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Movimentos Politicos
Movimentos Politicos
MPLA e UNITA.
1.2.1. PCA
1
É ainda discutível a data de origem do PCA: Carlos Pacheco afirma em MPLA, Um Nascimento Polémico,
Veja, 1997, p.26, que o PCA foi fundado em 10 de Dezembro de 1955, na casa do Ilídio Machado em
Luanda, no entanto este afirmou, no decurso da sua detenção em 1959, que o PCA tinha sido fundado em
1952. António Jacinto afirmaria que o PCA foi fundado a 10 de Dezembro de 1955. Na acta do PCA
existente no Arquivo Histórico Militar português refere que a data da fundação do PCA é de 12 de
Novembro de 1955. Veja-se, O homem e o Mito, p. 124.
nomeado Secretário-Geral e encarregado pelos seus confrades de elaborar os
estatutos e programa da organização.
O PCA teve fraca adesão, razão pela qual os seus fundadores decidem
então mudar de roupagem exterior e alteram o nome para o de PLUAA, o
qual também não teve grande receptividade. Aparecem, entrementes,
distintos e novos semblantes como, Matias Miguéis, contabilista; André
Franco de Sousa, gerente comercial; Higino Aires de Almeida, músico e com
proveniência do grupo dos mensageiros; “Liceu Vieira Dias”, músico; e
outros tantos como Gabriel Leitão, Germano José Gomes e Francisco Assis
Machado, que num futuro próximo viriam a ter no MIA, uma importante
actividade clandestina.Há indicações de que o PCA e o PLUAA tenham
coexistido, contudo a verdade é que a extinção do PCA colocou o seu
sucedâneo na obscuridade.
2
LARA, Lúcio. “Um Amplo Movimento” Luanda: Edição do autor, 1997, p.30.
3
ANTT, PIDE, Proc. Ilídio Machado, apud ROCHA, Edmundo. Viriato da Cruz: Itinerário Político, In:
ROCHA, Edmundo, SOARES, Francisco & MOISÉS, Fernandes. Angola, Viriato Da Cruz. O homem e o
mito. Op. Cit., pp. 109-206.
Arquivos Nacionais da Torre do Tombo (ANTT), em Lisboa, relativo a
indivíduos angolanos ou a movimentos nacionalistas4.
- Terceiro, porque houve uma testemunha ocular que afirma ter lido
na presença de Marcelino dos Santos, o original manuscrito a tinta verde,
escrito pelo punho de Viriato, mas não assinado nem datado, trazido para
Liège (Bélgica) pelas mãos de Mário de Andrade, vindo de Paris.
4
Ibidem, p.127.
anotação manuscrita, que corresponde ao manuscrito tal como estava antes
de o Mário ter acrescentado o título e a data.
5
ROCHA, Edmundo, Vol. I. Op. Cit., p.121.
angolano, aos novos assimilados dos musseques, a Angola profunda, às
senzalas e aos quimbos, o MIA conseguiu ultrapassar a restrita tertúlia de
intelectuais luandenses.
1.2.4. MINA
6
Seu pseudónimo era PAKASSA.
7
AN/TT, Arquivos da PIDE, Auto de Perguntas de David Bernardo D´Eça de Queirós, fls. 412 apud
História do MPLA, Vol. I. Op. Cit., p. 94.
8
História do MPLA, Vol. I, p. 94.
de nascimento, pois o principal desígnio era o alcance da independência
total, lutando contra a opressão colonial.
1.2.5. ELA
9
MBAH, Jean Martial Arsène. Op. Cit., p.94.
10
Cf. Auto de perguntas a Pascoal Gomes de Carvalho, in DGARQ – PIDE/DGS Angola, Processo nº
22/59, NT. 452, 1º volume, fls.227 apud CHASSE, Fernando Hedviges. Op. Cit., p. 87.
11
MBAH na sua citada obra presume ter sido fundado o ELA entre os finais de 1957 ou inícios de 1958.
12
CHASSE, Fernando Hedviges. Op. cit., p. 87.
Mendes e Joaquim de Figueiredo que tinha o de Arnaldo Goreva. É, portanto
assim que com a primeira letra de cada alcunha, formaram a sigla ELA.
13
ROCHA, Edmundo. Vol. I. Op. Cit., p. 128.
14
CHASSE, Fernando Hedviges. Op. cit., p. 88.
15
Ibidem, p.89.
16
Idem.
1.2.6. UPNA – UPA – FNLA
17
CHASSE, Fernando Hedviges, op. Cit., p. 50.
Para preencher o vazio sucessório apareceram alguns candidatos:
António José da Gama, católico, apoiado pelas autoridades coloniais e o
protestante Manuel Barros Nekaka, co-fundador da UPNA apoiado pela
Ngwizako, sucedânea da Liga Nacional dos Maxicongos e pelos fiéis da
igreja Baptista realista. Para a melancolia destes últimos, o poder colonial
que detinha o poder arbitral, não tinha naturalmente, a mesma opinião dos
protestantes e via a ocupação do Congo apenas como uma reminiscência
histórica, pelo que não sentia qualquer repulsa em reconhecer a existência de
uma entidade gentílica com a designação de Rei do Congo. Ainda Assim, a
sua escolha devia recair sempre numa qualquer figura decorativa, de credo
católico e do pleno agrado dos poderes coloniais18. A tese colonial vingou
e foi eleito como Rei do Congo o católico António José da Gama, situação
que despoletou uma grande onda de descontentamento popular, sendo que,
Manuel Sidney Barros Nekaka depressa entrou em confronto com as franjas
da Ngwizako e em dissidência política. Tio materno de um amanuense da
administração belga, nascido em Angola, mas criado no Congo Belga:
Holden Roberto. Nekaka entregou a presidência ao seu sobrinho materno
Holden.
18
Ibidem, p.51.
os projectos da UPNA, entretanto nem por isso deixa de apoiá-los. Uma série
de convites foi enviada aos Estados independentes como a Etiópia e Líbia e
outros mais, em nome da solidariedade Africana19. A União Indiana,
dirigida nessa altura pelo Pandita Neru, a China Popular de Mao Tsé Toung
e Chou En Lai, e a União Soviética receberam também convites em nome da
amizade20.
19
Ibidem, p. 52.
20
Idem.
Lá chegando Holden estabeleceu contactos com distintas e
proeminentes personalidades africanas. Dos contactos que Holden
estabeleceu com algumas personalidades pan-africanas, a exemplo de
Kwame Krumah do Gana, Franz Fanon da FNL, Tom Mboya do Quénia,
Patrice Lumumba do Congo Leopoldville, Keneth Kahunda da Zâmbia,
Joshua Nkomo do Zimbabwe, Kamazu Banda do Niassalândia, com especial
destaque à Patrice Lumumba, obteve alguns conselhos, que modificaram a
sua geopolítica, sugerindo, com efeito, a retirar o termo Norte na designação
da UPNA, porque tal tornaria a organização tribal e sectária, pois, pela
dimensão geográfica do reino, a organização estaria sujeita a enfrentar países
como Portugal, o Rei Leopold II e a França que nesta altura colonizavam os
territórios delimitados pelo reino. Reconhecendo o empenho de Patrice
Lumumba, Holden Roberto citado por Jaime & Barber refere o seguinte:
21
DRUMOND, Jaime & Barber, H. Angola: Depoimento para a História Recente, edições dos autores,
1999, p. 16.
22
Ibidem.
23
VALENTIM, Jorge A. Esperança. Luanda: Editorial Nzila, 2005, p.44.
A mensagem de liberdade difundida pelo dirigente da UPA, a partir
dos microfones da UPA, atingiu Angola, sobretudo nas províncias nortenhas.
Em Luanda, a exemplo paradigmático, a UPA granjeou prestígio e simpatia
nos grupos dos Enfermeiros e alfaiates que haviam fundado o ELA, Bota-
Fogo, Atlético e no Espalha Brasas, com os quais estabeleceu as vias de
comunicação e passaram a colaborar enviando informações e apoio
financeiro, através das missões protestantes Baptista e Metodista, em
Leopoldville, Matadi e São Salvador. Na cidade do Lobito, concretamente
no Bairro Canata, os militantes da Organização Cultural de Angolaque
escaparam da onda de prisões de 1958 [sic], reagruparam-se
clandestinamente e formaram uma célula clandestina, sendo a primeira da
UPA organizada em Angola24.
1.2.7. MPLA
24
Edmundo Rocha apud LUACUTE, Bernardino C. B. op. Cit., p. 61.
e a identidade dos promotores continuam envolvidas numa descerrada
controvérsia, quer do ponto de vista histórico, quer em termos sociais”.
25
ROCHA, Edmundo. Viriato da Cruz: Itinerário Político, In: ROCHA, Edmundo, SOARES, Francisco &
MOISÉS, Fernandes. Angola, Viriato Da Cruz. O homem e o mito, op. Cit., pp. 109-206.
militantes da MIA, MINA, e do PLUAA, que mais tarde iriam unir-se uns
aos outros”.
1.2.8. UNITA
26
LUACUTE, Bernardino C.B., op. cit., p. 144.
Libertação de Angola. Do vínculo estabelecido, Jonas Savimbi depara-se
com duas situações controversas:
27
Cf. LARA, Lúcio Lara, op. cit., pp.410-411.
28
LUACUTE, Bernardino C. B. op. cit., p. 133.
29
Cf. Bridgland, F. Jonas Savimbi, Uma Chave para África. Lisboa: Edição Perspectivas e Realidades,
1988, p. 51.
30
Eram considerados mestiços, indivíduos luso-descendentes, negros abastados e assimilados,
Sendo um autêntico defensor da Negritude e imbuído dos mesmos
ideais, Jonas Savimbi nutria à medula uma grande desconfiança e total
cepticismo quanto à fidelidade a causa africana dos dirigentes mestiços que
dirigiam o MPLA e as reais motivações que movia essa camada a lutar em
prol da liberdade das massas populares negra.
31
LUACUTE, Bernardino C. B. Op. Cit., p. 134.
32
WHEELER, Douglas & PÉLISSIER, René. Op. Cit., p. 317.
33
MATROSSE, Dino. Memórias e Reflexões. Luanda: editorial, 2008, 107.