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Formulário de Relatório Técnico FINAL - Preenchido
Formulário de Relatório Técnico FINAL - Preenchido
1. Descrição do Projeto
1.1. Introdução
Descrever o contexto e as justificativas da pesquisa apoiada.
O lixo no mar, em especial os plásticos, são presença constante em praias, mares e oceano em
todo o mundo. Sua ocorrência, apesar de relativamente mais intensa na proximidade de
centros urbanos (i.e., Fernandino et al., 2015), também foi relatada em locais remotos e de
difícil acesso, como ilhas desabitadas na Antártica (Convey et al., 2002) e fossas oceânicas
(Chiba et al., 2018), refletindo a ubiquidade desse problema e o alcance das consequências dos
hábitos e ações humanas.
Sob a ótica do Antropoceno – termo utilizado para se referir a uma possível nova época
geológica onde as atividades humanas são capazes de alterar o Sistema Terra (Crutzen &
Stoermer, 2000) –, diversos são os indícios da influência humana sobre nosso planeta. Por
exemplo, Hazen et al. (2017) listaram 208 novas espécies de minerais e outros tipos de
compostos similares a minerais que foram criados ou mediados pela ação humana. Esses
minerais têm sido descritos desde 1841 e muitos deles foram reconhecidos pela International
Mineralogical Association (IMA). Termos como xenólitos antropogênicos (Hazen et al., 2017) e
bioturbação humana (Zalasiewicz et al., 2014) têm sido empregados para representar rochas
transportadas de um lugar para o outro, principalmente no âmbito da construção civil, e
intervenções como túneis, cortes de estrada, etc., respectivamente. Depósitos de lixo
formando horizontes de solo também já estão sendo investigados como marcadores
estratigráficos em práticas arqueológicas como indicadores de depósitos naturais perturbados
(Zalasiewicz et al., 2016) (Fig. 1). Esses depósitos caracterizariam um “antropostoma”, segundo
a definição proposta por Passerini (1984 apud Rohde, 1996). Uma característica interessante
dos depósitos de material antropogênico é a possibilidade de se datar eventos naturais. Um
exemplo disso é o estudo conduzido por Hoffmann e Reicherter (2014) que, em função da
grande disponibilidade de lixo no ambiente costeiro, usaram a data de fabricação e validade de
itens plásticos de lixo encontrados em linhas de detritos depositados por ciclones como proxy
de alcance da inundação em eventos distintos.
Entretanto, apesar de amplamente utilizado pela mídia e parte da comunidade científica, o
termo “Antropoceno” ainda não foi formalizado e tem recebido críticas importantes daqueles
que não concordam com sua oficialização. O fato dos registros antropogênicos não se
adequarem necessariamente aos critérios cronoestratigráficos utilizados para a definição de
épocas geológicas e do amplo uso do termo pela mídia faz com que a motivação por trás da
proposição seja questionada com sendo política ou relacionada à cultura pop (i.e., Austin &
Holbrook 2016). Finney e Edwards (2016) alegam que as observações dos registros dessa
suposta nova época se dão de forma direta ou através de previsões, se baseando no tempo
presente, ao contrário do que é proposto pelos critérios da International Comission on
Stratigraphy. Esses e outros argumentos levam ao questionamento da formalização do termo.
Independentemente dessa discussão, o fato de que a ‘pegada humana’ está cada vez mais
profunda no Sistema Terra é inegável. Relatos de que o plástico, principalmente pequenos
fragmentos e microplásticos, vem integrando a matriz sedimentar de ambientes marinhos,
costeiros e continentais já foram feitos em diferentes locais do planeta (i.e., Fernandino et al.,
2016; Zalasiewicz et al., 2016). Entretanto, evidências concretas de sua ocorrência em rochas,
na maioria delas sedimentares, são mais raras, mas indicam não só o potencial, mas também o
fato de que resíduos sólidos produzidos por atividades humanas já estão fazendo parte do ciclo
das rochas (Zalasiewicz et al., 2016).
No final do século passado, García-Garmilla (1990), e mais recentemente Arrieta et al. (2011),
relataram a ocorrência de fragmentos de vidro, tijolos e escória da indústria de ferro e aço
cimentados em arenitos de praia (beachrocks) na região norte da Espanha. Mais recentemente,
Corcoran et al. (2014) encontraram aquilo que denominaram de “plastiglomerado”: material
endurecido, de composição mista, formado pela aglutinação de rochas, sedimento e plástico
fundido. Esse material, descrito no Havaí, é formado como consequência do derretimento de
plástico já presente no sedimento causado por fogueiras de acampamento. Ao resfriar, a massa
fundida incorpora fragmentos líticos formando o plastiglomerado. Apesar de as amostras
descritas terem essa origem induzida por atividades antropogênicas, os autores destacam que
elas têm potencial de ocorrer em locais por onde passam fluxos de lava, com incêndios
florestais e em locais no planeta onde ocorrem temperaturas extremas.
No litoral do Rio Grande do Sul, Fernandino et al. (2020) descreveram a ocorrência daquilo que
chamaram de “antropoquinas”: rochas sedimentares marinhas contendo, além de grãos
siliciclásticos e fragmentos de conchas de moluscos, material de origem antropogênica
(plástico, metal, vidro etc.) (Fig. 2). É importante ressaltar que esse é o único registro no
Hemisfério Sul de material antropogênico na composição de rochas.
Figura 2: Exemplos de lixo no mar integrando a composição de rochas. A) e B) Antropoquinas representadas por
cravo de navio e brinco de plástico cimentados, encontradas no litoral do RS (Fonte: modificado de Fernandino et al.,
2020); C) Fragmento de plástico cimentado em arenito de praia encontrado no norte da Espanha (Fonte: Modificado
de Zalasiewicz et al., 2016); e D) Plastiglomerado encontrado no Havaí (Fonte: Modificado de Corcoran et al., 2014).
Além desses problemas, como discutido acima, materiais de origem antropogênica estão sendo
cimentados juntamente com sedimento natural nas praias do Rio Grande do Sul, integrando,
dessa forma, o ciclo sedimentar (Fernandino et al., 2020). Além disso, a presença de clastos
antropogênicos (itens de lixo no mar) nessas rochas permitem um maior controle
geocronológico da formação dessas antropoquinas. Itens de metal como cravos de navio (Fig.
2A) podem ser correlacionados, de acordo com seu tamanho, modelo e estado de preservação,
com o período em que eram usados na construção de embarcações, podendo datar de poucas
centenas de anos (i.e., Figueiredo Jr., 1975). Por outro lado, a presença de itens plásticos em
bom estado de conservação (Fig. 2B) indicam uma formação ainda mais recente. Esse tipo de
material passou a ser usado (e consequentemente descartado) em larga escala pela população
a partir da década de 1960, determinando, assim, um limite inferior máximo da idade relativa
de formação dessas rochas. Tal fato demonstra a relevância de se compreender os fatores que
levam à formação dessas novas rochas.
Um fato curioso da formação das antropoquinas é que elas estão sendo formadas em
ambientes não tropicais. O estudo de ambientes e rochas carbonáticas em locais de clima
temperado no mundo todo é relativamente recente, escasso e difere substancialmente
daqueles de clima tropical (Winefield et al., 1996). Esses mesmos autores ressaltam que o uso
de análises geoquímicas em rochas sedimentares permite, além da identificação dos principais
elementos que as compõem, a interpretação de processos de soterramento ou marinhos e a
influência de águas meteóricas sobre a diagênese dessas rochas. Essas informações serão
valiosas para a interpretação das condições locais que têm favorecido a formação das
antropoquinas na área de estudo.
Desse modo, em face à relativa escassez global de exemplos de evidências de rochas contendo
resíduos sólidos e o fato de já terem sido encontrados espécimes no litoral gaúcho, é de grande
relevância compreender como e sob quais condições essas rochas sedimentares ricas em
componentes antropogênicos (antropoquinas) são formadas ao longo da costa do Rio Grande
do Sul.
Com isso, pretende-se preencher a lacuna do conhecimento no Hemisfério Sul sobre
indicadores geológicos deste tipo e fomentar a discussão de uma possível formalização do
Antropoceno.
Ao todo, foram realizadas três campanhas de campo. A primeira (C1), realizada durante a
primavera de 2021, abarcou o trecho norte (Tramandaí e Imbé), já a segunda (C2), realizada
durante o verão de 2022, e a terceira (C3) abarcaram os trechos norte (Tramandaí e Imbé), médio
(Balneário Mostardense) e sul (Balneário Cassino e Hermenegildo), previstos no projeto. É
importante destacar que a realização das atividades em campo foi dificultada em decorrência da
pandemia, necessitando adaptações à proposta original, conforme descrito no item “5.
Dificuldades encontradas e sugestões” e comunicado à Fapergs. Porém, as adaptações propostas
permitiram que os objetivos fossem satisfatoriamente atingidos.
Ao todo, foram coletados 6.448 itens de lixo (C1 = 1.061; C2 = 2.327; e C3 = 3.060). A Figura 3
ilustra as porcentagens relativas dos itens amostrados por campanha e o detalhamento por
trecho amostrado.
Figura 3: Porcentagem relativa dos itens amostrados nas três campanhas (C1, C2 e C3). A) Total de itens amostrados e
porcentagem relativa por campanha; e B) Total de itens amostrados e porcentagem relativa por trecho amostrado
durante a C2 (trechos norte, médio e sul).
Como podemos observar, o trecho norte (Imbé e Tramandaí) apresentou maior abundância de
itens de lixo (n = 4.110), representando 64% do total amostrado, seguido pelo trecho sul
(balneários Cassino e Hermenegildo), com 1.687 itens (26%) e pelo trecho médio (Balneário
Mostardense), com 651 itens (10%). É importante ressaltar que o esforço amostral foi distinto
para cada trecho. Se fizermos uma média ponderada considerando o número de itens
amostrados e o número de pontos amostrados temos: trecho norte [n méd. = 685 itens (48%)];
trecho sul [n méd. = 421,75 itens (29%)]; e trecho médio [n méd. = 325,5 itens (23%)] (Tabela 1).
Tabela 1: Média ponderada e porcentagem de itens de lixo (macro e meso) coletados em cada por trecho do litoral do
estado do Rio Grande do Sul.
Total de Número de pontos amostrados Média ponderada
itens considerando todas as campanhas (nº itens / nº pontos) Porcentagem (%)
Combinando os itens amostrados nas três campanhas, 70% foi representado pela categoria
‘plástico’ (C1 = 53,8%; C2 = 75,6%; e C3 = 71,5%), seguido por ‘vidro e cerâmica’ (30,5%) e
‘madeira’ (7,3%) (Figura 4). A Tabela 2 apresenta os dados relacionados às demais categorias.
Figura 4: Mapa representando espacialmente a distribuição e abundância relativa de itens de plástico e demais
materiais ao longo do litoral gaúcho.
Tabela 2: Categorização dos itens de macro e meso lixo coletados nas campanhas C1, C2 e C3 do projeto.
Pontos Plástico
Campanha amostrados Coordenadas Plástico espumoso Tecido Vidro e Cerâmica Metal Madeira Papel Borracha Outros Subtotal
S29° 57.949'
Imbé W050° 06.852' 192 4 4 257 32 34 9 6 22 560
C1
S29° 49.913'
Tramandaí W050° 03.021' 379 3 7 70 4 24 4 1 9 501
Pocentagem 53,8 0,7 1,0 30,8 3,4 5,5 1,2 0,7 2,9 100
S29° 57.949'
Imbé W050° 06.852' 330 10 4 3 12 36 71 1 2 469
S29° 49.913'
Tramandaí W050° 03.021' 578 16 15 4 30 74 67 2 2 788
S31° 09.026'
C2
Baln. Mostardense W050° 48.366' 265 35 1 28 4 13 2 7 5 360
S32° 12.394'
Baln. Cassino W052° 10.537 457 8 6 5 7 43 11 4 18 559
S33° 39.442'
Bal. Hermenegildo W053° 14.856' 126 0 2 3 3 5 3 2 7 151
Subtotal C3 2189,0 39,0 25,0 662,0 21,0 17,0 0,0 22,0 85,0 3060,0
Porcentagem
Total por material (%) 71,5 1,3 0,8 21,6 0,7 0,6 0,0 0,7 2,8 100,0
Porcentagem
combinada: C1
+ C2 +C3(%) 70,0 3,4 1,9 30,5 3,3 7,3 4,9 1,3 4,4 100,0
Total 6448
Do ponto de vista das fontes, a maioria dos itens amostrados foi classificada como de ‘fontes
mistas/outras’ (50,0%), seguido de ‘fontes não identificadas’ (22,8%) e ‘atividades de pesca’
(15,3%). Esse padrão se repetiu em todas as campanhas. A Figura 5 e a Tabela 3 especificam as
porcentagens relativas totais e por campanha.
Figura 5: Fontes do lixo encontrado nas praias do Rio Grande do Sul. A) Porcentagem combinando as campanhas
amostrais (C1 + C2 + C3); B) Porcentagem de fontes do lixo amostrado durante a C1 (trecho norte); C) Porcentagem de
fontes do lixo amostrado durante a C2 (trechos norte, médio e sul); e D) Porcentagem de fontes do lixo amostrado
durante a C3 (trechos norte, médio e sul).
Tabela 3: Detalhamento dos dados referentes às fontes de lixo para as praias do litoral gaúcho subdividos por
campanhas e pontos.
Pontos Ativ. Não
Campanha amostrados Coordenadas Doméstica Turismo Pesca Hospitalar Religiosas Mista/ outra identificado Total
S29° 57.949'
Imbé W050° 06.852' 8 36 18 1 4 395 98 560
C1
S29° 49.913'
Tramandaí W050° 03.021' 30 25 138 3 3 217 85 501
Porcentagem
combinada: C1
+ C2 + C3(%) 6,5 4,0 15,3 0,4 1,0 50,0 22,8 100,0
Total 6448,0
De acordo com o CCI, considerando todas as campanhas, 58,33% (n = 7) das praias estudadas
foram classificadas como ‘muito limpas’, 33,33% (n = 4) como ‘limpas’ e 8,33% (n = 1) como
‘moderada’ conforme a Tabela 4 abaixo. Isso pode ser um reflexo das grandes áreas amostradas,
resultante da largura das praias no momento da coleta.
Tabela 4: Dados sobre os pontos amostrais e suas densidades totais de itens, de plásticos, os valores do Clean-Coast
Index (CCI) obtidos e sua respectiva classificação.
Pontos Total de Porcentagem de Área Amostrada Densidad Densidade
Campanha Coordenadas Total de Itens CCI Classificação
amostrados Plástico plástico (%) (m²) e total plásticos
S 29° 57.949' W
Imbé 050° 06.852' 560 196 35,0 4100,0 0,14 0,05 0,96 Muito Limpa
C1
S 29° 49.913' W
Tramandaí 050° 03.021' 501 382 76,2 3800,0 0,13 0,10 2,01 Limpa
Tabela 5:Classificação quanto ao grau de sujidade das praias amostradas de acordo com o Clean-coast Index (CCI)
proposto por Alkalay et al. (2007).
Microplástico
Figura 6: Amostras de microplástico primário e secundário amostradas durante a campanha de campo e vistas sob
microscópio estereoscópio. A) Pellet de resina plástica (primário); B) Lasca de tinta (secundário); e C) Fragmento
(secundário). Note: cada intervalo entre as barras pretas representa 1 mm.
Ao todo, foram coletadas 664 partículas de microplástico das quais 37,50% eram representados
pelos MPs primários e o restante, 62,50% pelos secundários. Dentre os secundários, a tipologia
de maior representatividade foi ‘fragmento’, somando 391 itens (58,89% do total de MPs)
(Tabela 6).
Tabela 6: Total de microplásticos (MPs) primários e secundários amostrados das praias distribuídas ao longo do litoral
gaúcho em números absolutos e em porcentagem detalhado por tipologia.
MP primário MP secundário
Ponto Pellets Fragmento Filamento Esponjoso Não identificado Outros
Imbé 24 49 1 1 4 1
Tramandaí 17 164 0 1 5 0
Baln. Mostardense 94 77 0 3 0 0
Baln. Cassino 5 34 0 0 7 0
Baln. Hermenegildo 109 67 0 0 1 0
TOTAL 249 391 1 5 17 1
Porcentagem (%) 37,50 58,89 0,15 0,75 2,56 0,15
Em números absolutos, o ponto com maior ocorrência de MPs foi Tramandaí, com 187 partículas,
seguido do Balneário Hermenegildo, com 177 partículas, e do Balneário Mostardense, com 174
partículas. Os pontos Imbé e Balneário Cassino apresentaram 80 e 46 partículas, respectivamente
(Figura 7).
Figura 7: Total de microplásticos primários e secundários amostrados em praias ao longo do litoral gaúcho.
O Pellet Pollution Index (PPI) foi aplicado para classificar a praia de acordo com o seu grau de
poluição por pellets seguindo a metodologia proposta por Fernandino et al. (2015) (Figura 9).
Figura 9: Classificação segundo o Pellet Pollution Index (PPI) para as praias amostradas ao longo do litoral gaúcho.
Note que as campanhas C1 e C2 representam as estações Primavera/Verão 2021/2022 e C3, Outono/Inverno 2022; a
zona Z1 consiste na linha de deixa mais próxima à linha d’água; a zona Z2 consiste na linha que representa a porção
central do transecto; e a zona Z3 consiste na linha localizada na base da duna/calçadão, representando o limite superior
do pós-praia.
Os resultados mostram que nas campanhas C1 e C2, 50% e 53,33% das zonas amostradas
apresentaram PPI ‘muito baixo’. Na C3, as classificações ‘muito baixo’ e ‘muito alto’
apresentaram mesma frequência de ocorrência (26,67%).
Figura 10: Relação entre a abundância de microplásticos e a localidade onde foram amostrados ao longo do litoral
gaúcho.
Figura 11: Relação entre a abundância de microplásticos e o setor praial onde foram amostrados. Os setores S1, C1 e
N1 compõem a zona Z1 (que consiste na linha de deixa mais próxima à linha d’água); os setores S2, C2 e N2 compõem
a zona Z2 (que consiste na linha que representa a porção central do transecto); e os setores S3, C3 e N3 compõem a
zona Z3 (que consiste na linha localizada na base da duna/calçadão, representando o limite superior do pós-praia).
Ao lado de cada quadrat de amostragem para MPs foi também coletada uma porção de
sedimento para posterior análise de frações menores de partículas plásticas. Esta análise, em
andamento, está sendo realizada no laboratório CONECO-FURG, onde o sedimento é pesado e
seco. A extração dos potenciais MPs se dá com a utilização de uma solução saturada de cloreto
de sódio, filtrando o sobrenadante. Os filtros contendo os potenciais MPs são armazenados em
placas de Petri, secos novamente e as amostras triadas com o auxílio de um estereomicroscópio
com câmera acoplada. As partículas extraídas foram categorizadas de acordo com sua coloração
e morfologia (fibras, aglomerados de fibras, pellet ou fragmento).
A densidade média de MPs/g de sedimento nos pontos amostrados está descrita na Tabela 7.
Imbé apresentou a maior densidade média, seguida de Balneário Mostardense.
Tabela 7: Densidade média de MPs de frações menores por grama de sedimento coletados durante as campanhas C1,
C2 e C3.
Praia Densidade
média (MPs/g
de sedimento)
Tramandaí 0,16
Imbé 0,35
Balneário Cassino 0,07
Balneário Mostardense 0,21
Balneário Hermenegildo 0,09
A maioria dos MPs encontrados foi categorizada como fibras (Figura 12). Fragmentos (9,7%),
aglomerados de fibras (2,8%) e pellets (11,1%) foram encontrados apenas em amostras de
Tramandaí, Imbé e Balneário Hermenegildo, respectivamente.
(2,8%)
0,35
0,3
0,25
% de fragmentos
0,2 (9,7%)
0,15 % pellet
(11,1%)
0,1
0,05 Fibras
0
Tramandaí Imbé Baln. Cassino Baln. Hermenegildo
Mostardas
Praias
Figura 12: Morfologia de frações menores de MPs coletados durante as campanhas C1, C2 e C3.
A relação das cores mais comuns das partículas identificadas está apresentada na Figura 13.
Figura 13: Cores predominantes de frações menores de MPs coletados durante as campanhas C1, C2 e C3 nas praias
estudadas.
Antropoquinas
Ao todo foram analisadas 115 amostras antropoquinas (Figura 14). Destas, 51 (44,35%) foram
amostradas em Imbé, 18 (15,65%) em Tramandaí, e uma (0,87%) no Balneário Mostardense.
Nenhuma amostra de antropoquina foi encontrada nos balneários Cassino e Hermenegildo
durante as campanhas de campo. É importante ressaltar que algumas amostras oriundas de
outras localidades fora ou não da área de abrangência do estudo foram doadas para o
coordenador do projeto e, por representarem uma informação científica relevante, foram
consideradas como resultado do presente projeto. Amostras de Arroio do Sal, litoral norte do RS
(n = 28; 24,35%), e de Guarapari – ES (14; 12,17%) foram obtidas por alunos de Pós-Graduação
vinculados ao presente projeto e que tinham essas praias como parte de suas áreas de estudo.
Além desses, 11 (9,57%) amostras coletadas da praia de Oásis do Sul foram recebidas e
incorporadas àquelas obtidas no ponto de Tramandaí, por pertencer ao mesmo município. Uma
amostra (0,87%) coletada na plataforma continental nas proximidades do município de Rio
Grande também foi recebida e incorporada nos dados. Por fim, uma amostra (0,87%) foi coletada
oportunisticamente pelo coordenador do projeto às margens da Lagoa da Conceição em
Florianópolis – SC e outra (0,87%) em Torres – RS.
Figura 14: Distribuição espacial das amostras de antropoquinas coletadas ou doadas no âmbito do projeto.
A Figura 15 traz um exemplo para ilustrar uma antropoquina metálica amostrada em Imbé-RS e
alguns detalhes das lâminas petrográficas produzidas a partir dela.
Figura 15: Exemplo de lâmina petrográfica produzida a partir de uma antropoquina metálica coletada na praia de
Imbé, litoral norte do RS. A) vista geral da amostra; e B) e C) microfotografias mostrando a presença de cimento
carbonático, óxido de ferro e grãos de quartzo (Qtz.) cimentados na amostra.
É importante destacar que um terceiro artigo com enfoque nos pellets plásticos e sua
correlação com as indústrias de plástico em escala de bacia hidrográfica já está em produção.
Esses dados são resultados do Trabalho de Conclusão de Curso da discente Giovanna Löffler
(UERGS/UFRGS Litoral), orientada pelo Prof. Gerson Fernandino.
Ainda, outras possibilidades de publicações estão sendo levantadas pelos membros do projeto
que acreditam que os dados coletados no seu âmbito gerarão muitos frutos no futuro como
TCCs, Dissertações/Teses e artigos.
Título artigo 1: New insights in sedimentary processes and early diagenesis of Brazilian
anthropoquinas: the anthropogenic influence in geological processes
Objetivos: Descrever os componentes primários (naturais ou antropogênicos) e os processos
diagenéticos responsáveis pela precipitação dos cimentos para compreender melhor os
aspectos controladores da gênese de antropoquinas brasileiras.
Autores: Felipe Barcellos Caniçali, Gerson Fernandino, Amanda Goulart Rodrigues, Grasiela
Lopes Leas Pinho, Paula Dentzien-Dias
Título artigo 2: Evidences of plastics integrating the geological cycle: novel plastic forms in
coastal ecosystems along the southern Brazilian shoreline
Objetivos: Investigar a primeira ocorrência de plastiglomerados e piroplásticos na costa
continental do Brasil.
Autores: Gerson Fernandino, Cristiane Vidal, Matias do Nascimento Ritter, Fernanda Avelar
Santos
PUBLICAÇÃO EM EVENTOS
XIV Encontro Nacional de Gerenciamento Costeiro - XIV ENCOGERCO
Foi apresentado e publicado nos anais do XIV ENCOGERCO os seguintes resumos:
1. SCHNEIDER, I. ; LOFFLER, G. ; FERNANDINO, G. . ACHADOS E PERDIDOS: ATIVIDADE
PESQUEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O LIXO ENCONTRADO NAS PRAIAS DE TRAMANDAÍ,
LITORAL NORTE DO RIO GRANDE DO SUL. In: XIV Encontro Nacional de Gerenciamento Costeiro
- ENCOGERCO, 2022, Online. ANAIS DO XIV ENCOGERCO Encontro Nacional de Gerenciamento
Costeiro: Articulando políticas, instrumentos e sociedade, 2021. v. 1. p. 139.
GRADUAÇÃO
Aluno(a): Giovanna Löffler
Nível: Graduação
Curso: Ciências Biológicas (Ênfase em Biologia Marinha e Costeira, e Gestão Ambiental Marinha
e Costeira)
Universidade: UFRGS
Objetivo do projeto ao qual está vinculado(a): Objetivos específicos b. Investigar a ocorrência
e possível variação sazonal da componente antropogênica no sedimento em praias do litoral
gaúcho (englobando macro, meso e microlixo) – pellets plásticos; & f. No âmbito do pilar da
extensão, promover conscientização ambiental acerca da poluição marinha, especialmente por
plásticos, e sua relação com as geociências, e formação de recursos humanos.
Orientação: Gerson Fernandino (UFRGS)
Vínculo: IC Bolsista (BIC UFRGS – não financiada pelo presente projeto)
Aluno(a): Eduarda
Rodrigues Pinheiro
Nível: Graduação
Curso: Toxicologia ambiental
Universidade: FURG
Objetivo do projeto ao qual está vinculado(a): Objetivos específicos b. Investigar a ocorrência
e possível variação sazonal da componente antropogênica no sedimento em praias do litoral
gaúcho (englobando macro, meso e microlixo);
Orientação: Grasiela Lopes Leães Pinho (FURG)
PÓS-GRADUAÇÃO
Três alunas reportadas no primeiro relatório técnico de maio/2021 não se encontram mais
vinculadas ao projeto por motivo de conclusão de seus trabalhos ou desistência da discente.
Informações sobre essas alunas se encontram abaixo.
3.3. Outros
Mencionar outros resultados alcançados pela pesquisa que porventura não se enquadrem nas
classificações anteriores.
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
ENTREVISTAS
Título: Por que temos de temer os microplásticos e o que fazer para conter a disseminação
Natureza: Entrevista
Data: 18/10/2022
Organização: GaúchaZH
Formato: online
https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/juliana-bublitz/noticia/2022/10/por-que-temos-
de-temer-os-microplasticos-e-o-que-fazer-para-conter-a-disseminacao-
cl9d2705q006q013pye34bzhw.htmll
Título: Lixo que vem de todo o mundo é encontrado no litoral gaúcho; a maioria é plástico
Natureza: Entrevista
Data: 29/04/2022
Organização: GaúchaZH
Formato: online https://gauchazh.clicrbs.com.br/ambiente/noticia/2022/04/lixo-que-vem-de-
todo-o-mundo-e-encontrado-no-litoral-gaucho-a-maioria-e-plastico-
cl2hm6rb0002a019i7jvhs853.html
A pandemia mostrou ter efeitos duradouros sobre a execução do projeto. Decretada em março
de 2020, o início das atividades do projeto foi postergado. Com os integrantes da equipe
completando seus esquemas vacinais no final de 2021 e com a liberação de algumas atividades
presenciais por parte da UFRGS, foi possível retomar o planejamento das ações em campo e no
laboratório.
No entanto, outras dificuldades surgiram. Abaixo listamo-nas em categorias:
Viatura da universidade
As regras para agendamento de veículo oficial da UFRGS, atualizadas novamente em
25/05/2022, se mostraram impraticáveis para o bom fluxo de trabalho em campo. Os prazos
para agendamento são com semanas de antecedência, o que se torna inviável no planejamento
de campos que dependem não só da disponibilidade de uma equipe, que não tem dedicação
exclusiva ao projeto, mas também de boas condições de tempo. Além disso, a disponibilidade
de veículos, seja por uso por outros pesquisadores da instituição ou por estarem na oficina para
reparos, se mostrou abaixo da necessária para garantir o uso no projeto. Por fim, as condições
de segurança dos veículos, que são bastante antigos e cuja manutenção não está em dia
(particularmente devido a cortes em verbas da universidade e em consequência por terem
ficado parados durante a pandemia), não foram consideradas suficientes para oferecer o
mínimo de segurança à equipe em visitas de campo em pontos remotos.
Como consequência, foi necessário utilizar carros particulares (que usam gasolina e não diesel,
dessa forma aumento ainda mais os custos em campo) e fazer um pedido de adaptação dos
pontos de coleta originalmente propostos para o projeto (devidamente aprovado pela
FAPERGS).
Equipe
Como mencionado previamente, a equipe mobilizada no projeto não é de dedicação exclusiva,
visto que não há remuneração específica para isso. Dessa forma, tornou-se um desafio
compatibilizar as agendas com um número suficiente de colaboradores para a realização dos
trabalhos em campo. Vale ressaltar que, durante a pandemia, um número significativo de
alunos da UFRGS deixou de residir próximo da instituição, retornando para as casas de suas
famílias no interior. Dessa forma, não havia a disponibilidade originalmente esperada de alunos
que pudessem auxiliar nessa etapa do trabalho.
Além disso, a qualquer sinal de sintomas da Covid-19, foi orientado que o membro da equipe
realizasse um isolamento. Isso, aliado a desistências de algumas integrantes levou a uma
instabilidade na participação para as coletas em campo.
Tempo/clima
Apesar de preparados e cientes para as diferenças sazonais que seriam enfrentadas no trabalho
em campo, a histórica onda de calor que atingiu o RS no início de janeiro de 2022
(https://metsul.com/ate-quando-vai-a-onda-de-calor/) impediu a realização de uma coleta
previamente combinada com a equipe.
Atualmente, prevemos também dificuldades logísticas com a realização dos campos no inverno,
visto a maior frequência e intensidade de frentes frias. Um exemplo disso foi a entrada do
ciclone subtropical Yakecan que incidiu sobre a costa do RS no dia 18/06/2022
(https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/geral/ciclone-yakecan-causa-estragos-
no-litoral-mas-se-afasta-do-rs-1.823942). Esses exemplos servem para ilustrar os desafios
impostos pelas condições climáticas na tentativa de sincronizar com os fatores listados
anteriormente.
Orçamentos
Observamos também atrasos e ausência de resposta por parte das empresas contatadas para
apresentação de orçamentos. Isso levou à impossibilidade/atraso na aquisição de materiais
permanentes e de consumo. O formato requerido de três orçamentos para qualquer valor de
compra tem se mostrado difícil de cumprir para alguns tipos de produtos e, em projeto futuros,
prazos de execução precisariam ser ajustados para tentar abarcar esses fatores externos.
Datação
Do ponto de vista metodológico, a datação das amostras de antropoquinas tem se mostrado
como o principal desafio. Até o momento, as tentativas realizadas através de contatos com
laboratórios especializados nacionais e internacionais se mostraram infrutíferas. A possível
baixa idade das amostras e a pouca quantidade de material (cimento) presente nelas, dificulta
a realização de métodos de datação tradicionais. Em função, disso, com aprovação da FAPERGS,
a datação foi substituída por análises de Microscopia Eletrônica de Varredura/Espectroscopia
por Energia Dispersiva (MEV/EDS) com objetivo de compreender a composição química do
cimento das amostras e auxiliar na interpretação de sua gênese.
6. Conclusões e Perspectivas
Descrever as conclusões finais do projeto e apresentar as perspectivas para finalizar a pesquisa
apoiada.
Em suma, apesar dos desafios intrínsecos à natureza inovadora do projeto e daqueles externos
a ele, que surgiram em consequência principalmente da pandemia por Covid-19, o projeto foi
conduzido e gerou – e vem gerando – resultados muito promissores, atendendo aos objetivos
propostos.
Os resultados obtidos pelo presente projeto demonstram que a poluição por plástico em suas
diferentes frações (macro, meso e mico) é uma realidade para as praias do litoral gaúcho. Além
disso, mais de uma centena de antropoquinas foram encontradas e descritas, o que representa
a maior coleção desse material no mundo, dando destaque ao estado do Rio Grande do Sul e
colocando-o na vanguarda dos estudos com essa temática.
As parcerias interinstitucionais e os recursos humanos formados no âmbito deste projeto
permitirão uma continuidade no estudo das antropoquinas e da poluição por plástico nas praias
gaúchas.
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