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Debate
Debate
• Direitos humanos:
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário, estabelece que
toda pessoa tem direito à vida desde o momento da concepção. No entanto, alguns juristas e
organizações de direitos humanos interpretam que esse direito não se aplica ao embrião nas
primeiras semanas de gestação, pois ele ainda não possui as características essenciais de uma
pessoa, como consciência, personalidade e dignidade. Nesse sentido, o direito à vida do embrião
não pode se sobrepor ao direito à vida, à saúde e à liberdade da mulher que o carrega.
• Autonomia da mulher:
• Laicidade do Estado:
A descriminalização do aborto é apontada como uma medida eficaz para reduzir a mortalidade
materna no Brasil, que é uma das mais altas da América Latina. Segundo dados do Ministério da
Saúde, cerca de 1 milhão de mulheres realizam abortos clandestinos por ano no país, sendo
que cerca de 200 mil delas são internadas por complicações e cerca de 500 morrem em
decorrência do procedimento inseguro. A descriminalização do aborto permitiria que as
mulheres tivessem acesso a um atendimento médico adequado e seguro, evitando riscos à sua
saúde e à sua vida
Argumentos contra
• Direito à vida:
O principal argumento contra a descriminalização do aborto é o de que o embrião é um
ser humano desde o momento da concepção e que possui o direito inviolável à vida.
Esse argumento se baseia em evidências científicas que demonstram que o embrião
possui um código genético único e distinto dos pais, que determina as suas
características físicas e biológicas. Além disso, o embrião possui um potencial de
desenvolvimento que o torna um indivíduo da espécie humana, que merece respeito e
proteção jurídica. Portanto, o aborto é considerado um homicídio e uma violação aos
direitos humanos.
• Proteção da família:
A descriminalização do aborto é vista como uma ameaça à proteção da família, que é a
base da sociedade e que tem o dever de acolher e educar os filhos. A família é
reconhecida pela Constituição Federal como uma instituição que deve ser protegida
pelo Estado e pela sociedade. A criminalização do aborto é uma forma de incentivar a
responsabilidade dos pais em relação aos filhos, evitando que eles sejam descartados
por motivos egoístas ou fúteis. Além disso, a criminalização do aborto é uma forma de
valorizar a vida humana e de promover a solidariedade entre as gerações.
• Valores morais:
A descriminalização do aborto é rejeitada por contrariar os valores morais e religiosos
de grande parte da população brasileira, que é majoritariamente cristã. O aborto é
considerado um pecado grave pelas principais religiões cristãs, como o catolicismo e o
protestantismo, pois atenta contra o dom da vida concedido por Deus. O aborto também é
visto como uma violação da lei natural, que estabelece a finalidade da procriação para
o ato sexual. A criminalização do aborto é uma forma de preservar os valores morais e
religiosos que orientam a conduta ética dos cidadãos.
• Soberania popular:
A descriminalização do aborto é criticada por usurpar a soberania popular, que é o
poder de decisão do povo brasileiro sobre os assuntos de interesse nacional. A
criminalização do aborto é uma norma legal que foi estabelecida pelo Código Penal em
1940 e que reflete a vontade da maioria da população, que se manifesta contrária ao
aborto em diversas pesquisas de opinião. A descriminalização do aborto pelo STF seria
uma forma de interferência indevida do Poder Judiciário no Poder Legislativo, que é o
representante legítimo do povo. A descriminalização do aborto só poderia ser feita por
meio de uma lei aprovada pelo Congresso Nacional, após um amplo debate democrático
com a sociedade.
• Implicações legais:
A descriminalização do aborto implicaria na alteração do Código Penal, que atualmente prevê pena
de detenção de um a três anos para a mulher que provoca o seu próprio aborto ou consente que
outro lhe provoque (artigo 124), e pena de reclusão de três a dez anos para quem provoca o aborto
com o consentimento da gestante (artigo 126). Além disso, implicaria na alteração da Lei de
Biosseguranca, que atualmente permite o uso de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa e
terapia, desde que sejam provenientes de embriões inviáveis ou congelados há mais de três anos
(artigo 5º). A descriminalização do aborto também implicaria na revisão da jurisprudência do STF, que
já se manifestou favorável ao aborto em casos de anencefalia fetal (ADPF 54) e ao uso de células-
tronco embrionárias ( ADI 3510).
• Implicações sociais:
Argumentos a favor
Argumentos contra
1. Aumento do uso: Críticos argumentam que a legalização pode normalizar o uso de drogas e
levar a um aumento no número de usuários, especialmente entre os jovens. Isso poderia
resultar em problemas de saúde pública relacionados ao uso excessivo.
2. Impactos na saúde mental: A legalização poderia aumentar o acesso a drogas psicoativas,
como maconha, que têm potencial de afetar a saúde mental, desencadeando ou agravando
condições como ansiedade e depressão.
3. Riscos à saúde pública: Embora a legalização possa garantir um controle maior sobre a
qualidade das drogas, existem preocupações sobre o consumo excessivo e irresponsável,
levando a problemas de saúde a longo prazo, como doenças cardiovasculares e respiratórias.
Argumentos a favor
Argumentos Contra