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MAPA SUB - SSOC - POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIAIS -

51/2023

Acadêmico: Simone da Silva Prates Heiderich R.A.22234652-5


Curso: BACHAREL EM SERVIÇO SOCIAL
Disciplina: POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIAIS
Valor da atividade:3,0 Prazo:
24/03/23

Ponto 1: os pais dos adolescentes achavam, até então, que seus filhos haviam cometido
um crime e que, por isso, estavam sendo acompanhados pelo CREAS. Assim, seu
primeiro comando é explicar às famílias a diferença entre crime e ato infracional.

O ato infracional é o ato condenável, de desrespeito às leis, à ordem pública,


aos direitos dos demais cidadãos ou ao patrimônio, cometido por crianças ou
adolescentes[1]. Trata-se de conduta contrária ao ordenamento jurídico perpetrada por
aqueles considerados inimputáveis frente à legislação brasileira
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 103, considera ato
infracional “a conduta descrita como crime ou contravenção penal”. Dessa forma,
observa-se que se trata de infração análoga aos crimes e contravenções penais previstos
no Código Penal e legislações esparsas, com o único diferencial de ser praticado por
menores de idade.
Dessa maneira, constata-se que o ato infracional se assemelha ao crime
objetivamente, mas difere do mesmo subjetivamente. Explica-se: aquele para assim ser
caracterizado tem que se referir ao cometimento de uma infração prevista
EXPRESSAMENTE em lei, respeitando-se o princípio da legalidade e tipicidade.
Adotou-se, portanto, técnica de tipificação delegada, pois tudo o que é considerado
crime para o adulto também é em igual medida considerado para o adolescente.
Todavia, a infração deixa de ser chamada de crime/ contravenção penal e passa a ser
denominada ato infracional quando o agente é inimputável em razão da idade (menor de
18 anos).

Impende salientar que os princípios delimitadores da ação Estatal também


incidem na seara do Direito Penal Juvenil. Nessa esteira, o princípio da intervenção
mínima, também chamado de “última ratio”, impõe que o Direito Penal Juvenil somente
deva ser aplicado em último caso, quando não for possível aplicar nenhum outro ramo
social ou do próprio Direito.
Dessa forma, o princípio da legalidade e da tipicidade atuam, juntos, como
limitadores da intervenção penal sobre adolescentes. O ato infracional só existe se: (a)
há, previamente, sua previsão em lei (“nullum crimen nula poena sine lege”), sendo
certo que a lei deve ser escrita, anterior, estrita e clara; e (b) o fato cometido é típico, ou
seja, se há exata correspondência entre o agir do adolescente e a descrição contida na lei
penal incriminadora.
Crime é a ação voluntária de ferir gravemente ou assassinar alguém. A pessoa
que leva a cabo este tipo de ação conhece-se como criminoso.
Do ponto de vista do Direito, o crime é uma conduta, uma ação ou uma omissão
tipificada pela lei que é antijurídica e punível. O crime, por conseguinte, viola o direito
penal. O conceito está associado ao de delito embora esta palavra (do latim delinquere)
tenha uma origem etimológica que leva a “abandonar” o caminho estabelecido pela lei.

Ponto 2: além das medidas de PSC e LA, existem outras medidas socioeducativas
apresentadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA). Explique quais são elas e
qual é o objetivo principal da aplicação de medidas socioeducativas.

As medidas socioeducativas passíveis de aplicação são previstas no art. 112 do


Estatuto da Criança e do Adolescente, não é possível que o juiz aplique alguma medida
de sua opção que não esteja prevista no ECA.

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:

I - Advertência;

II - Obrigação de reparar o dano;

III - Prestação de serviços à comunidade;

IV - Liberdade assistida;

V - Inserção em regime de semiliberdade;

VI - Internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.


§1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as
circunstâncias e a gravidade da infração.

§2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho
forçado.

§3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento


individual e especializado, em local adequado às suas condições.

As medidas socioeducativas visam, principalmente, à inserção do adolescente


na família e na sociedade, além da prevenção da delinquência. Também visam responsabilizar
o adolescentes que cometeram ato infracional, evitar a reincidência e fazer a sua
ressocialização da melhor forma.

Ponto 3: ao tratar dos três adolescentes em questão, as medidas socioeducativas impostas


pelo juiz foram Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e Liberdade Assistida (LA). De
que forma essas medidas funcionam?

Liberdade Assistida a ideia desta medida é manter o adolescente em conflito com a lei no seio
familiar de forma que fique integrado na sociedade e com apoio de seus entes queridos,
mas sob a supervisão da autoridade judiciária, a quem cabe determinar o cumprimento e
cessação da medida. Assim, a liberdade assistida busca acompanhar, auxiliar e orientar
o adolescente.
Trata-se de medida que delimita o estilo de vida do adolescente, restringindo de alguma forma
a sua liberdade, mas possibilita que o sujeito em situação especial de desenvolvimento
permaneça em seu convívio familiar. Assim, a medida busca reeducar e ressocializar o
adolescente através de um modelo assistencial, evitando-se processos traumáticos de
afastamento familiar. A rotina do adolescente é alterada, mas a sua essência permanece,
na medida em que ele continua residindo no mesmo local, frequentando estabelecimento
de ensino e tendo contato com amigos/ parentes.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em sua Seção IV, estabelece:
Da Prestação de Serviços à Comunidade Art. 117. A prestação de serviços comunitários
consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis
meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. Parágrafo único as
tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis,
de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho. Interessante
observar que o ECA, além de sugerir locais para o cumprimento da medida, destaca a
importância de serem consideradas as aptidões do adolescente na determinação das tarefas.
Isso certamente impacta no empenho e adesão do adolescente ao seu processo, evitando o
descumprimento da PSC e os desdobramentos negativos disso.

Ponto 4: ao final da reunião com os familiares e adolescentes, os pais apresentaram, em


suas falas, diversas expressões da questão social que atravessa o cotidiano das famílias.
Uma das dificuldades percebidas foi a própria pobreza da comunidade onde moram as três
famílias. As crianças e os adolescentes de tal comunidade raramente faziam três refeições ao
dia. Além disso, o acesso à escola era precário devido à necessidade de trabalhar para ajudar
a família com as despesas, o que ocasionava altos índices de trabalho infantil naquele
território. Diante desse cenário, como fortalecer a capacidade protetiva da família para
proteger o adolescente dos riscos sociais e reincidências no cometimento de atos
infracionais? Quais políticas públicas podem ser acionadas? O que você, como assistente
social, pode propor como caminho para o enfretamento de tais situações?

Nos dias atuais enquanto uma parcela da juventude se prepara para a vida adulta
apenas por meio da educação, outras juventudes buscam condições para combinar educação e
trabalho. Contudo, para todos, está colocada a questão da entrada e permanência no mundo do
trabalho cada vez mais caracterizado pela irregularidade, pela intermitência, pela precariedade
de salários e pela informalidade. Se é verdade que é na juventude que existem maiores
probabilidades de romper a cadeia da reprodução de desigualdades, trata-se de formular
políticas públicas que possam contribuir para a superação de condicionamentos sociais de
origem e para o rompimento de estigmas geradores de preconceitos e discriminação social. É
nesta perspectiva que devem ser pensados os programas e as ações voltadas para a inclusão
social de jovens brasileiros.

Programas e ações voltados para a juventude devem contribuir para o acúmulo


de capital social entre jovens, entendido aqui nos termos propostos por Pierre Bourdieu. Neste
sentido, o desenho das políticas deve projetar o fortalecimento de uma “rede durável de
relações”. O fortalecimento de uma “rede durável de relações” se dará na medida em que se
reconheçam redes pré-existentes e se busque agregar a elas novos recursos efetivos e/ou
potenciais para favorecer a inclusão de jovens. Tais recursos devem contemplar diferentes
dimensões da vida social; qualificar os espaços de aprendizagem (formais e informais);
ampliar as possibilidades de identificação de oportunidades de inserção produtiva; promover e
diversificar espaços de sociabilidade presenciais e virtuais.

Ações que visam a “inclusão digital” devem estar inseridas em um conjunto


mais amplo de recursos materiais e simbólicos que visem assegurar direitos e promover a
emancipação juvenil.

Referências Bibliográficas

CASTEL, R As metamorfoses da Questão Social: uma crônica do salário. Petrópolis, Vozes,


Edições 2000 2004. BOURDIEU, P. Questões de Sociologia Rio de Janeiro, Marco Zero
2003 e 2005 LAVINAS, Lena Pobreza e Exclusão: traduções regionais de duas categorías da
prática. Revista Economia, v 4, número 1, pg 25-59, 2003 LENOIR, René Les exclus. Un
français sur 1º. Paris: de Seuil, 1974. NOVAES, R As Juventudes e as lutas por Direitos Le
monde Diplomatic Brasil, nov de 2012 ROSANVALLON, P La Nueva Questión
Social:repensar el Estado providencia. Buenos Aires: Manantial, 1995. SEN, Amartia
“Culture and Development”: World Bank Tokyo Meeting. Tokio; 2000.

http://www.conselhodacrianca.al.gov.br/sala-de-imprensa/publicacoes/sinase.pdf

Prestação de Serviços à Comunidade — Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social,


Família e Combate à Fome (www.gov.br)

Medidas Socioeducativas | Trilhante

Crime - O que é, conceito e definição

Conteúdo Jurídico | Uma breve análise do ato infracional e suas consequências jurídicas
(conteudojuridico.com.br)

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