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Full Download Movimento Lgbti Uma Breve Historia Do Seculo Xix Aos Nossos Dias 1St Edition Renan Quinalha Online Full Chapter PDF
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Estatuto do Idoso Renan Paes Felix
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A quem veio antes, abrindo os caminhos do nosso orgulho.
Não se trata da história de uma minoria,
mas sim de parte da história da humanidade.
Richard Parkinson
Apresentação
Há, portanto, nessa ideologia de gênero, aquilo que Butler chamou de uma
“ordem compulsória” de sexo, gênero e desejo (Butler, 2016). A criança cujo
corpo foi assinalado, no nascimento, como sendo do sexo feminino deve se
comportar socialmente como mulher e precisa desejar sexualmente um
homem. Já a criança que foi designada como sendo do sexo masculino deve se
comportar como um homem e desejar as mulheres. Impõe-se, com isso, uma
linearidade forçosa entre as diversas dimensões de nossas existências.
Esta é a matriz de inteligibilidade que organiza a lógica e a coerência do
sistema sexo-gênero-desejo, conferindo sentido aos corpos, identidades e
práticas. Qualquer desvio em relação a esses princípios elementares torna-se
alvo de uma ação normalizadora do poder. Sob essa perspectiva, a violência não
é a exceção, mas a regra elementar de estruturação desse sistema, seu curso
normal de funcionamento. Quando uma pessoa LGBTI+ é assassinada ou
ultrajada, violentada física ou psicologicamente, isso não se deve a um sadismo,
a um ato de preconceito individual, a uma fatalidade. Antes, trata-se de uma
violência com pretensão normalizadora que busca reconduzir aquele corpo e
aquela identidade ao lugar do qual não deveriam ter saído: o da “normalidade”.
Tal deslocamento na compreensão da LGBTIfobia enquanto um sistema
dotado de racionalidade e operado essencialmente pela violência escancara o
caráter simultaneamente estrutural, institucional e individual do fenômeno.28
Usamos estrutural, aqui, não para desresponsabilizar sujeitos, mas para destacar
que há uma inércia e uma tendência à continuidade na sobrevivência do
próprio sistema: se não houver ação política individual e coletiva em sentido
contrário, a violência seguirá estruturando as ordens social e sexual. Nesse
sentido, o central aqui não é a intencionalidade do agente. Se não lutamos
ativamente contra ele, terminamos por endossar e reforçar a LGBTIfobia. Em
outros termos, parafraseando aqui Angela Davis, em uma sociedade
LGBTIfóbica, não basta não ser LGBTIfóbico, é preciso ser antiLGBTIfóbico.
Daí a importância do ativismo para combater a matriz da LGBTIfobia, tema
que passaremos a analisar nas próximas páginas.
PARTE 2
2
O surgimento de um (proto)ativismo organizado na Alemanha
Os precursores do movimento