Políticas Públicas de Apoio A Nutrição

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POLÍTICAS PÚBLICAS

DE APOIO A
NUTRIÇÃO
São diretrizes, princípios norteadores de ação do
poder público; regras e procedimentos para as
relações entre poder público e sociedade,
mediações entre atores da sociedade e do Estado.

O QUE SÃO Expressão do papel e da forma como o Estado se


POLÍTICAS organiza para mediar processos sociais e alcançar o
bem-estar da sociedade e o interesse público.
PÚBLICAS?
NO ÂMBITO DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
As políticas públicas atravessam os diferentes pontos do sistema alimentar, da
produção ao consumo, e que condicionam a situação de saúde e nutrição de
indivíduos e coletividades.

"Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
à infância, a assistência aos desamparados, na forma da constituição."
INSEGURANÇA ALIMENTAR
Acontece quando as pessoas não têm
acesso regular e permanente a
alimentos em quantidade e qualidade
suficiente para sua sobrevivência, como
define a Organização das Nações Unidas Causas: os conflitos, as temperaturas
para a Alimentação e a Agricultura extremas no clima e as crises
(FAO). econômicas.

Tipos de insegurança alimentar: No contexto brasileiro:


moderada, grave, crônica e aguda. Injustiça social (cor, gênero e raça);
Concentração de renda.
1 Em 27,6% dos lares brasileiros, os moradores
conviveram em 2023 com algum grau de insegurança
alimentar .
DADOS ATUAIS - INSEGURANÇA
ALIMENTAR NO BRASIL (IBGE) 2 O quadro é ainda pior para mulheres : nos domicílios
em insegurança alimentar, 59,4% tinham mulher
como responsável.

3 A fome atingiu o dobro de lares liderados por pessoas


negras, totalizando mais de 69%. .

4 As regiões Norte e Nordeste tinham os maiores


índices de insegurança alimentar, sendo o Pará o
estado com maior proporção de domicílios dentro
deste cenário
POLÍTICAS PÚBLICAS - NUTRIÇÃO
Desde a década de 1930 os governos vêm realizando ações, em conjunto com a sociedade, para
garantir o direito à alimentação a toda população e também intervir nas conseqüências negativas
de uma alimentação não saudável, por meio de diferentes programas que atuam em três grandes
linhas:

Suplementação alimentar/oferta de refeições para grupos específicos: são programas de


distribuição de alimentos. Exemplo: o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), o
Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).

Produção e comercialização de alimentos: são programas que incentivam os pequenos e médios


produtores. Exemplo: Programa de Apoio à Agricultura Familiar.

Educação alimentar: estão presentes em praticamente todos os programas desenvolvidos,


ainda que nem sempre efetivados.
POLÍTICAS PÚBLICAS - NUTRIÇÃO
E mais recentemente, o governo federal tem utilizado uma nova linha de atuação:

A transferência ou complementação de renda ou programas de garantia de renda mínima

Propriciando às famílias com rendimento mensal menor que meio salário-mínimo o acesso aos
alimentos por meio de auxílio financeiro.
POLÍTICAS PÚBLICAS - NUTRIÇÃO
Estabelece o Sistema
Nacional de Segurança
Aconselhar o Presidente Alimentar e Nutricional
da República na Visava erradicar a fome e (SISAN).
formulação de políticas e garantir segurança
diretrizes para assegurar alimentar e nutricional Objetivo: Garantir o
o direito humano à para todos os brasileiros. direito humano à
alimentação. alimentação adequada.

CONSEA 1995 FOME ZERO 2003 LOSAN

1993 EXTINÇÃO DO 2003 RECRIAÇÃO DO 2006


CONSEA CONSEA
Com o objetivo de
fortalecer a governança
da segurança alimentar e
nutricional.
POLÍTICAS PÚBLICAS - NUTRIÇÃO
Participação social na Redução da participação
formulação e social na formulação e
monitoramento das Estabelecer metas e monitoramento das
políticas públicas de ações concretas para políticas públicas de
alimentação e nutrição. promover a segurança alimentação e nutrição.
alimentar e nutricional
CONFERÊNCIA no Brasil.
EXTINÇÃO DO
NACIONAL - SAN 2010 PLANSAN 2014 CONSEA

2009 DHAA 2011 GUIA ALIMENTAR 2019


Inclusão do Direito
Lançamento da 2ª
Humano à Alimentação
edição., com foco em
Adequada na
alimentos in natura e
Constituição Federal minimamente
processados
E HOJE?
O QUE TEMOS DE
POLÍTICAS OU
PROGRAMA NA ÁREA...
POLÍTICA NACIONAL DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
(PNAN)
POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (PNAN)
Foi implantada em 1999 e atualizada em 2011, representa a proposição de uma política de
caráter interdisciplinar e intersetorial, que tem como objetivo integrar as diversas ações
para o enfrentamento dos agravos nutricionais, como parte da Política Nacional de Saúde.

Trata-se, assim, de uma proposta pioneira no setor, que propõe lidar com um cenário
complexo de perfil nutricional, no qual coexistem quadros de desnutrição, deficiência
de micronutrientes, excesso de peso e doenças crônicas não transmissíveis nas mesmas
comunidades e, muitas vezes, no mesmo domicílio.

Respeitar - Proteger - Promover e Prover


PNAN - VIDEO ANIMAÇÃO
PROGRAMA NACIONAL DE
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
(PNAE)
PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE)

Tudo começou por volta de 1930, época em


que a fome e a desnutrição foram
reconhecidas no Brasil como problema sério
de saúde pública. Naquele momento, as
atenções do poder público se voltaram para as
causas da desnutrição infantil, e uma vez
detectados os fatores responsáveis pelo
problema, deram-se início às primeiras ações.
PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE)

Comissão Nacional de As ações na área


Alimentação (CNA) e Aquisição prioritária de passaram a ser
Campanha Nacional da produtos nacionais e o chamadas de Programa
Alimentação Escolar estímulo à produção e à Nacional de Alimentação
(CNAE) . comercialização interna. Escolar.

CNA E CNAE 1955 3 ETAPA 1976 PNAE

1945 CME 1970 SUPLEMENTAÇÃO 1979


Marco inicial de um Início da suplementação
programa de alimentar para
alimentação escolar estudantes da rede
estruturado no País - pública
Campanha da Merenda
Escolar
PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE)
É o mais antigo programa do governo brasileiro na área de alimentação escolar
(década de 40) e de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), sendo considerado um dos
maiores e mais abrangentes do mundo.

O programa consiste no repasse de recursos financeiros federais para o atendimento


de estudantes matriculados em todas as etapas e modalidades da educação básica nas
redes municipal, distrital, estadual e federal e nas entidades qualificadas como
filantrópicas ou por elas mantidas, nas escolas confessionais mantidas por entidade
sem fins lucrativos e nas escolas comunitárias conveniadas com os Estados
FUNCIONAMENTO - PNAE
Gestão e Execução: A gestão do PNAE é realizada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE), que repassa os recursos financeiros diretamente para estados e
municípios. A execução é de responsabilidade das secretarias de educação locais.

Cardápios: Os cardápios são elaborados por nutricionistas, respeitando as diretrizes do


FNDE e adaptando-se às especificidades culturais e regionais.

Aquisição de Alimentos: Pelo menos 30% dos recursos repassados pelo FNDE devem ser
utilizados na compra de alimentos da agricultura familiar, fomentando a economia local
e garantindo alimentos frescos e saudáveis.
FUNCIONAMENTO - PNAE
PROGRAMA DE
ALIMENTAÇÃO DO
TRABALHADOR (PAT)
PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR (PAT)
O PAT foi criado pela Lei n° 6.321 em 14 de abril de 1976, e é um programa
governamental de adesão voluntária, que busca a melhoria da situação nutricional dos
trabalhadores, visando à promoção de sua saúde e prevenção das doenças profissionais.
Atualmente, encontra-se regulamentado pelo Decreto nº 10.854 de 2021.

Objetivos
Promoção da Saúde: Melhorar o estado nutricional dos trabalhadores, prevenindo
doenças relacionadas à má alimentação.
Aumento da Produtividade: Melhorar a capacidade física e mental dos
trabalhadores, o que reflete em maior produtividade no ambiente de trabalho.
Qualidade de Vida: Contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos
trabalhadores e suas famílias.
Refeições servidas no local Cestas Básicas
Refeitórios instalados na Distribuição de cestas básicas
própria empresa. com alimentos essenciais.

Distribuição de Vales ou Tíquetes


Vales ou tíquetes que podem ser
utilizados em estabelecimentos
conveniados para a compra de
refeições ou alimentos.
Adesão: Aumentar a adesão das empresas ao
programa, especialmente entre as pequenas e
médias empresas.

MAIORES Qualidade Nutricional: Garantir a qualidade


nutricional das refeições oferecidas e a

DESAFIOS adequação às necessidades dos trabalhadores.

Fiscalização: Melhorar os mecanismos de


fiscalização para assegurar que as empresas
participantes cumpram as diretrizes do
programa.
PROGRAMA DE
AQUISICAÇÃO DE
ALIMENTOS (PAA)
PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA)
O PAA é um programa governamental criado em 2003, como estratégia do Fome Zero,
com duas finalidades fundamentais: incentivar a agricultura familiar e levar comida
para a mesa de quem mais precisa.

Ele pode ser executado através de seis modalidades:


Compra com Doação Simultânea,
Compra Direta,
Apoio à Formação de Estoques,
Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite,
Compra Institucional e
Aquisição de Sementes.
PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA)
PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA)
São dois grupos distintos beneficiários: fornecedores e consumidores de alimentos.

Os fornecedores são os assentados da reforma agrária, extrativistas, pescadores


artesanais, indígenas, comunidades quilombolas e outros povos tradicionais.

O grupo de consumidores de alimentos, é formado por pessoas em situação de


insegurança alimentar, estoques de alimentos e escolas públicas.
PAA - VIDEO ANIMAÇÃO
REFERÊNCIAS
Brasil. Portaria Nº 710, de 10 de junho de 1999. Aprova a Política Nacional de
Alimentação e Nutrição. Diário Oficial da União 15 jun. 1999; Seção 1.
Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília:
Ministério da Saúde; 2012.
Pinheiro ARO, Carvalho DBB. Estado e mercado: adversários ou aliados no processo de
implementação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição? Elementos para um
debate sobre medidas de regulamentação. Saúde Soc. 2008; 17(2):170-183.
Recine E, Vasconcellos AB. Políticas nacionais e o campo da Alimentação e Nutrição em
Saúde Coletiva: cenário atual. Ciênc Saúde Coletiva, 2011; 16(1):73-79.
Pereira MHQ. Avaliação da segurança alimentar e nutricional: contribuições em âmbito
municipal [dissertação]. Salvador: Universidade Federal da Bahia; 2014.

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