO LIDAR COM UMA CRIANÇA
AGRESSIVA NA ESCOLA?
 Verificar com os responsáveis pelos espaços de recreio e transporte
escolar como são tratados os alunos nestes contextos e como decorre a
interação entre eles;
 Desenvolver projetos educativos que promovam a cidadania, o respeito
pelo outro e a não-violência;
 Promover o desporto escolar, especialmente os desportos de equipa;
 Facilitar o acesso a jogos didáticos que promovam boas práticas.
Como ajudar a criança?

 Formas de expressar a raiva: É importante introduzir maneiras alternativas


através das quais a criança pode extravasar. Converse com ela em
particular, sem causar constrangimentos diante da turma, e proponha
atividades que facilitem sua expressão. Elas podem ser: desenhar o que a
deixa brava, praticar um desporto em que gaste muita energia, escrever
(se ela já for alfabetizada), ou mesmo chutar uma almofada ou travesseira
até se sentir melhor. O foco é que ela compreenda que pode dar vasão
ao seus sentimentos sem prejudicar outros colegas, e que não há
vergonha em se sentir zangada.
Como ajudar a criança?

 A necessidade das regras: Explique que, por vocês conviverem em grupo,


certas regras são exigidas em sala de aula. Ao invés de impô-las, tente fazer
com que a criança entenda por si mesma os motivos de cada uma, e as
causas e consequências de suas atitudes.

 Por que é que achas que determinada regra existe?

 O que acontece se nós a seguirmos ou não?

 Como seria se a turma decidisse resolver cada conflito com agressividade?

 Quais ações poderiam resolver melhor esse problema?

 Faça um cartaz com o que é permitido e o que não é dentro da escola.


Como ajudar a criança?

 Não rotule: Evite ao máximo usar frases negativas ao se referir à criança que se
está a comportar mal. Enfatize que sua atitude foi ruim e que ela poderia ter
resolvido as suas questões por outro caminho, mas não dirija suas críticas a ela
especificamente (“tu és mau” ou “tu não te importas com os outros”). A
infância é uma época de descoberta da própria personalidade e, às vezes, de
muita insegurança. Por isso, as crianças podem se agarrar a rótulos negativos
apenas pelo conforto de ter uma definição de si mesmas – e, portanto, passam
a reproduzir aquele mesmo comportamento, com a validação dos adultos de
que “elas são assim mesmo”.
Como ajudar a criança?

 Punições: Não há nada de errado com os castigos, ainda para mais quando a
criança reincide no mesmo erro. Certifique-se de que ele seja proporcional à
infração e de que a criança compreenda o porquê de ter sido castigada. É
importante que toda a equipa pedagógica tenha a mesma postura e combine,
com antecedência, como lidar com a indisciplina – assim, a lição fica clara, e
não há a desculpa de “esse professor não gosta de mim” ou “o outro professor
deixa”. As regras devem valer igualmente para todos. Ainda é essencial que não
se façam ameaças vazias. Não diga que vai colocar a criança de castigo
repetidas vezes se não pretende fazê-lo.

 Não grite, não se descontrole nem humilhe a criança. Lembre-se de sempre se


abaixar ou ajoelhar para conversar com ele do seu nível de visão – uma postura
não ameaçadora.
 Há casos em que a permissividade acaba por abrir caminho para a
agressividade infantil. Assim, é preciso ter muito cuidado ao
mediar episódios agressivos, saber identificar e controlar sua origem, ao
mesmo tempo em que se mantém a autoridade e o afeto.
Transtornos emocionais

 Os problemas emocionais fazem parte da vida de todas as pessoas, e podem


ocorrer em qualquer idade. Muitos desses transtornos, porém, começam a ser
desenvolvidos desde a vida intrauterina. Ainda dentro da barriga da mãe, o bebé
não é capaz de identificar a causa de medos, ansiedades ou tristezas vivenciadas
pela mãe ao longo da gestação, e acabam registando esses sentimentos como se
sendo dele.

 Embora muitos indivíduos tenham passado por experiências traumáticas (como


rejeição, maus tratos, abandono e falta de amor), a maioria dos problemas e
distúrbios emocionais são resultado das interpretações do inconsciente. Isso
significa que todas as pessoas carregam algum tipo de dor emocional, seja ela real
ou interpretativa.
Transtornos emocionais
 As experiências vividas até aos sete anos de vida da criança, são responsáveis
por desenvolver seus programas emocionais. Durante esse período, todas as
emoções e experiências são registadas e interpretadas de acordo com os
sentimentos, e essas interpretações são transformadas em padrões emocionais
e comportamentais que podem refletir por toda vida.

 Um exemplo muito comum de interpretação que se torna um padrão


comportamental pode ser observado quando uma mãe sai para trabalhar e
deixa o filho em casa. Nesse caso, a criança não tem consciência de que sua
mãe regressa, e apenas sente o vazio deixado pela falta da presença
materna, podendo se sentir abandonado. Este sentimento fica registado no
subconsciente do indivíduo, fazendo com que ele crie padrões para se
proteger da dor ou para suprir as necessidades de amor e proteção.
Transtornos emocionais
Tipos de distúrbios emocionais na infância e seus sintomas
1. Baixo rendimento escolar;
2. Agressividade e irritabilidade;
3. Dificuldade de concentração e aprendizagem;
4. Ansiedade;
5. Problemas com o sono;
6. Insegurança;
7. Tristeza;
8. Dificuldade em fazer amigos;
9. Timidez excessiva.
Casos os sintomas citados forem recorrentes e provocarem prejuízos na vida
familiar, escolar e social da criança, é sinal de que existe um desajuste que precisa
ser identificado e tratado para que o problema não persista e se agrave durante
a vida adulta.
Distúrbios mais comuns durante a infância

 Depressão

 Deficit de atenção e hiperatividade

 Fobias;

 Ansiedade;

 Transtorno de excreção.

Quando as feridas da infância não são devidamente identificadas e tratadas, podem


causar graves sequelas emocionais na vida adulta. A maneira mais eficaz de ajudar
uma criança que apresenta sintomas de distúrbios emocionais é procurar ajuda
especializada e trabalhar com ela a sua inteligência emocional para entender e
reconhecer o que lhe provoca sofrimento, e aprender a gerir da melhor forma.
Deficit de atenção e hiperatividade

 O Déficit de Atenção é um transtorno neurobiológico de causas


genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o
indivíduo por toda sua vida. É caracterizado por sintomas de desatenção,
inquietude e impulsividade.
Sintomas do Déficit de Atenção

Sintomas comuns de falta de atenção


 Falta de atenção a detalhes e execução de vários erros por descuido;
 Dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
 Não escutar quando lhe dirigem a palavra;
 Falta de capacidade de seguir instruções e de terminar deveres e tarefas;
 Dificuldade para organizar tarefas e atividades;
 Hábito de evitar se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado;
 Hábito de perder objetos necessários às tarefas ou atividades;
 Ser facilmente distraído por estímulos externos;
 Ser esquecido em relação às atividades quotidianas.
Sintomas comuns de hiperatividade e
impulsividade

 Mania de remexer ou bater mãos e pés ou se contorcer na cadeira;


 Não conseguir ficar sentado na sala de aula ou em outras situações
nas quais se espera que a pessoa permaneça sentada;
 Correr ou subir para cima das coisas em situações onde isso é
inapropriado;
 Sensação de inquietude;
 Incapacidade de brincar ou se envolver calmamente em atividades
de lazer;
 Incapacidade de ficar parado por muito tempo;
 Falar demais;
Sintomas comuns de hiperatividade e
impulsividade

 Não conseguir aguardar a vez de falar, respondendo uma


pergunta antes que seja terminada ou completando a frase dos
outros;
 Dificuldade de esperar a sua vez;
 Mania de interromper ou se intrometer em conversas e atividades,
tentando assumir o controle do que os outros estão a fazer ou usar
coisas dos outros sem pedir.
Em geral, é preciso que a criança apresente seis ou mais desses
sintomas por mais de seis meses antes de ser feito o diagnóstico de
deficit de atenção e hiperatividade. Em adolescentes, é preciso
apresentar apenas cinco destes sintomas.
Tratamento para Déficit de Atenção

 O tratamento precoce é fundamental para que a vida daqueles que têm


o transtorno seja mais saudável, produtiva e com mais qualidade. Por isso,
é imprescindível que os sintomas sejam logo identificados e tratados
corretamente.

 O tratamento do Déficit de Atenção abrange psicoterapia estrutural e


organizadora, envolvendo toda dinâmica familiar, medicação quando
necessário e muita informação a sobre problema. Comprovadamente, a
terapia cognitiva comportamental é que dá melhores resultados.
Reforço positivo e apoio familiar

 Os pais e cuidadores devem elogiar e reforçar os comportamentos positivos. O


reforço positivo estimula a criança a repetir aquele comportamento.

 Fale com a criança sobre as emoções e como aprender a controlá-las.

 O exercício físico é um remédio natural e eficaz porque desenvolve as funções do


cérebro que controlam a impulsividade e a hiperatividade, além de libertar
endorfinas que acalmam o cérebro. Estes compostos de “boas sensações”
regulam o humor e o prazer.

 A prática de atividades físicas também eleva os níveis de dopamina,


noradrenalina e serotonina do sangue. Esses neurotransmissores regulam a
capacidade de foco, atenção e os centros de recompensa do cérebro.
Organização e regras

 Tenha uma rotina com hora para dormir, acordar, comer e para outras
atividades diárias.
 Livre-se da desarrumação, uma vez que a desordem pode contribuir para
a sensação de sobrecarga e favorecer a distração.
 Reduza o número de coisas espalhadas nas mesas nas prateleiras e pela
casa. Designe locais específicos para itens importantes.
 Desfaça-se de alguns brinquedos;
Compromisso com a inclusão

 O Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, “estabelece os princípios e as normas


que garantem a inclusão, enquanto processo que visa responder à diversidade
das necessidades e potencialidades de todos e de cada um dos alunos,
através do aumento da participação nos processos de aprendizagem e na
vida da comunidade educativa” (n.º 1 do artigo 1.º).
 O Perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória é, na sua base,
inclusivo, uma vez que considera o desenvolvimento holístico dos alunos
atendendo às dimensões do saber, do saber fazer e do saber estar, com
enfoque na exigência mas também na atenção à diversidade, e
consequentemente na equidade e democracia. Introduz ainda o princípio da
flexibilidade, fundamental na educação inclusiva. A gestão flexível do
currículo, fruto do trabalho colaborativo de todos os docentes, permite
aumentar oportunidades para todos os alunos atingirem o seu máximo
potencial, garantindo assim o acesso ao currículo e às aprendizagens
essenciais
O que mudou?

 Antes de julho de 2018, as medidas de apoio existentes eram apenas


dirigidas a alunos com necessidades educativas especiais.

 Atualmente, o “novo” sistema educativo baseia-se na diferenciação


pedagógica, dirigindo-se assim a todos os alunos, independentemente da
existência de um diagnóstico de uma perturbação de aprendizagem
específica e/ou de outra de caráter permanente ou temporário.
Como se aplica?

 A decisão sobre que medidas se irão mobilizar pertence à equipa


multidisciplinar, a qual deve analisar a informação disponível, decorrente
da avaliação e da monitorização sistemática da evolução do aluno.

 É, no entanto, de reforçar que quanto mais significativas e extensas forem


as fragilidades do aluno, mais medidas e mais recursos serão necessários
mobilizar.
Que medidas?
As medidas propostas no diploma estão enquadradas numa abordagem multinível,
dividindo-se em 3.

 Medidas Universais: respostas educativas que a escola tem para todos os alunos com
o objetivo de promover a participação e a melhoria das aprendizagens.
Dependendo das necessidades identificadas, poderá mobilizar-se, a este nível, uma
ou mais medidas;

 Medidas Seletivas: respostas que visam colmatar as necessidades de suporte à


aprendizagem, não supridas pela aplicação das anteriores;

 Medidas Adicionais: respostas que visam colmatar dificuldades acentuadas e


persistentes ao nível da comunicação, interação, cognição ou aprendizagens que
exigem recursos especializados de apoio à aprendizagem e à inclusão.
Diferenciação pedagógica

 Permite que as tarefas aplicadas em contexto de sala de aula possam ser


diferenciadas, no que concerne à finalidade, conteúdo, tempo e modo
de se realizarem, em simultâneo com os recursos, condições e apoios
disponibilizados;
Exemplo da operacionalização da
medida:
 Professor a refletir consigo mesmo sobre a organização de uma das suas
aulas: “Amanhã vou passar uma ficha de avaliação à turma, mas para o
Hugo e para a Madalena vou transformar a ficha de maneira a que só
tenham espaços para preencher.

 Para os restantes alunos as fichas terão perguntas abertas, contudo, vou


permitir ao Vasco, à Rita e à Adriana que façam a mesma com consulta.
Enquanto eles estiverem a fazer, vou ler a ficha à Rita, porque sinto que faz
toda a diferença, desse modo ela consegue aceder ao pedido de uma
forma muito mais eficaz e a qualidade das suas respostas é logo
diferente.”
Acomodações curriculares
 Permitem aceder ao currículo e a atividades de aprendizagem, em contexto
de sala de aula, através da variedade e da combinação adequada de
diversos métodos e de estratégias de ensino, da utilização de diferentes
modalidades e instrumentos de avaliação, da adaptação de materiais e
recursos educativos e da remoção de barreiras na organização do espaço e
do equipamento.

 Por exemplo, “sentar o aluno junto de um colega que sirva de modelo


positivo”, “assegurar-se que as instruções são compreendidas”, “permitir,
durante os testes, a consulta de apontamentos/notas”, entre outras.
Exemplos da operacionalização da
medida:
 Professor do 1º ciclo a refletir com um colega: “A minha turma este ano
parece-me especialmente heterogénea… Já percebi que tenho alguns alunos
que assimilam a matéria só de ouvirem as minhas explicações, mas tenho
outros que, se não mostrar imagens em conjunto com a informação oral, é
mais difícil compreenderem o que quero transmitir… Estava a pensar abordar
as matérias de uma forma mais abrangente… Por exemplo, em relação ao
sistema digestivo, estava a pensar mostrar-lhes um vídeo, levar-lhes um puzzle
em 3D para que possam manipular e construir o sistema digestivo e posso
também organizá-los em pequenos grupos para que criem os seus sistemas
digestivos usando plasticina… O que é que achas?”
Enriquecimento curricular

 Com base na autonomia e flexibilidade curricular, é permitido à escola


enriquecer o currículo com conhecimentos, capacidades e atitudes que
contribuam para alcançar as competências previstas no Perfil dos Alunos
à Saída da Escolaridade Obrigatória, podendo, inclusive, passar pela
criação de novas disciplinas no ensino básico, como por exemplo
Desporto Escolar, Xadrez, entre outras.
Exemplo da operacionalização da
medida:
 Um professor informa os seus alunos: “Quero informar-vos que, durante o 3º
Período, todas as turmas vão usufruir, dentro do horário escolar, de uma
aula de yoga semanal, com duração de 45 minutos.”
Promoção do comportamento pró-
social
 Pode passar pela implementação de programas dirigidos para a
promoção de competências sócio-emocionais.

 Exemplo da operacionalização da medida:

 Uma turma, no âmbito de Educação para a Cidadania, vai assistir a


algumas palestras dadas pela psicóloga da escola sobre a gestão de
conflitos para posteriormente realizar atividades especificas,
nomeadamente situações de “roleplay” como forma de treinar e
promover as referidas competências.”
Intervenção com foco académico ou
comportamental em pequenos grupos

 Varia consoante a entidade educativa, podendo, por exemplo, ser o


apoio ao estudo a um determinado ciclo, grupos de promoção de
competências matemáticas, a criação de uma oficina de escrita, entre
outras.

 Exemplo da operacionalização da medida:

 A criação de pequenos grupos de alunos, com dificuldades semelhantes a


uma determinada disciplina, para usufruírem de apoio.
Apoio Tutorial

 Estratégia de apoio e orientação pessoal e escolar que se constrói através


de uma relação desenvolvida de forma partilhada e construída por
ambos os elementos da díade, que podem ser tutor/tutorando,
professor/aluno ou aluno/aluno.
Exemplo da operacionalização da
medida:
 Conversa entre um professor e o seu aluno de 5º ano que, apesar de estar
a usufruir de outras medidas universais, não está a conseguir obter um
aproveitamento satisfatório: “Diogo, queria falar contigo… Eu e os
professores que trabalham contigo, consideramos importante que passes
a ter um tutor. Esse tutor estará contigo semanal e individualmente, para
que possa ajudar-te a orientar o teu trabalho escolar e, pontualmente, a
acompanhar-te em algumas aulas, no sentido de te apoiar diretamente.”
Medidas Seletivas

 Medidas Seletivas: respostas que visam colmatar as necessidades de


suporte à aprendizagem, não supridas pela aplicação das anteriores;

 Relativamente às medidas que constituem o nível 2, são mobilizadas


quando os alunos manifestam necessidades de suporte à aprendizagem
que não foram supridas pela aplicação de medidas universais e que
exigem a elaboração de um Relatório Técnico-Pedagógico aquando da
sua mobilização. Neste âmbito, enquadram-se as seguintes medidas:
Percursos curriculares diferenciados

 Incluem as ofertas educativas do ensino básico, ofertas educativas e


formativas do ensino secundário e cursos de dupla certificação, para o
ensino básico e secundário (ver Decreto-Lei nº 55/2018, 6 de julho, Capítulo
II, Artigo 7º – Ofertas educativas e formativas).
Adaptações curriculares não significativas

 Envolvem a gestão do currículo, mas que não comprometem as


aprendizagens previstas nos documentos curriculares e que se
materializam em adaptações ao nível dos objetivos e dos conteúdos,
através da alteração na sua prioridade ou sequenciação, ou na
introdução de objetivos específicos de nível intermédio que permitam aos
alunos atingir os objetivos globais e as aprendizagens essenciais
Apoio psicopedagógico

Poderá ser dado por um técnico especializado, sendo de carácter


remediativo e cuja intervenção se centra nos domínios escolar, cognitivo,
comportamental ou sócio-emocional, em contexto individual ou de grupo.
Exemplo da operacionalização da medida:

 Professora informa os pais da aluna Maria, com diagnóstico de perfil


cognitivo subdesenvolvido, que as medidas seletivas sugeridas foram
aceites pela equipa multidisciplinar e, como tal, o pedido referente ao
apoio pedagógico personalizado será concretizado, passando assim a
beneficiar de apoio especializado e individual com a professora de
educação especial uma vez por semana, com o intuito de treinar as
competências cognitivas.
Antecipação e reforço das
aprendizagens
 Antecipar e reforçar aprendizagens, podendo operacionalizar-se, por
exemplo, facultando com antecedência e detalhe, os conteúdos que o
aluno deverá estudar para os testes e para as fichas de avaliação, ou os
textos a trabalhar em contexto de aula.
Exemplo da operacionalização da
medida:
 No dia anterior ao ditado de um texto de Português, o professor indica à
sua aluna Estela, a qual manifesta frequentes erros ortográficos em tarefas
de escrita, que texto deve explorar em casa, sugerindo lê-lo, sublinhar as
palavras mais difíceis, copiá-las e procurar que estas lhe sejam ditadas,
verificando, posteriormente, se as escreveu corretamente.

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