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Projeto de Sistemas Mecânicos I

Professor: Jorge Luis Bazan


Se dá o nome de “transmissão” a todos os
mecanismos empregados para transferir a potência (o
movimento ou o torque) do motor para os elementos
que desenvolvem o trabalho produtivo nas máquinas.
Em geral esta transferência envolve a transformação
das velocidades, das forças ou dos momentos, de
modo a adaptar estas grandezas à aplicação efetiva
do trabalho as ser realizado.
Em alguns casos, as transmissões modificam o
caráter e a lei do movimento realizado; por exemplo:
transformando movimento circular em avanço
retilíneo.
• Quando as velocidades requerida nas operações
sejam diferentes das velocidades padronizadas.
• Quando for necessário variar as velocidades das
máquinas durante a operação.
• Quando forem necessários elevados momentos de
torção.
• Um motor acionando vários mecanismos com
velocidades diferentes (como em eixos árvores).
• Transmissões permitem que motores acionem
máquinas que precisam de movimentos retilíneos,
com inversão de sentido e paradas freqüentes.
A escolha correta de um tipo de transmissão para uma
aplicação específica, só pode ser feita pelo confronto
técnico–econômico de todas as variantes possíveis à
disposição.
As transmissões mecânicas foram, no passado, os
únicos dispositivos empregados em máquinas para
conciliar os parâmetros da potência do motor com as
exigências impostas pela aplicação. Atualmente há
transmissões hidráulicas, elétricas....
As transmissões mecânicas mais importantes são:

 Transmissões por atrito


 Transmissões por engrenamento
Iniciamos o estudo das engrenagens analisando
duas transmissões teórica (não existem na
prática), elas transferem rotação e torque de um
eixo para outro. Estas observações serão úteis
para extrair informações que nos ajudarão a
compreender como funcionam as transmissões
por engrenamento.
A relação de transmissão é o parâmetro mais
importante a ser determinado numa transmissão,
com ela simplificamos e agilizamos muitas
operações na determinação dos parâmetros de
funcionamento das transmissões.
A roda 2 transfere movimento para a roda 3 por atrito no ponto P.
A roda menor (motora) tem índice 2, a maior (movida) índice 3. R2
e R3 são os raios das circunferências primitivas.
 Considere uma transmissão constituída por
duas rodas cilíndricas lisas, em contato por um
ponto (P) e girando sobres seus eixos fixos (O2
e O3), como mostra figura.
 A roda menor (roda motora) transfere
movimento à roda maior (movida) pelo contato
no ponto (P); consideraremos, ainda, que a
transferência de movimento acontece sem
escorregamento nesse ponto. Esta transmissão
é teórica pois na vida real sempre haverá
escorregamento entre as rodas quando houver
transferência de potência por atrito.
A velocidade angular (ω) na
primeira roda é constante

Sendo a velocidade tangencial constante, a extensão do caminho


realizado pelo ponto P sobre as duas rodas deve ter o mesmo
comprimento, mas as velocidades angulares são diferentes, como
mostra a figura.
P-P’= P-P’’ e 2 ≠ 3
Não havendo escorregamento entre as duas roda no ponto P,
podemos afirmar que as velocidades tangenciais na periferia
das rodas tem o mesmo valor (mesmo módulo).
V2 = V3 = VP (módulos das velocidades tangenciais)
Calculamos a velocidade tangencial como o produto entre a
velocidade angular (ω) e o raio das rodas, por tanto:
V2 = 2 . r2 e V3 = 3 . R3
Como estas velocidades são iguais em módulo, podemos
igualar as duas expressões:
2 . R2 = 3 . R3  ou ainda:
2 / 3 = R3 /r2 = i23
A esta relação (i23) damos o nome de “relação de transmissão
entre as rodas 2 e 3”.
Em engenharia é comum expressar esta relação de
forma mais completa:

Para calcular a velocidade angular (ω) usaremos:

i23: é a relação de transmissão entre as duas rodas,


expressa que a relação entre as velocidades
angulares é inversamente proporcional à relação
entre os raios das rodas da transmissão.
i23: é um número maior que a unidade para redutores
de velocidade (como neste caso),
i23: é um número puro (não tem unidade).
Nesta transmissão, interessa analisar a transferência de
torque de um eixo para o outro. As alavancas 2 e 3
estão fixadas nos eixos (I e II), giram com velocidades
angulares constantes e ficam em contato no ponto P.
 O momento aplicado ao eixo I é 10 N.m, conhecendo
a geometria das alavancas, queremos calcular o
torque transferido ao segundo eixo.
 Baixas velocidades de rotação garantem a
eliminação do efeito dinâmico.
 As velocidades angulares serão constantes só
quando o ponto P esteja em equilíbrio dinâmico, para
que isto aconteça, as duas forças que agem no
ponto P devem ter: mesma direção, mesmo módulo,
mesmo ponto de aplicação e sentidos opostos.
 Pelo principio de ação e reação sabemos que as
forças no ponto P tem o mesmo módulo.
 Podemos determinar qual força age em cada corpo:
a alavanca motora recebe uma força contrária ao
sentido do movimento e a alavanca movida recebe
uma força no mesmo sentido do seu movimento.
 Conhecendo o momento no eixo I e a geometria da
alavanca 2 podemos calcular o módulo da força F2:

O torque no segundo eixo é duas vezes o torque do


primeiro eixo, isto se deve à relação de transmissão das
alavancas: i2,3 = r3 / r2 = 2
As engrenagens resultam da união das características
positivas das duas transmissões teóricas analisadas.
Se incorporarmos dentes para o engrenamento
preciso nas superfícies cilíndricas das rodas lisas
originais, de modo a que estes dentes se estendam
tanto para dentro (dedendo) quanto para fora
(adendo) das circunferências primitivas, as rodas
passam a ser engrenagens cilíndricas de dentes
retos, também conhecidas como rodas dentadas.
Desta forma, dependendo da geometria dos dentes,
teremos: velocidades angulares constantes nas duas
rodas, transmissão de torque contínuo (em toda a
volta) e não haverá escorregamento entre as “rodas”.
Os dentes das engrenagens funcionam como cames: um dente
(da roda motora) empurra outro (da roda movida), provocando
assim o giro das rodas. Para obter esta condição de
funcionamento, a geometria dos dentes deve reunir alguns
requisitos geométricos bem específicos, é o que veremos a
seguir: a geometria dos dentes das engrenagens cilíndricas.

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